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Relatório
Saresp 2004
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Secretária da Educação
Maria Lucia Vasconcelos
Secretária-Adjunta
Carmen Annunziato
Chefe de Gabinete
Evandro Fabiani Capano
Relatório
Saresp 2004
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APRESENTAÇÃO
Criado em meados da década de 1990 pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo
– SEE/SP –, o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – Saresp – vem
avaliando sistematicamente o ensino paulista, verificando o rendimento escolar dos alunos de dife-
rentes séries e períodos e identificando os fatores que interferem nesse rendimento.
O principal propósito do Saresp é obter indicadores educacionais que subsidiem a SEE/SP e
as escolas na elaboração de propostas de intervenção técnico-pedagógica, com vistas a melhorar a
qualidade do ensino e a corrigir eventuais distorções detectadas. Ao envolver diretamente professo-
res, alunos e pais em suas atividades, o Saresp pretende contribuir também para o fortalecimento e
o aperfeiçoamento de uma cultura avaliativa não-punitiva e fomentadora de mudanças qualitativas
na Educação no Estado de São Paulo.
Em novembro de 2004 realizou-se a oitava edição do Saresp, com a participação de quase 5
milhões de alunos. Todas as 89 Diretorias de Ensino – DEs – do Estado integraram essa avaliação,
que abrangeu todos os alunos dos Ensinos Fundamental e Médio – EF e EM – de todas as escolas
urbanas e rurais da Rede Pública Estadual, e também das escolas particulares e das redes municipais
que aderiram ao sistema, dos períodos da manhã, tarde e noite. Foram incluídos na avaliação todos
os alunos da modalidade de ensino regular, além daqueles que estudam em classes de aceleração,
recuperação de ciclo e flexibilização, no EF, e, no EM, os que cursam os Centros Específicos de
Formação e Aperfeiçoamento do Magistério – Cefams – ou fazem Habilitação Específica para o
Magistério, até a 3a série, além daqueles matriculados em classes de flexibilização.
Os dados ora divulgados referem-se às características gerais da avaliação, à sua abrangência,
ao desempenho dos alunos e às relações identificadas entre esse desempenho e as características
dos estudantes. Espera-se que, com o mapeamento do rendimento escolar dos alunos e a identifi-
cação de fatores que nele interferem, os dados obtidos possam subsidiar gestores e educadores na
proposição e no desenvolvimento de ações que contribuam para a melhoria da qualidade do ensino
no Estado de São Paulo. Nesse sentido, cabe destacar que o Saresp cumpre um papel especialmen-
te importante para o trabalho das equipes escolares, na medida em que constitui um referencial pre-
cioso para cada escola em particular nas tomadas de decisão quanto à elaboração de propostas de
intervenção técnico-pedagógica visando ao aprimoramento de sua atuação.
Espera-se, finalmente, que os resultados do Saresp possibilitem à sociedade civil fiscalizar os
serviços educacionais oferecidos pelo Estado e demandar o seu aperfeiçoamento, bem como moni-
torar a qualidade da Educação nas redes municipais e escolas particulares que aderiram à avaliação.
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INTRODUÇÃO
Guiado pelo objetivo de subsidiar as tomadas de decisão dos educadores de São Paulo em
relação aos Ensinos Fundamental e Médio – EF e EM –, o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar
do Estado de São Paulo – Saresp – vem, desde 1996, aplicando provas aos estudantes do Estado, veri-
ficando o rendimento escolar dos alunos e identificando fatores que interferem nesse rendimento.
Com isso, fornece aos órgãos centrais da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo – SEE/SP –, às
equipes técnico-pedagógicas das Diretorias de Ensino – DEs – e às escolas informações que possibi-
litam o aprimoramento da gestão do sistema educacional e a adoção de estratégias pedagógicas favo-
recedoras da melhoria do ensino e da aprendizagem.
Os resultados do Saresp são trabalhados em nível central a partir da utilização de técni-
cas estatísticas apropriadas e são devolvidos a todas as instâncias participantes do Sistema (órgãos
centrais da SEE/SP, DEs e escolas), por meio de relatórios e informes diversos. Espera-se que a divul-
gação dos resultados da avaliação subsidie escolas, DEs e demais instâncias da SEE/SP na reflexão
acerca de uma série de questões de importância fundamental, relacionadas a temas como gestão
educacional, currículo, capacitação do magistério e alterações na prática pedagógica efetivamente
desenvolvida pelos professores.
No Saresp 2004, um dos principais instrumentos de divulgação dos resultados da avaliação é
este relatório, que consolida e analisa as informações obtidas nesta edição do Sistema.
Os resultados do Saresp 2004 são, assim, apresentados no presente volume, que reúne seis
capítulos agrupados em duas partes. A Parte I – Conhecendo os Resultados da Avaliação – contém os
capítulos 1, 2 e 3, a saber: Características Gerais da Avaliação, Abrangência da Avaliação e Desempenho
dos Alunos. A Parte II – Os Alunos e o Ensino –, por sua vez, compõe-se dos capítulos 4, 5 e 6, a saber:
Perfil dos Estudantes da Rede Estadual Paulista, Características dos Estudantes e seu Desempenho e
Fatores Associados ao Desempenho Escolar. Além dessas duas partes, o volume apresenta outros
dados em três anexos.
Especifica-se, a seguir, a natureza das informações que se encontram disponíveis e onde localizá-las.
Apresentação
Introdução
Após expor um breve histórico do Saresp, o capítulo focaliza as características gerais da avalia-
ção de 2004 e apresenta: as matrizes curriculares que serviram como referência para a elaboração
das provas; os instrumentos utilizados; as principais características da aplicação; e as formas de divul-
gação dos resultados obtidos.
Identifica o total de alunos efetivamente envolvidos no Saresp 2004, por dependência adminis-
trativa, indicando, assim, a abrangência dessa avaliação.
Apresenta, por série e período, os resultados do Saresp. Para permitir um diagnóstico mais
preciso do nível de desenvolvimento e aprendizagem alcançado pelos estudantes, esses resultados são
expressos sob duas formas: em termos das médias obtidas pelos alunos (média de pontos, no caso
da 1a e da 2a séries, e média do escore verdadeiro, no que se refere às demais séries); e em termos
do percentual de estudantes situados em cada nível das escalas de desempenho construídas para ca-
da série avaliada. Cada um desses níveis descreve as habilidades, isto é, o que os alunos sabem e são
capazes de fazer quando situados nesse nível.
Analisa dados referentes ao perfil dos alunos que freqüentavam, em 2004, as séries do EF e
do EM, nas classes regulares. Apresenta, para os diferentes níveis de escolaridade (Ciclo I e Ciclo II
do EF e EM), as características pessoais dos alunos, suas condições socioeconômicas e culturais, sua
trajetória escolar e sua visão sobre fatores associados ao processo de aprendizagem, sobre a escola e
seus atores e sobre o envolvimento da família com a aprendizagem.
Mostra os resultados do estudo que verificou a relação entre algumas características dos alu-
nos nos diferentes níveis de escolaridade e seu desempenho na prova objetiva de Leitura.
Relata os resultados dos estudos realizados com o objetivo de mapear os fatores associados ao
desempenho escolar. Esses estudos se fundamentaram na Teoria dos Modelos Lineares Hierárquicos
– HLM – e tiveram a finalidade de identificar quais variáveis, dentre as investigadas, mais contribuem
para explicar a variabilidade ocorrida no desempenho dos alunos, bem como de quantificar essa influência.
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Anexo I – Mostra exemplos de itens nos níveis de proficiência nas escalas de Leitura.
Anexo III – Apresenta a apuração do percentual de respostas dos alunos da Rede Estadual.
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SUMÁRIO
5.6. Nível de Desempenho dos Alunos Segundo o Número de Meios que os Professores
Utilizam para Avaliar os Conhecimentos dos Alunos 116
5.6.1. Resultados do Ciclo II do Ensino Fundamental – 5a a 8a série 117
5.6.2. Resultados do Ensino Médio – 1a a 3a série 118
5.7. Nível de Desempenho dos Alunos do Ensino Médio Segundo a Jornada de Trabalho 120
5.8. Algumas Considerações 121
Anexos
Exemplos de Itens nos Níveis de Proficiência nas Escalas de Leitura – 3a Série do
Ensino Fundamental a 3a Série do Ensino Médio 137
Desempenho das Diretorias de Ensino – Prova de Leitura 227
Apuração do Percentual de Respostas dos Alunos da Rede Estadual – Questionário do Aluno 239
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Parte I
Conhecendo os
Resultados da Avaliação
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CAPÍTULO 1
Características Gerais
da Avaliação
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Com esta edição, o Saresp totaliza oito avaliações do sistema de ensino do Estado de São Paulo,
realizadas em 1996, 1997, 1998, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004. Essas avaliações contaram com a par-
ticipação maciça da Rede Pública Estadual e participações expressivas, em alguns desses anos, de redes
municipais e, em menor grau, de escolas particulares.
Embora os objetivos e pressupostos gerais do Saresp tenham se mantido iguais em todas as
suas edições, garantindo a unidade do Sistema, seu desenho apresentou algumas variações ao longo dos
anos, explicitadas a seguir.
1996 a 1998
De caráter diagnóstico, a aplicação do Saresp foi feita, entre 1996 e 1998, no início do ano leti-
vo (tratou-se, portanto, de uma avaliação de entrada, na qual se examinaram conteúdos vistos pelos
alunos no ano anterior). Avaliaram-se alternadamente, a cada ano, duas séries do EF e aplicaram-se
dois questionários – um destinado ao aluno e outro, à equipe escolar – com a finalidade de analisar
os fatores que influenciam o desempenho dos estudantes. Esses questionários destinaram-se ao esta-
belecimento tanto do perfil das escolas e dos alunos envolvidos, como de algumas correlações entre
os dados coletados e o rendimento escolar.
A avaliação realizada nesse período foi censitária em termos de escola, porém amostral em ter-
mos de alunos, nos componentes curriculares em foco: Língua Portuguesa com Redação e Matemática
para as primeiras séries do EF e, após a 4a série desse nível de ensino, também Ciências, História e Geografia.
2000
a 3a série do EM.
Com a finalidade de aprofundar a análise das variáveis que interfeririam no desempenho dos
alunos, ampliou-se o questionário de gestão escolar, destinado ao diretor e ao professor-coordenador,
além de se manter e aperfeiçoar o questionário do aluno.
2001
Nesse ano, houve uma mudança significativa nos procedimentos avaliativos. O Saresp tornou-
se uma avaliação de final de ciclos e voltou-se para a certificação, passando a ter como foco principal
o aluno, e não mais o ensino, tal como em sua concepção original. A avaliação foi censitária em termos
de escolas e alunos, e restringiu-se a um componente curricular: Língua Portuguesa com Redação.
Avaliaram-se as séries finais dos Ciclos I e II (4a e 8a séries do EF), bem como o Ciclo II do Ensino
Supletivo presencial, também do EF. Essa avaliação constituiu a principal referência para professores e
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2002
O Saresp voltou à concepção original, isto é, retomou o foco na avaliação do ensino, centran-
do-se novamente na escola. Com características amostrais em termos de aluno e censitárias em ter-
mos de escola, as provas foram aplicadas nos finais dos Ciclos I e II do EF. A avaliação se deu por meio
de uma prova de Leitura e Escrita, considerada apropriada enquanto fornecedora de indicadores
sobre o desempenho global dos estudantes desses ciclos.
Cumpre ressaltar, aqui, que em 2002 o Saresp centrou-se na avaliação do desempenho esco-
lar dos alunos, não envolvendo, como em suas primeiras edições, procedimentos destinados a identifi-
car variáveis que interferem nesse desempenho. Não foram aplicados, dessa forma, outros instrumentos
de avaliação, tais como questionários destinados aos alunos e a outros agentes escolares.
2003 e 2004
Com caráter diagnóstico, o Saresp apresentou novo desenho e ampliou sua abrangência. Ava-
liou o universo dos alunos, escolas, séries e períodos do EF e do EM, por meio de uma prova de Lei-
tura e Escrita, e voltou a aplicar aos alunos, também, um questionário socioeconômico, objetivando
traçar o perfil dos estudantes e avaliar os principais programas que compunham a política educacio-
nal, bem como identificar os fatores que interferem no desempenho escolar.
Cabe assinalar, ainda, que, a partir de 2003, o Saresp passou a fornecer a cada escola partici-
pante do Sistema o resultado individualizado de seus alunos.
Em sua edição de 2004, portanto, o Saresp caracterizou-se novamente como uma avaliação
externa, realizada pela SEE/SP ao final do ano letivo, com a finalidade de avaliar habilidades cognitivas
de Leitura e Escrita adquiridas pelos alunos ao longo de todas as séries do EF e do EM.
Como em anos anteriores, a área de Leitura e Escrita foi selecionada porque julgada apropria-
da enquanto fornecedora de indicadores sobre o desempenho global dos estudantes do EF e do EM,
permitindo avaliar seu domínio sobre as habilidades cognitivas desenvolvidas ao longo de cada série
escolar da Educação Básica. Pesquisas nacionais e internacionais apontam uma elevada correlação
entre essas duas modalidades de avaliação de rendimento, bem como entre o desempenho em pro-
vas desse tipo e aquele verificado em provas de outros componentes curriculares.
Reconhece-se, assim, que a competência leitora permite o desenvolvimento de estratégias
para alcançar o sentido de todo e qualquer texto: literário, científico, histórico, artístico, instrucional e
outros, viabilizando o acesso ao conhecimento em toda e qualquer área. A competência escritora, por
sua vez, também é reconhecida como essencial ao processo de escolarização.
A seleção das habilidades de Leitura e Escrita avaliadas nas provas fundamentou-se nas
Propostas Curriculares da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – Cenp – da SEE/SP, nos
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – e no que de fato ocorre no sistema de ensino paulista.
Esses referenciais foram considerados na intenção de que as provas elaboradas a partir deles permi-
tissem um bom diagnóstico daquilo que os alunos são capazes de realizar, além de sinalizar o que
deveriam estar dominando e o que se passa concretamente na realidade escolar.
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A construção das matrizes de especificação para o Saresp tem se pautado na decisão de pro-
mover um balanceamento adequado entre conteúdos e habilidades que a maioria domina e aquilo que
já se detectou que os alunos não sabem.Tem-se procurado, também, a cada avaliação, ampliar o leque
de conteúdos e habilidades avaliados, no sentido de captar, a partir de critérios realistas, o que os alu-
nos efetivamente dominam e, assim, apreender melhor a realidade do ensino no Estado de São Paulo.
As matrizes adotadas para o Saresp 2004, baseadas nos referenciais anteriormente apontados,
buscaram, assim, constituir uma amostra adequada dentro de um universo desejado/possível de con-
teúdos, expressos em termos das habilidades esperadas no final de cada série em relação à qual foram
propostas. São elas, portanto, o referencial para o diagnóstico do que os alunos dominam, bem como
de suas lacunas e dificuldades em relação ao saber-fazer que deve ser adquirido.
Merecem destaque, no Saresp 2004, as matrizes de especificação referentes à 1a e à 2a séries
do EF, elaboradas com base numa perspectiva construtivista. Essas matrizes estão expressas em ter-
mos de habilidades e buscam identificar o nível de conhecimento sobre o sistema de escrita, a capa-
cidade de ler com autonomia e a competência escritora do ponto de vista discursivo alcançados pelos
estudantes ao final dessas duas séries. Com esses objetivos, as matrizes deram origem a provas diver-
sas das aplicadas nas outras séries, que exigiram, inclusive, estratégias de aplicação e correção diferen-
ciadas, com a participação, sempre que possível, de educadores integrantes do Programa Letra e Vida1,
devidamente capacitados para tanto.
Da 3a série do EF em diante, por sua vez, as matrizes de especificação adotadas para orientar
a elaboração das provas contemplaram um elenco de textos de diversos gêneros, agrupados por
domínios discursivos. Ao longo das séries, compuseram as matrizes habilidades relativas a textos esco-
lares (artigos de divulgação científica), jornalísticos e jornalísticos/escolares (notícias, receitas, regras de
jogos, roteiros de experimentos científicos e de confecção de objetos, gráficos, tabelas, artigos de opi-
nião, editoriais, cartas dos leitores), literários (crônicas, contos, fábulas, poemas), literários de entrete-
nimento (histórias em quadrinhos, tiras) e publicitários (propaganda). Cada tipo de texto abriga um
conjunto de habilidades norteadoras da elaboração dos itens de cada prova/série, agrupadas, como
já dito, em matrizes de especificação.
Cabe esclarecer, neste momento, que as habilidades estão sendo entendidas, aqui, como o
saber-fazer em relação a determinada situação ou a uma classe de situações. Explicitam o que se espe-
ra do aluno no momento exato em que está resolvendo cada um dos itens da prova2.
Os quadros 1, 2, 3 e 4, apresentados a seguir, contêm as Matrizes de Especificação das áreas
CAPÍTULO I – CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AVALIAÇÃO
de Leitura e Escrita respectivamente para os Ciclos I e II do EF e para o EM. Nesses quadros, encon-
tram-se descritas as habilidades avaliadas pelo Saresp 2004.
1
Programa implementado pela SEE/SP em todo o Estado de São Paulo, que capacita os professores das séries iniciais do EF
para o letramento das crianças que iniciam esse nível de ensino.
2
Dessa maneira, a descrição de uma habilidade oferece, em princípio, todas as referências necessárias para que sejam elabora-
dos itens referentes a ela, inclusive quanto à situação na qual o aluno deve demonstrar domínio ou compreensão deste ou
daquele conteúdo.
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3
A denominação “escolar” identifica a escola como uma esfera social que utiliza textos que somente nela circulam e ainda, por
sua natureza, explora outros gêneros que circulam também em outras esferas.
4
Os gêneros indicados entre parênteses circulam em diversos domínios discursivos. Rigorosamente, poder-se-iam acrescentar
também outros domínios, como o da Produção e do Consumo, por exemplo.
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.....>continuação
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.....>continuação
O Quadro 5 a seguir sintetiza a distribuição dos tipos de texto avaliados nas provas, a partir
da 3a série do EF, permitindo visualizar os gêneros comuns às várias séries e as diferenças entre elas,
por supressão ou acréscimo.
Jornalístico (notícia)
Literário (poema)
Publicitário (propaganda)
3a EF 4a EF 5a EF 6a EF 7a EF 8a EF 1a EM 2a EM 3a EM
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a) Provas
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É preciso lembrar, por fim, que as redações foram corrigidas e analisadas pelos professores a
partir de critérios especialmente definidos para o Saresp e explicitados no Manual de Redação, inspi-
rados nas mesmas matrizes de especificação que orientaram a construção das provas objetivas. No
caso da 1a e 2a séries do EF, cabe repetir, a correção da produção escrita dos alunos, assim como do
resto da prova, foi feita a partir de critérios inspirados pelo Programa Letra e Vida, por educadores da
escola ou da DE devidamente capacitados para tanto.
Ainda em relação às provas, cumpre apontar que, em 2004, foi aplicada uma prova de ligação
em uma amostra de cerca de 2 mil alunos da Rede Pública Estadual, da 3a à 8a série do EF e do EM,
por série e período. Esse procedimento permitiu introduzir outra medida no tratamento estatístico
dos dados do Saresp. Além das medidas derivadas da Teoria da Análise Clássica – TCT – tradicional-
mente realizada, que permitem a comparação entre resultados de diferentes instâncias educacionais
(escola, DE, Coordenadoria e Estado) em determinado ano de aplicação, no Saresp 2004 foi possível
calcular o escore verdadeiro, que permite a comparação dos dados entre períodos de cada série.Tra-
ta-se de uma estimativa do percentual de acertos dos alunos, supondo-se que os estudantes de uma
mesma série tenham respondido a todas as questões das provas de todos os períodos. Essa medida
é obtida por meio de procedimentos da Teoria da Resposta ao Item – TRI5 –, que permite comparar
os desempenhos dos alunos de uma mesma série, mesmo que tenham respondido a provas diferen-
tes, nos diversos períodos, possibilitando verificar o desempenho global da série (embora as mé-
dias dos escores verdadeiros não possam ser comparadas entre séries, pois as diferenças entre elas
estão relacionadas a maior ou menor dificuldade das provas, e não a maior domínio de habilidades
pelos alunos).
b) Questionários
Além das provas que avaliaram o desempenho, aplicou-se aos estudantes um questionário,
adequado a seu nível de escolaridade, por meio do qual foram coletadas informações sobre suas
características pessoais, contexto socioeconômico e cultural, trajetória escolar, percepções acerca dos
professores e da gestão da escola e, também, participação em alguns projetos da SEE/SP. Objetivou-
se, assim, traçar os perfis dos alunos nos diferentes níveis de escolaridade e verificar as possíveis inter-
ferências desses fatores na aprendizagem e no rendimento escolar.
Os alunos da 1a e 2a séries do EF foram apresentados a cinco questões sobre sexo, idade, alfa-
betização na pré-escola e merenda escolar.
A partir da 3a série do EF, os estudantes responderam a questionários com perguntas relativas a:
CAPÍTULO I – CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AVALIAÇÃO
5
A Teoria da Resposta ao Item – TRI – permite estimar a proficiência dos alunos independentemente das provas aplicadas e
dos grupos avaliados, à medida que, a partir da equalização das primeiras, coloca todos os resultados dos alunos em uma
mesma escala.Torna possível, assim, a comparação desses resultados.
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Tal como vem ocorrendo desde a primeira edição do Sistema em 1996, em 2004 as equipes
escolares e das DEs desempenharam papel fundamental na viabilização do Saresp, colaborando deci-
sivamente para o êxito da avaliação, sobretudo no que se refere à preparação das escolas para a ava-
liação e para a aplicação propriamente dita das provas.
Também como nas edições precedentes do Saresp, a aplicação foi acompanhada por repre-
sentantes dos pais dos alunos, indicados pelo Conselho de Escola de cada unidade escolar.
Em 2004, a aplicação do Saresp apresentou as características que se seguem.
Em função de seu caráter de avaliação do universo de alunos, foi estabelecido que as provas
seriam aplicadas nos períodos da manhã, tarde e noite, nos horários de início das aulas em cada
período. Assim, as turmas que iniciam as aulas entre 6h45 e 10h59 fizeram as provas no período da
manhã; as que começam entre 11h00 e 16h59, no período da tarde; e as que iniciam as atividades a
partir das 17h00, no período da noite.
A aplicação do Saresp 2004 foi realizada em cada unidade escolar pelos professores da própria
escola. Os professores da 1a e 2a séries do EF aplicaram provas na mesma série em que lecionavam,
porém em outras turmas. Nas demais séries do EF e no EM, os aplicadores foram professores da pró-
pria escola, porém de outras séries e turmas que não aquelas em que aplicaram a prova. O processo
de aplicação manteve-se, como nos anos anteriores, sob a coordenação do diretor. Em alguns estabe-
lecimentos, o processo também foi supervisionado por membros das equipes técnico-pedagógicas das
DEs, a fim de assegurar o necessário rigor na aplicação do Saresp 2004 nas unidades escolares.
Cumpre ressaltar que, para participar da avaliação, os educadores envolvidos passaram por um
processo de capacitação, realizado em nível central, regional e local.
Em nível central, foram promovidos encontros pela FDE e pela Cenp, envolvendo ações pre-
senciais e videoconferências. Realizou-se um encontro que reuniu os coordenadores de avaliação das
89 DEs e mais um representante da equipe de avaliação de cada DE, com a finalidade de discutir ques-
tões técnico-operacionais e pedagógicas do Saresp 2004, tais como o desenho metodológico da ava-
liação, os instrumentos a serem utilizados e os procedimentos operacionais necessários ao processo
avaliativo. Em outro encontro, reuniram-se os assistentes técnico-pedagógicos – ATPs – de Língua
Portuguesa das DEs para a discussão dos critérios de correção e análise das redações.Também foram
apresentadas aos educadores envolvidos na avaliação três videoconferências, discutindo o desenho
metodológico e procedimentos gerais do Saresp 2004, bem como as orientações para a aplicação e
correção das provas das duas primeiras séries do EF.
Em nível regional, as DEs organizaram encontros com os diretores das escolas, com os professo-
res responsáveis pela correção e análise das redações e com os professores responsáveis pela aplicação
e correção das provas das duas primeiras séries do EF, de forma a oferecer-lhes suporte técnico-opera-
cional e pedagógico para o desenvolvimento das atividades.
Por fim, em nível local, foram realizados encontros com os professores, para informá-los sobre
o desenho metodológico do Saresp 2004 e discutir os procedimentos necessários ao planejamento
e à aplicação da avaliação, bem como os critérios de correção das provas e redações.
Nesses encontros, foram apresentados e debatidos, entre outros temas, os instrumentos com-
plementares do Saresp 2004.Além dos Cadernos de Prova, contendo as questões cognitivas e o ques-
tionário do aluno, respondidos em folhas óticas especialmente elaboradas para a avaliação, foram
montados outros instrumentos de orientação e controle, com esclarecimentos e instruções específi-
cas, constituídos de manuais e relatórios diversos, destinados a orientar a avaliação e a registrar as
ocorrências verificadas na aplicação. São eles:
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Os resultados gerais do Saresp 2004 foram divulgados aos educadores em geral e à socieda-
de civil por meio da imprensa.
No que se refere à divulgação dos resultados da avaliação para a Rede de Ensino, mais deta-
lhada, cabe assinalar que as informações fornecidas às escolas, DEs e Coordenadorias de Ensino refe-
rem-se a cada habilidade avaliada, permitindo inferências sobre o que os alunos sabem e sobre o que
são capazes de fazer, após o término de cada série do EF ou do EM. Além de dados referentes aos
grupos de alunos de cada série e período, foram disponibilizadas às escolas, no site da SEE/SP (www.
educacao.sp.gov.br), informações referentes ao desempenho de cada aluno em particular, em cada
uma das habilidades avaliadas.
Os dados obtidos, assim, permitem delinear com detalhes o perfil de rendimento escolar de
cada aluno, do conjunto dos alunos avaliados em cada escola, do grupo de escolas de cada DE, do
total de DEs em cada uma das Coordenadorias de Ensino (do Interior e da Grande São Paulo) e do
total de escolas do Estado de São Paulo. Tais dados foram devolvidos às escolas, DEs e Coordena-
dorias, por meio do site da SEE/SP (que permite o acesso aos dados de cada aluno) e por meio de
boletins específicos denominados Informes, enviados por Sedex. Esses Informes apresentam, para cada
CAPÍTULO I – CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AVALIAÇÃO
escola, DE e Coordenadoria, um resumo dos resultados obtidos pelos alunos na avaliação. Os Informes
permitem, ainda, a comparação do desempenho da escola com o da DE à qual pertence, com o da
Coordenadoria à qual esta se encontra vinculada, e com os resultados gerais do Estado. Possibilitam,
enfim, no caso das DEs, a comparação dos resultados da DE com os da respectiva Coordenadoria e com
os do Estado de São Paulo.
Cabe ressaltar que essa divulgação personalizada dos resultados por aluno, escola, DE e Coorde-
nadoria, por meio do site e dos Informes, constitui uma dimensão fundamental do Saresp, quando se tem
em mente a importância que o Sistema atribui à questão da cultura avaliativa e ao rápido acesso das
escolas e DEs ao material avaliado.
Os resultados gerais do Saresp 2004, por sua vez, passaram também por uma análise estatís-
tica em nível central, que será divulgada em capítulo posterior deste relatório. Deve-se assinalar que
essa análise, além de apresentar os resultados de desempenho dos alunos, mostra estudos que cruzam
esses resultados com variáveis relativas ao perfil do aluno, e com algumas características das escolas e
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CAPÍTULO 2
Abrangência da Avaliação
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A avaliação do rendimento escolar da Rede Pública Estadual de São Paulo, realizada pelo Saresp
2004, abrangeu provas de Leitura e Escrita aplicadas a todos os alunos das 5.415 escolas estaduais das
89 Diretorias de Ensino – DEs –, em todas as séries dos Ensinos Fundamental e Médio, de classes re-
gulares, de aceleração, de flexibilização, de recuperação de ciclo e mistas. Foram avaliados 2.751.429
alunos do Ensino Fundamental e 1.351.841 do Ensino Médio, totalizando 4.103.270 alunos, conforme
apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 – Abrangência da Avaliação por Nível de Ensino: Previsão e Participação dos Alunos por Período –
Rede Estadual
Número de Escolas
Tipo de Atendimento % de Escolas
Urbanas Rurais Total
1a a 4a série EF 1.240 74 1.314 24,3
1a a 4a série EF e EM 27 – 27 0,5
1a a 8a série EF 378 31 409 7,6
1a a 8a série EF e EM 609 43 652 12,0
5a a 8a série EF 393 26 419 7,7
5a a 8a série EF e EM 2.261 37 2.298 42,4
Ensino Médio 287 9 296 5,5
CAPÍTULO 2 – ABRANGÊNCIA DA AVALIAÇÃO
Observa-se pela Tabela 1 que a participação dos alunos foi satisfatória quando comparada à
previsão relativa à Rede Estadual. No Ensino Fundamental, ela foi superior a 90% na maioria das séries,
tanto no Ciclo I como no Ciclo II, ocorrendo uma queda no período noturno deste último. No Ensino
Médio, os percentuais de participação foram um pouco menores do que os do Ensino Fundamental,
mas também considerados satisfatórios, acima de 80%, havendo da mesma forma uma queda desses
índices nas classes noturnas.
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COORDENADORIA
Série Período COGSP CEI TOTAL
Previsto Presente % Previsto
Presente % Previsto Presente %
Ensino Fundamental
Manhã 65.315 59.566 91,2 41.834 39.248 93,8 107.149 98.814 92,2
1a Tarde 96.766 89.524 92,5 60.221 56.498 93,8 156.987 146.022 93,0
Total 162.081 149.090 92,0 102.055 95.746 93,8 264.136 244.836 92,7
Manhã 72.544 68.006 93,7 45.315 43.200 95,3 117.859 111.206 94,4
2a Tarde 87.904 83.459 94,9 58.931 55.989 95,0 146.835 139.448 95,0
Total 160.448 151.465 94,4 104.246 99.189 95,1 264.694 250.654 94,7
Manhã 82.508 78.436 95,1 55.608 53.323 95,9 138.116 131.759 95,4
3a Tarde 76.177 73.138 96,0 52.839 50.683 95,9 129.016 123.821 96,0
Total 158.685 151.574 95,5 108.447 104.006 95,9 267.132 255.580 95,7
Manhã 91.853 87.716 95,5 65.753 63.114 96,0 157.606 150.830 95,7
4a Tarde 83.386 79.890 95,8 53.165 50.843 95,6 136.551 130.733 95,7
Total 175.239 167.606 95,6 118.918 113.957 95,8 294.157 281.563 95,7
Subtotal Ciclo I 656.453 619.735 94,4 433.666 412.898 95,2 1.090.119 1.032.633 94,7
Manhã 38.061 35.567 93,4 65.098 62.156 95,5 103.159 97.723 94,7
Tarde 191.879 177.671 92,6 194.275 182.387 93,9 386.154 360.058 93,2
5a
Noite 138 63 45,7 223 176 78,9 361 239 66,2
Total 230.078 213.301 92,7 259.596 244.719 94,3 489.674 458.020 93,5
Manhã 36.161 33.716 93,2 76.533 72.818 95,1 112.694 106.534 94,5
Tarde 183.590 170.346 92,8 183.195 171.145 93,4 366.785 341.491 93,1
6a
Noite 643 319 49,6 761 526 69,1 1.404 845 60,2
Total 220.394 204.381 92,7 260.489 244.489 93,9 480.883 448.870 93,3
Manhã 75.039 68.227 90,9 117.440 111.042 94,6 192.479 179.269 93,1
Tarde 127.808 117.046 91,6 120.219 110.543 92,0 248.027 227.589 91,8
7a
Noite 1.700 1.175 69,1 2.551 1.990 78,0 4.251 3.165 74,5
Total 204.547 186.448 91,2 240.210 223.575 93,1 444.757 410.023 92,2
Manhã 130.965 116.021 88,6 153.575 140.515 91,5 284.540 256.536 90,2
Tarde 67.621 59.584 88,1 67.335 58.918 87,5 134.956 118.502 87,8
8a
Noite 14.406 10.000 69,4 23.075 16.845 73,0 37.481 26.845 71,6
Total 212.992 185.605 87,1 243.985 216.278 88,6 456.977 401.883 87,9
Subtotal Ciclo II 868.011 789.735 91,0 1.004.280 929.061 92,5 1.872.291 1.718.796 91,8
Total Ensino
1.524.464 1.409.470 92,5 1.437.946 1.341.959 93,3 2.962.410 2.751.429 92,9
Fundamental
Ensino Médio
Manhã 165.707 141.445 85,4 167.836 145.679 86,8 333.543 287.124 86,1
Tarde 26.485 22.469 84,8 45.604 36.906 80,9 72.089 59.375 82,4
1a
Noite 114.785 78.372 68,3 116.933 82.957 70,9 231.718 161.329 69,6
Total 306.977 242.286 78,9 330.373 265.542 80,4 637.350 507.828 79,7
Manhã 122.252 104.051 85,1 129.850 112.207 86,4 252.102 216.258 85,8
Tarde 8.344 7.042 84,4 15.470 12.448 80,5 23.814 19.490 81,8
2a
Noite 149.149 112.155 75,2 137.945 108.601 78,7 287.094 220.756 76,9
Total 279.745 223.248 79,8 283.265 233.256 82,3 563.010 456.504 81,1
Manhã 82.742 69.412 83,9 91.256 77.668 85,1 173.998 147.080 84,5
Tarde 2.401 2.038 84,9 6.093 5.143 84,4 8.494 7.181 84,5
3a
Noite 159.242 121.738 76,4 139.053 111.510 80,2 298.295 233.248 78,2
Total 244.385 193.188 79,1 236.402 194.321 82,2 480.787 387.509 80,6
Total Ensino
831.107 658.722 79,3 850.040 693.119 81,5 1.681.147 1.351.841 80,4
Médio
TOTAL GERAL 2.355.571 2.068.192 87,8 2.287.986 2.035.078 88,9 4.643.557 4.103.270 88,4
A Tabela 3 apresenta os dados referentes à participação dos alunos dos Ensinos Fundamental
e Médio das Coordenadorias de Ensino da Grande São Paulo – COGSP – e do Interior – CEI.
O percentual de participação no Ciclo I do Ensino Fundamental foi superior a 90%, tanto na
31
Cap_2_8-_NOVO 5/3/07 6:46 PM Page 32
32
COGSP como na CEI. No Ciclo II, o percentual permanece elevado também em ambas as Coordena-
dorias, com exceção dos alunos da 5a e 6a séries do período noturno da COGSP, em que se verifica
percentual inferior a 50%, embora esse percentual se refira a um número reduzido de alunos nessas
séries. No entanto, a participação dos alunos nas classes noturnas do Ciclo II é ligeiramente maior nas
escolas do interior.
No Ensino Médio, observando os dados por Coordenadoria de Ensino, verificam-se percentu-
ais de participação próximos a 80% na COGSP, e ligeiramente maiores na CEI – 81,5% –, ainda assim
mais altos que os encontrados no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB – 2003,
que foi de 73% na 3a série do EM. Notam-se, ainda, nas duas Coordenadorias, percentuais maiores de
freqüência às provas nos períodos da manhã e da tarde em relação à presença dos alunos do noturno.
Contudo, há maior representatividade dos alunos das turmas do noturno da 2a e 3a séries desse seg-
mento de ensino do que dos alunos que freqüentam esse período no Ciclo II do EF.
Para a análise dos resultados, considerou-se o total de 1.032.633 folhas óticas dos alunos do
Ciclo I do Saresp 2004. Dessas provas, 23,7% eram de estudantes da 1a série; 24,3%, da 2a série; 24,8%,
da 3a série; e 27,2%, da 4a série. Cabe salientar, ainda, que houve maior participação dos alunos da 3a
e 4a séries no período da manhã (51,6% e 53,6%, respectivamente), e dos alunos da 1a e 2a séries no
período da tarde (59,6% e 55,6%, respectivamente).
No Ciclo II do Ensino Fundamental, foram consideradas válidas 1.718.796 folhas óticas, corres-
pondendo a 41,9% do total de alunos avaliados no Saresp 2004. As provas representaram 26,6% de
alunos da 5a série; 26,1% da 6a série; 23,9% da 7a série; e 23,4% da 8a série.
No Ensino Médio, o número de provas válidas processadas foi de 1.351.841, das quais 37,6%
corresponderam à 1a série; 33,8%, à 2a série; e 28,6%, à 3a série. A 1a série teve maior representativi-
dade no período da manhã (56,5%), enquanto a 2a e 3a séries tiveram maior número de provas váli-
das no período noturno (48,4% e 60,2%, respectivamente).
Além das 5.415 escolas estaduais, participaram dessa avaliação 1.007 escolas municipais sedi-
adas em 144 municípios e 98 escolas particulares. Enquanto a avaliação da Rede Estadual foi censitária,
a das redes municipais e escolas particulares que participaram por adesão não configuraram uma
amostra representativa das respectivas dependências administrativas.
A tabela 4 apresenta os dados referentes à previsão e à participação dos alunos dos Ensinos Fun-
damental e Médio das redes municipais e das escolas particulares que aderiram à avaliação de 2004.
Nas redes municipais, os percentuais de alunos presentes à avaliação são ligeiramente mais baixos
do que os verificados na Rede Estadual. Nota-se que, no Ensino Médio, a participação dos alunos foi bai-
xa, em torno de 65%, embora esse percentual se refira a um número pequeno de alunos previstos.
Nas escolas particulares, observam-se percentuais mais baixos de presença de alunos da 1a e
2a séries, em comparação com a Rede Estadual e com as redes municipais. Nas demais séries, os per-
centuais são bem próximos aos da Rede Estadual.
