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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE SALVADOR ESTADO DA BAHIA

FABIANO DE SOUZA SANTOS, brasileiro, divorciado, montador de moveis, inscrito no RG n°


06701009-19 SSP/BA e CPF 782,702,605-19 e-mail: XXXXXXXX, residente e domiciliado na Rua
XXXXX, n° XXXX, bairro XXXX, na cidade de salvador, estado da Bahia, CEP.: XXXXX-XXX, vem por
meio de seu advogado, com endereço profissional localizado na Rua Arariboia, n° 10É, bairro
Itacaranha, na cidade de Salvador, Estado do Bahia, CEP.: 40713700, onde recebe as intimações
e notificações de estilo, vem perante VOSSA EXCELÊNCIA, apresentar:

PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA


pelos fatos e direito aduzidos logo abaixo:

DOS FATOS
O acusado teve sua custódia cautelar decretada por esse digno juízo sob o fundamento de estar

DO DIREITO
De início, a restituição da plena liberdade encontra fundamento no art. 316, do Código de
processo Penal Brasileiro, conforme consta em seu texto:

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta
de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)

Ocorre Vossa Excelência, que o caso específico não é motivo para que seja mantido a prisão
preventiva, pois o requerente estar sendo acusado por crime de caráter reprovável de forma
abstrata e comum, ou seja, de forma puramente genérica.

Diante disso, percebe-se que houve uma clara desobediência ao art. 315 deste mesmo código,
ao mencionar em seu corpo que:

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada.

Tal medida foi fundada exclusivamente na gravidade do delito em curso, não sendo observado
os meios que considerem a continuação da aplicação de tal instituto como meio extremo de
coerção, visto inexistir motivos para que a mesma subsista.

Conforme o artigo 312 do Código Processual Penal, que é bastante claro ao mencionar em seu
texto que, para que haja a prisão preventiva, se faz necessário preencher os requisitos previstos:

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).

Perceba que para que seja cabível tal medida, deve-se observar atentamente os requisitos
previstos em lei, e não sendo cumpridos, deve-se afastar urgentemente a prisão cautelar,
valendo-se do pedido de restituição de liberdade.

Ademais, constata-se que o indivíduo privado de sua liberdade não carrega consigo
características de Periculum Libertatis, não configurando qualquer risco ou perigo a garantia da
ordem pública ou econômica, a instrução criminal ou ainda a devida aplicação da lei penal, sendo
inclusive réu PRIMÁRIO, além de que, possui ocupação lícita qual seja; montador de moveis e
residência fixa no distrito da culpa, não representando qualquer risco ou prejuízo para a
instrução e para a execução penal, caso seja condenado.

Desta forma, assim tem se manifestado também os tribunais, na qual entendem de maneira
pacífica que:

Ementa: Habeas Corpus. Artigo 16, parágrafo único , IV , da Lei 10.826 /2003. Prisão preventiva
decretada com base na gravidade abstrata do delito. Liminar deferida. A decisão que negou a
liberdade provisória se utilizou de argumento inidôneo atrelado à gravidade abstrata do delito,
sem considerar as condições subjetivas do paciente para responder ao processo em liberdade.
O crime pelo qual foi preso em flagrante é de perigo abstrato, praticado sem violência ou grave
ameaça a pessoa. Ademais, o paciente é primário, possui residência fixa no distrito da culpa
e ocupação lícita com vínculo empregatício, sendo o mesmo Servidor Público Municipal
Concursado (Guarda Municipal) do Município de Quissamã-RJ. Assim, no presente caso, a
liberdade não representa prejuízo para a instrução e não há risco para a execução penal se lhe
sobrevier a condenação. Somado a isto, em se tratando de réu primário, em tese, se condenado
fosse, faria jus à substituição de pena por restritiva de direitos, de sorte que a custódia cautelar
não pode ser mais gravosa que a reprimenda final. Concessão da ordem. (TJ-RJ - HABEAS
CORPUS HC 00347287220178190000 RIO DE JANEIRO CARAPEBUS/QUISSAMA VARA UNICA (TJ-
RJ)

Ratificando o elucidado, expressou-se o Superior Tribunal de Justiça, em recente julgado:

Ementa: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO E


EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA. RESTRIÇÃO CAUTELAR DECRETADA COM BASE
NA GRAVIDADE EM ABSTRATO DO DELITO. MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO (ART.
319, I, II, IV E V, DO CPP). APLICABILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL MANIFESTO. 1. No caso,
o Magistrado singular, não obstante a quantidade de droga apreendida (8,68 g de cocaína e 69,3
g de maconha), limitou-se a fazer referências à gravidade abstrata do crime sem apresentar
fundamento concreto que justificasse a imposição da segregação provisória, o que é
inadmissível. 2. Com o advento da Lei n. 12.403/2011, a prisão cautelar passou a ser, mais ainda,
a mais excepcional das medidas, devendo ser aplicada somente quando comprovada a
inequívoca necessidade, devendo-se sempre verificar se existem medidas alternativas à prisão
adequadas ao caso concreto. 3. Ordem concedida, confirmando-se a decisão liminar
anteriormente deferida, para substituir a prisão preventiva imposta ao paciente mediante o
cumprimento de medidas alternativas à prisão, consistentes em: a) comparecimento periódico
em juízo para informar e justificar suas atividades (art. 319, I, do CPP); b) proibição de acesso a
determinados lugares, a serem identificados pelo Magistrado singular, relacionados à prática
dos crimes imputados (art. 319, II, do CPP); c) proibição de ausentar-se da comarca (art. 319, IV,
do CPP); e d) recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga (art. 319, V, do
CPP), devendo o Magistrado singular restabelecer a prisão preventiva em caso de
descumprimento de tais cautelares. (STJ - HABEAS CORPUS HC 410644 MG 2017/0191030-3
(STJ)

