O caso ocorrido em de novembro de 2019 do ex-parlamentar Laerte Bessa, publicado no O Globo deu o que falar nas mídias sociais e fomentou discussões sobre regras e condutas condominiais. Bessa ficou irritado porque o funcionário da portaria impediu a entrada de um entregador de pizza no prédio por volta das 23:40h e partiu para a agressão ao porteiro e até ao síndico, obrigando-os sob ameaças, a liberarem o entregador. O condomínio possui uma regra que proíbe que motoboys acessem os apartamentos depois das 23h. Tão importante quanto estabelecer regras e implantá-las é dar publicidade a todos. Um dos grandes motivos de distúrbios e desavenças em condomínios são ocasionados por pessoas que adquirem um imóvel condominial, fazem todo o trâmite legal de compra e venda sem nunca terem verificado a convenção. Todos sabemos que condomínios possuem regras próprias, aprovadas em reuniões e representam a vontade da maioria, assim como em qualquer sociedade que evoluiu e criou suas regras de conduta: as leis. Alguns indivíduos assumem que estas regras são as mais básicas possíveis, contendo apenas alguns deveres contudo, com amplos direitos. Estes, desconhecem os riscos e a razão da criação destas regras. Se a pessoa tem bom senso e e respeitosa das leis, ela se adaptará as novas condições assim como nos portamos e nos adaptamos ao entrar em um prédio comercial, uma residência de outra pessoa e nos adaptamos as leis de um país para o qual nos mudamos ou visitamos. Já houve casos de disputa judicial por causa do novo condômino adquirir um imóvel e só depois descobrir que não era possível levar seu pet. O condomínio não admitia cães e gatos. Deveria ser mandatório que, antes da transação, o possível comprador recebesse uma copia da convenção para tomar ciência de seu conteúdo. No caso do parlamentar, ele se encontra no "reino" de Brasília, faz parte da corte e, como tal acha que a imunidade parlamentar lhe garante certos direitos. Em qualquer país sério, este "representante da sociedade" iria ser processado e, dependendo da gravidade da situação, perderia seu cargo também, ou por um processo judicial ou porque seus eleitores o viriam como uma pessoa não apta para a função e terminaria seu mandato em ostracismo, não mais se reelegendo. Para finalizar, as regras são feitas para serem seguidas. Pode até, em algum momento de sua existência, serem reavaliadas porém, elas representam a ordem e ajustes para a boa convivência entre as pessoas. Não respeitá-las significa andar a margem da lei (ser um marginal) o qual trará riscos, ou a segurança ou a harmonia daquela comunidade. Mauro Nadruz - Gestor em Segurança Pública e Privada, analista e professor
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