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1 PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - PRPPG

2 COORDENAÇÃO LOCAL DO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - PIC


3
4 RELATÓRIO

5 Anexo IV do Edital 03/2018

MODALIDADE: CNPq (X) FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA ( ) PICV ( )

RELATÓRIO: PARCIAL ( ) FINAL (X)

BOLSISTA: Marcelo Skalee

ORIENTADORA: Profª Maritane Prior

TÍTULO DA PROPOSTA: Criação de Modelos para Identificação de Áreas de


Inundação nos Ambientes Urbanos
6

7
8 Resumo: Em épocas chuvosas, é cada vez mais comum a presença de alagamentos
9 dentro dos grandes centros urbanos. Para reverter tal situação, a gestão pública pode
10 e deve contar com o apoio das geotecnologias, que disponibilizam formas
11 automatizadas para a criação de mapas temáticos apresentando as zonas de riscos
12 de inundação. Este trabalho tem como objeto de estudo a zona urbana do município
13 de Cascavel-PR, e se baseou em Modelos Digitais de Elevação do sensor Alos Palsar
14 com precisão de 12,5m para produzir metodologias preventivas às inundações
15 urbanas. Utilizou-se como parâmetro a caracterização morfométrica das microbacias
16 presentes no ambiente urbano, assim como seus canais de drenagem, empregando
17 para análise o software Qgis 2.18. Foram gerados mapas de morfometria, hipsometria
18 e declividade, sendo atribuídos pesos para cada um conforme o método AHP, de
19 maneira a gerar um mapa temático de tendência à inundação. Os resultados
20 demonstram que o município possui poucos locais com alta tendência à inundação e
21 demonstram os aspectos positivos da metodologia aplicada que pode ser útil às
22 estratégias públicas de prevenção de inundações.
23
24
25 Palavras chave: Urbanização, Enchentes, Sensoriamento remoto.
26 INTRODUÇÃO
27
28 Em épocas chuvosas, é cada vez mais comum a presença de alagamentos
29 dentro dos grandes centros urbanos. Tais desastres ocorrem, dentre outros fatores,
30 devido à insuficiência de sistemas de drenagem associados à subida do leito de rios
31 e cobertura do solo cada vez mais impermeável. Estes acontecimentos desafiam a
32 gestão pública a tomar medidas que solucionem tais problemas, entretanto o que se
33 observa na prática é justamente o contrário: adensamento habitacional, solo cada vez
34 mais impermeabilizado e redução das áreas drenantes. Commented [MS1]: Não tem fonte, eu mesmo escrevi kk

