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CPREM CURSO PREPARATÓRIO ÀS ESCOLAS MILITARES
GEOGRAFIA DO BRASIL – VOLUME 1 - 2017
Prof. Douglas Deliberai Raizaro
1.1 A regionalização do país: sua justificativa sócio-econômica e critérios adotados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fins de planejamento.
Extensão e Localização
Perceba no Mapa Mundi abaixo a localização do Brasil, situado inteiramente no Hemisfério Ocidental
(a oeste do Meridiano de Greenwich). Como o território brasileiro é “cortado” pela linha do Equador em sua
extremidade norte, o Brasil possui uma pequena parcela do território (7%) no Hemisfério Norte ou
Setentrional e possui a maior parte de seu território (93%) no Hemisfério Sul ou Meridional. Perceba também
que o Brasil se destaca no mapa do mundo. Seu território é imenso, se posicionando em 5º lugar entre os
maiores países do mundo, com uma área de
8.515.767 Km2. Se compararmos sua extensão com
a da Oceania, que tem 8.520.043 km2, veremos
que esse continente e nosso país apresentam
áreas aproximadas. Por isso, se diz que o Brasil é
um país de dimensões continentais. Outra
comparação que demonstra a enormidade do
território brasileiro, é que, tirando a parte
européia da Rússia, o restante da Europa caberia
dentro do Brasil. Veja no gráfico ao lado a posição
do Brasil entre os maiores países do mundo. No
critério de terras contínuas, o Brasil tem a 4ª maior
extensão, à frente dos Estados Unidos.
O território brasileiro tem uma forma compacta, bem mais largo em sua porção setentrional (norte) se
estreitando em sua porção meridional (sul).
No mapa acima, se observa também que o Brasil é o único país do mundo “cortado” simultaneamente
por dois importantes paralelos: o Equador e o Trópico de Capricórnio, sendo então a tropicalidade uma
característica marcante de seu território. Aproximadamente 92% do território brasileiro se localiza na Zona
Climática Tropical ou Intertropical, e apenas 8% se localiza na Zona Temperada do Hemisfério Sul.
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A Zona Tropical é a parte do globo mais iluminada e aquecida pelos raios solares, por isso no Brasil
predominam os climas quentes. O sul do estado de São Paulo, o extremo sul de Mato Grosso do Sul, a maior
parte do Paraná e os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul localizam-se na Zona Temperada do Sul,
onde as médias de temperaturas anuais são inferiores às da Zona Tropical.
Este gráfico foi apurado através de dados 2015 do Banco Mundial, comparando populações acima de 140
milhões de habitantes, área do país maior do que 3 milhões de km 2 e PIB maior do que US$ 1,2 trilhões. O
conjunto de países foi classificado em ordem decrescente e então, buscou-se o que havia em comum nestes
dados, evidenciando ao centro os países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) mais Estados Unidos. Ele dá bem
uma idéia do gigantismo brasileiro em área, população e economia.
Já vimos que o Brasil é um país imenso, com mais de 8,5 milhões de Km 2 e isso acarreta vantagens e
desvantagens de se ter um território tão grande.
Vantagens:
Existência de recursos naturais: minerais metálicos, combustíveis fósseis, recursos hídricos, terras
abundantes.
Diversidade climática, o que possibilita grande potencial e diversidade agrícola, com cultivos variados:
desde produtos tropicais (laranja, cacau, cana e café) até produtos de clima temperado (trigo, soja,
uva).
Uma extensa rede hidrográfica, dotada de grande potencial energético e de navegação fluvial.
Um enorme litoral, com potencialidades de turismo, comércio, navegação, instalação de portos.
Desvantagens:
Enormes distâncias a serem vencidas, o que encarece o custo dos transportes e comunicações.
A existência de desigualdades regionais (regiões mais desenvolvidas e regiões mais pobres).
Dificuldades de se administrar e promover uma integração nacional.
Porosidade das enormes fronteiras terrestres, pouco habitadas e difíceis de vigiar, apesar dos esforços
do governo (Programa Calha Norte, SIPAM/SIVAM, Sisfron).
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Faixa de Fronteira
A Constituição de 1988 considera Faixa de Fronteira uma largura de 150 km ao longo dos 15.719 Km das
fronteiras terrestres, sendo uma área fundamental para
defesa do território nacional. Essa área está sujeita a regras
especiais de uso do solo, de propriedade e de exploração
econômica. Nela, a realização de obras de infraestrutura, tais
como transporte, e a exploração de recursos minerais
dependem de autorização especial do governo federal. Por
motivos de soberania e segurança nacional, somente
empresas controladas por brasileiros podem atuar na faixa de
fronteira.
Atualmente a base territorial das ações do Governo
Federal para a Faixa de Fronteira, estabelece como áreas de
planejamento três grandes Arcos, definidos a partir da
proposta de reestruturação do Programa de Desenvolvimento
da Faixa de Fronteira (PDFF – 2005), com base na Política
Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) do Ministério
da Integração. Diferenças na base produtiva e na identidade
cultural foram os critérios adotados para a divisão em três
grandes Arcos de Fronteira:
Arco Norte: compreende a Faixa de Fronteira dos
Estados do Amapá, Pará, Amazonas e os Estados de Roraima e
Acre. A faixa de fronteira amazônica é um vazio demográfico,
situada, em sua maior parte, em áreas florestais de difícil
acesso, com poucas rodovias.
Arco Central: compreende a Faixa de Fronteira dos Estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul.
Arco Sul, que inclui a fronteira dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em função da posição geográfica dos municípios em relação à linha de fronteira é possível separá-los em
dois grandes grupos:
lindeiros: aqueles em que o território do município faz limite com o país vizinho.
não-lindeiros: grupo dos municípios situados à retaguarda da faixa, tendo uma parte de seu
território na faixa de fronteira mas não chega ao limite internacional.
Como exemplo de municípios lindeiros podemos citar as cidades gêmeas. Há diversas cidades brasileiras
estabelecidas no limite internacional, que se caracterizam pela integração urbana com cidades de países
vizinhos (conurbação). Muitas vezes não há um rio ou outro elemento natural que separe a cidade brasileira
de sua “irmã gêmea” de outro país. Geralmente, a divisão é feita por uma avenida ou rua, ficando o Brasil de
um lado e o país vizinho do outro lado da avenida. Vem crescendo o número de cidades fronteiriças com essa
característica. Atualmente são 29 cidades brasileiras que possuem essas características. Assim, o Ministério da
Integração Nacional definiu, em 2014, como cidades gêmeas:
“os municípios cortados pela linha de fronteira, seja essa seca ou fluvial, integrada ou não por obra de
infraestrutura, que apresentem grande potencial de integração econômica e cultural, podendo ou não
apresentar a unificação da malha urbana com cidade do país vizinho. Não serão consideradas cidades gêmeas
aquelas com população inferior a 2 mil habitantes”.
Não são muitas as cidades-gêmeas nas faixas de fronteira do Brasil com os países vizinhos. Elas se
concentram principalmente no Rio Grande do Sul (fronteira com Argentina e Uruguai), seguido pelo Mato
Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai. Esse reduzido número de cidades gêmeas é reflexo da própria
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história da colonização e povoamento da América do Sul, que se concentrou no litoral do Atlântico, no caso
do Brasil, e nos Andes, na América espanhola.
A existência dessas cidades favorece a integração econômica, política e cultural entre os países, visto
que há grande fluxo de pessoas, comércio internacional e capitais. Não raro, infraestruturas são construídas
para atender ambas as cidades, como também benfeitorias, favorecendo o desenvolvimento regional
bilateral.
São exemplos de cidades gêmeas:
Ciudad del Leste (Paraguai) e Foz do Iguaçu (PR).
Pedro Juan Caballero (Paraguai) e Ponta Porã (MS).
Pedro Rivera (Uruguai) e Uruguaiana (RS).
Leticia (Colômbia) e Tabatinga (AM).
Numa perspectiva estratégica, os países limítrofes da América do Sul (inclusive o Brasil) aplicaram regimes
específicos para suas áreas de fronteira, geralmente qualificadas como zona rígida e isolante, faixa de
segurança exclusivamente de defesa de limites territoriais, ou seja, área de segurança a ser protegida de
inimigos externos (países vizinhos), garantindo a soberania nacional. Recentemente, com o fim dos governos
militares na região, o Brasil passou a atribuir um novo significado à faixa de fronteira baseado na concepção
de aproximação, união e abertura num espaço integrador sobre o qual se devem orientar as estratégias de
desenvolvimento através de ações conjuntas com países vizinhos. Exemplo: as políticas de integração viária e
energética propostas no âmbito da UNASUL.
Existem poucos postos de fronteira, além de serem esparsos, considerando a grande extensão territorial
do país, e ainda faltam efetivo policial, equipamentos e tecnologia para atingir os objetivos de garantir a
vigilância das nossas fronteiras. Devido a esses fatores, nossas fronteiras terrestres são suscetíveis a vários
tipos de ilícitos, que ocorrem também em outras partes do país e nas fronteiras marítimas. Dentre esses
eventos criminosos nas fronteiras podemos citar: abigeato (roubo de gado), contrabando e descaminho,
crimes ambientais, roubo de cargas e
veículos, tráfico de armas e munições,
tráfico de drogas, tráfico de pessoas. No
entanto, essas ações ilegais se restringem
ao âmbito policial e não ameaçam a soberania
nacional. Nas Regiões Sul e Centro-Oeste, a
vigilância das faixas de fronteira terrestre é
maior, pois essas áreas são mais povoadas,
havendo, portanto, maior tráfego de
pessoas e de mercadorias.
O Estado brasileiro vem implantando
ações que visam atuar de maneira
integrada no monitoramento e segurança
das fronteiras brasileiras.
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A delimitação em 15° de cada fuso horário define o limite teórico das horas. No entanto, cada país tem
a liberdade de instituir seu conjunto de horas legais com base em suas particularidades e conveniências, sem
a necessidade de respeitar a delimitação teórica, adotando o limite prático de fuso horário.
Por ser tão grande no sentido leste-oeste, sendo muito largo, o território brasileiro se estende por 4
faixas de iluminação solar, tendo 4 fusos horários, todos atrasados em relação ao horário GMT (fuso de
Londres). A maior parte do país e cerca de 90% da população situam-se no fuso de Brasília.
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As regiões Norte e Nordeste, por estarem mais próximas do Equador, não utilizam o horário de verão,
de modo que ocorrem discrepâncias nos horários.
Mar Territorial
A soberania do Estado aplica-se, integralmente, ao espaço atmosférico sobre o território e tem
repercussões sobre a faixa oceânica contígua. O direito do mar foi reformulado por uma convenção da
Organização das Nações Unidas (ONU), denominada Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
(CNUDM), que entrou em vigor em 1994. Esse tratado internacional fixou para o mar territorial uma largura
de 12 milhas náuticas (cerca de 22,2 quilômetros), a partir da linha de base (praia na maré baixa). Ao mar
territorial, aplica-se a soberania do Estado costeiro, limitada apenas pelo direito de passagem inofensiva de
navios de qualquer nacionalidade.
Muito mais larga que o mar
territorial, uma faixa de 200 milhas
(370,4 quilômetros) a partir da
linha de base forma a Zona
Econômica Exclusiva (ZEE). Nessa
faixa, há total liberdade de
navegação, sobrevôo, construção
de dutos e lançamento de cabos
submarinos. Contudo, o Estado
costeiro tem o monopólio dos
direitos de exploração dos recursos
biológicos e das riquezas do
subsolo marinho, devendo zelar
pela defesa do meio ambiente sob
pena de perder esse monopólio. A
Convenção da ONU assegura ainda
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o direito soberano do Estado costeiro sobre a exploração dos recursos de toda a plataforma continental, ainda
que a sua largura ou extensão ultrapasse a da ZEE. Além destas zonas, existe também a Zona Contígua, que
não está contemplada na figura acima, mas compreende uma faixa que se estende das doze às vinte e quatro
milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial,
portanto, já dentro da ZEE. Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias
para evitar ou reprimir as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários,
no seu território, ou no seu mar territorial.
Quando a Plataforma Continental, prolongamento natural da massa terrestre de um Estado costeiro,
ultrapassa a distância de 200 milhas, é possível estender a propriedade econômica do Estado, de acordo com
a aplicação de critérios específicos a até 350 milhas náuticas. Essas áreas somadas, no caso do Brasil,
constituem uma imensidão de aproximadamente 4,5 milhões de Km², o que equivale à metade da extensão
de nosso território terrestre. Os militares da Marinha do Brasil costumam chamar essa imensidão marítima de
Amazônia Azul, através de uma comparação com a Amazônia Verde, não por sua localização, mas por suas
dimensões e riquezas. Coroando um grande esforço nacional, com a participação ativa da Marinha, da
comunidade científica e da Petrobras, o Brasil apresentou, em setembro de 2004, a sua proposta de
prolongamento da PC àquela comissão da ONU. Isso representará, caso o nosso pleito seja aceito, a
incorporação de uma área de cerca de 900 mil km² à jurisdição nacional. Em fevereiro de 2008, a Comissão de
Limites sobre o Mar da ONU, aceitou parcialmente a proposta brasileira, concordando com a incorporação à
ZEE brasileira de cerca de 700 mil Km².
Amazônia Azul
A Zona Econômica Exclusiva
brasileira é uma área oceânica
aproximada de 3,6 milhões de km², os
quais, somados aos cerca de 900mil
km² de extensão que o Brasil
reivindicou junto à Organização das
Nações Unidas (ONU), perfazem um
total aproximado de 4,5 milhões de
km². Trata-se de uma extensa área
oceânica, adjacente ao continente
brasileiro, que corresponde a,
aproximadamente, 52% da nossa área
continental e que, devido à importância
estratégica, às riquezas nela contidas e
à imperiosa necessidade de garantir
sua proteção, a Marinha do Brasil (MB),
buscando alertar a sociedade sobre os
seus incalculáveis bens naturais, sua
biodiversidade e sua vulnerabilidade,
passou a denominá-la “Amazônia Azul”,
cuja área é um pouco menor, porém
em tudo comparável à “Amazônia
Verde”.
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Diversas atividades econômicas se desenvolveram e foram fatores de expansão territorial para oeste,
“vergando” Tordesilhas e garantindo a presença portuguesa no território, através do processo de
interiorização do povoamento. Dentre estas atividades podemos citar:
entradas, bandeiras, sertanismo de contrato.
Extrativismo das drogas do sertão.
expedições e fortificações militares, missões jesuíticas.
avanço da pecuária para o interior (criação de gado nas fazendas).
mineração no interior (Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso).
União Ibérica.
extrativismo da borracha.
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Fortificações militares e missões jesuíticas na foz e em todo o vale do rio Amazonas impediram o avanço
de ingleses e holandeses na Amazônia. Além disso, a descoberta de ouro e prata nas áreas espanholas (Peru e
Bolívia) centralizaram o foco das atenções espanholas nestas áreas, o que também desestimulou um possível
avanço espanhol para o Brasil.
Esses fatores também contribuíram para o avanço português para oeste, além de Tordesilhas, onde não
existia a presença espanhola.
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Percebam que em meados do século XVIII a penetração portuguesa para oeste, além de Tordesilhas e já
em território espanhol era um fato consolidado. O desenvolvimento de atividades econômicas, embora
esparsas e pontuais, garantia a presença portuguesa. Faltava legitimar a posse do solo. Isso ocorreu através
do Tratado de Madri de 1750.
Pelo Tratado de Madri, a Espanha reconhece a posse do território ocupado pelos portugueses. Foi
utilizado por Portugal o princípio jurídico
do Uti Possidetis Solis, que significa que a
posse do solo se faz mediante o uso, ou
seja, quem ocupou a terra tem o direito à
posse do solo.
O Tratado de Madri anulou a
demarcação de Tordesilhas e garantiu
enorme território a oeste desta linha aos
portugueses, de cerca de 7,5 milhões de
Km2 Posteriormente, com a
Independência, o Brasil recebeu esta
herança territorial. Mas as atuais
fronteiras só foram sendo definidas ao
longo do século XIX (independência da
Província Cisplatina, Guerra do Paraguai)
e no início do século XX, na Era Rio
Branco, através de acordos bi-laterais e
arbitramentos internacionais, com a
consolidação de nossas fronteiras.
Questões de Limites
Após a Proclamação da República Brasileira (1889), os governantes brasileiros defrontaram-se com a
questão dos seus limites territoriais que, embora definidos pela Constituição Brasileira de 1891, não se
encontravam delimitados. Existiam pendências ou
litígios fronteiriços. Por essa razão, a
chamada República Velha vê-se envolvida numa série
de questões de limites, tendo o seu máximo expoente
na figura de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o
Barão do Rio Branco.
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argentina faria seu território avançar como uma cunha pelo território brasileiro, deixando o Rio Grande do Sul
ligado ao restante do Brasil por uma estreita faixa de terras, que representaria óbvia debilidade estratégica,
realçada pela situação de rivalidade entre o Brasil e a Argentina.
Os dois países haviam acordado que o litígio seria solucionado por arbitramento internacional,
submetida ao arbitramento do presidente estadunidense Grover Cleveland (1893-1897), cujo laudo, expedido
em 5 de Fevereiro de 1895, foi inteiramente favorável ao Brasil, definindo-se as fronteiras pelos rio
Peperiguaçu e Santo Antônio.
Nesta questão, estreou como advogado do Brasil, a partir de 1893, o barão do Rio Branco, escolhido
pelo presidente marechal Floriano Peixoto (1891-1894) para substituir o barão Aguiar de Andrade, falecido no
desempenho da Questão. Rio Branco apresentou ao presidente Cleveland uma exposição, acompanhada de
valiosa documentação, reunida em seis volumes: A questão de limites entre o Brasil e a República
Argentina (1894).
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Borracha, foi feito por seringueiros brasileiros com o apoio de seringalistas do Amazonas.
Quando o governo boliviano tomou conhecimento da presença de brasileiros no Acre, resolveu ocupar
a região, o que levou a uma reação da população brasileira que ali se dedicava à extração do látex, seiva
vegetal extraída da seringueira, que serve para fabricar borracha. A reação dos brasileiros foi proclamar
o Estado Independente do Acre, em 1899, também com o apoio de seringalistas amazonenses. O processo foi
liderado pelo jornalista espanhol Luis Gálvez, e o regime instaurado foi uma república, com capital em Puerto
Alonso, atual Porto Acre.
A questão agravou-se em 1901, quando a Bolívia arrendou o Acre a uma empresa estadunidense: o
"Bolivian Syndicate", com amplos poderes. O brasileiro José Plácido de Castro liderou uma nova reação,
registrando-se choques armados que culminaram com a derrota das forças bolivianas em 1902. Neste
contexto, tropas do Exército brasileiro concentraram-se em Corumbá.
Na iminência de um conflito armado internacional, envolvendo não apenas a Bolívia, mas interesses
norte-americanos, o Chanceler brasileiro, Barão do Rio Branco, iniciou negociações. Primeiramente, tratou de
afastar a empresa americana indenizando-a em 114 mil libras esterlinas pelo abandono de suas pretensões.
Isso foi muito importante, pois nessa época o governo dos Estados Unidos vinha operando a política do Big
Stick, do presidente Theodore Roosevelt. Essa política definia uma diplomacia agressiva em proteger os
interesses econômicos dos Estados Unidos na América
Latina. Se esta empresa americana se firmasse no
território do Acre, poderia evoluir para um enclave
territorial norte-americano em plena selva amazônica,
bem na nossa fronteira.
Uma vez afastados os interesses norte-
americanos, tratou-se de negociar com a Bolívia,
evitando-se a guerra. O Tratado de Petrópolis (17 de
Novembro de 1903) definiu o seguinte: mediante a
retificação de pequenos trechos da linha de fronteira, o
Brasil ficava com a região (Acre) mediante o pagamento
de dois milhões de libras esterlinas e da construção
da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, para que a
Bolívia pudesse escoar seus produtos de exportação
por trem, que seguiria margeando os trechos encachoeirados dos rios Mamoré e Madeira até Porto Velho. Daí
em diante, as mercadorias bolivianas seguiriam por navegação fluvial pela bacia amazônica.
O Tratado do Rio de janeiro de 1909, estabelecido com o Perú, complementa o Trado de Petrópolis,
pois existia também interesse do Perú no território acreano, que está numa área de divisa tríplice entre Brasil,
Bolívia e Perú. Inclusive existia um acordo anterior entre Bolívia e Perú de resolver a posse do território
submetendo a decisão à arbitragem da Argentina. Diante da anexação brasileira do Acre, o Perú reivindicou a
posse da bacia do rio Javari. O Barão do Rio Branco apresentou extensa documentação com mapas e detalhes
de todos os tratados coloniais e imperiais, demonstrando que não procedia a pretensão peruana. Pelo
Tratado de 1909 o Brasil manteve seus limites com o Peru no rio Javari, mantendo a posse de 152 mil Km 2.
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mais equitativa, proposta rechaçada pelo Brasil, que confiava plenamente em seus direitos à integralidade da
região.
Pelo resultado do laudo do rei italiano, em 1904, o Brasil foi parcialmente derrotado, pois o território
litigioso foi dividido, ficando a Inglaterra com 2/3 do território, aproximadamente 19.630 km² e o Brasil com
1/3 do território, o que dá aproximadamente 13.570 km².
Apesar de Joaquim Nabuco sentir-se injustiçado pelo veredito do rei da Itália, uma vez que havia
apresentado vasta documentação a seu favor, o Brasil reconheceu a arbitragem na solução da fronteira em
litígio.
Observação: o território concedido ao Brasil nesta Questão do Pirara, foi recentemente alvo de
polêmica nacional, envolvendo a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em 2009, que entregou a
área aos índios makuxis, que atualmente desenvolvem a rizicultura (plantio de arroz) e a pecuária nas savanas
da região.
Outros Limites
Os limites com a Guiana Holandesa foram fixados diretamente entre o Barão do Rio Branco e o
representante dos Países Baixos, Frederico Palm, em 1906.
Os limites com a Colômbia foram fixados através do Tratado de Limites e Navegação Fluvial em 1907.
Por iniciativa do Barão do Rio Branco, foi concedido ao Uruguai o condomínio da lagoa Mirim e do rio
Jaguarão, em 1908.
Os limites com o Peru foram fixados através do Tratado do Rio de Janeiro (1909), baseado no princípio
do "uti possidetis".
Veja o mapa abaixo.
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Arquipélago Ecônomico
O mapa abaixo expressa a fragmentação espacial das atividades econômicas, que estavam organizadas
em torno de um pólo ou região isolada, quase autônoma, com seu produto destinado à exportação,
caracterizando o modo de funcionamento econômico do território brasileiro no final do século XIX,
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denominado de “arquipélago econômico”. Perceba a localização das “ilhas” econômicas brasileiras, cada uma
delas com seu produto principal destinado ao comércio exterior.
As regiões brasileiras, funcionando como ilhas econômicas desarticuladas entre si, foram sendo, ao
longo do século XX, progressivamente superadas pela integração territorial e econômica do país, levando à
formação de uma economia nacional.
Foram fatores que contribuíram para essa integração:
Políticas de industrialização implementadas a partir da década de 1930.
Desenvolvimento de infraestrutura de transportes, energia e comunicações.
Expansão dos investimentos estrangeiros que passaram a formar redes de alcance nacional.
Incremento das trocas comerciais entre as regiões.
Marcha para o oeste (movimentos migratórios dirigidos para o Centro-Oeste).
Construção da cidade planejada de Goiânia em 1933 para ser a nova capital de Goiás.
Fundação das colônias agrícolas federais de Ceres (GO) e Dourados (MS).
Transferência da capital do Brasil do Rio de Janeiro para Brasília.
Divisão Regional
Nesta aula vamos visualizar os mapas das diversas formas de regionalizar o território brasileiro.
A Divisão Regional oficial atual é a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1988.
Mas antes disso, existiram outras regionalizações feitas pelo IBGE.
Existem duas propostas de Divisão Regional não oficiais: uma é a de Pedro Geiger feita em 1967 e a
outra é de Milton Santos, feita em 2001.
Também vamos conferir algumas características das regiões brasileiras.
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A regionalização de 1946 se baseou no conceito de região natural, isto é, as unidades regionais foram
identificadas por meio do estudo das influências recíprocas entre os diferentes fatores naturais,
principalmente clima, vegetação e relevo. Por exemplo, a Região Norte é a área marcada pela
influência e domínio da Floresta Amazônica. A Região Sul é muito individualizada pelo clima
subtropical.
Percebam que na Divisão de 1946, não existia a Região Sudeste, Rio de Janeiro integrava a Região
Leste, que se estendia até Sergipe. São Paulo fazia parte da Região Sul e o Distrito Federal se localizava
no Rio de Janeiro, que era a capital do Brasil.
A Divisão Regional de 1969 se baseou no conceito de região homogênea, baseado na combinação de
características econômicas e naturais, com predomínio das econômicas.
Em 1969 a criação da Região Sudeste expressou a consolidação desta região como coração econômico
do Brasil e pólo industrial-financeiro.
Esta divisão de 1969 mostra o distrito federal transferido para o Centro-Oeste (devido a construção de
Brasília) e a criação do Estado da Guanabara no município do Rio de Janeiro. A divisão regional de 69
extingüe a Região Leste, deslocando BA e SE para o Nordeste e puxando SP da Região Sul para a
Sudeste.
