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FORTALEZA-CE
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FORTALEZA-CE
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AGRADECIMENTOS
Inicialmente, a Deus, por sempre se fazer presente na minha vida, por ser refúgio nos
momentos de angústia e aflição, fonte inesgotável de fé e esperança, fazendo-me acreditar que
tudo é possível, e jamais desanimar em momentos difíceis.
Aos meus pais, Ana Geny Oliveira e Valdery Lopes, que na sua humildade e simplicidade
sempre me apoiaram nos desafios e vibraram comigo nas conquistas; pela formação sempre
fundamentada na valorização da educação, da honestidade, da lealdade, e no respeito ao
próximo.
A Flávio Ribeiro, meu noivo, pela compreensão e pelo apoio ao longo dessa jornada, sempre
disposto a assumir nossos compromissos, deixando-me mais livre para o mestrado e a
execução deste trabalho.
Aos meus irmãos, Patrícia Oliveira e Waldebergson Oliveira, pelo apoio ofertado durante
esta jornada, criando condições de possibilidade para que eu pudesse ter maior dedicação ao
curso e à pesquisa.
A Lariza Montenegro, grande amiga, pelo apoio, incentivo nos momentos mais difíceis
deste percurso. Você foi fundamental! Obrigada!
Ao Prof. Dr. Carlos Garcia Filho, pelos ensinamentos e, sobretudo, pelo apoio incondicional
na construção desta Dissertação, expressos durante os momentos de enfrentamentos
necessários para uma condução mais tranquila da minha formação.
Aos professores que compõem a Banca Examinadora, doutores José Jackson Coelho
Sampaio e Ana Patrícia Pereira Morais, pela colaboração e disponibilidade em
compartilhar o conhecimento.
Aos gestores e trabalhadores da Rede Municipal de Saúde de Iguatu, em especial aos Agentes
Comunitários de Saúde, personagens fundamentais e imprescindíveis nas ações da Atenção
Básica no município. Obrigada pelo acolhimento, apoio e pela colaboração necessários ao
desenvolvimento desta pesquisa.
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Paulo Freire
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RESUMO
ABSTRACT
The Chronic Noncommunicable Diseases (NCDs) are the leading cause of mortality and
premature disability in most countries of the world. Faced with such complexity puts into
question the training of Community Health Workers in addressing the major public health
problem in Brazil. With this, the paper analyzes the training of Community Health Agents
with the complexity of NCDs, and characterize the socioeconomic and training profile of the
ACS and map the knowledge of ACS on NCDs from their training and practice.
Methodology: The study was the type action research, and took place at the Primary Care in
the city of Iguatu, specifically the Basic Health Unit Alencar I. The study included the
participation of 12 participants, considered key informants for research. We also have six
people involved in the study: Medical Unit, nurse, dentist and 3 users. These participants
formed the "watch group" that was responsible for preparing the educational plan of action.
Used as a technique for data collection participant observation, semi-structured interviews and
focus groups. We used a field diary to record information observed. The research in question
followed the steps of action research identified in this study by establishing contact with the
research group, Achievement of Participant Observation and Personal Interview, Realization
of the agreement and constitution of the Monitoring Group, composition of the education
action plan, conducting thematic workshops and subsequently the assessment phase with the
technical seminar. The study followed the Resolution 466/12 and was approved by the ethics
committee with the opinion nº723.857. Results and discussion: To characterize the subjects
observed that the predominant age group was 30-40 years old, 11 are female, all completed
elementary school, 10 gazetted. Regarding the formation was observed that despite this
requirement there are professionals working as ACS for more than 3 years and have never
performed the introductory course, 9 ACS took the course only partially. The statements show
weaknesses in training in attention ace NCDs, evidencing the acquired learning from the
experiences in the community and with the team. Identifying constraints proceeded to the
meetings for workshops with experts addressed the issues set out in the action plan prepared
in the observation group, totaling five meetings, held at UBS itself. After that moment came
the Seminar, employee maneia evaluative in order to disseminate the knowledge gained in the
workshops to other ACS in the city. Final Thoughts: Understanding the formation of a
professional should be continuous, it is important to stress the need for further actions to
ongoing formation, making it necessary to the implementation of the permanent education
policies in this municipality, thus providing a better qualification to work by ACS played. We
believe that a dialogical and horizontally relationship between researcher and participants was
established, enabling the identification of their needs, respect for the skills and previous
knowledge, and contribute and cause greatly in reflection and criticism.
GRÁFICOS E ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 15
1.1 DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO, PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E
OBJETIVOS DA INVESTIGAÇÃO ........................................................................... 15
1.2 PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................................. 19
1.3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 22
1.4 OBJETIVOS .............................................................................................................. 26
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 104
APÊNDICES.................................................................................................................... 111
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1 INTRODUÇÃO
Marzari, Junges e Selli (2011) enfatizam que o ACS surge como um elo que
possibilita a confiança e o vínculo entre a equipe de saúde e a comunidade assistida. Contudo,
sua “formação” para o desempenho dessas funções precisa ser revista, considerando a
amplitude do seu papel. Koyashiki, Souza e Garanhani (2008) corroboram ao afirmar que,
muito embora se tenha conhecimento do volume de atribuições que lhe é conferido, percebe-
se o ACS como instrumento de valor inestimável ao processo de construção social da saúde,
uma vez que sua atuação oferece possibilidades de importantes avanços rumo à integralidade
da atenção.
Mesmo com tamanha importância no contexto da Atenção Básica, estudos como os
de Lunardelo (2004), Nunes et al. (2010), Silva e Dalmaso (2012) e Tomaz (2002) apontam a
insatisfação do agente quanto ao processo de capacitação para o trabalho, relatam que o
processo de formação ainda é desestruturado, fragmentado e, na maioria das vezes,
insuficiente para desenvolver as novas competências necessárias para o adequado
desempenho de seu papel.
A dimensão técnica é necessária, deve ser exercida com qualidade, mas sem perder
de vista a dimensão social, política e formativa. Investir na formação desses profissionais que
estão em maior número de profissionais da ESF e diretamente ligados à família, onde
possuem a função primordial da prevenção do desenvolvimento de agravos é necessário,
imprescindível.
De maneira geral, o discurso predominante concebe que o ACS deve atuar nos
processos de atenção e educação em saúde, principalmente como mediador entre a instituição
saúde, seus referenciais científicos, seus instrumentos e técnicas, de um lado, e a população,
seu conhecimento cotidiano e seus valores, de outro. Entretanto, a formação profissional dos
agentes de saúde tem se caracterizado pela precariedade e diversidade, uma vez que para
função de ACS, desde o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e durante
muitos anos, o Ministério da Saúde (MS) estabeleceu como critério de escolaridade as
habilidades de ler e escrever (BRASIL, 2006a). A formação profissional restringiu-se, em
geral, à capacitação em serviço, realizada pelo enfermeiro-supervisor, principalmente no caso
do PACS, ou pela equipe do Programa Saúde da Família (PSF), operando-se de forma distinta
nos diversos municípios que adotaram a Estratégia Saúde da Família (FILGUEIRAS; SILVA
2011).
Após alguns anos de atuação, sensibilizou-nos a dificuldade de atuação do ACS na
assistência ao portador de DCNT. Além disso, a busca de alguns pacientes por assistência, em
decorrência de problemas de saúde já instalados, ensejava preocupação ao pensar que muitas
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das situações apresentadas no serviço de atenção básica são passíveis de prevenção. Para
tanto, a equipe deve estender suas atividades para esta população, com a busca e o
conhecimento da realidade que se apresenta na comunidade.
O contexto atual clama pela estruturação do trabalho das equipes de Atenção
Básica, cujos processos de trabalho devem responder a muitas prevalentes e complexas
doenças crônicas, que não “curam”, como as doenças agudas, mas permanecem ao longo da
vida dos indivíduos. Recentes evidências mostram que equipes multidisciplinares, atuando de
forma coordenada, preparadas para orientar e apoiar as pessoas a lidar com suas condições e a
responder às agudizações desses processos, alcançam melhores resultados (BRASIL, 2013d).
A Atenção dispensada às famílias e comunidade, bem como estratificação de risco
e rastreamento de portadores de Doenças Crônicas é de responsabilidade da Atenção Básica,
em que se deve considerar o seu papel, enquanto ordenadora da rede de atenção e
coordenadora do cuidado. Os profissionais atuantes na ESF devem estar preparados para
atuação na prevenção do agravo e complicações nos portadores já diagnosticados. Com
tamanha responsabilidade, o que ainda se faz necessário refletir é sobre a competência do
ACS para atuação na ESF, pois após sua implantação, seu papel foi ampliado, saiu do foco
materno-infantil para família e comunidade, além de exigir novas competências no campo
político e social. Deste modo, é necessário que o ACS tenha incorporado em sua profissão
nível de escolaridade mais elevado, para abranger esse novo papel, bem mais complexo e
abrangente (CHIESA; FRACOLLI, 2004).
