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ORELHA DO LIVRO
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Ficha catalográfica
A FILOSOFIA DE PETER SLOTERDIJK
1ª EDIÇÃO
EDITORA:
NOTA PRELIMINAR
Apesar de este livro não abordar somente a trilogia das esferas, que
reconhecidamente, no âmbito acadêmico e filosófico é a principal obra de Peter
Sloterdijk, tive o cuidado de utilizar obras menos conhecidas que ajudaram a finalizar
todo esse trabalho para que ao final o leitor pudesse ter uma noção maior de como
Sloterdijk trabalha. Utilizei bastante as aulas e leituras do professor Paulo Ghiraldelli
Júnior no CEFA juntamente com seus artigos e livros. Além disso, o presente livro faz toda
uma pesquisa em vídeos, artigos, sites, livros, PDF, entrevistas e indicações de matérias
de cultura como séries e filmes. Falar de Sloterdijk não é só falar de livros. Temos que ter
uma atenção especial ao onde nós estamos. E como tal, não poderia fazê-lo sem que
colocasse uma ótica contemporânea para como Sloterdijk vê o que chamamos de
“sociedade” também chamada de “síntese social” ou nos tempos atuais, coisas como:
globalização, mídias, imigração, psicopolítica, etc. Ver o mundo como Sloterdijk é fazer
uma “reconstrução fantástica”. É fazer um trabalho de um designer. Talvez todos os
filósofos o sejam em um certo sentido. Quem crê na “reconstrução fantástica” abre uma
porta para um ambiente surreal, não só na temática, mas também com uma variedade
de figuras, imagens, pinturas, livros, esculturas que Sloterdijk usa para presentear seus
leitores com a sua espacialidade.
SUMÁRIO
Introdução
Capítulo 1: Microesferologia
INTRODUÇÃO
Globalização (Im Weltinnenraum des Kapitals: Für eine philosophische Theorie der
Globalisierung), em que o autor dá continuidade às teorias desenvolvidas na trilogia
Esferas e disseca as dimensões do conceito de globalização. Em Ira e Tempo (Zorn und
Zeit), temos um tratado "político-psicológico", onde Sloterdijk analisa a cultura ocidental
a partir da ideia da ira, como "o motor real da história". Iniciado com uma reflexão sobre
a Ilíada, de Homero, epopéia constituída em função da ira de Aquiles, o volume se opõe
à teoria psicanalítica, ao desconstruir a pulsão de morte, situando Eros em um ligar sim
na sociedade, mas elege uma preferência pelo Thymos, que para os gregos, era
responsável pelo arrebatamento da ira, orgulho e reconhecimento. Sloterdijk é uma
máquina de escrever. Fora isso temos sua bibliografia invejável e bem variável com livros
como A Loucura de Deus, Derrida - Um Egípcio, A mobilização Infinita, O Sol e a Morte e
por aí vai. Suas mais recentes publicações são, o Nach Gott: Glaubens - und
Unglaubensversuche de 2017. Traduzindo para o português “Depois de Deus:
Experiências em Fé e Descrença”, What Happened in the Twentieth Century?: Towards a
Critique of Extremist de 2018, livro de ensaios sobre a globalização que aborda também
a questão da migração e da crise dos refugiados, descrevendo o século XX como radical
e surpreendente e analisando qual o caminho que a humanidade continua a percorrer no
século XXI e »Von Morgenröten, die noch nicht geleuchtet haben«: Ein Symposium zu
Peter Sloterdijk (suhrkamp taschenbuch), traduzido como “De amanhecer que ainda não
brilhou" - Um simpósio sobre Peter Sloterdijk de 2018 onde com um representante da
citação atitude por Friedrich Nietzsche (Ecce Homo) dirigiu o Centro de Mídia e Artes em
Karlsruhe, o simpósio, que teve o 70º aniversário da nascido em Karlsruhe diagnosticador
tempo como uma oportunidade para iluminar o trabalho em sua força provocante. Peter
Weibel justificou o projeto: “Como Peter Sloterdijk com sua primeira grande publicação
Critique of Cynical Reason (Crítica da Razão Cínica) em 1983, o palco da filosofia entrou,
tomou-lhes o mesmo (sam) ao terremoto, porque mesmo a primeira frase anunciou em
um tom alto. Durante um século, a filosofia está morrendo e não pode, porque a sua
tarefa não está satisfeita. Embora a filosofia deva deixar de existir, os filósofos continuam
a existir - como pensadores que se opõem à ciência e como poetas que se opõem à arte.
Peter Sloterdijk criado como um poeta, filósofo e cientista uma nova linguagem de
pensar, porque rejeita o passado, a filosofia e a linguagem do passado. Ele luta uma nova
linguagem para pensar ou um novo pensamento para a linguagem”.
