Sie sind auf Seite 1von 27

SÉRGIO GAÚCHO

MPU

DIREITO ADMINISTRATIVO

AULA 1-2
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
18. (CESPE/2016 – DPU – Técnico) A administração pública em sentido formal,
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA orgânico ou subjetivo, compreende o conjunto de entidades, órgãos e agentes
públicos no exercício da função administrativa. Em sentido objetivo, material ou
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
funcional, abrange um conjunto de funções ou atividades que objetivam realizar o
1. (CEBRASPE/2013 - AE/ES) Atualmente, Estado e governo são considerados interesse público.
sinônimos, visto que, em ambos, prevalece a finalidade do interesse público.
19. (MPE/SC/2016 – Promotor) A administração pública, no sentido subjetivo,
2. A Administração não pratica atos de governo; pratica tão-somente, atos de designa o conjunto de órgãos e agentes estatais responsáveis por funções
execução, os chamados atos administrativos, com poderes de decisão limitados a administrativas. No sentido objetivo, a administração pública é um complexo de
atribuições de natureza executiva, conforme definidos em lei. atividades concretas visando o atendimento do interesse público.

3. A Administração corresponde ao conjunto de órgãos políticos, de comando, 20. Na administração pública, a ação referente ao desempenho perene e
iniciativa, fixação de objetivos do Estado, que comanda com responsabilidade sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos
constitucional e política. em benefício da coletividade, é denominada administração institucional.

4. A função política se caracteriza por não ter subordinação jurídica direta, ao 21. (CESPE/2008 - SEFAZ/ES) Define-se, como administração pública externa ou
contrário da função administrativa que se sujeita a regras jurídicas superiores. extroversa, a atividade desempenhada pelo Estado, como, por exemplo, a
regulação, pela União, da atividade de aviação civil pelas respectivas
5. (MPE-SC/2016 – Promotor) Sinônimo de função de governo para a doutrina concessionárias.
brasileira, a função administrativa consiste primordialmente na defesa dos
interesses públicos, atendendo às necessidades da população, inclusive mediante 22. (CESPE/2015 – TRE-MT - Analista) As atividades de polícia administrativa, de
intervenção na economia. prestação de serviço público e de fomento são próprias da administração pública
em sentido objetivo.
6. (FUNIVERSA/2016 – IF/AP – Administrador) O Estado, pessoa jurídica de direito
público interno, compreende tanto atribuições de governo como de administração 23. (CESPE/2013 – MPU – Analista) A criação de autarquia é uma forma de
pública. No desempenho da atividade de administração pública, o Estado descentralização por meio da qual se transfere determinado serviço público para
outra pessoa jurídica integrante do aparelho estatal.
a) comanda com responsabilidade técnica e legal, contudo sem responsabilidade
constitucional ou política. 24. (CESPE/2012 – PCAL – Agente) Com relação à organização da Administração
Pública, centralização desconcentrada compreende a atribuição administrativa
b) comanda com responsabilidade constitucional e política, mas sem conferida a uma única pessoa jurídica dividida internamente em diversos órgãos
responsabilidade profissional pela execução. públicos, como se faz em relação aos ministérios.
c) estabelece seus objetivos, conduzindo os negócios públicos. 25. (CESPE/2015 – TRE/RS – Técnico) A respeito de organização administrativa,
d) executa atos decisórios que impliquem a fixação de metas, de diretrizes ou de assinale a opção correta.
planos governamentais. a) Os entes da administração indireta não se sujeitam ao controle finalístico de
e) comanda com responsabilidade técnica, legal, constitucional e política. entes da administração direta.

7. O conjunto de prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração e que b) A definição dos órgãos, entes e pessoas que compõem o aparelho
não se encontra nas relações entre particulares constitui o regime jurídico administrativo estatal decorre do estudo da organização administrativa do Estado.
administrativo. c) A prestação centralizada dos serviços ocorre quando pessoas jurídicas de
8. (CESPE/2010 – MPU – Analista) As prerrogativas do regime jurídico direito público vinculadas à administração indireta e criadas para este fim executam
administrativo conferem poderes à administração, colocada em posição de atividades de caráter público.
supremacia sobre o particular; já as sujeições servem de limites à atuação d) A descentralização ocorre dentro de um mesmo ente, de maneira expressa e
administrativa, como garantia do respeito às finalidades públicas e também dos transitória, quando se promove a extensão de uma competência administrativa
direitos do cidadão. entre agentes públicos.
9. (PUC-PR/2014 – TJPR – Juiz) O Brasil adotou, desde a instauração da primeira e) O instituto da descentralização decorre do princípio hierárquico.
República, o sistema da jurisdição única, com exceção do período de vigência da
Emenda Constitucional nº. 07/77, com a instalação dos dois contenciosos 26. (CESPE/2016 – DPU – Agente) A desconcentração de serviços é caracterizada
administrativos por ela estabelecidos. pelas situações em que o poder público cria, por meio de lei, uma pessoa jurídica e
a ela atribui a execução de determinado serviço.
10. A adoção do sistema inglês implica vedação à existência de solução de litígios
em âmbito administrativo, uma vez que todos os conflitos – administrativos ou 27. (CESPE/2016 – PCPE – Delegado) Desconcentração é a distribuição de
privados – devem ser resolvidos pelos órgãos do Poder Judiciário. competências de uma pessoa física ou jurídica para outra, ao passo que
descentralização é a distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa
11. (CEBRASPE/2016 – PCPE – Delegado) No Brasil, por não existir o modelo da jurídica, em razão da sua organização hierárquica.
dualidade de jurisdição do sistema francês, o ingresso de ação judicial no Poder
Judiciário para questionar ato do poder público é condicionado ao prévio 28. (CESPE/2013 – MPU – Técnico) A transferência pelo poder público, por meio
exaurimento da instância administrativa. de contrato ou ato administrativo unilateral, apenas da execução de determinado
serviço público a pessoa jurídica de direito privado corresponde à descentralização
12. O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições por serviços, também denominada descentralização técnica.
desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
29. (CESPE/2013 – MPU – Conhecimentos Básicos) A criação de ministérios pela
13. Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação perante o União constitui exemplo de descentralização administrativa.
STF só será admitido após esgotamento das vias administrativas.
30. (CESPE/2010 – MPU – Técnico) A descentralização administrativa efetivada
14. A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso mediante delegação decorre de ato unilateral do Estado e, normalmente, tem prazo
do mandado de segurança contra omissão da autoridade. indeterminado.
15. (CEBRASPE - 2015 - MPOG – Analista) Administração pública, em sentido 31. (CESPE - 2013 - TRE-MS - Técnico) A centralização é a situação em que o
amplo, abrange o exercício da função política e da função administrativa, estando Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos inúmeros órgãos e
ambas as atividades subordinadas à lei. agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional.
16. (CEBRASPE - 2015 – TRE-MT - Analista) A administração pública em sentido 32. (CESPE - 2015 – DPE-RN – Defensor) Por meio da descentralização, o Estado
estrito abrange os órgãos governamentais, encarregados de traçar políticas transfere a titularidade de certas atividades que lhe são próprias a particulares ou a
públicas, bem como os órgãos administrativos, aos quais cabe executar os planos pessoas jurídicas que institui para tal fim.
governamentais.
33. (CESPE/2016 – TCE/PA) Em razão da complexidade das atividades incumbidas
17. (CESPE/2016 – PCPE – Delegado) A administração pública, em sentido estrito à administração pelas normas constitucionais e infralegais, existem, nos estados,
e subjetivo, compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes públicos que diversas secretarias de estado com competências específicas, notadamente em
exerçam função administrativa.

Página 1
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
função da matéria. Essa distribuição de atribuições denomina-se descentralização 13. Na administração pública, a ação referente ao desempenho perene e
administrativa. sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos
em benefício da coletividade, é denominada
34. (CESPE/2016 – TCE/PA – Auditor) O Congresso Nacional aprovou uma reforma
administrativa proposta pelo presidente da República que reduziu o número de a) funcional. b) institucional. c) operacional.
ministérios. Nesse contexto, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério da
Previdência Social foram fundidos, tornando-se Ministério do Trabalho e d) conceitual. e) interpessoal.
Previdência Social. A fusão do Ministério do Trabalho e Emprego com o Ministério 14. A administração pública em sentido estrito abrange apenas os órgãos
da Previdência Social mencionada é exemplo de concentração administrativa. governamentais encarregados de traçar políticas públicas.
35. (FGV/2014 – SUSAM – Advogado) O governo do Estado pretende transferir a 15. (CEBRASPE - 2014 - SUFRAMA - Analista) Do ponto de vista objetivo, a
atribuição de fiscalizar as condições de salubridade dos hospitais da Secretaria de expressão administração pública se confunde com a própria atividade administrativa
Saúde para determinada autarquia. Ao implementar tal medida, estará realizando exercida pelo Estado.
a) a desconcentração, pois desaglutinou atribuições. 16. (CEBRASPE - 2015 – TCU - Procurador) O poder de polícia e os serviços
b) a descentralização, pois desaglutinou atribuições. públicos são exemplos de atividades que integram o conceito de administração
pública sob o critério material.
c) a concentração, pois aglutinou atribuições.
17. O fomento abrange a atividade administrativa de incentivo a qualquer iniciativa
d) a centralização, pois aglutinou atribuições. privada que requisite subvenções ou financiamentos.
e) a centralização e a descentralização ao mesmo tempo. 18. (CEBRASPE - 2014 - SUFRAMA - Agente) Desconcentração administrativa é a
distribuição de competências entre órgãos de uma mesma pessoa jurídica.
19. (CEBRASPE - 2012 - IBAMA - Técnico) A organização das competências da
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO União em ministérios é exemplo de desconcentração material.
1. (CEBRASPE/2005/TRE-GO/Técnico Judiciário/Administrativa) O que caracteriza 20. (CEBRASPE - 2014 - TJ-SE – Técnico) Verifica-se a descentralização por
o governo e a administração pública é a produção de atos políticos e a atuação colaboração quando o poder público, por meio de contrato ou ato administrativo
politicamente dirigida, traduzida em comando, iniciativa e fixação de objetivos do unilateral, transfere a titularidade e a execução de determinado serviço público a
Estado. pessoa jurídica de direito privado.
2. O Estado, pessoa jurídica de direito público interno, compreende apenas as 21. (CEBRASPE - 2012 - TJ-AL - Auxiliar) A descentralização pode ser feita por
atribuições de governo. meio de outorga ou delegação, meios de que dispõe o poder público para transferir,
3. (CEBRASPE/2013/MI/Técnico) A administração pratica atos de governo, pois por tempo determinado, a prestação de determinado serviço público a ente público
constitui todo aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, ou a particular.
visando à satisfação das necessidades coletivas. 22. (CEBRASPE - 2014 - MTE - Contador) Ocorre o fenômeno de descentralização
4. (CEBRASPE - 2013 - MI – Analista) Os conceitos de governo e administração por serviços quando, por exemplo, no âmbito do MTE, cria-se um novo órgão e a
não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao ele são transferidas determinadas competências para a execução de serviços
passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica. públicos.

5. Estado e Governo são conceitos distintos. 23. (CEBRASPE - 2015 – TRE/RS - Técnico) O instituto da descentralização
decorre do princípio hierárquico.
6. (FUNIVERSA/2016 – IFAP – Auxiliar) No sistema de governo brasileiro, os
chefes do Poder Executivo (presidente da República, governadores e prefeitos) 24. Na centralização, o serviço público é exercido diretamente pelos órgãos do
exercem, ao mesmo tempo, as funções administrativa (Administração Pública) e Estado, em seu nome e sob sua responsabilidade.
política (governo). No entanto, são funções distintas, com conceitos e objetivos bem 25. (FUNIVERSA - 2015 - UEG - Analista) Quando o poder público central, como,
definidos. Acerca de Administração Pública e governo, assinale a alternativa por exemplo, a União, cria um ministério, órgão sem personalidade jurídica, para
correta. desempenhar certa atividade específica de sua competência, tem-se um exemplo
a) Administração Pública e governo são considerados sinônimos, visto que ambos de descentralização administrativa.
têm como objetivo imediato a busca da satisfação do interesse coletivo. 26. (FGV/2015 – Prefeitura de Cuiabá – Técnico) No Município X, as atividades de
b) As ações de Administração Pública têm como objetivo a satisfação do interesse turismo e lazer são exercidas pela Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e
público e são voltadas à execução das políticas públicas. Turismo. Procurando melhorar e intensificar essas atividades, observados todos os
procedimentos e normas legais para tanto, o Prefeito e o Secretário decidiram
c) Administração Pública é a atividade responsável pela fixação dos objetivos do desmembrar o órgão especializado para melhorar sua organização estrutural e
Estado, ou seja, nada mais é que o Estado desempenhando sua função política. desenvolver, prioritariamente, atividades esportivas nas comunidades locais. A
situação hipotética apresentada configura um caso de
d) Governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas de que o Estado
dispõe para colocar em prática as políticas públicas. a) descentralização administrativa.
e) A Administração pratica tanto atos de governo (políticos) como atos de b) avocação administrativa.
execução das políticas públicas.
c) desconcentração administrativa.
7. (CEBRASPE - MTE 2014) Em razão da submissão ao regime jurídico
administrativo, a administração pública não dispõe da mesma liberdade para d) centralização administrativa.
contratar que é conferida a particular. e) concentração administrativa.
8. (CEBRASPE/2016 – PCPE – Escrivão) A administração exerce atividade política 27. (FGV/2014 – TJ/RJ – Analista) Município criou, por meio de lei específica, uma
e discricionária. autarquia atribuindo a ela a titularidade e a execução de determinado serviço
9. (CEBRASPE - Polícia Federal 2014) Em face do princípio da isonomia, que rege público. Tal delegação, em Direito Administrativo, é denominada:
toda a administração pública, o regime jurídico administrativo não pode prever a) desconcentração, e a autarquia é pessoa jurídica de direito público;
prerrogativas que o diferenciem do regime previsto para o direito privado.
b) desconcentração, e a autarquia faz parte da administração direta;
10. O Brasil adota o sistema de jurisdição Francês para solucionar os conflitos de
interesses. c) descentralização, e a autarquia faz parte da administração indireta;
11. A Administração em sentido amplo engloba apenas a atividade administrativa d) descentralização, e a autarquia é pessoa jurídica de direito privado;
desempenhada pelo Estado.
e) outorga, e a autarquia faz parte da administração direta.
12. (CEBRASPE - MIN 2013) Em sentido objetivo, a expressão administração
pública denota a própria atividade administrativa exercida pelo Estado.

Página 2
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
Gabarito (fixação) 3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o
1. E 2. E 3. E 4. C 5. C 6. B 7. C entendimento da Administração for notória e reiteradamente contrário à postulação
8. E 9. E 10. E 11. E 12. C 13. C 14. E do segurado. (...) RE 631240/MG – Roberto Barroso)
15. C 16. C 17. E 18. C 19. C 20. E 21. E
22. E 23. E 24. C 25. E 26. C 27. C

LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5º.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito.

Art. 217.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições
desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

LEI Nº 11.417/2006
Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de
súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá
reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros
meios admissíveis de impugnação.
§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será
admitido após esgotamento das vias administrativas.

LEI Nº 12.016/2009
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 267/STF: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de
recurso ou correição.
Súmula 429/STF: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não
impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

HD 22/DF
A prova do anterior indeferimento do pedido de informação de dados pessoais, ou
da omissão em atendê-lo, constitui requisito indispensável para que se concretize o
interesse de agir no habeas data. Sem que se configure situação prévia de
pretensão resistida, há carência da ação constitucional do habeas data. (HD 22/DF
– 1991, Min. Celso de Mello)

RE 631240/MG
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉVIO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM AGIR.
1. A instituição de condições para o regular exercício do direito de ação é
compatível com o art. 5º, XXXV, da Constituição. Para se caracterizar a presença
de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo.
2. A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do
interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua
apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua
análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se
confunde com o exaurimento das vias administrativas.