33
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CAPÍTULO 3
36
Os resultados dos alunos no Saresp 2004, nas provas de Leitura e Escrita das primeiras séries
e somente de Leitura para as demais séries, serão apresentados, neste relatório, em escalas de desem-
penho. Para uma compreensão imediata do que seja uma escala de desempenho, pode-se fazer uma
analogia desta com uma escala conhecida, a de temperatura, expressa pelo termômetro, que mostra
valores numéricos para verificar a temperatura corporal.
O desenho acima mostra um termômetro com a marcação dos pontos na escala. Pela interpretação dos pon-
tos da escala, pode-se avaliar se uma pessoa está com febre.
lização de todas as questões aplicadas na série, a qual tornou possível o cálculo do escore verdadeiro.
É importante ressaltar, ainda, que as médias dos escores verdadeiros não podem ser compa-
radas entre séries, pois as diferenças entre elas estão relacionadas a maior ou menor dificuldade das
provas e não a maior domínio de habilidades pelos estudantes.
Uma vez aferido o desempenho dos alunos, mediante os procedimentos explicitados anterior-
mente, construíram-se escalas de desempenho, por série. Essas escalas foram interpretadas em alguns
pontos, chamados de níveis, selecionados por especialistas no ensino de Leitura. Na 1a série, os desem-
penhos foram descritos em seis níveis: insuficiente, regular, bom, muito bom, ótimo e excelente; na 2a série,
foram adotados os cinco primeiros níveis. Cada nível descreve as habilidades, isto é, o que os alunos
sabem e são capazes de fazer quando estão situados nesse nível. É importante lembrar que a inter-
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Dependência Coeficiente de
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa Variação
manhã 98.814 13,93 7,64 0,55
Estadual
tarde 146.022 13,86 7,41 0,53
Municipal manhã 22.432 14,06 7,14 0,51
tarde 37.955 14,50 6,73 0,46
Particular manhã 448 19,40 4,45 0,23
tarde 545 20,34 4,41 0,22
Dependência Coeficiente de
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa Variação
manhã 111.206 18,45 6,72 0,36
Estadual
tarde 139.448 18,18 6,61 0,36
manhã 24.737 18,64 6,08 0,33
Municipal
tarde 36.639 18,64 5,82 0,31
manhã 496 21,81 3,31 0,15
Particular
tarde 529 22,58 3,37 0,15
A Tabela 5 indica que as médias de pontos obtidas pelos alunos matriculados em escolas estaduais
e municipais são próximas, tanto pela manhã quanto à tarde, apesar de se notar uma ligeira diferença
1
Faixa que englobou alunos cujas habilidades não foram medidas pelos itens das provas.
2
O coeficiente de variação é o resultado da divisão do desvio-padrão pela média, operação esta que visa aferir com maior pre-
cisão o grau de variabilidade de uma distribuição. Um coeficiente de variação aceitável para uma distribuição normal de dados,
como a do Saresp, situa-se em torno de 0,25. Quanto mais próximo de 1 estiver esse coeficiente, maior a variabilidade da dis-
tribuição.
37
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38
em favor das escolas das redes municipais, a qual, contudo, não é estatisticamente significativa3. O mesmo
comentário pode ser feito em relação aos resultados da 2a série do EF (Tabela 6). Para essas duas sé-
ries, no entanto, as médias dos alunos de escolas particulares são significativamente mais elevadas do
que as dos estudantes das demais redes, embora a participação desse tipo de estabelecimento tenha
sido muito pequena, não representando uma amostra significativa da Rede Particular de ensino de São
Paulo. Os desvios-padrão e coeficientes de variação referentes a essas duas séries, enfim, são meno-
res nas escolas particulares do que nas das outras redes, configurando-se, nas primeiras, uma situação
de menor heterogeneidade dos resultados. Cabe destacar, ainda, que a heterogeneidade dos resulta-
dos é maior na 1a série do EF, com coeficientes de variação muito acima do padrão aceitável estabe-
lecido para o Saresp.
Os gráficos 1 e 2, a seguir, permitem analisar mais detalhadamente os resultados referentes à
Rede Pública Estadual, apresentados para o Estado como um todo e para cada Coordenadoria de
Ensino (Coordenadoria de Ensino da Grande São Paulo – COGSP – e Coordenadoria de Ensino do
Interior – CEI).
Além de se visualizar a proximidade das médias de pontos obtidas pelos alunos da manhã e
da tarde, nas duas séries, percebe-se que elas se mantêm próximas também em cada Coordenadoria,
dentro de cada período. Apesar da proximidade, é possível perceber, no entanto, uma ligeira superio-
ridade das médias obtidas pelos estudantes da CEI, a qual, no entanto, não se mostra estatisticamen-
te significativa.
Gráfico 1 Gráfico 2
Para a 1a série do EF, as habilidades dos alunos foram descritas numa escala de desempenho
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO DOS ALUNOS
composta de seis níveis, a saber: insuficiente (de 0 a 9 pontos), que engloba os alunos que não escre-
vem com correspondência sonora alfabética; regular (de 10 a 12 pontos), que reúne aqueles que
escrevem com correspondência sonora alfabética; bom (de 13 a 18 pontos), que agrupa os estudan-
tes que lêem com autonomia localizando parcialmente informações no texto; muito bom (de 19 a 20
pontos), que mostra os alunos que escrevem com ortografia regular, localizam integralmente informa-
ções no texto e inferem uma informação; ótimo (de 21 a 24 pontos), que abarca aqueles que produzem
3
Na comparação do desempenho dos alunos, estão sendo consideradas estatisticamente significativas diferenças a partir de três
pontos, tanto na média de pontos dos alunos da 1a e da 2a séries do EF, como nas médias de acertos calculadas a partir do
escore verdadeiro dos estudantes da 3a à 8a série do EF e do EM.
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Tabela 7 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 1a Série do EF
Nota-se, na Tabela 7, uma concentração de alunos da 1a série do EF da Rede Estadual nos níveis
superiores da escala, isto é, bom, muito bom, ótimo e excelente (59,5% do total). Chama a atenção,
porém, o alto percentual de estudantes que se encontram no nível insuficiente (31,3%), além dos quase
10% que se encontram no nível regular. As escolas municipais seguem tendência semelhante: concen-
tração nos níveis mais altos da escala (63,3% em bom, muito bom, ótimo e excelente), mas elevado per-
centual (26,4%) de estudantes no nível insuficiente, e mais de 10% no nível regular. Nas escolas particu-
lares, por sua vez, a tendência observada é bastante diferente, com concentração no extremo positivo
da escala (74,3% nos níveis muito bom, ótimo e excelente), e baixos percentuais nos níveis insuficiente
e regular (3,9% e 3,8%, respectivamente).
Tabela 8 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 2a Série do EF
39
Cap_3_9- 23/3/07 6:19 PM Page 40
40
na Rede Estadual e 21,8% nas redes municipais). Nas escolas particulares, por sua vez, nota-se con-
centração ainda maior do que a observada na 1a série do EF no extremo superior da escala (níveis
muito bom – 50,5% – e ótimo – 28,1%), e percentuais pequenos nos níveis insuficiente e regular (1,6%
e 8,2%, respectivamente).
Apesar de os alunos das escolas particulares alcançarem médias significativamente mais altas do
que os das demais redes tanto na 1a quanto na 2a série do EF, cabe lembrar que apenas 98 estabele-
cimentos particulares participaram do Saresp 2004, entre as 3.822 escolas que oferecem os Ensinos
Fundamental e Médio, não sendo seus resultados, por isso, representativos dessa rede como um todo.
As tabelas 9 e 10, a seguir, além de fornecerem as descrições das habilidades de Leitura con-
tidas nas escalas de desempenho das séries em questão, apresentam o percentual de alunos da Rede
Pública Estadual em cada nível.
Na Tabela 9, observa-se que, na 1a série do EF, 59,5% dos alunos da Rede Estadual concen-
tram-se nos níveis de bom a excelente da escala, que agregam os estudantes que alcançaram entre 13
e 25 pontos. Constata-se, no entanto, que 31,3% deles situam-se no nível insuficiente (de 0 a 9 pon-
tos), o que sinaliza deficiências sérias na aquisição das habilidades cognitivas esperadas para a série que
esses alunos estão cursando.
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Gráfico 3 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Intervalo dos Pontos – 1a EF
Gráfico 4 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Intervalo dos Pontos – 2a EF
41
Cap_3_9- 23/3/07 6:19 PM Page 42
42
O desempenho dos alunos da 3a e 4a séries do EF, bem como o das demais séries desse nível
de ensino e daquelas do EM, será caracterizado por meio de um conjunto de tabelas e gráficos que
apresentam, por período, a média do escore verdadeiro dos estudantes de todas as redes que parti-
ciparam do Saresp 2004. Mostrar-se-á, ainda, a distribuição percentual dos alunos da Rede Estadual
como um todo e de cada Coordenadoria de Ensino nos níveis das escalas de habilidades de Leitura
referentes a cada série.
As tabelas 11 e 12 apresentam as médias de acertos (calculadas a partir dos escores verda-
deiros dos alunos), os desvios-padrão e os coeficientes de variação relativos à 3a e à 4a séries do EF,
por dependência administrativa e período.
Dependência Coeficiente
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa de Variação
Estadual geral 255.580 56,21 17,91 0,32
Municipal geral 77.381 56,78 17,21 0,30
Particular geral 3.438 71,19 13,96 0,20
manhã 131.759 56,22 17,88 0,32
Estadual
tarde 123.821 56,19 17,94 0,32
manhã 43.011 56,57 17,32 0,31
Municipal
tarde 34.370 57,05 17,08 0,30
Particular manhã 1.854 69,47 14,42 0,21
tarde 1.584 73,22 13,13 0,18
Dependência Coeficiente
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa de Variação
Estadual geral 281.563 59,86 18,37 0,31
Municipal geral 78.892 59,97 17,94 0,30
Particular geral 3.389 73,89 15,03 0,20
manhã 150.830 61,41 18,59 0,30
Estadual
tarde 130.733 58,08 17,96 0,31
manhã 46.747 61,81 18,13 0,29
Municipal
tarde 32.145 57,30 17,31 0,30
manhã 1.927 74,91 14,78 0,20
Particular
tarde 1.462 72,54 15,25 0,21
Cap_3_9- 23/3/07 6:19 PM Page 43
Gráfico 5 Gráfico 6
63,8
62,1
61,4
59,9 59,7 60,0
58,6 58,9 58,4 58,3 58,1
56,2 56,2 56,9
56,2
54,6 54,4 54,7
43
Cap_3_9- 23/3/07 6:19 PM Page 44
44
Nível de Desempenho: Abaixo do Insuficiente dimentos passo a passo, mas dependem fortemente da
(Até 36) presença de ilustração farta para estabelecer relações
com o texto verbal.
Os alunos nesse nível ainda não demonstram domínio
Em histórias em quadrinhos, estabelecem relações se-
das habilidades de leitura avaliadas pelos itens nos di-
mânticas entre o texto verbal e a ilustração, desde que
versos gêneros textuais da prova.
reiterados em vários quadrinhos. Inferem o sentido de pa-
lavras, expressões ou de informações implícitas, apoi-
Nível de Desempenho: Insuficiente
ando-se ora no texto, ora na ilustração. Reconhecem o
(Acima de 36 até 45)
efeito de sentido provocado pelo uso de pontuação ou
Nesse nível, os alunos demonstram ser capazes de in- das convenções gráfico-visuais típicas dos quadrinhos.
ferir informações que dependam de conhecimentos do Nos gráficos, conseguem interpretar apenas os que ope-
senso comum, apenas em fábulas. ram com um pequeno número de dados, mas já loca-
lizam informações explícitas nos mais complexos.
Nível de Desempenho: Regular
(Acima de 45 até 66) Nível de Desempenho: Muito Bom
(Acima de 83 até 92)
Os alunos de desempenho regular já revelam maior
familiaridade com as fábulas e, em seguida, com artigos de Além das habilidades descritas nos níveis anteriores, os
divulgação científica característicos do domínio escolar. alunos compreendem os textos que compõem a prova,
Nesses dois gêneros, associam um termo a seu ante- pois identificam a temática geral, conseguem integrar in-
cedente, desde que ambos estejam no mesmo perío- formações e ler nas entrelinhas.
do em um contexto no qual não ocorra vocabulário Nas fábulas, associam um termo a seu antecedente,
complexo. Além disso, em fábulas, identificam a ação mesmo que este esteja em um contexto que apresen-
que desencadeia o conflito narrativo e estabelecem te vocabulário de maior complexidade; estabelecem re-
relações de causalidade, desde que os enunciados ocor- lações de causalidade, selecionando entre enunciados
ram imediatamente justapostos, enquanto compreendem concorrentes; identificam a ação que desencadeia o con-
genericamente a finalidade de artigos de divulgação flito, articulando enunciados do texto. Lidam com o pla-
científica do domínio escolar e localizam informações no expressivo da linguagem, reconhecendo o efeito de
que se encontrem no início dos períodos. sentido decorrente do uso da pontuação.
Em artigos de divulgação científica do domínio esco-
Nível de Desempenho: Bom lar, já reconhecem o tema do texto, mesmo quando este
(Acima de 66 até 83) não se encontre explícito; estabelecem relações de cau-
salidade em contextos em que haja causas e conseqüên-
Os alunos com desempenho bom acrescentam, a seu
cias mais próximas e mais remotas exigindo seleção;
nível de leitura, maior familiaridade para lidar com os
deduzem o sentido de uma palavra ou expressão, selecio-
diferentes gêneros textuais que integram a prova.
nando indícios em passagens explicativas subseqüentes.
Nas fábulas, inferem tanto o sentido de palavras pelo
Em notícias, reconhecem o tema e estabelecem relação
contexto da narrativa, como informações implícitas que
causa/conseqüência entre fatos, mesmo que estes se re-
dependem de repertório literário.
firam a aspectos diferentes do núcleo principal da notícia.
Em artigos de divulgação científica do domínio esco-
Em propagandas, reconhecem o efeito de sentido decor-
lar, associam um termo a seu antecedente, mesmo que
rente da escolha do estilo da fonte e, nos gêneros em que
este esteja em um período diferente, mas só estabelecem
predominam seqüências instrucionais do tipo “Como
relações de causalidade quando todos os elementos es-
fazer...”, conseguem associar detalhes da ilustração com
tão em um mesmo período. Deduzem o sentido de uma
passagens do texto escrito e localizam um procedimen-
palavra ou expressão que faça parte de uma enumera-
to específico da instrução geral.
ção em que haja termos familiares e reconhecem o tema
Em histórias em quadrinhos, já estabelecem relações
do texto desde que claramente introduzido no título.
entre o texto verbal e detalhes da ilustração, enquanto,
Em notícias, associam um pronome ou expressão nomi-
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO DOS ALUNOS
texto e localizam informações mesmo que o enuncia- Nos gêneros em que predominam seqüências instrucio-
do da questão remeta a uma passagem do texto, mas nais do tipo “Como fazer...”, já são capazes de localizar um
o dado buscado se encontre em outra. procedimento específico apenas na informação visual, sem
Em propagandas, operam com o plano expressivo da lin- que este esteja reiterado pelo texto verbal. Os alunos
guagem, estabelecendo relações entre o texto verbal e também compreendem a função das legendas e inter-
recursos gráfico-visuais. Identificam a finalidade da pro- pretam o que simbolizam sem apoio em dados numéri-
paganda mesmo quando esta promove produtos, mas cos; mostram-se capazes de selecionar informações que
explicitamente anuncia uma ação social. operam com maior número de dados em gráficos.
Tabela 13 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 3a Série do EF
Verifica-se, na Tabela 13, que os alunos da 3a série do EF da Rede Estadual e das redes munici-
pais que aderiram ao Saresp concentram-se nos níveis regular e bom da escala de desempenho construída
para a série, com 63,9% e 66,3% deles, respectivamente, situados nesses níveis. Nas escolas particu-
lares, por sua vez, a concentração se dá nos níveis bom e muito bom, com 67,7% dos estudantes.
Continuam a chamar a atenção, enfim, no que se refere às escolas estaduais e municipais, os altos per-
centuais de alunos localizados nos níveis insuficiente e abaixo do insuficiente (30% e 28%, respectiva-
mente), condição que reclama a atenção urgente das instâncias educacionais.
O Gráfico 7, apresentado a seguir, retrata a distribuição percentual de alunos nos níveis da
escala de desempenho em Leitura por escore verdadeiro, para a 3a série do EF da Rede Estadual
como um todo e das Coordenadorias de Ensino, nos períodos da manhã e da tarde.
Gráfico 7 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Escore Verdadeiro – 3a EF
Abaixo do Insuficiente (até 36) Insuficiente (acima de 36 até 45) Regular (acima de 45 até 66)
Bom (acima de 66 até 83) Muito Bom (acima de 83 até 92) Ótimo (acima de 92)
45
Cap_3_9- 23/3/07 6:19 PM Page 46
46
entre os da COGSP matriculados à tarde.Verificam-se, por outro lado, diferenças estatisticamente sig-
nificativas entre os percentuais de alunos localizados no nível abaixo do insuficiente na COGSP e na
CEI, com uma superioridade em relação aos da COGSP.
Apresenta-se, a seguir, a descrição propriamente dita da escala de desempenho em Leitura na
4a série do EF, bem como a distribuição dos alunos em seus níveis, na Tabela 14 e no Gráfico 8.
Nível de Desempenho: Abaixo do Insuficiente lavras ou de expressões a partir do contexto, bem como
(Até 39) deduzem a moral da fábula selecionando um provér-
bio que a expresse.
Os alunos nesse nível ainda não demonstram domínio
Em artigos de divulgação científica do domínio escolar,
das habilidades de leitura avaliadas pelos itens nos diver-
identificam a finalidade do texto mesmo em paráfrases
sos gêneros textuais da prova.
que façam uso de termos mais técnicos e inferem o sen-
tido de palavras apoiando-se em exemplos apresenta-
Nível de Desempenho: Insuficiente
dos no texto.
(Acima de 39 até 49)
São capazes também de estabelecer, em notícias, rela-
Nesse nível, os alunos demonstram habilidades de leitura ções de causa/conseqüência, desde que ocorra conec-
em apenas três gêneros textuais. Nas fábulas, identificam tivo relacionando os enunciados. Localizam informações
atributos do protagonista associados ao tema da narra- explícitas no texto que se relacionam com o verbo e ain-
tiva. Em artigos de divulgação científica do domínio es- da reconhecem o tema do texto quando expresso no
colar, estabelecem relações de causa/conseqüência se os título da notícia.
elementos implicados estiverem imediatamente justa- Identificam a finalidade de propagandas institucionais,
postos, além de localizarem informações explícitas que assim como reconhecem o tema, identificando quer o pro-
se referem a um atributo de um nome ou a um comple- duto anunciado, quer o comportamento promovido.
mento de um verbo. Finalmente, em histórias em qua- Identificam também a finalidade particular de roteiros
drinhos, relacionam o texto verbal a recursos visuais. de experimento e estabelecem relação entre o texto
verbal e a ilustração, apoiados em conhecimentos do
Nível de Desempenho: Regular senso comum, além de localizarem informações conti-
(Acima de 49 até 71) das em um dos procedimentos enumerados.
Em histórias em quadrinhos, relacionam o texto ver-
No nível regular, além das habilidades descritas no nível
bal a detalhes da ilustração, inferem o sentido figurado
anterior, os alunos revelam maior familiaridade com ar-
de expressões do texto e reconhecem outros valores,
tigos de divulgação científica característicos do domínio
além dos convencionais, que as onomatopéias podem
escolar e, em seguida, com histórias em quadrinhos.
assumir na seqüência narrativa. Os alunos são capazes
Nas fábulas, estabelecem relações de causa/conseqüên-
ainda de estabelecer relação entre os elementos anali-
cia quando os elementos envolvidos se articulam com a
sados e a simbologia das cores em gráficos, localizan-
trama principal e, em artigos de divulgação científica
do dados numéricos neles.
do domínio escolar, associam pronomes a seus referen-
tes e identificam a finalidade do texto, desde que clara-
mente indicada no título. Nível de Desempenho: Muito Bom
Quando apresentados a roteiros de experimento, con- (Acima de 86 até 94)
seguem identificar a finalidade do gênero, enquanto em
Nesse nível, os alunos que já dominam as habilidades
histórias em quadrinhos reconhecem o sentido decor-
descritas compreendem e interpretam os textos que
rente do uso de onomatopéias e inferem informações
compõem a prova, pois integram elementos do plano
implícitas que decorrem da compreensão do enredo.
do conteúdo aos do plano da expressão.
Em fábulas, associam um termo a seu referente, carac-
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO DOS ALUNOS
em períodos diferentes. Já reconhecem o tema da notí- zes também de interpretar gráficos selecionando infor-
cia sem apoio de informações constantes no título. mações entre as disponíveis nas diferentes colunas.
Identificam a finalidade de propaganda quando esta pro-
Nível de Desempenho: Ótimo
move produtos, mas explicitamente desenvolve campanha
(Acima de 94)
em prol de comportamentos valorizados. Conseguem
perceber o caráter metonímico das imagens, isto é, com- Os alunos nesse nível de desempenho adicionam às habi-
preendem como os diferentes elementos se associam ao lidades de leitura já adquiridas a de interpretar com pro-
tema geral da propaganda. Reconhecem o efeito de sen- priedade os elementos gráfico-visuais presentes nos tex-
tido decorrente do uso de pontuação. tos. Assim, em propagandas, compreendem o caráter
Em roteiros de experimento, estabelecem relações en- simbólico das ilustrações e conseguem associá-las ao
tre o texto verbal e a ilustração, mesmo que a conexão tema geral. Reconhecem, também, o efeito de sentido
entre ambos não seja facilitada pela diagramação do tex- decorrente da escolha do tamanho e estilo da fonte, en-
to, enquanto em histórias em quadrinhos conseguem quanto, em histórias em quadrinhos, inferem o sentido
inferir uma informação implícita que se articule ao tema de palavras ou expressões mesmo quando assumem um
abordado na seqüência narrativa. Os alunos são capa- valor que contrarie as expectativas do senso comum.
Tabela 14 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 4a Série do EF
Observa-se, na Tabela 14, que os alunos da 4a série do EF da Rede Estadual e das redes municipais
que aderiram ao Saresp concentram-se nos níveis regular e bom da escala de desempenho construída
para a série, com 63,2% e 64,1% deles, respectivamente, localizados nesses níveis. Nas escolas particulares,
por sua vez, a concentração se dá nos níveis bom e muito bom com 66,6% dos estudantes situados aí.
Como nas séries anteriores do EF, novamente chama a atenção, no que se refere às escolas estaduais e
municipais, a presença de altos percentuais de alunos nos níveis insuficiente e abaixo do insuficiente (30,4%
e 29,8%, respectivamente), fato que exige uma atenção mais detida por parte dos órgãos educacionais.
O Gráfico 8, que se segue, retrata a distribuição percentual de alunos nos níveis da escala de
desempenho em Leitura por escore verdadeiro, para a 4a série do EF, tanto para a Rede Estadual
como um todo, quanto para as Coordenadorias de Ensino. Os dados são apresentados por período.
Gráfico 8 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Escore Verdadeiro – 4a EF
Abaixo do Insuficiente (até 39) Insuficiente (acima de 39 até 49) Regular (acima de 49 até 71)
Bom (acima de 71 até 86) Muito Bom (acima de 86 até 94) Ótimo (acima de 94)
47
Cap_3_9- 23/3/07 6:19 PM Page 48
48
Percebe-se, no Gráfico 8, que na 4a série do EF os resultados dos alunos da manhã são esta-
tisticamente superiores aos da tarde, quando se consideram os dados da Rede Estadual (de manhã,
verificam-se percentuais maiores nos níveis regular, bom e muito bom). Quando se consideram os resul-
tados gerais das duas Coordenadorias de Ensino, por sua vez, nota-se uma semelhança na distribuição
dos percentuais de estudantes situados nos níveis regular e bom, mas uma superioridade da CEI no
que se refere àqueles localizados nos níveis muito bom e ótimo. Destaca-se, ainda, tanto na CEI como
na COGSP, um desempenho melhor dos alunos da manhã, presentes em percentuais superiores aos
da tarde nos níveis bom e muito bom, e menores no nível regular.
As tabelas 15 e 16, a seguir, mostram as médias de acertos dos estudantes (calculadas a par-
tir dos escores verdadeiros), os desvios-padrão e os coeficientes de variação relativos à 5a e à 6a séries
do EF, por dependência administrativa e período.
Dependência Coeficiente de
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa Variação
Estadual geral 458.020 54,81 14,81 0,27
Municipal geral 23.918 56,36 14,69 0,26
Particular geral 3.432 67,77 13,06 0,19
manhã 97.723 55,84 15,23 0,27
Estadual tarde 360.058 54,53 14,68 0,27
noite 239 50,59 14,49 0,29
manhã 14.246 57,17 14,80 0,26
Municipal tarde 9.588 55,20 14,43 0,26
noite 84 52,02 15,21 0,29
manhã 2.419 68,84 12,44 0,18
Particular
tarde 1.013 65,23 14,13 0,22
Dependência Coeficiente de
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa Variação
Estadual geral 448.870 62,67 14,09 0,22
Municipal geral 22.342 64,83 13,11 0,20
Particular geral 3.452 74,10 10,90 0,15
manhã 106.534 63,84 13,74 0,22
Estadual tarde 341.491 62,32 14,17 0,23
noite 845 57,39 14,19 0,25
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO DOS ALUNOS
A Tabela 15 evidencia, em primeiro lugar, uma semelhança entre as médias dos alunos matri-
culados em escolas estaduais e municipais, e uma superioridade dos resultados dos estudantes das
escolas particulares. Verifica-se, também, que nos turnos noturnos das redes públicas (estadual e muni-
cipais) as médias são mais baixas do que nos turnos diurnos, com diferenças estatisticamente signifi-
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Gráfico 9 Gráfico 10
64,8
63,6 63,8
62,7 62,3 63,1
61,6 61,8 61,6
57,1
56,0 55,8 55,6 58,1
54,8 57,4 57,0
54,5
53,4 53,7 53,4
51,8
50,6
47,3
49
Cap_3_9- 23/3/07 6:19 PM Page 50
50
continua.....>
Cap_3_9- 23/3/07 6:19 PM Page 51
de e ironia presentes nos quadrinhos, articulando seu sonificação que caracteriza o “eu lírico” e que, portan-
conhecimento prévio aos indícios presentes no texto. to, estrutura o texto em canções e, nos gêneros em que
Em fragmentos de novelas, caracterizam o protagonista predominam as seqüências instrucionais do tipo “Como
em seus atributos físicos e psicológicos e compreendem fazer...”, isolam qual procedimento precisa ser realizado
a função da vírgula para isolar uma expressão restritiva. entre dois apresentados.
Em artigos de divulgação científica publicados na impren- Estabelecem relação entre o texto verbal e a ilustração,
sa, identificam a finalidade específica do texto selecionado. em tarefas que exigem a compreensão global e conhe-
Reconhecem o efeito de sentido provocado pela per- cimento prévio da situação narrada, em tiras.
A Tabela 17, a seguir, mostra o percentual de alunos em cada nível da escala de desempenho
definida para a 5a série do EF.
Tabela 17 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 5a Série do EF
Nota-se, na tabela em questão, que os alunos da 5a série do EF da Rede Estadual e das redes
municipais que aderiram ao Saresp concentram-se nos níveis regular e bom da escala de desempenho
construída para a série, com 62,3% e 65,3% deles, respectivamente, nesses níveis. Nas escolas parti-
culares, por sua vez, a concentração se dá nos níveis bom e muito bom, com 68,8% dos estudantes nes-
ses patamares. Chama a atenção mais uma vez, nas escolas estaduais e municipais, a presença de altos
percentuais de alunos nos níveis insuficiente e abaixo do insuficiente (31,4% e 27,1%, respectivamente),
fato que demanda uma investigação mais aprofundada e a adoção de medidas corretivas por parte
das instâncias educacionais.
O Gráfico 11, que se segue, mostra o desempenho dos alunos da 5a série do EF da Rede Estadual
como um todo e das duas coordenadorias de ensino, a partir dos escores verdadeiros que alcança-
ram, por período.
Gráfico 11 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Escore Verdadeiro – 5a EF
Abaixo do Insuficiente (até 39) Insuficiente (acima de 39 até 46) Regular (acima de 46 até 62)
Bom (acima de 62 até 78) Muito Bom (acima de 78 até 88) Ótimo (acima de 88)
51
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52
Percebe-se, pelo exame do Gráfico 11, uma grande concentração de alunos dessa série nos
níveis regular e bom, tanto na Rede Estadual como um todo (62,1%), quanto nas Coordenadorias de
Ensino (60% na COGSP e 64% na CEI). No entanto, é importante ressaltar que os percentuais de
estudantes nos níveis insuficiente e abaixo do insuficiente são também muito altos nas três instâncias,
sobretudo no período noturno (no qual somam 41%) e, ainda no período noturno, principalmente
entre os alunos da COGSP (55,6%). Apesar da pequena quantidade de alunos dessa série no notur-
no, já apontada anteriormente, os percentuais observados são muito discrepantes em relação ao
esperado, sendo imperativa a adoção de providências urgentes para alterá-los.
A seguir, apresenta-se a escala de desempenho em Leitura definida para a 6a série do EF.
palavra, quando se solicita conhecimento de mundo, e o efeito de sentido decorrente da escolha de determina-
ainda reconhecem o tema do texto. das expressões.
Reconhecem a finalidade de texto publicitário (propa- Na leitura de um gráfico, estabelecem relação entre o
ganda) a partir de trechos transcritos do texto-base. texto verbal e os recursos gráfico-visuais, bem como lo-
Identificam, também, a ordem seqüencial dos procedi- calizam informação explícita no texto.
mentos contidos em textos instrucionais.
Em texto literário de entretenimento (HQ), os alunos Nível de Desempenho: Muito Bom
estabelecem relação entre o texto verbal e os recursos (Acima de 82 até 90)
gráfico-visuais e reconhecem os recursos empregados
para assinalar a transcrição da fala da personagem, quan- Além do domínio das habilidades anteriores, os alunos
do o conhecimento lingüístico específico pode prescin- nesse nível têm o desempenho mais relacionado a dife-
dir da compreensão do texto-base. rentes gêneros e já conseguem compreender que as
continua.....>
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Tabela 18 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 6a Série do EF
Nota-se, na tabela em questão, que, a exemplo do que ocorreu nas séries anteriores, os alu-
nos da 6a série do EF da Rede Estadual e das redes municipais que aderiram ao Saresp concentram-se
nos níveis regular e bom da escala de desempenho construída para a série, com 63,3% e 69,2% dos alu-
nos, respectivamente, nesses níveis. Nas escolas particulares, por sua vez, a concentração se dá nos níveis
bom e muito bom, com 68,3% dos estudantes nesses patamares. Nota-se novamente, enfim, nas escolas
estaduais e municipais, a presença de altos percentuais de alunos nos níveis insuficiente e abaixo do insu-
ficiente (30,3% e 23,7%, respectivamente), fato que demanda uma investigação mais aprofundada para a
identificação de suas causas, bem como a adoção urgente de medidas educacionais corretivas.
O Gráfico 12, a seguir, mostra a distribuição dos alunos nos níveis da escala de desempenho em
Leitura da 6a série do EF, tanto da Rede Estadual como um todo, quanto das duas Coordenadorias de En-
sino, por período.
53
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54
Gráfico 12 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Escore Verdadeiro – 6a EF
Abaixo do Insuficiente (até 47) Insuficiente (acima de 47 até 55) Regular (acima de 55 até 71)
Bom (acima de 71 até 82) Muito Bom (acima de 82 até 90) Ótimo (acima de 90)
A análise do gráfico revela uma concentração de alunos dessa série nos níveis regular e bom,
qualquer que seja a instância administrativa da Rede Estadual considerada (62,7% no Estado, 61,2% na
COGSP e 64% na CEI). Todavia, é importante ressaltar que os percentuais de estudantes nos níveis
insuficiente e abaixo do insuficiente são muito altos em todas as instâncias, sobretudo no período notur-
no (no qual somam 44,2%). Apesar da pequena quantidade de matrículas nessa série no noturno, os
percentuais observados ficam muito aquém do esperado, demandando providências urgentes das instân-
cias educacionais para alterá-los.
As tabelas 19 e 20 apresentam as médias de acertos dos alunos (calculadas a partir dos esco-
res verdadeiros alcançados por eles), os desvios-padrão e os coeficientes de variação relativos à 7a e
à 8a séries do EF, por dependência administrativa e período.
Dependência Coeficiente de
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa Variação
Estadual geral 410.023 60,90 13,10 0,22
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO DOS ALUNOS
Dependência Coeficiente de
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa Variação
Estadual geral 401.883 64,56 14,48 0,22
Municipal geral 16.456 67,74 13,53 0,20
Particular geral 3.250 77,75 10,63 0,14
manhã 256.536 65,79 14,20 0,22
Estadual tarde 118.502 63,50 14,50 0,23
noite 26.845 57,48 14,69 0,26
manhã 12.412 68,99 13,11 0,19
Municipal tarde 3.441 65,13 13,70 0,21
noite 603 56,77 13,83 0,24
manhã 2.458 78,47 10,12 0,13
Particular
tarde 792 75,52 11,80 0,16
A Tabela 19 revela, inicialmente, uma semelhança entre as médias dos alunos da 7a série do EF
matriculados em escolas estaduais e municipais, e uma superioridade dos resultados dos estudantes das
escolas particulares.Verifica-se, também, que no turno noturno das redes públicas (Estadual e munici-
pais) as médias são mais baixas do que nos turnos diurnos, apresentando em relação a estas diferenças
estatisticamente significativas, superiores a cinco pontos percentuais. No caso de alunos oriundos das
escolas particulares, percebe-se ainda que as médias são mais elevadas entre os alunos da manhã, quan-
do comparadas às obtidas pelos da tarde.
A Tabela 20, referente à 8a série do EF, reflete situação ligeiramente diferente. A média dos alu-
nos da Rede Estadual é um pouco inferior à dos estudantes das redes municipais, e bastante inferior à
dos matriculados nas escolas particulares. As médias dos estudantes dos turnos diurnos da Rede Esta-
dual são próximas, fato que não ocorre nas redes municipais, nas quais os alunos da manhã obtêm resul-
tados ligeiramente superiores aos da tarde. Os alunos do noturno, por sua vez, obtêm médias inferiores
às dos alunos dos turnos diurnos, tanto na Rede Estadual quanto nas redes municipais. Os estudantes das
escolas particulares, enfim, alcançam médias superiores às dos das demais redes, e seus alunos da manhã
e da tarde apresentam desempenho equivalente.
O exame dos desvios-padrão e dos coeficientes de variação referentes aos dados dessas duas séries
mostra um grau pequeno de heterogeneidade dos resultados.Tanto na 7a quanto na 8a série, os resultados dos
alunos se encontram dentro do patamar de heterogeneidade julgado aceitável no Saresp, ou próximos dele.
Os gráficos 13 e 14, a seguir, focalizam o desempenho em Leitura dos alunos da 7a e 8ª séries tan-
to da Rede Estadual como um todo, quanto das duas Coordenadorias de Ensino, por período.
Gráfico 13 Gráfico 14
67,1
65,6 65,8
62,1 62,6 64,6 64,3 64,1
60,8 61,6 63,3 63,5
60,9 62,1 62,9
59,5 60,0
58,7
58,7
55,8 57,5
55,6
55,4 55,4
55
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 56
56
O Gráfico 13, referente à 7a série do EF, mostra um desempenho homogêneo dos alunos da
Rede Estadual, quando considerados no total. A análise desse desempenho por período, todavia, reve-
la que os resultados dos estudantes da manhã e da tarde são equivalentes, enquanto os do período no-
turno apresentam uma diferença para pior estatisticamente significativa. Examinando-se a distribuição
dos dados por Coordenadoria de Ensino, verifica-se que, apesar de os desempenhos também se mos-
trarem relativamente homogêneos, os alunos da CEI do período da manhã alcançam resultados supe-
riores aos da COGSP.
O Gráfico 14, relativo à 8a série do EF, revela resultados semelhantes aos observados para a 7a
série. Verifica-se um desempenho homogêneo dos alunos, com exceção daquele referente aos estu-
dantes do período noturno, que apresentam médias mais baixas do que os dos outros turnos, nas duas
Coordenadorias de Ensino. Não se percebem, contudo, diferenças estatisticamente significativas entre
os resultados dos alunos dos dois turnos diurnos (manhã e tarde) quando se considera o total de alu-
nos do Estado ou o total de estudantes de cada uma das duas Coordenadorias.
Apresenta-se, a seguir, a escala de desempenho em Leitura definida para a 7a série do EF.
