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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL


PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA

Sávio dos Santos Lima

FORMULÁRIO III - PLANO DE ATIVIDADE DOS RESIDENTES (PAR)

1- OBJETIVOS PARA A RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA

Somos a descontinuidade da educação brasileira, projetada e subsidiada pelo


programa Residência Pedagógica. Programa que tem como objetivo permitir que
os discentes universitários se desenvolvam profissionalmente a partir da
experiência.
• Contribuir para com a comunidade escolar e local.
• Desenvolver técnicas didáticas inerentes aos docentes dispostos a buscar um
novo horizonte nas salas de aula e fora dela.
• Praticar as atividades básicas do cotidiano dos professores (Planejamento,
avaliações, ministração)
• Aplicar as noções teóricas discutidas e interiorizadas nas reuniões e nas
leituras orientadas pelo programa.
• Identificar as dificuldades enfrentadas pela comunidade escolar geral e
especificidades da escola sede.
• Desenvolver feiras, oficinas, minicursos e outras atividades que serão
articuladas dentro do processo de intervenção (Aulas de música, produções
artísticas)
• Estabelecer metodologias que permitam uma produção do conhecimento
guiada pelas representações sócias trazidas pelos alunos
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• Valorizar o livre pensamento nas salas para além dos sistemas conceituais
propostos pela comunidade escolar
• Elaborar trabalhos científicos a partir da vivência e das leituras obtidas
durante o programa

2- AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
José Bezerra da Silva; Delmiro Gouveia, Bairro Pedra Velha.

A estrutura da escola sede está em péssimas condições, tanto no que diz respeito
ao espaço que é preciso para suprir as necessidades básicas que as condições de
escolaridade pede, quanto às próprias condições do prédio. Em muitos locais podem
ser encontradas rachaduras, que podem ou não ser motivo de preocupações
maiores; Esteticamente degradada, pela falta de pintura e cuidados com as paredes
do prédio, o que nos deixa em alerta. Pois, a estética é uma das dimensões que
mais influi na percepção das crianças sobre o que é a escola, conseqüentemente o
que é estudar. A planta do local foi desenhada naquele estilo clássico das
instituições de controle: Pátio de tamanho regular, com uma porta centralizada,
guardada pelo servidor responsável por manter as crianças presas no prédio, entre
colunas lineares (Anexo 1, 2); Corredores escuros (Anexo 3); falta de
condicionamento do clima; Salas abafadas, sem saída de ar; Número de salas
insuficiente para abarcar todas as turmas; A merenda é oferecida através de um
buraco minúsculo na parede que separa as merendeiras dos alunos (Anexo 4); e
para fechar o clima/estética, que parecem mais com os presídios brasileiros, o sinal
de retorno e saída é uma medieval sirena policial.

Nossa escola sede, José Bezerra da Silva, é situada no Bairro Pedra Velha, em
Delmiro Gouveia. É uma zona periférica da cidade, com altos índices de violência,
analfabetismo e descaso. A escola não mantém nenhuma relação com a
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comunidade se não a de segurar as crianças e pré adolescentes no prédio a
mandado dos pais, segundo relato dos professores. Evidentemente, há pouco
acompanhamento dos pais dos alunos, visto que nas reuniões marcadas pela
diretoria solicitando a presença dos tutelares das crianças têm um quórum de três à
seis país, de turmas de trinta alunos em média. Também segundo o relato de
professores e dos próprios alunos, que narram a tragédia como uma boa piada.

A escola mantém um sistema reativo aos comportamentos dos alunos, o que deveria
ser minimamente o contrário. Não se sabe desde quando, talvez desde sempre, o
corpo escolar faz jus a estrutura do prédio, mantendo um sistema de vigilância
constante, e que para piorar não funciona. Alguns professores não mantêm boas
relações com os alunos. Há relatos que diz que os alunos para fugir das aulas pulam
o muro, ou não lavam as bolsas para não ter que obedecer aos mandamentos da lei
do professor. O corpo docente vê os alunos como totais responsáveis pelo
comportamento agressivo e subverso, evidenciando as más condutas em detrimento
das virtudes dos mesmos. Na escola há um programa chamado “Mais escola” que
contribui com aulas de artesanato e música, até onde pude notar, regido pelos
chamados “melhoradores”. O programa mostra bons resultados.

