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DECISÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PÚBLICO:


ACUMULAÇÃO DE CARGOS. REEXAME DE PROVA.
IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
279 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. PRELIMINAR
DE REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO
CONSTITUCIONAL. DESNECESSIDADE.
INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO ANTERIOR
A 3.5.2007. AGRAVO AO QUAL SE NEGA
SEGUIMENTO.

Relatório

1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso


extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da
Constituição da República.

2. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal julgou apelação em ação


ordinária, nos termos seguintes:

“CONSTITUCIONAL. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. ART. 37, INC.


XVI, ALÍNEA ‘b’. CARGO TÉCNICO OU CIENTÍFICO.
1. Com efeito, a regra geral, fixada no inciso XVI do artigo 37,
da Constituição Federal, é a da impossibilidade de acumulação de
cargos públicos. As exceções das alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’, desse
mesmo inciso, devem, só por isso, merecer sempre interpretação
restritiva, conforme regra elementar de Hermenêutica. Conclui-se,
portanto, que somente pode ter acesso ao permissivo contido na
exceção à regra geral da não-cumulação de cargos públicos
prevista na alínea ‘b’, do inciso XVI, do artigo 37, da Carta
Magna, aquele cuja situação se encontrar perfeitamente delineada
pelo comando normativo do referido dispositivo constitucional. E,
in causu, isso não ocorre, uma vez que o cargo de Assistente
Intermediário de Saúde, especialidade Motorista, não possui
natureza técnica ou científica, circunstância que, malgrado a
compatibilidade de horários, por certo impede a cumulação
pretendida.
2. Apelo improvido. Sentença mantida.
(...)
Ora, cargos técnicos são aqueles para cujo desempenho é mister
familiaridade com determinados métodos, sistematicamente
organizados, que repousam no conhecimento científico, ministrado
em determinada cátedra. Nesse sentido, o termo técnico não pode
entender-se na acepção vulgar, como significando o oposto a leigo
num determinado ramo de atividade profissional; técnico é
indivíduo possuidor de conhecimentos ou treino especializado em
ciências ou artes particulares a uma profissão. E, obviamente, a
atividade de motorista não se enquadra nessa definição” (fls. 124
e 126).

3. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade


do recurso extraordinário a incidência da Súmula 279 deste Supremo
Tribunal.

4. O Agravante alega que “a matéria em exame é única e exclusivamente


de direito, não havendo maior necessidade de reapreciação de fatos ou
provas, uma vez que o argumento nuclear do apelo extremo está fundado na
existência de um mínimo lógico de tecnicidade na profissão técnico-
motorista autorizadora da cumulação de cargos requerida. Se a própria
Administração reconhece a necessidade de curso de formação e
aperfeiçoamento para o recorrente, é óbvio quem mesmo sem qualquer

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digressão probatória ou fática, há uma carga de preencher o conceito de
‘técnico’ constante do texto constitucional no art. 37, XVI, ‘b’. Ou
seja, aqui se discute somente a amplitude vital do conceito de ‘técnico’,
a sua essência. (...). Apenas por apreço à argumentação, a presença de um
mínimo de técnica na sua função fica evidenciada com o documento novo
acostado à fl. 134 em que o próprio agravado passou a denominar a sua
função como técnico em saúde” (fls. 3 e 4).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.

5. Quanto à preliminar, é de se anotar que o então recorrente foi


intimado do acórdão recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a
demonstração da repercussão geral da questão constitucional em capítulo
especial do recurso extraordinário, nos termos do que decidido pelo
Plenário do Supremo Tribunal Federal no Agravo de Instrumento n. 664.567-
QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence.

6. O Tribunal a quo asseverou que:

“(...)
E, in causu, isso não ocorre, uma vez que o cargo de Assistente
Intermediário de Saúde, especialidade Motorista, não possui
natureza técnica ou científica, circunstância que, malgrado a
compatibilidade de horários, por certo impede a cumulação
pretendida.
(...)
Ora, cargos técnicos são aqueles para cujo desempenho é mister
familiaridade com determinados métodos, sistematicamente
organizados, que repousam no conhecimento científico, ministrado
em determinada cátedra. Nesse sentido, o termo técnico não pode
entender-se na acepção vulgar, como significando o oposto a leigo
num determinado ramo de atividade profissional; técnico é
indivíduo possuidor de conhecimentos ou treino especializado em
ciências ou artes particulares a uma profissão. E, obviamente, a

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atividade de motorista não se enquadra nessa definição” (fls. 125
e 126).

Concluir de forma diversa demandaria, necessariamente, o reexame de


tudo quanto posto e devidamente apreciado pelas instâncias originárias, o
que não é viável em recurso extraordinário. Incide, na espécie, a Súmula
279 do Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido:

“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO: ACUMULAÇÃO DE


CARGOS. I. - Dizer se o cargo é técnico ou científico é questão
de fato que exige, para o seu deslinde, o exame de fatos e prova,
o que é inviável em sede de recurso extraordinário. Súmula 279-
STF. II. - Precedentes do STF. III. - Agravo não provido” (AI
442.737-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 3.2.2006
– grifos nossos).

7. Não há, pois, divergência entre a decisão agravada, embasada nos


dados constantes do acórdão recorrido, e a jurisprudência deste Supremo
Tribunal Federal.

8. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do


Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal).

Publique-se.

Brasília, 18 de setembro de 2008.

Ministra CÁRMEN LÚCIA


Relatora

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