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SANTAELLA, Lucia. O que é semiótica. 1.ed.

São Paulo: Brasiliense, 2007


(Coleção primeiros passos).

Santaella (2007), ao introduzir a semiótica em “O que é semiótica”,


afirma que tal ciência, apesar de difundida em maior grau apenas no século
XX, já existia até mesmo no mundo grego, quando as preocupações com a
linguagem e seus aspectos já eram abordados. É dito também que além de ser
uma importante teoria do conhecimento, é também uma metodologia, pois
fornece categorias de análise de cognições. Logo, com a emergência de
inúmeros signos a partir da hipermídia, se mostra cada vez mais necessário
compreender como são suas características e comportamentos.

A partir de Peirce, a semiótica é definida como uma disciplina embasada


na fenomenologia, uma quase-ciência que estuda as maneiras de como
captamos informações de qualquer coisa que aparece à nossa mente; esta
fornece pilares para três ciências normativas que possuem o intuito de
investigar ideais, valores e normas: a estética, a ética e a lógica. A primeira é
definida por ser o saber de gerar os sentimentos (ideais) e estímulos à
sensibilidade, enquanto a segunda visa orientar a conduta e instigar a reflexão
e a terceira propõe o estudo dos ideais (sentimentos) e as normas que regem o
pensamento.

A lógica – ou semiótica –, graças ao seu vasto campo de estudo e


necessidade de investigação, é divida em três eixos nomeados como a
gramática especulativa, estudo de todos os tipos signos e a maneiras de
pensamento que eles possibilitam, a lógica crítica – observação dos tipos de
argumentos e sentidos que os signos podem gerar – e metodêutica ou retórica
especulativa, que estuda os métodos de pesquisas científicas e seus
princípios.

Para Peirce (apud SANTAELLA, 2007,p.5) o signo tem natureza triádica


e pode ser analisado em si mesmo – ou seja, em suas propriedades internas e
seu poder de significa –, na sua referência, quer dizer, naquilo que ele indica,
se refere ou representa; e nos tipos de efeitos está apto a produzir, isso é, nos
seus receptores e nas formas de interpretação que ele tem potencial de
despertar. Logo, a teoria semiótica abrange o entendimento das mensagens e
seus procedimentos, dos seus vetores de referencialidade e de seus contextos
estendidos e, por isso, reclama diálogo com teorias mais específicas dos
processos de signos para uma análise afinada; ou seja, necessita de
conhecimentos a parte.

De acordo com Santaella (2007), entende-se que fenômeno seja


qualquer coisa que aparece à percepção e à mente, de maneira que,
consequentemente, a Fenomenologia apresenta categorias, formas e
universais de como o fenômeno é apreendido pela mente. Diante da teoria
peirceana, a primeiridade, secundidade e terceiridade são postos como
elementos formais existentes em todos os fenômenos. A primeiridade
relaciona-se ao acaso, à possibilidade, ao sentir; não passa por uma reflexão e
é tudo aquilo que tocamos e sentimento pela primeira vez. A secundidade liga-
se à ação e reação, aqui-agora, é iniciada certa reflexão. A terceiridade, por
fim, diz respeito à inteligência, servindo como marca de reflexão.

É na última instância, a terceiridade, segundo Peirce, que o signo se


manifesta, esse que é caracterizado como qualquer coisa que representa uma
outra coisa chamada objeto de signo e produz determinado efeito interpretativo
– interpretante do signo. Em consequência, propõe-se o estudo do signo em
relação a ele mesmo e forma-se a primeira tricotomia, que carrega três
propriedades não excludentes entre si que dão capacidade do signo funcionar
como signo: sua mera qualidade – quali-signo –, sua existência – sin-signo–,
seu caráter de lei –legi signo.

Dependendo da propriedade que o signo assume, será diferente a


maneira como ele pode representar seu objeto, o qual pode se dividir em
imediato – a maneira como o signo representa, indica e sugere – e dinâmico –
o contexto do signo e a que ele se reporta –. Quanto ao primeiro, sua relação
com o signo pode dividi-lo em descritivo, designativo e copulante, enquanto o
segundo pode ser dividido em icônico, indicial e simbólico, dando corpo à
segunda tricotomia.

