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Adelmo Yurczaki 1
Marli Alves 2
Talita Vanso Garbin 3
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Professor de Gestão Educacional pela Faculdade Unipan/Uniban, Professor de Geografia pela Rede Pública
Estadual de Educação do Paraná, Mestre em Educação pela Universidade Tuiti do Paraná.
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- Acadêmica do curso de Graduação em Pedagogia pela Faculdade Unipan/Uniban, Campus de Cascavel - PR,
2011.
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- Acadêmica do curso de Graduação em Pedagogia pela Faculdade Unipan/uniban, Campus de Cascavel - PR,
2011.
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Introdução
A origem da escola
Sociedades de classes existem há muito tempo, mas a escola só vai surgir nos séculos
V e IV a. C, no auge da cultura grega e as vésperas da crise política e da democracia
atenienses. Reitera-se, a educação existe desde que existe homem, mas a ideia de educação,
ou seja, a necessidade de pôr a educação como prioridade humana, o que indica para uma
formalidade institucional e pedagógica – já no sentido de ciência da educação –, só vai surgir
no seio da derrocada da cultura grega. Assim, os gregos são os primeiros agentes sociais a
exigirem a institucionalização da educação; isto significa: escola.
Desvelou-se nas palavras acima mencionadas o ponto decisivo. Em suma, esta
proposição defende diretamente que a escola nada mais é que uma necessidade correlativa as
sociedades de classes nas quais se forjam relações sociais de desigualdade. Nestas, a classe
dominante não determina dito processo; ela só o é dirigente. Assim, nesse tipo de relação
social, a educação vai servir de instrumento de dominação donde a classe subalterna se
submeterá á uma educação precária, pois sua relevância espiritual é reservada aos indivíduos
das camadas privilegiadas da sociedade. Na interpretatividade de Saviani (2008, p. 95), e,
igualmente, na etimologia da palavra grega scholé, a escola delineia-se nessa direção; eis que
Deste modo, para Jaeger (2010, p. 486-87) será uma necessidade jurídico-política que
compelirá a ideia de educação que é ainda exigida na atualidade: pública, laica, e universal.
Sob este ponto de vista, o caráter privado de toda a anterior educação de Atenas
aparecia como um sistema fundamentalmente falso e ineficaz, que devia ceder o
passo ao ideal de educação pública, embora o próprio Estado não soubesse fazer o
mínimo uso desta ideia. Mas a mesma ideia abriu largo caminho através da filosofia,
que a assimilou; e a derrocada da independência política da cidade-estado grega
vinha sublinhar com maior vigor ainda a importância daquela ideia. (...) A sua
caminhada em direção a uma nova paidéia partiu da convicção de que era necessário
um ideal novo e mais alto do Estado e da sociedade.
A Academia (fundada em 387 a.C.) onde se ensinaria aos futuros cidadãos filosofia,
preparando assim os futuros governantes (...) não era aberta a todo e qualquer
cidadão. Platão acreditava que a obtenção de conhecimento e a sua transmissão não
eram de e para todos os homens, mas apenas daqueles que, por sua natureza (por sua
alma), tinham as condições para tanto. Estes, por meio do conhecimento,
transformavam-se em homens melhores e preparavam-se para o governo da cidade.
A mensagem é clara e concisa. A escola surge para mediar conflitos sociais. E vai
atingir esse objetivo ao aplicar uma pedagogia que expressa à estrutura da desigualdade social
prolongando, desta maneira, sua vitalidade. A ela cabe a tarefa de preparar os governantes do
Estado – um ideal muito corrente nos dias atuais. E se fizer bons reis, logo, produzirá bons
escravos: os que captam numa estrutura social singular certa formalidade universal; isto é,
percebe-se a sociedade em que se vive enquanto modelo exemplar de sociabilidade, como a
melhor existente, por mais tirânica que ela seja.
“Eles aprendiam a cultivar a terra cultivando a terra”. Não havia, pois, necessidade
de escolas de agronomia – o que atualmente é imprescindível a agricultura. A educação
científica na modernidade torna-se o volante da produtividade. Portanto, a especificidade da
educação escolar diz respeito ao saber científico, ao conhecimento sistematizado. A ciência é
universal e é por isso que se pode falar em ciência antiga, medieval, moderna; ou, ainda em
ciência da medicina, da astronomia, da matemática, etc. oriental ou indígena (este modo
último nem sequer é escolar). No entanto, a modalidade que aqui se destaca – a ciência
moderna reproduzida nas escolas – só abrange uma forma singular de educação, visto que tal
só se faz necessária em sociedades que se reproduzem no âmbito industrial e tecnológico.
É isto o que vem sendo lentamente desenvolvido desde os antigos povos gregos na
esfera da cultura ocidental. E esse desenvolvimento sempre se realizou no terreno da
desigualdade social donde uma pequena parcela de proprietários submete e controla uma
grande massa de trabalhadores. É aí que entra a função social da escola. Se a sociedade se
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Referências bibliográficas:
ANDERY, Maria et alli. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 14ª ed.,
Rio de Janeiro: Garamond, 2007.