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Waldyr Rocha

Ex - discípulo de
Sociedade de Estudos Herméticos e Esotéricos
Fundação Educacional e Editorial Universalista FEEU
Ponte para a Liberdade
Serpente de Bronze
Ordem do Fênix

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A Alquimia do Ser

Waldyr Rocha

Fundação Educacional e Editorial Universalista - FEEU


R. Joaquim Nabuco 205, Porto Alegre/RS Brasil CEP 90.050-340

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Créditos

Autor: Waldyr Rocha (1929- )


Capa: A Galáxia interior do homem espiritualmente evoluído, na concepção
de um artista gnóstico…

1ª Edição: 1998 — 247 pág, 3ª Edição: revista e aumentada


ISBN: 85-86269-01-8, sem catalografia, classificação e CIP
Distribuição: Hércules Editora e Distribuidora Ltda.
R. Joaquim Nabuco 200, Porto Alegre/RS Brasil CEP 90.050-340

Obs.: Toda e qualquer crítica, sugestão ou reclamação relativa a esta obra,


será bem recebida. Contatar o autor: Rua Sargento Manoel Arruda, nº 545,
Alto Petrópolis. Porto Alegre/RS CEP 91.430-220 Tel.: 51 3338-5546.

Conversão Digital 2019: Digitalização: web. ISBN O Acordo Ortográfico da


Língua Portuguesa foi atendido na revisão, cujas eventuais observações
estão em Notas (N.R.); e-book sem fim comercial composto visando
deficientes visuais; se você não o for, considere comprar um original e doá-
lo a uma biblioteca.

Assunto: Nova Era (Movimento Esotérico). Estudos Herméticos.


Autoconhecimento. Alquimia. Energia. Desenvolvimento Pessoal e
Espiritual.

Biblioteca Nacional: Obras Gerais localização: I-141,1,53; Classificação


Dewey: 299.93 (Edição 19); 247p.: il. col.; 21 cm. Nota bibliográfica
Bibliografia: p. 245-246

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Apresentação da Obra
O maior erro cometido pela orgulhosa ciência do homem, foi o
de sempre acreditar que pudesse desvendar e assenhorar-se de
todos os mistérios, fenômenos e leis da natureza, apenas por meio
do limitado intelecto humano.

Parece óbvio e também evidente, que observando e analisando


apenas o exterior ou a superfície das coisas, dos objetos e
fenômenos, alguém por mais sábio ou inteligente que seja, possa
penetrar e conhecer os mistérios da natureza, de si mesmo, e,
principalmente da Transcendente Realidade Invisível e Incognoscível
que chamamos de Deus…

Parece ser ainda absolutamente claro, que se existe algo ou


Alguém não evidente aos nossos sentidos ou incompreensível à nossa
inteligência, que os meios para o procurar e para encontrá-lo sejam
inteiramente diferentes daqueles comumente utilizados pela ciência
ortodoxa.

No nível da consciência em que atualmente nos encontramos


pensamos, sentimos e agimos como uma pessoa comum e vulgar,
que nem mesmo sabe direito quem é, o que faz aqui, de onde veio, e
para onde irá, ao fim desta jornada terrena. Assim, enquanto não nos
descobrirmos também como seres espirituais, como deuses em
crescimento, não seremos capazes de contatar com o nosso Cristo
interno e pessoal, e acender as luzes que desvelam o verdadeiro
sentido e significado da vida…
Hércules Editora e Distribuidora Ltda.
(contracapa)

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Apresentação do Autor

De acordo com a Lei Cósmica de “Causa e Efeito”, todo


homem é responsável por seus atos, obras, pensamentos e
palavras. Assim estou perfeitamente consciente da
responsabilidade que assumo, perante a minha própria
consciência e, perante os Senhores do Carma, por todas as
palavras escritas ou transcritas nas páginas deste livro.

Dito isto, afirmo-lhes que é com a mais absoluta isenção,


cautela, lisura e fidedignidade, que reproduzimos e repassamos
aos nossos irmãos e leitores, todas as mensagens, ensinamentos e
exercícios reunidos e condensados neste livro, que entregamos ao
público sob o título Alquimia do Ser.

