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PLANO DE ENSINO

CURSO: DIREITO

DIREITO PENAL
TEORIA DA PENA
Profª. Msc. Paloma Almeida
3º período
DAS PENAS EM ESPÉCIE: MODALIDADES (art.
32, CP)
• A) Penas privativas de liberdade – art. 43 e ss. do CP – cabíveis para crimes
apenados com reclusão ou detenção; e para contravenções apenadas com prisão
simples(Decreto-Lei nº 3.688/1941);
• Art. 6º, Lei das Contravenções Penais. A pena de prisão simples deve ser cumprida,
sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão
comum, em regime semi-aberto ou aberto. § 1º O condenado a pena de prisão
simples fica sempre separado dos condenados a pena de reclusão ou de detenção.
2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias;
• B) Restritivas de direitos – Art. 43, CP: prestação pecuniária; perda de bens e
valores; limitação de fim de semana; prestação de serviço à comunidade ou a
entidades públicas; interdição temporária de direitos; limitação de fim de semana; e
recolhimento domiciliar (Art. 8º, V, Lei 9.605/98) (NUCCI, p. 735).
• C) Multa penal (art. 49 e ss., e art. 60 do CP) – tem natureza pecuniária.
Crime x Contravenção
• Art 1º Considera-se CRIME a infração penal que a lei comina pena de
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou
cumulativamente com a pena de multa; CONTRAVENÇÃO, a infração
penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de
multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. (DECRETO-LEI Nº
3.914/1941. Lei de introdução do Código Penal e da Lei das Contravenções
Penais (Dec.-lei n. 3.688/1941) .

• Infração penal é gênero, do qual são espécies os crimes (ou delitos) e as


contravenções penais (GRECO, 2019, p. 612).
DAS PENAS EM ESPÉCIE: PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE
• Previsão legal: arts. 33 e ss., CP.
• Reclusão: é aplicada a condenações mais severas, o regime de cumprimento
pode ser fechado, semiaberto ou aberto, e normalmente é cumprida em
estabelecimentos de segurança máxima ou media.
• Pode ter como efeito da condenação a incapacidade para o exercício do poder
familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos a esse tipo de pena,
cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra
filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado (art. 92, II,
CP).
• A reclusão propicia a internação nos casos de medida de segurança (art. 97, CP).
• A reclusão é cumprida em primeiro lugar (art. 69, parte final, CP).
• Detenção: é aplicada para condenações mais leves e não admite que o inicio
do cumprimento seja no regime fechado. Em regra a detenção é cumprida no
regime semiaberto, em estabelecimentos menos rigorosos como colônias
agrícolas, industriais ou similares, ou no regime aberto, nas casas de albergado
ou estabelecimento adequados.
• A detenção propicia aplicação de regime de tratamento ambulatorial nos casos
de medida de segurança (art. 97, CP).

• Prisão Simples: é prevista na Lei de Contravenções Penais como pena para


condutas descritas como contravenções, que são infrações penais de menor
lesividade (Ex.: fingir ser funcionário público – um a três meses e multa). O
cumprimento ocorre sem rigor penitenciário em estabelecimento especial ou
seção especial de prisão comum. Somente são admitidos os regimes aberto e
semiaberto, para a prisão simples.
DAS PENAS EM ESPÉCIE: EXECUÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE. REGIMES
• Art. 33, CP - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou
aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado.
• § 1º - Considera-se:
• a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou
média;
• b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar;
• c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.

• § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com


observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
• Colônia agrícola, industrial ou similar: É um local destinado ao cumprimento da
pena em regime semiaberto, do qual é uma trajetória para o regime aberto, em
processo para a inserção na sociedade livre. Encorajando o condenado, a
desempenhar suas obrigações de preso em regime de disciplina. Deverá existir uma
relativa liberdade para os presos, sendo a vigilância moderada, com os muros mais
baixos. Leva-se em conta a responsabilidade do condenado em face do
cumprimento da pena (CAPEZ, 2011, p. 61). Prevê que os condenados podem ser
alojados em quartos coletivos. Os presos trabalham nas próprias colônias. Esse
trabalho ajuda a diminuir a pena do condenado.
• Casa de albergado: Elas se destinam aos condenados que cumprem regime aberto,
além dos condenados à pena de limitação de fim de semana. Essas unidades devem
ficar localizadas em centros urbanos, mas ao mesmo tempo separadas de outros
estabelecimentos. Além disso, a casa do albergado não pode ter qualquer obstáculo
físico contra fuga. Ou seja, o condenado não é trancafiado atrás de grades.
A casa do albergado também deve ter espaços para aulas e palestras.
Regras para aplicação dos regimes das penas
privativas de liberdade
• A) para pena de até 4 anos, pode-se impor regime fechado, semiaberto ou aberto;
• B) para pena superior a 4 e até 8 anos, pode-se aplicar o regime fechado ou
semiaberto;
• C) para penas superiores a 8 anos, deve-se aplicar o regime fechado.
• Súmula 718 do STF. A gravidade abstrata do crime, por si só não é motivo para se
estabelecer regime fechado.

• Art. 33, § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma


progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
• a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em
regime fechado;
• b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
• c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Peculiaridades

• Súmula 269 STJ: É admissível a adoção do regime prisional semi-


aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a
quatro anos se favoráveis as circunstâncias judicias.

• Em 2012, o STF declarou inconstitucional o dispositivo da lei de


crimes hediondos que fixava o regime inicial de cumprimento de
pena como necessariamente fechado, por ferir o princípio da
individualização da pena (NUCCI, p. 743).
Progressão de regime
• Requisito objetivo: cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior nos crimes comuns; 2/5
para condenados primários em crimes hediondos e similares; ou 3/5 para condenados
reincidentes nestes crimes;
• Requisito subjetivo: merecimento comprovado pelo atestado de conduta carcerária e, quando
crime violento, exame criminológico.
• A cada 1/6 em regime mais rigoroso, pode o condenado ser transferido para regime mais brando,
bastando atestado de conduta emitido pelo diretor do estabelecimento.
• Como uma das finalidades da pena é a reeducação do preso, observa-se que a progressão
prepara o sujeito para a sua reinserção na sociedade.
• Em casos mais graves é possível que se peça a outro profissional do estabelecimento (psiquiatra)
para tecer parecer sobre o merecimento do preso, individualizando a execução de sua pena.
• CP, Art. 33, § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de
regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à
devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
Regras dos regimes
• REGRAS DO REGIME FECHADO – veja também art. 87 e 88, 102, LEP.
• CP, Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame
criminológico de classificação para individualização da execução.
• § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso
noturno.
• § 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões
ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.
• § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.

• Regime Disciplinar Diferenciado


• É um especial modo de cumprimento de pena, inserido no regime fechado.
• A) máximo 360 dias, sem prejuízo de repetição no caso de falta grave, até o limite de 1/6 da
pena aplicada; b) cela individual; c) visitas semanais de 2 pessoas, sem contar crianças até 2h;
d) banho de sol por 2h diárias (art. 52, LEP).
• REGRAS DO REGIME SEMI-ABERTO – veja também art. 91 e 92, LEP.
• CP, Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da
pena em regime semi-aberto.
• § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar.
• § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes,
de instrução de segundo grau ou superior.
• REGRAS DO REGIME ABERTO – veja também art. 93 a 95, LEP.
• CP, Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.
• § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou
exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de
folga.
• § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se
frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada.
• Diante da inexistência de casa de albergado, utiliza-se a prisão-albergue domiciliar (art. 117, LEP).
• Regime especial
• Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos
inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo.
Critérios para a transferência para regime mais
rigoroso

• A) adaptação do regime – quando houver condenação por mais de um


crime no mesmo processo ou em processos diferentes, somam-se as
penas para a fixação do regime. Art. 111, LEP;
• b) Regressão – art. 118, LEP - I - praticar fato definido como crime
doloso ou falta grave; II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja
pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o
regime (artigo 111).

