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BEM-VINDO(A)!
Sou advogado, professor de direito penal e processo penal, e não faz muito tempo que
eu estava na mesma situação que você está hoje.
Após a tão suada aprovação na primeira fase do Exame de Ordem, eu sabia que a
segunda fase, ao menos para mim, seria mais fácil. Afinal de contas, eu faria em direito
penal, matéria que eu sempre tive facilidade e prazer em estudar. Mas, ao mesmo
tempo, inúmeras perguntas e receios ocupavam os meus pensamentos:
Sei exatamente o que você está vivendo agora e sei também o que está passando pela
sua cabeça.
Embora muitos considerem a segunda fase mais fácil, sem um bom método de estudos
ela pode ser mais complicada. Aqui, não basta você saber o conteúdo. É preciso que
você saiba minutar a chamada peça prático-profissional.
E digo mais, se você trabalha na área penal, minutar uma peça conforme você faz no seu
dia a dia não é o suficiente. É preciso que você sabia redigir a sua peça de acordo com
o método de avaliação da banca.
Para alguns de vocês essa é a prova mais importante da vida, para outros apenas uma
etapa. Alguns, inclusive, estão tentando obter a aprovação há alguns exames. Mas,
independentemente de quem você é, se você está lendo esse texto, fique sabendo que
o mais difícil já passou.
Eu tenho certeza que se você se dedicar de corpo e alma, em algumas semanas você
será aprovado no XXIX Exame de Ordem!
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Acredito cegamente que quando a gente ama o que faz, e com muito esforço e
dedicação, nosso produto ou serviço pode chegar ao Estado da Arte.
Dito isso, quero que você saiba que venho dedicando nos últimos anos grande parte do
meu tempo para criar um curso completo e especializado para a segunda fase do Exame
de Ordem em Direito Penal.
Após pesquisar à exaustão o que há de melhor e pior no mercado, posso te dizer que
montei um curso do absoluto zero, com todo o suporte da Prodige Preparatório,
visando preparar dois nichos de pessoas:
▪ Pessoas que nunca tiveram prática na área penal e precisam aprender a minutar uma
peça prático-profissional do zero.
▪ Pessoas que, mesmo atuando na área, tem a plena consciência de que a peça exigida
no Exame de Ordem não reflete a prática profissional no mundo real.
Neste sentido, como você já deve ter ouvido por aí, o Exame de Ordem é elaborado de
modo a testar do bacharel o máximo de conhecimento possível. Justamente por isso
que memoriais, recurso de apelação e resposta à acusação são as peças mais cobradas
no Exame.
Isto é, o corretor da sua prova não irá analisar a sua persuasão ou a sua eloquência. Ele
simplesmente vai “bater o olho” na sua prova e verificar se ali estão as teses cobradas
no gabarito (espelho).
Mas não se preocupe, saiba que se você adquirir o curso você aprenderá justamente o
necessário e suficiente para obter a sua aprovação. E aprenderá, principalmente, como
minutar todas as peças prático-profissionais do zero!
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Esse e-book que você está lendo é apenas parte de um dos materiais que
disponibilizamos em nosso curso completo, onde são abordadas todas as peças prático-
profissionais que podem cair no seu Exame de Ordem (são mais de 20).
▪ @prof.cebrian
▪ @prodige.preparatorio
No presente material, você aprenderá como minutar, do zero, as cinco peças que mais
foram cobradas no Exame de Ordem:
Após a unificação do Exame, essas peças foram cobradas em 75% das provas. Só o
recurso de apelação, por exemplo, foi cobrado 9 vezes entre os 37 exames realizados. A
peça de memoriais também foi cobrada por 9 vezes.
Por questão de segurança, e se possível, leve dois vade-mécuns. Sim, dois vade-
mécuns. Por que? Porque eventualmente o fiscal de prova pode confiscar o seu
material por achar que seus grifos constituem estruturação de peça. E, na ocasião,
você estando ou não com a razão, não conseguirá reverter a situação.
Por isso, recomendo que você estude com dois vade-mécuns e grife/sublinhe um
só deles, deixando o outro como reserva. Foi isso que eu fiz e eu recomendo.
Minha recomendação é não. Não faça o rascunho da sua peça inteira. Utilize a
folha de rascunho para, tão somente, estruturar a sua peça, listando as teses e os
artigos que serão colocados na peça quando você for redigi-la na folha de
respostas.
Por que? Porque você possui apenas 5 (cinco) horas para realizar a sua prova. Vai
por mim, aposto que no fim do seu exame você ficará sabendo de alguém que teve
que entregar a prova incompleta ante a falta de tempo por ter feito o rascunho.
Não existe verdade absoluta para essa pergunta pois é muito subjetivo, varia de
acordo com o desempenho de cada um.
