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Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto Sandra Flores

E depois de receber o estudo, o que poderia


Português, mas pouco Sócrates ter feito?
Ignorá-lo?
Os portugueses são um povo cheio de Rejeitá-lo, sem o apreciar?
qualidades, mas com defeitos que o tornam A única alternativa era mesmo aceitá-lo.
desgraçadamente pouco competitivo num mundo Na forma como actuou neste problema, Van
em que a competição se alargou à escala global. Zeller foi ‘pouco português’.
Primeiro, estão sempre à espera de que o Não entrou no coro de lamentações, não
Estado lhes resolva os problemas. esperou por subsídios, não receou retaliações nem
Já Sá Carneiro apelava (sem grandes temeu represálias futuras – avançou, simplesmente,
resultados) à ‘libertação da sociedade civil’. em busca de uma alternativa.
Segundo, habituaram-se a viver à custa do E, com isto, não conseguiu apenas mostrar
que vem de fora (antes eram os produtos do independência relativamente ao Governo –
Império, agora são os subsídios da Europa). conseguiu muito mais: conseguiu forçar o Governo a
Desde os pequenos agricultores do Norte ou mudar de posição.
do Sul aos grandes empresários, a preocupação com Num país em que é habitual os empresários
os subsídios é hoje, por vezes, superior à atenção abrigarem-se à sombra do Estado, Van Zeller fez o
que se presta ao próprio negócio. contrário: obrigou o Estado a vir ao seu encontro.
Terceiro, revelam mais inclinação para Dir-se-á que ainda nada está ganho – porque
criticar do que para fazer. o Governo apenas aceitou reavaliar a situação, e não
Quantas das pessoas com projecção pública trocar a Ota por Alcochete.
que conhecemos não se distinguem mais por criticar Não vejo a questão assim.
o que os outros fazem do que pela sua obra? A grande vitória de Van Zeller foi essa:
Esta maneira de ser levou-nos, como se sabe, obrigar o Governo a reavaliar o assunto.
à cauda da Europa. Porque isto não é nenhum Benfica-Sporting.
Ora, foi exactamente contra esta maneira de O que interessa ao país não é que ganhe a
ser que se levantou um homem que, só por isso, Ota ou ganhe Alcochete – o que interessa ao país é
merece o nosso aplauso. que se escolha o melhor local.
Quando metade do país clamava contra a E isso só será possível se se compararem as
localização do novo aeroporto na Ota, e a outra alternativas que existem e, com isenção, se escolher
metade batia palmas, Francisco Van Zeller não fez a mais favorável.
uma coisa nem outra. A partir de agora, os portugueses podem
Sem protestar, sem fazer alarido, sem dormir descansados – porque sabem que a
esperar por subsídios, com pezinhos de lã, reuniu comparação vai ser feita, pelo que o local escolhido
vontades e avançou para a encomenda de um será com certeza o melhor.
estudo alternativo. Ninguém acredita que o LNEC, por razões obscuras,
O que se passou depois mostra que a razão actue neste assunto de forma capciosa ou menos
estava do lado dele. imparcial.
Enquanto o Governo teve de enfrentar os Até porque a decisão final será tão discutida,
protestos dos líderes de opinião, as críticas dos tão esmiuçada, tão escalpelizada, tão comentada por
partidos da oposição ou a hostilidade das conversas especialistas e não especialistas, que não pode
de café sobre a Ota, pôde fazer orelhas moucas; mas, deixar de ser transparente e de se fundar sobre
a partir do momento em que surgiu um estudo argumentos sólidos, capazes de convencer os
alternativo, Sócrates teve de recuar. espíritos mais cépticos.
De facto, desde que Van Zeller manifestou Alguém tem dúvidas acerca disso?
intenção de avançar com o estudo, o que poderia o
primeiro-ministro fazer? José António Saraiva, in Sol, 30 de Junho de 2007
Impedi-lo?
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GRUPO I

1. Classifique este texto jornalístico, tendo em conta as tipologias estudadas. Justifique a sua resposta.

2. Identifique o facto que deu origem a este texto de opinião.

3. Delimite a introdução, salientando as informações mais importantes que podemos retirar da mesma.

4. Identifique os principais defeitos do povo português apresentados por José António Saraiva.

5. Indique, por palavras suas (mas tendo em conta o texto), a consequência dos defeitos supracitados.

6. Explicite o sentido do título escolhido para este texto.

7. Através do recurso aos conectores interfrásicos "Primeiro" , "Segundo" e "Terceiro" , o autor:


a. anuncia uma ideia de causa.
b. organiza as ideias por ordem sequencial.
c. introduz uma conclusão a partir da ideia principal.

8. No quinto parágrafo, o autor:


a. recorre à exemplificação, concretizando a afirmação feita no parágrafo anterior.
b. utiliza um exemplo para exprimir as suas dúvidas.
c. apela ao bom senso dos portugueses.

GRUPO II

1. Observe atentamente o seguinte anúncio publicitário


e responda correctamente às seguintes questões sobre
o anúncio apresentado lateralmente:

1.1. Refira as sensações que a imagem do anúncio


desperta na sua globalidade, tendo em conta as
características da rapariga, o teclado e o fundo da
mesma.

1.2. Qual é o produto anunciado?

2- Atenta no “SLOGAN” do anúncio.

2.1- Transcreva-o.

2.2- A frase do “slogan” joga com a ambiguidade (duplo


significado) de uma palavra. Identifique-a e explique o
seu significado.
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3 - Leia o texto argumentativo transcrito do anúncio:

“CORDLESS DESKTOP MX. Sem fios que prendam os movimentos. Um teclado ultra-plano sem fios e com
comandos de um só toque para ouvir música ou navegar na Net. E com um premiado rato óptico MX,
recarregável, que disponibiliza precisão e eficiência sem comparação. Estão destinados a ligar-se a si - sem
fios. www.logitech.com”

3.1- Identifique duas qualidades do produto apresentadas como argumentos para a sua aquisição.

3.2 - Proceda ao levantamento de dois nomes abstractos presentes no texto argumentativo, que se liguem à
qualidade do produto anunciado.

4- Trata-se de uma publicidade comercial ou formativa? Justifique.

GRUPO III

1. Seleccione uma das imagens e redija, a partir de um tema sugerido pela mesma, uma crónica de
150 a 200 palavras

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