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O objetivo desse caderno é oferecer uma seleção de documentos sobre Universidade Popular.
É composto por sete textos que expressam a história e o acúmulo do Movimento por uma
Universidade Popular (MUP).
Ousar lutar por uma Universidade Popular: teses da UJC ao 55º CONUNE ............................. 50
Pós-graduandos na luta por uma Universidade Popular: teses da UJC ao 26º CNPG .............. 55
VENHA QUE A CAUSA
I
TAMBEM E SUA!
por uma entre em contato
universidade com a ujc:
021-2262-0855
UJC
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www.ujc.org.br
Contribuiçao da União da Juventude Comunista para o I Seminário Nacional de Universidade Popular setembro de 2011
grande escala e controlando as verbas das instituições públicas, concorrências entre profissionais e centros para conquistas de
como centros de excelência. verbas, as fundações uma saída jurídica para o financiamento
No governo Lula, operam-se ações para a promoção privado na universidade que pautam a pesquisa e até mesmo
de uma reforma da universidade que dava continuidade ao cursos pagos de interesse privado cuja roupagem muitas vezes
processo de mercantilização e flexibilização da universidade a aparecem como uma forma de auto financiamento ou extensão.
divisão internacional do trabalho. São elementos dessa O governo Dilma prossegue esta lógica de expansão
reforma, além da flexibilização curricular e outros pontos dos da universidade brasileira para as demandas de mercado, em
programas recentes, como a “compra” de “vagas públicas” em um contexto de maior intensidade da crise do capitalismo o
universidades privadas( PROUNI), o uso mais intensivo da corte de 3,1 bilhões do orçamento para educação e 1,7 bilhões
Educação à distância, a mudança na estrutura acadêmica, nas para ciência e tecnologia além das promessas de expansão de
limitações da Autonomia Universitária e o REUNI. Durante a era programas como o PROUNI revelam o aprofundamento e
FHC, em 1994, tínhamos 211 instituições públicas e 711 associação do desenvolvimento da educação brasileira com as
privadas; já no ano de 2001, 183 públicas e 1.208 privadas, próprias demandas do capitalismo de forma global.
ou seja, há redução de instituições públicas e aumento das No campo da luta contra hegemônica, acompanhamos
universidades privadas. O vislumbramento da era Lula - como gradualmente nos últimos 20 anos uma grande dispersão e
início de um projeto social foi marcado exatamente pelo seu isolamento dos movimentos que contrapõe ao avanço da
final-, ou seja, seguindo a risca as lições neoliberais do mercantilização da educação na universidade.Isolamento
capitalismo; 2006, 248 públicas e 2.022 privadas e no final de oriundo de uma de correlação de forças favorável à ordem do
2010, as particulares já passavam 2.400. O aumento de 340 capital, tendo no Brasil a institucionalidade burguesa logrado
% de particulares em 16 anos, mostra a perversidade do deslocar o eixo da luta para a representação política e a
capital privilegiando o privado em detrimento ao público. jurisdicionalização das demandas políticas, de maneira que
Além do quadro visível de incentivos à expansão estas demandas são vistas como possíveis de ser alcançadas
privada e de baixa qualidade, observamos no caso da apenas dentro do processo político instituído por meio de ações
universidade pública a cobrança de uma maior “eficácia” ao de governo, iniciativas legislativas ou resoluções judicial.
cumprir metas sem estourar receitas. Criando enormes
CRIAR, CRIAR,
UMA UNIVERSIDADE
UJC
UJC POPULAR! 6
Movimento por uma Universidade Popular
14/09/2011
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para o desenvolvimento de um pensamento próprio que
fundamentasse a pesquisa e servisse de cimento de uma unidade
nacional e formação.
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tudo, resultado.
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de extensão. Todos estes aspectos não são contraditórios com o papel
da Universidade que temos como um aparelho privado de hegemonia
da burguesia, pelo contrário, é a forma pela qual tal aparelho se
legitima. A burguesia tem uma especificidade histórica, mais do que
seus antecessores ela precisa apresentar seus interesses particulares
como se fossem universais.
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Bom, se a Universidade como aparelho privado de hegemonia, local
de reprodução do saber, da formação profissional e da ideologia
dominantes, é um instrumento da hegemonia burguesa, qual o papel
de um movimento por uma Universidade Popular? Não pode ser a
pretensão de que se altere este caráter no âmbito universitário sem
que se alterem seus fundamentos, ou seja, as relações sociais de
produção e as formas de propriedade próprias da ordem do capital.
Neste sentido, o movimento por uma Universidade Popular é um
movimento contra-hegemônico.
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intencionalidade e sua direção, a luta por uma Universidade Popular
é uma luta anticapitalista e socialista, ou seja, ao se defrontar com os
limites da emancipação política burguesa apresenta a necessidade da
emancipação humana.
Sugestões de leitura:
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HEGEL, G.W.F. A fenomenologia do espírito. Vol. 1. Rio de Janeiro:
Vozes, 1997.
***
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Considerações quanto à proposta da Universidade Popular e
reflexões sobre a atualidade da experiência da gestão do
professor Horácio Macedo como Reitor da UFRJ
Eduardo Serra
Introdução
A luta por uma Universidade Popular é, nos dias de hoje, uma necessidade básica, um
imperativo na consolidação do caminho para a emancipação da classe trabalhadora
brasileira, somando-se à luta pela universalização do acesso à Educação pública,
gratuita, de alta qualidade, nos planos do ensino fundamental e médio.
É preciso deixar claro o que queremos dizer com a expressão “Universidade Popular”,
pois estes termos são frequentemente confundidos com as ações de cunho “populista”
ou com as medidas do campo das políticas compensatórias: o programa “Prouni”,
lançado no governo Lula, que troca impostos devidos por instituições de ensino
privadas por bolsas de estudo, destas instituições, para alunos carentes, as propostas de
precarização da formação superior, com a oferta de cursos de curta duração, cursos à
distância e outras, o aumento de vagas sem o correspondente aumento do número de
professores e funcionários e a composição de turmas com grande número de alunos,
como indicado pelo programa “Reuni”, e mesmo medidas de assistência estudantil,
como a abertura de “bandejões” nas instituições públicas podem ser chamadas de
“Populares”.
No entanto, há, também, nos cenários político e social, demandas objetivas do setor
produtivo para a expansão da educação nos níveis médio e superior, e uma demanda
significativa de concluintes do ensino médio para a expansão das vagas na Universidade
pública. As aspirações da burguesia brasileira e do “bloco do poder” para a maior
projeção brasileira no plano internacional e para a consolidação de um pensamento
autointitulado como “neodesenvolvimentista”, em meio a esse bloco, também
contribuem, por sua vez, para pressionar o sistema universitário no rumo da expansão,
nas proporções e nas áreas necessárias à consecução desses objetivos.
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Condicionantes para o desenvolvimento da Universidade
Nos países capitalistas desenvolvidos, a Universidade gerou e gera boa parte parte dos
conhecimentos científicos e tecnológicos necessários para apoiar as demandas do
sistema produtivo, além de formar os quadros requeridos para ocupar uma significativa
parcela dos postos de trabalho técnicos da indústria, da agricultura e do comércio, além
das funções e cargos administrativos das empresas em geral e do Estado. É também, em
geral, um centro de geração de idéias, de conhecimento e de pensamento crítico, plural,
sobre todos os aspectos da vida social, e um espaço de qualificação e enriquecimento
pessoal e de ascensão social.
Ações propostas pelas próprias instituições universitárias e por grupos ou setores destas
voltadas para a interação direta na sociedade vem sendo desenvolvidas, também, em
diversos formatos e com diferentes concepções e graus de abrangência, constituindo o
campo da Extensão universitária. No Brasil, este campo foi elevado à categoria de eixo
fundamental de atuação da Universidade, juntamente com a pesquisa e o ensino, na
Constituição de 1988.
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a partir do pós-guerra, o cenário de sistemas produtivos destruídos e de grande
mobilização dos trabalhadores, incluindo-se partidos e grupos armados, aliado à
presença da URSS e contando com o respaldo político e ideológico de todas as
conquistas da classe trabalhadora daquele país, fortalecida pela vitória na segunda
guerra mundial e pelo recém-formado bloco socialista, entre outros fatores, gerou uma
formação social onde foi e ainda é significativa a expansão da presença dos Estados na
produção direta e no planejamento das atividades econômicas e políticas públicas
universalizantes de acesso aos chamados sistemas de bem-estar, como o pleno emprego,
a saúde, a educação, a cultura, a previdência;
assim, o sistema universitário europeu reafirmaria o seu caráter público e seguiria esta
tendência, passando a expandir-se de forma constante, em todas as áreas do
conhecimento, atingindo, hoje, um nível de matrículas da ordem de 35 a 60% dos
jovens entre 20 e 24 anos. Esta base formou os quadros e gerou os conhecimentos para a
sustentação, além das indústrias e atividades econômicas tradicionais, às indústrias da
chamada terceira revolução industrial, de telecomunicações, de computação,
aeroespacial, farmacêutica, de química fina, de novos materiais, microeletrônica e
outros campos característicos da chamada “terceira revolução industrial”, e contribuiu
para elevar, sobremaneira, o nível cultural da população.
A Universidade no Brasil
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No Brasil, dadas as características de seu processo de desenvolvimento capitalista, as
universidades foram criadas tardiamente, e são voltadas, ainda, nos seus eixos mais
fundamentais, para os interesses das elites econômicas e das camadas médias altas. O
sistema universitário manteve-se afastado da produção por um longo período: No
Império e na República Velha, havia um conjunto de escolas isoladas voltadas para o
ensino, formando engenheiros, médicos e advogados, além de alguns outros
profissionais. A pesquisa era desenvolvida em outras instituições e, em geral, bastante
restrita. A primeira universidade brasileira vem do início da década de 20, quando foi
criada a Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, para que o título de “Doutor Honoris
Causa” pudesse ser oferecido ao rei Alberto, da Bélgica.