O signo é definido como ícone quando representa o objeto por


semelhança e traços reais, enquanto é desenhado como índice quando indica
alguma existência e se refere ao objeto denotado em virtude de ser
diretamente de ser afetado por seu objeto, estabelecendo relação direta causal
e rea. Por fim, o signo é considerado simbólico quando é abstraído de toda
relação concreta com o representado, mas que depende de uma convenção.
Ou seja, há uma relação convencional entre representante e representado.

A terceira tricotomia, por sua vez, está respaldada na relação do signo


com seu interpretante, de modo que esse apresenta diferentes percursos de
interpretação, sendo o interpretante imediato, dinâmico e final. O interpretante
imediato é o potencial interpretativo do signo, ou seja, sua interpretabilidade
ainda no nível abstrato antes de encontrar um intérprete; já interpretante
dinâmico se refere ao efeito que o signo efetivamente produz, entrando aí a
dimensão psicológica, enquanto o interpretante final abraça todos os
significados que determinado signo pode produzir em todos os interpretantes
possíveis.

De acordo com a teoria peirceana, Santaella, posteriormente, afirma que


a teoria semiótica nos permite adentrar no movimento interno das mensagens,
de modo que elas devem ser analisadas em si mesmas – ponto de vista
qualitativo icônico –, o que elas indicam ou se referem – singular icônico – e
suas interpretações – convenção símbolo –, dando corpo, então, ao roteiro de
análise semiótica.
JOLY, Martine, (1994). Introdução à Análise da Imagem. Lisboa, Ed. 70, 2007.

Joly (1994) enuncia que a imagem indica algo que, embora nem sempre
remeta ao visível, toma traços emprestados do visual e que, independente se é
imaginária ou concreta, depende de alguém que a produz ou reconhece. Ela é,
então, um objeto com relação a um outro que ela representa a partir de leis.

Na época atual, percebe-se o emprego errôneo do termo “imagem” à


televisão e publicidade, confundindo um com o outro e eliminando o fato de que
televisão é meio e está atrelada à espetacularização e a publicidade é
conteúdo, ligada à memória. Ainda, a autora assinala a confusão entre imagem
contemporânea e imagem da mídia, afirmando que coloca-los como sinônimo
significa esquecer que existem outras expressões visuais também
consideradas imagem.

Quanto às próprias lembranças da imagem, a partir do pressuposto de


que “Deus criou o homem à sua imagem”, chega-se a definição de imagem
como semelhança e também como mera representação pelo viés de um
homem-imagem de uma perfeição absoluta para a cultura judaico-cristão unido
ao mundo visível de Platão, dando uma imagem do mundo ideal e inteligível.

A imagem, então, teve sua origem nos tempos remotos do paleolítico,


perdurou por épocas importantes como o Renascentismo e se mantém através
das representações visuais atuais, podendo assemelhar-se e confundir-se com
o que representa e até mesmo enganar ou educar por ser instrumento de
comunicação. No entanto, ela transpassa tais representações e assume
presença também nas representações mentais, de modo que insistem no
aspecto construtivo identitário, provocando associações mentais sistemáticas
que servem para identificar determinado objeto ou individuo, por exemplo.

Dessa forma, Joly confirma que ao estudar determinada imagem


semioticamente é considerar sua produção de sentido, levando em
consideração o que diz e como diz. Assim, o trabalho do analista é decifrar a
aparente “naturalidade” das imagens visuais, se colocar ao lado da recepção
mas ao mesmo tempo não se livrar do aspecto histórico da mensagem e
interpretá-la procurando não apenas esgotar as referências, mas sim
compreender o que tal mensagem provoca quanto às significações para quem
a recebe, exigindo tempo e quebra de espontaneidade por parte desse.
Universidade Estadual do Centro-Oeste. UNICENTRO

Fichamento de Semiótica

Lucia Santaella e Martine Joly

Aluna: Romão Matheus Neto

Professora: Nincia Cecília Borges Teixeira

Curso: Comunicação Social – Publicidade e Propaganda

Ano: 2º ano

Guarapuava- PR

2016

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