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Ciclovias: Mais que uma via alternativa.

A consultoria dinamarquesa Copenhagenize divulgou no fim de junho deste ano seu índice
bianual das 20 cidades onde as bicicletas mais reinam ao redor do mundo. Dentre as cinco
primeiras todas eram da Europa e nenhuma cidade brasileira está na lista. A primeira
colocada era Copenhague (Dinamarca), logo atrás Amsterdã e Ultrecht (Holanda), Antuérpia
(Bélgica) e Estrasburgo (França). Na primeira da lista é possível encontrar uma rede de
ciclovias de 350 quilômetros, um sistema de semáforos que dá preferência para os ciclistas e
até apoios de pé nas avenidas para quando você precisa parar para esperar o sinal abrir.
Graças a tantos incentivos 62% da população prefere ir pedalando ao trabalho. Hoje, 90% dos
pais levam seus filhos à escola de bicicleta ou caminhando. 25% de todas as famílias em
Copenhague têm uma bicicleta de carga. Cerca de nove em cada dez dinamarqueses têm uma
bicicleta e apenas quatro em cada dez têm um carro. Anualmente, em Copenhague, os
habitantes viajam de bicicleta por cerca de 1,2 milhão de quilômetros, o que equivale a duas
viagens de ida e volta à Lua.

Diante de todos esses dados podemos pensar: e o nosso Brasil? Como fica? As capitais do
país já contam com 3.291 km de vias destinadas a bicicletas, o que representa um aumento de
133% em quatro anos. É o que mostra levantamento feito pelo G1 e pela GloboNews junto às
prefeituras das 26 cidades e ao governo do Distrito Federal. Os dados são referentes ao mês
de julho. Em 2014, eram 1.414 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Apesar de a malha
cicloviária ter mais que dobrado de tamanho no período, ela ainda corresponde a apenas 3,1%
da malha viária total dos municípios (107.144 km). Segundo o site da ONG Mobilize Brasil a
soma das malhas cicloviárias das 12 capitais que possuem vias exclusivas para bikes não
chega nem perto dos 1200 km de vias exclusivas que os ciclistas têm à sua disposição só em
Berlim e Amsterdã. Parece que o Brasil ainda está engatinhando neste ponto, apesar de
ultimamente algumas iniciativas terem se iniciado ao redor do país, dados ainda muito
discrepantes em comparação à das grandes cidades européias. Mais de dez anos depois do
primeiro programa de bicicletas compartilhadas começar a operar no Brasil, no Rio de
Janeiro, os sistemas se espalharam e são parte do cotidiano de muitas cidades do país. Na
maior cidade brasileira, as 117 estações do Bike Sampa disponibilizam à população 1.800
bicicletas que realizam mais de um milhão de viagens por mês. E os horários e estações mais
procurados mostram que as bicicletas são de fato utilizadas como meio de transporte. A
estação com maior demanda em São Paulo é a do Largo da Batata, próxima a uma das
principais estações do metrô e na qual 85% das viagens são realizadas nos dias de semana. Os
horários de pico da manhã e do fim da tarde também registram as maiores taxas de uso.
E o que podemos dizer acerca de nosso Município? Desde o começo da gestão do prefeito
Lucas Pocay houve um bom investimento nas ciclovias. Segundo o prefeito, pretende-se
construir cerca de 30 quilômetros até o final do ano, tendo sido construídos 12 quilômetros
até o momento. As ciclovia estão espalhadas pela cidade, ligando bairros próximos, sendo
construídas em canteiros e espaços que não atrapalhem o fluxo do trânsito de carros. No ano
passado foi construído 1,5 Km na avenida Miguel Cury, ao lado da trilha verde, e uma pista
de 1,6 km ligando os bairros Santos Dumont e santa fé, além de um trecho de 1,5 Km dentro
da fapi. Ainda segundo o prefeito, a ideia de construir as ciclovias era de trazer maior lazer e
bem estar a população ourinhense, além de proporcionar maior interação das pessoas
deficientes com a cidade, como os cadeirantes.