Página 3
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
- MP faz controle de legalidade - são veladas pelo MP nos termos do
Código Civil
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA 6. Dirigentes das entidades
- serão investidos nos cargos na forma prevista na lei instituidora ou estatuto.
I – PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
1. Reserva Legal: - nas entidades de direito público: cargos em comissão

- as entidades somente podem ser instituídas por lei, inclusive as subsidiárias. - nas entidades de direito privado: contrato de prestação de serviço na forma do
respectivo estatuto. Se for empregado da entidade, o contrato fica suspenso,
enquanto estiver na função (Súmula 269/TST)
2. Especialidade:
- as entidades não podem ser instituídas com finalidades genéricas. - nomeação e exoneração são privativas do Chefe do Poder Executivo

6.1. Exigência de aprovação dos nomes pelo Legislativo


- autarquias e fundações: pode haver nos casos definidos na CF ou em lei
3. Controle:
- estão sujeitas ao controle da Administração Direta. - EP e SEM não pode

II - OBSERVAÇÕES GERAIS SOBRE ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO 7. Empresas Estatais: Empresas Públicas e Sociedades de Economia
INDIRETA Mista
1. Regras comuns
7.1. Diferenças entre as espécies de empresas estatais
- personalidade jurídica, patrimônio próprio, receita própria e autonomia
Sociedades de economia Empresas Públicas
mista

Composição do Recursos públicos e privados, Integralmente público,


- vedação a acumulação de cargos, empregos e funções (art. 37, XVI, CF) capital sendo a maioria das ações podendo pertencer a mais
com direito a voto pertencente de uma pessoa
ao ente estatal administrativa

- os agentes públicos estão submetidos ao teto remuneratório (art.37, §9º, CF) Forma jurídica Sociedade anônima Qualquer das formas
admitidas em direito

Foro Justiça Estadual Federais: Justiça Federal


processual Distritais: Justiça do DF e
- não se submente à falência (art. 1º e 2º, da Lei 11101/05) Territórios
Estaduais e municipais:
Justiça estadual
- todas se submetem à licitações (art. 37, XXI, CF)

Empresa pública unipessoal: apenas uma pessoa é a titular do capital


Empresa pública pluripessoal: mais de uma pessoa detentora do capital
2. Regime jurídico das Fundações
- segundo a CF, somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e
de fundação.
- a doutrina e jurisprudência admitem a possibilidade da existência de fundações 7.2. Área de atuação das Empresas Públicas e Sociedades de Economia
públicas sob regime de direito público ou de direito privado. Mista – art. 173, CF
- regime de direito privado derrogado por normas de direito público
*A FGV adota entendimento de que o termo fundações governamentais se refere
tanto às fundações públicas de direito privado, quanto às fundações públicas de - a atuação do Poder Público na exploração de atividade econômica só é
direito público.
admissível quando necessários:
a) imperativos de segurança nacional (Eletronuclear)
b) relevante interesse público

- exploradoras de atividade econômica se submetem ao mesmo regime das


3. Área de atuação
empresas privadas e não poderão receber privilégios
- definida na lei instituidora
- a área de atuação das fundações será definida em lei complementar
- poderão ter finalidade lucrativa

4. Definição do Decreto-Lei 200/67 – art. 5º 7.3. Subsidiárias


Autarquia = serviço autônomo - são empresas privadas não integrantes da Administração Pública
Fundação = patrimônio personalizado - regime de direito privado derrogado por normas de direito público
- nos demais pontos, submetem-se as mesmas regras da Administração Pública
- são criadas mediante autorização legislativa específica
5. Fundação Pública x Fundação Privada
Fundação Pública Fundação Privada
- patrimônio público - patrimônio privado
- entidade da administração indireta - não integra administração
- direito público ou direito privado - direito privado

Página 4
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
“Esta Corte, por ocasião do julgamento do MS 22.643, decidiu que os
conselhos de fiscalização profissional têm natureza jurídica de autarquias.
III - CONCEITOS PREVISTOS NO DECRETO-LEI 200/67 Naquela ocasião ficou consignado que:
1. Autarquia (art. 5º, I) (i) estas entidades foram criadas por lei, tendo personalidade jurídica de
- serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita direito público com autonomia administrativa e financeira;
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, (ii) exercem a atividade de fiscalização de exercício profissional que,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. como decorre do disposto nos artigos 5º, XIII, 21, XXIV, é atividade
tipicamente pública;

2. Fundação Pública (art. 5º, IV) (iii) têm o dever de prestar contas ao Tribunal de Contas da União.

- entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, A Lei nº 9.649/98 atribuiu personalidade jurídica de direito privado aos
criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades conselhos profissionais, ficando vedado o vínculo funcional ou hierárquico
que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com com a Administração Pública. No entanto, o Supremo Tribunal Federal, ao
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de julgar o mérito da ADI 1.717, declarou a inconstitucionalidade do caput e
direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. dos parágrafos 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º do art. 58 da Lei nº 9.649/98,
restando consignado que a fiscalização das profissões, por se tratar de
uma atividade típica de Estado, que abrange o poder de polícia, de tributar
e de punir, não pode ser delegada. Dessa maneira, infere-se a natureza
IV - CONCEITOS PREVISTOS NA LEI 13.303/2016
autárquica dos conselhos profissionais pelo caráter público da atividade
1. Empresa pública (art. 3º) desenvolvida por eles. Considerando o caráter jurídico de autarquia dos
conselhos de fiscalização profissional, que são criados por lei e possuem
- é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação personalidade jurídica de direito público, exercendo uma atividade
autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente tipicamente pública, qual seja, a fiscalização do exercício profissional, há
detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. de se concluir pela obrigatoriedade da aplicação a eles da regra prevista
- desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do no artigo 37, II, da CF/88, quando da contratação de servidores. (MS
Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa 26150, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 18/02/2015)
pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem
como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios. b.2. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB
- não é entidade da administração pública
2. Sociedade de economia mista (art. 4º) - é um serviço público independente
- é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação - possui regime peculiar, aplicando-se as regras das instituições privadas
autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a
voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA
Municípios ou a entidade da administração indireta. LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS
DO BRASIL(...)

V. AUTARQUIAS 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo
regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista.
1.1. Classificação Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da
aposentadoria.
a) federais, estaduais, distritais ou municipais
2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos
à Administração Pública Direta e Indireta.
b) assistenciais, previdenciárias, econômicas, culturais, profissionais
3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A
b.1. Conselhos Profissionais Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das
personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.
- natureza jurídica de autarquia, com todas as prerrogativas inerentes a essa
entidade (ADI 1717/DF e MS 22643/DF) 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se
tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar
- atuam no exercício do poder de polícia administrativa ao estabelecer restrições à equivocada independência das hoje chamadas "agências".
liberdade profissional
5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB
“1. Estando prejudicada a Ação, quanto ao § 3º do art. 58 da Lei nº 9.649, não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas
de 27.05.1998, como já decidiu o Plenário, quando apreciou o pedido de partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente
medida cautelar, a Ação Direta é julgada procedente, quanto ao mais, necessária.
declarando-se a inconstitucionalidade do "caput" e dos § 1º, 2º, 4º, 5º, 6º,
7º e 8º do mesmo art. 58. 2. Isso porque a interpretação conjugada dos 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem
artigos 5°, XIII, 22, XVI, 21, XXIV, 70, parágrafo único, 149 e 175 da função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são
Constituição Federal, leva à conclusão, no sentido da indelegabilidade, a indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É
uma entidade privada, de atividade típica de Estado, que abrange até entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de
poder de polícia, de tributar e de punir, no que concerne ao exercício de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e
atividades profissionais regulamentadas, como ocorre com os dispositivos qualquer órgão público.
impugnados. 3. Decisão unânime.” (ADI 1717, Relator(a): Min. SYDNEY
7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia
SANCHES, Tribunal Pleno, julgado em 07/11/2002, DJ 28-03-2003 PP-
e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos
00061 EMENT VOL-02104-01 PP-00149)
de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a
finalidades corporativas. Possui finalidade institucional.

“Os Conselhos Regionais de Medicina, como sucede com o Conselho 8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto
Federal, são autarquias federais sujeitas à prestação de contas ao aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é
Tribunal de Contas da União por força do disposto no inciso II do artigo 71 autônoma e independente.
da atual Constituição.” (MS 22643, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES,
9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê
Tribunal Pleno, julgado em 06/08/1998, DJ 04-12-1998 PP-00013 EMENT
interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao
VOL-01934-01 PP-00106)
caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime
trabalhista aos servidores da OAB.

Página 5
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos do CC/2002. (REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em
contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 12/12/2012)
11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade.
Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade,
que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio 1.3.5. créditos sujeitos a execução fiscal (Lei nº 6.830/80)
sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo improcedente o - os créditos se sujeitam ao procedimento especial de execução
pedido. (ADI 3026, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado
em 08/06/2006, DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-02249-03 PP-
00478 RTJ VOL-00201-01 PP-00093)
1.3.6. prerrogativas processuais
a) prazos privilegiados (art. 183, NCPC)
c) comuns, genéricas ou ordinárias
- prazo em dobro em todas as manifestações processuais

d) especiais
b) intimação pessoal (art. 183, § 1º, NCPC)
- Universidades Públicas (art. 207, CF), Agências Reguladoras e demais autarquias
- o prazo para se manifestarem no processo somente se inicia após serem
que possuem regime diferenciado
intimadas pessoalmente
- a intimação pessoal pode ser por meio de carga, remessa ou meio eletrônico

e) territoriais
c) duplo grau de jurisdição obrigatório (art. 496, NCPC)
- se a autarquia sair vencida numa demanda, o processo deverá ser submetido ao
e) de controle segundo grau de jurisdição, independentemente de recurso dos procuradores
* não se submete ao duplo grau obrigatório:

1.2. Foro competente: - quando a condenação ou proveito econômico for inferior a:

- Justiça comum, exceto as causas relativas à falência, à Justiça Eleitoral e à - 1000 salários mínimos para União;
Justiça do Trabalho
- 500 salários mínimos para estados, DF e capitais;
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
- 100 salários mínimos para municípios.
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
- quando a sentença estiver fundada em:
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça - súmula de tribunal superior;
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
- acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
1.3. Prerrogativas da Fazenda Pública: III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
1.3.1. imunidade tributária (art. 151, §2º, CF)
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no
- isenção de tributos sobre renda, patrimônio e serviços
âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em
Súmula Vinculante 52/STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece manifestação, parecer ou súmula administrativa.
imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas
pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram d) pagamento das custas judiciais ao final (art. 91, NCPC)
constituídas.
- as autarquias não precisam pagar as custas judiciais no ajuizamento da demanda,
só devendo ser pagas ao final pelo vencido, exceto no que tange aos honorários
para perícias judiciais.
1.3.2. impenhorabilidade de seus bens e rendas. Pagamentos de dívidas pelo
regime de precatórios (art. 98, CC e art. 833, NCPC) Súmula 232/STJ: A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica
sujeita à exigência do depósito prévio dos honorários do perito.
- os bens e rendas não poderão ser penhorados para pagamento de dívidas
- as dívidas são quitadas por meio de precatórios
i) dispensa de exibição de mandato em juízo
- os procuradores das autarquias não precisam apresentar a procuração em juízo
1.3.3. imprescritibilidade de seus bens (art. 183, §3º e art. 191, §único, CF e art.
200, do Decreto-Lei 9.760/46) “ Nos termos da OJ nº 52 da SBDI-1/TST - a União, Estados, Municípios e
Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando
representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores,
- os bens não estão sujeitos a usucapião
estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato. Recurso de
revista conhecido e provido.” (RR 777004520085010058 77700-
45.2008.5.01.0058. 3ª Turma. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira.
1.3.4. prescrição quinquenal (art. 2º, do Decreto-Lei 4.597/42 e art. 1º do Decreto DEJT 01/07/2011)
nº 20.910/32)

- as dívidas em favor de terceiros prescrevem em 5 anos


Aplica-se o prazo prescricional quinquenal –previsto no art. 1º do Dec. n.
20.910/1932 – às ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda
Pública, e não o prazo prescricional trienal –previsto no art. 206, § 3º, V,

Página 6
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
1.4. Desqualificação:
VI - CONTRATOS DE GESTÃO
- quando houver descumprimento do contrato de gestão (não renovação)
- instrumento de ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira
- efetivada por decreto do Presidente da República, mediante iniciativa do Ministério
- não há interesses contrapostos Supervisor

1. Previsão constitucional: §8º do art. 37 1.5. Objetivo


- maior autonomia de gestão, mediante disponibilidade de recursos para
2. Previsão legal: Lei 9.649 (art. 51 – agências executivas) cumprimento dos objetivos definidos no contrato

3. Tipos de contratos de gestão: 2. REGULADORAS

a) interno ou endógeno: Surgimento

- celebrado entre Poder Público e órgãos, agentes ou entidades da Administração SEGUNDA METADE DA DÉCADA DE 90 – GOVERNO FHC

- ampliação da autonomia desses órgãos e entidades

b) externo ou exógeno: novo modelo de Estado: atuação estatal cede espaço a atuação de empresas
privadas
- celebrado entre o Poder Público e entidades privadas (organizações sociais)
- restringe a autonomia, pois, as O.S. deverão prestar contas

transferência da execução de serviços para entidades privadas


VII. AGÊNCIAS
1. EXECUTIVAS
- a possibilidade da existência de agências executivas se deu por meio da Reforma
Administrativa (EC19), ao incluir o §8º, no art. 37, da CF, permitindo que os entes necessidade de criação de campo seguro, confiável e propício à realização de
públicos firmassem um contrato de gestão com seus órgãos ou entidades grandes investimentos
administrativas a fim de ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira.

1.1. Conceito inovações tecnológicas exigem do Estado respostas rápidas


- qualificação conferida pelo Poder Público à Autarquia ou Fundação Pública
- possuem regime especial definido na lei instituidora

necessidade de regular esses setores


1.2. Procedimento e requisitos para qualificação
- possuir plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento
- celebração de contrato de gestão (periodicidade mínima de 1 ano) SURGE O ESTADO REGULADOR
- por meio de decreto do Presidente da República, mediante iniciativa do Ministério
Supervisor
- tem objetivo de reduzir o tamanho do Estado, passando a regular o
funcionamento dos serviços nos interesses dos fornecedores e consumidores, na
busca da eficiência;
- baseado na permeabilidade e dialetisismo (administração deve franquear a
participação de todos os envolvidos);
- o modelo adotado no Brasil por meio de Agências tem origem no direito norte-
americano (o Brasil não foi inédito nessa forma de controle).

Diferenças em relação ao modelo norte-americano


- EUA: unidade administrativa (órgão ou entidade) dotada de autonomia para
produzir normas, com ou sem finalidade de regulação.
- BRASIL: qualificação de entidades como agências reguladoras, por meio de lei ou
contrato de gestão, apenas para função reguladora.

Surgimento no ordenamento jurídico brasileiro:


1.3. Execução do contrato de gestão - Emendas Constitucionais nº 8 (telecomunicações) e 9 (petróleo)
- pode ser revisto em caráter excepcional e mediante justificativa - Lei 9.491/97 (Plano Nacional de Desestatização)
- acompanhamento mediante relatórios semestrais (no mínimo)

Página 7
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
Fundamentos para regulação por Agências - as pessoas políticas definem a política tarifária a ser seguida pelas agências.
- despolitização: conferir tratamento técnico e maior segurança jurídica ao setor - não há autonomia política e delegação legislativa inominada ou delegação em
regulado branco
- celeridade - de caráter técnico
- deve respeitar os parâmetros legais (standards)
Natureza jurídica das Agências Reguladoras - decorre da deslegalização ou delegificação: retirada pelo legislador de normas
do domínio da lei, passando para o domínio do regulamento (não pode tratar de
- autarquias em regime especial (todas as prerrogativas, inclusive pessoal matérias reservas à lei, nem a Decreto Autônomo)
estatutário)
- não poderão contrariar a lei e o poder regulamentar do Chefe do Executivo (há
- o regime especial se caracteriza pela: divergência)
- independência administrativa (não é independência em relação aos - não criam direitos, objetivos ou deveres. Apenas condicionam ou restringem o
demais poderes); cumprimento de obrigações dispostas em lei
- estabilidade dos dirigentes; Atenção!
- autonomia administrativa (ou funcional) - As agências reguladoras não possuem autonomia política. Exercem função
Atenção! Não é simplesmente o termo “agência” que define se tratar de agências normativa secundária, de natureza técnica.
reguladoras. Nem todos órgãos ou entidades que possuem o nome de agência são - As agências reguladoras apenas regulam serviços e atividades. Não possuem
agências reguladoras (ABIN, APEX, ABDI não são agências reguladoras). A própria poder para regulamentar, atribuição privativa dos Chefes do Poder Executivo, no
Constituição Federal se refere a órgão regulador (art. 21, XI e 177, §2º, III) exercício do Poder Regulamentar.