O capital externo predominava nos setores de maior sofisticação, nos quais as empresas
brasileiras, em geral, operavam como fornecedoras de componentes e matérias-primas,
ao passo que o capital nacional predominava no segmento de commodities
semiprocessadas. As empresas estatais tinham presença majoritária nos setores de
insumos intermediários, de alta intensidade de capital e escala produtiva elevada. Dessa
forma, o capital nacional veio a se constituir em parte não hegemônica, menor e
subordinada, retratando a opção dominante da burguesia brasileira, em associar-se, de
modo subordinado, ao capital internacional. Dado o fato de que, na maioria dos casos,
as empresas estrangeiras traziam e desenvolviam sua própria tecnologia, na maioria dos
casos em centros de P&D situados nos países-sede das empresas (fato comum às demais
economias latinoamericanas), houve um desestímulo à geração de conhecimento
tecnológico nas universidades brasileiras, distanciando-as, assim, da esfera da produção.
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Apesar de terem possibilitado a formação de centros de referência importantes e a
geração de um quantitativo considerável de mestres e doutores, os programas de pós-
graduação e pesquisa brasileiros foram estruturados sob os percalços de uma
modernização conservadora em que inexistiu um projeto de desenvolvimento nacional
minimamente autônomo. No entanto, em que pese sua forte contribuição em áreas
específicas, a introdução desses programas se constituiu, no caso geral, muito mais em
um instrumento de mobilidade social do que propriamente a um meio de promoção
planejada do desenvolvimento nacional. Neste sentido, o ensino superior na sociedade
brasileira terminou por assumir, mais efetivamente, a condição de bem privado e não de
bem público.
Os anos 80 foram marcados pela aceleração dos processos de maior integração dos
mercados financeiros; pela escalada de fusões e aquisições de empresas em âmbito
mundial, pela formação de blocos comerciais regionais, pela crise contínua dos Estados
socialistas do leste europeu e também pela ocorrência, no início da década, de uma nova
onda recessiva mundial que abalou fortemente os países periféricos capitalistas. No
Brasil, as turbulências do cenário mundial se expressaram através do aprofundamento
da crise da dívida, em meio à alta inflação. As finanças públicas sofreriam forte abalo e
se reduziria terrivelmente a capacidade do Estado de tomar iniciativas na condução da
economia. Os investimentos externos escasseariam e a economia brasileira perderia
dinamismo ao longo de toda a década, apresentando crescente defasagem tecnológica
em relação aos países desenvolvidos.
Era evidente, então, o estado de estagnação dos poucos subsistemas de inovação que,
criados em torno dos grandes complexos tecnológicos estatais, como o aeronáutico, os
quais haviam conquistado um grau de competitividade mais elevado. Por diversas
razões, entre as quais pode-se citar a sua própria autonomia, seriam mantidos alguns
sistemas de inovações importantes, como o de prospecção de petróleo no mar, em torno
do complexo Petrobrás. Alguns segmentos do setor privado, no entanto, percebendo as
mudanças no ambiente, e agindo de forma antecipativa, também conseguiriam ajustar-
se, atualizando-se tecnologicamente, aprimorando a sua estrutura organizacional,
reduzindo suas escalas, promovendo a terceirização de setores das empresas, operando
fusões e novas parcerias, inclusive com empresas de capital estrangeiro. A importação
de bens de consumo e de insumos, facilitada sobremaneira pelo câmbio valorizado e
pela abertura comercial havida, contribuiria decisivamente para esta situação.
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Embora o debate sobre a necessidade da “reforma universitária” também tenha passado
a integrar o conjunto das propostas de reestruturação do Estado, o conjunto das medidas
para a educação superior propostas no governo de Fernando Henrique Cardoso (em
especial a transformação das instituições universitárias públicas em organizações sociais
não públicas) se constituíram em tentativas de responder à crescente e contínua pressão
por ingresso no ensino superior no país, sobredeterminadas pela redução dos gastos
públicos conforme as diretrizes políticas dos recentes governantes brasileiros e, em
menor escala, às demandas setoriais por serviços oferecidos pelas instituições
universitárias (geralmente sob a forma de atividades de extensão, cursos latu sensu,
convênios com órgãos públicos e empresas privadas). Neste sentido, a então proposta de
“reforma da educação superior”, longe de ser uma “reforma” ou mesmo uma “contra-
reforma” (aos moldes, por exemplo, da implementada pela ditadura militar nos anos
setenta), era, acima de tudo, uma recomposição dos interesses dominantes nos campos
educacional e político, a serem atendidos de modo diferenciado pelas medidas
governamentais sugeridas.
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país, capaz de contribuir decisivamente para a superação das condições de extrema
desigualdade social de inserção internacional subalterna que hoje caracterizam o
capitalismo brasileiro. Ao contrário, ela é tratada como um meio para proporcionar,
diretamente, a manutenção do “status” ou a ascensão social individual e só,
indiretamente, um mecanismo gerador de efeitos sobre a economia e a sociedade.
Desde o governo Lula, vem sendo sinalizadas e operadas ações para a promoção de uma
reforma da universidade. São elementos dessa reforma, além da flexibilização curricular
e outros pontos dos programas recentes, como a “compra” de “vagas públicas” em
universidades privadas, as quotas, o uso mais intensivo da Educação à distância, a
mudança na estrutura acadêmica e no status da Autonomia Universitária, onde fica clara
a intenção de fazer com que a universidade pública busque os seus próprios recursos,
mantido um patamar mínimo de custeio. O exemplo das experiências de autonomia das
universidades estaduais paulistas é relevante, tendo alcançado conquistas, como a lei de
vinculação orçamentária ao Estado de São Paulo. Houve, entretanto, uma clara
“racionalização dos custos”, acompanhada de uma significativa expansão e
interiorização dos Campi, e melhoria nos índices de produção científica. Os maiores
problemas, ainda não resolvidos, concentram-se no pagamento dos inativos.
Assim, temos:
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- a formação de quadros dirigentes para o Estado e os grandes grupos privados é uma
função com forte presença nas instituições públicas e religiosas e em algumas (poucas)
instituições privadas;
- a formação de quadros médios e mesmo para funções de nível médio para as empresas
privadas, característica das instituições privadas;
Deve ser criado, assim o Movimento Nacional por uma Universidade Popular,
balizado pelos seguintes princípios:
- deve ser estatal, gratuita, de acesso universal; o sistema universitário público deve
passar por uma franca expansão, balizada, entretanto, e necessariamente, pela exigência
de alta qualidade;
- deve ser amplamente democrática, entendendo que, por ser uma instituição complexa,
sua condução deve ser exercida de forma colegiada, respeitando-se suas características
intrínsecas e contemplando-se todos os seus segmentos, assim como as principais
representações da sociedade civil;
- deve ser financiada plenamente pelo orçamento federal, garantidos os recursos para
sua correta manutenção e sua franca expansão;
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- deve ser autônoma, devendo ser criado o sistema nacional de universidades
autônomas, para a garantia de elevados padrões de qualidade para todas as instituições,
em meio à sua diversidade;
- deve ser engajada, ter papel político na luta pelas transformações sociais, disputando a
hegemonia cultural, política e ideológica a partir de posicionamentos e iniciativas
anticapitalistas e socialistas;
- deve ser balizada por um projeto de desenvolvimento nacional voltado para a maioria
da população, para os segmentos menos favorecidos e com dificuldades especiais,
apontando para a superação do capitalismo e para a construção da nova sociedade e do
novo homem, sustentado técnica e cientificamente por sua capacitação interna;
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influem na sua configuração e se fazem presentes nos três segmentos que a compõem e
nas suas respectivas representações e nas diversas instâncias internas das instituições.
Há espaço, dessa forma, para a disputa ideológica e política na sociedade quanto ao
papel das universidades, assim como há espaço para estas disputas também no interior
da Universidade;
A luta pela universidade Popular é parte de uma luta maior, a luta pelo socialismo, uma
vez que, dada a estrutura do capitalismo brasileiro, em fase monopolista e integrado
internacionalmente, dadas as impossibilidades históricas da recriação da proposta
nacional libertadora e socialdemocrata (esta tentada, tardiamente, no Brasil, pela
formulação democrático-popular), impõe-se a construção revolucionária do Socialismo,
no Brasil.
Entendemos que esta luta tem e terá, como principal eixo, os movimentos populares, e
reúne as condições para tornar-se, ela própria, uma grande movimento de massas, uma
luta unificadora da classe trabalhadora, associada à luta mais geral pela universalização
da Escola Pública estatal, gratuita, de alta qualidade, nos planos do ensino pré-escolar,
fundamental e médio, a ser travada em todas as esferas da sociedade.
A arena da luta institucional, nas universidades, ainda que não prioritária, deve ser
utilizada, uma vez que, em determinadas conjunturas, posições no aparato institucional
podem propiciar as condições políticas e técnicas para a viabilização de ações contidas
na proposta da UP e para a sua divulgação. No entanto, mesmo levando-se em conta que
as alianças no campo institucional não repetem, em geral, o padrão e os “cortes”
encontrados nos movimentos populares, nas eleições gerais e nas entidades sindicais,
entendemos este tipo de participação deve ser considerado com cuidado, para que sejam
evitadas as alianças fisiológicas ou espúrias, devendo ser efetivadas quando o “todo” do
bloco político formado para a disputa apontar na direção que queremos.