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das esferas é uma “teoria geral dos meios”. Acima de tudo, uma “teoria dos meios”
remete a ferramentas (como meio de...). Se soubermos entender isso, entretanto, ela
pode significar também o “meio”, o espaço intermediário, a atmosfera compartilhada. A
esferologia busca fundamentar a midiologia em geral em uma teoria do espaço. No seu
estudo sobre, revela que o motivo da construção moderna de seus “espaços surreais”,
com o palácio de cristal, é a erradicação da penúria e da realidade. Isso significa, em
primeiro lugar, que o que caracteriza a história dos seres humanos é a promessa, o luxo,
a riqueza e é o impulso ao elevado, as tensões verticais ou ao antigravitacional. Porque
só assim por meio de antropotêcnicas é possível fazer um antropo, homo-sapiens. Nosso
vocabulário deveria ser reformulado para não pensar no homem mais sob o crivo de
natureza vs cultura. Os homens teriam se aprimorado cada vez mais tecnicamente para
a conquista de seus espaços, pois inicialmente eles estão como que lesmas no espaço.
Seu corpo a tudo toca, inclusive os seus semelhantes na microesferologia. A técnica, o
ascetismo e seus respectivos sistemas de proteção ou a criação de sistemas de imunidade
são mecanismos de imunologia contra as interferências de seu ambiente externo. A
chamada “sociologia clássica” fica para trás. Esse movimento de gravidade relacionada à
pobreza, à miséria, à dor, à escassez e perdas materiais e não materiais, evolutivamente,
não subsistiu à “pressão ontológica” pelo mimo, conforto e pelo luxo. A generosidade da
mãe e do pai nesse “projeto” é o de dar mais que receber. Dou mais que recebo porque
quero ver a promessa crescer em abundância. Em segundo lugar, o impulso
antigravitacional significou também a vitória de um sentido de realidade simbolicamente
construída. Isto é, nós contemporâneos estamos desonerados por uma conquista de um
mundo de luxo e conforto que passa a utilizar o discurso de recusa de uma degradação
ou miséria. Por isso mesmo, esse discurso venha acompanhado da defesa dos Direitos
Humanos, ideais mais fundamentais das redes sócio técnicas da modernidade (Estado
racional e economia de mercado, Welfare State) ou do liberalismo (igualdade e
liberdade).
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Capítulo 1: Microesferologia
inicialmente imbricados, emaranhados. Ele está aberto desde sempre, ainda que só o
insignificante ou o medíocre iluminem o horizonte. Assim, a relação de intimidade própria
da microesfera é uma relação de ressonância, interpenetração, intersimbiose,
autoconstituição de si com o outro, digamos em outras palavras “relações fortes”. E
pensar em espaços menores anteriores aos espaços maiores. Uma microesferologia vem
antes de uma macroesferologia e estas duas antes de uma esferologia plural. Esta visão
bastante peculiar de Sloterdijk nos dá uma “psicossomática do espírito do tempo”.
Enquanto o processo civilizacional é constituído em seu centro com as ciências e às
coisas, de modo a mantê-los como objetos diante de nós, o sentido fisionômico nos
fornece uma chave para tudo aquilo que a proximidade do mundo circundante denuncia.
Seu segredo é intimidade e não distanciamento. Ele promove um saber das coisas que
não é objetivo, e sim convivial. Sloterdijk toma aqui o conceito de Ivan Illich e o faz
transportar para o domínio da teoria do conhecimento. Sabe-se que tudo tem forma e
que cada forma fala conosco de modo plural. A pele pode ouvir, os ouvidos capazes de
ver e os olhos distinguir o quente e o frio. O “sentido fisionômico” se atém às tensões das
formas e espreita, na vizinhança das coisas, seu expressivo sussurro. Uma fisionômica
filosófica onde não somente a linguagem verbal tem algo a nos dizer, também as coisas
falam para aquele que sabe usar sua sensorialidade.
Sartre e Simone de Beauvoir são os dois principais expoentes do existencialismo.
A ideia central de todo pensamento existencialista é que a existência precede a essência.
Não existe nenhum Deus que tenha planejado o homem e, portanto, não existe nenhuma
natureza humana fixa a que o homem deva respeitar. O homem está totalmente livre é
o único responsável pelo que faz de si mesmo. Nos deparamos com Simone de Beauvoir
e sua obra que até pouco tempo abriu uma série discussões sobre direitos de minoria e
igualdade de gêneros. A frase de Simone De Beauvoir é de um livro de 1949 utilizada no
início da década de sessenta e, até hoje é associada de maneira equivocada por diversas
pessoas. A frase que gerou tantos problemas é de caráter existencialista. A relação de
Simone com Sartre, permite fazer essa suposição. Além disso, o próprio contexto em que
foram ditas essas palavras nos leva para essa ideia.
