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Ácido tranexâmico

Todos os ingredientes com potencial para aturar sobre a hiperpigmentação são um sucesso, e o ácido
tranexamico não poderia ser exceção.

Trata-se de uma molécula tem origem sintética derivada do aminoácido lisina que é utilizada pelas suas
ações anti-fibrinolítica e anti-hemorrágica, mas que exerce também alguns efeitos positivos a nível
cutâneo.

Cada vez são mais as marcas que incluem o ácido tranexâmico nas suas formulações.

No entanto, ainda há muito por provar relativamente à eficácia da administração tópica desta
substância face a outras substâncias já utilizadas.

Funções

Inibição da produção de melanina

É reconhecido que o ácido tranexamico interfere na ligação do plasminogenio à enzima


plasmina; que por sua vez promove a degradação dos coágulos de fibrina responsáveis pelo
estancamento de hemorragias.

Em 1998 um estudo verificou que a aplicação tópica do ácido tranexâmico reduziria também a
pigmentação cutânea decorrente da exposição à radiação UV em ratinhos. A pigmentação decorrente
da irradiação será induzida pela formação de radicais livres, o que induz a ativação do plasminogénio e
de a enzma urocinase (Sc-uPA no esquema), e posteriormente da plasmina dos queratinoctios (células
da epiderme); bem como dos melanócitos, de forma direta. Neste contexto, paralelos; a ativação da
plasmina promove a síntese de prostaglandinas (mediadores inflamatórios) entre outras substâncias
melanogénicas, o que por sua vez estimulará a produção de melanina.

Mais recentemente, um estudo realizado em humanos verificou que o ácido tranexamico afetará a
secreção de endotelina-1 pelos queratinócitos, sendo que este fator será conhecido também pela sua
ação pró-melanogénica.

Assim, o ácido tranexamico inibirá a melanogenese por uma via diferente daquela que é afetada por
ingredientes tradicionais como a hidroquinona, ácido kójico ou a arbutina; ingredientes esses que atuam
diretamente sobre a tirosinase (principal enzima no processo de produção de melanina).

Inibição da angiogénese
A atividade da plasmina promove também a formação de novos vasos sanguíneos, e por isso a ação do
ácido tranexamico sobre esta enzima interferirá ainda sobre este processo.

Recuperação da barreira cutânea


Um estudo realizado em ratinhos e humanos demonstrou que a ação proteolítoca (quebra de proteínas)
de algumas enzimas é induzida por danos na epiderme (uso de solventes, remoção mecânica das
camadas superficiais, etc.); e que quando há uma atividade proteolítica excessiva pode verificar-se uma
redução na recuperação da barreira cutânea. O sistema pasminogénio/plasmina estará envolvido no
aumento da atividade dessas mesmas enzimas.
A aplicação tópica do ácido tranexâmico nestes ratinhos demonstrou promover a recuperação da
barreira cutânea de forma significativa; o que se presume dever-se à sua capacidade de inibição do
sistema pasminogénio/ plasmina.

Um outro estudo relizado também em ratinhos sugere ainda que o ácido tranexâmico promoverá a
produção de ocludina, uma proteína que está envolvida na ligação entre queratinócitos (células da
epiderme). Assim, pensa-se que este seja outro mecanismo através do qual o ácido tranexâmico é capaz
de auxiliar à recuperação da barreira cutânea.

Ácido azelaico

O ácido azelaico é uma molécula produzida pelo fungo Pityrosporum ovale, que habita naturalmente na
nossa pele.

Esta substância é capaz de exercer várias ações fisiológicas e antimicrobianas, sendo ao mesmo tempo
relativamente bem tolerada pela maioria das pessoas. Por isso, em alguns casos o ácido azelaico tem
vindo a substituir medicamentos potencialmente sensibilizantes no tratamento da acne, rosácea e
hiperpigmentação.

Ações
Anti-bacteriana
O fungo que produz esta molécula fá-lo com o objetivo de eliminar as bactérias que possam competir
com ele na pele, entre as quais se destaca a Propionibacterium acnes que tal como o nome indica é
responsável pela formação das leões acneicas.

Anti-inflamatória
O ácido azelaico mostrou também ter ação anti-inflamatória sobre a pele, em parte pelo seu efeito na
sobre algumas patologias, mas também porque inibe diretamente a produção de moléculas que
estimulam a progressão da inflamação.

Reguladora da queratinização
Verificou-se que o ácido azelaico altera a diferenciação das células superficiais da pele, reduzindo a
espessura da epiderme, que está bastante aumentada na acne e resulta na formação de comedões
(oclusões dos folículos pilossebáceos, pontos negros e pontos brancos).
Antioxidante
Esta molécula é capaz de neutralizar espécies reativas de oxigénio e de reduzir a produção de radicais
livres por células do nosso sistema imunitário.
Inibidora da síntese de melanina
O ácido azelaico é capaz de inibir a produção de melanina pelos melanócitos, sendo apenas ativo nas
células que têm uma maior capacidade de produzir melanina, e que são responsáveis pelo aparecimento
de manchas.

Usos em medicamentos e cosmética

Está disponível como medicamento em concentrações de 15%, em gel ou 20%, em creme; mas já é
possível encontrá-lo também em cosméticos.

Acne
As suas ações anti-microbiana, reguladora da queratinização e anti-bacteriana fazem do ácido azelaico
uma molécula interressante para o tratamento da acne. A vantagem é a maior tolerância, já que tantos
os retinóides como o peróxido de benzoílo são mais irritantes.

Uma vez que inibe também a produção de melanina, o ácido azelaico pode ser uma boa opção para
quem procura atenuar as cicatrizes.
Hiperpigmentação

A hiperpigmentação pode ter várias causas,


entre as quais se destacam a predisposição genética, a exposição solar desprotegida e a inflamação
cutânea.

O ácido azelaico inibe a produção de melanina e tem simultaneamente uma ação anti-inflamatória, e
por isso é eficaz no tratamento do melasma, lentigos, e até da hiperpigmentação pós-inflamatória.

Rosácea
A rosácea tem por base uma série de mecanismos fisiológicos, entre os quais se destaca a geração de
radicais livre de oxigénio pelo sistema imunitário. Estes radicais não só lesam as células da pele e as
paredes dos capilares sanguíneos, como também estimulam a produção de outras moléculas que
agravam a inflamação.

Ácido lático

Trata-se de um alfahidroxiácido (AHA), tal como o ácido glicólico, e pode ser encontrado no leite, que
lhe dá o nome, mas também em várias plantas, e até nas nossas mitocôndrias. Aliás, este ingrediente
era responsável por grande parte do benefício dos famosos banhos de leite de Cleópatra.
As moléculas deste ácido que atualmente encontramos nos produtos cosméticos não são extraídas de
matrizes naturais, já que é muito mais fácil e económico sintetizá-las.
As suas características sobrepõem-se em parte às do ácido glicólico, mas o ácido lático tende a ser
melhor tolerado pela generalidade das pessoas, em parte porque não penetrará tão profundamente na
pele.

Funções

Humectante

Tal como os restantes AHA molécula tem uma grande capacidade para atrair a água, e por isso, quando
presente em concentrações baixas, pode ter uma função hidratante. Alías, o ácido lático faz parte do
fator humectante natural que é produzido pelas células da pele.

Mas para além de ter um efeito humectante, a aplicação de ácido lático à superfície da pele
parece aumentar a concentração de ceramidas na epiderme, que são essenciais para a retenção da
água.