35 Segundo Magalhães (2011), a localização de áreas urbanas próximas a corpos


36 hídricos deve-se, sobretudo, à necessidade fisiológica do ser humano pela água. Tal
37 fator remonta à antiguidade, quando povos estruturavam suas cidades às margens de
38 grandes rios, de maneira a facilitar o acesso à água potável e permitir o cultivo de
39 alimentos em suas bacias.
40 Nos dias de hoje, motivado principalmente pelo êxodo rural e crescimento
41 populacional, observa-se a superpopulação em cidades, e, remetendo às primeiras
42 civilizações, nota-se um grande número de pessoas ocupando desordenadamente
43 áreas próximas a rios e lagos, ocasionando despejo de esgoto e lixo nesses corpos
44 hídricos. Essas ocupações, na maioria das vezes ilegais, geram zonas de risco aos
45 moradores, além de causar impactos ambientais em uma região muito mais extensa.
46 Tais episódios de descaso com a natureza já foram previstos em 1965 pela Lei
47 Federal 4.771, que instituiu os primeiros conceitos de Áreas de Preservação
48 Permanente – APPs, lei esta que viria a ser substituída em maio de 2012 pela Lei Nº
49 12.651, que é aprovada com regras mais rigorosas no que tange à preservação de
50 recursos hídricos.
51 Apesar de muitas vezes serem considerados sinônimos, os conceitos de cheia
52 e inundação de fato não o são. Isso explica-se devido à sua origem. Segundo Ramos
53 (2013) “todas as cheias provocam inundações, mas nem todas as inundações são
54 devidas às cheias”. Definindo de maneira mais restrita, podemos citar Chow (1956)
55 que há mais de 60 anos já conceituava o significado de cheia como sendo um
56 fenômeno hidrológico extremo, de frequência variável, natural ou induzido pela ação
57 humana, que consiste no transbordo de um curso de água relativamente ao seu leito
58 ordinário, originando a inundação de terrenos ribeirinhos. A Figura 1 nos permite
59 compreender de maneira ilustrada tais conceitos.
60
61 Figura 1: Elevação do nível de um rio provocada pelas chuvas, do nível normal até a
62 ocorrência de uma inundação.
63 Fonte: Goerl & Kobyiama (2005)
64 Para Enomoto (2004), não se pode conceituar enchente necessariamente
65 como sinônimo de catástrofe, pois trata-se apenas de um fenômeno natural dos rios
66 e outros corpos de água, visto que todo e qualquer rio tem seu leito naturalmente
67 inundável. As inundações, portanto, passam a ser um problema para o homem
68 quando deixa de respeitar os limites naturais dos rios.
69 Ainda de acordo com as observações de Enomoto (2004), observa-se que na
70 área rural a chuva é retida pela vegetação, infiltra-se no subsolo e o restante escoa
71 gradualmente pela superfície, gerando assim um hidrograma de variação lenta de
72 vazão e comedidos picos de enchente. Já em áreas urbanas, a impermeabilização do
73 solo é a um fator de risco, pois reduz a infiltração.
74 Em contrapartida, existem outros fatores de suma importância para a
75 identificação de áreas de risco de inundação, sendo estas particularidades inerentes
76 à características geométricas e parâmetros fisiográficos da própria bacia hidrográfica
77 em que a região está inserida. Um planejamento bem-sucedido da manutenção da
78 água requer a caracterização do meio físico da bacia hidrográfica, com o intuito de
79 levantar todas as áreas críticas (COSTA et al., 2007).
80 Para Costa et al. (2007), uma bacia hidrográfica é “uma área cujo perímetro é
81 determinado por divisores de água e no interior da qual apresenta-se uma rede de
82 fluxos por onde se verifica a drenagem da água captada pelos divisores.” Para Finkler
83 (2012), bacias hidrográficas podem conter bacias menores, em uma subdivisão até
84 se chegar aos cursos d’água menores. Dessa maneira, o tamanho da bacia em estudo
85 depende do objetivo a que se propõe. Villela e Mattos (1975) definem como Bacia
86 Experimental “aquela na qual se podem modificar à vontade as condições naturais,
87 como por exemplo a cobertura vegetal ou o solo, mediante procedimentos de combate
88 à erosão e onde sejam estudados os efeitos dessas modificações sobre o ciclo
89 hidrológico”, o que reflete bastante o cenário urbano de Cascavel.
90 Por se tratar de uma área urbana com topografia bastante específica, visa-se a
91 menor unidade geomorfológica possível, definida por Paiva e Paiva (2001) apud
92 Finkler (2012), como bacia elementar, na qual podem ocorrer todos os processos
93 elementares do ciclo hidrológico, apresentando tamanho de até 5 km².
94 Segundo Vestena et al. (2006), a análise morfométrica da bacia permite o
95 diagnóstico preliminar e o entendimento dos processos decorrentes da dinâmica
96 hidrogeomorfológica, como as inundações e as enchentes, que são eventos que
97 ocorrem naturalmente em ambientes fluviais.
98 Costa et al. (2007) afirma que quanto mais próximo da unidade o fator de forma
99 (F), mais quadrada é a forma da bacia, sendo formas retangulares observadas em
100 valores afastados da unidade. Portanto, com um formato próximo ao quadrado, a
101 bacia tende a escoar toda a chuva ao mesmo tempo para uma mesma região.