Modificações ocorridas ao longo das décadas de 1950 e 1960 aparecem nesta nova regionalização de
1969:
o Território Federal do Acre foi elevado à categoria de Estado em 1962.
o Território Federal do Guaporé muda de nome em 1956, passando a ser Território de Rondônia
(foi elevado à categoria de Estado em 1981).
o Território Federal do Rio Branco muda de nome em 1962, passando a ser Território de Roraima
(foi elevado à categoria de Estado em 05 de outubro de 1988 com a atual Constituição).
O mapa abaixo mostra a Divisão Regional Oficial atual do Brasil, feita pelo IBGE em 1988, inserindo as
modificações territoriais feitas pela Constituição de 1988. Essas modificações, que alteraram a configuração
dos estados e regiões, é vista no quadro abaixo:
Assim, a República Federativa do Brasil passou a ser formada por 27 unidades administrativas, sendo
26 Estados e o Distrito Federal, e não sofreu mais modificações desde 1988. (veja o mapa abaixo).
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O mapa acima mostra a Divisão Regional do Brasil proposta pelo geógrafo Milton Santos em 2001, no
livro Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Baseada na difusão diferencial do meio
técnico-científico-informacional e nas heranças do passado, dividiu o Brasil em quatro regiões:
Amazônica, Nordeste, Centro-oeste e Concentrada. É conhecida como os “quatro Brasis”.
O mapa Regiões Brasileiras, de Milton Santos enfatiza o contexto da Terceira Revolução Industrial ou
Técnico-Cientifica. Considera entre outros aspectos: a quantidade de recursos tecnológicos avançados,
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o volume de atividades econômicas modernas nas áreas financeira, comercial, industrial e de serviços.
A região que detém a maior parte destes recursos instalados é conhecida como região Concentrada e
corresponde às regiões sul e sudeste da divisão do IBGE. Portanto, os critérios são os objetos técnicos
ligados à modernidade e à concentração industrial.
No processo de desconcentração espacial da indústria, a Região Sul foi a que mais recebeu indústrias,
de modo que a reorganização espacial da indústria no Brasil promove a integração econômica do
Sudeste e Sul, sendo este um dos motivos que levou Milton Santos a propor nova divisão regional
identificando esta integração como a Região Concentrada.
Tocantins faz parte da Região Centro-Oeste.
Questão
Compare as regiões Sudeste do IBGE, Centro-Sul do Pedro Geiger e a Região Concentrada do Milton
Santos quanto à industrialização.
Resposta: Correspondem às regiões mais industrializadas do país, em todas as divisões regionais
apresentadas.
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Amazônia Legal é uma região de planejamento. Seus limites ultrapassam os limites da Região Norte,
tendo uma extensão total de
aproximadamente 5.020.000 km²,
correspondente a 58,4% do território
brasileiro. A Amazônia Legal foi criada
inicialmente como área de atuação da
Superintendência do Plano de Valorização
Econômica da Amazônia (SPVEA), em 1953.
Atualmente, ela corresponde à área dos
Estados da Região Norte (Acre, Amapá,
Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e
Tocantins), acrescidos da totalidade do
Estado de Mato Grosso e dos municípios do
Estado do Maranhão situados a oeste do
meridiano 44° Oeste. Foi instituída pelo
governo brasileiro, com o objetivo de
implantar políticas de desenvolvimento da
região. O órgão responsável pelo seu
planejamento é a Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Veja
o mapa ao lado.
Diante da baixa taxa de ocupação humana e da reduzida integração econômica da Região Norte às
demais regiões do Brasil, em 1953 o governo federal criou a Superintendência do Plano de Valorização
Econômica da Amazônia (SPVEA), com o objetivo de planejar e de promover o desenvolvimento econômico
regional.
Nessa época, a construção de estradas era uma importante iniciativa para a integração e
o desenvolvimento econômico regional. No governo do então presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961),
foi construída a rodovia Belém-Brasília (BR-153), integrando os portos fluviais amazônicos ao eixo de
transporte terrestre, permitindo maior povoamento regional e o surgimento de fazendas de gado, vilas e
cidades ao longo da rodovia, além de favorecer a exploração madeireira, o que contribuiu também para o
desmatamento da floresta e para o estabelecimento de conflitos pela posse da terra, invasão de terras
indígenas e garimpos ilegais.
A "Operação Amazônia" em 1966 constituiu um grande pacote de incentivos fiscais articulado em um
sistema de planejamento regional, com aporte de investimentos públicos nos setores agropecuários e
minerais. O governo brasileiro buscou o desenvolvimento da Amazônia com incentivos fiscais com descontos
de 50 a 100%, nos impostos de renda devidos por empresas, desde que esses recursos fossem investidos em
empreendimentos na área amazônica.
A “Operação Amazônia”, visava, definitivamente, estabelecer a posse daquele território, a exploração
dos recursos minerais, vegetais e animais, desenvolvimento agropecuário e industrial, e efetivo
enquadramento na vida econômica do país.
Neste contexto foi criada a SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) e o B.A.S.A.
(Banco da Amazônia).
A Sudam foi criada em 1966, substituindo a SPVEA, com o objetivo de planejar, inspecionar e conduzir
o desenvolvimento da Amazônia. Para que as empresas se instalassem na região, a Sudam fornecia
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empréstimos em dinheiro e concedia incentivos fiscais. Essa iniciativa atraiu várias empresas agropecuárias,
minerais, industriais e de serviços.
Grandes investimentos de infra-estrutura foram feitos, principalmente a abertura de rodovias, como a
Transamazônica, que facilitassem o acesso e o escoamento de produtos da região, bem como a criação do
porto livre de Manaus para possibilitar a exportação e a importação do que fosse necessário. A implantação
efetiva da Zona Franca de Manaus, a partir de 1967, introduziu uma produção industrial, fazendo com que a
Amazônia começasse a deixar de ser quase que exclusivamente produtora primária.
Na década de 1970, a economia brasileira cresceu significativamente, e a região passou por
transformações estruturais, resultantes de fortes investimentos públicos e privados.
Projetos Amazônicos
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floresta, além do aproveitamento dos rios para a produção de energia elétrica (caso da Usina Hidrelétrica de
Tucuruí, no Rio Tocantins) e a construção da Estrada de Ferro Carajás para o transporte dos recursos minerais
até o porto de Itaqui, no Maranhão, de onde são exportados.
Este Programa se divide em dois projetos:
Projeto Ferro Carajás: extração e exportação do minério de ferro.
Projeto Polos de Alumínio: extração da bauxita e beneficiamento, produzindo alumínio, que atende
aos mercados nacionais e internacionais. As siderúrgicas se localizam em Barcarena (PA) e São Luís
(MA).
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Objetivos:
• proteger as fronteiras setentrionais (manutenção da soberania nacional)
• promover a ocupação e o desenvolvimento ordenado e sustentável da região amazônica (vivificar as
fronteiras)
• aumentar a presença do poder público
• fixar o homem em sua área de origem, ocupando os vazios demográficos
Ações:
• infraestrutura viária (pontes, estradas, pavimentação de ruas)
• construção de escolas, creches, hospitais, redes de energia elétrica, portos
• aquisição de equipamentos e viaturas para as prefeituras locais
O SIPAM complementa o trabalho do SIVAM. Ambos podem ser considerados projetos complementares.
SIPAM foi criado em 2002 e utiliza dados gerados por uma complexa infra-estrutura tecnológica, composta
por subsistemas integrados de sensoriamento remoto, radares, estações meteorológicas e plataformas de
dados, instaladas na região.
O SIPAM atua integrando informações, realizando estudos de inteligência, agregando dados gerados pelo
próprio Sistema com o de outros órgãos parceiros, quando necessário ou solicitado. Estes órgãos parceiros
são mais de 40, entre eles Ibama, Agência Nacional de Águas, Polícia Federal, Funai, Receita Federal, INPE –
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais -, INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia -, Defesa Civil,
órgãos estaduais e municipais de Meio Ambiente.
O SIPAM realiza atividades que incluem o monitoramento e estudos sócio-ambientais, a preparação de
cenários prospectivos e o monitoramento do uso do território, realização de alertas aos órgãos competentes
sobre fenômenos naturais, como secas, enchentes e incêndios, ações de educação social e suporte à
implementação de políticas públicas.
A missão do SIPAM é integrar informações e gerar conhecimentos atualizados para a articulação, o
planejamento e a coordenação de ações globais de governo na Amazônia Legal brasileira, visando proteção,
inclusão social e desenvolvimento sustentável da região.
Este sistema vai favorecer também as atividades de outras áreas do governo, como Ibama e Ministério da
Agricultura, e trará benefícios para a sociedade e para a economia
mas só lançado oficialmente em maio de 2008. Este plano regionaliza a Amazônia em 3 macrorregiões,
baseadas em metas genéricas e estudos de pequena escala, com diretrizes de atuação para cada uma delas.
Entre as propostas de estratégias e manejo para cada macrorregião, podemos considerar:
Na Amazónia Ocidental, mais preservada, as prioridades seriam o manejo de produtos florestais e
pesqueiros, extração de fármacos, a ampliação da rede de transporte e comunicações e o ecoturismo.
Na Amazónia Central, considerada mais vulnerável, os planos referem-se à regularização das Unidades
de Conservação e das terras indígenas, além do estímulo à exportação de produtos da agricultura
familiar, pavimentando rodovias (BR 163) para escoar a produção até o rio Amazonas.
No Arco de Povoamento Adensado, o projeto menciona como prioritárias a orientação do plantio da
soja em áreas já devastadas ou em pastagens abandonadas, evitando-se novos desmatamentos, além
da melhoria dos serviços públicos urbanos e a modernização do setor madeireiro.
O Arco do Povoamento Adensado também é chamado de “Arco da Violência” e “Arco da Devastação”.
Desmatamento
Entre as causas históricas do desmatamento na Amazônia, podemos destacar a expansão urbana, a
exploração madeireira e a expansão da fronteira agropecuária. Calcula-se que, desde a década de 1960 até os
dias atuais, foram desmatados em torno de 700.000 km2 da Amazônia, cerca de 17% de sua cobertura
florestal. Isso corresponde a uma área quase equivalente à dos estados do Maranhão, Piauí e Ceará juntos.
Nos últimos anos, a abertura de pastagens para a pecuária na Amazônia é responsável por 75% das
áreas desmatadas, muitas delas de forma ilegal. A pecuária ilegal é aquela praticada em fazendas que
desmatam áreas protegidas, exploram trabalho escravo ou são usadas para lavagem de dinheiro ou outras
irregularidades.
Na Amazônia Legal, o desmatamento é bastante intenso nos estados de Rondônia, Mato Grosso,
Maranhão e Pará, formando a área que se denomina arco do desmatamento.
O desmatamento da Floresta Amazônica é preocupante devido aos danos ambientais que provoca,
como a extinção de espécies vegetais e animais, a erosão do solo, o assoreamento dos rios e a emissão de
gases de efeito estufa.
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Agreste
área de transição ecológica entre o litoral úmido e o interior seco
policultura alimentar realizada em pequenas e médias propriedades agrícolas
tradicional produtor de alimentos para a Zona da Mata
gado leiteiro/de corte
centros comerciais (cidades-feira): Arapiraca (AL), Feira de Santana (BA), Caruaru (PE), Campina
Grande (PB)
Sertão
também chamado de Polígono das secas
clima semi-árido (precipitações abaixo de 800 mm)
chuvas irregulares com estiagem prolongada
domínio morfoclimático da caatinga
vegetação xerófila (arbustos de folhas pequenas caducas e cactos)
déficit hídrico: rios temporários
latifúndio algodoeiro-pecuarista
fruticultura irrigada do agronegócio (Juazeiro-Petrolina)
Meio-Norte
área de transição ecológica entre o interior e a Amazônia
mata dos cocais (babaçu, carnaúba e buritis)
extrativismo vegetal da árvore da providência (carnaúba)
avanço da cultura de soja (MAPITOBA)
Fruticultura Irrigada
Desde o período da economia colonial, desenvolveu-se no Sertão a criação de gado bovino vindo do
Agreste.
Os principais produtos cultivados no Sertão são milho, feijão, arroz, mandioca, algodão e frutas.
A fruticultura desenvolveu-se com sucesso no Sertão, graças à utilização de técnicas de irrigação
implantadas a partir dos anos 1980. Duas áreas se destacam: a do vale do Rio Açu, no Rio Grande do Norte, e
a do vale médio do Rio São Francisco, onde se localizam dois centros urbanos muito importantes: os
municípios de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Ali são cultivados uva, manga, melão, abacaxi, mamão e outras
frutas, que são vendidas para os mercados interno e externo. As áreas irrigadas permitem até quatro safras
anuais.
Essas áreas irrigadas, entretanto, são insuficientes para atender a todos os agricultores da região. Desse
modo, convivem no vale médio do Rio São Francisco uma agricultura agroexportadora em escala
internacional, com forte tendência à concentração da propriedade da terra, e outra baseada em minifúndios
que não dispõem de sistemas de irrigação. As famílias proprietárias dos minifúndios constituem a mão de
obra assalariada empregada nas grandes propriedades das áreas irrigadas.
A indústria da seca
As secas prolongadas são um problema antigo no Nordeste — há referências a elas desde o século XVI
— e suas implicações sociais e políticas marcam a história daquela região.
Durante os períodos de seca prolongada, muitas famílias que habitam o semiárido são penalizadas. Para
minimizar esse problema, os governos federal e estaduais repassam verbas (dinheiro) aos municípios mais
afetados pela falta de chuva para socorrer as vítimas e construir obras emergenciais, como açudes.
Entretanto, nem sempre o dinheiro é aplicado de maneira correta. Muitas vezes parte dessas verbas é
desviada por maus políticos que se aproveitam do problema para fazer benfeitorias em suas propriedades.
Esse tipo de prática recebe o nome de “indústria da seca”. A seca
tem sido considerada, de maneira incorreta, a principal causa da
condição de pobreza em que vive uma parcela da população do
Nordeste, da migração de seus habitantes para outras regiões do
Brasil ou da existência de famílias de retirantes.
Na verdade, as principais causas são de natureza social e
política — os problemas ocasionados pelas secas poderiam ter sido
superados se tivesse havido, historicamente, mais preocupação
dos governos federal e estaduais em combatê-los, uma vez que
existem, desde muito tempo, recursos técnicos disponíveis para
isso, como a irrigação de terras, por exemplo. Vale lembrar que as
secas ocorrem no Sertão e não na Zona da Mata, porém, nesta
última sub-região, por causa da pobreza de boa parte de sua
população, muitos também migram para outras regiões do Brasil
em busca de melhores condições de vida
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Região Sudeste
A Região Sudeste do Brasil, tornou-se desde o século XVIII a região econômica mais dinâmica do país e
a principal região de atração populacional, tanto de brasileiros de outras regiões como de estrangeiros.
Inicialmente, isso ocorreu graças à atividade mineradora que se desenvolveu nas Minas Gerais, entre o final
do século XVII e parte do século XVIII; depois, na segunda metade do século XIX e parte do século XX, devido à
expansão da cafeicultura, e, após 1930, em virtude do desenvolvimento industrial.
O Sudeste é a região mais populosa e povoada do Brasil. Em agosto de 2016, segundo estimativas do
IBGE, contava 86.356.952 habitantes, o que correspondia a cerca de 42% da população total do país naquele
ano. Os três estados mais populosos do Brasil situam-se na região Sudeste: São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro. Sua densidade demográfica é a mais elevada, 92,7 hab./km2, contra 4,5 hab./km2 da Região Norte, 9,6
hab./km2 da Região Centro-Oeste, 36,4 hab./km2 da Região Nordeste e 50,7 hab./km2 da Região Sul.
É também no Sudeste que se situam as duas cidades mais populosas do Brasil, São Paulo, com
12.038.175 habitantes e Rio de Janeiro, com 6.498.837 habitantes, e o maior parque industrial da América
Latina.
A participação do Sudeste no PIB total do Brasil, ou seja, no valor de todos os bens e serviços produzidos
no país em um ano, é de aproximadamente 55%. Por estar articulada e integrada não só às demais regiões
brasileiras como também aos espaços geográficos mundiais, essa região realiza intensas trocas comerciais,
fortalecendo sua economia e tendo o setor de serviços mais complexo e diversificado do país.
Destaques da Região Sudeste:
Principais tecnopolos do Brasil.
Maior densidade rodoferroviária e principais portos.
Maior concentração logística, financeira, de serviços e de gestão territorial.
Maior produção de petróleo e de aço.
Agropecuária moderna com maior produção de açúcar, etanol, suco de laranja e café.
Problema ambiental: desmatamento da Mata Atlântica e poluição dos centros urbanos.
Apesar destes bons indicadores econômicos, a Região Sudeste possui grandes desigualdades sociais e
apresenta altos índices de violência, além de conviver com grande taxa de desemprego, favelas e pobreza,
principalmente de sua população das regiões metropolitanas.
Região Sul
Das regiões do Brasil, a Região Sul é a que apresenta menor área territorial e é a segunda em densidade
demográfica, com aproximadamente 50,7 hab./km 2. Segundo estimativas de agosto de 2016, seus estados
somavam 29.439.773 habitantes distribuídos por 576.774 km2.
Até meados do século XVIII, a região revelava um povoamento luso-brasileiro escasso e bastante
disperso. A partir da segunda metade do século XIX, a região passou a receber fluxos imigratórios,
principalmente de portugueses açorianos, italianos, alemães e poloneses, que contribuíram para seu
povoamento e desenvolvimento econômico. Devido à imigração européia, é a região brasileira com o maior
percentual de população branca.
Destaca-se como grande produtora de grãos: soja, milho, arroz, feijão e trigo. Sobressai-se também na
produção de aveia, centeio e cevada, em virtude das características favoráveis do clima subtropical. Destaca-
se ainda na cultura do sorgo, da uva, da erva-mate e do tabaco, no Rio Grande do Sul; da maçã, em Santa
Catarina; e da mandioca e do café, no Paraná.
Diferentemente de outras regiões brasileiras, na Região Sul a atividade agrícola assenta-se
predominantemente nas pequenas propriedades de base familiar — herança do processo de colonização aí
implantado desde o século XIX. As exceções são os latifúndios nos Campos da Campanha Gaúcha, no norte do
Paraná, nas proximidades das cidades de Londrina e Maringá, e no município de Lages, em Santa Catarina.
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A Região Sul apresenta bons indicadores sociais se comparada às demais regiões do Brasil: a menor taxa
de mortalidade infantil do país foi alcançada nessa região, como também a maior esperança de vida ao
nascer, mas assim como as demais regiões brasileiras, estão presentes também as desigualdades sócio-
econômicas.
Destaques da Região Sul:
Clima subtropical, Mata de Araucárias e Pradarias.
Agropecuária moderna integrada com a agroindústria alimentícia.
Forte integração industrial com o Sudeste.
Metrópoles: Curitiba e Porto Alegre.
Problema ambiental: arenização da campanha gaúcha, chuvas ácidas na região carbonífera (SC).
Região Centro-Oeste
Do século XVI até meados do século XX, a Região Centro-Oeste manteve-se pouco povoada e pouco
articulada com as demais regiões brasileiras. Nela predominavam, de modo geral, os espaços geográficos
voltados para si próprios. Somente a partir das décadas de 1940 e 1950 passou a ser mais povoada, em razão
das políticas de interiorização do governo Vargas (Marcha para o Oeste), da construção de rodovias,
construção de Brasília e da expansão da fronteira agropecuária em seu território por meio da implantação de
fazendas de gado, agricultura, sítios etc.
No Centro-Oeste se localiza o Distrito Federal, com a capital político-administrativa, Brasília, uma das
metrópoles nacionais brasileiras e a 3ª cidade mais populosa do Brasil, com 2.977.216 habitantes, de acordo
com a atualização populacional brasileira publicada pelo IBGE no DOU em 30/08/2016.
A agroindústria é o setor mais importante da economia do Centro-Oeste, que é grande produtor de soja,
sorgo, algodão em pluma e girassol. A região tem a segunda maior produção de arroz e milho do país e o
maior rebanho bovino.
O setor de serviços é o mais importante na economia do Distrito Federal, que tem a maior parte de sua
mão de obra empregada nos serviços, comércio e administração pública.
A Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO), órgão federal de desenvolvimento
regional, foi extinta pelo Governo Collor de Mello em 1990. No entanto, foi recriada pelo Governo Dilma em
2011 e tem atuado em projetos de desenvolvimento econômico na região, apoiando prefeituras em
dificuldades financeiras para terminar obras inacabadas e apoio nas áreas da indústria, comércio, agronegócio
e inovação tecnológica.
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EXERCÍCIOS
1. (EsFCEx 2016) Marque a alternativa correta sobre qual fato teve papel importante no processo de
interiorização do povoamento no Brasil entre os séculos XVII e XIX.
A. A forte atuação do Estado na criação de logística e articulação de cidades no interior.
B. A formação de novas fronteiras agrícolas com a produção de café, trigo e cana de açúcar.
C. A mineração no interior e a criação de gado nas fazendas.
D. A implantação de pólos industriais em cidades estratégicas no interior do país.
E. O deslocamento de trabalhadores escravos do litoral para fazendas do interior.
2. (EsFCEx 2014) O próximo item deve ser respondido com base no texto abaixo.
“Embora o Brasil não apresente qualquer questão a ser resolvida em suas fronteiras terrestres, uma forte
vigilância é exercida nesses locais, mesmo com as atividades sendo dificultadas pela grande extensão e a
presença da floresta Amazônica no norte o país.”
Fonte: ALMEIDA; RIGOLIN. 2013, p.518
Com base nas informações acima e em seus conhecimentos sobre a vigilância terrestre no território brasileiro,
é correto afirmar que (o) (a)
A. IBGE, fundado na década de 1930 pelo governo Vargas, foi o órgão precussor na elaboração e políticas
de vigilância e proteção do território nacional.
B. somente com a participação de organizações não governamentais, a partir dos anos 2000, foi possível
garantir a implantação de um sofisticado sistema de vigilância terrestre na região Amazônica, o
SIVAM.
C. Amazônia Legal, que abrange uma vasta área entre os estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima,
Pará e partes do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso, corresponde à área de implantação do projeto
Calha Norte.
D. dentro da política de soberania e segurança nacional, destacam-se o conceito de Faixa de Fronteira e
os projetos Calha Norte, Sipam/Sivam e Radambrasil.
E. área de cerca de 150Km de largura, ao longo dos 15.719 Km de fronteiras terrestres, é de vital
importância à Segurança Nacional, sendo administrada pelo sistema Radambrasil.
3. (EsFCEx 2014) Sobre a formação da Região Concentrada no Brasil, pode-se dizer que:
A. formou-se a partir de investimentos do Estado na região Norte via criação da Zona Franca de Manaus.
B. é fruto do acúmulo de capitais via pólo têxtil e produção de energia no Nordeste.
C. é reflexo das dinâmicas dos capital oriundas da expansão mecanizada da produção de soja e algodão
nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
D. é fruto do acúmulo das dinâmicas industriais nas regiões Sudeste e Sul.
E. estruturou-se a partir de investimentos oriundos da produção de café nas regiões Sudeste e Norte.
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5. (EsFCEx 2011) Analise as afirmativas abaixo, colocando entre parênteses a letra “V”, quando se tratar de
afirmativa verdadeira, e a letra “F” quando a afirmativa for falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta
a sequência correta.
( ) O Brasil, com mais de 8 milhões de km², é o quinto maior país do mundo em extensão territorial
contínua.
( ) A grande extensão territorial brasileira o coloca em uma posição favorável às relações com os demais
países da América do Sul.
( ) Atualmente o Brasil possui três fusos horários. Comparando os pontos extremos, quando Rio Branco
(AC) assinala 10 horas, em Brasília (DF) são 11 horas e no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), 12
horas.
( ) Apesar das suas grandes dimensões, o território brasileiro apresenta uma forma irregular, pois se
alarga na porção meridional e se estreita na porção setentrional.
A. V–F–F–V
B. V–F–V–V
C. V–V–F–V
D. F–V–F–F
E. F–V–V–F
6. (EsFCEx 2011) Em relação às características da divisão das regiões geoeconômicas brasileiras, analise as
afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.
I. É dividida em 3 regiões: Amazônica, Nordeste e Centro-Sul, os critérios dessa divisão seriam os
processos socioeconômicos de cada porção do território e de acordo com esse critério, os limites entre
essas regiões não obedecem aos limites políticos-administrativos dos estados.
II. Além de considerar os aspectos históricos e socioeconômicos, considera também o conceito de região
natural e para facilitar o planejamento regional, assim como as regiões do IBGE, obedecem aos limites
político administrativos dos estados.
III. Foram criadas pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, no final do século XX, dividiu o Brasil em três
regiões: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul, de acordo com o meio técnico - científico informacional que
cada uma delas apresentava. Esse critério leva em consideração o desenvolvimento da técnica, da
ciência e da informação.