• Súmula 526-STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do


cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento da
pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória
no processo penal instaurado para apuração do fato.
DAS PENAS EM ESPÉCIE: EXECUÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE. DETRAÇÃO
• Detração penal é o desconto do tempo de prisão provisória ou internação
provisória na pena privativa de liberdade ou medida de segurança, ao início
de seu cumprimento.
• É o desconto na pena em razão de uma prisão processual (temporária,
flagrante, preventiva, decorrente de decisão de pronúncia ou decorrente
de sentença condenatória recorrível).
• Para cada dia preso antes da sentença é descontado um dia do
cumprimento da pena. Ex.: se o sentenciado ficou preso provisoriamente
por 1 ano, e depois é condenado a 6 anos de reclusão, cumprirá apenas 5
anos após a condenação.
DAS PENAS EM ESPÉCIE: EXECUÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE. REMIÇÃO
• Remição é o resgate da pena pelo trabalho ou estudo, permitindo-se o abatimento do
montante da condenação, periodicamente. É um incentivo à laborterapia. O trabalho
do preso é obrigatório, mas não forçado. A recusa pode implicar falta grave, que
impede o preso de obter benefícios, como a progressão de regime e o livramento
condicional (art. 31, art. 51, III c/c 39, V, LEP).
• LEP, Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto
poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
• § 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:
• I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de
ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de
requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;
• II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
• LEP, Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar ATÉ 1/3 (um terço) do
tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da
data da infração disciplinar.
• Obs.: O preso provisório tem direito à remição (art. 126, §7º, LEP).
DAS PENAS EM ESPÉCIE: PENA RESTRITIVA DE
DIREITOS
• Conceito: São penas alternativas às privativas de liberdade, expressamente
previstas e lei, tendo por fim evitar o encarceramento de determinados
criminosos, autores de infrações penais consideradas leves, promovendo-
lhes a recuperação por meio de restrições a certos direitos (NUCCI, p. 803).
• Natureza jurídica: sanções penais autônomas (porque subsistem por si
mesmas após a substituição) e substitutivas das privativas de liberdade.
Não há tipos penais prevendo no preceito secundário penas restritivas,
então quando o juiz aplicar uma pena privativa de liberdade, pode
substituí-la por uma restritiva, pelo mesmo prazo.
• Previsão legal: art. 43 a 48 e art. 54 a 57 do CP. Art. 22, Lei 9.605/98
(Crimes ambientais), Código de Trânsito (quanto à suspensão ou proibição
de dirigir veículos).
• Constam somente da Parte Geral do CP: art. 43 (NUCCI, p. 839).
DAS PENAS EM ESPÉCIE: PENA RESTRITIVA DE
DIREITOS
• CP, Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
• I - prestação pecuniária – pagamento em dinheiro à vítima/dependentes/entidade.
Entre 1 a 360 salários mínimos. Antecipa a reparação do dano. Art. 45, §1º e 2º,CP;
• II - perda de bens e valores – perda, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, de
bens e valores adquiridos licitamente. Teto: montante do prejuízo causado ou o
proveito do crime, o que for maior. Veja art. 45, §3ºCP;
• IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas. Veja art. 46, CP;
• V - interdição temporária de direitos – impede o exercício de função ou atividade
relacionada ao crime praticado. Veja art. 47, CP;
• VI - limitação de fim de semana – obrigação de permanecer, aos sábados e
domingos, por 5 horas diárias, em Casa de Albergado ou lugar adequado, para
participar de cursos, palestras ou atividades educativas. Veja art. 48, CP.
DAS PENAS EM ESPÉCIE: SUBSTITUIÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE
DIREITOS
• Requisitos: art. 44, CP traz requisitos cumulativos: objetivos + subjetivos.
• Objetivos - todos os delitos culposos podem ter a pena substituída,
independentemente do quantum aplicado, bem como os crimes dolosos
apenados até 4 anos, cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa.
Assim,, nenhum tipo de lesão corporal pode ter a pena substituída por
restritiva de direitos; vai poder receber sursis ou iniciar no regime aberto;
• Subjetivos - culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, os motivos e as circunstâncias indicarem.
• Momento: de regra, na condenação, mas pode também ocorrer durante o
cumprimento da pena (art. 180, LEP);
• Art. 54, CP – está defasado. O art. 44 está mais atualizado (NUCCI, P.
839).
DAS PENAS EM ESPÉCIE: SUBSTITUIÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE
DIREITOS
• Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:
• I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for CULPOSO – requisito objetivo;
• II – o réu NÃO for reincidente em crime doloso – veja §3º;
• III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente - requisito subjetivo;.
• § 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de
direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos
e multa OU por duas restritivas de direitos.
• § 3º Se o condenado for REINCIDENTE, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação
anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do
mesmo crime.
• § 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento
injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo
cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
• § 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre
a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
DAS PENAS EM ESPÉCIE: PENA DE MULTA