Vale à pena mencionar o trecho todo sobre o assunto. Segundo Beauvoir (1967,
pp. 9-10):
21
A citação utilizada é nada mais que a ideia do projeto de um “eu” existencial que
é uma verdadeira construção de si mesmo. Escolher aquilo que você quer ser (ideia de
liberdade do Sartre). Uma imagem célebre é fundamental. O fotógrafo Antanas Sutkus
tirou uma foto de Sartre em uma duna. Na fotografia a sua sombra é projetada no chão,
como se o “eu” fosse projetado de mim para o mundo e estivesse sempre no mundo. A
sombra dá ideia de que o “eu” no mundo, brota de mim mesmo. E essa projeção da
sombra sempre estará presente no mundo por meio da liberdade de escolha. Para Sartre
(1970, p. 11):
sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos” (SARTRE, 1970,
p. 6). Se a existência precede a essência, não há nenhuma natureza humana ou Deus que
nos defina como homens. Primeiro existimos, e só depois constituímos a essência por
intermédio de nossas ações no mundo. Então, nada jamais poderá ser explicado tendo
por ponto de partida uma natureza humana dada e definitiva. Não existe nenhuma
espécie de determinismo essencialista. O existencialismo, desta forma, coloca no homem
a total responsabilidade por aquilo que ele é.
Segundo Sartre (1970, p. 4):
O que significa aqui dizer que a existência precede a essência? Significa que,
em primeira instância, o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo
e só posteriormente se define. O homem, tal como o existencialismo o
concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não é nada: só
posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo [...].
O homem é tão somente, não apenas como ele se concebe, mas também
como ele se quer; como ele se concebe após a existência, como ele se quer
após esse impulso para a existência. O homem nada mais é do que aquilo que
ele faz de si mesmo: esse é o primeiro princípio do existencialismo. É também
a isso que chamamos de subjetividade [...].
Sartre disse que o homem está condenado a ser livre.1 Assim, a todo o momento
de escolha o homem é compelido a se inventar, posto que são suas decisões que
constroem a sua essência. Sua filosofia existencialista diz que a verdadeira essência
humana é decidir e é essa qualidade que melhor define o homem. E, diante dessa
condição intrínseca ao ser, cabe ao homem por meio de suas decisões, estabelecer o seu
caminho. Mas, diante da escolha, o homem titubeia, pois, decidir é uma verdadeira
responsabilidade, e ao mesmo tempo em que a escolha é a própria manifestação da
liberdade ela também é a cruz nas costas do homem com todo o seu peso e
consequência. A liberdade é incondicional e é isso que Sartre quer dizer quando afirma
que estamos condenados a sermos livres: “condenado porque não se criou a si próprio;
e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto
fizer”.
Nos dizeres de Sartre (1943, pp. 47-48):
1
SARTRE, Jean Paul. O Existencialismo é um Humanismo. Les Éditions Nagel Paris, 1970, p. 7.
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valores. Estes, com efeito, são exigências que reclamam um fundamento. Mas
fundamento que não poderia ser de modo algum o ser, pois todo valor que
fundamentasse a sua natureza ideal sobre seu próprio ser deixaria por isso de
ser valor e realizaria a heteronomia de minha vontade. […]. Daí que minha
liberdade é o único fundamento dos valores e nada, absolutamente nada,
justifica minha adoção dessa ou daquela escala de valores.
2
JÚNIOR, Paulo Ghiraldelli. O Que São o Sujeito e a Subjetividade? Um Verbete em Filosofia Contemporânea,
2018, p. 1. Sujeito é uma noção antiga, subjetividade uma noção moderna. O sujeito vem do latim
subjectum, que quer diz o substrato e o que subjaz. É a tradução do grego hipokeimenon, que se refere ao
que sustenta a predicação em um enunciado. Subjetividade é uma noção moderna que, como Heidegger
insistiu, foi fundida ao homem pelo grande movimento cultural do Humanismo. Dizendo “eu”, o homem
passou a ser o sujeito (ativo e passivo) da ação e, uma vez substancializado, deu origem a uma instância
filosófica própria. A subjetividade é uma instância com três grandes características: consciência (e
autoconsciência), identidade e autonomia. A consciência e a autoconsciência dizem respeito ao fato de que
o sujeito é aquele que sabe e aquele que sabe que sabe. A identidade diz respeito ao fato de que o sujeito
tem uma identidade ipse (Eu=Eu) e não a identidade idem (A=A). O si-mesmo ou o self, que é o eu que se
sabe, a consciência, sabe-se também como permanente no tempo e no espaço, proprietário de estados
internos em continuidade. Solicita reconhecimento do outro por conta desse saber com o qual se instrui e
se apresenta. Por fim, a subjetividade exibe a capacidade de autonomia, ou seja, de autogoverno, que
pressupõe liberdade e e capacidade para a responsabilidade. Essa instância é que mostra que o sujeito é
aquele que se põe em uma tarefa, que empreende, que se compromete consigo mesmo e com outros.
