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1 – A democracia vem passando por uma grande crise, onde os cidadãos vivem um

momento de descontentamento único desde o final da 2ª Guerra Mundial. Sobre as


dificuldades da democracia, Balbachevsky, citando Stuart Mill, vai afirmar que “O único
governo que pode satisfazer plenamente todas as exigências do Estado Social é aquele
no qual todo o povo participa; que toda a participação, mesmo na menor das funções
públicas, é útil; que a participação deverá ser , em toda a parte tão ampla quanto o
permitir o grau geral de desenvolvimento da comunidade; o que não se pode, em última
instância, aspirara por nada menor do que a admissão de todos a uma parte do poder
soberano do Estado. Mas como, nas comunidades que excedem as proporções de um
pequeno varejo, é impossível a participação pessoal de todos, a não ser numa parcela
muito pequena dos negócios públicos, o tipo ideal de um governo perfeito só pode ser
representativo”. Mencionando também sobre esse momento atual de crise da democracia,
Clauss Offe afirma que “a transição em massa para a democracia representativa tem
causado nos últimos tempos uma sensação de desencanto. As promessas democráticas
de garantia dos direitos civis, políticos, sociais, de progresso econômico e justiça social
parecem não estar sendo cumpridas. A realidade desmascara o modelo democrático
liberal revelando jogos de poder meramente eleitoreiros nos quais o cidadão, soberano
popular, assiste passivo à disputa de forças políticas comandadas por elites subversivas
a qualquer forma de controle popular”. A partir dos textos, mencione e explique as 3
consequências da crise da democracia na atualidade identificadas por Clauss Offe. (3
pontos)
R: A primeira consequência seria a desradicalização da ideologia dos partidos, que
passam a se adequar ao mercado político esquecendo suas ideologias originais. A segunda
características seria a burocratização e centralização do partido que passa a desempenhar
atividades como: coletar recursos materiais e humanos; disseminar propaganda e
informações sobre a posição do partido sobre um grande número de temas políticos
diferentes; explorar o mercado político, identificando novos temas e conduzindo a opinião
pública; gerenciar o conflito interno. Uma das principais consequências desse padrão
burocrático-profissional da organização política é a desativação das bases do partido. Por
fim, a terceira característica seria a heterogeneidade estrutural, ideológica e cultural de
seus filiados, com a dissolução do sentido de identidade coletiva.

2 – Um dos mais importantes jusfilósofos brasileiros do século XXI, Lenio Streck, é um


