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FARMACOLOGIA – 3° BIMESTRE

CAPÍTULOS P/ PROVA – 11, 25, 26,27 E 60 - GOODMAN


DROGAS ADRENÉRGICAS DE AÇÃO MIXTA

Efedrina: A efedrina é uma droga amina simpaticomimética similar aos derivados sintéticos da anfetamina,
muito utilizada em medicamentos para emagrecer, pois ela faz que o metabolismo acelere, queimando
mais gordura (através da termogênese - produção de calor).
Efedrina Beta:

• No pulmão provoca broncodilatação.


• No coração provoca aumento da frequência cardíaca e contração muscular.
Efedrina alfa:

• Provoca contração do musculo liso arterial.


Efedrina → também aumenta a liberação de sódio desde o canal sináptico aumentando a liberação de
noradrenalina.
Uso: descongestionante nasal e asma

• No brasil houve a substituição da efedrina pela pseudoefedrina no tratamento como descongestionante


nasal.
Efeitos colaterais: taquicardia, palidez, aumento da pressão arterial insônia.

FARMACOS ANTAGONISTAS DE ADRENOCEPTORES

São fármacos que bloqueiam ou reduzem os efeitos da estimulação do sistema nervoso simpático.

ANTAGONISTAS BETA “BETA-BLOQUEADORES”

Beta bloqueadores são usados principalmente para redução de frequência e força cardíaca. Hoje são os
fármacos de primeira escolha para o tratamento da insuficiência cardíaca.

Existem 3 receptores beta, Beta 1, Beta 2 e Beta 3, o que irá diferenciar entre eles é o tecido no qual estão.
Presentes no coração, principalmente tipo beta-1, no músculo liso, principalmente brônquico e vasos
(musculatura esquelética) com receptores beta-2, nos olhos (beta-1 e beta-2), no fígado (principalmente beta-
2) e nos rins (beta-1).

Seletividade B-1 (cardioseletividade)

B-bloqueadores podem ser:


• Seletivos: atuam somente nos receptores cardíacos, do tipo beta-1. Fazem parte da segunda geração de
fármacos. Ex. atenolol
• Não seletivos: atuam tanto em receptores beta-1 quanto beta-2. Fazem parte da primeira geração de
fármacos. Ex. propranolol

Os B-bloqueadores seletivos B1 são considerados cardiosseletivos em doses adequadas, entretanto podem


bloquear B2 em altas doses.

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Existem ainda fármacos de terceira geração, também subdivididos em seletivo e não-seletivo. Os não-seletivos
têm potencial de antagonizar receptor beta e alfa-1 (gera vasodilatação). Os seletivos beta-1 tem capacidade
de liberar o óxido nítrico (também tem potencial vasodilatador). O não-seletivo mais conhecido é o carvedilol.
O mais conhecido seletivo é o nebivolol. É por isso que os de terceira geração são conhecidos como beta
bloqueadores vasodilatadores.

Atividade Simpatomimética Intrínseca (ASI)

• Um efeito que os beta bloqueadores possuem, eles mimetizam ações do simpático.


• Agonista parcial em agonistas Beta.
• Particularidade que alguns beta bloqueadores têm. A atividade simpatomimética intrínseca significa
que ele é um fármaco que além de funcionar como antagonista pode funcionar como agonista parcial
em receptores beta.
• Simpatomimética porque imita o SN Simpático, da adrenalina e noradrenalina funcionando como
agonista. Intrínseco porque é uma capacidade da própria molécula.

Na prática dividimos em ASI + em que estão os fármacos com atividade de agonistas parciais e em ASI – que
sempre serão antagonistas pois não tem capacidade de atuar como agonista, que é a atividade simpatomimética
intrínseca.

ASI (+) ASI (-)


• 100% Antagonista
• 80% Antagonista
• Reduz muito a frequência
• 20% Agonista parcial
• A redução da frequência é menor
Estabilizadores de Membrana
São os fármacos anestésicos locais, pois bloqueiam os canis de Na+ efeito característico de anestésicos locais
(lidocaína p.ex.), impossibilita a membrana de despolarizar, sendo esse nome característico de bloqueador de
canal de sódio, mas alguns beta bloqueadores tem essa capacidade. A lidocaína é além de um anestésico local
um antiarrítmico, pois bloqueia canais de sódio, mas não é um beta bloqueador. Beta bloqueadores também
são antiarrítmicos, mas não por bloquearem canais de sódio nem por serem estabilizadores de membrana, é
apenas pelo fato de ser beta bloqueador, bloqueando receptor BETA independente de estabilizar membrana
ou não. Por isso que se tiver uma pergunta na nossa prova ou em residência afirmando que beta bloqueadores
são antiarrítmicos por serem bloqueadores de canais de sódio a resposta é falso, eles são antiarrítmicos
simplesmente por serem bloqueadores beta, são simpatolíticos, agem contra função simpática antagonizando
ao atuarem em receptores beta!
Todos os beta bloqueadores tem potencial antiarrítmico, mas apenas alguns são estabilizadores de membrana,
por isso essas funções não são associadas.

BETA BLOQUEADORES

Serve pra praticamente qualquer condição cardiovascular (hipertensão, IC, arritmias, etc). Característico o
sufixo –lol. Eles são divididos em 3 gerações, e quando falamos em geração é o contrário do que pensamos, a
primeira geração não é a mais nova, a geração aqui significa idade, então a primeira geração é a mais antiga e
a terceira geração é a dos mais novos.

→Beta bloqueadores de primeira geração:


A mais antiga, o que a caracteriza é a não seletividade, atuando em beta 1, 2 ou 3 na mesma proporção.

• ASI - : Nadolol (não utilizado no Brasil), Propranolol, Timolol, Sotalol


• ASI + : Pembutolol (não utilizado no Brasil), Pindolol

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O propranolol é usado como método de comparação, é o protótipo com o qual comparamos todos os outros
fármacos beta bloqueadores. Este, apesar de seus problemas associados que ainda veremos, ainda é um dos
fármacos mais usados em especial quando o tratamento não envolva condição cardiovascular, excetuando essa
situação em geral é fármaco de escolha.

O timolol pode ser utilizado de forma sistêmica ou tópica (nos olhos para tratar glaucoma). O sotalol destoa
muito do grupo pois realiza atividade beta bloqueadora e também de bloquear canal de potássio, podendo
causar mais riscos que os outros fármacos, por isso é quase exclusivamente utilizado como antiarrítmico.

O pindolol é beta bloqueador de escolha na gestante como alternativa a uma alfa metildopa que não está
fazendo efeito, sendo seguro pois não ultrapassa barreira placentária. Se acaso atingir o feto causa alterações
benignas que não carregam riscos, já outros beta bloqueadores podem causar perda de peso fetal.

→Beta bloqueadores de segunda geração

São seletivos, preferindo beta 1 em comparação com beta 2 e 3. Sempre quando falarmos de beta bloqueador
seletivo ele é seletivo para beta 1.

• ASI - : Atenolol, Bisoprolol, Esmolol, Metoprolol


• ASI + : Acebutolol

Esmolol tem tempo de meia vida mais curto de todos, sendo 7 min, e só pode ser usado em infusão contínua.
É útil quando queremos utilizar o beta bloqueador com tempo determinado, perdendo efeito com a parada da
infusão retornando à frequência cardíaca ao normal.

É também indicado para situações de medo de usar beta bloqueador em pacientes com coração fraco por
exemplo, em que temos medo de diminuir muito a força de contração é possível fazer um teste com esmolol
observando se a redução de frequência e força for muito grande é só retirar da infusão, enquanto com os outros
fármacos essa retirada não seria possível rapidamente, só esperando o tempo de meia vida.

Efeitos da estimulação beta

Beta 1 – Coração

Agonista Beta B-Bloqueador


Aumento de força Diminuição de força
Aumento de frequência Diminuição de frequência
Aumento de condução Diminuição de condução
Aumento de excitabilidade Diminuição de excitabilidade
No coração temos receptores beta 1 e poucos beta 2, cuja estimulação com noradrenalina ou adrenalina leva
a aumento de frequência cardíaca, aumento de força de contração, assim como aumento de condução e de
excitabilidade. Os nomes das alteração de cada uma dessas características está na tabela abaixo indicado com
um + pois foram efeitos aumentados. O antagonismo causado por uso de beta bloqueadores causa redução de
todas essas características, todos os efeitos sendo negativos por isso.
PA = DC X RVP

DC= Fc X Vs → os beta bloqueadores vão atuar diretamente na frequência cardíaca, com exceção do
carvedilol que também possui um efeito periférico.
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Nos rins há receptores beta 1, cujo estímulo por agonistas leva a maior liberação de renina e quando sob efeito
de beta bloqueadores levará a diminuição da renina, o que já é suficiente para exercer efeitos cardíacos devido
essa manutenção do sistema renina angiotensina.

Nos brônquios sob ação de um agonista a adrenalina atua em receptor beta 2 de músculo liso e promove
broncodilatação, em contrapartida um beta bloqueador possui o potencial de produzir broncoconstrição em
pacientes asmáticos ou com DPOC, em indivíduos normais não gera uma broncoconstrição forte.

Os vasos sanguíneos de musculatura esquelética e coronárias possuem receptores beta 2. Quando


estimulados por adrenalina levam a vasodilatação em momentos que precisamos de fluxo aumentado. O beta
bloqueador aqui causa uma redução de vasodilatação acionada pelo sistema simpático, pela adrenalina. Isso
não muda nada em paciente em repouso, mas atletas por exemplo não gostam de beta bloqueadores pois no
momento em que a vasodilatação é necessária ela não acontece pois o fármaco mantém o vaso normal já que
reduz a dilatação, apesar do músculo estar precisando de maior fluxo, sujeitando a uma fadiga muscular mais
rápida.

Os efeitos metabólicos de beta bloqueadores envolvem lipídeos e glicose, sendo esses efeitos dependentes
de receptores beta 2 e beta 3, não há ação em seletivos beta 1, sendo essa uma das vantagens dos seletivos
beta 1. Quando falamos em lipídeos há duas partículas carregadoras de colesterol a HDL (bom) e a LDL
(ruim), sendo a LDL muito aumentada e o HDL diminuído em uso de beta bloqueador não seletivo, além de
aumentar concentração de triglicerídeos, piorando o perfil lipídico.

A glicose hepática é a mais atingida em paciente com beta bloqueador, sendo que no fígado há receptores
beta 2 que produzem glicogenólise cuja função é mandar glicose rapidamente para a circulação quando houver
necessidade. Porém em uso de beta bloqueador não seletivo essa glicogenólise motivada pela adrenalina não
ocorre devido bloqueio dos receptores beta 2.

Isso não gera consequências graves se o paciente estiver em condições normais e alimentado, mas em casos
de jejum prolongado ou em diabéticos com administração incorreta de insulina há a possibilidade grande de
entrar em hipoglicemia, que é piorada com o beta bloqueador. Isso não quer dizer que o beta bloqueador gere
a hipoglicemia, mas sim que piora o caso já existente, potencializando a hipoglicemia.

Na hipoglicemia com beta bloqueador não seletivo parte dos sintomas simpáticos são retirados, como
taquicardia e tremor de mãos, podendo o indivíduo não se dar conta que está passando mal e acabar indo
rapidamente para a segunda fase da hipoglicemia. Assim, os beta bloqueadores não seletivos além de piorar a
hipoglicemia mascaram os sintomas simpáticos, o que indica que não podem ser usados com segurança em
diabetes tipo 1, mas podem ser cogitados beta bloqueadores seletivos.

No diabetes Melito tipo 2 a ausência de efeito da insulina leva a resistência à insulina pelo tecido periférico,
pois este tem deficiência de captação de glicose ou por falta de receptor ou não funcionamento do receptor de
insulina, mas com fluxo sanguíneo adequado ao tecido a glicose ainda chega um pouco nele. Porém com um
beta bloqueador em receptor beta 2 cronicamente presente a captação de glicose pelo músculo esquelético
diminui, então durante o exercício físico não capta glicose a mais pois o fluxo sanguíneo não é adequado
levando a piora de resistência à insulina devido uso de beta bloqueador. Então no diabetes tipo 1 há a
possibilidade de piora da hipoglicemia e no diabetes tipo 2 há hiperglicemia piorada devido resistência à
insulina potencializada pela presença de beta bloqueadores não seletivos.

Nos olhos há população variada de receptores, sendo que neles o receptor alfa altera abertura pupilar, enquanto
a acomodação do cristalino é dependente de beta. No entanto, o efeito de beta bloqueador nesses receptores
beta não altera cristalino, mas sim produção de humor aquoso. Assim, estimulação de receptor beta nos olhos
leva a aumento da produção de humor aquoso, enquanto no uso de beta bloqueadores há diminuição da

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formação de humor aquoso gerando efeito anti-glaucoma pois limita o tamanho do globo ocular e a pressão
intraocular.