Até a década de trinta, estes ensinamentos só podiam ser


revelados e transmitidos, veladamente, no recesso de algumas
poucas Escolas, Sociedades ou Fraternidades Iniciáticas, a alguns
poucos Discípulos ou Iniciados dignos de confiança, e sob a
direção, orientação ou responsabilidade de um ou outro do
Mestres da Grande Fraternidade Branca.

Mas, a partir de então, e, principalmente, do início da Era de


Aquário, em janeiro de 1.054, por necessidade de acelerar a
evolução da Terra e de sua humanidade, a Divina e suprema
Hierarquia, reunida em uma Augusta Assembleia, presidida pelo
Excelso e Magnânimo Hierarca, Regente do Sol do nosso Sol,
resolveu que esses ensinamentos seriam liberados para todos os
seres humanos, que sinceramente os buscassem, de uma maneira
simples e direta, sem a necessidade de continuar velando-os como
era feito até então, por meio de lendas, fábulas, mitos e parábolas.

Portanto é simplesmente na condição de humilde discípulo


de algumas dessas Escolas, Fraternidades ou Sociedade de
Estudos Herméticos e Iniciáticos, sinceramente compromissando
com o serviço dessa suprema e divina Hierarquia de Mestres

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Sábios e Santos, que nos aventuramos a editar e a divulgar estas
páginas esclarecedoras e libertadoras.

O título Alquimia do Ser com que designamos este livro,


indica apenas o tipo de transmutação alquímica, que todo o ser
humano precisa e deve realizar, enquanto encarnado, para
alcançar a grande obra de sua autotransformação. Obra que uma
vez completada e concluída, lhe permitirá ascender às oitavas de
luz, como um Ser regenerado, perfeito e divinizado e, por isso
mesmo, inteiramente livre de todas as amarras e cadeias que o
prendem neste plano físico da ação e da forma.

Na Antiguidade, e na Idade Média, a Alquimia era a arte de


transformar metais vis em prata e outro. Mas, a verdadeira
Alquimia é uma “Arte Sagrada”, que nos ensina a queimar e
separar as escórias de nossas imperfeições no fogo ardente de
nossa própria chama Interior, a fim de modificarmos nossa
natureza vil e inferior, nos transformarmos em almas puras,
perfeitas, iluminadas e, finalmente, alcançarmos a imortalidade.

Em síntese, esta pequena e despretensiosa obra não intenta


converter ninguém às opiniões e conceitos que revela e discute.
Mas, se eles soarem como verdadeiros ao seu coração, é provável
que eles se transformem na chame que lhe dará acesso à grande
obra de transmutação de seu Ser aparente e efêmero, no Ser real
e verdadeiro, que jamais perecerá…

W. R.

Porto Alegre, paralelo 30º Sul


Ano XLIV1 da Era de Aquário

1 XLIV: 1.944 em algarismos arábicos. O livro foi escrito em 1.998, ver Posfácio
(N.R.)

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Advertência

Nesta obra deveríamos adotar a distinção estabelecida pelo


professor brasileiro Huberto Rohden (Tubarão/SC 1894 – São
Paulo/SP 1981) entre “CREAR”, que representa um novo início, e
“CRIAR”, que é apenas uma continuação:

“CREAR” é a manifestação da essência em forma de


existência. Enquanto que “CRIAR” é apenas uma continuação ou a
transição de uma existência para outra existência. Assim, Deus é o
creador do Universo. Mas se grafarmos Criador, estaremos
deturpando o significado daquilo que queremos exprimir, visto
que “criador” é tão só aquele que “CRIA” o que já foi CREADO por
Deus, pela Natureza ou por algum gênio do saber humano.

Para usarmos outro exemplo do próprio Rohden: A Lei de


Lavoisier referente à conservação da energia estará correta se
escrevermos: “Na natureza nada se CREA, nada se perde, tudo se
transforma”. Mas se escrevermos “Na natureza nada se CRIA…”,
este enunciado será totalmente falso e incorreto.