Nível de Desempenho: Abaixo do Insuficiente rentes gêneros, mas continuam apoiando-se em uma lei-
(Até 47) tura como decodificação, que se distancia da integração
dos vários elementos que concorrem para a constituição
Os alunos nesse nível não demonstram domínio das ha-
dos sentidos de um texto.
bilidades de leitura avaliadas pelos itens nos diversos
São capazes de associar um termo a seu referente no
gêneros textuais da prova.
texto literário (fábula), quando o elemento coesivo está
no mesmo parágrafo, e de identificar o conflito gerador
Nível de Desempenho: Insuficiente
do enredo da narrativa. Inferem ainda valores implícitos,
(Acima de 47 até 53)
a partir do ponto de vista do narrador, quando não há
Nesse nível de desempenho, são poucas as habilidades possibilidade de mobilizar diretamente o conhecimento
demonstradas pelos alunos. Em texto jornalístico (no- prévio sem voltar para o texto-base. Reconhecem tam-
tícia), localizam informação explícita relacionada a seu bém o efeito de sentido decorrente do uso de pontuação.
conhecimento de mundo. Estabelecem, também, rela- Identificam a finalidade do texto em roteiro de expe-
ção entre texto verbal e recursos gráfico-visuais, quan- rimento científico e em artigo de divulgação científica.
do há transcrição de parte do próprio texto escrito da Neste, localizam também informação explícita no texto.
propaganda. São capazes, em texto literário (poema), de associar um
Conseguem, ainda, identificar a ordem seqüencial dos termo a seu referente e de inferir o sentido de uma pala-
procedimentos de roteiro de experimento. vra de pouco uso. Reconhecem ainda o efeito de sentido
obtido a partir da linguagem figurada, quando são soli-
Nível de Desempenho: Regular citados a mostrar o domínio dos usos da língua (metáfo-
(Acima de 53 até 68) ra, por exemplo), tanto em poema como em propaganda.
Em notícia, estabelecem a relação causa/conseqüência,
No nível regular de desempenho, os alunos, além das ha-
mesmo quando não há uso de nomenclatura específica.
bilidades descritas, apresentam um domínio de leitura em
Em roteiro de experimento científico, estabelecem re-
que partes parafraseadas ou transcritas do texto-base
lação entre texto verbal e recursos gráfico-visuais.
sinalizam um processo de leitura baseado na localização
Reconhecem o efeito de sentido de uma palavra ou
de informação explícita. Os alunos, em artigo de divul-
expressão em artigo de opinião; reconhecem também o
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO DOS ALUNOS
Os alunos reconhecem o tema do texto, tanto em fá- Em roteiro de experimento científico, estabelecem a
bula, quanto em artigo de divulgação científica. São relação entre texto verbal e recursos gráfico-visuais.
capazes de inferir informação implícita em artigo de di-
vulgação científica. Nível de Desempenho: Ótimo
Inferem também o sentido de uma palavra de um po- (Acima de 89)
ema, quando se exige a relação entre idéias gerais e o Os alunos que apresentam desempenho ótimo acres-
conhecimento de mundo do leitor. centam às habilidades descritas nos níveis anteriores a
Em notícia, inferem uma informação do texto. de compreender, em artigo de opinião, a relação entre a
Em texto publicitário (propaganda), reconhecem a fina- tese e os argumentos.
lidade do texto e o efeito de sentido obtido a partir da São capazes também de reconhecer o tema de texto
linguagem figurada. literário (conto).
Apresenta-se, a seguir, a Tabela 21, com a distribuição percentual dos alunos nos níveis da escala
de desempenho em Leitura definida para a 7a série, por dependência administrativa.
Tabela 21 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 7a Série do EF
Dependência Abaixo do
Total Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Administrativa Insuficiente
Estadual 410.023 15,2 14,6 37,9 24,9 6,5 0,1
Municipal 19.526 12,0 13,2 38,4 28,3 7,6 0,2
Particular 3.350 2,7 4,1 23,7 42,2 26,4 0,8
Observa-se, na tabela em questão, que, a exemplo do que ocorreu nas séries anteriores, os
alunos da 7a série do EF da Rede Estadual e das redes municipais que aderiram ao Saresp concen-
tram-se nos níveis regular e bom da escala de desempenho construída para a série, com 62,8% e 66,7%
dos alunos, respectivamente, nesses níveis. Nas escolas particulares, por sua vez, a concentração se dá
nos níveis bom e muito bom, com 68,6% dos estudantes nesses patamares. Destaca-se ainda, como nas
séries anteriores, a presença de altos percentuais de alunos nos níveis insuficiente e abaixo do insufi-
ciente (29,8% e 25,2%, respectivamente) nas escolas estaduais e municipais, situação que demanda um es-
tudo mais aprofundado, assim como a adoção de medidas educacionais urgentes para superá-la.
O Gráfico 15, que se segue, mostra a distribuição dos alunos das escolas públicas estaduais nos
níveis da escala de desempenho em Leitura da 7a série do EF, distribuição esta feita a partir dos esco-
res verdadeiros que alcançaram, apresentada, por período, para o Estado como um todo e para as
duas Coordenadorias de Ensino.
57
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58
Gráfico 15 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Escore Verdadeiro – 7a EF
Abaixo do Insuficiente (até 47) Insuficiente (acima de 47 até 53) Regular (acima de 53 até 68)
Bom (acima de 68 até 81) Muito Bom (acima de 81 até 89) Ótimo (acima de 89)
O Gráfico 15 revela uma concentração dos alunos dessa série nos níveis regular e bom (64,2%
no Estado como um todo, 61,5% na COGSP e 66,5% na CEI). Entretanto, é importante ressaltar que
os percentuais de alunos nos níveis insuficiente e abaixo do insuficiente são muito altos, sobretudo no
período noturno (no qual somam 45,8%) e, ainda no período noturno, entre os alunos da COGSP (em
que totalizam 48%). Os percentuais observados são inaceitáveis, demandando providências urgentes
para sua alteração.
Apresenta-se, a seguir, a escala de desempenho em Leitura definida para a 8a série do EF.
Nesse nível de desempenho, os alunos apresentam do- tico (notícia), inferem informação implícita. Localizam
mínio de algumas habilidades. Em artigo de divulgação informação explícita, em artigo de divulgação científi-
científica, localizam informação explícita. ca, quando há a exigência de conhecimento de certos
Identificam a finalidade do texto de propaganda, quan- conceitos científicos. Reconhecem o tema de notícia,
do não há mobilização do seu conhecimento prévio, e quando se exige que façam uma relação da parte trans-
de roteiro de confecção de objeto, quando se exige que crita e seu conhecimento de mundo.
elaborem uma hipótese interpretativa, a partir da com- Estabelecem relação entre texto verbal e recursos grá-
preensão global do texto. fico-visuais de uma propaganda, e relação de cau-
Em texto literário de entretenimento (HQ), estabelecem sa/conseqüência, em roteiro de confecção de objeto.
relação entre texto verbal e recursos gráfico-visuais pre- Neste, identificam a ordem seqüencial dos procedi-
sentes e ainda reconhecem o efeito de sentido do uso mentos.
específico de pontuação. Reconhecem o tema de um artigo de opinião.
continua.....>
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Nível de Desempenho: Bom como uma produção, cujas intenções estão marcadas
(Acima de 73 até 85) também nas pistas lingüísticas selecionadas.
São capazes, em texto literário (crônica), de inferir a iro-
Nesse nível, os alunos ainda estão presos à paráfrase e
nia que decorre do ponto de vista do narrador.
à transcrição do texto-base, mas começam a compreen-
Reconhecem o tema de artigo de divulgação científica,
der o texto e seu contexto, pois identificam a finalidade
quando se exige que, baseados na compreensão total do
daquele e já têm maior compreensão do papel da infe-
texto, comprovem sua hipótese com parte parafraseada
rência no processo de ler. Quanto aos gêneros, há o
do texto.
acréscimo de respostas assertivas relativas ao poema,
Em texto literário (poema), associam um termo a seu
gênero cujo trabalho de linguagem tem exigências bem
referente.
específicas, no plano da expressão.
Estabelecem relação causa/conseqüência entre parte de
Além das habilidades descritas anteriormente, na pro-
um texto jornalístico (notícia), e também relação entre
gressão crescente do desempenho em leitura, os alunos,
texto verbal e recursos gráfico-visuais em texto publi-
em texto literário (crônica), reconhecem o tema do texto.
citário (propaganda).
Em artigo de divulgação científica, estabelecem a relação
Identificam a ordem seqüencial dos procedimentos em
de causa/conseqüência a partir da coesão seqüencial, e
roteiro para confecção de objeto.
identificam a finalidade do texto, a partir de seu título.
Em texto literário de entretenimento (HQ), inferem
São capazes de inferir o sentido de uma palavra em tex-
informação implícita no texto e ainda o ponto de vista
to literário (poema). Reconhecem ainda o efeito de sen-
do narrador.
tido de linguagem figurada, habilidade que demonstram
também em texto publicitário (propaganda). Nível de Desempenho: Ótimo
Identificam a finalidade de texto publicitário (propagan- (Acima de 92)
da), quando se exige uma compreensão fundamentada
numa interpretação, sem possibilidade de mobilizar di- Os alunos de desempenho ótimo, nos diversos gêne-
retamente o conhecimento prévio. ros e habilidades presentes na prova, demonstram que
Em texto jornalístico (artigo de opinião), inferem infor- contam com seus conhecimentos de mundo para tra-
mação implícita e reconhecem o efeito de sentido de balhar com suas interpretações de texto.
uma expressão, quando se exige que apliquem conhe- Em texto literário (crônica), reconhecem os efeitos de
cimento semântico. sentido decorrentes do uso de pontuação.
Inferem o ponto de vista do narrador em HQ. Inferem o sentido de uma palavra de artigo de divulga-
ção científica, quando é necessário conhecimento semân-
Nível de Desempenho: Muito Bom tico no processamento da leitura.
(Acima de 85 até 92) Estabelecem relação entre texto verbal e recursos grá-
fico-visuais em roteiro de confecção de objetos e entre
Os alunos têm desempenho semelhante ao do nível an- a tese e os argumentos em artigo de opinião. Neste gê-
terior em termos dos gêneros, mas apresentam um avan- nero, inferem o ponto de vista do autor, elaborando uma
ço importante na direção de compreenderem o texto hipótese interpretativa a seu respeito como um todo.
Segue-se a Tabela 22, que mostra, por dependência administrativa, a distribuição percentual de
alunos nos níveis da escala de desempenho em Leitura definida para a 8a série do EF.
Tabela 22 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 8a Série do EF
Dependência Abaixo do
Total Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Administrativa Insuficiente
Estadual 401.883 16,0 13,6 36,6 27,2 5,9 0,0
Municipal 16.456 10,8 11,2 36,9 33,3 7,6 0,0
Particular 3.250 2,1 2,7 19,6 48,7 26,4 0,2
A exemplo do que se verificou nas séries anteriores, a Tabela 22 revela que os alunos da 8a
série do EF da Rede Estadual e das redes municipais que aderiram ao Saresp concentram-se nos níveis
regular e bom da escala de desempenho construída para a série, com 63,8% e 70,2% dos alunos, res-
pectivamente, nesses níveis. Nas escolas particulares, por sua vez, a concentração se dá nos níveis bom
59
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60
e muito bom, com 75,1% dos estudantes nesses patamares. Chama a atenção e exige providências ur-
gentes, ainda mais uma vez, nas escolas estaduais e municipais, a presença de altos percentuais de alunos
nos níveis insuficiente e abaixo do insuficiente (29,6% e 22%, respectivamente).
O Gráfico 16, que se segue, mostra, por dependência administrativa e período, a distribuição
dos alunos das escolas públicas estaduais nos níveis da escala de desempenho da 8a série do EF, distri-
buição esta feita a partir dos escores verdadeiros que alcançaram e apresentada para o Estado como um
todo e para as duas Coordenadorias de Ensino.
Gráfico 16 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Escore Verdadeiro – 8a EF
Abaixo do Insuficiente (até 48) Insuficiente (acima de 48 até 57) Regular (acima de 57 até 73)
Bom (acima de 73 até 85) Muito Bom (acima de 85 até 92) Ótimo (acima de 92)
No Gráfico 16, observa-se uma concentração de alunos dessa série nos níveis regular e bom
(64,1% no Estado como um todo, 62,2% na COGSP e 65,8% na CEI). Entretanto, é importante res-
saltar que os percentuais de alunos nos níveis insuficiente e abaixo do insuficiente são muito altos, so-
bretudo no período noturno (no qual somam 49,9%) e, ainda no período noturno, entre os alunos
da COGSP (num total de 55,4%). Reafirma-se ainda mais uma vez que esses altos percentuais observa-
dos representam resultados muito discrepantes em relação ao esperado para a última série do Ensino
Fundamental, demandando providências corretivas urgentes por parte das instâncias educacionais.
O desempenho dos alunos do EM será caracterizado, como no caso do EF, por um conjunto
de tabelas e gráficos que resumem os resultados alcançados por período e pela média do escore ver-
dadeiro dos estudantes de todas as redes que participaram do Saresp 2004, bem como pela distri-
buição dos alunos da Rede Estadual como um todo e de cada Coordenadoria de Ensino nos níveis
das escalas de habilidades de Leitura referentes a cada série.
As tabelas 23, 24 e 25 apresentam as médias de acertos dos alunos (calculadas a partir dos
escores verdadeiros), os desvios-padrão e os coeficientes de variação relativos à 1a, à 2a e à 3a séries
do EM, por dependência administrativa e por período.
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Dependência Coeficiente de
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa Variação
Estadual geral 507.828 56,61 12,39 0,22
Municipal geral 649 59,80 11,65 0,19
Particular geral 3.318 67,67 14,17 0,21
manhã 287.124 58,26 12,52 0,21
Estadual tarde 59.375 58,55 11,33 0,19
noite 161.329 52,95 11,72 0,22
manhã 102 63,73 9,57 0,15
Municipal tarde 30 66,49 7,12 0,11
noite 517 58,64 11,94 0,20
manhã 2.278 67,69 15,70 0,23
Particular tarde 226 70,85 10,29 0,15
noite 814 66,75 9,81 0,15
Dependência Coeficiente de
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa Variação
Estadual geral 456.504 55,82 10,86 0,19
Municipal geral 671 60,23 10,05 0,17
Particular geral 2.568 67,28 9,49 0,14
manhã 216.258 57,83 10,61 0,18
Estadual tarde 19.490 56,86 10,96 0,19
noite 220.756 53,75 10,71 0,20
manhã 229 63,78 8,96 0,14
Municipal
noite 442 58,40 10,10 0,17
manhã 1.656 67,90 9,41 0,14
Particular tarde 138 71,33 7,44 0,10
noite 774 65,23 9,59 0,15
Dependência Coeficiente de
Período N0 de Alunos Média Desvio-padrão
Administrativa Variação
Estadual geral 387.509 62,70 13,23 0,21
Municipal geral 623 65,70 12,93 0,20
Particular geral 2.159 75,64 11,25 0,15
manhã 147.080 66,26 12,83 0,19
Estadual tarde 7.181 65,80 12,40 0,19
noite 233.248 60,36 12,98 0,22
manhã 175 70,03 12,43 0,18
Municipal
noite 448 64,01 12,75 0,20
manhã 1.142 77,06 12,00 0,16
Particular tarde 152 80,06 6,52 0,08
noite 865 72,98 10,26 0,14
61
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62
A Tabela 23 revela, inicialmente, uma diferença entre as médias dos alunos da 1a série do EM
matriculados em escolas estaduais, municipais e particulares. Observa-se que os alunos das escolas
estaduais são aqueles que obtêm a menor média, quando se considera o total de estudantes, e que
os das particulares são os que obtêm as maiores. Cabe lembrar aqui, contudo, que a quantidade de
alunos do EM das redes municipais e das escolas particulares avaliados pelo Saresp é extremamente
reduzida (649 das escolas municipais e 3.318 das particulares), o que impede maiores conclusões a
partir desses resultados.
Analisando-se os dados obtidos segundo o período, verifica-se que no noturno, qualquer que
seja a rede, as médias são mais baixas do que nos turnos diurnos, apresentando em relação a estas
diferenças estatisticamente significativas. Entre os alunos da Rede Estadual e das redes municipais, não
se notam diferenças estatisticamente significativas entre as médias alcançadas pela manhã e à tarde.
No caso de estudantes oriundos das escolas particulares, todavia, percebe-se que as médias são mais
elevadas entre os alunos da tarde, quando comparadas às obtidas pelos da manhã.
A Tabela 24, referente à 2a série do EM, e a Tabela 25, relativa à 3a série do EM, refletem situa-
ção bastante semelhante. A média dos alunos da Rede Estadual é um pouco inferior à dos estudan-
tes das redes municipais, e bastante inferior à dos alunos das escolas particulares (embora a quanti-
dade de alunos das escolas municipais e particulares avaliados pelo Saresp seja, como na 1a série do
EM, bastante reduzida – respectivamente, 671 e 2.568, na 2a série do EM, e 623 e 2.159, na 3a série
do EM). As médias dos estudantes dos turnos diurnos da Rede Estadual são próximas, fato que não
ocorre nas escolas particulares, nas quais os alunos da tarde obtêm resultados ligeiramente superiores
aos da manhã. Nas escolas municipais, por sua vez, não é possível comparar os turnos diurnos, já que
as escolas municipais que participaram do Saresp não possuem classes no período da tarde nessas
séries. Os alunos do noturno, por sua vez, obtêm médias inferiores às dos alunos dos turnos diurnos,
qualquer que seja a rede considerada. Os estudantes das escolas par ticulares, enfim, alcançam
médias superiores às dos das demais redes, e seus alunos da manhã e da tarde apresentam desem-
penho equivalente.
O exame dos desvios-padrão e dos coeficientes de variação referentes aos dados dessas três séries
mostra um grau pequeno de heterogeneidade dos resultados. Em todas as séries do EM, os resultados dos
alunos se encontram dentro do patamar de heterogeneidade julgado aceitável no Saresp, ou próximos dele.
Apresentam-se, a seguir, os gráficos 17, 18 e 19, que mostram o desempenho dos alunos da Re-
de Estadual como um todo e das duas Coordenadorias de Ensino, por período.
Gráfico 17 Gráfico 18
59,3 58,6
58,3 58,5 58,6 57,8
58,8
57,5 57,2 56,8 56,9 57,3
56,6 56,7
55,6 55,8 56,1
54,9 54,4
53,8 53,8
52,9 53,1
52,0
66,3 67,1
65,3 65,8 65,3 66,0
63,9
62,7
61,5 60,4 61,6
59,2
continua.....>
63
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 64
64
.....>continuação
ensão global do texto, além das descritas no nível anterior. quanto, em artigo de divulgação científica, estabelecem
Em artigo de opinião, reconhecem o efeito de sentido relação lógico-discursiva de restrição entre proposi-
de expressão por substituição por outra de mesmo va- ções do texto e inferem informação implícita por
lor semântico e também a tese defendida no texto por meio de análise e síntese de dados apresentados
meio de relação com seu conhecimento pessoal. Es- no texto.
tabelecem relação lógico-discursiva de contraste entre pro- Os alunos reconhecem a síntese com base na com-
posições do texto e relação entre tese e argumentos preensão global do texto, em notícias; em crônica/
justapostos em parte do texto. Inferem pressuposto a conto, reconhecem também o efeito decorrente da
partir de expressão destacada do texto, decorrente do escolha de uma palavra por inferência de seu sentido
ponto de vista do autor. no texto. Inferem, a partir de elementos presentes no
Em artigo de divulgação científica, reconhecem a sín- texto, a ironia decorrente do ponto de vista do nar-
tese com base na compreensão global do texto. Identi- rador e ainda articulam a obra com seu contexto de
ficam termo técnico explicitado por continuidade em produção.
parte do texto e inferem informação implícita por subs- Em poema, reconhecem o gênero por suas caracte-
tituição por outra de mesmo valor semântico. rísticas estruturais, assim como localizam expressões do
Em notícias, são capazes de reconhecer a síntese que texto relacionadas ao destinatário, em carta ao leitor.
pode ser inferida pelo título do texto, enquanto, em
propaganda, identificam índices lingüísticos referentes ao Nível de Desempenho: Ótimo
público-alvo do texto e estabelecem relação entre te- (Acima de 85)
se e argumento identificado no texto.
Os alunos nesse nível interpretam mais criticamente os
Em crônica/conto, reconhecem o efeito de sentido de-
gêneros que integram a prova e apresentam habilidades
corrente da escolha de uma expressão por continuidade
explícita em parte do texto, além do efeito estilístico de mais relacionadas ao plano expressivo da linguagem, além
linguagem figurada (antítese), em poema. dos domínios descritos nos níveis anteriores.
Em carta ao leitor, inferem informação implícita no tex- Reconhecem o efeito de sentido expressivo de uma metá-
to, relacionando as partes do texto, e analisam o senti- fora, estabelecem relação lógico-discursiva de tempora-
do implícito de recurso expressivo de adjetivação. lidade entre proposições do texto e inferem, a partir de
expressão destacada do texto, termos de uso restrito que
Nível de Desempenho: Muito Bom indicam o ponto de vista do autor, em artigo de opinião.
(Acima de 75 até 85) Em artigo de divulgação científica, estabelecem rela-
Nesse nível, os alunos compreendem os gêneros que ção lógico-discursiva de comparação entre as proposi-
integram a prova e dominam habilidades que requerem ções do texto, enquanto, em poema, associam um termo
compreensão global do texto e comprovação dessa com- a seu referente no texto (coesão referencial, pronome
preensão em partes específicas do texto, além das ha- possessivo). Os alunos também inferem informações
bilidades descritas nos níveis anteriores. implícitas no texto por meio de sua compreensão glo-
Em artigo de opinião, estabelecem relação lógico-dis- bal e estabelecem relação entre tese e argumento, infe-
cursiva de condição entre proposições do texto, en- rido em parte do texto, em carta ao leitor.
Segue-se a Tabela 26, que mostra, por dependência administrativa, a distribuição percentual de
alunos nos níveis da escala de desempenho em Leitura definida para a 1a série do EM.
Tabela 26 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 1a Série do EM
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO DOS ALUNOS
A Tabela 26 revela que, a exemplo do que ocorre no EF, os alunos da 1a série do EM da Rede
Estadual e das redes municipais que aderiram ao Saresp concentram-se nos níveis regular e bom da
escala de desempenho construída para a série, com 62,8% e 71% dos alunos, respectivamente, nesses
níveis. Nas escolas particulares, por sua vez, a concentração se dá nos níveis bom e muito bom, com 72%
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 65
Gráfico 20 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Escore Verdadeiro – 1a EM
Abaixo do Insuficiente (até 43) Insuficiente (acima de 43 até 50) Regular (acima de 50 até 63)
Bom (acima de 63 até 75) Muito Bom (acima de 75 até 85) Ótimo (acima de 85)
O exame do Gráfico 20 mostra uma concentração de alunos dessa série nos níveis regular e
bom, qualquer que seja a instância considerada (61,6% no Estado, 59,4% na COGSP e 63,6% na CEI).
No entanto, cumpre ressaltar que os percentuais de alunos nos níveis insuficiente e abaixo do insufi-
ciente são muito altos, sobretudo no período noturno (no qual somam 41,7%) e, ainda no período
noturno, entre os alunos da COGSP (em que totalizam 45%). Reafirmamos ainda uma vez que esses
altos percentuais observados estão a reclamar providências urgentes das instâncias educacionais no
sentido de sua alteração.
Apresenta-se, a seguir, a escala de desempenho em Leitura definida para a 2a série do EM.
Nível de Desempenho: Abaixo do Insuficiente tícia, identificam a finalidade do texto, de acordo com sua
(Até 44) função social, e localizam informação explícita no texto.
Em crônica, reconhecem o efeito de duplo sentido de
Os alunos nesse nível ainda não demonstram domínio
vocábulo e também reconhecem o tema em poema, as-
das habilidades de leitura avaliadas pelos itens nos diver-
sociando-o a seu conhecimento pessoal.
sos gêneros textuais da prova.
Nesse nível, os alunos, em artigo de divulgação cientí- Em relação aos gêneros que integram a prova, os alu-
fica, estabelecem relação lógico-discursiva de restrição nos revelam familiaridade com quase todos os gêneros
entre proposições explícitas do texto, enquanto, em no- (menos propaganda e conto/crônica) e apresentam ha-
continua.....>
65
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 66
66
.....>continuação
bilidades mais relacionadas à integração com seu conheci- Nível de Desempenho: Muito Bom
mento de mundo, além daquelas descritas no nível anterior. (Acima de 72 até 81)
Os alunos reconhecem marcas de temporalidade da
Nesse nível, os alunos compreendem os gêneros que
narração de um poema e analisam o efeito de sentido
integram a prova e dominam habilidades que requerem
de uso de expressão metafórica de domínio público.
compreensão global do texto e comprovação dessa com-
Em carta ao leitor, inferem informação implícita no texto
preensão em partes específicas do texto, além das ha-
associada a seu conhecimento de mundo.
bilidades descritas nos níveis anteriores.
Em artigo de opinião, estabelecem relação lógico-dis-
Nível de Desempenho: Bom
cursiva por condição entre proposições do texto e re-
(Acima de 61 até 72)
conhecem a tese defendida, por inferência do ponto de
Os alunos nesse nível apresentam maior familiaridade vista do autor.
para lidar com os diferentes gêneros textuais que inte- Em artigo de divulgação científica, reconhecem a sín-
gram a prova e dominam habilidades de identificação e tese do texto, expressando-a sob forma de possível
recuperação de informações no texto, além das descri- título para o texto. Identificam o sentido de termo téc-
tas no nível anterior. nico por sua função específica no texto, enquanto, em
Em artigo de opinião, reconhecem o efeito de sentido crônica/conto, reconhecem o efeito de sentido de ex-
de expressão por complemento de argumentos para- pressão estilística (arcaísmo) e inferem, a partir de ele-
frásticos do texto, bem como a tese defendida, explici- mentos presentes no texto, uso de expressão metafó-
tada por afirmação em par te do texto. Estabelecem rica, decorrente do ponto de vista do narrador.
relação lógico-discursiva de causalidade entre proposições Os alunos reconhecem o gênero por suas características
do texto, e também relação entre tese e argumento res- estruturais (verso, rima, ritmo e sonoridade) e associam
tritivo e tese e justificativa explícita no texto. Inferem o expressão a seu referente no texto por substituição,
sentido de expressão por substituição parafrástica. em poema.
Em artigo de divulgação científica, identificam o sentido Em carta ao leitor, localizam expressões do texto rela-
de termo técnico de uso público e estabelecem relação cionadas ao destinatário, inferem informação implícita
lógico-discursiva de ligação entre proposições do texto. no texto, pressuposta em parte do texto, e estabele-
Inferem informação implícita, associando-a a seu conhe- cem relação entre tese e argumento restritivo presen-
cimento de mundo. te em parte do texto.
Em notícia, reconhecem a síntese por afirmação em parte
do texto, enquanto, em propaganda, identificam índices lin- Nível de Desempenho: Ótimo
güísticos referentes ao público-alvo do texto e inferem, (Acima de 81)
com base em seu conhecimento pessoal, pressuposição
Os alunos nesse nível interpretam mais criticamente os
decorrente do ponto de vista do autor. São capazes tam-
gêneros que integram a prova e apresentam habilidades
bém de estabelecer relação entre texto verbal e recursos
mais relacionadas ao plano expressivo da linguagem, além
gráfico-visuais e relação entre tese e argumento afirmativo
dos domínios descritos nos níveis anteriores, e acrescen-
localizado em parte do texto. Inferem informação implí-
cita no texto, reafirmada por seu conhecimento pessoal. tam as seguintes habilidades:
Em crônica/conto, localizam informação explícita no Em artigo de opinião, reconhecem o efeito de sentido
texto por retomada parafrástica e, em poema, reconhe- expressivo de uma metáfora e estabelecem relação ló-
cem o efeito estilístico de linguagem figurada (antítese), gico-discursiva de contraste e de restrição entre propo-
assim como associam termo a seu referente no texto sições do texto. São capazes também de inferir o sentido
por disjunção entre versos. de termo de uso restrito e de expressão metafórica e, em
Em carta ao leitor, estabelecem relação entre tese e jus- artigo de divulgação científica, reconhecem a síntese, ex-
tificativa, associando-a a seu conhecimento de mundo. pressando-a em possível resumo para o texto.
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO DOS ALUNOS
Segue-se a Tabela 27, que mostra, segundo a dependência administrativa, a distribuição percen-
tual de alunos nos níveis da escala de desempenho em Leitura definida para a 2a série do EM.
Tabela 27 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 2a Série do EM
Gráfico 21 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Escore Verdadeiro – 2a EM
Abaixo do Insuficiente (até 44) Insuficiente (acima de 44 até 49) Regular (acima de 49 até 61)
Bom (acima de 61 até 72) Muito Bom (acima de 72 até 81) Ótimo (acima de 81)
No Gráfico 21, percebe-se uma concentração de alunos dessa série nos níveis regular e bom,
qualquer que seja a instância administrativa considerada (64% no Estado, 62,3% na COGSP e 65,7%
na CEI). Verificam-se novamente, ainda, como em todas as demais séries, altos percentuais de alunos
nos níveis insuficiente e abaixo do insuficiente, sobretudo no período noturno (no qual somam 36%) e,
ainda no período noturno, entre os alunos da COGSP (em que somam 38,4%). Providências urgen-
tes das instâncias educacionais para alterá-los são, evidentemente, imperativas.
Apresenta-se, a seguir, a escala de desempenho em Leitura definida para a 3a série do EM.
67
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 68
68
a prova e dominam habilidades de compreensão global Os alunos nesse nível interpretam mais criticamente os
do texto, além das descritas no nível anterior. gêneros que integram a prova e apresentam habilidades
Em artigo de opinião, reconhecem a tese defendida no mais relacionadas ao plano expressivo da linguagem, além
texto, associada a seu conhecimento de mundo. Estabele- dos domínios descritos nos níveis anteriores.
cem relação lógico-discursiva de ligação entre proposi- Em artigo de opinião, reconhecem o efeito de sentido de
ções do texto e relação entre tese e argumento explícito expressão metafórica e de expressão de uso restrito,além de
em parte do texto, inferem o sentido de palavra de uso estabelecerem relação lógico-discursiva de condição entre
restrito e o pressuposto, a partir de expressão destaca- proposições do texto, em artigo de divulgação científica.
da do texto, decorrente do ponto de vista do autor. Os alunos são capazes de analisar o efeito de sentido de
Em artigo de divulgação científica, são capazes de re- repetição de imagens poéticas em poema e de inferir in-
conhecer a síntese, com base na organização das infor- formação implícita no texto, de ordem restritiva. Estabe-
mações do texto; de identificar o sentido de expressão lecem relação entre tese e argumento por pressuposição,
técnica por sua função específica no texto; de estabe- em carta ao leitor.
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 69
Tabela 28 – Distribuição Percentual dos Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho, por Dependência
Administrativa – 3a Série do EM
A Tabela 28 revela, à semelhança do que ocorreu nas séries anteriores do EM, uma concen-
tração dos alunos da 3a série do EM da Rede Estadual e das redes municipais que aderiram ao Saresp
nos níveis regular e bom da escala de desempenho construída para a série, com 63,7% e 69,2% dos es-
tudantes, respectivamente, nesses níveis. Nas escolas particulares, por sua vez, a concentração se dá nos
níveis bom e muito bom, com 71,2% dos estudantes nesses patamares.Verificam-se nas escolas estaduais
e municipais, como nas séries anteriores, altos percentuais de alunos nos níveis insuficiente e abaixo do
insuficiente (29,3% e 20,3%, respectivamente).
O Gráfico 22, que se segue, mostra, por período, a distribuição de alunos das escolas públicas estadu-
ais nos níveis da escala de desempenho em Leitura da 3a série do EM, feita a partir dos escores verdadeiros
que alcançaram e apresentada para o Estado como um todo e para as duas Coordenadorias de Ensino.
Gráfico 22 – Percentual de Alunos nos Níveis da Escala de Desempenho por Escore Verdadeiro – 3a EM
Abaixo do Insuficiente (até 48) Insuficiente (acima de 48 até 55) Regular (acima de 55 até 70)
Bom (acima de 70 até 82) Muito Bom (acima de 82 até 90) Ótimo (acima de 90)
Constata-se, no Gráfico 22, uma concentração de alunos dessa série nos níveis regular e bom,
qualquer que seja a instância administrativa considerada (64,8% na Rede Estadual, 62,3% na COGSP e
67,3% na CEI). É importante ressaltar, também quanto à 3a série do EM, que os percentuais de alunos
nos níveis insuficiente e abaixo do insuficiente são exageradamente altos, sobretudo no período noturno
(no qual somam 34,3%) e, ainda no período noturno, entre os alunos da COGSP (totalizando 37,7%),
situação que precisa ser sanada com urgência pelas instâncias educacionais.
69
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70
a atenção, também, a presença de percentuais altos de alunos (21,9% e 16,1%, respectivamente) com
o conceito insuficiente na redação, o que significa que se encontram ainda em fase inicial de aquisição
da competência textual esperada para a série. Nota-se, enfim, que na 4a série do EF aumenta o per-
centual de estudantes nos níveis bom e muito bom, o que sugere que, à medida que aumenta a esco-
laridade no Ciclo I, melhora o desempenho na aquisição da competência textual.
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 71
7 EF
a
17,1 30,9 30,4 21,6
Nas quatro séries do Ciclo II do EF, observa-se, na distribuição percentual dos alunos pelas faixas
de desempenho construídas para a atribuição do conceito global na redação (Gráfico 24), que a maioria
obteve os conceitos razoável e bom, encontrando-se, portanto, em fase intermediária ou avançada de
aquisição da competência textual esperada para a série. Nota-se ainda que, à medida que a escolari-
dade avança, decrescem os percentuais de alunos no nível insuficiente e aumentam os de estudantes no
nível muito bom, o que sugere que a competência textual vai aumentando no decorrer da escolarização.
2 EM
a
19,4 36,0 25,8 18,1
A fim de enriquecer a análise dos resultados do Saresp 2004, apresenta-se, neste último tópi-
co do capítulo referente ao aproveitamento dos alunos, a distribuição percentual das escolas e dos alu-
nos da Rede Estadual participantes da avaliação, de acordo com faixas de desempenho especialmente
construídas com essa finalidade. Essa distribuição será discutida considerando-se os resultados do Esta-
do e das duas Coordenadorias de Ensino.
71
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 72
72
A construção dessas faixas realizou-se a partir do agrupamento dos níveis das escalas de de-
sempenho em Leitura consideradas na edição de 2004 do Sistema, e ficou assim estabelecida:
Faixa de Insuficiente e Abaixo do Insuficiente – agrega os estudantes localizados nos níveis abai-
xo do insuficiente e insuficiente.
Faixa Regular – compõe-se dos alunos situados no nível regular.
Faixa de Bom a Excelente – agrega os estudantes dos níveis bom, muito bom, ótimo e excelente,
na 1a série; nas demais séries, foram adotados os três primeiros níveis.
Para realizar a distribuição percentual de escolas e de alunos nas três faixas de desempenho oriun-
das do novo agrupamento, foram aplicados vários procedimentos, a partir dos quais se obteve a classifi-
cação de cada escola dentro de uma das faixas determinadas – naquela que apresentou maior quantidade
de séries –, ou seja, insuficiente e abaixo do insuficiente, regular e de bom a excelente. Esse procedimento
possibilitou compor a distribuição do conjunto das escolas e de alunos em cada uma das instâncias admi-
nistrativas (Estado, COGSP e CEI) pelas faixas de desempenho.
Esse modo de apresentação dos resultados do Saresp permite observar, quantitativamente, as
tendências de desempenho de cada instância da Rede Estadual na área de Leitura. Além disso, permi-
te verificar que, embora um conjunto de escolas possa concentrar alunos com desempenho nas fai-
xas superiores (bom a excelente), também pode apresentar, ao mesmo tempo, alunos distribuídos nas
faixas inferiores (insuficiente e abaixo do insuficiente). Do mesmo modo, um conjunto de escolas cujos
alunos têm desempenho concentrado nas faixas inferiores também pode apresentar alunos na faixa
de bom a excelente, embora em percentuais inferiores. É importante, pois, não só interpretar esses
resultados e propor ações que possibilitem cada vez mais melhorar os patamares de aprendizagem
dos alunos que se encontram localizados nas faixas inferiores de desempenho, como também buscar
alternativas que permitam um desempenho mais igualitário para todos os alunos nas faixas superiores.
A distribuição do conjunto de escolas e de alunos da Rede Estadual pelas faixas de desempe-
nho encontra-se especificada na Tabela 29, com dados referentes ao Estado como um todo e às duas
Coordenadorias de Ensino.
Tabela 29 – Distribuição de Escolas e Alunos por Faixa de Desempenho, por Instância da Rede Estadual de
Ensino
e Abaixo do 969 17,9 191.512 24,3 266.066 33,7 331.617 42,0 789.135 100,0
Insuficiente
Total 5.415 100,0 1.492.940 -x- 1.409.615 -x- 1.199.754 -x- 4.102.309 -x-
Bom a
771 35,1 287.097 47,2 184.927 30,4 136.717 22,5 608.741 100,0
Excelente
Regular 840 38,2 269.681 30,8 323.351 37,0 281.706 32,2 874.738 100,0
COGSP Insuficiente
e Abaixo do 586 26,7 139.336 24,0 194.496 33,5 247.234 42,5 581.066 100,0
Insuficiente
Total 2.197 100,0 696.114 -x- 702.774 -x- 665.657 -x- 2.064.545 -x-
continua.....>
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 73
Tabela 29 – Distribuição de Escolas e Alunos por Faixa de Desempenho, por Instância da Rede Estadual de
Ensino
A análise da distribuição percentual das escolas da Rede Estadual pelas faixas de desempenho
em Leitura indica que 2.315 delas, ou seja, 42,8% do total, situam-se na faixa de desempenho bom a
excelente. Analisando-se a distribuição dos alunos dessas escolas pelas faixas, verifica-se que 48% se
encontram na faixa de desempenho mais alta (bom a excelente), seguidos de 31,1% situados na faixa
regular. Na faixa insuficiente e abaixo do insuficiente estão 20,9% dos estudantes das escolas de desem-
penho mais elevado da Rede Estadual.
