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1. I N F L A M A Ç Ã O Set-point é uma
frequência de disparos
CASO CLÍNICO 1
• 6 indivíduos saudáveis
• Administração de endotoxina Mialgias – edema faz
• Recolha de sangue venoso pressão sobre as
terminações nervosas
Resultados: dor muscular
1. Cerca de 50-90 min após injeção, todos os voluntários apresentam mialgias, cefaleias, Cefaleia – vasodilatação
calafrios e náuseas dos capilares do cérebro
✓ Mialgias = dores musculares, localizadas ou não, causadas por tensões musculares Calafrios – hipotálamo
✓ Cefaleia = dor de cabeça ativa os nervos eferentes
✓ Calafrio = contração somática dos músculos simpáticos que
✓ Náusea = desconforto no estômago – sensações de vómito provocam a contração
✓ As mialgias e cefaleias são explicadas pela ação das citocinas, nomeadamente TNF muscular involuntária
(fator de necrose tumoral) e IL-6. Note-se que estes dois são pirogénios endógenos, Taquicardia – serve para
produzidos normalmente em resposta à ação de pirogénios exógenos. compensar a diminuição
Assim teremos: endotoxina (LPS) -> bactérias gram (-) -> pirogénio exógeno
do fluxo sanguíneo
Questões:
Este PgE2 penetra no hipotálamo, induzindo a formação de AMPc que leva ao aumento
do set point da temperatura. Assim, para aumentar a temperatura até este novo nível,
o hipotálamo ativa neurónios eferentes simpáticos que, entre outras coisas, provocam
a contração muscular involuntária, ou seja calafrios.
3. Quais as variações esperadas relativamente aos níveis séricos de IL-6 E TNF? Seria de
esperar que estas variações fossem simultâneas? Porquê?
A IL-6 e o TNF são citocinas libertadas pelas células do sistema imunitário em resposta a
agentes estranhos e, por isso, é de esperar que as suas concentrações séricas
aumentem. Como estas substâncias são produzidas por células diferentes, é normal que
as variações sentidas nas suas concentrações sejam também diferentes.
O TNF é produzido por macrófagos, estes são os primeiros a atuar na resposta imunitária
pelo que a [TNF] aumenta antes da [IL-6]. A IL-6 por sua vez é produzida por linfócitos T,
surgindo mais tarde na resposta inflamatória.
Proteínas positivas:
• Ceruloplasmina - Transporte de Cu2+ e limpa o organismo de radicais livres
• C3 – faz parte do complemento
• α-1-glicoproteina ácida – atividade antiproteásica (limita a lesão tecidular)
• α-1-antitripsina - atividade antiproteásica
• Haptoglobina - liga-se a hemoglobina, tirando-a dos locais de inflamação
• Fibrinogénio - fator de coagulação
• Proteína C reativa (pouco sensível, mas muito específica) – facilita a fagocitose e
limpeza do local
• Proteína SAA (substancia amiloide A) [resposta intensa durante muito mais tempo
– muito sensível, pouco específica] – auxilia a eliminação de detritos
As proteínas cuja síntese diminui na fase aguda, têm uma função de transporte e são
designadas de proteínas negativas de fase aguda, que são:
Proteínas negativas:
• Albumina - mantêm ativo o processo de síntese proteica e a sua diminuição está
associada à diminuição do transporte de zinco
• Transferrina - a sua diminuição associa-se à diminuição do transporte de ferro, pelo
que a ferritina (armazena o ferro) aumenta.
• Pré-albumina - Transporte das hormonas tiroideias (diminuição do metabolismo),
retinol e progestrona
Perguntas da aula:
Perguntas da aula:
✓ A nível vascular é de salientar a ação das C3a, C4a e C5a (identificadas por
anafilatoxinas), que induzem a libertação de histamina pelos mastócitos,
aumentam a permeabilidade vascular e provocam a vasodilatação e a contração do
músculo liso. Quando fixados à superfície de agentes bacterianos, o C3b, C3b1 e o
C4b funcionam como opsoninas, aumento a fagocitose das células que expressam
o recetor C3b.