Disponível em:
<https://www.academia.edu/36081823/O_que_s%C3%A3o_sujeito_e_subjetividade_Um_verbete_em_fi
losofia_contempor%C3%A2nea>. Acesso: 09 Mar. 2018.
24
próprio menino, ou seja, ela não é uma alteridade fria e estrangeira, e sim, um “objet”, o
objeto “eu”. É como se a bolha tivesse surgido de você mesmo, “a subjetividade,
enquanto feito desse cumprimento pelo próprio, não é, pois, uma fundamentação
tranquila, mas um esforçar-se” (SLOTERDIJK, 2004, p. 128).
Bolhas. Gravura a meia tinta. Sobre tela a óleo. Sir John Everett
Millais (1829-1896). G. H. Every. (1887).
Não é por acaso que as filosofias da subjectividade, ao seu nível mais alto,
desembocam em teorias do trabalho; pelo menos o conceito de trabalho –
mesmo depois da sua carreira enganadora em Hegel e Marx –, ainda conserva
uma recordação dos esforços arcaicos para cumprir as promessas do mundo,
e embora hoje saibamos que a equação do sujeito e do «trabalhador» assenta
26
num circuito produtivista, ainda há mesmo assim, fortes razões para sublinhar
o parentesco de origem entre subjcetividade e esforço [...]. Apesar de muito
falarem de actividade, espontaneidade, dever e querer, ao passo que se
refestelavam no metaforismo das fontes com o «manar de si próprio», não
compreenderam forço fundamental, que aflui às espontaneidades, provém do
que há de malnascido no homem. Este torna-se sujeito unicamente porque e
na medida em que, apenas pela saída do ventre materno, não vem ao mundo,
antes tem de fazer enormes esforços adicionais para definir o mundo ao qual
vem, e para nele se ter em pé. Na verdade, a subjectividade só é efectivamente
compreensível, conforme ensinou o idealismo, a partir do fenómeno da
actividade pura, mas esta, por sua vez, não é uma «acção», nem um pousar-se
fichteano nem um escolher-se sartriano, identifica-se antes como esforço,
sempre posto sob tensão, para o sujeito se trazer ao mundo – ripostando à
exposição pré-subjectiva no inquietante –, graças a um nascimento por si
próprio, e nele arranjar lugar, graças a um procedimento próprio. Sujeito é
tudo aquilo que tenta tornar-se e ser o seu próprio mundo – como? Atendo-
se a si próprio, aos seus «princípios» e ao seu cuidado consigo próprio. A
circunstância de ater-se a si próprio mostra vários rostos: aparece como
abstinência, como respeito pelas normas escolhidas, como autonomia, como
conservação e fundamentação de si próprio.
É por isso que Sloterdijk bebe bastante nas fontes de Nietzsche. Segundo aquele,
o homem quando traz a si próprio no mundo não se trata de trabalho, mas de dores e
sofrimento de chegada, de dores do parto (Labors, em inglês). É um literalmente abrir
caminho para tudo o que é exterior, como se pode observar abaixo nas palavras de Peter
Sloterdijk (2004, p. 132):
quando estamos no mundo? Para Heidegger nós já estamos no mundo tomando táxi,
sujeito moral, e no domínio de uma significatividade pública e social. O “ser-aí” do
Heidegger é adulto. Ele é lançado e cai no mundo já de maneira pronta. O que de certa
forma é essencial para compreender a subjetividade em Peter Sloterdijk. Sloterdijk busca
uma ontologia da não estática, uma cinética do ser como algo que vem da inexistência
para a existência e que “aponte para a inexistência”. Ele inverte Heidegger ao afirmar que
o “ser-no-mundo” vem para uma “mobília do mundo”, entretanto, com a narrativa
esferológica ao falarmos de ontologia, devemos entender que o mundo não é uma
mobília povoado por peças já de antemão constituídas. O mundo está povoado por aquilo
em constante movimento, que viaja, transita entre os elementos, mas não como algo
imutável, e sim como algo que transita junto com a transição, algo que se desloca em si
mesmo, transformando-se enquanto muda no espaço e no tempo. Não “ser-no-mundo”,
mas sim, “ser-entrando-no-mundo”. Uma analítica do lugar enquanto “do vir ao mundo”,
ou seja, uma antiga noção vinda da tradição de Sócrates e de uma cosmologia, a de
metoikesis, que tem relação com a mudança de elementos, especificamente, quando ele
fala da mudança de morada da alma ao estar prestes a tomar a cicuta. Com esta noção,
fica um tanto fraca uma filosofia que considere a existência de um ponto de vista estático
e positivo, como se ela não implicasse à inexistência. Só assim é que poderemos
compreender a mobília do ser existente. Os homens são seres sobre os quais há que dizer
que estão no mundo. Em que sentido devemos compreender isto? O que significa o no,
quando ela se apresenta como parte do teorema ser-no-mundo? Estamos no mundo do
mesmo modo que você está no seu quarto? E que por sua vez está na cidade? No país?