Esfoliante das camadas superiores da pele


Tratando-se de um AHA, o ácido lático tem a capacidade de quebrar as ligações entre as células
superficiais da pele, ajudando na sua descamação. Isto impede que o excesso de células mortas se
acumule na camada mais exterior da pele, e permite que as células das camadas inferiores, mais
recentes, passem para a superfície.
Enzimas

Enzimas são moléculas muito complexas que aceleram diversas reações químicas essenciais para o
funcionamento da vida, e que de sem elas levariam muito mais tempo a acontecer. Estão presentes em
todos os seres vivos, desde os vírus até aos seres humanos, e neles podem ter funções muito diversas.

Por serem tão variadas, algumas enzimas têm-se revelado particularmente úteis em dermatologia, e
mais recentemente em cosmética. Embora ainda não existam muitos produtos a usar este tipo de
tecnologia, nesta publicação falo-vos das aplicações de algumas enzimas que já é possível encontrar em
cosméticos

Esfoliação

Papaína

É extraída da papaia e tem a capacidade de cortar as ligações entre


as células das camadas superficiais da pele, atuando como esfoliante. Aliás, a papaína já é usada há
alguns anos para desbridamento de feridas.

Contudo, esta enzima só está presente em quantidades significativas nos frutos verdes. Por este motivo,
é preferível utilizar produtos em que a enzima é adicionada na sua forma pura em vez daqueles que
utilizam o extrato de papaia.
Bromelaína

A bromelaína é uma enzima extraída do ananás, que tem também a capacidade


de esfoliar a superfície da pele. Além disso, esta enzima tem também alguma ação anti-inflamatória.

Cathepsin D
Ao contrário da papaína e da bromelaína, esta enzima está naturalmente presente no corpo humano,
onde tem uma função esfoliante. No entanto, e com o fotoenvelhecimento da pele, a sua concentração
à sua superfície é reduzida, o que contribuiu para uma menor renovação das camadas superficiais, com
um espessamento da epiderme e perda de luminosidade. Um estudo mostrou que esta enzima
consegue não só melhorar a capacidade de renovação da pele, mas também a sua hidratação.
O seu uso em cosmética é mais raro.

Enzimas de abóbora, romã, e outras

Muitas enzimas são difíceis de extrair do interior das suas matrizes


vegetais, em parte porque as temperaturas mais elevadas podem degradar estas moléculas. Assim,
surgiu a necessidade de recorrer a outras formas de isolá-las.

Uma delas é a fermentação por microorganismos, este procedimento consiste em deixar que uma
bactéria fermente determinados extratos vegetais, libertando diversos fitoquímicos das complexas
matrizes em que se encontram. Nesses extratos, encontrar-se-ão também as enzimas das quais
queremos tirar partido.
Atualmente, são mais usados os extratos fermentados de abóbora (Lactobacillus/Cucurbita Pepo
(pumpkin) Ferment Extract) e romã (Lactobacillus/Punica Granatum Fruit Ferment Extract).

Reparação do dano induzido pela radiação solar

O nosso corpo já possuiu diversas enzimas com esta função, e que são essenciais para prevenir o
envelhecimento prematuro das células, bem como a formação de carcinomas. No entanto, quando as
células sofrem demasiadas agressões, estas enzimas podem são ser suficientes para protegê-las de
lesões no DNA...

Com base nisto, desenvolveram-se formas de fornecer à pele enzimas reparadoras semelhantes às que
já existem, com o objetivo de reforçar a sua capacidade de defesa. É preciso ter em conta que a
utilização destas enzimas em cosméticos tem mais limitações do que a das anteriores, e que são
descritas no título seguinte.

Fotolíase
A radiação solar ativa esta enzima, estimulando-a a reparar danos no DNA. A fotolíase não é produzida
pelos animais, e por isso é extraída do plankton para ser incorporada em cosméticos.
São necessários cerca de 20 minutos de exposição solar para ativar a sua ação.

UV endonuclease
Ao contrário da fotoliase, esta enzima não necessita de radiação para ser ativada. Já foi usada com
sucesso no tratamento do xeroderma pigmentoso, uma doença de pele que se caracteriza por uma
maior dificuldade em reparar danos no DNA, e por isso pensa-se que possa também ser eficaz para
retardar o fotoenvelhecimento.

Enzimas semelhantes à Superoxido Dismutase


Esta enzima tem uma importante ação antioxidante num grande número de seres vivos, e tem vindo a
ser utilizada em cosmética como proteção contra o fotoenvelhecimento provocado pela radiação UV.

Neste tipo de produto, é utilizada uma enzima derivada de bactérias aquáticas que é extremamente
resistente e particularmente ativa a temperatuas elevadas. Isto é muito importante se pensarmos que a
radiação solar aumenta a temperatura da pele.

Limitações no uso de enzimas

Embora as ações das enzimas pareçam fascinantes, não é fácil garantir que estas moléculas
permaneçam intactas e funcionais nos produtos formulados, ou que consigam chegar exatamente aos
locais onde devem atuar.
Isto acontece por várias razões:

Degradação e inativação

As enzimas são estruturas extremamente complexas e sensíveis às das condições do ambiente que as
rodeia. Quando se formulam cosméticos contendo enzimas, é necessário conhecer e respeitar os
intervalos de pH e temperatura a que estas moléculas permanecem funcionais, mas também os
ingredientes que possam ser incompatíveis com elas.

Por outro lado, é difícil de garantir que todas estas condições são respeitadas desde a produção até ao
final da utilização do produto em nossas casas. Também aqui é importante ter alguns cuidados,
nomeadamente com o material de embalagem que se usa, mas também com a forma como os produtos
são armazenados.

Dimensões

Quando falamos de enzimas estamos a referir-nos a estruturas altamente organizadas de aminoácidos,


e por vezes de outras moléculas, que podem ter tamanhos consideráveis. Quando as enzimas têm
apenas uma função esfoliante não há qualquer problema, já que o objetivo delas é ficar à superfície da
pele.

Mas quando é necessário que as enzimas penetrem através das membranas celulares, ou até que
cheguem ao núcleo das nossas células onde está o DNA, é preciso "dar-lhes uma ajuda". Essa ajuda
costuma ser o encapsulamento em lipossomas (explicados em detalhe aqui), que conseguem atravessar
as membranas celulares e libertar o seu conteúdo no interior da célula. Só que tal como as enzimas,
também os lipossomas são altamente sensíveis às condições do meio, o que reforça a importância de
uma boa formulação e armazenamento neste tipo de produtos.

Vitamina E

A pele é diariamente exposta a agressões externas, das quais se destacam a radiação


solar, o tabaco ou a poluição, mas também a a agressões internas, como são exemplo as reações
inflamatórias. Para protegê-la dessas agressões, existem moléculas como a vitamina E que está
naturalmente presente nas células da nossa pele.
Esta substância é secretada pelo sebo mas não pode ser produzida pelo ser humano, e por isso precisa
de ser ingerida ou aplicada à superfície da pele.

Assim, a vitamina E ser encontrada em inúmeros cosméticos, sobretudo nas formas de tocoferol ou
acetato de tocoferol.

Funções

Antioxidante
Pensa-se que a vitamina E é a responsável por grande parte da capacidade antioxidante da pele
humana.

Uma vez que tem uma grande afinidade para as gorduras, a vitamina E protege eficazmente as
membranas celulares dos radicais livres.

