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Universidade Licungo

Delegação de Quelimane
Departamento de Ciências da Terra e Ambiente
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia – 3º Ano, 2º Semestre, 2019.
Estudantes: Duarte Januário Paiaia & Ruth Joaquim Lauter

Ficha de Leitura

Cidades Médias

De acordo com LOPES e HENRIQUE (2010;18), ao se adjectivar o substantivo cidade


com a palavra “média” e/ou “pequena” faz-se menção ao tamanho da cidade que, por
sua vez, conduz ao estudo das redes e hierarquias urbanas1. Cidade pequena se
contraporia à cidade grande. E cidade média seria aquela que está entre uma e outra, ou
seja, teria uma dimensão intermediária. Ao se pretender averiguar o tamanho seja da
malha urbana, seja do contingente populacional, necessita-se fazer uma medição, uma
aferição do tamanho da cidade e/ou do contingente populacional. Tais dados são
fornecidos pelas instituições de estatísticas. Geralmente os estudos funcionais ou que
priorizam o sistema hierárquico das cidades usam terminologias similares às de cidades
pequenas, médias e grandes. Para tanto, tomam como base os dados referentes a seus
contingentes populacionais.

Assim, na classe de cidades pequenas inserem-se aquelas que possuem até 20 mil
habitantes; acima deste montante são classificadas como cidades médias e aquelas com
mais de 500 mil habitantes são consideradas cidades grandes. Este critério, com
algumas variantes, tem sido adoptado pelas instituições de estudos estatísticos.

Milton Santos (1982) em Espaço e Sociedade escreve um capítulo intitulado “As


cidades locais no Terceiro Mundo”. O autor inicia argumentando que “a maioria dos
estudos urbanos em países subdesenvolvidos se interessa de preferência pelas grandes
cidades, principalmente pelo fenómeno da macrocefalia”. Porém, se prestássemos
atenção às estatísticas, bem como à realidade, diz o autor, “vemos perfilar-se outro
fenómeno urbano, o das cidades locais que, a nosso ver, merece tanto interesse quanto o
precedente” (SANTOS, 1982:69).
O autor continua afirmando que essas cidades são mais comumente denominadas na
literatura especializada por cidades pequenas, mas que ele opta pela nomenclatura
cidades locais por uma série de motivos. Seu primeiro argumento é exactamente o
critério do número de população. “Aceitar um número mínimo, como o fizeram diversos
países e também as Nações Unidas, para caracterizar diferentes tipos de cidade no
mundo inteiro, é incorrer no perigo de uma generalização perigosa” (SANTOS,
1982:69-70). Santos, então, passa a discutir a possibilidade de se falar
em “verdadeiras cidades” e “pseudocidades”.

Já no que se refere às denominadas cidades médias, vale ressaltar a distinção feita a


“cidade de porte médio”, pois reafirmando o que já se expôs, embora o tamanho
demográfico seja um dado importante, ele por si somente não caracteriza o que aqui se
entende por cidade média. Maria Encarnação Sposito e outros (2007) destacam o papel
que a cidade desempenha regionalmente, exercendo forte relação com a área na qual
está situada e pela concentração e centralização económica, tendo em vista a realidade
regional. No mesmo sentido, Roberto Lobato Corrêa (2007) chama a atenção para a
concentração da oferta de bens e serviços para uma hinterlândia regional e com
actividades especializadas destinadas ao mercado nacional (CORRÊA, 2007).

De acordo com SPOSITO (2009:19), as cidades medias têm o papel de intermediação


entre as pequenas e as grandes, então são cidades que comandam uma região, que
polarizam uma região, que crescem em detrimento da sua própria região ou crescem em
função da sua própria região, as duas coisas acontecem. Cidades médias que ampliam
seus papéis, porque diminuem os papéis das cidades pequenas a partir de uma série de
mecanismos económicos, ou cidades que, em função do tipo de actividade que têm, das
lideranças que ali se encontram, são capazes de crescer e propor um projecto ou
desempenhar um papel político, económico e social de crescimento para toda uma
região.

Dessa forma, a noção de cidade média aqui adoptada corresponde às cidades que
apresentam uma concentração e centralização económicas expressivas, provocadas pela
confluência do sistema de transporte, podendo ser reconfiguradas pela incorporação de
novas actividades do sector agro-pecuário que, por sua vez, redefinem a indústria, o
comércio e os serviços.
Referências Bibliográficas

LOPES, Diva Maria Ferlin. & HENRIQUE Wendel - Cidades médias e pequenas:
teorias, conceitos e estudos de caso, Brasil, 2010.

SANTOS, Milton. Espaço e sociedade. Petrópolis: Vozes, 1982

CORRÊA, Roberto Lobato. Construindo o conceito de cidade média. In: SPOSITO,


Maria Encarnação B. (Org.). Cidades médias: espaços em transição. São Paulo:
Expressão Popular, 2007.

SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Para pensar as pequenas e médias cidades


brasileiras. Belém: FASE/ ICSA/UFPA, Volume 1, 2009.

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