• Conceito e destinação: sanção penal consistente no pagamento de uma


determinada quantia em pecúnia, previamente fixada em lei, destinada ao
Estado (NUCCI, p. 827).
• Previsão legal: art. 49 a 52, 58 e 60, CP.
• Critério bifásico:
• A) fixação do nº de dias-multa - Entre 10 e 360 dias-multa, valendo-se do
sistema trifásico (art. 68, CP – segundo Nucci, p. 829);
• B) fixação do valor do dia-multa. Entre 1/30 até 5 vezes o valor do salário
mínimo, conforme a situação econômica do réu (art. 49 e 60, CP).
• Exceções: Pena de multa na legislação especial e que não adota o critério
do dia-multa - art. 244, CP; Lei 8.245/91 (valor do último aluguel); e Lei
8.666/93 (multa como percentual da vantagem auferida ou auferível)
(NUCCI, p. 830).
DAS PENAS EM ESPÉCIE: PENA DE MULTA

• Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao FUNDO


PENITENCIÁRIO da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa.
Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 dias-multa.
• § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior
a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato,
nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
• § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices
de correção monetária.
• Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites
fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código.
• Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º
do art. 60 deste Código aplica-se independentemente de cominação na
parte especial
DAS PENAS EM ESPÉCIE: DO CÁLCULO DA PENA
DE MULTA E SUA EXECUÇÃO
• Pagamento da multa
• Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de
transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e
conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se
realize em parcelas mensais.
• § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no
vencimento ou salário do condenado quando:
• a) aplicada isoladamente;
• b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
• c) concedida a suspensão condicional da pena.
• § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao
sustento do condenado e de sua família.
Execução da pena de multa

• Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será


considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação
relativa à DÍVIDA ATIVA DA FAZENDA PÚBLICA, inclusive no que concerne
às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
Suspensão da execução da pena de multa

• Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao


condenado doença mental.
APLICAÇÃO DA PENA

• Conceito: processo judicial de discricionariedade juridicamente


vinculada visando à suficiência para prevenção e reprovação da
infração penal. O juiz, dentro dos limites estabelecidos em lei
(mínimo e máximo abstratamente fixados), deve eleger o quantum
ideal, valendo-se do seu livre convencimento (discricionariedade) de
forma fundamentada (juridicamente vinculada) (NUCCI, p. 928).
Competência: Poder Judiciário.
• Previsão legal: Capítulo III, art. 59 a 76, CP (NUCCI, p. 842 e ss.)
• Aplicação não se confunde com a cominação da pena. Cominação é a
fixação da pena abstrata (da mínima à máxima) para o tipo penal
incriminador. Competência: Poder Legislativo. Previsão legal:
Capítulo II, arts. 53 a 58 do CP (NUCCI, p. 841).
REGRAS PARA APLICAÇÃO DA PENA: Cálculo da
pena
• O Brasil adotou o sistema TRIFÁSICO de aplicação da pena, preconizado
por Nelson Hungria.
• Previsão legal: art. 68, CP.
• 1ª fase: fixação da pena-base, com base nas circunstâncias judiciais do
art. 59, CP que devem ser analisadas e valoradas concreta e
individualmente;
• 2ª fase: juiz aplica circunstâncias legais, atenuantes e agravantes do
art. 61 a 66, CP;
• 3ª fase: aplicação das causas de diminuição e aumento, previstas na
Parte Geral e Especial do CP.
Cálculo da pena
• Art. 68, CP - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste
Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
• Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas
na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só
diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
• Então, o/a juiz/a seguirá a seguinte ordem:
• 1º) Aplicam-se as circunstâncias judiciais do art. 59;
• 2º) Atenuantes;
• 3º) Agravantes;
• 4º) Causas de diminuição;
• 5º) Causas de aumento de penal.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS

• Conceito: são as circunstâncias que envolvem o crime, nos


aspectos objetivo e subjetivo, extraídas da livre apreciação do
juiz, baseado no art. 59, CP, constituindo efeito residual das
circunstâncias legais;
• Previsão legal: Art. 59, CP;
• Não podem ultrapassar o mínimo e o máximo fixados legalmente;
• Pena-base: é a 1ª etapa da fixação do quantum da pena, quando o
juiz elege um montante, entre o mínimo e o máximo legais para o
crime, baseado nas circunstâncias judiciais do art. 59, CP. Sobre a
pena-base incidirão as agravantes e atenuantes (2ª fase) e as
causas de aumento e de diminuição (3ª fase) (NUCCI, p. 928 e
929).
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
• Art. 59, CP - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade
do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da
vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
• Culpabilidade – em sentido amplo (lato), ou seja, é a reprovação social que o crime e o autor do fato
merecem, censurabilidade.
• Antecedentes – histórico criminal do sujeito. Consideram-se apenas as condenações transitadas em
julgado (Súm. 444, STJ). (preponderante -art. 67,CP). Ex.: o fato pelo qual está sendo condenado
agora foi praticado antes do trânsito em julgado dos crimes posteriores (GRECO, p. 707);
• Conduta social – comportamento do réu na comunidade, família, escola, vizinhança etc. Ex.: péssimo
pai e marido violento julgado por lesões; temperamento, vícios
• Personalidade - modo de ser das pessoas, seu comportamento habitual, maneira de reagir às ações de
terceiros (preponderante -art. 67,CP);
• Motivos – precedentes que levaram à conduta criminosa. O que motivou diante de ação passada ou
objetivos a se alcançar (preponderante -art. 67,CP). Se já integrarem o tipo, não são valorados aqui;
• Circunstâncias – elementos acidentais não participantes da estrutura do tipo, embora envolvendo o
delito. Podem ser legais (agravantes e atenuantes) ou judiciais (art. 59). Ex.: lugar, duração etc.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
• Consequências do crime – mal causado pelo crime, que transcende o
resultado típico. Ex.: morte de alguém casado/a e com filhos/as menores,
de cujo trabalho todos dependiam; atropelamento que deixa a vítima
paraplégica; crimes do colarinho branco (GRECO, 2019, p. 711).
• Comportamento da vítima - modo de agir da vítima que pode levar ao
crime. Ex.: exibicionista pode atrair ladrão; vítimas natas (personalidades
insuportáveis, criadoras de casos, extremamente antipáticas, sarcásticas,
irritantes). Estudos da Vitimologia (GRECO, 2019, p. 712).
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES
• Conceito: são circunstâncias legais, objetivas ou subjetivas, que aderem ao
delito sem modificar a sua estrutura típica, influindo apenas na quantificação
da pena – para mais agravantes, para menos atenuantes – em razão da
particular culpabilidade do agente, devendo o juiz elevar ou minorar a pena
dentro do mínimo e máximo abstratamente fixados em lei (NUCCI, p.930);
• Previsão legal: Parte Geral, Arts. 61 a 66, CP;
• Não têm quantum de aumento ou redução predeterminado legalmente (GRECO,
2019, p. 705);
• Não podem ultrapassar o mínimo e o máximo fixados legalmente (Súm. 231,
STJ).
• Agravantes – rol taxativo, numerus clausus;
• Atenuantes – rol exemplificativo. Art. 66, CP (GRECO, 2019, p. 716).
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
• Art. 61, CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
• I - a reincidência (preponderante) – (veja Súm. 241, STJ);
• II - ter o agente cometido o crime:
• a) por motivo fútil ou torpe – fútil = insignificante, desproporcional (ex.: contra garçom). Torpe =
abjeto, vil, que causa repugnância (ex.: contra testemunha);
• b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime;
• c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido. Traição = ato súbito e sorrateiro que atinge a vítima antes de
perceber o crime. Emboscada = tocaia, aguarda a vítima. Dissimulação = ocultação de intenção
hostil;
• d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
podia resultar perigo comum. Veneno = insidioso, sem que a vítima perceba e possa se defender.
Tortura, asfixia, fogo e explosivo = cruéis, provoca sofrimento maiores que os necessários;
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
• Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
• II - ter o agente cometido o crime:
• e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge. - Vínculo comprovado por documentos de identidade
nos autos. Ao/À companheiro/a aplica-se a alínea f) (GRECO, p. 722);
• f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade,
ou com violência contra a mulher na forma da lei específica. - Veja art. 5º, Lei 11.340/06;
• g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão. – Refere-se a
servidores/as públicos/as, religiosos/as e profissionais;
• h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida. – Criança = menor de 12 anos. O
agente deve saber que a mulher está grávida para a incidência dessa agravante;
• i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
