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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE-CCBS


DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA DE PSICOLOGIA
PROFESSORA: MARCIA CAMPOS ARAÚJO

RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA VIVÊNCIA DOS ESTUDANTES E


PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

São Luís - MA
HUDSON ISRAEL DAS NEVES
JULYETH OLIVEIRA FERREIRA
ROSILENE ROCHA REIS
SOPHIA CAROLINE FAUSTINO
TEREZINHA ROCHA DE CASTRO

RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA VIVÊNCIA DOS ESTUDANTES E


PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Trabalho apresentado à disciplina de


Psicologia do Curso de Enfermagem da
Universidade Federal do Maranhão – UFMA,
como requisito para a obtenção de nota referente a
3ª unidade.

Docente: Márcia Campos Araújo.

São Luís - MA
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................... 7
3. OBJETIVOS .................................................................................................................... 10
3.1 Objetivos Gerais ........................................................................................................ 10
3.2 Objetivos específicos................................................................................................. 11
4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 11
5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS COM ANÁLISE DOS DADOS DA
ENQUETE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: ............................................................................ 11
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS: ........................................................................................ 15
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 17
7. APÊNDICES .................................................................................................................... 19
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1. INTRODUÇÃO

Florence Nightingale é considerada a fundadora da Enfermagem moderna, sendo


uma figura marcante no âmbito educacional pelos seus grandes feitos, em que se
destaca a Guerra da Criméia em que Florence salvou milhares de combatentes,
evidenciando assim a sua aptidão para cuidar do próximo, sendo este o foco da
enfermagem. Em cenário de guerra, Florence rapidamente apreendeu a situação em
Scutari, o principal hospital militar Britânico, enfrentando, no entanto, uma série de
dificuldades: falta de recursos; ausência das mais elementares condições de higiene;
hostilidade dos médicos e demais oficiais militares; preconceitos do sexo masculino;
crescente número de feridos e doentes vindos da frente de batalha; indisciplina e falta
de preparação das suas enfermeiras (Graça, Henriques e Isabel, 2000).

Diante um misto de dificuldades no ambiente hospitalar, ela buscou melhorias


para aqueles soldados da guerra apresentando grande genialidade quanto a aspectos
administrativos. Implementou duas medidas estratégicas iniciais, no seu processo de
reforma: submeteu as suas enfermeiras às ordens dos médicos, para não os alienar do
processo de reforma, e criou uma lavanderia no hospital. Após o primeiro mês, havia
já proporcionado roupa lavada para os soldados e respectivas camas, melhoria das
dietas hospitalares e manutenção das enfermarias. Paralelamente, escrevia cartas em
nome dos soldados para as suas famílias, instituiu um mecanismo para enviar dinheiro
dos soldados para os seus parentes e criou quartos de leitura e atividades para os
convalescentes. Toda a noite, continuadamente, percorria os corredores do hospital à
luz de uma lamparina turca, vigiando e cuidando dos soldados doentes (Attewell,
1998). O que demonstra o zelo e dedicação que Florence tinha pelos seus pacientes,
buscando a melhoria do estado de saúde destes.

A visão de Florence objetivava priorizar o fornecimento de um ambiente


estimulador do desenvolvimento da saúde para o paciente. Ela acreditava que isso
faria um diferencial na recuperação dos doentes, e são esses preceitos que sustentam a
Teoria Ambientalista. Nightingale passou a adotar conceitos que definem o que
envolve a questão do ambiente, sendo esses, vistos como componentes físico, social e
psicológico, os quais precisam ser entendidos como inter-relacionados, e não partes
distintas separadas (GEORGE, 2000). Nesse aspecto, ela priorizava entender os
indivíduos em sua totalidade, para a partir deste ponto, oferecer um cuidado mais
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holístico e humanizado aos mesmos. Não cuidar apenas da doença, mas da pessoa que
se encontrava a mercê de cuidados. Nightingale considerava a enfermagem como uma
oportunidade profissional, com um conteúdo específico por investigar. A sua
concepção da enfermagem incidia particularmente na prevenção e no doente,
contrariando as concepções de enfermagem da sua época, que valorizavam, acima de
tudo, a doença e o curar (Silva, 2001)

Em sua época, Nightingale contribuiu significativamente, para a melhoria e para


o desenvolvimento da saúde hospitalar, mantendo-se, até a atualidade, enquanto
pessoa que em muito contribuiu para as várias áreas do conhecimento, mesmo após
mais de 100 anos de seu falecimento (GAROFALO, 2010). A influência de Florence
foi tão grande que alcançou vários países, sendo à base do estudo para o aprendizado
da história da Enfermagem. Segundo Galleguillos (2001, p. 466) a institucionalização
da enfermagem no Brasil, já no século XX, fez-se sob a égide da Enfermagem
Moderna, cujas origens vinculam-se à Florence Nightingale e têm como marco
cronológico inicial a Segunda metade do século XIX, na Inglaterra. Vaz et al. (2011)
destaca que até então, a Enfermagem centralizava-se no fazer manual predominado
por práticas de saúde de caráter místico e caritativo, contudo, após a influência
nightingaleana ela é instituída como prática profissional e científica, deixando de ser
uma atividade empírica e pautando-se em princípios científicos e procedimentos
técnicos.

