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Universidade Europeia

2019 - 2020

Direito Empresarial

- Apontamentos –

Docente: Prof. Doutor António Filipe Rodrigues

Gestão de Recursos Humanos


Sara Gomes
Universidade Europeia
2019 - 2020

Apresentação

Noções fundamentais de Direito - 50 % do semestre


 Introdução ao estudo do direito
 Direito civil
 Direito constitucional

Manual de estudo:
 Manual das Noções Fundamentais – disponível no Campus Online
 Constituição da República Portuguesa > 2005 sem anotações
 Código Civil atualizado
 Site da Procuradoria Geral (PGDL)
o Podemos consultar a última alteração dos diplomas
o Tem anotações de jurisprudência

Direito Empresarial - 50 % do semestre

Manual de estudo:
 Manual das Noções Fundamentais – disponível no Campus Online
 Manual do Prof. Manuel António Pita – Noções Fundamentais de Direito Comercial
 Código Civil atualizado
 Código das Sociedades Comerciais 2019

20 de Setembro

O que é o Direito?
Conjunto de normas jurídicas, de acatamento obrigatório, dotadas de coercibilidade. O seu não
cumprimento origina consequências, ao contrário do que acontece com as normas de trato social ou
com a normas religiosas, por exemplo. Existem mecanismos para garantir a sua aplicação. O Estado é
o responsável por fazer cumprir as normas jurídicas.

Estado
Composto por 3 elementos:
 Povo – quem tem vínculo de cidadania, detentor do poder político. Existem pessoas que
vivem num determinado país, mas não tem cidadania – apenas fazem parte da população de
um Estado. É a Lei da Nacionalidade que define o Povo.
 Território – definido pela CRP. A jurisdição do Estado é territorial. As normas jurídicas são
aplicadas apenas neste território. Há povos sem território, logo não podem ser considerados
“Estado”. Portugal é um Estado Nação antigo: não tem mais do que uma nacionalidade.
 Poder Político – garante a coercibilidade da norma jurídica.

Funções do Estado:
 Garantir a segurança
 Garantir a justiça
 Garantir o bem-estar

Direito Natural

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É um conceito filosófico. Existem normas jurídicas intemporais. É invocado quando se fala em Direitos
Humanos, por exemplo. São leis que estão acima das leis dos homens. O Direito Natural é evolutivo.
O que pensamos hoje como normal, não o consideraríamos no séc. XII, por exemplo.
A Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento que
podemos considerar mais aproximado ao Direito Natural, mesmo no nosso século. A Declaração
Universal dos Direitos Humanos é aplicada em Portugal diretamente através da CRP.
Por outro lado, o Direito Natural é desmentido pelo Direito Positivo.

Direito Positivo
É composto pelo que está em vigor. A legislação revogada já não é direito positivo.
A fonte de Direito que nos rege é a Lei.

Direito Português (Ordem Jurídica Portuguesa)


É o conjunto de normas jurídicas que nos regem.

Códigos
São uma tentativa de codificar várias normas relacionadas, para dar coerência ao direito aplicável.
O séc. XIX foi determinante para o nascimento dos grandes códigos (comercial, civil e penal). Tinham
o objetivo de durar para a eternidade.
Napoleão foi um grande impulsionador das grandes codificações.

23 de Setembro

Ramos do Direito: Direito Privado e Direito Público

Direito Privado
Normas jurídicas que regulam relações entre particulares, ou entre o Estado e os particulares, em
situações que o Estado atue sem poderes de autoridade. Na origem, todo o Direito privado era Direito
civil (ou direito privado comum. É o ramo principal do Direito Privado):
1. Direito Civil
a. Família
b. Sucessões
c. Reais
d. Obrigações
2. Direito comercial
3. Direito do Trabalho

Direito Público
Normas jurídicas que regulam relações do Estado e entidades públicas, desde que atuem com
poderes de autoridade. É a organização do Estado.
1. Direito Constitucional – as constituições surgiram para limitar o poder absoluto, garantir
direitos fundamentais e para separar os poderes legislativo, judicial e executivo (é o poder
que trava o poder). É a pedra basilar do direito público.
2. Direito Administrativo – regula relações jurídicas entre o estado e os particulares, apenas
quando o Estado está dotado de poderes de autoridade. O Direito Fiscal é um ramo do direito
administrativo. Assim como o Direito autárquico.