DO DIAGNÓSTICO
Imagine que você está com febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, manchas na
pele e extremo cansaço. Você marca uma consulta, vai até o médico e, após ele realizar
algumas perguntas, te dá o diagnóstico de dengue (que, posteriormente, é corroborado
pelos devidos exames).
Perceba que a ferramenta que que o médico se utiliza para diagnosticar o problema é o
questionamento. Com as respostas (no caso, sintomas), ele dá o devido diagnóstico.
No seu Exame de Ordem, assim que você for elaborar a peça prático-profissional, a
primeira coisa que você vai fazer é o diagnóstico!
▪ Atenção: O diagnóstico é a etapa mais importante do seu exame. Ele possibilita que
você faça uma análise completa do problema e, principalmente, não esqueça teses
fundamentais. Por isso, é imprescindível a sua realização.
O QUE É O DIAGNÓSTICO?
Consiste em um formulário com 7 (sete) perguntas que devem ser respondidas na sua
folha de rascunho, sobre o caso apresentado, antes de minutar a peça prático-
profissional.
As respostas para essas perguntas serão a base da sua peça prático-profissional, onde
constarão as informações mais importantes. Deste modo, é indispensável que você
memorize exatamente cada uma dessas perguntas.
Com o caderno de prova em mãos, quando for elaborar a sua peça, você irá escrever o
referido formulário na folha de rascunho e, em seguida, o responder.
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Após realizar o devido diagnóstico, você pode dar início, ainda na folha de rascunho, à
estrutura da sua peça1.
AS 7 QUESTÕES DO DIAGNÓSTICO
As perguntas que você deve responder para colher todas as informações necessárias
são:
6. Qual é a peça?
Sim, exatamente isso. Embora raríssimo, não necessariamente seu cliente será o réu.
Você, enquanto advogado, também pode atuar como assistente da acusação.
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Atenção: Já disse antes e ainda vou repetir algumas vezes, se você fazer o rascunho inteiro da sua peça
para depois passar a limpo, não dará tempo. Por isso, recomendo que você apenas estruture a peça
escrevendo as teses e tópicos que serão alegadas.
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E ter isso anotado, por escrito, te ajudará a não confundir a peça cabível.
Ademais, anote também as informações pessoais do seu cliente, fornecidas pelo caso
prático, como por exemplo: ser o agente menor de 21 (vinte e um) na data do fato, ou
maior de 70 (setenta) anos na data da sentença2.
Isso lhe auxiliará em relação às teses de prescrição, um dos temas mais cobrados na
segunda fase do Exame de Ordem.
São coisas simples, mas que, durante a prova, seja pela tensão ou seja pela quantidade
de informações que o problema traz, pode passar em branco. Por isso, há a necessidade
de anotá-las.
Atenção: É preciso que você anote a infração penal que está sendo/foi imputada ao
seu cliente e não aquela infração penal que você acha a tipificação mais adequada!
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL. Existem aqueles crimes que além de atingir a vítima, atingem
a estrutura social e, por consequência, sua punição é de interesse geral. De outro lado,
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Código Penal, Art. 115.
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Em virtude desses níveis de interesse, a nossa legislação classifica a ação penal segundo
o seu titular. São duas as suas espécies: I – Ação penal pública; e II – Ação penal privada.
A regra é que os crimes sejam de ação penal pública, conforme determina o artigo 100
do Código Penal3. Somente estaremos diante de um crime de ação penal privada, ou
ação penal pública condicionada, quando a legislação expressamente declarar.
Ter plena consciência sobre qual é a espécie de ação penal do crime fará com que você
não deixe passar em branco, por exemplo, teses acerca de nulidade por ilegitimidade de
parte.5
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CP, Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
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Atenção: os crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa são exceções dessa regra pois,
embora esses crimes estejam previstos no artigo 129 do CP, é o artigo 88 da Lei dos Juizados Especiais
(Lei nº 9.099/95) que determina que, em relação a esses crimes, a ação penal será pública condicionada.
Não será pública condicionada apenas de for lesão corporal leve ou culposa resultante de violência
doméstica (Súmula 542 do STF – Art. 41 da Lei 11.340/2006).
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No módulo II existe uma aula específica sobre ação penal. Recomendo que você assista.
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I - Ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II - Sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III - Sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
A leitura do mencionado dispositivo legal nos induz a adotar um método errôneo para
encontrar o procedimento adequado, fazendo com que a gente faça primeiro a análise
acerca do quantum de pena.
Contudo, o método mais acertado é o método de eliminação, realizado por meio das
seguintes perguntas:
É por isso que, mesmo tendo um procedimento especial, os crimes contra a honra são
julgados pelo procedimento sumaríssimo, no juizado Especial Criminal.
O mesmo acontece com os crimes funcionais com pena menor que 2 (dois) anos.