No planeta? No universo? Vendo por essa ótica, ficaríamos encapsulados como uma
boneca dentro de outra boneca, numa ordenação espacial de nós próprios cada vez
maior em contentores. Sloterdijk fala que devemos compreender adequadamente a
mobilidade do ser existente, mas no seu vir-a-ser, ou seja, no seu instalar-se, no seu ser-
andando, enquanto seres de mobilidade, já que os humanos estão englobados em
mudanças e elementos que atravessam o mundo, que implica em êxodo e retirada.
Sloterdijk (2017, p. 2):
muito bem e de forma “completa” e “pronta”. Você já sai pulando, comendo, correndo,
caçando, já o homem não, o homem nasce mais ou menos. É um meio termo, nós
nascemos “prematuros”. Somos animais malnascidos mais precisamente.3 Esse é o
ponto.
O homem sai meio feto e meio “completo” – ele é um meio termo. Se você está
dentro da placenta e conectado com a mãe, a partir do momento em que a conexão é
cortada e você nasce, o umbigo é a marca do “outro” em “mim” que esteve aí, é uma
marca da individualização. “Naturalmente, mesmo nos tempos modernos, corta-se por
toda parte o cordão umbilical segundos as regras da técnica; ainda hoje, o umbigo forma
sobre o corpo do sujeito o hieróglifo do drama de sua individuação” (SLOTERDIJK, 2016,
p. 353). Seria como se o outro tivesse me guardado e que posteriormente morreu para
eu vir. A própria placenta é um pedaço de mim que “sobrou”.
Latour (2009, p. 140) fala:
3
SLOTERDIJK. Peter. A Mobilização Infinita: Para Uma Crítica da Cinética Política. Editora: Relógio D’Água,
2004, p. 121.
30
coesão social num mundo sem o amparo da religião. É uma visão meio cínica. A função
da mídia é fazer com que emoções sejam compartilhadas, não apenas transmitir
informações. A cada ano fica mais claro que surgem novas categorias para dar conta
disso. Não se pode explicar isso a partir de uma teoria da comunicação. Há sedução.
Precisamos falar de epidemiologia. A mídia pode disseminar doenças mentais coletivas.
Temos de recorrer também à parasitologia. Bruno Latour, amigo de Sloterdijk trabalha
muito isso. E por que o meio, o “entre”? Por que a pergunta de Peter Sloterdijk vem de
um insight de quem é um leitor inovador de Heidegger: “onde estamos quando estamos
no mundo?” Essa pergunta é semelhante a uma outra: se o Dasein é o ser-aí, onde é e
como se manifesta esse “aí”? O “Dasein”, o sujeito, ontologicamente falando é espacial,
porque quando se fala no “ser-aí” esse “aí” é o campo histórico. O sujeito não pode
semear sua história senão por meio de um espaço.4 Porque por mais que o aí do ser-aí
seja histórico e, assim sendo, nos dê o Dasein como o que se mostra fora das abstrações
que buscam tradicionalmente descrever o homem, colocando-o sempre em uma linha
de etiquetagem de ideias preconcebidas – “filho de Deus”, “animal racional”, “animal
político” (ideias substancialistas e essencialistas), a historicidade completa necessita se
ater ao espaço. Fora disso, o “aí” do ser-aí ainda seria, também, uma abstração. O Dasein
não pode esbanjar historicidade se não esbanja espacialidade. Tomar o Dasein como o
que não é algo somado às suas condições, mas é tudo que chamamos de “aí”, é tomar o
homem como o que é uma contínua existência, ele não é nada senão o que habita e
cohabita. A esferologia é composta de “bolhas”, “globos” e “espumas”. As bolhas são o
que cabe investigar no âmbito de uma microesferologia, no caso, então, a intimidade.
Mas a intimidade aqui visto espacialmente, tem de ser estudado pelo historiador do
espaço, o arqueólogo. Sloterdijk se faz filósofo à medida que se põe como um arqueólogo
da intimidade. Trata-se de um profissional que busca encontrar peças antigas de
designers de interior (hominídeos e proto-símios; animais antigos com parentesco com
os primatas e sapiens) que viveram no passado deixaram como relíquias, no sentido de
aperfeiçoar o meio no qual estiveram em suspensão. A questão toda é investigar as
mutações do “entre”, “do meio ambiente”, da esfera que podemos chamar de
4
SCHINKEL & EELENS. Peter Sloterdijk’s Spherological Poetics of Being. Amsterdam University Press, 2011,
p. 12.
31
intimidade, em várias fases. Esse “entre” é o que preenche toda a esfera e a constituições
por conta de ressonância.
O homem não é algo antes de ser lançado ao mundo, ou melhor, se lançar ao
mundo. O sujeito é um lançar-se ao mundo, mas ele está tão nu, tão aquém de tudo que
não possui muita chance de sobreviver. A vida intrauterina é uma “vida nua” conforme
falou Agamben,5 é simplesmente o “estar vivo” que conta nada mais. Este “aí” que é um
“entre” ou um “meio”, não é algo que já vem colado ao homem, mas é o próprio homem.
