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Edifícios

Introdução

O sector dos edifícios representa actualmente cerca de 25% do


consumo energético final em Portugal. A construção do edifício e
a sua utilização (consumo de energia e de água) têm associada a
geração de poluição. Reduzir o consumo energético e a poluição
associada ao sector dos edifícios é importante em qualquer país
que pretenda ter uma actuação energética e ambiental
sustentável.
Onde se consome energia num edifício

O sector dos edifícios representa actualmente cerca de 25% do


consumo energético final em Portugal. Nos últimos anos, quer os
edifícios de serviços quer os edifícios de habitação,
apresentaram um forte crescimento do consumo. A evolução
deste crescimento foi elevada no sector dos serviços,
representando cerca de 7% por ano, na última década. No sector
da habitação foi inferior, mas mesmo assim significativo,
correspondendo a cerca de 4% por ano. A electricidade é o tipo d
eenergia mais utilizada nestes sectores. Assim, o peso do sector
no consumo total de energia eléctrica, em Portugal, passou de
cerca de 19% em 1980 para mais de 30% em 2000, ou seja um
aumento médio anual superior a 6%, nos últimos 20 anos.

Edifício de Habitação Multifamiliar

O consumo de energia, quer em termos da fonte energética quer


em termos de utilização, é distinto na habitação e nos serviços e,
mesmo dentro deste sector varia consoante o tipo de serviço
(hotelaria, hospitalar, restauração, escritórios, função públicas,
salas de espectáculo, etc.).
Consumo nas habitações

Na habitação, a energia é consumida na climatização,


aquecimento de água, iluminação e pelos electrodomésticos. O
tipo de climatização mais generalizado no nosso pais é o
aquecimento. Contudo, o arrefecimento ambiente (ar
condicionado) tem vindo a ter um taxa de penetração crescente
nos últimos anos, sendo o aumento anual cerca de 8%. A
contribuição das diferentes utilizações (equipamentos) varia ao
longo do dia. Ao longo do ano, a maior variação tem a ver com a
climatização. No caso de existir sistema de ar condicionado, este
é geralmente do tipo individual, ou seja é constituído por um ou
mais aparelhos do tipo “split” (dividido), nome que resulta deste
equipamento possuir uma unidade interior e outra exterior que
constituem o sistema de climatização. Os aparelhos mais
recentes são do tipo reversível, ou seja permitem a obtenção de
calor no inverno e de frio no verão. Numa habitação, o
aquecimento das águas é maioritariamente realizado através de
esquentador, ou caldeira mural. Nos casos em que existe
caldeira, esta serve para fazer o aquecimento das águas
sanitárias (banhos, lavagem na cozinha) e o aquecimento da
água do sistema de aquecimento centralizado. O processamento
de refeições e as águas quentes sanitárias representam, em
média, pouco mais de 20% do consumo, enquanto que a
iluminação pode representar quase 20% do consumo. Caso exista
apenas aquecimento, o consumo energético associado
representa cerca de 15% do consumo total durante o Inverno. No
caso de existir um sistema de arrefecimento ambiente, a
contribuição da climatização é superior a 30% do consumo
energético no Verão.

Numa habitação pode existir uma grande variedade de


electrodomésticos: máquinas de lavar roupa e louça, fogão,
frigorífico e arca congeladora, aspirador, ferro de engomar,
torradeira, máquina de picar, batedeira, faca eléctrica,
equipamento informático (PC, impressora), equipamento de som
e vídeo (leitor/gravador de cassetes, leitor/gravador de CD e
DVD, aparelhagem de som, televisão) e equimento DIY (“do it
yourself”), como berbequim e serra eléctrica. Embora a potência
dos diferentes electrodomésticos seja muito variável (desde
poucas dezenas de Watts (o Watt é a unidade de potência do
Sistema Internacional) até vários kW) como o consumo energético
depende da potência e do tempo de utilização, os aparelhos que
mais contribuem para o consumo energético são geralmente os
que tem um maior tempo de utilização, como é o caso dos
aparelhos de refrigeração (frigoríficos e arcas congeladoras).
Muitos dos electrodomésticos auxiliares de cozinha têm um peso
quase nulo no consumo duma habitação, como é caso de
torradeira, máquina de picar, batedeira, faca eléctrica. Enquanto
que os aparelhos de refrigeração representam mais de 15% do
consumo, as máquinas de lavar (que têm uma potência muito
superior) representam pouco mais de 5% do consumo. O
consumo de todos os restantes electrodomésticos é ligeiramente
superior a 15% do consumo total.