Para seguir este caminho tático, a luta pela UP deve balizar-se em um programa de
reivindicações e de lutas apontando para os seus objetivos estratégicos, centrado:
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- na luta pelo controle social efetivo sobre as instituições privadas – cobrindo tanto as
empresas que visam ao lucro e as de caráter filantrópico – que são, em geral,
desacopladas do esforço de pesquisa, apresentam baixos níveis de qualidade não
cumprem, na maioria dos casos, suas obrigações trabalhistas, além de serem devedoras
do Estado; assim este controle deve ser exigido nos campos legal / fiscal, acadêmico e
trabalhista; as instituições que não atenderem a estas condições deverão ser encampadas
pelo Estado;
- na luta por mais verbas e pela garantia da vinculação orçamentária, pela abertura de
mais concursos e pela valorização dos salários e das carreiras de docentes e técnico-
administrativos;
- na luta pela priorização das verbas de pesquisa para os programas e projetos voltados
para a solução dos grandes problemas nacionais e para as camadas menos favorecidas;
- na luta por uma assistência estudantil efetiva e sob controle direto das entidades
representativas de estudantes, docentes e técnico-administrativos, voltada para a
universalização da oferta de bolsas de estudo, pesquisa e extensão, do direito ao
alojamento, à alimentação e a todas as instalações e equipamentos para o apoio
acadêmico;
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movimentos organizados atuando na universidade, tendo obtido apoio e participação
efetiva da maioria dos professores, servidores técnico-administrativos e estudantes.
Uma vez empossado, Horacio marcou, logo de início, uma firme posição em defesa da
Autonomia (que culminaria na sua aprovação na Assembleia Constituinte, em 1988),
tomou medidas para a eliminação de todas as taxas que eram cobradas, então, dos
estudantes, instituiu o vestibular autônomo (saindo da dependência da Fundação
Cesgranrio, entidade privada responsável, até então, pelo concurso) e promoveu a
retomada da participação de estudantes e servidores técnico-administrativos em todos os
colegiados da instituição.
Na gestão Horacio, a UFRJ passaria a ter papel de destaque na esfera política, emitindo
posicionamentos sobre os grandes temas nacionais e internacionais então em destaque,
realizando articulações junto aos movimentos organizados, ao CRUB, à Andifes e
outras entidades do mundo acadêmico, compondo alianças com outras reitorias
progressistas (como a de Ivo Barbiéri, na UERJ) e apoiando lutas populares.
Foi uma gestão que mostrou ser possível a combinação de formas de luta diversificadas
para o avanço da luta por transformações sociais, mesmo em meio a muitas
dificuldades, limitações, oposições e incompreensões, deixando um saldo de modelos de
organização e ação institucional e um significativo acúmulo cultural e ideológico.
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Carta de Porto Alegre
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DELIBERAÇÕES DO I SENUP1
1
Os textos que introduzem os pontos “A Universidade hoje e a Universidade Popular”, “Ciência e
Tecnologia”, “Autonomia e Democracia”, “Formação Profissional e Educação Popular” e “Função Social
da Universidade: pra que (m)?” foram tirados da Cartilha Preparatória, com pequenos ajustes, e já
representam um acúmulo e um consenso construído antes mesmo do Seminário em si. O texto que
introduz o ponto “Acesso e Permanência” foi proposto pela Comissão de Sistematização do 1° SENUP
e representa uma discussão feita durante o próprio Seminário, seja nas mesas os Grupos de Discussão
(GD´s). Todos os eixos que seguem os textos foram aprovados por consenso em todos os GD´s e na
Plenária Final do evento.
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universidade e fora dela são os eixos de nossa luta. É necessário, por isso,
situar em que patamar se encontra a construção desse projeto popular para a
universidade.
A educação não é determinada somente pelas instituições formais
(escolas, universidades, escolas técnicas etc). Estas são uma parte
importante na totalidade dos processos educacionais, mas somente uma
parte. Temos, assim, a seguinte equação:
1) temos os processos educacionais como um todo. Falamos de um
sistema de internalização de valores, hábitos, princípios morais e éticos da
sociedade vigente, especialmente de sua classe dominante. Isto significa que
estamos falando de indivíduos sociais que, mesmo não tendo qualquer nível
de escolaridade, também são educados pela sociedade e levados a assumir
seu ponto de vista de forma “natural”. O egoísmo, o individualismo, que se
afirmam na tendência a resolver problemas sociais de forma privada, a
desumanização, indiferença em relação à barbárie social e o sofrimento
humano são apenas exemplos de como a sociedade nos educa a aceitar um
modo de vida social tão absurdo, e isto independe da escolaridade;
2) e temos as instituições educacionais. Aí, os indivíduos sociais já são
induzidos a uma aceitação ativa das normas sociais pré-estabelecidas. Tanto
mais ativa será esta aceitação, quanto mais elevado o nível de complexidade
de que estamos falando. Na universidade, chegamos ao entendimento da
gênese abstrata de conceitos e teorias que asseguram a legitimação e a
reprodução da ordem vigente.
A mediação entre os dois pontos acima já nos leva a um elemento
necessário para nossa luta: ela se insere dentro da luta social em geral, o
que faz com que a universidade não possa ser transformada de forma
permanente por si só, assim como ela, por si só, não pode empreender uma
alternativa emancipadora radical. No entanto, isso tampouco nos leva a dizer
que a universidade é um “caso perdido”, pois, sendo ela uma manifestação
de toda a estrutura social e de seu processo educativo, isso significaria
abdicar da possibilidade de qualquer transformação social, dentro ou fora da
universidade. Pelo contrário, devemos reconhecer essa instituição como um
“caso em disputa”, como parte do processo mais amplo de disputa ideológica
e material da sociedade. Se as universidades exercem um papel crucial para
a reprodução da ordem vigente, também exercem para a resistência e para
proposição alternativa, a partir de uma disputa “de dentro para fora” e “de fora
para dentro”.
Acreditamos que na realidade brasileira, é fundamental a resignificação
da palavra povo. Em um país onde a revolução burguesa ocorreu de cima
para baixo, divorciada de uma revolução nacional e democrática, combinando
autocracia e dependência com uma modernização conservadora e uma
democracia restrita e para as elites, as alternativas populares se divorciaram
completamente do bloco de poder dominante, que se tornaram antagônicos
entre si. É nesse bojo que se encontram algumas lutas fundamentais de
nosso povo, como pela reforma agrária, reforma urbana, pela estatização de
empresas estratégicas, etc. A luta pela Universidade Popular, então, se liga a
um conjunto de tarefas imediatas da luta “dentro da ordem”, de abertura de
espaço democrático e conquista de hegemonia popular e que, ganhando
vitalidade enquanto movimento, deverá caminhar para uma luta “contra a
ordem”. Dessa forma, o debate em torno de uma Universidade Popular se
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revela muito mais do que uma oposição às “reformas” universitárias atuais,
visto que se insere na reflexão ativa sobre outro projeto de sociedade, a ser
protagonizado por todos setores explorados e oprimidos pela sociabilidade
vigente.
- Articular a luta por uma Universidade Popular com a luta pela Educação
Popular em geral, propondo a horizontalidade no saber, uma formação plena
(contra a fragmentação do conhecimento), e pela produção de conhecimento
para a classes trabalhadoras e pela transformação social;
Táticas:
Ciência e Tecnologia
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instrumental e necessário no processo reprodutivo do capital e de expansão
do mercado.
Com o desenvolvimento capitalista, o conhecimento se tornou muito
dinâmico. Os países centrais colocaram a produção de conhecimento (e,
assim, as universidades) como pilares de seu projeto de desenvolvimento,
criando e aprofundando uma estratificação internacional de conhecimento.
Nesse novo cenário, as elites passaram a respaldar sua condição de elite
não só na riqueza ou no Estado, mas também em uma pretensa
superioridade intelectual. A universidade, controlada por esse segmento
social, passou a ser o núcleo de certificação do conhecimento válido, o que
serviu para deslegitimar saberes populares, indígenas, orais, religiosos e
comunitários. Ao mesmo tempo em que consolidava o cânone científico como
hegemônico, a universidade pôs a ciência e a tecnologia como mecanismos
de acumulação privada de riqueza e reprodução da ordem existente. Ela não
só se voltou à criação de novos direitos de propriedade intelectual, mas
também forjou um ambiente ideológico que legitima essa como sua função
única e ideal.
Dessa forma, a produção de conhecimento revela a universidade como
uma instituição social e ideologicamente conservadora. Por trás das
inovações, dos títulos e das patentes, revela-se o profundo comprometimento
com o mundo atual e a silenciosa renúncia em transformá-lo.
Por isso, a questão diz respeito à orientação programática para a ciência.
A difusão de uma ideologia tecnocrática criou a ilusão de que a solução dos
problemas da humanidade viria exclusivamente por meio do avanço da
ciência e da tecnologia produtiva. Esta ilusão surge da orientação ideológica
que atua no sentido de desviar o foco de intervenção humana do plano da
estrutura social de classes. O ofuscamento, ou completa exclusão da
dimensão social, leva a uma orientação da problemática social ao âmbito da
“gestão” e da “responsabilidade individual”, inclusive a administração ganha
um caráter “científico” e, por assim dizer, “neutro” e “autojustificado”. Na
verdade, a própria expansão produtiva por meio da ciência é inseparável da
conformidade ideológica com certos parâmetros de “avanço social” impostos
justamente por quem se beneficia deles. Por isso mesmo, no campo da luta
pela universidade popular, nos interessa a ligação entre o conhecimento
produzido e transmitido nas instituições de ensino superior com os interesses
e as necessidades das massas populares e dos trabalhadores. Assim, um
dos papéis fundamentais da luta pela universidade popular é revitalizar o
papel intelectual crítico e criador dentro da universidade atual, rompendo com
os parâmetros da educação que tem o mercado como condição e o lucro
como fim.