A protohistória da subjetividade é a história da subjetividade enquanto história da
intimidade no dois que é um. É a história espacial de nós mesmos enquanto nós mesmos.
Assim, tomando o “Dasein” nessa concepção, conseguimos efetivamente nos livrar de
qualquer metafísica clássica do substancialismo ou essencialismo do sujeito. Pois essa
intimidade só se faz com o “outro” em ressonância “comigo” dentro da própria esfera.
Sobre isso Sloterdijk (2004, p. 122-124):
5
AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: O Poder Soberano e a Vida Nua. Belo Horizonte. Editora: UFMG, 2014,
p. 12.
32
6
Filme: Gravidade (2013).
33
Sloterdijk quer domar esse “fora”, o “exterior”. Ele quer exorcizar esse caos exterior em
que somos postos para termos domínio e controle daquilo que não conhecemos. É beijar
e saborear o exterior e não enlouquecer. Portanto, aquilo que o Heidegger ama e é
fascinado, trabalhando a sua Filosofia o “exterior caótico” e sem sentido, Sloterdijk quer
domar, porque a partir desse conhecimento e domínio do não conhecido é que somos
capazes de sobreviver. No livro “O Sol e a Morte” de Sloterdijk7 encontramos um “phatos”
anti-existencialista, o “nasci só e vou morrer só” não tem sentido. Para ele, nós nascemos
acompanhados e vamos morrer acompanhados de anjos, daimons, gênios, a voz da mãe,
demônios, entre outros. Pois, existem “outros em mim”, o individualismo é uma ficção.
Sloterdijk é o pensador do dentro. Não um pensador do trágico. Ele quer pensar
contrariamente ao Nietzsche, mas sempre lhe utilizando como base.
Em “Regras para o Parque Humano”,8 existe a ideia de “eugenia”, onde
Sloterdijk dialoga com a “Carta sobre o Humanismo” de Heidegger, nada mais que uma
herança forte de Nietzsche em pensar sobre o “pós-humano”. Ele vê com desprezo o
Humanismo, entendido como a história da domesticação do homem e da criação dos
saberes – criação da tecnologia e da escrita. O Humanismo está em crise devido às
mudanças tecnológicas e antropológicas. A tradição de Nietzsche advém da Cosmologia,
onde a perspectiva não é do ser humano e sim do “Cosmos” (mais um motivo para sua
visão negativa). O homem passou a ser um especialista de algo. E, para isso, utiliza
conceitos de domesticação, luxo, mimos e antropotécnicas. No filme Labirinto do Fauno
(2006) um dos personagens é o verdadeiro “monstro humanista”. Ele é uma espécie de
animal que tem os olhos nas mãos. Incorpora a visão também ao tato. Não se pode
apenas ver ou tocar. O desejo é de ambos. Sloterdijk está preocupado com a
domesticação do animal – homem. Como que fizemos de um animal selvagem um ser
domesticado? Como se deu esse processo? Temos uma resposta Marxista-hegeliana: a
transformação é pelo trabalho-homem. Já a resposta contemporânea é a do Habermas
se produz por meio de uma linguagem. A comunicação é o elemento central da
autoprodução humana. Uma interação (o homem é um ser de relações) não é sujeito
nem objeto (filosofia antiga). Herdeiro de Nietzsche, Peter Sloterdijk responde
7
SLOTERDIJK. Peter. O Sol e a Morte. Lisboa: Relógio D’Água, 2007.
8
SLOTERDIJK, Peter. Regras para o Parque Humano: Uma Resposta à Carta de Heidegger Sobre o
Humanismo. São Paulo. Estação Liberdade, 2000.
34
Será que a natureza impõe uma tarefa tão exigente no respeitante ao homem?
Como lhe veio a ideia de gerar seres que, para poder viver, têm de lançar-se na aventura
da sua própria criação? Nietzsche deixa estas interrogações sem resposta. No entanto, a
sua maneira de falar da tarefa que a Natureza atribuiu a si mesma convida a pensar numa
mãe ambiciosa, que triunfa por intermédio dos seus filhos. Na retórica nietzschiana da
intensificação e da criação, vem muito nitidamente caracterizado o processo autonatal
da vida intensificada por atração das promessas mais elevadas. Marx identificou o
homem como inato parturiente de si próprio: “como para o homem socialista, porém
toda a chamada história universal nada mais é do que a geração do homem pelo trabalho
humano, ele tem, pois, a prova evidente e irrefutável do seu nascimento por si próprio”.9
Mas dos triunfos e dos tormentos da labuta autonatal só Nietzsche, não Marx, consegue
dar uma noção, pois ele, ao contrário do pensador do socialismo, sabe que quando o
homem se traz a si próprio ao mundo, não se trata de trabalho, mas de fadigas da
gravidez, de sofrimentos da chegada, de dores de parto (em inglês labors), de esforços
pela existência (em grego, ponos), dos inevitáveis gastos autonatais da vida, aos quais
não corresponde nenhuma requisição, quando muito a euforia de respirar ao ar livre. Na
visão de Sloterdijk, o mundo é um feixe de relações (cosmos). O homem é um ser da
prática. Argumenta até no sentido de que devemos largar de configurar e encarar o
homem como um “comunicador” ou um “trabalhador”. Na verdade, o homem é o ser da
busca pela performance através da repetição (prática em si). Para Sloterdijk, o homem
amanhã vai fazer a mesma coisa melhor do que ele faz hoje. A catástrofe esferológica é
9
MARX, Karl. Die Frühschriften, ed. por S. Landshut, Estugarda 1968, pp. 247-248.