Nota-se ainda, no que se refere aos resultados da Rede Estadual, que outras 2.131 escolas, ou
seja, 39,4% do total, incluem-se na faixa de desempenho regular, com 37,5% dos alunos localizados
nesse nível. Os restantes distribuem-se da seguinte maneira: 31,6% na faixa bom a excelente e 30,9%
na faixa insuficiente e abaixo do insuficiente.
Um menor número de escolas (969), ou seja, 17,9% do total da Rede Estadual, classifica-se na
faixa de desempenho insuficiente e abaixo do insuficiente. Nessas escolas, 42% dos alunos não desen-
volveram as habilidades cognitivas de Leitura esperadas para a série que estão cursando. Essas esco-
las de desempenho mais baixo têm 33,7% de seus estudantes classificados na faixa de desempenho
regular e 24,3% na faixa que vai de bom a excelente.
A seguir, analisa-se a distribuição de escolas e alunos por faixa de desempenho para a COGSP
e para a CEI.
A análise da distribuição percentual das escolas da COGSP pelas faixas de desempenho em
Leitura indica que, nessa Coordenadoria de Ensino, predominam escolas da faixa de desempenho
regular. Assim, 840 escolas, ou seja, 38,2% do total, incluem-se nessa faixa, com 37% dos alunos locali-
zados nesse nível de desempenho. Os alunos restantes desse nível distribuem-se da seguinte manei-
ra: 30,8% na faixa bom a excelente e 32,2% na faixa insuficiente e abaixo do insuficiente.
Em seguida, vêm as 771 escolas, ou seja, 35,1% do total, que se situam na faixa de desempe-
nho bom a excelente. Analisando-se a distribuição dos estudantes dessas escolas pelas faixas, verifica-
se que 47,2% deles encontram-se na faixa de desempenho mais alta (bom a excelente), seguidos de
30,4% situados na faixa regular.
Nota-se ainda, no que se refere aos resultados da COGSP, que um menor número de esco-
las (586), ou seja, 26,7% do total da COGSP, classifica-se na faixa de desempenho insuficiente e
abaixo do insuficiente. Nessas escolas, 42,5% dos estudantes não desenvolveram as habilidades cogni-
tivas de Leitura esperadas para a série que estão cursando. Essas escolas de desempenho mais bai-
xo têm 33,5% de seus alunos classificados na faixa de desempenho regular e 24% na faixa que vai
de bom a excelente.
73
Cap_3_9- 23/3/07 6:20 PM Page 74
74
A análise da distribuição percentual das escolas da CEI pelas faixas de desempenho em Leitura,
por sua vez, indica que 1.544 delas, ou seja, 48% do total, situam-se na faixa de desempenho bom a
excelente. Analisando-se a distribuição dos alunos dessas escolas pelas faixas, verifica-se que 48,6%
deles encontram-se na faixa de desempenho mais alta (bom a excelente), seguidos de 31,6% situados
na faixa regular. Na faixa insuficiente e abaixo do insuficiente estão 19,9% dos estudantes das escolas de
desempenho mais elevado da CEI.
Nota-se ainda, no que se refere aos resultados da CEI, que outras 1.291 escolas, ou seja, 40,1%
do total, incluem-se na faixa de desempenho regular, com 38,1% dos alunos localizados nesse nível.
Os restantes distribuem-se da seguinte maneira: 32,4% na faixa bom a excelente e 29,6% na faixa insu-
ficiente e abaixo do insuficiente.
Um menor número de escolas (383), ou seja, 11,9% do total da CEI, classifica-se na faixa de
desempenho insuficiente e abaixo do insuficiente. Nessas escolas, 40,6% dos estudantes não desenvol-
veram as habilidades cognitivas de Leitura esperadas para a série que estão cursando. Essas escolas
de desempenho mais baixo têm 34,4% de seus alunos classificados na faixa de desempenho regular e
25,1% na faixa que vai de bom a excelente.
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO DOS ALUNOS
Cap_3_9-novo 4/24/07 10:29 AM Page 75
75
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Parte II
Os Alunos e o Ensino
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Cap_4_7- 23/3/07 6:24 PM Page 79
CAPÍTULO 4
80
4.1. Introdução
Nesta parte do relatório será apresentado o perfil1 dos alunos da rede de ensino da SEE/SP,
obtido a partir dos questionários aplicados durante a realização do Saresp 2004. Serão descritas as ca-
racterísticas dos alunos nos diferentes níveis de escolaridade, ou seja, Ciclo I e Ciclo II do Ensino Fun-
damental e Ensino Médio2.
Os dados coletados referem-se a características individuais dos alunos, condições socioeconô-
micas e culturais, trajetória escolar, hábitos de leitura e estudo, informações sobre o próprio desempenho
e sobre a relação da família com a escola. Incluem, ainda, a visão dos alunos sobre vários aspectos da
escola que freqüentam, entre os quais o trabalho dos professores e a gestão escolar.
Para fins de análise, as informações obtidas foram agrupadas em temas que compõem os sete
tópicos deste relatório, a saber:
Universo analisado: apresenta a distribuição dos alunos que responderam ao questionário por
nível de ensino e série.
Características pessoais dos alunos: sexo, idade, etnia.
Condições socioeconômicas e culturais dos alunos: nível socioeconômico, escolaridade da mãe,
do pai ou outro responsável pelo aluno, acesso a bens culturais (existência em casa de dicionário,
lugar calmo para estudar, livros, revistas, jornal diário e acesso à internet), incentivo da família para
os estudos (realização de lição de casa, trabalhos escolares, leitura, freqüência à escola), cursos e
atividades realizados fora da escola e inserção dos estudantes no mercado de trabalho.
Trajetória escolar: freqüência à pré-escola e alfabetização, tipo de escolas freqüentadas (depen-
dência administrativa), apoio escolar recebido para enfrentar as dificuldades de aprendizagem (in-
clusão em classes de aceleração, de recuperação, regime de dependência, aulas de recuperação),
descontinuidade na freqüência às aulas (faltas e abandono da escola).
Fatores associados ao processo de aprendizagem: atitude dos professores em relação à aprendi-
zagem e envolvimento com os alunos, prática didática dos professores, motivação do aluno para
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
1
Para que o leitor possa ter informações quantitativas mais detalhadas sobre o perfil dos alunos, o Anexo III deste relatório
apresenta a apuração percentual das respostas dos alunos da Rede Estadual aos questionários, por série pesquisada.
2
Os questionários aplicados nos diferentes níveis de ensino apresentam algumas diferenças, levando-se em conta as distintas
faixas etárias dos estudantes.
Cap_4_7- 23/3/07 6:24 PM Page 81
4.3.1. Sexo
No Ciclo I do Ensino Fundamental, analisando-se a distribuição dos estudantes por sexo nas
quatro séries avaliadas, verifica-se o seguinte: na 1a e na 2a séries, os percentuais de alunos são prati-
camente equivalentes, com ligeira predominância de meninos em relação a meninas (50,5% e 49%,
respectivamente). Nas séries finais do primeiro ciclo, ao contrário, prevalecem as meninas, com uma
diferença um pouco maior na 3a série, em que representam 50,9%, enquanto os meninos somam 46,2%,
e um pouco superior na 4a série, com 49,7% contra 48,8% de meninos.
No Ciclo II do EF, há pouca diferença na participação percentual de meninas e meninos, sendo
ligeiramente superior a proporção de meninas na 5a, 6a e 7a séries, com cerca de 50%, enquanto os
meninos somam 49%, e, numa proporção inversa, menor a presença de meninas na 8a série.
No Ensino Médio, a maioria dos estudantes é do sexo feminino, sendo, porém, mais próximas
as proporções de jovens do sexo feminino e masculino na 1a série (50,5% e 49%, respectivamente) e
mais acentuadas as diferenças na 2a e 3a séries, em que a participação do sexo feminino é perto de
53%, enquanto a do masculino está em torno de 46%.
4.3.2. Idade
As variáveis referentes à idade dos alunos passaram por recodificação, de modo a sintetizar
esses dados, possibilitando, assim, análises mais consistentes. As informações dos alunos sobre a idade
que tinham na época da avaliação foram recodificadas para “alunos com a idade correta para a série”
e “alunos com a idade defasada para a série”. Em todos os níveis de ensino, a maioria encontra-se na
idade correta para a série que estão cursando e, entre os defasados, predominam os estudantes com
apenas um ano de defasagem idade-série4.
No Ciclo I do EF, observa-se que, nas quatro séries, a grande maioria dos alunos apresenta
idade correta para a série, com uma pequena queda nos percentuais relativos a essa condição da 1a
para a 4a série. Na 1a série, 97% encontram-se dentro da faixa etária esperada e, na 2a série, 96%. Na
3a e 4a séries, cerca de 90% dos estudantes encontram-se na idade correta para a série. A defasagem
3
Dada a pequena proporção de folhas óticas do questionário do aluno inválidas ou em branco, não foram elas excluídas do côm-
puto geral. Assim, a soma dos percentuais de resposta nas variáveis consideradas para a análise é um pouco inferior a 100%.
4
Cabe lembrar que, no questionário aplicado em novembro de 2004, perguntava-se a idade no dia do teste e não o ano e o
mês de nascimento. Para calcular a defasagem, foi adotado o seguinte conceito: considera-se defasado o aluno cuja idade for-
necida por ele é igual ou superior a dois anos em relação à idade definida como apropriada para ingressar em cada série, con-
siderando-se 7 anos a idade de ingresso no Ensino Fundamental.
81
Cap_4_7- 23/3/07 6:24 PM Page 82
82
idade-série de um ano atinge 3,8% dos alunos na 3a série e 5% na 4a série. Nessas duas séries, estão
defasados dois anos ou mais em relação à série que estão cursando menos de 3% dos estudantes.
No Ciclo II, os alunos que se encontram na idade correta para a série que estão cursando
representam a maioria nas quatro séries, decrescendo, porém, o percentual de alunos nessa condição
da 5a para a 6a série (88,4% e 87,6%, respectivamente), o mesmo ocorrendo da 7a para a 8a série (89,1%
e 84,3%, respectivamente). Observam-se casos de alunos com um ano de defasagem idade-série numa
proporção que varia entre 6,3% na 5a série e 10% na 8a série. Os que apresentam defasagem mais
elevada estão em torno de 4%.
No Ensino Médio, os alunos com idade compatível com a série que estão cursando represen-
tam a maioria nas três séries, registrando-se, contudo, um decréscimo nos percentuais de alunos nessa
condição: 81,2% na 1a série, 80% na 2a e 78% na 3a. Estão defasados em um ano cerca de 11% dos
alunos nas três séries. Uma defasagem de dois anos ou mais verifica-se em maiores percentuais entre
os alunos da 3a série (11%).
A relação idade-série ao longo do EF e EM pode ser visualizada no Gráfico 26, que apresenta
a distribuição dos alunos defasados por série.
25
20
15
10
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
0
1a EF 2a EF 3a EF 4 a EF 5 a EF 6 a EF 7 a EF 8 a EF 1a EM 2 a EM 3 a EM
4.3.3. Etnia
Nos Ciclos I e II do Ensino Fundamental, bem como no Ensino Médio, predominam os alunos
brancos seguidos dos pardos ou mulatos. Em menores proporções, registra-se a presença de negros
e, em percentuais ainda mais reduzidos, de amarelos e indígenas.
Na 3a e na 4a séries, a presença de brancos é de 47,4% e 45,1%, respectivamente, e a de par-
dos ou mulatos é de 27,6% e 34,1%. Os negros representam 15,1% na 3a série e 13% na 4a. Os ama-
relos, assim como os indígenas, participam em percentuais abaixo de 3% em cada uma das séries.
No Ciclo II, a participação de brancos aumenta da 5a para a 8a série numa proporção que vai
de 46,6% a 48,6%. A presença dos pardos ou mulatos gira em torno de 34% na 5a e 8a séries e de 36%
Cap_4_7- 23/3/07 6:24 PM Page 83
60
50 Branco
40 Negro
30 Pardo ou Mulato
Amarelo
20
(origem oriental)
10 Indígena
*
0 * * * * * * * * *
3a 4a 5a 6a 7a 8a 1a 2a 3a
Está se considerando que o grau de escolaridade dos pais, a posse de determinados bens de
consumo, o acesso a bens culturais, o incentivo da família para os estudos, os cursos e atividades rea-
lizados fora da escola e a inserção dos estudantes no mercado de trabalho caracterizam diferentes
situações socioeconômicas e culturais dos alunos e podem auxiliar na composição do perfil dos alu-
nos da 3a a 8a série do EF e da 1a a 3a série do EM.
Como ocorreu em edições anteriores, foi construído um indicador para a classificação socioe-
conômica dos alunos que participaram do Saresp 2004, tendo por base as informações sobre a quan-
tidade de bens duráveis que a família possui, indicativa de renda familiar, e o grau de instrução da mãe
ou pai ou outro responsável pelo aluno. A partir dessas informações, foi possível fazer a estimativa do
nível socioeconômico (NSE) e caracterizar melhor a condição socioeconômica dos alunos da 5a série
do EF à 3a série do EM da Rede Pública Estadual. Na composição do indicador socioeconômico foram
incluídas as informações sobre os itens televisão em cores, videocassete ou DVD, microcomputador,
rádio, máquina de lavar roupas, aspirador de pó, telefone fixo, geladeira, freezer, carro, banheiro. O
aluno respondeu se em sua casa não tem o item, tem um ou tem mais de um. Sobre o grau de instru-
ção, o aluno deveria informar se a mãe ou pai nunca freqüentou a escola ou se estudou até a 4a série,
entre a 5a e a 8a série, o Ensino Médio ou o Ensino Superior5.
Para a construção do indicador de nível socioeconômico dos alunos que participaram do
Saresp, foi estabelecida uma escala à qual se atribuiu uma pontuação que pode chegar a 26 pontos
5
O indicador do nível socioeconômico dos alunos que participaram do Saresp 2004 foi construído a partir de uma adaptação
do indicador denominado Critério Brasil. Esse critério de estratificação socioeconômica das famílias baseia-se na posse de bens
duráveis, no grau de instrução do chefe da família e em itens de conforto doméstico, não tendo, porém, a pretensão de clas-
sificar a população em classes sociais.
83
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para cada aluno, caso ele tenha assinalado, para todos os itens, o nível mais alto da escala. Essa escala
foi segmentada em cinco estratos que indicam, numa ordem decrescente, as condições de vida das
famílias dos alunos, a saber: A (23 a 26 pontos), B (18 a 22 pontos), C (13 a 17 pontos), D (8 a 12
pontos) e E (0 a 7 pontos).
Como se pode observar na Tabela 30, cerca de 92% das famílias dos alunos distribuem-se nos
níveis B, C e D, sendo que o maior percentual, em torno de 39%, situa-se no nível C. Nos pontos
extremos da escala, encontram-se as famílias que apresentam as melhores condições de vida (nível A)
e as que apresentam a pior situação socioeconômica (nível E). Assim, segundo os critérios adotados,
classifica-se no nível A uma proporção de alunos que, no EF, varia entre 3,4% na 5a série e 5,2% na 8a
série, e fica em torno de 6% no EM. No EF, com a pior situação socioeconômica (menos de 7 pon-
tos), encontra-se um percentual de alunos que varia entre 3% na 7a e 8a séries e 5,2% na 5a série, e
fica em cerca de 2,5% no EM.
Da análise dos dados dos gráficos 27 e 28 depreende-se ainda que, embora as famílias de-
monstrem, na maior parte, situação socioeconômica bastante modesta, têm acesso a alguns bens du-
ráveis que se vêm popularizando nos últimos anos.
Gráfico 27 – Distribuição dos Alunos do Ciclo II Segundo a Condição “Tem 1” e “Tem mais de 1”
Item de Consumo e de Conforto Doméstico
Banheiro 95%
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
Rádio 93%
Geladeira 92%
TV em cores 92%
Carro 50%
Freezer 38%
Aspirador de pó 30%
Microcomputador 28%
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Banheiro 96%
TV em cores 95%
Rádio 94%
Geladeira 94%
Carro 57%
Microcomputador 35%
Freezer 35%
Aspirador de pó 31%
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Analisando-se a escolaridade dos pais dos alunos do Ensino Médio, verifica-se que, da 1a para
a 3a série, aumenta o percentual de mães que freqüentaram o Ensino Fundamental (até a 4a série ou
de 5a a 8a série), numa proporção que varia entre 58% no caso dos alunos da 1a série e 60% no caso
dos da 3a série.Também é crescente a proporção de pais dos alunos com esse nível de ensino, varian-
do entre 50,2% na 1a série e 55,7% na 3a série.
Em torno de 23% dos pais e mães dos alunos do Ensino Médio possuem o EM, indicando que
os pais dos alunos do EM tem um nível de escolaridade maior, se comparados aos pais dos alunos do
EF. Quanto ao Ensino Superior, é reduzida a proporção de mães com esse nível de ensino, não indo
além de 8%. No caso dos pais, essa proporção não chega a 10%.
A proporção de mães e pais dos alunos de 3a a 8a série do Ensino Fundamental que nunca fre-
qüentaram escola está abaixo de 5%, o mesmo ocorrendo em relação aos pais dos alunos do EM.
Observa-se que 27,1% dos alunos na 3a série e 21,6% na 4a série não sabem informar sobre
a escolaridade da mãe, posicionamento que se verifica em mais de 30% dos alunos, nessas séries, em
relação à escolaridade do pai.
No Ciclo II, não sabem informar sobre a escolaridade da mãe entre 17,4% e 8,8% dos alunos.
Essa condição refere-se a cerca de 26% dos alunos na 5a série, chegando próximo a 17% dos alunos
na 8a série, no que diz respeito à escolaridade dos pais. No Ensino Médio, esses percentuais são meno-
res: verifica-se que entre 6,1% e 3,5% dos alunos não sabem informar sobre a escolaridade da mãe e
de 13,1% a 8,4% dos alunos declaram que não sabem responder sobre a escolaridade dos pais.
O estudo sobre o acesso a bens culturais em casa foi pesquisado somente entre os alunos do
Ciclo II do EF e do EM. Indagou-se sobre a disponibilidade em casa de alguns itens, a saber: jornal diá-
rio, revistas, dicionário, internet, livros e um lugar calmo para estudar.
Verificou-se que mais de 73% dos alunos contam com dicionário em casa e que ter em casa
um lugar calmo para estudar é realidade para cerca de 60% deles. Cerca de um terço dos estudan-
tes de 5a a 8a série dispõe de mais de 20 livros em casa; um terço tem revistas de informação geral;
e uma parcela reduzida, em torno de 17%, tem jornal diário. A existência de internet nos lares dos
estudantes é, também, bastante reduzida, aumentando a proporção dos que dispõem desse bem da
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
O estímulo recebido em casa para os estudos foi dimensionado a partir da indagação aos alu-
nos da 3a e 4a série sobre se fazem lição de casa quando solicitada pelo professor, se contam com a ajuda
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Entre os cursos realizados fora da escola pelos alunos do Ciclo II do EF e do EM, os mais pro-
curados são os de informática e aqueles que envolvem atividades esportivas. É crescente a proporção
de alunos que fez ou está fazendo curso de computação, variando entre 23% na 5a série e 36% na 8a
série do EF e entre 43% na 1a série e 56% na 3a série do EM. Esportes, tais como natação, judô, fute-
bol, são mencionados por cerca de 30% dos alunos do Ciclo II e por cerca de 27% dos alunos do EM.
No Ciclo II, aproximadamente 17% dos alunos já fizeram ou fazem cursos de música, dança, teatro,
artes plásticas e, em proporções um pouco menores, freqüentaram ou ainda freqüentam cursos de língua
estrangeira, aumentando, neste caso, a proporção dos alunos nas séries mais avançadas: 12% na 5a série a
14% na 8a série. No EM, a procura por cursos de língua estrangeira se amplia um pouco, principalmente
nas séries finais, chegando a 20% na 3a série. A procura por cursos de dança, artes, música ou teatro, por
sua vez, atinge um percentual próximo ao verificado no Ciclo II, ou seja, em torno de 17%. A procura por
atividades de reforço escolar fora da escola é feita pelos alunos do Ciclo II, numa proporção decrescente
da 5a série (15%) à 8a série (12%) e da 1a para a 3a série do EM (9% e 7%, respectivamente).
É expressivo o percentual de alunos, seja no EF, seja no EM, que nunca freqüentaram cursos
fora da escola, decrescendo essa proporção com o aumento da escolaridade. No Ciclo II, é de 41%
na 5 série e de 35% na 8a; no EM, é de 31% na 1a série e de 26% na 3a.
a
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la de alunos que nunca trabalharam vai decrescendo com o aumento da escolaridade, representando
44% na 1a série, 33% na 2a e 26% na 3a.
Quanto à jornada de trabalho, verifica-se que ela aumenta com a escolaridade. Assim, é decres-
cente o percentual de alunos que não têm jornada fixa de trabalho ou que trabalham até 20 horas
semanais da 1a para a 3a série. Somados os percentuais, são 30% na 1a série, 21% na 2a e 18% na 3a.
Por outro lado, aumenta o percentual daqueles que trabalham mais de 40 horas por semana (9% na
1a série, chegando a 20% na 3a série). Os alunos que trabalham de 21 a 30 horas semanais e de 31 a
40 horas semanais encontram-se, também, em maiores percentuais nas séries finais do EM (9% na 1a
série, 15% na 2a e 17% na 3a).
Respondendo às questões sobre a concomitância de estudo e trabalho durante o Ensino
Médio, cerca de um quarto dos alunos que trabalham ou já trabalharam respondeu que o trabalho
não atrapalha seus estudos e, numa proporção que varia de 11% na 1a série a 16% na 3a série, os
alunos indicaram que trabalhar possibilita seu crescimento pessoal. Os que consideram que atrapalha
seus estudos, mas possibilita seu crescimento pessoal, ou, simplesmente, que atrapalha seus estudos
aumentam proporcionalmente ao longo das séries do EM, sendo 18% na 1a série, 26% na 2a, chegan-
do a 34% na 3a.
4.5.Trajetória Escolar
Foram pesquisados, no Saresp 2004, alguns aspectos da trajetória escolar dos alunos. As infor-
mações referem-se à freqüência à pré-escola e à alfabetização, ao tipo de escola freqüentada, à ocor-
rência de abandono e falta às aulas e ao tipo de atividade oferecido pela escola para auxiliar os alunos
com problemas de aprendizagem.
Essas informações foram coletadas somente junto aos alunos da 1a e 2 a séries do Ensino
Fundamental.
Tanto na 1a quanto na 2a série, uma proporção maior de estudantes informou não ter apren-
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
dido a ler na pré-escola. Na 1a série, cerca de 65% dos alunos responderam negativamente à questão
sobre se aprenderam a ler na pré-escola, enquanto cerca de 30% responderam afirmativamente. Na
2a série, a proporção dos que não aprenderam a ler na pré-escola, cerca de 48%, é um pouco supe-
rior em relação aos que aprenderam, representando 45% dos estudantes. Em torno de 6% dos alu-
nos das duas séries não freqüentaram a pré-escola.
A questão sobre o tipo de escola freqüentada – se pública e/ou particular – foi destinada aos
alunos do Ciclo II do EF e aos do EM. O percentual dos que estudaram somente em escolas públicas
aumenta com o avanço da escolarização, variando entre 82% na 5a série e 89% na 3a série do EM. Os
alunos que estudaram em escolas pública e particular são em torno de 10% e os que estudaram
somente em escolas particulares representam menos de 4%.
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À questão sobre se os professores querem que os alunos aprendam e vão bem na escola,
grande parte dos estudantes responde afirmativamente, indicando que a maioria dos professores tem
essa atitude em relação à aprendizagem. No entanto, decresce ao longo da escolarização a propor-
ção de alunos que têm essa opinião a respeito dos professores, variando entre 82% na 5a série e 74%
na 8a série do EF e entre 69% na 1a série e 63% na 3a série do EM. Ao contrário, é crescente o per-
centual daqueles que indicam que só alguns de seus professores se preocupam com sua aprendiza-
gem, aumentando de 13% na 5a série a 21% na 8a do EF e de 25% na 1a série a 31% na 3a do EM. Os
alunos do EF e do EM que consideram que seus professores não se preocupam com sua aprendiza-
gem representam menos de 5%.
Ao avaliar o envolvimento dos professores com os alunos, a maioria dos estudantes da 5a a 8a
série do EF julga que todos ou quase todos os professores orientam os alunos a ser responsáveis
pelos materiais utilizados nas aulas, assim como pelos seus atos; são dedicados, preocupados e tratam
bem os alunos e seus familiares; discutem, juntamente com os alunos, regras de comportamento que
estes devem seguir; estabelecem uma relação de amizade e afeto com os alunos, chamando-os pelo
nome; e orientam os alunos sobre maneiras de obter ajuda para a solução dos problemas escolares.
Observa-se que os percentuais daqueles que avaliam positivamente todos ou quase todos os seus
professores diminuem com o avançar das séries, variando, conforme o aspecto avaliado, entre 80% e
68% na 5a série, 76% e 64% na 6a série, 71% e 58% na 7a série e entre 68% e 56% na 8a série. Boa
parte dos estudantes (68% na 5a série e 49% na 8a) considera, também, que todos ou quase todos os
professores contam com o apoio dos alunos para a realização das atividades escolares. As demais pro-
posições apresentadas aos alunos para a avaliação de seus professores, ou seja, se estimulam a parti-
cipação de todos em aula, se promovem debates e se atendem os alunos fora do horário de aula para
ajudá-los a esclarecer suas dúvidas, são práticas atribuídas a todos ou quase todos os professores por
menos da metade dos alunos.
De modo geral, os alunos do EM têm uma visão positiva de seus professores; porém, quando
comparados com os alunos do EF, são mais parcimoniosos nas avaliações que fazem quanto ao envol-
vimento com os alunos. Em torno de 60% dos estudantes, em cada uma das séries do EM, afirmam
que todos ou quase todos os professores orientam os alunos a ser responsáveis pelos seus atos e
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
estabelecem uma relação de amizade e afeto com os alunos, chamando-os pelo nome. Na 1a e na 2a
série do EM, em torno de 50% dos estudantes indicam que todos ou quase todos os seus professo-
res orientam os alunos a ser responsáveis pelos materiais utilizados nas aulas, bem como discutem,
juntamente com os alunos, regras de comportamento que estes devem seguir; porém, na 3a série, o
percentual está em torno de 45% nesses dois tópicos. Em relação às demais assertivas colocadas no
bloco de questões sobre o envolvimento dos professores com os alunos – a saber: se eles orientam
os alunos sobre maneiras de obter ajuda para a solução dos problemas escolares; se lideram a classe
e contam com o apoio dos alunos na condução das atividades escolares; se são dedicados, preocupa-
dos e acolhedores com os alunos e seus familiares; se estimulam a participação de todos em aula e
promovem debates; e se atendem os alunos fora do horário de aula para dar orientação e esclarecer
dúvidas –, menos de 47% dos alunos consideram que a maioria tem essas atitudes em relação a eles.
No Ciclo II do EF, em proporções inferiores a 40%, os alunos indicam que apenas alguns pro-
fessores têm as atitudes mencionadas em relação aos estudantes, sendo menor ainda a proporção dos
que consideram que nenhum de seus professores assume tais posturas. No EM, de modo geral, é um
pouco maior a proporção dos que atribuem a alguns professores as atitudes que indicam o envolvi-
mento com os alunos. Analisando-se o conjunto das proposições, é também um pouco superior o
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Perguntou-se aos alunos do Ciclo II do EF e do EM quais meios seus professores mais utilizam
para avaliar seus conhecimentos, dentre os apresentados: prova escrita, prova com testes objetivos,
trabalho em grupo/seminários, trabalho individual, prova prática (laboratório), participação do aluno
na aula e comportamento do aluno na aula.
Provas escritas são os meios mais utilizados para avaliar os conhecimentos adquiridos pelos
alunos no Ciclo II, seguidas dos trabalhos em grupo e seminários. A prova escrita é indicada pelos alu-
nos da 5a a 8a série, numa proporção crescente (63% a 68%) e a indicação dos trabalhos em gru-
po/seminários varia numa proporção entre 54% na 5a série e 63% na 7a série. Outros meios (trabalhos
individuais, comportamento na aula, participação na aula) são indicados por um percentual significati-
vo de alunos, entre 50% e 60%. Provas com testes objetivos são assinaladas por cerca de 22% dos alu-
nos e prova prática, incluindo laboratório, por menos de 11% deles.
No EM, a maior parte dos alunos – cerca de 70% – indica que a prova escrita e a atitude do
aluno durante a aula são os meios mais utilizados pelos professores para avaliar seus conhecimentos.
Trabalho em grupo/seminários, participação do aluno na aula e trabalho individual são apontados por
um percentual entre 53% e 61% dos alunos, conforme a série. Prova com testes objetivos e prova
prática, incluindo laboratório, têm, assim como no EF, menor representatividade: cerca de 25% no pri-
meiro caso e cerca de 7% no segundo.
Comentar os acertos e dificuldades da classe quando os alunos entregam os trabalhos e/ou
provas é estratégia dos professores indicada por pouco mais de um terço dos alunos de cada nível
de escolaridade, sendo prática bem mais comum do que comentar as dificuldades de cada aluno. No
EF, comentar com a classe seus trabalhos e provas é procedimento adotado pela maioria dos profes-
sores segundo 30% dos alunos na 5a série, chegando a 39% na 8a série. Já comentar as dificuldades de
cada aluno é prática adotada pelos professores segundo cerca de 14% dos alunos do Ciclo II. Os pro-
fessores que só informam a nota de cada aluno são indicados por 18% dos alunos na 5a série, aumen-
tando para 22% na 8a série. Menos de 10% dos alunos assinalam as outras alternativas, ou seja: a maioria
dos professores não comenta nada ao entregar trabalhos e provas; comenta os acertos e dificuldades de
cada aluno e da classe conjuntamente; somente apresenta comentários escritos.
No EM, a prática dos professores ao entregar trabalhos e provas para os alunos não é muito
diferente das apontadas no EF. Professores que comentam os acertos e dificuldades da classe são apon-
tados por pouco mais de um terço dos alunos, seguidos dos que indicam que os mestres só informam
a nota de cada aluno (25% na 1a série a 29% na 3a série). Comentar os acertos e dificuldades de cada
aluno e da classe, comentar os acertos e dificuldades da cada aluno, só apresentar comentários escri-
tos ou não comentar nada são práticas apontadas por menos de 10% dos alunos. Observa-se que no
EM diminui a prática de comentar os acertos e dificuldades de cada aluno comparando-se com o EF.
Os alunos do Ciclo II do EF e do EM fizeram uma avaliação dos professores de diferentes
matérias quanto à sua prática pedagógica por meio de afirmações colocadas num bloco de questões,
todas elas indicando aspectos positivos da prática docente que inegavelmente favoreceriam a apren-
dizagem dos alunos. A grande maioria dos estudantes demonstra ter uma visão bastante positiva de
seus professores ao indicar que todos ou quase todos os professores têm uma prática pedagógica
que favorece a aprendizagem. No entanto, analisando-se as respostas dos alunos da 5a a 8a série do
EF e da 1a a 3a série do EM, verifica-se que, com o aumento da escolaridade, decrescem os percen-
91
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tuais de alunos com apreciações positivas a respeito de todos ou quase todos os professores. Prin-
cipalmente no EM, mas também nas séries mais avançadas do EF, aumenta a proporção de alunos que
atribui a alguns professores apenas os atributos pedagógicos arrolados.
No EF, mais de 80% dos alunos indicam que seus professores têm bom conhecimento da matéria e
sabem dar aulas e mais de 72% consideram que eles explicam de novo a matéria quando os alunos não en-
tendem. Numa proporção que vai de 77% na 5a série, decrescendo até 56% na 8a, consideram eles que a
maioria de seus professores costuma trabalhar a leitura, a interpretação de texto e a escrita nas aulas, assim
como ajuda os alunos a entender suas respostas erradas dadas durante as aulas. Num percentual que de-
cresce de 65% na 5a série a 41% na 8a, os alunos indicam que todos ou quase todos os seus professores
costumam passar lição de casa (pesquisas, exercícios, leituras etc.) para melhorar o aprendizado; aproveitam
os acontecimentos do dia-a-dia para ensinar a matéria; usam os resultados das provas ou exercícios para
ensinar de novo a matéria que os alunos não compreenderam; e fazem a revisão da matéria ao final da aula.
No EM, o posicionamento dos alunos, ao avaliarem seus professores no aspecto pedagógico,
é bastante semelhante ao dos alunos do EF. Uma proporção de estudantes, que varia de 71% na 1a
série a 65% na 3a, considera que todos ou quase todos os seus professores demonstram ter bom
conhecimento das disciplinas e capacidade de transmitir seus conteúdos aos alunos. Os que conside-
ram que os professores fornecem explicações mais detalhadas sobre os conteúdos ensinados sempre
que os alunos têm alguma dificuldade encontram-se numa proporção que vai de 59% na 1a série a 51%
na 3a. Numa proporção que decresce de 50% na 1a série a 32% na 3a série, os alunos avaliam que todos
ou quase todos os seus professores costumam trabalhar a interpretação e a produção de textos em sala
de aula, em diferentes disciplinas; ajudam os alunos a entender suas respostas erradas apresentadas duran-
te as aulas; costumam passar trabalho extraclasse e pesquisas como forma de reforço do aprendizado;
utilizam os resultados das avaliações para ensinar novamente o conteúdo que os alunos não compreen-
deram; revisam e resumem as novas informações ao final de cada aula, destacando os aspectos que mere-
cem maior atenção; e estabelecem relação entre os conteúdos das matérias e os fatos da vida cotidiana.
Entre as atividades pedagógicas mais freqüentes empregadas pelos professores em sala de aula,
a maior parte dos alunos do Ciclo II, numa proporção que varia entre 55% e 82% conforme a série
e a atividade, indica: colocar a matéria na lousa, ministrar aulas expositivas, apresentar a matéria para
a classe contando com a participação dos alunos e pedir aos alunos para fazerem as atividades do livro
didático. Para o EM, o meio mais utilizado pelos professores é colocar a matéria na lousa, com cerca
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
de 82% das indicações dos alunos. Outros meios, como ministrar aulas expositivas contando com a
participação dos alunos, pedir para os alunos fazerem os exercícios do livro didático, aulas expositivas
somente, solicitação de redação, são indicados como os mais freqüentes por uma proporção que varia
de 32% a 53% dos alunos, conforme a série e o item avaliado.
Atividades destinadas ao uso de computador durante a aula e à prática em laboratórios são
apontadas com menor freqüência por menos de 17% dos alunos do Ciclo II do EF e por menos de
7% dos alunos do EM. Chama a atenção o elevado percentual de alunos, tanto no EF como no EM –
acima de 60% –, que indicaram que seus professores nunca usam o computador durante a aula e
nunca desenvolvem atividades de laboratório.
Procurou-se obter informações sobre alguns fatores que poderiam repercutir de forma nega-
tiva na aprendizagem. Apresentaram-se aos alunos do EF e do EM algumas situações e características
relacionadas a eles e à escola, a saber: a formação de classes com número excessivo de alunos, a falta
de interesse dos alunos pelos estudos, a falta de interesse do próprio aluno pela matéria, a indiscipli-
na na sala de aula, a forma como os professores ensinam a matéria, a falta de materiais e o fato de a
maioria dos alunos não dominar a matéria das séries anteriores.
No Ciclo II, a maior parte dos estudantes indica a falta de interesse dos alunos pelos estudos,
numa proporção crescente que vai de 40% na 5a série a 54% na 8a. Numa proporção que, também,
aumenta no decorrer das quatro séries finais do Ciclo II, os alunos consideram que a indisciplina na
sala de aula dificulta a sua aprendizagem (36% a 42%). Segue-se o fato de a maioria dos alunos não
dominar a matéria das séries anteriores, indicada por cerca de 17% dos estudantes, bem como a falta
de interesse do próprio aluno pelas matérias, apontada por 16% deles. Os aspectos relacionados à
gestão escolar mais apontados como prejudiciais à aprendizagem foram: o número excessivo de alu-
nos na sala de aula, indicada por uma proporção decrescente de alunos da 5a até a 8a série (28% a
21%), e a forma como os professores ensinam a matéria, proporção de indicações que também au-
menta da 5a para a 8a série (16% a 21%). Uma proporção em torno de 10% apenas indica a falta de ma-
teriais como fator prejudicial à aprendizagem. Da 5a para a 8a série, diminui a proporção de alunos que
indicam não ter dificuldade de aprendizagem (23% a 12%).
No EM, a indisciplina na sala de aula e a falta de interesse dos alunos são fatores prejudiciais à
aprendizagem na opinião de grande parte dos estudantes (cerca de 40%). Em seguida estão coloca-
dos os aspectos escolares: a forma como os professores ensinam a matéria, indicada por cerca de 27%
dos alunos, e a presença de muitos alunos na sala de aula, apontada por cerca de 22% deles. O fato
de a maioria dos alunos não dominar a matéria das séries anteriores, a falta de interesse do próprio
aluno pelas matérias e a falta de materiais são apontados como prejudiciais por menos de 20% dos
alunos. Indicam não ter dificuldade de aprendizagem em torno de 12% dos alunos.
Neste bloco estão reunidas as avaliações dos alunos feitas por meio de atribuição de notas às
características da escola que freqüentam, às atitudes dos agentes escolares e à sua vivência escolar. Os
alunos foram solicitados a realizar uma avaliação das características das escolas, do comportamento
dos professores e diretores e da convivência dentro da escola, numa escala de 0 a 10 pontos, orga-
nizados para esta apresentação em três faixas de nota: de 0 a 4, de 5 a 7 e de 8 a 10.
93
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A análise do conjunto das avaliações dos alunos do EF e do EM revela que, à medida que au-
menta o nível de escolaridade, os alunos são mais parcimoniosos nas notas que atribuem, demonstran-
do uma visão mais crítica em relação à escola e a seus agentes.