Vaz et al. (2011) ressalta a criação da Escola de Enfermeiras do Departamento


Nacional de Saúde Pública em 1922 considerada como marco inicial da Enfermagem
moderna no Brasil. Segundo Galleguillos (2001, p.466, apud BRAGA, 1981, p. 45 ), a
chegada do grupo de enfermeiras patrocinadas pela Fundação Rockfeller e,
posteriormente, fundadoras da Escola Ana Nery tinha o objetivo de criar condições
sanitárias adequadas ao desenvolvimento capitalista e estava explicita e
conscientemente vinculada aos interesses econômicos do grupo Rockfeller nos países
subdesenvolvidos. Não obstante a isso, seu propósito não era somente a capacitação de
profissionais na área de Saúde Pública, ao lado do atendimento dos interesses
econômicos do país, mas também, a implantação de uma assistência de Enfermagem
sistematizada.
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Desse modo, o ensino de Enfermagem praticado pela Escola Ana Nery


centralizado no modelo americano e considerado de “alto padrão”, passou a ser
referência para a criação de escolas de Enfermagem por todo o Brasil
(GALLEGUILLOS, 2001). De acordo com Vaz e Dias (2013) nos anos 30 e 40, a
Escola Anna Nery funcionou como padrão oficial de ensino da enfermagem moderna
para o país repercutindo na expansão de novas escolas. Tanto que, em 1939 existiam
sete escolas de Enfermagem aumentando para 23 em 1949.

No Maranhão, a Enfermagem teve suas raízes com o Curso de Enfermagem da


Escola São Francisco de Assis fundada em 1948 pela Congregação das Irmãs
Terceiras Capuchinhas e por representantes da elite médica do Maranhão. Contudo, foi
somente em 11 de Março de 1952, após inspeção do Ministério de Educação e Saúde e
do Decreto Federal n° 30628, que a escola foi reconhecida sob os padrões da
Instituição Ana Nery. (VAZ et al., 2011) Além disso, em 1967 a lei 5152/66
incorporou o Curso de Enfermagem da Escola São Francisco de Assis à Fundação
Universidade do Maranhão, instaurando a formação de pessoal qualificado em
Enfermagem para atender a demanda das necessidades de saúde na sociedade local.
(VAZ, DIAS, 2013)

Além de garantir visibilidade científica e valorização da profissão na sociedade,


a integração do curso de enfermagem a Universidade federal do Maranhão (UFMA)
possibilitou autonomia didática, administrativa e financeira por parte da instituição,
que assumiu todas as responsabilidades da Escola São Francisco de Assis (VAZ et al.,
2011). Atualmente, com mais de 70 anos de fundação o curso de Enfermagem da
UFMA vem contribuindo, de forma significativa, para o desenvolvimento do Estado
do Maranhão, formando profissionais qualificados nos mais diversos segmentos de
atuação da Enfermagem.

Diante disso, a enfermagem como profissão em que a comunicação e o trabalho


em equipe constituem instrumentos básicos essenciais para o exercício do cuidar (...)
tornam-se atributos necessários para o exercício profissional e o relacionamento entre
docentes e discentes. (SILVA, 2013) Nessa conjuntura, percebe-se o homem como um
ser social que se comunica e interage com outras pessoas. Essa interação social é
caracterizada por trocas mútuas e está sujeita a influências do meio e da própria
subjetividade do indivíduo. Portanto, compreender como se dar as relações entre
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pessoas é essencial para a atuação qualificada dos profissionais de Enfermagem no


exercício do assistir orientado para o cuidado humano. Porém, assim como Florence
em sua época, a Enfermagem ainda enfrenta diversos desafios. Se levarmos em
consideração a atual conjectura, quais serão os desafios que os profissionais e
acadêmicos enfrentam dentro desta profissão? O que será que os motivou a seguir
nessa área? Tentaremos, ao longo deste trabalho, responder essa e outras perguntas
relacionadas a esta temática. Esperamos que você tenha uma boa leitura!

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As relações interpessoais [...] são compreendidas como processo mediado por


sentimentos, que tem como premissa a mutualidade, ou seja, convívio e trocas entre
indivíduos (SILVA, 2013). No âmbito da prestação da assistência de enfermagem é
importante ressaltar que a comunicação e o trabalho em equipe constituem
instrumentos básicos essenciais para o exercício do cuidar, sendo estes atributos
necessários tanto para o exercício profissional quanto para o meio acadêmico.
Segundo Hildegard Peplau, conhecida por sua Teoria das Relações Interpessoais
centrada na prática da enfermagem, a enfermagem é um processo interpessoal por
meio do qual, enfermeira e paciente podem obter crescimento e desenvolvimento
pessoais. Crescimento este, que surge a partir do relacionamento desenvolvido na arte
do cuidar. É importante ressaltar a complexidade deste tema, pois cada pessoa é única,
com suas características e personalidades, e por isso é necessário que o enfermeiro,
como responsável pelo sucesso da comunicação, tenha conhecimento sobre o assunto
além das habilidades específicas que o ajudarão a alcançar seu objetivo.