Naturalmente, dado que os valores indicados representam


valores médios, existirão habitações em que o consumo devido a
climatização é quase inexistente enquanto que o consumo
devido ao fabrico de refeições e às águas quentes é maior
podendo representar mais de 40% do consumo total. O peso da
iluminação também varia, podendo representar apenas cerca de
10% do consumo total. Em termos gerais o consumo dum
apartamento é inferior ao de uma vivenda. Não existindo sistema
de arrefecimento ambiente, no primeiro caso o consumo situa-se
normalmente entre 50 a 60 kWh/m2.ano, enquanto que no
segundo caso se situa normalmente entre 60 a 80 kWh/m2.ano.

Consumo no sector dos serviços

No sector de serviços o consumo (por m2 ) é geralmente superior


ao que tem lugar na habitação. Exceptuam-se os locais em que o
equipamento existente (por unidade de área) e a climatização (ar
condicionado) é reduzido ou mesmo inexistente, como é o caso
de muitas das pequenas lojas, serviços públicos, igrejas e
estabelecimentos de ensino. Actualmente a maioria dos edifícios
de serviços possui ar condicionado servindo parte ou a totalidade
do edifício: escritórios, hoteis, hospitais, bancos, cinemas e
restaurante são exemplos de edifícios de serviços em que para
garantir as condições de conforto é necessário a existência de ar
condicionado. Os níveis de iluminação, a forte concentração de
material informático e de escritório ou equipamentos específicos,
o elevado número de pessoas (e resultante necessidade de
garantir a renovação do ar) obriga a que exista arrefecimento
mecânico e simultaneamente o controlo da qualidade do ar, ou
seja, obriga à existência dum sistema de ar condicionado. Alguns
destes edifícios, como é o caso de hóteis e hospitais necessitam
ter sistemas de água quente sanitária (AQS) que disponibilizem
ao utilizador, de forma quase imediata, a água quente. Isto
obriga a que exista sempre água quente disponível no edifício e
que esta esteja em permanente circulação. Alguns edifícios têm
serviços específicos: lavandaria, por exemplo como ocorre em
muitos hóteis e hospitais, o que leva a um acréscimo do
consumo de energia por unidade de área do edifício. Outros
edifícios têm uma concentração elevada de equipamentos de
refrigeração: balcões frigoríficos, expositores de refrigerados e
de congelados como é o caso de supermercados e
hipermercados com secção de produtos alimentares perecíveis.
Também aqui, o consumo de energia necessário para garantir a
conservação dos produtos perecíveis (lacticíneos, carnes, peixe,
marisco, refeições preparadas, etc) resulta num maior consumo
de energia por unidade de área do edifício. É portanto natural
que o consumo e o tipo de energia utilizada nos edifícios de
serviços dependa fortemente do fim a que o mesmo se destina.
Desagregação percentual do consumo por utilização final
para diferentes edifícios de serviços (valores indicativos)

Os edifícios que apresentam maior consumo específico de


energia são os edifícios hospitalares, atingindo valores (com
internamento, possuindo cozinha e lavandaria) superiores a 300
kWh/m2.ano; os de restauração com ar condicionado (em
especial os do tipo “fast food”), bem como lojas com
arrefecimento e equipamento frigorífico têm consumos que
ultrapassam largamente os 200kWh/m2.ano, e, os hóteis de 4 e
5 estrelas chegam a valores ligeiramente superiores a
200kWh/m2.ano.

