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3 A genealogia em Judith Butler deve ser entendida no sentido foucaultiano, conforme expres-
so no artigo “Nietzsche, a genealogia e a história” do filósofo francês: “Fazer a genealogia dos valores, da mo-
ral, do ascetismo, do conhecimento não será, portanto, partir em busca de sua ‘origem’, negligenciando comoi-
nacessíveis todos os episódios da história, será, ao contrário, se demorar nas meticulosidades e nos acasos dos
começos, prestar uma atenção escrupulosa à sua derrisória maldade; esperar vê-los surgir, máscaras enfim retiradas,
com o rosto do outro; não ter pudor de ir procurá-las lá onde elas estão, escavando os bas-fond; deixar-lhes o tem-
po de elevar-se do labirinto onde nenhuma verdade as manteve jamais sob sua guarda”. (FOUCAULT, 1979, p. 19).
Seria errado supor que a discussão sobre a “identidade” deva ser anterior à discussão
sobre identidade de gênero, pela simples razão de que as “pessoas” só se tornam
inteligíveis ao adquirir seu gênero em conformidade com padrões reconhecíveis de
inteligibilidade de gênero.
Referências
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