A. somente I está correta
B. somente II está correta
C. somente III está correta
D. somente I e II estão corretas
E. somente I e III estão corretas
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8. (EsAEx 2008) A região Amazônica ocupa grande destaque no mundo devido a complexidade de suas
dimensões sociais, econômicas e ambientais. A maioria dos especialistas brasileiros mostra-se preocupada
com as salvaguardas que dizem respeito à soberania nacional dada a cobiça internacional. Dentre as varias
vertentes de preocupacão pode-se citar o avanço dos projetos agropecuários, o setor madeireiro e carvoeiro,
a biodiversidade, áreas indígenas, populações tradicionais e recursos minerais. Em relação ao tema acima,
analise as afirmativas abaixo colocando entre parênteses a letra “V”, quando se tratar de afirmativa
verdadeira e a letra “F” quando se tratar de afirmativa falsa e, a seguir, assinale a alternativa que apresenta a
sequencia correta.
A. F–F–V–F–F
B. F–V–F–F–V
C. V–V–V–V–F
D. V–F–V–V–F
E. V–V–F–F–F
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9. (EsAEx 2008) O Brasil possui características bastante diferenciadas em seu território. Segundo Milton
Santos e Maria Silveira, o território nacional e dividido em quatro grandes regiões conforme mapa abaixo.
Com base nos dados acima, analise as afirmativas abaixo colocando entre parênteses a letra “V”, quando se
tratar de afirmativa verdadeira e a letra “F” quando se tratar de afirmativa falsa e, a seguir, assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) A região 4 se implantou sobre um meio mecanizado e com denso sistema de relações. Desponta como
região ganhadora especialmente no setor secundário e terciário.
( ) A região 3 caracteriza-se como de povoamento antigo. Evidencia baixos índices de mecanização,
apresentando manchas de prosperidade e muitos núcleos de urbanização.
( ) A região 2 possui rarefações demográficas interligadas por vias fluviais. Considerada a ultima região a
ampliar sua mecanização, tanto na produção econômica quanto no próprio território.
( ) A região 2 é considerada como área de ocupação periférica recente. Apresenta forte crescimento no
setor primário, beneficiado pelo relativo baixo valor da terra.
( ) A região 1 possui baixa densidade demográfica e forte influência do setor primário na economia
regional.
A. V – V – V – V – V
B. F – F – F – F – V
C. V – V – F – V – V
D. V – F – V – F – V
E. V – F – F – F – V
10. (EsAEx 2007) Analise as afirmativas abaixo acerca da formação do território brasileiro, especificamente no
tocante à incorporação das terras do atual estado do Acre e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. As terras do atual estado do Acre foram adquiridas, nos termos finais, a partir de acordos com a Bolívia
e o Peru.
II. Antes da incorporação ao território nacional, esse espaço extremo ocidental do Brasil de hoje foi
povoado por seringueiros nordestinos, o que pressionou a negociação entre os países envolvidos.
III. As negociações, especialmente através do Tratado de Petrópolis, a fim de acordar acerca da
incorporação de terras da Amazônia Oriental boliviana, aconteceram no início do século XX.
IV. O Tratado de Madri foi instrumento decisivo na aquisição das terras do estado do Acre pelo poder
português frente à colonização espanhola.
A. Somente I, II e III estão corretas.
B. Somente I, III e IV estão corretas.
C. Somente I e IV estão corretas.
D. Somente I está correta.
E. Todas as afirmativas estão corretas.
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11. (EsAEx 2007) O fundamento da atual divisão regional do Brasil feita pelo IBGE, estabelecida em 1988, foi
definido a partir das características econômicas, demográficas e naturais e corresponde às (aos):
A. complexos regionais.
B. microregiões geográficas.
C. mesoregiões demográficas.
D. macroregiões homogêneas.
E. regiões geoeconômicas.
13. (EsAEx 2006) Sobre as regiões brasileiras e as especializações territoriais produtivas, é correto afirmar:
A. a inserção da indústria automobilística em Camaçari (BA) permite afirmar que o Nordeste compõe a
Região Concentrada do país.
B. a economia industrial da Amazônia é complementar à economia nordestina.
C. a dinamização da economia amazônica, resultante da produção de eletroeletrônicos na zona Franca de
Manaus, denota uma tendência ao deslocamento da centralidade econômica brasileira para a capital
do estado do Amazonas.
D. a pré-existência de densidades técnicas na Região Concentrada do Brasil faz desta área a de mais
intensa divisão territorial do trabalho.
E. a agricultura pouco modernizada do Centro-Oeste brasileiro gera impedimento à integração da região
à economia globalizada.
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15. (EsAEx 2006) A questão de transferência da capital federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central do
Brasil é um assunto de destaque desde o final do século XIX. Sobre este tema, analise as afirmativas abaixo,
colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F quando se tratar
de uma afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta.
( ) A constituição Republicana de 1891 previa a transferência da capital federal para o Planalto Central,
em uma cidade que seria construída na área de formação das três grandes bacias hidrográficas
brasileiras – a do Amazonas, a do São Francisco e a do Prata.
( ) Por ser uma área bastante interiorizada do país, mas com razoável povoamento, o Triângulo Mineiro
foi uma das áreas sugeridas para a construção da capital brasileira.
( ) A construção da rodovia Belém-Brasília tinha como objetivo principal ligar, por via terrestre, a
Amazônia, região produtora de matérias-primas, ao parque industrial que floresceu nas grandes
cidades do Centro-Oeste com a construção da capital federal.
( ) Ao ser construída, Brasília cumpria uma dupla finalidade: instalou o governo nacional longe de
pressões populares e possibilitou grandes negócios às empreiteiras e empresas industriais.
A. V ; V ; F ; F.
B. V ; V ; F ; V.
C. V ; V ; V ; F.
D. F ; F ; V ; F.
E. F ; V ; V ; V.
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16. (EsAEx 2004 adaptada) Considere as afirmativas abaixo sobre as questões de limites e fronteiras brasileiras
e, em seguida, marque a alternativa correta.
I. O território brasileiro, desde sua gênese decorrente do Tratado de Tordesilhas no remoto ano de 1494,
quando possuía uma área em torno de 2.800.000 km 2, sofreu sucessivos acréscimos. Estes foram fruto
de arbitramento internacional e acordos bilaterais até atingir a sua dimensão espacial de hoje, com
8.515.767 km2 de área.
II. O Tratado de Madri, acordo firmado entre Portugal e Espanha que concluiu a Questão Cisplatina,
definiu, delimitou e demarcou os limites físicos do que constitui o atual território brasileiro.
III. O Programa Calha Norte é um projeto estratégico do governo federal, criado na década de 1980,
concebido com a finalidade de proteger as fronteiras setentrionais (manutenção da soberania
nacional) através da implantação de unidades militares do Exército e da Aeronáutica. Prevê a
realização de obras de infraestrutura e apoio às comunidades carentes, aumentando a presença do
poder público e vivificando as fronteiras.
Estão corretas:
A. I e II B. I e III C. II e III D. I, II e III E. I apenas
17. (IBGE 2016) A lógica que orientou a criação dos territórios federais, na década de 1940 foi:
A. a expansão dos limites do território nacional e o controle efetivo de áreas conflagradas por
movimentos de secessão;
B. o atendimento às demandas políticas das elites locais e o estímulo à formação das cadeias produtivas
transfronteiriças
C. o aumento da presença do governo central em áreas pouco povoadas e consideradas vulneráveis às
ameaças externas;
D. a consolidação da soberania nacional em áreas densamente povoadas e de litígio territorial com países
vizinhos;
E. o incentivo à descentralização do poder executivo e o aumento da autonomia administrativa das áreas
remotas.
18. (IBGE 2016) Na década de 1990, a abertura da economia brasileira à concorrência internacional e as
estratégias de atração de investimentos voltados para a competição globalizada impuseram a adoção de
novas formas de intervenção na região Nordeste. Entre as novas formas de intervenção na região, destaca-se:
A. o estímulo à expansão do cultivo de grãos no Agreste;
B. a instalação do polo petroquímico de Camaçari, na Bahia;
C. o apoio ao desenvolvimento de polos de fruticultura irrigada;
D. o estabelecimento de cotas de produção de açúcar para os estados;
E. a criação da região de planejamento do Vale do São Francisco.
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19. (DDR 2013) Observe o mapa abaixo, analise as afirmativas a seguir assinalando V ou F.
( ) O mapa representa o Tratado de Tordesilhas, pelo qual Portugal incorporou
toda a porção oeste da América espanhola obtendo enorme expansão
territorial.
( ) Representa o Tratado de Madri, pelo qual a Espanha reconheceu a soberania
portuguesa sobre o vasto território a oeste, definindo as atuais fronteiras
brasileiras.
( ) Representa o Tratado de Tordesilhas, que dividiu o território da América
Espanhola, situado a oeste desta linha, e o território da América Portuguesa,
situado a leste desta linha.
( ) O mapa mostra a divisão feita pelo Tratado de Madri, pelo qual o Brasil incorporou o oeste catarinense,
que pertencia à Argentina.
( ) Trata-se da divisão feita pelo Tratado de Tordesilhas, pelo qual o Brasil já surge no cenário geopolítico
com uma área de aproximadamente 2,8 milhões Km², ou seja 1/3 do território atual.
Assinale a alternativa que dá a sequência correta.
A. V F F V V B. F F V F V C. F V F V F D. V F V F V E. F F F V F
A sequência correta é:
A. K X Z Z A B. X Z K A A C. Z K A K X D. A K X Z X E. X A Z K A
21. (DDR 2014) Mudanças ocorreram no estabelecimento dos fusos horários brasileiros por determinação
governamental, em 2008 e 2013. A última mudança foi implementada pela Lei Nº 12.876, assinada pela
presidenta da República e publicada no Diário Oficial da União, em 30 de outubro de 2013. Assinale a
alternativa que apresenta corretamente quantos fusos horários tem o Brasil atualmente e a justificativa.
A. O Brasil tem 4 fusos horários, pois é muito extenso no sentido longitudinal (leste-oeste).
B. O Brasil apresenta 3 fusos horários, pois tem um território muito extenso no sentido norte-sul.
C. São 3 fusos horários, todos adiantados em relação a GMT (Londres).
D. Apenas 2 fusos horários, pois o Brasil não é tão largo quanto a Rússia.
E. Apenas 1 fuso horário, o fuso de Brasília, válido em todo o território nacional, desde 2013.
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22. (DDR 2016) A Ajudância Geral do CMRJ precisa de uma documentação específica de determinado militar
recentemente transferido do CMM (Colégio Militar de Manaus) para o CMRJ (Colégio Militar do Rio de
Janeiro). São 9 horas do dia 29/04/2016 e o Ajudante Geral precisa fazer uma ligação interurbana para
Manaus para esclarecer detalhes sobre esta documentação. Ele telefona, porém, recebe como resposta que o
encarregado da documentação em Manaus está em reunião, e só poderá atender a ligação telefônica às 10
horas, quando sair da reunião. O procedimento CORRETO para efetuar essa nova ligação é:
A. aguardar 3 horas para fazer a ligação porque no Brasil, embora sejam reconhecidos os limites teóricos
dos fusos horários de 15 graus de longitude, consideram-se apenas os limites práticos definidos pelas
fronteiras estaduais.
B. aguardar duas horas para fazer a ligação porque, neste momento, Manaus tem horário atrasado de 1
hora em relação ao Rio de Janeiro.
C. aguardar uma hora para fazer a ligação porque no Brasil consideram-se apenas os limites teóricos dos
fusos horários definidos pelos meridianos.
D. fazer a ligação imediatamente, porque o horário do fuso em que se encontra o estado do Pará é o
mesmo em que se encontra o estado do Rio de Janeiro.
E. fazer a ligação imediatamente, porque agora o Acre não se encontra mais no fuso de Manaus e já
terminou o horário de verão.
(DDR 2016) O mapa abaixo mostra um tipo de unidade administrativa que existiu durante um certo tempo na
Federação Brasileira: os Territórios Federais. A respeito desse assunto, responda aos itens 23, 24 e 25.
23. A Divisão Regional do IBGE de 1988 extinguiu os 3 últimos Territórios Federais. Estes Territórios eram:
A. Ponta Porã, Iguaçu, Acre.
B. Guaporé, Rio Branco, Acre.
C. Roraima, Amapá, Fernando de Noronha.
D. Goiás, Fernando de Noronha, Rondônia.
E. Guanabara, Tocantins, Distrito de Pernambuco.
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25. Dentre as diferenças entre Territórios Federais e Estados Federais podemos considerar correta:
A. Os Territórios não dispunham de autonomia política e orçamentária.
B. Os Territórios tinham assembléias legislativas e representação no Senado.
C. Os governadores estaduais eram biônicos, isto é, nomeados pelo Presidente, enquanto os
governadores dos Territórios eram eleitos pelo povo.
D. Os Estados se localizavam em faixas de fronteiras pouco povoadas e destinavam-se a garantir a
segurança externa do país.
E. Os Territórios não tinham assembléias legislativas, mas tinham a sua própria constituição legislativa
territorial.
O Texto se refere a um conjunto de procedimentos políticos e econômicos que, ao longo das últimas décadas,
não resolveram o problema do acesso à água por parte dos moradores pobres do Sertão, que são mantidos na
pobreza, apesar de recursos federais terem sido investidos nas obras citadas. Essa situação dramática, que
mostra o sertanejo submetido ao mandonismo dos latifundiários, é tradicionalmente conhecida como
A. Mortalidade infantil.
B. Polígono das Secas.
C. Guerra de Canudos.
D. Reforma Agrária.
E. Indústria da Seca.
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A sequência correta é:
A. F V F V F B. F F V F V C. V F V F V D. F V V V V E. V V V F F
28. Um dos grandes projetos de irrigação do Sertão Nordestino prevê a transposição das águas do rio São
Francisco. Isso quer dizer que parte das águas deste rio seria usada para abastecer rios intermitentes das
bacias hidrográficas nordestinas, o que vem gerando muita polêmica. Em relação à realidade natural e
socioeconômica que envolve a transposição do rio São Francisco, assinale a opção correta.
A. Aqueles que são contrários ao projeto afirmam que os principais beneficiados serão as empresas do
agronegócio capitalizado e os latifundiários que produzem para a exportação, e não a população mais
pobre do Sertão.
B. A chamada revitalização do rio São Francisco é a condição primeira defendida pelos latifundiários e
pelo governo federal, pois a agricultura de subsistência deverá ser a grande beneficiada, exatamente
para se evitar o êxodo rural.
C. A quantidade de água, que será utilizada no processo de transposição do rio São Francisco, garantirá
tanto a geração de energia quanto a irrigação dos minifúndios, especificamente do chamado Meio-
Norte, onde se encontram os mais pobres da região.
D. A vazão do rio São Francisco não será comprometida, uma vez que as políticas ambientais oficiais do
governo federal e dos governos estaduais estão reconstituindo as chamadas matas ciliares, as quais
são as responsáveis pelo seu abastecimento hídrico deste rio.
E. A vertente mais ocidental da Região Nordeste, conhecida como Zona da Mata, é a que mais se
beneficiará com a transposição do rio São Francisco, pois ganhará um novo impulso em sua
agropecuária, atividade que compõe o eixo da economia desta sub-região.
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30. (DDR 2015) Veja abaixo o mapa da divisão regional brasileira. Sobre este mapa analise as seguintes
afirmativas.
I. Proposta pelo IBGE, em 1969, extinguiu os territórios federais e criou a Região Sudeste, como
resultado do processo de industrialização, que se concentrou nesta região.
II. Esta regionalização não respeita os limites estaduais e sofreu várias modificações, desde 1988.
III. Trata-se da divisão regional do IBGE, considerada oficial, que utiliza critérios político-administrativos.
IV. Os cinco complexos regionais são o resultado da combinação de aspectos físico-naturais e
geoeconômicos.
V. É a atual divisão regional do IBGE, estabelecida em 1988, baseada no conceito de macrorregiões,
definidas segundo uma combinação de características econômicas, demográficas e naturais.
Estão corretas:
A. I e II B. III e V C. I, III e V D. I, III e IV E. I apenas
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GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15
C D D A E A E E C A D B D E B
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
B C C B C A B C D A E D A A B
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Indústrias de Bens de Consumo: produzem bens ou mercadorias para uso e consumo da população,
atendendo ao mercado consumidor. Dividem-se em dois grupos:
Bens de Consumo Duráveis: indústrias que produzem bens com maior vida útil. Ex: indústria
automobilística, de móveis, de eletrodomésticos, de eletrônicos.
Bens de Consumo Não-duráveis: indústrias que produzem mercadorias que atendem às necessidades
imediatas da população, com menor vida útil dos produtos ou que o uso implica no consumo do
produto. Ex: indústria alimentícia, de bebidas, farmacêutica, têxtil, de calçados.
As indústrias de bens de consumo não-duráveis também são chamadas de indústrias leves.
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estaleiros, telégrafo submarino, Cia de navegação a vapor no Amazonas e Rio Grande do Sul, Banco
Mauá & Cia, com filiais na Inglaterra, na Argentina, no Uruguai, em Paris e em Nova York.
Falência de Mauá:
Tarifa Silva Ferraz (1860) que reduziu as taxas sobre as importações de máquinas,
ferramentas e ferragens, prejudicou Mauá, que sofreu feroz concorrência dos produtos
ingleses.
Sabotagens e incêndio criminoso no estaleiro Ponta da Areia, em Niterói.
Concessões monopolísticas aos ingleses feitas pelo governo.
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Até a década de 1970 a maioria das fábricas se implantou na região sudeste, sendo os estados mais
industrializados até esse período: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os investimentos realizados pelo
Estado brasileiro na ampliação de infraestrutura no período desenvolvimentista e os investimentos diretos
realizados pelas empresas transnacionais se concentraram na região sudeste.
A partir da década de 1970 começam a se manifestar as deseconomias de aglomeração, pois cidades
como São Paulo e Rio de Janeiro começam a se tornar antieconômicas, deseconômicas para a instalação de
novas fábricas. Vários fatores contribuíram para isso:
fortes sindicatos de trabalhadores pressionam por ganhos salariais, encarecendo a mão de obra nesses
centros industriais pioneiros.
aumento dos custos das tarifas municipais: impostos municipais, energia, água.
especulação imobiliária e gentrificação elevam os preços de terrenos e imóveis para instalação de
fábricas.
dificuldades de trânsito, poluição e violência urbana das metrópoles do sudeste.
Ainda na década de 1970 ocorre uma desconcentração no estado de São Paulo, com novas fábricas se
instalando no interior paulista, e algumas fábricas saindo da área mais tradicional e saturada do ABC paulista,
e sendo relocalizadas nos distritos industriais das cidades médias do interior. As autoestradas paulistas
serviram como eixo de expansão das indústrias. Veja o mapa abaixo:
A partir da década de 1980 esse processo de desconcentração industrial se amplia, com novos
investimentos industriais sendo instalados em outras regiões brasileiras, como o Sul e Nordeste, que passam a
apresentar fatores que reduzem os custos operacionais das empresas:
Guerra fiscal entre os Estados e municípios, que dão vantagens como isenções fiscais para atrair os
novos investimentos industriais.
Mão de obra mais barata em outras regiões.
O crescimento de indústrias no Sul e Centro-Oeste pode ser explicado pela proximidade com os nossos
parceiros do Mercosul.
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Apesar de ter diminuído sua participação industrial no contexto geral, o estado de São Paulo continua
na liderança industrial, com 35% do valor da produção industrial, bem à frente do 2º colocado, que é Minas
Gerais com 10%. Embora tenha diminuído sua participação, com muitas indústrias que se deslocaram para
outras regiões, muitas vezes o centro administrativo-financeiro de algumas dessas indústrias permaneceram
tendo sede na cidade de São Paulo, o que vem aprofundando sua liderança na gestão territorial, centralização
financeira e bancária, reafirmando sua condição de principal pólo econômico do país.
A participação industrial da região Sudeste diminuiu, mas continua sendo a líder, de modo que podemos
considerar esse processo de desconcentração como relativo. Atualmente os estados mais industrializados são,
em ordem, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Por regiões, esse processo de
desconcentração espacial da indústria fica visível nos gráficos abaixo:
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integração do Sudeste e Sul, sendo este um dos motivos que levou Milton Santos a propor nova divisão
regional identificando esta integração como a Região Concentrada.
empresas com mais de dez empregados que realizam esforços de inovação. Nas indústrias brasileiras, essa
taxa é de 35,6%, enquanto em países europeus, o índice chega a 60%.
O Brasil tem investido em ciência e tecnologia (C&T), embora os gastos nessa área não ultrapassassem
1,2% do PIB. O país conta com diversos organismos de apoio à pesquisa. São exemplos o Ministério da Ciência
e Tecnologia, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes). O desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas é fundamental para garantir
competitividade no mercado internacional.
As empresas investem em atividades inovadoras de dois tipos: pesquisa e desenvolvimento — P&D
(criação de novos produtos ou seu aprimoramento e elaboração de softwares) e a aquisição de bens, serviços
e conhecimentos externos (compra de máquinas e equipamentos para implementação ou aperfeiçoamento
de processos produtivos). No esforço de inovação, a indústria brasileira tem como atividade de maior
relevância a absorção de tecnologia por meio da aquisição de máquinas e equipamentos. Dessa forma, a
maior parte das empresas inovadoras no Brasil dedica-se a modificações no processo (compra de máquinas e
equipamentos) e não nos produtos. Isso acaba afetando a composição setorial dos produtos manufaturados
exportados pelo Brasil, que, em sua maioria, apresentam baixa intensidade tecnológica, com menor valor
agregado.
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2.2 A divisão regional do trabalho: o Centro-Sul como pólo dinâmico da economia nacional.
Região Sudeste
A Região Sudeste é a mais industrializada do país. Ainda que venha perdendo gradativamente essa posição,
sua liderança é incontestável. Em 2002, o Sudeste contava com mais da metade das unidades industriais
(55,2%), do pessoal ocupado (55,1%) e do valor da transformação industrial do país (64,1%). Dez anos depois,
todos esses indicadores caíram: 50,5% das unidades industriais do país, 52,7% do pessoal ocupado e 60,7% do
valor da transformação industrial.
As grandes aglomerações industriais dessa região localizam-se em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Campinas e Vitória, sendo que cada uma delas engloba um município principal e alguns do
entorno, sobre os quais exerce influência.
Em 2010, de acordo com o IBGE, o estado de São Paulo abrigava 70% das indústrias de alta e média
intensidade tecnológica da Região Sudeste. A influência da capital paulista sobre os municípios circunvizinhos
à Região Metropolitana de São Paulo constituiu três eixos de polaridade: em direção a Santos, no litoral; na
direção do Vale do Paraíba, estendendo-se ao Rio de Janeiro; e em direção a Ribeirão Preto, que abrange a
região industrial de Campinas.
De acordo com o estudo “O novo mapa da indústria no começo do século XXI: novas dinâmicas industriais
e o território”, coordenado pelo geógrafo brasileiro Eliseu Spósito, o processo de desconcentração é
orientado por uma densa malha de transportes, que inclui rodovias, ferrovias e uma hidrovia, e forma
extensos corredores em torno dos quais se situam empresas industriais dinâmicas que se conectam aos
mercados nacional e global por meio de quatro aeroportos de carga e pelo porto de Santos. Veja mapa
abaixo.
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avançada, entre os quais se destacam as universidades públicas e centros de pesquisas mais concentrados
nessa região.
O processo de despolarização do emprego industrial no estado de São Paulo evidencia uma perda de
postos de trabalho na Região Metropolitana. Entretanto, essa perda é compensada pela geração de empregos
no interior do estado, acompanhada da migração industrial para essa região.
Portanto, ocorre um processo de “desconcentração na concentração”, ou seja, por um lado, a
expressiva redistribuição de unidades fabris em setores intensivos em mão de obra e matéria-prima e, por
outro, a crescente concentração de atividades terciárias industriais e de empresas inovadoras de alta
tecnologia no Centro-Sul do país.
Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, a desconcentração ocorre ao longo dos eixos Rio-Juiz de Fora-
Belo Horizonte e dos eixos Belo Horizonte-Uberaba-Uberlândia-São Paulo.
O estado de Minas Gerais tem atraído diversas indústrias por meio de incentivos fiscais, oferta de
energia barata e abundância de minerais. As áreas industriais de maior importância desse estado são: Grande
Belo Horizonte (Belo Horizonte, Betim, Contagem, Nova Lima, Sabará e outros); Zona da Mata mineira (Juiz de
Fora, Muriaé e Cataguases); Vale do Rio Doce (Governador Valadares, Coronel Fabriciano e Itabira); Triângulo
Mineiro (Araguari, Uberaba e Uberlândia); além de Poços de Caldas, Pouso Alegre e Varginha.
No Rio de Janeiro, as mais importantes áreas industriais são: Grande Rio (Duque de Caxias, Nilópolis,
Niterói, Nova Iguaçu); Vale do Paraíba (Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí e Resende); além de
Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis. O desenvolvimento da indústria petroquímica colocou os municípios
de Campos dos Goytacazes e Duque de Caxias entre os dez primeiros municípios industriais do Brasil. A
exploração de petróleo foi também responsável pelo grande desenvolvimento de municípios como Cabo Frio
e Rio das Ostras.
Impulsionada pela indústria automobilística, a região de Porto Real e Resende se transformou no mais
novo e vibrante polo econômico fluminense. Ambas se tornaram pulsantes centros industriais, polos
automobilísticos do estado, elas são uma espécie de versão fluminense de Detroit, a capital americana do
automóvel. Ali se concentram as fábricas de quatro grandes montadoras:
Volkswagen Caminhões, recentemente adquirida pela MAN Latin America.
