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COMPETÊNCIA
Competência no caso de tráfico transnacional de drogas pelo correio
Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior
pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/05/2015, DJe 18/05/2015.
Qual foi o delito em tese praticado pela pessoa que seria destinatária da droga (que encomendou o
entorpecente)?
Tráfico transnacional de drogas (art. 33 c/c art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006). Essa pessoa, em tese,
importou a droga.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
transnacional, são da competência da Justiça Federal.
Por quê?
O CPP prevê que a competência é definida pelo local em que o crime se consumar:
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso
de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
No caso em tela, a pessoa que encomendou a droga, praticou o verbo “importar”, que significa “fazer vir
de outro país, estado ou município; trazer para dentro.”
Logo, pode-se afirmar que o delito se consumou no instante em que tocou o território nacional, entrada
essa consubstanciada na apreensão da droga.
Vale ressaltar que, para que ocorra a consumação do delito de tráfico transnacional de drogas, é
desnecessário que a correspondência chegue ao destinatário final. Se chegar, haverá mero exaurimento da
conduta. Também não importa, para fins de consumação e competência, se a pessoa que encomendou a
droga já foi identificada ou não pela polícia. A consumação (importação) ocorreu quando a encomenda
entrou no território nacional.
Dessa forma, o delito se consumou em São Paulo, local de entrada da mercadoria, sendo esse o juízo
competente, nos termos do art. 70 do CPP.