No EF, a maior parte dos alunos atribui notas mais altas para a escola ao avaliar se ela é um
espaço que propicia experiências escolares positivas. Com notas de 8 a 10, a maior parte dos alunos,
entre 52% e 60% deles, considera que se sente à vontade para esclarecer suas dúvidas com os pro-
fessores quando não entende a matéria. Numa proporção que vai de 61% na 5a série a 39% na 8a, os
alunos consideram que recebem incentivos para a realização de seus planos futuros; recebem elogios
da equipe escolar quando se esforçam para realizar as atividades escolares; percebem que a equipe
escolar acredita em sua capacidade de aprender as matérias ensinadas; e têm os acontecimentos de
sua vida valorizados. Na avaliação sobre se a escola é um espaço que o aluno tem para manifestar
suas idéias e opiniões e sobre se na escola ele tem seus problemas pessoais e familiares levados em
conta, há uma distribuição maior das notas pelas diversas faixas, indicando que nesses dois aspectos a
experiência escolar de boa parte dos alunos é menos satisfatória.
No EM, há maior distribuição dos alunos pelas faixas de nota, com percentuais mais elevados
de alunos atribuindo notas mais baixas aos mesmos itens apresentados no EF. Mesmo ao atribuírem
notas mais altas, são mais rigorosos ao avaliarem se recebem elogios da equipe escolar quando se
esforçam para realizar as atividades escolares, se percebem que a equipe escolar acredita em sua capa-
cidade de aprender os conteúdos escolares e se se sentem à vontade para esclarecer suas dúvidas
com os professores quando não entendem a matéria, variando os percentuais de alunos que atribuem
notas de 8 a 10 pontos de 49% na 1a série a 34% na 3a. Um percentual grande de alunos nas três
séries (em torno de 43%) atribui as notas mais baixas (0 a 4 pontos) na avaliação sobre se têm seus
problemas pessoais e familiares levados em conta na escola, o mesmo ocorrendo ao avaliarem se na
escola recebem estímulos para seus projetos de vida, aspecto esse que recebe uma avaliação negati-
va de cerca de 30% dos alunos do EM. Ao avaliarem se têm liberdade para manifestar suas idéias e
opiniões e se têm suas experiências de vida valorizadas, os alunos se manifestam numa proporção
mais homogênea pelas três faixas de nota e um pouco maior (em torno de 38%) na faixa interme-
diária que vai de 5 a 7 pontos.
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
No EF, a maior parte dos alunos atribui notas mais altas à equipe escolar (8 a 10 pontos),
decrescendo, porém, com o aumento da escolaridade, a proporção dos que avaliam positivamente
seus mestres, de 66% na 5a série a 61% na 8a série. O percentual dos que avaliam negativamente os
professores, dando notas de 0 a 4 pontos, é de cerca de 10%. Essa mesma relação se verifica quando
avaliam a escola quanto à freqüência dos professores às aulas, variando entre 63% na 5a série e 58%
na 8a a proporção dos que dão notas de 8 a 10 pontos. Está, também, em torno de 10% a propor-
ção de alunos que conferem notas mais baixas à escola, avaliando negativamente os professores do
ponto de vista da assiduidade às aulas.
A direção da escola é avaliada positivamente por 66% dos alunos da 5a série, decrescendo esse
percentual com o aumento da escolaridade até 53% na 8a série. Em proporção inversa, aumenta um
pouco o percentual dos que avaliam negativamente os diretores, atribuindo-lhes notas baixas (de 11%
na 5a série a 16% na 8a).
No EM, os alunos são um pouco mais críticos em relação a seus professores se comparados
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No EF, grande parte dos alunos atribui notas altas a aspectos da gestão escolar, sendo, porém,
mais críticos à medida que aumenta a escolaridade. Numa proporção que varia entre 59% na 5a série
e 41% na 8a, avaliam positivamente a organização da escola e suas regras de disciplina, assim como a
solução que esta dá aos problemas relacionados à falta de profissionais (professores, professores-coor-
denadores e funcionários) e a solução rápida dos problemas que surgem na escola, tais como vaza-
mentos de água, lâmpadas queimadas e carteiras quebradas.
No EM, houve maior distribuição percentual dos alunos pelas faixas de nota consideradas, indi-
cando, também em relação à gestão escolar, uma visão mais crítica. A avaliação mais positiva da orga-
nização da escola (notas de 8 a 10 pontos) refere-se às regras de disciplina, à solução dos problemas
relacionados à falta de profissionais e à solução rápida dos problemas que surgem na escola, tais como
vazamentos de água, lâmpadas queimadas e carteiras quebradas, com percentuais que variam entre
43% dos alunos da 1a e 34% dos da 3a série. Há, também, em relação a esses aspectos, um percentual
significativo de alunos que atribui notas intermediárias e baixas a esses aspectos da gestão.
O clima da escola, ou seja, uma série de condições que tornam o ambiente escolar agradável,
democrático, propício à negociação entre os agentes escolares, favorecendo com isso a aprendizagem,
foi objeto de avaliação dos alunos, os quais deveriam dar notas de 0 a 10 para a escola com base na
convivência entre alunos, professores, diretor e funcionários.
Grande parte dos alunos do EF e do EM avalia positivamente esse aspecto, havendo, porém,
um declínio nos percentuais daqueles que dão as notas mais altas (8 a 10 pontos) à medida que avan-
ça a escolaridade. No EF, varia a proporção de alunos de 59% na 5a série a 46% na 8a e, no EM, de
43% na 1a série a 40% na 3a. Com a progressão das séries, aumenta a proporção de alunos que atri-
buem a esse item notas intermediárias (5 a 7 pontos), ficando em torno de 17% a proporção daque-
les que atribuem notas baixas (0 a 4 pontos).
A avaliação dos alunos acerca das condições em que é oferecido o ensino na escola foi feita
considerando-se a disponibilidade de livros na escola para os alunos, seja em uma biblioteca, seja em
uma sala de leitura, ou a existência de algum meio de circulação de livros; a limpeza e conservação
95
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96
do prédio e do mobiliário escolares (salas de aula, banheiros, pátio, jardins, muros, carteiras); e a apa-
rência geral da escola, indicada pela existência de cortinas, filtros e objetos de decoração.
Também em relação aos aspectos que compõem esse tópico, as avaliações positivas (notas de
8 a 10 pontos) são feitas por maior proporção de alunos. Porém, à medida que avançam na escolari-
zação, eles ficam mais parcimoniosos em atribuir notas mais altas. No EF, entre 61% dos alunos da 5a
série e 53% dos da 8a atribuem de 8 a 10 pontos para a disponibilidade de livros. No EM, a propor-
ção varia de 45% na 1a série a 39% na 3a.
O tópico limpeza e conservação do prédio e do mobiliário escolares recebe a avaliação mais
favorável de 54% dos alunos da 5a série, diminuindo para 45% na 8a, e, no EM, de 43% dos alunos da
1a série a 40% deles na 3a.
Ao avaliarem a aparência geral da escola, perto de 50% dos alunos no início do Ciclo II atri-
buem as notas mais altas, decrescendo essa proporção para 35% na série final. No EM, há uma distri-
buição mais homogênea pelas faixas de nota, estando em torno de 30% o percentual de alunos em
cada uma delas, o que demonstra uma visão menos complacente com o aspecto físico da escola.
A relação que se estabelece entre a família dos alunos e a escola foi investigada no Ciclo I (3a
e 4a séries) e no Ciclo II do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Perguntou-se aos alunos quais
atividades escolares contam com a participação dos familiares, distinguindo-se as de envolvimento
com a aprendizagem e as voltadas para a organização da escola. De modo geral, à medida que aumen-
ta a escolaridade, tanto no EF quanto no EM, diminui a proporção de alunos que indicam ser freqüen-
te o envolvimento dos pais com a escola, seja nas questões referentes ao aprendizado, seja em rela-
ção à organização e ao funcionamento da escola. A exceção se dá nas duas séries finais do Ciclo I,
relativamente ao envolvimento dos pais com a aprendizagem do aluno, verificando-se um ligeiro au-
mento na série final.
O envolvimento da família com a escola foi investigado perguntando-se aos alunos se seus pais
participam de festas promovidas pela escola, se prestam serviços à escola, tais como pintura e peque-
nos reparos, e se colaboram na solução de problemas surgidos na escola.
De modo geral, é bastante reduzida a proporção de pais que participam de festas e colabo-
ram com a escola de modo mais freqüente, sendo que, com o aumento da escolaridade, aumenta a
proporção dos que raramente ou nunca participam.
Nas séries finais do Ciclo I, as perguntas foram feitas de forma mais sintética, levando-se em conta
a pouca idade dos alunos, indagando-se, tão-somente, se os pais participam de festas e se ajudam a con-
servar a escola. Assim, na 3a e 4a séries, registram-se os percentuais mais altos de pais que participam de
festas (52% e 47%, respectivamente) e que ajudam a conservar a escola (46% e 44%, respectivamente).
Nas séries do Ciclo II e do EM, os alunos deveriam indicar se os pais se envolvem com as ati-
vidades da escola freqüentemente, de vez em quando, raramente ou nunca. Os maiores percentuais
de respostas no EF indicam que os pais raramente ou nunca participam de festas, variando de 42%
na 5a série a 61% na 8a, o mesmo ocorrendo em relação à prestação de serviços (59% na 5a série a
77% na 8a) e à solução de problemas na escola (37% na 5a série a 56% na 8a). Os demais se distri-
buem entre aqueles que participam de vez em quando, seguidos de um percentual menor represen-
tado pelos que participam freqüentemente.
No EM, é ainda maior a proporção de pais que raramente ou nunca participam de festas ou cola-
boram com alguma atividade na escola, aumentando essa proporção de 68% na 1a série para 72% na 3a
no caso das festas, de 81% na 1a série para 84% na 3a em relação a prestar serviços à escola e de 64%
na 1a série para 72% na 3a no que diz respeito a colaborar na solução de problemas da escola.
Apresenta-se a seguir, resumidamente, o perfil dos alunos da Rede Estadual de Ensino que par-
ticiparam do Saresp 2004, destacando-se aspectos significativos que caracterizam a maior parte dos
alunos que freqüentavam o Ensino Fundamental – EF (da 3a à 8a série) e o Ensino Médio – EM.
97
Cap_4_7- 23/3/07 6:24 PM Page 98
98
em seus lares de revistas e uma parcela ainda mais reduzida, de jornal diário. Os alunos do EM têm
mais acesso à internet do que os do Ciclo II do EF. Com a progressão das séries, percebe-se que esse aces-
so aumenta. Pelo menos um terço dos alunos do Ciclo II do EF e do EM tem mais de 20 livros em casa.
Constata-se, pela distribuição dos alunos por nível socioeconômico, que a Rede Pública Esta-
dual paulista atende predominantemente estudantes de nível socioeconômico C, seguidos pelos de
nível D. O percentual de alunos com situação mais favorável tende a ser ampliado do EF para o EM,
ao contrário do que ocorre com os estudantes das camadas D e E.
Cerca de dois terços dos alunos da 3a e 4a séries do EF sempre fazem lição de casa e têm al-
guém da família que os ajuda na realização dessa tarefa. A grande maioria desses alunos afirma ainda que
seus professores sempre corrigem a lição de casa.
A maior parte dos estudantes do Ciclo II e do EM é incentivada pela família a estudar e ir à esco-
la. O incentivo para a realização de lição de casa ou de trabalhos escolares é um hábito mais freqüente
entre os pais dos alunos do Ciclo II, diminuindo ao longo da escolaridade, de forma que, na 3a série do
EM, um pouco menos da metade dos pais tem esse comportamento, segundo a opinião dos alunos.
Além disso, um pouco menos da metade dos alunos declara ser estimulada pelos pais para ler livros.
Entre os cursos realizados fora da escola pelos alunos do Ciclo II do EF e do EM, os mais pro-
curados são os de informática e aqueles que envolvem atividades esportivas. No Ciclo II, a participa-
ção dos alunos em cursos de música, dança, teatro, artes plásticas é pouco expressiva e mais reduzida
ainda a freqüência a cursos de língua estrangeira. No EM, a procura por cursos de língua estrangeira
se amplia um pouco, principalmente nas séries finais, sendo que a procura por cursos de dança, ar tes,
música ou teatro, por sua vez, aproxima-se da verificada no Ciclo II. Recorrer a atividades de refor-
ço escolar é estratégia adotada por uma proporção reduzida de alunos e, ainda assim, decrescen-
te no decorrer do Ensinos Fundamental e Médio.
No Ensino Médio, verifica-se que a maior parcela dos alunos trabalha ou já trabalhou em algum pe-
ríodo, de forma efetiva ou ocasional, aumentando o percentual de alunos trabalhadores ao longo do EM.
Trajetória escolar
A parcela dos estudantes da 1a série do Ciclo I que aprenderam a ler na pré-escola é significati-
vamente menor do que a daqueles que não aprenderam a ler nesse período, o que não ocorre na 2a
série, com percentuais próximos entre os que foram e não foram alfabetizados na pré-escola. Não
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
99
Cap_4_7- 23/3/07 6:24 PM Page 100
100
da escola quanto à freqüência dos professores às aulas. No EM, os alunos são um pouco mais crí-
ticos em relação aos agentes escolares e à assiduidade dos professores, havendo maior distribui-
ção percentual dos alunos pelas faixas de nota mais baixas e intermediárias;
no EF, grande parte dos alunos avaliou positivamente aspectos da gestão escolar, a saber: a organi-
zação da escola e suas regras de disciplina; a solução, por parte da escola, dos problemas relaciona-
dos à falta de profissionais (professores, professores-coordenadores e funcionários); e a solução
rápida dos problemas que surgem na escola, tais como vazamentos de água, lâmpadas queimadas
e carteiras quebradas. No EM, houve maior distribuição percentual dos alunos pelas faixas de nota
consideradas, indicando, também em relação à gestão escolar, uma visão mais crítica da escola;
o clima da escola é positivo, indicado pela convivência entre alunos, professores, diretor e funcio-
nários, havendo, porém, um declínio nos percentuais de notas mais altas a esse aspecto à medida
que avança a escolaridade;
são positivas as condições em que é oferecido o ensino na escola, indicadas pela disponibilidade
de livros, seja em uma biblioteca, seja em uma sala de leitura, ou pela existência de algum meio de
circulação de livros; pela limpeza e conservação do prédio e do mobiliário escolares (salas de aula,
banheiros, pátio, jardins, muros, carteiras); e pela aparência geral da escola (existência de cortinas,
filtros e objetos de decoração), diminuindo a atribuição de notas mais altas à medida que avan-
çam na escolarização.
A família e a escola
Quanto ao envolvimento da família com a aprendizagem do aluno, nota-se que a maioria dos
pais dos Ciclos I e II vai à escola para participar de reuniões de pais e conversar sobre as notas expres-
sas no boletim, assim como para conversar sobre o comportamento dos alunos. A participação dos
pais dos alunos do EM em reuniões é menos freqüente do que no EF, e decresce ainda mais com a
progressão das séries.
O envolvimento da família com as atividades da escola se dá de forma pouco expressiva. De
modo geral, é bastante reduzida a proporção de pais que participam de festas e colaboram com a
escola de modo mais freqüente, sendo que, com a progressão da escolaridade, aumenta a proporção
dos que raramente ou nunca participam.
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
CAPÍTULO 4 – PERFIL DOS ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL PAULISTA
101
Page 101
6:24 PM
23/3/07
Cap_4_7-
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Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 103
CAPÍTULO 5
Características dos
Estudantes e seu
Desempenho
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 104
104
5.1. Introdução
Além do perfil dos alunos que participaram do Saresp 2004, obtido por meio dos questioná-
rios aplicados durante a avaliação, este relatório apresenta o resultado do estudo que verificou a rela-
ção entre algumas características dos alunos nos diferentes níveis de escolaridade e o seu desempenho
na prova objetiva de Leitura e Escrita.
Foram selecionadas para esse processamento as variáveis sexo e idade dos alunos da 1a à 8a
série do Ensino Fundamental e da 1a à 3a série do Ensino Médio. As questões que investigaram o tra-
balho dos alunos do EM, como jornada semanal e visão sobre trabalho e estudo simultâneos, também
foram analisadas em sua relação com o desempenho. Foram ainda selecionadas para esse estudo as
variáveis incluídas nos questionários dos alunos das séries do Ciclo II e do EM, cujo objetivo era veri-
ficar o envolvimento da família com a escolarização dos filhos, e as variáveis relativas às estratégias de ava-
liação do professor, indicativas de uma prática docente comprometida com a aprendizagem do aluno.
A relação entre as variáveis selecionadas e o desempenho dos alunos foi conseguida por meio
do cálculo, para cada série, dos escores verdadeiros/pontos na prova segundo cada uma das caracte-
rísticas investigadas, analisando-se os resultados distribuídos por níveis de desempenho das escalas de
Leitura descritos no capítulo 3 – Desempenho dos Alunos.
Com o objetivo de sintetizar as informações obtidas no questionário e conseguir maior discri-
minação do desempenho, as variáveis de interesse foram, na maioria, recodificadas. Por exemplo, no
questionário, uma das perguntas indagou se o aluno recebia algum incentivo em casa, apresentando
várias possibilidades de resposta, tais como estudar, ler, ir à escola etc. Essas variáveis foram transfor-
madas em “quantidade de incentivos em casa”.
Serão apresentados, a seguir, para cada série do EF e do EM, os resultados desse estudo, con-
tendo a distribuição dos alunos em cada uma das variáveis investigadas pelos níveis de desempenho.
As variáveis selecionadas para o cruzamento com o desempenho foram sexo (da 3a série do EF à 3a
série do EM), idade (da 1a série do EF à 3a série do EM) e, exclusivamente para o EM, a jornada de
CAPÍTULO 5 – CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES E SEU DESEMPENHO
trabalho dos alunos trabalhadores. Além dessas variáveis, serão apresentados também os estudos da
relação entre o desempenho dos alunos e os indicadores de nível socioeconômico da família dos alu-
nos, a quantidade de incentivos que o aluno recebe em casa para estudar e o número de meios que
os professores utilizam para avaliar os conhecimentos dos alunos, investigados nas séries do Ciclo II
do EF e do Ensino Médio.
Os percentuais de meninos e meninas nos níveis Regular, Bom e Muito Bom são muito próxi-
mos, havendo uma ligeira predominância das meninas nos níveis Bom e Muito Bom das escalas em
Leitura, variando de 4 a 5% a diferença entre sexo, respectivamente na 3a e 4a séries do EF. Registra-
se, ao contrário, uma proporção um pouco maior de meninos no nível Abaixo do Insuficiente.
Níveis de Desempenho
Sexo Abaixo do
Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Insuficiente
Feminino 14,7 11,2 38,4 29,1 6,3 0,3
Masculino 17,0 13,2 38,0 26,0 5,5 0,3
Níveis de Desempenho
Sexo Abaixo do
Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Insuficiente
Feminino 13,8 12,6 38,3 28,0 7,2 0,2
Masculino 18,2 15,1 36,8 23,3 6,6 0,1
Níveis de Desempenho
Sexo Abaixo do
Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Insuficiente
Feminino 14,7 12,8 35,6 30,1 6,4 0,4
Masculino 20,5 14,7 33,2 26,1 5,3 0,3
Níveis de Desempenho
Sexo Abaixo do
Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Insuficiente
Feminino 12,1 11,9 37,8 29,2 8,7 0,3
Masculino 20,5 15,5 37,0 21,7 5,2 0,2
105
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 106
106
Níveis de Desempenho
Sexo Abaixo do
Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Insuficiente
Feminino 12,3 12,5 41,1 26,6 7,2 0,3
Masculino 19,4 13,9 37,9 23,0 5,6 0,2
Níveis de Desempenho
Sexo Abaixo do
Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Insuficiente
Feminino 11,0 13,1 37,4 31,8 6,7 0,0
Masculino 19,7 16,2 35,5 24,2 4,4 0,0
Nas duas primeiras séries do Ensino Médio, o sexo feminino têm percentuais mais elevados
no nível Bom da escala de Leitura, em torno de 4% a mais em relação ao sexo masculino. Entretanto,
a
na 3 série do EM, os percentuais de alunos dos dois sexos no nível Bom são praticamente iguais.Assim
como no EF, verifica-se nas três séries do EM uma proporção maior de meninos no nível Abaixo do
Insuficiente, superior a 4%.
Níveis de Desempenho
Sexo Abaixo do
Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Insuficiente
Feminino 11,3 15,1 38,9 26,6 8,1 0,1
Masculino 18,7 16,5 35,0 22,9 6,7 0,1
Níveis de Desempenho
CAPÍTULO 5 – CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES E SEU DESEMPENHO
Sexo Abaixo do
Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Insuficiente
Feminino 13,4 12,1 37,7 29,0 7,5 0,3
Masculino 19,3 13,3 36,5 24,9 5,8 0,3
Níveis de Desempenho
Sexo Abaixo do
Insuficiente Regular Bom Muito Bom Ótimo
Insuficiente
Feminino 13,1 13,9 39,5 26,9 6,4 0,2
Masculino 17,3 13,4 37,4 26,0 5,7 0,2
Na 1a série do EF, os alunos com 7 e 8 anos, portanto na idade correta para a série, distri-
buem-se de forma semelhante nos diversos níveis da escala de Leitura. Cerca de 30% dos alunos de
ambas as idades estão no nível Insuficiente, 25% no nível Bom, cerca de 21% no nível Ótimo, em torno
de 10% no nível Muito bom e no nível Regular, e 5% no nível Excelente de desempenho. Os alunos
mais novos, com 6 anos, encontram-se numa proporção de 40% no nível Insuficiente, o mesmo ocor-
rendo com os alunos mais velhos para a série (9 e 10 anos ou mais), os quais representam um per-
centual entre 45% e 48% no nível mais baixo da escala.
1a Série EF
50
45
40
35
30
% 25
20
15
10
5
0
6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos ou mais
Idade
Na 2a série do EF, o maior percentual de alunos de 8 anos está concentrado no nível Muito
bom da escala, sendo esta uma tendência que se repete para os alunos de 9 anos. Chama a atenção
o percentual de mais de 10% dos alunos de 6 e 7 anos situados no nível Ótimo da escala. São os alu-
nos mais novos, com 6 anos, e os mais velhos, com 10 anos ou mais, que se encontram, em maiores
proporções, no nível Insuficiente da escala.
2a Série EF
50
45
40
35
30
% 25
20
15
10
5
0
6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos ou mais
Idade
107
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108
Idade
Na 4a série do EF, a partir dos 10 anos (idade correta para a série), observa-se o mesmo fenô-
meno verificado na 3a série, ou seja, mais de 35% dos alunos que têm 13 anos ou mais situam-se no
nível Abaixo do insuficiente.
35
30
%
25
20
15
10
5
0
9 anos ou menos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos ou mais
Idade
5a Série EF
70
60
50
% 40
30
20
10
0
11 anos ou 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos ou
menos mais
Idade
6a Série EF
60
50
40
% 30
20
10
0
11 anos ou 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos ou
menos mais
Idade
109
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 110
110
20
10
0
11 anos ou 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos ou
menos mais
Idade
8a Série EF
60
50
40
% 30
20
10
0
11 anos ou 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos ou
menos mais
Idade
Os gráficos abaixo ilustram o desempenho dos alunos do Ensino Médio. Nas três séries, vê-se
CAPÍTULO 5 – CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES E SEU DESEMPENHO
40
30
%
20
10
0
15 anos ou 16 anos 17 anos 18 anos 19 anos 20 anos ou
menos mais
Idade
40
30
%
20
10
0
15 anos ou 16 anos 17 anos 18 anos 19 anos 20 anos ou
menos mais
Idade
40
30
%
20
10
0
15 anos ou 16 anos 17 anos 18 anos 19 anos 20 anos ou
menos mais
Idade
Pode-se observar nos gráficos com a distribuição percentual dos alunos de diferentes níveis socioe-
conômicos que, nas quatro séries do Ciclo II, o percentual de alunos que se encontram no nível Regular é
bastante aproximado nas cinco faixas de renda. O percentual de alunos nas faixas de desempenho Abaixo
111
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 112
112
do insuficiente e Insuficiente vai decrescendo à medida que aumenta o nível socioeconômico dos alunos.
Ao contrário, a distribuição dos alunos pelos níveis socioeconômicos que vão de E (0 a 7 pontos) até A
(23 a 26 pontos) mostra uma proporção crescente de alunos nos níveis Bom, Muito bom e Ótimo.
Gráfico 40 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho por Faixa de Nível Socioeconômico
5a Série EF
50
40
30
%
20
10
0
0-7 8-12 13-17 18-22 23-26
Faixas de NSE
Gráfico 41 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho por Faixa de Nível Socioeconômico
6a Série EF
55
50
45
40
35
30
%
25
20
15
10
5
0
0-7 8-12 13-17 18-22 23-26
Faixas de NSE
CAPÍTULO 5 – CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES E SEU DESEMPENHO
Gráfico 42 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho por Faixa de Nível Socioeconômico
7a Série EF
55
50
45
40
35
30
%
25
20
15
10
5
0
0-7 8-12 13-17 18-22 23-26
Faixas de NSE
Nos gráficos das três séries do Ensino Médio, pode-se observar nitidamente que os percen-
tuais de alunos posicionados nos níveis de desempenho Bom, Muito bom e Ótimo crescem à medida
que o nível socioeconômico aumenta.
Essa relação é inversa nas três séries para os níveis de desempenho Abaixo do insuficiente e
Insuficiente. No nível de desempenho Regular verifica-se um crescimento dos percentuais de alunos
até a faixa de NSE C (13-17 pontos), os quais começam a decair nos níveis mais altos.
Gráfico 44 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho por Faixa de Nível Socioeconômico
1a Série EM
50
45
40
35
30
%
25
20
15
10
5
0
0-7 8-12 13-17 18-22 23-26
Faixas de NSE
Abaixo do insuficiente Insuficiente Regular Bom Muito bom Ótimo
Gráfico 45 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho por Faixa de Nível Socioeconômico
2a Série EF
50
45
40
35
30
%
25
20
15
10
5
0
0-7 8-12 13-17 18-22 23-26
Faixas de NSE
Abaixo do insuficiente Insuficiente Regular Bom Muito bom Ótimo
113
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 114
114
Gráfico 46 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho por Faixa de Nível Socioeconômico
3a Série EM
50
45
40
35
30
%
25
20
15
10
5
0
0-7 8-12 13-17 18-22 23-26
Faixas de NSE
Abaixo do insuficiente Insuficiente Regular Bom Muito bom Ótimo
A pergunta sobre se o aluno recebia algum incentivo em casa para os estudos englobava várias
possibilidades de resposta: estudar, fazer lição de casa ou trabalhos escolares, ler (livros, revistas infor-
mativas etc.), ir à escola, e não tenho incentivo. Os alunos podiam assinalar uma ou mais respostas que
foram representadas por 0 (não tenho incentivo) a 4 (recebe quatro tipos de incentivo). A questão foi
feita para os alunos das séries do Ciclo II do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
De modo geral, verifica-se que os alunos que recebem dois ou mais tipos de incentivo em casa
para os estudos concentram-se nos níveis mais altos de desempenho. No nível de desempenho
Regular, os alunos de 5a e 6a séries do EF que recebem dois ou três tipos de incentivo apresentam-se
em percentuais mais altos, bem como os que recebem de dois a quatro tipos na 7a e 8a séries. Já os
alunos dos níveis de desempenho Bom mostram-se em concentrações crescentes ao longo das qua-
tro séries quando recebem dois ou mais incentivos. A partir da 6a série, os alunos que recebem de
dois a quatro incentivos apresentam-se em proporções mais altas nos níveis Muito bom e Ótimo.
CAPÍTULO 5 – CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES E SEU DESEMPENHO
Gráfico 47 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo a Quantidade de Incentivos da Família
5a Série EF
50
45
40
35
30
%
25
20
15
10
5
0
0 1 2 3 4
Quantidade de Incentivos
Gráfico 49 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo a Quantidade de Incentivos da Família
7a Série EF
50
45
40
35
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%
25
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5
0
0 1 2 3 4
Quantidade de Incentivos
Gráfico 50 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo a Quantidade de Incentivos da Família
8a Série EF
50
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40
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30
%
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15
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5
0
0 1 2 3 4
Quantidade de Incentivos
No Ensino Médio, o comportamento não difere do verificado nas séries do Ciclo II – há uma
relação entre maior incentivo recebido em casa pelos alunos e seu melhor desempenho.
Os resultados são apresentados nos gráficos a seguir.
115
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 116
116
Gráfico 51 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo a Quantidade de Incentivos da Família
1a Série EM
50
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%
25
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0 1 2 3 4
Quantidade de Incentivos
Gráfico 52 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo a Quantidade de Incentivos da Família
2a Série EM
50
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%
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0 1 2 3 4
Quantidade de Incentivos
Gráfico 53 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo a Quantidade de Incentivos da Família
3a Série EM
50
45
CAPÍTULO 5 – CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES E SEU DESEMPENHO
40
35
30
%
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10
5
0
0 1 2 3 4
Quantidade de Incentivos
5.6. Nível de Desempenho dos Alunos Segundo o Número de Meios que os Professores
Utilizam para Avaliar os Conhecimentos dos Alunos
A verificação dos meios de que os professores mais se valem para avaliar os conhecimentos
dos alunos permitia diversas opções de resposta, como: prova escrita, prova com testes objetivos, tra-
balho em grupo/seminários, trabalho individual, prova prática (laboratório), participação do aluno na
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 117
Gráfico 54 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo o Número de Meios que os
Professores Utilizam para Avaliar os seus Conhecimentos
5a Série EF
50
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0 1 2 3 4 5 6
Número de Meios
Gráfico 55 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo o Número de Meios que os
Professores Utilizam para Avaliar os seus Conhecimentos
6a Série EF
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0 1 2 3 4 5 6
Número de Meios
117
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 118
118
Gráfico 56 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo o Número de Meios que os
Professores Utilizam para Avaliar os seus Conhecimentos
7a Série EF
50
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0
0 1 2 3 4 5 6
Número de Meios
Gráfico 57 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo o Número de Meios que os
Professores Utilizam para Avaliar os seus Conhecimentos
8a Série EF
50
45
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30
%
25
20
15
10
5
0
0 1 2 3 4 5 6
CAPÍTULO 5 – CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES E SEU DESEMPENHO
Número de Meios
No Ensino Médio, constata-se tendência semelhante à verificada nas séries anteriores, ou seja,
percentuais significativos de alunos com desempenho Abaixo do insuficiente na categoria 0 (sem res-
posta) ou 1 (utiliza um meio para avaliar) e percentuais bem mais baixos nessa categoria à medida
que os meios de avaliação utilizados pelo professor vão se acumulando. Os alunos de desempenho
Regular apresentam-se com percentuais elevados nas categorias que vão de 0 (sem reposta) a 6
meios, e os de desempenho mais alto, com percentuais crescentes na associação entre desempenho
e maior variedade de meios de avaliação.
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 119
1a Série EM
50
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%
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0 1 2 3 4 5 6
Número de Meios
Gráfico 59 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo o Número de Meios que os
Professores Utilizam para Avaliar os seus Conhecimentos
2a Série EM
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40
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%
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15
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0
0 1 2 3 4 5 6
Número de Meios
Gráfico 60 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo o Número de Meios que os
Professores Utilizam para Avaliar os seus Conhecimentos
3a Série EM
50
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40
35
30
%
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5
0
0 1 2 3 4 5 6
Número de Meios
119
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 120
120
5.7. Nível de Desempenho dos Alunos do Ensino Médio Segundo a Jornada de Trabalho
A questão sobre a jornada de trabalho semanal dos alunos trabalhadores, investigada somen-
te no Ensino Médio, apresentou como possibilidades de resposta às alternativas: “sem jornada fixa e
até 10 horas semanais”,“de 11 a 20 horas semanais”,“de 31 a 40 horas semanais”,“mais de 40 horas
semanais” e “não trabalho”.
São os alunos dos níveis de desempenho Regular e Bom que apresentam os mais altos percen-
tuais em cada opção de resposta, conforme se destaca nos gráficos apresentados a seguir. Observa-
se nas três séries um percentual maior de alunos que trabalham de 21 a 30 horas e de 31 a 40 horas
no nível Bom de desempenho, equiparando-se, em proporção, aos alunos que não trabalham.
Gráfico 61 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo a Jornada de Trabalho por Semana
1a Série EM
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Sem jornada fixa, de 11 a 20 horas de 21 a 30 horas de 31 a 40 horas mais de 40 horas não trabalho
até 10 horas semanais semanais semanais semanais
semanais
Opções de Resposta
Gráfico 62 – Percentual de Alunos em Cada Nível de Desempenho Segundo a Jornada de Trabalho por Semana
2a Série EM
50
45
40
35
30
%
25
20
15
10
5
0
Sem jornada fixa, de 11 a 20 horas de 21 a 30 horas de 31 a 40 horas mais de 40 horas não trabalho
até 10 horas semanais semanais semanais semanais
semanais
Opções de Resposta
3a Série EM
50
45
40
35
30
%
25
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15
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0
Sem jornada fixa, de 11 a 20 horas de 21 a 30 horas de 31 a 40 horas mais de 40 horas não trabalho
até 10 horas semanais semanais semanais semanais
semanais
Opções de Resposta
Apresenta-se, a seguir, uma síntese dos resultados do processamento que investigou a relação en-
tre algumas características dos alunos dos Ensinos Fundamental e Médio e o seu desempenho na prova.
121
Cap_5_10- 23/3/07 6:41 PM Page 122
122
Quantidade de incentivos que o aluno recebe da família para os estudos: estudar, fazer
lição de casa ou trabalhos escolares, ler (livros, revistas informativas etc.), ir à escola, e não tenho incentivo.
Os alunos podiam assinalar uma ou mais respostas que foram representadas por 0 (não tenho
incentivo) a 4 (recebe quatro tipos de incentivo). A questão foi feita para os alunos das séries do
Ciclo II do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
Da 5a à 8a série, os alunos que recebem dois ou mais tipos de incentivo em casa para os estu-
dos concentram-se nos níveis mais altos de desempenho. No nível de desempenho Regular, os alunos
de 5a e 6a séries do EF que recebem dois ou três tipos de incentivo apresentam-se em percentuais
mais altos, bem como os que recebem de dois a quatro tipos na 7a e 8a séries. Já os alunos que estão
nos níveis de desempenho Bom mostram-se em concentrações crescentes ao longo das quatro séries
quando recebem dois ou mais incentivos. A partir da 6a série, os alunos que recebem de dois a qua-
tro incentivos apresentam-se em proporções mais altas nos níveis Muito bom e Ótimo. Como era de
esperar, diminuem os percentuais de alunos de desempenho Insuficiente e Abaixo do insuficiente quan-
do a quantidade de incentivos se torna maior.
No Ensino Médio, o comportamento não difere do verificado nas séries do Ciclo II – há uma
relação entre maior incentivo recebido em casa pelos alunos e seu melhor desempenho.
Cap_5_10-novo 4/24/07 10:35 AM Page 123
Jornada de trabalho dos alunos do Ensino Médio: “sem jornada fixa e até 10 horas semanais”,
“de 11 a 20 horas semanais”, “de 31 a 40 horas semanais”, “mais de 40 horas semanais” e “não trabalho”.
São os alunos dos níveis de desempenho Regular e Bom que apresentam os mais altos per-
centuais em cada opção de resposta. Observa-se nas três séries um percentual maior de alunos que
trabalham de 21 a 30 horas e de 31 a 40 horas no nível Bom de desempenho, equiparando-se, em pro-
porção, aos alunos que não trabalham.
123
Cap_6_7- 23/3/07 4:18 PM Page 124
Cap_6_7- 23/3/07 4:18 PM Page 125
CAPÍTULO 6
Fatores Associados ao
Desempenho Escolar
Cap_6_7- 23/3/07 4:18 PM Page 126
126
6.1. Introdução
Diversos estudos realizados nas últimas duas décadas vêm identificando a relação entre fato-
res intra e extra-escolares com o desempenho alcançado pelos alunos nas avaliações de rendimento
escolar. Essa linha de investigação utiliza modelos de regressão multinível ou hierárquica para explicar o
desempenho em função de variáveis selecionadas.
Com esse objetivo, além da análise dos resultados da aplicação das provas objetivas e redação
e do perfil dos alunos obtido das informações dos questionários, os dados do Saresp 2004 foram anali-
sados, como já vinha ocorrendo em edições anteriores, a partir da Teoria dos Modelos Lineares Hierár-
quicos – HLM.Trata-se de um modelo estatístico que permite identificar, dentre as variáveis investigadas,
aquelas que mais contribuem para explicar a variabilidade ocorrida no desempenho dos alunos, forne-
cendo uma medida que possibilita quantificar essa influência.
Serão apresentados, neste tópico, os estudos realizados a partir da aplicação do modelo HLM
aos resultados gerais de cada uma das séries avaliadas no Saresp 2004, a saber: 3a e 4a séries do Ciclo
I, 5a a 8a série do Ciclo II do EF e 1a a 3a série do EM.
No estudo dos fatores associados ao desempenho dos alunos, consideraram-se dois níveis hie-
rárquicos para as análises: o aluno e a sua turma na escola. O maior impacto do nível aluno no desem-
penho tem se verificado nas análises dos resultados do Saresp em que se aplicou o modelo. A definição
da turma como o segundo nível deu-se em virtude da crença de que ele poderia ter impacto signifi-
cativo sobre os resultados alcançados pelos estudantes na avaliação. Optou-se por inserir no modelo
a turma e não a escola, como feito nas edições anteriores, pois as turmas podem ser muito hetero-
gêneas entre si, como ocorre usualmente entre turmas de períodos diurno e noturno. Além disso, o
aluno interage diretamente com seus colegas de turma e seus professores na turma: o mais impor-
tante para o aluno é o que ocorre dentro de sua sala de aula.