Anti-inflamatória
Além da sua ação antioxidante, alguns estudos sugerem que a vitamina E tem também uma ação anti-
inflamatória independente da primeira. Esta propriedade resulta da redução da expressão de alguns
genes que são responsáveis por estimular a cascata inflamatória.
Uso em cosmética

Hidratante

Existe evidência que sugere que esta molécula é capaz de melhorar a hidratação da pele quando
aplicada à sua superfície.

Prevenção e correção do fotoenvelhecimento

A vitamina E é utilizada na prevenção do stress oxidativo que resulta da exposição


solar. Este fenómeno agrava a queimadura solar, mas também acelera significativamente o
envelhecimento da pele.

Além disso, alguns estudos demonstram que a aplicação diária e prolongada de produtos contendo 5%
este ingrediente é capaz de atenuar o aspeto das rugas já instaladas.

Assim, é muito frequente encontrar a vitamina E em produtos que corrijam o envelhecimento, mas
também em protetores solares que fazem a sua prevenção.

Cicatrização

As propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes deste ingrediente fazem com que seja capaz de
acelerar a cicatrização da pele, prevenindo a formação de cicatrizes após uma lesão, cirurgia ou até de
um procedimento estético.
Conservante

As propriedades antioxidantes da vitamina E fazem desta uma molécula de eleição para proteger e
estabilizar ingredientes ativos de se oxidam ao longo do tempo.
Que produtos escolher?

Para tirar o máximo benefício da vitamina E faz todo o sentido optar por produtos que contenham
também vitamina C, já que esta última é capaz de regenerar a primeira quando essa é oxidada. Quando
conjugadas, as vitaminas C e E têm uma capacidade antioxidante muito superior à soma de cada uma
delas isoladas.

Ureia

A ureia é uma molécula que está naturalmente presente no nosso organismo, e resulta essencialmente
do metabolismo das proteínas, bem como do amoníaco. Uma vez formada, esta substância é excretada
do nosso corpo através da urina mas também do suor. O suor que é libertado pela maior parte do nosso
corpo (rosto, pernas, peito, etc) não tem qualquer cheiro, ao contrário do suor vindo das axilas e
virilhas, e é essencial para a manter a hidratação cutânea. Além do suor, também algumas células da
epiderme libertam ureia com esta mesma finalidade.

Esta foi a primeira molécula a ser sintetizada em laboratório, e ainda hoje esta continua a ser a sua
origem quando usada em cosméticos.

Funções

Hidratante
Tal como no nosso suor, a ureia presente na nossa pele tem uma função hidratante. É uma substância
capaz de atrair e ligar-se à água retendo-a no interior da pele, e impedindo assim a sua evaporação.

Auxiliar de penetração

A ureia consegue diminuir a coesão entre as células da epiderme, formado espaços entre elas. Isto deve-
se à interação da molécula com a queratina da pele, uma vez que esta última é a grande responsável
pela ligação entre as células desta camada. Assim, quando este ingrediente está presente em
cosméticos, há um aumento da penetração de todos os restantes ingredientes da fórmula. Isto pode
aumentar significativamente a eficácia dos produtos de tratamento, especialmente nas peles mais
espessas ou desidratadas.

Queratolítica

A partir de uma concentração de 10%, a capacidade de


desagregação das células das camadas superficiais da pele é tão significativa que causa mesmo a sua
separação, e esfoliação.

Quanto mais elevada a concentração de ureia, maior é a sua capacidade queratolítica.

Uso em cosmética

Hidratantes

Um estudo reforça mesmo a importância da ureia na hidratação da pele ao


concluir que uma pele seca tem 50% menos ureia do que aquilo que seria normal, e no caso de sofrer de
dermatite atópica esta redução na concentração normal de ureia pode atingir os 70 a 85%.

Além disso, pensa-se que ao repôr as quantidades de ureia numa pele deficitária haja estimulação da
produção de ceramidas e ácido linoleico, também elas substâncias com um grande papel na hidratação
da pele.

Tudo isto faz da ureia um ingrediente muito interessante para o tratamento de problemas como a
xerose, que se caracteriza pela secura excessiva da pele e é muito comum na terceira idade e em zonas
do corpo como mãos e pés.
Produtos queratolíticos

Estes produtos têm uma concentração de ureia igual ou superior a 10%, sozinha ou em conjunto com
outros ingredientes esfoliantes, e dessa forma conseguem desagregar as moléculas de queratina da pele
ou das unhas.
Quando direccionados para a pele, estes produtos têm uma ação esfoliante e suavizante, já que
uniformizam a sua textura mas contribuem simultaneamente para uma melhoria na hidratação. É
comum encontrar a ureia em produtos para a esfoliação do corpo, e principalmente das mãos e pés,
mas também para o tratamento de doenças como eczema ou psoríase.

Quando presente numa percentagem de 40%, a ureia é


mesmo capaz de amolecer e eliminar algumas camadas de uma unha danificada, já que esta
é essencialmente constituída por queratina.

Cuidados

A ureia é bem tolerada pela maioria das pessoas, mas a concentrações mais elevadas pode tornar-se
irritante para as peles mais sensíveis. Algumas pessoas podem sentir prurido, sensação de queimadura
ou até repuxamento.
No entanto, é muito raro que alguém sofra de reações alérgicas a este ingrediente.

Coenzima Q10

A ubiquinona, também conhecida por coenzima Q10, é já presença constante num grande número dos
cosméticos disponíveis no mercado. Esta molécula é essencial para produção de energia pelas células do
corpo humano, e tem também uma boa capacidade antioxidante, protegendo as células da ação dos
radicais livres.

Em todo o caso, e embora todas as células a contenham, as quantidades de ubiquinona presentes no


organismo tendem a diminuir com a partir da idade adulta. Todas estas características fazem com que a
coenzima Q10 seja usada em cosmética, área em que revelou ter bons resultados, sobretudo quando
usada em conjunto com outros ingredientes de ação antioxidante como carotenóides (retinoides, entre
outros), vitamina E e vitamina C.

Atualmente, sabe-se que a aplicação de coenzima Q10 tem várias ações na pele:
Estimulação do metabolismo cutâneo
O envelhecimento da pele caracteriza-se também pela diminuição
da sua capacidade de produção de energia. Esta energia é importante para que as células se renovem e
mantenham os seus mecanismos de reparação dos danos causados pelos agentes agressores externos e
internos como a radiação UV ou os radicais livres.

Neste sentido, e uma vez que as concentrações celulares de coenzima Q10 estão reduzidas com o passar
da idade e em situações de stress, o seu fornecimento é capaz de estimular a produção de energia.

Proteção antoxidante

A exposição à radiação UV e a agentes químicos oxidantes promove a


formação de radicais livres, cuja ação antioxidante da coenzima Q10 é capaz de neutralizar.

Inibição da síntese de melanina


Um estudo in vitro (efetuado em células) demonstrou que a coenzima Q10 é também capaz de inibir a
enzima tirosinase, que é essencial para a produção de melanina. Embora ainda não haja estudos
realizados em humanos faz todo o sentido que assim seja, já que a produção de radicais livres é também
capaz de estimular esta enzima a produzir pigmento.