Formas de Intervenção do Estado Dirigentes


- direta: relevante interesse público e segurança nacional: criação de E.P. e S.E.M. - possuem maior independência política em relação à Administração Direta
para explorar atividade econômica. Pode ser em regime de:
- brasileiros
- concorrência (art. 173, CF): o Estado concorre com empresas privadas
- reputação ilibada
- Monopólio (art. 177): somente o Estado desempenha a atividade
(petróleo, gás natural e minerais nucleares – com exceção dos - formação universitária (em qualquer área)
radioisotópicos - )
- elevado conceito no campo de especialidade
- indireta: agente normativo e regulador da atividade econômica
- escolhidos e nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo
- fiscalização: agências reguladoras Senado Federal
- fomento - mandato fixo na lei de criação de cada agência
- planejamento - não há necessidade de os mandatos coincidirem com o mandato do Chefe do
Executivo (entendimento predominante)
Atenção! As Agências Reguladoras exercem intervenção indireta.

Classificação das Agências Reguladoras:


Estabilidade dos dirigentes
a) com previsão constitucional: ANATEL (art. 21, XI - telecomunicações) e ANP
(art. 177, §2º, III - petróleo) - os conselheiros e diretores perderão o mandato (exoneração) nas seguintes
hipóteses:
b) sem previsão constitucional: demais
- renúncia,
c) reguladoras de serviços: ANEEL, ANATEL, ANTT
- condenação judicial transitada em julgado
d) reguladoras de atividade econômica: ANP, ANCINE
- processo administrativo disciplinar
e) monossetoriais: regulam apenas um setor ANEEL, ANATEL, ANP
* a lei criadora poderá prever outras condições para perda do mandato
f) plurissetoriais: regulam atividade econômica e serviços públicos
g) federais, estaduais, distritais, municipais.
Quarentena de ex-dirigente
- O ex-dirigente fica impedido de exercer atividades ou de prestar qualquer serviço
Formas de exercício da atividade regulatória no setor regulado pela respectiva agência:
a) poder normativo: as agências expedem normas técnicas e setoriais. - por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do
b) atividade administrativa: poder de polícia (com cobrança de taxa de término do seu mandato.
fiscalização) - inclui-se o período de férias não gozadas
c) atividade judicante: resolver conflitos entre os agentes regulados - se a exoneração for a pedido, aplica-se o impedimento se tiver
Atenção! As agências não desempenham atividades de governo exercido no mínimo 6 meses de exercício no mandato
- faz jus à remuneração

Poder Normativos das Agências - se for servidor público poderá optar pela remuneração de ex-dirigente
ou retornar às atividades
- não é poder regulamentar do Chefe do Executivo
- não definem políticas públicas (nem mesmo para os setores regulados). O
governo define e as agências regulam, implementam e executam as políticas
públicas.

Página 8
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
RECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO (divergências) licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que
será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT
- Cabível: (Parecer AGU AC – 051):
- atividades administrativas não finalísticas
2. Objetivos
- afastamento da política de governo
- determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados os
- desrespeito aos limites de competência. limites constitucionais
* em várias questões, o CEBRASPE admite o cabimento do recurso impróprio. - poderão ter um ou mais objetivos
- Não cabível: quando a agência decidir matéria de natureza regulatória em - os entes consorciados poderão se consorciar em relação a todos ou apenas a
seu âmbito de competência parcela deles

Teoria da Captura (capture theory) ou Risco de Captura 3. Forma de celebração


- corresponde à situação em que as agências reguladoras se veem cooptadas - por meio de contrato
(capturadas) pelos grupos economicamente mais fortes e politicamente mais
influentes (entes regulados e governo), podendo haver favorecimento desses - depende de prévia subscrição ao protocolo de intenções, ratificada por meio de lei,
grupos. que é instrumento onde constarão a denominação, finalidade, prazo de duração e a
sede do consórcio, dentre outras exigências.
- busca impedir uma vinculação promíscua entre a agência e o governo ou entes
regulados. - a criação de consórcio dependerá, necessariamente, da participação do Poder
Legislativo
- podem ser celebrados entre a União e os estados ou o Distrito Federal; estados
Modalidade específica de licitação entre si; entre estados e o Distrito Federal; entre municípios pertencentes ao
- as agências reguladoras, além das modalidades previstas na Lei 8.666/93 e mesmo estado; ou entre municípios e o Distrito Federal.
10.520/02, poderão utilizar a consulta. - a União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte
Lei 9. 986/00 . todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.

Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas Agências


Reguladoras poderá se dar nas modalidades de consulta e pregão, 4. Representante Legal
observado o disposto nos arts. 55 a 58 da Lei no 9.472, de 1997, e nos
termos de regulamento próprio. - eleito dentre os Chefes do Poder Executivo dos entes da Federação consorciados
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às contratações - forma de eleição e duração do mandato devem ser previstas no protocolo de
referentes a obras e serviços de engenharia, cujos procedimentos deverão intenções.
observar as normas gerais de licitação e contratação para a Administração
Pública.
5. Agentes públicos

AGÊNCIAS EXECUTIVAS AGÊNCIAS REGULADORAS - os agentes públicos incumbidos da gestão de consórcio não responderão
pessoalmente pelas obrigações contraídas pelo consórcio público
- qualificação atribuída à autarquia ou - autarquias com regime especial
- responderão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou com as
fundação
disposições dos respectivos estatutos
- por meio de Decreto - por meio de Lei
- os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão
- visam operacionalização das - controle e fiscalização de setores ceder-lhe servidores
atividades, maior eficiência e privados
operacionalidade
6. Forma de atuação
- somente no âmbito federal - todos os entes da federação
- para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
- privilégio na dispensa de licitação - não há privilégios
(20%) I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios,
contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do
governo;
VIII - CONSÓRCIOS PÚBLICOS – Lei 11.107/2005 e Decreto 6.017/2007 II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover
- aplica-se, de forma supletiva, as normas de regência das associações civis desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou
necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e
1. Natureza Jurídica
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da
- poderão ser constituídos como pessoa jurídica de direito privado ou de direito Federação consorciados, dispensada a licitação.
público
- os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer
- quando forem constituídos sob regime de direito público, assumem a forma de atividades de arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de
associação pública e integram a Administração Pública Indireta de todos os entes serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou,
da Federação consorciados mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado.
- pessoas jurídicas formadas exclusivamente por entes da Federação - os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de
obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio
- relações de cooperação federativa. público
- autarquia interfederativa ou multifederada
- terá personalidade jurídica com prazo determinado 7. Repasse de recurso pelos entes federados
- no caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio - feita por meio de contrato de rateio, sendo vedada a aplicação desses recursos
público observará as normas de direito público no que concerne à realização de para o atendimento de despesas genéricas.

Página 9
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
- o contrato de rateio deverá ser formalizado em cada exercício financeiro - fiscalização pelo Poder Público e Tribunal de contas
- o prazo de vigência do contrato de rateio não poderá ser superior ao das dotações - a Administração Pública participa de sua administração
que o suportam, exceto:
- quando a Administração Pública a contrata é dispensável a licitação
- quando tenham por objeto exclusivamente programas contemplados
no plano plurianual; - se for desqualificada ocorre a reversão dos bens cedidos

- gestão de serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços


públicos. 3. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO – Lei
9.790/99

8. Fiscalização - somente poderão ser qualificadas como OSCIP as pessoas jurídicas de direito
privado que se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos
- fiscalização contábil, operacional e patrimonial do Tribunal de Contas competente
para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do - atuam na prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado
consórcio. - assistência social, cultura, educação, saúde, segurança alimentar, meio ambiente,
voluntariado, desenvolvimento econômico e social, combate a pobreza, modelos
socioprodutivos, assessoria jurídica gratuita suplementar, paz, cidadania,
9. Retirada de ente da Federação tecnologias alternativas.
- dependerá de ato formal de seu representante na assembleia geral, na forma - termo de parceria
previamente disciplinada por lei.
- fiscalização pelo Poder Público e Tribunal de contas
- os bens destinados ao consórcio público pelo consorciado que se retira somente
serão revertidos ou retrocedidos no caso de expressa previsão no contrato de - a Administração Pública não participa diretamente em sua administração
consórcio público ou no instrumento de transferência ou de alienação. - se a Administração Pública for contratá-la deve fazer licitação
- a retirada ou a extinção do consórcio público não prejudicará as obrigações já 4. QUADRO COMPARATIVO ENTRE “OS” E “OSCIP”
constituídas, inclusive os contratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio
pagamento das indenizações eventualmente devidas. “OS” “OSCIP”

Participação de agentes do Obrigatória Facultativa


Poder Público na
10. Extinção ou alteração do contrato de consórcio administração da entidade
- dependerá de instrumento aprovado pela assembleia geral
- deverá ser ratificado, mediante lei, por todos os entes consorciados. Conselhos Conselho de administração Conselho fiscal

Instrumento de formalização Contrato de gestão Termo de parceria


ENTIDADES PARAESTATAIS – TERCEIRO SETOR
Exigências de ordem Balanço patrimonial Não há exigências
1. REGRAS COMUNS contábil/fiscal Demonstrativo de
resultados
- instituições constituídas por particulares Declaração de isenção de
- personalidade jurídica de direito privado IR

- sem fins lucrativos


Objetivo Assumir serviços públicos Parceria para a
- não integram a Administração Pública desempenhados por prestação de
entidades da Administração, serviço social
resultando na extinção Não resulta extinção
2. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS destas das entidades
- instituídos por autorização legal Qualificação Ato discricionário Ato vinculado
- administração e patrimônio próprios Ministério Supervisor Ministério da Justiça

- cooperação com o Poder Público Quando o Estado as contrata Dispensa de licitação Deve licitar
- serviços sociais não exclusivos do Estado 5. FUNDAÇÕES DE APOIO – Lei 8958/94
- recursos oriundos de contribuições parafiscais - são instituições criadas com a finalidade de dar apoio a projetos de pesquisa,
- estão sujeitos a controle pelo Tribunal de Contas ensino, extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico, de
interesse das instituições federais de ensino superior e das instituições de
- não estão obrigados a licitar, mas deverão observar os princípios gerais pesquisas
- não estão obrigados a realizar concurso público, mas deverão realizar processo - convênios com a Administração Pública.
seletivo para contratação de pessoal
- constituídas na forma de fundações privadas de direito privado
- as ações tramitam na justiça estadual
- sem fins lucrativos
- regidas pelo Código Civil Brasileiro
2. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS – Lei 9.637/98
- sujeitam-se à fiscalização do Ministério Público e ao prévio registro e
- serviços sociais não exclusivos do Estado credenciamento nos Ministérios da Educação e do Ministério da Ciência e
Tecnologia, renovável bienalmente.
- ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e a saúde - exemplos: a FAURGS - Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio
- o incentivo estatal é definido no contrato de gestão, podendo ser por meio de Grande do Sul; a FAEPE é uma fundação de apoio a Universidade Federal de
dotação orçamentária, cessão de bens e de servidores públicos Lavras; FAPESQ - Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba; dentre
outras.
- contrato de gestão

Página 10
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades
LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA COMPLEMENTARES essenciais de tais entidades.
Súmula Vinculante 52/STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao
IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”,
EXEMPLOS DE FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO: Entidades
da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
Fechadas de Previdência Complementar – Lei 12.618/2012
atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
“Art. 4º É a União autorizada a criar, observado o disposto no art. 26 e no art.
31, as seguintes entidades fechadas de previdência complementar, com a “Incide o IPTU considerado o imóvel de pessoa jurídica de direito público
finalidade de administrar e executar planos de benefícios de caráter cedido a pessoa jurídica de direito privado devedora do tributo”. RE
previdenciário nos termos das Leis Complementares nos 108 e 109, de 29 de 434251 (19/04/2017 – Informativo 861)
maio de 2001:
I - a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do “As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de
Poder Executivo (Funpresp-Exe), para os servidores públicos titulares de cargo saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da
efetivo do Poder Executivo, por meio de ato do Presidente da República; imunidade tributária prevista na alínea “a” do inciso VI do art. 150 da
Constituição Federal.” (RE 580264, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA,
II - a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Relator(a) p/ Acórdão: Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em
Poder Legislativo (Funpresp-Leg), para os servidores públicos titulares de 16/12/2010, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-192 06-10-2011)
cargo efetivo do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União e para os
membros deste Tribunal, por meio de ato conjunto dos Presidentes da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal; e
REGIME DE PRECATÓRIOS
III - a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do
Súmula 733/STF: Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no
Poder Judiciário (Funpresp-Jud), para os servidores públicos titulares de cargo
processamento de precatórios.
efetivo e para os membros do Poder Judiciário, por meio de ato do Presidente
do Supremo Tribunal Federal. Súmula 497/STJ: Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da
Fazenda estadual desde que coexistam penhoras sobre o mesmo bem
§ 1º A Funpresp-Exe, a Funpresp-Leg e a Funpresp-Jud serão estruturadas
na forma de fundação, de natureza pública, com personalidade jurídica de “As sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de
direito privado, gozarão de autonomia administrativa, financeira e gerencial e atuação própria do Estado e de natureza não concorrencial submetem-se
terão sede e foro no Distrito Federal.” ao regime de precatório. Com base nessa orientação, a Segunda Turma
negou provimento a agravo regimental em que se pleiteava a aplicação do
regime jurídico de execução das empresas privadas às sociedades de
economia mista. A Turma afirmou que sociedade de economia mista
FORO PROCESSUAL
prestadora de serviços de abastecimento de água e saneamento que prestasse
STF serviço público primário e em regime de exclusividade – o qual corresponderia
à própria atuação do Estado, sem obtenção de lucro e de capital social
Súmula 508/STF: Compete à Justiça Estadual, em ambas as instâncias, processar majoritariamente estatal – teria direito ao processamento da execução por meio
e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil S. A. de precatório.” [RE 852.302, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-12-2015, 2ª
Súmula 517/STF: As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, T, Informativo 812.]
quando a União intervém como assistente ou opoente.
Súmula 556/STF: É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é O regime dos precatórios para pagamentos de dívidas decorrentes de
parte sociedade de economia mista. decisão judicial não se aplica aos conselhos de fiscalização profissional.
Súmula Vinculante 27: Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor No entendimento do ministro Marco Aurélio, que proferiu o primeiro voto
e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja divergente em relação ao do relator, os conselhos são autarquias especiais e,
litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente. por este motivo, são pessoas jurídicas de direito público submetidas a diversas
STJ regras constitucionais, entre as quais a fiscalização do Tribunal de Contas da
União (TCU) e a exigência de concurso público para contratação de pessoal.
Súmula 42/STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas Entretanto, por não terem orçamento ou receberem aportes da União, não
cíveis em que e parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu estão submetidos às regras constitucionais do capítulo de finanças públicas
detrimento. (artigos 163 a 169 da Constituição), o que inviabiliza sua submissão ao regime
de precatórios.
Súmula 270/STJ: O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente
federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência A tese de repercussão geral fixada pelo Plenário foi a seguinte: “Os
para a Justiça Federal. pagamentos devidos em razão de pronunciamento judicial pelos conselhos de
fiscalização não se submetem ao regime de precatórios” (RE) 938837.
Súmula 365/STJ: A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária (19/04/2017)
Federal S/A (RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a
sentença tenha sido proferida por Juízo estadual.
Súmula 506/STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a CUSTAS PROCESSUAIS
concessionária e o usuário de telefonia decorrentes de relação contratual.
Súmula 175/STJ Descabe o deposito prévio nas ações rescisórias propostas pelo
INSS.
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA Súmula 232/STJ: A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à
exigência do depósito prévio dos honorários do perito.
STF
Súmula 462/STJ: Nas ações em que representa o FGTS, a CEF, quando
Súmula 74/STF: O imóvel transcrito em nome de autarquia, embora objeto de sucumbente, não está isenta de reembolsar as custas antecipadas pela parte
promessa de venda a particulares, continua imune de impostos locais. vencedora.
Súmula 75/STF: Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não Súmula 483/STJ: O INSS não está obrigado a efetuar depósito prévio do preparo
compreende o imposto de transmissão inter vivos, que é encargo do comprador. por gozar das prerrogativas e privilégios da Fazenda Pública.
Súmula 583/STF: Promitente-Comprador de imóvel residencial transcrito em nome
de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.
Súmula 724/STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o
imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da

