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Evolução e Conservação
das Espécies
Material Teórico
Biodiversidade global e fatores que
influenciam na perda de Biodiversidade
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Biodiversidade global e fatores que
influenciam na perda de Biodiversidade
• Diversidade biológica
• Fatores que reduzem a Biodiversidade
• Fatores que ampliam a Biodiversidade
OBJETIVO DE APRENDIZADO
··Aprender sobre os principais e mais biodiversos grupos de seres vivos
e os mecanismos associados com a amplificação da diversidade
biológica e sua distribuição; aprenderemos também sobre as
principais atividades humanas que ameaçam as espécies.
ORIENTAÇÕES
Observe o gradual ganho de conhecimento sobre a biodiversidade e como
a construção do conhecimento foi lenta. Observe que os padrões de
biodiversidade não possuem uma explicação única e, portanto, necessitam
de conhecimentos múltiplos para uma compreensão integradora. Perceba
os principais fatores que ameaçam a biodiversidade e a interação entre eles.
UNIDADE Biodiversidade global e fatores que influenciam na perda de Biodiversidade
Contextualização
Se você mora em uma cidade, está acostumado a ver certas espécies de animais
e plantas. Porém, muito provavelmente a maioria delas não pertence às espécies
nativas do Brasil. Para muitas pessoas é difícil acreditar que a banana, o coco,
a manga, o abacate, entre outras, não são frutas brasileiras. Da mesma forma,
pombos, pardais, gatos e cães foram trazidos ao nosso país durante a colonização.
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Diversidade biológica
De forma simplista, utiliza-se o termo diversidade biológica ou biodiversidade
para indicar o número de espécies que ocorrem em um determinado local. Pode-se
utilizar o termo biota quando o objetivo é indicar o total de seres vivos de forma
generalista, encontrados em certo ecossistema ou habitat, mas sem definir o
número de espécies existentes.
Biota: conjunto de seres vivos que vivem em um determinado local, quando os seres vivos
Explor
Pode-se afirmar com certeza que nunca saberemos quantas espécies de seres
vivos existem no planeta modernamente, pois além do baixo número de especialistas
em taxonomia, temos ainda um número excepcionalmente grande de ambientes
para pesquisar de difícil acesso e o risco iminente de destruição desses locais
por ação humana. Vamos extinguir grande parte das espécies sem termos tido
conhecimento de sua existência; a biodiversidade é valorizada quando podemos
retirar produtos de importância comercial ou farmacêutica dos seres vivos. Quando
se entra na discussão sobre o assunto é inevitável utilizar como exemplo didático,
que ainda existem remédios para serem descobertos nos animais e vegetais.
Mas isso é apenas uma forma de tentar dar uma valoração financeira palpável para
as pessoas se interessarem pelo assunto.
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UNIDADE Biodiversidade global e fatores que influenciam na perda de Biodiversidade
Mas, quantas espécies existem no mundo? Esse número é muito difícil de ser
definido dependendo do grupo analisado. Podemos avaliar a biodiversidade em
diferentes níveis taxonômicos em ordem decrescente de biodiversidade: reinos,
filos, classes, ordens, famílias e gêneros até chegar no nível específico, ordenamento
tipicamente utilizado em zoologia; em botânica utiliza-se o termo divisão no lugar
de filo e mais comumente utilizam o táxon tribo entre outras variações dependendo
dos autores utilizados como base para análise sistemática. Cada grande ramo de
pesquisa usa seus próprios níveis taxonômicos mais importantes e expressivos.