PSA Peugeot Citroën.
Hyundai – fábrica de retroescavadeiras.
Nissan
Região Sul
A Região Sul é a segunda mais industrializada do país. Em 2012, respondia por 29,3% dos
estabelecimentos industriais, 25% do pessoal ocupado na indústria e 18,9% do valor da transformação
industrial do país.
O principal aglomerado industrial situa-se no Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto
Alegre, que engloba 28 municípios e polariza um corredor industrial em direção a Caxias do Sul, Bento
Gonçalves e Garibaldi.
A dinâmica concorrencial impõe uma série de soluções para que empresas ou organizações possam
acompanhar as mudanças do mundo globalizado. Essas alternativas para competir, praticadas pelas grandes
empresas, vão desde alianças estratégicas até fusões ou colaboração. Nas pequenas empresas, o meio mais
usual para a competição tem sido a formação de networks (redes de empresas em cooperação) ou o
desenvolvimento de clusters, ou seja, a concentração de empresas formando um polo de produção
especializado onde a colaboração e a competição ocorrem simultaneamente. No Rio Grande do Sul, essa
tendência tem se concretizado em diversos segmentos.
A aglomeração industrial de Curitiba, composta de dez municípios, diferencia-se pela elevada
participação de empresas que inovam e diversificam produtos: 34% do valor da transformação industrial
dessa região. Sua influência se estende pelo estado de Santa Catarina e constitui um corredor industrial
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regional que abrange desde o Vale do Itajaí, em Santa Catarina, até Londrina e Maringá, no norte do estado
do Paraná.
As indústrias tradicionais, caracterizadas pelo emprego intensivo de mão de obra, como a alimentícia e
a têxtil, foram as primeiras a se estabelecer na Região Sul. Pequenas indústrias se desenvolveram por meio do
aproveitamento das matérias-primas locais, provenientes da agropecuária e da extração de madeira. Produtos
como vinho, têxteis, móveis, calçados e mate conquistaram inicialmente o mercado local, que crescia com a
industrialização, e posteriormente o mercado nacional, o que permitiu a ampliação da produção e das
unidades fabris.
As regiões metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre ganharam novo impulso a partir de 1990, com a
criação do Mercosul. A localização geográfica próxima a outros países do bloco econômico tem impulsionado
o comércio bilateral – fator que aumentou o número de empresas exportadoras e a produção industrial.
Região Nordeste
A Região Nordeste, em 2012, contava com apenas 11% das unidades industriais, 12,7% do pessoal
ocupado na indústria e era responsável por 9,5% do valor da transformação industrial do país. A
industrialização dessa região tem como principal marco a criação da Sudene (Superintendência de
Desenvolvimento do Nordeste), na segunda metade do século XX, e os programas de incentivos fiscais, que
atraíram capitais, principalmente do Centro-Sul.
Além dos incentivos fiscais, a presença de mão de obra abundante e barata, a construção de
hidrelétricas, a recente modernização de alguns portos marítimos e a existência de matérias-primas (petróleo,
cobre, calcário e sal) foram outros fatores importantes na fixação das indústrias, que se caracterizam pelo uso
intensivo de mão de obra, como as indústrias de calçado e vestuário.
A maior parte da produção industrial do Nordeste concentra-se na Bahia, no Ceará e em Pernambuco.
As principais áreas industriais estão ao redor das regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza.
Na Região Metropolitana de Salvador, na Bahia, destacam-se o Polo Petroquímico de Camaçari e o
Complexo Industrial de Aratu. Em Camaçari, ocorre o processamento do petróleo explorado na plataforma
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continental, responsável pelo abastecimento de indústrias químicas, metalúrgicas, de papel e celulose, cerveja
e fertilizantes. No Complexo Industrial de Aratu, o grande destaque é a indústria siderúgica, ainda que se
encontrem unidades industriais de outros setores, como químico, metal-mecânico, plástico, têxtil, alimentos,
metalurgia e produtos farmacêuticos. Esses importantes polos resultaram em grande parte de políticas de
incentivos fiscais e de parcerias com faculdades e centros que oferecem cursos de capacitação técnica.
Na Região Metropolitana de Recife, em Pernambuco, destacam-se os distritos industriais de Jaboatão,
Cabo e Paulista, cujos principais setores industriais são: alimentício, químico, metalúrgico, de materiais
elétricos, comunicações e minerais não metálicos. No Complexo Industrial e Portuário de Suape, a 40
quilômetros de Recife, diversas empresas foram instaladas com o apoio de incentivos fiscais.
No Ceará, o crescimento mais expressivo é o de unidades fabris de indústrias têxteis e de calçados. O
Distrito Industrial de Fortaleza desenvolveu-se a partir do final da década de 1970, tornando-se um
importante polo do Nordeste. Engloba municípios da Região Metropolitana de Fortaleza.
Região Norte
Em 2012, a Região Norte contava com apenas 2,8% das indústrias do país, 3,5% do pessoal ocupado na
indústria e era responsável por 6,2% do valor da transformação industrial do país. Esse desempenho deve-se
substancialmente à implantação da Zona Franca de Manaus, em 1967. Nessa área de livre-comércio, é
possível importar máquinas e matérias-primas, assim como exportar produtos industrializados. A formação de
um polo industrial teve como objetivo estabelecer um processo de industrialização dentro do projeto de
integração nacional. Incentivos fiscais atraíram indústrias, incluindo transnacionais, para a região. Destacam-
se os setores eletroeletrônico (televisores, rádios, aparelhos de som, celulares) e de transporte (bicicletas e
motocicletas). No Pará destaca-se a indústria siderúrgica do alumínio.
Região Centro-Oeste
Na Região Centro-Oeste a atividade industrial é ainda modesta. Em 2012, contava com 6,4% das
unidades industriais do país, 5,8% do pessoal ocupado na indústria e era responsável por apenas 5,1% do
valor da transformação industrial do país.
Predominam os ramos de extração e transformação mineral (níquel, amianto, nióbio, cristal de rocha),
e de madeira. Atualmente, tem aumentado o número de indústrias ligadas ao beneficiamento de produtos
agropecuários e alimentares (frigoríficos, produção de ração, sucos, leite etc.) e de vestuário e calçados. Em
Goiás, o perfil da industrialização vem sendo alterado nos últimos anos, com o desenvolvimento das indústrias
farmacêutica, metalúrgica e de autopeças em Goiânia e com a instalação de uma montadora de veículos
automotores originária da Coreia do Sul, em Anápolis.
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Desindustrialização
Entre 1947 e 2014, a participação da indústria de transformação no produto interno bruto (PIB) apresentou
dois períodos distintos, conforme observado no gráfico abaixo. Dos anos 1950 até 1985 transcorreu o
primeiro período, caracterizado por um intenso processo de crescimento, diversificação e consolidação da
estrutura industrial brasileira. Foi nesse período que a participação da indústria de transformação no PIB mais
que duplicou, saltando dos 11,6% em 1952 para 21,6% em 1985. Já no segundo período, com início em 1986,
observa-se uma expressiva perda de participação da indústria na produção agregada do país, o que configura
um processo de desindustrialização. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
estimativas da FIESP, a participação da Indústria de Transformação no PIB declinou mais de 16 pontos
percentuais ao longo do último período, atingindo, em 2014, a marca dos 10,9% (aproximadamente igual
àquela observada em 1949).
Segundo dados das Contas Nacionais do IBGE, em 2014, a indústria de transformação foi responsável
por 10,9% do PIB. Neste mesmo ano, o setor de serviços representou 58,9% do PIB, o comércio 12,1%, a
agropecuária 5,6% e a construção civil 6,5%. A indústria total, constituída pela indústria de transformação,
pela indústria extrativa mineral e pelos serviços industriais de utilidade pública (SIUP, formado pelos
fornecimentos de água, eletricidade, etc.), representava 16,9% do PIB.
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Fatores da Desindustrialização
No período que se estende do pós Segunda Guerra Mundial até o primeiro choque do petróleo (1973),
a economia mundial passou por um processo de forte crescimento econômico liderado pela indústria. O Brasil
aproveitou esse cenário externo favorável para implementar duas grandes políticas industriais capazes de
alterar a estrutura industrial doméstica: o Plano de Metas (1956-1961) e o II PND (1974-1979). Planejado e
fomentado pelo Estado ao longo desse período, o processo de industrialização brasileiro ganhou força com a
instalação das indústrias de bens de consumo duráveis, bens de capital, insumos básicos e energia. Portanto,
em face desse período de intensas transformações estruturais, a participação da indústria no PIB aumentou
fortemente.
No entanto, após esse período, a economia mundial passou por vários eventos adversos que
influenciaram negativamente o ambiente macroeconômico, a demanda agregada e, por consequência, o
crescimento da indústria. Destacam-se o segundo choque do petróleo (1979), o forte aumento da taxa de
juros pelos EUA e a consequente crise da dívida pela qual o Brasil e outros emergentes passaram, a aceleração
da inflação doméstica nos anos 1980 e as crises financeiras da década de 1990 (mexicana, asiática e russa). A
partir dos anos 1980, todos esses fatores contribuíram para uma mudança de patamar na participação da
produção industrial no PIB da economia mundial.
Nos países desenvolvidos, o processo de desindustrialização foi resultado do crescimento da
produtividade na indústria de transformação, ou seja, esteve associado ao aumento do emprego de alta
produtividade e elevada qualificação da mão de obra neste setor, o que transferiu trabalhadores para os
outros setores da economia. Esse processo resultou em crescimento da produtividade total da economia,
sendo, portanto, um processo virtuoso, natural e de mudança estrutural no desenvolvimento econômico.
Já no caso do Brasil, o processo de desindustrialização é precoce e nocivo à economia nacional, pois se
associa a fenômenos negativos, tais como a perda de competitividade das exportações industriais, que se
manifesta por meio da reprimarização da pauta exportadora; e o aumento das importações não somente de
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bens de capital e de consumo (sobretudo da China), como também de insumos industriais, o que afeta
nocivamente diversas cadeias produtivas da indústria brasileira.
Com relação a esse último fenômeno, observa-se um aumento da participação de produtos importados
no consumo interno da indústria geral (indústria de transformação mais indústria extrativa), perceptível nos
resultados do Coeficiente de Penetração de Importados da indústria geral, divulgado pela Confederação
Nacional de Indústria (CNI), que saltou de uma média dos três primeiros trimestres em 2007 de 15,3% para
20,3% na mesma base de comparação em 2014. Esse aumento expressivo do coeficiente de penetração de
importados em um curto intervalo de tempo evidencia a ocorrência de um vazamento do crescimento da
indústria para o exterior.
A economia brasileira recente (2003-2010) teve tentativas de retomada do crescimento graças à
combinação de três fatores, sendo eles o cenário externo favorável, o ambiente interno estável e a ampliação
do mercado doméstico. No entanto, nos últimos quatro anos (2011-2014), a economia brasileira passou por
um forte declínio no crescimento. Mesmo com os esforços do Governo Federal, o desempenho dos
investimentos não responde na mesma intensidade e a indústria de transformação continua com
desempenho em queda.
Os principais fatores que impedem o crescimento da economia brasileira são, entre outros, a
infraestrutura deficiente, o câmbio excessivamente valorizado, os entraves burocráticos, a elevada carga
tributária e os juros e spread reais acima da média mundial. Estes fatores impactam na competitividade da
indústria de transformação instalada no país, que, ao ser exposta a uma concorrência internacional cada vez
mais acirrada, acaba perdendo espaço na geração de emprego, renda e produção, ocasionando a estagnação
da economia nacional.
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O processo de eletrólise consome enorme quantidade de energia elétrica. Por isso foi construída a 3ª
maior usina hidrelétrica do mundo na região, a UHE Tucuruí, no rio Tocantins, Pará, que fornece energia
subsidiada para os empreendimentos siderúrgicos.
A principal região de extração do minério de bauxita não se localiza na Serra dos Carajás, estando fora da
área do Programa Grande Carajás.
Na localidade de Oriximiná, no Pará, às margens do rio Trombetas, se localiza a zona de extração da
bauxita. O minério segue por barcaças pelo rio Amazonas até Barcarena e depois até São Luís do Maranhão,
onde se localizam as usinas siderúrgicas.
A extração da bauxita é comandada pela Mineração Rio do Norte, um consórcio multinacional formado
pela Vale, Alcan, Billiton-Shell e Cia. Brasileira de Alumínio, do grupo Votorantim.
A extração e beneficiamento do alumínio é denominado Projeto Polos de Alumínio, destinando-se a maior
parte à exportação e uma pequena parte para o mercado interno.
A extração e exportação do minério de ferro é denominado de Projeto Ferro Carajás. Ambos os projetos
fazem parte do Programa Grande Carajás.
Então temos o seguinte quadro:
Projeto Ferro Carajás
Programa Grande Carajás (PGC)
Projeto Polos de Alumínio
No Projeto Ferro Carajás, a maior empresa mineradora do mundo, a Vale, comanda a extração de mais de
100 milhões de toneladas anuais de minério de ferro (hematita), destinado às exportações. Os principais
destinos são China e Japão.
O minério de ferro é escoado através da Estrada de Ferro Carajás, de 890 km, que liga a Serra dos Carajás
(área de extração) ao porto de Itaqui, em São Luís do Maranhão. Este é o maior porto brasileiro por
movimentação de cargas.
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Quadrilátero Ferrífero
Importante província mineralógica, responsável pela produção de 70% do minério de ferro brasileiro
atualmente. A Serra dos Carajás produz os 30% restantes.
A siderurgia do ferro/aço encontra-se concentrada na região sudeste, destacando-se o estado de Minas
Gerais como o principal produtor. A proximidade das fontes de matérias primas (ferro e manganês) existentes
no Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, ajuda a explicar essa concentração espacial.
As grandes siderúrgicas de São Paulo e Espírito Santo situam-se junto aos portos marítimos. No Rio de
Janeiro, a CSN está conectada por ferrovia às reservas minerais do Quadrilátero Ferrífero e aos portos
marítimos.
O Vale do Aço é a maior concentração siderúrgica do país.
O espaço de relações do Vale do Aço é definido pelas
ferrovias que o conectam ao Vale do Paraíba e ao porto de
Tubarão (o maior em movimentação de carga) no Espírito
Santo. O eixo siderúrgico mineiro tornou-se um importante
corredor de urbanização e configurou uma área de
significativo dinamismo econômico associada a Belo
Horizonte.
O Vale do Aço é uma região metropolitana definida pela
influência das cidades de Ipatinga, Timóteo e João
Monlevade, onde situam-se as mais importantes usinas
siderúrgicas de Minas Gerais, com destaque para a Usiminas.
A distribuição espacial da Siderurgia no Brasil está
concentrada espacialmente na Região Sudeste. As grandes
usinas siderúrgicas começaram a ser instaladas na década de
1940 por iniciativa estatal e articuladas logisticamente pela
Cia. Vale do Rio Doce, criada no governo Getúlio Vargas em 1942. Fatores de localização típicos do 2° ciclo de
inovações tecnológicas (Schumpeter) ajudam a entender essa concentração: a proximidade do Quadrilátero
Ferrífero como fornecedor dos minérios básicos (ferro e manganês), os portos marítimos para receber o
carvão mineral de Santa Catarina e o carvão importado, bem como para o escoamento da produção de ferro e
aço para exportação, a ligação por ferrovias (Central do Brasil e E.F. Vitória-Minas) dos minérios às Usinas, a
proximidade dos centros consumidores (indústrias de Bens de Produção) no triângulo industrial formado por
SP / BH e Vale do Aço / RJ.
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Exercícios
1. (EsFCEx 2016) Marque a alternativa correta com relação às Corporações e o espaço no Brasil.
A. a grande corporação passou a constituir, nos dias atuais, o mais importante agente da reorganização
espacial capitalista.
B. As grandes corporações que atuam no território nacional possuem suas matrizes no Brasil e demais
filiais no exterior.
C. Existe uma relação harmônica entre as leis ambientais e as grandes corporações.
D. O Estado possui amplo domínio sobre a atuação e os ganhos financeiros das grandes corporações.
E. As grandes corporações exercem papel fundamental nas políticas públicas de melhorias da estrutura
urbana e da qualidade de vida.
2. (EsFCEx 2016) Analise as afirmativas sobre a inserção da economia brasileira no capitalismo monopolista do
pós II Guerra Mundial, colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a
letra F, quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) A dívida externa foi severamente reduzida e a economia nacional teve picos de crescimento.
( ) A produção industrial cresceu fortemente e aprofundou o processo de nacionalização de empresas.
( ) Houve expressivo crescimento da dívida e dependência do financiamneto externo.
A. V V F B. V F V C. F V V D. V F V E. F F V
3. (EsFCEx 2015) Dentre as razões para a dispersão do parque industrial brasileiro de forma regional e
também no território nacional, é correto afirmar que esse fato deveu-se à (ao)
A. retirada da infraestrutura por parte do Estado de áreas historicamente deprimida.
B. busca de mão de obra organizada e de baixos salários, fora dos centros tradicionais.
C. aumento da guerra de lugares, que reduzem impostos e oferecem vantagens de logística.
D. alocação das atividades nas áreas próximas às grandes metrópoles, em razão da renda da terra.
E. saída das regiões próximas às de produção agrícola e do entorno das cidades médias.
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7. (EsAEx 2009) Sobre as consequências da descentralização industrial ocorrida no Brasil a partir da década de
1970, pode-se afirmar que:
A. o Sudeste apresentou um aumento expressivo de indústrias com certificação ecológica.
B. o Centro-Oeste foi a região que apresentou os maiores ganhos locacionais.
C. o Norte aparece como destaque na abertura de postos de trabalho.
D. o Sul apresentou o melhor desempenho relativo na geração de empregos.
E. o Nordeste foi a região que mais se beneficiou deste processo
8. (EsAEx 2009) A partir da década de 1980, a cidade de São Paulo, passou por um processo de perda relativa
da sua participação industrial para outras regiões do Estado de São Paulo e do Brasil. Pode ser associado a
esta afirmativa a(s):
A. sua transição para cidade informacional.
B. crise tecnológica do final da década de 1980.
C. ascensão de centros que rivalizaram o seu poder.
D. constantes greves de trabalhadores do setor industrial.
E. homogeneização do desenvolvimento nacional.
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10. (EsAEx 2008) A partir da década de 70 do século passado, o Brasil passa por um movimento de
transformação da produção industrial. Sobre este processo de transformação, analise as afirmativas abaixo e,
a seguir, assinale a alternativa correta.
I. A produção industrial tornou-se mais complexa e estendeu-se para novas áreas do Sul e alguns pontos
do Centro-Oeste, Nordeste e Norte (Manaus).
II. No período compreendido entre 1970 e 1990, a região Sul desponta como ganhadora de investimentos
na área industrial.
III. O crescimento de indústrias do setor de alimentos como a Ceval e a Sadia, cria na regiao Sul um locus
de grandes empresas.
IV. A desconcentração industrial no Brasil provocou a diluição da hegemonia econômica do Sudeste como
centro de decisão.
A. Somente I e III estão corretas.
B. Somente I, II e III estão corretas.
C. Somente II e IV estão corretas.
D. Somente II, III e IV estão corretas.
E. Todas afirmativas estão corretas.
11. (EsAEx 2007) Analise as afirmativas abaixo sobre o processo de industrialização no Brasil e, a seguir,
assinale a alternativa correta.
I. Muitas das economias externas necessárias à atividade industrial, como centrais elétricas, usinas
siderúrgicas e estradas, entre outras, foram feitas à custa dos investimentos do Estado brasileiro.
II. A aceleração do processo de substituição das importações do Brasil, a partir da II Guerra Mundial,
revelou que as economias externas do Sudeste já apresentavam condições para produzir bens de
consumo duráveis.
III. A política de descentralização industrial, promovida pelo Estado brasileiro, foi motivada por uma
necessidade de integração territorial e potencialização dos fluxos migratórios interregionais.
A. Somente I está correta.
B. Somente II está correta.
C. Somente I e II estão corretas.
D. Somente II e III estão corretas
E. Todas as afirmativas estão corretas.
12. (EsAEx 2006) Analise a afirmativa abaixo e, a seguir, assinale a alternativa que preenche corretamente às
lacunas em branco, respectivamente.
(...) inserida em uma política de ____________________, que perdurou até o começo da década de 70, a
industrialização brasileira contava apenas com a instalação de indústrias de ____________________, e amplo
predomínio de ____________________, até o início da Segunda Guerra Mundial.
A. Substituição de importação ; base ; investimentos estatais.
B. Substituição de importação ; bens de consumo não-duráveis ; investimentos de capital privado
nacional.
C. Produção complementar ; bens de consumo duráveis ; investimentos de capital internacional.
D. Substituição de importação ; bens de capital ; investimentos estatais.
E. Produção complementar ; bens de consumo não-duráveis ; investimentos de capitais estatais
estrangeiros.
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13. (EsAEx 2006) Sobre a inserção do Brasil no mundo globalizado é incorreto afirmar:
A. o desemprego estrutural, ou tecnológico, que se faz presente no mundo inteiro, ampliado pelo
processo de globalização, também atinge o Brasil.
B. o modelo neoliberal é um pressuposto político para a realização da globalização econômica, nesse
sentido pode-se afirmar que as práticas do governo de Fernando Collor de Melo foram determinantes
para a inserção do Brasil nessa fase mais avançada do capitalismo mundial.
C. as privatizações que ocorreram no Brasil, especialmente na década de 1990, confirmam a
internacionalização do Estado com a penetração de capitais estrangeiros inclusive em áreas
estratégicas.
D. a mundialização do capitalismo ao final do século XX permitiu o acesso de diversos países no sistema
de trocas mundiais, esse fato ampliou o número de parceiros comerciais do Brasil.
E. a globalização, entendida como intensificação de fluxos materiais e imateriais na escala mundial, exclui
a participação do Brasil, pois ela depende de um ambiente com grande infra-estrutura técnica e
produção científica de ponta para se realizar.
14. (DDR 2013) Veja o gráfico abaixo sobre a distribuição espacial da siderurgia brasileira e em seguida dê o
quê se pede.
Perceba que a produção siderúrgica está concentrada espacialmente na região Sudeste. Assinale a alternativa
que explica a liderança de Minas Gerais na atividade siderúrgica.
A. escoamento do minério de bauxita e importação de carvão através da Ferrovia Vitória-Minas
B. decisão do governo Vargas de estabelecer a primeira grande usina siderúrgica do Brasil, a CSN, em
Minas Gerais.
C. facilidade de escoamento dos minerais (manganês e ferro) pela Ferrovia Carajás.
D. portos modernos (Tubarão e Itaguaí), por onde desembarca o carvão siderúrgico vindo do Rio Grande
do Sul.
E. proximidade da matéria prima (minério de ferro) obtida no Quadrilátero Ferrífero.
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15. “Por já ter acumulado experiências parciais de política econômica planejada, pôde o governo, na gestão
Kubitschek, executar sua mais séria e ambiciosa experiência de planejamento integrado: o Programa de
Metas. O Plano de Metas foi um marco na reelaboração qualitativa das relações entre Estado e economia no
país. Integravam-se pela primeira vez, sob o controle do governo, as atividades do capital público e do
privado, através de um planejamento que definia as prioridades de investimento, bem como as estratégias
para dirigir os recursos privados para essas áreas.” (Mendonça, Sonia Regina de. Estado e Economia no Brasil:
Opções de Desenvolvimento. 3ª edição, Rio de Janeiro, Graal, s/d, p. 59)
Sobre o Programa de Metas, no governo Juscelino Kubitschek, é correto afirmar que
A. o principal objetivo do Programa de Metas era a prioridade no setor agrário-exportador, privilegiando
o café e a soja.
B. o resultado do Programa de Metas foi duvidoso, sobretudo em relação à produção industrial, que
permaneceu estagnada devido aos vultosos investimentos dedicados à construção de Brasília.
C. foram estabelecidas trinta e uma metas, sendo priorizados os setores de energia, transporte e bens de
produção.
D. foram criados vários mecanismos para impedir a entrada de capitais estrangeiros, como a utilização da
Instrução 113 da SUMOC.
E. diversas empresas estatais criadas por Kubitschek, como a Petrobrás e a Vale, tem atualmente
inserção mundial, atuando como empresas transnacionais brasileiras.
16. Uma das características da indústria brasileira é ter grande parte do seu parque industrial concentrado na
região Sudeste. No entanto, nas últimas décadas, teve início uma nova tendência: a desconcentração
industrial. Sendo assim, com relação ao Modelo Econômico Brasileiro, assinale a opção correta.
A. Até a década de 1930, a economia brasileira possuía uma forte integração nacional, uma vez que o
parque industrial se encontrava concentrado no estado de São Paulo, que comandava o eixo
econômico do país.
B. Em relação ao modelo de industrialização clássica, tal qual ocorreu na Europa, a industrialização
brasileira aconteceu de forma tardia, tendo como ponto de partida o desenvolvimento das indústrias
de bens de produção.
C. Nas décadas de 1930 e 1940, várias montadoras multinacionais de automóveis se instalaram no ABC
Paulista, cuja ampla malha ferroviária ofereceu o principal suporte para o recebimento de matérias-
primas e escoamento da produção.