Não obstante reconhecermos a correção da grafia


estabelecida por Huberto Rohden, não a adotamos neste livro,
optando por usar a grafia mais familiar à maioria dos leitores, a
saber: “criador” “criação” “criatura”, bem como o verbo “criar”,
ainda que as reconhecendo impróprias, falsas ou incorretas, para
exprimir com elevação o que desejamos. Esperamos haver
conseguido evitar confundir a mente dos nossos leitores…

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Este nosso primeiro texto, publicado pela vez primeira em
maio de 1998, teve ampla e generosa acolhida e aceitação por
parte do público leitor, entre as obras do gênero, e tornou-se o
quinto volume da coleção Luz e Vida, constituída de nove títulos,
e nos quais os temas e assuntos abordados apenas
superficialmente, neste primeiro livro, foram retomados e
aprofundados como prometido…

Waldyr Rocha

Obs.: Huberto Rohden foi filósofo, teólogo, professor,


conferencista e escritor de mais de sessenta livros sobre
Ciência, Filosofia e Religião e, inclusive foi contemporâneo
de Albert Einstein na Universidade de Princeton, New
Jersey, EUA, de 1945 a 1946.

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“Sábio é o homem que

está sempre procurando

saber mais do que sabe…”

Sócrates

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Dedicatórias

Aos irmãos e mestres menores:

Domingos Rubbo;
Álvaro Augusto do Amaral Leitão;
Carlos Muptuales Korr Guterres
Pelos magníficos ensinamentos recebidos.

Aos diletos amigos e irmãos em Cristo:

Enio Burgos;
Heitor Fraga;
João Marciano Ribeiro;
Maria Rosa Dias;

Pela valiosa colaboração,


o nosso reconhecimento e gratidão.
W. R.

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In Memoriam

SILVINA ROHDE DIEDERICHS

LOURDES MARIA DE OLIVEIRA

Exemplos inesquecíveis de dedicação e


idealismo para todo o imenso discipulado brasileiro da
PONTE PARA A LIBERDADE. E de inigualável fidelidade
aos princípios e ensinamentos dos Excelsos e Iluminados
Mestres da Grande Fraternidade Branca.

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Prefácio

Nunca o ser humano enfrentou os tamanhos desafios que


agora vislumbra em todo o planeta. Em tempo algum atingimos o
poder de destruição e de “Criação” que hoje temos ao alcance das
mãos. A tecnologia, fermento do consumo desenfreado, invade a
casa e a vida do homem numa nova forma de fanatismo, como se
toda aflição e sede humana pudessem ser sanadas com um simples
toque de botão. Num “mundo dos desejos”, tornamo-nos ao
mesmo tempo vítimas e algozes de nossa própria confusão mental
e insatisfação. Chegamos, quase sem perceber, a um ponto de “não
mais retorno”, onde a inércia criada por nossas ações e
“instituições” ultrapassa nossa capacidade de aplicar os freios e
refletir. Quando pensamos em parar para ver o que estamos
fazendo, corrigir o rumo ou fazer um inventário profundo do
sentido que estamos dando ao mundo e ao futuro de nossos filhos,
esta inércia sorri ironicamente e nos empurra com uma força
tremenda. Mantemos as mesmas atitudes de sempre com as
mesmas desculpas e o mesmo sufoco no coração. Todos sentimos
intimamente que algo em nossas vidas não vai bem, porém não
sabemos discernir o que realmente está acontecendo, o que fazer
ou para onde

Certa vez o Buda observou, aos seus discípulos, que a


humanidade caminhava sobre a Terra como uma criança que, ao
encontrar uma tigela cheia de mel no bosque, corre para casa com
os olhos fixos no mel, preocupada em não deixá-lo escorrer pelas
bordas. Porém ele advertiu que isto faria com que a criança não

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percebesse o buraco logo adiante, onde todo o mel e a própria
criança iriam despencar. Pessoalmente, eu vejo nestas palavras
tão simples quanto sábias um espelho no qual podemos nos mirar
enquanto assistimos à chegada do terceiro milênio.

Sempre que nos iludimos com o falso brilho da


materialidade ou nos perdemos nos caminhos do apego, devemos
submeter mansamente a nossa ignorância ao cadinho e ao fogo da
Sabedoria. Transformar ignorância em consciência desperta,
praticar e realizar esta “alquimia”, é a nossa única e, talvez, última
chance. No budismo, chamamos isto de “voltar a mente para a
Iluminação”. Porém, para “submeter-nos” ou, em outras palavras,
para “mergulhar até o âmago de sabedoria inata residente em nosso
coração”, precisamos ter desenvolvido interiormente três
convicções: de que tal coisa existe, de que pode ser acessada e de
que, através dela, nos libertaremos. Ninguém irá atrás de algo que
não existe, não pode ser encontrado ou que não tem utilidade.
Porém, quando reunimos estas três convicções, podemos dizer
que somos seres de fé.