De forma geral, o processo de Educação Permanente em Saúde deve contribuir para
melhorar a qualificação dos profissionais, uniformizar e sistematizar um atendimento ao
usuário em termos de integralidade, educação em saúde e desenvolvimento do
autogerenciamento. O intercâmbio e a análise das informações favorecem a aprendizagem
multiprofissional e interdisciplinar, na qual ação-reflexão-ação podem ser concebidas ao
mesmo tempo.
1.2 Problematização
Com o passar do tempo, o ACS foi construindo junto com a equipe a sua função,
ocupando o lugar de articulador entre a comunidade e a equipe de saúde, ampliando o poder
de atuação junto à população e qualificando a assistência prestada. A equipe de saúde hoje
reconhece o trabalho desse profissional, sendo que, às vezes, há até um exagero de ações
atribuídas a ele.
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1.3 Justificativa
trabalho na Atenção básica, aproximou-se das ações realizadas junto aos Agentes
Comunitários de Saúde (ACS). Nitidamente, o estudo tem como motivação central o sujeito
implicado no processo de formação profissional em saúde, visto que a vivência da
pesquisadora despertou o interesse por temática tão importante como sua formação
relacionada às DCNT.
Deparou-se com a realidade referente à dificuldade do ACS na prestação de
assistência sistematizada aos portadores de DCNT, observando diariamente o desenvolver de
duas atividades na prevenção dos agravos que ainda possam advir ao paciente, instigou-lhe a
possibilidade de pesquisar sobre suas competências para atuar no enfrentamento às DCNT.
As potencialidades do ACS na Atenção Básica se apresentam como peça
fundamental no desenvolvimento da população para o enfrentamento dos problemas de saúde,
principalmente na modificação das condições de vida que prejudicam os benefícios à saúde.
Entre as atribuições específicas destes profissionais, desenvolvidas nos domicílios e
ambientes comunitários de sua área de abrangência, estão incluídas algumas atividades que
diretamente têm relação com a temática deste estudo: a identificaqção de indivíduos e famílias
expostas a fatores de risco; o repasse de informações aos demais membros da equipe sobre a
situação das famílias acompanhadas, particularmente àquelas em situações de risco; e o
desenvolvimento de ações de educação e vigilância à saúde, com ênfase na promoção da
saúde e na prevenção de doenças/agravos (BRASIL, 2009b).
Ademais, o trabalho do ACS na prevenção de adoecimento e complicações
causado por essas doenças, também é apontado no Guia Prático do Agente Comunitário de
Saúde, do Ministério da Saúde, que enfatiza entre as ações de prevenção das doenças e
promoção à saúde o incentivo às boas práticas alimentares e atividades físicas, bem como a
orientação quanto à tomada de medicação, a busca ativa dos faltosos às consultas, atribuições
fundamentais desse profissional (BRASIL, 2004).
A meta de reduzir a mortalidade por DCNT, acima de tendências existentes, como
tem sido recomendado pela OMS, requer a redução da taxa atual de ocorrência das DCNT
no Brasil – um enorme desafio, visto que as tendências para as principais doenças e fatores de
risco não são favoráveis e dada a crescente epidemia de obesidade, não é provável que
essas tendências sejam revertidas em um futuro próximo. As desigualdades sociais
potencialmente evitáveis na distribuição do risco das DCNT continuarão a agir como um
grande e persistente gerador dessas condições para o futuro previsível. Além disso, o
desafio enfrentado pelo Brasil faz parte de um desafio global maior na área da saúde, que
precisa de ação política combinada mundialmente (BRASIL, 2013c).
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1.4 OBJETIVOS
Geral
Analisar a formação dos Agentes Comunitários de Saúde frente à complexidade das
DCNT.
Estruturar um processo formativo para os ACS no tocante à temática das DCNT.
Específicos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Brasil, esses fatores de risco são monitorados por meio de diferentes inquéritos de saúde, com
destaque para o monitoramento realizado pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) (BRASIL, 2012d).
Fatores comportamentais, como o sedentarismo, o consumo de tabaco, o uso
nocivo de álcool e a má alimentação, são responsáveis por 80% das doenças tidas como
crônico-degenerativas. Tais fatores de risco provocam quatro alterações metabólicas e
fisiológicas graves, a saber: elevação da pressão arterial, obesidade, hiperlipidemia e
hiperglicemia. Com o aumento dos fatores comportamentais supracitados e a elevação dos
seus fatores de risco, as DCNT ganham destaque, estando entre as principais causas de
incapacidades e correspondendo aos maiores gastos em saúde no mundo (WHO, 2014).
Fatores de risco relacionados à carga de doenças têm sido acompanhados por
sistemas de vigilância para doenças crônicas e seus fatores de risco. O VIGITEL (BRASIL,
2011) soma-se a outros inquéritos, como o da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF)
(BRASIL, 2010), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) (IBGE, 2010),
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) (IBGE, 2009) e Pesquisa Nacional de Saúde
(PNS). Os principais fatores de risco para doenças crônicas são tabagismo, alcoolismo,
alimentação não saudável, inatividade física e excesso de peso.
necessárias para enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (MALTA et al.,
2010).
Para Brasil (2013), algumas adaptações são necessárias nos sistemas de saúde:
∙Incrementos na disponibilidade de recursos para os sistemas de saúde como um
todo e para as DCNT em particular;
∙Ampliação de taxações com resultado específico para saúde (exemplo: taxação do
tabaco);
∙Fortalecimento da prevenção, com especial ênfase na introdução e no
fortalecimento da Atenção Primária à Saúde nos sistemas de saúde;
∙Desenvolvimento de ações de integração intra e extrassetorial, incentivando a
concepção de linhas de cuidados contínuos;
∙Construção sinergias entre programas já existentes e o controle das DCNT, por
exemplo na área materna, infantil, doenças transmissíveis e outras;
∙Desenvolvimento de abordagens integrativas e por ciclos de vida na prevenção e
no controle das DCNT;
∙Desenvolvimento e fortalecimento de conteúdos e habilidades de interesse para
as DCNT, mediante incentivos, visando força de trabalho em saúde.
pode servir de alerta para possibilidade de tratamento não adequado ou não utilização das
medicações prescritas.
Estratégia importante de garantia de acesso com equidade é a adoção da
avaliação/estratificação de risco como ferramenta, possibilitando identificar as diferentes
gradações de risco, as situações de maior urgência e, com isso, procedendo às devidas
priorizações. Para isso, o trabalho em equipe é fundamental. Já na recepção da unidade, uma
atendente, um porteiro ou um segurança podem identificar situações que apresentam maior
risco ou que geram sofrimento intenso.
O reconhecimento dos sinais de risco pelos trabalhadores que comumente
circulam ou permanecem nas áreas de recepção/esperas pode e deve ser apoiado. Estratificar
significa agrupar, segundo uma ordem, um critério. Estratificar, em doenças crônicas, denota
reconhecer que as pessoas têm diferentes graus de risco/vulnerabilidade e, portanto, têm
necessidades diferentes.
Na atenção às condições crônicas, existem diferentes formas de estratificação.
Algumas proposições buscam identificar os grupos de pessoas com semelhantes necessidades,
de acordo com dois critérios (MENDES, 2012): 1) a severidade da condição crônica
estabelecida; e 2) a capacidade de autocuidado, que contempla aspectos socioeconômicos e
culturais, o grau de confiança e o apoio que as pessoas têm para cuidar de si. A severidade da
condição crônica é resultado da complexidade do problema (e sua interferência na qualidade
de vida da pessoa) e do risco de ocorrer um evento que cause morbidade ou mortalidade.
A avaliação da capacidade de autocuidado é, em boa parte, subjetiva, pois
depende da percepção do profissional e da equipe de Saúde ao observar o contexto e as
atitudes da pessoa diante de sua condição crônica. Mas, há formas de aperfeiçoar a capacidade
de avaliar esses aspectos que incluem o conhecimento sobre as crenças relacionadas à
condição de saúde; às atitudes, à confiança e à motivação diante das mudanças; a importância
dada à condição; e a presença e a força das redes de suporte social (MENDES, 2012). O papel
das equipes de Atenção Básica é fundamental, no sentido de apoiar os portadores de
condições crônicas a receberem informações que lhes permitam tomar postura proativa de
cuidado.