9. Papel da albumina e outro exemplo de proteínas negativas de FA?
Adaptador biológico que ativa a síntese proteica; transporte de zinco
Transferrina (transporte de ferro sérico) e pré-albumina (transporte de hormonas
tiroideias, retinol e progesterona)
10. Por que motivo a albumina diminui de concentração normalmente? A síntese diminui
para subirem outras proteínas.
Resultados:
inflamação crónica é aquela que resulta da ação sucessiva do mesmo antigénio, ou da não
aniquilação do agente inflamatório, tendo uma duração muito grande. A inflamação aguda
não foi então suficiente para destruir o patógeno.
Normalmente associa-se a inflamação aguda à boa inflamação (ou inflamação
terapêutica), sendo que o agente patogénico é eliminado e com este facto cessa também a
resposta inflamatória. Por outro lado, à infamação crónica associa-se a inflamação má (ou
inflamação patológica), sendo que o processo inflamatório é arrastado durante semanas,
meses ou mesmo anos. Neste último caso, o patógeno pode ser destruído e mesmo assim a
resposta inflamatória manter-se no organismo como hospedeira.
Note-se que o exsudato formado apresenta pus. O pus é um fluido rico em Exsudado purulento – rico
neutrófilos. O exsudato aparenta então ser do tipo purulento ou supurativo, denunciando em PMNs e células
uma inflamação purulenta ou supurativa aguda que evoluiu para o estado de cronicidade. mortas (pus, proteínas e
Este tipo de inflamação surge da ação de agentes piogénicos, tal como o S. aureus. fragmentos de tecidos)
Questões:
1. Justifique os sinais e sintomas apresentados pelo doente quando foi examinado pela Dificuldade em deglutir
primeira vez. E indique em que situação patológica se encontrava. devido ao edema
Quando foi examinado pela primeira vez o paciente apresentava mau estar, dor (impotência funcional).
abdominal, febre, taquicardia, edema faríngeo e dificuldade em deglutir, que são tudo
sinais ou sintomas de inflamação. Neste ponto encontrava-se com uma inflamação
aguda.
2. Explique os resultados das análises sanguíneas efetuadas, justificando os marcadores PCR + específica da
séricos escolhidos. inflamação (estimulada
Como os sintomas e sinais indicavam uma possível inflamação escolhe-se proteínas pela IL-6)
positivas de fase aguda para a confirmar, neste caso, a PCR que se encontrava
aumentada. Usou-se também a velocidade de sedimentação, que quando aumentada é
também indicadora de inflamação, funcionado como marcadores fiáveis. Confirmou-se
então o diagnóstico de inflamação.
Uma inflamação crónica é aquela que resulta da ação sucessiva do mesmo antigénio, ou Joelho – líquido sinovial é
de não aniquilação do agente inflamatório, tendo uma duração superior a 4 semanas (1 nutritivo e há pouca
mês). Ao contrário da aguda cujo início é imediato, o seu começo é arrastado; para além irrigação nessa zona, logo
dos monócitos/macrófagos que também estão envolvidos na inflamação aguda, utiliza não chegam células
outras células como linfócitos, plasmócitos e fibroblastos. Os seus mediadores primários imunitárias suficientes
são o INF-α, fatores de crescimento, ROS e enzimas hidrolíticas, sendo que por sua vez
para eliminarem a
os mediadores primários d aguda são a histamina, serotonina e os eucosanóides.
bactéria
Na crónica ocorre ainda que o processo de reparação é simultâneo ao inflamatório, que
Febre reumática –
a resposta celular passa a dominar e que por isso ocorre destruição do tecido, e por sua
injeção de penicilina por
vez, fibrose do mesmo.
6 meses
No caso em estudo, para além da inflamação aguda não ter sido eficaz na eliminação da
bactéria, o antibiótico também não foi, talvez por esta espécie de bactéria ser resistente Pode ser causado devido
a antibiótico, tendo por isso propagando-se por via sanguínea até ás fossas nasais e ao ao mau uso de
joelho, sedo que se fixou neste último pois tem apetência para o fazer em tecidos moles antibióticos
e em contacto com as articulações.