Defendemos:
30
- Lutar pelo financiamento público no desenvolvimento da ciência e
tecnologia, contrapondo ao financiamento privado que condiciona os fins da
pesquisa à mera demanda do mercado;
Táticas:
Autonomia e Democracia
31
derrotados. A ausência de democracia interna e autonomia de gestão
universitária foram constantes nesse período.
Se aprovar toda uma contra-reforma universitária de uma só vez no
primeiro governo de Lula poderia gerar mais problemas, o recurso às
medidas provisórias, decretos e aprovação de leis, sem o necessário debate
nas universidades, foi implantado. Projetos do início do Governo Lula já estão
consolidados. E notem que a proposta mais avançada da dita “reforma” – o
fim da escolha dos reitores pelo presidente da república (lista tríplice)
inserindo eleições diretas e não mais “consultas públicas” – não só ficou na
promessa como parece já estar esquecida.
Em vários momentos os conselhos decisórios, mesmo com a vantagem
numérica de dirigentes indicados, foram palcos de referendamento das
políticas governamentais para as universidades. Foi assim na aceitação do
programa REUNI, firmada com força policial e o deslocamento das reuniões
previamente indicadas para locais mais afastados; na tentativa de aprovação
de Parques Tecnológicos, sem consulta à comunidade universitária; nos
inúmeros processos com expulsões e multas a estudantes que ocuparam,
protestaram e reivindicaram os seus direitos nos últimos 8 anos, entre outras
medidas. Ou seja, a “autonomia” que o Estado garante às universidades é
apenas para a captação de recursos junto à iniciativa privada e cobrança de
“serviços” (taxas e mensalidades), privatizando o destino e a função do
conhecimento produzido.
Diante desse quadro conjuntural, muitas das reivindicações dessa
temática serão fundamentos para uma Universidade Popular, pois indicam as
possibilidades democráticas e progressistas da inserção de movimentos
sociais ignorados pela universidade. Por isso, é necessário “romper os
muros” e inserir movimentos sociais, populares, sindicais e demais
estudantes no contexto geral da disputa pelos rumos da universidade
brasileira.
Defendemos:
- A democracia interna nas universidades para ser efetiva, não pode ser
simplesmente formal, mas tem como condição a existência de um movimento
organizado identificado com as causas populares;
- Resistir às políticas do MEC que ferem com a autonomia das IES (REUNI,
“pacote da autonomia”, Lei de Inovação Tecnológica, etc);
32
- Abrir espaços para inserção dos movimentos sociais contra-hegemônicos
organizados na disputa dos rumos da universidade popular.
Táticas:
- Pelo fim da lista tríplice e o artigo da LDB que estipula o voto dos
professores em 70%;
33
vontades do mercado, na busca por “qualificar” a mão-de-obra. Muitos
professores de universidades públicas e privadas utilizam a expressão
“mercado” para se referir ao que espera o estudante do lado de fora da
universidade. Soma-se a essa lógica a massificação de bacharelados
“genéricos” com salas superlotadas e a expansão do ensino à distância puro
ou mesclado com ensino presencial.
A fragmentação do conhecimento evidencia-se quando vemos cursos de
exatas e/ou tecnológicos com uma lógica bastante tecnicista, onde a
intervenção na realidade deve limitar-se a execução e reprodução do que já
veio pronto “de cima”, e nos cursos de humanas, uma tendência ao
crescimento de um tipo de formação “academicista”, individual e desconexa
de uma inter-relação com os anseios de transformação da realidade. A
separação entre “bacharelados” e “licenciaturas” também fortalece essa
lógica de fragmentação do conhecimento e adequação à lógica do mercado.
Tudo isso força, nos diferentes campos de aprendizado, a legitimação
material e ideológica do poder dominante.
No entanto, a tendência de privatização e precarização do saber não se
impõem de maneira absoluta, pois sempre encontra resistência nos setores
mais avançados da comunidade universitária que defendem o caráter público
e democrático do ensino e a necessidade de um conhecimento crítico e
criador.
A construção de uma formação oposta à lógica dominante exige não só o
apetite pelo conhecimento, mas também a ânsia por transformação,
colocando o conhecimento como um bem social e coletivo e não uma
aquisição individual, fazendo com que o aprender, o fazer e o ensinar sejam
partes inseparáveis de um todo.
Defendemos:
Táticas:
Acesso e Permanência
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dentro de uma sociedade que objetiva a superação das desigualdades
sociais, se não tivermos no horizonte a destruição da universidade elitista.
Portanto, nesta luta necessariamente teremos o horizonte de universalização
do ensino superior público, gratuito e de qualidade, com a abertura da
universidade para as camadas populares de forma massiva.
Entretanto, precisamos estar atentos para o fato de que nem toda
massificação do acesso significa uma real democratização ou popularização
da universidade, muito embora a democratização efetiva necessariamente
exija massificação do acesso. Em outras palavras, uma ampliação de vagas
que não aumenta os investimentos públicos – pelo contrário, os diminui –
levando a um sucateamento da infra-estrutura e a uma intensificação do
trabalho docente, com conseqüente diminuição da qualidade; que incentiva a
privatização interna das universidades públicas e um crescimento
exponencial das instituições privadas; que apresenta o ensino à distância em
substituição ao ensino presencial não representa uma real democratização.
Nessas condições, temos um aumento da evasão e das vagas ociosas, bem
como uma divisão desigual entre “centros de ensino” (escolões de terceiro
grau, ou ensino pós-médio) e “centros de excelência”. A popularização e
democratização real da universidade exige excelência para todos, uma
equiparação da qualidade e não a competição entre as instituições; exige
políticas amplas de permanência para combater as vagas ociosas e a
evasão, dando condições plenas para a formação de indivíduos críticos.
O entendimento da educação enquanto um direito de fato, exige a
condição de igualdade substantiva e não meramente formal.
Defendemos:
Táticas:
- Lutar por políticas públicas que garantam reserva de vagas para estudantes
de escolas públicas em todas as universidades públicas;
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- Preservar a conquista das políticas de cotas étnico-raciais nas
universidades. Lutar por cotas para deficientes físicos;
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ciência e tecnologia (orientada assim, por outro ideal, outra lógica de
construção de todo o conhecimento) que são pontos que estão intimamente
ligados – a produção de tecnologia está orientada também pela forma de
exploração dos meios de produção e da força de trabalho disponível.
A universidade não mudará somente de dentro para fora e nem somente
de fora pra dentro devido à forte influência do sistema vigente da sociedade.
Emancipar a produção de ciência e tecnologia, alterando essa ideologia
segregadora é o grande desafio. As experiências no campo da pesquisa
emancipadora (geralmente ligada aos movimentos sociais mais fortes), na
extensão (como canal de formulação e ligação com as demandas populares)
e no ensino que busque construir conhecimento crítico, são as expressões
mais presentes de ações locais e singulares de uma idealizada universidade
popular. Por isso, é fundamental superar a fragmentação das ações
universitárias do tripé, integrando todas e pensando nela como a totalidade
de um mesmo ser, em que cada uma, não deixando de fazer as ligações,
podem contribuir para essa totalidade.
Na busca por uma universidade pública, de qualidade, democrática,
crítica, criadora e popular, vê-se um caminho estratégico que aponta um
horizonte de transformação, não só da universidade, mas de toda a
sociedade.
Defendemos:
Táticas:
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CARTA DE FORTALEZA – ENMUP
38
Nas Universidades Públicas predomina a lógica privada no ensino, pesquisa e
extensão, através de fundações de apoio, cursos pagos e a total adequação dos
currículos de ensino e pesquisa às necessidades de mercado. Hoje, aproximadamente
75% das vagas disponíveis para o ensino superior são ofertadas por instituições
particulares, quadro que se intensificou nos últimos 10 anos de governos do PT.
Mesmo assim, menos de 14% da juventude brasileira consegue ter acesso à
universidade. Escolas são fechadas no campo, ainda convivemos com altos índices de
analfabetismo, e também na educação básica predomina a lógica do capital de
compreender, organizar e lucrar com a educação.
Com o acirramento das lutas populares e o desgaste no pacto social que vigora no
país, o debate sobre os rumos da educação cresce entre a juventude e a sociedade
como um todo. No último ciclo houve o crescimento de organizações que formulam e
propagam a visão dxs empresárixs sobre a educação e universidade. É hora de
ousarmos ao propor a construção de um programa/movimento que represente uma
alternativa real de educação vinculada ao poder dxs trabalhadorxs, onde xs
trabalhadorxs através de seus locais de estudo, trabalho e moradia possam se
articular não somente para frear a logica da exploração e opressão capitalista, mas
também construir espaços onde possam decidir coletivamente os rumos de suas
próprias vidas, na perspectiva de criar uma contra ofensiva anticapitalista das classes
exploradas, o que chamamos de poder popular.
Ousar, Criar, Lutar Universidade Popular! Construir a Educação do poder
popular!
Qual o papel dxs lutadorxs por uma Universidade Popular e por outro modelo de
educação? Não temos ilusões de que mudaremos o âmbito universitário e educativo
sem modificar os fundamentos que geram desigualdades, exploração e opressão
contra nosso povo. Porém, esta é uma luta indispensável para o conjunto das
mudanças radicais na sociedade brasileira.