No que tange a disciplina de relações interpessoais no ambiente acadêmico,


podemos destacar a Universidade como uma das grandes aliadas do aluno, cabendo a
mesma a sua corresponsabilidade quanto ao seu êxito acadêmico e profissional. Para
Brasil (2013) com a intensificação das demandas sociais, faz-se necessário o
desenvolvimento de habilidades sociais que supram seus objetivos bem como
criatividade e atualização do mercado de trabalho. Segundo Igue, Bariani e Milanesi
(2008), o âmbito interpessoal da vida do aluno reflete diretamente no seu
compromisso com a instituição e com os estudos universitários e, a sala de aula como
um lugar privilegiado para se estabelecer relações, se torna espaço de interação
propício com trocas de aprendizado. Assim como complementa Cardozo et. al (2014
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p.29 apud LEITÃO et al 2006 p.896) as relações entre indivíduos são interações
cooperativas, diretas ou indiretas, ou não seria possível a sobrevivência dos sistemas
sociais. A qualidade da relação entre professor e alunos influencia diretamente no grau
de conhecimento, e se reflete diretamente no campo de práticas, tão importante no
curso de Enfermagem, tanto no diálogo entre equipe, quanto com os pacientes.

Sobre isso, GOMES et al. (2017) ainda faz uma reflexão em seu artigo
“Avaliação da ansiedade e autoestima em concluintes do curso de graduação em
enfermagem”. No texto, são apontados os sentimentos predominantemente
experenciados pelos acadêmicos desse curso, no qual podemos citar: níveis
insatisfatórios de autoestima, percepção negativa de si mesmo, vulnerabilidade da
capacidade de enfrentar os desafios da vida, elevados níveis de ansiedade etc. Segundo
o autor, todos esses sentimentos elencados podem, em algum momento, interferir
negativamente no desempenho tanto a nível pessoal quanto acadêmico na vida desses
graduados. Cardozo et al. (2014, p.28, apud ZANELLI et al., 2004 p.209) quando
refere que as emoções estão intimamente relacionadas à percepção da prontidão para a
ação do organismo e são desencadeadas pelas sensações fisiológicas as associam ao
comprometimento de habilidades consideradas essenciais para um Universitário, como
a capacidade de aprendizagem e a cognição.

A Universidade é tida como um espaço em que as interações sociais


proporcionadas por este meio atuam de maneira significativa no ambiente laboral e
contribuem para um desenvolvimento sadio das relações interpessoais que consistem
justamente no que Cardozo et al. ( 2014, p.30, apud Silva et al. 2007, p. 2) aborda
quando afirma:

As relações interpessoais se desenvolvem decorrentes de processos de interação, que


corresponde às situações de trabalho compartilhadas por duas ou mais pessoas, as
atividades coletivas e pré determinadas a serem executadas, bem como interações e
sentimentos recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respeito, amizade,
etc.

Um estudo citado por Cardozo et al. (2014) indica que o relacionamento entre
pessoas nas organizações está intimamente associado a questões subjetivas do indivíduo
ligados a aspectos positivos e negativos, tais como: o respeito, o diálogo, liderança
autoritária, diferenças salariais, etc. Tais aspectos podem influenciar na produtividade
de uma organização, nesse sentindo, os fatores positivos melhoram a convivência no
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ambiente de trabalho por meio das relações interpessoais e a cooperatividade em


contraposição aos fatores negativos. “Vários são os fatores que podem impedir um bom
rendimento do grupo, como o seu tamanho, o grau de motivação dos seus membros, a
falta de coesão, dificuldade de comunicação, e até mesmo normas restritivas ao seu bom
funcionamento. Algumas providências são eficazes quanto ao bom funcionamento de
um grupo, a saber: favorecer a interação das pessoas, observar a liderança voltada para a
tarefa, tanto quanto os fatores de manutenção do grupo que diz respeito a questões
sociais; classificar papéis e expectativas; intensificar os valores e respeitos as normas;
bem como favorecer sempre, uma maior coesão das pessoas”. (QUADROS;
TREVISAN, 2009, p.6). Fundamentando-se em tais ideais, as instituições, que buscam
o sucesso, devem promover o diálogo entre os colaboradores e incentivar a ética e
moral, tendo consciência de que o mercado de trabalho está sofrendo transformações de
forma que não apenas a competência técnica está sendo exigida como também a
competência interpessoal, visto que, os profissionais que mantém um bom
relacionamento interpessoal contribuem significativamente para o desenvolvimento
laboral, além de beneficiar o seu crescimento individual e profissional.