Assim, desenvolver a fé é fundamental. É o primeiro e


também o último passo. Precisamos ter fé de que há algo em nós
que pode auxiliar-nos e através do qual podemos aprender a ver e
“desviar”, quer do buraco, quer do abismo que está no nosso
caminho. A fé é o combustível para alcançarmos a Mais Perfeita
Sabedoria. Sem fé, não podemos pensar em ir muito longe…
Incorporando-a, podemos atravessar o rio do sofrimento — se
preciso for, até andando sobre as águas —, e alcançar a outra
margem em segurança. A fé nos sustentará! Contudo, nossa fé não

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pode ser cega, egoísta ou destituída de conhecimento. Ela deve
estar repleta da pura intenção de auxiliar a todos os seres.

Como budista, sinto-me duplamente feliz e honrado com o


convite para prefaciar um livro que trata da tão negligenciada e
incompreendida tarefa básica da transformação interior do
homem. Em primeiro lugar, o Buda afirmou que nenhuma glória,
nenhum benefício, nenhuma liberdade é maior do que realizar a
“alquimia de si mesmo”. Em segundo lugar, vejo neste gesto uma
aproximação de crenças. Todas as religiões do mundo deveriam
realmente se unir neste esforço alquímico, pois elas têm muito
conhecimento em comum para ofertar, adaptados às diferentes
mentes que habitam este mundo. Suas poucas divergências não
deveriam ser o centro dos debates ou das disputas, muito menos,
o estopim das guerras. O diálogo sobre a fé e o conhecimento
transcendente em benefício de todos os seres é prioritário e
inadiável.

Finalmente, acredito que é esta a bela e profunda mensagem


que o leitor vai encontrar no desdobrar das páginas que se
seguem. A esperança e a convicção de que a fé pode promover a
“Alquimia do Ser” e, através dela, podemos todos transmutar os
“ossos” em “ouro” abolir a inércia reinante e, no rescaldo das
consciências, sonhar com um futuro possível para este mundo e
para as nossas próximas gerações.

Enio Burgos

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Capítulo I.

A Busca do Autoconhecimento

“Os que conhecem os outros


são sábios, os que conhecem a si mesmos
são iluminados e santos”.
Tao Te Ching

“Sê humilde, se queres atingir a


sabedoria. Sê mais humilde
ainda após alcançá-la”.
Helena Petrovna Blavatsky

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Unidade 1.

O homem diante de Si Mesmo, da Vida e do

Infinito

“Sê humilde, se queres atingir a sabedoria.


Sê mais humilde ainda após alcançá-la”.
Helena Petrovna Blavatsky

O Homem que podemos extrair da nossa matéria bruta através da


alquimia do Ser. O autoconhecimento que permite ao homem
encontrar-se a Si mesmo, realizar a sua natural vocação humana e
a sua transcendental vocação divina.

“Comumente nos deparamos com três


classes de ignorantes:
- Os que não sabem e não perguntam;
- Os que sabem e não ensinam;
- Os que ensinam e não fazem”
V. Beda

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Por identificar-se apenas com o seu corpo físico, carnal, e
viver governado por sua natureza mais exterior e inferior,
submetido a pensamentos, emoções e excitações de toda índole, o
homem desperdiça suas potentes e preciosas energias
inutilmente, ou as reprime e interrompe, causando a si próprio,
sérios danos e sofrimentos.

Há, pois, uma urgente e inadiável necessidade de que “o


homem possa conhecer-se a si mesmo”, descobrir-se, e se
reconhecer como realmente é, e não como aparenta ou acredita
ser.

O filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.) tinha a melhor das


razões quando exortava os seus discípulos a conhecerem a si
mesmos, sugerindo a cada um deles, individualmente, “nosce te
ipsum” ou “conhece-te a ti mesmo”, sentença que acabou sendo
colocada à entrada do Templo de Delfos, como um passo
indispensável à descoberta de que nossas naturezas, humana e
divina, nada mais são do que os dois polos de nossa essência
central ou do nosso Ser Real e Imortal. É esse autoconhecimento
que permitirá a cada um de nós “encontrar-se a si mesmo, e
realizar a sua natural vocação humana, e a sua transcendental
vocação divina” e tornar-se cada vez menos homem e cada vez
mais deus…

Sócrates foi o mais conhecido e admirado de todos os


filósofos gregos, sem escrever uma única obra sequer. Visto que,
suas ideias e conceitos somente chegaram até nós através dos
Diálogos do seu discípulo Platão (428-347 a.C.). Ele parece haver
intuído, antes de qualquer outro, essa necessidade de buscarmos

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o autoconhecimento como meio de superar a nossa ignorância,
relativamente a nós mesmos e à síntese matéria-espírito.