Melhoria das características da derme:

A exposição à radiação UVA estimula a produção da colagenase, uma enzima responsável pela
destruição do colagénio. Esta classe de proteínas, que está presente na matriz da derme mas vai sendo
degradada com o passar da idade, é essencial para que a pele se mantenha firme. A aplicação da
coenzima Q10 na superfície da pele mostrou reduzir a produção desta colagenase, preservando o
colagénio da pele por mais tempo.
Além disso, estudos in vitro sugerem que esta coenzima possa estimular a multiplicação fibroblastos,
células da derme, assim como a produção de ácido hialurónico, colagénio do tipo IV e elastina.

Utilização em cosmética

Anti-envelhecimento
A sua capacidade de estimular a produção de energia pelas células e protegê-las dos radicais livres, bem
como dos danos causados pela radiação UV fazem da coenzima Q10 um ingrediente ativo interessante
para a prevenção e combate ao envelhecimento.

Niacinamida (vitamina B3)

Embora não seja tão reconhecida como o retinol, os hidroxi-ácidos


ou a vitamina C, também a niacinamida é um dos poucos ingredientes ativos mais testados e de eficácia
comprovada. Trata-se de uma das formas químicas da vitamina B3 usada em cosméticos, tal como o
ácido nicotínico e dos seus derivados que nada tem a ver com a nicotina do tabaco.

Assim, a vitamina B3 é essencial para que as células realizem uma série de processos fisiológicos.

Estas características aliadas ao facto de ser uma molécula pequena e penetrar a pele com alguma
facilidade fazem dela um ingrediente interessante em cosmética. Além disso, e em comparação com
alguns dos ingredientes acima referidos, a niacinamida tem as vantagens de não se degradar com a
exposição à luz ou ao calor nem ser sensibilizante nas concentrações em que é eficaz.

Esta multiplicidade de funções nas células humanas confere à niacinamida uma grande variedade de
ações para a pele:

Melhoria da capacidade de hidratação da pele


Isto deve-se ao facto de a niacinamida estimular a síntese de ceramidas e ácidos gordos mas também
proteínas como a queratina e a filagrina que ajudam a reter a água entre as células e dessa forma
promovem a hidratação da pele. Isto reforça a função de barreira que a pele tem para com o exterior,
fazendo com que se torne também mais impermeável e protegida das agressões ambientais, tais como
detergentes, alergenos e outras substâncias irritantes.

Além disso, a inflamação contribui significativamente para o envelhecimento e desenvolvimento de


pigmentação, e por isso o reforço da barreira cutânea é também importante no cuidado a longo prazo.

Regulação da produção de sebo


A niacinamida é capaz de interferir com a atividade das glândulas sebáceas reduzindo a produção de
sebo. Por esse motivo, também os poros dilatados poderão tornar-se menos visíveis, e por isso a textura
da pele tenderá a tornar-se mais regular.

Melhoria das características da derme

A derme localiza-se sob a epiderme, e a ela se devem a firmeza e elasticidade da pele que se tornam
cada vez menores à medida que envelhecemos e também aqui a niacinamida exerce várias funções.

Este ingrediente é capaz de aumentar a produção de colagéneo, a principal proteína responsável pela
firmeza da pele. Além disso, alguns tratamentos com esta molécula revelam que é capaz de aumentar a
elasticidade cutânea, sem no entanto se conhecer a razão deste efeito.

Redução da pigmentação
A niacinamida inibe a transferência de melanossomas contendo melanina a partir das células que os
produzem para as restantes células da pele. Estudos sugerem uma redução significativa da pigmentação
da pele por aplicação de um produto contendo pelo menos 5% de niacinamida, ao fim de 8 semanas.

Além disso, a niacinamida reduz o amarelecimento da pele que se vai instalando com a idade, e se deve
à glicação que afeta proteínas como o colagénio ou a elastina.
Proteção contra a radiação solar
Após a aplicação de produtos contendo este ingrediente a pele parece ficar mais protegida dos efeitos
nocivos que a radiação solar exerce sobre a pele.

Utilização em cosmética

Acne
Para além de reduzir a produção de sebo e melhorar a textura da pele acneica, a niacinamida pode ser
vantajosa para o tratamento deste problema de pele ao reduzir a resposta inflamatória que dá origem
às borbulhas e quistos.

A diminuição da concentração de sebo à superfície da pele foi conseguida ao fim de 4 semanas com uma
concentração de 2% de niacinamida, assim como a redução das lesões inflamatórias da acne foi
alcançada após 8 semanas com a aplicação de um gel contendo este ingrediente a 4%.

Retardar o envelhecimento

A capacidade da niacinamida melhorar a hidratação da pele, mas sobretudo o seu efeito sobre a
composição da barreira e redução na inflamação da derme fazem deste um ingrediente priveligiado
para atrasar e reduzir os sinais da idade sobre a pele.
Vários estudos demonstram a eficácia deste ingrediente na redução da profundidade das rugas ao longo
do tempo e com um uso regular. Além disso, a pele tende a tornar-se mais elástica, e o aspeto dos poros
pode mesmo ser atenuado.

Atenuar a hiperpigmentação

O aparecimento de manchas na pele pode resultar de um ou vários


fatores como a exposição solar, alterações hormonais ou lesões inflamatórias (borbulhas, feridas, etc.).
Nesse sentido, a niacinamida pode ser um ingrediente interessante para prevenir ou atenuar o
aparecimento da pigmentação, já que reduz a inflamação cutânea, protege da radiação solar e ao
mesmo tempo impede que a melanina se espalhe pelas células da pele.

Além disso, a cor da pele torna-se mais uniforme pela interrupção do processo da glicação das suas
proteínas.

Estes efeitos foram comprovados em diversos estudos realizados em humanos, demonstrando-se


significativos em concentrações de 2 a 5%.

Reduzir a sensibilidade da pele


Tal como seria de prever, e ao reparar a função de barreira da pele, a niacinamida é capaz de melhorar a
sua tolerância em pessoas cuja hidratação cutânea esteja comprometida, sejam aquelas que têm pele
seca ou sofrem de rosácea.

Cuidados
Outras formas de vitamina B3

Embora a forma mais comum seja a niacinamida, que em


concentrações moderadas tem um efeito benéfico para as peles mais sensíveis, sabe-se que o ácido
nicotínico e os seus derivados estimulam a circulação sanguínea e dessa forma podem levar a um
aumento da vermelhidão da pele. Isto é especialmente importante para que sofre de rosácea, e pode
mesmo anular algumas das vantagens deste ingrediente.
No entanto, sabe-se que o ingrediente nicotinato de miristoílo, um derivado do ácido nicotínico,
apresenta todos os benefícios de um produto contendo vitamina B3 sem provocar vermelhidão.

Ácido Glicólico

O ácido glicólico é o AHA (alfa-hidroxiácido) de menores dimensões e foi descoberto na cana do açúcar.
É muito utilizado em cosméticos pela sua multiplicidade de funções biológicas, características que o
tornam interessante para o tratamento e prevenção de vários problemas de pele.

A sua concentração em produtos cosméticos pode ir até cerca dos 20%, e a escolha de cada um será
feita de acordo com os objetivos do produto e da sensibilidade da pele.

Atualmente alguns dos benefícios do ácido glicólico são já conhecidos:

Humectante
Todos os AHA são benéficos para a hidratação da pele uma vez que têm a capacidade de atrair
moléculas de água, e dessa forma retê-las na sua superfície, evitando a que evapororem. Neste caso as
concentrações de ácido glicólico não atingirão os 5%.
Esfoliante das camadas superiores da pele

Adaptado de Baby Foot


De uma forma geral todos os AHA são capazes de se dissolver e penetrar o estrato córneo (camada mais
externa da pele) destacando as ligações entre as suas células. Isto permite que a superfície da pele seja
esfoliada renovando-se de forma mais célere, o que lhe dá um aspeto mais uniforme.