A respeito das perguntas abordadas nas enquetes (enquetes disponíveis em


anexo), diversos autores fazem excelentes reflexões acerca dessa temática. Sobre isso,
podemos destacar a fala de Lima (2016), que em seu artigo intitulado “A dor e a
satisfação da mudança” trata sobre a importância de assumirmos as responsabilidades
pelas escolhas que fazemos em nossa vida. A enfermagem, mediante a tantos
obstáculos que anseiam por superação, é uma ciência que, assim como tantas outras,
precisa pertencer ao coração daqueles que terão o compromisso de superar suas fortes
barreiras. Como diz a autora supracitada: “(...) Devemos sair da zona de conforto,
vislumbrar e desbravar novos horizontes, cientes de que, a cada queda, recomeçar é
preciso e é possível, basta acreditar!”. Nesse contexto, a resiliência tem papel
fundamental na promoção da mudança, logo, onde falta resiliência, falta capacidade
para promover mudanças com eficácia (BRASIL et al. 2013, p. 5 apud. CARMELO,
2008).

Ainda com base no questionário, é importante enfatizar que os fatores


emocionais influenciam diretamente na resiliência destes indivíduos e como estes lidam
com o curso, a profissão e a morte. Foi abordado por Mendonça (2013), a dificuldade de
vivenciar a perda de pacientes e a importância de se discutir sobre o processo de morrer
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com profissionais da saúde, principalmente médicos e enfermeiros, já que durante sua


graduação aprendem a como preservar a vida mas não como cuidar daquele que está em
processo de morte-morrer, já que a morte é vista como sinônimo de fracasso
profissional. Carvalho (2006) complementa que atualmente valoriza-se a humanização
deste processo, uma vez que antes o profissional era orientado a demonstrar
imparcialidade e neutralidade mediante a afirmação de se resguardar, embora não tenha
sido uma estratégia eficaz visto que não foi possível extinguir o sentimento de pesar no
cotidiano hospitalar.

Dessa forma, é válido destacar a Enfermagem como um saber que deve ser
baseado no cuidado envolvendo tanto o processo de vida como o de morte, sendo que
o cuidar nunca deve ser visto desvinculado das boas relações interpessoais, quer seja
entre pacientes e familiares, alunos da graduação ou mesmo quer entre os próprios
membros da equipe multiprofissional. Por isso é essencial que o enfermeiro / estudante
de enfermagem tenha propriedade sobre o tema, para que assim seja possível o
desenvolvimento de uma assistência humanizada. Na prática de enfermagem
verificamos que toda assistência ao indivíduo se processa por meio das relações
interpessoais (Gattás, 1984). Sabendo disso, é imprescindível a importância da
disciplina, não só no meio Universitário, mas no social como um todo. Aprender a ver
o ser humano de maneira holística, adotar estratégias de comunicação com foco na
escuta qualificada, ser empático e manter uma postura profissional foram conteúdos
exaustivamente abordados durante o período e nos fizeram questionar, reflexo esse
digno de uma boa disciplina. Compreender a dor e a finitude da vida, dilemas do
cotidiano, suas fragilidades e fortalezas são necessárias para que possamos encarar
com resiliência as adversidades da vida, e, de modo geral, nós da equipe podemos
afirmar que a disciplina cumpriu seu propósito.

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivos Gerais

 Identificar e descrever os motivos que levaram os alunos e profissionais de


Enfermagem a escolherem esse campo de estudo;
 Elencar e analisar os desafios enfrentados por eles em seu cotidiano;
 Descrever e analisar como o curso de Enfermagem influencia/influenciou na
concepção de Relações Interpessoais para essa população descrita.
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3.2 Objetivos específicos

 Aplicar uma enquete (disponível em anexo) que trata acerca dos motivos que o
levaram a escolher a Enfermagem como campo de estudo; identificar os desafios
enfrentados nessa área de atuação e entender como a Enfermagem influencia nas
relações interpessoais de cada indivíduo entrevistado;
 Comparar e analisar os resultados com os apontamentos de diversos autores
trabalhados através de artigos em sala de aula;

4. METODOLOGIA

O estudo, de característica descritiva e natureza qualitativa, foi realizado no


segundo semestre de 2019, no mês de Outubro, na cidade de São Luís – MA, por meio
de uma entrevista com dois acadêmicos de enfermagem do 10° período, sexo feminino,
com idades de 23 e 30 anos, das instituições de ensino: Florence e Faculdade do
Maranhão; e com uma profissional que atua na instituição Ebserh na área da Saúde da
Mulher, sexo feminino, 32 anos. Os critérios para inclusão dos indivíduos na pesquisa
foram: estar no décimo período de enfermagem ou já ter concluído o curso, e aceitar
participar da pesquisa de forma consciente e voluntária. Elegeu como técnica para
coleta de dados um roteiro semi-estrututado para a aplicação da entrevista, na qual
abrange aspectos relacionados à Enfermagem - no ambiente acadêmico e profissional -
com as relações interpessoais; a mesma foi realizada em um ambiente reservado, com
atribuição de nomes fictícios visando o sigilo de cada participante. Os dados foram
analisados considerando as percepções dos profissionais e acadêmicos de enfermagem
entrevistados relacionados aos textos abordados em sala de aula na disciplina de
Relações Interpessoais - Universidade Federal do Maranhão - Campus Bacanga.