As variáveis do estudo foram retiradas dos próprios questionários respondidos pelos alunos,
de acordo com a série, elaborados com essa finalidade. Os alunos da 3a e 4a séries receberam um
tipo, mais simplificado; os da 5a a 8a, outro; e no EM, além das questões destinadas aos alunos do Ciclo
CAPÍTULO 6 – FATORES ASSOCIADOS AO DESEMPENHO ESCOLAR
6.2.Variáveis Selecionadas
Para a inclusão no modelo, no caso da 3a e 4a séries do EF, selecionou-se a variável que mede
o “grau de urbanização do domicílio do aluno” – portanto, uma variável do tipo socioeconômico, que
expressa se a casa tem eletricidade, água encanada e calçamento na rua.Três outras variáveis são esco-
lares e referem-se à “falta do professor”, “se o aluno faz lição de casa” e ”se o professor corrige a lição”.
Finalmente, utilizou-se a variável “se os pais participam de reunião de pais”, que é uma variável de am-
biente familiar no sentido de participação e interesse dos pais pela vida escolar dos filhos.
Para as séries do Ciclo II do EF (5a a 8a série) foram consideradas para a inclusão no modelo
as seguintes variáveis:
“condições do domicílio do aluno”: exprime a existência de água encanada, eletricidade e calçamen-
to da rua;
“presença de bens culturais na casa”: verifica a presença de dicionário, internet, lugar para estudo e
estante com mais de 20 livros;
“incentivo ao estudo do aluno”: considera o grau de envolvimento da família com o estudo do
aluno, com o fazer lição de casa ou trabalhos escolares, com o estímulo para ler e para freqüen-
tar a escola;
“freqüência a cursos extra-escolares”: resume a participação do aluno em cursos de língua estran-
geira, de computação, de música e atividades esportivas;
1
Informações mais detalhadas envolvendo a recodificação e o agrupamento de características com o objetivo de construção
de indicadores estão disponíveis na FDE.
127
Cap_6_7- 23/3/07 4:18 PM Page 128
128
“atividades de reforço”: expressa a ida do aluno a aulas de reforço fora da escola e a busca de auxí-
lio pedagógico pela família;
“aulas de recuperação”: aponta se o aluno tem aula de recuperação na escola, se a escola fornece
auxílio ao aluno;
“interrupção da freqüência à escola”: indica se o aluno deixou de freqüentar a escola durante algum
tempo;
“como o professor avalia”: verifica se a avaliação inclui provas, trabalhos em grupo, seminários, tra-
balhos individuais, participação do aluno;
“motivação para freqüentar a escola”: se o aluno tem motivação para conseguir um certificado,
aumentar seu conhecimento, conseguir melhorar de vida e aumentar suas habilidades;
“senso crítico do aluno em relação ao ambiente escolar”: avalia as reclamações do aluno acerca de
fatores que dificultam sua aprendizagem, como indisciplina na sala de aula e despreparo dos cole-
gas quanto a dominar a matéria das séries anteriores.
No Ensino Médio, foram utilizadas as mesmas variáveis da 5a a 8a série do EF, com algumas
modificações. Na variável “senso crítico do aluno”, introduziu-se também a queixa quanto ao grande
número de alunos na sala de aula e à falta de materiais.
Em relação à variável “se o aluno trabalha”, consideraram-se a “quantidade de horas que ele tra-
balha” e “percepção do aluno sobre o efeito do estudo e trabalho simultâneos”.
Foram também introduzidas duas variáveis de contexto, amplamente utilizadas em estudos
semelhantes divulgados pela literatura, que são: a média do nível socioeconômico da turma e a média
do atraso escolar.
Na apresentação dos resultados da inserção no modelo das variáveis utilizadas como contro-
le, foi confirmado, em todas as séries, que o nível socioeconômico dos alunos se associa positivamen-
te ao desempenho, ou seja, os alunos das camadas mais favorecidas da sociedade obtêm melhores
resultados no Saresp. Ao contrário, o atraso escolar apresenta associação negativa, pois os alunos com
defasagem idade-série obtêm os piores resultados na avaliação.
O impacto das demais variáveis incluídas no modelo básico de análise no desempenho dos
CAPÍTULO 6 – FATORES ASSOCIADOS AO DESEMPENHO ESCOLAR
129
Cap_6_7- 23/3/07 4:18 PM Page 130
130
Modelo Básico
Variáveis 3a EF 4a EF 5a EF 6a EF 7a EF 8a EF 1a EM 2a EM 3a EM
Nível 1 – Aluno
Sexo do aluno (feminino) + + + + + + + + +
Atraso escolar - - - - - - - - -
Como o aluno se considera em relação à cor
negro - - - - - - - - -
pardo ns ns + ns - - - - -
amarelo - - - - - - - - -
indígena - - - - - - - - -
Nível socioeconômico na na + + + + + + +
Nível máximo de instrução
- - na na na na na na na
de pai e mãe
Nível 2 – Turma
Turno noturno na turma na na na na na na - - -
Média do nível máximo de instrução
+ + na na na na na na na
de pai e mãe na turma
Média do nível socioeconômico
na na + + + + + + +
na turma
Média do atraso escolar na turma - - - - - - - - -
+ = Efeito positivo
- = Efeito negativo
ns = Resultados não significativos
na = A variável não se aplica
Variáveis 3a EF 4a EF 5a EF 6a EF 7a EF 8a EF 1a EM 2a EM 3a EM
Condições do domicílio do aluno + + + + + + + + +
Freqüência do professor
Falta de vez em quando - - na na na na na na na
Falta muito - - na na na na na na na
Aluno faz lição de casa
Nunca - - na na na na na na na
Às vezes - - na na na na na na na
Sempre - - na na na na na na na
CAPÍTULO 6 – FATORES ASSOCIADOS AO DESEMPENHO ESCOLAR
Variáveis 3a EF 4a EF 5a EF 6a EF 7a EF 8a EF 1a EM 2a EM 3a EM
Percepção do aluno sobre estudo e trabalho simultâneos
Atrapalha os estudos na na na na na na - - -
Possibilita crescimento pessoal na na na na na na + + +
Atrapalha, mas possibilita crescimento na na na na na na + + +
Não atrapalha os estudos na na na na na na - - -
+ = Efeito positivo
- = Efeito negativo
na = A variável não se aplica
O estudo dos fatores associados ao desempenho dos alunos a partir da Teoria dos Modelos
Lineares Hierárquicos – HLM – tem confirmado o impacto majoritário das variáveis relacionadas ao
perfil do aluno na explicação da variabilidade do desempenho no Saresp. Ainda assim, algumas carac-
terísticas que dizem respeito à escola e a seus agentes têm se mostrado relevantes nos estudos fei-
tos nas várias edições do Saresp em que se aplicou o modelo HML. Isso reforça a importância de se
continuar buscando, no âmbito escolar, os fatores explicativos dos bons e dos maus resultados nas
avaliações, uma vez que é nesse nível que cabem as intervenções, seja por meio das atuações locais,
escola e DE, seja por meio das políticas mais abrangentes implementadas pelos órgãos gestores do
ensino público.
Retomando as variáveis que se mostraram significativas no Saresp 2004, verifica-se, primeiramen-
te, que tiveram impacto positivo no desempenho, independentemente da série, as variáveis indicativas
do nível socioeconômico dos alunos, apontando uma associação positiva entre melhores condições de
vida e melhor desempenho. Ao contrário, o atraso escolar tem impacto negativo no desempenho dos
alunos, indicando que os alunos com defasagem idade-série têm os piores resultados na avaliação.
Quanto às demais variáveis incluídas no modelo básico de análise, nota-se que tiveram impac-
to no desempenho dos alunos avaliados no Saresp 2004 características do ambiente familiar, que
denotam inclusão social e cultural. Assim, associaram-se positivamente ao desempenho, em todas as
séries analisadas, as condições do domicílio do aluno. Nas séries finais do Ciclo I, mostrou-se significa-
tiva a freqüência dos pais a reuniões de pais e, nas séries do Ciclo II e do Ensino Médio, o ambiente
cultural em casa e o incentivo que a família dá ao filho em relação à escola. A possibilidade de fre-
qüentar cursos extra-escolares, indicativa de melhores oportunidades, teve, também, seu impacto
positivo em todas as séries em que foi avaliada.
Outras variáveis tiveram impacto positivo no desempenho dos alunos do Ciclo II e do EM, a
saber: senso crítico dos alunos e motivação para freqüentar a escola. São características dos alunos
que cabem, também, à escola formar. A variável escolar que revelou impacto positivo foi a freqüência
da avaliação do professor utilizando diferentes instrumentos, indicativa da importância que assume a
verificação contínua da aprendizagem, particularmente após a implantação do regime de Progressão
Continuada no Ensino Fundamental.
Tiveram impacto negativo nas séries finais do Ciclo I as faltas ocasionais ou freqüentes do pro-
fessor. Nas séries do Ciclo II e do EM, o fato de os alunos realizarem atividades de reforço e aulas de
recuperação não teve como resultado, no estudo feito, a inserção dessas variáveis entre as que tive-
ram impacto positivo no desempenho. Embora se suponha que os alunos possam ter sanado, ao
menos em parte, suas dificuldades, seu desempenho no Saresp ficou aquém, comparado ao dos alu-
131
Cap_6_7- 23/3/07 4:18 PM Page 132
132
nos que não precisaram de auxílio pedagógico. No Ciclo II, a interrupção da freqüência à escola teve,
também, impacto negativo no desempenho dos alunos.
No EM, relativamente às questões sobre estudo e trabalho, as jornadas de trabalho mais longas
indicaram impacto positivo no desempenho dos alunos, enquanto as jornadas parciais apontaram im-
pacto negativo.Têm desempenho superior os alunos que consideram que o trabalho possibilita seu
crescimento pessoal e os que consideram que, embora isso ocorra, o trabalho atrapalha seus estudos.
Em suma, o estudo dos fatores associados ao desempenho dos alunos revelou que as variá-
veis do ambiente escolar, bem como as do ambiente familiar que dizem respeito ao envolvimento da
família com a escolarização dos alunos, têm efeito significativo no desempenho dos alunos e podem
ser objeto de políticas públicas de educação.Tornar públicas e discutir essas associações em todos os
níveis, desde a Secretaria da Educação até a escola, configura-se uma das ações mais relevantes em
relação aos resultados obtidos no Saresp 2004.
CAPÍTULO 6 – FATORES ASSOCIADOS AO DESEMPENHO ESCOLAR
CAPÍTULO 6 – FATORES ASSOCIADOS AO DESEMPENHO ESCOLAR
133
Page 133
4:18 PM
23/3/07
Cap_6_7-
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 134
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 135
Anexos
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 136
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 137
ANEXO I
138
O URSO E AS ABELHAS
Moral: Mais vale supor tar um só ferimento em silêncio que perder o controle e acabar to-
do machucado.
(ASH, Russel, HIGTON, Bernard (Comps.). Fábulas de Esopo.Trad. Heloisa Jahn. São Paulo: Cia.
das Letrinhas, 1994. p. 24.)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Literário (contos tradicionais, fábula, contos, crônicas)
22. “O urso fugiu a toda velocidade...” quer dizer que o urso fugiu
(A) calmamente.
(B) lentamente.
(C) mansamente.
(D) rapidamente.
32 T 2 D 0.87 0.34 0.65 0.99 0.48 0.04 0.04 0.03 0.87 0.02 0.00 -0.23 -0.23 -0.21 0.48 -0.24 -0.03
O item pretendia avaliar a habilidade do aluno de inferir o sentido de uma palavra ou expressão
pelo contexto. Ele precisava ler atentamente o texto para perceber o sentido que uma palavra ou ex-
pressão pode apresentar, isto é, aquele que está de acordo com as informações contidas no contexto.
Com um alto percentual de acertos (87%), o item pode ser considerado muito fácil, provavel-
mente porque a opção correta distingue-se claramente das outras e, dessa forma, houve pouca esco-
lha das três alternativas, como mostra a análise que se segue.
Os alunos que escolheram a alternativa correta D (87%) foram capazes de perceber que a
expressão a toda velocidade neste contexto tem o sentido esperado pelas ações narradas, podendo,
portanto, ser deduzida pelo encaminhamento do texto.
A seleção das alternativas A e B (ambas com 4% de acertos) e C (com 3%) sugere que os alu-
nos não entenderam que as três opções representam o contrário do que mostra o contexto da história.
O índice de discriminação 0.34 mostra que o item separou apenas razoavelmente os alunos
dos grupos de melhor e de pior resultado na prova, pois foi de grande facilidade para os de melhor
desempenho (99% acertaram) e fácil para os de pior desempenho (com 65% de acertos). Isso pode
ser confirmado pelo ponto bisserial (0.48), reafirmando que alunos de melhor desempenho na prova
encontraram muita facilidade na seleção da alternativa correta.
139
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 140
140
Meça a altura dos seus coleguinhas também. Quem é o mais alto da classe?
A cada ano você cresce um pouquinho, e isso acontece até você completar mais ou menos
20 anos.
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Jornalístico/Escolar (receitas, regras de jogo, roteiro de experimento científico, roteiro para
confecção de objetos)
Esse texto é um roteiro de experiência que ensina a construir um gráfico de altura, assunto do
maior interesse para o público infantil. O roteiro apresenta duas partes. Na primeira, é feita a apresen-
tação de todo o material necessário e, na segunda, é mostrada cada etapa da experiência. O texto apre-
senta ainda uma sugestão de atividade com a turma da classe e uma conclusão a respeito de crescimento.
Bastante divulgados em revistas e livros dirigidos às crianças, textos dessa natureza são muito
procurados pelas crianças, que ficam curiosas para saber o resultado. A finalidade desse gênero tex-
tual é orientar o leitor na prática de uma experiência. Para isso, a autora vale-se de recursos visuais
que complementam as instruções. Os roteiros de experiência, ao lado de receitas, manuais de instru-
ção, regras de jogo, constituem os textos instrucionais, muito comuns em nosso dia-a-dia.
53 T 23 A 0.63 0.54 0.34 0.88 0.48 0.63 0.21 0.06 0.07 0.02 0.00 0.48 -0.18 -0.25 -0.24 -0.21 -0.13
141
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 142
142
GÊNERO:
Literário de entretenimento (HQ)
54 T 24 D 0.51 0.56 0.24 0.80 0.46 0.09 0.14 0.24 0.51 0.02 0.00 -0.20 -0.16 -0.20 0.46 -0.20 -0.14
143
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 144
144
(TODA transformação é metamorfose? Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, out. 2003.
Adaptação.)
GÊNERO:
Escolar (artigo de divulgação científica)
Esse artigo de divulgação científica é um texto informativo, escrito em linguagem simples, clara
e objetiva. Esse gênero textual procura divulgar aspectos importantes do campo da ciência para o
grande público.
Nesse texto, as palavras são empregadas com precisão, em um sentido único, para evitar ambi-
güidade de interpretação, e pertencem à linguagem usual – apenas algumas delas, como “metamorfo-
se”, “abruptas” e “radicais”, seriam exemplos de um vocabulário mais específico.
A organização textual apresenta a idéia central indicada na pergunta que constitui o título
“Toda transformação é metamorfose?”. Em seguida, o texto se desenvolve a partir da idéia de que
nem toda transformação verificada em certos animais até atingirem a fase adulta é metamorfose. Para
comprovar a veracidade dessa idéia, o exemplo da tartaruga é considerado de forma didática, princi-
palmente no segundo e terceiro parágrafos.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 145
37 T 7 C 0.26 0.17 0.20 0.38 0.18 0.17 0.08 0.26 0.46 0.02 0.00 -0.12 -0.20 0.18 0.11 -0.25 -0.05
145
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 146
146
GÊNERO:
Publicitário (Propaganda)
Esse texto publicitário apresenta como ilustração personagens do Sítio do Picapau Amarelo,
bem conhecidos do público infantil. Contém também a logomarca do projeto Criança Esperança e do
Sítio do Picapau Amarelo. Além da linguagem visual, o anúncio apresenta duas frases que apelam para
a sensibilidade dos pais. A primeira em relação ao filho e a segunda para o aspecto filantrópico da
campanha publicitária.
Os textos publicitários procuram conquistar o possível consumidor com imagens atraentes e
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
com mensagens positivas. A linguagem figurada, o uso de palavras de duplo sentido e de linguagem
persuasiva ressaltam a importância de um produto ou serviço.
19 M 19 D 0.32 0.17 0.25 0.42 0.16 0.25 0.06 0.34 0.32 0.03 0.00 -0.02 -0.24 0.07 0.16 -0.25 -0.11
147
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 148
148
Elas estão por toda parte. Nos cantos da parede, em algum móvel velho, embaixo da
cama, no jardim... Seus fios formam desenhos que encantam nossos olhos. Procure atentamen-
te e você deve encontrar uma teia! Que elas são feitas por aranhas, todos já sabem. Mas por
que as aranhas fazem teias?
A resposta está na barriga da aranha. Bem na ponta do
abdome dela, existe um par de órgãos que produzem fios de
seda, que formam a teia. Assim, ela solta o fio e vai tecendo, com
a ajuda de algumas de suas oito pernas, um emaranhado que
pode ter muitos formatos.
As teias têm várias utilidades para as aranhas. Caçar, pro-
teger seus ovos ou mesmo fazer abrigos. As aranhas que produzem teias para caçar são as mais
observadas.Você já deve ter visto algum bicho grudado em uma teia. É que ela é coberta por
uma substância grudenta. Assim, o inseto que voa desavisado pode esbarrar em uma delas e
ficar preso em seus fios. Se isso acontecer, já era! Ele certamente será devorado.
(OLIVEIRA, Felipe Bandoni de. Por que as aranhas fazem teias? Ciência Hoje das Crianças, Rio
de Janeiro, n0 144, mar. 2004. Adaptação.)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Escolar (artigo de divulgação científica)
Esse pequeno texto sobre as teias das aranhas, escrito por Felipe Bandoni de Oliveira, para ser
compreendido por crianças e jovens, é um meio correto de adaptar a linguagem científica a um públi-
co que desconhece a sua terminologia.
O primeiro dado a ressaltar no artigo Por que as aranhas fazem teias? é a divulgação científica
de algo pertencente ao cotidiano, pois só com esse olhar distanciado do inseto é que passamos a
refletir sobre a utilidade das teias encontradas por toda parte.
37 T 7 A 0.83 0.39 0.58 0.97 0.45 0.83 0.04 0.06 0.06 0.01 0.00 0.45 -0.25 -0.21 -0.21 -0.18 -0.04
149
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 150
150
O PASTOR E O LOBO
Um pastor costumava levar seu rebanho para bem longe da aldeia. Fazia então uma
brincadeira de mau gosto:
– Socorro! Socorro! – gritava. Os lobos estão atacando os meus carneiros!
As pessoas largavam o que estavam fazendo e corriam para ajudá-lo.
O pastor torcia-se de rir, pois não havia lobo algum.
Um dia apareceram lobos de verdade. Enquanto eles devastavam o rebanho, o pastor,
horrorizado, gritava:
– Socorro! Socorro! Corram, senão vão chegar tarde!
As pessoas pouco se incomodaram. Pensavam que o gozador estava fazendo mais uma
das suas.
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
(GÄRTNER, Hans, ZWERGER, Lisbeth (Comps.). 12 fábulas de Esopo. Trad. Fernanda Lopes de
Almeida. 7. ed. Rio de Janeiro: Ática, 2003.)
GÊNERO:
Literário (contos tradicionais, fábula, contos, crônicas)
A fábula “O Pastor e o Lobo” é uma história curta e bem-humorada, que ilustra as conseqüên-
cias de uma brincadeira de mau gosto, em linguagem de fácil compreensão – frases curtas, vocabulá-
rio acessível à faixa etária de alunos de 4a série.
Esse gênero de texto tem como objetivo provocar uma reflexão sobre o comportamento
humano, normalmente sob a forma de um provérbio popular, que pode ser interpretado, em cada
época, de forma particular, em níveis mais profundos de leitura. Nesta fábula, a lição de moral não vem
destacada do texto, mas sim sob a forma de uma fala do personagem central, que reconhece seu cas-
tigo e o estende aos mentirosos em geral.
A fábula apresenta os elementos próprios de uma narrativa: história, enredo, narrador, perso-
nagens animados e inanimados, tempo e espaço. Na maioria das fábulas, os personagens são tipifica-
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 151
3. Pelo final da história, você pode entender que o pastor aprendeu que
(A) “A mentira tem pernas curtas.”
(B) “Quem tudo quer tudo perde.”
(C) “A ovelha má põe o rebanho a perder.”
(D) “Quem desdenha quer comprar.”
3 M 3 A 0.63 0.27 0.48 0.75 0.24 0.63 0.20 0.11 0.04 0.01 0.00 0.24 -0.08 -0.14 -0.09 -0.19 -0.02
151
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 152
152
(GASTOS com revistinhas... O Globo, Rio de Janeiro, 10 out. 2004. Economia, p. 31.)
GÊNERO:
Jornalístico (Notícia)
O artigo “Jornaleiros ganham com figurinhas” reflete uma característica típica da sociedade bra-
sileira em seus diferentes segmentos: a intensa mobilidade. No caso, trata-se de uma matéria jornalís-
tica da área de Economia, em que se discute o gasto da criança na banca de jornal. Demonstra-se
como a criança brasileira freqüentadora de jornaleiro vem mudando seu interesse a respeito dos pro-
dutos que lhe são oferecidos. É importante comprovar esse fato, pois de alguma forma ele atinge o
processo educacional brasileiro, já que a criança deixou de ir diretamente à banca para comprar sua
revistinha. Hoje, quando se dirige ao jornaleiro, é para comprar figurinhas e coleções de bonecos.
Antigamente, a ida a uma banca de jornal permitia à criança interagir com outras na seleção
do que ler. Hoje são os pais que assinam as revistas infantis juntamente com as publicações de inte-
resse do adulto. Com isso, os jornaleiros tiveram de se desdobrar e buscar novos caminhos para não
perderem seu público infantil.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 153
43 T 13 B 0.57 0.48 0.32 0.80 0.40 0.23 0.57 0.06 0.12 0.01 0.00 -0.11 0.40 -0.18 -0.27 -0.17 -0.06
153
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 154
154
(SOUSA, Maurício de. Cascão. O Globo, Rio de Janeiro, 9 out. 2004. Globinho, p. 16.)
GÊNERO:
Literário de entretenimento (HQ)
Cascão e Cebolinha são os personagens desta narrativa humorística, que apresenta uma
seqüência temporal sugerida pela seqüência dos quadrinhos: a história é contada em nove etapas, cada
uma representada por um quadrinho formado de palavras e imagens. A expressão de cada persona-
gem é muito significativa neste texto, assim como o emprego de tipos diferentes de balões, que cons-
tituem mais um elemento significativo em histórias em quadrinhos.
Esse gênero textual combina texto escrito e ilustrações para contar uma história. Como toda
narrativa, quadrinhos apresentam os elementos básicos: enredo, personagens, tempo, lugar e desfecho.
O emprego de recursos expressivos, como o uso de onomatopéias e tipos diferentes de letras e sinais
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 155
25 M 25 C 0.54 0.27 0.42 0.69 0.23 0.19 0.22 0.54 0.04 0.01 0.00 -0.05 -0.09 0.23 -0.21 -0.16 -0.11
155
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 156
156
NARIZINHO
Numa casinha branca, lá no Sítio do Picapau Amarelo, mora uma velha de mais de ses-
senta anos. Chama-se dona Benta. Quem passa pela estrada e a vê na varanda, de cestinha de
costura ao colo e óculos na ponta do nariz, segue seu caminho pensando:
– Que tristeza viver assim tão sozinha neste deserto...
Mas engana-se. Dona Benta é a mais feliz das vovós, porque vive em companhia da mais
encantadora das netas – Lúcia, a menina do narizinho arrebitado, ou Narizinho como todos
dizem. Narizinho tem sete anos, é morena como jambo, gosta muito de pipoca e já sabe fazer
uns bolinhos de polvilho bem gostosos.
Na casa ainda existem duas pessoas – Tia Nastácia, negra de estimação que carregou
Lúcia em pequena, e Emília, uma boneca de pano desajeitada de corpo. Emília foi feita por tia
Nastácia, com olhos de retrós preto e sobrancelhas tão lá em cima que é ver uma bruxa.
Apesar disso Narizinho gosta muito dela.
Além da boneca, o outro encanto da menina é o ribeirão que passa pelos fundos do
pomar. [...]
Todas as tardes Lúcia toma a boneca e vai passear à beira d’água. [...] Nesse divertimen-
to leva muitas horas, até que tia Nastácia apareça no portão e grite:
– Narizinho, vovó está chamando!...
(LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. 14. reimpr. São Paulo: Brasiliense, 2003. p. 7.)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Literário (crônica, conto, fábula)
Monteiro Lobato foi o criador da literatura infanto-juvenil no Brasil, com uma vasta galeria fanta-
siosa localizada no Sítio do Picapau Amarelo. Escreveu também obras para adultos, como Urupês, onde cria
o personagem Jeca Tatu, protótipo do camponês brasileiro abandonado pelos poderes públicos. Nasceu
em Taubaté, em 1882, e morreu em São Paulo, em 1948. Foi fazendeiro, jornalista e, devido à sua postu-
ra nacionalista, revolucionou nossa indústria editorial, lançando, no início do século XX, autores novos.
Todos já ouviram falar em Narizinho, na boneca Emília, no Visconde de Sabugosa, no Marquês
de Rabicó, na Dona Benta, na Tia Nastácia, personagens que vivem deliciosas aventuras no Sítio do
Picapau Amarelo.Tais histórias vêm formando gerações de brasileiros no sentido de compreender o
seu país e a alma do seu povo. Muitas delas foram adaptadas para a televisão. Com um estilo pecu-
liar, Monteiro Lobato vai construindo uma série infinita de cenas e aventuras em que realidade e fan-
tasia, tratadas por sua poderosa imaginação, misturam-se de um modo pessoal e inconfundível.
Em Reinações de Narizinho, de 1931, Monteiro Lobato envolve o leitor em um texto narrativo
que flui com facilidade, revelando o poder de sedução que tem a sua ficção infantil. O trecho selecio-
nado para esta prova apresenta os personagens principais do Sítio do Picapau Amarelo: Dona Benta,
avó de Lúcia;Tia Nastácia, que cuida da menina desde pequena; Emília, boneca de pano que mais pare-
ce uma bruxa; e Lúcia, ou Narizinho, uma menina de sete anos, morena como jambo, de nariz arrebi-
tado – a personagem principal da história.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 157
HABILIDADE: Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.
6 M 6 D 0.86 0.33 0.66 0.99 0.44 0.05 0.04 0.03 0.86 0.01 0.00 -0.23 -0.27 -0.19 0.44 -0.14 -0.03
157
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 158
158
O trajeto será de ida e volta, entre o Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares
Penteado, 112, Sé, tel.: 0/xx/11/3113 3651) e o prédio da Bienal, no Ibirapuera.
De terça a domingo, a partir das 10h, e de hora em hora, até às 19h, um microônibus
para 25 pessoas sai do CCBB rumo à Bienal. O trajeto inverso é feito das 11h às 20h, também
com saídas a cada hora.
Hoje, excepcionalmente, o serviço começa a partir das 15h.
GÊNERO:
Jornalístico (Notícia)
cendo o máximo de informação num mínimo espaço de texto. Infelizmente, nem sempre a melhor
notícia é a boa notícia, ou seja, para o jornal a informação mais urgente é a que importa, seja ela boa
ou má. Na notícia, a informação deve ser objetiva e imparcial. Em princípio, a notícia é o relato de fatos
de interesse público.
No texto “Transporte será gratuito”, nota-se que a notícia desempenha mais um papel de
informação pública do que propriamente algo que tenha sido levantado pelo veículo de comunicação
para passar ao público em primeira mão. O texto informa sobre os horários do transporte gratuito
de ida e volta para a Bienal. Essa notícia sobre a 26a Bienal de São Paulo, em que é oferecido trans-
porte gratuito para os visitantes, demonstra uma boa parceria entre instituições públicas, como a
Bienal, e privadas, como a seguradora Aliança. Assim, a notícia em causa oferece todas as informações
de que necessita o leitor – trajeto, horário –, numa linguagem sintética, coloquial e direta, para atingir
os objetivos que esse gênero textual requer.
16 M 16 D 0.79 0.41 0.55 0.96 0.46 0.04 0.08 0.09 0.79 0.01 0.00 -0.21 -0.22 -0.27 0.46 -0.12 -0.05
159
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 160
160
No passado, boneca, bolas e carrinhos eram feitos à mão. Você pode criar o seu pró-
prio brinquedo como se fazia antes da criação das fábricas de brinquedos.
O texto que segue apresenta instruções para se fazer uma joaninha de papel.
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Jornalístico/Escolar (receitas, regras de jogo, roteiro de experimento científico, roteiro para
confecção de objetos)
Com o avanço da industrialização, a vida do cidadão foi simplificada, mas passou a exigir dele
determinados conhecimentos e habilidades. Nos lares há fogões, geladeiras, liquidificadores, fornos
microondas, batedeiras, televisores, aparelhos de som, que espelham o avanço tecnológico. Para saber
como usá-los, é necessário recorrer aos manuais de instrução, que são textos de referência criados
para um fim bastante específico: instruir sobre o correto uso do aparelho.Também se inserem, nessa
tipologia textual, bulas de remédio, receitas de bolos, instruções para montar brinquedos ou até fabri-
cá-los, como o exemplo que aparece nesta prova.
Em tom didático e lúdico, o texto “Brincadeira” ensina como fazer uma joaninha de papel. Sua
estrutura constitui-se da apresentação do material a ser utilizado junto com as instruções para a con-
fecção do brinquedo.Textos dessa tipologia, em que as etapas têm de ser seguidas, contribuem para
que a criança perceba a necessidade de planejar as seqüências de ações na execução de uma tarefa.
Ao mesmo tempo que ensina, distrai.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 161
23 M 23 A 0.62 0.58 0.31 0.89 0.51 0.62 0.15 0.10 0.12 0.01 0.00 0.51 -0.22 -0.26 -0.24 -0.10 -0.07
161
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 162
162
GÊNERO:
Jornalístico/Escolar (gráfico, tabela)
29. De acordo com as tabelas e o mapa do tempo, a cidade paulista onde fará mais frio no domingo é
(A) Campos do Jordão.
(B) Guarujá.
(C) São José dos Campos.
(D) Sorocaba.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 163
59 T 29 A 0.49 0.38 0.30 0.68 0.33 0.49 0.16 0.27 0.06 0.01 0.00 0.33 -0.14 -0.15 -0.14 -0.08 -0.09
163
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 164
164
GÊNERO:
Literário de entretenimento (HQ)
te estático. Na tira, a fala dos personagens é apresentada em balões. Esse gênero literário de entrete-
nimento conquistou uma posição invejável na cultura contemporânea. Cada vez mais presente na
mídia, hoje a história em quadrinhos adentra a sala de aula como mais uma linguagem para reforçar
o ensino-aprendizagem.
Na tira de Laerte sobre a velocidade com que ocorrem mudanças no mundo da informática,
é apresentado um personagem que aparenta ser mais um desesperado em busca de emprego. A
seqüência de quadrinhos denuncia a dificuldade que o recém-formado, num curso de última geração,
como os MBAs da moda, encontra para se introduzir no mercado de trabalho. Um aspecto a ressal-
tar nessa história em quadrinhos é a velocidade, que caracteriza a época contemporânea, exemplifi-
cada aqui, com humor e ironia, pelo personagem que corre desesperadamente atrás de um futuro
que nunca consegue alcançar.
54 T 24 B 0.21 0.16 0.15 0.31 0.20 0.27 0.21 0.11 0.40 0.01 0.00 0.00 0.20 -0.04 -0.11 -0.09 -0.07
165
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 166
166
PIPOCA DOCE
Ingredientes:
1 colher de manteiga
1 copo de milho para pipoca
1 copo de açúcar
2 colheres (sopa) de chocolate em pó solúvel.
Modo de fazer:
(peça auxílio de um adulto)
Em uma panela grande, derreta a manteiga e coloque o milho para pipoca.
Tampe a panela e deixe todos os grãos estourarem.
Balance a panela de vez em quando.
Misture o açúcar com o chocolate.
Mexa o chocolate até derreter e dar um colorido à pipoca.
(MITSUNAGA, Marli. Manual Eco Kids. São Paulo: Caramelo, 2003. p. 120.)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Jornalístico/Escolar (receitas, regras de jogo, roteiro de experimento científico, roteiro para
confecção de objetos)
O texto instrucional ou injuntivo expressa uma ordem dada para executar, ou não, cuidando
dos detalhes dessa orientação – quando trata da feitura de receitas e de objetos, da explanação de
regras de jogos, roteiros de experimento científico, esse tipo de texto estimula e organiza o cumpri-
mento escrupuloso das diferentes etapas que envolvem o processo, ordenando-as cronologicamente.
Predomina nesse tipo de texto a função lingüística designada “apelativa”, por meio da qual o
locutor induz a ação do leitor. Por sua própria natureza, esse tipo de texto emprega formas verbais
lavradas no modo injutivo de que o imperativo é o modelo principal.
O texto injuntivo apresenta duas partes distintas: uma em que se descrevem os materiais e as
circunstâncias que determinam o ponto de partida da realização da ação; outra em que se enume-
ram os procedimentos que a ação envolve, especificando tanto os limites temporais quanto a manei-
ra a considerar e a observar na execução da tarefa.
Canonicamente, os elementos verbais que compõem esse texto são expressos em 3a pessoa
do conjuntivo, que é uma forma supletiva do modo imperativo (“Derreta a manteiga”); no infinitivo e
no presente do indicativo.
A adoção de textos injuntivos como instrumentos didáticos serve, especialmente, para testar
a capacidade de ordenação de ações e fazer refletir sobre a seqüencialidade dos fatos e as noções de
causa e conseqüência que poderão, depois, ser deslocadas para outros contextos informativos.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 167
52 T 22 A 0.84 0.34 0.63 0.97 0.42 0.84 0.07 0.04 0.04 0.00 0.00 0.42 -0.24 -0.22 -0.21 -0.09 -0.05
167
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 168
168
(GÄRTNER, Hans, ZWERGER, Lisbeth. 12 fábulas de Esopo. Trad. Fernanda Lopes de Almeida.
7. ed. Rio de Janeiro: Ática, 2003.)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Literário (crônica, conto, fábula)
Fábula (do latim fari = “falar” e do grego phaó = “dizer, contar algo”) é uma narrativa alegórica em
prosa ou verso, cujos personagens, em geral, são animais com comportamento antropomórfico. Seu texto é
concluído, tradicionalmente, por uma lição de moral. De natureza simbólica, essa criação textual medeia en-
tre o realismo irônico e a magicidade e apresenta uma temática variada: a vitória da bondade sobre a astú-
cia, da inteligência sobre a força bruta, assim como a derrota dos presunçosos, sabichões, orgulhosos, egoístas.
A fábula comporta duas partes: a narrativa e a moralidade. A primeira trata do acontecimen-
to gerador do fato; trabalha as imagens, o corpo dinâmico e figurativo da ação.A segunda opera com con-
ceitos ou noções gerais que emprestam um significado à história, expressam a moral com que se
pretende veicular a verdade “falada” aos homens.
A fábula modificou-se ao longo do tempo a ponto de ter tido atenuado o tom sentencioso
da narrativa em favor da ação; o que se manteve inalterado foi a presença do tom moralizante. A
moral, explicitada especialmente no fim da narrativa, aparece, por vezes, ou expressa no início ou
implícita no corpo do texto – é a moralidade que diferencia a fábula das formas narrativas próximas,
como a do mito, da lenda, do conto popular. Alguns estudiosos situam a fábula entre o poema e o
provérbio, a meio caminho do concreto para o abstrato.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 169
HABILIDADE: Identificar o conflito gerador do enredo ou outros elementos que constroem a narrativa.
3 M 3 C 0.82 0.36 0.62 0.98 0.44 0.06 0.06 0.82 0.04 0.01 0.00 -0.23 -0.24 0.44 -0.22 -0.14 -0.02
169
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 170
170
PAPEL QUADRICULADO
Se o problema é complicado,
de difícil solução,
é melhor não dar um passo
sem ouvir o coração.
(AZEVEDO, Ricardo. Livro de papel. São Paulo: Ed. do Brasil, 2001. p. 46-47.)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Literário (poema)
A composição poética, em versos livres ou providos de rimas, porta como conteúdo uma visão
emocional ou conceitual na abordagem de idéias e emoções, quase sempre expressas por associa-
ções imagéticas, que cumprem a função de exprimir determinada visão de mundo e de excitar a alma
do leitor com o emprego de termos dispostos em uma ordem especial que visa à construção de um
sentimento específico.
A poesia para crianças é, em essência, a mesma obra de arte para o adulto. Despojado de
complexidade, esse tipo de texto deve expressar seu tema em linguagem simples, sem esquecer a
lição de Drummond, que alerta sobre a dificuldade de “alcançar um estado de simplicidade”.
A poesia tem o dom de aguçar a sensibilidade e, por seu processo de síntese, força o desdo-
bramento do raciocínio. Nesse afã, tanto o tom moralizador quanto a manifestação de uma indisfar-
çada carga didática são bem pouco toleráveis para qualquer leitor – seja ele adulto ou criança.