102 Segundo Villela e Mattos (1975), uma bacia com fator de forma baixo é menos sujeita
103 a sofrer os fenômenos de enchente e inundação do que outra do mesmo tamanho
104 com fator de forma alto.
105 O coeficiente de compacidade (Kc) é um valor adimensional que compara a
106 forma da bacia com a de um círculo, e é determinado pela relação entre o perímetro
107 da bacia e a circunferência de um círculo de área igual à da bacia (Cardoso et al.,
108 2006). Se os outros fatores forem iguais, a tendência para maiores enchentes é tanto
109 mais acentuada quanto mais próximo da unidade for o valor desse coeficiente (Villela
110 E Mattos, 1975).
111 A densidade de drenagem (Dd) é diretamente proporcional à extensão do
112 escoamento superficial, indicando assim, a eficiência da drenagem natural da bacia.
113 (Sehnem et al., 2015). Considera-se que quanto maior a densidade de drenagem,
114 mais rapidamente a água do escoamento superficial originado pela chuva chegará à
115 saída da bacia gerando altos picos de vazão o que favorece os fenômenos de
116 enchente e inundação (Barros et al., 2014).
117 A sinuosidade do curso principal é um fator que controla a velocidade de
118 escoamento (Costa et al., 2007). O índice de sinuosidade varia de 1 a 2, sendo que
119 valores próximos a 1 sugerem canais retilíneos e valores superiores a 2,0 indicam
120 sinuosidade nos canais. Valores intermediários sugerem formas transicionais,
121 regulares e irregulares (Souza et al., 2017).
122 Fundamentado inicialmente por Muller (1953) e Schumm (1956), o índice de
123 circularidade (Ic) é um valor adimensional que indica a propensão da bacia a
124 enchentes de acordo com seu formato. (Antoneli e Thomaz, 2007). Quanto mais
125 próximo o resultado for de 1, mais circular será a bacia de drenagem e
126 consequentemente, a bacia será mais suscetível às enchentes (Barros et al., 2014).
127 Conhecidos os conceitos e os métodos para executar um bom sistema de
128 drenagem, resta expôr os resultados encontrados de forma didática e intuitiva. Para
129 tanto, uma solução possível de ser adotada é a confecção de mapas temáticos que
130 apontam as áreas de maior risco de inundação. Tal recurso pode ser elaborado com
131 o auxílio de geotecnologias integradas com sistemas de modelagem matemática.
132 Entre as geotecnologias, podemos citar a utilização de Sistemas de
133 Informações Geográficas (SIG), que são definidos por Miranda (2005) como um
134 sistema automatizado de coleta, armazenamento, manipulação e saída de dados
135 cartográficos. Os SIGs tornam-se facilitadores na troca de dados georreferenciados
136 com a finalidade de normatizar dados geoespaciais, possibilitando a gestão da
137 informação e conhecimento (Reis, 2015).
138 Associado à essas ferramentas, torna-se de grande importância o uso de um
139 Modelo Digital de Elevação (MDE). O MDE consiste na representação matemática da
140 distribuição espacial de características de fenômenos vinculada a uma superfície real
141 topológica (Felgueiras & Câmara, 2004). Através dele, faz-se possível uma
142 caracterização da área de estudo em 3 dimensões, o que possibilita a previsão dos
143 caminhos de preferência para o escoamento superficial, além da configuração do
144 aspecto das redes de drenagem.
145 O avanço nesses sistemas tornou, segundo Salles (2010), a análise
146 morfométrica acessível, proporcionando aos gestores maior rapidez na geração e
147 análise das informações necessárias para tomada de decisões, processo antes
148 demorado e suscetível a erros devidos às técnicas manuais. Ainda para Salles (2010),
149 as informações obtidas analisando-se a morfometria de uma bacia possibilitam aos
150 gestores municipais uma melhor compreensão de sua dinâmica, permitindo um
151 planejamento regular e visando evitar possíveis catástrofes.
152
153 OBJETIVOS
154
155 O objetivo do trabalho é apresentar uma metodologia para identificação de
156 zonas de risco de inundação em ambientes urbanos.
157 Os objetivos específicos ficam elencados como:
158 ● Analisar morfometricamente a área urbana da cidade de Cascavel/PR
159 levando em conta suas características zonais, lineares e hipsometrias;
160 ● Analisar a intersecção entre essas classes e as variáveis de risco de
161 acordo com o modelo digital de elevação;
162 ● Criar mapas temáticos que auxiliem a visualização das áreas de risco.
163
164 MATERIAL E MÉTODOS
165
166 O município de Cascavel está posicionado na região oeste do Paraná,
167 apresentando uma área de 2.100,831 km² e população estimada em 324.476
168 habitantes de acordo com o IBGE (2018). Sua localização consta na Figura 2.
169 Tratando-se de hidrografia, Cascavel é uma cidade privilegiada. Encontra-se
170 no ponto de junção de três bacias hidrográficas, possuindo território nas bacias do
171 Pequiri, Baixo Iguaçu e Paraná 3 (Figura 3). Além do mais, por ser localizada em uma
172 cota elevada, a cidade conta com a responsabilidade de proteger as nascentes de
173 diversos rios.
174
175
176 Figura 2: Localização do Perímetro Urbano na cidade de Cascavel-PR
177 Fonte: GEOLAB/Unioeste – Cascavel
178