5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS COM ANÁLISE DOS DADOS


DA ENQUETE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

Com base nas enquetes apresentadas em anexo, obtivemos os seguintes


resultados:
 Aluno A: sexo feminino, 30 anos, estuda no Florence, cursa o 10º período de
enfermagem, com previsão de formatura para o segundo semestre de 2019 e pretende
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atuar no Centro Cirúrgico após a sua formação. Com relação ao motivo que a levou a
escolher a Enfermagem, tem-se: “Sempre tive afinidade pela área da saúde, desde o
ensino médio. Além disso, sempre gostei de cuidar de pessoas. Por essa razão, quando
prestei o ENEM, já sabia em qual área eu queria atuar”. No que diz respeito aos
principais desafios enfrentados pelos estudantes de enfermagem, a aluna A respondeu:
“Acredito que um dos principais desafios é ter que deixar a família e morar sozinha.
Outras dificuldades que posso citar são a convivência com professores e colegas de
turma, que muitas das vezes pode ser tornar um desafio à medida que ocorrem
embates de opiniões e confrontos de personalidade e, além de tudo isso, ainda termos
que dedicar tempo à família e ao trabalho”. Quando perguntada sobre como o curso de
Enfermagem influencia na sua concepção de relações interpessoais a resposta foi: “O
curso discute, desde o início, o trabalho em equipe com um dos pilares da
Enfermagem. No decorrer da graduação é ressaltada a importância de estabelecer boas
relações interpessoais em nossa profissão. Assim, a minha compreensão acerca das
relações interpessoais e a sua relevância no ambiente de trabalho é, em sua maioria,
resultado desse ensino. Várias atividades desempenhadas na graduação foram de
fundamental importância para o meu entendimento das relações interpessoais, tais
como: debates em aula, seminários, prática hospitalar e demais experiências
protagonizadas pelo curso. Mesmo assim, sinto que ainda precisamos evoluir no que
cabe à implementação desse tema, quer seja em sala de aula ou professores e colegas
de outros períodos ou cursos, é preciso colocarmos em prática o que aprendemos nos
livros”.

 Aluna B: sexo feminino, 23 anos, estuda na Faculdade do Maranhão (FACAM),


cursa o 10° período, com previsão de formatura também para o 2º semestre de 2019 e
pretende atuar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após a sua formação. Quando
indagada sobre o que a motivou na escolha da Enfermagem, a mesma respondeu:
“sempre me senti à vontade com a área da Saúde, desde pequena quis cursar algo que
ajudasse e contribuísse com as pessoas, principalmente porque o meu avô morreu de
câncer quando a minha mãe tinha 15 anos. Minha mãe sofreu muito e isso refletiu
diretamente na minha vida. Aos 13 anos perdi outra pessoa importante, dessa vez uma
amiga muito próxima, e durante o curso (entre o 3º e o 4º período) perdi outro amigo,
diante dessas perdas e como acompanhei o tratamento de dois amigos (quimioterapia),
resolvi que queria contribuir e cuidar diretamente das pessoas. No que diz respeitos
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aos principais desafios enfrentados na graduação, a aluna B elencou: - “vivenciar a


prática, relacionar os conhecimentos aprendidos em sala de aula com a rotina das
práticas e estágios. Além dessas dificuldades, foi muito difícil lidar com os variados
tipos de clientes, principalmente quando se trata de ser flexível e manter sempre a
calma”. No que tange a influencia do curso de Enfermagem na sua concepção das
relações interpessoais, obtivemos como resposta: “O curso de Enfermagem, através
das práticas e estágios - tanto dentro quanto fora da sala de aula - influencia
diretamente no ato da comunicação, o que nos ajuda na interação com a comunidade
ou até mesmo com nossos preceptores e colegas de sala; e é graças a tais interações,
sejam elas positivas ou não, que conseguimos nos desenvolver como futuros
profissionais. Um dos papéis principais da enfermagem é, além do cuidado, o ato de
educar, de transformar uma pessoa insegura em alguém capaz de cuidar do ser humano
necessitado, visando sempre o melhor cuidado direcionado ao cliente, e para conseguir
alcançar tais objetivos: ter boas relações interpessoais se faz necessário, tanto com os
docentes quanto com os discentes, o que favorece tanto na troca e adesão de novas
técnicas e conhecimentos teórico-científico, quanto na compreensão dos anseios e
necessidades dos pacientes”.