Tabela 1
Grupo No de spp. Estimativa Alta Estimativa Baixa Favorável Provável/Real
Vírus 4.000 1.000.000 50.000 400.000 100
Bactérias 4.000 3.000.000 50.000 1.000.000 250
Fungos 72.000 2.700.000 200.000 1.500.000 21
Protistas 40.000 200.000 60.000 200.000 5
Algas 40.000 1.000.000 150.000 400.000 10
Plantas 270.000 500.000 300.000 320.000 1,2
Nematóides 25.000 1.000.000 100.000 400.000 16
Crustáceos 40.000 200.000 75.000 150.000 3,8
Aracnídeos 75.000 1.000.000 300.000 750.000 10
Insetos 950.000 100.000.000 2.000.000 8.000.000 8,5
Moluscos 70.000 200.000 100.000 200.000 2,9
Cordados 45.000 55.000 50.000 50.000 1,1
Outros 115.000 800.000 200.000 250.000 2
Totais 1.750.000 111.655.000 3.635.000 13.620.000 7,78
Fonte: Matioli, Sérgio Russo,2002
Dentro dos filos invertebrados, a maior biodiversidade está no Filo dos artrópodes,
com mais de um milhão de espécies descritas (mais de 1.065.000 espécies) e dentro
deste, seguem as classe dos insetos a maior de todas, com 950.000, seguida por
quelicerados(aracnídeos) com 75.000 espécies e crustáceos, com 40.000 espécies.
Dentro da classe dos insetos, a ordem mais biodiversa é a dos coleópteros (besouros,
vagalumes, carunchos) representando praticamente metade das espécies da classe,
seguido por dípteros(moscas, pernilongos), lepidópteros(borboletas e mariposas)
e os himenópteros (abelhas, formigas e vespas ).
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Observe vários grupos de seres vivos descritos nos gráficos abaixo e sua biodiversidade.
Figura 1
Fonte: www.hileiaamazonica.com.br
925.000 insetos
123.000 cordados
116.000 demais animais
30.000 protistas
69.000 fungos
27.000 algas
248.400 plantas vasculares
1.000 vírus
4.800 bactérias etc
Figura 2
Fonte: www.mzufba.ufba.br
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Caso brasileiro: Uma nova espécie de planta carnívora, a Drosera magnífica foi descrita em
Explor
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Grupo principal (classe) Grupo secundário (subclasse, ordem) Número aproximado de espécies
Anura (sapos, rãs, pererecas) 3.750
Anfíbios Urodela (salamandras) 400
Gymnophiona(cobras cegas) 160
Lepidosauria (lagartos e cobras) 5.700
Répteis Testudomorpha ou quelônios (tartarugas) 250
Crocodilia 21
Aves 8.750
Mamíferos 4.050
Tabela baseada em Pough, 2002
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Descendentes de pouquíssimos indivíduos originários do continente a jararaca
Ilhoa tornou-se a única espécie de jararaca arborícola, adaptando-se para se
alimentar de aves, é endêmica e apresenta baixa variabilidade genética.
Explor
Figura 4
Fonte: www.oeco.org.br
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Figura 6. Caramujo Achatina fulica, uma das principais espécies invasoras do mundo.
Causa destruição de plantações e é hospedeiro de parasitoses.
Fonte: Wikimedia / Commons
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Figura 7. Mexilhão dourado Limnoperna fortunei espécie exótica,
que no Brasil apresenta alto poder invasivo e destrutivo.
Fonte: Wikimedia / Commons
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Não apenas as orquídeas, mas nesse caso, os perfumes não são agradáveis,
lembram carne em decomposição, fermentação e outros atratores de moscas,
conjuntamente com cores e pelos que lembram cadáveres. Esses conjuntos
de características florais que atraem especificamente certos polinizadores são
chamados de síndromes de polinização ou síndromes florais.
Ecologia evolutiva: estudo das interações entre os seres vivos e o ambiente associado com
Explor
os processos evolutivos induzidos por essas interações. A cada novo fator ambiental, novos
padrões populacionais surgirão, alterando as pressões evolutivas sobre os organismos.
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por cianobactérias ultrapassou um ponto de reação com minerais e passou a “sobrar”
na atmosfera; para nós, seres aeróbicos, o oxigênio é fundamental para a vida, mas
para os organismos anaeróbicos, o oxigênio pode ser tóxico e assim, esse novo
componente da atmosfera eliminou o produto de bilhões de anos de biodiversidade
anaeróbica, mas permitindo o florescimento de um novo padrão de vida na terra.
O mesmo ocorreu em dezenas de períodos glaciais, vulcanismo extremo ou queda
de meteoritos no planeta; o fim dos dinossauros há 65 milhões de anos no chamado
evento “K”, no fim do Cretáceo é apenas o mais famoso, pois os dinossauros possuem
um grande apelo midiático e foi amplamente utilizado em animações e filmes.