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Por exemplo: crimes contra a vida, crimes contra a honra, crimes da lei de drogas, crimes funcionais e
crimes contra a propriedade imaterial.
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Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor
a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos
que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
Observações importantes:
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No mesmo sentido existe a Súmula 723 do STF: Não se admite a suspensão condicional do processo
por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um
sexto for superior a um ano.
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Lei n.º 11.340/2006 - Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
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CPP, Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: [...] IV - por omissão de formalidade que
constitua elemento essencial do ato.
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para o Procurador Geral, por analogia ao artigo 2810 do CPP, nos termos da
Súmula 69611 do STF.
Por ora a identificação das peças pode parecer um “bicho de sete cabeças” para você,
mas te garanto que, quando começarmos a estudar as peças em espécies, isso será
facilitado.
A última questão é a mais importante do diagnóstico. Aqui, você irá mencionar quais
teses você alegará na peça.
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CPP, Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-
geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
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Súmula 696, STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo,
mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão ao
Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.
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I. Teses nulidade;
II. Teses de extinção da punibilidade;
III. Teses de mérito;
IV. Teses subsidiárias;
Antes de iniciarmos a análise das espécies de teses, preciso fazer uma observação.
Uma das perguntas mais frequentes dos alunos é: Como redigir a tese?
Para alegar as teses na sua peça é muito simples e existe uma fórmula para isso.
Primeiro, é preciso que você saiba que o seu corretor não vai analisar a sua persuasão,
a sua eloquência ou a sua habilidade com as palavras. Ele tem centenas de provas para
corrigir.
O seu corretor simplesmente vai “bater o olho” na sua prova e tentar identificar se você
alegou as teorias prevista no espelho de correção.
Por isso, preocupe-se mais com o que colocar e menos com a forma de colocar.
Isso não quer dizer que você pode ser desleixado. Isso quer dizer que você tem que ser
objetivo, nada de parágrafos grandes ou palavras diferentes.
Exemplo:
I. TESES DE NULIDADE
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A Súmula 523 do STF constitui exceção a esta regra: “No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade
absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.” Trata-se de exceção porque
mesmo que diga respeito ao princípio da ampla defesa (princípio constitucional), dependerá de efetiva prova do
prejuízo.
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Deste modo, para encontrar o fundamento da nulidade basta ir ao artigo 564 do CPP e,
por critério de eliminação, fazer a subsunção a partir do inciso I em diante.
Atenção:
▪ No caso do inciso IV, é preciso combinar com outro dispositivo legal, pois é
genérico. Por exemplo: Art. 564, IV c/c art. 185, §5º do CPP.
I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que
não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI
- pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; IX - pelo perdão judicial, nos
casos previstos em lei.
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A composição civil dos danos (Art. 74 da Lei nº 9.099/95), por exemplo, é uma causa de extinção da
punibilidade que não encontra previsão no artigo 107 do Código Penal.
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Identificar as teses de mérito é um dos maiores medos daqueles que vão realizar a
segunda fase do Exame de Ordem.
Fique tranquilo, é mais fácil do que você imagina. Com o decorrer do curso e conforme
você for assistindo as aulas e fazendo os simulados, identificar as teses de mérito se
torna algo mecânico.
Explicação completa sobre a o conceito de crime você encontra nas aulas do Módulo III
e na apostila respectiva. Por ora, explicarei o suficiente e necessário.
Não quer dizer, necessariamente, que essa conduta será crime. Para isso, é
necessário que este fato também seja ilícito e culpável.
Por isso, essas teses não podem ser alegadas em sede de resposta à acusação. Após a
análise da resposta à acusação, no procedimento comum, o juiz irá absolver
sumariamente o réu ou designar a audiência de instrução e julgamento. Não há
possibilidade de condenação neste momento.
As teses subsidiárias podem ser sobre: I. Dosimetria, II. Regimes penitenciários; e III.
Benefícios (Código Penal, Art. 59, II, III e IV).
II. Regimes penitenciários: Aqui, você deverá fazer uma sugestão ao juiz
sobre regime penitenciário cabível (favorável ao seu cliente).
São essas, em apertada síntese, as principais teses cobradas na segunda fase do Exame
de Ordem.
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Não posso fazer aqui, agora, neste material e neste módulo, um estudo aprofundado
acerca de todas as teses, vez que:
III. Teses foram trabalhadas e estão no Módulo III (Direito Penal Essencial),
bastando você assistir às aulas quando tiver alguma dúvida específica sobre
uma das teses;
IV. Durante o estudo das peças em espécie nós veremos essas teses e a
maneira de alegá-las.
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A palavra mágica, portanto, para identificar que a sua peça se trata de uma resposta à
acusação é: citação.
