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Os revestimentos refratários dos fornos de clínquer consistem em materiais que devem possuir
funções específicas de acordo com sua aplicação e localização. Entre estas funções podemos citar:
Nos fornos rotativos em operação até a década de 30 utilizavam-se como revestimentos refratários,
argilas calcinadas que possuiam aproximadamente 40% de Al2O3. Os revestimentos da atualidade
possuem uma composição química bastante diversificada e são desenvolvidos para suportar os
diversos tipos de ataques químicos, térmicos e mecânicos aos quais serão submetidos nas
condições de serviço.
“Design” do
Refratário
Qualidade dos
Qualidade de fabricação
Componentes
Tempo de
Instalação do Vida dos
refratário Refratários Seleção do refratário
Condições de Serviço
Térmicas – Químicas - Mecânicas
Responsabilidade Responsabilidade
do Fabricante do Usuário
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
Os materiais refratários são principamente compostos de Al2O3, SiO2, MgO, CaO e Cr2O3, e estão
presentes como óxido livre ou de forma combinada. Os diferentes grupos de materiais refratários,
baseados na sua composição química, estão listados na tabela a seguir:
Designação Composição
Alta alumina – Grupo 1 Al2O3 ≥ 56%
Grupo Ácido
Silicato de Zircônio
Dióxido de Zircônio
Nitritos
Material Rico em Alumina Magnésio > 80% Magné Cromo- Forsterita Dolomita Produto
Refratário ↓ Fe ↑ Fe Tijolo sio- Magné Especial
Cromo sio
Al2O3 45-50 60-72 80 <1 <2 <8 4-11 <22 1-10 0,8-1,1 3,2-4,3
SiO2 45 0,8-3,5 <2,5 <2,5 1-3,5 <6 35-40 0,7-1 7,1-9
Fe2O3 1-2 1-2 0,6-2,5 3,5-10 <12 5-12 7-15 5-12 1 6,5-9
MgO 0,2 0,2 92-96 >80 77-92 55-80 25-55 45-60 37 53-63
CaO 0,2 0,2 0,8-3,0 <4 <3 1-3 <2,5 0,2-1,5 60 14-18
Cr2O3 - <1 <1 <0,5 6-20 15-35 1,5-10 6,4-8,2
Na2O+K2O - 0,5-1,5
Porosidade (%) 19-22 20-25 16-22 18-24 16-25 16-23 17-24 16-23 16-22 20-24
Refratividade sob 1480- 1500-1650 1550-1700 1550- 1600- 1550-
carga ta oC 1550 1650 1650 1760
Cond.Térmica a 1,2- 1,5-2,2 2,5-3,5 1,8- 2-3 1,5-2,5 1,6-2 2,3 2,9
1000oC 1,5 2,6
Apl.Zona Trans. X X X X X X X X
Apl.Zona Queima X X X X X X X X X
Mesmo nas melhores condições de operação, os refratários são submetidos a uma certa abrasão.
Baseado em experiência de operação das fábricas, o consumo médio de refratário na prática, para
tijolos ácidos e básicos, é o seguinte:
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
Se considerarmos que estes valores são médios, sabemos que dependendo da posição dentro do
forno, o desgaste poderá ser mais alto ou mais baixo. Embora algumas plantas consigam se
aproximar destes valores, a grande maioria das fábricas possui um consumo muito maior, podendo
ter como valor médio até 30 cm2/t.
A principal causa de abrasão pode ser atribuída aos fatores térmicos, mecânicos e químicos, que
atuam de forma isolada ou mais frequentemente em combinação. Detalhes relativos a estes vários
tipos de abrasão podem ser observados no esquema abaixo:
Infiltração de líquidos
Condensação de álcalis
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
Ataque de CO2/SO3
• Diminuição da porosidade;
• Aumento na concentração de CO2 e SO3;
• Mudança da mineralogia.