D. A partir da década de 1950, seguindo as imposições neoliberais, e na tentativa de reduzir custos, as
indústrias que antes se concentravam no entorno das cidades menores, começam a se deslocar para
os centros metropolitanos.
E. O neoliberalismo, a partir dos anos 1990, associado à expansão da rede de transportes do país,
possibilitou a várias cidades de médio porte se tornarem mais atrativas aos interesses de complexos
industriais cada vez mais ávidos por lucros.
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17. (DDR 2014) A partir da década de 1930 e até o final da década de 1970 a industrialização se acelerou no
Brasil devido aos fortes investimentos do Estado, desenvolvendo infra-estrutura produtiva e criando empresas
estatais. Sobre esse período, considerado desenvolvimentista, assinale V para as afirmativas Verdadeiras ou F
para as afirmativas Falsas.
( ) No Governo Getúlio Vargas foram criadas duas empresas estatais para desenvolver a indústria do aço:
CVRD e CSN.
( ) O regime militar criou o Plano de Metas, que tinha como principais objetivos a estabilização da moeda
e controle da inflação, além da construção de Brasília.
( ) Em todo esse período desenvolvimentista, a indústria brasileira avançou através do processo de
substituição de importações.
( ) Nos governos Médici e Geisel se fez a opção política pelo Rodoviarismo, que contribuiu para o declínio
do transporte sobre trilhos: bondes e ferrovias.
( ) Durante o governo Juscelino Kubitschek a indústria brasileira atingiu a maturidade, o Brasil passa a
dominar todo o ciclo produtivo industrial, consolidando o milagre econômico brasileiro, com
crescimento acima de 10% ao ano.
Assinale a alternativa que dá a sequência correta.
A. F V F V V B. F V F V F C. V F V F F D. V F V V F E. F V F F V
18. A década de 1990 foi marcada pela vitória do discurso da supremacia do Capitalismo e de sua proposta
neoliberal. No Brasil, as primeiras privatizações avançaram ou como reflexo da crise do Estado ou como
imposição das “regras do jogo” da globalização. A partir da afirmação acima, marque a resposta certa.
A. O Plano Nacional de Desestatização foi aplicado apenas às empresas que não estavam voltadas à
produção, que foram privatizadas no Brasil na década de 1990, como a Petrobrás.
B. A privatização da Companhia Siderúrgica Nacional não pode ser entendida como parte do enorme
processo de privatizações do governo FHC, já que mais de 60% de suas ações permaneceram nas mãos
do Estado.
C. O Governo de Fernando Collor de Mello, que extinguiu mais de 20 órgãos e empresas estatais, pode
ser apontado como momento inicial de implantação das políticas neoliberais no Brasil.
D. O Plano Real (1994) – criado pela equipe econômica do então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique
Cardoso – marcou a tentativa do governo Itamar Franco de paralisar o processo de privatização no
país.
E. A posse de Fernando Collor de Mello na presidência da República marcou o início de implantação do
modelo capitalista desenvolvimentista no Brasil.
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19. (DDR 2008) A construção de Brasília representou o ápice de uma estratégia de cunho geopolítico longamente
acalentada no Brasil, que é a afirmação política do Estado sobre o conjunto do território nacional. O geógrafo Milton
Santos afirma que “a construção de Brasília teria sido impossível se a indústria não se houvesse já desenvolvido em São
Paulo”. (Citado por VESENTINI, J. W. A capital da Geopolítica). Essa afirmativa se justifica pois a construção de Brasília só
se tornou possível devido
A. ao PIN (Projeto de Integração Nacional) realizado durante o 1º Plano Nacional de Desenvolvimento, no
governo Médici, que uniu portos fluviais amazônicos ao sistema viário nacional.
B. à Marcha para o Oeste, onde a construção de Goiânia como nova capital de Goiás em 1933 serviu de
inspiração para a transferência da capital federal para o Planalto Central.
C. ao anúncio do governo federal de finalmente realizar a concessão à iniciativa privada (privatização) da
BR 163 no trecho Sinop – MT a Santarém – PA, facilitando o escoamento de grãos.
D. à finalização da Ferrovia Norte-Sul, que servirá como um viável corredor de exportação da produção
agropecuária do Centro-Oeste, diminuindo o chamado “custo Brasil”.
E. à integração econômica e geográfica promovida pela industrialização, que articulou os mercados
regionais sob o comando de São Paulo e estimulou a construção de uma infra-estrutura nacional de
transporte terrestre.
20. (DDR 2013) O esquema abaixo ilustra a interação entre empresas e governos com os centros de pesquisa
no desenvolvimento de tecnologias de ponta para aproveitamento industrial. Esse desenho se refere aos
A. pólos siderúrgicos.
B. distritos industriais.
C. arranjos produtivos locais.
D. tecnopólos.
E. complexos petroquímicos.
21. (DDR 2015) Mecanismo cambial que facilitava a entrada de empresas estrangeiras no Brasil, largamente
utilizado pelo governo Juscelino Kubitschek. Criou condições favoráveis à realização de investimento
estrangeiro no país, por meio da concessão de licença, sem cobertura cambial, para a importação de
maquinaria para empresas estrangeiras associadas a empresas nacionais. Esse importante mecanismo cambial
foi
A. Plano de Metas.
B. Instrução 113 da SUMOC (Superintendênia da Moeda e Credito).
C. 1º e 2º PND (Plano Nacional de Desenvolvimento).
D. Tarifa Silva Ferraz.
E. Tripé da Industrialização.
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22. (DDR 2008) O ciclo do “milagre econômico brasileiro” cristalizou um modelo industrial baseado em uma
tríplice aliança, da qual faziam parte o capital estatal, os conglomerados transnacionais e o grande capital
nacional, que atuavam, respectivamente, nos setores de
A. bens de consumo duráveis e não-duráveis; bens de capital; bens de equipamentos.
B. indústria pesada; indústrias químicas; criação de infra-estrutura portuária.
C. bens de produção; bens de consumo duráveis; bens de consumo não-duráveis.
D. telecomunicações; agronegócio; automobilístico.
E. bens de equipamentos; refino de petróleo e automobilístico; telefonia móvel.
23. (Urca, 2014) Sobre a indústria brasileira e sua distribuição espacial, assinale o que for correto.
A. O Nordeste brasileiro, sem tradição industrial, embora com grandes cidades como Fortaleza, Recife e
Salvador, não participa das atividades industriais brasileiras, pois as indústrias instaladas nestas
cidades capitais são de bens de capital.
B. A segunda maior área industrial brasileira é formada pelo Complexo do Carajás que inclui Manaus,
Belém e São Luis, onde se encontra a maior concentração de indústrias de bens de consumo duráveis
do Brasil.
C. Um processo de desconcentração industrial ocorreu no Brasil beneficiando a Região Norte que, com a
criação do Mercosul, abriu um amplo mercado nos países do Cone Sul, e graças à densa rede de
comunicações e de transportes, teve várias empresas nacionais e estrangeiras atraídas para essa
região.
D. O Centro-Oeste é uma região carente de indústrias, merece destacar a presença da agroindústria que
está ligada ao setor petroquímico, devido a forte presença de poços de petróleo nesta região.
E. A maior diversificação e maior concentração fabril do país ocorrem na capital paulista e arredores, o
que se constitui no chamado ABCD paulista, que concentra hoje o maior número de empregos no
setor secundário brasileiro.
24. (IFMT, 2012) Sobre a indústria brasileira, sua concentração e desconcentração espacial, a alternativa
correta é:
A. A industrialização brasileira foi tardia, ao longo do século XIX, concentrando-se na Região Sudeste do
Brasil, reproduzindo as desigualdades regionais sociais e econômicas.
B. No governo de Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, a preocupação estatal foi com a indústria
de base, com enfoque na produção de energia e setor de transportes; já no governo de Juscelino
Kubitschek, o setor automobilístico teve a atenção maior.
C. A industrialização como substituição de importações, com capital estatal abundante e mão de obra
barata, acontece no Brasil através da indústria de bens de consumo duráveis e com destaque para o
setor têxtil e produção de alimentos.
D. A partir de 1950, como parte do planejamento estatal do governo federal, inicia-se a desconcentração
industrial, acentuada depois de 1990, pela crescente abertura econômica e desenvolvimento técnico-
científico.
E. Com a desconcentração industrial, o Sudeste brasileiro, principalmente São Paulo, passou por grandes
mudanças espaciais e sociais, deixando de ser a área de maior concentração industrial, posto ocupado
hoje pelo Nordeste brasileiro.
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25. A atividade industrial e a industrialização brasileira estão desigualmente distribuídas pelas regiões do país.
Construídas predominantemente no século XX, elas são componentes da modernização urbana que reinventa
nossa sociedade e dinâmica espacial. Sobre a indústria e industrialização brasileira, é correto afirmar.
A. A industrialização tem suas raízes fincadas na economia da cana-de-açúcar e do café, que possibilitou a
acumulação de capital necessária para a diversificação em investimentos no setor industrial, e esse
fato permitiu a produção de bens de consumo duráveis, sobretudo automóveis e eletrodomésticos.
B. A indústria nasce dos capitais restantes do declínio da economia da cana-de-açúcar e do café. Esses
capitais impulsionaram uma diversidade de pequenas indústrias de produção de bens de consumo não
duráveis, tais como perfumaria, cosméticos, bebidas, cigarros, que apoiadas pelo Estado se difundiram
pelo país.
C. A ação do Estado foi fundamental para desencadear o processo de industrialização brasileira, por
exemplo, criando empresas estatais, como a antiga Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia
Siderúrgica Nacional, para investir na indústria de base. Sem elas não seria possível a implantação de
indústria de bens de consumo duráveis.
D. A industrialização brasileira é fruto da capacidade inovadora do Estado e do empresariado nacional.
Este último não mediu esforços para construir em todo o território nacional sistemas de transporte,
comunicação, energia e portos, necessários à circulação de bens, serviços e pessoas por todas as
regiões.
E. A industrialização brasileira se tornou possível a partir de investimentos do capital internacional, que
não mediu esforços para construir em todo o território nacional sistemas de transporte, comunicação,
energia e portos, necessários à circulação de bens, serviços e pessoas por todas as regiões.
26. (DDR 2015) São fatores que explicam a localização espacial da indústria siderúrgica:
A. Isenção fiscal e guerra dos lugares.
B. Proximidade da matéria prima e infraestrutura de transportes (ferrovias e portos).
C. Redes de fibras ópticas e tecnopolos.
D. Mão de obra qualificada, polivalente e barata, ausência de sindicalismo combativo e atuante.
E. Densidade técnica-informacional e desindustrialização.
27. (CEFET 2010) FORD E SEUS 25 “SISTEMISTAS” PRODUZEM UM CARRO A CADA 80 SEGUNDOS
Todos querem conhecer o modelo de produção já diferente daquele que o próprio fundador da companhia,
Henry Ford, pai da linha de montagem, inventou há um século. Cinco anos depois da instalação da fábrica, a
invenção foi renovada, com opção de atrair os principais fornecedores para perto da linha de montagem. A
flexibilidade do método permitiu à empresa ultrapassar a capacidade da fábrica, feita para produzir 250.000
automóveis por ano. São 912 veículos por dia – um a cada 80 segundos – em três turnos de jornadas de 42
horas semanais, executadas por 8.500 trabalhadores. Os da Ford somam 3.800. O restante é dos 25
fornecedores que dividem o mesmo espaço. (Adaptado de Valor Econômico. In: Coleção Cadernos de EJA:
Tecnologia e Trabalho. Ministério da Educação, 2007, p. 35). A fábrica da Ford responsável pela produção dos
modelos Fiesta hatch, Fiesta sedã e Ecosport, localizada na cidade de Camaçari, na Bahia, expressa o atual
modelo produtivo pelo qual a indústria automobilística e outros segmentos industriais estão organizados.
Sobre esse modelo produtivo, as características que o definem, no tocante à produção e à organização do
espaço, são respectivamente:
A. Produção e trabalho flexíveis – grandes estoques de materiais e mercadorias no espaço fabril.
B. Produção com base no sistema just in time – proximidade das fontes de matéria-prima.
C. Produção padronizada e em massa – localização das unidades industriais nos grandes centros urbanos.
D. Terceirização de atividades produtivas – maior articulação do espaço local com outras escalas
geográficas.
E. Linha de montagem – proximidade das fontes de energia
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28. (EsPCEx 2006) Recentemente, uma empresa de informática (softwares e hardwares) de um país
desenvolvido contratou um geógrafo para definir uma localização estratégica de sua nova unidade de
produção, fundamentando-se no seu modelo de produção e em fatores locacionais básicos. Levando-se em
conta o ramo empresarial e o contexto espaço-temporal em que está inserida, pode-se afirmar que a
alternativa que menciona o modelo de produção adotado e dois fatores locacionais coerentes com o modelo
é:
A. Modelo de Produção: fordista; Fator Locacional 1: proximidade aos centros de Pesquisa &
Desenvolvimento e Fator Locacional 2: terreno no núcleo metropolitano.
B. Modelo de Produção: pós-fordista; Fator Locacional 1: mão-de-obra altamente qualificada e Fator
locacional 2: proximidade de áreas carboníferas para fornecimento de energia.
C. Modelo de Produção: fordista; Fator Locacional 1: população municipal de até 10000 habitantes e
Fator Locacional 2: proximidade de fontes energéticas.
D. Modelo de Produção: pós-fordista; Fator Locacional 1: proximidade de centros de Pesquisa &
Desenvolvimento e Fator Locacional 2: redes de fibra óptica.
E. Modelo de Produção: fordista; Fator Locacional 1: proximidade de centros de pesquisa e Fator
Locacional 2: mão-de-obra altamente qualificada.
GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14
A E C C B E D A E B C B E E
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
C E C C E D B C E B C B D D
29
1 Z
2 W
3 M
4 W
5 Z
6 A
7 W
8 X
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Blocos Econômicos
A atual tendência de formação de blocos regionais de comércio ou blocos econômicos é uma
conseqüência da expansão da globalização, isto é, da economia mundial globalizada. Os blocos econômicos
são associações de países que aproveitam a sua proximidade geográfica para estabelecer relações comerciais
privilegiadas entre si, realizando uma maior integração econômica entre seus membros. Para isso, buscam
facilitar o comércio, geralmente adotando a redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e
buscam soluções em comum para problemas comerciais. Normalmente, o comércio entre os integrantes de
um bloco aumenta e gera crescimento, diversificando sua economia e tornando as empresas e seus países
mais competitivos no mercado mundial.
Tipos de blocos econômicos:
Zona de livre comércio: redução gradual ou eliminação das tarifas alfandegárias dos produtos
comercializados entre os países-membros. Exemplo: NAFTA.
União Aduaneira: é uma zona de livre comércio que também adotou uma Tarifa Externa Comum (TEC),
que é uma tarifa cobrada sobre os produtos oriundos de países não membros do bloco econômico. Exemplo:
MERCOSUL.
Mercado Comum: além da livre circulação de mercadorias, o Mercado Comum prevê também a livre
circulação dos demais fatores produtivos, que são capital e trabalho. Da liberalização desses fatores decorre,
por um lado, a livre circulação de pessoas (trabalhadores ou empresas) e, por outro, a livre circulação de
capitais (investimentos, remessas de lucro, etc.). Do ponto de vista dos trabalhadores, a livre circulação
implica a abolição de todas as barreiras fundadas na nacionalidade, mas também a instituição de uma
verdadeira condição de igualdade de direitos em relação aos nacionais de um país. Além disso, o Mercado
Comum pressupõe a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais (definição de metas comuns em
matéria de juros, fiscal, cambial). Exemplo: com a entrada em vigor do Tratado de Maastricht em 1993, a
Comunidade Econômica Européia (CEE) adota o nome de União Européia, e passa a funcionar como um
Mercado Comum.
União Econômica e Monetária: constitui a etapa ou modelo mais avançado e complexo de um processo
de integração. Ela está associada, em primeiro lugar, à existência de uma moeda única e uma política comum
em matéria monetária conduzida por um Banco Central comunitário. A grande diferença em relação ao
Mercado Comum está, além da moeda única, na existência de uma política macroeconômica, não mais
"coordenada", mas "comum". O único exemplo de uma União Econômica e Monetária é a União Européia.
Em 1992, com a assinatura do Tratado de Maastricht, são definidos os pré-requisitos para a entrada dos
países-membros da CEE na nova UE: déficit público máximo de 3% do PIB; inflação baixa e controlada; dívida
pública de, no máximo, 60% do PIB; moeda estável, dentro da banda de flutuação do Mecanismo Europeu de
Câmbio, e taxa de juro de longo prazo controlada. Entra em vigor em 1º de janeiro de 1999 o Euro, moeda
usada apenas em transações bancárias (transferências, cheques, etc.). Em 1º de janeiro de 2002 passa a
circular nos países que a adotaram em notas e moedas, substituindo as moedas locais para fins de transações
correntes, como compras e pagamentos. Foi criado, igualmente, um Banco Central Europeu, que está sediado
em Frankfurt, na Alemanha. Atualmente, o Euro é adotado por 19 dos 28 países membros da União Européia,
que é hoje considerada o mais importante bloco econômico em razão do seu avançado nível de integração.
Em junho de 2016, através de plebiscito, o Reino Unido anunciou que vai se retirar da União Européia (Brexit).
Está em andamento esse processo de saída do Reino Unido da U.E.
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Em dezembro de 2016 a Venezuela foi suspensa temporariamente do Mercosul, por não cumprir os
protocolos de adesão, não cumprir os acordos de livre comércio e desrespeitar a cláusula democrática e de
direitos humanos.
ASEAN: Associação de Nações do Sudeste Asiático – Surgiu em 1967, liderada pela Tailândia, com o
objetivo de assegurar a estabilidade política e de acelerar o processo de desenvolvimento da região. O bloco
busca promover o desenvolvimento econômico, social e cultural da região através de programas
cooperativos, salvaguardando a estabilidade política e econômica da região, bem como servindo como fórum
de discussão das diferenças intra-regionais. São Países-Membros da ASEAN: Indonésia, Malásia, Filipinas,
Cingapura e Tailândia, desde 1967; Brunei, a partir de 1984; Vietnã desde 1985; Mianmar e Laos a partir de
1997 e Camboja desde 1999.
APEC: A Cooperação Econômica Ásia-Pacífico é um fórum de 21 países-membros localizado no entorno do
Oeano Pacífico que visa promover o livre comércio e a cooperação econômica em toda a região da Ásia-
Pacífico. A organização foi criada em 1989, em resposta à crescente interdependência das economias da
região Ásia-Pacífico e do advento dos blocos comerciais regionais em outras partes do mundo. São países
membros: Austrália, Canadá, Brunei, Estados Unidos, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Nova Zelândia,
Filipinas, Singapura, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, China, México, Papua Nova-Guiné, Chile, Peru, Rússia,
Vietnã. Se a APEC se constituísse como um bloco econômico seria o maior do mundo, superando a União
Européia, com mais de 60% do PIB do planeta.
é muito expressiva, pois somados os países membros, eles são responsáveis por, aproximadamente, 90% do
produto nacional bruto mundial, 80% do comércio internacional e cerca de 65% da população do planeta.
BRICS - grupo de países emergentes, os países em desenvolvimento com economias em crescimento e que
já ocupam posição de destaque no mundo globalizado. Formado pelo acrônimo dos países participantes:
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Apesar do grupo ainda não ser um bloco econômico ou uma
associação de comércio formal, esses países têm procurado formar um "clube político" ou uma "aliança", e
assim converter seu crescente poder econômico em uma maior influência geopolítica. Desde 2009, os líderes
do grupo realizam cúpulas (reuniões) anuais. Entre seus objetivos estão questões relativas à esfera da
governança econômico-financeira e também a governança política. Na primeira, a agenda do BRICS confere
prioridade à coordenação no âmbito do G-20, incluindo a reforma do FMI. Na vertente política, o BRICS
defende a reforma das Nações Unidas e de seu Conselho de Segurança, de forma a melhorar a sua
representatividade, em prol da democratização da governança internacional.
A primeira reunião formal de Chanceleres do BRIC foi realizada em 18 de maio de 2008, em
Ecaterimburgo, na Rússia. Desde então, o acrônimo, criado alguns anos antes pelo mercado financeiro, não
mais se limitou a identificar cinco economias emergentes, passando o BRICS a constituir uma nova entidade
político-diplomática.
UNASUL – União das Nações Sul-Americanas, criado em 2008, em Brasília. Não se trata de um bloco
econômico, é uma organização intergovernamental de cooperação política, que visa à integração cultural,
política e econômica, mas principalmente a integração física (viária), através do desenvolvimento e integração
da infraestrutura regional sul-americana, bem como integração energética. Para isso foi criado o projeto IIRSA
(Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana) que definiu uma série de eixos de integração física
articulados por rodovias, hidrovias, ferrovias e gasodutos. A UNASUL funciona com base num secretariado
permanente, sediado em Quito (Equador), e em reuniões anuais de chefes de Estado. Foi criado também, em
2014, um banco de desenvolvimento, chamado Banco do Sul, para financiar os projetos de infraestrutura.
Existe também o Conselho de Defesa Sul-Americana que funciona como órgão de cooperação em temas
militares e de mediação de crises regionais. Nesse contexto, foi criada em 2015 a Escola Sul-Americana de
Defesa.
Comércio Global
Os fluxos do comércio internacional apontam a região da Ásia/Pacífico como o maior pólo comercial do
mundo. A China é atualmente a maior exportadora de produtos e a 2ª maior importadora. Os Tigres Asiáticos
ou NPIs, somados em seu conjunto, oupam a 2ª posição no ranking comercial e o Japão aparece em 4º. Esses
países asiáticos exportam muito mais do que importam, obtendo importantes superávits, ou seja, saldos
positivos em suas balanças comerciais. A União Européia aparece como o 2º pólo comercial. Seus principais
fluxos de comércio são intra-europeus, devido às vantagens da livre circulação de mercadorias e demais
fatores produtivos. Individualmente, os principais atores do comércio global são:
Estados Unidos: 2º maior exportador e maior importador, tendo déficits na balança comercial.
China: maior exportadora e 2ª maior importadora, apresenta superávits.
Alemanha: 3º maior exportador e importador do mundo, apresenta saldos positivos de comércio.
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Japão: 4ª posição, sempre apresenta balança favorável, embora em 2011 tenha tido déficit devido aos
estragos que o terremoto e o tsumani de março de 2011 causaram nas exportações.
Nota-se que o ano de 2013 marca uma queda acentuada do balanço de pagamentos, que continua em
queda no ano de 2014 gerando um déficit pela primeira vez em muitos anos. No entanto, o ano de 2015
marca a recuperação, com superávit.
Explicações para a queda da balança comercial brasileira verificada em 2013: aumento da importação de
combustíveis, principalmente gasolina e óleo diesel; crise financeira internacional, que diminuiu as
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exportações brasileiras, fazendo com que mercados para os quais tradicionalmente exportamos muito
estavam com demandas desaquecidas, em especial, o mercado europeu; desaceleração do crescimento
chinês, impactando a alta das commodities, que começou a perder fôlego, apresentando tendência de queda
dos preços.
Explicações para o déficit da balança comercial brasileira verificada em 2014: queda no preço das
commodities maior que a esperada, principalmente do minério de ferro; crise econômica na Argentina, país
que é um dos nossos principais compradores; os gastos do Brasil com importação de combustíveis, que
apresentaram melhora em 2014 em relação a 2013, mas que ainda foram considerados muito elevados.
Explicações para a recuperação da balança comercial brasileira verificada no ano de 2015: redução das
importações, reflexo da queda de produção no país em decorrência da crise econômica, expressa pela
recessão e subida da inflação; desvalorização cambial do real frente ao dólar (subida do dólar); queda do
preço do petróleo. Como o Brasil mais importa do que vende petróleo ao exterior, o recuo do preço favorece
a melhora do saldo comercial do país.
Em 2016, o Brasil obteve um superávit recorde de US$ 47,7 bilhões. Embora pareça ser algo
extremamente positivo, esse resultado é reflexo do aprofundamento da crise econômica, devido à tendência
de queda forte das importações, que já vinha ocorrendo desde 2015. Com a crise e o dólar alto as
importações despencaram mais ainda. As exportações também foram menores que em 2015. A conta do
petróleo também ajudou no superávit. Pela primeira vez o petróleo apresentou superávit, devido à queda de
preços, ao aumento das exportações brasileiras e à diminuição de carga transportada pela diminuição da
atividade econômica verificada em 2016. O superávit do petróleo é conjuntural, a tendência é o petróleo
continuar, a médio e longo prazo, gerando déficits, pois o Brasil continua sendo um importador de derivados.
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O Brasil se posiciona no comércio exterior como um Global Trader, isto é, um parceiro global,
apresentando fluxos multidirecionais de comércio, com relações comerciais com mais de 180 países. O Brasil
defende os princípios do Multilateralismo e se posiona contra o Protecionismo. Nos últimos anos o Brasil
diversificou seus produtos exportados e conquistou novos mercados consumidores, principalmente na África
e Ásia, reduzindo a dependência em relação aos mercados europeus e norte-americanos. A China já é nosso
principal parceiro comercial. O Brasil
detém cerca de 1,2% da participação
comercial mundial no ano de 2014,
se posicionando no 25º lugar do
ranking de comércio.
Perceba no gráfico ao lado que o
Brasil tem fluxos de comércio com
todos os continentes, sendo a
corrente de comércio majoritária
aquela realizada com os países do
bloco asiático.