Por vezes, no esforço para enquadrar no universo infantil alguns poemas de poetas maiores,
não raro o que se consegue é reduzir o texto a um mero referencial instrutivo em detrimento do
elemento provocador de descobertas, que deve perfazer o educar e divertir pela aventura de, com
ele, alcançar a compreensão do “não dito do poema”, verdadeira chave que abre o mundo da sensi-
bilidade e da emoção.
A poesia destinada ao público infanto-juvenil deve pautar-se pela fuga à infantilidade, buscar a
transparência, sem abdicar de seu mergulho conteudístico. Deve haver extremo cuidado com a cria-
ção de licenças poéticas que encubram apenas a caricatura grosseira de fórmulas da linguagem mater-
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 171
42 T 12 A 0.57 0.39 0.38 0.77 0.33 0.57 0.10 0.17 0.16 0.00 0.00 0.33 -0.29 -0.10 -0.10 -0.10 -0.03
171
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 172
172
GÊNERO:
Publicitário (propaganda)
O termo “propaganda”, originário do latim moderno, significa “o que deve ser espalhado”. Para
cumprir seus propósitos, a propaganda partilha técnicas com a publicidade, esta definida como uma
propaganda que promove um produto comercial.
A propaganda é um modo específico de apresentar uma informação, com o objetivo de ser-
vir a uma agenda. Em virtude disso, é bem possível que veicule informações tendenciosas, ainda que
verdadeiras. As propagandas combinam, em geral, texto escrito ou falado com imagem.
A propaganda foi, primeiramente, empregada em contexto político, sendo patrocinada por
governos e partidos políticos.
A linguagem da propaganda caracteriza-se pela criatividade, pelo emprego de recursos expres-
sivos que cativam o leitor, de modo a fazê-lo prestar atenção à mensagem que lhe é dirigida. Para atin-
gir tais objetivos, não raro são infringidas as normas da linguagem-padrão e as convenções da gramática
normativa tradicional. Podem-se empregar grafias exóticas; aspectos fonéticos variados – rima, ritmo,
aliteração, paronomásia –; aspectos morfológicos inusitados; apelo a criações lexicais mais ou menos
marginais e a ressegmentação vocabular; aspectos sintáticos – topicalização, paralelismo, simplicidade
estrutural –; aspectos semânticos – polissemia e homonímia, ambigüidade, antonímia –; linguagem figu-
rada, como metáfora, desmetaforização, metonímia, personificação; frases feitas, de desvios lingüísticos
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 173
21. O nome “Sonho Encantado” fortalece a idéia de que a firma realiza festas muito
(A) animadas.
(B) caras.
(C) desejadas.
(D) divertidas.
51 T 21 C 0.32 0.37 0.15 0.52 0.32 0.33 0.05 0.32 0.30 0.00 0.00 -0.14 -0.11 0.32 -0.13 -0.09 -0.05
173
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 174
174
(BROWNE, Dik. Hagar, o horrível. Folha de S.Paulo, São Paulo, p. E9, 3 out. 2004.)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Literário de entretenimento (HQ)
Quando se relatam, numa tira, as peripécias de personagens (no caso, Hagar e Helga), está-se
27. No trecho “Você ouviu, Helga...Todas são ótimas!”, o uso das reticências indica uma
(A) explicação.
(B) dúvida.
(C) certeza.
(D) pausa.
57 T 27 D 0.18 0.26 0.08 0.34 0.28 0.39 0.14 0.29 0.18 0.00 0.00 0.08 -0.22 -0.14 0.28 -0.06 -0.07
175
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 176
176
gostosos. Esses alimentos existem, mas devem ser dados com restrições de quantidade e em
maiores intervalos de tempo”, ensina o pediatra Glaucio José Granja de Abreu.
(COTES, Paloma. Bebê junk food. Época, São Paulo, n0 268, 7 jul. 2003. Seção Sociedade.
Disponível em: <http://www.epoca.com.br>. Acesso em: 4 nov. 2004.)
GÊNERO:
Jornalístico (notícia)
“Bebê junk food” é um texto jornalístico que relata os resultados de uma pesquisa sobre ali-
mentação infantil. O título em inglês funciona como um atrativo para o leitor, que, mesmo sem conhe-
cer a expressão “junk food”, consegue deduzir o sentido pela leitura do texto completo.
Além do relato dos fatos, uma notícia pode conter gráficos, imagens e tabelas, que servem para com-
plementar a informação. No caso da notícia em análise, uma pequena nota explica o sentido da expressão
em inglês e uma tabela apresenta os alimentos industrializados mais comuns na dieta das crianças brasileiras.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 177
14. De acordo com a tabela, os tipos de alimentos inadequados mais comuns na dieta dos bebês bra-
sileiros são
(A) batatas fritas.
(B) bolos.
(C) biscoitos e salgadinhos.
(D) refrigerantes.
14 M 14 C 0.83 0.35 0.62 0.97 0.41 0.08 0.03 0.83 0.05 0.00 0.00 -0.24 -0.25 0.41 -0.18 -0.08 -0.03
177
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 178
178
Se você observar as poças de água de uma estrada movimentada, verá uma fina camada de óleo flu-
tuando na superfície da água. Isso acontece porque o óleo é menos denso, mais leve do que a água.
Veja como líquidos de diferentes densidades flutuam uns sobre os outros com esta demons-
tração. A experiência só funciona com líquidos que não se misturam, como óleo e água.
tamente a água.
4. Após a água, despeje o azeite.
5. Por fim, despeje o líquido mais leve, o álcool
cirúrgico.
(EXPERIÊNCIA: líquidos flutuantes. In: COMO a ciência funciona. São Paulo: Ed. Globo, 1991. p. 28.)
GÊNERO:
Jornalístico/Escolar (receitas, regras de jogo, roteiro de experimento científico, roteiro para
confecção de objetos)
Esse texto é um roteiro de experiência para diferenciar os líquidos mais pesados dos mais
leves, os líquidos que flutuam uns sobre os outros.
Para facilitar a compreensão de conceitos teóricos, é muito comum, em livros didáticos e revis-
tas de divulgação científica, a apresentação de instruções para a realização de experiências que explo-
ram diferentes aspectos do cotidiano. Esses textos, normalmente, têm uma introdução teórica, em que
se apresenta o conceito a ser estudado, e, a seguir, um detalhamento das etapas da experiência, com ilus-
trações, lista de objetos e substâncias necessários, além de breve descrição de cada etapa da experiência.
A linguagem desse roteiro deve ser clara e precisa o suficiente para que a experiência seja bem-sucedi-
da, com as etapas dispostas na folha em uma ordem lógica, condição essencial para o sucesso da atividade.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 179
52 T 22 A 0.68 0.53 0.38 0.90 0.47 0.68 0.12 0.09 0.10 0.00 0.00 0.47 -0.23 -0.23 -0.24 -0.08 -0.06
179
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 180
180
(ZIRALDO. Palavra. In: ______. O ABZ do Ziraldo. São Paulo: Melhoramentos, 2003.)
GÊNERO:
Literário (poema)
O poema “Palavra”, de Ziraldo, faz parte de um livro para crianças chamado ABZ do Ziraldo,
em que o autor cria um capítulo sobre cada letra do alfabeto, com imagens, trovas, tirinhas, poemas
e narrativas motivadas pelas associações evocadas por cada uma das diferentes letras.
É um poema escrito em linguagem bem coloquial, cheio de analogias para explicar os muitos
sentidos que as palavras adquirem na vida. Além disso, para criar o hábito de leitura, o poema tenta
despertar os pequenos leitores para os segredos das palavras, já que o prazer depende da vontade
de descobri-los, de “quebrar a casca do ovo”.
Esse gênero de texto caracteriza-se por uma estrutura muito peculiar, com versos, rimas, rit-
mos, metáforas, aliterações, efeitos de sentido. O poema de Ziraldo explora alguns desses recursos,
combinados a efeitos visuais muito significativos: o poema se escreve dentro da imagem de um ovo,
reforçando a metáfora “palavra” = “ovo”.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 181
12 M 12 D 0.61 0.41 0.39 0.81 0.36 0.04 0.08 0.27 0.61 0.00 0.00 -0.14 -0.09 -0.27 0.36 -0.08 -0.02
181
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 182
182
O MENINO E O ARCO-ÍRIS
Era uma vez um menino curioso e entediado. Começou assustando-se com as cadei-
ras, as mesas e os demais objetos domésticos. Apalpava-os, mordia-os e jogava-os no chão:
esperava certamente uma resposta que os objetos não lhe davam. Descobriu alguns objetos
mais interessantes que os sapatos: os copos – estes, quando atirados ao chão, quebravam-se.
Já era alguma coisa, pelo menos não permaneciam os mesmos depois da ação. Mas logo o me-
nino (que era profundamente entediado) cansou-se dos copos: no fim de tudo era vidro e só vidro.
Mais tarde pôde passar para o quintal e descobriu as galinhas e as plantas. Já eram mais
interessantes, sobretudo as galinhas, que falavam uma língua incompreensível e bicavam a terra.
Conheceu o peru, a galinha-d´Angola e o pavão. Mas logo se acostumou a todos eles, e con-
tinuou entediado como sempre.
Não pensava, não indagava com palavras, mas explorava sem cessar a realidade.
Quando pôde sair à rua, teve novas esperanças: um dia escapou e percorreu o maior espaço
possível, ruas, praças, largos onde meninos jogavam futebol, viu igrejas, automóveis e um trator
que modificava um terreno. Perdeu-se. Fugiu outra vez para ver o trator trabalhando. Mas eis
que o trabalho do trator deu na banalidade: canteiros para flores convencionais, um coreto etc.
E o menino cansou-se da rua, voltou para o seu quintal.
O tédio levou o menino aos jogos de azar, aos banhos de mar e às viagens para a outra
margem do rio. A margem de lá era igual à de cá. O menino cresceu e, no amor como no
cinema, não encontrou o que procurava. Um dia, passando por um córrego, viu que as águas
eram coloridas. Desceu pela margem, examinou: eram coloridas!
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
Desde então, todos os dias dava um jeito de ir ver as cores do córrego. Mas quando
alguém lhe disse que o colorido das águas provinha de uma lavanderia próxima, começou a
gritar que não, que as águas vinham do arco-íris. Foi recolhido ao manicômio. E daí?
GÊNERO:
Literário (crônica, conto, fábula)
2 M 2 B 0.28 0.41 0.10 0.51 0.37 0.53 0.28 0.16 0.03 0.00 0.00 -0.12 0.37 -0.17 -0.24 -0.11 -0.01
183
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 184
184
(SÓ a energia que os nossos atletas... Veja, São Paulo, 8 set. 2004. Propaganda.)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Publicitário (propaganda)
Textos publicitários procuram seduzir o leitor, convencê-lo de alguma coisa. Seu objetivo é
divulgar um produto, um serviço, uma empresa, descrevendo-o e, quase sempre, enaltecendo-o, para
conquistar o leitor como possível comprador ou usuário. Nessa propaganda, a Petrobras e o Ministério
de Minas e Energia, em função da realização das Olimpíadas, utilizaram a estratégia de homenagear os
atletas olímpicos brasileiros para, indiretamente, divulgar sua participação no patrocínio dos esportes
amadores no Brasil. Promovendo ações de responsabilidade social, as empresas sabem que melhoram
sua imagem junto à sociedade, já que, hoje, a valorização desse tipo de ação empresarial é muito gran-
de. Ao melhorar a imagem da marca, melhoram os negócios.
Como todo texto publicitário, esse também usa ilustrações para reforçar as comparações e metá-
foras que apresentam o assunto explorado e fazem parte da trama argumentativa: as imagens dos dife-
rentes atletas brasileiros em plena competição, segurando a bandeira do Brasil, ganhando medalhas e
enfrentando o perigo, reforçam a imagem de força do brasileiro. Até a cor de fundo – o amarelo – é uti-
lizada para reforçar a idéia de brasilidade. Subliminarmente, a palavra “energia” ativa, no leitor, a imagem
do petróleo (produzido pela Petrobras), que é a força motriz de nossa sociedade industrializada, na cha-
mada “Só a energia que os nossos atletas demonstraram em Atenas já valeu mais que qualquer medalha”.
Nessa frase, pode-se observar outra característica do texto publicitário: a certeza com que as afirmações
são feitas. Não há “talvez”,“pode ser”,“quem sabe”. Só há frases taxativas, verbos no imperativo, recursos
gráficos muito claramente destinados a “vender” a imagem do que pretende ser o melhor.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 185
48 T 18 B 0.42 0.21 0.33 0.54 0.19 0.03 0.42 0.11 0.44 0.00 0.00 -0.15 0.19 -0.07 -0.09 -0.09 -0.05
185
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 186
186
GÊNERO:
Literário de entretenimento (HQ, tiras)
Amplamente difundidas em nosso meio social, as histórias em quadrinhos são valorizadas nas
aulas para o estudo da trama narrativa com base icônica, pois combinam a imagem com o texto escri-
to.Trata-se de um gênero textual que busca a participação ativa do leitor por via emocional, uma vez
que pretende provocar o riso mediante recursos lingüísticos e iconográficos.
A conjugação de texto e ilustrações estimula o interesse do leitor jovem e, assim, propicia ao
professor o exercício da crítica, da sátira, da ironia, do humor.A seqüência de ações nos quadros repre-
senta os elementos estruturadores da narrativa: enredo, personagens, espaço e tempo.
No texto em pauta, Mônica e Cebolinha, personagens das histórias da famosa Turma da Mô-
nica, ironizam as mudanças nos hábitos da sociedade moderna, em que as máquinas acionadas por meio
de cartões são empregadas para comprar quase tudo – no texto, para realizar o desejo da Mônica
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 187
24. No último quadrinho, por “Tempos modernos!”, podemos entender que o poço dos desejos
(A) aceitou a moeda da Mônica.
(B) funcionou com cartão magnético.
(C) falou que só aceitava notas.
(D) vendeu sorvetes para Mônica.
54 T 24 B 0.77 0.31 0.60 0.91 0.35 0.04 0.77 0.02 0.17 0.00 0.00 -0.21 0.35 -0.18 -0.20 -0.07 -0.08
187
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 188
188
GÊNERO:
Literário (poema)
Cecília Meireles é considerada a melhor de nossas poetisas modernas, quer pelos recursos
expressivos, em constante busca da perfeição, quer pela emoção que comunica.
Nasceu e morreu no Rio de Janeiro (1901-1964), onde se dedicou, por vários anos, ao magis-
tério.Viajou por muitos países, entre os quais Portugal foi o primeiro a reconhecer-lhe o mérito, antes
mesmo de o Brasil a consagrar como poetisa de extraordinário valor.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 189
11. Os versos que mostram a luta desigual entre as flechas dos índios e as armas dos brancos são
(A) “Flechávamos bem de longe/a nossa caça.../Corriam bem pelas ondas/nossas igaras...”
(B) “Bem tratávamos o amigo/que nos buscava.../Mas os nossos inimigos,/que bem matávamos!”
(C) “longe, as canoas nas águas/logo estrondavam./As moças dentro das ondas/mal se banhavam;”
(D) “Mal corriam nossas flechas/lentas e fracas,/pois vimos flechas de fogo/muito mais bravas,”
11 M 11 D 0.72 0.60 0.36 0.96 0.56 0.12 0.11 0.04 0.72 0.00 0.00 -0.33 -0.28 -0.23 0.56 -0.11 -0.04
189
ANEXO 1_8a-novo 4/24/07 10:37 AM Page 190
190
(COMO o beija-flor fica suspenso no ar? Superinteressante, São Paulo, p. 52, nov. 2001.
Superinteressante especial, Mundo Estranho.)
GÊNERO:
Escolar (artigo de divulgação científica)
O texto em questão, que tem por objetivo expor um conteúdo científico, articula a linguagem
verbal à linguagem visual para transmitir conhecimento.
O título resume o assunto do texto, qual seja, explicar como o beija-flor parece desafiar a lei
da gravidade, ao pairar no ar.
Esse gênero de texto faz parte do grupo dos expositivos, textos voltados para a construção e
transmissão de conhecimentos: o autor, um especialista em pássaros, apresenta sua explicação para
um fenômeno em observação e passa a comprová-la com dados da experiência.
Publicado em uma revista de ciência dirigida ao grande público e não somente a especialistas,
o texto não contém termos técnicos e é escrito em linguagem agradável e acessível ao leitor médio.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 191
7 M 7 B 0.64 0.43 0.40 0.84 0.39 0.06 0.64 0.10 0.19 0.00 0.00 -0.25 0.39 -0.06 -0.25 -0.12 -0.03
191
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 192
192
BRASIL,VERSÃO 2062
Mais mulheres, menos jovens e uma esperança de vida mais longa. Essa deve ser a cara
do Brasil daqui a seis décadas. Não se trata de previsão de bola de cristal.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez uma projeção do crescimen-
to populacional do país até 2062 e a principal conclusão é que, se a tendência de queda da
taxa de fecundidade (quantidade de filhos por mulher) se mantiver, a população do Brasil terá
crescimento zero e contará com 263,7 milhões de habitantes.
Algumas das causas apontadas pelo instituto para a queda da fecundidade são: popula-
rização dos métodos anticoncepcionais e o aumento do número de mulheres trabalhando.
A projeção também aponta que o número de mulheres vai aumentar. Em 2050, prova-
velmente, haverá seis milhões de mulheres a mais do que homens. Isso se deve principalmen-
te à violência, que mata precocemente jovens do sexo masculino.
Outra mudança da característica da população brasileira se dará nas faixas etárias. O
país, sempre chamado de jovem, vai envelhecer. O número de jovens até 14 anos será igual ao
de idosos com mais de 65 anos – 18%. Além disso, a porcentagem de brasileiros com 80 anos
ou mais pulará dos três milhões de hoje para 13 milhões. A boa notícia poderá trazer proble-
mas, como ainda mais sobrecarga na previdência social e na área de saúde.
As projeções para o futuro de crescimento zero da população brasileira são bem diferen-
tes do que se viu nas últimas décadas. A população praticamente dobrou de 1970 para cá: naque-
la época havia 93 milhões de pessoas e, em julho, havia 181,5 milhões. Somente entre 2000 e 2004,
o número de brasileiros cresceu dez milhões. Em 2050, seremos 259,8 milhões de brasileiros.
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
(BRASIL, versão 2062. O Globo, Rio de Janeiro, 7 set. 2004. Megazine. Adaptação.)
GÊNERO:
Jornalístico (notícia)
O texto-base do presente item tem por objetivo comentar os resultados de uma pesquisa do
IBGE, sobre a projeção de crescimento populacional do País até 2062. A notícia informa sobre mudan-
ças das características da população, entre as quais enfatiza o envelhecimento da população brasilei-
ra. Em linguagem clara e apoiado em dados estatísticos, o texto cumpre sua finalidade de transmitir
uma informação de interesse de seu público-alvo, os jovens brasileiros, no caso do caderno Megazine,
do jornal O Globo.
17. Segundo dados do IBGE, o futuro pode trazer problemas na área da saúde e da previdência porque
(A) o número de brasileiros cresceu dez milhões.
(B) vai aumentar a população de idosos.
(C) o número de jovens será igual ao número de idosos.
(D) vai aumentar o número de mulheres trabalhando.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 193
77 N 17 B 0.23 0.34 0.12 0.46 0.35 0.25 0.23 0.26 0.25 0.01 0.00 -0.16 0.35 0.02 -0.16 -0.16 -0.07
193
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 194
194
GÊNERO:
Publicitário (propaganda)
Para conseguir convencer o leitor a decidir por um serviço ou bem de consumo, o texto publi-
citário utiliza-se de recursos lingüísticos, tais como palavras de duplo sentido, linguagem figurada e
recursos visuais, como tipo e tamanho de letra, imagens coloridas, fotos, desenhos. Esses recursos vão
fortalecer os argumentos que o texto publicitário apresenta para persuadir o interlocutor a consumir
o produto anunciado.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 195
18. Para chamar a atenção dos leitores para a propaganda, a Rede Pitágoras se valeu de
(A) elementos presentes no cotidiano do professor.
(B) características dos professores das escolas integradas.
(C) divulgação de seminário, congressos e cursos.
(D) suporte pedagógico via internet.
48 T 18 A 0.33 0.22 0.24 0.45 0.21 0.33 0.34 0.17 0.15 0.01 0.00 0.21 -0.02 -0.08 -0.13 -0.10 -0.06
195
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 196
196
(NO Dia das Crianças... O Globo, Rio de Janeiro, 8 out. 2004. Propaganda.)
GÊNERO:
Publicitário (propaganda)
15. O trecho “Mais que um presente, um mundo” revela que, para o autor da propaganda, os livros
valem mais que um presente porque
(A) custam muito mais caro que qualquer bom presente.
(B) possibilitam conhecer o mundo através da imaginação.
(C) são mais numerosos que qualquer outro presente.
(D) transportam em viagens pelo mundo todo, de avião.
HABILIDADE: Inferir, a partir de elementos presentes no texto, situações de ambigüidade, ironia, pressuposições
ou valores implícitos, que decorram do ponto de vista do autor, do narrador ou do eu-lírico.
15 M 15 B 0.91 0.24 0.76 0.99 0.44 0.03 0.91 0.04 0.03 0.00 0.00 -0.25 0.44 -0.24 -0.22 -0.09 -0.05
197
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 198
198
SEJAM OS MELHORES
EM VISITA AOS MENINOS DO MORUMBI, POWELL LEMBRA SEUS VELHOS TEMPOS
GÊNERO:
Jornalístico (notícia)
O texto “Sejam os melhores” informa que o secretário de Estado americano, Collin Powell, visi-
tou, em São Paulo, a sede do projeto Meninos do Morumbi, programa de inclusão social que atende estu-
dantes carentes, dando aulas gratuitas de música, dança, inglês, computação e outras atividades ligadas a
esporte e artes. A notícia relata alguns detalhes da visita, descreve o projeto e reproduz as palavras do
visitante. O aluno deveria, basicamente, entender o tema tratado e localizar as informações fornecidas.
A notícia é o texto jornalístico que faz um relato de fatos ou acontecimentos atuais, geralmen-
te de importância e interesse para a comunidade. Normalmente não estão explicitados comentários,
opiniões ou interpretações de quem a escreve, embora se possa sentir, na escolha de certas palavras
ou na organização sintática, o olhar do autor do texto. Os títulos procuram atrair a atenção do leitor.
No início do texto, costuma aparecer um pequeno resumo do fato noticiado.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 199
72 N 12 B 0.58 0.57 0.29 0.86 0.47 0.11 0.58 0.15 0.15 0.00 0.00 -0.24 0.47 -0.26 -0.16 -0.13 -0.05
199
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 200
200
GÊNERO:
Publicitário (propaganda)
No texto publicitário, procura-se tornar algo ou alguém conhecido em seus melhores aspec-
tos, para obter aceitação do público. A linguagem publicitária é essencialmente apelativa e se utiliza
preferencialmente da injunção. Apela-se também para a linguagem visual, com fotografias, cor e carac-
teres que contribuem para montar a mensagem a ser veiculada. As oito linhas do texto “O Refazer é
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 201
14. A propaganda dirige-se a qualquer pessoa que queira ajudar crianças. Isso pode ser identificado
no seguinte trecho:
(A) Você vai se sentir outra pessoa.
(B) O Refazer é uma instituição sem fins lucrativos.
(C) Você não precisa ser nenhum Gandhi.
(D) O Refazer fornece apoio às famílias.
44 T 14 C 0.42 0.55 0.16 0.71 0.46 0.31 0.14 0.42 0.13 0.00 0.00 -0.25 -0.12 0.46 -0.19 -0.06 -0.04
201
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 202
202
“POEMA”
(BARROS, Manoel de. Poema. In: ______. Tratado geral das grandezas do ínfimo. Rio de Janeiro:
Record, 2001.)
GÊNERO:
Literário (poema)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
O trabalho didático com poesia sensibiliza o leitor e aguça-lhe o raciocínio, fazendo-o lidar com
uma construção diferente daquela a que está habituado na prosa. Esse material permite também que
sejam exercitados os diferentes conteúdos que compõem o compromisso curricular da disciplina LP,
no que concerne à literatura e à linguagem literária, como, por exemplo, características da linguagem
usada em poesia: emprego de imagens, exploração da musicalidade e da polissemia das palavras, em
versos livres ou rimados. Nesse “Poema”, Manuel de Barros trata da poesia das palavras, que ele diz
desconhecer. Por meio de oposições como: tudo x nada, profundidades x realidade, poderoso x insigni-
ficâncias, elogio x imbecil, o poeta procura “descobrir as insignificâncias (do mundo e as nossas)”. Acom-
panhando esse jogo de sentidos, o aluno chega à compreensão das sugestões do poeta.
25. No trecho “Para mim poderoso é aquele que descobre as / insignificâncias (do mundo e as nos-
sas)”, o termo destacado relaciona-se a
(A) palavras profundas.
(B) realidades.
(C) sentenças elogiosas.
(D) insignificâncias.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 203
55 T 25 D 0.29 0.27 0.19 0.46 0.27 0.14 0.48 0.08 0.29 0.00 0.00 -0.15 -0.04 -0.16 0.27 -0.04 -0.05
203
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 204
204
SEM SINALIZAÇÃO
(COSTA, Cláudia. Sem sinalização. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 31 out. 2004.)
GÊNERO:
Jornalístico (carta do leitor)
Nesse texto jornalístico, o leitor do jornal ou da revista manifesta seu ponto de vista a respei-
to de determinado assunto da atualidade, usando para isso elementos argumentativos e dirigindo-se
a alguém solicitando providências, elogiando, criticando. O aluno aprende, com esse gênero textual, a
identificar, por meio de marcas lingüísticas, o emissor e o destinatário do texto, além de, naturalmen-
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
te, reconhecer a tese defendida e o tom e o registro empregados. Em “Sem sinalização”, a leitora,
indignada, dirige-se às autoridades de trânsito reclamando da localização das placas de sinalização e
indagando por que providências para tanto ainda não foram tomadas. As perguntas que a emissora
da carta dirige aos órgãos responsáveis pelo trânsito são retóricas e, na verdade, substituem um vee-
mente pedido de providências nesse sentido.
29. A leitora pede providências aos órgãos responsáveis pelo trânsito por não ter
(A) acertado os nomes das pontes das Marginais.
(B) chegado à ponte que queria.
(C) consultado o mapa das pontes.
(D) saído da Marginal Tietê no lugar pretendido.
HABILIDADE: Estabelecer relações entre a tese e os argumentos ou justificativas apresentados para fundamentá-la.
29 M 29 D 0.23 0.15 0.18 0.33 0.15 0.28 0.40 0.08 0.23 0.00 0.00 -0.11 0.12 -0.25 0.15 -0.03 -0.08
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 205
205
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 206
206
VIRAMUNDO
Naquele sábado Geraldo Viramundo, então com dezoito anos, saiu da aula de Teologia
com os colegas, mas em vez de se dirigir ao pátio, como geralmente faziam todos na hora de
folga, foi para a capela, naquele momento deserta, para meditar um pouco. Era agora um rapa-
zinho mirrado e triste, com duas espinhas na testa, precocemente envelhecido... Nada na sua
figura faria lembrar o menino que ele fora, nem sugeria o homem que ainda viria a ser. Estava,
por assim dizer, num instante de transição em que a existência parece pairar em suspenso
entre dois vazios ou entre dois mistérios que se completam... Esse momento... talvez tenha sido
o exato minuto em que decidiu abrir mão das distrações do pátio em favor da meditação na
capela – coisa que nunca lhe ocorrera antes.
Meditou, meditou, meditou. Em que meditava Geraldo Viramundo? Meditar em quê? Eis
uma pergunta que um dia o próprio Geraldo fez, e o velho Padre Limeira não soube respon-
der. Nem eu, tampouco, o saberia. Propus-me narrar as aventuras e desventuras de Geraldo
Viramundo, e suas peregrinações, valendo-me dos dados que tenho à mão e jogando-os com
a mesma objetividade com que o jogador maneja os dados propriamente ditos – o que não
inclui as suas meditações. Portanto, digamos genericamente que Geraldo Viramundo meditou
no seu passado, nos irmãos distantes, na casinha de Rio Acima, (...), nos seus jogos de infância.
Na verdade seus pensamentos, embora dessa ordem, deviam ser bem intensos, pois ao fim de
certo tempo ele começou a chorar. E tanto chorou, sentado no banco da capela, que em breve
suas lágrimas formavam uma larga poça nos ladrilhos. (...)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
(SABINO, Fernando.Viramundo. In: ______. O grande mentecapto. 63. ed. Rio de Janeiro: Record,
2003. p. 34-35. Adaptação.)
GÊNERO:
Literário (crônica, conto)
21. Em “... Viramundo meditou no seu passado, nos irmãos distantes, na casinha de Rio Acima, ... nos
seus jogos de infância... seus pensamentos, embora dessa ordem, deviam ser bem intensos, pois... ele
começou a chorar.”, o termo destacado deixa subentendida a
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 207
HABILIDADE: Inferir, a partir de elementos presentes no texto, situações de ambigüidade, ironia, pressuposições
ou valores implícitos, que decorram do ponto de vista do autor, do narrador ou do eu-lírico.
81 N 21 C 0.80 0.37 0.58 0.95 0.43 0.09 0.06 0.80 0.05 0.00 0.00 -0.23 -0.23 0.43 -0.21 -0.06 -0.06
207
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 208
208
(TODA empresa possui uma razão social. O Globo, Rio de Janeiro, n0 16, set. 2004. Razão Social.
Propaganda. Adaptação.)
GÊNERO:
Publicitário (propaganda)
16. Uma leitura possível dos 4 primeiros símbolos (figuras de 1 a 8) e das suas respectivas legendas,
sobre as metas do milênio, pode resumir-se em
(A) educação – saúde – sociedade – saúde.
(B) educação – sociedade – sociedade – saúde.
(C) sociedade – educação – sociedade – saúde.
(D) sociedade – saúde – saúde – sociedade.
46 T 16 C 0.69 0.45 0.45 0.90 0.40 0.15 0.07 0.69 0.09 0.00 0.00 -0.29 -0.17 0.40 -0.12 -0.09 -0.05
209
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 210
210
(ULLMAN, Dana.Tratamento homeopático das alergias. In: ______. Homeopatia: medicina para
o século XXI. São Paulo: Cultrix, 1988. p. 205. Adaptação.)
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
GÊNERO:
Escolar (artigo de divulgação científica)
39 T 9 A 0.58 0.43 0.36 0.80 0.36 0.58 0.12 0.22 0.08 0.01 0.00 0.36 -0.11 -0.23 -0.16 -0.08 -0.04
211
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 212
212
ANTI-NARCISO
(SAULLO, César, MORAIS, Regis de. Aldeia de Minas... São Lourenço (MG): Novo Mundo, 2002.)
GÊNERO:
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
Literário (poema)
O gênero literário sempre foi explorado como texto nas escolas, e um poema lírico sempre
é de agradável leitura, uma vez que afeta diretamente a emoção das pessoas. A expressão do estado
de alma, o emprego da primeira pessoa do singular e as metáforas constroem o momento em que o
eu-lírico expressa seu sentimento momentâneo de introspecção e reflexão. O poema encerra-se com
a alusão à figura shakespeariana de Ofélia no espelho das águas: ao contrário da moça, no entanto, o
encanto delas não produz morte, mas vida.
25. A expressão “Entre nós” (linha 10) poderia ser substituída, sem prejuízo do sentido original do
verso, por “entre mim e
(A) a infinitude”
(B) a lenda”
(C) as águas”
(D) os encantos”
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 213
25 M 25 C 0.44 0.39 0.27 0.66 0.32 0.21 0.16 0.44 0.18 0.00 0.00 -0.04 -0.17 0.32 -0.19 -0.03 -0.06
213
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 214
214
Se Jean Favier teve o propósito de chamar a atenção do grande público para a perso-
nalidade controvertida e apaixonante de Carlos Magno, é preciso dizer que o seu projeto foi
plenamente cumprido. Sua alentada biografia daquele que é considerado o primeiro impera-
dor francês, à primeira vista, impõe um certo receio pela corpulência do volume, que logo se
desfaz quando se inicia a sua leitura. O leitor se aventura por histórias que, muitas vezes, só
conhece das telas do cinema ou de filmes exibidos de madrugada na televisão.
A biografia do poderoso imperador traz, de forma muito bem documentada, detalhes
da época, da vida e da obra de um homem que conduziu, pelas próprias mãos, o destino de
seu povo e lançou as bases do mundo europeu contemporâneo.
A obra de Jean Favier não tem nada de complexa, do ponto de vista estético ou aca-
dêmico. Antes, remete ao fascinante mundo carolíngio, que se projeta em cenas de guerras
campais à semelhança dos épicos cinematográficos. A descrição da indumentária e dos cená-
rios faz o leitor caminhar lado a lado com o principal personagem. Por fim, fica o registro da
coragem e a lição de seu longo reinado, fundado numa forte unidade política e religiosa, em
nome da qual o imperador guerreou.
A metodologia empregada por Jean Favier transforma o livro num passeio pela Idade
Média. O autor direciona o olhar do leitor, dimensionando alguns dos aspectos mais relevan-
tes da época, descritos habilmente, de forma a provocar aquele frisson que nos prende no cár-
cere dos capítulos subseqüentes até o alcance dos últimos parágrafos do livro, de onde sai com
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
(ALVES, Uelinton Farias. O senhor da guerra: biografia de Carlos Magno... Jornal do Brasil, Rio
de Janeiro, 2 de out. 2004. Caderno Idéias, p. 2. Adaptação.)
GÊNERO:
Jornalístico (artigo de opinião, editorial)
Conforme o jornalista Uelinton Alves, a biografia de Carlos Magno, escrita pelo biógrafo Jean Favier,
é apaixonante pelas cenas de guerra campais, no estilo épico cinematográfico. Jean Favier detém-se no cená-
rio bélico da Idade Média, ao lado da descrição fascinante da coragem e dos feitos do famoso imperador.
É bom lembrar quem foi Carlos Magno: imperador francês, viveu no século VIII. Em 778 esta-
va na Ibéria, invadindo a Espanha, convencido que fora, por uma facção árabe pró-abássida, de que
teria êxito contra os mouros dos Minadas, que dominavam a província ibérica e eram contra os pró-
abássidas. Só que uma revolta dos saxões na França causou problemas para Carlos Magno, e ele teve
de retornar a seu país, no meio de uma batalha. Deixou seu sobrinho, conde Rolando, mas a batalha
foi perdida. Essa incursão infrutífera à Espanha rendeu ao mundo dois frutos inesperados:
a) o episódio da morte do conde Rolando, numa carnificina histórica, seu exemplo de fidelida-
de a uma causa, sua luta até o final contra os sarracenos, na batalha de Roncesvalles, tudo isso foi tema
da Canção de Rolando, o texto fundador da literatura cavalheiresca medieval, surgido no ano 1100;
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 215
63 N 3 C 0.31 0.16 0.24 0.40 0.17 0.44 0.17 0.31 0.08 0.01 0.00 -0.10 -0.03 0.17 -0.04 -0.10 -0.03
215
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 216
216
O GOLEIRO
(GALEANO, Eduardo. O goleiro. In: ______. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre: L&PM, 1995. p.4.)
GÊNERO:
Literário (crônica, conto)
Essa crônica retrata a visão bem-humorada do cronista sobre a figura do goleiro. Percebem-se
nela algumas características do gênero: é o relato de um fato do cotidiano, foi escrita em uma lingua-
gem que segue o padrão culto formal da língua, com o objetivo de divertir os destinatários, caracte-
rísticas essas reunidas em um texto curto e leve.
A crônica é, em geral, publicada em revistas e jornais. Aborda assuntos e acontecimentos do
cotidiano, captados pela sensibilidade do cronista e desenvolvidos por ele de maneira pessoal. Esse
gênero costuma conter ironia e humor, com o objetivo de provocar o riso e/ou fazer uma crítica sobre
a vida e o comportamento das pessoas.
Tanto a crônica como o conto são textos escritos em uma linguagem que segue o padrão
culto formal ou informal da língua; podem conter elementos da narrativa (fatos, personagens, tempo
e lugar), mas o tempo e o espaço são limitados. Além disso, podem ser narrados por um narrador-
observador ou por um narrador-personagem. No conto, os personagens são em número reduzido, e
a estrutura é constituída de apresentação, complicação, clímax e desfecho.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 217
49 T 19 D 0.90 0.18 0.80 0.98 0.29 0.03 0.05 0.02 0.90 0.00 0.00 -0.18 -0.13 -0.15 0.29 -0.16 0.00
217
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 218
218
Madri. Cientistas que examinaram o DNA de fragmentos de ossos de 500 anos afirma-
ram ontem que dados iniciais sugerem que Cristóvão Colombo pode ter sido enterrado na
Espanha – e não na República Dominicana, como era seu desejo. Porém, eles frisaram que mais
estudos são necessários.
O grupo contou que amostras de DNA retiradas dos ossos que seriam de Colombo
são bastante similares ao material genético recolhido entre os restos mortais que seriam do
irmão do navegador, Diego.
Ambos foram desenterrados na Catedral de Sevilha como parte de um estudo que
visa a pôr fim a uma disputa centenária sobre a localização do verdadeiro túmulo de Cristóvão
Colombo. Tanto na Espanha quanto na República Dominicana existem tumbas oficialmente
dedicadas ao navegador.
O material genético analisado pelos cientistas, entretanto, estava em mau estado. Das
amostras recolhidas dos irmãos, 80% são indecifráveis, embora 20% sejam idênticas. Seriam
necessárias outras técnicas para examinar o material em mau estado.
Os cientistas tentam decifrar o mistério de Colombo há dois anos. E a pesquisa conti-
nua. Além das amostras de DNA do suposto Colombo e de seu irmão, os especialistas tam-
bém coletaram material genético dos restos mortais de Hernando, filho do navegador.