179
180 Figura 3: Bacias Hidrográficas do Paraná
181 Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (2010)
182 Os procedimentos adotados nessa pesquisa englobam o uso de SIG e de
183 equações numéricas para caracterização morfométrica de cada uma das microbacias
184 presentes no município de Cascavel/PR. Para isso, foi realizado o processamento de
185 dados altimétricos disponibilizados pela base de dados provenientes do sensor Alos
186 Palsar, na forma de um Modelo Digital de Elevação (MDE) de 12,5m de resolução
187 espacial, coletados no site Alaska Satellite Facility, disponibilizado pela NASA, sendo
188 utilizado para o estudo morfométrico o software Qgis versão 2.18 (QGIS Development
189 Team, 2019).
190 Inicialmente, o MDE passou por um processo de filtragem (r.fiil.dir), visando
191 eliminar as depressões espúrias do raster, resultando em um MDE Hidrologicamente
192 Consistente, aqui denominado MDEHC. A delimitação das redes de drenagem foi
193 realizada por meio do processo r.watershed. onde utilizou-se uma área mínima de
194 1km² para as redes de drenagem, correspondentes a 5600 pixels. Com o resultado
195 da delimitação, também foram delimitados os canais de drenagem, que foram
196 utilizadas para o cálculo do comprimento dos cursos.
197 Após a geração dos limites, estes foram utilizados como máscara de recorte
198 para definição da rede de drenagem, relevo e demais parâmetros fisiográficos
199 necessários à caracterização morfométrica dos canais de drenagem presentes na
200 cidade de Cascavel. Posteriormente, com base no MDEHC, foi gerado um arquivo
201 raster, com a ferramenta de análise de MDE, contendo a declividade dos canais,
202 sendo a declividade média obtida através da ferramenta “estatísticas por zonas”,
203 utilizando-se os limites das redes como parâmetro de análise.
204 Com a calculadora de campos do software, foram equacionados as
205 características geométricas e os parâmetros fisiográficos para cada rede de
206 drenagem, tendo sido na sequência padronizados, de modo a obter os graus baixo,
207 médio e alto para tendência a enchentes para cada fator abordado, utilizando-se de
208 valores presentes na bibliografia. As características geométricas utilizadas estão Commented [MS2]: Essas fontes estão presentes na tabela

