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Importância da vitamina A e zinco na atividade enzimática.

Rafael Henrique Rodrigues Alves

1 - INTRODUÇÃO

O zinco participa como constituinte integral de proteínas ou co-fator


enzimático em mais de 300 reações químicas que envolvem a síntese e
degradação de macromoléculas. O zinco é um mineral que se encontra
amplamente distribuído em todo o corpo humano, porém em pequenas
concentrações (1,5g a 2,5g). (CRUZ, SOARES, 2011).

Apesar das baixas concentrações de zinco na maioria dos órgãos,


as metaloenzimas dependentes deste mineral estão distribuídas em todos os
tecidos do organismo, desempenhando processos fisiológicos importantes.
Dentre as principais funções do zinco, destacam-se a participação na síntese e
degradação dos carboidratos, lipídeos e proteínas, na manutenção do
crescimento e do desenvolvimento normais, no funcionamento adequado do
sistema imunológico, na defesa antioxidante, na função neurosensorial, e,
também, na transcrição e tradução de polinucleotídios. (SENA; PEDROSA;
2004).

A vitamina A foi a primeira vitamina lipossolúvel a ser reconhecida, o


que ocorreu em 1913. É constituída por moléculas contendo 20 carbonos em
sua estrutura. O termo vitamina A compreende o retinol e todos os
carotenoides dietéticos que têm atividade biológica de transretinol. A vitamina A
natural ocorre na forma de ésteres de retinil de cadeia longa. (RAMALHO;
2010)

Vitamina A é encontrada na natureza nos alimentos de origem


animal (fígado, leite, ovos, óleo de peixe) na forma de retinol e nos alimentos
de origem vegetal (vegetais folhosos verde-escuros, legumes e frutas
amarelados e/ou verde-escuros) na forma de carotenoides. Ambos são
absorvidos no intestino delgado e dependem da ingestão de gorduras e da
ação dos sais biliares e esterases pancreáticas para absorção intestinal. Após
absorção, são transportados através do sistema linfático até o fígado, onde são
estocados em grande quantidade. No sangue, circulam ligados à proteína
carreadora de retinol e a transtirretina. (JUNIOR; LEMOS, 2010)
2 - ZINCO

Diversas enzimas e proteínas contendo zinco participam do


metabolismo de proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucléicos. Nas
enzimas, o zinco pode ter função catalítica ou estrutural. Dentre as
aproximadamente 300 enzimas das quais o zinco faz parte estão, a anidrase
carbônica, que foi a primeira a ser descoberta, fosfatase alcalina,
carboxipeptidases, álcool desidrogenase, superóxido dismutase, proteína C
quinase, ácido ribonucléico polimerase e transcritase reversa. (MAFRA;
COZZOLINO; 2004)

O zinco está envolvido na estabilização de membranas estruturais e


na proteção celular, prevenindo a peroxidação lipídica. A proteção de grupos
sulfidrilas contra oxidação e na inibição da produção de espécies reativas de
oxigênio por metais de transição como ferro e cobre. Desempenha papel na
organização polimérica de macromoléculas como DNA e RNA, e é
indispensável para atividade de enzimas envolvidas diretamente com a síntese
de DNA e RNA, como por exemplo a RNA polimerase. Além disso, influencia a
divisão celular. Defeitos na síntese ou prejuízo da função do RNA mensageiro
parecem ser induzidos pela deficiência de zinco. (MAFRA; COZZOLINO; 2004)

Outra ação atribuída ao zinco, refere-se ao estímulo pós-receptor,


que aumenta a translocação dos transportadores de glicose dos seus sítios
intracelulares para a membrana plasmática.Considera-se que a relação entre
zinco e sinais de membrana na regulação hormonal, melhora a interação entre
os hormônios e seus receptores, como observado no hormônio de crescimento
e prolactina. A timulina é um hormônio importante para maturação e
diferenciação de linfócitos T, cuja atividade biológica depende do zinco.
(MAFRA; COZZOLINO; 2004)

A diminuída produção de citocinas e interferon-a pelos leucócitos


está relacionada a deficiência de zinco. O zinco induz monócitos a produzirem
interleucina-1, interleucina-6 e inibir a produção de fator de necrose tumoral,
que está implicado na fisiopatologia da caquexia na Síndrome da
Imunodeficiência. Existem no sistema nervoso central, neurônios que
apresentam vesículas sinápticas com elevadas concentrações de zinco, sendo
estes neurônios conhecidos como uma subclasse de neurônios
glutaminérgicos. Apesar do seu papel no córtex cerebral ainda ser
desconhecido, o fato do zinco estar presente nos botões sinápticos, implica
num papel vital do zinco neste sistema. (MAFRA; COZZOLINO; 2004)

Além disso, o zinco está envolvido com o desenvolvimento cognitivo


e, apesar do mecanismo exato não ser claro, parece que o zinco é essencial na
neurogênese, migração neuronal e sinapses, e sua deficiência pode afetar o
desenvolvimento cognitivo em crianças. O zinco participa do processo de
adaptação da visão noturna, fazendo parte da estrutura de enzimas como a
desidrogenase do retinol, a-manosidase (enzima lisossomal do epitélio retinal),
anidrase carbônica, colagenase corneal e leucina aminopeptidase. Vários
trabalhos relatam que o zinco pode ter um papel terapêutico na prevenção e
tratamento da degeneração macular. O zinco está envolvido com a síntese da
proteína ligadora de retinol. Crianças desnutridas em resposta à
suplementação de zinco, apresentaram um aumento nas concentrações
plasmáticas de vitamina A e de proteína ligadora de retinol. (MAFRA;
COZZOLINO; 2004)