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3. Direito Penal – é Direito público porque o Estado é o titular do Direito de punir.


4. Direitos Processuais (civil, penal, do trabalho, etc) – direito que regula o os procedimentos /
o funcionamento dos processos nos tribunais.

Norma Jurídica
Tem duas características: generalidade e abstração. A lei é geral e abstrata.

Geral – aplica-se a todas as pessoas que se encontram na situação retratada. A lei não é feita a
pensar em alguém em especial, mas feita para todos os que se encontrem naquela situação. Não
quer dizer que se aplique sempre na pluralidade. Pode ter apenas um destinatário. Ex: existem leis
para o Presidente da República (tem apenas 1 categoria de destinatário).
Abstrata – a situação pode ser descrita em abstrato, sem nada concreto. Ex: quem matar outrém é
punido, não estando previsto a forma como o faz.

A nível estrutural, a norma é formada por previsão e estatuição.

Previsão – situação da vida em que a norma se aplica.


Estatuição – consequência produzida pela verificação da previsão. Qualquer norma jurídica é dotada
de imperatividade. Há normas que não parecem imperativas. Ex: leis que regulam o casamento.
Ninguém é obrigado a casar; a partir do momento em que o fazem, passam a estar sujeitos a essas
regras. E essas normas não dizem respeito apenas ao casal, mas também se aplicam a terceiros: são
oponíveis a toda a gente. Ex: banco na concessão de crédito.

Normas preceptivas – mandam fazer / dar algo. Impõem uma conduta.


Normas supletivas – estas normas podem ser afastadas através de uma convenção. Em direito dos
contratos a regra é a de que as pessoas podem convencionar como entenderem, desde que não vá
contra a lei. E existem as normas supletivas para o caso de não ficar nada estabelecido entre os
particulares.
Norma geral vs Norma especial – Prevalece a norma especial. Havendo um regime especial, se se
alterar o geral, não se altera o regime especial. A alteração ou a revogação da norma geral não
implica a alteração ou revogação da norma especial.
Norma excecional – contraria a regra.

27 de Setembro

Sanções
Consequência prevista na lei para o incumprimento de uma norma jurídica.
As normas imperfeitas são as que não determinam uma sanção para a sua violação.
Em Direito, um dever é uma obrigação; um poder tem carácter facultativo.
A violação de uma norma pode ter associada várias sanções.
Podem ser:
1. Punitivas
Para a violação de uma norma, está prevista uma punição.
A mais grave do sistema português é a privação da liberdade. Só é utilizada em crimes
graves. Há crime que geram multas (≠ coimas). A multa é uma sanção penal e só pode ser
aplicada pelos tribunais. [A coima é uma sanção administrativa]
Podem ser criminais, mas também podem ser acessórias. Ex: expulsão para um estrangeiro –
quando comete um crime em Portugal, é condenado por esse crime, e depois tem sanção
acessória de expulsão do país. [Não podem haver penas de período indeterminado, nem
perpétuas.]

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[Responsabilidade civil pode ser contratual (quando não cumpro um contrato) ou extracontratual (ex:
seguros). Os contratos têm de ser cumpridos pontualmente [ponto por ponto])

2. Reconstitutiva
Uma sanção deve servir, quando possível, para reconstituir a situação que existia antes da
violação.
Ex: pagamento de dívidas, troca de produto defeituoso, etc.
Só é possível perante coisas e prestações de facto fungíveis (que podem ser substituídas por
outras iguais). Há prestações de facto que não são fungíveis / repetíveis (ex: obra de arte
danificada).
Execução específica – posso exigir a execução de um contrato, para que seja cumprido nos
termos do mesmo. Isto é dar eficácia real ao contrato.
Obrigação de facto negativo – desfazer algo para reconstituir a situação anterior.