O julgamento do profissional integra os aspectos socioeconômicos, culturais e a
capacidade do indivíduo/família para o autocuidado. Pode ocorrer que, ainda que a
classificação pontue como de baixo ou médio risco determinado indivíduo, o profissional
pode considerá-lo de alto risco devido a um contexto momentâneo desfavorável. Informações
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trazidas pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS) – ou qualquer membro da equipe – são
relevantes para aperfeiçoar a avaliação do risco/vulnerabilidade.
Para fornecer assistência eficaz frente às doenças crônicas, são necessárias
equipes multidisciplinares de saúde com combinação apropriada de habilidades. Os currículos
para os profissionais de saúde devem ser expandidos, para que possam abordar as
complexidades das doenças crônicas com um trabalho em equipe. Os currículos dos
profissionais de saúde devem abordar as questões de prevenção e gestão de doenças crônicas
e desenvolver as capacidades apropriadas. Considera-se imprescindível a educação
continuada para força de trabalho da saúde, com objetivo de reforçar as competências para
uma assistência centrada no paciente, parceria com pacientes e outros provedores, utilização
de métodos contínuos de melhora da qualidade dos serviços.
que ocorre quando a divisão de tarefas é bem definida, ficando cada trabalhador responsável
pelo seu campo exclusivo de atuação (MACIEL et al., 2009).
precisa de uma formação que o contemple em todos esses sentidos, sem os quais a formação
profissional pode se reduzir à técnica. Exige ainda rever como se compreende o rol de
atividades que o ACS desempenha, que é caracterizado principalmente pelo trabalho
educativo.
Os ACS atuam no apoio aos indivíduos e aos coletivos sociais, identificando as
situações mais comuns de risco em saúde, participando da orientação, do acompanhamento e
da educação popular em saúde, estendendo as responsabilidades das equipes locais do SUS,
colocando em ação conhecimentos sobre prevenção e solução de problemas de ordem
sanitária, mobilizando práticas de promoção da vida em coletividade e de desenvolvimento
das interações sociais.
A formação e o desenvolvimento profissionais sugerem a identificação técnica,
ética e humanística do que compete ao profissional de saúde, e que competências são
requeridas para que os usuários das ações e serviços de saúde se sintam atendidos em suas
necessidades diante de cada prática profissional.
Compete aos ACS, no exercício de sua prática, a capacidade de mobilizar e
articular conhecimentos, habilidades, atitudes e valores requeridos pelas situações de trabalho,
realizando ações de apoio em orientação, acompanhamento e educação popular em saúde a
partir de uma concepção de saúde como promoção da qualidade de vida e desenvolvimento da
autonomia diante da própria saúde, interagindo em equipe de trabalho e com os indivíduos,
grupos sociais e populações.
A síntese entre teoria e prática aponta como possibilidade para organização de um
processo de formação dos ACS, que permita que estes alunos-trabalhadores transitem entre os
campos teóricos e práticos do conhecimento e do trabalho em saúde, tornando compreensível
o modo como estes campos se relacionam e se influenciam mutuamente. Tentando pôr em
prática o modo dialético e a noção de práxis para compreender os fatos humanos, é preciso
que o conhecimento e a sua aplicação sejam compreendidos como unidade, cujas partes que a
integram são distintas, mas inseparáveis, se revezando e complementando. Estas, ao se
revezarem, expressam as condições em que se realizam a educação e o trabalho humanos – o
ato de compreender a natureza e de transformá-la (ou de compreendê-la transformando-a ou,
ainda, de transformá-la, compreendendo-a), associado ao ato de ensinar às gerações seguintes
o que foi assim feito, pela humanidade, como conhecimento de si e do mundo e que pode
ensejar novos conhecimentos e novas transformações (MOROSINI, 2010).
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Nesse sentido, Acioli e Luz (2003) garantem que é necessário pensar em práticas
institucionais e profissionais diferenciadas que possam incorporar o compartilhamento de
experiências e saberes entre os grupos profissionais e a população envolvida. Isto implica o
desenvolvimento de práticas que reconheçam as experiências populares e a existência de uma
sabedoria prática para que se possa reorientar o olhar técnico.
Conforme Abrahão (2007), o planejamento deve ser uma prática das equipes de
Saúde da Família, como um modo de pensar ações de saúde mais próximas à realidade local.
Desta forma, um conjunto de medidas calcadas no discurso da prevenção de doenças, da
assistência e da promoção da saúde, passa a figurar no cenário das ações da atenção básica,
com objetivo claro de possibilitar o desenvolvimento de hábitos e estilos de vida de forma
mais autônoma. As discussões que acompanham o planejamento nesta perspectiva são
potencializadas com a participação dos profissionais de saúde e da população. Os resultados
terão maior ou menor impacto, de acordo com a aproximação que se faça da realidade. Para
tanto, o papel do agente comunitário de saúde (ACS) é estratégico, pois, dada a sua posição
intercessora da equipe em relação à população, este agente contribui de forma ímpar em todas
as etapas deste processo, com destaque na identificação dos problemas e no acompanhamento
e avaliação das intervenções, requerendo reflexão sobre o planejamento em saúde, sem
esgotar o tema, mas alterando o problema trabalhado.
muitas vezes, somente serve para sentirmos submetidos e sem condições de transformar a
realidade.
Conforme Freire (1987), o educador não é o que apenas educa, mas o que,
enquanto educa, é educado, pois os homens aprendem em comunhão, mediatizados pelo
mundo. A educação deve corresponder à condição dos homens como seres históricos, por isso
é necessário refazer constantemente o processo educativo na prática. O conteúdo
programático desta educação, contudo, não pode ser uma doação ou uma imposição, e sim a
devolução organizada, sistematizada à comunidade, dos elementos que emergiram no
contexto onde estes vivenciam, e, para isso, faz-se imprescindível o reconhecimento do nível
de percepção que os indivíduos têm da realidade, a visão de mundo. Assim, será possível
desenvolver ações que tenham o potencial de promover a conscientização das pessoas, à
medida que as preparam para a luta contra os obstáculos à própria humanização.
3 METODOLÓGICO
participativo. Nessa perspectiva, pode-se observar a importância desta metodologia tanto para
pesquisas na área da Enfermagem quanto para as realizadas em Saúde Pública, tendo em vista
que as pesquisas desenvolvidas nessas duas áreas têm como finalidade a ação do cuidar, a
promoção do bem-estar e melhoria na qualidade de vida da população.
Barbier (2009) argumenta que a pesquisa-ação é uma forma de pesquisa na qual
há uma ação deliberada de transformação da realidade, possuindo duplo objetivo:
transformar a realidade e produzir conhecimentos relativos a essas transformações. O
autor afirma que na pesquisa-ação não se trabalha sobre os outros, mas sim com os
outros. Ela requer do pesquisador ser mais que um especialista: por meio da abertura
concreta sobre a vida social, política, afetiva, imaginária e espiritual, ela faz um convite
para que ele seja verdadeiramente, e talvez, tão simplesmente, um ser humano.
Para o autor, “a pesquisa-ação obriga o pesquisador a implicar-se. Ele percebe
como está implicado pela estrutura social na qual ele está inserido e pelo jogo de
desejos e de interesses de outros” [Precisa informar paginação]. Ele também implica os
outros por meio do seu olhar e de sua ação singular no mundo, ele compreende então, que
ciências humanas são, essencialmente, ciências de interações entre sujeito e objeto de
pesquisa (BARBIER, 2009).
Para Franco (2005), a característica mais importante da pesquisa-ação é propor
um processo integrador entre pesquisa, reflexão e ação, retomado continuamente sob
forma de espirais cíclicas, de modo a propiciar adequados tempos e espaços para que
a integração pesquisador-grupo possa se aprofundar.
Figura
Investigação
Ação
diagnosticar uma situação prática ou um problema prático que se quer melhorar ou resolver;
formular estratégias de ação; desenvolver essas estratégias e avaliar sua eficiência; ampliar a
compreensão da nova situação (situação resultante) e proceder novamente aos mesmos
passos para a nova situação prática (PEREIRA, 2007).
Assim, mais do que responder aos anseios e elucidar as dúvidas, a pesquisa-ação é
uma metodologia que instiga, possibilitando que ocorra o ato de “implicar” (BARBIER,
2009) entre pesquisadores, colaboradores pesquisados e problemas investigados.
A pesquisa-ação ainda apresenta a vantagem de romper com as tradicionais
relações de poder pesquisador-pesquisado, minimizando o risco “tecnocrático”, o
autoritarismo do discurso científico que se pretende superior aos outros
saberes/conhecimentos, é o delineamento de pesquisa, cujo objetivo é, no contexto de um
projeto político-pedagógico, produzir conhecimentos sobre a prática pedagógica (BETTI,
2009).