Local Estimulação (NOR/ADR) - Antagonismo beta


Agonista
Coração (beta 1) FC: cronotrópico + ↓FC
Pouco de beta 2 Força: inotrópico + ↓ Força
Condução: dromotrópico + ↓Condução
Excitabilidade: batmotrópico + ↓ Excitabilidade
M. liso brônquios (beta 2) Broncodilatação (ADR) Broncoconstrição
potencialmente pois só gera
problemas em DPOC e
asmáticos
Vasos sanguíneos (beta 2) Vasodilatação ↓ vasodilatação acionada pelo
M. esquelético tônus simpático
Coronárias
Rins (beta 1) ↑ liberação de renina ↓ liberação de renina
Olhos (Beta 1) ↑ formação de humor aquoso (beta ↓ formação de humor aquoso
1) (efeito antiglaucoma)
Efeitos metabólicos ??? – não se sabe o que é ↑LDL
(dependem de beta 2 e 3 (não produzido com o uso de agonistas ↓HDL
seletivos), não agem em ↑TG
seletivos beta 1) (piora do perfil lipídico)
Glicose (fígado) (receptores Glicogenólise ↓ glicogenólise
beta 2) ↑ Glicose (pioram hipoglicemia e
mascaram sintomas dela)
No sistema nervoso central há receptores beta (os importantes são o B2 e B1) responsáveis por ativar sistema
simpático periférico, assim quando esse receptor for atingido por beta bloqueador faz com que tenhamos
menos ativação simpática periférica quando precisamos dela, causando redução de atividade central levando
a um grau de astenia. Beta bloqueadores tem papel importante na ansiedade de performance (dificuldade em
falar em público) pois retiram sintomas simpáticos ativados por agonistas que provocam a ansiedade, passando
a sensação que o indivíduo está menos ansioso, funcionando como “ansiolíticos” sendo usados como
coadjuvantes no tratamento de ansiedade. Quem manda nos efeitos no SNC são os fármacos não seletivos!

→Beta bloqueadores de terceira geração

Tem efeito além de bloquear receptores beta, o que pode ser uma seletividade muito superior à dos outros
fármacos ou potencial de atingir outros locais e outros receptores. Enxergamos isso muito bem na parte
cardiovascular onde o efeito é principalmente cardíaco, existem alguns que tomam outros receptores e tem
efeitos fora do coração sendo utilizados de forma benéfica, sendo assim pertence à terceira geração por causa
desse “efeito a mais”.

• Fármacos não seletivos (além de serem beta bloqueadores são antagonistas alfa 1)
-Exemplos: Labetalol e Carvedilol. O carvedilol é muito usado em insuficiência cardíaca por ter
propriedade especial de antagonizar o alfa além de ser beta bloqueador, também é o único que pode
gerar vasodilatação periférica, e é um antioxidante reduzindo o aporte de LDL a nível do coração. O
alfa 1 quando ligado a noradrenalina ou adrenalina realiza vasoconstrição, então se o carvedilol
antagoniza esse efeito causa vasodilatação. Então o carvedilol é beta bloqueador (reduz força e

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frequência no coração) associado a resistência vascular periférica reduzida (atuando em vasos), sendo
essa propriedade exclusiva de beta bloqueador de 3 geração.

• Fármacos seletivos
-Exemplos: Betaxolol, Celiprolol, Nebivolol. O betaxolol é usado de forma tópica nos olhos, enquanto
o celiprolol é o fármaco mais seletivo de todos juntamente com o nebivolol. O nebivolol
especificamente libera óxido nítrico, que é vasodilatador, sendo um exemplo de beta bloqueador
vasodilatador.

Então beta bloqueadores de 3 geração: Podem ser vasodilatadores por terem propriedades de antagonistas alfa
1 ou liberadoras de óxido nítrico que por sua vez é vasodilatador. As vantagens dessa propriedade são bem
parecidas. Quando for um antagonista alfa 1 é um carvedilol, já liberador de óxido nítrico um nebivolol.

Carvedilol bloqueia beta 1, beta 2 e alfa 1 enquanto o nebivolol bloqueia só beta 1 e libera óxido nítrico. Por
isso alteram resistência vascular periférica modificando vasos, e são os fármacos que devemos ter em mente
quando falamos em beta bloqueador vasodilatador.
Devemos saber o que significa ser de primeira ou segunda geração (que na primeira é não seletivo e na segunda
seletivo) e na terceira geração lembrar que ou o fármaco é altamente seletivo (libera óxido nítrico) ou é
vasodilatador. O carvedilol pode ser colocado na prova como de terceira geração, mas devemos lembrar que
é antagonista alfa 1 também causando vasodilatação.

3° Geração

Seletivo • Efeitos cardíacos


(Nebivolol) – Oxido nítrico (NO) • Diminui a liberação da renina
• Produz vasodilatação pois reduz a resistência
periférica e o retorno venoso.
• Não possui um efeito significativo sobre os
lipídeos ou melhora o perfil lipídico por atuar
na oxidação reduzindo a formação de placas
de ateroma.

Não seletivo (ser não seletivo em geral é uma • Efeitos cardíacos


características de 1ª geração) • Vasodilatação (pois reduz a resistência
(Carvedilol) (atua como B-bloqueador e antagonista periférica e o retorno venoso).
alfa 1) • Não tem impacto no perfil lipídico por atuar
também como antagonista alfa 1.
**Pacientes com problemas pulmonares NÃO
podem usar esse fármaco.
Vimos que há 3 gerações de beta bloqueadores, tendo características de seletividade ou não seletividade
diferentes. Os não seletivos atuam em todos os receptores beta, por isso trazem todos os efeitos possíveis de
um beta bloqueador. A maior parte dos efeitos deles se dá no coração, sendo efeitos negativos como
bradicardia, redução de condução e força de contração além de redução de excitabilidade. São causadores de
broncoespasmo pois antagonizam receptores beta presente nos brônquios, não só os não seletivos como os
seletivos também, todos os tipos de beta bloqueadores são capazes de gerar broncoespasmo.

Usos dos antagonistas beta adrenérgicos (Beta Bloqueadores)

• Hipertensão arterial: atualmente beta bloqueadores não são primeira opção para o tratamento da
hipertensão, sendo preferíveis inibidores da ECA, bloqueadores de canal de cálcio ou antagonistas do
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receptor da angiotensina II. Beta bloqueadores entram quando falham as opções de escolha ou quando
precisamos tratar duas condições simultâneas como adjuvante.

PA= DC x RVP onde DC= FC x VS (retorno venoso e contratilidade (força)). O beta bloqueador irá atuar a
nível da contratilidade, mas não do retorno venoso.

• Angina – dor torácica causada por um desequilíbrio entre a oferta e o uso de oxigênio. O beta
bloqueador é utilizado para regular a frequência cárdica, são desse modo essenciais no tratamento da
angina, são também cardioprotetores.
o Angina estável- Em momentos de exercício físico o paciente irá realizar glicólise anaeróbica
que irá resultar na produção de ácido lático.
o Angina Instável – placa de ateroma está muito grossa, então mesmo em repouso o paciente
apresenta sintomas.
o ***Na angina vaso espástica não se pode usar B-bloqueador, nesse tipo de angina não há
presença de placa de ateroma, mas os vasos podem entrar em espasmo reduzindo o aporte de
oxigênio para o coração.
• Infarto do miocárdio – em um paciente infartado caso a frequência cardíaca aumente a área de
penumbra se torna uma área de infarto. Após o infarto existe uma compensação fisiológica que
aumenta a frequência e é danosa ao coração, e por esse motivo se usa um B-bloqueador para que isso
não aconteça. O paciente provavelmente irá utilizar o B-bloqueador para o resto da vida.
• Insuficiência cardíaca – pode ser causada por infarto ou por hipertrofia concêntrica ou excêntrica não
funcional. O coração não tem força suficiente, então preciso de um beta bloqueador para reduzir a
frequência e desse modo não gerar uma sobrecarga no coração.
• Arritmias cardíacas: geralmente originadas por aumento nos disparos do nodo sinoatrial.

Em anginas, infarto do miocárdio e insuficiência os beta bloqueadores são fármacos de escolha, pois são
condições em que não podemos ter aumento de frequência cardíaca.

• Glaucoma de ângulo aberto – uso de forma tópica para reduzir a pressão intraocular, na forma de
colírios.
• Tremor essencial – tanto seletivos quanto não seletivos podem ser usados sendo os não seletivos ainda
mais usados. Propranolol é um dos fármacos mais usados nessas circunstâncias. Os beta bloqueadores
desativam a parte central e a na periferia isso faz com que os tremores do indivíduo parem. São os
fármacos de eleição para o tratamento do tremor essencial.
• Ansiedade (sintomas autonômicos) – reduzem sintomas autonômicos simpáticos tratando ansiedade
“de palco” e auxilia também no transtorno de ansiedade generalizada como adjuvante com ansiolíticos.
• Profilaxia da enxaqueca – seletivos ou não podem ser usados, o que importa é que o fármaco
ultrapasse pela barreira hematoencefálica.
• Hipertireoidismo – um aumento no número de receptores beta por todo o corpo causa o
hipertireoidismo, podendo ser tratado com antagonistas beta regulando tremores e taquicardia. São a
primeira opção no tratamento do hipertireoidismo.

Quando o paciente tem hipertensão e uma das situações citadas acima simultaneamente (como enxaqueca,
ansiedade), exceto glaucoma que é tratado de forma tópica, os beta bloqueadores são fármacos de escolha pois
tratarão as duas complicações de uma vez.

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Efeitos adversos

• Cansaço, fraqueza = astenia


Beta bloqueadores produzem astenia, tanto seletivos quanto não seletivos, porém a origem da astenia
é toda mudança do organismo que se adapta ao uso do fármaco, levando a cansaço e fraqueza chamados
astenia. Porém, há uma diferença grande entre astenia e depressão, pois a astenia é um cansaço físico,
porém sua motivação mental continua ali, não há perda de interesse nas coisas ou outros sinais de
depressão. Assim beta bloqueadores não estão relacionados com depressão, mas sim com astenia.
• Tonturas: podem ocorrer por alteração de fluxo sanguíneo ou redução da pressão arterial.
• Insônia: há um padrão de insônia perceptível tanto em não seletivos quanto seletivos, em que o
paciente não dorme e tem dificuldade de conciliar o sono, e quando consegue dormir tem sonhos ou
pesadelos vívidos, nos quais são sonhos muito reais e perturbados podendo ter dificuldade de separar
o que é sonho ou real. Esse efeito não tem mecanismo conhecido, e o paciente tem que se acostumar
com os efeitos causados por ele.
• Bradicardia excessiva com possibilidade de bloqueio AV: a possibilidade desse efeito acontecer é
o maior limitador no uso de beta bloqueadores, pois o bloqueio atrioventricular é um tipo grave de
arritmia que se não for revertida rapidamente pode originar parada cardíaca, então quando a condição
do paciente propicia a origem dessa bradicardia excessiva como esse bloqueio o beta bloqueador não
é indicado.
• Broncoespasmo: afeta principalmente asmáticos e portadores de DPOC, pacientes normais não
sofrem desse broncoespasmo.

Contra indicações

• Asmáticos e portadores de DPOC: possuem contra indicação absoluta. Antagonistas beta impedem
a reversão fácil do broncoespasmo, pois o fármaco que atua na broncodilatação é um agonista beta 2
o que significa que ao chegar no pulmão ele encontrará os receptores já ocupados e não consegue
exercer sua ação. ***Para pacientes com insuficiência cardíaca não existe um substituto, em virtude
disso a recomendação é que não se trate com B-bloqueadores, pois o risco de broncoconstrição é “mais”
problemático do que a ins. Cardíaca.
• Angina vasoespástica (beta 2 coronária): são utilizados para angina em geral exceto a vasoespástica.
Anginas em geral ocorrem por conta do descompasso entre a necessidade de energia do coração e a
quantidade do fluxo que está sendo levado ao órgão. Nesse caso, há uma redução no fluxo nas
coronárias reduzindo fluxo ao coração, porque a coronária de tempos em tempos entra em espasmo de
forma espontânea, levando a redução de fluxo que leva a dor cardíaca. O beta bloqueador na
vasoespástica pode piorar o vaso espasmo se bloquear beta 2 nas coronárias.
• Diabéticos (uso com cautela): aqui é uma contra indicação relativa, pois em geral diabéticos não usam
beta bloqueadores para hipertensão pois há outros fármacos, se for em outras condições que precisem
de beta bloqueador fazemos o uso com cautela. Entre um beta bloqueador seletivo (Beta 1) (que não
tem efeitos metabólicos) e os não seletivos (tem vários efeitos metabólicos) escolhemos os seletivos
para os diabéticos.
o DM1: piora da hipoglicemia, pois os sintomas estão mascarados.
o DM2: piora da resistência à insulina, pois eles irão aumentar a glicemia. Também podem
provocar dislipidemia, pois aumentam a concentração de LDL e reduzem o HDL.

Interrupção do tratamento
A interrupção do tratamento não deve ser feita bruscamente!!! Sempre lembrar que não podemos suspender o
tratamento com beta bloqueadores do nada pois eles são fármacos antagonistas, sendo assim após seu uso o
organismo se adaptou e aumentou o número de receptores, principalmente beta 1 no coração, na membrana

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pós sináptica, e sem o beta bloqueador ocupando espaço o simpático do paciente está de volta ao normal só
que com muito mais receptores para a adrenalina ocupar, podendo ocorrer o efeito rebote que piora o quadro
do paciente. O período de retirada de um beta bloqueador pode chegar a até 1 mês.
ANTAGONISTAS ALFA 1

Prazosina, Terazosina, Doxazosina: Possibilidade de uso em hiperplasia prostática benigna e hipertensão.

