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1) Podemos descrever a revolução burguesa como uma série de fatores, dentre eles
econômicos, sociais e políticos que vieram para atender interesses de uma parte específica da
população e de cunho explorativo para os demais. Caracterizada não somente o lado da
economia, mas sim uma base de aliados para exercer pressão e controlar o Estado para atender
o que era de seu interesse.
Dois fatores foram essenciais para a evolução da revolução burguesa em sua trajetória.
Uma delas era como as elites dominantes estavam diretamente ligadas a classe burguesa, que
mantinham forças para continuarem no poder, porem por ser tratarem de uma classe dominante
que defendia o liberalismo e o estado ser republicano, eles enfrentavam a si mesmo. Tiveram
então que amenizar essas diferenças, para que não houvesse empecilho para a evolução da
classe burguesa, tratado como um “mal necessário”, mas que mesmo tratando de um mal, não
resolvia os problemas de valores que predominavam a sociedade. Outro fator importante, foi a
discordância da classe média com a classe dominante, mencionada como “oposição de baixo
para cima” pelo escritor Florestan Fernandes em seu livro a Revolução Burguesa no Brasil.
Esse grupo social que estava disposto a ir contra a ordem, ganhou força significativa ao trazer
setores considerados médios para a economia a fazer imposição frente a classe burguesa.
A primeira imposição fora mais um ajuste inevitável ao qual a classe burguesa passaria,
podendo considerar de certo modo fácil, porém a segunda não passaria tão despercebido, ela
requer uma maior atenção, já que está se tratando de uma grande massa que estão indo contra
seus ideais, precisando então coagir com uso de violência. Embora temido pelos burgueses, a
reestruturação de uma nova composição foi essencial para reerguer social, político e
economicamente. O que não passou simplesmente de uma renovação de forças, novos
colaboradores para a construção de um Estado novo, criado não através da visão das classes
médias, mas sob influência da antiga oligarquia que passara a ditar a revolução burguesa.
Mas ao pensar que foi possível frear a escalada da classe burguesa se prostrando contra
seus interesses ao nível de que fossem necessários força bruta para calar manifestantes,
demonstra a fragilidade da política autocrata implantada.
No Brasil a revolução Burguesa teve um caráter peculiar, que carrega a fase inicial do
capitalismo competitivo sob influência do mercado de importação juntamente com a produção
industrial, em que a economia atual voltava toda para esse interesse.
“...a burguesia atinge sua maturidade e, no mesmo tempo, sua plenitude de poder, sob
irrupção do capitalismo monopolista, mantidas e agravadas as demais condições, que
tornaram a sociedade brasileira potencialmente explosiva, com recrudescimento
inevitável da dominação externa, da desigualdade social e do subdesenvolvimento.
Em consequência, o caráter autocrático e opressivo da dominação burguesa apurou-
se e intensificou-se...” (FERNANDES, Florestan, 1974, P. 220)
Então a classe dominante junto com a burguesia não tinha interesse em ajudar a classe
mais dependente, pelo Brasil ser um país rico em biodiversidade e suas terras serem em larga
proporção para se explorar, não cabia entre os interesses do Estado.