 Profissional A: sexo feminino, 32 anos, estudou na Universidade Federal do


Piauí, mestre, possui oito anos de formação, atua há quatro anos na Instituição
EBSERH, na área da Saúde da Mulher no setor de Alojamento Conjunto (ALCON).
Ela referiu ter trabalhado na docência no Instituto Florence de Ensino por três anos.
Quando questionada sobre o que motivou a optar pela enfermagem, relatou: “Eu não
fui motivada a cursar Enfermagem. Na realidade, faço parte daquela famosa estatística
dos que desejavam cursar medicina e que, por algum motivo, não conseguiram. Dessa
forma, procurei algo que, ao meu ver, estivesse mais próximo do que eu queria. Foi
assim que a enfermagem entrou na minha vida, como forma de compensar meu desejo.
Mas, pra ser sincera, eu errei feio. Enfermagem e Medicina são duas profissões muito
distintas! Em relação aos principais desafios enfrentados pelo profissional, destaca:
“um dos maiores desafio para a minha profissão seja se deixar enxergar, pois somos
profissionais que trabalhamos exaustivamente, mas que, porém, ainda somos pouco ou
nada reconhecidos. Muitas das vezes nós executamos diversas tarefas no dia a dia, mas
não registramos na mesma proporção e nem valorizamos nossa profissão. O fato de o
técnico de enfermagem checar a prescrição médica, mas nem olhar a prescrição de
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enfermagem é só um exemplo do quanto ainda precisamos avançar enquanto


profissionais de saúde”. A respeito de como o curso de Enfermagem influenciou na
sua concepção de relações interpessoais, a profissional informou: “A Enfermagem nos
leva a desenvolvermos esse nosso lado das relações interpessoais. Isso porque
precisamos de todos os profissionais atuando juntamente com a gente, mesmo que
sejamos apenas nós da enfermagem a estar com o paciente 24h. Lembro que, no início
do curso, eu era extremamente tímida. Até o término da graduação foi perceptível a
mudança, cresci bastante como pessoa, aprendi a questionar e, em algumas situações,
até a confrontar opiniões de outros membros da equipe multiprofissional. Para
resumir, posso dizer que passei a ter “poder de expressão”. Hoje eu percebo que essa
relação que eu desenvolvi ao longo dos anos é fundamental, inclusive para o processo
de valorização da nossa profissão”.
Durante a pesquisa foi evidenciado que a afinidade com a área da saúde é um
dos fatores principais para a escolha da enfermagem como profissão, sendo o cuidado
citado na maioria das entrevistas. Contudo, é preciso compreender que às vezes o
curso escolhido não é como o ‘idealizamos’, assim como as demais profissões,
existirão desafios e dificuldades próprias dessas atividades que precisaremos superar.
Diante disso, com destaca Silva et al. (2015) a resiliência se revela como sendo a
capacidade de promover a superação das adversidades do processo de viver. Nesse
sentido, as entrevistadas relatam percalços vivenciados e/ou presenciados antes e
durante a graduação/profissão, porém, essas mesmas adversidades se mostraram
importantes agentes de transformação pessoal e profissional ocorrido por meio da
apropriação de conhecimentos acerca das relações interpessoais propiciado pelo curso
de Enfermagem.
No entanto, a escolha da enfermagem como segunda opção, influencia
diretamente nas dificuldades que o profissional/acadêmico enfrenta, por exemplo, a
não identificação com o curso que irá influenciar diretamente no sentimento de
pertença e com isso no sentimento de valorização da profissão, em relação a isso, a
psicóloga Joscelaine Lima (2016) refere o quanto é importante assumirmos
responsabilidade por nossas escolhas, explorando novos horizontes e nos permitindo
uma experiência completa em todas as áreas da vida. O meio acadêmico também traz
como desafios problemas nas relações interpessoais envolvendo tanto docente,
discente quanto o cliente, o que dificulta a troca de experiências/conhecimentos e
rompe o real objetivo do ensino, refletindo diretamente no desempenho abaixo do
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esperado por parte dos alunos tanto nas aulas práticas quanto no estágio. Cardozo
(2014) destaca que considerando que somos seres emocionais dentro de cada
relacionamento interpessoal há trocas de sentimentos e experiencias sendo necessário
o empenho de ambas as partes para que esse convívio seja harmonioso e de
fundamental importância o interesse de ambas as partes assim como suas habilidades
sociais.
Ficou claro, por parte dos profissionais e acadêmicos de enfermagem, a
percepção de que as relações interpessoais - quando bem trabalhadas - tem um papel
importante no desenvolvimento individual como profissional de enfermagem/ futuras
enfermeiras, sendo a mesma potencializada por meio do trabalho em equipe no
ambiente de trabalho através do processo de ensino-aprendizagem (apresentação de
seminários, estágios, aulas práticas e teóricas...). Segundo Cardozo (2014, p.25 apud.
Carvalho 2009, p. 72), os seres humanos são essencialmente seres sociais,
institivamente motivados por uma necessidade de se relacionar. É nessa interação que
descobrem suas próprias capacidades e as exercitam. As relações interpessoais
‘saudáveis’ possibilitaram que os indivíduos adquirissem conhecimentos científicos,
tanto teórico quanto prático, que os ajudaram/ajudam a resolver vários problemas
relacionados a Enfermagem (ambiente acadêmico e profissional); no entanto, nem
sempre tais relações foram bem trabalhadas, resultando em um efeito negativo no
desenvolvimento profissional e na produtividade de tais indivíduos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O presente estudo possibilitou reflexões acerca de outras realidades no âmbito