3. Compensatória
Vamos compensar quando não podemos reconstituir a situação anterior à violação. A mais
comum é a pecuniária (indemnização). Ex: danos morais; morte.

4. Compulsória
A mais comum é o Direito de Retenção – só incide sobre a própria coisa que foi contratada
(ex: oficina só devolve o carro mediante o pagamento).
Pode ser pecuniária compulsória – pagamento de uma quantia por cada dia de atraso.

5. Preventiva
Previnem futuras violações. Ex: suspensões; apreensão da carta de condução.

Relação Jurídica
Qualquer relação social com relevância jurídica. Qualquer facto que seja juridicamente relevante é
uma relação jurídica. Pode ser continuada e prolongada. Mais do que relação, há factos na vida que
têm relevância jurídica.
Até o tempo:
 basta chegarmos aos 18 anos para atingirmos a maioridade;
 prescrição de um crime ao fim de x anos;
 usucapião – apropriação de algo pelo decurso do tempo;
 a intempérie pode ser um facto jurídico se estiver prevista num seguro.

4 elementos da relação jurídica:


1. Sujeitos
2. Objeto [jurídico] – efeitos gerados. Ex: obrigação de pagar / obrigação de dar o bem
3. Facto – aquilo que faz surgir a relação jurídica
4. Garantia – o que garante o cumprimento de uma obrigação

04 de Outubro

Sujeitos da Relação Jurídica


São as pessoas singulares ou colectivas.

Pessoas singulares:

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Personalidade jurídica: susceptibilidade de se ser titular de direitos e obrigações. É uma qualidade


que se tem ou não.
 Surge com o nascimento (art. 66º CC)
 Extingue-se com a morte (art. 68º CC)

Capacidade jurídica (art. 67º CC)


Pode ser:
 Capacidade de gozo de direitos (titularidade)
Ex: recém nascido tem capacidade de gozo de direitos sucessivos. Há direitos que se
adquirem posteriormente (direito de voto aos 18 anos).
 Capacidade de exercício – medida em que alguém pode exercer por si os seus direitos ou
obrigações. Ex: o menor não tem plena capacidade dos seus direitos. Adquire-se
normalmente com a maioridade.

Menores: Os menores são genericamente incapazes e especificamente capazes juridicamente.


Adquirem capacidade com a maioridade. O casamento aos 16 anos emancipa um menor, e este
adquire a maioridade civil.
O art. 125º CC determina a anulabilidade dos atos dos menores, quando requerido pelos pais.
O art. 127º CC prevê as exceções à incapacidade dos menores: a administração dos bens do seu
trabalho e o de realizar pequenos negócios, como uma ida a um supermercado, por exemplo.

Maiores: quando é que os maiores de 18 anos podem ser considerados incapazes?


Existiam duas figuras jurídicas, requeridas pelos familiares: a interdição (definitiva, para os casos de
demência, por exemplo), e a inabilitação (não definitiva e aplicada por ex. em situações em que o
cidadão punha em causa o património da família, por ser toxicodependente.
Isto foi alterado por ser demasiado rígido. Temos agora o regime do Maior Acompanhado (arts.
138º e ss. CC). É definido através de decisão judicial, e é uma situação reavaliada com frequência
para se ir determinando o estado atual.

Pessoas colectivas:
Também têm personalidade jurídica, que surge com a constituição da associação ou fundação.
Art. 158º CC – Associações: quando os associados as constituem por escritura pública; Fundações:
têm de ser reconhecidas pelo Estado.

Capacidade de exercício – têm sempre de ser representadas por pessoas, que são as que estão à
frente da associação, os corpos gerentes. Neste caso, o gerente não age por si, mas em
representação da associação, e os atos refletem-se na esfera jurídica da associação e não do
representante (como no caso dos menores e dos advogados, por exemplo). Os atos praticados são da
pessoa colectiva.