39
Afirmamos, parodiando Brecht, que onde a burguesia fale, xs trabalhadorxs falarão,
onde xs exploradorxs afirmem seus interesses, xs exploradxs gritarão seus direitos,
onde xs dominadorxs tentarem mascarar sua dominação sob o véu ideológico da
universalidade, xs dominadxs mostrarão as marcas e cicatrizes de sua exploração.
Queremos romper com os muros universitários não para levar conhecimento aos
“menos favorecidos”, mas para constituir uma unidade real com a classe trabalhadora
e suas reais demandas como o sangue vivo das necessidades que devem correr nas
veias, a construção do conhecimento que garanta a reprodução da vida e não a boa
saúde da acumulação capitalista.
Não podemos menosprezar nenhuma forma de luta dentro e fora da ordem. Diversas
resistências e lutas já estão em curso, as quais vão desde a produção de
conhecimento a serviço das grandes necessidades do povo trabalhador e seus
movimentos, passando pelas lutas de democratização na produção e acesso à cultura
até a luta dxs estudantes de universidades privadas contra os aumentos rotineiros nas
mensalidades. Sem sectarismos e autoproclamação, valorizamos todas estas lutas em
curso. Acreditamos que a luta pela construção de uma educação vinculada ao poder
dxs trabalhadorxs ajuda na rearticulação destas experiências e resistências para uma
contra ofensiva.
Por tudo isso, a educação que queremos construir é mais que pública, é popular. Por
isso, por sua intencionalidade e sua direção, a luta por uma Universidade Popular e
por outro modelo de educação é uma luta para expor os limites da ordem burguesa e
apresentar a necessidade de uma transformação profunda nas bases da sociedade.
Diante disso, o ENMUP aprova o indicativo da construção de uma Frente Nacional de
Luta por uma Educação alinhada ao poder popular! A base desta frente será,
justamente, a concepção central de construção deste vitorioso encontro: a construção
pela base dentro e fora da ordem. Isto é, fortaleceremos os diversos MUP´s
40
(Movimento por uma Universidade Popular) locais por todo o país, grupos de
pesquisas contra hegemônicos, coletivos das periferias e culturais, alianças com
sindicatos combativos e movimentos populares, associações de moradores e de pais e
mães de estudantes, além da articulação com professorxs de todos os níveis e
funcionárixs da educação. Qualquer grupo que se indigne com a atual configuração
dos rumos educacionais e com as mazelas do capitalismo pode e deve fortalecer esta
luta.
Local: Goiânia.
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Combater a violência obstétrica nos cursos da área da saúde e nos hospitais
inseridos nas universidades.
Defender a utilização do nome social da população T no interior das
instituições de ensino.
Realizar atividades mistas e prioritárias sobre feminismo nos encontros, sem
conflitar com o restante da programação, visando maior número de
participantes nesses espaços.
Discussão de políticas educacionais para formação de educadores capazes de
promoverem o debate de opressões em sala de aula, combatendo-as.
Defender a implementação de disciplinas que promovam o debate feminista
nas grades curriculares de ensino básico, médio e superior, contemplando
todas as áreas do conhecimento.
Implantação de creches 24h no interior e fora das universidades, para atender
todas as mães, não permitindo que mulheres sejam privadas da educação e
demais espaços por conta da maternidade.
Realização de espaços de creche no ENMUP, com contribuições masculinas
na sua garantia, para a maior participação feminina nos outros espaços do
Encontro.
Defesa do transporte público gratuito e 24h, combatendo o abuso sexual e
demais formas de violência contra a mulher.
Combate ao trote machista e violento.
Criação de uma frente permanente que realize atividades sobre educação e
feminismo.
GD UNIVERSIDADE E RACISMO
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Defender a implementação de estágios obrigatórios em favelas, quilombos e
periferias;
Defender a descriminalização das drogas no entendimento de que, hoje, a
política de guerra às drogas é o fator que dá ao Estado a legitimidade de
repreender a juventude negra, de periferia, pobre e favelada;
Defender o fim da policia militar, a desmilitarização da segurança pública, o fim
da UPP e qualquer tipo de militarização por parte do Estado dentro das
comunidades, periferias, favelas.
Construir uma marcha na perspectiva de raça, classe e gênero para combater
o racismo.
Criar uma cartilha sobre racismo, gênero e periferia.
Criar nas redes sociais um grupo racial do ENMUP
Levar para a comunidade e para o nossos lares a questão da conscientização
e respeito a nossa negritude. Isso deve iniciar-se com a população infanto-
juvenil, através de debates, grupos de estudos, cine debates.
Defender a imposição da política de cotas raciais a todas universidades
públicas do Brasil, Apoio crítico as cotas raciais.
Luta pela obrigatoriedade do ensino de História da África nas escolas.
PNE
DEMOCRACIA E ACESSO
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Defender o voto universal nas eleições universitárias entre os três setores
universitários (estudante, técnico e professor), com garantia de participação
dos trabalhadores e movimentos que participam dos projetos de extensão e
pesquisa popular, variando com a realidade de cada localidade.
Lutar pela criação de espaços alternativos onde seja possível que os
estudantes, professores e trabalhadores exerçam poder real dentro da
universidade , onde estes decidam a produção de conhecimento da
universidade extrapolando os espaços tradicionais de organização( CAs, DAs e
DCEs)
Lutar pelo fim da privatização dos serviços que deveriam fazer parte do
programa de permanência e assistência estudantil ( R.U, moradia e etc…)
Defender o fim da meritocracia hoje existente na educação (Acesso, bolsas,
projetos, avaliações e etc…)
Construir grupos de educação popular: Pré-Vestibulares populares, curso de
alfabetização e etc
Retirada imediata da PM das universidades e escolas. Propondo uma guarda
universitária não militarizada e não patrimonial
Defender a universidade enquanto um instrumento de difusão de cultura
popular, criando espaços culturais de sociabilidade entre a universidade e a
sociedade;
Defender o fim da bolsa trabalho e lutar pela ampliação de bolsas de pesquisa
Defender o acesso da população e dos movimentos sociais aos meios de
transporte interno das universidades e também dos transportes garantidos a
participação dos encontros
Defender a reformulação dos PDI e incentivo aos projetos de pesquisa e
extensão para comunidade
Fim do Ranking utilizado para garantir o acesso as bolsas de ensino e
extensão nas Universidades Particulares, Federais e Estaduais
Defender a luta pela memória, verdade e justiça, pela punição dos torturadores,
abertura dos arquivos da ditadura militar e pela localização dos corpos dos
desaparecidos políticos;
Refutar as correntes pedagógicas que esvaziam de conteúdo as grades
curriculares;
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Construir campanha política que exponha empresas e instituições as quais
colaboraram para a ditadura civil-militar;
Elaborar mapeamento que identifique instituições, edifícios públicos, ruas,
avenidas e praças com nome de torturadores, bem como, por outro lado, dos
espaços de resistências e memória política. A partir dos mapeamentos locais
organizar um mapa nacional;
Rebatizar, prioritariamente, escolas e espaços dentro da universidade que
tenham nome de torturadores, sempre em diálogo com a comunidade,
debatendo sobre o período ditatorial;
Mobilizar para criação de Projeto de Lei de iniciativa popular que vise instituir a
troca de nome dos espaços públicos que tinham nome de torturadores por
nomes daqueles que lutaram e resistiram contra a ditadura;
Impulsionar cursos, seminários e oficinas que discutam sobre a ditadura, no
intuito de ampliar o conhecimento sobre aquele período histórico;
Organizar ações criativas pela memória, verdade e justiça (stencil, lambe-
lambe, grafitagem, etc.);
Resgatar o histórico das várias lutas populares e momentos de resistência que
ocorreram no Brasil (a exemplo da Confederação do Equador, Canudos, etc.),
através de campanha de agitação e propaganda.
45
Amadurecer estratégias de articuçação e unificação das entidades do
Movimento Estudantil contra os aumentos de mensalidades na instituições
privadas de ensino superior;
Construir de cursos sobre educação no campo dialogados com @s estudantes
das universidades privadas.
EDUCAÇÃO E SAÚDE
MEGA EVENTOS
EDUCAÇÃO DO CAMPO
46
Lutar pela ampliação de vagas nas universidades públicas para comunidades
tradicionais do campo e assentados da reforma agrária articulada com a
universalização do acesso e permanência;
Defender a autonomia pedagógica para os educadores do campo;
Incentivar a elaboração de materiais áudio visuais, radiofônicos e impressos
sobre educação do campo;
Aprofundar a leitura acerca das ferramentas de diálogos como o diagnóstico
rural;
Ampliar a efetivar participação coletiva das comunidades na construção de
projetos de extensão;
Defender a agroecologia e sua inclusão da disciplina de Agroecologia no
curriculum dos cursos das ciências agrárias;
Incentivar as formações políticas, técnicas, intercâmbios e vivências sobre
educação do campo dentro e fora da universidade;
Denunciar e repudiar toda e qualquer iniciativa de incentivo à produção
agrícola através da utilização de agrotóxicos como também aderir à campanha
nacional permanente contra o uso de agrotóxicos e pela vida;
Organizar nos estados através dos MUPs seminários sobre educação do
campo, reforma agrária, praticas pedagógicas para o campo e demais
temáticas relacionadas ao campo vinculadas ao debate da Universidade
Popular;
Criar um grupo de email para socialização de informações acerca da educação
do campo;
Criar de uma comissão Nacional do MUP para aprofundar e pesquisar acerca
das experiências de educação do campo no Brasil e no mundo;
Defesa dos MUP’s diante da autonomia de cada comunidade para gerir todos
os espaços e tempos educacionais, tanto nas escolas como fora dela.