35
o nascimento. Sair do dois que é um. Para isso, o ser humano vai produzir mecanismos
de esferas. A quebra do cordão umbilical (passando a ser um) para imediatamente
reconstituir a matriz de dois novamente (mãe ou o peito, por exemplo). O homem
procura o fora. Sua conquista é no exterior. Nossas atuais construções, a expansão do ser
humano desde as cavernas, hordas e o Estado são a forma de reconstruir díades com o
que me é estranho (reconstituir sistemas imunológicos). Uma verdadeira domesticação
do espaço externo. O conceito de esferas em Sloterdijk é algo projetado para longas
durações, não se utilizando do referencial Humanista.
A obra “Esferas” é uma fenomenologia dos espaços vividos (habitados). A esfera
sempre é uma unidade de dois. Uma pessoa caminhando no deserto é uma esfera, o bebê
com a mãe outra. Assim, temos uma abordagem que não é sociológica nem econômica
e sim, antropológica. Uma das definições de ser humano é que o ser humano é um
interior que habita um puro exterior, um universo extenso, a matéria, o “Cosmos” sem
sentido e vazio. O filósofo alemão diz sem rodeios. “Início a ontologia com o número Dois”
(SLOTERDIJK, 2007, p. 121). Sloterdijk cria então, uma investigação desse processo de
“esferalização”, do ponto de vista ontogênico, filogenético e do que é o micro. Isso ele
chama de “arqueologia da intimidade”. Sloterdijk está preocupado com a “domesticação
do ser” e se propõe a tratar o homem sem o crivo humanista e, portanto, se apropria da
terminologia de Heidegger. O homem é o Dasein. Ou seja, não é o princípio deslocado
(um buraco no Dasein pela linguagem),10 como o homem adulto e já pronto, único,
isolado do Humanismo, mas o ser que está lançado na existência e no puro exterior, e
isso é o que conta. Entretanto, Sloterdijk amplia a noção de Dasein ao quebrar com o
receio de Heidegger quanto à antropologia que para ele reintroduziria o vício humanista,
o homem isolado, ou o “homem animal racional” de Aristóteles.
Se temos a placenta e seu feto, como está em Bolhas, tudo fica ainda mais claro.
E nisso o homem nunca aparece sozinho como substância. A subjetividade e o protótipo
10
Entrevista de Peter Sloterdijk no Brasil: “O Que Separa o ser Humano da Natureza”, 2016. Ele diz que
houve uma nova promessa de sonho entre homem e natureza, porque o primeiro Romantismo Alemão no
início do século XIX tinha um aspecto reprimido de madrasta, que foi substituído por uma fantástica figura
ideológica de mãe. Na verdade, os seres humanos são, em primeira linha, pronunciados pela sua
bionegatividade. Quer dizer que o humano é um fantasma da sua língua. E a língua, é sempre seu retiro
instintivo e a sua unidade com a biológica condição e, necessariamente, é o que o distancia da primeira
natureza. Entre o homem e a natureza a uma grande cova que é rasgada pela ordem simbólica e reunida
de fantasia o que não pode ser superado. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=EKbfweNE1zw>. Acesso: 28 Set. 2016.
36
É um jogo de dois em um. Uma noção de espaço interior entre o olho do menino
e a bolha. As coisas do mundo não são nossas. As coisas funcionam e se movem a partir
do que nós estamos realizando. A noção de bolhas de Peter Sloterdijk é composta pela
trilogia (Sphären): Esferas, Globos e Espumas. O “Blasen” (Bolhas). É a parte I. Trata da
primeira esfera. Globos (parte 2) seria a geometrização do mundo, o asseguramento do
pequeno para o grande, o processo de transposição do espaço interior para a
geometrização do exterior algo como transferir o interior que faz sentido para o grande.
