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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE CRUZEIRO-SP

CURSO: DIREITO – 10º SEMESTRE


MATÉRIA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
PROFESSOR: LUCIANO RODRIGO PAES LEME

INVENTÁRIO E PARTILHA

- inventário extra judicial - todos capazes e concordes pode ser realizado por escritura pública,
representados por advogado. Não tenha sido lavrado testamento.
- inventário judicial – testamento ou incapaz;
- a morte dá início à sucessão e transmissão de bens aos herdeiros
- o patrimônio constitui-se em uma massa indivisa, que receberá o nome de espólio
- o espólio é dotado de capacidade jurídica, figura como parte nas ações;
- o inventário é processo de natureza contenciosa e de procedimento especial
- o inventário tem por finalidade a apuração do acervo que compõe a herança,
- herança é o patrimônio deixado (ativos, passivos, direitos e obrigações),
- o termo “inventariar” é enumerar tudo o que integra a herança,
- o termo também é além da meação do cônjuge, distingue o que é uma coisa e outra.
- principais finalidades do inventário é possível enumerar:
 enumerar os bens, direitos e obrigações;
 isolar quais bens integram a herança e quais a meação;
 elencar quem são os herdeiros e legatários;
 verificar se a herança é suficiente para o pagamento das dívidas;
 estabelecer como serão feitos os pagamentos das dívidas;
 elaborar o plano de partilha e o quinhão que será destinado a cada um dos sucessores;
 emitir o formal do partilha ou a carta de adjudicação,;
 regularizar a situação tributária dos bens;
 permitir que os interesses de incapazes sejam tutelados pelo MP;
 viabilizar que disposições de última vontade sejam respeitadas e cumpridas;
 o inventário objetiva a adjudicação ou a partilha aos sucessores;
* o inventário não é atributivo nem constitutivo de propriedade dos bens
* o inventário serve para enumerar os bens que compõem o acervo hereditário,
* a partilha presta-se a atribuir a cada herdeiro seu respectivo quinhão;
* só haverá partilha se houver mais de um herdeiro (inventário sem partilha)
* havendo apenas um herdeiro, a ele serão adjudicados todos os bens;
* havendo mais de um herdeiro, a partilha atribuirá a cada qual uma parcela da herança;
* bens que não precisam ser inventariados, cujo levantamento poderá ser requerido mediante alvará
judicial:
- valores devidos pelos empregadores aos empregados;
- cotas de PIS, PASEP e FGTS e restituições de imposto de renda e outros tributos;
- saldos bancários, de cadernetas de poupança, de fundos de investimento (dentro de certo limite),
desde que não existam outros bens a serem inventariados;
* a doutrina e a jurisprudência têm admitido a propositura de inventário, caso não tenha deixado
patrimônio: o chamado inventário negativo;
* a finalidade deste tipo de inventário é a declaração judicial que não deixou bens:
- relevante aos sucessores para desobrigá-los frente aos credores,
- liberar o viúvo ou a viúva para contrair novo casamento;

PROCEDIMENTO DO INVENTÁRIO JUDICIAL


* o processo de inventário é de procedimento especial.
Dentre tais peculiaridades destacam-se:
- inexistência de autor ou réu, contestação e produção de provas;
- conclusão do processo, não tem sentença de procedência ou improcedência;
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- impossibilidade de questão de alta indagação, por vias processuais próprias;


* assim, no inventário, o juiz está autorizado a decidir todas as questões relativas à sucessão, de
direito e de fato (que possam ser provadas por documentos.
* o espólio passará a ser representado pelo administrador provisório (artigo 613);
* a figura do administrador provisório não decorre da nomeação judicial, e sim da previsão do
direito material;

7.2.1 - PETIÇÃO INICIAL

* a legislação processual, pois, confere legitimidade àquele que estiver na administração do imóvel;
* a respeito da competência para processar e julgar (foro do domicílio do autor da herança);
* quanto ao prazo 02 meses a contar da abertura da sucessão, encerrando-se nos 12 meses
subsequentes, prorrogáveis;
* a não observância ao prazo pagamento de multa, incidente sobre o imposto causa mortis,
corresponde a 10% se o atraso for superior a 60 dias e 20% se ultrapassar 180 dias);
* assim, ao formular a petição inicial, o requerente comunicará o falecimento, comprovando-se com
a juntada da certidão de óbito postulará a abertura do inventário e a nomeação de inventariante;
* exige-se, ainda, que seja comprovada por documento a qualidade da pessoa que se apresenta com
legitimidade para o pedido;