Alfuzosina, Tansulosina, Indoramina, Urapidil, Bunazosina: Apenas utilizamos em hiperplasia prostática


benigna, pois não possuem uma dose bem definida que poderia ser utilizada em hipertensão.

Efeitos farmacológicos

Cardiovasculares

Antagonista -Vasodilatação arterial leva a uma redução da resistência vascular periférica.

Alfa 1 -Vasodilatação venosa leva a diminuição do retorno venoso.

Isso significa que a nível cardiovascular promoverão vasodilatação arterial e venosa acompanhadas de redução
a resistência vascular periférica.

Como atuam em alfa 1 teremos o músculo liso como alvo principal. Os receptores alfa 1 se localizam nos
vasos sanguíneos, em artérias e veias e promovem vasodilatação. Quando temos vasodilatação arterial o
fenômeno a ser observado é diminuição da resistência vascular periférica, já na vasodilatação venosa
observamos a redução do retorno venoso. A pressão arterial cai pela redução principalmente da RVP causada
pela vasodilatação arterial, sendo esse o efeito anti-hipertensivo. O retorno venoso por ser um determinante
do débito cardíaco também auxilia nessa redução de pressão quando há vasodilatação venosa, mas a principal
é a arterial. Quando há dois determinantes de pressão arterial caindo simultaneamente devido ao fármaco o
organismo tenta compensar de alguma forma.

Existem dois mecanismos de compensação, o mecanismo nervoso que exerce sua função por meio do sistema
simpático que irá aumentar a pressão arterial causando taquicardia reflexa.

Taquicardia reflexa: quando a pressão sanguínea cai o coração bate mais rápido tentando elevá-la.
Isso é chamado taquicardia reflexa, a qual pode acontecer em resposta à diminuição do volume
sanguíneo (através da desidratação ou sangramento) ou a uma alteração inesperada do fluxo sanguíneo.

→ Os fármacos mais antigos são, desse modo, passiveis de tolerância.

Hipotensão ortostática: precisamos do débito cardíaco quando mudamos de posição, por isso quando
temos um fármaco que reduz RVP ao mesmo tempo que reduz retorno venoso de forma rápida sujeita
o paciente a um descontrole dessa posição, por isso antagonistas alfa 1 estão relacionados com
hipotensão ortostática, em que o paciente sente tontura ao levantar e pode até perder o equilíbrio e cair.

Outro mecanismo de compensação é o renal, ao reter uma maior quantidade de sódio e água aumentasse o
volume, e ao aumentar o volume plasmático se compensa a queda da pressão arterial, anulando parte do efeito
anti-hipertensivo com o passar do uso, por isso antagonistas alfa 1 não são de primeira escolha para
hipertensão pois seu efeito compensatório perde o efeito anti-hipertensivo em algumas semanas por
tolerância. Entretanto, quando se associa diurético com antagonista alfa 1 o efeito se mantém por mais tempo
no organismo, pois evita o mecanismo de compensação. Desse modo, quando for utilizado o antagonista alfa
1 devemos associa-lo com o diurético.

→ Os fármacos que ativam o mecanismo de compensação SRAA são passiveis de tolerância.


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Bexiga e Próstata
Os receptores alfa 1 estão localizados na bexiga, ureteres e uretra, e quando o antagonista alfa 1 está atuando
promove relaxamento do musculo liso. O bloqueio alfa 1 diminui a resistência ao fluxo de urina pois dilata o
músculo liso da uretra, melhorando sintomas da hiperplasia prostática benigna, mas não diminui a hiperplasia,
por isso são administrados para melhorar o fluxo urinário junto com outros fármacos que de fato reduzem a
hiperplasia.
Outros tecidos

• A nível do olho promove: Miose


• No nariz: produz congestão nasal – aumento do tamanho da mucosa devido efeito do antagonista dá a
sensação de que o nariz está congestionado. É comum em casos de hiperplasia prostática benigna em
que o paciente acha que está com o nariz congestionado devido a uma rinite, por exemplo, mas na
verdade é a ação do antagonista alfa 1 em outros tecidos.

Usos
Hipertensão arterial
• Diminui resistência vascular periférica (além do retorno venoso), porém devido mecanismos de
compensação não são fármacos de escolha em hipertensão.
• Sem alterações em lipídeos plasmáticos (ao contrário dos beta bloqueadores) as vezes até melhora o
perfil lipídico, contrabalanceando o efeito adverso de um beta bloqueador.
- Diminuem LDL, aumentam HDL e reduzem triglicerídeos.

Hiperplasia prostática benigna (HPB)


• Diminui a resistência do fluxo urinário.
• Relaxamento do trígono bexiga e uretra.
• Não diminuem a HPB, mas auxiliam a aliviar seus sintomas que em geral são dor e desconforto.
Cuidados

Fenômeno primeira dose: tanto em hipertensão quanto HPB

• Hipotensão postural intensa.


• Doses iniciais baixas.
• Administração ao dormir (3 a 7 dias) é recomendada nos primeiros usos para evitar a hipotensão
postural
Na HPB podem ser usados com reguladores hormonais masculinos. Na hipertensão arterial antagonistas alfa
1 podem ser utilizados com dois grandes grupos de fármacos, com diuréticos (que atuam a nível do volume
plasmático) e beta bloqueadores. Os diuréticos mantém o efeito anti-hipertensivo por mais tempo pois evita
ação intensa da compensação do organismo, como já vimos. Podemos usar beta bloqueadores, pois diminuem
o débito cardíaco por determinantes diferentes dos antagonistas alfa 1, já que o beta bloqueador reduz
frequência e contratilidade (força) e assim reduz o débito cardíaco; enquanto o antagonista alfa 1 reduz
resistência vascular periférica e retorno venoso, reduzindo o débito por outros determinantes. Além disso, o
beta bloqueador evita causar taquicardia reflexa, o que poderia acontecer com uso de antagonista alfa 1. O uso
dos dois juntos também equilibra o perfil lipídico, pois os antagonistas alfa 1 reduzem o perfil lipídico.

A associação entre os fármacos antagonistas alfa 1, beta bloqueadores e diuréticos é muito importante por
complementariedade de ação e reversão de efeitos, uma ver que:

• Beta- bloqueadores: Diminuem HDL, aumentam LDL, e aumentam triglicerídeos.


• Antagonistas alfa 1: Aumentam HDL, diminuem LDL, e diminuem triglicerídeos.
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Os efeitos positivos de um irá anular os efeitos negativos de outro, demonstrando complementariedade de
ação e reversão de efeitos. O fármaco carvedilol, possui efeitos de beta bloqueadores e antagonistas alfa 1
sendo o fármaco de eleição.

ANTI-HISTAMINICOS

Considerações gerais

Histamina: Mediador químico de uma ampla variedade de


respostas celulares incluindo reações inflamatórias e secreção
ácida gástrica. É derivada do aa histidina que produz histamina. A
histamina é armazenada em certas células até que ocorra o
processo de sua liberação desde:

• Mastócitos, basófilos, epiderme, mucosa gástrica, neurônios (SNC) e células nos tecidos em
regeneração ou em crescimento rápido são locais de armazenamento de histamina. Sendo que na pele,
no pulmão, basófilos e eosinófilos são as células com maiores teores de histamina do corpo.

A histamina aparece precocemente quando temos um corte formando uma área de vermelhidão, e quando a
ferida estiver fechando ela aparece novamente para melhorar a cicatrização. Toda vez que aparece prurido a
histamina estará presente, pois é ela quem causa coceira. Ainda, a histamina também é encontrada de forma
natural em plantas, venenos e ferrões, bactérias e fungos (cogumelos) e seres humanos.

Existem alguns locais que possuem mais histamina no nosso corpo do que outros, são eles os grandes
armazenadores:

• Pulmões: a histamina armazenada nos pulmões poderá, por exemplo, iniciar um quadro de asma que
depois é mantida por basófilos.
• Pele
• Basófilos: possuem uma quantidade similar a de mastócitos.
• Mastócitos
• Eosinófilos
• Neutrófilos

A liberação da histamina pode ocorrer de 3 maneiras:

A forma imunológica via produção de IgE sendo esse indivíduo hipersensível a substância que o estimulou
dessa forma. Há a forma farmacológica que é direta, estimulada por característica de fármaco. E também a
forma mecânica, em que alguma lesão invoca a histamina.

1) Forma imunológica: parte do princípio da sensibilização prévia associada ao segundo contato que irá
provocar a liberação da histamina. Desse modo, alguma substância estimula o sistema imunológico que passa
a produzir IgE contra o alérgeno, sendo que a IgE se liga na membrana de mastócitos e fica nele ancorada,
esse processo é o primeiro contato uma sensibilização prévia. Se houver um segundo contato com a mesma
substância a IgE entra em contato com o alérgeno e leva a liberação de histamina caracterizando o indivíduo
hipersensível, alérgico àquela substância. Aqui a reação alérgica acontece a partir do segundo contato. Pode
produzir choque anafilático.

2) Forma farmacológica: a liberação farmacológica é direta. Depende da característica do fármaco, se é ácido


ou básico, e não do indivíduo. Há deslocamento da histamina do complexo no interior do grânulo, os grânulos
tem cargas negativas em seu interior, estando sujeitos ao que há na vizinhança da célula pois estes grânulos
possuem uma grande atração química. As cargas positivas presentes fora da célula devido a um fármaco
LAURA ZABISKY FLORESTA 11
altamente básico atraem os grânulos com histamina até a membrana e há extravasamento de histamina.
Fármacos capazes de atrair a histamina são morfina, tubocurarina, succinilcolina, contrastes radiológicos,
expansores plasmáticos (manitol) e vancomicina. A reação alérgica provocada pela histamina pode acontecer
a partir do momento em que o fármaco é administrado, pois não depende do indivíduo, mas sim das
características do fármaco independente da dose. Aqui a reação alérgica pode acontecer mesmo no primeiro
contato. É considerada uma reação anafilactoide, não produz choque anafilático. *Cuidado com contrastes
farmacológicos, pois eles possuem iodo (também presente em frutos do mar) e podem desencadear a reação
que pode ser de caráter farmacológica ou imunológica.

3) Forma de liberação mecânica: proteínas de alto peso molecular, venenos ou estresse físico causam lise dos
mastócitos promovendo degranulação, liberação, de histamina. Estreses físicos também podem causar essa
reação, como calor, frio, cortes ou atritos mecanismos como quando corremos, por exemplo. A congestão
nasal, chamada de rinite vaso ativa, típica de quando o indivíduo sai no frio é causada por liberação de
histamina promovida pelo frio.

RECEPTORES HISTAMINICOS

• Musculo liso
Receptor H1 • Endotélio vascular
• Cérebro
• Atuam por Gq
• Mucosa gástrica
Receptor H2 • Músculo cardíaco
• Músculo liso vascular
• Cérebro, mastócitos
• Atuam por Gs
Receptores H3 • Cérebro (neurônios pré-sinápticos)
• Atuam por Gi
Receptores H4 • Eosinófilos
• Neutrófilos
• Atuam por Gi
Receptor H1- Gq e H2-Gs: podemos associar o efeito da histamina com o da acetilcolina, pois ambos causam
constrição em músculos lisos em geral, pois aumentar cálcio no músculo liso gera contração, exceto no
músculo liso protegido por endotélio, o músculo liso vascular onde promove liberação de oxido nítrico que
leva a vasodilatação. A acetilcolina é broncoconstritora, mas em músculo liso vascular causa vasodilatação, a
mesma coisa ocorre com a histamina. O processo de vasodilatação promovido por H1 e H2 são semelhantes,
mas a de H2 é muito mais duradoura.

Efeitos da Histamina

- Vasodilatação: ocorre tanto em H1 quanto H2.

*Essa vasodilatação em geral atinge principalmente as arteríolas, quando há vasodilatação na parte venosa do
capilar ela acontecerá graças a presença do receptor H1.

-H1: vasodilatação dependente de NO, rápida e de curta duração. Fase inicial de vasodilatação.

-H2: está no músculo liso vascular, e nesse local produz AMPc de forma lenta e persistente, assim
vinculado ao H2 há uma vasodilatação mais lenta no início, mas persistente. É como se um receptor
desse início ao processo e o outro mantém o efeito da histamina.

LAURA ZABISKY FLORESTA 12


- Aumento da permeabilidade vascular: acontece muito mais na parte venosa do capilar, sendo esse fenômeno
muito relacionado à formação de edema de forma rápida. Onde ocorre a vasodilatação pode ser visualizado o
início da passagem de proteínas que antes não passavam por ali.
-Recrutamento de leucócitos: a histamina é um dos principais estimuladores do início do processo, de maneira
geral participa em quase todos os processos inflamatórios, sendo depois substituída por outros mediadores.
Todavia, no processo alérgico ela será o mediador mantido, devido a isso não podemos confundir os papeis
da histamina em processos inflamatórios e na reação alérgica.