E por fim, a terceira parte, chamada “Schäume” (Espumas), que trata da história do
homem e a história da luta pelo mimo, luxo e sua domesticação. A primeira esfera diz
respeito à “arqueologia da intimidade” os seres humanos no mundo da coexistência, em
37
Essa sequência é assim porque cada vida percorre em seu começo uma fase em
que uma suave demência a dois preenche o mundo. Cuidados extáticos misturam mãe e
criança em uma redoma de proximidade e amor, cujos ecos se mostram efetivos em
todas as circunstâncias para uma vida feliz. Desse dois rapidamente vem um terceiro, um
quatro. Com a saída da vida individualizante para fora de seu invólucro original, surgem
os polos suplementares e configurações espaciais mais extensas, que determinam, a cada
passo, uma crescente amplitude de cuidados e participações até se chegar a vida adulta.
Kokeshi.
parece ser algo impossível sem conceder algo ao delírio da sua tribo. A esferologia é
pensada desde o início com processos de transposições das microesferas para as
macroesferas. Mas o que ela exprime inicialmente é a saída do vivente dos regaços
maternos sejam eles reais ou virtuais. E daí para o cosmos denso das civilizações regionais
desenvolvidas e, para além delas, os mundos de espuma não redondos e não densos da
moderna cultura global. As Esferas são formas enquanto forças do destino. Começando
pelo murmúrio fetal em suas águas escuras privadas, até o globo cósmico-imperial.
Quando o filósofo Hans Jonas reformulava o imperativo categórico estava fazendo um
imperativo ecológico, fazendo isso encontrava um pensamento antecipador de
contornos definidos para o século que estamos ao se encontrar impedido ante a incerteza
a respeito da solidariedade de seus semelhantes porque sua vitória só pode acontecer
perante a derrota de outros. Para se conformar o vínculo de recuperação da confiança
no enfrentado e em geral na coexistência humana para colapsar a relação clássica entre
amizade e inimizade, Sloterdijk recorre para estrutura co-imunizantes de civilização, a
imunidade planetária.11 Uma estrutura que oferece o ator ocupar um lugar de sete
milhões como cidadão do mundo.
Isso pode ser observado quando Sloterdijk menciona (2015, p. 90):
11
SLOTERDIJK, Peter. You Must Change Your Life. Malden: Polity Press, 2013, p. 451.
42
12
JÚNIOR, Paulo Ghiraldelli. O Que São Sujeito e Subjetividade? Um Verbete em Filosofia Contemporânea,
2018. Disponível em:
<https://www.academia.edu/36081823/O_que_s%C3%A3o_sujeito_e_subjetividade_Um_verbete_em_fi
losofia_contempor%C3%A2nea>. Acesso em: 05 Mar. 2018.
44
Matriosca.
13
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Genealogia da Moral: Uma Polêmica. São Paulo: Editora Companhia das
Letras, 2008, p. 72.
46
vida é lançada ao caos. Isso leva as microesferas íntimas com suas bolhas a desaguar, e
seus antigos habitantes à metamorfose.
47
REFERÊNCIAS:
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. 2º volume. 2ª edição. São Paulo. Editora: Difusão
Europeia do Livro, 1967, pp. 9-10.
SARTRE, Jean Paul. O Existencialismo é um Humanismo. Les Éditions Nagel Paris, 1970, p.
11.
______. A Mobilização Infinita: Para Uma Crítica da Cinética Política. Lisboa. Relógio
D’Água, 2004, p. 127.
48
______. A Mobilização Infinita: Para Uma Crítica da Cinética Política. Lisboa. Relógio
D’Água, 2004, pp. 128-129
______. A Mobilização Infinita: Para Uma Crítica da Cinética Política. Lisboa. Relógio
D’Água, 2004, p. 128.
______. A Mobilização Infinita: Para Uma Crítica da Cinética Política. Lisboa. Relógio
D’Água, 2004, p. 132.
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ao Imperialismo, Diz Filósofo Peter Sloterdijk, 2017, p. 2. Disponível em:
<http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,cultura-brasileira-fornece-contrapeso-ao-
imperialismo-diz-filosofo-peter-sloterdijk,70001704494>. Acesso 02 Mar. 2018.
3 - ______. A Mobilização Infinita: Para Uma Crítica da Cinética Política. Editora: Relógio
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LATOUR, Bruno. Harvard Design Magazine. Spheres And Networks: Two Ways to
Reinterpret Globalization, 2009, p. 140. Disponível em: <http://www.bruno-
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5 - AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: O Poder Soberano e a Vida Nua. Belo Horizonte.
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8 - ______. Regras para o Parque Humano: Uma Resposta à Carta de Heidegger Sobre o
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9 - MARX, Karl. Die Frühschriften. ed. por S. Landshut, Estugarda 1968, pp. 247-248.
RIBEIRO, Rodrigo Petrônio. Tese de Mestrado: Ciências da Religião. São Paulo. Uma
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<https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/1891/1/Rodrigo%20Petronio%20Ribeiro.
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11 - ______ . You Must Change Your Life. Malden: Polity Press, 2013, p. 451.