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OBJETIVOS
Entender o direito como ciência autônoma.
Compreender a criação e o desenvolvimento da ciência do direito.
Conhecer os ramos do direito.
Identificar os princípios centrais do direito.
Conceituar e diferenciar a lei e a norma.
O direito como ciência
E o direito é ciência?...
Os conceitos iniciais de ciência ligavam-se especialmente às ciências
físico-naturais, servindo como grande barreira ao reconhecimento do direito
como ciência.
Com o passar do tempo, o conceito de ciência superou essa idéia
inicial, tendo estendido a sua amplitude de ação, de forma que hoje não se
discute mais a qualidade do direito como ciência autônoma, com princípios e
fundamentos próprios.
Sabemos, também, que toda ciência tem um objeto, uma matéria a ser
trabalhada e desenvolvida através da utilização de métodos de estudo e
procedimentos empíricos que visam a realizar as descobertas e as adaptações
sociais a que se propôs, de acordo com o desenvolvimento de conceitos e
atitudes a exigir do direito novas regras e novos instrumentos a apresentarem
resultados mais eficazes.
Logo, para o autor (GUSMÃO, 2003, p. 104), as fontes formais nada mais
são “do que os meios ou as formas pelas quais o direito positivo 1 se apresenta
na história”.
Destarte, as fontes formais correspondem à forma como o direito se
exterioriza, como as leis, a jurisprudência, a doutrina e os costumes, que
tendem a apresentar regramentos de conduta ou interpretações condizentes
com a realidade social e os princípios do direito.
Essas formas vão variar na representação do direito de acordo com a
técnica jurídica adotada pelo país: a do direito escrito, ou a do direito
1
Direito positivo, como já estudamos na aula 1, corresponde ao direito escrito, o direito elaborado pelo
homem. Caso reste alguma dúvida, recomendamos uma releitura no tópico DIREITO NATURAL E
DIREITO POSITIVO da aula 1 deste curso.
costumeiro, ou common law, uma vez que, de acordo com a adoção de um ou
outro, pode haver uma influência na forma como o direito irá se apresentar:
através de lei, nos países que adotam o direito positivo ou escrito; ou por
meio de julgamentos ou decisões judiciais, nos países que pregam o direito
costumeiro.
Para melhorar o entendimento, citamos as palavras de Nader (2003, p.
139), que explica com maestria a fisiologia do direito escrito:
2
Uma explicação melhor sobre a constituição vai ser dada na aula 3 (A Constituição Federal de
1988: conceito e princípios).
5) Direito Penal – direito que tem por finalidade repugnar as ações
mais nocivas à sociedade. Atua, portanto, definindo as
condutas que devam ser consideradas como criminosas,
estabelecendo, consequentemente, as penalidades
respectivas, visando a manter a integridade da ordem
jurídica, mediante sua função preventiva e repressiva.
Também conhecido como Direito Criminal.
Por sua vez, o Direito Privado Interno tem por ramos o Direito Civil, o
Direito Comercial e o Direito do Trabalho, sobre os quais comentaremos a
seguir de forma a facilitar o entendimento sobre o Direito Privado Interno e os
seus principais ramos:
Como toda ciência, o direito tem princípios fundamentais que lhe são
inerentes de forma a subsidiar a sua atividade de produção científica, bem
como de forma a nortear a sua interpretação e aplicabilidade.
Esses princípios podem ser citados como princípios gerais, no entanto,
alguns deles se aproximam bastante de alguns ramos específicos do direito, a
ponto de se incorporarem a eles de tanta intimidade, ou apresentam outras
vertentes que se aproximam de alguns ramos específicos do direito.
Como visto, a lei é para a norma como um veículo, como uma forma de
apresentação. Para que fique bem clara para você a diferença entre a lei e a
norma, podemos dizer que a lei é o instrumento, a matéria, enquanto a
norma é o sentido, é o recado que se quer transmitir, seja através da lei ou
através de outros instrumentos como acordos internacionais ou regulamentos.
Vejamos isso num exemplo prático: o Artigo 121 do Código Penal diz:
Matar alguém:
Pena – reclusão de 6 a 20 anos. Observe que essa é a disposição legal,
ou seja, essa é a lei.
Ao se buscar o sentido da lei, ou seja, o que a norma quer dizer,
poderíamos dizer que a norma quer passar, de fato, através da lei, a seguinte
mensagem: Não mate, pois se você matar sujeitar-se-á a uma pena de 6 a
20 anos de reclusão.
Logo, essa é a norma, que corresponde à mensagem que se quer passar,
a idéia central a ser transmitida.
A norma frequentemente se apresenta de forma geral e abstrata, tendo
funções imperativa, declarativa, explicativa ou interpretativa.
Diz-se que a norma é geral uma vez que ela é direcionada a toda uma
coletividade.
Por sua vez, entende-se como abstrata a norma, uma vez que ela
trabalha com situações que, embora sejam passíveis de ocorrência na
realidade, são trabalhadas de maneira apartada da situação em concreto,
visando a uma eventual ocorrência daquela previsão normativa no futuro, seja
no sentido de estimular aquela prática ou para reprimi-la.
Por fim, diz-se que a norma é imperativa, uma vez que ela
normalmente contém um comando, uma conduta a ser cumprida ou até uma
inércia a ser respeitada.
Essa imperatividade normalmente é acompanhada de meios coercitivos,
meios que possam forçar a pessoa ou pelo menos direcioná-la ao cumprimento
da lei, como por exemplo, uma pena de multa para quem descumprir o seu
predicado.
Diz-se que a norma tem função declarativa, quando visa a fazer alguma
declaração em relação a certa situação jurídica.
A norma pode ainda se apresentar com a finalidade interpretativa,
quando visa a orientar como deve ser interpretada uma determinada regra.
Apesar de poder apresentar essas funções diversas da imperatividade,
ainda assim a norma não perde essa sua característica imperativa, uma vez
que esse atributo vai ser utilizado, inclusive, para fazer valer a explicação, a
declaração ou a interpretação, de acordo com o caso.
Nesse sentido, Gusmão (2003, p. 82) diz que mesmo “as normas
declarativas, explicativas e interpretativas são imperativas, porque
estabelecem o sentido de outras normas de direito. Estão vinculadas às
normas cujo sentido elas conferem...”
Você pôde estudar a diferença entre a lei e a norma. Foi visto que muitas
vezes esses termos são utilizados como sinônimos, no entanto, tecnicamente eles não
se confundem. Diante do que foi estudado, diferencie a lei da norma. Utilize
exemplos, com base no que falamos nesta aula, para justificar o seu pensamento.
Leituras Complementares
IHERING, Rudolf Von. A luta pelo direito: coleções a obra-prima de cada autor. São Paulo: Editora
Martin Claret, ANO.
SILVA, Ronaldo Sérgio Moreira da. A ciência do direito. 2006. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9247>. Acesso em: 21 ago. 2009.
Resumo
1) Nesta aula, vimos que o direito é uma ciência autônoma. Para você, qual a
importância da autonomia do direito como ciência?
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 33. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2003.
NASCIMENTO, Walter Vieira do. Lições de história do direito. 12. ed. rev. e
aum. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
SILVA, Ronaldo Sérgio Moreira da. A ciência do direito. 2006. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9247>. Acesso em: 21 ago.
2009.