7.2.2 - INVENTARIANTE E PRIMEIRAS DECLARAÇÕES


* distribuída a petição inicial, acompanhada da certidão de óbito, o juiz deverá nomear inventariante
nos autos, observada a ordem preferencial (artigo 617), salvo relevante razão de direito;
* o inventariante, então, será intimado em 5 dias, para prestar o compromisso de bem e fielmente
representar o encargo;
* além de representar o espólio, outras incumbências pertinem ao inventariante:
- administrar e zelar pelos bens,
- prestar as primeiras (20 dias) e as últimas declarações,
- exibir documentos em cartório,
- juntar certidão de testamento,
- prestar contas, além de,
- alienar bens, *
- transigir em juízo ou fora dele, *
- pagar dívidas do espólio * e
- fazer as despesas necessárias à conservação dos bens; * mediante autorização juiz
* incidente de remoção, autuado em apenso (removido/destituído feita pelo juiz de ofício, ou a
requerimento do MP ou interessados);
* primeiras declarações trazendo aos autos todos os dados referentes ao falecido, cônjuge e regime
de bens, herdeiros e todos os bens e dívidas que compõem o espólio.
* caso tais informações já tenham sido apresentadas na própria inicial, bastará que o inventariante
as ratifique;

7.2.3 - CITAÇÕES E IMPUGNAÇÕES


* apresentadas as primeiras declarações, o juiz determinará a citação dos interessados para que, se
manifestem nos autos.
* a discorcandância não se formaliza nos autos por contestação, mas sim, por impugnação, a ser
apresentada no prazo de 15 dias ;
* dispensa-se a citação das pessoas que outorgarem procuração ao mesmo advogado do
inventariante, com todos os poderes gerais e especiais;
* ao mandado de citação deve anexada cópia das primeiras declarações;
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* a impugnação é sobre erros ou omissões das primeiras declarações,


* caso o juiz acolha a impugnação, as primeiras declarações deverão ser retificadas;
* antes da partilha de bens, herdeiro não reconhecido pode postular sua admissão,
* circunstância que poderá ser resolvida nos autos ou, se se tratar de questão de alta indagação, o
juiz remeterá às vias ordinárias, reservando-se seu quinhão até decisão;
* superadas as impugnações, os bens do espólio serão avaliados, ato imprescindível para cálculo
dos impostos; e verificação da correção da partilha;
* a avaliação, entretanto, ficará dispensada quando todos os herdeiros (maiores e capazes) estiverem
de acordo com o valor dos bens atribuídos nas primeiras declarações, sem impugnação do Fisco;
* a avaliação, se necessária, será feita por avaliador oficial (se houver na comarca), ou por perito
nomeado;
* apresentado o laudo e não havendo impugnação, o inventariante deverá prestar as últimas
declarações. Trata-se da oportunidade para completar, corrigir ou emendar as primeiras
apresentadas nos autos. Ultrapassada tal fase, dá-se por encerrada a fase de inventário;
* o cálculo do imposto é feito pelo contador judicial (se realizado pelos interessados, caberá àquele
a conferência), ouvindo-se em seguida as partes e a Fazenda Pública;
* a partilha consiste na distribuição dos bens apurados entre os sucessores e pressupõe, sempre, a
existência de mais de um herdeiro;
* os interessados, portanto, formularão seu pedido de quinhão, que será objeto de apreciação
judicial, remetendo-se os autos ao partidor judicial para elaboração do esboço da partilha, na forma
como decidida pelo juiz;
* ouvidas as partes sobre o esboço elaborado, a partilha será lançada nos autos, observados os
regramentos; realizado o pagamento do imposto calculado, o juiz julgará a partilha por sentença.
Com o trânsito em julgado, desaparece o espólio e cessam as funções do inventariante;
* o último ato corresponderá à expedição do formal de partilha, documento que indicará os bens de
cada herdeiro; levado ao cartório para registro, os bens imóveis passarão a figurar em nome do
herdeiro beneficiado;