A observação da sala de aula mostra vários problemas, a começar pela nossa


própria presença na sala. Quando sentamos pra observar, os alunos ficam
constrangidos ou aflorescem hormonalmente. Isso também serve para a professora,
pois as diversas imagens que o universitário traz para uma professora de muito
tempo de experiência ativa as relações de poder de imediato. É o velho “mostrar
serviço”. Mas pelo que se pode observar, a preceptor tem problemas de oralidade:
Prolixa e dificuldade em reduzir a complexidade do assunto para os alunos. Em meio
a isso, não há conexão entre os alunos, o assunto e a professora na maioria da sala.
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Seja por diversos motivos: Sala extremamente desconfortável e muito quente, o que
tira a concentração dos alunos. Ou porque o assunto torna-se desinteressante.

3 - ATIVIDADES DE REGÊNCIA

As atividades já são previstas no projeto pré estabelecido do programa:


Contribuiremos com elaboração de atividades e material didático; Projeto História
local/bairro – História oral e memória; - Educação Patrimonial e cultural; - História e
Cultura Africana e Afro-brasileira e História Indígena; Oficinas multiculturais; Aulas
de campo; minicursos

4 - AÇÕES DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Aqui abordaremos os temas e proposta do viés didático que pretendo abordar na


escola. Como não temos turma especificada, tampouco todas as outras exigências
que existe no âmbito escolar, como programações temáticas, e conseqüentes
conceitos, as propostas mais sistêmicas ficarão para os planos de intervenção
propriamente ditos.

Todas as propostas serão resguardadas por uma didática do imperativo do


conhecimento com uma abordagem didática voltada para a liberdade do
pensamento. O que não significa que as intervenções se tornarão meras conversas
informais. O imperativo do conhecimento será importante ser abordado naquele
ambiente porque os alunos precisam urgentemente resignificar a ideia do que é
conhecimento. E a liberdade de pensamento é a permissão para transitar sem
restrições por outras áreas do conhecimento de acordo com a demanda que as
representações sociais dos alunos me exigirão. Serão intervenções levadas pela
suspeita, pela indagação. Pois, a ideia não é fazer uma intervenção técnica da
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história. Se assim fosse, não passaria da mesma história factual que já está em
execução lá. Portanto, nas primeiras intervenções é necessário “tirar o atraso”, como
arar a terra para o plantio.
Propostas:

Resignificação do conhecimento:
Título: O que significa conhecer?
Essa é a proposta programada para dar início às intervenções. Ainda sem a
disciplina história no centro, precisamos resignificar o que vem a ser conhecimento,
desmembrando a ideia terrível que eles têm do “conhecer” por conseqüência do
ambiente escolar. Apresentá-los o conhecer por conhecer, sem obrigações
burocráticas ou sócias, pois essas são as maiores dificuldades enfrentadas pelos
alunos. Essa proposta se aproximará do conhecimento filosófico, que é responsável
por fazer as indagações introdutórias a qualquer conhecimento: Quem somos: Para
onde vamos: Por que estamos fazendo o que estamos fazendo? O que é a escola,
de fato? Por que está na escola? Essas são indagações que por mais inativos que
os alunos sejam, despertam a curiosidade destes por ser necessidades humanas e
que se manifestam fortemente na faixa etária dos nossos alunos.
Essa será nossa primeira “aula de campo”. Para uma maior ambientação e
demonstração da liberdade, os alunos têm que se sentirem livres do guarda, da
professora e do corpo escolar, para ver o conhecimento do lado de fora da escola.
Usaremos o conhecimento de Aristóteles, Kierkegaard e Foucault para dar
respostas.

