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A Concepção de Partido em Rosa Luxemburg

Partido de vanguarda ou de massas ?

Renato César Ferreira Fernandes


Aluno de Graduação do Curso de Ciências Sociais da UNICAMP

A autonomia das massas no socialismo poderia ser o resumo da obra teórica de

Rosa Luxemburg, uma autora que no Brasil só tardiamente transformou-se em objeto de

pesquisa acadêmica. Dos vários campos de estudos teóricos de Rosa Luxemburg, como o

imperialismo, a acumulação de capital, a revolução russa, dentre outros, o presente trabalho

pretende se aprofundar na sua concepção de partido.

Mas há em Rosa uma concepção de partido ? Apesar da autora polonesa não

escrever especificamente e extensivamente uma obra sobre o assunto, nas suas obras podem

ser encontradas muito mais do que apontamentos, mas discussões teóricas sobre o papel do

partido, a relação do partido com as massas e a posição do partido na preparação da

revolução socialista.

Admitindo a existência de uma teoria do partido em Rosa Luxemburg, o que esta

demonstra e o que se diferencia com outras teorias ? Apesar da defesa de muitos

comentadores como Bensaid e Stálin, o partido que Rosa defendia não era de massas, mas

sim de vanguarda e esta é totalmente diferenciada com relação a vanguarda de Lenin, pois

ela não aponta como direção no sentido de dominação (técnica-organizativa), mas esta

próxima ao sentido de rumo ou de direção política. Por isso, apesar do partido que Rosa

defenda ser de vanguarda, ele não é um partido de quadros, mas sim da base das massas ou

de intelectuais militantes. Rosa não despreza a ação do partido, nem das massas, e coloca

que o objetivo da ação do partido é a conquista da autonomia das massas no socialismo, o

que é um todo diferencial na sua obra.


Esta discussão sobre a concepção de partido e suas divergências em relação a Lenin,

Stálin e a Segunda Internacional, centram-se na questão da consciência de classe e na sua

teoria da e para práxis, isto é, na sua compreensão filosófica do marxismo: em relação a

consciência de classe, Rosa Luxemburg teoriza na construção da consciência e da própria

teoria revolucionária através da prática, organizada ou não, da própria massa e que é nessa

prática que as massas concebem sua própria autonomia; em relação a sua compreensão

filosófica, a autora está ligada a tradição marxista que defende a unidade entre a teoria e

prática, ser e consciência, espontaneidade e organização, não caindo na fragmentação dos

campos ou na determinação fundamental do econômico sobre a política, a cultura e a

sociedade – compreendendo dessa forma o processo histórico como uma totalidade em

movimento e não simplesmente um movimento progressivo e linear. Desse sentindo, sua

teoria se constrói numa permanente compreensão do movimento histórico para a ação

revolucionária da classe operária, com o objetivo da construção de uma sociedade

autônoma, democrática e socialista.

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