Neste caso as concentrações de ácido glicólico serão iguais ou superiores a 5%, sendo comum encontrar
produtos com 8, 10 ou 15% deste ingrediente, ou até combinados com outros ingredientes esfoliantes.
A percentagem usada dependerá sempre da sensibilidade da pele, mas apenas se aconselha o uso
produtos com concentração superior a 10% por pessoas que já tolerem essa percentagem.

Redução da síntese de melanina


Foi já demonstrado que o ácido glicólico é capaz de reduzir a síntese de melanina inibindo
diretamente uma enzima essencial para a sua produção.

Espessamento e melhoria das características da derme

Comparação entre algumas características da pele jovem


e da pele envelhecida.
Adaptado de http://www.rejuvenateyourskin.co.uk/
Isto acontece pela estimulação da produção de ácido hialurónico e glicosaminoglicanos, que fazem
parte da derme, bem como na melhoria das características das fibras de colagénio e elastina que
também aí se localizam. Como consequência, a papilas dérmicas (junção entre a epiderme e a derme),
que normalmente são onduladas e se tornam achatadas com o passar dos anos, são estimuladas a
retomar a sua forma original.

Além de tudo isto, o ácido glicólico demonstrou estimular a multiplicação dos fibroblastos, as células
responsáveis pela produção de todos os componentes da derme acima citados. Estas células vão
perdendo a capacidade de se multiplicar à medida que envelhecemos.

Utilização

As células descamam
gradualmente.
Adaptado
de http://gerzworld.com/
O ácido glicólico é utilizado numa grande variedade de produtos cosméticos e até em alguns
procedimentos médicos, sendo mais comum para os seguintes objetivos:

Esfoliação (todos os tipos de pele)


O ácido glicólico é muito utilizado para normalizar a capacidade de descamação da pele. Assim, pode
estar presente em produtos esfoliantes, sejam eles apenas de ação química ou também física, mas
também é encontrado em produtos de limpeza, tónicos ácidos, séruns ou cremes hidratantes.
Ao contrário do ácido salicílico, que penetra os folículos de onde o sebo é libertado, o ácido glicólico
não é capaz de os atingir tão eficazmente, e por isso não é tão indicado para minimizar pontos negros
ou prevenir o aparecimento de borbulhas. No entanto, para as peles mais secas ou até para as oleosas
que apresentem sinais de envelhecimento, manchas ou cicatrizes o uso de um esfoliante contendo este
ingrediente pode ser particularmente vantajoso, como vamos explorar de seguida.
Acne

Embora o ácido glicólico não seja particularmente útil para esfoliar


as glândulas sebáceas obstruídas, pode ser muito interessante utilizá-lo em conjugação com o ácido
salicílico para uniformizar o aspeto da pele acneica. Além disso, as suas propriedades despigmentantes
tornam o ácido glicólico um ingrediente interessante no tratamento da hiperpigmentação pós-
inflamatória que se segue à cicatrização das borbulhas.

Retardar o envelhecimento
O seu potencial para estimular um espessamento e melhoria das características da derme, aliado ao seu
contribuito na manutenção da hidratação, esfoliação e regularização da pigmentação da pele fazem do
ácido glicólico um dos ingredientes mais utilizados neste sentido.
Hiperpigmentação

O ácido glicólico atua sobre as manchas de várias origens em duas frentes, e por isso é um ingrediente
frequentemente encontrado em tratamentos despigmentantes. Primeiro, a sua capacidade de esfoliar a
pele destacando as células das camadas superiores permite acelerar a renovação da pele
hiperpigmentada. Depois, o facto de atuar na redução da síntese de melanina previne que as novas
camadas de pele desenvolvam a pigmentação indesejada.

Peeling

Este ingrediente é também muito utilizado em peelings realizados em consultório


médico. Nestes procedimentos o ácido glicólico é usado em concentrações muito elevadas, sozinho ou
em combinação com outros compostos e dispositivos, o que permite uma descamação mais acelerada
da pele, que por sua vez estimula uma mais rápida renovação da mesma.

É necessário ter em conta que há pessoas com uma tendência especial para desenvolver
hiperpigmentação após estes procedimentos, e por esse motivo é necessária uma avalição rigorosa por
profissionais credenciados antes da sua realização.

Cuidados
Pode causar irritação

É natural que sinta alguma vermelhidão e até ardor após a aplicação de produtos contendo este
ingrediente em concentrações significativas, mas essa irritação desaparecerá ao fim de alguns minutos.
Caso tenha uma pele particularmente sensível é normal que tenha alguma dificuldade acrescida em
tolerar produtos contendo ácido glicólico. Nestes casos, o principal problema destes produtos prende-se
com o facto de estes apenas serem eficazes, quando formulados a um pH particularmente ácido.

Escolher produtos eficazes

Embora seja impossível conhecer o pH de cada produto (a menos


que tenham um potenciómetro em casa), há algumas formas de conhecer ou até prever a que
concentração o ácido glicólico se encontra.

Se o ácido glicólico aparece a seguir aos conservantes (fenoxietanol, parabenos, etc.) ou de um


ingrediente com concentração conhecida e inferior a 5% muito provavelmente não será um ingrediente
ativo nesse produto.

Aumento da sensibilidade à exposição solar


O ácido glicólico pode sensibilizar a pele exposta à radiação solar. Por isso, sempre que usar produtos
contendo este ingrediente em concentrações significativas durante o dia será necessário utilizar
proteção solar.

Combinação com tratamentos médicos


Se está a fazer algum tratamento é aconselhável que consulte o seu médico e o questione acerca da da
aplicação simultânea destes produtos, bem como da melhor forma e altura do dia para os aplicar, já que
podem interferir com a eficácia e até com a segurança dos medicamentos.

Em algumas situações, a adição de produto contendo ácido glicólico à rotina pode ser benéfica, uma vez
que a esfoliação que este ingrediente promove pode ajudar o medicamento a penetrar até ao alvo mais
facilmente.

Lipossomas

Adaptado de Reema Zeineldin


Os lipossomas surgiram nos anos 60, mas só começaram a ser utilizados na cosmética em 1976.
Consistem em pequenas "bolhas" invisíveis ao olho nu, que são revestidas por uma membrana
semelhante àquela que reveste as células do nosso corpo (imagem acima).

Adaptado de DovepressDiferentes mecanismos


pelos quais os lipossomas podem
libertar e carregar substâncias sobre e através da
pele
Por serem tão semelhantes às membranas celulares, pensou-se que os lipossomas pudessem ser
utilizados para encapsular ingredientes ativos cosméticos e aumentar a sua penetração, já que
circulariam melhor entre as células do que os mesmos ingredientes não revestidos, e ao mesmo tempo
poderiam fundir-se com elas, libertando o conteúdo para o seu interior (imagem à deireita). Além disso,
a sua semelhança com as membranas biológicas torna-os toleráveis até para a pele mais sensível.
Funções

Quando, aplicados à cosmética, os lipossomas podem conter inúmeros ingredientes ativos no


seu interior com vários objetivos:
Proteger os ingredientes da degradação causada por fatores ambientais, como a luz, calor ou oxigénio,
entre outros (ex: antioxidantes)
Melhorar a sua penetração até às camadas da pele onde estes devem atuar (ex: vitamina C)
Prolongar a libertação e absorção dos ingredientes pela pele:
Para que ela se dê por mais tempo, minimizando número de aplicações necessárias (ex: ceramidas, para
prolongar a hidratação da pele)
Diminuindo a irritação que alguns ingredientes podem causar (ex: retinóides)
Melhorar a estabilidade da formulação, que possa ser afetada por determinado ingrediente
Permitir utilizar ingredientes incompatíveis entre si ou com a formulação num mesmo produto
Fornecer à pele ácidos gordos e outros lípidos provenientes do revestimento dos próprios lipossomas

Desvantagens

Estas estruturas podem apresentar também algumas desvantagens, relacionadas com a sua capacidade
de oxidação, fusão, ruptura ou agregação; que podem levar à sua degradação ou perda de função.