Em 2014 os principais produtos
exportados pelo Brasil foram, em
ordem de valor: soja, minérios,
petróleo e combustíveis, material de
transporte, carnes, produtos
químicos, metalúrgios, açúcar e
etanol, máquinas e equipamentos,
papel e celulose, café, calçados e
couro, equipamentos elétricos,
metais e pedras preciosas, têxteis.
No mesmo ano, os principais
produtos importados, em ordem de
valor, foram: combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, equipamentos elétricos e eletrônicos,
automóveis, químicos, plásticos, fertlizantes, obras de aço, farmacêuticos, instrumentos ópticos de precisão,
borracha, cereais, aeronaves, filamentos e fibras sintéticas artificiais, cobre.
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minério de ferro de hoje é o mesmo de 20 anos atrás, mas os televisores de hoje são muito mais avançados
tecnologicamente do que os aparelhos de 20 anos atrás.
Essa situação é preocupante, pois a tendência a médio prazo é ocorrer a desvalorização das commodities,
enquanto os manufaturados apresentam a tendência de valorização. Em 2014 os dois principais produtos
exportados pelo Brasil (soja e minério de ferro) tiveram forte queda de preços, afetando negativamente a
balança comercial brasileira, que registrou déficit de US$ 4 bilhões.
Constatamos, portanto, que tem predominado nas exportações brasileiras produtos de baixo valor. Mas, o
Brasil também exporta produtos manufaturados. Qual é a composição tecnológica dos produtos
manufaturados produzidos e vendidos pelo Brasil? Veja o gráfico abaixo.
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O gráfico abaixo estabelece comparações entre as maiores economias do mundo e suas respectivas
participações no comércio mundial.
Perceba que a China tem o 2º PIB do mundo e se posiciona como a líder do ranking de exportações
globais, com participação de 12,7%, à frente dos Estados Unidos.
Japão é a 3ª maior economia e o 4º maior exportador. Alemanha, 4ª economia e 3ª exportadora. França,
6º PIB e 6ª exportadora. Todos esses países possuem um relativo equilíbrio entre a dimensão de suas
economias e a posição no ranking comercial.
O Brasil terminou o ano de 2014 como a sétima economia mundial, mas aparece apenas na 25ª colocação
do ranking de exportações, participando com modestos 1,2% das exportações globais.
Por quê nossas exportações não refletem o tamanho da economia brasileira?
A explicação é o chamado Custo Brasil, formado pela elevada carga tributária reinante em nosso país, a
precária plataforma logística de exportação, a taxa de juros alta, a desindustrialização. Tudo isso acaba
gerando a falta de competitividade geral de nossa economia e de nossos produtos, que tem baixo valor.
Somado a isso ainda temos que as empresas estrangeiras instaladas no Brasil priorizam o mercado interno,
não tem uma cultura exportadora como fazem as multinacionais que se instalam nos Tigres Asiáticos ou na
China. Além disso, o Brasil tem privilegiado parcerias Sul-Sul em vez de participar da OCDE.
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Exercícios
1. (EsFCEx 2011) Analise as afirmativas abaixo, sobre as características do MERCOSUL, colocando entre
parênteses a letra “V”, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra “F” quando a afirmativa for falsa. A
seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) São Parceiros do Brasil no Mercosul: Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Venezuela.
( ) O Brasil apresenta vantagens em relação aos outros parceiros, uma vez que sua economia possui
grande capacidade instalada para atender o Mercosul.
( ) O Mercosul tem como objetivo integrar política, social e economicamente os países membros, por
meio de medidas sócioeducativas, incentivando todos os tipos de trocas possíveis.
( ) O Mercosul tem como objetivo buscar estabelecer uma tarifa externa comum que é, na realidade, um
conjunto de tarifas que incidem sobre as importações realizadas pelos países-membros do bloco.
A. F – V – V – F B. V – V – F – V C. F – V – F – V D. F – V – V – V E. V – F – F – V
2. (EsAEx 2009) Assinale a alternativa que representa uma das situações adversas que afetaram o
funcionamento do Mercosul.
A. Os alinhamentos políticos de cada país com a União Europeia.
B. A crise econômica e política que abalou a Argentina no início desta década.
C. Os acordos bilaterais da Argentina com os Estados Unidos.
D. A crise do gás entre o Brasil e a Bolívia.
E. As aproximações entre a Venezuela e o Uruguai.
3. (EsAEx 2007) Analise as afirmativas abaixo sobre o Brasil e o Mercosul e, a seguir, assinale a alternativa
correta.
I. O bloco econômico vigora desde 1991, inicialmente como área de livre comércio, com a assinatura do
Tratado de Assunção pelos quatro primeiros países signatários: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
II. Apesar da importância no âmbito regional, o Mercosul, se comparado economicamente aos grandes
blocos mundiais, é bastante pequeno.
III. Dentre os óbices à maior integração econômica do Mercosul está a grande diferença sócio-econômica
entre os países-membros e a extrema fragilidade de algumas economias.
A. Somente I e II estão corretas.
B. Somente I está correta.
C. Somente II está correta.
D. Somente I e III estão corretas.
E. Todas as afirmativas estão corretas.
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5. (EsPCEx 2016) No que diz respeito ao Brasil e seu relacionamento com as instituições internacionais, é
correto afirmar que
A. na década de 1970, foi elaborado o projeto “Brasil Potência”, que visava à supremacia estratégica do
Brasil na América do Sul, por meio da criação de blocos econômicos, como o Mercosul.
B. em 2008, constituiu-se, internacionalmente, o Grupo dos 20 Financeiro (G-20 Financeiro), por iniciativa
brasileira, a fim de articular posições conjuntas dos países em desenvolvimento nos assuntos de
redução de subsídios e de abertura dos mercados agrícolas dos países desenvolvidos.
C. a partir de um entendimento entre Brasil e Argentina, o Mercosul adotou uma “cláusula democrática”,
porém esses países não aceitaram o regime de inspeções adotadas pela Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA).
D. o Brasil vem procurando reforçar sua presença nas instituições internacionais, participando do G-20
Comercial e do G-20 Financeiro, mesma postura que a China, a Índia e a Argentina vêm adotando.
E. o Tratado da Unasul, assinado em 2008, estabeleceu um banco de desenvolvimento (o Banco do Sul) e
criou um conselho de defesa, o Conselho de Defesa Sul-Americano, o qual passou a funcionar nos
mesmos moldes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), isto é, como uma aliança
militar.
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6. (EsPCEx 2015) “Desde 2007, o saldo comercial brasileiro vem apresentando tendência de queda, puxada
pelo mau comportamento do setor industrial, e em consequência da perda da competitividade da economia
brasileira” (Fonte: oglobo.globo.com/opniao/comercioexterior – Consulta em 26/03/2015).
A perda sistêmica de competitividade da indústria nacional e a consequente queda de sua participação na
formação da riqueza nacional estão associadas, dentre outros:
I. aos elevados custos de deslocamento dos produtos de exportação, em virtude do predomínio das
rodovias e da precária integração entre os modais de transporte.
II. à grande dispersão espacial da indústria brasileira em regiões historicamente periféricas.
III. à baixa taxa de inovação da indústria brasileira, aliada ao fato de essa inovação estar mais relacionada
à aquisição de máquinas e equipamentos do que ao desenvolvimento de novos produtos.
IV. aos inúmeros acordos bilaterais assinados pelo País, restringindo o número de seus parceiros
comerciais no mercado externo.
V. à fraca mecanização das operações portuárias de embarque e desembarque e à intricada burocracia
nos portos, provocando atrasos e congestionamentos nas exportações.
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8. (EsPCEx 2011) “ ... Os países emergentes hoje produzem 44% das manufaturas do planeta, ante 66% nos
países ricos. Mas o Brasil vem perdendo espaço. O País representava 10% de toda a produção industrial das
economias em desenvolvimento há 15 anos, em 1995. Dez anos depois, caiu para 7,2%.” (Jornal o Estado de
São Paulo, 20/04/2010) Dentre as razões que têm limitado um maior crescimento da participação dos
produtos industrializados brasileiros no comércio mundial, podemos destacar:
I. O elevado custo de deslocamento dos produtos para exportação, por conta de carências nas áreas de
infraestrutura e logística.
II. Com exceção de alguns produtos industriais, o componente tecnológico das exportações brasileiras é
muito baixo, acarretando contínua queda no valor médio da tonelada exportada.
III. A cotação da moeda brasileira, fortemente desvalorizada em relação ao dólar, torna nossos produtos
pouco competitivos no comércio mundial.
IV. O fato de o Brasil concentrar seu intercâmbio externo majoritariamente com os EUA, seu maior
parceiro comercial na atualidade, limita, em muito, a participação de seus produtos em outros
mercados.
9. (EsPCEx 2011) Com relação ao Mercado Comum do Sul (Mercosul), podemos afirmar que:
I. a aproximação geopolítica entre Brasil e Argentina, que representou uma ruptura com a tradição de
rivalidade das relações entre esses dois países, foi fator determinante para o seu surgimento.
II. o Tratado de Assunção, em 1991, o constituiu formal e juridicamente e contou, além do Brasil e da
Argentina, com a participação do Paraguai e do Chile como países-membros do novo Bloco.
III. a Zona de Livre Comércio estabelecida entre os países-membros implica na adoção de uma Tarifa
Externa Comum (TEC) pelos seus integrantes.
IV. não há soberania compartilhada, de modo que cada Estado conserva a prerrogativa de impedir a
adoção de decisões com as quais não concorda.
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GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C B E E D C A A C A
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Os custos relativos dos diferentes modos de transporte dependem da extensão dos trajetos. As
vantagens teóricas de custo do transporte, por exemplo, desaparecem quando se passa de grandes para
médias distâncias. Em áreas de acentuada declividade, o transporte ferroviário é mais custoso, porque
geralmente exige a realização de grandes obras de engenharia. As vantagens do custo das ferrovias em
relação às rodovias aparecem nos trajetos de extensão superior a 500 quilômetros. Nesse caso, os altos custos
de implantação da rede férrea e das estações, além do tempo consumido com cargas e descargas, são
compensados pela economia geral do modo de transporte. Em pequenas distâncias, as vantagens estão todas
no transporte rodoviário, que desloca mercadorias desde os pontos de distribuição até os de consumo. Nos
mercados locais e em áreas de relevo acidentado, não há concorrentes para uma densa rede rodoviária.
Intermodalidade de Transportes
A densidade de transportes de uma região é um importante fator de produção, tornando o espaço
geográfico:
Rugoso: transportes ineficientes, estradas sem pavimentação, inexistência de ferrovias, hidrovias sem
eclusa, dificultando investimentos e sem capacidade de atrair capitais estrangeiros.
Fluído: facilidade de deslocamento de cargas, sistema integrado, intermodal, eficiente, que repassa
poucos custos de frete aos produtos, tornando-os mais acessíveis no mercado externo e aumentando
sua competitividade para exportações e diminuindo os preços dos produtos que abastecem o mercado
interno.
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As redes de transportes implantadas no Brasil nas últimas décadas do século XIX e no início do XX
refletiam as necessidades do modelo agroexportador. O transporte ferroviário era predominante durante esse
período. O traçado das linhas ferroviárias regionais interligava as áreas produtoras de mercadorias primárias
aos portos exportadores. Assim, a principal malha regional foi implantada na região cafeeira paulista, que se
abria em leque para as terras do interior e se afunilava na direção do Porto de Santos.
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brasileiras, com grande destaque para os produtos agropecuários. Por isso mesmo, alguns dos mais
importantes empreendimentos destinam-se a facilitar o escoamento da produção agropecuária do Centro-
Oeste e da Amazônia meridional. É o caso, por exemplo, da Ferronorte.
O centro e o sul de Mato Grosso do Sul já estão conectados aos portos de Santos e Paranaguá por
ferrovias. A ferrovia Norte-Sul e a hidrovia Araguaia-Tocantins são empreendimentos complementares,
projetados para facilitar o escoamento da produção agropecuária de uma vasta área que se estende pelo
oeste baiano, por Goiás, Tocantins e pelo nordeste de Mato Grosso. A ferrovia Norte-Sul estará conectada às
rodovias e ferrovias do Sudeste. Do outro lado, tanto a ferrovia quanto a hidrovia interligam-se à Estrada de
Ferro Carajás, que transporta minérios e grãos para o Porto de Itaqui, no Maranhão.
Nos transportes de passageiros há enorme predomínio do transporte rodoviário, principalmente nos
deslocamentos entre as cidades e interestadual. Com o processo de privatização das ferrovias na década de
1990, só permaneceram os ramais ferroviários mais viáveis economicamente, que são os de carga. O
transporte ferroviário de passageiros praticamente se limita aos deslocamentos dentro de algumas regiões
metropolitanas, dentro da lógica de mobilidade urbana, o que levou os novos investimentos na rede
ferroviária não se concentrarem apenas no transporte de cargas, mas também para atender à demanda da
circulação de passageiros nas grandes metrópoles, pois entre 1970 e 1994 o número de passageiros cresceu
3,5 vezes, levando ao incremento do uso de trens em escala metropolitana, com aumento de fluxos de trens
suburbanos e construção de metrôs.
Principais Ferrovias:Rumo-ALL malha norte e malha Sul, FNS (Ferrovia Norte-Sul), Ferronorte, Ferroeste,
E.F. Carajás, Transnordestina, Vitória-Minas, FTC (Ferrovia dona Tereza Cristina) – Ferrovia do Carvão.
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Produtos transportados: minérios, cascalhos, areia, carvão, ferro, grãos e outros produtos não
perecíveis.
No Brasil, existem diversas rotas fluviais, ora aproveitando a presença de rios largos e profundos, como os
da bacia Amazônica, ora instalando hidrovias como a do Tietê-Paraná por meio de obras como eclusas. As
hidrovias têm permitido o trânsito de barcaças e o transporte de cargas (mercadorias e grãos). Pela hidrovia
Tietê-Paraná são transportados bens agrícolas e industriais, associados a regiões de grande produção
econômica no centro-sul.
O mais importante transporte fluvial no país é a hidrovia Tietê-Paraná, que conecta as regiões Sul e
Sudeste aos vizinhos Argentina e Paraguai.
Com 2.400 quilômetros de extensão, a hidrovia facilita o escoamento de grãos, além de unir o Brasil, a
Argentina e o Paraguai.
Ela está inserida numa região de 76 milhões de hectares, nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso
do Sul, Goiás e Minas Gerais, onde quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é gerado, e
integra-se às ferrovias, rodovias e dutovias, formando um sistema multimodal de escoamento da produção
agrícola para exportação. A hidrovia está localizada em uma região de alta produtividade agrícola e, integrada
a outros sistemas de transporte, promove intercâmbio comercial com países vizinhos.
Outra hidrovia importante é a Hidrovia Jacuí-Taquari-Lagoa dos Patos, que é uma hidrovia flúvio-lacustre,
funcionando como um corredor de exportação, escoando a produção agropecuária gaúcha até o Porto de Rio
Grande.
Na porção norte do país destacam-se a Hidrovia Araguaia-Tocantins e a Madeira-Amazonas.
Os portos marítimos e fluviais com capacidade para receber embarcações de longo curso conectam o
sistema nacional de transportes ao mercado mundial. Do ponto de vista da movimentação de cargas, os
maiores portos brasileiros são dois grandes terminais exportadores de minérios e produtos siderúrgicos:
Itaqui, no Maranhão e Tubarão, no Espírito Santo. No litoral do Sudeste encontra-se a maior concentração de
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portos de forte movimento, como os de Santos (SP) e do Rio de Janeiro (RJ). Na Região Sul, destacam-se as
exportações agropecuárias de Paranaguá e Rio Grande.
Porto seco é um terminal intermodal terrestre diretamente ligado por estrada, via férrea e/ou aérea,
em zona fora do porto, geralmente no interior, onde se faz o desembaraço aduaneiro, facilitando o
embarque/desembarque dos produtos.
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Gargalos logísticos
A logística é uma ciência, dedicada a fazer o que for preciso para entregar os produtos certos, no local
adequado, no tempo certo, com redução de custos. Os principais custos analisados pela Logística são:
transporte, estoques e armazenagem.
O gargalo da garrafa é o estreitamento da garrafa. O líquido passa apertado pelo gargalo para sair pela
boca da garrafa. O sentido no qual o termo "gargalo" está sendo empregado é de representar os fatores que
configuram um estrangulamento, um impedimento ou limite à expansão ou desenvolvimento de alguma
atividade econômica.
Podem ser entendidos como as deficiências estruturais e legais encontradas no país. Tanto as empresas
que atuam no mercado doméstico quanto as atuantes no exterior sentem os efeitos negativos destes
gargalos, que afetam a competitividade e eficiência tanto da indústria nacional como do setor agromineral
(inviabilizando as exportações em alguns casos) e afetam também as filiais brasileiras de empresas
multinacionais.
Dentre os principais gargalos logísticos no Brasil, destacam-se:
Ausência de política que alinhe as ações do governo e da iniciativa privada.
Desequilíbrio na disponibilidade dos modais de transportes.
Armazéns com estruturas inadequadas.
Burocracia.
Ações tímidas para a utilização de outros modais além do rodoviário para escoamento das
exportações.
Péssima condição das estradas.
Alta idade média da frota brasileira de caminhões que gira em torno de 17 anos.
Pouca utilização da malha ferroviária.
Falta de investimentos em composições ferroviárias, trilhos e tráfego em áreas urbanas.
Baixa capacidade operacional dos portos. Necessidade de manutenção e dragagem.
Pouca utilização do transporte hidroviário, que tem grande potencial de utilização.
Baixo investimento de tecnologia de informações para viabilizar sistemas dinâmicos de
relacionamentos entre fornecedores, prestadores de serviços logísticos e clientes.
Poucos profissionais com competência para fazer a gestão logística das empresas.
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O estado do Mato Grosso é o maior produtor de commodities agropecuárias (soja, milho e carne bovina)
do Brasil. Perceba que o Mato Grosso se localiza muito no interior, bem distante dos portos marítimos.
O maior gargalo logístico do estado é
a BR 163, que liga Cuiabá a Santarém,
que poderia escoar a produção de
grãos até o porto fluvial de Santarém.
O problema é que esta rodovia não
tem pavimentação no trecho paraense
e é pouco utilizada, pois na época das
chuvas se transforma num verdadeiro
atoleiro.
A melhor solução para resolver este
impasse é a construção da Ferrogrão,
ferrovia que entrou no pacote de
infraestrutura anunciado pelo governo
federal em setembro de 2016, que
terá participação chinesa e do setor
privado, para escoar a produção até o
porto fluvial de Miritituba (PA) no rio
Tapajós, através da integração
intermodal ferrovia-hidrovia.
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Exercícios
1. (EsFCEx 2011) O setor de transporte brasileiro tem passado por mudanças significativas. Pode-se afirmar
que a alternativa que reflete esta mudança é:
A. O crescente investimento do Estado visando a recuperação e manutenção da infraestrutura do setor
de transportes.
B. A exclusão da participação do setor privado em atividades de exploração de trechos de rodovias e
ferrovias federais.
C. A privatização do sistema hidroviário, mediante transferências ou concessões à iniciativa privada de
sua estrutura operacional.
D. A participação crescente do setor privado, por meio de concessões estatais, em atividades de
exploração de trechos de rodovias estaduais e federais.
E. A extinção do monopólio estatal nos setores de transportes tecnologicamente mais avançados, a
exemplo dos gasodutos e oleodutos
2. (EsAEx 2007) Complete as lacunas abaixo e assinale a alternativa que dá sentido correto ao parágrafo. O
fato urbano, medidas as variações espaço-temporais, remonta ao início da colonização portuguesa quando as
cidades e vilas _____________ tinham função estratégica na ocupação e uso do território. Ao longo do século
XVIII, a centralidade das cidades ___________ se concretizou determinando nova lógica espacial para a
colônia portuguesa nas Américas. Vivia-se, no conjunto do território, __________ integração entre os centros
urbanos, concretizando-se, no século XX, o estabelecimento de uma rede e hierarquia urbanas nacionais com
expansão das ___________.
A. interiores — amazônicas — grande — rodovias.
B. amazônicas — açucareiras — intensa — rodovias.
C. litorâneas — mineiras — pequena — rodovias.
D. sertanejas — litorâneas — grande — ferrovias.
E. atlânticas — agrárias — pequena — ferrovias.
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4. (EsAEx 2006) Sobre as especificidades sociais e produtivas do território brasileiro, é correto afirmar:
A. apesar da significativa diferença espacial no interior do território brasileiro, a necessidade de fluidez
para participar do mercado global faz com que no Brasil haja, igualitariamente, uma continuidade de
infra-estrutura que permite ampla circulação e acessibilidade.
B. há na atualidade uma definitiva ocupação e uso de todo o território brasileiro o que revela autonomia
local nas decisões do que produzir e como fazer circular essa produção.
C. o Nordeste brasileiro não é um conjunto homogêneo onde predomina o flagelo da seca. Há pontos
onde a modernidade produtiva está presente e se conecta à circulação e capital internacional, a
exemplo dos espaços da fruticultura irrigada em Juazeiro / Petrolina e do Vale do Açú e da produção
da soja no oeste baiano.
D. as duas metrópoles nacionais permanecem como centralidades do poder no país. São Paulo como
liderança comercial e industrial, Rio de Janeiro mantendo sobre o território nacional a influência
política e econômica do início do século XX.
E. o semi-árido nordestino, apesar do mito da pobreza, é um espaço tão mecanizado quanto o Centro-Sul
do país, a diferença está no controle da propriedade rural por latifundiários e o destino da produção
local para o mercado internacional.
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6. (EsPCEx 2012) Nos últimos anos, o Brasil tem realizado um enorme esforço no sentido de ampliar sua
participação no comércio internacional, buscando superar os elevados custos de deslocamento que dificultam
a chegada dos seus produtos aos mercados externos. Dentre as principais propostas de ação da atual política
de transporte no País, pode-se destacar
A. a completa substituição do sistema rodoviário, que é mais dispendioso, pelos sistemas hidroviário e
ferroviário.
B. a construção de estações intermodais a fim de permitir a integração dos diferentes meios de
transporte do País.
C. a construção de novas infraestruturas de circulação urbana (pistas expressas, viadutos) com o
propósito de reduzir congestionamentos e valorizar a paisagem urbana das grandes cidades.
D. a eliminação do transporte de cabotagem com vistas a reduzir os custos portuários e a intrincada
burocracia administrativa.
E. a redução da participação dos investimentos e do controle do setor privado sobre o transporte
rodoviário e sobre o setor portuário a fim de eliminar, por exemplo, os custos com pedágio.
7. (UERJ 2016)
Nos últimos meses, iniciativas em hidrovias, ferrovias e rodovias registraram algum avanço para a abertura da
chamada saída Norte, ou Arco Norte, que poderá, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA),
reduzir em mais de 30% o custo do frete da produção do Mato Grosso enviada ao exterior, o que possibilitaria
um adicional de renda de 10% para o produtor de soja e 20% para o de milho. Da porteira da fazenda até o
porto, o custo de transporte da produção brasileira é mais de quatro vezes superior ao dos Estados Unidos.
(Adaptado de O Globo, 14/03/2016).
Com a implantação dos projetos logísticos mencionados, a competitividade dos fazendeiros brasileiros será
mais intensificada pelo seguinte fator:
A. eliminação de impostos aduaneiros
B. localização dos mercados consumidores
C. qualidade dos artigos comercializados
D. rapidez do deslocamento das mercadorias
E. qualificação da mão de obra assalariada
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8. Sobre as vias de circulação e suas interferências, no espaço econômico, pode-se afirmar que
I. os elevados custos de deslocamento por via aérea fazem com que o volume e o valor monetário das
mercadorias transportadas sejam desprezíveis em relação ao transportado pelos demais modais de
transporte.
II. a fim de aumentar a velocidade e reduzir os custos de deslocamento, observa-se que os sistemas de
transporte modernos caracterizam-se pela complementariedade entre os diferentes modais de
transporte.
III. a opção do governo brasileiro pelo transporte rodoviário justifica-se pelo fato de as ferrovias e
hidrovias serem lentas e inadequadas para o transporte de cargas a longas distâncias.
IV. o porto de Santos é o maior do Brasil por movimentação financeira e ele não é especializado,
exportando e importando produtos diversificados (agro-minerais, manufaturados).
10. “A soma do tempo gasto por todos os navios de carga na espera para atracar no porto de Santos é igual a
11 anos — isso, contando somente o intervalo de janeiro a outubro de 2011. O problema não foi registrado
somente neste ano. Desde 2006 a perda de tempo supera uma década.”
CASTILHO, Araripe. Gargalos elevam espera de navio em Santos. Folha de S.Paulo. 25 dez. 2011 (adaptado).
A situação descrita gera consequências em cadeia, tanto para a produção quanto para o transporte. No que se
refere à territorialização da produção no Brasil contemporâneo, uma dessas consequências é a
A. realocação das exportações para o modal aéreo em função da rapidez.
B. dispersão dos serviços financeiros em função da busca de novos pontos de importação.
C. redução da exportação de gêneros agrícolas em função da dificuldade para o escoamento.
D. priorização do comércio com países vizinhos em função da existência de fronteiras terrestres.
E. estagnação da indústria de alta tecnologia em função da concentração de investimentos na
infraestrutura de circulação.