Estas podem ser:


a) Particulares – de direito privado. Reguladas pelo código civil (e não só).
b) Públicas
a. Estado
b. Autarquias locais
c. Municípios e freguesias (corpos dirigentes: câmaras municipais e juntas de freguesia)
d. Associações públicas - são as ordens profissionais. . A inscrição é obrigatória. São
criadas pelo Estado. Não têm nada a ver com os sindicatos, que são particulares.
e. Empresas públicas – quando o acionista é o Estado (há algumas em que o Estado
participa, mas não é o maior acionista). Quando tem relações com terceiros, aplica-
se o direito privado (ex: contratação de um jornalista para a RTP). Existe um
contrato de concessão de serviço público.
f. Institutos públicos – entidades públicas com personalidade jurídica própria, distinta
do Estado. São criadas por lei, com estatutos criados por lei. Ex: hospitais públicos,
CGD, etc. Se um particular tiver um problema com a CGD vai resolver com a
administração do banco e não com o ministro das finanças.

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g. Universidades públicas – têm autonomia e não pertencem ao Estado. Pelo contrário,


as escolas secundárias estão abrangidas pela tutela do Estado. Não têm
personalidade jurídica própria.

07 de Outubro

Objeto da Relação Jurídica


Trata-se do vínculo. É aquilo que liga os sujeitos entre si, dando origem a uma relação jurídica entre
eles. Distingue-se entre:
a) Objeto imediato = binómio direito / obrigação (sempre que há um direito, existe uma
obrigação correspondente, e vice versa;
b) Objeto mediato = são as realidades do poder do sujeito ativo: coisas (direitos reais) e
prestações (direitos das obrigações).
a. Coisas (art. 202º CC)
i. Imóveis (204º CC)
1. Rústico – parte delimitada do solo sem autonomia económica (art.
204º, nº 2 CC)
2. Urbano – edifício incorporado no solo com autonomia económica
ii. Móveis (205º CC) – todas as outras
b. Prestações

Direitos Reais [incidem sobre as coisas]:

1. Direito de Propriedade
É o direito real máximo. Dá todos os direitos sobre uma coisa. O proprietário pode usar,
alienar, etc.
2. Direito de Uso
Ex: se eu alugar um carro detenho o direito de uso durante esse período, sem adquirir o
direito de propriedade. Não o posso vender.
3. Direito de Habitação
Ex: arrendamento. Existe um proprietário e um arrendatário
4. Direito de Superfície
Direito de utilizar um terreno para uma finalidade, durante um certo tempo. Ex: uma Câmara
Municipal cede um terreno a uma IPSS, para que construam uma associação por 20 anos, ou
mais.
5. Servidão de Passagem
6. Direito de Usufruto
Pode beneficiar dos rendimentos gerados pela coisa.

Propriedade ≠ Posse
A posse é uma situação de facto. Quando é que pode ser constituída de direitos? Com a usucapião,
por exemplo. Neste caso, a posse transforma-se em propriedade, desde que a coisa não seja
reivindicada pelo proprietário.

Direitos das Obrigações [incidem sobre as prestações]:


Incidem sobre as prestações: de dar ou de fazer.

Prestação fungível ≠ infungível:


Fungível pode ser realizada por outra pessoa diferente do devedor. Ex: se eu comprar um artigo de
mercearia, posso substituir por outro

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Infungível só pode ser realizada pelo devedor. Ex: se comprar uma obra de arte, não há outra.

Obrigação de facto positivo = dar / fazer


Obrigação de facto negativo = não dar, não fazer (ex: não destruir / não construir num terreno)

Facto da Relação Jurídica


É todo o acontecimento que produz efeitos jurídicos.
O passar do tempo é um facto porque tem relevância jurídica: o simples decurso do tempo; um crime
que prescreveu; o prazo para a usucapião, etc.
As catástrofes naturais também podem dar azo a factos jurídicos: indemnização pelos prejuízos, por
exemplo.

Ato Jurídico – factos jurídicos que acontecem com a ação humana. Não necessariamente intencional
(ex de atropelar alguém por acidente).