209 descritas na Tabela 1.

210 Tabela 1: Características Geométricas das Bacias


211 Fonte: Autor Commented [MS3]: Não sei se a tabela pode ficar assim
dividida
Características Geométricas da Bacia
Parâmetros Descrição
Área em projeção horizontal delimitada por seus divisores
Área de Drenagem (A)
topográficos (m²)
Comprimento da linha divisora de águas que limita a bacia
Perímetro (P)
hidrográfica (m)
Comprimento Axial (Z) Comprimento axial da bacia (m)
Comprimento que percorre o trajeto do principal curso da
Comprimento do Curso Principal (L)
bacia (m)
Somatório do comprimento de todos os cursos de água da
Comprimento Total dos Cursos (Lt)
bacia (m)
Comprimento Vetorial entre os Linha reta traçada do ponto inicial até o exutório do curso
Extremos do Curso Principal (Dv) principal (m)
Distância em linha reta que marca a maior distância
Distância Máxima entre o Exutório
encontrada entre o divisor de águas e o exutório
e o Divisor de águas (R)
correspondente (m)
Elevação do Terreno (E) Altitude no local em questão (m)
212
213 Para Villela e Mattos (1975) a caracterização do relevo das bacias tem grande
214 influência sobre os fatores meteorológicos e hidrológicos, portanto foi avaliada a
215 hipsometria da bacia, sendo a partir dela calculado o índice hipsométrico, que
216 relaciona a elevação local com a elevação média do terreno; e gerado o mapa
217 hipsométrico. Para a elaboração do mapa hipsométrico, foi utilizado o MDEHC com a
218 aplicação do algoritmo r.recode, que permite a divisão de uma imagem raster em
219 diversas classes. As altitudes foram subdivididas em 5 classes com intervalos iguais.
220 Não foi encontrada na literatura específica uma proposta de classificação de
221 valores para o índice hipsométrico (Ih), assim, optou-se utilizar uma equação que
222 padroniza os valores encontrados, dividindo-os posteriormente nas classes baixa,
223 média e alta de tendência a enchentes, vide Equação 1.
x  x mim
224 Y Equação 1
x max  x min
225 Para Souza et al. (2017) a declividade é um parâmetro que deve ser observado
226 atentamente em bacias hidrográficas, pois, áreas que apresentam declividade
227 acentuada, acometem em acelerada concentração da água da chuva, influenciando
228 significativamente na ocorrência de picos de enchentes.
229 O mapa de declividade foi elaborado com base nas classes de declividade
230 definidas pela EMBRAPA (1979), sendo as declividades subdivididas em 6 classes,
231 sendo considerado o terreno que possuir declividade de: 0 a 3% plano; 3 a 8% suave
232 ondulado; 8 a 20% ondulado, 20 a 45% forte ondulado; 45 a 75% montanhoso e maior
233 que 75% escarpado. Posteriormente, padronizou-se as declividades em classes de
234 risco, através da ferramenta estatística por zonas, utilizando para isso a média de
235 declividade em cada microbacia.
236 Os valores adotados para relação à tendência a enchentes dos parâmetros
237 fisiográficos analisados são embasados por pesquisas experimentais, realizadas por
238 diversos autores, conforme Tabela 2.
239
240
241 Tabela 2: Parâmetros Fisiográficos Analisados para Caracterização Morfométrica
Parâmetros Equação Tendência a Enchentes Fonte

𝐴 ≥ 0,75 = alta
Fator de Forma (F) 𝐹= 0,75 - 0,50 = média Silva (2012)
𝑍²
≤ 0,50 = baixa
1,00 - 1,25 = alta
Coeficiente de 𝑃 1,25 - 1,50 = média
𝐾𝑐 = 0,28 Souza (2017)
Compacidade (Kc) √𝐴 < 1,50 = baixa

> 1,36 km/km² =


baixa
Densidade de Drenagem 𝐿𝑡
𝐷𝑑 = 1,36 – 1,75 km/km² = Silva (2012)
(Dd)
𝐴 média
> 1,75 km/km² = alta
Dury (1969), apud
𝐿 ≤ 1,5 = alta
Índice de Sinuosidade (Is) 𝐼𝑠 = Christofoletti
> 1,5 = baixa
𝐷𝑣 (1980)

> 0,75 = alta


𝐴
Índice de Circularidade 𝐼𝑐 = 12,57 ∗ 0,50 – 0,75 = média
𝑃² Silva (2012)
(Ic) < 0,50 = baixa

Y: 0 – 0,333 = baixa
Y: 0,334 – 0,667 =
média
Índice Hipsométrico (Ih) -
Y: 0,668 – 1,0 = alta