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12. O transporte de mercadorias é um elemento fundamental na construção do espaço geográfico dos países.
Historicamente, na maior parte dos países industrializados, o processo de modernização privilegiou as
ferrovias e o transporte hidroviário. No Brasil, ao contrário, privilegiou-se o transporte rodoviário, o que se
reflete no preço de matérias-primas e mercadorias. Entre as afirmativas abaixo, assinale aquela que NÃO
representa as transformações na rede de transportes no Brasil.
A. As ferrovias representaram o transporte típico da economia cafeeira agroexportadora, o que aparece
no traçado do interior em direção ao litoral.
B. O processo de industrialização renovou a rede de transporte ferroviário com a ampliação da malha
ferroviária e a introdução de trens modernos.
C. O sistema hidroviário brasileiro, apesar de subutilizado, tem recebido investimentos governamentais
para possibilitar o escoamento da produção agrícola.
D. O Estado, durante o processo de industrialização, encampou as ferrovias que tinham se tornado
deficitárias, e, nos anos 90 do século XX, privatizou a malha ferroviária.
E. A opção pelo modelo rodoviário se deu logo depois da criação da Petrobrás e coincidiu com o
desenvolvimento da indústria automobilística.
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G1– Globo.com, 13/09/2016 Governo Temer anuncia concessão ou venda de 34 projetos de infraestrutura
Presidente diz que objetivo é crescimento econômico e geração de emprego. Estão incluídos aeroportos,
energia, rodovia, ferrovias, portos e mineração.
O pacote de investimentos em infraestrutura visto no infográfico e na manchete é denominado de Programa
de Parcerias de Investimentos (PPI), também chamado de Programa Crescer. Uma das ferrovias que será
concedida à iniciativa privada e que será construída nos próximos anos é a Ferrogrão. Assinale a alternativa
que explica qual gargalo logístico será resolvido com a entrada em funcionamento desta ferrovia.
A. Escoamento mais barato da soja do Mato Grosso aos portos do Pará, trajeto este atualmente inviável
pois a BR 163 (Rodovia Cuiabá-Santarém) não tem pavimentação no trecho paraense, se tornando um
verdadeiro atoleiro.
B. Substituição da BR 230 (Rodovia Transamazônica), interditada atualmente devido à construção da
Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
C. Aliviar o intenso tráfego da Ferrovia Madeira-Mamoré, de construção antiga e bitola estreita, podendo
ser modernizada e duplicada.
D. Alternativa viável à navegação da Hidrovia do Tocantins, que não pode ser completada até o porto de
Barcarena (PA), devido à falta de eclusa.
E. Aumento da competitividade da soja brasileira, substituindo o trajeto rodoviário realizado pela BR 319,
que liga a área produtiva ao porto de Paranaguá.
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14. (DDR 2015) Veja essas duas manchetes de jornais e perceba que o combustível subiu 9,1 % e os alimentos
9%.
11/06/2015 08h59 - Atualizado em 11/06/2015 09h15
Gasolina deve subir 9,1% em 2015 e energia 41%, estima Banco Central
Extraído de: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/06/gasolina-deve-subir-91-em-2015-e-energia-41-estima-banco-central.html
BOM DIA BRASIL, Edição do dia 10/03/2015
Alimentos têm aumento de quase 9% nos últimos 12 meses
Extraído de: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/03/alimentos-tem-aumento-de-quase-9-nos-ultimos-12-meses.html
Qual a relação entre o aumento de preço dos combustíveis e o aumento de preço dos alimentos?
A. A expansão da agropecuária moderna gerou o aumento do consumo de óleo diesel para
abastecimento dos tratores agrícolas, desencadeando um aumento dos custos gerais de produção de
alimentos.
B. Ambos os preços sofreram ajustes devido ao processo inflacionário, tendo aumentos praticamente na
mesma proporção.
C. Ambas as commodities dependem dos mesmos fatores de transporte para abastecer o mercado
interno, haja vista que a sua distribuição é feita através de complementação duto-hidro-ferroviária.
D. No Brasil predomina o modal rodoviário para transporte de carga, aí incluídos os alimentos. O
transporte rodoviário é mais caro e gera impactos nos preços em geral, pois o custo de transporte é
repassado para os preços dos alimentos.
E. Não existe relação, pois os combustíveis sofrem as oscilações de preços da cotação do barril de
petróleo, enquanto os alimentos dependem do mecanismo de oferta e procura do mercado interno.
15. O transporte _________________ tem como uma de suas principais características a grande flexibilidade.
Esse meio permite o fácil acesso aos diversos lugares através do transporte de mercadorias desde os pontos
de distribuição até os de consumo. Geralmente, nos países de pequena extensão territorial, esse modal de
transporte predomina. Assinale a única opção que contém o meio de transporte que completa corretamente
a lacuna do texto acima.
A. Ferroviário
B. Fluvial
C. Marítimo
D. Aéreo
E. Rodoviário
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17. Dos 42.000 km de rios navegáveis no Brasil, apenas 8.500 km são efetivamente utilizados. (Anuário Exame
– 2004/05 – infra-estrutura, p. 230) Sobre os dados apresentados pode-se afirmar que
A. além de muitos dos rios navegáveis estarem situados em áreas economicamente pobres, o transporte
hidroviário é pouco priorizado no país.
B. os maiores rios navegáveis brasileiros estão situados no Sul e Sudeste, fato que deve representar uma
melhor utilização das hidrovias em futuro próximo.
C. as hidrovias atualmente utilizadas já transportam cerca de 40% da carga comercial, devendo superar
as rodovias, com a implantação da hidrovia do rio Paraguai.
D. atualmente, a malha hidroviária utilizada no país já pode ser considerada como uma das maiores do
mundo ocidental.
E. desde o início da década de 1990, os 8.500 km de rios utilizados são os principais responsáveis pelo
transporte de produtos industriais do país
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Estão corretas:
A. I e II B. I e III C. II e III D. I, II e III E. Apenas II
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D C B C B B B C B C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
D B A D E B A D C D
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Porém, os critérios que definem a população urbana não são universais. Nos países que pertencem à
OCDE, por exemplo, a densidade demográfica superior a 150 hab./km 2 é adotada como um dos parâmetros
para que uma localidade seja considerada urbana. Além de critérios de densidade, a maior parte dos países
desenvolvidos adota critérios funcionais para separar o urbano do rural. Assim, uma cidade só será definida
como tal se apresentar determinadas infraestruturas e equipamentos coletivos — como escolas, postos de
saúde, estabelecimentos comerciais e agências bancárias — e funcionar como um polo de distribuição de
bens e serviços.
O Brasil não adota critérios funcionais: de acordo com a legislação vigente, população urbana é aquela
residente nas sedes de município ou de distrito e nas demais áreas definidas como urbanas pelas legislações
municipais, por exemplo, áreas urbanas isoladas separadas das cidades por área rural ou outro limite. Por
isso, alguns estudiosos acreditam que o Brasil apresenta um nível de urbanização menor do que revelam as
estatísticas do IBGE. As áreas rurais são aquelas fora dos critérios definidos como urbanos.
Conceitos:
Município: é a menor unidade político-administrativa existente, isto é, é o menor território com
governo próprio. É formado pela zona rural e urbana. Pode ser dividido em distritos.
Distrito: é uma subdivisão do território municipal, mas sem autonomia, sem governo próprio. Quem
administra o Distrito é o prefeito municipal. O Distrito pode se emancipar e ser elevado à categoria de
município. Exemplo: em 1997 o Distrito de Armação dos Búzios se emancipou de Cabo Frio, e foi
elevado à condição de município.
Cidade: é a sede do município, sede do poder municipal. Corresponde à área urbana do município. É
formada pela área edificada, residencial, comercial, industrial, onde se localizam os órgãos da
administração pública, bem como o poder municipal: a Prefeitura, a Câmara Municipal e o Fórum.
Vila: é a área urbana do Distrito Municipal. Pode ou não estar conurbada à cidade. No Brasil é
considerada população urbana aquela residente na cidade ou na vila.
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O mapa abaixo mostra o território municipal de Rio Claro – SP, onde se percebe que a cidade ocupa uma
parcela relativamente pequena do espaço municipal. Essa é a realidade da maioria das cidades brasileiras.
Entretanto, essa relação espacial é diferente em algumas metrópoles, que tiveram uma expansão urbana tão
intensa que acabou absorvendo quase todo o espaço rural, urbanizando quase todo o município. É o caso de
Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
No caso do Rio, a área urbanizada só não ocupou o topo dos morros, porque até na encosta tem casas
(favelas).
O processo de urbanização no Brasil foi muito rápido se comparado aos países europeus ou aos Estados
Unidos, que se industrializaram e se urbanizaram desde meados do século XIX. No Brasil a urbanização se
acelerou nos últimos 70 anos. O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural,
associado a dois condicionantes que se interligam: a repulsão da força de trabalho do campo e a atração
dessa força de trabalho para as cidades. A concentração fundiária, a mecanização agrícola, a industrialização e
o fascínio urbano são os fatores da urbanização brasileira.
Entre as conseqüências da urbanização brasileira podemos citar: inchaço urbano, favelização
(aglomerados subnormais), periferização, periurbanização, segregação sócioespacial, desemprego, violência
urbana.
Segundo o IBGE, os aglomerados subnormais são o conjunto constituído por 51 ou mais unidades
habitacionais caracterizadas por ausência de título de propriedade e pelo menos uma das características
abaixo: irregularidade das vias de circulação e do tamanho e forma dos lotes e/ou carência de serviços
públicos essenciais (como coleta de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública).
São áreas conhecidas ao longo do país por diversos nomes, como favela, comunidade, grotão, vila, palafitas,
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mocambo. Sua existência está relacionada à forte especulação imobiliária e fundiária e ao decorrente
espraiamento territorial do tecido urbano, à carência de infraestruturas as mais diversas, incluindo de
transporte e, por fim, à periferização da população. Surgem, nesse contexto, como uma resposta de uma
parcela da população à necessidade de moradia, e que irá habitar espaços menos valorizados pelo setor
imobiliário e fundiário dispersos pelo tecido urbano.
A formação dos aglomerados subnormais revela o déficit habitacional existente nas metrópoles
brasileiras. Perceba que a população da cidade do Rio de Janeiro vem apresentando ao longo das últimas
décadas um aumento de população residente em favelas, tanto em termos percentuais como em termos
absolutos. O êxodo rural e as migrações internas desembocaram enorme fluxo de pessoas para essa cidade,
em curto espaço de tempo (poucas décadas). A cidade não conseguiu criar novos espaços de moradia em
quantidade suficiente, seja por falta de planejamento, seja por falta de vontade política. Também se deve
levar em consideração a natureza monopolista do mercado do solo urbano, haja vista que este é uma
mercadoria sui generis, é irreproduzível e seu acesso é monopolizável por meio da instituição jurídica da
propriedade privada e se torna alvo de intensas disputas entre os agentes produtores do espaço, fomentando
a especulação imobiliária.
No processo de crescimento urbano desordenado, os aglomerados subnormais revelam também a
segregação espacial da população, isto é, manifestam concretamente a segregação social no espaço urbano.
O espaço urbano é ocupado por diferentes segmentos sociais de acordo com o poder aquisitivo, gerando
bairros elegantes, com maior infraestrutura e bem localizados, mais caros e destinados a classes sociais de
maior poder de consumo e bairros periféricos, distantes, com infraestrutura deficiente, onde vivem os
segmentos de menor poder aquisitivo. Ex: condomínios fehados x aglomerados subnormais (favelas).
A maior valorização do solo urbano nas áreas centrais leva à procura de habitações mais baratas
localizadas em áreas distantes, empurrando para a periferia a população de baixa renda. À medida que a
população de baixa renda vai se estabelecendo nas periferias, aumenta sua dependência dos transportes
públicos, que nem sempre apresentam eficiência e qualidade, devido aos acidentes e lotação. O
distanciamento cada vez maior entre o local de moradia (bairros dormitórios) e o local de trabalho (centros
comerciais e financeiros) aumenta muito os gastos com transporte e o tempo de percurso, comprometendo a
mobilidade urbana.
A gentrificação (enobrecimento) dos bairros também empurra para a periferia aqueles que não tem poder
aquisitivo suficiente para arcar com os gastos da valorização pelo qual passou o bairro.
Urbanização regional
A urbanização brasileira por regiões segue o quadro geral de desigualdades socioeconômicas vigentes
no país. Veja o gráfico abaixo.
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No Sudeste, a população urbana ultrapassou a rural na década de 1950, sendo que a fase de
urbanização acelerada encerrou-se há duas décadas. A população urbana predomina sobre a rural, o que
revela um elevado desenvolvimento econômico e a subordinação da economia agropecuária à indústria, além
de refletir o peso que a economia urbana tem na produção da riqueza.
A Região Sul teve uma urbanização lenta e limitada até 1970. A estrutura agrária, baseada na
propriedade familiar, restringia o êxodo rural. Nas últimas décadas, porém, a mecanização acelerada da
agricultura e a concentração da propriedade fundiária impulsionaram o êxodo rural.
No Nordeste, a trajetória da urbanização permaneceu relativamente lenta. A estrutura agrária
assentada sobre minifúndios familiares, na faixa do Agreste, contribuiu para evitar forte êxodo rural. Além
disso, o insuficiente desenvolvimento do mercado regional reduziu a atração exercida pelas cidades. Ainda
assim, durante décadas houve intensa migração do Nordeste para o Sudeste. Hoje, no entanto, no Nordeste,
não há perdas populacionais significativas.
A urbanização do Centro-Oeste foi impulsionada pela fundação de Brasília, em 1960, e pelas rodovias
de integração nacional que interligaram a nova capital com o Sudeste, de um lado, e a Amazônia, de outro. A
ocupação do interior do Brasil por grandes propriedades voltadas para a pecuária e por culturas mecanizadas
de soja e cereais acentuou a tendência à urbanização. Desde o final da década de 1960, o Centro-Oeste
tornou-se a segunda região mais urbanizada do país.
A Região Norte, por sua vez, conheceu um processo vigoroso de urbanização nas últimas décadas,
impulsionado pela proliferação de cidades ao longo das rodovias.
Metropolização
Conurbação é a integração física de duas ou mais cidades que cresceram horizontalmente até os seus
limites municipais, podendo ser também uma integração funcional (intensos fluxos materiais). Exemplo: a
integração física entre Niterói e São Gonçalo, sendo difícil perceber onde acaba uma cidade e começa a outra.
Metrópole é a cidade núcleo da região metropolitana, a maior e mais influente das cidades que
polariza todo o entorno.
O fenômeno da conurbação impulsionou a metropolização. A expansão econômica das metrópoles
produziu, ao mesmo tempo, crescimento demográfico do núcleo urbano central e dos núcleos situados no seu
entorno. Em alguns casos, a integração das manchas urbanizadas realizou-se fisicamente, de modo que as
estradas que ligavam núcleos próximos foram incorporadas como avenidas à circulação viária metropolitana.
Em outros, as manchas urbanizadas permanecem separadas por áreas rurais, mas ocorreu
completa integração funcional, que é aquela que ocorre entre dois ou mais núcleos urbanos limítrofes cuja
população compartilha a infraestrutura urbana e a rede de distribuição de bens e serviços. Por causa da
integração funcional, ocorrem ainda fluxos pendulares diários de trabalhadores entre diferentes núcleos
urbanos. Desse modo, há intenso movimento de pessoas e mercadorias nas áreas urbanas integradas
funcionalmente.
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O processo de urbanização brasileiro foi essencialmente concentrador. Em 1950, o Brasil tinha três
cidades de grande porte: apenas Rio de Janeiro, São Paulo e Recife abrigavam mais de 500 mil habitantes. Em
2010, nada menos que 38 aglomerações urbanas já tinham ultrapassado a marca de meio milhão de
habitantes. Cerca de 55 milhões de pessoas habitavam essas grandes cidades. Em 1950, existiam 35 cidades
de porte médio, no intervalo de 100 mil a 500 mil habitantes; em 2010, já eram 245 cidades.
No Brasil, a estruturação colonial do espaço geográfico gerou os embriões de algumas metrópoles,
como Rio de Janeiro, Salvador e Recife. No entanto, o caráter concentrador da urbanização foi,
essencialmente, um reflexo das condições em que ocorreu a modernização da economia do país. Desde a
década de 1930 e, ainda mais, no pós-guerra, a industrialização baseou-se em investimentos volumosos de
capital, realizados pelo Estado, pelas transnacionais ou por conglomerados privados nacionais.
Um número reduzido de cidades, que apresentavam vantagens prévias, tornou-se alvo dos
investimentos. Essas aglomerações evoluíram como polos de atração demográfica e grandes mercados
consumidores. A concentração econômica determinou a aglomeração espacial: o resultado foi
a metropolização, ou seja, a formação de metrópoles.
Recentemente, contudo, o crescimento vegetativo das grandes cidades diminuiu, o ritmo das
migrações inter-regionais reduziu-se sensivelmente, o padrão do êxodo rural modificou-se e o poder de
atração das cidades médias tornou-se maior que o das metrópoles. Associado ao processo de
desconcentração espacial da indústria, em que as grandes empresas e fábricas, antes concentradas nos
grandes centros urbanos, passam a se deslocar para cidades menores em busca de isenções fiscais, temos
então, em curso no Brasil atualmente, um processo de desmetropolização, que é um grau de crescimento
maior das cidades menores, sobretudo as cidades médias, em relação ao crescimento verificado nas regiões
metropolitanas.
Mas isso não significa que as grandes cidades estejam diminuindo o seu tamanho populacional, mas
apenas recebendo menos migrantes e crescendo demograficamente em uma velocidade muito menor. Além
disso, no lugar das grandes fábricas, as principais metrópoles passam a se especializar em serviços do setor
terciário e em abrigar centros administrativos e tecnológicos.
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Região integrada de desenvolvimento (ou RIDE) são as regiões metropolitanas brasileiras que se situam
em mais de uma unidade federativa. Elas são criadas por legislação federal específica, que delimita os municípios que
a integram e fixa as competências assumidas pelo colegiado dos mesmos. São regiões metropolitanas em que
há conurbação entre cidades de dois ou mais estados.
A primeira RIDE estabelecida foi a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno .
Em 2002, foram instituídas duas novas RIDEs, a Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo
Petrolina e Juazeiro e a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina.
Colar metropolitano é o conjunto dos municípios adjacentes aos municípios da região metropolitana,
mas que não fazem parte desta, embora possam vir a fazer no futuro, uma vez que a região metropolitana só
pode ser formada por municípios adjacentes (conexos). Exemplo: a região metropolitana de Belo Horizonte é
formada por 34 municípios e o Colar Metropolitano tem 16 municípios.
Megalópole Brasileira
Megalópole é a integração funcional de duas ou mais regiões metropolitanas, formando uma
gigantesca aglomeração urbana.
São Paulo e Rio de Janeiro, separadas por apenas cerca de 400 km, configuram o principal eixo
econômico do país. A expansão das regiões metropolitanas dessas cidades e das localizadas sobre o eixo de
circulação que as conecta poderá fazer surgir a primeira megalópole do país. São Paulo e Rio de Janeiro estão
conectados por eixos de circulação rodoviários e ferroviários estabelecidos no Vale do Paraíba. Ao longo desse
eixo, adensa-se o espaço urbanizado que está sob a administração das metrópoles. Na parte paulista do Vale,
destacam-se os centros industriais de São José dos Campos e Taubaté. Na parte fluminense, situa-se o grande
polo siderúrgico de Volta Redonda. Outros centros industriais — como Jacareí (SP), Guaratinguetá (SP),
Resende (RJ) e Barra Mansa (RJ) — dinamizam os fluxos da megalópole em formação.
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A existência de barreiras físicas muito nítidas — a Serra do Mar, a leste, e a Serra da Mantiqueira, a oeste —
contribui para a concentração urbana ao
longo do Vale do Paraíba. A expansão
das cidades do eixo acarreta processos
locais de conurbação, integrando as
manchas urbanas de São José dos
Campos e Jacareí, de Taubaté e
Pindamonhangaba, de Guaratinguetá,
Lorena e Aparecida, de Volta Redonda e
Barra Mansa.
Os problemas de circulação nessa
região decorrem da intensidade dos
fluxos gerados pela concentração urbana
e industrial. Mas esses problemas são
agravados pela presença de polos de
turismo de praia, que geram tráfego pela
Serra do Mar, e de turismo de montanha, que aumentam o tráfego na Serra da Mantiqueira. A duplicação da
Via Dutra é insuficiente para conferir fluidez aos deslocamentos de pessoas e mercadorias ao longo do eixo. A
ampliação dos serviços da ponte aérea entre as metrópoles está limitada pela capacidade dos aeroportos
existentes. O projeto de modernização ferroviária e a implantação de um trem-bala surgem como alternativas
para descongestionar o transporte de pessoas e mercadorias entre as duas metrópoles.
Macrometrópole
Na porção leste do estado de São Paulo, o fenômeno da urbanização extensiva manifesta-se na
configuração de outro sistema de cidades. Trata-se da macrometrópole ou metrópole expandida, que ocupa a
área centralizada pela região metropolitana de São Paulo. É limitada por quatro centros regionais
circundantes e está estruturada sobre os eixos de circulação que ligam a aglomeração urbana de São Paulo a
Campinas, a noroeste, Santos, a sudeste, São José dos Campos, a nordeste, e Sorocaba, a sudoeste.
A urbanização extensiva no espaço macrometropolitano dinamiza processos de valorização imobiliária,
ligados à concorrência entre diferentes usos do solo. Os usos industriais, residenciais e de lazer, que
competem entre si, tendem a expulsar os usos agrícolas tradicionais. Os mananciais que fornecem água são
duramente disputados pelas dezenas de cidades da metrópole expandida e sofrem os efeitos das descargas
industriais.
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São diversas as características urbanas, que juntas, definem a posição de uma cidade em uma escala
hierárquica dentro da rede urbana de seu estado ou país:
Sítio suporte natural ou quadro topográfico no qual a cidade se enraizou.
Situação posição da cidade em relação às vias de transporte e comunicação que a conectam com o
entorno.
Função atividade principal da cidade. Ex: industrial, portuária, comercial, turística, administrativa,
etc.
Polarização diversidade e especialização dos bens e serviços que a cidade oferece.
A rede urbana fluminense é marcada pela forte primazia da capital e de sua região metropolitana: sete das
maiores cidades situam-se na região metropolitana.
A população da capital é bem maior do que a soma das outras nove principais cidades do Estado e
corresponde a cerca de 40% do total estadual. O peso demográfico da região metropolitana é de 70% da
população estadual. Isso caracteriza a macrocefalia urbana, ou seja, a situação na qual uma cidade da rede
urbana exerce uma polarização excessiva em relação às demais (pelo menos 40% do total).
A Hierarquia de cidades da rede urbana brasileira foi definida pelo IBGE, em 2007, através do estudo
Regiões de Influência das cidades, no qual verificou-se que 12 cidades, consideradas metrópoles, comandam a
rede urbana brasileira.
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“Centro de gestão do território é aquela cidade onde se localizam, de um lado, os diversos órgãos do Estado
e, de outro, as sedes de empresas cujas decisões afetam direta ou indiretamente um dado espaço que passa
a ficar sob o controle da cidade através das empresas nela sediadas”
Intensidade das ligações entre as cidades áreas de influência dos centros urbanos
Brasil tem 12 redes urbanas comandadas por metrópoles
São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Goiânia, Belo Horizonte,
Curitiba e Porto Alegre.
No topo da hierarquia urbana, 12 metrópoles comandam redes urbanas. As redes são diferenciadas em
termos de tamanho, organização e complexidade e apresentam interpenetrações, pela ocorrência de
vinculação a mais de um centro, resultando em dupla ou tripla inserção na rede.
1. Metrópoles – Os 12 principais centros urbanos do País, com grande porte, fortes relacionamentos entre si
e, em geral, extensa área de influência direta. Têm três subníveis:
Grande metrópole nacional – São Paulo, o maior conjunto urbano do País, com 19,5 milhões de
habitantes, em 2007, e no primeiro nível da gestão territorial;
Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília, com população de 11,8 milhões e 3,2 milhões em 2007,
respectivamente, também estão no primeiro nível da gestão territorial. Juntamente com São Paulo,
constituem foco para centros localizados em todo o País;
Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto
Alegre, com população variando de 1,3 (Belém) a 5,1 milhões (Belo Horizonte), constituem o segundo
nível da gestão territorial. Note-se que Manaus e Goiânia, embora estejam no terceiro nível da gestão
territorial, têm porte e projeção nacional que lhes garantem a inclusão neste conjunto.
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Explique por quê a rede urbana fluminense possui poucas cidades médias.
separação política entre a cidade do Rio de Janeiro e o restante do estado quando era capital federal,
concentrando muito mais recursos na cidade do que no interior do estado.
debilidade da agropecuária fluminense, reduzindo as possibilidades de emprego e de renda que
dinamizariam a rede urbana do interior.
infraestrutura aquém do necessário para estimular com mais intensidade a descentralização de
atividades metropolitanas para o interior, como ocorreu com a desconcentração industrial da cidade
de São Paulo e ABCD para o interior paulista, estimulando a formação de cidades médias com funções
urbanas complexas.