Página 11
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA da restrição contida no art. 173, § 1º, da CF, que submete a empresa pública, a
sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade
Constituição Federal econômica ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de obrigações trabalhistas e tributárias. Empresa pública que não exerce atividade
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos econômica e presta serviço público da competência da União Federal e por ela
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme mantido. Execução. Observância ao regime de precatório, sob pena de
definidos em lei. vulneração do disposto no art. 100 da CF. [RE 230.051 ED, rel. min. Maurício
Corrêa, j. 11-6-2003, P, DJ de 8-8-2003.] = RE 393.032 AgR, rel. min. Cármen
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de Lúcia, j. 27-10-2009, 1ª T, DJE de 18-12-2009
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; Criação de Subsidiárias

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 9478/97. AUTORIZAÇÃO
aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; À PETROBRÁS PARA CONSTITUIR SUBSIDIÁRIAS. OFENSA AOS
ARTIGOS 2º E 37, XIX E XX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA.
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os ALEGAÇÃO IMPROCEDENTE.
princípios da administração pública;
1. A Lei 9478/97 não autorizou a instituição de empresa de economia mista,
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com mas sim a criação de subsidiárias distintas da sociedade-matriz, em
a participação de acionistas minoritários; consonância com o inciso XX, e não com o XIX do artigo 37 da Constituição
Federal.
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos
administradores. 2. É dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas
subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar
a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a
de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
própria medida autorizadora. Ação direta de inconstitucionalidade julgada
improcedente. (ADI 1649, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal
Os privilégios da Fazenda Pública são inextensíveis às sociedades de
Pleno, julgado em 24/03/2004, DJ 28-05-2004 PP-00003 EMENT VOL-02153-
economia mista que executam atividades em regime de concorrência ou
02 PP-00204)
que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas. Portanto, a
empresa Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (ELETRONORTE) não pode
se beneficiar do sistema de pagamento por precatório de dívidas decorrentes de
decisões judiciais (art. 100 da Constituição). [RE 599.628, rel. p/ o ac. Motivação na dispensa de empregado público
min. Joaquim Barbosa, j. 25-5-2011, P, DJE de 17-10-2011, com repercussão Em atenção (...) aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a
geral] admissão por concurso publico, a dispensa do empregado de empresas
públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve
O STF possui entendimento no sentido de que o art. 173, § 2º, da ser motivada, assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no
Constituição não se aplica às empresas públicas prestadoras de serviços momento daquela admissão, sejam também respeitados por ocasião da
públicos. Dessa afirmação, porém, não se pode inferir que a Constituição dispensa. A motivação do ato de dispensa, assim, visa a resguardar o
tenha garantido a estas entidades a isenção de custas processuais ou o empregado de uma possível quebra do postulado da impessoalidade por parte
privilégio do prazo em dobro para a interposição de recursos. [RE 596.729 do agente estatal investido do poder de demitir. Recurso extraordinário
AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 19-10-2010, 1ª T, DJEde 10-11-2010.] parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF,
Vide RE 220.906, voto do rel. min. Maurício Corrêa, j. 16-11-2000, P, DJ de 14- exigindo-se, entretanto, a motivação para legitimar a rescisão unilateral do
11-2002 contrato de trabalho. [RE 589.998, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 20-3-2013,
P, DJE de 12-9-2013, com repercussão geral.]

Não se aplicam às empresas públicas, às sociedades de economia mista


e a outras entidades estatais ou paraestatais que explorem serviços Mandado de Segurança contra ato de diretor
públicos a restrição contida no art. 173, § 1º, da CF, isto é, a submissão ao
Súmula 333/STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação
regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.
trabalhistas e tributárias, nem a vedação do gozo de privilégios fiscais não
extensivos às do setor privado (CF, artigo 173, § 2º). [RE 220.906, voto do rel.
min. Maurício Corrêa, j. 16-11-2000, P, DJ de 14-11-2002.] Vide RE 596.729
AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 19-10-2010, 1ª T, DJE de 10-11-2010

Regime de precatórios ENTIDADES PARAESTATAIS


“As sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de Súmula 499/STJ: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às
atuação própria do Estado e de natureza não concorrencial submetem-se contribuições ao Sesc e Senac, salvo se integradas noutro serviço social.
ao regime de precatório. Com base nessa orientação, a Segunda Turma
negou provimento a agravo regimental em que se pleiteava a aplicação do Súmula 516/STF: O Serviço Social da Indústria – S. E. S. I. – está sujeito à
regime jurídico de execução das empresas privadas às sociedades de jurisdição da Justiça Estadual.
economia mista. A Turma afirmou que sociedade de economia mista
prestadora de serviços de abastecimento de água e saneamento que prestasse
serviço público primário e em regime de exclusividade – o qual corresponderia “Esta Corte possui jurisprudência firmada no sentido de que as entidades
à própria atuação do Estado, sem obtenção de lucro e de capital social paraestatais que possuem personalidade de pessoa jurídica de direito privado
majoritariamente estatal – teria direito ao processamento da execução por meio não fazem jus aos privilégios processuais concedidos à Fazenda Pública.” [AI
de precatório.” [RE 852.302, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-12-2015, 2ª 841.548 RG, rel. min. Cezar Peluso, j. 9-6-2011, P, DJE de 31-8-2011, com
T, Informativo 812.] repercussão geral.] Vide AI 349.477 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 11-2-2003,
2ª T, DJ de 28-2-2003

Impenhorabilidade
“Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema "S",
À empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à vinculados a entidades patronais de grau superior e patrocinados basicamente
Fazenda Pública, é aplicável o privilégio da impenhorabilidade de seus por recursos recolhidos do próprio setor produtivo beneficiado, ostentam
bens, rendas e serviços. Recepção do art. 12 do DL 509/1969 e não incidência natureza de pessoa jurídica de direito privado e não integram a Administração

Página 12
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
Pública, embora colaborem com ela na execução de atividades de relevante 3. (CESPE - 2005 - TRE-MA - Técnico) A administração indireta é o conjunto de
significado social. Tanto a CF de 1988, como a correspondente legislação de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm competência
regência (como a Lei 8.706/1993, que criou o Serviço Social do Trabalho – para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas.
SEST) asseguram autonomia administrativa a essas entidades, sujeitas,
formalmente, apenas ao controle finalístico, pelo Tribunal de Contas, da 4. (CEBRASPE/2015 – DPE/RN – Defensor Público) Como pessoas jurídicas de
aplicação dos recursos recebidos. Presentes essas características, não estão direito público instituídas por lei, às quais são transferidas atividades próprias da
submetidas à exigência de concurso público para a contratação de pessoal, administração pública, as autarquias se submetem ao controle hierárquico da
nos moldes do art. 37, II, da CF.[RE 789.874, rel. min. Teori Zavascki, j. 17-9- administração direta.
2014, P, DJE de 19-11-2014.] 5. (CESPE/2010 – MPU – Técnico) Uma sociedade de economia mista deve ter a
forma de sociedade anônima e mais da metade do seu capital deve ser estatal.
6. (CESPE/2013 – MPU – Técnico) Autarquia é entidade dotada de personalidade
PRINCIPAIS ENTIDADES E ÓRGAOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA jurídica própria, com autonomia administrativa e financeira, não sendo possível que
FEDERAIS a lei institua mecanismos de controle da entidade pelo ente federativo que a criou.
INSTITUIÇÃO CLASSIFICAÇÃO OBSERVAÇÃO 7. (CESPE/2015 – DPE/RN – Defensor Público) As empresas públicas e a
BANCO CENTRAL Autarquia sociedade de economia mista, entidades da administração indireta com natureza
BANCO DO BRASIL Sociedade de jurídica de direito privado, devem constituir-se sob a forma jurídica de sociedade
Economia Mista anônima.
CAIXA ECONÔMICA Empresa Pública
FEDERAL 8. (CESPE/2014 – Policia Federal – Agente) O cargo de dirigente de empresa
pública e de sociedade de economia mista é regido pela Consolidação das Leis do
CASA DA MOEDA Empresa Pública
Trabalho (CLT).
CEBRASPE Organização Social
CNPQ Fundação Pública 9. (NUCEPE/2012 – PCPI – Agente) As autarquias públicas especiais são pessoas
Conselhos Autarquia jurídicas de direito privado.
Profissionais (CREA,
CRM, CRECI, CRO, 10. (CESPE/2013 – MPU – Analista) A empresa pública federal caracteriza-se,
CRA etc, exceto a entre outros aspectos, pelo fato de ser constituída de capital exclusivo da União,
OAB) não se admitindo, portanto, a participação de outras pessoas jurídicas na
ECT Empresa Pública constituição de seu capital.
EMBRATUR Autarquia Federal 11. (CESPE/2013 – MPU – Conhecimentos básicos) A entidade autárquica criada
HOSPITAL SARAH Organização Social para o desempenho de competência administrativa mantém vinculação
IBGE Autarquia Federal hierárquica com o ente federativo que a tiver criado.
INFRAERO Empresa Pública
12. (IADES/2016 – PCDF – Perito) Em relação às entidades que integram a
INMETRO Autarquia Federal
administração indireta, assinale a alternativa correta.
INSS Autarquia
Instituto Chico Autarquia a) A empresa pública se submete à regra do concurso público, e o respectivo
Mendes de pessoal se sujeita ao regime estatutário.
Conservação da
Biodiversidade b) Autarquia é pessoa jurídica de direito público, que pode ser criada tanto para a
(Instituto Chico execução de atividade típica de Estado quanto para participação estatal na
Mendes) atividade econômica.
OAB Autarquia sui Segundo STF, é um serviço c) A sociedade de economia mista poderá adotar qualquer forma em direito
generis público independente (ADIn admitida.
3.026).
PETROBRÁS Sociedade de d) Somente por lei específica poderá ser criada empresa pública.
economia mista e) Somente por lei específica poderá ser autorizada a instituição de sociedade de
SESI, SENAI, Serviço Social economia mista.
SEBRAE, SESC Autônomo
UNB Fundação Pública Lei 3998/61 13. (FUNIVERSA/2015 – PCDF – Delegado) A CF assegura aos serviços sociais
autônomos autonomia administrativa, não estando sujeitos ao controle do tribunal
de contas.
DISTRITAIS 14. (FUNIVERSA/2015 – PCDF – Delegado) Diante do recebimento de dinheiro
INSTITUIÇÃO CLASSIFICAÇÃO OBSERVAÇÃO público, os serviços sociais autônomos estão submetidos às regras de concurso
BRB Sociedade de economia público para contratação de seus funcionários, os quais serão regidos pela
mista consolidação das leis trabalhistas (CLT).
CAESB Empresa Pública
CEB Sociedade de economia 15. (FUNIVERSA/2015 – PCDF – Delegado) As organizações sociais qualificadas
mista no âmbito da União podem ser contratadas com dispensa de licitação para
DER Autarquia execução de contrato de gestão firmado com a União.
DETRAN Autarquia 16. (INSTITUTO AOCP/2016 – CASAN – Advogado) A criação de subsidiárias
DFTRANS Autarquia pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como sua
METRÔ Empresa Pública participação em empresas privadas, depende de autorização legislativa, exceto se
NOVACAP Empresa Pública Capital: 48% da União e já houver previsão para esse fim na própria lei que instituiu entidade.
52% do DF
TERRACAP Empresa Pública 17. Considere a seguinte situação hipotética. A União foi condenada a indenizar
particular que sofreu danos provocados por agente público, no valor equivalente a
100 (cem) salários mínimos. Neste caso, o processo deverá ser submetido ao duplo
grau de jurisdição obrigatório.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
18. (CESPE - 2015 - TRE-MT - Analista) Entidades paraestatais são pessoas
1. A administração direta abrange todos os órgãos do Poder Executivo, excluindo- jurídicas de direito público, sem fins lucrativos, que exercem atividades de interesse
se os órgãos dos Poderes Judiciário e Legislativo. social e coletivo e, por isso, recebem incentivos do Estado.
2. (CESPE - 2016 – TCE-PR - Auditor) Na organização administrativa do poder 19 Os consórcios públicos integram a administração indireta e, se constituídos
público, as autarquias públicas são entidades da administração indireta com como associação, terão personalidade jurídica de direito privado.
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios.

