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por
Pastor da Igreja Batista do Vale, Vale das Virtudes, SP. Diretor Pedagógico do
Seminário Teológico Batista Nacional Enéas Tognini. Doutorando e Mestre em
Estudos Judaicos pela Universidade de São Paulo, Mestre em Teologia Bíblica
do Antigo Testamento pelo Seminário Teológico Batista Nacional Enéas
Tognini.
A exegese é uma
análise profunda do texto. É popular, no meio evangélico e nas cadeiras dos
seminários, se usar o termo “exegese”; a maioria de nós quando sentados nos
bancos das escolas teológicas vemos vários professores usarem este termo e
nas aulas de grego e hebraico é onde o mesmo é mais utilizado. Entretanto, é
óbvio que a grande maioria dos seminários não ensinam os alunos a fazerem a
exegese de um texto do início ao fim, senão superficialmente.
Ouvimos tanto um termo que após um tempo acabamos nos acostumando com
ele. A verdade é que para fazer uma verdadeira exegese de um texto, faltam-
nos muitas capacitações, algumas que não temos condições de aprender no
seminário pelos seguintes motivos: a) os professores falam de exegese, mas
nunca nenhum nos mostra como deve ser feita; b) Muitos falam de exegese,
mas realmente não sabem como fazer uma; c) a exegese é um campo muito
restrito, reservada a especialistas nas áreas de línguas bíblicas e que poucos
têm condições de fazê-la.
O objetivo do nosso curso é unir dar condições aos alunos de terem uma
metodologia exegética que seja aplicável ao seu contexto eclesiástico de modo
que possa utilizar dessa metodologia para preparar um sermão expositivo, uma
ensino expositivo, produzir material acadêmico de qualidade e tudo o que
envolver atividade com o texto das Sagradas Escrituras.
1. Definições e princípios gerais da exegese bíblica
A exegese sadia do texto nas línguas originais deve ser o subsídio para muitas
atividades pastorais e ministeriais tais como: 1) aconselhamento, como
aconselhar alguém se não entendermos a mensagem bíblica e suas
exigências?; 2) ensino, como ensinar sem conhecer profundamente o
significado dos textos?; 3) pregação, como pregar corretamente a mensagem
do Evangelho sem entender profundamente o que o texto realmente diz?; 4)
evangelismo, como pregar o Evangelho em um mundo de pluralismo religioso,
sem ser capaz de fazer uma análise profunda do texto contra as afirmações
distorcidas das várias seitas que também usam a Escritura? E tantas outras
aplicações.
A exegese também deve estar ligada à outras matérias teológicas tais como a
Teologia do AT e do NT, a Teologias Sistemática e aquelas disciplinas que
necessitam hora ou outra das línguas originais da Bíblia como ferramenta de
especificação de termos e conceitos.
Quando nos propomos a fazer uma exegese dos textos originais, o primeiro
problema que se nos apresenta é: Qual é o texto original? Onde encontramos?
O texto do NT tem hoje sido debatido quanto à sua história e exitem duas
principais teorias, a tradicional, que entende a história do texto como
amplamente copiado e concordante (99%)[1] e outra que considera que o texto
só foi amplamente copiado a partir do século IX d.C. e elege os manuscritos
mais antigos como os manuscritos mais fiéis e importantes.[2] A diferença está
em cerca de 3% de um NT grego, o que representa cerca de 48 páginas a
menos nas versões que adotam o TC ou o texto de Nestle-Aland.
Deus foi confiada a eles.” O Rei Davi também gloria-se no Salmo 147, “Ele
declara sua Palavra a Jacó, seus estatutos e ordenanças a Israel. Não fez
assim com nenhuma outra nação ou revelou a elas suas ordenanças”. Desta
forma, também, A língua hebraica é chamada sagrada. E S. Paulo, em
Romanos 1, chama-a “as santas escrituras”, certamente levando em conta a
santa palavra de Deus a qual é aqui compreendida. Similarmente, a língua
Grega também pode ser chamada sagrada, porque ela foi escolhida sobre
todas as outras como a língua na qual o Novo Testamento foi escrito, e porque
por isso outras línguas também tem sido santificadas como se o Grego
estendesse sua santidade a elas como uma fonte em meio a tradução.
(Martinho Lutero. The Importance das Línguas Bíblicas. Tirado de: To the
Councilment of All Cities in Germany That They Estabilish and Maintain
Christian Schools” (1524)).190
O padrão de pregações está em um nível tão baixo que quando alguém usa um
texto qualquer e prega um sermão tópico, muitos já se sentem alimentados,
pois já é um “miojo” com uma lata de sardinha. Não sustenta mas pelo menos
já engana o estomago. O profeta Oseias nos diz: O meu povo foi destruído,
porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também
eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te
esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. (Os
4.6).[6]
Karl Lachler (Prega a Palavra. São Paulo: Editora Vida, Prefácio) faz excelente
análise da pregação bíblica de nossos dias:
A exposição bíblica semanal não é feita pela maioria dos pastores. Eles são
ativistas e, literalmente, não podem parar para estudar. Alguns realmente tem
medo de ficar a sós com Deus e sua Palavra. Outros pregadores não expõem a
Palavra de Deus, simplesmente porque não redefiniram sua filosofia funcional
sobre o ministério da palavra (At 6.4). Eles estudaram teologia, mas não
fizeram através dela uma filtragem ativa de suas filosofias de pregação e
prática. O pragmatismo religioso domina a teologia deles muito mais do que se
admite abertamente.
Conclusão
Claro que não serão todos que se empenharão no aprendizado dessa matéria
e a usarão em suas mensagens e prática ministerial, mas há aqueles que Deus
chamou para serem referenciais de dedicação e esmero em sua Palavra, de
modo que possam influenciar outros e também forneçam e produzam material
de qualidade para que os que não têm condições e oportunidades, tenham
ferramentas para pregar a Palavra de modo mais profundo.
Bibliografia
BACON, Betty. Estudos na Bíblia Hebraica. 2.ª ed. São Paulo: 2005
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BÍBLIA HEBRAICA. Editada por Rud. KITTEL & P. KAHLE. New York/Stuttgart:
The American Biblie Society & Württembergische Bibelanstalt, s/d.
10.01.2005 em <www.faithofgod.net/davar>
2002
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Paulus, 1988
MEYER, Rudolf. Gramática del Hebreo Bíblico. Traduccion del alemán por el
Profesor Ángel Sáenz-Badillos. Terrassa: CLIE, 1989
BOMAN, Thorleif. Hebrew Thought Compared with Greeek. New York: W.W.
Norton & Company, Inc., 1970
3.ª Ed. Endinburg: T & T Clark; New York: Charles Scribner’s Sons, 1924
Harrassowitz, 1983
SAMUEL, Mar Athanasius Yeshue. Syriac new method readers. Holand: St.
Ephrem the Syrian Monastery, 1984
Pontifical, 1947
[1] Esta teoria adota o Textus Receptus (TR) ou o Texto Majoritário (TM) como
edições mais fidedignas
[2] Esta teoria adota o Texto Crítico (TC) ou o texto de Nestle-Aland como
edições mais fidedignas
[3] Claro que na acepção de Lutero o aramaico fazia parte das escrituras
hebraicas 190 Trecho traduzido
de http://faculty.tfc.edu/juncker/GRK453LutherOnLanguages.pdf, acesso em
29.07.2010
[6] Para uma discussão mais ampla sobre a importância das línguas originais,
ver meu artigo em: http://biblistas.blogspot.com/2010/08/importancia-do-estudo-
daslinguas.html