Embora o homem seja em sua essência mais profunda uma


centelha ou chispa divina, não tem consciência disso. Vendado
pelo seu estado de inconsciência, vive na obscuridade e erra ou se
perde por caminhos e direções equivocados, que só lhe acarretam
penas, dores e sofrimentos.

Como um ser social, qualquer sociólogo pode estudar e


analisar o homem em suas relações com o meio e com os outros.
Em sua natureza de ser psíquico, qualquer psicólogo pode estudá-
lo e prever o seu comportamento e suas reações. Como um ser
biológico ou fisiológico, qualquer biólogo ou fisiólogo pode
estudar a sua estrutura ou funções orgânicas e vitais. Mas, como
um ego vivente encarnado, constituído de corpo, alma e espírito,
ninguém poderá conhecê-lo melhor do que ele próprio. E qualquer
outro que insista em fazê-lo, somente irá desfigurá-lo, ou
enquadrá-lo em suas fórmulas mentais e sistemas de referência e
valores…

O homem, enquanto apenas forma física e personalidade,


pode ser estudado e explicado por qualquer um dos ramos em que,
atualmente, se encontra dividida a ciência do próprio homem.
Mas, como ALMA, ESPÍRITO e CONSCIÊNCIA, continuará sendo
aquele ser estranho e desconhecido de que nos falava Alexis
Carrell, autor de “O Homem Esse Desconhecido”, livro de várias
edições, no qual afirma ser o homem “uma síntese total dos
processos fisiológicos, mentais e espirituais”.

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De fato, para compreender o homem, em sua essência,
natureza e evolução, só a ciência não basta, visto que esta,
estudando apenas a matéria e seus fenômenos e leis, não consegue
estudar e compreender o homem em sua totalidade e
complexidade, como um ser não só físico, biológico, fisiológico ou
psicológico, mas também, moral e espiritual — vale dizer: um ser,
que não é somente matéria, mas também, intelecto, sentimento e
espírito.

Por ser o homem um conjunto complexo de muitos “corpos”


e “eus”, se quisermos realmente conhecê-lo e compreendê-lo,
precisamos apelar, também, para os ensinamentos esotéricos e
para o conhecimento religioso e espiritual.

Por ser o homem a um só e mesmo tempo essência,


substância e consciência, em sua formação concorrem tanto
substâncias sólidas quanto líquidas, voláteis e lucígenas2. Ou dito
de outro modo: por ser o homem sólido e material em seu corpo
físico carnal; líquido em sua linfa, sangue e humores; etéreo e
volátil em sua alma; e lucígeno em seu espírito; sua real essência
e natureza não podem ser compreendidas por qualquer cientista
materialista, por mais sábio e versado que seja em sua ciência.

Tanto quanto o conhecimento científico, o conhecimento


hermético ou esotérico é formado de fatos, fenômenos, leis e
princípios, que por ocorrerem em planos ou mundos menos
densos, mais sutis e de frequência vibratória diferentes do nosso

2 Lucígeno/a/s: neologismo: De luz, feito de luz, direcionado para o mundo de


luz, iluminado (N.R.)

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mundo físico, comumente, não são observáveis ou percebidos por
pessoas comuns, mas apenas por aqueles poucos indivíduos que
havendo-se superado e dominado sua natureza inferior, haja
aguçado os seus sentidos e percepção, e penetrado na
profundidade das coisas e de si mesmos.

De acordo com os ensinamentos herméticos ou esotéricos


das escolas iniciáticas, não existem apenas as dimensões
conhecidas de comprimento, largura e altura ou profundidade. E,
tampouco somente os três reinos da natureza que aprendemos
nos bancos escolares: mineral, vegetal e animal. Mas, também,
outras dimensões e reinos, que escapam aos nossos sentidos
físicos, ainda bastante imperfeitos, limitados e enganosos.