Isso evidencia também a dificuldade de pacientes em ter acesso aos serviços de saúde, bem
como dos profissionais que lá residem a terem acesso à formação e capacitação.
02 06 665
VILA MOURA
03 SANTO 10 1.314
ANTONIO
04 COHAB 07 1.149
09 SÃO 06 2.196
SEBASTIÃO
10 BARRA 07 700
11 BRASÍLIA 11 1.447
12 FLORES 08 1.133
60
13 PARANÀ 07 1.040
14 ALTO DO JUCÁ 12 1.424
15 COCOBÓ 09 1.255
16 VILA 07 954
CENTENÁRIO
17 AREIAS 10 1.345
18 ALTIPLANO 10 1.313
19 ALENCAR I 12 1.031
20 ALENCAR II 12 1.407
21 SUASSURANA 12 935
22 BARRO ALTO 06 760
23 GADELHA 12 1.030
24 SANTA ROSA 10 1.020
25 RIACHO 09 576
VERMELHO
26 PENHA 07 1.005
27 CAJAZEIRAS 07 795
28 BARREIRAS 08 1.173
TOTAL 242 30851
notebooks, smartphones, tablets, recursos eletrônicos cada vez mais variados, sempre frisando
a importância do cuidado no uso destes recursos, de acordo com os ditames éticos de pesquisa
com seres humanos.
A segunda técnica empregada foi a entrevista individual, aplicada de modo
aprofundado (THIOLLENT, 2011). Para sua consecução, usou-se, na fase exploratória, um
roteiro contento informações acerca dos aspectos sociodemográficos dos participantes do
estudo e questões norteadoras (APÊNDICE A). Este instrumento permitiu abordagem inicial
do grupo de ACS, formulando avaliação inicial sobre os conhecimentos relacionados às
DCNT, com os quais se trabalhou de maneira a ter um diagnóstico inicial e, sobretudo,
suporte para investigação das temáticas de interesse dos participantes acerca do tema inicial
“Doenças Crônicas Não Transmissíveis: Desafios e Cargas Atuais”.
A entrevista semiestruturada revelou-se apropriada para obtenção de informações,
por permitir a interação do pesquisador com o pesquisado, permitindo, então, emergir a
subjetividade do sujeito entrevistado. Caracterizou-se por enumerar, de forma abrangente, os
questionamentos que o pesquisador pretende abordar em campo, tendo como ponto de partida
os pressupostos oriundos da delimitação do objeto de estudo.
Conforme Triviños (1990), a entrevista semiestruturada, ao mesmo tempo em que
valoriza a presença do pesquisador, oferece todas as possibilidades para os entrevistados
alcançarem a liberdade e a espontaneidade necessárias para adequada apreensão do objeto de
investigação. O processo interativo estabelecido durante a realização da entrevista, portanto,
não constitui simplesmente um processo mecânico de obtenção de informações, mas uma
relação. Assim, as informações emitidas pelos sujeitos podem ser profundamente afetadas
pela natureza do encontro. Essa premissa situa o investigador diante de um exercício contínuo
de encontrar a objetividade em meio à subjetividade produzida nessa dinâmica relacional.
Ao se tomar esse posicionamento, adentra-se o território discursivo acerca da
representatividade da pesquisa qualitativa. De tal modo, Minayo (2006) pondera que ao se
aceitar o fato de que todos os membros do mesmo grupo ou da mesma classe são produtos de
condições objetivas idênticas, surge então a possibilidade de se perceber, na análise da prática
social, o efeito da universalização e da particularização, na medida em que eles se
homogeneízam, distinguindo-se dos outros grupos.
Foram realizadas 12 entrevistas individuais, de setembro a outubro de 2014.
Foram executadas no local de trabalho, com horário previamente agendado, de acordo com a
disponibilidade de tempo do entrevistado e de espaço disponível no serviço, com vistas a
assegurar a privacidade do sujeito. Cada entrevista teve duração média de 50 minutos.
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Ressalte-se que a operacionalização foi guiada por um roteiro com perguntas abertas,
objetivando privilegiar os questionamentos levantados inicialmente e os pressupostos da
pesquisa (APÊNDICE I ), cuja aplicação se presta muito mais a guiar a conversa realizada
com o informante/entrevistado do que a ser algo seguido de forma rígida, o que limitaria e
empobreceria as possibilidades de um maior aprofundamento na temática em questão e a
relação constituída.
As falas dos entrevistados constituem matéria-prima indispensável à compreensão
do fenômeno social estudado. De tal maneira, torna-se imprescindível o seu registro
fidedigno, com vistas a uma boa compreensão da lógica interna do grupo pesquisado.
Partindo desse entendimento, adotou-se a gravação da entrevista como estratégia capaz de
assegurar que as informações sejam registradas com fidedignidade. Em respeito aos princípios
éticos, orientadores da pesquisa com seres humanos, contudo, a gravação somente foi
executada com a anuência do entrevistado.
Posteriormente, utilizou-se a técnica do Grupo Focal. Este foi utilizado na
formação do Grupo de Observação, realização das oficinas e seminário. O grupo focal
permitiu a obtenção de dados a partir de sessões grupais entre pessoas que compartilham um
espaço comum. Os grupos realizados nesta pesquisa permitiram a coleta de informações sobre
temas relevantes e significativos, que possibilitaram a observação da interação, do modo de
pensar, e os diferentes graus de consensos e ou dissensos que permeavam os encontros
(MINAYO, 2008).
Com o grupo focal, realizaram-se dois encontros para elaboração do Plano de
Ação Educativo. A partir de então, a técnica foi utilizada em encontros para realização de
oficinas temáticas, no total de cinco. Realizou-se, ainda, por meio desta técnica mais dois
encontros para construção do Seminário, totalizaram-se, assim, nove encontros com os
participantes do estudo.
A utilização dos grupos focais, de forma isolada ou combinada com outras
técnicas de coleta de dados primários, revela-se especialmente útil na pesquisa avaliativa. Nos
estudos de avaliação de implantação de programas e estratégias de saúde, que costumam
subsidiar a tomada de decisão, são mais valorizadas as metodologias de inspiração
construtivista, posto que, nestes casos, é necessário apreender a complexidade do objeto e seu
caráter dinâmico (NOVAES, 2000).
Gaskel (2002) define grupos focais como uma técnica de pesquisa qualitativa,
derivada das entrevistas grupais, que coleta informações por meio das interações grupais. O
grupo focal é uma forma de entrevistas com grupos, baseada na comunicação e interação. O
65
principal objetivo é reunir informações detalhadas sobre um tópico específico (sugerido por
um pesquisador, coordenador ou moderador do grupo) a partir de um grupo de participantes
selecionados. Busca colher informações que possam proporcionar a compreensão de
percepções, crenças, atitudes sobre um tema, produto ou serviços.
É importante ressaltar que nesta proposta de investigação, baseada no método da
pesquisa-ação, não existiu monopolização na construção (procedimentos de coleta) dos
resultados pelos pesquisadores, muitas vezes habituados apenas a fazer perguntas e recolher
as respostas dos “investigados”. Neste sentido, teve-se como foco os participantes não
considerados apenas como membros informantes, ou seja, procurou-se articular as etapas da
pesquisa, de modo que estes também desempenhasseem função interrogativa, com a
possibilidade de fazer perguntas e elucidar os assuntos coletivamente inquiridos
(THIOLLENT, 2011).
Ainda como técnica de coleta de dados, utilizou-se o Seminário, considerado como
principal ponto de referência na pesquisa-ação. Para Thiollent (2011), o seminário consiste
em examinar, discutir e tomar decisões acerca do processo de investigação. Centraliza todas
as informações coletadas e discute as interpretações. A partir do conjunto de informações
processadas, o Seminário produz material, parte dele é de natureza teórica (conceitual) e outra
é empírica (apontamentos, levantamentos). Outra parte ainda é de divulgação, de natureza
didática ou informativa, destinado ao conjunto da população implicada nos problemas
abordados.
Assim, desenvolvemos a pesquisa em dois momentos:
1º momento: caracterização da UBS e participantes da pesquisa (ACS);
Diagnóstico inicial/levantamento dos problemas
2º momento: ações e intervenções educativas (planejamento, execução e avaliação).
A pesquisa em questão passou por quatro grandes fases: exploratória, principal
(planejamento), de ação, de avaliação.