Negócio Jurídico
É um ato jurídico intencionalmente dirigido para produzir efeitos. Podem ser:
a. Unilaterais (ex: testamento) – existe apenas uma manifestação de vontades;
b. Bilaterais - ex: contrato:
a. No geral rege-se pelo Princípio da Liberdade Contratual (art. 405º CC), desde que
não seja contrário à lei (art. 280º e ss CC)
b. Em especial, a lei regula: a compra e venda, o trabalho e as sociedades comerciais.

Facto pode ser:


- constitutivo da relação jurídica - facto que dá origem à relação jurídica. Ex: 2 pessoas casam-se;
compra e venda de imóvel.
- extintivo da relação jurídica - ex: divórcio e morte; pagamento que extingue a obrigação.
- modificativo da relação jurídica - altera a relação jurídica. Ex: modificam-se os termos do
contrato.

Garantia da relação jurídica


Meios coercivos que a ordem jurídica põe à disposição do sujeito ativo para a realização do interesse.
Pode ser:
a. Geral – património do devedor (art. 601º CC)
b. Especial
a. Fiança (art. 627º CC)
b. Hipoteca (art. 686º CC) – garantia real que incide sobre coisas imóveis. Incide sobre
a própria coisa do contrato.
c. Penhor (art. 666º CC) – garantia real que incide sobre coisas móveis. [não confundir
com a penhora, em que um bem é penhorado para pagamento de dívida – execução
fiscal]
d. Consignação de rendimentos – um rendimento é afetado ao pagamento de uma
dívida. Ex: uma parte do ordenado é utilizado para pagar.
e. Privilégios creditórios – quando uma empresa declara insolvência e faz-se o
levantamento. A lei estabelece uma ordem de pagamento.
f. Direito de retenção – deixo o carro na oficina e só o posso ir buscar mediante
pagamento.
g. Caução

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11 de Outubro

Fontes de Direito
Fontes imediatas
 Lei
1. Lei Constitucional é a lei fundamental. A validade das outras leis depende da
constituição, sob pena de serem consideradas inconstitucionais. Quando existe uma
ruptura da ordem jurídica, cria-se uma assembleia especialmente legitimada para
criar uma nova constituição, que vai regular o estado. É feita com rigidez, para que
não seja alterada com facilidade. (Há estados que não têm uma constituição formal
(ex: Reino Unido)).
2. Direito internacional
 Art. 8º CRP – diz respeito ao Dto internacional. Estabelece os termos em que
o dto internacional é aplicado
 Geral ou comum – aplicável à generalidade da comunidade internacional (é
para todos). É o que resulta do costume internacional, por exemplo.
 Art. 8º, nº 2 CRP – direito internacional convencional (acordo, tratado,
convenções bilaterais ou não, protocolo). Tem de ser: regularmente
ratificado (de acordo com as regras: negociado pelo governo, submete-o a
aprovação pela AR (Assembleia da República), que o aprova. O PR
(Presidente da República) faz a sua ratificação), publicado, e tem de vincular
internacionalmente o Estado Português.
3. Direito comunitário (União Europeia)
 As instituições europeias elaboram
 Regulamentos – são diretamente aplicados aos cidadãos dos
estados-membros.
 Diretivas – vinculam os Estados. Ex: incumbem o Estado para legislar
de acordo com a matéria das diretivas. A legislação de cada Estado
fica obrigada a legislar para transpor as diretivas.
 Existe um diário de publicações da UE.
 nº4, art 8º - direito derivado. aderimos aos tratados da EU, nos termos em
que a CRP o permite fazer. Temos poderes soberanos para abdicar da
soberania do direito comunitário.
4. Direito interno – LEI
 Há uma hierarquia:
 ...
 Costume – Prática reiterada com convicção de obrigatoriedade.
 Quando é que se pode considerar um costume como fonte de direito?
 Na Idade média já havia aplicação de direito, com base em normas. Nem todas as
normas seriam escritas.
 Historicamente as pessoas sabiam as normas através da Tradição. Sabiam o que
podiam fazer, e até sabiam de certa forma o que lhes podia acontecer se não
cumprissem.
 Tradição que passe de geração em geração
 Tradição não é a única forma de determinar o costume como fonte de direito. Falta-
lhes a coercibilidade.
 O costume tem de ter 2 objetivos:
 Elemento objetivo: Prática reiterada
 Elemento subjetivo: convicção de obrigatoriedade
 Há normas de Direito Internacional que decorrem do Costume. Ex: não violação das
Embaixadas.