-Sistema cardiovascular: principalmente H2, leva a aumento da força de contração e de frequência, se visualiza
quando se tem uma liberação maciça desse mediador. Esse aumento não é tão grande quanto com adrenalina
ou noradrenalina. Em caso de liberação sistêmica de histamina temos vasta vasodilatação levando a queda da
resistência vascular periférica que diminui a pressão arterial, em casos de choque anafilático por exemplo, em
que o paciente ao entrar em contato com substância a qual é hipersensível produz degranulação rápida de
mastócitos e basófilos liberando histamina em alta quantidade que acumula-se e reduz a pressão arterial, que
é o início da hipotensão causada no choque, depois há outros fatores que potencializam essa hipotensão, não
sendo o único mediador responsável nessa situação. Então lembrar: em caso de liberação sistêmica de
histamina há queda da resistência vascular periférica diminuindo a pressão arterial, em especial no choque
anafilático.

-Músculo liso não vascular: promove broncoconstrição quando age em H1 no pulmão. A histamina inicia uma
broncoconstrição, mas um dos efeitos associados é estimular a liberação de outras substâncias mediadoras
como leucotrienos e prostaglandina D2, que prolongam a constrição. Os leucotrienos tem um tempo de meia
vida muito maior que dá histamina. Por isso em uma broncoconstrição devemos prestar mais atenção nos
leucotrienos pois a histamina só inicia e vai embora.

-Trato gastrointestinal: secreção gástrica, vinculada exclusivamente ao H2. Exemplo: se um paciente comer
algo que contenha histamina ou em caso de alergias alimentares, essa histamina ingerida irá atuar no receptor
H1 que irá gerar contrações no musculo liso provocando diarreia acompanhada da reação alérgica.

-Nervos periféricos: estimulo de terminações nervosas pode causar– dor e prurido, sendo o prurido uma ação
somente da histamina. A histamina é capaz de estimular diretamente o nocioceptor, a ativação do nocioceptor
pode ser feita por duas formas, direta ou indiretamente. A bradicinina e a histamina estimulam diretamente
quando são elas quem tomam contato com o receptor, por isso produzem dor por si só, agem diretamente no
nociceptor sendo assim substâncias álgicas. Prostaglandinas não são substâncias álgicas por si só, não
estimulam diretamente o nociceptor, apenas diminuem o limiar de ativação pelas substâncias álgicas levando
a concentrações normais de histamina gerarem efeitos maiores, sendo esse o efeito hiperalgésico. A histamina
se liga com uma facilidade muito maior, devido essa ação indireta, que não estimula diretamente, mas aumenta
a ligação das substâncias que estimulam diretamente. Na sensação de prurido, obrigatoriamente a histamina
tem que estar presente, pois quem manda nessa reação é a histamina. Fármacos que bloqueiam a dor podem
liberar a histamina provocando uma sensação de prurido corporal espalhado.

-Sistema nervoso central: histamina controla apetite quando atua no hipotálamo, estimula SNC, receptores H1.
Funciona no sistema reticular ascendente colocando o indivíduo em estado de vigília. Não retira o apetite, mas
indica que a quantidade de alimento é suficiente, além de retirar a sensação sono. Por isso anti-histamínicos
causam sensação de fome, pois levam ao efeito contrário, assim como antialérgicos dão sensação de sono.

ANTI-HISTAMINICOS H1

Os receptores H1 e H2 são muito diferentes de maneira que o fármaco que atuar em H1 não poderá atuar em
H2. Entretanto, existe uma semelhante entre H1 e os receptores M1, M3 e Alfa 1. O que significa que ao atuar
em H1 pode ser que o fármaco atue também em M1 e M3 antagonizando o receptor.
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Mecanismo de ação
Possuem dois mecanismos de ação que são antagonistas ou agonistas inversos dos receptores H1, um ou outro,
tendo respostas finais iguais, pois o antagonista se liga no receptor e impede ação da histamina e o agonista
inverso promove a reação da histamina ao contrário, resultando na inativação do receptor.
Classes dessas substâncias

1ª Geração: Mais Antiga 2ª Geração: Mais Nova


- São mais lipossolúveis - São menos lipossolúveis ou mais hidrossolúveis
- Por serem mais lipossolúveis passam a BHE e - Por serem menos lipossolúveis não passam a BHE
chegam ao SNC e não chegam ao SNC
- Menos seletividade (Atuam em H1 e M) - São mais seletivos (Atuam em H1)

ANTI- HISTAMÍNICOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO


-Etanolaminas: não são as melhores em efeito -Alquilaminas: são as mais eficazes em efeitos
antialérgico, mas são altamente sedativas e tem antialérgicos
grande efeito antiemético. • Bronfeniramina
• Carbinoxamina • Clorfenamina
• Clorfenoxamina • Dexclorfeniramina: Polaramine
• Difenidramina • Feniramina
• Dimenidrinato: DRAMIN • Triprolidina
• Doxilamina
• Feniltoxolamina

- Etilenodiaminas: -Piperazinas: Hidroxizina


• Mepiramina -Fenotiazinas: Prometazina. Altamente sedativa e
• Tripelenamina altamente antiemética
-Outros: Ciproeptadina

ANTI- HISTAMÍNICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO


- Astemizol (tem potencial de causar arritmias cardíacas)
- Azatadina
- Azelastina
- Fexofenadina (metabolito ativo da Terfenadina - não causa arritmia): Alegra
- Loratadina – é hidrossolúvel, mas em altas doses pode passar a BHE
- Desloratadina (metabólito ativo da loratadina) – não passa a BHE pois é muito hidrossolúvel
- Cetirizina (levocetirizina)
- Terfenadina (não existe mais no mercado pois causava arritmias cardíacas).
→ São por definição muito menos sedativas.
→ São isentos de arritmias exceto astemizol e terfenadina.

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EFEITOS FARMACOLÓGICOS DE ANTIALÉRGICOS

Esses efeitos são relacionados ao receptor H1.

• Reduzem vasodilatação, mas não inibem, apenas reduzem a vasodilatação local.


• Inibem aumento da permeabilidade capilar.
• Reduzem prurido.

* Por isso são usados em preparações gripais, geralmente associados com descongestionantes alfa 1.

Efeitos farmacológicos em SNC – EXCLUSIVOS DE 1ª GERAÇÃO

• Depressão do SNC (contrário do efeito da histamina, que é manter a vigília).


• Sonolência, sedação. Sedativos tem efeito mais leve e causam sonolência, mas o indivíduo tem a
escolha de dormir ou não, já um sedativo deprime o sistema nervoso e o indivíduo não consegue ficar
acordado.
• Lentificação do tempo de reação (por isso dirigir ao tomar dramin, por exemplo, ou operar máquinas
não é indicado).
• EXCESSÃO→ Estimulação em crianças ou superdosagem: nervosismo, insônia. Efeito paradoxal,
causado pela imaturidade do sistema nervoso da criança ou pelas modificações que acontecem com o
envelhecimento no idoso, pode causar insônia.
Etanolaminas: são as mais sedativas, junto com as fenotiazinas.

Efeitos farmacológicos: Efeitos Antimuscarínicos carregados por Anti-Histamínicos

PRIMEIRA GERAÇÃO:

• Boca seca
• Retenção urinária e constipação
• Redução de cinetose (enjoo de movimento)
• Redução de efeitos extrapiramidais: na via nigroestriatal há um neurônio dopaminérgico que parte da
substância negra que libera dopamina em direção ao estriado e inibe o interneurônio colinérgico, assim
não há liberação de acetilcolina não temos tremores involuntários. Em doenças como Parkinson o
neurônio dopaminérgico não funciona gerando tremores, mas estes também podem surgir por uso de
antagonistas dopaminérgicos como antipsicóticos, que ao retirar o neurônio quimicamente bloqueando
seu receptor liberamos o interneurônio colinérgico levando ao Parkinson farmacológico. O aloperidol
(antipsicótico), conhecido como Aldol, associado com prometazina (anti-histamínico) evitam os
tremores pois reduzem esses efeitos extrapiramidais.

Prometazina: pode ser utilizada para fazer intervenção sedativa e acalma o paciente.
Efeitos farmacológicos: Antiemético

Antieméticos são redutores de náuseas e vômitos, são fármacos de primeira geração, os de segunda não
realizam esse efeito pois não passam barreira hematoencefálica. Há 3 locais importantes, o NTS, o centro do
vômito e a zona quimiorreceptora do vômito. No NTS que carrega informação da periferia temos histamina,
no centro do vômito a acetilcolina e na zona quimiorreceptora a dopamina e a serotonina. Os anti-
histamínicos de primeira geração diminuem a ação de histamina no NTS e da acetilcolina (efeito
antimuscarínico) no centro do vômito, assim diminuímos náuseas e vômitos com os fármacos de primeira
geração.

− Fármaco: Ondansetrona (vonau) tira direto a ativação da zona quimiorreceptora.


− A geração antiemética será dos fármacos de primeira geração, pois atravessam a BHE.

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Efeitos farmacológicos: outros efeitos
Ganho de peso em indivíduos que ingerem anti-histamínicos de primeira geração, pois esses fármacos
aumentam o apetite do indivíduo, o que é aproveitado clinicamente em casos de falta de apetite. Hoje em dia
também se relaciona aos de segunda geração o que significa que deve também ter algo acontecendo na periferia.
Uso
Os mais usados são os de primeira geração, os de segunda geração são exclusivamente antialérgicos.
− Alergias: rinite, urticária, conjuntivites, dermatites (atópica e de contato).
− Resfriado comum: tanto faz a geração, mas são mais usados os de primeira geração por terem um
efeito mais rápido de redução de secreção e são mais baratos, mais conhecidos e mais antigos, os de
segunda geração estão mais associados a fármacos vasoconstritores.
− Cinetose: primeira geração, pois possuem potencial antimuscarínico. São utilizados preferencialmente
de forma profilática devem se ingerir antes do desencadeamento da cinetose.
− Náuseas e vômitos: exclusivamente primeira geração, a prometazina, por exemplo, tem efeito
antiemético muito visível sendo usada até em tratamentos quimioterápicos.
− Vertigens: como em crises de labirintite, são usados os de primeira geração principalmente.
− Insônia: os de primeira geração são indutores de sono, quando queremos evitar prescrever fármacos
de tarja preta.
→A segunda geração é usada só para alergias e tratamento de gripes, todos os usos de anti-histamínicos que
não são antialérgicos são de primeira geração.
Cuidado!!
Atravessam a barreira placentária, tanto os de primeira geração quanto os de segunda geração.
• Teratogênicos: alguns são comprovadamente teratogênicas, ou seja, causam alteração fetal não
podendo ser usados por gestantes. Os que não podem de maneira nenhuma serem administrados são
azelastina, hidroxizina e fexofenadina. A hidroxizina é um indutor de sono sendo bem sedativa e é a
que mais reduz prurido.
• Não teratogênicos: Clofeniramina, cetirizina, loratadina e dimenidrinato.
• Os de primeira geração são excretados pelo leite materno, causando irritabilidade, sonolência,
depressão respiratória no bebê. A depressão respiratória no adulto não acontece, mas no bebê doses
relativamente não tão altas podem levam a esse quadro. Nessa circunstância os fármacos de segunda
geração podem substituir os fármacos de primeira geração.
RESUMINDO
Anti H1: o efeito anti-histamínico é responsável pelo efeito antialérgico, mas pode causar sonolência e ganho
de peso quando atinge o SNC.
Anti H2: possuem um efeito antimuscarínico tem como beneficio a anti-cinetose e redução de efeitos
extrapiramidais, mas podem causar boca seca, constipação e retenção urinária como efeitos adversos.

Classe Atividade Anti- Efeito sedativo Atividade Efeitos


histamínica anticolinérgica antieméticos
Etanolaminas + a ++ + a +++ +++ ++ a +++
Etilenodiaminas + a++ + a ++ 0a+ 0
Alquilaminas ++ a +++ + a ++ ++ 0
Fenotiazinas + a +++ +++ +++ ++++
2ª Geração ++ a +++ 0a+ 0a+ 0
→Prometazina associada ao quimioterápico para evitar náuseas e vômitos.
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Discussão!!

- São anti-inflamatórios? → Não, pois só utilizam histamina, são antialérgicos, a partir do processo
inflamatório a histamina já foi liberada e em alguns minutos outros mediadores aparecem, e retirar a histamina
dali não faz bem algum. Só tem efeito anti-inflamatório em usos profiláticos, mas não são de escolha.

- Revertem broncoespasmo? → Não, pois a histamina é o pontapé inicial na broncoconstrição e na sequência


dela temos liberação de leucotrienos, que são muito mais broncoconstritores que a histamina, piorando o caso
de broncoespasmo. Os anti H1 bloqueiam receptores histamínicos, mas a broncoconstrição não foi totalmente
revertida, sendo que o efeito que não foi bloqueado é ainda mais constritor.

- Podem ser usados em choque anafilático, asma ou outras reações alérgicas graves? →Até podem ser
usados, mas precisam estar associados a outros fármacos, pois o que você precisa é de um fármaco que
revertam queda de pressão arterial e broncoconstrição, portanto, podem ser associados a adrenalina, por
exemplo.