Naturalmente que o consumo de energia ao longo do dia


depende do tipo de energia. Mesmo no caso de um hotel e de
um hospital com lavandaria e cozinha, o consumo energético ao
longo do dia é diferenciado. A diferença entre o consumo nos
dias úteis e nos fins de semana e feriados é também notória nos
edifícios de serviços, dado que o seu funcionamento é distinto
num e noutro caso. Muitos edifícios de serviços (escritórios,
diversos tipos de lojas e armazéns, p.e.) funcionam apenas
durante os dias úteis, os hospitais têm diversos serviços que só
funcionam durante os dias úteis, salas de espectáculos têm uma
afluência diferente nos dias úteis e nos fins de semana e
feriados. Como consequência, as necessidades de climatização,
de iluminação e de energia para o funcionamento de
equipamento específico, é diferenciada.
Nos edifícios de serviços que possuem ar condicionado, o tipo de
sistema influencia o consumo, quer em termos da curva de carga
ao longo do dia, quer em termos do consumo anual. Nestes
edifícios, os sistemas aconselháveis em termos energéticos são
os modulares e os centralizados, não devendo ser utilizadas
unidades individuais excepto em zonas com características
bastante distintas das restantes zonas do edifício. Neste sentido,
a regulamentação nacional obriga a que nos novos edifícios de
serviços sejam instalados sistemas centralizados (os sistemas
modulares devem ser considerados como um tipo particular de
sistema centralizado, para efeitos regulamentares). O uso de
unidades individuais só é permitido em zonas cujas
características sejam bastante distintas das restantes zonas do
edifício. Mas existe uma enorme variedade de sistemas: ao nível
da concepção, ao nível dos equipamentos, ao nível do controlo.
Desta forma, quer em termos do tipo de energia quer em termos
de consumo energético, edifícios de serviços semelhantes podem
apresentar consumos energéticos distintos.
A utilização das diferentes fontes energéticas nos edifícios

Num edifício existe um consumo de energia dependente do tipo


de edifício. O tipo de energia utilizado depende também do tipo
de edifício. Actualmente o uso de combustíveis sólidos é
reduzido: a lenha é apenas usada em habitações, o carvão
deixou de ser utilizado nos edifícios de serviços. No que respeita
aos combustíveis líquidos, o fuelóleo utilizado nas caldeiras para
a produção de água quente e de vapor tem vindo gradualmente a
ser substituído pelo gás natural, por razões ambientais. Os
petróleos (principalmente o petróleo iluminante) têm uma
utilização muito reduzida. O gasóleo é utilizado em diversos
tipos de caldeira e nos geradores de emergência. Nas caldeiras
de duplo combustível, o gasóleo é muito menos utilizado que o
outro combustível: um GPL (gás de petróleo liquefeito: butano ou
propano) ou GN (gás natural), pois é utilizado apenas no caso de
falha na alimentação de combustível. Desta forma, nos edifícios,
os combustíveis gasosos são os que têm maior relevância de
entre os diversos tipos de combustíveis, em especial o propano e
o gás natural.

A electricidade representa um consumo ligeiramente superior ao


conjunto de todos os combustíveis fósseis utilizados e a sua
importância tem vindo a crescer continuamente nos últimos
anos. O aumento médio anual do consumo de energia eléctrica é
superior a 6%, nos últimos 20 anos. O aumento do consumo
energético no sector dos edifícios é apenas ultrapassado pelo
crescimento do consumo energético no sector dos transportes,
representando actualmente cerca de 25% do consumo energético
final em Portugal.

Usando a energia de forma racional

A utilização racional de energia (URE) tem vindo a constituir um


dos aspectos importantes para reduzir o aumento do consumo
energético no sector dos edifícios. As acções de URE incidem
sobre as diferentes utilizações de energia num edifício . Estas
acções podem ser agrupadas em 2 grandes grupos: as de índole
tecnológica e as de índole de política energética.
As primeiras visam aumentar a eficiência energética através da
actuação ao nível do controlo de equipamentos e sistemas, da
melhoria da eficiência energética de equipamentos e sistemas,
do comportamento dos utilizadores. As medidas de política
energética são necessárias de forma a eliminar eventuais
barreiras (como sejam a falta de regulamentação num
determinado domínio) ou a garantir ajustes no consumo de uma
determinada fonte energética (através duma política de preços de
energia ou de subsídio / incentivo fiscal na utilização de uma
dada tecnologia).