7.3 – ARROLAMENTO

* forma simplificada de inventário adotada quando os bens do espólio alcançarem até 1.000 salários
mínimos, independentemente da existência de herdeiros incapazes ou divergências entre os
interessados;
* pode ser requerido pelos mesmos legitimados ao inventário, cabendo ao juiz a nomeação do
inventariante, sem compromisso nos autos;
* ao inventariante caberá apresentar as declarações, atribuir valor aos bens e realizar o plano de
partilha. O herdeiro não representado deverá ser citado e poderá impugnar a estimativa, caso em
que o juiz deverá nomear avaliador, que apresentará laudo em dez dias;
* o juiz determinará o recolhimento das dívidas, comprovado nos autos, julgará a partilha dos bens;

7.4 - ARROLAMENTO SUMÁRIO


* arrolamento sumário – quando todos os herdeiros são maiores, capazes e concordes entre si
quanto à partilha dos bens, independentemente de seus valores
* trata-se de procedimento ainda mais simplificado, previsto no artigo 659, aplicável quando todos
os herdeiros são maiores, capazes e concordes entre si quanto à partilha dos bens,
independentemente de seus valores;
* na petição inicial, será requerida a nomeação de inventariante, assim como indicados e
qualificados os herdeiros, os bens, formulado o plano de partilha, já que existe o consenso entre
todos, bem como apresentada prova de quitação das dívidas;
* preenchidos tais requisitos, o juiz profere sentença, homologando a partilha;
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* observe-se que nos processos de arrolamento é vedado ao juiz condicionar a homologação da


partilha à manifestação da Fazenda Estadual quanto à integral quitação dos tributos. A discussão a
respeito de suposto pagamento a menor deve ser resolvida na esfera administrativa, de forma que,
homologada a partilha, deverá a Fazenda ser intimada para tomar providências e cobre o que
entender de direito, caso os impostos não sejam recolhidos.

DAS AÇÕES DE FAMÍLIA


* ações de família (divórcio, separação, reconhecimento e dissolução de união estável, guarda,
visitação e filiação);
* efetiva aplicação do regramento especial nas ações de alimentos e que versem sobre interesse de
criança ou de adolescente, de forma que o procedimento especial poderá ser considerado
subsidiariamente;
* intenção do legislador ao privilegiar a conciliação e a mediação;
* ao prever expressamente que o juiz pode dispor do auxílio de profissionais habilitados
(conciliadores, mediadores), pressupõe-se o auxílio de terceiros imparciais, que orientem as partes a
encontrar as melhor solução.
* a figura dos conciliadores e mediadores também contam com a previsão legal processual, de onde
se extrai que o mediador se mostra como um facilitador do diálogo das partes, que encontrarão suas
próprias soluções, enquanto que o conciliador desenvolve um papel mais interventivo;
* ainda sob o enfoque da busca pela melhor solução, o parágrafo único do art. 694 prevê que o
magistrado pode determinar a suspensão do curso do processo, em atenção a requerimento
formulado pelas partes, visando a que elas recorram a profissionais de sua escolha para realizar a
mediação;
* a petição inicial das ações de família deverá obedecer ao disposto no artigo 319 do Código de
Processo Civil e também se submetem ao juízo de admissibilidade;
* ao receber a inicial, o juiz determinará, se o caso, as providências referentes à tutela provisória,
caso preenchidos os requisitos legais para tanto (artigo 695). Em conflitos de Direito de Família é
comum a necessidade de se pleitearem e concederem medidas urgentes, seja para evitar o
perecimento do direito, seja para garantir a integridade física dos litigantes ou de crianças e
adolescentes envolvidos;
* ainda na decisão inicial o magistrado designará a audiência de conciliação e mediação e
determinará a citação do réu (previsão que se amolda aos novos regramentos dos procedimentos
comuns), percebendo-se a clara intenção do legislador de que nas ações de família essa audiência
não poderá ser dispensada;
* a citação deve ser na pessoa do réu, com antecedência de no mínimo 15 dias da data da audiência
(prazo menor do que o previsto para os processos de outra natureza, que é de 20 dias – artigo 334),
ato em que as partes deverão comparecer acompanhadas de seus advogados (artigo 695, §§ 2º, 3º e
4º);
* interessante inovação vem estampada no §1º do mencionado artigo 695: o mandado de citação
não irá acompanhado de cópia da petição inicial. Trata-se de mais uma regra em prol da solução
consensual do conflito, já que o desconhecimento do réu dos fatos que lhe são imputados na petição
inicial evita desgastes que possam macular a conciliação. Nesse particular, não se olvide que caso o
réu prefira ter conhecimento, antes da audiência, do teor da inicial, poderá obtê-lo a qualquer tempo
examinando os autos;
* o artigo 696 prevê que a audiência de conciliação e mediação poderá ser cindida em várias
sessões, até que se chegue ao desejado consenso. Em restando infrutífera a composição, o réu
deverá apresentar sua contestação nos autos, no prazo de quinze dias contados da audiência (ou da
última sessão) – artigo 697;
* havendo interesse de incapazes a intervenção do Ministério Público mostra-se obrigatória,
inclusive de forma prévia a eventual homologação de acordo (artigo 698);
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* por fim, a legislação processual inova ao dispor que o juiz, ao tomar o depoimento de incapaz,
deverá estar acompanhado por especialista sempre que a discussão envolver abuso ou alienação
parental. Essa previsão evidencia, mais uma vez, a importância que se deu ao atendimento
multidisciplinar nas ações de família (artigo 699).

DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS


 prestar contas tem objeto de apresentar, de modo detalhado, os créditos e débitos relativos à
administração ou gestão de bens, negócios ou interesses alheios a cujos titulares a lei concede a
ação de exigir contas do responsável pela administração.
 exemplos: administração decorrente de tutela, curatela e inventariança.
 o objetivo da ação de exigir contas não se restringe, apenas, à determinação da vinda aos autos
dos demonstrativos de créditos e débitos decorrentes da administração, mas, sim, apurar a
existência de saldo, credor ou devedor, a ser executado por aquele que tenha o direito ao
recebimento.
 importante salientar que referido procedimento especial apresenta duas fases distintas
(procedimento bifásico).
 primeira etapa a discussão travada nos autos corresponderá à relação jurídica alegada pelo autor,
ou seja, seu direito a exigir contas e a obrigação do réu de prestá-las.
 tal fase será desenvolvida até que sobrevenha a decisão judicial através da qual o réu é
condenado a prestar as contas,
 segunda etapa do processo: o exame das contas propriamente ditas, com o objetivo de apuração
do saldo, credor ou devedor.
 nesta segunda fase o magistrado declarará a existência ou não de saldo, e, em caso positivo, o
devedor deverá pagar o montante apurado.
 na petição inicial cabe ao autor especificar, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas
(fatos e fundamentos jurídicos do pedido), instruindo-a com documentos comprobatórios;
 ultrapassado o juízo positivo de admissibilidade, o réu será citado dos termos da inicial,
oportunidade em que poderá adotar três posturas (artigo 550, “caput”):
1) prestar as contas;
2) oferecer contestação;
3) optar pela revelia;
 caso o réu, ao ser citado, preste as contas, o autor terá 15 dias para se manifestar sobre elas,
prosseguindo o processo no procedimento comum.
 evidente que, em se verificando a necessidade da etapa probatória, às partes será concedido o
direito de empregar todos os meios legais para provar a verdade;
 a segunda postura a ser adotada pelo réu é a de apresentar a contestação, oportunidade em que
poderá fundar sua defesa:
- na ausência de legitimidade do autor em exigir as contas ou,
- dele próprio em prestar.
 neste caso, duas etapas, primeira a discussão cinge-se à relação jurídica alegada pelo autor, ou
seja, seu direito a exigir contas e a obrigação do réu de prestá-las. Se procedente a pretensão, o
magistrado condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 dias, sob pena de não lhe ser lícito
impugnar as que o autor apresentar;
 é de se registrar que tal decisão (obrigando o réu a prestar as contas) não é uma sentença;
 a terceira postura a ser adotada pelo réu é a revelia, redundando no julgamento antecipado do
mérito, encerrando-se a discussão quanto à legitimidade do autor em exigir as contas e o dever
do réu em prestá-las.