FARMACOLOGIA DO PROCESSO INFLAMATÓRIO

Inflamação: É uma resposta essencial do hospedeiro para eliminação de tecidos danificados, necróticos e
invasores estranhos (microrganismos, partículas). A inflamação é necessária para a nossa sobrevivência.
Quando a inflamação deixa de ser benéfica e passa a dar prejuízo você tem que agir. Não é em qualquer
processo inflamatório que usamos o fármaco, usamos quando o processo inflamatório é mais deletério do que
benéfico.

Sinais cardinais: Rubor, tumor (edema), calor e dor - perda de função (de forma aguda ou crônica).
SINAIS CARDINAIS
− Calor – vasodilatação
− Rubor – vasodilatação
− Tumor (Edema) – aumento da permeabilidade vascular e aumento de tecido de granulação
− Dor – estimulação física e química de nocioceptores (histamina, bradicinina, estimulam diretamente
nocioceptores. Há outras, como prostaglandinas, que diminuem o limiar de ativação de
nocioceptores, não estimulam diretamente).
− Perda de função – dor (imobiliza), inibição de reflexos musculares, destruição tecidual, fibroblastia
e metaplasia.

Alterações no calibre vascular → aumento do fluxo sanguíneo


Alterações estruturais na microvasculatura → saída de proteínas

Término da resposta aguda


• Mediadores químicos esgotados
• Leucócitos possuem meia-vida curta
• Acionamento de mecanismos

No caso de uma inflamação crônica – Características


• Células mononucleares: Macrófagos e Linfócitos T e B (plasmócitos)
• Destruição tecidual
• Tentativas de cura por substituição de tecido danificado por tecido conjuntivo: angiogênese e fibrose.
o Junto com a tentativa de gerar um tecido novo a angiogênese acontece para promover a
irrigação local.
Exemplo: um exemplo de inflamação crônica é a artrite reumatoide. Teremos um infiltrado de linfócitos
continuo.

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MEDIADORES QUIMICOS

HISTAMINA
Fonte principal: mastócitos que se degranulam, sendo um dos mediadores mais iniciais no processo
inflamatório. Se encontra pré-formada, armazenada em grânulos e é liberada após estimulo e degranulação da
célula mediante lesão física (trauma, frio e calor), reações imunes (ligação anticorpos-mastócitos), fragmentos
do complemento (anafilatoxinas- C3a e C5a) e neuropeptídios (substancia P).

Efeitos:
• Vasodilatação de arteríolas = calor e rubor
• Aumento da permeabilidade vascular de vênulas= edema
• Receptor envolvido: H1 (lembrar que a vasodilatação também vem de H2)
• Dor
• Aumenta a migração leucocitária
• Broncoconstrição

BRADICININA
Fonte: Está circulando na forma de um precursor inativo cininogênio que sofre a ação da enzima calicreína e
forma a bradicinina. Está logo no início, a histamina inicia o processo e a bradicinina continua e estimula
outros mediadores, pois tem uma ação mais prolongada que a histamina.

Efeitos:

• Vasodilatação
• Dor
• Aumento da permeabilidade vascular
• Liberação de mediadores
• Broncoconstrição

A bradicinina ao ser liberada no local irá ativar a PLA2 que irá começar a quebrar lipídeos de membrana,
sendo os dois principais o Liso -PAF e o Ácido araquidônico.

→ PAF: fator agregador de plaquetas, promove:

• Vasoconstrição, pois é mais fácil estancar o sangue quando o fluxo está diminuído propiciando a
formação rápida do tampão plaquetário.
• Aumento de permeabilidade vascular.
• Redução da filtração glomerular, é um dos principais mediadores relacionados a perda de células renais.
• Hiper-reatividade brônquica, pode causar broncoconstrição.

FARMACOLOGIA DO EICOSANÓIDES

São metabólitos do ácido araquidônico. O ácido araquidônico é um ácido graxo polinsaturado contendo 20
carbonos. É esterificado em fosfolipídeos de membranas.
Metabólitos do Ac. Araquidônico
→Eicosanoides
→Ciclooxigenase (COX) → gera Prostaglandinas e tromboxano
→ Lipoxigenase (LOX) → gera leucotrienos (são inflamatórias) e lipoxinas (são antinflamatórios produzidos
por lipoxigenase)

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Fosfolipídeos de Membranas

Fosfolipase A2

Ácido araquidônico

- Prostaglandinas - Leucotrienos (LTB4)

- Tromboxano

- Prostaciclina

COX: enzima de dupla função. Uma função de cicloxigenase associada a função de endoperoxidase. Catalisa
duas etapas dessa via. Prostaglandina endoperoxido G/H sintetase (PGHS ou COX). Ela faz um ciclo ao final
da estrutura formando um enol usando a função cicloxigenase. Depois ela forma com função de peroxidação
o PGH2. O importante é que o PGH2 é um intermediário comum, podendo formar (dependendo do tecido):

− Enzima no endotélio: prostaciclina sintetase


− Prostaglandina endoperoxido isomerase ou redutase, formando PGE2
− Tromboxano sintetase

Ácido Araquidônico -> COX-1/COX-2 -> PGG2 - PGH2:

Os mediadores produzidos dependerão do tipo celular


envolvido na síntese. Nas plaquetas, por exemplo, teremos
a produção de tromboxano por meio da enzima tromboxano
sintetase. Um tipo de celular poderá também produzir mais
de um tipo de mediador.

− Plaquetas: TXA2
− Mastócitos: PGD2
− Pulmão, macrófagos: PGE2
− Útero: PGF2 alfa
− Cel. endotelial: PGI2

Ácido Araquidônico → (5 - lipoxigenase) → 5-HEPETE


→ LTA4:

− Derivados da LTA4: para formar LTD4 parte de


LTC4 é que quebrada, mas não irá desaparecer, e o
mesmo irá acontecer com LTD4 que será quebrado
parcialmente e forma LTE4. Podem por provocar
broncoespasmo, aumento de permeabilidade
vascular e edema inflamatório.
− Derivados da LTA4: formador de LTB4 podem
provocar quimiotaxia e hiperalgesia.

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RECEPTORES

Cada uma dessas substancias possuem receptores próprios, sendo eles:


• PGI2: IP – receptor de prostanoide
• PGF2 alfa: FP – receptor de prostanoide – a PGF2 alfa é uma constritora de musculo liso
• TXA2: TP – receptor do tipo T – é um agregante plaquetário
• PGD2: DP1 e DP2 - receptor de prostanoide
• PGE2: EP1-4 (tem 4 receptores disponíveis para PGE2) - receptor de prostanoide – no útero no final do
ciclo menstrual a PGE2 pode provocar contração, mas por exemplo quando a mulher esta gravida o
receptor será trocado e sua ativação provocará relaxamento uterino durante toda a gestação.
• LTB4: BLT1, e BLT2
• Cis-LT: cisLT1 e cisLT2
Os são receptores acoplados a proteínas G.

PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DOS EICOSANOIDES


Ação sobre o Sistema cardiovascular

• Vasodilatação e redução da pressão arterial (por atuação sistêmica deles):


o PGE2; PGD2 e PGI2 - com frequência a dupla PGE2 e PGI2 age no mesmo lugar e promove
a mesma ação. A prostaciclina sempre age como relaxante de musculo liso.
• Constrição de artérias pulmonares:
o PGF2 alfa – uma das principais responsáveis pelo estado de hipertensão pulmonar, sendo
necessário dar um análogo de prostaciclina e retirar a PGF2 alfa.
• Vasoconstrição:
o TXA2 - é um agregante plaquetário, então que que faz é contrair o vaso sanguíneo para limitar
a saída de sangue perto de onde as plaquetas precisam agir.

Eicosanoides atuam no local onde são produzidos, mas quando administrados os eicosanoides agem todo o
sistema.
Ação sobre Plaquetas
• Inibição da agregação:
− PGD2
− PGI2: prostaciclina produzida pelo endotélio tem função de antiagregante. Produz um estado no
qual as plaquetas não conseguem se aderir ao endotélio. (endotélio; COX-2). A prostaciclina em
condições normais deve estar em equilíbrio com o tromboxano produzido pela plaqueta.
• Aumento da agregação:
o TXA2 (plaquetas; COX-1) (plaqueta não faz síntese de proteínas, então ela só tem COX-1)
Tromboxano tem o efeito anulado pela prostaciclina produzida pelo endotélio. Quando há lesão
no endotélio, por exemplo, há produção de tromboxano. Em condições normais temos que ter
prostaciclina e tromboxano em equilíbrio. Também temos a Cox-1 no endotélio, mas quem
mais colabora é a Cox- 2. Em pacientes com estresse de cisalhamento, presença de placa de
ateroma, diabetes, teremos um aumento da produção de COX-2, ficando muito superior a
qualquer COX-1 que tenha ali.
o PGE2 (baixas concentrações)
Ação sobre o Útero
• Contração
o PGF2 alfa (causa cólica. Se estiver ausente a mulher não entra em trabalho de parto)
o TXA2
o PGE2: baixas concentrações (hiperalgésica, contribui com aumento da dor)

LAURA ZABISKY FLORESTA 20


• Relaxamento
o PGI2
o PGE2: altas concentrações
o ***aumenta o tônus durante o parto!!!

Em útero gravídico há distribuição diferente de receptores. Varia a densidade de receptores no útero durante
a gestação e ciclo menstrual.

Ação sobre Trato digestório


PGI2 e PGE2 (vindo, principalmente da Cox 1). Quando produzidas de forma fisiológica, aumentam a
secreção do muco, protegendo a mucosa da ação do suco gástrico. Com isso há redução leve da secreção
gástrica, via vasodilatação.
• Aumentam secreção do muco.
• Reduzem secreção ácida – não é algo muito forte, mas atuam sobre células parietais reduzindo a
secreção ácida.
• Reduzem conteúdo de pepsina (dando para a dupla caráter bastante protetor da mucosa).

Ação sobre Rins


Influenciam secreção de sódio e água:
• PGI2 e PGE2:
o Aumento do fluxo sanguíneo (cox 2).
o Natriurese (Cox 1/2) (saída de sódio) e aquarese (saída de água).
Prostaglandinas aumentam a secreção de renina. Este efeito de natriurese (aumenta a quantidade de sódio na
urina) e aquarese não tem nada a ver com a renina. Está relacionado ao aumentar o fluxo sanguíneo. Efeito
local das prostaglandina saturando ali, independente da renina e prevalece sobre o efeito da renina, é mais
forte. Renina não tem nada a ver com este efeito.

Ação sobre os Olhos


• PGF2 alfa: Produz redução da pressão intraocular por aumentar a drenagem do humor aquoso.
Ação sobre o Sistema respiratório

• Contração músculo liso


o PGD2, PGF2alfa
o TXA2
o LTC4, LTD4, LTE4: secreção de muco + edema além de atuarem como potentes
broncoconstritores, pioram o quadro com produção de muco, extravasamento de liquido e
edema. Envolvidos em asma, choque anafilático, tendo como componentes broncoespasmo. O
paciente com asma terá chiado de peito graças a ação dessas substancias.
• Relaxamento
o PGE2
o PGI2

Ação das Prostaglandinas sobre o processo Inflamatório


• Dor: causada pela PGE2 uma vez que faz com que o limiar de resposta do receptor fique bem mais
baixo do que o normal, assim gera hiperalgesia, que é um aumento da sensação de dor quando
provocada por um estimulo que normalmente não geraria um estimulo tão intenso. Isso justifica, por
exemplo, o uso de antinflamatórios em cólicas menstruais, mulheres que apresentam uma quantidade
maior de prostaglandinas E2 sentirão mais cólica.

LAURA ZABISKY FLORESTA 21


• Febre: as PGE2 que são produzidas pela garganta irão atuar localmente, entretanto no local da
inflamação interleucinas produzidas irão até o hipotálamo que passa a produzir prostaglandinas E2 que
irão atuar como pirógenos endógenos produzindo a febre.
• Edema: as prostaglandinas são geradoras de edemas.
• Vasodilatação
• Quimiotaxia: LTB4 (um dos mais potentes atraentes de Neutrófilos junto com a prostaglandina D2) e
PGD2.
• Síntese de citocinas: as prostaglandinas ativam a síntese de citocinas.
• Ativação de células
• Cicatrização

COX 1 E COX 2

COX -1 (constitutivas) → natural dos processos fisiológicos.

COX – 2 (induzida) → sua produção é induzida pelo processo inflamatório. Entretanto, a Cox 2 é constitutiva
em alguns tecidos, como endotélio, nos rins e no sistema nervoso central. Nesses três tecidos não é necessário
a indução por inflamação, ela irá realizar funções fisiológicas normais.

PAPEL DA COX NOS PROCESSOS FISIOLÓGICOS (++ MAIOR EFEITO)


COX1 COX2
• Inflamação ++
• Inflamação
• Resolução de inflamação
• Nocicepção ++
• Nocicepção
• Integridade da mucosa no trato
gastrointestinal ++
• Integridade da mucosa no trato
• Síntese plaquetária de TXA2
gastrointestinal
• Síntese endotelial de PGI2 ++
• Síntese endotelial de PGI2
• Proteção contra lesão isquêmica do
miocárdio
ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS (AINES)

Muito usados em todo mundo, em geral são mal utilizados e relacionados a problemas bastante graves. Salix
Alba (Salgueiro): de onde são extraídos os Salicilatos (no tronco do Salgueiro) - protótipos da classe (são
analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios).
Salicilatos
• São corrosivos, quebram queratina da pele e produzem irritação gástrica intensa.
• Ácido acetilsalicílico: menos corrosivo.
CICLOXIGENASES

São os alvos dos antinflamatórios não esteroidais.