Declividade Média Análise MDEHC - -

242
243 Calculados os parâmetros morfométricos e alocados nas classes de tendência
244 a enchentes, os mesmos foram pontuados em com os valores 1 para baixa, 2 para
245 média e 3 para alta tendência a enchentes. Em sequência, foram somados os valores
246 de todos os parâmetros, gerando resultados de 6 a 18, que foram divididos
247 novamente, agora em 5 classes de tendência, gerando, portanto, um único mapa de
248 morfometria que atribui pesos iguais para cada índice.
249 A partir dos mapas de declividade, morfometria e hipsometria, utilizou-se o
250 método de Saaty (1977) com base no processo de análise hierárquica, com os pesos
251 atribuídos fundamentados no estudo de Andrade (2014), contando ainda com a
252 participação de profissionais da área, como engenheiros civis e agrícolas com
253 especialização em estudo espacial e hidrologia.
254 Portanto, ficam definidos os graus de relevância de cada fator da seguinte
255 maneira: morfometria = 0,1049, declividade = 0,2552 e hipsometria = 0,6399, gerando
256 assim uma equação simples de média ponderada, utilizada para o cruzamento dos
257 três mapas.
258 RESULTADOS E DISCUSSÃO
259
260 Tratando-se de morfometria, a utilização de diversos parâmetros para análise
261 acabou por trazer a tendência a enchentes das microbacias mais próximas à média,
262 pois enquanto alguns parâmetros apontaram uma alta tendência, outros acabaram por
263 amenizar o risco. O mapa temático gerado nesse quesito encontra-se na Figura 4.
264 Figura 4: Mapa Temático de Tendência a Enchentes - Morfometria
265 Fonte: Autor

266
267 A topografia do município de Cascavel indicou declividades moderadas em
268 quase todo a área urbana, indicando um terreno majoritariamente plano ou
269 suavemente ondulado, vide Figura 5. De modo a facilitar o estudo da declividade,
270 utilizou-se a ferramenta de estatística por zonas para o cálculo da declividade média
271 dentro de cada microbacia, reclassificando novamente nos intervalos estabelecidos
272 pela Embrapa e atribuindo então uma tendência a enchentes equivalente a cada
273 intervalo. Este mapa pode ser observado na Figura 6.
274
275 Figura 5: Mapa de Declividades do Município de Cascavel/PR – Classificação Embrapa
276 Fonte: Autor

277
278 Figura 6: Mapa Temático de Tendência a Enchentes - Declividade
279 Fonte: Autor

280
281
282 A hipsometria, parâmetro com maior peso considerado, também foi dividida em
283 5 intervalos iguais com classes de tendência a enchentes. Como esperado, os casos
284 mais críticos situam-se nos leitos e áreas próximas ao exutório das redes de
285 drenagem, sugerindo qual será a disposição do mapa final.
286 Figura 7: Mapa Temático de Tendência a Enchentes - Hipsometria
287 Fonte: Autor

288
289 É importante ressaltar que as formas geométricas das bacias não
290 correspondem exatamente com os locais de aglomeração urbana, sendo assim,
291 bacias de extremidade que possuem a maior parte de sua área nas zonas rurais
292 vizinhas à cidade foram excluídas do estudo, visto que possuem uma característica
293 de ocupação muito diferente das demais, mascarando os resultados encontrados.
294 Após a geração dos três mapas de risco estudados, foi então feita a intersecção
295 entre eles, com os pesos e índices previamente definidos, tendo sido encontrado o
296 mapa temático presente na Figura 8.
297
298 Figura 8: Mapa Temático de Tendência a Enchentes - Final
299 Fonte: Autor

300
301 Devido à grande importância dada à hipsometria nesta metodologia, o resultado
302 final lembra bastante o mapa das altitudes, fator encontrado também no trabalho de
303 Andrade (2014), sugerindo uma aplicação correta do método.
304 Levando em consideração os parâmetros de maior relevância para a
305 classificação das microbacias, o mapa temático gerado é demonstrativo, sendo que a
306 forma da bacia hidrográfica não deve ser um elemento isolado a ser levado em
307 consideração, pois existem diversos outros fatores, como características do solo e
308 hidrologia da região, por exemplo, que influenciam no sistema de drenagem.
309 Os parâmetros morfométricos das redes de drenagem de Cascavel/PR indicam
310 que em períodos que não há chuvas intensas há baixa probabilidade de inundação,
311 fato este comprovado pela ausência histórica de enchentes no ambiente urbano do
312 município. O reconhecimento dos pontos de alta susceptibilidade à inundação por
313 meio da caracterização morfométrica podem contribuir para definição de estratégias
314 de ordenamento e planejamento territorial, bem como das ações mitigadoras na
315 ocasião de eventos extremos nas áreas susceptíveis.
316 Entretanto, o estudo fisiográfico é apenas uma das variáveis que estão
317 diretamente relacionadas a inundações. Para compreender melhor o comportamento
318 hidrogeomorfológico dos eventos de inundações ocorridos na região, recomenda-se
319 um estudo mais detalhado considerando variáveis hidrológicas, as características dos
320 solos (infiltração, permeabilidade, profundidade), uso e ocupação do solo, tipo de
321 vegetação e relevo da região.
322
323 CONCLUSÃO
324
325 Conclui-se que a metodologia desenvolvida é válida e pode ser alimentada com
326 mais variáveis, e a partir de tais informações, este estudo pode contribuir para um
327 melhor planejamento ambiental e tomada de decisões quanto à gestão dos recursos
328 hídricos e drenagem urbana de quaisquer municípios.
329 REFERÊNCIAS