Introdução às ciências humanas:


Título: O que é ciência?
O segundo passo para esse programa de preparação é apresentar as ciências
humanas. Há um tender no imaginário popular que a “ciência” está apenas na
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tecnologia, que é automaticamente ligada aos cálculos absurdos da física. No
primeiro momento a propostas irá esclarecer o que é fazer ciência e qual o papel
das ciências humanas nas nossas vidas, dando demonstrações históricas de como
essas disciplinas nos ajudaram. Ainda usando apenas indagações filosóficas com
intuito de adentrar no mundo dos alunos e eles mesmos conseguirem dar
significados diferentes a partir da reflexão coletiva.

Introdução aos conhecimentos históricos:


Título: O que é a história e para o que ela serve?
Se seguida uma cronologia, que seria o ideal, este seria o terceiro momento. Depois
de cientes que no mundo existe e exige um imperativo do conhecimento,
devidamente apresentados às ciências, introduziremos nossa disciplina.
Demonstrando, a partir das experiências dos alunos, onde está a história na nossa
vida. Assim, serão abordadas as diferentes formas como se pode ver nossa
disciplina, sempre enfatizando a multidisciplinaridade.

Tecnologia:
Título: A sociedade do plástico
Nesta proposta de intervenção iremos abordar a questão da tecnologia, buscando
suas implicações na nossa sociedade. Quais os efeitos que a tecnologia vem
causando no dia a dia? Uma queda livre de produção humana desde a revolução
industrial que nos transformou em uma sociedade de mercado. Será abordado o uso
que fazemos das tecnologias, como as redes sociais, placas de led, aparelhos 3d,
games, celulares; O desdém da sociedade tecnológica com o meio ambiente; Como
nossa sociedade se encontra psicologicamente por conta desses acontecimentos
das últimas duas décadas.
Como fonte e recurso didático, usaremos a música “Plástico” de um cantor da
música independente brasileira, um Rapper chamado Edgar. O trabalho do Edgar é
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voltado para as questões tecnológicas, o que nos ajuda a pensar: Quem seremos no
futuro? Para onde nossa sociedade caminha? Buscando nas reflexões resguardadas
pelos conhecimentos históricos sobre tecnologia, estimulado pela narrativa das
experiências dos alunos com essa nova era tecnológica.

Industrialização e meio ambiente em Delmiro Gouveia


Título: A fábrica da Pedra e sua toxina

Neste momento, estamos nos preocupando em trazer reflexões locais, fazendo os


alunos pensarem na sua comunidade.
A fábrica da Pedra é está sendo alvo de vários estudos dentro do nosso
campus, como também é tema constante de manifestações e preocupações
políticas. Na Pedra Velha, é encontrado um açude, o qual foi bombardeado anos e
anos pelos restos tóxicos da fábrica da velha. Hoje, encontra-se cheio, mas sua
Água é inutilizável pela quantidade de química que está no fundo do açude. Os
governantes, há pouco, queriam derrubar o paredão que represa a água do açude, o
que causaria danos na saúde social irreparáveis. Hoje essa discussão ainda está
presente. Com este contexto, iremos refletir sobre a importância de a comunidade
pensar esse caso, engajando os alunos numa causa que diz tudo sobre eles.
Primeiro, a destruição da natureza que devia está sendo usada pela comunidade.
Segundo, as ações políticas que desconsideram as pessoas do local. Para isso
teremos uma introdução sobre industrialização e meio ambiente, depois entraremos
na história da cidade de Delmiro Gouveia. A pergunta final é: O que a comunidade
da pedra deve fazer sobre o caso do açude?

Arte, censura e diversidade


Título: A arte como único sinônimo de liberdade!
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Nesta proposta, nos preocuparemos com o nosso contexto atual político e como a
arte vem sendo atacada diariamente pela onda conservadora no Brasil. Para
abordar o tema, faremos uma introdução ao conhecimento da filosofia da arte, para
esclarecer o que é arte, qual a importância dela para nossa sociedade e como ela
sustenta o individuo diante a vida. Uma segunda etapa será a aproximação inerente
ao nosso imperativo do conhecimento, que estará no caso da Renata Carvalho, no
28° festival de Garanhuns. A peça “O evangelho segundo Jesus, a rainha dos céus”
foi censurada pelo prefeito da cidade, um conservador medíocre que não aceitara
Jesus sendo interpretado por uma travesti. A peça fazia uma releitura do
personagem histórico voltando a terra como travesti. A polêmica rendeu muitas
discussões sobre a liberdade, arte, diversidade, cultura e religiosidade. As perguntas
que estimularão nossa conversa serão: O que é arte? Para que serve arte?
Liberdade está para todos? O que é igualdade de gênero? Que momento a arte está
vivendo no país?