A probabilidade de estes problemas acontecerem e a sua extensão dependerão em grande parte do tipo
dos fosfolípidos usados, formulação, embalagem e condições de armazenamento do produto cosmético,
entre outros fatores.

Inovações

Para ultrapassar alguns destes problemas e até aumentar a eficácia dos lipossomas, surgiram nos
últimos anos algumas tecnologias novas, das quais provavelmente já ouviram falar:

Niossomas
São vesículas revestidas por tensioativos (ou surfatantes), em vez dos fosfolípidos usados
tradicionalmente. Estas vesículas são mais estáveis, e podem melhorar o fornecimento de ingredientes
ativos aos locais da pele em que são necessários. Contudo, podem ser não ser tão bem toleradas pela
pele.
Ultrassomas
Lipossomas que contêm a enzima endonuclease, que nos organismos vivos tem como função reparar o
dano induzido no DNA pela luz UV, mas também reduzir a libertação de moléculas pró-inflamatórias.
Fotossomas
À semelhança dos ultrassomas, os fotossomas contêm também uma enzima responsável pela proteção
do DNA contra a radiação UV, a fotolíase.
Marinossomas
Consistem em lipossomas revestidos por lípidos de origem marinha, que podem ser constituídos por
ácidos gordos poliinsaturados, cujas propriedades anti-inflamatórias são largamente reconhecidas.

Nanossomas
A redução dos lipossomas à escala das nanopartículas pode melhorar consideravelmente a sua
penetração e absorção, retardar a libertação de ingredientes ativos, e acrescentar outras vantagens que
justificam o uso de lipossomas.

Ácido salicílico

É frequentemente classificado como beta hidroxiácido (BHA), embora quimicamente essa seja uma
denominação pouco correta, por comparação com os também famosos alfa hidroxiácidos (AHA). À parte
da nomenclatura, o ácido salicílico é um dos ingredientes incontornáveis no cuidado da pele, sobretudo
da pele oleosa e do couro cabeludo com caspa.

Assim, a sua utilização em cosmética deve-se a diferentes propriedades biológicas:


Esfoliante

Células da epiderme unidas


por desmossomas
O ácido salicílico promove o destacamento e eliminação das células mortas à superfície da epiderme, tal
como os alfa hidroxiácidos. Mas ao contrário destes, consegue também atuar no interior dos folículos
obstruídos e comedões abertos (pontos negros) instalados, removendo o seu conteúdo. Isso deve-se ao
facto de o ácido salicílico ser capaz de se dissolver e dispersar entre o sebo da pele, penetrando os
folículos pilossebáceos onde esta secreção se pode acumular. Desta forma, consegue-se reduzir o
número de comedões, prevenir o aparecimento de comedões novos, mas também atenuar o seu
aspeto. Adicionalmente, o ácido salicílico tem a capacidade de prevenir o aparecimento de comedões
fechados (pontos brancos), pápulas (borbulhas) e pústulas (espinhas).

Redutor da inflamação
Este ingrediente foi inicialmente encontrado na casca de várias espécies de salgueiro (Salix spp.), sendo
usado desde a antiguidade pelas suas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. Aliás, qualquer
semelhança com o ácido acetilsalicílico, a substância ativa da Aspirina, não é pura coincidência! Ambas
as moléculas pertencem à família dos salicilatos.
Anti-microbiano
O ácido salicílico poderá ter uma ação antibacteriana, que advém do facto inibir a capacidade dos
microrganismos produzirem determinadas proteínas essenciais à sua reprodução e manifestação de
virulência.
Utilização

O ácido salicílico pode ser encontrado em concentrações até 2%, na maioria dos cosméticos que o
contêm, ou até 3%, em produtos capilares enxaguados.

Esfoliação para (quase) todos os tipos de pele


Isso deve-se ao facto de este ingrediente ser dos menos sensibilizantes de entre os esfoliantes químicos
utilizados em cosmética, para além de possuir também alguma atividade anti-inflamatória.

Se sofre de rosácea ou se a sua pele é particularmente sensível mas gostaria de utilizar um esfoliante, os
produtos contendo ácido salicílico poderão ser os mais indicados, de entre todos. Contudo, é
aconselhável que estes produtos sejam testados numa pequena área antes de serem aplicados em todo
o rosto, e começar por utilizar um produto contendo uma concentração mais baixa deste ingrediente.
Pele oleosa e acne

É provavelmente a aplicação mais comum deste ingrediente. O ácido salicílico é usado em produtos
enxaguados, como géis de limpeza ou esfoliantes, mas também em produtos leave-on, como séruns,
tónicos, hidratantes ou maquilhagem.

Isto deve-se principalmente à sua ação esfoliante, que permite a eliminação das células mortas, a
desobstrução dos poros e a redução da espessura da epiderme.

Por outro lado, a sua potencial ação anti-bacteriana e a sua capacidade anti-inflamatória poderão inibir
respetivamente a proliferação da Propionibacterium acnes e a inflamação decorrente desse fenómeno,
que ocorre no interior do folículo pilossebáceo obstruído e resulta no aparecimento
de pápulas (borbulhas) e pústulas (espinhas). Além disso, estas propriedades do ácido salicílico poderão
ajudar a prevenir o desenvolvimento da hiperpigmentação pós-inflamatória que pode ocorrer
aquando do desaparecimento das lesões acneicas.

Assim, quando utilizados de forma regular e continuada, os produtos contendo ácido salicílico podem
diminuir a frequência e a severidade dos problemas associados à pele oleosa.

Caspa e outras causas de descamação do couro cabeludo


Alguns champôs anti-caspa utilizam o ácido salicílico devido às suas propriedades esfoliantes, que
possibilitam uma remoção mais acelerada das pequenas células que se acumulam no couro cabeludo, e
mais tarde descamariam em conjunto sob a forma de placas de caspa. Além disso, as propriedades anti-
inflamatórias deste ingrediente poderão ser úteis para atenuar a comichão sentida.
Hiperpigmentação

Tal como os alfa hidroxiácidos (AHA), também o ácido salicílico pode ser utilizado em cosméticos
esfoliantes, com o objetivo de acelerar assim a remoção das camadas superiores da epiderme.

Assim, este ingrediente pode ser utilizados para atenuar ou auxiliar no tratamento do melasma e a
hiperpigmentação pós inflamatória. É mais seguro do que os AHA, e por isso pode ser utilizado em peles
mais sensíveis ou com mais tendência a hiperpigmentar.
Fotoenvelhecimento
Embora os alfa-hidroxiácidos pareçam ser mais benéficos para esta finalidade, uma vez que para além
da capacidade esfoliante são igualmente capazes de estimular a atividade das células da derme, a
utilização de produtos contendo ácido salicílico poderá ser uma boa alternativa. Isto teve-se ao facto
deste ingrediente ser mais facilmente tolerado por peles sensíveis, mas também à vantagem que
apresenta para a pele oleosa.