E assim como o nosso corpo físico carnal é o veículo


apropriado para a manifestação do nosso verdadeiro Ser neste
plano da existência, em que nos encontramos de passagem, possui
o homem outros invólucros ou corpos de expressão, para cada um
dos outros planos ou dimensões existentes, nos quais deve viver
em sua jornada involutiva-evolutiva.

Do ponto de vista esotérico, o homem nada mais é que uma


unidade complexa, constituída de vários corpos, invólucros ou
veículos, subordinados a um centro de consciência de origem
espiritual. Sendo o corpo físico carnal apenas o mais denso e
exterior desses veículos. Portanto, o homem não se reduz a um ser
de carne e osso, a essa forma material, que conhecemos ou vemos
diante do espelho, quando nele nos olhamos. Ele é também
inteligência, vontade e, sobretudo, espírito. Assim, se quisermos
realmente conhecê-lo, não basta o estudarmos em suas camadas

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mais densas e exteriores, em seus mais grosseiros corpos ou
veículos de expressão.

E, enquanto em nossa ignorância ou estreiteza de


consciência apenas nos identificarmos com essa extremidade
mais densa e exterior, com essa parte mais superficial de nossa
natureza, não descobriremos nossa realidade mais profunda,
nossa semente e essência. E não as descobrindo, não saberemos
quem realmente somos. Isto é, continuaremos sendo apenas um
ser que ainda não conhece a si mesmo…

Não é de estranharmos, pois, que a nossa Ciência e


sobretudo a Anatomia, a Fisiologia e a Biologia, frequentemente se
deparem em suas pesquisas com obstáculos intransponíveis e
aparentemente inexplicáveis.

Tem, pois, inteira razão Sri Aurobindo, quando em “A


síntese da Yoga”, volume II, página 22, afirma textualmente:
“parece evidente que analisando apenas o físico e o sensível nunca
chegaremos ao conhecimento do Ser, de nós mesmos, ou daquele que
chamamos Deus… Portanto, se existe um Ser, uma realidade não
evidente para os nossos sentidos, é preciso procurá-la por outros
meios que não os da ciência física”.

Qualquer homem comum e vulgar tem consciência de ser


uma persona ou Personalidade, que se expressa através de seus
veículos físico, emocional e mental. E enquanto não conseguir
descobrir-se, também como um indivíduo ou Individualidade, não
logrará libertar-se de suas exterioridades e conhecer-se como um

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ser capaz de acender as luzes que desvelam o verdadeiro sentido
e significado da Vida.

Enquanto a consciência nos permite ver as coisas de maneira


direta, nítida e integral, com exatidão e fielmente, o intelecto, por
depender dos sentidos e da nossa maior ou menor capacidade de
percepção e de compreensão, só nos permite vê-los de forma
indireta, parcial, fora de foco ou de perspectiva.

A capacidade de percepção e compreensão, que adquirimos


com a iluminação da nossa mente, pela luz do discernimento e da
intuição, faz com que possamos ver os fatos, as coisas e os objetos
em suas perspectivas próprias, em sua verdadeira significação, e
em suas reais dimensões. Isto é, com a Intuição adicionamos
discernimento e sabedoria ao nosso conhecimento.

Aliás, a história da Ciência está repleta de exemplos de como


e quanto é perigoso ao homem desenvolver o seu intelecto sem
um correspondente desenvolvimento de sua consciência, intuição,
e/ou discernimento espiritual, faculdades que estão acima da
mente racional. A descoberta, por exemplo, da energia atômica e
de seus usos, prova-nos que com discernimento ela pode ser
utilizada para fins pacíficos, na medicina nuclear para curar, ou na
indústria para melhorar e desenvolver o mundo. Mas que, sem ele,
esses usos podem tornar-se terrivelmente fatais e destrutivos,
como ocorreu nas cidades japonesas de Hiroshima em 06 de
agosto de 1945 e Nagasaki três dias depois.

A percepção à luz da consciência é, segundo a psicologia


esotérica da Ioga, muito mais abrangente, completa e integrativa

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do que a percepção comum. É que, enquanto esta é apenas uma
relação que junta o percebedor e o percebido, ou o sujeito e o
objeto, a “percepção consciente” funde o percebedor, o percebido
e a percepção. Isto é, os três num estado integrado de consciência,
o que significa uma percepção muito mais intuitiva, abrangente e
completa da realidade dos objetos e dos fenômenos, pelo sujeito.