Estudos têm sido desenvolvidos com relação à enzima conversora


de angiotensina (ECA), que é uma metaloenzima contendo dois átomos de
zinco, encontrada no endotélio vascular, que tem como função primária regular
a pressão sangüínea pela conversão da angiotensina I em II, que é
vasoconstritora. O zinco também está envolvido com o sistema reprodutivo e
sua presença no testículo é fundamental à espermatogênese. (MAFRA;
COZZOLINO; 2004)

3 - VITAMINA A

O fígado é o principal órgão responsável pelo armazenamento,


metabolismo e distribuição da vitamina A para os tecidos periféricos. Além de
funcionar como sítio de depósito de vitamina A, pode utilizar retinol para seu
funcionamento normal, como proliferação e diferenciação de suas células. As
células de Ito do fígado, que em condições normais contêm cerca de 90% do
retinol hepático, são responsáveis pela captação, armazenamento e liberação
de retinol. No sangue, o complexo RBP-retinol combina-se à TTR, uma
proteína também sintetizada pelo fígado, formando a holo-RBP. O retinol é
então removido da corrente sanguínea e utilizado pelas células-alvo, onde
serve como precursor de seus metabólitos bioativos. Estes são gerados no
meio intracelular por duas reações enzimáticas: inicialmente, o retinol é
convertido a retinal ou retinaldeído e depois, irreversivelmente, a ácido
retinoico. (RAMALHO, 2010)

A vitamina A tem um papel fundamental na manutenção da


integridade dos processos visuais, visto que um estado inadequado desta
constitui a principal causa de cegueira evitável na infância. Na retina há dois
tipos de células fotorreceptoras: cones – responsáveis pelo sentido da cor e
pela visão na luz brilhante e bastonetes – responsáveis pela acuidade visual à
baixa luminosidade. Nos bastonetes, temos o pigmento retiniano – rodopsina,
que é uma proteína conjugada. A reação fotoquímica da visão tem início
quando o estímulo luminoso atinge a retina, a rodopsina é cindida em seu
componente proteico – a opsina, e no componente não-proteico – o retinal. Na
presença da luz, ocorrem alterações na configuração do retinal, que consiste
na conversão de 11-cisretinal a all-trans-retinal, acompanhadas por uma
mudança global da molécula de rodopsina. Tais alterações funcionam como
estímulo molecular para um impulso nas terminações do nervo óptico, que é
transmitido ao cérebro, propiciando a visão com pouca luz. (RAMALHO, 2010)

O retinol é essencial na reprodução. Além das alterações no


metabolismo do RNA, a deficiência da vitamina na gestação pode associar-se
com as perdas reprodutivas e casos de abortos espontâneos habituais, além
de contribuir para a baixa reserva hepática do recém nascido. A vitamina A
está envolvida na síntese de hormônios esteroides, a suplementação de
vitamina A traz benefícios para a função feto-placentária, pois o aumento dos
níveis de progesterona, um dos responsáveis pelos ajustes corporais
gestacionais, favorece o desenvolvimento fetal. A deficiência da vitamina pode
promover a reabsorção do embrião, interrompendo o processo reprodutivo pela
inter-relação metabólica da vitamina com a síntese dos hormônios
progesterona e estrogênio. (RAMALHO, 2010)

Outra função da vitamina A com impacto na saúde reprodutiva é a


sua ação antioxidante, particularmente sob a forma de carotenoides, os quais
anteriormente eram reconhecidos apenas por sua atividade pró-vitamínica e
que atualmente são considerados como importantes antioxidantes. Os radicais
livres estão associados às enfermidades causadas pelo estresse oxidativo e,
nesse particular, relacionadas à prevenção de doenças crônicas não
transmissíveis e ao envelhecimento. (RAMALHO, 2010)

O zinco influencia muitos aspectos do metabolism da vitamina A,


incluindo sua absorção, transporte, e utilização. Dois mecanismos foram
postulados para explicar essa relação. Primeiro, o papel regulatório do zinco no
transporte da vitamina A mediado pela síntese proteína, e segundo, a
conversão do retinol em retinal que requer a ação da enzima retinol
dehidrogenase zinco-dependente. A baixa ingestão de zinco reduz
significativamente a absorção de beta-caroteno, estimada pela produção de
retinol linfático. O estado de zinco é um fator importante que determina a
absorção intestinal de beta-caroteno e, portanto, o estado nutricional de
vitamina A. (CRUZ, SOARES, 2011).
REFERÊNCIAS

CRUZ, Josilaine B. Fernandes; SOARES, Henrique Freire. Uma revisão sobre


o zinco Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde.
Universidade Anhanguera. Campo Grande. vol. 15, núm. 1, pp. 207-222,
2011.

SENA, Karine Cavalcanti Maurício de; PEDROSA, Lucia de Fátima Campos


Efeitos da suplementação com zinco sobre o crescimento, sistema imunológico
e diabetes . Revista de Nutrição. Campinas. pp. 251-259, 2005.

RAMALHO, Andréa; Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes


Vitamina A . Departamento de Nutrição Social e Aplicada do Instituto de
Nutrição Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
pp. 03-22, 2010.

JUNIOR, Hernani Pinto ; LEMOS, André Luis Alves de. Vitamina A . Escola
Paulista de Medicina (Unifesp-EPM). pp.122, 2010.

MAFRA, Denise ; COZZOLINO, Sílvia Maria Franciscato. Importância do zinco


na nutrição humana . Revista de Nutrição. Campinas. pp. 79-87, 2004.

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