▪ CPP, Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o
juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Desse modo, no caso prático, é preciso que a denúncia tenha sido oferecida, recebida e
o juiz tenha mandado citar o réu. Não poderá, portanto, já ter sido realizada a audiência
de instrução e julgamento.
Atenção: Nem sempre no enunciado constará a sequência completa desses atos. Neste
caso, é preciso somente identificar que a citação foi o último ato do processo.
▪ Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz,
se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
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Atenção: no procedimento sumaríssimo (Juizado Especial Criminal) primeiro é apresentada a resposta à acusação
para depois o juiz receber a denúncia (Art. 81 da Lei nº 9.099/95). Mas, ainda assim, a resposta à acusação é precedida
pela citação.
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▪ Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse
à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e
arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
▪ Teses de mérito: O pedido será de absolvição sumária, também com base no artigo
397.
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Segundo o STJ, é possível, sim, pedir a rejeição da denúncia na resposta à acusação (rejeição tardia),
ainda que o juiz já tenha a recebido.
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a. Nulidade: Ex.: Dano com violência a pessoa é crime de ação penal pública.
Assim, desclassificando o crime para a figura do caput, a ação penal torna-
se privada. E, portanto, haverá ilegitimidade de parte, haja vista que a parte
legítima para proceder a ação penal seria a vítima e não o Ministério Público.
Saber o prazo processual é de suma importância porque, como se sabe, o caso prático
do Exame de Ordem exige, em regra, que você date a peça com o último dia do prazo.
Assim, conforme determina o já citado artigo 396 do Código de Processo Penal, o prazo
para apresentar a resposta à acusação será de 10 (dez) dias.
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CPP, Art. 798 Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por
férias, domingo ou dia feriado.
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CPP, Art. 798 [...] §3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil
imediato.
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Súmula 310 STF - Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita
nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que
começará no primeiro dia útil que se seguir.
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1.6 TESTEMUNHAS
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CPP, Art. 798 [...], §1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o dia do vencimento.
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CPP, Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela
defesa;
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CPP, Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco)
pela defesa.
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Os crimes funcionais (crimes praticados por funcionários públicos)22 não serão julgados
pelo procedimento comum, mas sim pelo procedimento especial23, previsto a partir do
artigo 513 do Código de Processo Penal.
Nesse procedimento, a primeira manifestação da defesa será por meio de uma peça
chamada DEFESA PRELIMINAR, que, em linhas gerais, possui a mesma estrutura de uma
resposta à acusação.
Por fim, preste atenção no conteúdo da Súmula 330 do STJ, que é mais provável que
seja cobrado em questões:
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Artigo 312 ao 326 do Código Penal.
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Salvo se for infração penal de menor potencial ofensivo. Como o procedimento sumaríssimo tem
previsão constitucional, ele prevalecerá.
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Observa-se, portanto, que aqui a palavra mágica é notificação.
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Neste procedimento, a primeira manifestação da defesa será por meio de uma peça
chamada DEFESA PRÉVIA, que, em linhas gerais, assim como a defesa preliminar, possui
a mesma estrutura de uma resposta à acusação.
Pode-se dizer, grosso modo, que a defesa prévia é a resposta à acusação da Lei de
Drogas.
(VIII Exame de Ordem) Visando abrir um restaurante, José pede vinte mil reais
emprestados a Caio, assinando, como garantia, uma nota promissória no aludido valor,
com vencimento para o dia 15 de maio de 2010. Na data mencionada, não tendo havido
pagamento, Caio telefona para José e, educadamente, cobra a dívida, obtendo do
devedor a promessa de que o valor seria pago em uma semana.
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Salvo em relação ao crime previsto no artigo 28 na referida lei (porte de drogas para uso pessoal). Neste
caso, conforme prevê o artigo 48, §1º da Lei de Drogas, a referida infração penal será julgada pelo
procedimento sumaríssimo, previsto na Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais). A não ser que o crime
do artigo 28 seja praticado em concurso com outro crime da Lei de Drogas.
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Observa-se, portanto, que aqui a palavra mágica é notificação.
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Findo o prazo, Caio novamente contata José, que, desta vez, afirma estar sem dinheiro,
pois o restaurante não apresentara o lucro esperado. Indignado, Caio comparece no dia
24 de maio de 2010 ao restaurante e, mostrando para José uma pistola que trazia
consigo, afirma que a dívida deveria ser saldada imediatamente, pois, do contrário, José
pagaria com a própria vida. Aterrorizado, José entra no restaurante e telefona para a
polícia, que, entretanto, não encontra Caio quando chega ao local.