Sobreaquecimento/ Choque
Essas reações químicas ocorrem quando os refratários são atacados por infiltração de silicatos ou
sulfatos de alcalis ou ainda devido à presença de atmosfera redutora.
O agente ligante de diversos refratários é o aluminato monocálcico (CA) que exibe propriedades
hidráulicas e um alto ponto de fusão (>1600oC). Na temperatura de trabalho de 800-1000oC, CA
reage com SO3 dos gases do forno de acordo com as seguintes equações:
O processo mais conhecido pelo qual tijolos de alta alumina são danificados é chamado de álcalis
“spalling”. O tijolo reage com os álcalis formando feldspatos, que devido a um aumento de volume,
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provoca a quebra do tijolo a uma certa profundidade da face quente. Os diversos tipos de tijolos
provocam diferentes níveis de expansão volumétrica.
Caso seja necessário instalar tijolos de alta alumina em regiões ricas em álcalis deve-se dar
preferência ao 2o tipo, pois apresenta uma expansão sensivelmente menor.
A ocorrência de condições redutoras locais nas zonas de queima e de transição quando não se
possui uma colagem, causa uma significativa queda de resistência. Os danos devidos a estas
condições tem sido freqüentes desde a reintrodução da queima de carvão e tem sido um dos
fatores decisivos na necessidade de desenvolver novos refratários magnesianos livres de Fe2O3 e
Cr2O3.
Esse ataque químico ocorre em tijolos magnesianos contendo ferrita a qual se precipita nos cristais
de periclásio quando o refratário trabalha em temperaturas superiores a 1100oC e em atmosfera
redutora.
MgO.Fe2III O 3 → ( Mg / Fe II )O
Essa reação de redução ocorre com uma diminuição do volume o qual aumenta a porosidade
resultando no decréscimo da resistência dos tijolos.
Embora eles apresentem excelente desempenho quando protegidos por uma colagem permanente,
sem esta colagem protetora, a CaO livre presente no tijolo é muito susceptível de reagir com
diversas substâncias, formando em todas as circunstâncias, produtos de maior volume, ou seja,
resulta em expansão no tijolo.
Os tijolos dolomíticos são também sujeitos a hidratação em contato com o ar a uma temperatura
inferior a 450oC. A taxa de hidratação dos tijolos é diferenciada, sendo mais rápida na região
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
intermediária do tijolo e mais lenta na sua parte fria, resultando em tempos de desgaste
diferenciados.
O revestimento na caixa de fumaça está exposto à gases quentes contendo vapores agressivos,
sendo necessário utilizar tijolos com baixo teor de alumina. Nas demais partes da torre o
revestimento não está exposto a um desgaste muito intenso.
Nesta zona ocorrem ataques químicos provenientes de vapores de álcalis, além de uma ligeira
abrasão e variações de temperatura. A fim de reduzir as perdas de calor um bom isolamento é
necessário. Em fornos com 4 estágios, a zona de calcinação é pequena, dispensando um
isolamento especial. Nesta zona, um tijolo com 32-35% de Al2O3 de moderada resistência é
desejado.
As perdas de calor mais significativas são observadas nesta zona, exigindo do revestimento
propriedades de isolamento térmico. O isolamento mais o efeito da colagem devem garantir que a
temperatura do casco do forno seja inferior a 350oC.Em fornos pequenos e queimando farinha de
fácil queimabilidade, tijolos de alta concentração de alumina são frequentemente utilizados com
sucesso. Em fornos maiores, o uso de tijolos básicos é muito comum. Existem principalmente 3
tipos de tijolos usados nas fábricas de cimento: Magnesiano, Magnésio-Cromo e Dolomítico.Tijolos
dolomíticos são normalmente utilizados onde existe formação de colagem.
Compreende uma região de 1,5 a 2 diâmetros do forno. Nesta região, o refratário estará exposto à
abrasão e variações de temperatura, sendo utilizado um refratário de alta concentração de alumina
(70-80%).
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