3.4.1 Pré-Campo
De forma resumida, os procedimentos desenvolvidos foram listados abaixo:
a) Autorização da Secretaria Municipal de Saúde de Iguatu (SMSI) para realização do estudo:
esta etapa consistiu na apresentação à Secretaria Municipal de Saúde do projeto de pesquisa e,
em reunião previamente agendada com o secretário municipal de saúde e a coordenadora da
atenção básica, na exposição dos objetivos pretendidos e da metodologia utilizada, bem como
66
dos preceitos éticos que foram seguidos. Após a aprovação, a SMSI emitiu um o Termo de
Anuência (ANEXO I) à consecução do estudo;
b) Apreciação e Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual
do Ceará (ANEXO III) .
3.4.2 Campo
Procedimentos da pesquisa
1 - O ponto de partida (fase exploratória) ou primeiro passo da pesquisa, representa a
descoberta do campo empírico, no qual se situam os participantes da investigação e os
problemas existentes. Esse momento foi dedicado ao estabelecimento dos primeiros contatos
com esses sujeitos (ACS), dos quais a pesquisadora passou a identificar expectativas e
problemas específicos, estabelecendo diálogo situacional. Nessa fase, estabeleceram-se os
objetivos de aprendizagem da ação educativa, considerando-se os problemas prioritários, o
campo empírico, os participantes e as ações planejadas. Definidos os atores (participantes),
estes passaram a se reunir com a pesquisadora para discutirem os problemas vislumbrados e
tomarem decisões.
2- Realização da Observação Participante e Entrevista Individual: Os envolvidos foram
solicitados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B). A
Observação Participante complementou os achados na entrevista. Essa fase se faria
necessária, tendo em vista a complementação das informações referentes à atuação dos ACS
com portadores de DCNT. Foram observadas visitas domiciliares individuais, em que apenas
a ACS e a pesquisadora estiveram presentes, além das famílias visitadas. Neste instante, a
pesquisadora apenas observava o comportamento e as orientações repassadas e nenhum
momento dirigiu a palavra ao ACS ou membros da família, seguindo o Roteiro de Observação
(APÊNDICE C). Posteriormente, aplicou-se a entrevista semiestruturada, com utilização de
um roteiro com perguntas norteadoras (APÊNDICE A). As entrevistas foram realizadas na
própria UBS, em que foi reforçado o objetivo da pesquisa. Neste momento, foram expostos os
riscos previsíveis do estudo e os benefícios diretos (para todos os participantes) e indiretos
(para comunidade científica) almejados.
3- O terceiro passo consistiu em concretizar as temáticas da pesquisa e sua delimitação.
Realizou-se leitura da entrevista e das anotações no diário de campo para identificar as
necessidades formativas e, posteriormente, em um novo encontro, em que foram propostas as
temáticas identificadas na entrevista. Divergente dos métodos convencionais, na pesquisa-
ação, esta etapa realiza-se a partir de um processo de discussão promovidos entre
pesquisadores e participantes. Tem-se, portanto, a formulação do tema e sua delimitação, que
67
DCNT; Prosseguiu-se para execução do Plano de Ação, que é a própria intervenção e que
apesentou propostas referentes às dificuldades e limitações que emergiram dos discursos dos
ACS nas oficinas e realização das entrevistas. Foram acordadas no plano de ação a execução
de cinco oficinas, tendo como temáticas: a primeira oficina realizada pelo médico sobre as
“DCNT, uma visão sobre as doenças”. A segunda realizada pela enfermeira sobre “Como
conhecer fatores de risco, estratificação de risco e complicações”. A terceira realizada pela
nutricionista, tendo como assunto “A promoção a saúde dos portadores de DCNT por meio da
alimentação”. A quarta oficina realizada pelo enfermeiro do CAPS-AD sobre “A utilização de
álcool e drogas e sua implicação com as DCNT”. A quinta e última oficina realizada pelo
educador físico sobre “A atividade física e qualidade de vida”.
Após realização das oficinas, foi acordado mais um encontro para preparação do Seminário
que foi construído pelos ACS participantes da pesquisa e apresentado aos demais ACS do
município. O seminário teve a duração de 4 horas, desta forma, foi realizada uma avaliação de
todas as oficinas ofertadas.
6- A Avaliação: inicialmente, passou-se a realizar a avaliação formativa ou processual após
cada oficina com a aplicação de um instrumento de avaliação (APÊNDICE E). Para
Avaliação da Proposta Educativa como um todo, optou-se por aplicar o Seminário e assim
encaminhou-se essa reflexão, no sentido de mostrar a importância do uso do mesmo como
uma prática avaliativa que possibilita examinar de forma positiva e significativa o
desempenho de aprendizagem.
7- Técnica do Seminário: sabe-se que nas diferentes áreas de atuação do mercado de trabalho,
o profissional precisa dominar não somente as habilidades básicas da profissão, como também
aquelas que servem como suporte estratégico para o bom desempenho profissional. Entre elas,
pode-se apontar o desenvolvimento de habilidades que lhe permitam organizar e comunicar
informações e conhecimentos por meio da linguagem falada. Neste contexto, pode-se abordar
o uso da técnica de seminário como procedimento avaliativo que possibilita ao participante
desenvolver competências e habilidades no que se refere à pesquisa, à autonomia na busca de
conhecimento, ao trabalho em grupo, à comunicação e o posicionamento crítico/reflexivo
verbalizado do educando no decorrer do processo de organização e resultado do trabalho
proposto. Com base nessa certeza, utilizou-se a técnica para que os próprios ACS envolvidos
na pesquisa apresentassem os resultados aos demais ACS do município.
Para análise e interpretação dos dados colhidos nos grupos focais, entrevistas e
observação participante, bem como os registros em diário de campo, utilizou-se o método de
análise temática e categorização das falas.
Minayo (2008) considera a análise temática a modalidade mais adequada para as
pesquisas de abordagem qualitativa no serviço de saúde. A mesma autora relata que a análise
temática revela os núcleos de sentido do discurso, na qual a presença ou frequência de
determinados temas demonstram estruturas e valores de relevância, modelos de
comportamento presentes ou subjacentes na comunicação, configurando significância para o
objeto em estudo.
Para elaboração dos resultados, em um primeiro momento, foram compiladas as
informações colhidas previamente no planejamento dos encontros. Desde essa perspectiva,
sistematizou-se a análise dos dados, seguindo alguns passos operacionais, os quais permitiram
o estabelecimento de relações entre as diferentes fontes, buscando estabelecer articulação
entre o material empírico e o referencial teórico-metodológico adotado, na tentativa de
responder aos questionamentos e objetivos que nortearam o estudo. Desta forma, os passos
sugeridos por Minayo (2006) estão delineados na sequência.
70
fornecidas. O Termo foi assinado por todos os participantes como expressão da aceitação de
sua inclusão na pesquisa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Mészàros (2006) constata que o não cumprimento dos direitos dos trabalhadores e
de proteção social é retrato de uma época no mundo do trabalho, tornando o trabalhador
vulnerável, sem nem um tipo de acordo ou alternativa, o que tem gerado medo, sofrimento,
incertezas, angústias, sendo possível observá-las em toda a área de trabalho.
Os achados na pesquisa demonstram que o município procurou efetivar os
Agentes Comunitários de saúde por meio do concurso público que, em sua maioria, eram
concursados.
Para o tempo de atuação, foram observados que tinham ACS de longo tempo de
atuação, como também com pouco tempo, sendo considerada realização recente de concurso
público no município, o que torna relevante esse dado encontrado nesta pesquisa, em que um
total de seis possuíam de 1 a 5 anos de atuação como ACS.
Em estudo realizado por Donaduzzi (2012), foram encontrados em relação ao
tempo de serviço como ACS, nove tinham de 1 a 5 anos de serviço; 14, de 6 a 10; e 2
trabalhavam a mais de 10 anos. O menor tempo de serviço prestado como ACS foi de 1 ano e
2 meses, e o maior tempo de serviço foi 14 anos, esses resultados vem de encontro aos
resultados da pesquisa.
Como estabelece uma das exigências art. 3º, da Lei nº 10.507/2002, para exercer
as funções da profissão do ACS, faz-se fundamental passar por um curso de qualificação para
formação (BRASIL, 2010). O desafio de preparar profissionais adequados às necessidades do
SUS implica, dentre outras mudanças, profundas alterações na forma de organização da
formação destes profissionais. A busca de alternativas que propiciem a construção de
programas de ensino que possibilitem a maior aderência aos desenhos de organização da
atenção à saúde, aprendizagens significativas e desenvolvimento da capacidade de
intervenção crítica e criativa no sistema nacional de saúde resulta na incorporação do
conceito de competência profissional, cuja compreensão passa pela vinculação entre educação
e trabalho, formação e desenvolvimento institucional, aprendizagem e resolutividade da rede
de atenção à saúde.