Procurado apenas por Caio para representá-lo na ação penal instaurada, sabendo-se
que Joaquim e Manoel presenciaram os telefonemas de Caio cobrando a dívida vencida,
e com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo
caso concreto acima, redija, no último dia do prazo, a peça cabível, todos os argumentos
em favor de seu constituinte. (Valor: 5,0)
*A peça resolvida está na próxima página e ela é explicada ao final da respectiva aula*
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▪ Art. 403, §3º: O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados,
conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Até hoje, a OAB nunca se utilizou da situação prevista no artigo 404. Portanto, quando
pensar no fundamento dos memoriais, pense no artigo 403, §3º. Só estaremos diante
da hipótese prevista no artigo 404, parágrafo único, quando, ao final da audiência de
instrução, o juiz determinar diligências complementares.
TESES
Ao contrário do que ocorre na resposta à acusação, onde não se pode alegar teses
subsidiárias de mérito e desclassificação, em memoriais toda e qualquer tese pode ser
trabalhada.
1. Nulidades;
2. Extinção da Punibilidade;
3. Teses de Mérito;
4. Teses subsidiárias.
PEDIDOS
Conforme determina o artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, o prazo para
apresentar as alegações finais na forma de memoriais será de 5 (cinco) dias.
E para que fixada na sua na sua cabeça, é preciso sempre lembrar que:
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Na resposta à acusação, quando se configura uma hipótese de extinção da punibilidade o pedido será
de absolvição sumária por conta do artigo 397, IV. Mas isso só ocorre na resposta à acusação. No restante
das peças, o pedido será de declaração de extinção da punibilidade.
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Agora será com base no artigo 386 do CPP e não no artigo 397 que fundamenta a absolvição sumária
da resposta à acusação. Sumária é somente a absolvição que ocorre logo depois de apresentada a
resposta à acusação.
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CPP, Art. 798 Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por
férias, domingo ou dia feriado.
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CPP, Art. 798 [...] §3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil
imediato.
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Súmula 310 STF - Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita
nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que
começará no primeiro dia útil que se seguir.
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CPP, Art. 798 [...], §1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o dia do vencimento.
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(XVII Exame de Ordem) Daniel, nascido em 02 de abril de 1990, é filho de Rita, empregada
doméstica que trabalha na residência da família Souza. Ao tomar conhecimento, por meio de
sua mãe, que os donos da residência estariam viajando para comemorar a virada de ano, vai até
o local, no dia 02 de janeiro de 2010, e subtrai o veículo automotor dos patrões de sua genitora,
pois queria fazer um passeio com sua namorada.
Desde o início, contudo, pretende apenas utilizar o carro para fazer um passeio pelo quarteirão
e, depois, após encher o tanque de gasolina novamente, devolvê-lo no mesmo local de onde o
subtraiu, evitando ser descoberto pelos proprietários. Ocorre que, quando foi concluir seu
plano, já na entrada da garagem para devolver o automóvel no mesmo lugar em que o havia
subtraído, foi surpreendido por policiais militares, que, sem ingressar na residência,
perguntaram sobre a propriedade do bem.
Em 18 de março de 2010, a denúncia foi recebida pelo juízo competente, qual seja, da 1ª Vara
Criminal da Comarca de Florianópolis. Os fatos acima descritos são integralmente confirmados
durante a instrução, sendo certo que Daniel respondeu ao processo em liberdade. Foram
ouvidos os policiais militares como testemunhas de acusação, e o acusado foi interrogado,
confessando que, de fato, utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-
lo, tanto que foi preso quando ingressava na garagem dos proprietários do automóvel.
Após, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Daniel, que ostentava apenas aquele
processo pelo porte de arma de fogo, que não tivera proferida sentença até o momento, o laudo
de avaliação indireta do automóvel e o vídeo da câmera de segurança da residência. O Ministério
Público, em sua manifestação derradeira, requereu a condenação nos termos da denúncia. A
defesa de Daniel é intimada em 17 de julho de 2015, sexta feira. Com base nas informações
acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível,
excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo para interposição,
sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
*A peça resolvida está na próxima página e ela é explicada ao final da respectiva aula*
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O problema dirá para você, por exemplo, que: finda a instrução – e/ou apresentados os
memoriais da acusação e da defesa – o juiz julgou procedente/improcedente os pedidos.
Pode dizer ao final do problema, também, que o réu deseja recorrer da decisão. Ou
ainda, que o advogado foi intimado da sentença.
Tudo isso são evidencias de que a sua peça se trata de um recurso de apelação. Isso não
quer dizer que o problema dirá exatamente o que foi dito acima, por isso é
extremamente importante que você entenda os procedimentos.34
A apelação, via de regra, possui duas petições: I. Interposição (CPP, Art. 593) e II. Razões
(Art. 600).
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Não veremos, aqui, a apelação do tribunal do júri. Haverá uma aula específica para as peças desse
procedimento.
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No Módulo III – Direito Penal Essencial, existe uma aula específica sobre procedimentos. A apostila do
respectivo módulo também conta com um capítulo sobre a matéria.