Fontes mediatas

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 Jurisprudência – decisões dos tribunais


 O juiz só obedece à lei; não tem nenhum superior hierárquico. Havendo decisões
diferentes, dependente de cada juiz, cria-se a jurisprudência.
 Acórdão – decisão de um juízo colectivo.
 As decisões dos tribunais decidem a lei num caso concreto. Não é fonte de direito por
si só.
 Doutrina
 Opiniões dos mestres de direito
 Há opiniões de professores de direito, aplicados em certas decisões judiciais

14 de Outubro

Artigo 112.º - (Actos normativos)

1. São actos legislativos as leis, os decretos-leis e os decretos legislativos regionais.


2. As leis e os decretos-leis têm igual valor, sem prejuízo da subordinação às correspondentes
leis dos decretos-leis publicados no uso de autorização legislativa e dos que desenvolvam as bases
gerais dos regimes jurídicos. – exceto quando não têm
3. Têm valor reforçado, além das leis orgânicas, as leis que carecem de aprovação por maioria
de dois terços, bem como aquelas que, por força da Constituição, sejam pressuposto normativo
necessário de outras leis ou que por outras devam ser respeitadas.
4. Os decretos legislativos têm âmbito regional e versam sobre matérias enunciadas no estatuto
político-administrativo da respectiva região autónoma que não estejam reservadas aos órgãos de
soberania, sem prejuízo do disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 227.º
5. Nenhuma lei pode criar outras categorias de actos legislativos ou conferir a actos de outra
natureza o poder de, com eficácia externa, interpretar, integrar, modificar, suspender ou revogar
qualquer dos seus preceitos.
6. Os regulamentos do Governo revestem a forma de decreto regulamentar quando tal seja
determinado pela lei que regulamentam, bem como no caso de regulamentos independentes.
7. Os regulamentos devem indicar expressamente as leis que visam regulamentar ou que
definem a competência subjectiva e objectiva para a sua emissão;
8. A transposição de actos jurídicos da União Europeia para a ordem jurídica interna assume a
forma de lei, decreto-lei ou, nos termos do disposto no n.º 4, decreto legislativo regional.

- Leis –> da Assembleia da república


- decretos-lei –> do governo
- Decretos Legislativos Regionais –> das assembleias legislativas das regiões autónomas – legislam
sobre algumas matérias que só valem da região autónoma respetiva. Estatuto Político Legislativo da
Região Autónoma (RA)

Quando a AR cria um Lei, e envia para o PR para promulgar, isso chama-se decreto da Assembleia da
República. Quando é publicado passa a ser Lei.
Os decretos-lei são feitos pelo Governo, e não passam pela AR para publicação.

Leis
Quando é que a Lei e o Dec-Lei não têm o mesmo valor?
- A AR só não pode legislar sobre a organização do governo. Isso é competência exclusiva do
governo.
- Mas há muitas matérias sobre as quais o governo não pode legislar, e se o quiser fazer, tem de
fazer uma proposta de lei à AR. Art. 164º CRP – reserva absoluta de competência legislativa.
O governo propõe, mas só a AR pode legislar.

- Leis de valor reforçado art. 112º, nº3 CRP:


1. Matérias sobre as quais a CRP exige que sejam aprovadas por maiorias de 2/3 (art. 164º)

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2. orgânicas (art. 166º) – têm de ser aprovadas por maioria absoluta (116 votos favoráveis)
3. as que sejam pressuposto normativo necessário para outras – ex: lei de enquadramento
orçamental – lei que define como é que o orçamento de estado é feito. O orçamento tem de
respeitar a lei de enquadramento orçamental, sob pena de ser considerado inconstitucional,
caso não o faça.