Página 13
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
20. (CESPE/2016 – Prefeitura de São Paulo – Assistente) O aspecto mais relevante 11. (FUNIVERSA - 2015 - UEG – Assistente) As organizações sociais, pessoas
que caracteriza a administração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo tempo, titular jurídicas de direito público, são criadas pelo Estado para o desempenho de serviço
e executora de serviço público. público de natureza social.
21. Uma lei que reestruture a carreira de determinada categoria de servidores 12. (CEBRASPE - 2014 - TJ-CE - Analista) São consideradas agências executivas
públicos pode também dispor acerca da criação de uma autarquia. as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista que
apresentam regime jurídico especial que lhes concede maior autonomia em relação
22. (CESPE/2013 – MPU – Técnico) Para exercer a disciplina e o controle ao ente federativo que as criou.
administrativo sobre os atos e contratos relativos à prestação de serviço público
específico, a União pode criar, mediante lei federal, uma agência reguladora, 13. As autarquias são exemplos de administração centralizada, pois detêm
pessoa jurídica de direito público cujos dirigentes exercem mandatos fixos, somente personalidade jurídica de direito público e são criadas por lei com autonomia
podendo perdê-los em caso de renúncia, condenação transitada em julgado ou administrativa e financeira.
processo administrativo disciplinar, entre outras hipóteses fixadas na lei instituidora
da entidade. 14. (CEBRASPE/2008 – PGE/ES – Procurador) A única diferença entre sociedade
de economia mista e empresa pública é a composição do capital.
23. (CESPE/2010 – MPU – Analista) A desqualificação de fundação como agência
executiva é realizada mediante decreto, por iniciativa do ministério supervisor. 15. Na esfera federal, a Administração Direta é realizada pela Presidência da
República e seus órgãos de assessoramento imediato ou de consulta e pelos
24. (CESPE/2010 – MPU – Técnico) Considere que Pedro, imediatamente após o ministérios.
término de seu mandato como dirigente de agência reguladora, tenha sido
convidado a assumir cargo gerencial em empresa do setor regulado pela agência 16. Empresas públicas são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito
onde cumprira o mandato. Nessa situação, Pedro não poderá assumir privado.
imediatamente o novo cargo, devendo cumprir quarentena. 17. Os processos que envolvam sociedades de economia mista federais são
25. (CESPE/2010 – MPU – Analista) Para se transformar em agência executiva, processados e julgados, em regra, na Justiça Estadual.
uma fundação deve ter, em andamento, planos estratégicos de reestruturação e de 18. (CEBRASPE/2015 – TRE/MT – Analista) O capital social das sociedades de
desenvolvimento institucional. economia mista deve ser integralmente público, e a participação do Estado no
26. (CESPE/2010 – MPU – Analista) À agência executiva é vedada a celebração de capital social das empresas públicas deve ser majoritária.
contrato de gestão com órgão da administração direta. 19. A Empresa Pública é uma pessoa jurídica de direito público, integrante da
Administração Indireta, criada por lei específica para desempenhar funções que,
despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
20. Exige-se lei específica para a criação de autarquia e para a autorização de
1. Entidades políticas, ao contrário das entidades administrativas, possuem instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e fundação.
capacidade legislativa.
21. (CEBRASPE/2016 – TCE/PA – Auxiliar) Compõem a administração indireta os
2. (CEBRASPE/TRE/PA/Técnico/Administrativa/2005) A respeito da administração órgãos públicos internos, as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de
direta e indireta, considere as características apresentadas nos itens a seguir. economia mista e as fundações públicas.
I Serviços integrados na estrutura administrativa da presidência da República e na 22. As entidades administrativas devem observar o princípio da especialidade no
estrutura dos ministérios. exercício de funções administrativas, sendo vedado o exercício de atividade política
de governo por tais pessoas.
II Grande generalidade de atribuições e tarefas.
23. (CEBRASPE - 2014 - TJ-CE - Técnico) A criação de empresa pública e de
III Entidades dotadas de personalidade jurídica própria. sociedade de economia mista depende de autorização legislativa, porém, o mesmo
A quantidade de itens que apresentam características relacionadas à administração não ocorre às suas subsidiárias.
direta é igual a 24. (CEBRASPE/2016 – TER/PI – Técnico) Entidade administrativa, com
a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 personalidade jurídica de direito público, destinada a supervisionar e fiscalizar o
ensino superior, criada mediante lei específica,
3. (CEBRASPE - 2014 - TJ-CE - Técnico) As empresas públicas e as sociedades de
economia mista são integrantes da administração indireta, independentemente de a) é regida, predominantemente, pelo regime jurídico de direito privado.
prestarem serviço público ou de exercerem atividade econômica de natureza b) integra a administração direta.
empresarial.
c) possui autonomia e é titular de direitos e obrigações próprios.
4. As sociedades de economia mista são constituídas com capital exclusivamente
público, mas administradas em conjunto pela Administração e pelos Administrados. d) tem natureza de empresa pública.
5. A área de atuação das fundações públicas será definida por Lei Complementar. e) é exemplo de entidade resultante da desconcentração administrativa.
6. (CEBRASPE - 2015 – TCE-RN - Auditor) Os conselhos profissionais, com 25. (CESPE/2015 – TRE/MT – Analista) As agências reguladoras integram a
exceção da OAB, têm personalidade jurídica de direito privado, detêm poder administração direta.
de polícia e gozam de imunidade tributária.
26. Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público e sempre se
7. (FUNIVERSA - 2015 – SEAP-DF – Agente) A fundação pública de natureza destinam à prestação de serviços públicos.
pública é denominada fundação autárquica, visto que possui regime jurídico muito
semelhante ao da autarquia. 27. (CEBRASPE - 2015 - TRE-MT - Analista) Conforme a CF, as empresas públicas
e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica estão
8. (CEBRASPE - 2005 - TRE-GO - Técnico) As empresas públicas e as sociedades sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, exceto quanto aos
de economia mista, por terem personalidade jurídica de direito privado, não estão direitos e obrigações civis e comerciais.
sujeitas à regra constitucional da exigibilidade de licitação.
28. O capital da empresa pública é exclusivamente público, mas pode pertencer a
9. (CEBRASPE - 2013 - TJDFT – Técnico) Entidades paraestatais, pessoas uma ou mais entidades da Administração Pública.
jurídicas de direito privado que integram a administração indireta, não podem
exercer atividade de natureza lucrativa. 29. Situam-se na administração indireta as organizações sociais e as organizações
da sociedade civil de interesse público.
10. (CEBRASPE - 2014 - TJ-CE - Analista) Os consórcios públicos sob o regime
jurídico de direito público são associações públicas sem personalidade jurídica 30. (FGV/2015 – TJ/PI – Analista) De acordo com a doutrina de Direito
criadas para a gestão associada de serviços públicos de interesse de mais de um Administrativo, sociedade de economia mista pode ser conceituada como entidade
ente federativo. integrante da Administração:
a) Direta, com personalidade jurídica de direito público, criada por lei específica
para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e

Página 14
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
típicas do Estado, especialmente para a prestação de serviços públicos essenciais a) fundação pública e autarquia;
de responsabilidade do Poder Público;
b) empresa pública e sociedade de economia mista;
b) Direta, com personalidade jurídica de direito público, criada por autorização
legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo c) sociedade de economia mista e autarquia;
exerça atividades gerais de caráter econômico; d) fundação pública e concessionária;
c) Indireta, com personalidade jurídica de direito privado, criada mediante lei e) autarquia e empresa pública.
específica, sob a forma de sociedade por cotas de responsabilidade limitada ou
sociedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por 38. (CEBRASPE/2016 – TRE/RS – Analista) Constituindo o consórcio público uma
objetivo exclusivamente a exploração de atividades gerais de caráter econômico; associação formada por pessoas jurídicas políticas e dotada de personalidade
jurídica própria, a manifestação de retirada de um dos entes da Federação implicará
d) Indireta, com personalidade jurídica de direito público, criada por autorização a extinção do consórcio.
legal, sob a forma de sociedade por cotas de responsabilidade limitada, cujo
controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo exclusivamente a 39. (CEBRASPE/2015 – DPE/RN – Defensor) Acerca dos serviços sociais
exploração de atividades gerais de caráter econômico; autônomos, assinale a opção correta.

e) Indireta, com personalidade jurídica de direito privado, criada por autorização a) Segundo entendimento jurisprudencial consolidado no âmbito do STF, os
legal, sob a forma de sociedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema S estão
Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de submetidos à exigência de concurso público para a contratação de pessoal, nos
caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos. moldes do que prevê a CF para a investidura em cargo ou emprego público.

31. O Poder Executivo, observados os requisitos legais, poderá qualificar como b) Por serem destinatários de dinheiro público arrecadado mediante contribuições
organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas sociais de interesse corporativo, os serviços sociais autônomos estão sujeitos aos
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento estritos procedimentos e termos estabelecidos na Lei n.º 8.666/1993.
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. E é
c) Assim como outras entidades privadas que atuam em parceria com o poder
por meio de contrato de gestão que o Poder Público e a entidade qualificada como
público, como as OSs e as OSCIPs, os serviços sociais autônomos necessitam da
organização social formam parcerias para fomento e execução de atividades
celebração de contrato de gestão com o poder público para o recebimento de
relativas às áreas suprarelacionadas.
subvenções públicas.
32. As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público é uma qualificação
d) Serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado integrantes
de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos. Exige-se, para tanto,
do elenco das pessoas jurídicas da administração pública indireta e têm como
que sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre a
finalidade uma atividade social que representa a prestação de um serviço de
constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, sendo vedada a participação
utilidade pública em benefício de certos agrupamentos sociais ou profissionais.
de servidores públicos na composição desse conselho.
e) Referidos entes de cooperação governamental, destinatários de contribuições
33. São consideradas agências executivas as autarquias e as fundações, que,
parafiscais, estão sujeitos à fiscalização do Estado nos termos e condições
mediante a celebração de um contrato de gestão, apresentam regime jurídico
estabelecidos na legislação pertinente a cada um.
especial que lhes concede maior autonomia em relação ao ente federativo que as
criou. 40. (FGV/2008 – Senado – Analista) Assinale a afirmativa incorreta.
34. Os Serviços sociais autônomos, por integrarem a administração pública, estão a) Sociedades de economia mista podem explorar atividades de natureza
sujeitos à exigência constitucional de que a investidura em cargo ou emprego econômica.
público dependa de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas
e títulos. b) Empresas públicas não podem ter personalidade jurídica de direito público,
mesmo quando prestam serviços públicos.
35. Sobre as normas gerais acerca da prestação de serviços públicos por
Organizações Sociais – OS's, assinale a afirmativa correta. c) Os serviços sociais autônomos não integram a administração indireta como
entidades especiais.
a) A qualificação de pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos em
Organização Social depende de lei específica de iniciativa do chefe do Poder d) Fundações governamentais podem assumir a forma de entidade autárquica,
Executivo. sendo pessoas de direito público.

b) A Organização Social formada será integrante da Administração Indireta do ente e) Agências reguladoras são autarquias ou fundações de regime especial e têm
federado que a criou, estando submetida aos princípios da hierarquia e do controle. personalidade jurídica de direito público.

c) Não obstante a qualificação como Organização Social, a entidade de direito 41. (CEBRASPE - 2005 - TRE-MA - Técnico) A administração indireta é o conjunto
privado qualificada está submetida à prévia licitação para a prestação do serviço de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm
delegado. competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas.

d) A qualificação da entidade privada como Organização Social depende de 42. (CEBRASPE - 2014 - TJ-CE - Técnico) Toda pessoa integrante da
licitação na modalidade de concorrência, salvo se por inviabilidade de competição a administração indireta está vinculada a determinado órgão da administração direta,
mesma for inexigível. fato que decorre do princípio da especificidade.

e) As entidades qualificadas como Organização Social não integram a estrutura da 43. (CEBRASPE/2015 – DPE/RN – Defensor Público) As empresas públicas e a
Administração Pública e não possuem fins lucrativos, mas se submetem ao controle sociedade de economia mista, entidades da administração indireta com natureza
financeiro do Poder Público, inclusive do Tribunal de Contas. jurídica de direito privado, devem constituir-se sob a forma jurídica de sociedade
anônima.
36. (CEBRASPE/2016 – TRE/RS – Analista) Embora os serviços sociais autônomos
sejam instituídos por lei e mantidos por dotações orçamentárias ou contribuições 44. (CEBRASPE/2015 – TRE/MT – Analista) A administração pública indireta
parafiscais, para a contratação de seu pessoal não se exige a realização de abrange as autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de
processo seletivo. economia mista e organizações sociais.

37. (FGV/2015 – TJ/PI – Analista) 45. (CEBRASPE/2015 – FUB – Assistente) As secretarias, dentro da administração
direta, executam suas tarefas de forma centralizada.
Entidade 1) Pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta,
criada por lei específica para desempenhar funções que, despidas de caráter 46. A empresa pública se submete à regra do concurso público, e o respectivo
econômico, sejam próprias e típicas do Estado; pessoal se sujeita ao regime estatutário.

Entidade 2) Pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta 47. (CEBRASPE/2016 – Prefeitura de São Paulo – Assistente) O aspecto mais
do Estado, criada por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a relevante que caracteriza a administração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo
sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico tempo, titular e executora de serviço público.
ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos.As entidades 48. (PGR/2012 – Procurador da República) No tocante às organizações do
acima conceituadas são, respectivamente,: chamado "terceiro setor", é correto afirmar que:

Página 15
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
a) As organizações da sociedade civil de interesse público são constituidas por lei * Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do
de iniciativa do Executivo Federal, vinculando-se ao Ministério com o quai mantêm Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa
identidade de atribuições, mas preservando autonomia quanto à gestão pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno,
administrativa e financeira. bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
b) Tendo recebido a qualificação de interesse público, as organizações da
sociedade civil, passam a submeter-se a regramentos de direito público, * A empresa pública não poderá lançar debêntures ou outros títulos ou valores
submetendo-se a prestação de contas de recursos repassados pelo poder público e mobiliários, conversíveis em ações e emitir partes beneficiárias.
formando seu quadro de pessoal apenas mediante concurso de provas ou de
provas e títulos.
c) As organizações sociais possuem personalidade juridica de direito privado, 3. CONCEITO E FORMA DE CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE DE ECONOMIA
habilitando-se ao recebimento de recursos públicos a partir da homologação de MISTA
seus atos constitutivos pelo Ministério Público e da celebração de termo de parceria - entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado
com órgãos da Administração Pública.
- criação autorizada por lei
d) Instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,
práticas e visões devocionais e confessionais não podem qualificar-se como - sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em
organização da sociedade civil de interesse público, ainda que desempenhem sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade
atividades de assistência social. da administração indireta

49. (CESPE/2009 – TRF/2 – Juiz Federal) Considerando que a União pretenda criar * A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e
uma empresa pública subsidiária da INFRAERO para exercer serviços de as responsabilidades do acionista controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15
infraestrutura aeroportuária, assinale a opção correta acerca dessa situação e da de dezembro de 1976 (Lei das Sociedade por ações), e deverá exercer o poder de
organização da administração pública. Os dirigentes da referida empresa controle no interesse da companhia, respeitado o interesse público que justificou
subsidiária deverão ser regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. sua criação.

50. (CESPE/2013 – DPE/TO – Defensor) Para a criação de entidades da - Além das normas previstas na Lei 13.303/06, a sociedade de economia mista com
administração pública indireta, excetuada a de subsidiárias de sociedade de registro na Comissão de Valores Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei nº
economia mista e de empresas públicas, é necessária a edição de lei específica. 6.385, de 7 de dezembro de 1976 (Comissão de Valores Imobiliários).

Gabarito (fixação)
1. C 2. C 3. C 4. E 5. C 6. E 7. C 3. OBRIGAÇÕES DAS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADE DE ECONOMIA
8. E 9. E 10. E 11. E 12. E 13. E 14. E MISTA
15. C 16. C 17. C 18. E 19. E 20. C 21. E
22. C 23. E 24. C 25. E 26. E 27. E 28. C - divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos administradores;
29. E 30. E 31. C 32. E 33. C 34. E 35. E - adequar constantemente suas práticas ao Código de Conduta e Integridade e a
36. E 37. E 38. E 39. E 40. E 41. E 42. E outras regras de boa prática de governança corporativa
43. E 44. E 45. C 46. E 47. E 48. D 49. E
50. E
3.1. Quando foram exploradoras de atividade econômica e assumirem
obrigações e responsabilidades distintas das demais empresas do setor
LEI 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016 – ESTATUTO DAS EMPRESAS privado deverão:
PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
- estar claramente definidas em lei ou regulamento
1. ABRANGÊNCIA
- previstas em contrato, convênio ou ajuste celebrado com o ente público
- toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos competente para estabelecê-las, observada a ampla publicidade desses
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios instrumentos;
- que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de - ter seu custo e suas receitas discriminados e divulgados de forma transparente,
prestação de serviço inclusive no plano contábil.
- ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da 4. GESTÃO DE RISCOS
União ou seja de prestação de serviços públicos.
- adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e controle interno;
- ainda que participem de consórcio na condição de operadora
- deverá haver auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário
1.1. Vigência
- deverão elaborar Código de Conduta e Integridade, com treinamento anual
- A empresa pública e a sociedade de economia mista constituídas anteriormente à
- a área responsável pela verificação de cumprimento de obrigações e de gestão de
vigência da Lei 13.303/2016 deverão, no prazo de 24 (vinte e quatro) meses,
riscos deverá ser vinculada ao diretor-presidente e liderada por diretor estatutário
promover as adaptações necessárias
- A sociedade de economia mista que tiver capital fechado na data de entrada em
vigor da Lei 13.303/2016 (01/07/2016) poderá, observado o prazo de 24 meses, ser 5. AUDITORIA INTERNA
transformada em empresa pública, mediante resgate, pela empresa, da totalidade
das ações de titularidade de acionistas privados, com base no valor de patrimônio - deverá ser vinculada ao Conselho de Administração, diretamente ou por meio do
líquido constante do último balanço aprovado pela assembléia geral. Comitê de Auditoria Estatutário;
- responsável por aferir a adequação do controle interno, a efetividade do
gerenciamento dos riscos e dos processos de governança e a confiabilidade do
2. CONCEITO E FORMA DE CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA PÚBLICA processo de coleta, mensuração, classificação, acumulação, registro e divulgação
de eventos e transações, visando ao preparo de demonstrações financeiras.
- entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado
- criação autorizada por lei
6. ARBITRAGEM
- patrimônio próprio
- A sociedade de economia mista poderá solucionar, mediante arbitragem, as
- capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito
divergências entre acionistas e a sociedade, ou entre acionistas controladores e
Federal ou pelos Municípios
acionistas minoritários, nos termos previstos em seu estatuto social.