(autonomia para construir o PPP da escola, definir os tempos educacionais e
etc)
O tripé ensino, pesquisa e extensão deve realmente ser integrado, a fim que as
demandas dos trabalhadores reflitam na produção de conhecimento e no
ensino na universidade. Os projetos de extensão devem refletir as demandas
que vem da comunidade.
Campanha Nacional: Produção de conhecimento para quem?
47
Mapeamento de extensões populares que funcionem como instrumentos de
luta para a classe trabalhadora, auxiliar na construção destas e socializar estas
experiências
Incentivar a criação de cursinhos populares, com utilização da educação
popular nestes espaços, bem como estimular a formação de educadores
populares
Articular movimentos do campo, da cidade e o movimento universitário para
construção de cursos de formação, intercâmbios e vivências, de acordo com
cada realidade.
Pautar a implementação de carga horária curricular de extensão dentro da
universidade
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Externalizar na prática social, um material para campanha educativa de caráter
nacional da discussão sobre opressões na perspectiva classista, como, por
exemplo, uma cartilha sobre a importância das lutas transversais.
Criar um espaço de discussão online para nacionalizar as atividades dos
movimentos em luta por uma universidade popular e a questão de diversidade
sexual e de gênero.
Lutar para garantir a integridade do cuidado em saúde da população LGBT,
com destaque para o processo de transgenitalização, tendo em vista a
crescente privatização da saúde pública através das fundações privadas.
Lutar pela obrigatoriedade nas grades curriculares de uma disciplina sobre
diversidade sexual e identidade de gênero.
Políticas públicas para o acesso e permanência da população transexual e
travesti nas escolas e universidades
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www.ujc.org.br
brasil.ujc@gmail.com Teses União da Juventude Comunista • JUNHO 2017
1) Conjuntura dos efeitos causados pela ofensiva impe- tros imperialistas aos povos sírio, pales-
CONSTRUIR A RESISTÊNCIA rialista em todo mundo. tino, afegão, iraniano e norte-coreano.
SOCIALISTA FRENTE AOS Os centros hegemônicos imperi- Na América Latina, a ofensiva imperia-
ATAQUES DA BURGUESIA! alistas (EUA, União Europeia e seus lista, hoje, se concentra na Venezuela,
aliados) atacam diversos povos, saquei- onde se desenvolveu a experiência
O cenário de ataques aos direitos dos am riquezas de outros países, impõem recente mais avançada de um governo
trabalhadores e jovens brasileiros não é uma agenda regressiva civilizatória popular. Sabemos dos limites e desvios
uma exclusividade do nosso país. A crise contra os direitos sociais, políticos e do governo de Nicolás Maduro, no
sistêmica do capitalismo tem intensifica- trabalhistas no mundo, promovem guer- entanto, apesar de todos os ataques da
do as disputas, contradições e cisões ras e controlam quase toda a informação direita fascista venezuelana e do imperi-
entre os grandes monopólios nacionais e que circula globalmente, através dos alismo, a organização popular resiste
internacionais. As guerras, o desempre- monopólios midiáticos. A UJC-Brasil se neste país, defendendo suas conquistas.
go, a fome, a xenofobia, os golpes políti- solidariza com todas as juventudes em Nesse sentido, apoiamos os camaradas
cos, o aumento da exploração e o cresci- luta contra o capitalismo e o imperialis- da Juventude Comunista Venezuelana
mento da extrema direita têm sido alguns mo. Denunciamos os ataques dos cen- (JCV), a real alternativa revolucionária e
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www.ujc.org.br Teses União da Juventude Comunista • JUNHO 2017
brasil.ujc@gmail.com
proletária para a juventude na Venezue- na prática, revoga grande parte da CLT irão emergir das lutas e do processo de
la. (Consolidação das Leis do Trabalho), reorganização independente da classe
No Brasil, as contradições inter- reduzindo direitos, salários e garantias trabalhadora. Sendo assim, a prioridade
burguesas e interimperialistas geram dos trabalhadores. Com essa lei, as para o nosso futuro é lutar agora!
uma onda implacável de ataques aos empresas podem terceirizar todas as Por outro lado, devemos comba-
trabalhadores e à juventude. Os grandes suas atividades, o que resultará no rebai- ter as diversas expressões vanguardistas,
oligopólios midiáticos e setores do xamento dos salários e na precarização sectárias e divisionistas existentes em
poder judiciário tentam impor as pautas das condições de trabalho. Além disso, o grupos políticos pequenos-burgueses
anticorrupção e antipolíticos para mano- governo quer aprovar uma reforma tra- influentes entre os jovens, os quais se
brar a população, de acordo com os seus balhista, para acabar de vez com os direi- recusam a construir frentes amplas de
obscuros interesses. A seletividade da tos dos trabalhadores, que foram con- unidade ao lado de todos aqueles que
“Operação Lava-Jato” demonstra uma quistados com muita luta. Essas duas marcham contrários às reformas antipo-
clara direção política e econômica nos medidas favorecem o trabalho escravo pulares do governo golpista, e insistem,
rumos das operações. no campo, retiram os direitos dos traba- infantilmente, em priorizar o debate
Os anos dos governos petistas, lhadores nas cidades, configurando-se, sobre a forma dos atos, ao invés de mobi-
de conciliação de classes, muito contri- assim, o mais brutal retrocesso contra o lizar e organizar a classe trabalhadora e
buíram para o acúmulo de forças da dire- proletariado brasileiro em toda sua his- os setores populares.
ita e extrema direita brasileira. Ao con- tória moderna. Tudo isso, num cenário Além disso, é imprescindível
trário do que muitos defensores acríticos que já impõe o desemprego a 20 milhões que, no interior do campo unitário que
desses governos pregavam, a política de de pessoas! Essa realidade é ainda mais tanto defendemos, se fortaleçam forças e
conciliação, favorável ao crescimento drástica entre a juventude, na medida em concepções anticapitalistas e anti-
do capitalismo brasileiro, desmobilizou que, hoje, um quarto das pessoas entre imperialistas, visando constituir uma
e desorganizou as principais entidades 18 e 24 anos estão desempregadas. frente política permanente. Assim como
dos trabalhadores e da juventude. A UJS A reforma da previdência dita o nosso partido, o PCB, propõe, defen-
e seus aliados (correntes do PT, JPMDB, que os trabalhadores só poderão receber demos a construção de um Encontro
JPSB, JPSDB) transformaram a UNE, o benefício pleno, se contribuírem ao Nacional da Classe Trabalhadora e do
na época, em correia de transmissão do longo de 49 anos. Com ela, homens e Movimento Popular (ENCLAT), com
MEC. A direção majoritária da UNE foi mulheres irão se aposentar com a mesma vistas à construção de um projeto alter-
cúmplice das políticas de fortalecimento idade e terão que trabalhar até os 65 anos nativo para o país, que se transforme em
do setor privado na educação brasileira, para ter direito à aposentadoria. Isso, referência organizativa para a grande
em que pese a pequena ampliação de num país onde, em muitos estados e, insatisfação que hoje existe na sociedade
vagas nas universidades. especialmente, na área rural, a média de brasileira.
O governo golpista de Michel vida é menor que 65 anos! A juventude, Prestes a completar 90 anos de
Temer, a serviço dos patrões, vem reali- além de perder a perspectiva da aposen- sua existência, a história da UJC faz
zando um conjunto de medidas antipo- tadoria, de direitos e vida, também será parte das grandes lutas lideradas pela
pulares para favorecer os bancos, o agro- muito prejudicada com a reforma do UNE no passado. Orgulhamo-nos em ter
negócio e as grandes empresas em geral. ensino médio, que reduz as disciplinas sido a principal organização fundadora
Aprovou, no Parlamento, um ajuste de ciências sociais e implanta o tecnicis- dessa importante entidade do movimen-
fiscal por 20 anos, cujo objetivo é conge- mo, o obscurantismo e a repressão con- to estudantil brasileiro e latino america-
lar por duas décadas os gastos públicos, tra o ensino crítico e democrático. no. Diante dessa difícil conjuntura
reduzir as verbas para saúde e educação, O governo Temer se utiliza de exposta, urge lutarmos para que a UNE
de forma a privatizar os hospitais e as sua ilegitimidade e impopularidade para não fique em cima do muro nas lutas, ou
escolas públicas, além de cortar os recur- concentrar os golpes contra a classe tra- priorize apenas o acordo de cúpulas e
sos para as áreas sociais. Os primeiros balhadora. Para a juventude e os traba- gabinetes, tão pouco, abra espaço para
resultados desses cortes já podem ser lhadores, sobram motivos para lutar e se que as políticas da direita golpista aden-
sentidos na crise financeira dos estados e organizar! A UJC defende a mais ampla trem a entidade. É hora de mudarmos
municípios, com atraso e parcelamento unidade na luta contra os ataques nesta radicalmente a UNE, construirmos um
dos pagamentos de funcionários e apo- conjuntura. Infelizmente, constatamos novo projeto estratégico de educação
sentados, fechamento de postos de saú- que algumas organizações, entidades, popular e anticapitalista. É preciso reto-
de, redução da merenda escolar, falta de movimentos populares e militantes com- mar a entidade e afirmar que esta tem
creches, além da violenta crise nas peni- bativos estão, muitas vezes, mais preo- lado sim - o lado dos estudantes e dos
tenciárias, cuja face mais visível são as cupadas com o calendário eleitoral de projetos históricos de transformação dos
cenas de barbárie nos presídios de vários 2018 do que com a luta em 2017. Apesar trabalhadores.