As acções que podem influenciar o consumo energético podem


incidir sobre a envolvente do edifício ou sobre os sistemas
energéticos nele existentes, incluindo neste caso os sistemas que
recorrem a fontes de energia renovável e novas tecnologias. As
acções podem ser compulsivas, como é o caso da promulgação
de regulamentação, ou ter a forma de campanhas de índole
voluntária. Estão neste caso campanhas para que os proprietários
de edifícios melhorem os elementos estruturais (substituição de
envidraçados, isolamento de paredes, isolamento de coberturas),
a informação aos técnicos para poderem escolher motores mais
eficientes. Existe actualmente regulamentação específica que
impõe valores mínimos para a qualidade térmica dos edifícios (o
Regulamento das Características de Comportamento Térmico de
Edifícios - RCCTE) e que impõe restrições ao uso de soluções de
climatização não eficientes (o Regulamento dos Sistemas
Energéticos de Climatização em Edifícios - RSECE).
A informação ao grande público para poder escolher
aparelhagem mais eficiente existe a nível de regulamentação
comunitária para os equipamentos domésticos de refrigeração ,
para as máquinas de lavar roupa e lavar louça e para os
aparelhos individuais de climatização doméstica . A etiquetagem
passará a ser aplicada aos edifícios a partir de 2009, de forma ao
grande público poder ficar informado, quando da compra ou
aluguer duma habitação, de quais serão os consumos
energéticos anuais que deve esperar por utilizar essa habitação.
O recurso à concessão de subsídio ou de incentivos fiscais na
aquisição e montagem de equipamentos e sistemas, por parte do
Estado, torna economicamente mais atractiva a compra de uma
dada tecnologia. Estão neste caso os equipamentos que recorrem
ao uso de energia solar.
No entanto deve ter-se sempre presente que o nível de utilização
dos edifícios tem vindo a aumentar. Com o acréscimo das
exigências de conforto na habitação, o número e tipo de
aparelhos existentes tem vindo a aumentar: maior número de
televisores e equipamento de som por habitação, uso de
computador, instalação de aparelhos de ar condicionado com
maiores densidade, maiores níveis de iluminação, uso
generalizado de equipamento de refrigeração. Nos edifícios de
serviços a densidade de ocupação, bem como de equipamentos
específico tem vindo a aumentar: uso generalizado de
equipamento informático, maiores níveis de iluminação nos
locais de trabalho e de passagem, uso de fotocopiadoras,
máquinas de café e de água fresca (potável), utilização
generalizada de sistemas ou aparelhos de ar condicionado. O
resultado deste aumento no número e tipo de aparelhagem
utilizada, associada ao aumento (embora reduzido) do número
de habitações e edifícios de serviços levou ao aumento do
consumo energético no sector dos edifícios. Mesmo com diversas
medidas de utilização energética apenas será possível reduzir o
aumento do consumo, mas não é possível diminuir o consumo
de energia do sector. Tal só seria possível com uma política de
preços de energia que fosse fortemente gravosa para o
consumidor, o que necessariamente traria problemas sociais
graves. No entanto é possível reduzir o consumo de energias
fósseis caso seja fortemente desenvolvido/impulsionado o
recurso às energias renováveis e às novas tecnologias
energéticas. Ou seja, embora continue a existir um aumento
reduzido do consumo de energia associado ao sector dos
edifícios, a dependência energética do País diminui, diminuindo
também a poluição associada ao consumo de energia nos
edifícios.