A esfoliação da pele envelhecida estimula a sua renovação superficial, o pode melhorar não só a sua
textura, que se torna mais homogénea, mas também o aspeto das rugas e a aparência dos poros
dilatados, que se tornam mais visíveis com o passar dos anos.
Permeador
Graças à sua capacidade de quebrar a ligação entre as células, o ácido salicílico pode ter a função de
aumentar a permeação de determinados ingredientes que dificilmente atravessariam as camadas
superiores da pele.
Efeitos indesejáveis

O uso de produtos contendo ácido salicílico é desaconselhado em mulheres grávidas, ou a amamentar, e


em pessoas intolerantes aos salicilatos.

Se a sua pele é particularmente seca, este ingrediente poderá não ser muito vantajoso, sobretudo
quando utilizado imediatamente antes ou em simultâneo com outros ingredientes potencialmente
sensibilizantes (como por exemplo a vitamina C ou os retinóides)

Quando usados em concentrações excessivamente elevadas para a pessoa em questão, ou de forma


demasiado frequente/em vários cosméticos, os produtos contendo ácido salicílico podem causar
vermelhidão, prurido, descamação ou sensação de repuxamento; que deverão ser transitórias. Para
reduzir a probabilidade de alguma dessas reações ocorrer, o uso de um hidratante torna-se
indispensável após a lavagem o esfoliação com produtos contendo ácido salicílico, sobretudo quando
presente em concentrações mais elevadas.

Vitamina C

Tem o nome de ácido ascórbico, e uma panóplia de aplicações em cosmética, sendo muitas vezes o
principal ingrediente ativo destes produtos. Embora seja de origem natural, a vitamina C não pode ser
produzida pelo organismo humano mesmo sendo essencial para o funcionamento correto do de vários
órgãos, incluindo a própria pele. Por isso, é necessário que seja obtida através da alimentação, ou
aplicada à sua superfície através de produtos cosméticos.

Na manutenção da saúde da pele, a vitamina C tem duas funções de destaque:

Antioxidante

O ácido ascórbico tem uma boa capacidade antioxidante, sendo capaz de neutralizar os radicais livres
gerados pelo próprio organismo, pela poluição ambiental ou pela exposição à radiação solar; que por
sua vez podem contribuir para o envelhecimento da pele danificando as suas proteínas, membranas e
DNA. Para além disso, a vitamina C potencia a capacidade antioxidante de outras moléculas
naturalmente presentes na pele ou em cosméticos, como a vitamina E e a ubiquinona.

Produção de colagénio
A vitamina C é essencial para a produção de colagénio pelos fibroblastos, uma vez que atua como co-
fator numa das etapas da sua síntese. Adicionalmente, a vitamina C inibe a sua degradação, e estimula
o aumento do número dos próprios fibroblastos. O colagénio é essencial para a renovação e
manutenção da firmeza da pele.
Designações

O ácido ascórbico (também sob a forma de ascorbato de sódio) é a forma mais eficaz da vitamina C.
Contudo, esta molécula tem alguma dificuldade em penetrar a pele até às camadas mais profundas da
epiderme (onde é ativa) a não ser que esteja incorporada em cosméticos mais ácidos do que o normal,
que por sua vez se tornam irritantes para as peles mais sensíveis, ou que seja formulada em cosméticos
anidros (não contendo água na sua composição, relativamente raros).

Para contornar este problema e permitir a penetração da vitamina C até à epiderme em produtos
menos sensibilizantes, foram sintetizados alguns derivados desta molécula.
Assim, podem encontrar-se os seguintes compostos:
Ascorbilfosfato de sódio (Sodium ascorbyl phosphate, penetra a um pH menos ácido)
Ascorbilfosfato de magnésio (Magnesium ascorbyl phosphate, penetra a um pH menos ácido)
Palmitato de ascorbilo (Ascorbyl palmitate)
Tetraisopalmitato de ascorbilo (Ascorbyl tetraisopalmitate, penetra a um pH menos ácido)
Glucósido de ascorbilo (Ascorbyl glucoside)

Para melhorar a penetração do ácido ascórbico, os fabricantes têm optado por outras estratégias, como
por exemplo a encapsulação destas moléculas, ou incorporação em microemulsões.

Utilização
Cosmética
Quando se procura um cosmético contendo a vitamina C como um dos ingredientes ativos principais, a
embalagem deve igualmente ser tida em conta. Isto porque o ácido ascórbico se degrada muito
facilmente na presença de oxigénio ou em contacto com a luz, tornando-o inativo no cosmético em
questão.

Assim, devem ser evitados produtos acondicionados em boiões ou frascos que contactem com o ar, bem
como embalagens transparentes, que permitam que a luz as atravesse.

Em alternativa, existem produtos em bisnaga ou frasco doseador, opacos ou de vidro escuro (cor
âmbar), e até em unidose. Este tipo de embalagem garante a estabilidade da vitamina C por um maior
período de tempo.

Fotoproteção
A exposição da pele à radiação solar resulta na produção de radicais livres, que por um lado lesam a pele
e aceleram o seu envelhecimento, e por outro reduzem as suas defesas antioxidantes. Por isso, torna-se
importante repôr a proteção antioxidante da pele, e os cosméticos são meios eficazes de o fazer.

Vários estudos comprovam que a aplicação de produtos contendo vitamina C antes da exposição solar
reduzem significativamente o dano provocado pela radiação, reduzindo o eritema solar (vermelhidão) e
atrasando o fotoenvelhecimento.

No entanto, só os protetores solares é que evitam os efeitos nocivos do sol, por isso os produtos
contendo vitamina C não os substituem :)

Anti-envelhecimento
Neste caso, a vitamina C pode atuar de duas formas distintas.

Por um lado, pode atuar na prevenção do envelhecimento, através das suas propriedades antioxidantes
impedem que os radicais livres das diferentes origens provoquem lesões nas células da pele e destruam
o colagéneo e a elastina que lhe conferem a firmeza e elasticidade.

Por outro lado, a vitamina C pode ser útil para a atenuação das rugas, uma vez que tem ação na
estimulação da síntese do colagénio, manutenção da integridade desta molécula e na estimulação da
proliferação fibroblastos.
Anti-manchas
A vitamina C tem também a capacidade de inibir a produção de melanina e reduzir a melanina oxidada
(mais escura), podendo se utilizada para a redução dos vários tipos de manchas de pigmentação
(melasma, lentigos, hiperpigmentação pós-inflamatória).

Redução da inflamação
Esta propriedade da vitamina C pode ser útil com vários objetivos.

Pode ajudar na prevenção do eritema solar, em adição à ação antioxidante.

Por também ser útil em produtos anti-acne, reduzindo a inflamação que está na origem do
aparecimento das borbulhas, também como antioxidante, reduzindo a oxidação do sebo que resulta na
formação de pontos negros.
Proteção de outros ingredientes
Em alguns casos, e sobretudo quando está presente em baixas concentrações, a vitamina C pode ser
utilizada para evitar a oxidação de outros ingredientes ativos, e assim assegurar a eficácia do produto
final.