Perguntas da aula:
Sepsis – inflamação
CASO CLÍNICO 4 sistémica generalizada,
normalmente causada
• Mulher, 65 anos por uma infeção grave no
• Pneumonia – tratamento com antibióticos via endovenosa, administração de oxigénio sangue ou em qualquer
por cânula nasal e cateter na bexiga tecido gram –
• 3º dia – antibioterapia oral
Septicemia é a infeção
• Nessa noite desenvolveu febre e taquicardia
grave, leva á sepsis
• Letargia na manhã seguinte
• Temperatura: 35ºC Quadro clínico muito
• Pressão arterial: 85/40 mmHg específico (não se trata
• Frequência cardíaca: 110 bpm de uma inflamação
• Frequência pulmonar: 20 irpm qualquer)
• Saturação de oxigénio: 94% (hipoxia grave)
• Resultados do sangue e urina: positivos para bacilos gram (-) Terapêutica – líquidos
• Doente transferida para UCI p/ tratamento com fluidos intravenosos e antibióticos (soro) para aumentar a
volémia
É sepsis porque é muito frequente em casos de pneumonia. Os dados que pressupõe este
diagnóstico são a pressão arterial bastante baixa (devido a uma grande vasodilatação
porque há a libertação maciça de vasodilatadores) e temperatura muito baixa para quem
está num hospital
.
Questões:
Os componentes do sistema complemento são ativados, atraindo mais neutrófilos e Agravantes – idade,
libertando substâncias localmente ativas, como as prostaglandinas e os leucotrienos. patologias, nº de órgãos
O resultado final de todas estas alterações é o colapso microvascular, e por fim, a afetados pelo choque,
falência orgânica com possível morte do individuo.
há quanto tempo está
no hospital
5. Quais os factores que predispõem para um mau prognóstico em situações de sepsis?
O indivíduo ser fortemente imunodeficiente/imunossuprimido e quanto maior for a sua
idade. O mau prognóstico é tanto pior quanto 1 órgão vital é afetado ou quantos mais
órgãos não vitais afetados.
Perguntas da aula:
[NOTA: Estas perguntas da sebenta do Carlos Santos referem-se a um caso diferente que foi
entretanto substituído, mas decidi deixá-las aqui na mesma porque não invalida que sejam
feitas em aula]
PERGUNTAS DE REVISÃO
Transudato – fluido
presente no aumento
de volume nos tecidos
devido ao aumento do
fluxo sanguíneo e não
de permeabilidade
(menor nº, pH>7,3
básico)
3. Quais são os mais importantes mediadores da inflamação derivados do plasma?
Mediadores extracelulares – incluem o complemento, cininas e fatores de coagulação.
Existem na circulação como percursores e têm de ser ativados, geralmente por clivagem
proteolítica para adquirirem propriedades biológicas numa sequência de etapas
designada por cascatas.
GLOSSÁRIO
Hiperemia – aumento do fluxo sanguíneo no tecido lesado motivado pela dilatação das arteríolas,
esfíncteres pré-capilares, capilares e vénulas.
Mediadores químicos – São compostos derivados do hospedeiro que são secretados por células
ativadas e servem para ativar ou aumentar aspetos específicos da inflamação. São exemplos de
mediadores químicos são a histamina, as prostaglandinas, os leucotrienos, os tromboxanos, a
substância P e o fator de agregação plaquetário.
Proteínas da fase aguda – conjunto de proteínas cuja concentração sérica se altera rapidamente
face a um fenómeno inflamatório. Podem ser positivas (ceruloplasmina, C3, α-1-glicoproteina
ácida, α-1-antitripsina, haptoglobina, fibrinogénio, proteína C reativa, proteínas SAA – substancia
amielóide A) se a sua concentração aumenta em caso de inflamação, ou negativa (albumina,
transferrina e pré-albumina) se a sua concentração diminuir em caso de inflamação;
Quimiotaxia – ligação dos agentes quimiotácticos a recetores do fagócito, que depois direcionam
o seu movimento e ativam as suas capacidades fagocitárias.
Sepsis – Inflamação sistémica, generalizada, normalmente causada por uma infeção grave no
sangue ou em qualquer tecido;
Transudado – fluído presente no aumento de volume nos tecidos devido ao aumento de fluxo
sanguíneo e não de permeabilidade (a natureza do fluído é igual).