• j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular
do ofendido;
• l) em estado de embriaguez preordenada. – art. 28, II, CP. Trata-se da embriaguez voluntária em sentido
estrito, na qual o agente ingere a bebida para se embriagar e para praticar o crime (GRECO, p. 724).
Circunstâncias Agravantes
• Agravantes no caso de concurso de pessoas
• Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
• I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes;
• II - coage ou induz outrem à execução material do crime. – Se a coação for
irresistível, só quem coagiu responde (art. 22, CP). Se a coação for resistível,
ambos respondem, e quem coagiu recebe pena com a agravante em tela.
Induzir = criar a situação na cabeça do agente;
• III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade
ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal. – Instigar =
reforçar ideia preexistente. A autoridade pode ser pública ou privada. Veja:
Escusas absolutórias – arts. 181 e 183, CP;
• IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.
Reincidência
• Conceito: é o cometimento de uma infração penal depois de o agente já ter sido
condenado definitivamente, no Brasil ou exterior, por CRIME anterior.
• Admite-se a reincidência: a) crime antes – crime depois; b) crime antes –
contravenção depois; c) contravenção antes – contravenção depois (art. 7º,
LCP).
• Não se admite reincidência: contravenção antes – crime depois, por falta de
previsão legal (NUCCI, p. 931).
• Art. 63, CP - Verifica-se a reincidência quando o agente comete NOVO crime,
depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o
tenha condenado por CRIME anterior.
• Art. 64 - Para efeito de reincidência:
• I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou
extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo
superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação;
• II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
Reincidência
• Crimes militares próprios – aqueles que só militares podem cometer. Se
praticados por um civil, são atípicos. Afastam a reincidência;
• Crimes militares impróprios – são fato típico ainda que praticados por um
não militar. Aplica-se a reincidência;
• Falsos delitos militares – delitos comuns atribuídos à jurisdição militar,
quando cometidos por um militar. Aplica-se a reincidência;
• Crimes políticos puros ou próprios – atentam exclusivamente contra o
sistema de segurança ou organização interna ou externa do Estado (ex.:
propaganda revolucionária ou subversiva, art. 22, Lei 7170/83). Afastam a
reincidência;
• Crimes políticos impuros ou impróprios ou relativos – além de atentar
contra a segurança ou organização do Estado, lesam bem jurídico tutelado
pela legislação ordinária (ex.: roubo e sequestro com fins político-
subversivos. Art. 20, Lei 7170/83). Afastam a reincidência (GRECO, 2019, p.
720).
ATENUANTES
• Art. 65, CP - São circunstâncias que SEMPRE atenuam a pena:
• I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da
sentença;
• II - o desconhecimento da lei. – Art. 21, CP. Erro de proibição. É inescusável, mas atenua;
• III - ter o agente:
• a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; - Valor moral é de ordem pessoal.
• b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-
lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; - Não se confunde com o
arrependimento eficaz, que é aquele em que se evita a consumação do delito. Não se confunde com o
arrependimento posterior, que é aquele em que a reparação do dano ou restituição da coisa é feita até o
recebimento da denúncia ou queixa (art. 16, CP).
• c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade
superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; - Trata: - da
coaçãõ resistível. Se irresistível, pune-se apenas o autor da coação (art. 22, CP);
• d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime. – Súm. 545, STJ;
• e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
• Art. 66 - A pena PODERÁ ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior
ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO DA
PENA
• Conceito: são causas obrigatórias ou facultativas de aumento ou de diminuição
da pena em quantidades fixadas pela lei, sem que haja um mínimo e máximo
para a pena. Chamam-se qualificadoras em sentido amplo;
• Previsão legal: art. 69 a 71, da Parte geral, e na Parte Especial do CP;
• Têm quantum de aumento ou redução predeterminado legalmente (GRECO, 2019,
p. 705);
• Exemplos de causas legais genéricas (previstas na Parte Geral): art. 14, p. ún.
(tentativa); 16, 21, parte final; 24, §2º; 26, p. ún.; 28, §2º; 29, §§ 1º e 2º; 69;
70 e 71, CP.
• Exemplos de causas legais específicas (previstas na Parte Especial): art. 121,
§§1º e 4º; 155, §1º; 157, §2º; 158, §1º; 168, §1º; 171, §1º; 226 etc.
• Por integrarem a estrutura típica do delito, podem ultrapassar o mínimo e o
máximo fixados legalmente;
• Podem ser previstas em quantidade fixa (ex.: art. 121, §4º = 1/3) ou variável
(Ex.: art. 157, §2º = de 1/3 até a metade) (NUCCI, p. 839, 931 e 932).
Qualificadoras e privilégios