Evento K
Explor
O fim da era mesozóica ocorreu com a queda de um grande meteorito onde hoje é a baía de
Yucatan, no golfo do México. O quebra-cabeça foi sendo montado aos poucos, mas a principal
evidência do fenômeno é uma fina camada do elemento químico Irídio em todas as rochas do
planeta na camada estratigráfica correspondente a 65 milhões de anos. O Irídio é extremamente
raro na crosta terrestre, mas muito comum em meteoritos; portanto após a queda, ocorreu sua
pulverização e o espalhamento por toda superfície terrestre; é possível calcular que a atmosfera
tornou-se escura por longos períodos, com alterações climáticas globais profundas, causando
extinções em massa não apenas dos dinossauros, mas de grande parte dos seres vivos do planeta.
Com o fim dessa era, inicia-se a diversificação de aves e mamíferos, que já estavam presentes, mas
incapazes de se desenvolver provavelmente pela competição extrema com os répteis.
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Figura 9. Aves paleognata (A) avestruz; (B) ema; (C) ave-elefante – extinta; (d) inhambu; (E) casuar; (F) Emu;
G) moa – extinto; (H) kiwi (Fonte Wikipédia exceto (B) foto de Augusto Gomes e (D) foto de Jarbas Mattos).
Fonte: http://vidadasaves.com/evolucao-das-aves-ratitas/
Observe que Avestruzes(A), Emas (B) e Emus (F), são claramente aparentados,
com ancestrais comuns gondwânicos.
Durante a passagem do tempo geológico, o planeta esfriou e esquentou
diversas vezes. Em cada glaciação, a água do planeta fica presa na forma de gelo,
abaixando o nível dos oceanos, quando surgem pontes naturais ligando ilhas e
continentes. Dessa forma, o ser humano atravessou o estreito de Bering entre a
Ásia e a América do norte, e a fauna do sul da Ásia chegou em parte das ilhas que
formam a Oceania. A movimentação nas placas tectônicas permite o surgimento
de montanhas e o afundamento do continente abaixo do nível do mar.
O surgimento da América central, que ligou a América do sul com a América do
norte em um tempo razoavelmente recente, permitiu um enorme fluxo migratório
de fauna, antes da chegada dos seres humanos, cerca de 13 mil anos atrás e desse
mesmo modo em outro locais do globo
Modernamente, estamos no período
quaternário, que se iniciou com o fim da
última grande glaciação a cerca de 20 mil
anos atrás. Porém, já é possível afirmar
que a atividade humana dos últimos dois
séculos está produzindo uma alteração
global com extinções tão grandes como as
que ocorrem nos grandes cataclismas do
passado, iniciando para alguns autores um
novo período geológico, o antropoceno Figura 10
(antropos, homem; ceno, tempo). Fonte: Wikimedia / Commons
Desafio: neste exato momento, os cães domésticos abandonados próximos de áreas de conservação da vida
silvestre estão se organizando em matilhas caçando a fauna local e exterminando populações locais. Qual a
decisão esperada de um técnico responsável pela manutenção da biodiversidade, em um caso como esse.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
IBAMA - Mexilhão Dourado
Leia sobre o mexilhão dourado e outras espécies exóticas invasoras na página
do IBAMA
http://goo.gl/pdb4wW
Vídeos
Seres Abissais / Criaturas das Trevas (Dublado HD Completo) Discovery Channel
A diversidade de seres vivos não se restringe aos animais e plantas que estão ao nosso
alcance. Assista ao vídeo sobre os seres abissais disponível em:
https://goo.gl/pH5WVA
https://goo.gl/l0Vtoi
Um mundo sem abelhas?
As espécies exóticas podem reduzir ou eliminar as espécies nativas, mas podem também
se integrar e tornar-se úteis; hoje, a principal polinizadora em áreas antropizadas é a
abelha Apis melifera, que embora seja exótica no Brasil, agora já é uma espécie chave
para outras espécies.
Veja o ducumentário sobre o colapso das colmeias.
https://goo.gl/U44AU8
Leitura
Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais do Brasil
Leia o artigo científico “Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação
Federais do Brasil”.
http://goo.gl/YFhazL
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Referências
CUNHA, Claudio da. Genética e Evolução Humana. Campinas, SP: Átomo, 2011.
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