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▪ Como é na prática:
A mesma parte que interpôs a apelação, terá em sequência o prazo de 8 dias para
a presentar as razões do recurso de apelação, que é a peça com os fatos,
fundamentos e pedidos do recurso, onde serão expostos os seus argumentos para
a reforma da sentença.
Mas então qual prazo devo adotar, 5 dias ou 8 dias? Nesta situação acima
mencionada você deverá adotar, para ambas as peças, o prazo da interposição (5
dias) uma vez que as petições estão sendo apresentadas juntas.
Neste caso, resta tão somente as razões do recurso para ser minutada. Assim, nas
suas folhas de respostas, na primeira página será minutada uma petição de
juntada (com fundamento no artigo 600 do CPP) e nas demais páginas você
minutará as razões do recurso.
▪ Atenção:
1. Que você seja o advogado do querelante em ação penal privada. Ou que você
seja assistente da acusação.
2. Que você seja advogado do réu e que o Ministério Público tenha recorrido da
decisão porque o os pedidos da defesa foram procedentes. Neste caso, a sua
peça será contrarrazões35. Peça com a mesma estrutura das razões de
apelação, onde você irá requerer o não conhecimento e o improvimento do
recurso do MP, apenas reforçando as teses trabalhadas em memoriais.
Aqui, todavia, não terá petição de interposição. No seu lugar haverá a petição
de juntada.
35
Fique tranquilo, ao final deste capítulo, vamos resolver um recurso de apelação e uma contrarrazões.
51
Isso quer dizer que sempre o fundamento do recurso de apelação será o inciso I do artigo
593? Não. Existem duas exceções.
▪ Art. 593, II: Embora seja pequena a chance de ser cobrada desta forma, é preciso
que você saiba que o recurso de apelação ainda poderá ser interposto de
decisões definitivas, ou com força de definitivas.
PEÇA DE INTERPOSIÇÃO
RAZÕES DO RECURSO
Advogado do réu:
• Recorrente: Se você é o recorrente é porque o seu cliente foi condenado (ou foi
absolvido, mas outros pedidos foram indeferidos pelo juiz). Aqui, você se
utilizará dos mesmos argumentos utilizados nos memoriais, com a diferença que
agora você tentará convencer os ministros/desembargadores do tribunal a
reformar a sentença do juiz singular.
36
A primeira coisa que você deve analisar, neste caso, é o prazo em que o recurso do MP foi interposto,
para alegar a intempestividade, com o posterior não reconhecimento do recurso pelo tribunal e
consequente improvimento.
53
• Recorrente: Se você é o recorrente é porque o réu foi absolvido. Neste caso, você
se utilizará dos mesmos argumentos utilizados nos memoriais, com a diferença
que agora você tentará convencer os ministros/desembargadores do tribunal a
reformar a sentença do juiz singular, no sentido de condenar o réu.
1. Situação provável: É a situação onde o caso exige que você minute tanto a
peça de interposição, quanto as razões de apelação. Essa é maneira que a
OAB vem cobrando o recurso de apelação nos últimos anos.
37
A primeira coisa que você deve analisar, neste caso, é o prazo em que o recurso da defesa foi interposto,
para alegar a intempestividade, com o posterior não reconhecimento do recurso pelo tribunal e
consequente improvimento.
54
Atenção:
• Não habilitado: Se você ainda não está habilitado nos autos, você necessita
de um prazo mais dilatados. Por isso a lei, nesse caso, determina um prazo
de 15 (quinze) dias, a contar do dia que terminar o prazo do Ministério
Público, conforme determina o artigo 598, parágrafo único, do Código de
Processo Penal.
38
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser
julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede
do Juizado. § 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo
Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido
do recorrente.
55
39
CPP, Art. 798 Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por
férias, domingo ou dia feriado.
40
CPP, Art. 798 [...] §3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil
imediato.
41
Súmula 310 STF - Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita
nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que
começará no primeiro dia útil que se seguir.
42
CPP, Art. 798 [...], §1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o dia do vencimento.
56
(XII Exame de Ordem) Rita, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia 10/11/2011
(quinta-feira), ao sair da filial de uma grande rede de farmácias, após ter furtado cinco tintas de
cabelo. Para subtrair os itens, Rita arrebentou a fechadura do armário onde estavam os referidos
produtos, conforme imagens gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O valor
total dos itens furtados perfazia a quantia de R$49,95 (quarenta e nove reais e noventa e cinco
centavos).