estados. de respeitarmos os debates eleitorais e
O governo ilegítimo também diversas opiniões, afirmamos que as - Contra as Guerras e as intervenções
aprovou a “Lei das Terceirizações” que, reais alternativas para os trabalhadores imperialistas dos EUA, UE e seus alia-
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www.ujc.org.br Teses União da Juventude Comunista • JUNHO 2017
brasil.ujc@gmail.com
dos! Toda solidariedade aos povos ção direta com as condições reais de congela por 20 anos o investimento em
sírio, palestino, afegão, iraquiano, permanência dos sujeitos historicamente direitos sociais – incluindo educação –,
iraniano e norte coreano! excluídos num espaço como este. Neste foi aprovada; os cortes na educação avan-
- Golpistas e Fascistas não passarão! sentido, tratou-se de uma expansão sem çam em ritmo assustador; o projeto “es-
Toda solidariedade ao povo venezue- romper com o projeto conservador da cola sem partido” tem total apoio do
lano e à Revolução Bolivariana! - Em universidade brasileira. Expandiu-se a governo ilegítimo; a já debilitada demo-
defesa dos diálogos de Paz na Colôm- universidade, para formar força de traba- cracia no espaço escolar é ameaçada,
bia! Toda solidariedade às FARC-EP! lho um pouco mais qualificada, apenas com a polícia militar fazendo gestão de
- Unidade para derrotar as contra com o objetivo de atender a demanda do escolas; e as contrarreformas, como a do
reformas antipopulares do governo então crescimento econômico brasileiro. ensino médio, são uma realidade.
golpista Temer! Se os governos do PSDB aprofundaram Os golpistas, apoiados pelo grande
- Construir o Encontro Nacional da o desmonte da escola pública, os gover- empresariado da educação, ameaçam
Classe Trabalhadora e do Movimento nos do PT deram pleno incentivo ao seriamente qualquer resquício do caráter
Popular (ENCLAT)! crescimento do ensino privado. Foi público da educação brasileira. Amea-
- Fortalecer as Frentes Povo Sem durante os governos petistas que se çam cobrar mensalidades nas universi-
Medo e o Bloco da Esquerda Socialis- intensificou o processo de fortalecimen- dades públicas, cortar mais verbas para
ta! to da financeirização do ensino superior assistência estudantil e investimentos
- Em defesa dos direitos da população no país. Estimulados e financiados, em em pesquisa e extensão, aprofundar a
LGBT e das mulheres! grande parte, por programas governa- precarização das condições de estudo e
- Em defesa dos direitos das popula- mentais, universidades privadas e cursos trabalho na universidade, com a finalida-
ções Indígenas e Quilombolas! à distância se expandiram. Grandes gru- de de reduzir gastos e seguir o script da
- Retomar a UNE para as lutas, sem pos movidos pelo capital internacional, política econômica de austeridade em
conciliação! verdadeiros conglomerados monopolis- vigor.
- Ousar lutar por uma Universidade tas, progressivamente têm entrado no Além disso, depois de beneficiar
Popular! Brasil. a formação de grandes oligopólios da
Na década de 2000, a Estácio de educação superior, o governo ilegítimo,
2) Educação e Universidade Sá, no Rio de Janeiro, foi uma das prime- progressivamente, restringe os progra-
FORTALECER A RESISTÊNCIA, iras universidades a fornecer o modelo mas de financiamento de estudantes nas
CONSTRUIR A EDUCAÇÃO de constituição das sociedades anônimas universidades privadas, como o
POPULAR no ensino superior, passando a ser con- PROUNI e o FIES. O desmonte da uni-
trolada por um grupo de investimentos versidade pública e de qualquer avanço
A educação brasileira não é uma que, dentre outros negócios, controla o social na educação é, infelizmente, ape-
ilha, isto é, os problemas da educação comércio varejista de rede (Lojas Ame- nas uma das frentes do implacável ata-
não estão isolados em relação aos dema- ricanas), bancos e bebidas (AMBEV). A que da burguesia contra os trabalhado-
is problemas sociais. A educação, em partir de São Paulo, com ramificações res.
especial na universidade, reproduz o em vários estados, conglomerados como Nesse sentido, o feroz assalto ao
caráter desigual, elitista, dependente, o Apollo Group, Kroton Pitágoras e ensino público nesse momento histórico
antinacional e racista da formação social Anhanguera Educacional, participam pede a máxima unidade na luta contra o
brasileira. Segundo dados da OCDE agressivamente do processo de concen- avanço reacionário, materializado em
(Organização para Cooperação e Desen- tração de capital no setor educacional – projetos como o supracitado “escola sem
volvimento Econômico), apenas 14 % por meio de compra e venda de ações, partido” e em cortes nos investimentos
dos adultos brasileiros chegam à univer- fusões, investimentos. A falta de visão na universidade pública. O avanço da
sidade. O Brasil consegue ficar atrás de estratégica da direção majoritária da empreitada reacionária impõe enormes
outros países latino- americanos, como a UNE no campo da educação e a defesa retrocessos sociais, culturais e democrá-
Argentina, Chile, Colômbia e Costa acrítica de programas educacionais dos ticos ao povo brasileiro. Esses retroces-
Rica. governos petistas, fez com que a entida- sos articulam e potencializam o processo
Sem dúvida, durante os gover- de acompanhasse esse movimento de de exploração e opressões da sociedade,
nos de conciliação de classes, liderados maneira passiva e desmobilizadora. na medida em que recuperam a raiz anti-
pelo PT, ocorreu uma expansão da uni- Infelizmente, a educação brasi- popular, racista, machista, lgbtfóbica e
versidade brasileira. Mais jovens tive- leira passa por um processo dramático conservadora das elites brasileiras.
ram acesso à universidade, às cotas soci- de ataques, assim como os diversos dire- No entanto, no interior dessa unidade,
ais e raciais e universidades foram cons- itos conquistados pelos trabalhadores. O devemos fortalecer a construção de um
truídas em diversas regiões do país. No governo golpista de Temer (PMDB) novo projeto de educação, que polarize
entanto, o limite da permeabilidade de tentar impor uma agenda extremamente com o atual modelo – o qual aprofunda a
algumas demandas populares (como antipopular, antinacional e pró-capital dependência econômica e as desigualda-
aumentar o acesso) se pôs em contradi- financeiro. A PEC da MORTE, que des sociais e raciais. Um projeto estraté-
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gico que defenda não apenas o caráter - Contra a terceirização, principal- ços da UNE. Temos participado, tanto do
público, gratuito e a qualidade da educa- mente, dentro das Universidades debate público sobre concepção de movi-
ção, mas a produção de ciência e tecno- Públicas! mento estudantil, quanto nas lutas por
logia pautada pelas demandas do povo - Cotas já! Rumo ao fim do vestibular! ele travadas, no sentido de apresentar ao
brasileiro, um real diálogo com a comu- - Por uma educação pública, gratuita, conjunto de militantes que se inserem
nidade e os movimentos populares, o crítica e popular! nesse movimento social, a necessidade
aprofundamento da democracia no inte- - Produção de Ciência e Tecnologia de superarmos o que caracterizamos
rior das instituições, ou seja, um projeto para o povo brasileiro! como crise de concepção no ME brasile-
de universidade e de educação popula- - Democracia nas Universidades: Elei- iro.
res. ções diretas para reitor já! Sobre essa crise, nos diferenci-
Só por meio da massificação e - Pela paridade nas instâncias delibe- ando de outras orientações e análises,
organização dos processos de resistên- rativas das universidades! avaliamos que o problema enfrentado
cia, fortaleceremos o projeto de educa- - Contra a cobrança de mensalidades hoje pelo ME não pode ser caracterizado
ção popular, que questione o sistema de na Universidade Pública! apenas como uma crise de direção. Essa
produção do conhecimento, o elitismo - Pela implantação de creches 24hs em afirmação nos levaria a concluir que,
da educação, não só no acesso, mas tam- todos os campi! para superarmos as dificuldades com
bém na negação de tomar como priorida- - Por uma extensão popular nas uni- que se depara o ME brasileiro, bastaria
de os problemas e necessidades da classe versidades junto às periferias, qui- trocar a direção majoritária da UNE e,
trabalhadora; um projeto de educação lombos e movimentos do campo! assim, os obstáculos políticos e organi-
que abra as escolas, universidades e - Pelo resgate da memória e obrigato- zativos seriam naturalmente superados.
escolas de ensino técnico para uma ges- riedade do ensino de História da Áfri- Infelizmente, essa visão, que considera-
tão radicalmente democrática, com for- ca nas escolas! mos equivocada, continua a orientar a
mas de poder popular, reflexão crítica - Pela construção de espaços de dis- ação de boa parte das organizações que
como alma dos currículos e do ensino, e cussão sobre diversidade sexual e de compõem a União Nacional dos Estu-
uma postura profunda e decidida contra gênero nas escolas e universidades! dantes.
o domínio do capital privado nos rumos - Contra a privatização dos HU´s. O erro dessa análise consiste no
da pesquisa científica. Por tudo isso, a Com o SUS e para além do SUS! seguinte: se a crise é de direção, precisa-
educação popular como projeto estraté- - Contra a repressão aos estudantes mos trocá- la. Para tanto, faz-se necessá-
gico, aliada à luta pelo socialismo, deve em luta! Contra a entrada da PM nas rio obter o maior número de delegados
sempre ser o nosso horizonte de ação. universidades e moradias estudantis! possível para, enfim, vencer o atual
Ao longo da sua bela história, a - Em defesa da extensão popular: uni- campo majoritário e pôr fim a política
UNE conseguiu avançar na sua organi- versidade pública voltada para a popu- que tem sido impressa na UNE. Orienta-
zação e massificação, justamente, quan- lação! dos por essa análise, as organizações que
do aliou sua capacidade de mobilização com ela concordam, inclusive as mais
na base dos estudantes, a um projeto 3) Movimento Estudantil combativas, acabam por concentrar
estratégico de educação e sociedade. CONUNE, MOVIMENTO todos os seus esforços na disputa em si
Infelizmente, a direção majoritária (UJS ESTUDANTIL E A da UNE, em detrimento do necessário
e correntes do PT) desta entidade aban- UNIVERSIDADE POPULAR trabalho de base e da reoxigenação de
donou essa perspectiva e se acomodou entidades mais próximas do cotidiano
na lógica da conciliação e nos acordos de A União da Juventude Comunis- dos estudantes (CA's e DA's, DCE's e
cúpula. Por isso, para os comunistas, ta se orgulha em ser a principal organiza- executivas e federações de curso). O
retomar a UNE para as lutas, também é ção fundadora da UNE e, nos 80 anos de processo de tiragem de delegados para o
ousar lutar por uma UNIVERSIDADE vida dessa histórica entidade do Movi- CONUNE é bem didático sobre isso.