A inclusão não abrange somente aos deficientes físicos, mas também às crianças e idosos que
agora podem desfrutar de maior área de lazer com maior segurança. Isto é somente um dos
aspectos da utilidade das ciclovias, afinal, vale a pena? Eis alguns dos principais benefícios:
Construir ciclovias significa preservar vidas, pois a bicicleta é frágil frente ao tamanho e
velocidade dos demais veículos nas ruas. Promovem ocupação do espaço público, tornando-o
espaço de convivência e não apenas de passagem. Espaços ociosos, pouco frequentados e
abandonados pelo poder público e pelos cidadãos têm maior índice de criminalidade. Por
isso, investir na bicicleta aumenta a segurança pública. Ciclovias são boas para o comércio,
pois ciclistas são clientes potenciais que passam em baixa velocidade e não exigem grandes
áreas de estacionamento, podendo facilmente parar em frente a uma vitrine, entrar numa loja,
conhecer um serviço. No entorno da Ciclofaixa de Lazer, onde 100 mil pessoas circulam a
cada domingo, comerciantes mais conectados com as tendências de mercado souberam
aproveitar o fluxo de clientes potenciais e estão lucrando com isso. Um estudo da Portland
State University mostrou que quem vai às compras de bicicleta visita as lojas mais vezes e, na
média total, consome mais. Em Melbourne, na Austrália, comerciantes que investem em uma
vaga de carro têm AU$ 65 de retorno por hora, mas substituindo esse espaço por seis vagas
de bicicletas o retorno é de AU$ 283 por hora. Sem contar o quanto ajudam nas entregas. O
uso da bicicleta é benéfico à saúde dos cidadãos, pois o simples fato de usar a bicicleta como
transporte os afasta do sedentarismo e de todos os problemas de saúde deles decorrentes. A
atividade física regular previne doenças cardíacas e AVCs, hipertensão, ajuda a prevenir e a
controlar o diabetes, aumenta a resistência aeróbica, reduz a obesidade, ativa a musculatura
de todo o corpo, diminui a ocorrência de doenças crônicas, faz bem para a saúde do idoso e
aumenta o tempo de vida. O uso da bicicleta melhora a qualidade de vida de quem a utiliza,
não só pelo ganho em saúde mas também pela diminuição do stress, melhorando os
relacionamentos interpessoais e humanizando o trânsito e a cidade. Ciclovias atuam no
sentido de reduzir os congestionamentos e a lotação dos transportes públicos, ao passo que
cada vez mais pessoas troquem suas opções de deslocamento pelas bicicletas, ainda que
eventualmente. As ciclovias proporcionam uma retomada do uso das ruas pelas crianças,
sendo uma opção de lazer que resgata uma faceta da infância há muito esquecida nas regiões
mais urbanizadas da cidade. Já temos crianças utilizando as ciclovias junto a seus pais e,
conforme sua aceitação, abrangência e conectividade aumentarem, esse fenômeno tende a
crescer, com o potencial de permitir que pedalem sozinhas até a escola. Quem opta pela
bicicleta economiza tempo, sobretudo nos horários de pico, quando a velocidade média dos
automóveis chega a meros 6,9 km/h em alguns casos – a mesma de alguém caminhando com
pressa. Os Desafios Intermodais realizados desde 2006 comprovam que a bicicleta é bem
mais rápida que o carro nesses horários – em um deles, chegou antes até mesmo do
helicóptero, que necessita aguardar autorização para decolagem e tráfego. A bicicleta traz
economia em dinheiro, pois os custos com compra, utilização e manutenção são muito
menores que o do automóvel, representando redução de gastos até para quem a utiliza em
substituição ao transporte público. Além de ser um fator importante para as camadas sociais
mais baixas, o valor economizado pode ter destino em consumo, aquecendo comércio e
serviços. A bicicleta é um veículo silencioso e sua adoção em maior escala trará uma
diminuição da poluição sonora da cidade. Entre outros.

Como foi dito em algum trecho do artigo o Brasil é um país que ainda está engatinhando
neste novo conceito de mobilidade urbana. Por isso cabe a todos nós começarmos a refletir
sobre a possibilidade de melhorarmos nosso município, consequentemente melhorando o
país. Se queremos algum dia alcançar algum lugar na corrida mundial pelo desenvolvimento,
eis um dos grandes segredos: as duas rodas!

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