Atento ao caso narrado e levando em conta tão somente as informações contidas no texto,
elabore o recurso cabível. (Valor: 5,0)
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58
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61
João, 22 anos, no dia 04 de maio de 2018, caminhava com o adolescente Marcelo, cada
um deles trazendo consigo uma mochila nas costas. Realizada uma abordagem por
policiais, foi constatado que, no interior da mochila de cada um, havia uma certa
quantidade de drogas, razão pela qual elas foram, de imediato, encaminhadas para a
Delegacia. Realizado laudo de exame de material entorpecente, constatou-se que João
trazia 25 g de cocaína, acondicionados em 35 pinos plásticos, enquanto, na mochila do
adolescente, foram encontrados 30 g de cocaína, quantidade essa distribuída em 50
pinos.
O juiz, após a devida manifestação das partes, proferiu sentença julgando parcialmente
procedente a pretensão punitiva estatal. Em um primeiro momento, absolveu o acusado
do crime de associação para o tráfico por insuficiência probatória. Em seguida,
condenou o réu pela prática do crime de tráfico de drogas, ressaltando que o réu
confirmou a destinação das drogas à ilícita comercialização. No momento de aplicar a
62
Imagine, por exemplo, uma decisão que ao mesmo tempo, absolve o réu em
relação a um crime e julga extinta a punibilidade em relação a outro crime.
Sabemos que da sentença que absolve ou condena o réu cabe apelação, nos
termos do artigo 593, I. Por outro lado, sabemos também que da decisão
que julga extinta a punibilidade caberá RESE, como determina o inciso VIII
do artigo 581 do CPP.
Neste caso, como proceder? Cabe apelação? Cabe RESE? Ou cabe os dois?
43
Não veremos, aqui, a apelação do tribunal do júri. Haverá uma aula específica para as peças desse
procedimento.
70
44
A decisão que concede o a suspensão condicional da pena é a mesma que condena o réu. Cabe,
portanto, recurso de apelação. Por sua vez, a decisão que revoga o sursis será feita em fase de execução,
e para toda decisão em fase de execução caberá agravo em execução.
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No mundo real não é usual. Primeiro que o HC na primeira instância é raro, e segundo que, quando
negado, a primeira medida que o advogado toma é entrar com outro HC no tribunal, justamente pela
celeridade. Mas não é isso que você deve fazer na sua prova.
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Obs1: Além dos incisos do mencionado artigo, também existem outras hipóteses
previstas em legislação especial. Dentre elas, destaca-se o artigo 294, parágrafo único,
do Código de Trânsito Brasileiro46.
▪ Súmula 707 do STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer
contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação
de defensor dativo.
Obs3: Existe uma grande peculiaridade no RESE que é o chamado juízo de retratação, e
está previsto no artigo 589 do Código de Processo Penal:
▪ Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que,
dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso
com os traslados que Ihe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples
petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz
modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos
próprios autos ou em traslado.
Nos termos do parágrafo único do artigo 589 do CPP, se por seu conteúdo da decisão de
retratação couber RESE, a parte vencida, na retratação, não precisará interpor recurso
e arrazoar. Bastará, por simples petição, interpor recurso. As contrarrazões já oferecidas
servirão como razões e as razões da parte contrária servirão como contrarrazões.
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Trata-se da suspensão cautelar do direito de dirigir. Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da
ação penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar,
de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade
policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo
automotor, ou a proibição de sua obtenção.
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Obs2: Pode ser, também, que quem tenha recorrido seja o Ministério
Público. Neste caso, você será intimado para apresentar as contrarrazões
razões do recurso em sentido estrito. Deverá ser minutada, então, uma
petição de juntada e depois minutada a mencionada contrarrazões.
O fundamento legal será o artigo 581 do Código de Processo Penal, combinado com um
dos seus incisos, de acordo com o caso fornecido.
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A diferença em relação à petição de interposição é, grosso modo, o verbo da peça. Na petição de juntada
utilizaremos o verbo apresentar, enquanto que na petição de interposição utilizaremos o verbo interpor.
74
PEÇA DE INTERPOSIÇÃO
RAZÕES DO RECURSO
TESES
Grosso modo, poderão ser cobradas teses relacionadas a todos os tipos: I. Nulidades; II.
Extinção da punibilidade; III. Teses de mérito; e IV. Teses de desclassificação.
Não possível arrolar de maneira sistemática as possíveis teses que deverão ser alegadas
no RESE, mas saiba que elas terão estrita relação com o fundamento que motivou o
recurso, isto é, às hipóteses previstas no artigo 581 do Código de Processo Penal.
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PEDIDOS
No RESE, assim como nas demais peças, os pedidos deverão ter correlação com as teses.
E, além desses pedidos específicos para as teses, como se trata de recurso, é necessário
pedir inicialmente o conhecimento e provimento do recurso, com consequente reforma
da decisão atacada.
1. Situação provável: É a situação onde o caso exige que você minute tanto a
petição de interposição, quanto a petição de razões do recurso em sentido
estrito. Essa é maneira que a OAB habitualmente cobra.