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 o magistrado, então, determinará ao réu a apresentação das contas em quinze dias e, mantendo-se
inerte, caberá ao autor apresentar as suas contas, podendo ter exame pericial;
 as contas do réu serão apresentadas, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os
investimentos, se houver.
 nesse sentido, a orientação doutrinária que se forma em torno da utilização da expressão “forma
adequada” reflete na forma contábil, lançamento dos créditos e dos débitos e na apuração do
saldo, credor ou devedor, ressalvando-se, a informação correta sobre a substância da operação,
de modo que esta seja consistente com sua forma contábil;
 na hipótese de o autor impugnar as contas de modo específico (igualmente da forma adequada) e
fundamentado, o juiz fixará prazo para que o réu apresente documentos justificando os
lançamentos que tenham sido individualmente impugnados.
 o autor não pode impugnar as contas de modo genérico e sem fundamento consistente: terá ele
que identificar a conta impugnada e expor as razões pelas quais a impugna;
 a controvérsia, agora, refere-se à qualidade da contas apresentadas, de forma que, nessa segunda
fase do procedimento, vencida eventual dilação probatória, o juiz encerrará, por sentença, a fase
cognitiva do processo.

DA INTERDIÇÃO
 incapacidade refere-se à restrição legal ao exercício de atos da vida civil, estabelecida pela
legislação material àqueles que necessitam de proteção;
 a ação de interdição tem como objetivo a declaração judicial da incapacidade daquele que, embora
tenha alcançado sua maioridade civil, por razões outras é destituído de condições de gerir-se
 incapacidade judicial: ausência de condições em exprimir sua vontade, por causa transitória ou
permanente; ébrios habituais e viciados em tóxico; pródigos;
 importante sinalizar que, em razão da finalidade deste tipo de ação (declaração da incapacidade),
faltará interesse de agir para aquele que ajuizar a interdição do menor de dezesseis anos, na
medida em que a legislação civil já o considera absolutamente incapaz;
 a ação presta-se ao reconhecimento judicial da incapacidade daquele que está privado, total ou
parcialmente, de seu discernimento para exercer os atos da vida civil ou exprimir livremente sua
vontade; assim, conforme o que for apurado nos autos, o juiz fixará o grau de incapacidade e os
limites da curatela;
 a competência para conhecer e julgar esta ação é do foro do domicílio do interditado/interditando,
perante a Vara da Família, ou, na falta desta, a Vara Cível;
 são legitimados para a propositura da ação:
- cônjuge ou companheiro;
- parentes, confere a prerrogativa a qualquer parente, ou tutores;
- representante da entidade em que o interditando está abrigado;
- representante do Ministério Público;
 no pólo passivo deve figurar o interditado/interditando;
 assunção do encargo de curador:
- o cônjuge ou companheiro, não separado de fato;
- o pai ou a mãe, na falta de cônjuge ou companheiro;
- na falta destes o descendente mais apto (sempre seguindo os mais próximos) e
- na hipótese de inexistência de todos, o juiz procede à nomeação;
 a petição inicial o autor deve fazer prova do parentesco, assim como dos fatos em que fundamenta
seu pedido, especificando aqueles que demonstram a impossibilidade (total ou parcial) do
interditando em exprimir sua vontade;
 a intervenção do MP é obrigatória durante todo o decorrer do processo como defensor do
interditado. Importante salientar que sua função é defender os interesses do incapaz, mormente
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analisando se há elementos seguros para a declaração pretendida (ou seja, se o acolhimento ou não
do pedido é a melhor solução a ser tomada);
 a petição inicial é, igualmente, submetida ao juízo de admissibilidade;
 preenchidos os requisitos legais das tutelas de urgência, poderá na inicial ser requerida, desde
logo, a nomeação do curador especial provisório do interditado.
 Caso seja acolhido o pedido, o magistrado definirá na decisão quais atos o curador especial
nomeado poderá, desde logo, praticar em nome do réu.
 deferida a curatela provisória, será lavrado no processo um termo de compromisso, que
formalizará judicialmente a nomeação realizada.
 também é de se anotar que tal nomeação é provisória;
 também é expressa na legislação processual a exigência de se juntar ao pedido inicial documento
(laudo médico) que comprove a alegada incapacidade do interditando.
 caso o autor da ação não dispuser de tal prova, deverá, na petição inicial, apresentar sua
justificativa;
 assim, ultrapassado o juízo de admissibilidade da petição inicial, o magistrado designará audiência