Na sociedade em rede, algumas cidades funcionam como polos que estruturam a economia e a sociedade
global. Elas coordenam e centralizam atividades terciárias (bancos, publicidade, consultorias etc.) e são
promotoras da integração das economias nacionais com os mercados mundiais. Conhecidas como cidades
globais, constituem espaços relacionais de administração e planejamento da economia capitalista na
globalização.
Observe, a seguir, algumas características dessas cidades:
São polos financeiros, comerciais e de serviços. Por elas transita a maior parte do dinheiro que
alimenta os mercados financeiros internacionais. Contam com investimentos em tecnologia de ponta.
Sediam grandes empresas transnacionais.
Têm profunda integração com a economia global, irradiam progressos tecnológicos e polarizam os
fluxos das redes mundiais.
Integram-se às redes mundiais por um conjunto de atividades que caracterizam a fase econômica
atual, como serviços especializados e alta tecnologia para a indústria e o comércio: escritórios,
consultorias, publicidade, financiamentos, telecomunicações etc.
Têm uma Bolsa de Valores de influência global.
A megacidade é definida por critérios quantitativos: trata-se de aglomeração urbanas com mais de dez
milhões de habitantes. Já as cidades globais são definidas por critérios qualitativos: trata-se de polos de
prestação de serviços avançados ou pontos de conexão entre países ou regiões e a economia global. Nem
toda megacidade é uma cidade global.
No ano 2000 o IBGE considerava as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro como metrópoles globais.
Porém, na década de 2000 a cidade do Rio de Janeiro passou por retração histórica de sua centralidade
econômica, atingida negativamente pela privatização de empresas estatais que mantinham sede na cidade.
Além disso, com o fechamento de sua Bolsa de Valores, no ano 2000, esta característica financeira passou a
ser definida cada vez mais pela cidade de São Paulo, que aumentou a sua centralidade e projeção
internacional. Deste modo, em 2007, no mais recente estudo que define a hierarquia urbana brasileira, o
IBGE, ao destacar São Paulo no topo da hierarquia urbana, como a Grande Metrópole Nacional, a define como
a única metrópole ou cidade global brasileira. Entretanto, alguns estudiosos entendem que nos últimos anos,
embora tenha perdido centralidade econômica, o Rio de Janeiro se mantém como cidade global pois
aumentou sua projeção internacional na esfera cultural e de eventos: é sede da 4ª maior empresa de
comunicação do mundo, é capital cultural do Brasil e sediou vários eventos: Rio 92 e Rio +20, Jornada Mundial
da Juventude, Jogos Pan Americanos, Copa do Mundo e Olimpíadas.
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IBGE publicou no Diário Oficial da União, em 30 de agosto de 2016, as estimativas de população para os
municípios e para as Unidades da Federação brasileiros.
Cidades mais populosas – IBGE – 2016
1º São Paulo (SP): 12.038.175 10º Porto Alegre (RS): 1.481.019
2º Rio de Janeiro (RJ): 6.498.837 11º Goiânia (GO): 1.448.639
3º Brasília (DF): 2.977.216 12º Belém (PA): 1.446.042
4º Salvador (BA): 2.938.092 13º Guarulhos (SP): 1.337.087
5º Fortaleza (CE) 2.609.716 14º Campinas (SP): 1.173.370
6º Belo Horizonte (MG): 2.513.451 15º São Luís (MA): 1.082.935
7º Manaus (AM): 2.094.391 16º São Gonçalo (RJ): 1.044.058
8º Curitiba (PR): 1.893.997 17º Maceió (AL): 1.021.709
9º Recife (PE) : 1.625.583
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problemas ambientais: a deterioração dos materiais exala odores fortes, contamina as águas superficiais e
subterrâneas pela infiltração do chorume e é foco de transmissão de doenças à população do entorno.
No Brasil, o governo federal, por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, determinou em 2010 o
fim dos lixões até agosto de 2014; porém, como muitos municípios não conseguiram alcançar essa meta, a
data foi prorrogada para o final de 2018. O município que não extinguir os lixões dentro do prazo estará
sujeito à multa ambiental.
A incineração, tratamento dado ao lixo em diversas cidades, reduz entre 60% e 90% o volume dos
resíduos sólidos e os transforma em gases e materiais inertes. No entanto, polui o solo, as águas e o ar com
cinzas e escórias de metal.
Soluções para uma melhor disposição final do lixo:
O aterro sanitário é um processo de redução do volume dos resíduos sólidos. Após a deposição no
solo, o lixo é compactado e coberto diariamente com uma camada de terra, oferecendo menor risco à
saúde pública. Muitos aterros exploram o biogás, produzido pela decomposição da matéria orgânica, e
que possibilita a produção de eletricidade. Todo o chorume é captado para não poluir os corpos de
água.
A usina de compostagem é uma instalação que transforma o lixo orgânico (restos de alimentos, cascas
e bagaços de frutas, verduras, legumes, podas de jardim) em composto (adubo) para uso agrícola.
A usina de reciclagem promove a separação de materiais como metais, vidros, plásticos e papéis para
reutilização, o que traz muitos benefícios, como economia de divisas, de energia e de matéria-prima.
Outro problema ambiental urbano é a impermeabilização do solo, principalmente por causa da cobertura
asfáltica das vias públicas e ao adensamento de construções provocado pela verticalização das edificações. A
água não infiltra no solo, de modo que quando chove, imediatamente se formam enxurradas que
desembocam nas áreas planas ou vales, provocando enchentes.
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Exercícios
1. (EsFCEx 2016) Analise as afirmativas sobre as Metrópoles Brasileiras, colocando entre parênteses a letra V,
quando se tratar
de afirmativa verdadeira, e a letra F, quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta.
( ) Brasília, Salvador, Campinas e Recife são metrópoles nacionais.
( ) São Paulo e Rio de Janeiro são metrópoles globais.
( ) Manaus, Goiânia e Salvador são consideradas como metrópoles regionais.
A. V F V B. V V F C. F V V D. V F F E. F V F
2. (EsFCEx 2016) Marque a alternativa correta com relação a escorregamento (deslizamento) em áreas
urbanas no Brasil.
A. Acontecem com mais freqüência em áreas nobres das cidades onde os terrenos possuem alto valor de
mercado.
B. Tem relação com acúmulo de lixo, esgoto e ocupação desordenada de determinadas áreas.
C. Independe da ação antrópica, podendo ocorrer repetidamente em todas as áreas.
D. Está entre as principais prioridades dos governantes, pois atinge a população de maior renda.
E. As metrópoles, por meio de investimentos técnicos, já superaram situações que envolvem
escorregamentos em sua área urbana.
3. (EsFCEx 2016) Marque a alternativa correta com relação à geração de resíduos e o meio ambiente no Brasil.
A. São gerados pela indústria e possuem baixo teor de impacto ambiental.
B. As atividades industriais e a elevada concentração populacional nas grandes cidades produzem
volumosa quantidade de resíduos sólidos, líquidos e gasoso.
C. A problemática do descarte foi superada com compostagem e reciclagem de mais de 80% dos resíduos
gerados nas grandes cidades.
D. Em função do crescimento das atividades agrícolas mecanizadas o campo superou a cidade na geração
de resíduos.
E. Os resíduos hospitalares infectantes e perfurocortantes são descartados, conjuntamente, com os
domésticos nos lixões e aterros sanitários.
4. (EsFCEx 2015) Sobre a urbanização brasileira, considere as afirmativas abaixo e marque a opção correta.
I. Ao longo da história da ocupação do território brasileiro, houve grande concentração de cidades nas
faixas litorâneas, fenômeno associado ao processo de colonização.
II. As regiões integradas de desenvolvimento também correspondem as regiões metropolitanas, mas com
municípios situados em mais de um estado.
III. A dispersão espacial das atividades econômicas diminui o papel de comando das grandes cidades,
como São Paulo.
IV. As regiões de influencia das cidades brasileiras são delimitadas pelo fluxo de consumidores de que
utilizam o comércio e os serviços no interior da rede urbana.
( A ) Somente I e II estão corretas.
( B ) Somente I, II e IV estão corretas.
( C ) Somente I, II e III estão corretas.
( D ) Somente II e III estão corretas.
( E ) Somente II, III e IV estão corretas.
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5. (EsFCEx 2012) A urbanização brasileira diferencia-se, em vários aspectos, da urbanização dos países
Centrais. Analise as afirmativas abaixo colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa
verdadeira, e a letra F quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a
sequência correta.
( ) No Brasil o setor secundário ultrapassou rapidamente o setor terciário.
( ) Nos países Centrais, o campo se transformou ao mesmo tempo em que a cidade.
( ) Nos países Centrais, as cidades foram espaços de lutas intensas de movimentos sociais.
( ) A modernização do Campo Brasileiro antecedeu à industrialização.
A. VVVF B. FVFV C. VFVF D. FFVV E. FVVF
7. (EsAEx 2010) As metrópoles e grandes cidades brasileiras apresentam um grande déficit de habitação.
Assinale a alternativa que pode ser considerada causa deste déficit.
A. A desarticulação entre os entes federativos.
B. A carência de planejamento urbano integrado.
C. A natureza monopolista do mercado do solo urbano.
D. A falta de espaço físico devido ao grande contingente de pessoas.
E. A ausência de títulos fundiários nas camadas mais pobres da população.
8. (EsAEx 2009) O desenvolvimento capitalista brasileiro criou condições para tornar a cidade de São Paulo
uma metrópole com grande poder de centralização, devido a característica de:
A. ter se conurbado com a cidade do Rio de Janeiro, passando à condição de megalópole.
B. ser a única cidade brasileira integrada a uma rede mundial de cidades.
C. ser uma metrópole econômica e ter a contiguidade moderna.
D. ter uma grande representação parlamentar e ser a Região Metropolitana com o maior número de
municípios.
E. ter uma população acima de 10 milhões de habitantes, em crescimento acelerado, e abrigar mais da
metade dos estabelecimentos agroindustriais do país.
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10. (EsAEx 2007) Analise as afirmativas abaixo acerca do processo de urbanização no Brasil e, a seguir, assinale
a alternativa correta.
I. A partir da década de 50 do século passado, estabelece-se uma tendência à aglomeração da população
em cidades com mais de 20 mil habitantes, conduzindo a um processo de urbanização concentrada e
posterior metropolização.
II. As regiões metropolitanas, criadas em 1972, tem, no Brasil do século XXI, grande importância
administrativa, mas pequena atratividade demográfica, sendo responsáveis por percentuais inferiores
a 20% da população nacional, uma marca da interiorização da nossa urbanização.
III. O processo de desmetropolização, em curso no Brasil, reflete a busca por qualidade de vida nas
pequenas cidades e leva a um decréscimo demográfico nas metrópoles.
A. Somente I está correta.
B. Somente II está correta.
C. Somente I e III estão corretas.
D. Somente I e II estão corretas.
E. Todas as afirmativas estão corretas.
11. (EsAEx 2006) Sobre a organização interna das cidades brasileiras, analise as afirmativas abaixo, colocando
entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F quando se tratar de uma
afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta.
( ) As carências de serviços geram especulação, pela valorização diferencial das diferentes áreas do
território urbano.
( ) Os lugares de residência obedecem uma lógica especulativa, posto que as pessoas abonadas alojam-se
onde haja maior conveniência, segundo os cânones de cada momento, incluindo-se a moda.
( ) As atividades mais dinâmicas se instalam nas áreas mais privilegiadas.
( ) O tamanho das grandes cidades brasileiras tem relação direta com o fenômeno da especulação.
A. V ; F ; V ; V. B. V ; F ; F ; V. C. V ; V ; V ; V. D. V ; V ; F ; F. E. V ; V ; V ; F.
12. (DDR 2014) Veja abaixo os esquemas de hierarquia urbana e assinale a alternativa que cita fatores que
explicam as mudanças verificadas nas relações entre as cidades.
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13. (IBGE 2016) O texto a seguir descreve duas fases do processo de urbanização do território brasileiro após a
década de 1950.
“Desde a revolução urbana brasileira, consecutiva à revolução demográfica dos anos 1950, tivemos, primeiro,
uma urbanização aglomerada, com o aumento do número - e da respectiva população - dos núcleos com mais
de 20 mil habitantes, e em seguida, uma urbanização concentrada, com a multiplicação de cidades de
tamanho intermédio *...+.”
Fonte: SANTOS, M. e SILVEIRA, M. Brasil: Território e Sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record,
2001: 202.
14. (DDR 2012) É a integração física de duas ou mais cidades que cresceram horizontalmente até os seus
limites municipais, podendo ser também uma integração funcional (intensos fluxos materiais). Exemplo:
integração física entre Rio de Janeiro e São João de Meriti. Trata-se da
A. conurbação.
B. gentrificação.
C. verticalização.
D. terciarização.
E. periferização.
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15. A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que aconteceram no Brasil, deram início a uma
série de projetos de revitalização direcionados a determinadas zonas urbanas em cidades como Rio de Janeiro
(RJ), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Manaus (AM). Um dos possíveis efeitos disto diz
respeito ao enobrecimento dessas zonas por meio da especulação imobiliária que ocasionou, em muitos
casos, a valorização de terrenos, casas e apartamentos. Consequentemente, ocorreu uma transformação,
pautada em condições econômicas, no perfil das pessoas que passaram a viver e a consumir serviços em tais
áreas, ou seja, determinados moradores não conseguem arcar com a elevação dos preços de aluguéis e do
comércio varejista, sendo obrigados a se retirar dos bairros que se valorizaram, sendo substituídos por
moradores de maior poder aquisitivo. Qual alternativa apresenta o nome deste processo?
A. Conurbação.
B. Macrocefalia urbana.
C. Gentrificação.
D. Verticalização.
E. Urbanização.
16. (DDR 2016) Observe a imagem de satélite abaixo e em seguida dê o quê se pede.
17. (DDR 2010) O novo estudo da Rede Urbana brasileira realizado pelo IBGE em 2007, denominado “Regiões
de Influência das Cidades” utiliza o critério “função de gestão do território” para definir a Hierarquia Urbana
das cidades brasileiras. Assinale a alternativa que indica quais são as duas únicas cidades que, neste estudo,
estão hierarquizadas na categoria de Metrópole Nacional.
A. São Paulo e Rio de Janeiro.
B. Campinas e Manaus.
C. Belo Horizonte e Porto Alegre.
D. Brasília e Rio de Janeiro.
E. Rio Claro e Piracicaba.
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18. (EsPCEx 2012) Com relação às regiões metropolitanas (RM) no Brasil, leia as afirmativas abaixo:
I. de acordo com o estudo “Regiões de Influência das Cidades 2007”, publicado pelo IBGE, São Paulo é a
única RM a receber a denominação de Grande Metrópole Nacional;
II. a criação de uma região metropolitana é caracterizada pela conurbação de, no mínimo, duas
metrópoles entre si;
III. a região metropolitana é resultante da necessidade da elaboração de soluções integradas para os
serviços públicos que escapam à competência política das prefeituras municipais que a compõem;
IV. a Constituição de 1988 delegou aos municípios o poder de legislar sobre a criação de RM, por isso, na
década de 1990, foram criadas diversas novas RM.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas:
A. I e II B. I, II e IV C. I e III D. II, III e IV E. III e IV
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19. (DDR 2014) Leia o texto abaixo, analise o mapa seguinte e dê o quê se pede.
“A Emplasa - Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano SA, criada em 1975 para cuidar do
planejamento da Grande São Paulo, a única região metropolitana então aqui existente, é um órgão vinculado
à Secretaria de Economia e Planejamento do Governo do Estado. Ela tem como função dar apoio ao
planejamento, programação, organização, coordenação e execução de serviços comuns de interesse
metropolitano ou a eles relativos. Hoje, a Emplasa atua nas cinco Regiões Metropolitanas existentes no
Estado de São Paulo, que concentram 30,5 milhões de habitantes (2010), ou seja, 74% do Estado, 16% do total
do País e ocupam uma área de cerca de 50 mil km², o equivalente a 5 milhões de Praças da República.
Apresentavam, em 2009, um Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de 900 bilhões de reais, o que
corresponde ao PIB da Suíça (18º do mundo), a 82% do PIB estadual e 27% do Brasil. Com o objetivo de
subsidiar a tomada de decisões de órgãos e entidades públicos e privados que atuam nas regiões
metropolitanas, a Emplasa elabora planos, projetos e estudos e realiza o levantamento, tratamento e
atualização de informações estatísticas e cartográficas. Ela fornece, ainda, assessoria técnica aos municípios
metropolitanos na elaboração de cadastros técnicos municipais, planos diretores municipais, plantas de
valores genéricos de terrenos e edificações, planos regionais e sub-regionais, entre outros. Como o fenômeno
metropolitano é mais amplo do que suas efetivas delimitações legais – as regiões metropolitanas são hoje
interdependentes economicamente e formam uma rede metropolitana integrada de fato, com funções
produtivas e complementares.”
A expansão das regiões metropolitanas da região Sudeste e das cidades localizadas sobre o eixo de circulação
que as conecta está conduzindo ao surgimento da primeira megalópole do país, polarizada pelo eixo Rio-São
Paulo. É chamada de megalópole brasileira em formação. No entanto, conforme visto no texto, fruto do
fenômeno de urbanização total, já existe de fato uma megalópole brasileira, denominada de macrometrópole
pela Emplasa, plenamente constituída por uma completa integração funcional formada pelas regiões
metropolitanas de
A. São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro.
B. Campinas, São Paulo, Baixada Santista, Vale do Paraíba/Litoral Norte, Sorocaba.
C. Rio de Janeiro, Vale do Paraíba Fluminense, São Paulo, Campinas.
D. Rio de Janeiro, São Paulo.
E. Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas.
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20. (DDR 2013) Veja a imagem e o gráfico abaixo. Em seguida dê o quê se pede.
As cidades amazônicas apresentam problemas de crescimento urbano descontrolado, tendo mais população
do que suas precárias infraestruturas permitem abrigar. Existe grande falta de moradias, o que leva à
população de baixa renda a morar em favelas (palafitas) construídas sobre igarapés, que recebem todo o
esgoto doméstico. Em Belém, por exemplo, apenas 8% das habitações são servidas por rede de esgoto.
Assinale a alternativa que apresenta fatores que explicam este crescimento urbano desordenado, típico de
muitas metrópoles brasileiras.
A. concentração de renda; conurbação; segregação socioespacial; explosão demográfica.
B. migrações; fracasso dos assentamentos rurais; latifúndio; êxodo rural; modernização agrícola.
C. concentração fundiária; macrocefalia urbana; periurbanização; especulação imobiliária.
D. desmetropolização; desconcentração industrial; desindustrialização; desemprego estrutural.
E. planejamento urbano deficiente; elevação do índice de Gini; polarização; verticalização.
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22. (EsPCEx 2013) Segundo o IBGE, em 2007, o nível de urbanização brasileira já era de 83,5%, índice superior
ao da maior parte dos países europeus. Alguns estudiosos acreditam que o Brasil apresenta, na verdade, nível
de urbanização menor do que revelam as estatísticas do IBGE. De acordo com os estudiosos, essa elevada
urbanização apontada pelas estatísticas deve-se ao fato de a legislação do País considerar como urbanas as
localidades que
A. são sede de município ou de distrito e as demais áreas definidas como urbanas pelas legislações
municipais.
B. possuem população absoluta acima de 5 mil habitantes.
C. possuem mais de 8 (oito) mil eleitores.
D. apresentam densidade demográfica superior a 150 hab/Km2 tal como definem os países da OCDE.
E. possuem determinadas infraestruturas e equipamentos coletivos, como escolas e postos de saúde, e
funcionem como um polo de distribuição de bens e serviços.
23. “O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já
que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos vindos
do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia moderna.”
SANTOS, M. A urbanização brasileira. São Paulo: Edusp, 2005 (adaptado).
O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente
associado a essa ocupação foi o avanço da
A. industrialização voltada para o setor de base.
B. economia da borracha no sul da Amazônia.
C. fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.
D. exploração mineral na Chapada dos Guimarães.
E. extrativismo na região pantaneira.
24. (FGV, 2014) “Ao se avaliarem as características da urbanização brasileira em seu período mais recente, é
importante considerar os efeitos do processo de internacionalização da economia.[...] Uma das tendências
desse processo é reforçar a localização de atividades nas cidades ‘da região mais desenvolvida do país, onde
está localizada a maior parcela da base produtiva, que se moderniza mais rapidamente, e onde estão as
melhores condições locacionais’.”
Maria Luisa Catello Branco. In As metrópoles e a questão social brasileira.
Rio de Janeiro: Revan, 2007. p. 101 (adaptado).
A tendência mostrada no texto
A. dinamiza as redes urbanas em escala nacional.
B. dá origem à formação de inúmeras metrópoles no interior do país.
C. reforça as desigualdades espaciais no Brasil.
D. minimiza a histórica concentração de riqueza em espaços reduzidos.
E. destaca o papel das metrópoles no contexto da globalização.
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25. (EsPCEx 2012) Com relação às regiões metropolitanas (RM) no Brasil, leia as afirmativas abaixo:
I. de acordo com o estudo “Regiões de Influência das Cidades 2007”, publicado pelo IBGE, São Paulo é a
única RM a receber a denominação de Grande Metrópole Nacional.
II. a criação de uma região metropolitana é caracterizada pela conurbação de, no mínimo, duas
metrópoles entre si.
III. a região metropolitana é resultante da necessidade da elaboração de soluções integradas para os
serviços públicos que escapam à competência política das prefeituras municipais que a compõem.
IV. a Constituição de 1988 delegou aos municípios o poder de legislar sobre a criação de RM, por isso, na
década de 1990, foram criadas diversas novas RM.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas:
A. I e II B. I, II e IV C. I e III D. II, III e IV E. III e IV
26. Entre os agentes da produção do espaço urbano, os incorporadores imobiliários são aqueles que:
A. detêm a propriedade da terra;
B. dispõem de recursos financeiros;
C. aprovam os projetos dos loteamentos;
D. realizam as vendas dos lotes;
E. implementam os loteamentos.
27. (IBGE 2013) Havia, em 1980, apenas quatro cidades com mais de meio milhão de habitantes fora das nove
Regiões Metropolitanas. Elas são nove em 1991 e 12 em 1996. Essas aglomerações (Brasília, Manaus e
Goiânia, agora na casa de 1 milhão de habitantes, além de Campinas, São Luís do Maranhão, Natal, Teresina e
Campo Grande) somavam 5,11 milhões de habitantes em 1980 e têm 7,428 milhões em 1991, o que
representa um acréscimo de 44,23%, bem superior ao registrado pelas nove Regiões Metropolitanas, que foi
de 22,33%.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. O Brasil - Território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record,
2001. p.207.
Na concepção dos autores acima, os dados apresentados são indicativos de uma tendência na estrutura
territorial brasileira denominada
A. favelização
B. verticalização
C. regionalização
D. suburbanização
E. desmetropolização
28. (UERJ 2014) Observe a charge abaixo e em seguida assinale a alternativa correta.
A Zona Portuária do Rio de Janeiro vem recebendo muitos investimentos públicos e privados com o objetivo
de promover sua renovação física e funcional. Considerando a charge, a nova dinâmica espacial pode ter a
seguinte consequência sobre o processo de urbanização nessa
região da metrópole carioca:
A. mudança do perfil social
B. degradação do setor comercial
C. aumento da atividade industrial
D. redução da acessibilidade viária
E. geração de empregos informais
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30. (PC-DF 2009) As Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDES) surgem como uma resposta às
possibilidades de transformação social preconizadas pela Constituição de 1988, apontando para um modelo
no qual o Estado deixa de ser o provedor absoluto de bens e serviços públicos e responsável único pela
promoção do desenvolvimento econômico e social e passa a adotar estratégias de descentralização, de forma
que novos atores e arranjos institucionais e territoriais começam a participar do processo de desenho e
implementação de políticas públicas. A respeito da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e
Entorno (RIDE/DF), é correto afirmar que
A. foi a primeira RIDE brasileira, criada em 1988, pela Lei Complementar n.º 94, para reproduzir as
desigualdades regionais causadas pela alta concentração urbana em volta do Distrito Federal e as
pressões de demanda por serviços públicos.
B. fatores como a valorização do solo no Distrito Federal e o acesso aos serviços públicos vêm
provocando um movimento de migração seletiva, que afasta para a periferia grupos populacionais de
menor renda e menor grau de instrução, o que fragiliza cultural e socialmente as regiões periféricas da
RIDE/DF.
C. são de interesse dela os serviços públicos relacionados às áreas de infra-estrutura, transportes e
sistema viário, uso e ocupação do solo etc., sendo específicos de municípios, estados e Distrito Federal
o planejamento dos serviços de educação, cultura e assistência social.
D. uma das regionalizações propostas para a RIDE/DF considera o Distrito Federal como área central e
propõe a existência de três regiões polarizadas (I = alta, II = média, e III = baixa polarização),
demonstrando que, quanto mais próximo do DF, menores são a dependência econômica e a pressão
pelo uso dos serviços públicos e maiores são os contrastes econômicos e sociais.
E. ela, por envolver municípios de mais de uma unidade da Federação, é uma forma de ação menos
ampla que a prevista nas Leis Orgânicas dos Municípios e nas Regiões Metropolitanas.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
C B B A B D C C B A C A C A C
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
B D C B B B A C C C E E A A B
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