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CPP, Art. 798 Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se
interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
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CPP, Art. 798 [...] §3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado
até o dia útil imediato.
50
Súmula 310 STF - Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação
for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente,
caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir.
51
CPP, Art. 798 [...], §1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o dia do
vencimento.
77
(XI Exame de Ordem) Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu
carro bastante preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla,
Jerusa decide ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida.
Para realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa
sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que,
em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no
socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em
razão dos ferimentos sofridos pela colisão. Instaurado o respectivo inquérito policial, após o
curso das investigações, o Ministério Público decide oferecer denúncia contra Jerusa,
imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual
(Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP). Argumentou o ilustre membro do Parquet a
imprevisão de Jerusa acerca do resultado que poderia causar ao não ligar a seta do veículo para
realizar a ultrapassagem, além de não atentar para o trânsito em sentido contrário.
A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos processuais exigidos em lei foram
regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão
devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial
acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2013
(sexta-feira). Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos,
elabore o recurso cabível e date-o com o último dia do prazo para a interposição. (Valor: 5,0)
Assim, a guia de recolhimento é encaminhada ao juízo das execuções onde será gerado
outro processo com outro número. Será nesses autos que haverá o acompanhamento
do cumprimento da pena pelo apenado. Eventuais pedidos de progressão de regime,
liberdade condicional ou unificação de penas serão feitos nesses autos e serão
deferidos, ou não, pelo juiz da execução.
Deste modo, existem basicamente duas peças da fase de execução, que tratam sobre
execução pena: I. Petição simples; e II. Agravo em execução.
Na dosimetria da pena, três fatores serão analisados para a escolha do regime inicial de
cumprimento da pena privativa de liberdade: a) a quantidade da pena; b) a reincidência;
e c) as circunstâncias judiciais. Vejamos.
Ainda prevê a Súmula 718 do STF que: “A opinião do julgador sobre a gravidade em
abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais
severo do que o permitido segundo a pena aplicada.”
52
Código Penal, artigo 33, §2, a;
53
Código Penal, artigo 33, §1, a;
54
Código Penal, artigo 33, §2, b;
55
Código Penal, artigo 33, §1, b;
56
Código Penal, artigo 33, §2, c;
57
Código Penal, artigo 33, §1, c;
84
58
Quanto a segunda progressão de regime, o entendimento majoritário é de que se calcula 1/6 da pena restante,
vez que pena cumprida é pena extinta.
59 Súmula 715 do STF: A pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de cumprimento, determinado pelo
artigo 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional
ou regime mais favorável de execução.
60 Súmula 491 do STJ - É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
61 Lei n. 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), artigo 2º, §2º,
85
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico
de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes
dessa natureza.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
delinquir.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado
o livramento.
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
§2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações,
as seguintes:
A Constituição Federal determina em seu artigo 5º, inciso XLVII, alínea “b”, que não
haverá penas de caráter perpétuo.
Como mencionado no início desse capítulo, a petição simples, omo o próprio nome diz,
se trata de um pedido simples, endereçado ao juízo da execução de pena, sem nenhuma
formalidade específica, cuja finalidade é o requerimento de benefícios como progressão
de regime, liberdade condicional e unificação de penas.
Será uma peça endereçada ao juízo das execuções penais, onde você irá requerer um
benefício possível de ser concedido na fase de execução como, por exemplo, os acima
citados.
62
É o fundamento legal da progressão de regimes, para os demais benefícios você deverá utilizar o
fundamento adequado.
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Após fazer uma breve descrição dos fatos, no tópico direito você deverá expor a razão
pela qual o seu cliente tem direito ao benefício requerido.
Na sua prova, provavelmente o problema dirá que foi feito um dos pedidos que
estudamos na peça anterior (petição simples) e o juiz da execução negou.
▪ Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
Esse é o único dispositivo que trata sobre esse recurso. Isso ocorre porque enquanto
tramitava o projeto de lei da LEP, também tramitada um projeto de lei de um novo
código de processo penal onde estaria previsto o procedimento do agravo em execução.
Contudo, o mencionado código não entrou em vigor.
63
Não existe prazo para a petição simples. Você juntará no processo sempre que entender que seu cliente
faz jus ao direito.
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Obs2. Pode ser que você esteja no outro polo da ação. Neste caso,
você será intimado para apresentar contrarrazões ao recurso de
apelação (aqui não há petição de interposição, há petição de juntada).
O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em tese, os requisitos subjetivos estarem
preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de roubo é crime hediondo, não
tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de
liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos
objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus
antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento
condicional; c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista
que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam
severos prejuízos para a sociedade. Você, advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa
decisão em 23 de março de 2015, uma segunda-feira. Com base nas informações acima
expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível,
excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo para sua interposição,
sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)