• COX-1: sítio ativo mais difícil de ser acessado quando comparado a Cox 2 que possui um sitio ativo
mais aberto, mais fácil de acessar.
• COX-2: possui um sitio ativo que acomoda mais facilmente moléculas grandes.

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→ Mecanismo de ação

TIPOS DE INIBIÇÃO

Inibidor irreversível:

• AAS
• Acetilação – toda cicloxigenase que sofrer acetilação estará inibida permanentemente, para que a
enzima volte a funcionar ela tem que ser produzida novamente.

Inibidor Reversível:

• Outros AINES
• Competição com AA

Classificação Química

Ácidos Carboxílicos

1. Ácido salicílico e ésteres


a. Aspirina, salicilamida, salicilato de sódio
b. Salicilatos de sódio
2. Acido acético
a. Ácido fenilacetico: diclofenaco e aceclofenaco
b. Ácidos carbo e heterocíclico: indometacina, etodolaco, cetorolaco**

Ácidos Carboxílicos

1. Ácido Propiônico: Cetoprofeno, naxoprofeno, ibuprofeno, fenoprofeno, flurbiprofeno, loxoprofeno e


pronaprofeno.
2. Ácido Fenâmico: ácido mefenamico e ácido tolfenamico.

Ácidos enólicos

• Pirozolonas: Fenilbutazona, dipirona**, fenazona, propifenazona


• Oxicam: meloxicam, piroxicam, tenoxicam, lornoxicam

Não acídicos: nabumetona e nimesulida.

Coxibs: Celecoxib e etoricoxib.

(** = possuem efeito parcial, atuam mais como analgésicos)

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EFEITOS FARMACOLÓGICOS DOS AINES

AAA

A - analgésicos

A – antipiréticos (antitérmico)

A – antinflamatórios

QUADRO COMPARATIVO
Ibuprofeno Diclofenaco Paracetamol
- Antitérmico: 200 mg (inibi Cox - Analgésico - Analgésico 500 – 750 mg
no hipotálamo) - Antitérmico > 50 mg - Antitérmico
- Analgésico: 200 – 400 mg (inibi - Antinflamatório ** Não possui efeito anti-
Cox que está na periferia) inflamatório por ser um fármaco
- Antinflamatório: > 600 mg básico.
Efeito sobre o Sistema cardiovascular

Aumento da pressão arterial, por aumentar o volume sanguíneo relacionado a uma maior concentração de
sódio, com uso prolongado (não tem tempo limitado). O primeiro efeito que iremos enxergar é o aumento da
resistência vascular periférica.
• Redução da formação de vasodilatadores (PGE2 e PGI2)
• Redução da excreção real de sódio e água (PGI2 e PGE2)

Paciente hipertensivo que usa anti-inflamatório, você fica tentando tratar a pressão do paciente e ele fica
usando antiinflamatórios que reduzem ou até anulam a eficácia dos anti-hipertensivos. Associados à falência
renal pois reduz a excreção renal de sódio e água, então está contraindo a arteríola aferente, podendo levar a
longo prazo a insuficiência renal por conta disso.
Efeito sobre Plaquetas
Redução da agregação (Cox 1)
• TXA2 (plaquetas) é o alvo do fármaco. O tromboxano é um agregante plaquetário, quando inibido a
agregação plaquetária é reduzida.
Aumento da agregação (Cox 1 e Cox 2)
• PGI2 (endotélio) é o alvo do fármaco. A prostaciclina é um antiagregante plaquetário, quando inibida
sua ação sobre o endotélio deixa de ser efetuada facilitando a agregação plaquetária.
O aumento ou redução da agregação depende do tipo de anti-inflamatório e do próprio paciente.
Inibidor de Cox 1: o alvo será o tromboxano plaquetário, e o efeito é antiagregação. Então quem inibir Cox 1
será um antiagregante plaquetário. (Aspirina)
Inibidor de Cox 2: o alvo será a prostaciclina, e o efeito será de agregação plaquetária. Se o individuo é jovem
e não tem nada concomitante, sem risco cardiovascular, não apresenta alterações ou riscos. Agora se o
indivíduo tiver um processo inflamatório, diabetes, tabagismo, hipertensão de longo tempo, que causam uma
disfunção endotelial que pode levar, por exemplo, a formação de uma placa de ateroma teremos a formação
de tampões ao inibir a prostaciclina que pode ter como consequência um AVE ou infarto.

Se o fármaco for inibidor não seletivo ele se comportará como inibidor da Cox 1, ou seja, o efeito prevalece
como antiagregante plaquetário por atuar no tromboxano.

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Advertência: não usar o medicamento em caso de suspeita de dengue ou hemofílicos. Não usar AINES pois
predispõe a hemorragias. Paciente com dengue tem plaquetopenia, característica da dengue. Se vier associado
a plaqueta sem tromboxano, pode vir associado a sangramento. Não pode usar mesmo na primeira vez que ele
pega dengue.

Efeito sobre o sistema respiratório


Capazes de produzir broncoespasmo em indivíduos suscetíveis (quem tem asma) (10% dos asmáticos). Se
nunca teve reação, não sabemos se o paciente faz parte dos 10%.
• LTC4, LCD4, LTE4: secreção de muco + edema

Por que o indivíduo com asma pode ter broncoespasmo usando AINES? Mesmo em altas doses, ele nunca
inibe lipoxigenase. Cicloxigenase inibida, lipoxigenase funcionando. Sobra ácido araquidônico para
lipoxigenase, aumenta formação de leucotrienos.

Efeito sobre o útero


• Redução da Contração, por redução da formação da PGF2 alfa responsável pela dismenorreia. Assim,
diminuindo a PGF2 diminuímos a cólica.
• Prolongamento do trabalho de parto.
• Inibição de parto prematuro.

Inibindo a formação dela, há prolongamento do trabalho de parto, não podendo usar AINES em gestante ao
final da gestação. Mas olhando por outro angulo, a gestante que entrar em trabalho de parto prematuro,
poderíamos usar AINES pensando no útero, mas pensando no feto NUNCA podemos dar um anti-inflamatório.

Efeito sobre Placenta e feto


O uso de anti-inflamatórios pode provocar o fechamento do ducto arterioso fetal (o feto não usa circulação
pulmonar. O pulmão não está funcionando e o sangue é desviado pelo ducto para que não passe pelo pulmão.
Quem mantém o ducto arterioso aberto são as prostaglandinas vasodilatadores E2 e GI2. Usando AINES,
paramos produção de prostaglandinas podendo fechar o ducto arterioso e podendo provocar:

• Baixo peso ao nascimento


• Risco de aborto

Então não dar AINES no terceiro trimestre da gestação. AINES não podem ser usados em gestantes, no
primeiro por não saber se é Teratogênico no terceiro por fechar ducto arterioso e não usar no segundo trimestre
por questões de segurança.

As duas exceções são → PARACETAMOL ou DIPIRONA.

Após o nascimento se o ducto arterioso for persistente e ficar aberto ao nascer podemos usar AINES com a
finalidade de fechar o ducto arterioso, pois é desejado agora, que ele feche.

Efeito sobre Trato digestório


• Redução da secreção de muco
• Aumento da secreção ácida
• Aumento do conteúdo de pepsina
• Efeito erosivo local (para aqueles fármacos que são ácidos)
o Poderemos ter formação de úlcera péptica (relacionadas a presença de bactérias ou uso de
AINES) e gastrite (efeito adverso mais importante). Efeito acontece bem rápido após o início
do uso de AINES.

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→ Cox-1: Inibindo a Cox 1 há redução da secreção de muco. Vasodilatação local da mucosa reduzida,
úlcera.
→ Variam de sensibilidade ao indivíduo. Um AINES pode causar úlcera em uma pessoa e não causar em
outras.
→ Ibuprofeno: responsável por 15% de formação de úlcera.
→ Independente da forma de administração, oral ou intravenosa, os anti-inflamatórios irão provocar o
efeito gástrico.
AINES – PARTICULARIDADES

→ Inibidores da COX2: são menos irritantes para o estômago. Não podem ser usados por pessoas com
risco cardiovascular.
→ Inibidores da COX1: são os que podem ser prescritos para pessoas com risco cardiovascular.

Inibem a COX 1 Não seletivos – Inibem irreversivelmente COX2


atuam como COX1
Cetoprofeno Ibuprofeno Meloxicam
Nimesulida Relativamente seletivos
Diclofenaco
Coxibs: Celecoxib e eterocoxib → altamente
seletivos

AINES UTILIZADOS COMO ANALGÉSICOS E ANTITÉRMICOS:


• AAS (aspirina)
• Ibuprofeno (analgésico, antitérmico e anti-inflamatório dependendo da dose)
• Paracetamol
• Dipirona
• Cetorolaco (somente analgésico, os outros analgésico e antitérmico)

Usados em circunstâncias de analgesia. Fármacos seguros em algumas doses. Ex.: Paracetamol carrega
hepatotoxicidade quando usado como anti-inflamatório.
ASPIRINA E SALICILATOS
• AAS
• Analgésico e antitérmico: 500 mg (4/4h)
• Antiagregante plaquetário: 80 -325 mg
o A dose é tão baixa pela explicação na forma como inibe a enzima, inibe de forma irreversível,
então com dose baixa inibirmos tromboxano durante todo o tempo de vida da plaqueta.
o Uma dose de aspirina é capaz de exercer um efeito de antiagregante plaquetário entre 3 a 7 dias,
dado a inibição da ação das plaquetas, e por isso é o de eleição como antiagregante plaquetário.
o Em caso de suspeita de dengue não podem ser utilizados, pois há uma redução de numero de
plaquetas dado ao mecanismo da doença e caso se use o fármaco isso poderá gerar sangramento.
• Anti-inflamatório: > 4 g/dia (6-8 g)
o Tem efeito anti-inflamatório, mas há consequências muito indesejáveis, pois, é muitíssimo
ulcerogênica nessa dose, limitando seu uso como anti-inflamatório. Úlcera associada a efeito
inflamatório antiagregante-plaquetário. Limita-se o uso como anti-inflamatório.

Síndrome de Reye
• Rara, mas grave
• Entre 4-12 anos (na verdade a partir de 6 meses em diante)
• Encefalopatia

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• Hepatopatia
• Salicilatos + vírus (varicela, influenza)

Por um motivo desconhecido a associação da aspirina com algum vírus, comuns em crianças, gera
encefalopatia e hepatopatia.

Não usar aspirina infantil para crianças na faixa de nascimento até 15 anos. A aspirina não é mais usada nessa
faixa etária, mas ela permanece à venda para uso como antiagregante plaquetário.
PARACETAMOL OU ACETAMINOFENO
• Não atua como anti-inflamatório, pois é inativado na presença de peroxidades que existem no ambiente
inflamatório que é mais ácido.
• Não impede a agregação plaquetária.
• Não causa irritação gástrica e é muito raro que provoque alergenicidade. Por ter essas características
será o antiinflamatório que a gestante e o bebe podem usar.
• Se liga fracamente as oxigenases e em virtude disso não é um bom analgésico.

Tem limitação de dosagem importante de ser observada:


• Adultos e crianças acima de 12 anos: 500-750mg, de 3 a 4 vezes ao dia. Dose segura menor que 4g ao
dia. Em quem possui hepatopatia a dose segura é menos de 2g/dia.
• Crianças menores de 12 anos: 10mg a 15mg/kg/dose, até 5 vezes ao dia. Dose segura é menor de
2,6g/dia.
• Hepatotoxico em doses acima de 8g.

Cuidado!! Por não ser tão analgésico o paciente aumenta a dosagem podendo provocar hepatotoxicidade.

Problemas com Paracetamol


• Não usar por mais de 10 dias.
• Hepatotoxico:
o Metabolizado pelo CYP450, gerando metabólito tóxico quando dose acima da terapêutica.
o Dose única: 10 – 15 g.

Ao ser ingerido o paracetamol sofre metabolização hepática parcial, só uma pequena parcela passa por fase 1
(5-10%) da dose ingerida. É um fármaco que sofre segunda fase de eliminação. Quando ingerimos, quase 90%
é conjugado na fase 2 se tornando parte sulfato de paracetamol, e outra parte em glicuronideo de paracetamol.
O sulfato ou glicuronideo são hidrossolúveis e permitem a eliminação. Caso a fase 2 esteja inativa será
formado intermediário do paracetamol que possui alta afinidade a célula hepática se unindo a elas e
provocando lesão.
Para evitar que isso aconteça existe um sistema de proteção do fígado. A glutationa pega o intermediário e o
inativa ao se unir ao intermediário tóxico promovendo sua excreção. Isso ocorre em condições normais,
todavia depende da presença da glutationa em concentrações adequadas o que pode não ocorrer em indivíduos
com problemas no fígado. Isso significa que ao ingerir o fármaco o sistema glutationa não será capaz de
promover a conjugação e excreção. Em caso de sobredose podemos esgotar o glucoronideo e sulfato, e apenas
a glutationa não dá conta do metabolito formado.