Página 16
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
7. AÇÃO DE RESPONSABILIZAÇÃO CONTRA O ACIONISTA CONTROLADOR * É assegurado aos acionistas minoritários o direito de eleger 1 (um) conselheiro, se
maior número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo.
- O acionista controlador da empresa pública e da sociedade de economia mista
responderá pelos atos praticados com abuso de poder 9.2. Não poderá ser indicado para o Conselho de Administração e Diretoria:
- A ação de reparação poderá ser proposta pela sociedade, pelo terceiro I representante do órgão regulador ao qual a empresa pública ou a sociedade de
prejudicado ou pelos demais sócios, independentemente de autorização da economia mista está sujeita
assembleia-geral de acionistas.
II Ministro de Estado
- a ação prescreve em 6 anos
III Secretário de Estado, de Secretário Municipal
* O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias poderá dispor sobre a contratação de seguro de responsabilidade IV titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público, de natureza
civil pelos administradores. especial ou de direção e assessoramento superior na administração pública
V dirigente estatutário de partido político

8. ADMINISTRADOR VI titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que
licenciados do cargo
- Consideram-se administradores da empresa pública e da sociedade de economia
mista os membros do Conselho de Administração e da diretoria VII pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de
estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização,
estruturação e realização de campanha eleitoral;
9. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E DIRETORES VIII pessoa que exerça cargo em organização sindical;
- O Conselho de Administração deve ser composto por no mínimo 7 (sete) e no IX pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como fornecedor ou comprador,
máximo 11 (onze) membros demandante ou ofertante, de bens ou serviços de qualquer natureza, com a pessoa
político-administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de
- no mínimo 3 diretores economia mista ou com a própria empresa ou sociedade em período inferior a 3
- prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração e dos diretores será (três) anos antes da data de nomeação;
unificado e não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3 (três) X pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a
reconduções consecutivas pessoa político-administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de
9.1. Requisitos para escolha dos membros do Conselho e Diretores economia mista ou com a própria empresa ou sociedade.

- escolhidos entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento * as vedações previstas nos itens I a VI se estendem também aos parentes
consanguíneos ou afins até o terceiro grau das referidas pessoas
- formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado
* É vedada a participação remunerada de membros da administração pública, direta
- não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade ou indireta, em mais de 2 (dois) conselhos, de administração ou fiscal
- ter experiência profissional de, no mínimo (um dos requisitos abaixo) 9.3. Membro Independente do Conselho de Administração
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atuação da - O Conselho de Administração deve ser composto, no mínimo, por 25% (vinte e
empresa pública ou da sociedade de economia mista ou em área conexa àquela cinco por cento) de membros independentes ou por pelo menos 1 (um), caso haja
para a qual forem indicados em função de direção superior; decisão pelo exercício da faculdade do voto múltiplo pelos acionistas minoritários
ou - O conselheiro independente caracteriza-se por:
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos: I - não ter qualquer vínculo com a empresa pública ou a sociedade de economia
mista, exceto participação de capital;
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte ou objeto social
semelhante ao da empresa pública ou da sociedade de economia mista, II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau ou por
entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis adoção, de chefe do Poder Executivo, de Ministro de Estado, de Secretário de
hierárquicos não estatutários mais altos da empresa; Estado ou Município ou de administrador da empresa pública ou da sociedade de
economia mista;
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no
setor público; III - não ter mantido, nos últimos 3 (três) anos, vínculo de qualquer natureza com a
empresa pública, a sociedade de economia mista ou seus controladores, que possa
3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da empresa pública ou
vir a comprometer sua independência;
da sociedade de economia mista;
IV - não ser ou não ter sido, nos últimos 3 (três) anos, empregado ou diretor da
ou
empresa pública, da sociedade de economia mista ou de sociedade controlada,
c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em atividade coligada ou subsidiária da empresa pública ou da sociedade de economia mista,
direta ou indiretamente vinculada à área de atuação da empresa pública ou exceto se o vínculo for exclusivamente com instituições públicas de ensino ou
sociedade de economia mista; pesquisa;
* Os requisitos de experiência profissional poderão ser dispensados no caso V - não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto, de serviços ou produtos da
de indicação de empregado da empresa pública ou da sociedade de economia empresa pública ou da sociedade de economia mista, de modo a implicar perda de
mista para cargo de administrador ou como membro de comitê, desde que independência;
atendidos os seguintes quesitos mínimos:
VI - não ser funcionário ou administrador de sociedade ou entidade que esteja
I - o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na sociedade de oferecendo ou demandando serviços ou produtos à empresa pública ou à
economia mista por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos; sociedade de economia mista, de modo a implicar perda de independência;
II - o empregado tenha mais de 10 (dez) anos de trabalho efetivo na empresa VII - não receber outra remuneração da empresa pública ou da sociedade de
pública ou na sociedade de economia mista; economia mista além daquela relativa ao cargo de conselheiro, à exceção de
proventos em dinheiro oriundos de participação no capital.
III - o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior da empresa pública ou
da sociedade de economia mista, comprovando sua capacidade para assumir as
responsabilidades dos cargos de que trata o caput.
10. COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO
* É garantida a participação, no Conselho de Administração, de representante dos
- órgão auxiliar do Conselho de Administração, ao qual se reportará diretamente.
empregados e dos acionistas minoritários.

Página 17
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
- deverá possuir meios para receber denúncias, inclusive sigilosas, internas e
externas à empresa pública ou à sociedade de economia mista, em matérias
relacionadas ao escopo de suas atividades.
- deverá se reunir quando necessário, no mínimo bimestralmente
10.1. Composição do Comitê
- será integrado por, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, em sua
maioria independentes.
- São condições mínimas para integrar o Comitê de Auditoria Estatutário:
I - não ser ou ter sido, nos 12 (doze) meses anteriores à nomeação para o Comitê:
a) diretor, empregado ou membro do conselho fiscal da empresa pública
ou sociedade de economia mista ou de sua controladora, controlada, coligada ou
sociedade em controle comum, direta ou indireta;
b) responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qualquer outro
integrante com função de gerência de equipe envolvida nos trabalhos de auditoria
na empresa pública ou sociedade de economia mista;
II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau ou por
adoção, das pessoas referidas no inciso I;
III - não receber qualquer outro tipo de remuneração da empresa pública ou
sociedade de economia mista ou de sua controladora, controlada, coligada ou
sociedade em controle comum, direta ou indireta, que não seja aquela relativa à
função de integrante do Comitê de Auditoria Estatutário;
IV - não ser ou ter sido ocupante de cargo público efetivo, ainda que licenciado, ou
de cargo em comissão da pessoa jurídica de direito público que exerça o controle
acionário da empresa pública ou sociedade de economia mista, nos 12 (doze)
meses anteriores à nomeação para o Comitê de Auditoria Estatutário.
* Ao menos 1 (um) dos membros do Comitê de Auditoria Estatutário deve ter
reconhecida experiência em assuntos de contabilidade societária.
* - devem ser divulgadas as atas das reuniões do comitê estatutário com o fim de
verificar o cumprimento, pelos membros indicados, dos requisitos definidos na
política de indicação, devendo ser registradas as eventuais manifestações
divergentes de conselheiros.

11. CONSELHO FISCAL


- prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não superior a 2 (dois) anos,
permitidas 2 (duas) reconduções consecutivas.
-podem ser membros do Conselho Fiscal pessoas naturais, residentes no País,
com formação acadêmica compatível com o exercício da função e que tenham
exercido, por prazo mínimo de 3 (três) anos, cargo de direção ou assessoramento
na administração pública ou cargo de conselheiro fiscal ou administrador em
empresa.
- o Conselho Fiscal contará com pelo menos 1 (um) membro indicado pelo ente
controlador, que deverá ser servidor público com vínculo permanente com a
administração pública.

Página 18
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 (cem mil reais),
LICITAÇÕES PARA EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda a
MISTA, SEGUNDO A LEI 13.303/2016 obras e serviços de mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
1. Considerações Iniciais conjunta e concomitantemente;

- Permanecem regidos pela legislação anterior procedimentos licitatórios e II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e
contratos iniciados ou celebrados até o final do prazo de 24 meses da data da para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a
vigência da Lei 13.303. parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser
realizado de uma só vez;
- deve ocorrer o parcelamento do objeto, visando a ampliar a participação de
licitantes, sem perda de economia de escala, e desde que não atinja valores III - quando não acudirem interessados à licitação anterior e essa, justificadamente,
inferiores aos limites para dispensa de licitação não puder ser repetida sem prejuízo para a empresa pública ou a sociedade de
economia mista, bem como para suas respectivas subsidiárias, desde que mantidas
- adoção preferencial da modalidade de licitação denominada pregão, instituída as condições preestabelecidas;
pela Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, para a aquisição de bens e serviços
comuns IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente
superiores aos praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixados
- contratação a ser celebrada por empresa pública ou sociedade de economia pelos órgãos oficiais competentes;
mista da qual decorra impacto negativo sobre bens do patrimônio cultural, histórico,
arqueológico e imaterial tombados dependerá de autorização da esfera de governo V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento de suas
encarregada da proteção do respectivo patrimônio, devendo o impacto ser finalidades precípuas, quando as necessidades de instalação e localização
compensado por meio de medidas determinadas pelo dirigente máximo da empresa condicionarem a escolha do imóvel, desde que o preço seja compatível com o valor
pública ou sociedade de economia mista, na forma da legislação aplicável. de mercado, segundo avaliação prévia;
VI - na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento, em
consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação
2. OBJETIVOS DA LICITAÇÃO da licitação anterior e aceitas as mesmas condições do contrato encerrado por
rescisão ou distrato, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
- assegurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclusive no que se refere ao
ciclo de vida do objeto VII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional ou de
- evitar operações em que se caracterize sobrepreço ou superfaturamento
instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha
inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
3. PRINCÍPIOS EXPRESSOS VIII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica,
- impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da eficiência, da junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de
probidade administrativa, da economicidade, do desenvolvimento nacional exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
sustentável, da vinculação ao instrumento convocatório, da obtenção de
competitividade e do julgamento objetivo. IX - na contratação de associação de pessoas com deficiência física, sem fins
lucrativos e de comprovada idoneidade, para a prestação de serviços ou
fornecimento de mão de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado;
4. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO (inviabilidade de competição) – art. 30
X - na contratação de concessionário, permissionário ou autorizado para
I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás natural e de outras
por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo; prestadoras de serviço público, segundo as normas da legislação específica, desde
II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados, com profissionais que o objeto do contrato tenha pertinência com o serviço público.
ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de XI - nas contratações entre empresas públicas ou sociedades de economia mista e
publicidade e divulgação: suas respectivas subsidiárias, para aquisição ou alienação de bens e prestação ou
a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; obtenção de serviços, desde que os preços sejam compatíveis com os praticados
no mercado e que o objeto do contrato tenha relação com a atividade da contratada
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; prevista em seu estatuto social;
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; XII - na contratação de coleta, processamento e comercialização de resíduos
sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda que tenham como ocupação
econômica a coleta de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico. XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou a empresa cujo envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, mediante parecer de comissão especialmente designada pelo dirigente máximo da
estudos, experiência, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou empresa pública ou da sociedade de economia mista;
outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu XIV - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20
trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de
objeto do contrato. contratação dela constantes;

5. LICITAÇÃO DISPENSADA – art. 28, §3º XV - em situações de emergência, quando caracterizada urgência de atendimento
de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de
I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta de produtos, serviços pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
ou obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos sociais; somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial e para
II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas características as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de
particulares, vinculada a oportunidades de negócio definidas e específicas, 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contado da ocorrência da
justificada a inviabilidade de procedimento competitivo. emergência, vedada a prorrogação dos respectivos contratos, observado o disposto
no § 2o;
XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades da administração pública,
6. LICITAÇÃO DISPENSÁVEL – art. 29 inclusive quando efetivada mediante permuta;

Página 19
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de interesse social, após II - de pessoa jurídica que participar de consórcio responsável pela elaboração do
avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica relativamente à anteprojeto ou do projeto básico da licitação;
escolha de outra forma de alienação;
III - de pessoa jurídica da qual o autor do anteprojeto ou do projeto básico da
XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e de dívida e de bens que licitação seja administrador, controlador, gerente, responsável técnico,
produzam ou comercializem. subcontratado ou sócio, neste último caso quando a participação superar 5% (cinco
por cento) do capital votante.
§ 1o Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nos termos do
inciso VI do caput, a empresa pública e a sociedade de economia mista poderão * É permitida a participação das pessoas jurídicas e da pessoa física autoras do
convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a celebração projeto, em execução de contrato, como consultor ou técnico, nas funções de
do contrato nas condições ofertadas por estes, desde que o respectivo valor seja fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da empresa
igual ou inferior ao orçamento estimado para a contratação, inclusive quanto aos pública e da sociedade de economia mista interessadas.
preços atualizados nos termos do instrumento convocatório.
§ 2o A contratação direta com base no inciso XV do caput não dispensará a
responsabilização de quem, por ação ou omissão, tenha dado causa ao motivo ali 9. PRAZOS PARA DIVULGAÇÃO DOS INSTRUMENTOS CONVOCATÓRIOS
descrito, inclusive no tocante ao disposto na Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992. I - para aquisição de bens:
§ 3o Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput podem ser alterados, para a) 5 (cinco) dias úteis, quando adotado como critério de julgamento o menor preço
refletir a variação de custos, por deliberação do Conselho de Administração da ou o maior desconto;
empresa pública ou sociedade de economia mista, admitindo-se valores
diferenciados para cada sociedade. b) 10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses;
II - para contratação de obras e serviços:
a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotado como critério de julgamento o menor
preço ou o maior desconto;
7. EMPRESAS IMPEDIDAS DE PARTICIPAR DAS LICITAÇÕES E DE SEREM
CONTRATADAS EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: b) 30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses;

I - cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital III - no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias úteis para licitação em que se adote como
social seja diretor ou empregado da empresa pública ou sociedade de economia critério de julgamento a melhor técnica ou a melhor combinação de técnica e preço,
mista contratante; bem como para licitação em que haja contratação semi-integrada ou integrada.

II - suspensa pela empresa pública ou sociedade de economia mista;


III - declarada inidônea pela União, por Estado, pelo Distrito Federal ou pela 10. NORMAS ESPECÍFICAS PARA AQUISIÇÃO DE BENS
unidade federativa a que está vinculada a empresa pública ou sociedade de
A empresa pública e a sociedade de economia mista, na licitação para aquisição de
economia mista, enquanto perdurarem os efeitos da sanção;
bens, poderão:
IV - constituída por sócio de empresa que estiver suspensa, impedida ou declarada
I - indicar marca ou modelo, nas seguintes hipóteses:
inidônea;
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;
V - cujo administrador seja sócio de empresa suspensa, impedida ou declarada
inidônea; b) quando determinada marca ou modelo comercializado por mais de um
fornecedor constituir o único capaz de atender o objeto do contrato; c) quando for
VI - constituída por sócio que tenha sido sócio ou administrador de empresa
necessária, para compreensão do objeto, a identificação de determinada marca ou
suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período dos fatos que deram ensejo
modelo apto a servir como referência, situação em que será obrigatório o acréscimo
à sanção;
da expressão “ou similar ou de melhor qualidade”;
VII - cujo administrador tenha sido sócio ou administrador de empresa suspensa,
II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualificação e na fase de
impedida ou declarada inidônea, no período dos fatos que deram ensejo à sanção;
julgamento das propostas ou de lances, desde que justificada a necessidade de sua
VIII - que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa que participou, em razão de apresentação;
vínculo de mesma natureza, de empresa declarada inidônea.
III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do processo de fabricação,
* Aplica-se a vedação: inclusive sob o aspecto ambiental, por instituição previamente credenciada.