Foram observados que apesar dessa exigência, existiam profissionais que
trabalhavam como ACS em tempo superior a três anos e nunca realizaram o curso
introdutório, três ACS não realizaram esse curso e 9 ACS realizaram o curso parcialmente.
Estudo realizado por Santos (2012) mostra que há profissionais que não
realizaram o curso introdutório no prazo de até três meses, conforme recomendado pelo MS,
mostrando que têm profissionais que permanecem com um intervalo de tempo sem
informações importantes sobre o processo e práticas educativas realizadas em seu trabalho na
ESF.
Essa formação inicial deve fornecer para os ACS competências diversa em torno
do processo de saúde-doença, inserindo, além da perspectiva biomédica, outros
conhecimentos que os capacitem na maneira de comunicação com as famílias e no
reconhecimento de suas necessidades (NUNES, 2002). Considerar competência profissional
nestes termos possibilita considerar o trabalhador como capaz de conhecer a utilidade e
os impactos das ações que realiza, de compreender que os grupos sociais não são abstratos
ou distantes, sendo possível conhecer suas necessidades e modos de viver e, sobretudo, de
compreender a importância do processo de interação da equipe de trabalho com os indivíduos,
grupos e coletividades com os quais trabalha. Neste sentido, um processo formativo para
desenvolver competências profissionais deve ocupar-se da montagem de fatores de
aprendizagem críticos, reflexivos, significativos, participativos e disruptores.
Filgueiras e Silva (2011) ressaltam que os ACS não recebem formação específica,
essa oferta de cursos ocorre de forma irregular, em que uma parte dos agentes participa e
outra não, em que para os agentes a experiência adquirida com o tempo é importante para
77
realização do trabalho, realizando, assim, a formação de uma parte dos ACS e os outros
restantes não tem uma formação adequada.
A realização do curso introdutório, parcialmente, demonstra que esses
profissionais não estão tendo condições de se capacitar, pois no município não ofertou o curso
introdutório completo, deixando assim os ACS sem meios e oportunidades de realizar o curso
e assim qualificar sua assistência.
A formação dos ACS tem seguido o processo de formação política, contendo três
formações, tendo como início o curso introdutório, a segunda que indicava um sentido de
Educação Permanente e a que se consisti em uma formação técnica. Compreendendo que as
políticas de formação dos ACS refletem a realidade das práticas em saúde, sendo importante
uma formação com caráter profissionalizante e uma possível elevação da escolaridade dos
ACS, com intuito de motivá-los a procurar mas qualificação (MOROSINI, 2010).
Um novo perfil de trabalhador vai sendo exigido, o qual necessita expandir sua
capacidade de relacionamento interpessoal, aliada à competência e à habilidade técnica
(VILLA, 2008). Portanto, a produção do conhecimento torna-se um elemento indispensável,
em que a disposição dos trabalhadores em aumentar seus conhecimentos transforma-se em
uma característica definitiva na capacidade de realizar seu trabalho (ANTUNES, 2000).
Constituindo uma formação técnico-profissional, esses trabalhadores têm como
objetivo potencializar os Agentes Comunitários de Saúde, e facilitar a esses profissionais que
já estão inseridos nas ESF, garantindo a aproximação com a educação para realizar melhor
suas funções, mais ligados aos princípios do SUS. Tendo a preocupação com a formação do
ACS, deve-se preocupar com uma melhoria na prestação das ações desenvolvidas na
comunidade. Esses trabalhadores são as peças fundamentais na qualidade da assistência
prestada, pois essas ações são essenciais, sem os ACS não teria a realização desse trabalho tão
importante e indispensável (BRASIL, 2009).
Tendo as definições da política de educação profissional para a área da saúde, a
relevância do ACS no contexto de transformações das práticas realizadas na saúde, seu papel
social junto às comunidades e a necessidade de um perfil de escolaridade, estabelecendo um
suporte seguro, em que se mantém a importância e a persistência de uma formação
profissional em nível técnico (BRASIL, 2004).
Para os participantes, a formação para atuar como ACS ainda era considerada
insipiente, ofertada de forma ineficaz.
78
A formação foi ao longo do meu trabalho, quando entrei para ser ACS. Pensei que o
trabalho fosse diferente, pois não tive nemhuma preparação antes de assumir, mas
procurei sempre entender e fazer melhor o meu trabalho (ACS, 2).
Nunca tive essa formação para começar a trabalhar, só uma entrevista (seleção) e
cursos uma vez perdida...(pausa)...cursos de (vacinas, como preencher as fichas do
SIAB, DST, Hanseníase). Participei de palestras, até hoje, só temos palestras
mesmo. No início, foi muito difícil, pois não me sentia preparada para orientar as
famílias (ACS 5).
Tinha muitas dúvidas, não sabia responder... sempre dizia na comunidade que ia
perguntar à enfermeira. Acho a formação deficiente desde sempre e que no início
acompanhei muitas mortes infantis por diarreias e infecções respiratórias, mas não
sabia orientar as famílias (ACS 8).
No meu início não teve. Eu fiz um curso de auxiliar de enfermagem que me ajudou e
muito. Senti muitas dificuldades, pois só cinco anos depois é que comecei a fazer
esse curso. Me sentia perdida, mas a minha comunidade ajudou demais. Se eu já
achava difícil ser ACS no início, imagina hoje que todo mundo tem acesso à
informação, eu chego nas visitas e a comunidade sabe mais que eu. Estou precisando
e muito de cursos, de capacitação, pois eu tenho muita dificuldade (ACS 11).
requeridas para que os usuários das ações e serviços de saúde se sintam atendidos em suas
necessidades diante de cada prática profissional.
Compete aos ACS, no exercício de sua prática, a capacidade de mobilizar e
articular conhecimentos, habilidades, atitudes e valores requeridos pelas situações de trabalho,
realizando ações de apoio em orientação, acompanhamento e educação popular em saúde, a
partir de uma concepção de saúde como promoção da qualidade de vida e desenvolvimento da
autonomia diante da própria saúde, interagindo em equipe de trabalho e com os indivíduos,
grupos sociais e populações.
É importante que o ACS conheça a realidade em que está atuando, pois irá
entender melhor as dificuldades e os problemas das famílias acompanhadas. Mas, é por
meio de cada visita domiciliar, que o agente vai se aprofundando e compreendendo a forma
de viver, os códigos, as crenças, enfim a dinâmica de cada uma delas. Essa visita domiciliar
requer, contudo, um saber-fazer, que se aprende no cotidiano, mas pode e deve basear-se em
algumas condutas de respeito, atenção, valorização, compromisso e ética.
relação às DCNT, atribuíram como sua função a de orientar famílias e portadores, além de
contribuir para prevenção e rastreamento.
Foi perguntado aos ACS se haviam recebido algum tipo de formação para atuar
no enfrentamento das doenças crônicas. Segundo as respostas, apenas 1 ACS recebeu algum
tipo de treinamento relacionado às DCNT, restando com isso 11 que não foram
treinados/capacitados. Tal achado desperta preocupação, visto que sendo o ACS elo entre a
comunidade e o serviço de saúde, desenvolvendo ações coletivas por meio de reuniões com
grupos específicos no âmbito da ESF, e não tendo recebido nenhum treinamento, poderá ter
como resultado atuação deficiente, sem efetividade, baseada em senso comum.
Como afirmaram Ribeiro e Motta (2003), para elaboração de práticas educativas,
deve-se conhecer o outro e seus pensamentos, assim como ter a percepção de que a relação
entre os profissionais, e destes com a comunidade, resultam em informações, as quais são
geradas nos serviços e devem ser consideradas. Logo, caso o serviço/gestão não atente para a
importância do treinamento, estará perdendo grande auxiliar para suas ações de promoção da
saúde de um grande quantitativo de famílias, tendo em vista ser os portadores de DCNT a
grande maioria das pessoas acompanhadas na ESF.
Percebeu-se que a falta de qualificação profissional desmotiva, dificulta (e até
mesmo impede) o relacionamento e a união das equipes de saúde, resultando em meras
execuções do serviço, sem planejamento e qualidade (PEREIRA, 2003). Treinamentos que
não são reforçados periodicamente tendem a não produzir resultados eficazes, visto que a
rotina de serviço acaba demandando outras prioridades, elegendo-se atividades em detrimento
de outras.
Evidenciou-se a falta de compreensão sobre o que se entendia por DCNT, quando
se observaram as respostas dos ACS sobre esse questionamento.
São doenças que você tem que tomar medicação pelo resto da vida (pausa), não tem
cura (ACS 1).
Não sei... as pessoas perguntam e eu oriento que pode adquirir através da
alimentação e da família (ACS 3).