OFICINA

O desemprego e emigração no Sertão


Título: Morte e vida nordestina
O Nordeste sofre privações históricas, o que nos leva a um drama corriqueiro de
emigração em busca de melhores condições de vida. Muitos nordestinos,
enfatizando aqui o sertão, saem para trabalhar no sul ou nas grandes capitais,
passando por um processo doloroso de afastamento da família; adaptação na nova
região; adaptações com as novas relações, as quais são marcadas pelo preconceito
histórico com os nordestinos. Essa oficina proposta irá fazer com que as crianças
reflitam sobre seu futuro, sua projeção de si mesmo; Sobre a importância dos
estudos na idade que se encontram como forma de facilitar a passagem dolorosa
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pela vida, que exige não só isso; Sobre seu território, o nordeste e outros
desdobramentos. Nas oficinas podemos explorar diversas fontes, para começar:
Poesia:
• Morte e vida Severina – João Cabral de melo neto
Música:
• Morte e vida Stanley – Cordel do Fogo encantado
Conhecimento acadêmico:
• Artigos e monografias sobre emigração do nordeste; explorar a obra de João
Cabral de Melo Neto

Com essa oficina poderemos promover:


• Apresentações musicais, usando o programa presente na escola “Mais
escola”, ou com os próprios residentes Músicos.
• Promover mini cursos
• Recitação de poemas
• Produção coletiva de poemas
• Abertura de espaço para danças e apresentações teatrais

Política Nacional e sistemas de TV


Título: A guerra santa entre as redes abertas de TV e o poder executivo

Nosso contexto político está mais caótico do que nunca. Com um presidente
homofóbico, machista, misógeno e pouco conhecedor das coisas do mundo,
estamos indo, cada vez mais, para o fundo do poço. Depois da emblemática posse
do presidente Jair Bolsonaro, há uma guerra entre o presidente e a rede Globo. No
time bolsonarista, temos a SBT e Record, canais que denunciam escândalos da
Rede Globo. Enquanto isso, a Globo ataca o governo Bolsonaro com denuncias de
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corrupção. Todos os dias, as crianças assistem TV ou vêem assuntos relacionados
a política pela disseminação das redes sociais. A proposta busca fazer os alunos se
verem como sujeitos participantes dessa história, chamando-os para o debate, o
qual estamos no entremeio dos crimes dos poderosos. As perguntas são: O que
significa o novo modelo governamental? Qual a influência dos programas de TV nas
nossas vidas? O que pensar da corrupção no Brasil? Quais as implicações no nosso
cotidiano? A proposta estará mais sistematizada a depender do contexto de como se
encontrará esse processo.

Política nacional e os discursos de violência disseminados nos últimos anos


Título: A periferia e o gatilho de Jair Bolsonaro

A Pedra Velha é um local periférico de Delmiro Gouveia, o que evidentemente faz


dela um alvo da violência policial estimulada pelos discursos do presidente do Brasil
desde as eleições. Os jovens da periferia sofrem perseguições muitas vezes
arbitrarias da polícia alimentado pelo preconceito presente nos centros. Será
abordado: Negritude, armamento, conservadorismo com o ocular na política atual,
periferia, comunidade da pedra velha. Introduziremos com as perguntas: Quem
somos nós para o novo presidente do Brasil? Quais implicações no dia a dia da
Pedra velha? Para isso, exploraremos os estudos sobre a periferia. Como fonte e
material didático vamos usar a música “Negro Drama”, muito presente nos celulares
dos jovens negros, que se identificam quase que automaticamente com o grupo de
Rap super conhecido “Racionais MC’s”

Sávio dos Santos Lima


Água Branca-AL, 21/01/2019
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