• Conceito: são circunstâncias legais que integram o tipo penal


incriminador, aumentando ou diminuindo a pena obrigatoriamente,
dentro de um mínimo e um máximo previstos em lei. O legislador
altera a faixa de fixação da pena no mínimo e máximo.
• Ex. de qualificadoras: homicídio qualificado – art. 121, §2º; furto
qualificado – art. 155, §4º;
• Ex. de privilégios: homicídio privilegiado – art. 121, §4º; corrupção
privilegiada – art. 317, §2º; explosão privilegiada – art. 251, §1º;
favorecimento pessoal privilegiado – art. 348, §1º, etc.;
• Pode vir previsto em tipo autônomo. Ex.: infanticídio é forma de
homicídio privilegiado – art. 123, CP.
ERRO NA EXECUÇÃO (aberratio ictus)
• Conceito: é o desvio no ataque, quanto à pessoa objeto do crime. Atinge
pessoa diversa. A figura típica é mantida, porém adapta-se às condições e
circunstâncias pessoais da pessoa desejada – vítima virtual (NUCCI, p. 974).
• Espécies ou modalidades:
• A) aberratio com resultado único, unidade simples – art. 73, 1ª parte. Aplica-
se o art. 20, §3º, CP, ou seja responde como se tivesse atingido a pessoa certa;
• B) aberratio com resultado duplo, unidade complexa– art. 73, 2ª parte. Aplica-
se a regra do concurso formal de crimes (art. 70, CP);
• Art. 73, CP - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o
agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa
diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela,
atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser
também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código.
RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO
(aberratio criminis ou delicti)
• Conceito: Trata-se do desvio do crime, ou seja, do objeto jurídico do
delito. Responde por culpa caso a conduta alcançada seja prevista na
forma culposa. Situações que envolvem pessoas e coisas; pessoas e
animais ou coisas e animais.

• Previsão legal:
• Art. 74, CP - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou
erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido,
o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo;
se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70
deste Código.
RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO
(aberratio criminis ou delicti)
• Situações:
• A) A atira em B para matar e acerta no carro de C = tentativa branca de
homicídio contra B. Não há dano culposo no art. 163, CP. Se, ao atirar contra
B, o disparo atingir bem protegido por lei, resguardando-se o patrimônio
histórico (art. 62, p. ún., Lei 9605/98), é possível o concurso formal, pois é
prevista a modalidade culposa;
• B) A atira em B para matar, conseguindo, mas acerta também o carro de C =
homicídio consumado apenas. Caso atinja bem protegido por lei, aplica-se o
concurso formal;
• C) A atira uma pedra no veículo pertencente a C, danificando-o, mas acerta
também em B = dano doloso + lesão culposa em concurso formal;
• D) A, caçador, atira em animal da fauna silvestre, erra, e acerta em B =
tentativa de crime contra a fauna (art. 29, Lei 9.605/98) em concurso formal
com a lesão culposa em B;
• E) A atira no carro de C e erra, atingindo B = tentativa de dano apenas, pois
não existe tentativa de crime culposo (NUCCI, p. 978).
DAS PENAS EM ESPÉCIE: RESPONSABILIDADE
PENAL

