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8 Resumo: Em épocas chuvosas, é cada vez mais comum a presença de alagamentos
9 dentro dos grandes centros urbanos. Para reverter tal situação, a gestão pública pode
10 e deve contar com o apoio das geotecnologias, que disponibilizam formas
11 automatizadas para a criação de mapas temáticos apresentando as zonas de riscos
12 de inundação. Este trabalho tem como objeto de estudo a zona urbana do município
13 de Cascavel-PR, e se baseou em Modelos Digitais de Elevação do sensor Alos Palsar
14 com precisão de 12,5m para produzir metodologias preventivas às inundações
15 urbanas. Utilizou-se como parâmetro a caracterização morfométrica das microbacias
16 presentes no ambiente urbano, assim como seus canais de drenagem, empregando
17 para análise o software Qgis 2.18. Foram gerados mapas de morfometria, hipsometria
18 e declividade, sendo atribuídos pesos para cada um conforme o método AHP, de
19 maneira a gerar um mapa temático de tendência à inundação. Os resultados
20 demonstram que o município possui poucos locais com alta tendência à inundação e
21 demonstram os aspectos positivos da metodologia aplicada que pode ser útil às
22 estratégias públicas de prevenção de inundações.
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25 Palavras chave: Urbanização, Enchentes, Sensoriamento remoto.
26 INTRODUÇÃO
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28 Em épocas chuvosas, é cada vez mais comum a presença de alagamentos
29 dentro dos grandes centros urbanos. Tais desastres ocorrem, dentre outros fatores,
30 devido à insuficiência de sistemas de drenagem associados à subida do leito de rios
31 e cobertura do solo cada vez mais impermeável. Estes acontecimentos desafiam a
32 gestão pública a tomar medidas que solucionem tais problemas, entretanto o que se
33 observa na prática é justamente o contrário: adensamento habitacional, solo cada vez
34 mais impermeabilizado e redução das áreas drenantes. Commented [MS1]: Não tem fonte, eu mesmo escrevi kk
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180 Figura 3: Bacias Hidrográficas do Paraná
181 Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (2010)
182 Os procedimentos adotados nessa pesquisa englobam o uso de SIG e de
183 equações numéricas para caracterização morfométrica de cada uma das microbacias
184 presentes no município de Cascavel/PR. Para isso, foi realizado o processamento de
185 dados altimétricos disponibilizados pela base de dados provenientes do sensor Alos
186 Palsar, na forma de um Modelo Digital de Elevação (MDE) de 12,5m de resolução
187 espacial, coletados no site Alaska Satellite Facility, disponibilizado pela NASA, sendo
188 utilizado para o estudo morfométrico o software Qgis versão 2.18 (QGIS Development
189 Team, 2019).
190 Inicialmente, o MDE passou por um processo de filtragem (r.fiil.dir), visando
191 eliminar as depressões espúrias do raster, resultando em um MDE Hidrologicamente
192 Consistente, aqui denominado MDEHC. A delimitação das redes de drenagem foi
193 realizada por meio do processo r.watershed. onde utilizou-se uma área mínima de
194 1km² para as redes de drenagem, correspondentes a 5600 pixels. Com o resultado
195 da delimitação, também foram delimitados os canais de drenagem, que foram
196 utilizadas para o cálculo do comprimento dos cursos.
197 Após a geração dos limites, estes foram utilizados como máscara de recorte
198 para definição da rede de drenagem, relevo e demais parâmetros fisiográficos
199 necessários à caracterização morfométrica dos canais de drenagem presentes na
200 cidade de Cascavel. Posteriormente, com base no MDEHC, foi gerado um arquivo
201 raster, com a ferramenta de análise de MDE, contendo a declividade dos canais,
202 sendo a declividade média obtida através da ferramenta “estatísticas por zonas”,
203 utilizando-se os limites das redes como parâmetro de análise.