POPULAR! mento Estudantil brasileiro, a UJC sem- Muitas vezes, vale mais o poder de
pre esteve presente nas grandes lutas da máquina e manipulação burocrática, do
- TEMER JAMAIS! Contra os ata- juventude. Desde a década de 1930 do que a construção de uma disputa real e
ques do governo golpista à educação! século passado, sempre procuramos politizada nas bases do ME, que consiga
- Educação não é Mercadoria! fortalecer e construir uma UNE massiva, atrair mais estudantes para conhecer e
Enfrentar os oligopólios financeiros pela base, e vinculada a um projeto de construir a UNE.
da educação! educação progressista para os trabalha- Na opinião da UJC, essa lógica
- Contra a financeirização da politica dores. Infelizmente, a direção majoritá- viciada e degenerada do ME brasileiro
de assistência estudantil! ria da UNE, hoje, tenta apagar a contri- tem, em sua raiz, a falta de um debate
- Pela reestruturação e universaliza- buição dos comunistas na história do real sobre um projeto estratégico para a
ção das políticas de permanência e movimento estudantil brasileiro. educação e para a universidade, em espe-
assistência estudantil! - Em defesa dos Mesmo com todas as críticas e cífico. Não basta mudarmos o campo
estudantes do PROUNI e do FIES! divergências, não abandonamos os espa- majoritário da direção UNE, se não
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mudarmos a orientação política e organi- Precisamos ampliar, organizar e autonomia e democracia dentro da uni-
zativa da entidade. politizar cada vez mais o programa da versidade à articulação com os diferen-
Retomar a UNE para o caminho da luta, Oposição, que não pode se restringir a tes movimentos sociais que questionam
sem conciliação! Construir uma oposi- disputas dentro da entidade. Temos gran- a sociedade em que vivemos, ou seja,
ção de esquerda, combativa e popular na de respeito por todos os coletivos e orga- lutar por uma universidade popular
UNE! nizações desta frente, e mesmo sabendo requer a articulação da defesa de uma
A conjuntura de brutais ataques que há divergências, os comunistas estão sociedade socialista.
aos direitos políticos, sociais e trabalhis- comprometidos a fortalecer o polo mais Convidamos todos os estudantes, coleti-
tas e de radicalização neoliberal exige combativo da UNE, dentro de uma vos e forças políticas a conhecerem e
que fortaleçamos todos os espaços, fren- ampla unidade contra os ataques à debaterem mais sobre a necessidade de
tes e entidades coletivas da juventude. juventude. construirmos o projeto de Universidade
Os anos dos governos petistas foram Popular! Ousar luta, ousar vencer!
anos de grande deseducação política e
desmobilização das entidades da juven- OUSAR LUTAR POR UMA - Oposição da UNE ao governo golpis-
tude e dos trabalhadores. É fundamental UNIVERSIDADE POPULAR! ta e ilegítimo de Temer!
retomarmos a construção de entidades - Pela reconstrução pela base do movi-
amplas, em consonância com as bases A UJC constrói o Movimento mento estudantil brasileiro!
estudantis. Fortalecer a UNE, também Nacional por uma Universidade Popular - Fortalecimento dos CA´S, DA´S,
perpassa por fortalecer CA´s, DA´s, (MUP). Em mais de 18 estados do país, DCE´S, Executivas e Federações de
DCE´S, Executivas e Federações de organizamos, na base, núcleos de luta Curso!
Curso. pela Universidade Popular. Os estudan- - Retomar a UNE para o caminho das
Infelizmente, o campo majoritá- tes que constroem essa tese, sendo comu- lutas, sem conciliação!
rio da UNE representa o que há de mais nistas ou não, estão convencidos de que, - Construir uma oposição de esquer-
conciliador e atrasado no movimento para mudar o movimento estudantil da, combativa e popular na UNE!
estudantil brasileiro. Até pouco tempo hoje, no Brasil, necessitamos fortalecer - Eleição para o CONUNE na base!
atrás, esse setor compunha a direção da um novo projeto estratégico de educa- Eleições via cursos, institutos e esco-
entidade com a JPMDB e JPSDB, juven- ção. las!
tudes de partidos golpistas e sem o Até então, os setores majoritári- - Conselho fiscal da UNE composto
menor comprometimento com os direi- os da UNE ainda possuem ilusões com a por DCE´S e CA´S.
tos sociais e democráticos. No lugar de conciliação de uma educação "inclusi- - Apoio da UNE às Frentes Políticas
aproximar mais a UNE da base estudan- va", a partir de um novo ciclo de cresci- Unitárias, em especial a Frente Povo
til, esse campo opta pelas negociações mento econômico do capitalismo brasi- Sem Medo e a Frente de Esquerda
pelo alto e pela ultrainstitucionalização leiro. Essa é uma ilusão fadada a novos Socialista!
da entidade. fracassos políticos e sociais para a - Construir o II ENMUP (Encontro
A UJC defende a mais ampla juventude. É preciso construir um proje- Nacional de Movimentos em Luta por
unidade nessa conjuntura adversa para a to de educação radicalmente voltado uma Universidade Popular).
juventude. Contudo, é importantíssimo para os interesses da classe trabalhadora - A luta em defesa da educação pública
que a UNE seja cada vez mais pressiona- e, principalmente, alinhado à construção é internacional!
da nos espaços da entidade e pela base do de um novo modelo de sociedade: o soci- - Pelo fortalecimento e construção da
movimento a retomar o seu histórico de alismo. OCLAE (Organização Caribenha e
luta, romper com a lógica da conciliação Vimos que desde a apresentação Latino Americana de Estudantes)!
e construir um novo projeto estratégico da proposta da universidade popular, - Democratizar os fóruns da UNE!
contra a privatização e os grandes mono- esta vem ganhando cada vez mais a ade- - Pelo fortalecimento dos encontros de
pólios da educação. são de DA's/CA's, DCE's e Executivas mulheres, negros e LGBTs da UNE!
Obviamente, a pressão e o árduo de curso. A eleição de delegados ao - Nem um estudante a menos: por uma
contraponto não serão obra apenas da CONUNE, sobre essa plataforma políti- campanha da UNE em defesa da per-
UJC. É necessário fortalecermos e ca, expressa o quão acertada está a críti- manência estudantil nas universida-
ampliarmos um amplo campo de esquer- ca sobre a concepção de ME que rege a des públicas e privadas!
da combativo na entidade, que rompa maioria das organizações e o caráter
com o mero pragmatismo da disputa pela consequente da estratégia por uma Uni-
disputa, que construa um programa popu- versidade Popular. Na contra corrente da
lar e anticapitalista para a universidade educação hegemônica, a universidade
brasileira. Nesse sentido, constatamos popular se efetiva desde iniciativas de
maior aproximação com os companhei- luta por acesso e permanência, produção
ros que hoje compõe a Oposição de de ciência, tecnologia e extensão à servi-
Esquerda da UNE. ço dos trabalhadores, radicalização da
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Pós-graduandos na luta por uma
Universidade Popular!
Movimento por uma Universidade Popular
Quem somos?
Acreditamos que o atual momento pede uma ANPG mais forte, plural e diversa
e mais presente nas lutas em defesa da universidade pública e dos direitos dos
pesquisadores.
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Nos últimos anos, vivemos um período de evidente expansão do ensino
superior brasileiro, incluindo o aumento do número de cursos de pós-
graduação. De acordo com dados da CAPES, de 2000 a 2015, tivemos um
crescimento de 1.439 para 3.905 programas de pós-graduação stricto sensu.
Hoje somos, também, o 15º país do ranking mundial de publicação de artigos
(Scimago Jornal & Country Rank).
A priori, esses dados podem parecer positivos para nós, certo? Errado! Nós,
pós-graduandos, pesquisadores e professores ligados à produção científica e
tecnológica nacional, estamos cada vez mais preocupados com a situação dos
nossos programas de pós-graduação, e entendemos que esta expansão não
pode dar-se a qualquer custo.
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em geral, são importadoras de tecnologia, máquinas e processos, investindo
pouco em ciência e tecnologia.
Em 2016, Dilma sancionou o novo Marco Legal de CT&I, apoiada pela direção
majoritária da ANPG, que aprofunda este cenário privatizante do conhecimento
público: estimula a produção de patentes, legaliza a entrada das empresas
privadas nas instituições públicas de pesquisa para subordinar infraestrutura e
recursos humanos aos interesses privados, permite que professores com
dedicação integral trabalharem em empresas privadas por até 8h semanais.
Além disso, promove um deslocamento da pesquisa científica e tecnológica
para a inovação ao incentivar as incubadoras de empresas e a cultura do pós-
graduando como empreendedor.
Revogação da EC 95!
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