• O Código Penal adotou como regra a responsabilidade penal


subjetiva.
• Desse modo, nenhum resultado objetivamente típico pode ser
atribuído a quem não o tenha produzido por dolo ou culpa,
afastando-se a responsabilidade objetiva. Também deve reunir
todos os requisitos da culpabilidade (CAPEZ, 2018, p. 94).
• Na responsabilidade penal o agente infringe uma norma de direito
público. Neste caso, o interesse lesado é a sociedade (ALEIXO).
• É pessoal, intransferível, ou seja, o réu responde com a privação
da sua liberdade (ALEIXO).
LIMITE DAS PENAS
• Limite de cumprimento das penas privativas de liberdade: 30 anos. Para
efeitos de aplicação dos benefícios (livramento condicional, progressão,
remição, etc.) serão calculados sobre o total da condenação (Súm. 715,
STF)
• Fundamentos: a) princípio da humanidade, pois seria cruel manter uma
pessoa no cárcere passado esse prazo; b) princípio da vedação da pena de
caráter perpétuo (art. 5º, XLVII, CR): uma pena fixada em montantes
muito elevados, para efeito de cumprimento como 100 anos, faria com
que o condenado não mais tivesse a chance de sair do presídio (NUCCI, p.
987).
• Previsão legal:
• Art. 75, CP - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade
não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
• Tempo máximo de cumprimento de prisão simples: 05 anos, Lei das
Contravenções Penais (NUCCI, p. 984).
UNIFICAÇÃO DAS PENAS
• Conceito: Possibilidade que o juízo das execuções penais tem de transformar várias
penas (títulos executivos) em uma única (art. 66, III, a), LEP).
• Hipóteses:
• 1) por razões de adequação típica – ex.: não se viu ao tempo das diversas
condenações, que os crimes foram praticados de forma continuada. Assim, o juízo
das execuções pode aplicar o art. 71, CP;
• 2) por motivo de política criminal – ou seja, para cumprir o limite de 30 anos do at.
75, CP.
• Deve ser unificado em 30 anos, para efeito de cumprimento, todo o montante de
penas no sentenciado que ultrapassar esse valor. Cabe ao juiz também unificar as
penas do condenado quando notar que houve concurso de crimes, tais como crime
continuado e concurso formal (NUCCI, p. 984 e 988).
• Previsão legal: Art. 75, CP: § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas
de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas
para atender ao limite máximo deste artigo.
• § 2º - Sobrevindo condenação por fato POSTERIOR ao início do cumprimento da
pena, far-se-á nova unificação, DESPREZANDO-SE, para esse fim, o período de
pena já cumprido.
LIMITE E UNIFICAÇÃO DAS PENAS: SUPERVENIÊNCIA
DE DOENÇA MENTAL DURANTE A EXECUÇÃO DA
PENA
• Neste caso, o condenado possuía saúde mental quando da prática do
delito e quando da condenação. A doença mental, na hipótese, ocorre
durante o cumprimento da pena, ou seja, durante a sua execução. Temos
02 possíveis encaminhamentos:
• 1º) se a enfermidade mental é CURÁVEL e passageira: o condenado é
transferido para tratamento em hospital adequado pelo curto período,
sem que haja conversão da pena em medida de segurança. Uma vez
cessada a causa determinante, o agente volta a cumprir a pena
computando-se no seu tempo o período em que esteve internado;
• 2º) se a enfermidade mental for INCURÁVEL: converte-se a pena em
medida de segurança (art. 41, CP c/c 183, LEP), que será cumprida de
forma determinada, ou seja, o preso será posto em liberdade quando
terminar o tempo da pena a que foi condenado (NUCCI, p. 793 e 794).
Superveniência de doença mental

• Código Penal.
• Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser
recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à
falta, a outro estabelecimento adequado.

• Lei das Execuções Penais (Lei 7.210/84)


• Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de
liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde
mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da
Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá
determinar a substituição da pena por medida de segurança.
REFERÊNCIAS
• ALEIXO, ANGELA. Responsabilidade Civil x Responsabilidade Penal.
Disponível em:
https://angelaaleixo.jusbrasil.com.br/artigos/184001691/responsabilidad
e-civil-x-responsabilidade-penal. Acesso em: 29 set 2019.
• BRASIL. Código Penal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
• ________. Lei das Execuções Penais.
• ________. Lei das Contravenções Penais.
• ________. Lei 9.605/98. Crimes ambientais.
• CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Volume 1, parte geral. 22. ed.
São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
• GRECO, Rogério. Curso de direito penal. Parte Geral. 21. ed. Rio de
Janeiro: Impetus, 2019.
• NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a
120 do Código Penal. Rio de Janeiro: Forense, 2017.

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