Maiorias da AR:
1. maioria simples
2. maioria absoluta (exige metade + 1 de votos favoráveis)
3. maiorias qualificadas (superior à maioria absoluta. Pode ser de 2/3 de todos os membros; 2/3
de todos os presentes; 4/5 dos membros)

- Reserva relativa (art. 165º CRP) – o governo pode pedir autorização para legislar
O governo pede uma autorização, e entrega o dec-lei autorizado. O parlamento confere uma
autorização, e o governo apresenta um dec-lei.

Mas o 164º e o 165º não cobrem todas as matérias possíveis. Nestes casos podemos
dizer que a lei e o dec-lei têm igual valor.

Quando é que o dec-lei tem de estar subordinado à lei?


- o dec-lei que é autorizado, tem de respeitar os termos pelo qual foi autorizado;
- quando há uma lei que precisa de ser regulamentada, ou seja, ela só por si não é implementada
(ex: lei base do sistema educativo), é acompanhada por um dec-lei que a desenvolve, respeitando-a.

Há outro aspecto que permite ver que o primado da legislação pertence ao Parlamento:
- Qualquer dec-lei pode ser chamado ao governo para ser apreciado, através da APRECIAÇÃO
PARLAMENTAR DE ATOS LEGISLATIVOS (art. 169º): quando sai um dec-lei e há deputados que não
estão de acordo, juntam-se 10 assinaturas, e pede-se que o parlamento aprecie aquele dec-lei. Isto
tem de ser feito logo após a aprovação do dec-lei, e não 1 ano depois (existe um prazo). O que pode
acontecer?
1. Nada; tudo mantém-se igual
2. Serem apresentadas propostas de alteração ao diploma
a. São apresentadas alterações e daqui sai uma LEI que altera um DEC-LEI
3. Ser proposto que o diploma deixe de vigorar = Projeto de Resolução, que é votado.

Como funciona o processo legislativo?


(Temos acesso a todos os processos legislativos no site do parlamento / o do governo não é público – não temos
acesso às discussões entre ministros)

No parlamento:
- Quem pode ter a iniciativa? (Direito de iniciativa) (pág. 51)
- o governo – iniciativa chama-se Propostas de Lei
- os deputados e grupos parlamentares – iniciativa chama-se Projeto de Lei
- assembleias legislativa das RA – iniciativa chama-se Propostas de Lei
- Iniciativa Legislativa de Cidadãos – iniciativa chama-se Projeto de Lei
- a iniciativa é entregue para a mesa do Parlamento
- os serviços da AR emitem uma nota de admissibilidade
- o Presidente da AR aprova a admissão e elege a comissão competente (há 12 comissões)
- os serviços parlamentares elaboram uma nota técnica e fazem o enquadramento local
- é designado um deputado pela comissão competente, que vai concluir que o diploma está pronto
para ser discutido em Assembleia.
- quando é que uma iniciativa não é levada ao plenário?

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- quando os prazos não foram respeitados


- quando há inconstitucionalidade
- é votado na Generalidade.
- quando passa na generalidade, começa a discussão na Especialidade:
- é feita em comissão
- aceitam-se propostas
- são ouvidas entidades (ex: sindicatos e patrões em matéria laboral)
- é nesta fase que é discutido detalhadamente, artigo a artigo.
- Votação Final Global – é aqui que a proposta é aprovada ou não.

- Segue-se o processo técnico – há que conferir a redação final


- o diploma é enviado ao PR para promulgação, que pode fazer:
1. Promulga
2. Se tiver dúvidas quanto à constitucionalidade de alguma norma, envia para o Tribunal
Constitucional. Se o Tribunal Constitucional dizer que é inconstitucional, o PR tem
obrigatoriamente de VETAR (veto jurídico).
3. Veto Político – na maioria dos casos, o parlamento pode por maioria absoluta obrigada o
PR a promulgar.

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