defensor da hermenêutica filosófica aplicada ao Direito, onde critica de forma severa
posturas de protagonismo exacerbado dos magistrados. Afirma Streck que “Nesse
sentido, é importante lembrar que é nesse contexto de afirmação das Constituições e do
papel da jurisdição constitucional, que teóricos dos mais variados campos das ciências
sociais – principalmente dos setores ligados à sociologia, à ciência política e ao direito
– começaram a tratar de fenômenos como a judicialização da política e o ativismo
judicial. Ambos os temas passam pelo enfrentamento do problema da interpretação do
direito e do tipo de argumento que pode, legitimamente, compor uma decisão judicial.
Esse é o grande dilema contemporâneo. Superadas as formas de positivismo exegético-
racionalista (formas exegéticas), os juristas ainda não conseguiram construir as
condições para o controle das posturas voluntaristas (que, registre-se, por apostarem na
discricionariedade dos juízes, não deixam de ser também positivistas). Se antes o
intérprete estava assujeitado a uma estrutura pré-estabelecida, já a partir do século XX
o dilema passou a ser: como estabelecer controles à interpretação do direito e evitar que
os juízes se assenhorem da legislação democraticamente construída? Com efeito, o
elemento interpretativo presente no direito, portanto, está no subterrâneo de uma teoria
da decisão judicial, possibilitando-a. No enfrentamento dessa questão interpretativa, é
impossível olvidar as contribuições do nosso homenageado. Com efeito, a obra de Peter
Häberle ocupa lugar de destaque nas discussões que envolvem a afirmação da força
normativa da Constituição e o papel da jurisdição constitucional para a consecução
desse desiderato. Isso porque Häberle foi um dos primeiros constitucionalistas que se
preocupou em equacionar o problema do monopólio judicial na interpretação da
Constituição (Jurisdição Constitucional), buscando promover meios de participação da
sociedade civil no processo de interpretação da Constituição”. Com base no texto supra,
mencionando o que seria o ativismo judicial, seus limites hermenêuticos e como fica sua
relação com o Estado Democrático de Direito. (4 pontos)
R: O ativismo judicial não pode ser confundido com usurpação da função legiferante dos
Poderes Legsilativos. O ativismo judicial idealizado por Ronald Dworkin e defendido por
Lenio Streck, diz respeito aquela possibilidade hermenêutica que possui o intérprete, e
principalmente o magistrado, de atribuir um sentido diferente daquele idealizado
originalmente, sem com isso reenscrever o próprio texto. Será o próprio texto normativo
que permitirá (ou não) uma outra atribuição de sentido. Mas não qualquer sentido.O
intérprete não pode ser considerado absolutamente livre para atribuir qualquer sentido
que queira, de forma absolutamente solipsista, como ocorre no modelo positivista jurídico
normativista kelseniano. O intérprete deverá sempre buscar aquele sentido possível e que
esteja mais de acordo com a norma constitucional e com o sentido dos princípios
constitucionais aceitos dentro de uma comunidade política, dentro da moalidade aceita
dentro dessa comunidade política. Serão esses os parâmetros que o intérprete,
principalmente os magistrados, deverão se utilizar para se aterem aos limites
hermenêuticos do ativismo judicial. Sempre que tais limites foram violados, estará o
intérprete (magistrado ou não) violando os estreitos limites do Estado Democrático de
Direito. Não pode, principalmente o magistrado, aplicar a regra que quiser, atribuir
sentido que quiser, ou decidir como quiser um caso a ele submetido. Ficará ele sempre
preso dos estreitos limites legais e hermenêuticos permitidos naquele caso concreto. De
forma alguma uma decisão judicial pode atribuir sentido aleatório, sob pena de violação
grave ao Estado Democrático de Direito. Não importa o pensamento ou entendimento do
juiz ou de qualquer intérprete, mas sim o sentido constitucionalmente mais adequado,
mesmo que o juiz ou intérprete não concordo pessoalmente com o sentido.

3 – Sobre a visão pragmática do Direito, que tem como fundamento a clássica escola
realista do Direito norte-americano de Pound, Cardozo e Holmes, Thamy Pogrebinschi
vai afirma que “a melhor decisão, para o pragmatista, é aquela que melhor corresponder
às necessidades humanas e sociais. Um juiz pragmatista é um juiz preocupado em intervir
na realidade social – criando, com suas decisões, verdadeiras políticas públicas. Ele não
se encontra fechado dentro do sistema jurídico: a concepção pragmatista do direito
implica que se adotem recursos não-jurídicos em sua aplicação, e que se recebam,
constantemente, contribuições de outras disciplinas em sua elaboração. Além das
tradicionais fontes do direito, autoritativas ou não, os juízes pragmatistas ao formarem
suas decisões se valem também, por exemplo, de considerações de ordem ética e
política”. Sobre o realismo jurídico, mencione em que sentido ele se distancia do modelo
positivista jurídico normativista de Hans Kelsen. (3 pontos)
R: A escola realista do direito norte-americano se distancia do modelo positivista
normativista kelseniano na medida que não está preocupado com questões teóricas ou
científicas. A sua grande questão será com os aspectos fáticos, com a efetividade e
eficácia das normas jurídicas e principalmente das decisões judiciais. O juiz que se filia
nessa corrente busca se um verdadeiro atos social, devendo efetivamente romper os muros
ideológicos que o prendem na cadeira da magistratura para buscar se aproximar de sua
comunidade, de sua sociedade e buscar ser um artífice da busca pela concretude das
políticas públicas. O juiz não fica portanto preso a letra da lei, mas poderá decidir da
forma que entender estar fazendo justiça e buscando concretizar as promessas
constitucionais.

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