330 Alba, E., Marchesan, J., Tabarelli, C., Tramontina, J. & Pereira, R. S. (2017).
331 Geotecnologias aplicadas no mapeamento da susceptibilidade de ocorrência de
332 incêndios. In Anais do XVIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto – SBSR,
333 Santos, São Paulo, Brasil.
334
335 Alcantara, L. H. & Zeilhofer, P. (2006). Aplicação de técnicas de geoprocessamento
336 para avaliação de enchentes urbanas: estudo de caso – Cáceres, MT. In Anais do 1º
337 Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, Mato Grosso, Brasil.
338
339 Andrade, S. L., Ferreira, V. O. e Silva, M. M. (2014). Elaboração de um mapa de risco
340 de inundações da bacia hidrográfica do córrego São Pedro, área urbana de
341 Uberlândia-MG. Caderno de Geografia 41, 1-16.
342
343 Antoneli, V. & Thomaz, E. L. (2007). Caracterização do meio físico da bacia do Arroio
344 Boa Vista – Guamiranga – PR. Caminhos de Geografia 8, 46-58.
345
346 Barros, D. V., Garrito, A. C., Costa, C. M., Araújo, R. P. S. & Silva, Q. D. (2014). Análise
347 morfométrica aplicada na identificação de enchentes e inundações na bacia
348 hidrográfica do Prata, ilha do Maranhão. In Anais do 10º Simpósio Nacional de
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350
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474 DIFICULDADES ENCONTRADAS/CRÍTICAS OU SUGESTÕES: Não há.
475
476 ADEQUAÇÕES/ALTERAÇÕES OCORRIDAS: Alterou-se parcialmente a
477 metodologia na qual não será mais utilizado a padronização dos valores através de
478 uma equação, e sim será analisado cada valor separadamente e observados os
479 valores de referência encontrados na bibliografia.
480
481 PARECERES DO ORIENTADOR: QUANTO AO DESEMPENHO DO BOLSISTA NO
482 PROJETO.
483 (x) Favorável ( ) Desfavorável
484 Justifique o parecer Commented [MS4]: Preencher aqui
485
486 INFORMAR O DESTINO DO BOLSISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA APÓSA
487 CONCLUSÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO OU ATUAÇÃO COMO BOLSISTA:
488 Pós-Graduação: Especialização(x) Mestrado( ) Doutorado ()
489 Mercado de Trabalho: Público (x) Privado (x)
490 Outros(citar):
491 Sem atividade futura ( )
492
493 Data: 30/08/2019
494
495 Assinaturas

496
497
498 Bolsista Orientador
499
500
501
502 Cronograma de atividades: Citar as atividades e os meses correspondentes ao seu
503 desenvolvimento de acordo com o período da vigência da bolsa (01/08/2017 à
504 31/07/2018) e com viabilidade de execução e cronograma adequado.
505
Atividade ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul
Revisão de x x
Literatura
Aperfeiçoamento no x x x x
desenvolvimento de
técnicas de
georreferenciamento
Análise de imagens x x x
Classificação das x x x x x x
imagens
Elaboração de x x x x
mapas temáticos
Tabulação e x x x x
processamento dos
dados
Elaboração de x
Relatório parcial
Elaboração de x
Relatório final
Elaboração de x
artigo/resumo
referente a
pesquisa.
506

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