Suplementos alimentares
Os suplementos de vitamina C podem ter diversos objetivos, sendo que um deles poderá ser a sua
deposição na epiderme da pele. No entanto, os vários estudos conduzidos a este respeito mostram que
a adição de um suplemento de vitamina C à alimentação não aumenta os seus níveis na superfície
cutânea, uma vez que o organismo não tem capacidade para assimilar esse excesso de nutriente face à
dieta.
Como escolher cosméticos?

Se pretende um cosmético tendo vitamina C como principal ingrediente ativo, deverá ter um conta as
seguintes características:
Embalagem apropriada (descrito acima na secção Utilização- Cosmética)
A sua pele não é particularmente sensível, prefira produtos que contenham ácido ascórbico na lista de
ingredientes, e numa concentração eficaz. A vitamina C tem uma aborção máxima numa concentração
de 20%. No entanto, se sentir que lhe causa irritação, poderá optar por concentrações entre 10-15%,
que também são eficazes.
Se tiver que optar por derivados do ácido ascórbico, prefira aqueles que se encontrem em maior
concentração na lista de ingredientes.
Peça amostras antes de testar o produto. Se tiver dificuldade de as encontrar na farmácia ou
supermercado, contacte o fabricante através da internet. Assim evitará desperdiçar dinheiro caso o
produto lhe cause irritação.
Ácido hialurónico

O ácido hialurónico (imagem à direita) é um glicosaminoglicano (açúcar) de grandes dimensões, que se


encontra distribuído por todo o organismo, e é essencial para o bom funcionamento das articulações,
dos olhos e da pele.

Tem a capacidade de reter cerca de 1000 vezes o seu peso em água, o que o que explica a maioria das
suas funções biológicas.

Começou por ser usado em cosméticos através da sua extração da crista de galos, mas atualmente é
produzido por bactérias geneticamente modificadas.

Como já devem ter reparado, este ingrediente pode ser ser encontrado numa variedade de cosméticos,
sobretudo em hidratantes e anti-rugas.

Mas será eficaz em ambos os casos?

Função biológica

Na pele, o ácido hialurónico localiza-se nas camadas vivas da epiderme (imagem à direita, abaixo do
estrato córneo) e na derme, onde é produzido e relativamente mais abundante. Entre outras funções, é
responsável por:
Manter a hidratação
Estimular a cicatrização, em caso de trauma
Conferir volume
Estabilizar a matriz que envolve as células, e contém as fibras de colagénio e elastina

Evolução durante o envelhecimento


Uma das características da pele envelhecida é o aumento da desidratação, que se deve em parte à
redução da produção de ácido hialurónico, e à sua carência sobretudo na epiderme. É de frizar que esta
redução parece ser mais marcada quando há uma exposição solar elevada ao longo da vida, uma vez
que os raios UVA interferem com o funcionamento dos fibroblastos (células da derme)

Por outro lado, a redução da quantidade de ácido hialurónico resulta também na perda de volume
cutâneo, que aliado a outros fatores (redução de colagénio e elastina, etc.) tem como consequência
uma maior tendência da pele para se tornar flácida e enrugar.

Designações

Aparece designado simplesmente como "Ácido Hialurónico" nas alegações do rótulo, no entanto por
este ingrediente é menos estável forma ácida. Se o quiser encontrar na lista de ingredientes, por
exemplo para ter uma ideia da sua concentração, deve procurar por outro nome, ou por moléculas
derivadas:
Sodium hyaluronate (sal, forma estável do ácido hialurónico)
Sodium acetyl hyaluronate (derivado)
Hydrolyzed hyaluronic acid (forma fragmentada do ácido hialurónico)

Utilização
Tratamentos estéticos

Este ingrediente ficou popular pela sua eficácia em fillers


("preenchedores") injetáveis, que permitem a sua deposição direta nas camadas mais profundas da
pele, onde naturalmente existe.

O efeito deste procedimento dura entre 6 a 12 meses, uma vez que é degradado e não há um aumento
da sua produção pela pele, e é relativamente caro.

Cosmética

Hidratação
É usado para este fim devido sua grande capacidade de reter a água. Este efeito deve-se à deposição de
ácido hialurónico à superfície da pele (na camtemporário, tendo em conta que à medida que a pele se
renova vai sendo eliminado.
ada mais externa da epiderme), e é
No entanto, e para que a hidratação seja eficaz, é necessário que o ácido hialurónico seja depositado na
superfície da pele através de produtos que não sejam prontamente enxaguados (como produtos de
limpeza, exfoliantes, etc.).

Por outro lado, alguns formuladores argumentam que a indústria tem à disposição uma grande
variedade de ingredientes hidratantes e francamente mais baratos do que o ácido hialurónico. Pode
parecer difícil de acreditar nisto quando se verifica que uma grande parte dos hidratantes faciais
utilizam este ingrediente...
Antirrugas

Simplificação:
1 Ácido hialurónico 3000 -20 000 n
4 Ácido hialorónico em nanopartíulas (aproximadamente 5 nm)
O fundamento para o uso do ácido hialurónico como "preenchedor" das rugas tem por base os
tratamentos estéticos acima mencionados e o seu efeito natural, quando produzido na derme da
própria pele e difundido às camadas superiores da epiderme. No entanto, devido às características
fisico-químicas da molécula (que inviabilizam a sua entrada pelos poros) e ao seu tamanho elevado
(cerca de 60 vezes maior do que o espaço intracelular) parece impossível que o ácido hialurónico
ultrapasse as camadas superficiais da pele, e isso tornaria impossível o seu efeito no preenchimento das
rugas.
Geralmente, estes produtos têm também uma grande percentagem de silicones, que em parte podem
explicar o seu efeito.

Contudo, um estudo sugere que tanto a molécula inteira de ácido hialurónico como algumas formas
hidrolizadas (fragmentadas) terão alguma capacidade para penetrar até à derme. No entanto, o mesmo
estudo conclui que para além de isto ocorrer numa proporção relativamente baixa, uma vez chegadas à
derme, estas moléculas são rapidamente degradadas, e por isso não se mantêm muito tempo.

Outros estudos sugerem que o ácido hialurónico fragmentado ou em nanopartículas pode melhorar
hidratação, e reduzir a rugosidade e elasticidade da pele quando usado em humanos, mas as condições
experimentais destes estudos não permitem tirar conclusões seguras.

Suplementos alimentares

A toma deste tipo de suplemento pode ter como objetivo melhorar o aspeto da pele mas também a
saúde articular. Neste caso, nenhuma das aplicações parece estar suficientemente comprovada.
É eficaz?
O ácido hialurónico é claramente eficaz quando aplicado por via injetável, podendo melhorar o aspeto
das rugas mas também a textura da pele.
No que à hidratação diz respeito, este ingrediente é claramente eficaz, mas encarece muito os produtos
em que é utilizado. Vários formuladores e dermatologistas argumentam que o ácido hialurónico pode
perfeitamente ser substituído por outros humectantes mais acessíveis.

Já as suas propriedades anti-envelhecimento são as menos conhecidas.


Se por um lado a importância do ácido hialurónico na manutenção do aspeto jovem da pele é
indiscutível, há pouca evidência de que a sua aplicação por via de cosméticos seja eficaz para que este
penetre até às camadas da pele onde é capaz de reduzir o aspeto das rugas e aumentar a elasticidade da
pele.
Conhecem-se outros ingredientes como por exemplo os retinóides, os AHA (alfa hidroxiácidos) ou a
vitamina C que cuja eficácia no combate ao envelhecimento é largamente reconhecida mas são
substituídos pelo ácido hialurónico.

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