204 Com a calculadora de campos do software, foram equacionados as
205 características geométricas e os parâmetros fisiográficos para cada rede de
206 drenagem, tendo sido na sequência padronizados, de modo a obter os graus baixo,
207 médio e alto para tendência a enchentes para cada fator abordado, utilizando-se de
208 valores presentes na bibliografia. As características geométricas utilizadas estão Commented [MS2]: Essas fontes estão presentes na tabela
𝐴 ≥ 0,75 = alta
Fator de Forma (F) 𝐹= 0,75 - 0,50 = média Silva (2012)
𝑍²
≤ 0,50 = baixa
1,00 - 1,25 = alta
Coeficiente de 𝑃 1,25 - 1,50 = média
𝐾𝑐 = 0,28 Souza (2017)
Compacidade (Kc) √𝐴 < 1,50 = baixa
Y: 0 – 0,333 = baixa
Y: 0,334 – 0,667 =
média
Índice Hipsométrico (Ih) -
Y: 0,668 – 1,0 = alta
242
243 Calculados os parâmetros morfométricos e alocados nas classes de tendência
244 a enchentes, os mesmos foram pontuados em com os valores 1 para baixa, 2 para
245 média e 3 para alta tendência a enchentes. Em sequência, foram somados os valores
246 de todos os parâmetros, gerando resultados de 6 a 18, que foram divididos
247 novamente, agora em 5 classes de tendência, gerando, portanto, um único mapa de
248 morfometria que atribui pesos iguais para cada índice.
249 A partir dos mapas de declividade, morfometria e hipsometria, utilizou-se o
250 método de Saaty (1977) com base no processo de análise hierárquica, com os pesos
251 atribuídos fundamentados no estudo de Andrade (2014), contando ainda com a
252 participação de profissionais da área, como engenheiros civis e agrícolas com
253 especialização em estudo espacial e hidrologia.
254 Portanto, ficam definidos os graus de relevância de cada fator da seguinte
255 maneira: morfometria = 0,1049, declividade = 0,2552 e hipsometria = 0,6399, gerando
256 assim uma equação simples de média ponderada, utilizada para o cruzamento dos
257 três mapas.
258 RESULTADOS E DISCUSSÃO
259
260 Tratando-se de morfometria, a utilização de diversos parâmetros para análise
261 acabou por trazer a tendência a enchentes das microbacias mais próximas à média,
262 pois enquanto alguns parâmetros apontaram uma alta tendência, outros acabaram por
263 amenizar o risco. O mapa temático gerado nesse quesito encontra-se na Figura 4.
264 Figura 4: Mapa Temático de Tendência a Enchentes - Morfometria
265 Fonte: Autor
266
267 A topografia do município de Cascavel indicou declividades moderadas em
268 quase todo a área urbana, indicando um terreno majoritariamente plano ou
269 suavemente ondulado, vide Figura 5. De modo a facilitar o estudo da declividade,
270 utilizou-se a ferramenta de estatística por zonas para o cálculo da declividade média
271 dentro de cada microbacia, reclassificando novamente nos intervalos estabelecidos
272 pela Embrapa e atribuindo então uma tendência a enchentes equivalente a cada
273 intervalo. Este mapa pode ser observado na Figura 6.
274
275 Figura 5: Mapa de Declividades do Município de Cascavel/PR – Classificação Embrapa
276 Fonte: Autor
277
278 Figura 6: Mapa Temático de Tendência a Enchentes - Declividade
279 Fonte: Autor
280
281
282 A hipsometria, parâmetro com maior peso considerado, também foi dividida em
283 5 intervalos iguais com classes de tendência a enchentes. Como esperado, os casos
284 mais críticos situam-se nos leitos e áreas próximas ao exutório das redes de
285 drenagem, sugerindo qual será a disposição do mapa final.
286 Figura 7: Mapa Temático de Tendência a Enchentes - Hipsometria
287 Fonte: Autor
288
289 É importante ressaltar que as formas geométricas das bacias não
290 correspondem exatamente com os locais de aglomeração urbana, sendo assim,
291 bacias de extremidade que possuem a maior parte de sua área nas zonas rurais
292 vizinhas à cidade foram excluídas do estudo, visto que possuem uma característica
293 de ocupação muito diferente das demais, mascarando os resultados encontrados.
294 Após a geração dos três mapas de risco estudados, foi então feita a intersecção
295 entre eles, com os pesos e índices previamente definidos, tendo sido encontrado o
296 mapa temático presente na Figura 8.