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
Para os cientistas, Hernando é a chave para a solução do mistério, porque seus restos
jamais mudaram de lugar (ou seja, há certeza absoluta de que aqueles ossos pertencem realmen-
te ao filho de Colombo), diferentemente do que aconteceu com os ossos de Colombo e Diego.
(EXAMES de DNA lançam novas dúvidas... O Globo, Rio de Janeiro, 2 set. 2004. Ciência e vida, p. 36.)
GÊNERO:
Jornalístico (notícia)
Essa notícia, escrita no padrão culto da língua, retoma o tema da dúvida sobre o destino dos
ossos de Colombo. Ela não é conclusiva, mas fornece informações pertinentes que podem servir de
pistas para a solução dessa incerteza.
Contém os elementos que constituem a estrutura desse gênero de texto: o que (a dúvida),
quem (cientistas), quando (no tempo atual), onde (na Espanha), como (exame do DNA de fragmen-
tos de ossos), por que (para tentar esclarecer a existência de duas tumbas para Colombo), além do
título que foi escolhido para chamar a atenção do leitor.
A notícia é o relato de fatos ou acontecimentos atuais, geralmente de importância e interes-
se para a comunidade. Não costuma apresentar comentários, opiniões ou interpretações do autor. É
escrita no padrão culto formal da língua, em uma linguagem precisa, objetiva e direta; predomina a fun-
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 219
11. A notícia sobre os exames realizados tem como finalidade informar que
(A) pairam ainda dúvidas sobre o local do túmulo de Colombo.
(B) é preciso examinar também os restos mortais de Hernando.
(C) há tumbas para Colombo na Espanha e na República Dominicana.
(D) estão em mau estado os materiais examinados em Sevilha.
11 M 11 A 0.77 0.42 0.54 0.95 0.44 0.77 0.10 0.08 0.05 0.00 0.00 0.44 -0.23 -0.26 -0.19 -0.08 -0.03
219
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 220
220
(CARINHO? Vai bem com SEDEX. Veja. São Paulo, p. 81, 6 set. 2004. Propaganda.)
GÊNERO:
Publicitário (propaganda)
A publicidade é um gênero que tem como objetivo persuadir os destinatários. Por isso utiliza,
em geral, palavras e imagens (linguagens verbal e não-verbal), obtendo dessa combinação uma men-
sagem que é facilmente entendida pelo destinatário.
Destaca-se nessa publicidade a afetividade com que o usuário é tratado, o que se percebe por
intermédio da repetição da palavra “carinho” – sentimento que o usuário certamente tem pela pes-
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 221
14. A propaganda dos Correios tem como destinatários usuários que se preocupam com a sua enco-
menda. As expressões do texto que evidenciam isso são
(A) “passo”, “viagem”.
(B) “internet”, “cobertura”.
(C) “embalagem”, “entrega”.
(D) “você”, “carinho”.
74 N 14 D 0.55 0.33 0.38 0.71 0.30 0.05 0.14 0.26 0.55 0.00 0.00 -011 -0.07 -0.22 0.30 -0.10 -0.05
221
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 222
222
CAFÉ EXPRESSO
(RICARDO,Cassiano. Café expresso. In: MOREIRA, Luiza Franco (Org.). Cassiano Ricardo: melhores
poemas. São Paulo: Global, 2003. p. 49-51.)
GÊNERO:
Literário (poema)
Nesse poema, o eu-lírico trabalha com dois momentos de sua vida: o presente, na cidade gran-
de, e as lembranças da infância, evocadas a partir do momento em que o café expresso cai da máqui-
na para a xícara. E são as lembranças, construídas por meio do emprego da linguagem figurada, que
constituem o material do poema.
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 223
56 T 26 D 0.52 0.38 0.34 0.72 0.32 0.21 0.16 0.10 0.52 0.00 0.00 -0.24 -0.06 -0.11 0.32 -0.14 -0.06
223
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 224
224
DEVORE-ME SE PUDER
Olhando para o céu límpido e azul, o Universo parece um lugar sereno, onde tudo coe-
xiste na mais perfeita harmonia. Não é bem assim. Na verdade, o bicho está pegando. O cosmo
é palco também de ferozes interações entre os corpos celestes – e quem pode mais chora
menos. Um exemplo da “lei do mais forte” que impera no Universo é o fenômeno do caniba-
lismo galáctico. Sabe-se que as galáxias tendem a formar aglomerados no espaço, como um
bando de ovelhas que não querem viver desgarradas de seus semelhantes.
A nossa Via Láctea, por exemplo, faz parte do Grupo Local, que reúne cerca de 30
membros. Como as galáxias de um mesmo aglomerado se encontram relativamente próximas
umas das outras – a distância entre elas é da ordem de apenas 100 vezes o seu tamanho –,
estão em constante interação, uma exercendo sua influência gravitacional sobre a outra. Se
duas galáxias possuem tamanhos semelhantes, a proximidade pode resultar numa fusão entre
elas. Se uma galáxia muito grande interage com outra muito menor, a primeira pode engolir a
segunda, ocorrendo o canibalismo.
Em 2004, uma equipe internacional de astrônomos da Universidade de Cambridge, na
Inglaterra, divulgou a primeira evidência clara de que a galáxia de Andrômeda – “irmã” maior
da Via Láctea – está devorando uma de suas galáxias vizinhas. As imagens mostraram cúmulos
estelares que podem ser restos de outras galáxias menores engolidas por Andrômeda, a galá-
ANEXO I – EXEMPLOS DE ITENS NOS NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA NAS ESCALAS DE LEITURA
xia mais distante (a 2,2 milhões de anos-luz) visível da Terra a olho nu. A descoberta ajuda a
compreender a evolução das galáxias próximas e da própria Via Láctea, pois ambas têm estru-
turas parecidas, em forma de espiral.
A Via Láctea não é alheia ao fenômeno do canibalismo. Ela mesma adquiriu sua estru-
tura atual após absorver galáxias menores. E deverá algum dia bater de frente com Andrô-
meda, que tem o dobro do seu tamanho. Mas não perca o sono com esse cenário. As duas
galáxias estão se aproximando uma da outra a cerca de 500 000 quilômetros por hora. Nesse
ritmo, a colisão deverá ocorrer dentro de uns... 3 bilhões de anos! Visto de outro ângulo, isto
não significará o fim de tudo – mas sim o nascimento de uma megagaláxia.
(DEVORE-ME se puder. Superinteressante, São Paulo, p. 76-77, set. 2004. As 30 maiores desco-
bertas da ciência.)
GÊNERO:
Escolar (artigo de divulgação científica)
Em uma época de grande avanço nas ciências da natureza, esse artigo dá informações sobre
o canibalismo entre as galáxias. Apoiado em resultados de recentes estudos, o texto contribui para
que o leitor entenda as causas que desencadeiam esse fenômeno e suas conseqüências na vida coti-
ANEXO 1_8a- 19/4/07 11:34 AM Page 225
69 N 9 D 0.49 0.19 0.40 0.58 0.19 0.29 0.07 0.14 0.49 0.01 0.00 0.06 -0.22 -0.17 0.19 -0.13 -0.05
225
ANEXO 2_10- 23/3/07 5:32 PM Page 226
ANEXO 2_10- 23/3/07 5:32 PM Page 227
ANEXO II
Desempenho das
Diretorias de Ensino
Prova de Leitura
ANEXO 2_10- 23/3/07 5:32 PM Page 228
228
COGSP
Osasco 13,1 10,3 11,4 15,7 15,1 15,3 52,2 50,9 51,5 57,7 51,4 55,2
Santo André 15,3 14,7 14,9 19,7 19,6 19,6 55,7 59,3 57,5 63,6 62,0 62,9
São Bernardo do Campo 18,2 17,1 17,6 20,9 20,4 20,6 65,4 64,0 64,6 69,6 66,0 67,8
Suzano 10,6 12,3 11,7 16,3 17,2 16,8 52,7 49,4 51,2 55,3 51,4 53,5
Taboão da Serra 13,8 13,8 13,8 18,5 17,9 18,1 52,0 51,9 52,0 58,1 54,7 56,5
COGSP
229
ANEXO 2_10- 23/3/07 5:32 PM Page 230
230
COGSP
Ensino Médio
Diretoria de Ensino 1a Série 2a Série 3a Série
Manhã Tarde Noite Geral Manhã Tarde Noite Geral Manhã Tarde Noite Geral
Centro 60,2 62,3 54,7 59,4 58,7 59,9 54,6 57,4 66,4 65,1 60,3 63,6
Centro-Oeste 59,5 61,2 52,6 58,9 58,9 56,6 53,9 57,4 68,0 66,8 60,2 65,3
Centro-Sul 59,7 60,8 53,3 58,1 58,2 59,2 53,2 56,2 66,5 65,6 59,1 62,6
Leste 1 57,1 57,9 52,0 55,8 56,4 56,7 53,3 55,0 64,7 66,0 58,9 61,3
Leste 2 54,5 57,2 50,2 53,2 55,3 54,7 52,3 53,4 63,0 0,0 57,3 58,5
Leste 3 54,0 54,0 51,0 53,0 54,1 49,7 52,1 53,0 61,7 0,0 57,7 59,1
Leste 4 56,8 57,3 51,6 55,5 55,9 59,3 53,0 54,7 63,9 56,5 58,2 60,8
Leste 5 60,1 61,7 53,2 58,9 58,2 57,3 53,9 56,7 67,2 66,7 59,8 63,6
Norte 1 57,0 59,3 52,2 55,6 56,3 53,2 53,2 54,6 64,2 64,4 58,6 60,5
Norte 2 57,1 59,0 49,8 55,5 56,3 56,2 52,2 54,7 65,1 0,0 58,4 61,7
Sul 1 56,7 59,2 52,9 55,8 56,9 56,6 52,9 54,9 65,6 63,3 58,9 61,5
Sul 2 55,4 56,2 52,1 54,3 55,6 54,1 53,3 54,3 64,2 63,2 59,7 61,2
Sul 3 56,3 57,4 52,1 55,1 56,7 55,8 53,5 54,9 64,6 69,4 60,0 61,6
Caieiras 55,6 55,9 50,9 53,4 56,5 55,2 52,5 53,8 64,3 57,8 59,7 60,7
Carapicuíba 57,1 58,0 52,0 54,9 57,0 57,5 53,3 54,9 65,1 73,0 59,3 61,3
Diadema 57,4 0,0 53,5 55,6 57,1 0,0 54,0 55,0 64,8 0,0 58,7 60,2
Guarulhos Sul 57,3 52,3 51,4 54,5 55,8 52,1 52,7 54,0 64,1 64,8 58,0 60,0
Guarulhos Norte 56,2 53,8 50,9 54,0 55,5 52,4 51,7 53,3 63,1 0,0 58,1 59,6
Itapecerica da Serra 56,8 56,5 52,3 55,7 56,7 58,1 53,3 55,1 66,0 66,8 60,1 61,9
Itapevi 55,8 56,5 51,9 54,8 54,6 53,6 52,4 53,4 63,3 64,6 58,9 60,3
Itaquaquecetuba 54,4 53,2 49,9 52,0 54,2 51,3 50,4 51,7 61,5 0,0 56,6 57,6
Mauá 58,2 55,1 52,8 56,2 57,7 53,8 54,7 56,0 66,6 59,5 61,4 62,9
Mogi das Cruzes 57,5 58,4 52,8 56,4 57,3 57,9 53,7 55,9 66,9 65,1 61,6 64,0
ANEXO II – DESEMPENHO DAS DIRETORIAS DE ENSINO PROVA DE LEITURA
Osasco 56,9 55,7 52,3 54,9 56,5 0,0 52,6 54,1 64,8 66,8 58,8 60,4
Santo André 59,5 63,2 52,7 57,6 58,7 57,2 54,8 56,7 67,3 34,6 61,4 63,6
São Bernardo do Campo 60,5 58,6 54,3 58,7 59,3 58,2 55,1 57,3 68,6 66,5 62,7 64,9
Suzano 55,6 57,2 51,7 54,5 55,2 59,0 52,6 54,0 64,7 70,5 60,6 62,1
Taboão da Serra 55,5 58,3 51,8 54,4 55,6 56,2 52,5 54,2 64,0 53,7 57,5 59,8
CEI
continua.....>
231
ANEXO 2_10- 23/3/07 5:32 PM Page 232
232
.....>continuação
CEI
Votorantim 15,8 13,7 14,5 20,3 19,0 19,5 52,3 57,6 54,7 58,1 58,5 58,3
Votuporanga 17,5 16,4 16,9 21,4 20,7 21,1 58,9 62,0 60,7 75,0 59,0 68,8
CEI
continua.....>
233
ANEXO 2_10- 23/3/07 5:32 PM Page 234
234
.....>continuação
CEI
Tupã 57,4 54,0 0,0 55,2 65,2 61,8 0,0 63,1 61,9 59,1 0,0 60,7 66,9 61,9 54,2 64,5
Votorantim 54,4 52,8 0,0 52,9 61,0 61,2 0,0 61,2 60,7 60,2 0,0 60,5 66,5 63,8 59,7 65,2
Votuporanga 60,8 56,8 0,0 58,0 67,4 64,7 0,0 65,7 64,8 62,4 0,0 63,8 69,7 66,2 57,7 67,7
CEI
Ensino Médio
Diretoria de Ensino 1a Série 2a Série 3a Série
Manhã Tarde Noite Geral Manhã Tarde Noite Geral Manhã Tarde Noite Geral
Adamantina 59,8 56,0 55,1 57,9 60,0 58,6 53,6 56,7 68,8 68,1 62,1 64,6
Americana 59,5 61,2 52,6 58,9 58,9 56,6 53,9 57,4 68,0 66,8 60,2 65,3
Andradina 59,7 60,8 53,3 58,1 58,2 59,2 53,2 56,2 66,5 65,6 59,1 62,6
Apiaí 57,1 57,9 52,0 55,8 56,4 56,7 53,3 55,0 64,7 66,0 58,9 61,3
Araçatuba 54,5 57,2 50,2 53,2 55,3 54,7 52,3 53,4 63,0 0,0 57,3 58,5
Araraquara 54,0 54,0 51,0 53,0 54,1 49,7 52,1 53,0 61,7 0,0 57,7 59,1
Assis 56,8 57,3 51,6 55,5 55,9 59,3 53,0 54,7 63,9 56,5 58,2 60,8
Barretos 60,1 61,7 53,2 58,9 58,2 57,3 53,9 56,7 67,2 66,7 59,8 63,6
Bauru 57,0 59,3 52,2 55,6 56,3 53,2 53,2 54,6 64,2 64,4 58,6 60,5
Birigüi 57,1 59,0 49,8 55,5 56,3 56,2 52,2 54,7 65,1 0,0 58,4 61,7
Botucatu 56,7 59,2 52,9 55,8 56,9 56,6 52,9 54,9 65,6 63,3 58,9 61,5
Bragança Paulista 55,4 56,2 52,1 54,3 55,6 54,1 53,3 54,3 64,2 63,2 59,7 61,2
Campinas Leste 56,3 57,4 52,1 55,1 56,7 55,8 53,5 54,9 64,6 69,4 60,0 61,6
Campinas Oeste 55,6 55,9 50,9 53,4 56,5 55,2 52,5 53,8 64,3 57,8 59,7 60,7
Capivari 57,1 58,0 52,0 54,9 57,0 57,5 53,3 54,9 65,1 73,0 59,3 61,3
Caraguatatuba 57,4 0,0 53,5 55,6 57,1 0,0 54,0 55,0 64,8 0,0 58,7 60,2
Catanduva 57,3 52,3 51,4 54,5 55,8 52,1 52,7 54,0 64,1 64,8 58,0 60,0
Fernandópolis 56,2 53,8 50,9 54,0 55,5 52,4 51,7 53,3 63,1 0,0 58,1 59,6
Franca 56,8 56,5 52,3 55,7 56,7 58,1 53,3 55,1 66,0 66,8 60,1 61,9
Guaratinguetá 55,8 56,5 51,9 54,8 54,6 53,6 52,4 53,4 63,3 64,6 58,9 60,3
Itapetininga 54,4 53,2 49,9 52,0 54,2 51,3 50,4 51,7 61,5 0,0 56,6 57,6
Itapeva 58,2 55,1 52,8 56,2 57,7 53,8 54,7 56,0 66,6 59,5 61,4 62,9
Itararé 57,5 58,4 52,8 56,4 57,3 57,9 53,7 55,9 66,9 65,1 61,6 64,0
Itu 56,9 55,7 52,3 54,9 56,5 0,0 52,6 54,1 64,8 66,8 58,8 60,4
Jaboticabal 59,5 63,2 52,7 57,6 58,7 57,2 54,8 56,7 67,3 34,6 61,4 63,6
Jacareí 60,5 58,6 54,3 58,7 59,3 58,2 55,1 57,3 68,6 66,5 62,7 64,9
Jales 55,6 57,2 51,7 54,5 55,2 59,0 52,6 54,0 64,7 70,5 60,6 62,1
Jaú 55,5 58,3 51,8 54,4 55,6 56,2 52,5 54,2 64,0 53,7 57,5 59,8
José Bonifácio 60,5 58,4 52,0 57,4 60,5 57,2 52,2 56,7 68,2 63,8 60,2 63,8
Jundiaí 59,3 59,8 54,4 57,7 59,1 55,7 55,9 57,3 68,5 0,0 63,0 64,9
Limeira 61,5 61,2 55,6 59,2 60,8 60,0 56,7 58,5 69,6 71,7 64,0 66,3
Lins 58,8 53,9 51,7 56,3 58,7 54,6 53,9 56,2 67,4 0,0 60,4 63,1
Marília 58,8 58,4 53,1 57,2 58,7 56,8 53,9 56,3 66,0 68,5 62,1 63,7
Miracatu 58,4 56,7 54,0 57,0 57,8 55,1 54,8 56,4 65,1 0,0 59,6 62,6
Mirante do Paranapanema 58,5 54,0 51,8 55,2 58,6 55,3 52,1 55,1 65,6 63,4 58,9 61,1
continua.....>
235
ANEXO 2_10- 23/3/07 5:32 PM Page 236
236
.....>continuação
CEI
Ensino Médio
Diretoria de Ensino 1a Série 2a Série 3a Série
Manhã Tarde Noite Geral Manhã Tarde Noite Geral Manhã Tarde Noite Geral
Mogi Mirim 60,5 57,6 54,0 57,8 59,5 55,7 55,4 57,3 68,1 62,5 62,1 64,3
Ourinhos 59,8 59,6 53,3 57,8 59,7 57,7 54,3 56,9 68,6 67,7 62,2 65,0
Pindamonhangaba 57,2 58,3 52,6 56,5 57,3 56,9 54,7 56,4 65,6 65,0 60,8 63,5
Piracicaba 58,8 60,8 53,4 56,9 59,1 56,7 53,8 56,4 68,3 66,9 62,0 64,7
Piraju 59,1 59,6 53,6 57,1 59,4 55,4 55,2 57,1 68,1 0,0 63,5 65,2
Pirassununga 60,0 58,0 52,8 57,7 58,9 57,6 54,0 56,9 68,0 65,8 61,5 64,7
Presidente Prudente 59,1 63,1 52,5 57,6 58,7 56,2 54,1 56,5 68,2 70,7 61,2 64,3
Registro 57,0 54,3 52,3 55,3 57,6 55,7 53,3 56,0 65,1 60,6 59,6 62,1
Ribeirão Preto 58,6 59,5 52,1 57,6 58,7 56,2 53,6 56,8 67,6 63,6 60,3 64,1
Santo Anastácio 60,1 57,5 54,0 57,6 60,8 54,6 53,7 57,0 67,1 59,8 61,0 63,4
Santos 58,7 60,3 55,1 57,7 57,8 56,1 55,2 56,6 65,2 65,9 60,2 62,6
São Carlos 60,9 59,1 54,3 58,7 60,1 60,8 54,7 58,1 69,1 68,4 62,2 65,9
São João da Boa Vista 60,8 58,2 53,8 58,2 59,7 54,5 53,8 57,0 68,1 63,5 61,3 64,3
São Joaquim da Barra 57,1 57,7 52,0 56,3 57,5 55,5 52,7 55,9 66,1 70,7 61,0 64,0
São José dos Campos 59,1 58,8 53,2 57,5 57,0 58,1 53,7 55,7 64,3 67,3 60,7 62,4
São José do Rio Preto 60,4 60,1 53,6 58,4 59,9 58,2 53,9 57,1 68,8 65,2 61,5 64,6
São Roque 59,3 58,7 54,4 58,0 58,5 56,2 53,7 56,6 66,5 62,9 62,0 64,1
São Vicente 56,7 57,5 53,8 55,8 56,8 54,9 54,1 55,5 64,4 61,1 59,9 61,8
Sertãozinho 61,3 56,2 53,2 57,5 60,9 57,5 54,4 57,6 68,4 67,1 62,0 64,7
Sorocaba 59,6 0,0 54,6 57,7 58,9 52,0 55,4 57,0 66,5 0,0 62,6 63,8
Sumaré 59,3 60,0 55,7 57,7 58,2 58,3 55,9 56,7 65,8 0,0 62,3 63,2
Taquaritinga 61,5 55,8 55,0 58,5 61,1 57,7 53,5 57,6 70,0 64,8 61,8 65,5
Taubaté 58,8 56,1 52,5 56,8 57,1 56,9 53,1 55,4 64,9 68,3 60,3 62,4
ANEXO II – DESEMPENHO DAS DIRETORIAS DE ENSINO PROVA DE LEITURA
Tupã 59,4 56,1 51,8 56,4 58,4 57,2 54,0 56,3 66,5 68,0 60,2 63,0
Votorantim 59,5 57,4 53,6 57,4 58,5 55,3 54,1 56,2 66,9 69,0 62,0 64,0
Votuporanga 61,1 65,0 55,5 59,8 60,7 63,2 54,7 57,9 69,6 70,2 63,2 65,7
237
Page 237
5:32 PM
23/3/07
ANEXO 2_10-
ANEXO 3_9 23/3/07 5:41 PM Page 238
ANEXO 3_9 23/3/07 5:41 PM Page 239
ANEXO III
Apuração do Percentual
de Respostas dos Alunos
da Rede Estadual –
Questionário do Aluno
ANEXO 3_9 23/3/07 5:41 PM Page 240
240
Série 3a 4a
1. Sexo 3a 4a
2. Idade 3a 4a
3.Você se considera: 3a 4a
5. Lição de casa 3a 4a
Nunca faz 4,2 3,1
Às vezes faz 22,8 25,7
Sempre faz 61,3 61,2
Não tem lição de casa 7,2 7,5
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
Outros Aspectos Pesquisados
241
ANEXO 3_9 23/3/07 5:41 PM Page 242
242
Série 5a 6a 7a 8a
1. Sexo 5a 6a 7a 8a
2. Idade 5a 6a 7a 8a
3.Você se considera: 5a 6a 7a 8a
Nunca freqüentou a escola 3,4 3,7 3,5 3,5 3,2 3,4 3,7 3,7
Ensino Fundamental: até a 4a série 24,1 18,7 25,8 19,7 26,7 20,3 28,0 21,6
Ensino Fundamental: entre a 5a e a 8a série 30,4 26,7 30,0 27,2 30,6 28,0 30,8 28,0
Ensino Médio 14,9 14,1 16,3 15,7 18,4 18,2 19,2 19,4
Ensino Superior 7,9 9,3 8,3 9,6 8,7 10,0 8,3 9,6
Não sei 17,4 25,6 14,9 23,0 11,4 19,2 8,8 16,6
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
Condições Socioeconômicas e Culturais dos Alunos
Língua estrangeira (inglês, francês, espanhol etc.) 11,9 12,2 13,8 14,4
Computação 23,1 26,9 30,5 35,8
Música, dança, teatro, artes plásticas 15,9 16,4 17,0 16,6
Esporte (natação, judô, futebol etc.) 28,8 31,2 31,1 29,2
Aulas de reforço escolar 15,1 14,1 12,5 11,8
Nenhum 40,6 39,0 36,9 35,2
Trajetória Escolar
243
ANEXO 3_9 23/3/07 5:41 PM Page 244
244
Trajetória Escolar
13.Você freqüentou: 5a 6a 7a 8a
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
Prática Pedagógica dos Professores
5a 6a 7a 8a
17. Na sua opinião, os seus professores: Todos/ Todos/ Todos/ Todos/
Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum
Todos Todos Todos Todos
5a 6a 7a 8a
18. Na sua opinião, seus professores de
Todos/ Todos/ Todos/ Todos/
diferentes matérias (ou disciplinas): Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum
Todos Todos Todos Todos
245
ANEXO 3_9 23/3/07 5:42 PM Page 246
246
Apresentam a matéria 69,1 13,0 10,0 4,9 67,1 15,7 10,6 4,6 66,3 17,2 9,8 4,1 65,5 17,9 9,8 3,8
para a classe
Apresentam a matéria para
a classe contando com a 61,2 21,8 8,7 6,0 58,7 24,5 9,3 6,1 59,1 25,2 8,1 6,0 58,2 25,9 8,2 6,0
participação dos alunos
Pedem para os alunos
fazerem os exercícios do 59,8 16,9 9,3 11,4 59,2 17,7 9,3 12,3 57,2 19,9 8,0 13,0 55,0 20,8 8,3 13,7
livro didático
Solicitam leituras de textos
46,4 16,5 7,2 27,0 40,5 18,6 8,7 30,4 34,0 23,1 11,6 29,4 30,8 24,2 13,2 29,6
literários fora da sala de aula
Colocam a matéria na lousa 76,5 11,0 6,6 2,9 79,9 9,9 6,0 2,3 81,3 8,3 5,5 3,0 82,0 7,9 4,9 2,9
Pedem para os alunos
47,8 30,9 11,5 6,5 43,5 34,9 12,6 7,0 42,2 36,1 12,7 7,1 40,1 37,1 13,2 7,4
fazerem redação
Utilizam vídeos, jogos e
28,6 29,8 17,5 20,7 23,6 31,0 21,2 22,2 20,8 31,9 23,7 21,6 18,2 30,9 24,8 23,9
outros materiais
Desenvolvem atividades
17,2 14,2 10,8 54,3 12,7 12,4 11,1 61,7 11,1 12,6 12,3 62,0 9,8 12,1 12,3 63,5
de laboratório
Trabalham com mapas,
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
38,5 25,3 14,5 18,4 33,9 28,0 17,0 19,1 29,4 28,9 18,9 20,9 25,3 28,3 20,2 24,0
imagens, fotografias, atlas
Usam o computador
15,1 12,1 9,1 60,1 12,1 12,0 10,3 63,5 10,6 12,2 11,5 63,7 9,4 11,8 11,7 64,8
durante a aula
Trabalham com textos
literários, artigos científicos,
38,4 27,8 15,5 15,0 32,0 30,8 19,4 15,9 28,4 32,5 21,5 15,8 25,9 33,1 22,7 16,3
jornais e revistas em sala
de aula
Pedem pesquisas individuais 39,4 35,2 13,9 8,0 34,8 40,6 15,6 6,9 31,6 44,1 16,4 6,0 29,5 45,3 17,1 5,9
Realizam trabalhos em
34,6 34,3 16,2 11,1 30,3 39,1 18,2 10,2 26,8 41,9 19,8 9,4 24,4 42,5 21,3 9,3
grupo e seminários
Promovem atividades
fora da escola e 23,5 19,5 20,0 33,4 17,4 18,9 23,2 38,4 13,4 17,1 25,4 42,2 11,6 16,1 24,9 45,1
acompanham os alunos
Promovem atividades que
envolvem professores de 28,6 21,1 19,2 27,3 21,4 20,2 22,7 33,4 15,9 18,3 26,1 37,7 13,5 17,2 26,9 40,1
várias disciplinas
O Aluno e a Escola
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
O Aluno e a Escola
Participar de reuniões
64,8 24,3 7,4 64,6 26,0 7,4 63,5 26,8 7,9 60,2 28,2 9,5
de pais
Conversar sobre seu
42,6 32,8 20,6 39,1 35,1 23,4 35,6 36,2 26,3 33,1 36,4 28,2
boletim
Participar de festas 22,3 31,8 41,7 16,2 30,7 50,6 12,3 27,8 57,9 10,7 25,7 61,1
Conversar sobre seu
45,9 29,6 19,6 41,8 32,7 22,3 36,7 34,3 26,4 32,8 34,8 29,4
comportamento
Prestar serviços
à escola (pintura, 16,4 20,7 58,7 11,3 18,5 67,8 7,5 15,9 74,6 6,5 14,6 76,6
pequenos reparos etc.)
Colaborar na solução de
28,5 29,9 36,7 21,5 31,7 44,0 15,3 30,4 52,1 12,8 28,8 55,8
problemas da escola
247
ANEXO 3_9 23/3/07 5:42 PM Page 248
248
O Aluno e a Escola
A equipe de professores 9,4 14,2 66,2 9,7 18,6 65,0 9,5 22,5 62,1 9,2 24,5 60,5
A direção da escola 10,7 14,4 65,5 13,0 18,7 62,3 15,0 22,9 56,6 16,2 25,2 53,1
A convivência entre alunos,
professores, diretor e 12,5 19,8 58,0 16,0 25,3 52,5 18,2 29,1 46,8 18,1 30,9 45,2
funcionários
Organização da escola e as
13,0 18,9 58,7 16,6 24,0 53,1 18,7 27,6 47,9 19,2 29,3 45,7
regras de disciplina
Freqüência dos professores
9,8 18,1 62,8 11,2 21,3 61,4 11,6 23,6 59,3 11,5 24,8 58,1
às aulas
Existência de professores
10,3 18,1 60,9 11,2 21,9 59,6 11,5 24,1 57,5 11,4 25,4 56,2
para todas as disciplinas
Solução de problemas
relacionados à falta de
profissionais (professores, 12,8 20,9 52,4 14,1 25,8 49,4 15,0 28,9 45,5 15,2 30,7 43,6
professores-coordenadores
e funcionários)
Solução rápida dos
problemas que surgem na
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
escola (vazamentos de 18,7 20,9 48,4 22,4 24,2 44,9 23,5 26,3 42,2 23,3 27,4 41,3
água, lâmpadas queimadas,
carteiras quebradas etc.)
Existência de livros na
escola para os alunos
12,8 15,8 61,3 15,8 19,1 58,4 17,6 21,5 54,9 17,8 22,8 53,4
(biblioteca, sala de leitura,
empréstimo de livros)
Limpeza e conservação
do prédio e do mobiliário
escolar (salas de aula, 16,6 19,8 53,6 21,3 23,4 48,7 23,2 26,0 44,8 21,9 27,1 45,0
banheiros, pátio, jardins,
muros, carteiras)
Aparência geral da
escola (cortinas, filtros, 20,1 20,0 49,2 27,6 23,4 42,1 31,5 25,9 36,5 31,8 27,2 34,9
objetos de decoração)
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
Ensino Médio – 1a a 3a série – Rede Estadual
Série 1a 2a 3a
1. Sexo 1a 2a 3a
2. Idade 1a 2a 3a
3.Você se considera: 1a 2a 3a
249
ANEXO 3_9 23/3/07 5:42 PM Page 250
250
Trajetória Escolar
13.Você já freqüentou: 1a 2a 3a
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
O Aluno e o Trabalho
251
ANEXO 3_9 23/3/07 5:42 PM Page 252
252
1a 2a 3a
20. Na sua opinião, Todos/ Todos/ Todos/
os seus professores Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum
Todos Todos Todos
Orientam os alunos a serem
65,9 26,2 5,5 61,5 29,5 6,4 58,05 32,80 6,87
responsáveis pelos seus atos
Estabelecem uma relação de amizade e
afeto com os alunos, chamando-os 59,2 36,1 2,4 57,4 37,8 2,3 59,51 36,13 2,13
pelo nome
Orientam os alunos a serem responsáveis
56,7 29,8 11,2 49,9 33,0 14,7 45,40 35,52 16,88
pelos materiais utilizados nas aulas
Discutem, juntamente com os alunos,
regras de comportamento que os 53,1 36,3 8,3 47,2 40,6 9,7 43,32 43,82 10,65
alunos devem seguir
Orientam os alunos sobre maneiras de
obter ajuda para a solução dos 47,7 39,1 10,8 42,8 42,5 12,1 41,22 44,41 12,10
problemas escolares
Lideram a classe e contam com o apoio
dos alunos na condução das atividades 38,6 44,7 14,5 34,0 47,8 15,9 31,24 49,57 17,04
escolares
São dedicados, preocupados e
acolhedores com os alunos e seus 32,1 44,8 20,8 29,1 47,1 21,3 29,82 47,67 20,32
familiares
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
1a 2a 3a
21. Na sua opinião, Todos/ Todos/ Todos/
os seus professores Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum Quase Alguns Nenhum
Todos Todos Todos
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
Prática Pedagógica dos Professores
1a 2a 3a
22. Com que freqüência seus professores Pelo menos uma vez Pelo menos uma vez Pelo menos uma vez
realizam as atividades abaixo, durante as aulas? por por por nunca por por por nunca por por por nunca
semana mês semestre semana mês semestre semana mês semestre
O Aluno e a Escola
253
ANEXO 3_9 23/3/07 5:42 PM Page 254
254
O Aluno e a Escola
Participar de reuniões de pais 54,8 28,6 14,1 49,9 29,7 17,6 41,6 31,0 24,9
Conversar sobre seu boletim 24,1 40,0 33,0 20,7 38,4 38,0 17,6 36,2 43,7
Participar de festas 8,2 21,0 67,9 7,1 19,3 70,6 6,4 19,1 72,0
Conversar sobre seu comportamento 23,9 34,9 37,8 19,5 33,1 43,9 15,7 30,3 51,2
Prestar serviços à escola 4,8 11,8 80,6 4,2 10,8 82,0 3,8 10,2 83,5
Colaborar na solução de problemas da escola 9,4 24,0 63,5 7,6 21,6 67,5 6,2 18,6 72,3
1a 2a 3a
26. Dê uma nota para a escola que você
freqüenta, avaliando se ela é um Notas Notas Notas
espaço em que você:
0a4 5a7 8 a 10 0 a 4 5a7 8 a 10 0 a 4 5a7 8 a 10
Tem liberdade para manifestar suas idéias e opiniões 25,5 37,4 28,7 27,0 38,5 26,8 27,5 39,9 25,6
Tem seus problemas pessoais e familiares levados
41,6 27,3 15,9 44,0 27,4 14,7 44,6 28,4 14,5
em conta
Recebe estímulos para seus projetos de vida 28,9 30,9 29,8 30,9 31,8 27,7 31,2 33,5 26,6
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
ANEXO III – APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE RESPOSTAS DOS ALUNOS DA REDE ESTADUAL – QUESTIONÁRIO DO ALUNO
O Aluno e a Escola
6a 7a 8a
27. Faça uma avaliação da escola
que você freqüenta para cada um Notas Notas Notas
dos seguintes aspectos:
0a4 5a7 8 a 10 0 a 4 5a7 8 a 10 0 a 4 5a7 8 a 10
A equipe de professores 10,2 28,3 55,2 10,4 32,0 51,8 10,1 34,4 49,7
A direção da escola 17,8 27,5 48,5 20,5 30,4 43,1 22,1 32,9 39,8
A convivência entre alunos, professores, diretor
18,2 32,5 43,0 18,9 34,7 40,4 18,2 36,4 40,0
e funcionários
Organização e as regras de disciplina na escola 19,5 31,5 42,5 21,6 33,7 38,5 22,3 36,4 35,6
Freqüência dos professores às aulas 12,8 27,0 54,0 13,2 28,7 52,2 12,7 30,4 51,6
Existência de professores para todas as disciplinas 13,5 28,1 50,9 14,6 29,9 48,6 14,8 31,7 47,1
Solução dos problemas de relacionamento surgidos
19,2 36,2 35,4 20,9 38,5 32,2 21,1 40,5 30,4
entre os alunos
Solução dos problemas de relacionamento surgidos
19,2 34,9 36,4 20,8 37,4 33,1 21,0 39,3 31,4
entre alunos e professores
Solução de problemas relacionados à falta
de profissionais (professores, professores- 18,5 31,8 39,1 20,3 34,0 36,0 20,5 36,4 33,8
coordenadores e funcionários)
Solução rápida dos problemas que surgem no
cotidiano da escola (vazamentos de água, lâmpadas 23,8 28,1 39,1 25,3 29,9 36,5 24,4 32,2 35,3
queimadas, carteiras quebradas etc.)
Disponibilidade dos livros existentes na escola para
os alunos (biblioteca, sala de leitura ou outro 22,2 25,5 44,9 24,1 27,3 41,7 24,5 29,7 39,4
meio de circulação de livros)
Limpeza e conservação do prédio e do mobiliário
escolar (salas de aula, banheiros, pátio, jardins, 21,8 28,0 43,4 22,9 30,0 40,9 21,6 32,5 40,2
muros, carteiras)
Aparência geral da escola (cortinas, filtros,
32,1 28,1 33,0 33,6 29,6 30,7 31,4 32,4 30,6
objetos de decoração)
Nota Final
Em algumas tabelas:
1. a freqüência de respostas não atinge 100% porque não foram incluídas as respostas “em branco” e “inválidas”;
2. a freqüência de respostas considera apenas as categorias “sim” e “não”;
3. a freqüência de respostas ultrapassa 100% por se tratar de perguntas com respostas múltiplas.
255
ANEXO 3_9_novo 4/24/07 11:20 AM Page 256
Coordenação Gráfica
Departamento Editorial da FDE
Revisão
Sandra Ap. Miguel
Projeto Gráfico e Editoração
Azul Publicidade e Propaganda
Fotolitos, Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial
Tiragem
15.000 exemplares
ANEXO 3_9 23/3/07 5:42 PM Page 257