para entrevista do interditado e determinará sua citação e intimação.
 o contato pessoal entre magistrado e o incapaz é previsão expressa da legislação processual e tem
como objetivo extrair seu senso de compreensão, sua capacidade cognitiva e aptidão para gerir
seus negócios;
 nessa audiência (denominada entrevista do interditando), tanto as perguntas formuladas pelo
magistrado como as respostas fornecidas pelo interrogando deverão ser reduzidas a termo, com
exatidão;
 note-se que o procedimento especial prevê a realização desta solenidade antes mesmo da
oportunidade de impugnação ao pedido inicial, com presença obrigatória do representante
Ministerial;
 caso a incapacidade seja tal que impeça o interrogando de ser conduzido ou comparecer em juízo,
o magistrado e o escrivão deverão se deslocar até o local onde ele esteja e lá será realizado o ato;
 o ato, ademais, também poderá ser acompanhado por especialista, assim como poderão ser
utilizados recursos tecnológicos visando à facilitar as respostas ou o próprio entendimento pelo
interditado.
 nesse segmento, também poderá o magistrado ouvir, naquele momento, parentes ou pessoas
próximas. Observe-se que todas essas previsões legais visam a auxiliar o magistrado quanto à real
condição mental do interditado;
 a entrevista do interditado revela-se como ato obrigatório, de forma a se concluir que somente
poderá ser dispensada em circunstâncias excepcionais;
 realizada a audiência, tem-se início o prazo de quinze dias para que o interditando, através de
advogado, apresente sua impugnação ao pedido. A ausência de defesa no processo não produzirá
os efeitos da revelia, na medida em que é imperiosa a demonstração da incapacidade. Entretanto,
caso o interditado, devidamente citado, não apresente sua contestação, será nomeado um Curador
Especial (advogado, defensor público), para a defesa de seus interesses;
 apresentada a resposta, o magistrado determinará a realização da prova pericial, nomeando nos
autos profissional habilitado, conferindo às partes a possibilidade de formular quesitos e indicar
assistentes técnicos (artigo 753);
 apresentada a conclusão pericial nos autos, sobre a qual as partes poderão se manifestar, havendo
requerimento (e necessidade) para a produção de prova oral, o magistrado designará audiência de
instrução e julgamento;
 à audiência de instrução e julgamento serão aplicados os mesmos regramentos do procedimento
comum, ficando, entretanto, o interditando dispensado do depoimento pessoal na medida em que
já foi pessoalmente ouvido pelo magistrado quando da sua entrevista;
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 ouvidas as testemunhas, o juiz proferirá sua sentença. Em caso de procedência da ação, será
declarada a interdição do réu, nomeado o curador e estabelecidos os limites da curatela;
 a sentença deverá ser inscrita perante o Cartório de Registro Civil (ou seja, a declaração da
interdição e a nomeação do curador constarão da certidão de nascimento ou de casamento do
interditando), para que seja dado o conhecimento geral;
 deverá ser providenciada a publicação de edital da sentença perante a imprensa local (uma vez),
pelo órgão oficial (três vezes, com intervalo de dez dias) e na plataforma do Conselho Nacional da
Justiça (por seis meses);
 as atribuições do curador do interditando abrangem a representação/assistência do incapaz nos
atos da vida civil, com preservação de seus interesses, assim como a adoção de providências para
o adequado tratamento do mal que lhe acomete, visando à recuperação ou manutenção de vida
digna;

DO LEVANTAMENTO DA INTERDIÇÃO
 procedimento judicial a ser utilizado para a demonstração da cessação da causa que determinou a
interdição;
 são legitimados a promover o procedimento (também denominado de desinterdição) a mesma
pessoa que requereu a interdição, o curador, ou, ainda, o representante do Ministério Público;
 o levantamento da interdição apresenta processamento mais simplificado se comparado àquele que
declarou a incapacidade;
 o pedido será distribuído por dependência ao juízo que decretou a interdição e será autuado em
apenso;
 uma nova perícia no interditado será determinada nos autos a fim de se verificar que,
efetivamente, cessou a causa de incapacidade. Se necessário, também poderá ser designada
audiência de instrução e julgamento e, inclusive, determinada a oitiva do interditado, tudo com
vistas à formação da convicção do magistrado;
 acolhido o pedido inicial, será determinado o levantamento da interdição por sentença, que
também será levada a registro junto ao Cartório de Registro Civil, após o trânsito em julgado, e,
ainda, procedida à ampla publicidade, conforme supramencionado.

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