acadêmico e profissionais não vivenciadas pelos alunos desta universidade,
possibilitando a troca de conhecimentos relacionados à Enfermagem e as relações
interpessoais de acordo com diferentes realidades das instituições de ensino superior
de São Luís - MA; algumas dificuldades apresentadas nas entrevistas, tanto por
profissionais quanto por acadêmicos de outras instituições, não diferenciaram daquelas
encontradas no ambiente dos estudantes de enfermagem da Universidade Federal do
Maranhão (UFMA), sendo elas o trabalho em equipe ineficiente, a não identificação
com o curso, a desvalorização da profissão, dificuldades em aceitar a finitude humana,
problemas nas relações interpessoais de discentes-docentes; enfatizando a necessidade
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de debater tais temas tanto no ambiente de trabalho, quanto nas instituições de ensino
superior, com a finalidade de ajudar profissionais e acadêmicos de enfermagem a
alcançar êxito na prestação do cuidado e a saber lidar com situações que envolve as
relações interpessoais no ambiente de ensino, como também no do trabalho. Sendo
assim, é importante ressaltar a necessidade de serem realizadas pesquisas que abordem
a contribuição das relações interpessoais na prestação do cuidado de enfermagem,
visto que a mesma é a base de uma assistência eficiente, e humanizada.
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Vitória de Cássia Félix de. Teoria das relações interpessoais de Peplau:
análise fundamentada em Barnaum. Rev Esc Enferm USP, [s. l.], 2004. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v39n2/11.pdf/. Acesso em: 24 nov. 2019.

BRASIL, Ângela de Sousa et al. Resiliência com foco no ambiente de trabalho.


Disponível em: https://docplayer.com.br/16961178-Resiliencia-com-foco-no-ambiente-
de-trabalho.html. Acesso em: 22 nov. 2019.

CARDOZO, Carolina Garcia. A importância do Relacionamento Interpessoal no


ambiente de trabalho. Interbio, [s. l.], v. 8, n. 2, p. 25-34, 2014.

CARVALHO, Lucimeire Santos. A morte e morrer no cotidiano de estudantes de


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VAZ, Francisca Lumara Da Costa; DIAS, Rosilda Silva. Enfermagem maranhense:


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Disponível em: http://www.here.abennacional.org.br/here/vol4num2artigo1.pdf. Acesso
em: 22 nov. 2019.
19

7. APÊNDICES
ENQUETE COM ALUNOS DE CURSOS DE ENFERMAGEM

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: Aluna A


Instituição que estuda: Florence Cursa que período: 10º
Ano de formatura: 2020 Área que pretende atuar: Centro
cirúrgico
Cidade natal: Morros Sexo: feminino

II – QUESTÕES
1. O que motivou você a escolher a Enfermagem? Quais os principais desafios
enfrentados pelos estudantes de enfermagem?

Resposta: “Sempre tive afinidade pela área da saúde, desde o ensino médio, e
também sempre gostei de cuidar de pessoas, por isso, quando prestei o ENEM já sabia
em que área gostaria de atuar. Na minha opinião, um dos principais desafios é deixar a
família e ter que morar sozinho. Acredito também que a convivência com os professores
e colegas de turma pode se tornar um desafio a medida que ocorrem embate de
opiniões/personalidade ou outras situações de conflitos. Assim como lidar com as
responsabilidades de manter a família e/ou trabalho sem perder o focos estudos, além de
outras obrigações pessoais”.

2. - Como o Curso de Enfermagem influencia na sua concepção das relações


interpessoais?

Resposta: “O curso discute desde o primeiro encontro o trabalho em equipe


como um dos pilares da Enfermagem. E no decorrer do curso é trabalhada de maneira
mais específica a importância de estabelecer boas relações interpessoais na nossa
profissão. Dessa forma, a minha compreensão do que seja relações interpessoais e sua
relevância no ambiente de trabalho é, em sua maioria, resultado desse ensino ao qual fui
submetida dentro do curso. Os debates em aula, exposições de seminário, a prática
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hospitalar e todas essas experiências protagonizadas pelo curso são de fundamental


importância para o meu entendimento das relações interpessoais. Mesmo assim, sinto
que ainda precisamos evoluir no que cabe a implementação desse tema, seja em nossa
sala de aula, seja com professores e colegas de outros períodos ou cursos, é preciso
colocar em prática o que aprendemos nos livros”.