297
298 Figura 8: Mapa Temático de Tendência a Enchentes - Final
299 Fonte: Autor
300
301 Devido à grande importância dada à hipsometria nesta metodologia, o resultado
302 final lembra bastante o mapa das altitudes, fator encontrado também no trabalho de
303 Andrade (2014), sugerindo uma aplicação correta do método.
304 Levando em consideração os parâmetros de maior relevância para a
305 classificação das microbacias, o mapa temático gerado é demonstrativo, sendo que a
306 forma da bacia hidrográfica não deve ser um elemento isolado a ser levado em
307 consideração, pois existem diversos outros fatores, como características do solo e
308 hidrologia da região, por exemplo, que influenciam no sistema de drenagem.
309 Os parâmetros morfométricos das redes de drenagem de Cascavel/PR indicam
310 que em períodos que não há chuvas intensas há baixa probabilidade de inundação,
311 fato este comprovado pela ausência histórica de enchentes no ambiente urbano do
312 município. O reconhecimento dos pontos de alta susceptibilidade à inundação por
313 meio da caracterização morfométrica podem contribuir para definição de estratégias
314 de ordenamento e planejamento territorial, bem como das ações mitigadoras na
315 ocasião de eventos extremos nas áreas susceptíveis.
316 Entretanto, o estudo fisiográfico é apenas uma das variáveis que estão
317 diretamente relacionadas a inundações. Para compreender melhor o comportamento
318 hidrogeomorfológico dos eventos de inundações ocorridos na região, recomenda-se
319 um estudo mais detalhado considerando variáveis hidrológicas, as características dos
320 solos (infiltração, permeabilidade, profundidade), uso e ocupação do solo, tipo de
321 vegetação e relevo da região.
322
323 CONCLUSÃO
324
325 Conclui-se que a metodologia desenvolvida é válida e pode ser alimentada com
326 mais variáveis, e a partir de tais informações, este estudo pode contribuir para um
327 melhor planejamento ambiental e tomada de decisões quanto à gestão dos recursos
328 hídricos e drenagem urbana de quaisquer municípios.
329 REFERÊNCIAS
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473 Villela, S. M. & Mattos, A. (1975). Hidrologia aplicada. São Paulo: Mc Graw Hill.
474 DIFICULDADES ENCONTRADAS/CRÍTICAS OU SUGESTÕES: Não há.
475
476 ADEQUAÇÕES/ALTERAÇÕES OCORRIDAS: Alterou-se parcialmente a
477 metodologia na qual não será mais utilizado a padronização dos valores através de
478 uma equação, e sim será analisado cada valor separadamente e observados os
479 valores de referência encontrados na bibliografia.
480
481 PARECERES DO ORIENTADOR: QUANTO AO DESEMPENHO DO BOLSISTA NO
482 PROJETO.
483 (x) Favorável ( ) Desfavorável
484 Justifique o parecer Commented [MS4]: Preencher aqui
485
486 INFORMAR O DESTINO DO BOLSISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA APÓSA
487 CONCLUSÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO OU ATUAÇÃO COMO BOLSISTA:
488 Pós-Graduação: Especialização(x) Mestrado( ) Doutorado ()
489 Mercado de Trabalho: Público (x) Privado (x)
490 Outros(citar):
491 Sem atividade futura ( )
492
493 Data: 30/08/2019
494
495 Assinaturas
496
497
498 Bolsista Orientador
499
500
501
502 Cronograma de atividades: Citar as atividades e os meses correspondentes ao seu
503 desenvolvimento de acordo com o período da vigência da bolsa (01/08/2017 à
504 31/07/2018) e com viabilidade de execução e cronograma adequado.
505
Atividade ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul
Revisão de x x
Literatura
Aperfeiçoamento no x x x x
desenvolvimento de
técnicas de
georreferenciamento
Análise de imagens x x x
Classificação das x x x x x x
imagens
Elaboração de x x x x
mapas temáticos
Tabulação e x x x x
processamento dos
dados
Elaboração de x
Relatório parcial
Elaboração de x
Relatório final
Elaboração de x
artigo/resumo
referente a
pesquisa.
506