→Se o paciente se intoxicar com paracetamol o antídoto é aumentar a glutationa administrando n-acetilcisteína,
que é precursor de glutationa.
DIPIRONA (METAMIZOL)
• Efeito analgésico importante.
• Mecanismo de ação desconhecido.
• Ninguém sabe a qual isoforma da Cox ela inibe.

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• Contraindicada antes dos 3 meses de vida (ou crianças com menos de 5 kg).
• Hipersensibilidade: é uma das substancias mais associadas a reações de hipersensibilidade, pode ser
causada por ela ou pelo corante presente nela, o corante tartrazina.

→ Aparentemente a dipirona interfere menos no processo de agregação plaquetária do que os outros fármacos
dessa classe, então por observação clinica se diz que ela não provoca sangramento.
→Considera-se que a dipirona causa menos efeitos gástricos do que os outros fármacos dessa classe.

Dosagem:
• Dose em adultos e > de 15 anos: 500 mg- 1g, 6/6 h.
• Crianças < 15 anos: 1 gota/kg de peso, 6/6 h (max, 40 gotas)

Importante!!!! A dipirona foi relacionada a agranulocitose, que é redução da formação medular de


granulócitos (Neutrófilos, basófilos e eosinófilos). Foi associada também a anemia e hemorragia digestiva.
Entretanto, um estudo mostrou que o somatório das complicações, a expectativa de mortes/milhão de usuários
foi consideravelmente menor com o uso da dipirona. Desse modo, a agranulocitose possivelmente causada
pela dipirona nunca foi comprovada, sendo relacionada a reações idiossincrásicas.
CETOROLACO
• AINE com pobre atividade antiinflamatória, mas com boa atividade analgésica (excelente analgésico,
ficando próximo dos opioides (analgésico mais eficaz) mais fracos).
• Substituto para morfina em dor pós-operatória moderada.
• Reduz em 25 – 50% a necessidade de opioide em dor moderada a intensa.
• Toxicidade renal: é um dos antiinflamatórios mais tóxicos para o rim. A toxicidade está relacionada a
dosagem.
• Aumento de sangramentos, pois possui efeito antiagregante.

Dosagem:
• Deve ser administrado em doses corretas que não pode ser superior a 40 mg diários (10 mg 4 vezes ao
dia).
• Pode ser utilizado por no máximo 5 dias!!
EFEITOS ADVERSOS DOS AINES E CUIDADOS

Efeitos Gastrointestinais

• Gastrite
• Hemorragia de mucosa
• Ulceras pépticas assintomáticas
• Ulceras sintomáticas complicadas

Quem produz problemas gástricos são os antiinflamatórios que inibem a Cox 1, de maneira que temos um
efeito muito menor sobre o sistema gastrointestinal dos inibidores seletivos da Cox 2. Todos aqueles que não
forem seletivos de Cox 2 podem provocar efeitos adversos, que podem variar em intensidade de acordo com
o fármaco.

Aumento de sangramento

• Aspirina: efeito de uma dose (80 mg) pode permanecer 4 – 7 dias.


• Outros: somente durante o uso.

Podem provocar sangramento por seu efeito de antiagregante plaquetário relacionado a inibição da Cox 1.

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Aumento da pressão arterial – Hipertensão

• Perda de prostaglandinas que são vasodilatadores, prevalecendo o efeito vasoconstritor periférico


aumentando a pressão sanguínea.
• Retenção de sódio e água – retendo mais sódio, que é osmoticamente ativo, o paciente irá reter mais
água, isso aumenta a volemia e provoca hipertensão.
• Aumento de volume plasmático

Toxicidade Renal

• Retenção de sódio
• Edema periférico
• Insuficiência renal aguda, que pode ser piorada em certas situações como:
o Disfunção renal e hepática previa
o Idosos e crianças
o Diabetes, hipertensão, IC
o Desidratação aguda

Podem provocar rápida perda renal, muito relacionado ao uso do cetorolaco!!!!

Hipersensibilidade

Podem variar desde:

• Rinite vasomotora
• Angioedema (edema de mucosas e fechamento de glote)
• Urticária (são placas vermelhas e pequenas que coçam muito pela liberação de IgE)
• Asma
• Choque

!! É uma reação mais frequente em indivíduos asmáticos 10 – 25%. Acontecem apenas em 1% dos indivíduos
sadios.

→ Baixas doses (< 80 mg) de AAS


→ Reação cruzada com outros AINES
→ Aumento de leucotrienos

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
• Anticoagulantes: warfarina e heparinas. Anticoagulantes são diferentes de antiagregantes plaquetários.
Agregação plaquetária é necessária no processo de coagulação. Alguns fármacos atuam na agregação
plaquetária e outros atuam nos fatores de coagulação. Então o uso concomitante aumenta muito a
chance do paciente sangrar. Em caso de úlcera, por exemplo, ela irá sangrar pela junção de
antiagregante com anticoagulante.
• ISRS (inibidores seletivos da recaptação da serotonina): são ansiolíticos que aumentam a
disponibilização da serotonina a nível central e periférico. Todavia, a serotonina tem efeito de
antiagregante plaquetário, ou seja, se forem associados haverá um efeito antiagregante plaquetário
potencializado.
• Anti-hipertensivos: o antiinflamatório provoca efeito hipertensivo, diminuindo o efeito dos anti-
hipertensivos. Os inibidores da Eca e os diuréticos são os que mais sofrem com o efeito dos
antiinflamatórios.
• Álcool: o álcool é um agente agressor para a mucosa. Provoca mal-estar porque causa redução na
proteção da mucosa e associado ao AINES haverá uma diminuição ainda maior da proteção da mucosa.

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O uso do fármaco associado ao álcool também reduz a síntese de fatores de coagulação e predispõe a
pessoa ao sangramento. Pode provocar também varizes esofagianas.
• Alimentos e absorção intestinal:
o Alimentos reduzem a velocidade de absorção. É recomendado que antiinflamatórios sejam
ingeridos com água com estomago vazio.
o Não reduzem a quantidade final.
o Proteção contra efeito irritativo local.
FÁRMACOS ADJUVANTES

Cafeína: parece potencializar o efeito analgésico de algumas substancias, mas ainda é discutível pois pode
provocar um efeito rebote, em especial na enxaqueca. Então não pode ser usada para qualquer tipo de dor de
cabeça.

Além disso por ser estimulantes pode causar: tonturas, irritabilidade, úlcera e gastrite, cefaleia rebote,
cronificação da cefaleia aguda!

Isometepteno: fármaco vasoconstritor (simpatomimético), pode atua em cefaleia com componente vascular,
mas tem redução do efeito com uso contínuo.

Relaxantes musculares

• Orfenadrina (relaxante muscular): usado para dor muscular ou tensional. É um antagonista


muscarínico, com leve atividade anti-histamínica. Pode provocar boca seca, constipação, retenção
urinaria, sedação.
• Carisoprodol (relaxante muscular): usado para dor muscular ou tensional. É um fármaco de ação
central atuando como depressor do SNC.

ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS (AIES)


Atuam a nível da comunicação celular, produzem um efeito imunossupressor bastante comum.
• São hormônios derivados do colesterol.
• Estrutura de esteroide que dá nome para o grupo.
• Papel fisiológico importante.

Endogenamente são secretados desde a glândula adrenal ou suprarrenal:


• O córtex da suprarrenal secreta hormônios esteroides.
a. A parte mais exterior, perto da cápsula, chamada zona glomerulosa, é produtora de aldosterona.
Angiotensina 2 é o principal indutor da liberação de aldosterona, também íons potássio são
liberadores de aldosterona.
b. A zona fasciculada, responsável pela liberação de cortisol e corticoesterona (pouco). Grande
liberador do cortisol é o ACTH.
c. Próximo a medula temos a zona reticular onde são produzidos e secretados hormônios sexuais,
DHEA.
CLASSIFICAÇÃO CORTICOSTEROIDES:

Eixo Hipotálamo – hipófise - suprarrenal


• Hipotálamo libera fator liberador de corticotrofina (CRF) que atua a nível da hipófise anterior
(adenohipofise) que libera ACTH que irá atuar no córtex da suprarrenal que vai liberar cortisol.
• Isso ocorre de forma cíclica, liberação aumentada em momentos do dia. Cortisol inibe liberação do
CRF e da ACTH.

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• Durante a madrugada os níveis de cortisol caem, assim aumenta CRF e ACTH e começa a produção
do cortisol. O pico de cortisol é entre 8-10 horas da manhã, outro 14 -16h, depois reduz e inicia o ciclo
novamente.
• O cortisol tem importante papel antiinflamatório no organismo. Algumas doenças inflamatórias
pioram na madrugada em virtude da redução endógena do cortisol. Se cortisol diminui, ACTH aumenta
de forma indicativa para a liberação de cortisol.
• Não é apenas o cortisol passa por esse ciclo, por exemplo, a prednisona é entendida como uma forma
de cortisol e por isso pode também inibir a liberação de ACTH.
Glicocorticoides: (receptor gera ação sobre o metabolismo e ação antiinflamatória)
a. Ação antiinflamatória
b. Ação no metabolismo de carboidrato, produz um aumento da glicose por meio de sua função
de regulador do metabolismo.
c. Possui uma ação mais bem distribuída no corpo por possui receptores mais amplamente
distribuídos.
Mineralocorticoide (ação sobre sais)
d. Possui uma ação que produz de retenção de sódio (aldosterona retém sódio e água, mas aumenta
a excreção de potássio) produzindo hipertensão.
CORTICOSTEROIDES SINTÉTICOS- ESTRUTURA QUÍMICA

Objetivos: são projetados para que atuem o máximo possível sobre glicocorticoides e reduzam a ação de
mineralocorticoides.

• Aumentar a ação anti-inflamatória


• Diminuir a ação mineralocorticoide

Glicocorticoide → Cortisol Mineralocorticoide → Aldosterona


Sua ação é sobre o receptor GR que possui ampla Sua ação é sobre o receptor MR que possui uma
distribuição. distribuição mais restrita.

Funções Funções
Redução da captação de glicose (exceto SNC e Efeitos sobre o equilíbrio hidroeletrolítico:
coração) → Aumento de gliconeogênese → - Aumento da reabsorção de Na+ nos túbulos distais
Hiperglicemia e ductos coletores.
- Quando houver cortisol na circulação, ou um - Aumento de excreção de K+ e H+.
composto similar a ele, o fígado estará sendo
estimulado a produzir glicose.

- O cortisol acentua a degradação e inibe a síntese


proteica.
- Atua sobre o metabolismo de lipídeos sendo
permissivo a ação de agente lipolíticos. Ex.:
permissivo a noradrenalina. Só acontece a altas
dosagens de cortisol.
O cortisol tem disfarçado o nome hidrocortisona, existe também derivados sintéticos como: cortisona,
metilprednisolona, dexametasona, betametasona, prednisolona, entre outros. Desses fármacos, aqueles que
possuem associados a eles uma molécula de flúor ao serem passados sobre a pele e expostos ao sol podem
produzir manchas na pele, então é recomendado seu uso em locais do corpo que não sejam expostos ao sol.

LAURA ZABISKY FLORESTA 31


Para diferentes corticoides teremos uma dose diferente, para que se possa produzir o efeito correspondente
similar. Fármacos de uso tópico e sistêmico:

• A fludrocortisona é um fármaco que possui finalidade de aumentar rapidamente o volume plasmático,


usada somente quando temos que aumentar função de aldosterona. Leva a retenção hídrica tão
importante que inviabiliza em outros usos. Mas, possui uma ação antiinflamatória 15 vezes maior que
o cortisol.
• Prednisona é rapidamente metabolizada a prednisolona que é mais hidrossolúvel. Possuem uma ação
antiinflamatória igual, sendo 4 vezes melhor do que o cortisol. O uso dessas substancias irá induzir um
efeito secundário mineralocorticoide, produzindo um certo edema.
• A metilprednisolona possui um efeito antiinflamatório 5 vezes maior do que o cortisol, não age no
receptor mineralocorticoide, assim não produz retenção hídrica.
• Triancinolona possui um efeito antiinflamatório 5 vezes maior do que o cortisol, não age no receptor
mineralocorticoide.
• A betametasona e dexametasona possuem um efeito muito potente antiinflamatório, 25 vezes mais
potente que o cortisol. Todavia, podem causar supressão do eixo hipotálamo-hipofisário- adrenal,
sendo seu uso controlado não podendo ser prolongado.