I - à contratação do próprio empregado ou dirigente, como pessoa física, bem como


à participação dele em procedimentos licitatórios, na condição de licitante; 11. FASES DA LICITAÇÃO

II - a quem tenha relação de parentesco, até o terceiro grau civil, com: I - preparação;

a) dirigente de empresa pública ou sociedade de economia mista; II - divulgação;

b) empregado de empresa pública ou sociedade de economia mista cujas III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de disputa adotado;
atribuições envolvam a atuação na área responsável pela licitação ou contratação;
IV - julgamento;
c) autoridade do ente público a que a empresa pública ou sociedade de economia
V - verificação de efetividade dos lances ou propostas;
mista esteja vinculada.
VI - negociação;
III - cujo proprietário, mesmo na condição de sócio, tenha terminado seu prazo de
gestão ou rompido seu vínculo com a respectiva empresa pública ou sociedade de VII - habilitação;
economia mista promotora da licitação ou contratante há menos de 6 (seis) meses.
VIII - interposição de recursos;
* A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão informar ao
cadastro de empresas inidôneas (art. 23 da Lei 12.846/2013) os dados relativos às IX - adjudicação do objeto;
sanções por elas aplicadas aos contratados X - homologação do resultado ou revogação do procedimento.
* O fornecedor incluído no cadastro de empresas inidôneas não poderá disputar
licitação ou participar, direta ou indiretamente, da execução de contrato. 12. TIPOS DE LICITAÇÃO (critérios de julgamento)

8. NÃO PODERÃO PARTICIPAR DAS LICITAÇÕES I - menor preço;

I - de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o anteprojeto ou o projeto II - maior desconto;
básico da licitação; III - melhor combinação de técnica e preço;

Página 20
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
IV - melhor técnica; I - caução em dinheiro;
V - melhor conteúdo artístico; II - seguro-garantia;
VI - maior oferta de preço; III - fiança bancária.
VII - maior retorno econômico; § 2o A garantia a que se refere o caput não excederá a 5% (cinco por cento)
do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições nele
VIII - melhor destinação de bens alienados. estabelecidas, ressalvado o previsto no § 3o deste artigo.
13. CRITÉRIOS DE DESEMPATE § 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo
complexidade técnica e riscos financeiros elevados, o limite de garantia previsto no
I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão apresentar nova proposta § 2opoderá ser elevado para até 10% (dez por cento) do valor do contrato.
fechada, em ato contínuo ao encerramento da etapa de julgamento;
§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, desde que exista execução do contrato, devendo ser atualizada monetariamente na hipótese do
sistema objetivo de avaliação instituído; inciso I do § 1o deste artigo.
III - os critérios estabelecidos no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei não excederá a 5
e no § 2o do art. 3o da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993: (cinco) anos, contados a partir de sua celebração, exceto:
1º) produzidos no país; I - para projetos contemplados no plano de negócios e investimentos da
2º por empresas brasileiras empresa pública ou da sociedade de economia mista;

3º) que invistam em pesquisa e desenvolvimento tecnológico II - nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco) anos seja
prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo inviabilize ou onere
IV - sorteio. excessivamente a realização do negócio.
CAPÍTULO II Parágrafo único. É vedado o contrato por prazo indeterminado.
DOS CONTRATOS Art. 72. Os contratos regidos por esta Lei somente poderão ser alterados
por acordo entre as partes, vedando-se ajuste que resulte em violação da obrigação
Seção I de licitar.
Da Formalização dos Contratos Art. 73. A redução a termo do contrato poderá ser dispensada no caso de
Art. 68. Os contratos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas, pequenas despesas de pronta entrega e pagamento das quais não resultem
pelo disposto nesta Lei e pelos preceitos de direito privado. obrigações futuras por parte da empresa pública ou da sociedade de economia
mista.
Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados por esta Lei:
Parágrafo único. O disposto no caput não prejudicará o registro contábil
I - o objeto e seus elementos característicos; exaustivo dos valores despendidos e a exigência de recibo por parte dos
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; respectivos destinatários.

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a Art. 74. É permitido a qualquer interessado o conhecimento dos termos do
periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização monetária contrato e a obtenção de cópia autenticada de seu inteiro teor ou de qualquer de
entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; suas partes, admitida a exigência de ressarcimento dos custos, nos termos
previstos na Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011.
IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de conclusão, de
entrega, de observação, quando for o caso, e de recebimento; Art. 75. A empresa pública e a sociedade de economia mista convocarão o
licitante vencedor ou o destinatário de contratação com dispensa ou inexigibilidade
V - as garantias oferecidas para assegurar a plena execução do objeto de licitação para assinar o termo de contrato, observados o prazo e as condições
contratual, quando exigidas, observado o disposto no art. 68; estabelecidos, sob pena de decadência do direito à contratação.
VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as tipificações das § 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, por igual
infrações e as respectivas penalidades e valores das multas; período.
VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para alteração de § 2o É facultado à empresa pública ou à sociedade de economia mista,
seus termos; quando o convocado não assinar o termo de contrato no prazo e nas condições
estabelecidos:
VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da respectiva licitação ou ao
termo que a dispensou ou a inexigiu, bem como ao lance ou proposta do licitante I - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para
vencedor; fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro
classificado, inclusive quanto aos preços atualizados em conformidade com o
IX - a obrigação do contratado de manter, durante a execução do contrato, instrumento convocatório;
em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, as condições de
habilitação e qualificação exigidas no curso do procedimento licitatório; II - revogar a licitação.
X - matriz de riscos. Art. 76. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou
substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se
§ 1o (VETADO). verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais
§ 2o Nos contratos decorrentes de licitações de obras ou serviços de empregados, e responderá por danos causados diretamente a terceiros ou à
engenharia em que tenha sido adotado o modo de disputa aberto, o contratado empresa pública ou sociedade de economia mista, independentemente da
deverá reelaborar e apresentar à empresa pública ou à sociedade de economia comprovação de sua culpa ou dolo na execução do contrato.
mista e às suas respectivas subsidiárias, por meio eletrônico, as planilhas com Art. 77. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, fiscais e
indicação dos quantitativos e dos custos unitários, bem como do detalhamento das comerciais resultantes da execução do contrato.
Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES), com os
respectivos valores adequados ao lance vencedor, para fins do disposto no inciso III § 1o A inadimplência do contratado quanto aos encargos trabalhistas, fiscais
do caput deste artigo. e comerciais não transfere à empresa pública ou à sociedade de economia mista a
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
Art. 70. Poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
obras, serviços e compras. Registro de Imóveis.
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de § 2o (VETADO).
garantia:

Página 21
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
Art. 78. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, esses materiais
ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela empresa pública ou pela deverão ser pagos pela empresa pública ou sociedade de economia mista pelos
sociedade de economia mista, conforme previsto no edital do certame. custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos,
podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da
§ 1o A empresa subcontratada deverá atender, em relação ao objeto da supressão, desde que regularmente comprovados.
subcontratação, as exigências de qualificação técnica impostas ao licitante
vencedor. § 5o A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tributos ou encargos
legais, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a
§ 2o É vedada a subcontratação de empresa ou consórcio que tenha data da apresentação da proposta, com comprovada repercussão nos preços
participado: contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o
I - do procedimento licitatório do qual se originou a contratação; caso.

II - direta ou indiretamente, da elaboração de projeto básico ou executivo. § 6o Em havendo alteração do contrato que aumente os encargos do
contratado, a empresa pública ou a sociedade de economia mista deverá
§ 3o As empresas de prestação de serviços técnicos especializados deverão restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
garantir que os integrantes de seu corpo técnico executem pessoal e diretamente
as obrigações a eles imputadas, quando a respectiva relação for apresentada em § 7o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços
procedimento licitatório ou em contratação direta. previsto no próprio contrato e as atualizações, compensações ou penalizações
financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o
Art. 79. Na hipótese do § 6o do art. 54, quando não for gerada a economia empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor
prevista no lance ou proposta, a diferença entre a economia contratada e a corrigido, não caracterizam alteração do contrato e podem ser registrados por
efetivamente obtida será descontada da remuneração do contratado. simples apostila, dispensada a celebração de aditamento.
Parágrafo único. Se a diferença entre a economia contratada e a § 8o É vedada a celebração de aditivos decorrentes de eventos
efetivamente obtida for superior à remuneração do contratado, será aplicada a supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de responsabilidade da
sanção prevista no contrato, nos termos do inciso VI do caput do art. 69 desta Lei. contratada.
Art. 80. Os direitos patrimoniais e autorais de projetos ou serviços técnicos CAPÍTULO III
especializados desenvolvidos por profissionais autônomos ou por empresas
contratadas passam a ser propriedade da empresa pública ou sociedade de DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE
economia mista que os tenha contratado, sem prejuízo da preservação da
Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) esferas de
identificação dos respectivos autores e da responsabilidade técnica a eles atribuída.
governo fiscalizarão as empresas públicas e as sociedades de economia mista a
Seção II elas relacionadas, inclusive aquelas domiciliadas no exterior, quanto à legitimidade,
à economicidade e à eficácia da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista
Da Alteração dos Contratos contábil, financeiro, operacional e patrimonial.
Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos incisos I a V § 1o Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o caput, os
do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça a possibilidade de alteração, por órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito aos documentos e às informações
acordo entre as partes, nos seguintes casos: necessários à realização dos trabalhos, inclusive aqueles classificados como
I - quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor sigilosos pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista, nos termos
adequação técnica aos seus objetivos; da Lei no12.527, de 18 de novembro de 2011.

II - quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de § 2o O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas públicas e
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta sociedades de economia mista no ato de entrega dos documentos e informações
Lei; solicitados, tornando-se o órgão de controle com o qual foi compartilhada a
informação sigilosa corresponsável pela manutenção do seu sigilo.
III - quando conveniente a substituição da garantia de execução;
§ 3o Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítulo aplicar-se-
IV - quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou ão, também, às empresas públicas e às sociedades de economia mista de caráter e
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da constituição transnacional no que se refere aos atos de gestão e aplicação do
inaplicabilidade dos termos contratuais originários; capital nacional, independentemente de estarem incluídos ou não em seus
respectivos atos e acordos constitutivos.
V - quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição
de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a Art. 86. As informações das empresas públicas e das sociedades de
antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a economia mista relativas a licitações e contratos, inclusive aqueles referentes a
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou bases de preços, constarão de bancos de dados eletrônicos atualizados e com
serviço; acesso em tempo real aos órgãos de controle competentes.
VI - para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre § 1o As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública e da
os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa sociedade de economia mista serão disponibilizadas no sítio eletrônico da empresa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do ou da sociedade na internet, inclusive em formato eletrônico editável.
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores § 2o As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordinárias ou
ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso extraordinárias, dos conselhos de administração ou fiscal das empresas públicas e
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e das sociedades de economia mista, inclusive gravações e filmagens, quando
extracontratual. houver, deverão ser disponibilizados para os órgãos de controle sempre que
solicitados, no âmbito dos trabalhos de auditoria.
§ 1o O contratado poderá aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% § 3o O acesso dos órgãos de controle às informações referidas no caput e
(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular no § 2o será restrito e individualizado.
de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) § 4o As informações que sejam revestidas de sigilo bancário, estratégico,
para os seus acréscimos. comercial ou industrial serão assim identificadas, respondendo o servidor
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites administrativa, civil e penalmente pelos danos causados à empresa pública ou à
estabelecidos no § 1o, salvo as supressões resultantes de acordo celebrado entre sociedade de economia mista e a seus acionistas em razão de eventual divulgação
os contratantes. indevida.

§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para § 5o Os critérios para a definição do que deve ser considerado sigilo
obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, estratégico, comercial ou industrial serão estabelecidos em regulamento.
respeitados os limites estabelecidos no § 1o.

Página 22
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais - integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social;
instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos órgãos do sistema de controle
interno e pelo tribunal de contas competente, na forma da legislação pertinente, - alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de
ficando as empresas públicas e as sociedades de economia mista responsáveis trabalho e renda;
pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos - voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou
termos da Constituição. capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural;
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por - capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de
irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) cunho social.
dias úteis antes da data fixada para a ocorrência do certame, devendo a entidade
julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da c) organizações religiosas
faculdade prevista no § 2o.
- que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social
§ 2o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos
representar ao tribunal de contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle
FORMAS PARA ESTABELECIMENTO DAS PARCERIAS
interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste
artigo. a) Termo de Colaboração
§ Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle
3o - instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas
interno poderão solicitar para exame, a qualquer tempo, documentos de natureza pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional das empresas públicas, de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração
das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, pública que envolvam a transferência de recursos financeiros
obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas pertinentes que,
em função desse exame, lhes forem determinadas. b) Termo de Fomento

Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão - instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas
disponibilizar para conhecimento público, por meio eletrônico, informação completa pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
mensalmente atualizada sobre a execução de seus contratos e de seu orçamento, de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da
admitindo-se retardo de até 2 (dois) meses na divulgação das informações. sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros.

§ 1o A disponibilização de informações contratuais referentes a operações c) Acordo de Cooperação


de perfil estratégico ou que tenham por objeto segredo industrial receberá proteção - instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas
mínima necessária para lhes garantir confidencialidade. pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
§ 2o O disposto no § 1o não será oponível à fiscalização dos órgãos de de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência
controle interno e do tribunal de contas, sem prejuízo da responsabilização de recursos financeiros.
administrativa, civil e penal do servidor que der causa à eventual divulgação dessas CONSELHO DE POLÍTICA PÚBLICA
informações.
- órgão criado pelo poder público para atuar como instância consultiva, na
Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa pública ou da respectiva área de atuação, na formulação, implementação, acompanhamento,
sociedade de economia mista, pelo órgão a que se vincula, não pode ensejar a monitoramento e avaliação de políticas públicas
redução ou a supressão da autonomia conferida pela lei específica que autorizou a
criação da entidade supervisionada ou da autonomia inerente a sua natureza, nem COMISSÃO DE SELEÇÃO
autoriza a ingerência do supervisor em sua administração e funcionamento,
- órgão colegiado destinado a processar e julgar chamamentos públicos,
devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação aplicável.
constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a
Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle não podem participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego
implicar interferência na gestão das empresas públicas e das sociedades de permanente do quadro de pessoal da administração pública;
economia mista a ele submetidas nem ingerência no exercício de suas
*impedimento para participar da comissão de seleção:
competências ou na definição de políticas públicas.
- seleção pessoa que, nos últimos cinco anos, tenha mantido relação jurídica com,
ao menos, uma das entidades participantes do chamamento público.
LEI 13.019/2014 – PARCERIAS ENTRE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E COMISSÃO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL (OSC)
- órgão colegiado destinado a monitorar e avaliar as parcerias celebradas com
- Publicada em 31/07/2014 organizações da sociedade civil mediante termo de colaboração ou termo de
- entrou em vigor 540 dias após a publicação (31/01/2016) fomento

- para os municípios entrará em vigor em 01/01/2017 (pode entrar em vigor a partir - constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação
de 31/01/2016, caso o município edite um ato administrativo local) - assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo
- não há exigência de qualificação prévia das organizações da sociedade civil, como ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública;
ocorre, por exemplo, com as Organizações Sociais – O.S. (contrato de gestão) e as BENS REMANESCENTES
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP (termo de parceria).
- bens de natureza permanente adquiridos com recursos financeiros envolvidos na
- não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista parceria, necessários à consecução do objeto, mas que a ele não se incorporam;
exploradoras de atividade econômica; OSCIP; OS, e aos serviços sociais
autônomos. TRANSPARÊNCIA E DO CONTROLE

- É vedada a celebração de parcerias que tenham por objeto, envolvam ou - A administração pública deverá manter, em seu sítio oficial na internet, a
incluam, direta ou indiretamente, delegação das funções de regulação, de relação das parcerias celebradas e dos respectivos planos de trabalho, até cento e
fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de outras atividades oitenta dias após o respectivo encerramento.
exclusivas de Estado.
- A organização da sociedade civil deverá divulgar na internet e em locais visíveis
ESPÉCIES DE ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL de suas sedes sociais e dos estabelecimentos em que exerça suas ações todas as
parcerias celebradas com a administração pública.
a) entidade privada sem fins lucrativos:
- os resultados não poderão ser distribuídos entre os integrantes ou terceiros
PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
- todo o resultado deve ser aplicado na consecução do respectivo objeto social
- instrumento por meio do qual as organizações da sociedade civil, movimentos
b) sociedades cooperativas sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público para que este

Página 23
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a convidada a aceitar a celebração de parceria nos termos da proposta por ela
celebração de parceria. apresentada.
- a realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não implicará DISPENSA DO CHAMAMENTO PÚBLICO (taxativo)
necessariamente na execução do chamamento público, que acontecerá de acordo
com os interesses da administração. - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de
atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias;
- a realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não dispensa a
convocação por meio de chamamento público para a celebração de parceria. - nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou
ameaça à paz social
- a proposição ou a participação no Procedimento de Manifestação de Interesse
Social não impede a organização da sociedade civil de participar no eventual - quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou
chamamento público subsequente. em situação que possa comprometer a sua segurança;

- é vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração de - no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e
parceria à prévia realização de Procedimento de Manifestação de Interesse assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil
Social. previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política.