A integração das energias renováveis e novas tecnologias

A energia térmica e a energia eléctrica podem facilmente ser


integradas nos edifícios de forma eficiente e com redução do
impacto ambiental resultante da produção de electricidade. O
uso de sistemas frigoríficos de absorção permite utilizar o calor
para a obtenção de frio. Desta forma o aquecimento ambiente e
de águas sanitárias, o arrefecimento ambiente, e a utilização
específica de electricidade podem ser total ou parcialmente
garantidas através da produção, recorrendo à energia solar
(térmica e fotovoltaica), à microcogeração e à utilização de pilhas
de combustível.
O aproveitamento da energia solar térmica pode ser feito para
baixas temperaturas (para o aquecimento de piscinas, por
exemplo) com elevado rendimento através da utilização de
paineis solares. Para temperaturas elevadas (próximas de 100ºC)
é necessário utilizar outro tipo de colector solar, os
concentradores solares. De forma semelhante, o uso de paineis
fotovoltaicos permite a obtenção de electricidade que permite o
funcionamento dum pequeno número de electrodomésticos ou
serve de apoio ao funcionamento de equipamento auxiliar,
geralmente as bombas. A instalação dos painéis pode ser feita
sem ou com ligação à rede. No primeiro caso, a solução mais
comum é a da instalação descentralizada, em que a electricidade
produzida pelo painel solar fornece toda a electricidade a uma
única habitação, ou serve como apoio eléctrico para
equipamentos (sistema de bombagem) dum edifício de serviços.
Pode existir ou não um inversor para transformar a corrente
contínua produzida pelo painel em corrente alterna. No caso em
que é utilizada directamente os equipamentos (com motor
eléctrico) têm que estar preparados para funcionar em corrente
contínua, pelo que são mais dispendiosos. No caso da instalação
fotovoltaica ter ligação à rede é possível efectuar a venda da
electricidade excedentária à rede, o que permite melhorar a
qualidade da corrente utilizada e garantir o funcionamento dum
conjunto mínimo de equipamentos em caso de falha da rede
convencional.

Para obtenção de quantidades de calor e de electricidade mais


elevadas o recurso aos sistemas de cogeração e pilhas de
combustível é mais económico, em especial no primeiro caso. A
cogeração permite obter simultaneamente calor e electricidade.
Todos os edifícios precisam de electricidade e o calor é
necessário para aquecimento das águas sanitárias e da água do
sistema de climatização, e em alguns edifícios de serviços é
também necessário para o processo (por exemplo para a cozinha
ou lavandaria). O calor libertado no sistema de cogeração pode
servir para aquecer água e/ou produzir vapor. Neste caso,
utilizando um sistema frigorífico de absorção é possível produzir
frio para efectuar o arrefecimento ambiente: é a trigeração. Os
sistemas de cogeração mais comuns em edifícios utilizam uma
turbina a gás ou um motor a gás às quais está acoplado o
gerador. Este produz a electricidade e o calor é obtido através da
recuperação de energia dos gases de escape e em alguns casos
do arrefecimento do motor. Quanto menor for a temperatura a
que é necessário efectuar o aproveitamento de calor tanto maior
é o rendimento total do sistema de cogeração.
A poluição associada ao edifício

Actualmente começa a existir uma preocupação com a


construção dos edifícios, nomeadamente com a preservação dos
recursos naturais e a não destruição dos ecosistemas em que o
edifício se insere. Durante o funcionamento a preocupação
dirige-se para a minimização do consumo energético e da
poluição ambiental, bem como com a saúde das pessoas.

Existem princípios gerais que permitem obter um edifício de


baixo consumo energético, de acordo com os dois primeiros
aspectos acima indicados:
- técnicas solares passivas e arquitectura bioclimática;
- sistemas de climatização eficiente com recurso à recuperação
de energia;
- sistemas de iluminação com iluminárias eficientes e controlo
dos níveis de iluminação;
- sistemas de águas quentes sanitárias com controlo do
consumo de água;
- monitorização e gestão do consumo de energia.

Poluição associada aos materiais de construção

A escolha do local de implantação do edifício deve ter em


consideração a minimização dos efeitos negativos sobre o
ecosistema local, sobre a rede e meios de transporte. Deve
também ter-se em atenção a possibilidade de transformar ou
reabilitar edifícios já existentes. A recuperação e transformação
de edifícios existentes permite reduzir o consumo energético e a
poluição resultante da extracção de inertes e minerais,
garantindo a preservação dos recursos.