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: Aluna B


Instituição que estuda:FACAM Cursa que período: 10°

Ano da formatura: 2019 Área que pretende atuar: UTI

Sexo: feminino Idade: 23 anos

II – QUESTÕES
1. O que motivou você a escolher a Enfermagem? Quais os principais
desafios enfrentados pelos estudantes de enfermagem?

Resposta: “Sempre me senti a vontade com a área da Saúde, desde pequena quis
cursar algo que ajudasse e contribuísse com as pessoas, principalmente porquê o meu
avô morreu de CA quando a minha mãe tinha 15 anos – ela sofreu muito e isso refletiu
diretamente na minha vida - aos 13 anos perdi outra pessoa importante, dessa vez uma
amiga muito próxima, e durante o curso (3/4 período) perdi outro amigo, diante dessas
perdas e como acompanhei o tratamento de dois amigos, resolvi que queria contribuir e
cuidar diretamente das pessoas. As principais dificuldades que tive foi vivenciar a
prática, relacionar os conhecimentos aprendidos em sala de aula com a rotina das
práticas/estágios. Além dessas, foi muito difícil lidar com os variados tipos de
clientes,principalmente quando se trata de ser flexível e manter sempre a calma”.

2. Como o Curso de Enfermagem influencia na sua concepção das relações


interpessoais?

Resposta: “O curso, através das práticas e estágios - tanto dentro quanto fora da
sala de aula influencia diretamente no ato da comunicação, o que ajuda a interagir com a
comunidade ou até mesmo com nossos preceptores e colegas de sala; e graças a tais
interações, sejam elas positivas/não, que conseguimos nos desenvolver como futuros
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profissionais. Um dos papéis principais da enfermagem é, além do cuidado, o ato de


educar, de transformar uma pessoa insegura em alguém capaz de cuidar do ser humano
necessitado, visando sempre o melhor cuidado direcionado ao cliente, e para conseguir
alcançar tais objetivos ter boas relações interpessoais se faz necessário, tanto com os
docentes e discentes, o que favorece e muito na troca e adesão de novas técnicas e
conhecimentos teórico-científico, quanto na compreensão dos anseios e necessidades
dos pacientes”.

ENQUETE COM PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM


I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: Profissional A

Registro no Conselho: Sim Onde se graduou: Universidade


Federal do Piauí (UFPI)

Quantos anos de formação: 08 anos Área em que atua: Saúde da Mulher

Setor profissional em que atua: Nome da empresa/ Instituição no qual


Alojamento Conjunto (ALCON) trabalha: EBSERH

Quantos anos trabalhando nessa Já trabalhou em algum outro local


empresa/ órgão/ instituição? 04 anos antes: Sim, já fui docente no Florence
por 03 anos, confesso ser essa a minha
verdadeira paixão.

Titulação: mestrado Sexo: feminino

II - QUESTÕES:
1. O que motivou você a escolher a Enfermagem? Quais os principais desafios
enfrentados pelos profissionais de Enfermagem?

Resposta: “Eu não fui motivada a cursar Enfermagem. Na realidade, faço parte
daquela famosa estatística dos que desejavam cursar medicina e que, por algum motivo,
não conseguiram. Dessa forma, procurei algo que, a meu ver, estivesse mais próximo do
que eu queria. Foi assim que a enfermagem entrou na minha vida, como forma de
compensar meu desejo. Mas, pra ser sincera, eu errei feio. Enfermagem e Medicina são
duas profissões muito distintas! Inclusive, acredito que um dos maiores desafio para a
minha profissão seja se deixar enxergar, pois somos profissionais que trabalhamos
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exaustivamente mas que, porém, ainda somos pouco ou nada reconhecidos. Muitas das
vezes nós executamos diversas tarefas no dia a dia, mas não registramos na mesma
proporção e nem valorizamos nossa profissão. O fato do técnico de enfermagem checar
a prescrição médica, mas nem olhar a prescrição de enfermagem é só um exemplo do
quanto ainda precisamos avançar enquanto profissionais de saúde”.

2. Como o curso de Enfermagem influenciou na sua concepção de relações


interpessoais?

Resposta: “A Enfermagem nos leva a desenvolvermos esse nosso lado das


relações interpessoais. Isso porque precisamos de todos os profissionais atuando
juntamente com a gente, mesmo que sejamos apenas nós da enfermagem a estar com o
paciente 24h. Lembro que, no início do curso, eu era extremamente tímida. Até o
término da graduação foi perceptível a mudança, cresci bastante como pessoa, aprendi a
questionar e, em algumas situações, até a confrontar opiniões de outros membros da
equipe multiprofissional. Pra resumir, posso dizer que passei a ter “poder de expressão”.
Hoje eu percebo que essa relação que eu desenvolvi ao longo dos anos é fundamental,
inclusive para o processo de valorização da nossa profissão”.

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