Outros corticoides – de uso tópico: Utilizados para tratamento de doenças


• Deflazacorte no trato respiratório como a Asma:
• Mometasona • Beclometasona
• Clobetasol • Budesonida
• Desoximetasona • Ciclesonida
• Halcionida • Flunisolida
• Fluocinolona
• Desonida

Meia vida biológica caracteriza a duração da ação dos CE


O tempo de meia vida plasmática não significa tanto como o tempo que estão escondidos, na célula,
intracelularmente, atuando próximo do receptor deles, que é intracelular. Leva em conta o quanto tempo ele
está em contato com o receptor dele. Leva muito pouco o tempo de meia vida plasmática. Não há vínculo
entre o que está no plasma e o que está ativo, classificados como:
• Curta
• Intermediaria
• Prolongada
O que determina a duração que o fármaco poderá ser usado é a intensidade com a qual ele poderá vir a suprimir
o eixo HPA.
PERFIL FARMACOLÓGICO DOS CORTICOSTEROIDES
Cortisol modula o eixo. Se for de curta duração, algumas horas, tirando o fármaco, o eixo volta a funcionar.
Se for a de longa duração, o eixo só volta a funcionar depois de 72h. Quanto mais você usar o fármaco, mais
demora para o eixo voltar a funcionar, mais tempo o eixo está inibido, mais tempo demora para voltar porque
a glândula não tem estímulo.
→ Hidrocortisona e cortisona, de curta duração. Tempo de vida biológica de 8-12 horas. São utilizados
de forma aguda, ou quando, por exemplo, o paciente tem deficiência de cortisol, é utilizado no
tratamento crônico da doença de Adson.
→ Prednisona, prednisolona, metilprednisolona, triancinolona, são de duração intermediária, de 12-36
horas. São os fármacos mais indicados e utilizados.
→ Beta e dexametasona, são de longa duração, 24-72 horas. Podem ser utilizados até no máximo de 5
dias, pois podem gerar problemas ao suprimir por muito tempo HPA. São reservados para situações
de uso restrito e enfermidades agudas.

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Em situações de utilização de fármacos de duração intermediaria por mais de 15 dias é necessário fazer o
desmame do fármaco até que o eixo volte ao seu funcionamento normal. No caso do beta e dexametasona há
um grande risco que o eixo não volte.
INTERAÇÃO ESTERÓIDE – RECEPTOR
Esteroides são lipossolúveis e podem passar pela membrana encontrando o receptor nuclear que está no
citoplasma. O esteroide entra, se une ao seu receptor e forma um complexo que vai até o núcleo onde encontra
regiões do DNA que são elementos responsivos aos GR (Glicocorticoide -receptor) os GRE. Agora passam a
ter capacidade de alterar a transcrição do RNA mensageiro. Podem funcionar como regiões promotoras, GRE
ligado ao complexo induzindo a transcrição do RNAm, mas não são só estimuladores, são moduladores de
transcrição podendo assim aumentar ou inibir a formação de RNAm. Por atuar a nível da transcrição genica
todo corticosteroide tem um período de latência longo.
O período de latência, desse modo, apenas começará a ser contado a partir do momento que o fármaco passa
a ter ação no núcleo, e não a partir do momento que se encontra no sangue. Dada está característica o efeito
será prolongado.
MECANISMO DE AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA
A ligação do fármaco ao GRE induz a formação de proteínas com caráter HORMONAL (Anexina1,
vasocortina, endonuclease, ribonuclease, endopeptidase). A inibição produzida pela ligação do fármaco a GRE
irá produzir redução dos genes de inflamação evitando a formação de proteínas pró inflamatórias (interleucinas
um, dois, três, quatro, cinco, sintase de NO, cicloxigenase, fosfolipase A-2, TNF).

FARMACOCINÉTICA:
• São fármacos bem absorvidos a partir dos locais de administrados (pois são esteroides sendo bem
absorvíveis inclusive pela pele.)
o Exceções: novos fármacos (Ex: fluticasona, projetado para uso tópico, mucosa nasal, pulmão
por ex. Inalados por dispositivo próprio. Atua sobre o alvéolo pulmonar, brônquio. Formam
complexos com proteínas locais, restringindo sua ação ao local onde foram adm).
• Administração tópica prolongada pode causar supressão do eixo HPA (Os de curta duração suprimem
curtamente porque a potência para isso é menor; dexa e beta em pequenas quantidades na circulação
são potentes para suprimir o eixo. São reservadas para tratamentos curtos).
• São transportados no sangue por albumina e proteína ligante de esteroides (prolongam o tempo de
meia vida plasmática).
• Metabolismo hepático (quando presentes de forma sistêmica).
• Pró-fármacos:
o Cortisona (pro - fármaco da hidrocortisona, que é o cortisol)
o Prednisona (pro - fármaco da prednisolona, que é o fármaco ativo)
EFEITOS FARMACOLÓGICOS DOS CORTICOSTEROIDES

A anexina – 1 que foi gerada pela ativação de GRE irá atuar a nível da fosfolipase A2 promovendo inibição
da formação de Cox (prostaciclinas, prostaglandinas e tromboxanos) e Lox (leucotrienos). Desse modo, são
mais eficientes. RESSALTA-SE que quem inibe a fosfolipase A2 não é o corticoide, mas sim a proteína
(anexina 1) produzida por ele.

→ Redução da síntese de proteínas pró-inflamatórias.


→ Aumento de síntese de proteínas anti-inflamatórias.
→ Inibição da Fosfolipase A2.
→ Redução da liberação de histamina de monócitos.
→ Redução da função celular: linfócitos e macrófagos.

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Efeitos antinflamatórios e imunossupressores
• Inibição das fases inicial e tardia de todos os tipos de resposta inflamatória, mas não possuem caráter
analgésico ou antitérmico, a analgesia assim como a redução da febre vem como consequência da
redução do processo inflamatório.
− Inicial: Redução de eritema, calor, dor, edema (parte por redução do mediador e parte por
redução do influxo celular)
− Tardia: retardam o processo de cicatrização que acontece na fase tardia da inflamação
prolongando o tempo de reparo tecidual.
• Produzem uma resposta imunossupressora, isso pode levar ao aumento de suscetibilidade a infecções
reativando infecções latentes.
− A imunossupressão pode ser localizada ou sistêmica, e podem favorecer a proliferação dos
microrganismos presentes no local onde o fármaco é administrado, seja uso tópico ou por via
oral.
Efeitos metabólicos
• Carboidratos: tem efeito sobre a gliconeogênese aumentando a glicemia levando a um estado de
hiperglicemia, que aparece logo da administração (24 horas), que pode a longo prazo causar Diabetes
farmacogênico.
• Proteínas: por ser um fármaco que privilegia a formação de glicose irá aumentar a proteólise e reduzir
a síntese proteica para que assim possa utilizar os aminoácidos como substrato da glicólise. Isso pode
levar a atrofia muscular que depende em parte das condições gerais do paciente.
• Lipídeos: os corticosteroides produzem uma dramática redistribuição de gorduras. O tronco passa a ter
um acúmulo de gordura e os membros ficam mais finos devido a lipólise periférica. Se o uso for agudo
dificilmente esse efeito irá acontecer, entretanto, se for uma doença autoimune, por exemplo, o uso
será crônico e muito provavelmente irá desenvolver essas características.
Efeito sobre o balanço hidroeletrolítico
• Produzem aumento na reabsorção de Na+ nos túbulos distais e ductos coletores, e aumentam a
excreção de K+ e H+. Isso pode gerar um estado de alcalose hipocalemica, edema e hipertensão (por
retenção de sódio e água).

Efeito sobre os ossos → Osteoporose (Efeito do glicocorticoide e do mineralocorticoide)


• Em doses baixas, pouco acima do fisiológico, há algumas descompensações que causam osteoporose.
• Causam redução da absorção intestinal de cálcio (por motivo desconhecido).
• Aumento da excreção renal de cálcio.
• Catabolismo ósseo aumentado, prevalece a função do osteoclasto que faz reabsorção e não do
osteoblasto que faz deposição óssea.

→Em doses muito elevadas podem gerar necrose da cabeça do fêmur. Mulheres são mais suscetíveis.
Efeito sobre o crescimento e desenvolvimento
• Pode provocar reações a doses relativamente baixas de corticosteroides.
• Causam redução da síntese de colágeno (deixa a célula produtora de colágeno, o fibroblasto, com
menor ação, resultando em menor produção de colágeno. Criança: deficiência de crescimento com uso
de corticosteroides sistêmicos. Antigamente era visível que crianças com asma que faziam tratamento
com corticosteroides eram menores).
o Para que esse efeito seja controlado e o crescimento retomado faz-se uso do hormônio do
crescimento (somatotrofina).
Efeitos no Sistema nervoso central
• Elevação do humor (até hoje não se sabe se o efeito é produzido por via direta ou por melhorar o estado
geral do paciente).
• Euforia (produz muita euforia em crianças devido a estimulação motora).
• Insônia (aparece em doses agudas devido ao efeito estimulante).

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• Aumento da atividade motora.
• Ansiedade (em caso de uso crônico).
• Depressão (elevação do cortisol que pode causar uma depressão acentuada do paciente).
• Psicose (em geral podem gerar mania ou em casos extremos psicose, alucinações e delírios).
Outros efeitos
• Disfunção do ciclo menstrual
• Catarata
• Estrias
• Acne

Síndrome de Cushing Farmacológica


Manifestações clínicas da síndrome de Cushing incluem:
• Face em lua com uma aparência pletórica;
• Obesidade do tronco com supraclavicular proeminente e bolsas de gordura cervicais dorsais (corcunda
de búfalo);
• Normalmente, dedos e extremidades distais muito finos.

A SC exógena ou iatrogênica é considerada a causa mais comum devido à vasta utilização de glicocorticoides
(GC) sintéticos. Glicocorticoides sintéticos e naturais podem ser utilizados em diversas doenças endócrinas
ou não endócrinas, entretanto, GC utilizados de maneira inapropriada sem que a eficácia clínica ou o
mecanismo de ação sejam rigorosamente estabelecidos podem gerar em uso crônico sintomas semelhantes aos
produzidos pela síndrome de Cushing.

** Antes de retirar o corticosteroide, após o tratamento, temos que lembrar que há a possibilidade da supressão
do eixo Hipotálamo hipófise adrenal.

Insuficiência Adrenal (Suprarrenal)


Suspensão abrupta de terapia com GC pode resultar em crise adrenal aguda. Manifestações:
• Hipotensão e choque, Hipertermia, Desidratação, Taquicardia, Náusea e vomito, Anorexia, Fraqueza
e apatia, Hipoglicemia, Confusão mental.
São manifestações graves. Deve-se tomar cuidado ao retirar os corticosteroides, devemos retirar aos poucos
para que o eixo HPA perceba que precisa produzir cortisol novamente.

Retirada de corticoide
• Período inferior a 2 semanas: retirada abrupta, pode causar alteração do sono e alterações do
comportamento.
• Período maior de 2 semanas: a retirada é bem mais gradual, a dose que ele utilizou deverá ser
escalonada até a completa retirada.
USOS CLÍNICOS DOS CORTICOESTEROIDES

• Em casos de insuficiência da suprarrenal, o fármaco utilizado será o mais similar ao cortisol possível,
ou seja, o fármaco hidrocortisol.
• Reposição de hormônios (pacientes que não tem cortisol, necessitando de terapia de reposição, para
repor fisiologicamente o que não possui. A dose de reposição deve ser similar ao que seria
fisiologicamente produzido, desse modo, os efeitos que apareceriam em uso prolongado não irão
aparecer.).
• Doença de Addison (produzida por destruição da glândula suprarrenal).

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Condições Suprafisiológicas: (já tem cortisol e dou mais)

• Edemas cerebrais (uso agudo. Dexa e betametasona, bastante potentes com curto período de utilização.
Edema cerebral causado por tumor, única indicação da dexametasona cronicamente).

• Doenças autoimunes (Lúpus, artrite, miastenia graves. Uso crônico. Hidrocortisona ou prednisona que
é a preferida, pois é intermediária e o tempo de ação dela permite que se faça uma única aplicação).

• Hepatites crônicas e alcoólicas (redução da inflamação do parênquima e células inflamatórias. Dexa


se for agudo, prednisona se for crônico. Depende do grau de inflamação).

• Asma, bronquite crônica (via de regra uso crônico) - mas fármacos que sejam intermediários
prednisona ou algo semelhante. Nunca dexa e betametasona).

• Enxertos e transplantes (uso como imunossupressor e de forma crônica para evitar rejeição. Usar
prednisona).

• Dermatologia (depende do que for tratar e do tempo. Dexa e beta têm maiores chances de supressão
do eixo HPA. Podem ser usados se o tratamento for de curto período, mas se for um pouco mais
prolongado, usar prednisona).

• Parto prematuro: em casos de chance de parto prematuro deve-se dar injeção de beta e dexa para induzir
o amadurecimento do pulmão do feto. Bastante usado nessa circunstância. Uma única dose é suficiente
para que o efeito seja alcançado. De 24-48 horas o feto já tem surfactante o suficiente para evitar o
colapso pulmonar.

• Alergias: usados para impedir nova crise ou no momento da crise. Normalmente são usados aqueles
de forma tópica com curta a intermediária duração.
EFEITOS ADVERSOS:

• Relacionados ao tempo de uso;


• Ao fármaco em si, ditando a potência e o tempo de duração que possuem;
• A dose administrada;
• Ao horário de administrado: ao ser administrado a noite o eixo entende que não precisa mais liberar
cortisol pela manhã o que pode levar a supressão do cortisol normalmente liberado;
• Suscetibilidade individual.

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