A concepção do edifício deve privilegiar o uso de materiais


reciclados. Deve ser considerada a possibilidade de utilização de
materiais de edifícios anteriormente existentes no local e cujos
os materiais, resultantes da demolição, possam ser reutilizados.
A reutilização dos materiais de construção civil, garante um
controlo do consumo energético e da poluição que lhe está
associada quer ao nível do sector primário (extracção de inertes
e minerais) quer ao nível da sector secundário (produção e
fabrico de materiais de construção). No caso da produção de
cimento, por exemplo, é necessária uma quantidade de matérias
primas cerca de 50% superior à que tem lugar caso sejam
efectuada a reutilização de materiais de construção civil.
Poluição associada aos sistemas e equipamentos

De forma a reduzir a poluição associada à utilização dum edifício


devem ser escolhidas para os sistemas energéticos soluções que
garantam um funcionamento eficiente. Um menor consumo de
energia traduz-se imediatamente por uma menor poluição
associada a esse consumo.

Um funcionamento eficiente dum sistema passa pela sua


concepção, instalação e condução, ou seja: não basta ter um
sistema bem concebido. É necessário que a sua instalação tenha
sido bem efectuada e que a condução seja feita por pessoal
habilitado e que a manutenção seja devidamente efectuada.
Desta forma, existem aspectos que devem estar sempre
presentes num edifício (parte estrutural e sistemas energéticos):

- a disposição das diferentes áreas do edifício e a concepção dos


sistemas (climatização, AQS, iluminação) devem garantir que as
condições de funcionamento do edifício são obtidas através dum
consumo reduzido de energia;
- a disposição das diferentes áreas do edifício e a concepção dos
sistemas devem optimizar a condução e manutenção;
- deve ser dada preferência a materiais e sistemas que reduza a
necessidade de manutenção e permitam uma condução mais
simples;
- deve ser dada preferência a soluções que conduzam a menores
gastos de energia, água e produtos químicos na condução e
manutenção das instalações.

Proteger a saúde das pessoas

Para garantir a saúde das pessoas que passam grande parte da


sua vida dentro de edifícios, é necessário garantir a qualidade do
ar interior (QAI). Uma boa qualidade do ar nunca é possível num
edifício cuja envolvente seja muito fraca qualidade térmica. A
qualidade da envolvente influencia o nível de conforto interior,
independentemente da existência ou não de sistema mecânico
de climatização. É ainda necessária a existência de níveis de
iluminação adequados. Desta forma, a concepção sustentada
dum edifício deve privilegiar a iluminação natural, garantir que
os materiais utilizados na construção não libertam compostos
orgânicos voláteis nem partículas ou fibras e deve reduzir as
cargas térmicas através da envolvente.
Radão, amianto, bactérias (entre as mais conhecidas encontra-se
a Legionella), vírus, pólens, poeiras (onde se inclui o fumos do
tabaco e de óleos na feitura de alimentos), gases resultantes da
poluição exterior ao edifício (em especial os gases de escape dos
veículos rodoviários), todos são potenciais perigos que devem
ser eliminados, de forma a ser garantida a QAI.

As principais razões da falta de qualidade do ar interior devem-


se a diferentes factores que podem ter origem no sistema de
climatização, na falta de sistema de climatização adequado, na
envolvente do edifício ou na deficiente utilização do edifício. Nos
casos mais graves uma percentagem significativa dos seus
ocupantes pode sentir problemas de saúde diversos (dores de
cabeça, dificuldades respiratórias, tonturas, cansaço
generalizado). Nestes casos está-se perante uma situação de
"edifício doente", ou seja, o edifício em vez de garantir o bem
estar e preservar a saúde dos seus ocupantes, é o gerador de
diferentes tipos de problemas de saúde.

Desta forma devem ser tomados em consideração diversos


aspectos na concepção do edifício (parte estrutural e sistemas
energéticos):

- garantir a boa qualidade térmica da envolvente (cumprimento


do RGCTE);
- garantir a instalação de correcto sistema de ventilação e
filtragem (cumprimento do RSECE);
- evitar o uso de materiais (no mobiliário, em alcatifas e
carpetes, em revestimentos) que libertem compostos orgânicos
voláteis, incluindo o formaldeído;
- utilizar soluções que evitem ou reduzam o uso de produtos
químicos durante as operações de manutenção;
- manter as condições de temperatura, humidade e velocidade
do ar dentro de condições de conforto, utilizando sistemas de
climatização eficientes;
- evitar a possibilidade de existência de condições propícias ao
desenvolvimento de agentes patológicos, em especial ácaros e
bactérias.

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