Dispõe ainda, no corpo do art. 5° da Carta Magna de 1988, que também resguarda ao
requerente, a possibilidade deste ter a sua liberdade garantida, ao mencionar em seu inciso LIV
e LVI, que:

Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e a propriedade nos termos seguintes:

[...]

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

[...]

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

A concessão de liberdade do autor não representa prejuízo algum para a instrução e não há risco
para a execução penal se lhe sobrevier a condenação.

Portanto, diante dos fatos e fundamentos jurídicos acima citados, resta provado a possibilidade
da revogação da prisão preventiva.

Da Substituição da Preventiva por Medidas Cautelares


Por tudo o que foi exposto, e tendo como norte a presunção de inocência como garantia
constitucional e a consequente excepcionalidade da prisão antes do trânsito em julgado, com
fulcro no art. 319 do Código de Processo Penal, tem-se que, no presente caso, revela-se
suficiente a aplicação de medida cautelar diversa da prisão preventiva.

Sobre a excepcionalidade da prisão diante das medidas cautelares diversas da prisão, conforme
dispõe o art. 282, § 6.º, do CPP, Norberto Avena (p. 672) afirma que:

Não é de hoje que a jurisprudência vislumbra na prisão preventiva uma medida excepcional,
podendo ser decretada apenas quando devidamente amparada pelos requisitos legais
previstos no art. 312 do CPP, em observância ao princípio constitucional da presunção de
inocência, sob pena de antecipar a reprimenda a ser cumprida quando da condenação.

Tal excepcionalidade, com as modificações introduzidas pela Lei 12.403/2011, passou a


incorporar o Código de Processo Penal, dispondo o art. 282, § 6.º, que a prisão preventiva será
determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (entre as
estipuladas nos arts. 319 e 320 do CPP, é lógico). (destacamos)

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I - Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para
informar e justificar atividades;
II - Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para
evitar o risco de novas infrações;

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV - Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou


necessária para a investigação ou instrução;

V - Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou


acusado tenha residência e trabalho fixos;

VI - Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou


financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do
código penal) e houver risco de reiteração;

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do
processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à
ordem judicial;

IX - Monitoração eletrônica.

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades
encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou
acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).

Ora, no presente caso, o que revelam os autos é que não há como justificar a medida extrema
da prisão preventiva do requerente, principalmente pelo fato de que a aplicação de quaisquer
das medidas cautelares diversas da prisão – art. 319 – serão suficientes e proporcionais para
garantir o curso normal da instrução processual.

Sendo assim, requer a vossa excelência a revogação da prisão preventiva, e caso não seja o
entendimento do ilustre julgador, que seja aplicada medidas alternativas diversa da prisão.

DA FAMÍLIA CONSTITUIDA
Outro forte motivo para que seja concedida a revogação da custódia cautelar é o fato de que o
requerente tem família constituída, com a antiga companheira TAL e mais dois filhos: Fulano de
TAL nascido em DATA TAL e Beltrano de TAL nascida em DATA TAL, e caso permaneça preso
preventivamente os filhos menores não terão condições de manter a própria subsistência, uma
vez que dependem do auxílio dos pais.

DO TRABALHO LÍCITO
O requerente, por não ter tido a oportunidade de continuar seus estudos, não conseguiu
emprego formal, todavia, sustenta a sua família como montador de moveis, profissão exercida
com afinco e competência, que garante a toda a sua família o seu sustento mensal, sustento
esse que garante ao requerente o sustento do seus dois filhos, inclusive permite o pagamento
da pensão alimentícia que será paga todo o mês e caso permaneça encarcerado os filhos ficarão
em falta dessa garantia da pensão.

DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:

I - O deferimento do pleito de revogação da prisão preventiva, visto que falta motivo para que
ela subsista, conforme o texto previsto no artigo 312 do Código Processual Penal, e
preferencialmente sem fiança.

II - Que seja Decretado a REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA, já que se verifica a ausência de


pressupostos para a concessão de tal prisão, conforme exposto e fundamentado, aplicando se
for o caso, MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO, visto que a lei lhe garante a restituição
da plena liberdade

III - A intimação do represente do Ministério Público para que possa intervir no feito, se for de
seu interesse;

IV – Proceder com a imediata expedição do competente Alvará de Soltura, se o acusado já estiver


preso, ou de contramandado, caso solto, em favor do requerente.

Nestes termos,

Pede e requer deferimento.

Salvador/BA, 28 de outubro de 2019.

OAB/BA N° 63985

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