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2- AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
José Bezerra da Silva; Delmiro Gouveia, Bairro Pedra Velha.
A estrutura da escola sede está em péssimas condições, tanto no que diz respeito
ao espaço que é preciso para suprir as necessidades básicas que as condições de
escolaridade pede, quanto às próprias condições do prédio. Em muitos locais podem
ser encontradas rachaduras, que podem ou não ser motivo de preocupações
maiores; Esteticamente degradada, pela falta de pintura e cuidados com as paredes
do prédio, o que nos deixa em alerta. Pois, a estética é uma das dimensões que
mais influi na percepção das crianças sobre o que é a escola, conseqüentemente o
que é estudar. A planta do local foi desenhada naquele estilo clássico das
instituições de controle: Pátio de tamanho regular, com uma porta centralizada,
guardada pelo servidor responsável por manter as crianças presas no prédio, entre
colunas lineares (Anexo 1, 2); Corredores escuros (Anexo 3); falta de
condicionamento do clima; Salas abafadas, sem saída de ar; Número de salas
insuficiente para abarcar todas as turmas; A merenda é oferecida através de um
buraco minúsculo na parede que separa as merendeiras dos alunos (Anexo 4); e
para fechar o clima/estética, que parecem mais com os presídios brasileiros, o sinal
de retorno e saída é uma medieval sirena policial.
Nossa escola sede, José Bezerra da Silva, é situada no Bairro Pedra Velha, em
Delmiro Gouveia. É uma zona periférica da cidade, com altos índices de violência,
analfabetismo e descaso. A escola não mantém nenhuma relação com a
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comunidade se não a de segurar as crianças e pré adolescentes no prédio a
mandado dos pais, segundo relato dos professores. Evidentemente, há pouco
acompanhamento dos pais dos alunos, visto que nas reuniões marcadas pela
diretoria solicitando a presença dos tutelares das crianças têm um quórum de três à
seis país, de turmas de trinta alunos em média. Também segundo o relato de
professores e dos próprios alunos, que narram a tragédia como uma boa piada.
A escola mantém um sistema reativo aos comportamentos dos alunos, o que deveria
ser minimamente o contrário. Não se sabe desde quando, talvez desde sempre, o
corpo escolar faz jus a estrutura do prédio, mantendo um sistema de vigilância
constante, e que para piorar não funciona. Alguns professores não mantêm boas
relações com os alunos. Há relatos que diz que os alunos para fugir das aulas pulam
o muro, ou não lavam as bolsas para não ter que obedecer aos mandamentos da lei
do professor. O corpo docente vê os alunos como totais responsáveis pelo
comportamento agressivo e subverso, evidenciando as más condutas em detrimento
das virtudes dos mesmos. Na escola há um programa chamado “Mais escola” que
contribui com aulas de artesanato e música, até onde pude notar, regido pelos
chamados “melhoradores”. O programa mostra bons resultados.
3 - ATIVIDADES DE REGÊNCIA
Resignificação do conhecimento:
Título: O que significa conhecer?
Essa é a proposta programada para dar início às intervenções. Ainda sem a
disciplina história no centro, precisamos resignificar o que vem a ser conhecimento,
desmembrando a ideia terrível que eles têm do “conhecer” por conseqüência do
ambiente escolar. Apresentá-los o conhecer por conhecer, sem obrigações
burocráticas ou sócias, pois essas são as maiores dificuldades enfrentadas pelos
alunos. Essa proposta se aproximará do conhecimento filosófico, que é responsável
por fazer as indagações introdutórias a qualquer conhecimento: Quem somos: Para
onde vamos: Por que estamos fazendo o que estamos fazendo? O que é a escola,
de fato? Por que está na escola? Essas são indagações que por mais inativos que
os alunos sejam, despertam a curiosidade destes por ser necessidades humanas e
que se manifestam fortemente na faixa etária dos nossos alunos.
Essa será nossa primeira “aula de campo”. Para uma maior ambientação e
demonstração da liberdade, os alunos têm que se sentirem livres do guarda, da
professora e do corpo escolar, para ver o conhecimento do lado de fora da escola.
Usaremos o conhecimento de Aristóteles, Kierkegaard e Foucault para dar
respostas.
Tecnologia:
Título: A sociedade do plástico
Nesta proposta de intervenção iremos abordar a questão da tecnologia, buscando
suas implicações na nossa sociedade. Quais os efeitos que a tecnologia vem
causando no dia a dia? Uma queda livre de produção humana desde a revolução
industrial que nos transformou em uma sociedade de mercado. Será abordado o uso
que fazemos das tecnologias, como as redes sociais, placas de led, aparelhos 3d,
games, celulares; O desdém da sociedade tecnológica com o meio ambiente; Como
nossa sociedade se encontra psicologicamente por conta desses acontecimentos
das últimas duas décadas.
Como fonte e recurso didático, usaremos a música “Plástico” de um cantor da
música independente brasileira, um Rapper chamado Edgar. O trabalho do Edgar é
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voltado para as questões tecnológicas, o que nos ajuda a pensar: Quem seremos no
futuro? Para onde nossa sociedade caminha? Buscando nas reflexões resguardadas
pelos conhecimentos históricos sobre tecnologia, estimulado pela narrativa das
experiências dos alunos com essa nova era tecnológica.
OFICINA
Nosso contexto político está mais caótico do que nunca. Com um presidente
homofóbico, machista, misógeno e pouco conhecedor das coisas do mundo,
estamos indo, cada vez mais, para o fundo do poço. Depois da emblemática posse
do presidente Jair Bolsonaro, há uma guerra entre o presidente e a rede Globo. No
time bolsonarista, temos a SBT e Record, canais que denunciam escândalos da
Rede Globo. Enquanto isso, a Globo ataca o governo Bolsonaro com denuncias de
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corrupção. Todos os dias, as crianças assistem TV ou vêem assuntos relacionados
a política pela disseminação das redes sociais. A proposta busca fazer os alunos se
verem como sujeitos participantes dessa história, chamando-os para o debate, o
qual estamos no entremeio dos crimes dos poderosos. As perguntas são: O que
significa o novo modelo governamental? Qual a influência dos programas de TV nas
nossas vidas? O que pensar da corrupção no Brasil? Quais as implicações no nosso
cotidiano? A proposta estará mais sistematizada a depender do contexto de como se
encontrará esse processo.