CHAMAMENTO PÚBLICO INEXIGIBILIDADE DO CHAMAMENTO PÚBLICO (exemplificativo)

- procedimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar - Será considerado inexigível o chamamento público na hipótese de inviabilidade de
parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza
singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser atingidas por
- deve garantir a observância dos princípios da isonomia, da legalidade, da uma entidade específica, especialmente quando:
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e I - o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou
dos que lhes são correlatos; compromisso internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os
recursos;
Princípios expressos do chamamento público
II - a parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que
Legalidade esteja autorizada em lei na qual seja identificada expressamente a entidade
beneficiária
Impessoalidade
PROVIDÊNCIAS QUE DEVERÃO SER ADOTADAS PELA ADMINISTRAÇÃO
Moralidade PÚBLICA PARA REALIZAÇÃO DO CHAMAMENTO PÚBLICO
Publicidade - prévia dotação orçamentária para execução da parceria;
Igualdade - demonstração de que os objetivos e finalidades institucionais e a capacidade
PRObidade técnica e operacional da organização da sociedade civil foram avaliados e são
compatíveis com o objeto;
VINCUlação ao instrumento convocatório
- aprovação do plano de trabalho
JULGAmento objetivo
- emissão de parecer de órgão técnico da administração pública
- A administração pública deverá adotar procedimentos claros, objetivos e
simplificados - emissão de parecer jurídico do órgão de assessoria ou consultoria jurídica da
administração pública acerca da possibilidade de celebração da parceria
- Os termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes
de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais e os acordos de * Não será exigida contrapartida financeira como requisito para celebração de
cooperação serão celebrados sem chamamento público, exceto, em relação aos parceria, facultada a exigência de contrapartida em bens e serviços cuja expressão
acordos de cooperação, quando o objeto envolver a celebração de comodato, monetária será obrigatoriamente identificada no termo de colaboração ou de
doação de bens ou outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial, fomento.

- É vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou * Caso a organização da sociedade civil adquira equipamentos e materiais
condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo permanentes com recursos provenientes da celebração da parceria, o bem
será gravado com cláusula de inalienabilidade, e ela deverá formalizar
- É permitido: promessa de transferência da propriedade à administração pública, na hipótese de
sua extinção.
- a seleção de propostas apresentadas exclusivamente por concorrentes sediados
ou com representação atuante e reconhecida na unidade da Federação onde será * Será impedida de participar como gestor da parceria ou como membro da
executado o objeto da parceria; comissão de monitoramento e avaliação pessoa que, nos últimos 5 (cinco) anos,
tenha mantido relação jurídica com, ao menos, 1 (uma) das organizações da
- o estabelecimento de cláusula que delimite o território ou a abrangência da
sociedade civil partícipes.
prestação de atividades ou da execução de projetos, conforme estabelecido nas
políticas setoriais. REQUISITOS PARA CELEBRAÇÃO DO TERMO DE COLABORAÇÃO E DO
TERMO DE FOMENTO
EDITAL
- regidas por normas internas que prevejam:
- O edital deverá ser amplamente divulgado em página do sítio oficial da
administração pública na internet, com antecedência mínima de trinta dias. - objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de
relevância pública e social; (não se aplica às instituições religiosas e
HOMOLOGAÇÃO
cooperativas)
- A administração pública homologará e divulgará o resultado do julgamento em
- que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio
página do sítio
líquido seja transferido a outra pessoa jurídica de igual natureza que
- A homologação não gera direito para a organização da sociedade civil à preencha os requisitos desta Lei e cujo objeto social seja,
celebração da parceria. preferencialmente, o mesmo da entidade extinta; (não se aplica às
instituições religiosas e cooperativas)
HABILITAÇÃO
- escrituração de acordo com os princípios fundamentais de
- Somente depois de encerrada a etapa competitiva e ordenadas as propostas, a contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade;
administração pública procederá à verificação dos documentos
- possuir:
- Na hipótese de a organização da sociedade civil selecionada não atender aos
requisitos exigidos, aquela imediatamente mais bem classificada poderá ser

Página 24
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
a) cadastro ativo, comprovados por meio de documentação emitida pela Secretaria - que tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal
da Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – ou Conselho de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível,
CNPJ, sendo, no mínimo: nos últimos 8 (oito) anos;
- um ano para parcerias celebradas no âmbito dos Municípios, - que tenha entre seus dirigentes pessoa:
- dois anos para parcerias celebradas no âmbito do Distrito Federal ou a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou
dos Estados rejeitadas por Tribunal ou Conselho de Contas de qualquer esfera da
Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos;
- três anos para parcerias celebradas no âmbito da União
b) julgada responsável por falta grave e inabilitada para o exercício de
* é admitida a redução desses prazos por ato específico de cada ente na cargo em comissão ou função de confiança, enquanto durar a
hipótese de nenhuma organização atingi-los. inabilitação;
b) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da parceria ou de c) considerada responsável por ato de improbidade, enquanto durarem
natureza semelhante; os prazos estabelecidos.
c) instalações, condições materiais e capacidade técnica e operacional para o *Em qualquer das hipóteses persiste o impedimento para celebrar parceria
desenvolvimento das atividades ou projetos previstos na parceria e o cumprimento enquanto não houver o ressarcimento do dano ao erário, pelo qual seja
das metas estabelecidas (não é admitida a demonstração de capacidade responsável a organização da sociedade civil ou seu dirigente.
instalada prévia)
RESPONSABILIDADE DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL
* Na celebração de acordos de cooperação, somente será exigido que os
objetivos sejam voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância - responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo gerenciamento
pública e social. administrativo e financeiro dos recursos recebidos
ATUAÇÃO EM REDE - a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento
dos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à
- É permitida a atuação em rede, por duas ou mais organizações da sociedade execução do objeto previsto no termo de colaboração ou de fomento, não
civil, mantida a integral responsabilidade da organização celebrante do termo de implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da administração pública a
fomento ou de colaboração, desde que a organização da sociedade civil inadimplência da organização da sociedade civil em relação ao referido pagamento,
signatária do termo de fomento ou de colaboração possua: os ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição
I - mais de cinco anos de inscrição no CNPJ; à sua execução.

II - capacidade técnica e operacional para supervisionar e orientar diretamente a * A inadimplência da administração pública não transfere à organização da
atuação da organização que com ela estiver atuando em rede. sociedade civil a responsabilidade pelo pagamento de obrigações vinculadas à
parceria com recursos próprios.
OS RECURSOS VINCULADOS À PARCERIA NÃO PODERÃO SER UTILIZADOS
INSTITUIÇÕES IMPEDIDAS DE CELEBRAREM PARCERIA PÚBLICA PRIVADA
- para finalidade alheia ao objeto da parceria;
– que não esteja regularmente constituída ou, se estrangeira, não esteja autorizada
a funcionar no território nacional; - para pagar, a qualquer título, servidor ou empregado público com recursos
vinculados à parceria, salvo nas hipóteses previstas em lei específica e na lei de
- que esteja omissa no dever de prestar contas de parceria anteriormente diretrizes orçamentárias.
celebrada;
PODERÃO SER PAGAS COM RECURSOS VINCULADOS À PARCERIA
- que tenha como dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente
de órgão ou entidade da administração pública da mesma esfera governamental na - remuneração da equipe encarregada da execução do plano de trabalho, inclusive
qual será celebrado o termo de colaboração ou de fomento, estendendo-se a de pessoal próprio da organização da sociedade civil, durante a vigência da
vedação aos respectivos cônjuges ou companheiros, bem como parentes em linha parceria, compreendendo as despesas com pagamentos de impostos, contribuições
reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau; sociais, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, férias, décimo terceiro
salário, salários proporcionais, verbas rescisórias e demais encargos sociais e
- que tenha tido as contas rejeitadas pela administração pública nos últimos cinco trabalhistas
anos, exceto se:
- diárias referentes a deslocamento, hospedagem e alimentação nos casos em que
a) for sanada a irregularidade que motivou a rejeição e quitados os a execução do objeto da parceria assim o exija;
débitos eventualmente imputados;
- custos indiretos necessários à execução do objeto, seja qual for a proporção em
b) for reconsiderada ou revista a decisão pela rejeição; relação ao valor total da parceria
c) a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso - aquisição de equipamentos e materiais permanentes essenciais à consecução do
com efeito suspensivo; objeto e serviços de adequação de espaço físico, desde que necessários à
instalação dos referidos equipamentos e materiais.
- que tenha sido punida com uma das seguintes sanções, pelo período que durar a
penalidade: * O pagamento de remuneração da equipe contratada pela organização da
sociedade civil com recursos da parceria não gera vínculo trabalhista com o
a) suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar
poder público.
com a administração;
* A inadimplência da organização da sociedade civil em decorrência de atrasos na
b) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
liberação de repasses relacionados à parceria não poderá acarretar restrições à
administração pública;
liberação de parcelas subsequentes.
c) suspensão temporária da participação em chamamento público e
LIBERAÇÃO DOS RECURSOS
impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades
da esfera de governo da administração pública sancionadora, por prazo - As parcelas dos recursos transferidos no âmbito da parceria serão liberadas em
não superior a dois ano estrita conformidade com o respectivo cronograma de desembolso
d) declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou * Nas parcerias cuja duração exceda um ano, é obrigatória a prestação de contas
celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as ao término de cada exercício.
esferas de governo, enquanto perdurarem os motivos determinantes da
punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria SITUAÇÕES QUE GERAM RETENÇÃO NA LIBERAÇÃO DOS RECURSOS
autoridade que aplicou a penalidade - quando houver evidências de irregularidade na aplicação de parcela anteriormente
recebida

Página 25
Direito Administrativo - Sérgio Gaúcho profsergiogaucho
- quando constatado desvio de finalidade na aplicação dos recursos ou o - A prestação de contas apresentada pela organização da sociedade civil deverá
inadimplemento da organização da sociedade civil em relação a obrigações conter elementos que permitam ao gestor da parceria avaliar o andamento ou
estabelecidas no termo de colaboração ou de fomento. concluir que o seu objeto foi executado conforme pactuado, com a descrição
pormenorizada das atividades realizadas e a comprovação do alcance das metas e
- quando a organização da sociedade civil deixar de adotar sem justificativa dos resultados esperados, até o período de que trata a prestação de contas.
suficiente as medidas saneadoras apontadas pela administração pública ou pelos
órgãos de controle interno ou externo. - A análise da prestação de contas deverá considerar a verdade real e os resultados
alcançados.
MOVIMENTAÇÃO E APLICAÇÃO FINANCEIRA DOS RECURSOS
- A prestação de contas e todos os atos que dela decorram dar-se-ão em
- Os recursos recebidos em decorrência da parceria serão depositados em conta plataforma eletrônica, permitindo a visualização por qualquer interessado.
corrente específica isenta de tarifa bancária na instituição financeira pública
determinada pela administração pública. - Se a duração da parceria exceder um ano, a organização da sociedade civil
deverá apresentar prestação de contas ao fim de cada exercício e em até 90 dias a
- Toda a movimentação de recursos no âmbito da parceria será realizada mediante partir do término da vigência.
transferência eletrônica sujeita à identificação do beneficiário final e à
obrigatoriedade de depósito em sua conta bancária. - A entidade deve manter em seu arquivo os documentos originais que compõem a
prestação de contas, durante o prazo de 10 (dez) anos, contado do dia útil
- Os pagamentos deverão ser realizados mediante crédito na conta bancária de subsequente ao da prestação de contas.
titularidade dos fornecedores e prestadores de serviços.
- As impropriedades que deram causa à rejeição da prestação de contas serão
- Demonstrada a impossibilidade física de pagamento mediante transferência registradas em plataforma eletrônica de acesso público, devendo ser levadas em
eletrônica, o termo de colaboração ou de fomento poderá admitir a realização de consideração por ocasião da assinatura de futuras parcerias com a administração
pagamentos em espécie. pública, conforme definido em regulamento.
*Por ocasião da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção da parceria, os saldos - Constatada irregularidade ou omissão na prestação de contas, será concedido
financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das prazo de 45 (quarenta e cinco) dias por notificação, prorrogável, no máximo, por
aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à administração pública no igual período, para a organização da sociedade civil sanar a irregularidade ou
prazo improrrogável de trinta dias, sob pena de imediata instauração de tomada de cumprir a obrigação.
contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente da
administração pública.
ALTERAÇÕES
- A vigência da parceria poderá ser alterada mediante solicitação da organização da
sociedade civil, devidamente formalizada e justificada, a ser apresentada à
administração pública em, no mínimo, trinta dias antes do termo inicialmente
previsto.
- A prorrogação de ofício da vigência do termo de colaboração ou de fomento deve
ser feita pela administração pública quando ela der causa a atraso na liberação de
recursos financeiros, limitada ao exato período do atraso verificado.
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
- na realização do monitoramento e a avaliação do cumprimento do objeto da
parceria, a administração pública poderá valer-se do apoio técnico de terceiros,
delegar competência ou firmar parcerias com órgãos ou entidades que se situem
próximos ao local de aplicação dos recursos.
- Nas parcerias com vigência superior a 1 (um) ano, a administração pública
realizará, sempre que possível, pesquisa de satisfação com os beneficiários do
plano de trabalho
- No caso de parcerias financiadas com recursos de fundos específicos, o
monitoramento e a avaliação serão realizados pelos respectivos conselhos gestores
INEXECUÇÃO POR CULPA EXCLUSIVA DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE
CIVIL
- a administração pública poderá, exclusivamente para assegurar o atendimento de
serviços essenciais à população, por ato próprio e independentemente de
autorização judicial, a fim de realizar ou manter a execução das metas ou atividades
pactuadas:
I - retomar os bens públicos em poder da organização da sociedade civil
parceira, qualquer que tenha sido a modalidade ou título que concedeu
direitos de uso de tais bens;
II - assumir a responsabilidade pela execução do restante do objeto
previsto no plano de trabalho, no caso de paralisação ou da ocorrência
de fato relevante, de modo a evitar sua descontinuidade, devendo ser
considerado na prestação de contas o que foi executado pela
organização da sociedade civil até o momento em que a administração
assumiu essas responsabilidades.
II - assumir a responsabilidade pela execução do restante do objeto
previsto no plano de trabalho, no caso de paralisação, de modo a evitar
sua descontinuidade, devendo ser considerado na prestação de contas
o que foi executado pela organização da sociedade civil até o momento
em que a administração assumiu essas responsabilidades.
PRESTAÇÃO DE CONTAS

Página 26

Das könnte Ihnen auch gefallen