São doenças que as pessoas têm e sempre tem que ficar fazendo acompanhamento
para tomar remédio pelo resto da vida (ACS 6).
É uma doença que vai até o fim da vida, vai mantendo... mas a pessoa não melhora
mais nunca. Eu entendo assim (ACS 10).
83
Se ela não iniciar o tratamento logo, vai agravando a doença. Se tiver pressão alta e
não tomar o remédio, pode ter infarto, AVC..(ACS 2).
Pressão alta pode dar AVC, o diabetes pode correr o risco de amputar a perna. Tem
que tomar a medicação...se for asma, por exemplo, tem que evitar a poeira entre
outros..(ACS 3).
A questão da diabetes pode chegar a perder alguma parte do corpo…(pausa), aí um
hipertenso pode ter AVC (ACS 6).
Complicação maior acho que é morrer...no caso do diabetes, a perna pode ficar
vermelha, inchada e no hipertenso, as pessoas se queixam de coração acelerado, dor
de cabeça (ACS 10).
A orientação que posso dar é que ele tem que tomar a medicação direitinho, e ir no
posto para ver, não pode comer comida gordurosa, com muito sal e açúcar... são
essas coisas assim...fazer dieta e fazer exercício. Sempre peço para fazer caminhada,
mais não tem quem queira fazer... (ACS 1).
84
Quando ele descobre que esta com a doença eu encaminho para o PSF, pergunto se
ele foi para o médico, se ele está tomando a medicação...oriento ter repouso (ACS
2).
Que procure o PSF, eu sou apenas uma agente de saúde, procure a equipe, pois não
sou médico...agora se a pessoa já tem o diagnóstico, eu digo para fazer caminhada,
quanto à alimentação. Porque se uma pessoa tem diabetes, eu vou orientar para ela
não exagerar. Agora, a gente orienta e o povo não segue, aí fica difícil. Peço até para
diminuir o sal, mas nem sempre o povo escuta (ACS 7).
Brasil (2013) aponta que os fatores de risco relativos às DCNT são semelhantes
em todos os países. Há evidências de sobra, atualmente, de que o tabagismo, os alimentos
com altas taxas de gorduras trans e saturadas, o sal e o açúcar em excesso, especialmente em
bebidas adoçadas, o sedentarismo, bem como o consumo excessivo de álcool, causam mais de
dois terços de todos os novos casos de DCNT e aumentam o risco de complicações em
pessoas que já sofrem destas doenças.
Percebeu-se que quanto aos fatores de risco, conseguiam identificar alguns, ao
mesmo tempo em que representava um ponto positivo ao mostrar o empenho dos ACS em
atender à população, pode significar um problema, pois, não conhecendo a importância dessa
atividade e, por consequência, tendo o bom-senso possivelmente baseado em mitos e crenças,
poderá não ser efetivo em sua orientação ou, até mesmo, orientar de maneira inadequada,
conforme sua percepção.
85
É tomar a medicação direito. Tem gente que toma só uma vez, digo logo que vai
tomar pelo resto da vida. Agora se controlar você pode ficar só na dieta, tem uns que
precisam e outros não (ACS 1).
Visitas para dar orientações, que tem que ser medicado, ele tem que fazer os
exames... tenho que ficar em cima porque não querem tomar a medicação, e depois
que complica, não tem condições (ACS 3).
Faço as visitas, e mando ir ao médico. Sempre faço isso, tento marcar eu mesma a
consulta (ACS 7).
A primeira oficina foi realizada no dia 11/11/14, pelo médico da equipe com a
temática: “DCNT, uma visão sobre as principais Doenças”.
O objetivo desta oficina foi sensibilizar os participantes quanto às principais
doenças crônicas acompanhadas na Atenção Básica. Desta forma, foram elaborados
apresentação e material impresso sobre as principais patologias, seguindo o roteiro abaixo:
7:30 recepção/acolhimento
7:45 dinâmica de acolhimento- Responsável – Pesquisadora
Objetivo: interação entre os participantes
8:00 Apresentação em powerpoint: Uma visão geral sobre as DCNT – Responsável: Pesquisadora.
8:30 Início da Oficina: Principais agravos crônicos em acompanhamento na Atenção Básica – Responsável:
Médico
Objetivo: conhecer os principais agravos ligados à saúde relacionado às DCNT.
Compreender as formas clínicas da hipertensão, diabetes, neoplasias e asma.
Identificar sinais e sintomas dos agravos cônicos, bem como suas complicações.
Compreender formas de rastreio e identificação de fatores de risco.
Grupo focal
10:30 Discussão em Grupo: Principais orientações para prevenir complicações das DCNT.
O que entendemos sobre DCNT e suas complicações? Como evitar?
10:45 Discussão em grupo: Como os ACS podem orientar as famílias em relação à hipertensão, ao diabetes,
à neoplasia e asma.
O que precisamos saber para orientar os portadores e familiares? Como atuar na
prevenção dessas doenças?
O que os ACS podem abordar nas orientações?
11:30 encerramento da oficina.
que em casos como esse o primeiro profissional de saúde a ser chamado pela comunidade é o
ACS.
O grupo apresentou diversas dúvidas na prestação das primeiras orientações, o
que foi sendo esclarecido por todo o grupo em um momento de interação e pelo facilitador da
oficina. Conhecedores do tema e de sua complexidade estavam motivados a discutir e
aprender para assim modificarem práticas e aperfeiçoarem conhecimentos.
A segunda oficina foi realizada no dia 19/11/14, pela enfermeira da equipe com a
temática: “Identificando fatores de risco, complicações e rastreamento”.
Essa oficina teve como objetivo propiciar discussão sobre fatores que podem
tornar uma pessoa doente, bem como a evolução e classificação das complicações advindas
das principais patologias, assim, utilizou-se ainda o tema rastreamento como forma de
identificação de possíveis casos ainda não descobertos.
QUADRO III – 2 ª Oficina – Roteiro de trabalho
2ª Oficina
“DCNT: identificando fatores de risco, complicações e formas de rastreamento”
7:30 recepção/acolhimento
7:45 Dinâmica do "O que você parece para mim..." Responsável – Pesquisadora
Objetivo: apontar falhas, exaltar qualidades, melhorando a socialização do grupo.
8:00 Apresentação em powerpoint: início da Oficina: “DCNT: identificando fatores de risco, complicações e
formas de rastreamento”– Responsável: Enfermeira
9:00 apresentação de vídeo: fatores de risco associados a qualidade de vida.
Objetivo: conhecer os principais fatores de risco ligados ás DCNT.
Compreender as formas de rastreamento;
Identificar sinais e sintomas das complicações.
Grupo focal
10:30 Discussão em Grupo: Principais orientações para prevenir complicações das DCNT.
O que entendemos sobre DCNT e suas complicações? Como evitar?
10:45 Discussão em grupo: Fatores de risco relacionados às DCNT.
O que precisamos saber para orientar a comunidade?
O que o ACS pode abordar nas orientações?
11:00 Discussão em grupo: rastreamento e definição de caso.
Quais são as formas de rastrear as DCNT na comunidade?
O que os ACS podem orientar frente a um rastreamento positivo para DCNT?
11:30 encerramento da oficina.
Nesse momento, foi indicado ser do ACS uma importante tarefa na prestação de
serviços a essa população: a de reconhecer os primeiros sintomas e assim prevenir as
92
complicações que possam acontecer. Quanto ao rastreamento, foi abordado que é de fácil
percepção, embora quase toda a população possua fator de risco para desenvolver alguma
doença crônica futuramente.
O grupo fez relatos quanto à preocupação no rastreamento e fatores de risco,
sendo muito comum em toda a população acompanhada, sendo assim discutiram a
importância de ter uma maior oferta de formação em relação as temáticas, e que fossem
ofertadas de maneira permanente.
A terceira oficina foi realizada no dia 26/11/14, pelo enfermeiro do Centro de
Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD), com a temática: “A utilização de
álcool e drogas e sua implicação com as DCNT”.
Essa oficina teve como objetivo discutir os malefícios causados pelo uso das
drogas e álcool junto aos pacientes com doenças crônicas e como fator de risco para as
pessoas sadias e que possam vir a adoecer.
QUADRO IV – 3 ª Oficina – Roteiro de trabalho
3ª Oficina
“A utilização de álcool e drogas e sua implicação com as DCNT”
7:30 recepção/acolhimento
7:45 Dinâmica de acolhimento. Responsável – Pesquisadora
Objetivo: estabelece comunicação entre os participantes, estimula o relacionamento interpessoal e a
criatividade.
8:00 Apresentação em powerpoint: início da Oficina: “A utilização de álcool e drogas e sua implicação com
as DCNT”– Responsável: Enfermeiro do CAPS-AD de Iguatu.
Objetivo: conhecer os principais efeitos do álcool e drogas no organismo bem como os agravos aos
portadores de DCNT.
Compreender as complicações geradas pelo uso de álcool e drogas;
Identificar sinais e sintomas das complicações.
Grupo focal
10:30 Discussão em Grupo: Principais orientações para prevenir o uso de álcool e drogas.
O que precisamos saber para orientar os portadores de DCNT?
11:00 Discussão em grupo: O uso de álcool e drogas nos portadores de DCNT
Quais os maiores prejuízos causados à saúde dos portadores de DCNT?
Quais as complicações prováveis do uso de álcool e drogas?
11:30 encerramento da oficina.
93
7:30 recepção/acolhimento
7:45 Dinâmica rotulagem dos alimentos. Responsável – Nutricionista
Objetivo: Instruir pacientes a compreenderem as informações nutricionais dos rótulos dos alimentos,
enfatizando a importância de observar não apenas o valor calórico, mas também os micronutrientes.
8:00 Apresentação em powerpoint: início da Oficina “A promoção a saúde dos Portadores de DCNT através
da alimentação”.– Responsável: Nutricionista
Objetivo: compreender os passos para uma alimentação saudável;
Orientar os portadores de DCNT quanto à alimentação saudável;
Identificar os principais alimentos a serem indicados e evitados;
Conhecer os efeitos de uma alimentação não saudável no organismo.
Grupo focal
10:30 Discussão em Grupo: Principais orientações para promover uma alimentação saudável
O que sabemos sobre alimentação saudável?
Quais os principais alimentos recomendados na dieta de pacientes com doenças
94
crônicas?
11:00 Discussão em grupo: os 10 alimentos que devem ser evitados
O que o ACS pode abordar nas orientações?
11:30 encerramento da oficina.
7:30 recepção/acolhimento
7:45 Dinâmica de interação entre os participantes. Responsável – Pesquisadora
Objetivo: Levantar as expectativas do grupo em relação ao tipo de trabalho a ser realizado e verificar a
disponibilidade interna de cada integrante do grupo, em relação ao trabalho a ser realizado.
8:00 Apresentação em powerpoint: início da Oficina “A atividade física e qualidade de vida”.– Responsável:
Educadora Física
Objetivo: Orientar práticas saudáveis e evitar sedentarismo;
Orientar os portadores de DCNT quanto a prática de atividade física como auxílio no tratamento;
Estimular pacientes e familiares á pratica de atividade física;
Conhecer os efeitos da prática de exercício físico no organismo.
Grupo focal
10:30 Discussão em Grupo: Principais orientações na promoção de atividades físicas e qualidade de vida
O que sabemos sobre sedentarismo?
Quais os principais passos a serem orientados aos pacientes ao iniciarem uma
atividade física?
95
3 SEMINÁRIO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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saúde e dá outras providências. disponível em: <www.senado.gov.br/legislacao/ l
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APÊNDICES
112
APÊNDICE A
9 Busca atualizar-se a fim de oferecer melhor assistência às famílias adscritas? Por quê?
1 ( ) sim 2( ) não
QUESTÕES NORTEADORAS
4 Você considera de quem o papel da prevenção dos agravos aos portadores de DCNT?
Por quê?
5 Você considera ser papel do ACS atuar na prevenção dos agravos ? Por quê?
6 O que você entende por fatores de risco? Em relação às DCNT, cite algumas.
7 Caso identificado esses fatores de risco, quais as orientações destinadas aos portadores?
114
9 Sobre o tema DCNT, você gostaria de participar de encontros para capacitação sobre
este assunto? Se sim, sobre o quê você gostaria de saber?
APÊNDICE B
as informações que o(a) Sr.(a) nos fornecer serão utilizadas somente para esta pesquisa. Suas
respostas serão confidenciais e seu nome não aparecerá na divulgação dos dados e nem
quando os resultados forem apresentados. A sua participação em qualquer tipo de pesquisa é
voluntária. Caso o(a) Sr.(a) aceite participar, não receberá nenhuma compensação financeira.
Também não sofrerá qualquer prejuízo se não aceitar ou se desistir após ter iniciado a
responder à entrevista e a participação nas oficinas.
Se tiver alguma dúvida a respeito dos objetivos da pesquisa e/ou dos métodos utilizados na
mesma, pode procurar a professora Gisele Lopes Oliveira, Universidade Regional do Cariri –
URCA, Curso de Enfermagem, localizado à rua Evaldo Gouvêia, São Sebastião, CEP 63.504-
235, (88) 99678338, Iguatu-CE, em horário comercial ou ainda a Professora Cleide Carneiro,
Coordenadora e Docente do Mestrado Profissional Ensino na Saúde da Universidade Estadual
do Ceará –UECE, e endereço Rua Maria Tomásia 170, Apto 1905, Fortaleza, Ceará. Se
desejar obter informações sobre os seus direitos e os aspectos éticos envolvidos na pesquisa,
poderá consultar também a direção da URCA. Se o(a) Sr.(a) estiver de acordo em participar,
deverá preencher e assinar o Termo de Consentimento Pós-esclarecido que se segue, e
receberá uma cópia deste Termo.
Obrigada.
______________________________ _________________________________
(Assinatura do participante) (Assinatura do pesquisador)
APÊNDICE C
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO NO DOMICÍLIO
APÊNDICE D
PLANO DE AÇÃO
INTRODUÇÃO
Com base nos principais problemas de saúde ligados à população assistida na ESF
pelos Agentes de Saúde, estão incluídas as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT),
com esse advento, o Ministério da Saúde lançou uma rede de combate e enfrentamento às
doenças crônicas. Essa rede funciona com linhas de cuidados específicas voltadas à prevenção
e tratamento das DCNT, principalmente o diabetes, a hipertensão arterial, alguns tipos de
cânceres, além de combater o excesso de peso e a obesidade, incluindo o tratamento cirúrgico
para obesidade severa (MENDES, 2012).
A Atenção Básica, vem sendo formada cada vez mais por equipes da Estratégia
Saúde da Família, cuja expansão progressiva melhorou o acesso ao cuidado integral e
contínuo, propiciando, assim, uma plataforma para a prevenção e o gerenciamento
dessas doenças. Contudo, lacunas relevantes permanecem na atenção básica, uma vez que
somente agora aspectos importantes do modelo de cuidados crônicos estão começando a
ser incorporados.
Para ter acesso à atenção especial para as DCNT, a porta de entrada dos pacientes
são as Unidades Básicas de Saúde (UBS), que acolhem os pacientes com equipes
multidisciplinares formada por médicos, enfermeiros, agentes de saúde além de outros
profissionais. A equipe de atenção básica fará um acompanhamento permanente (BRASIL,
2013).
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
3.2 ESPECÍFICOS
Realizar seminário para agentes comunitários de todo o município com o que foi
apreendido nas oficinas.
4 METAS
5 METODOLOGIA
Após realização das oficinas foi acordado mais um encontro para preparação do
Seminário que será construído pelos ACS participantes da pesquisa e apresentado aos demais
ACS do município. O seminário terá a duração de 4 horas, desta forma, será feita avaliação de
todas as oficinas ofertadas.
IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS
7 CRONOGRAMA
8 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
APÊNDICE E
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
II MÉTODO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
1. Como você avalia os seguintes aspectos referentes ao método de
125
ensino-aprendizagem:
12345
Quanto à qualidade dos temas.
Em relação ao facilitador:
Demonstrou conhecimento sobre a temática abordada
12345
Estimulou o grupo a aprender sobre o tema 12345
Suas intervenções estimularam a discussão em grupo 12345
12345
Os assuntos sugeridos/entregues pelo facilitador foram relevantes
12345
O tempo foi suficiente para estudar e aprender sobre o assunto
Em relação a oficina como um todo, que nota você daria sendo considerado:
APÊNDICE F
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: ACHADOS NA OBSERVAÇÃO
E ENTREVISTA
[As figuras foram criadas por você? Do contrário, deve denominar de Anexo]
127
128
APÊNDICE G
SEMINÁRIO – APRESENTAÇÕES
129
130
131
132
133
134
ANEXOS
135
ANEXO I
TERMO DE ANUÊNCIA
136
ANEXO II
MAPA DO ESTADO DO CEARÁ COM A LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE
IGUATU
ANEXO III
MAPA DE TERRITORIALIZAÇÃO DO DISTRITO DE JOSÉ DE ALENCAR –
ALENCAR I - IGUATU-CE
ANEXO IV
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
139
140
141