Da mesma forma, como o clarão de um raio pode nos revelar


uma paisagem que não poderíamos descobrir numa noite escura,
apenas com uma simples lanterna, quanto mais aumentarmos a
penetrante força da nossa percepção, mais poderemos ver a
profundidade das coisas. O que significa que, quanto mais
penetrante for a nossa percepção, mais profundo será o nosso
conhecimento e, consequentemente, a nossa sabedoria.

Uma vez que o conhecimento puramente intelectual é


incompleto, imperfeito e ineficaz, todo o conhecimento dos
mistérios, doutrinas e escrituras esotéricas ou espirituais
permanecerão para nós velados, obscuros e inacessíveis, se não
expandirmos a nossa consciência e transformarmos esse
conhecimento em discernimento e experiência vivida.

Todo e qualquer ser humano em seu estágio atual é o que é


a sua consciência. É por meio dela que nos revelamos. E é ainda
ela que nos identifica e faz com que vejamos as mesmas coisas de
forma diferente. Nada existe mais próximo de nós do que a nossa
própria consciência e, no entanto, a maioria de nós ainda não tem
uma noção exata do que ela realmente é. Muitos indivíduos
costumam confundir a mente com a consciência, acreditando que
ambos os vocábulos sejam sinônimos e signifiquem a mesma

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coisa. Nada mais falso. A mente ou corpo mental é apenas um dos
três veículos ou instrumento, de que se serve a consciência para
se manifestar ou se exteriorizar.

A mente, enquanto função ou instrumento do cérebro


humano, exerce a sua atividade por meio de uma enorme
quantidade de células ou neurônios, que acabam ou cessam de
funcionar com a nossa morte cerebral, quando agonizamos.
Enquanto que a nossa consciência, por não ser uma função pura e
unicamente do corpo físico, não termina no túmulo, mas
acompanha-nos e continua funcionando nos planos e subplanos
acima do nosso. Isto é, nos planos astral, mental e causal,
também chamados de planos ou mundos espirituais.

A palavra consciência costuma ser empregada com vários


sentidos ou significados. Comumente, encontramo-la com o
significado de conhecimento ou compreensão de algo ou de
alguma coisa, como por exemplo: A de que penso, existo, caminho,
etc.; com o significado de consciência moral, que é a faculdade
subjetiva que todos nós temos de distinguir o bem e o mal, da qual
resulta o sentimento do dever de praticar o bem e evitar o mal e,
consequentemente, de sentir culpa ou remorso pelos atos maus e
aprovação pelos atos bons praticados.

A ciência esotérica, todavia, dá à palavra consciência uma


conotação muito mais ampla, profunda e universal, identificando-
a com a própria essência do espírito, que penetra toda a
manifestação, e que por isso mesmo está em toda parte, em todo o
cosmo e em todos os reinos da natureza, fazendo-se presente
tanto no minúsculo átomo, como na mais colossal e grandiosa

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galáxia, com inumeráveis estrelas, sóis, planetas e mundos. Enfim,
em todas as formas, em todos os reinos da natureza, essa força
misteriosa, que empurra ou alavanca toda a evolução, faz sentir a
sua presença de diferentes maneiras…

A verdadeira consciência não se expressa nem mesmo pelo


pensamento, que é simplesmente uma atividade da mente. Quase
sempre aquilo que pensamos é fruto de hábitos, de preconceitos,
de condicionamentos. Uma inconsciente repetição de ideias ou
opiniões alheias. A verdadeira consciência é a expressão do Eu.
Isto é, aquele estado interior de conhecimento que nos permite
entrar em contato e experimentar diretamente a realidade das
coisas, e do que realmente somos.

A Psicologia Esotérica reconhece três funções da


consciência: vontade, percepção e pensamento, ou vontade,
sensibilidade e inteligência, correspondendo, cada uma delas, a
um dos três aspectos da Trindade Divina.

Assim, se por meio da vontade nos aproximamos do Pai e por


meio da percepção, vivemos a vida do Filho; por meio da mente,
ou pensamento damos concreção aos desejos e nos tornamos
Criadores como o Espírito Santo. A Teosofia chama essa tríplice
manifestação da consciência de Atma, Buddhi e Manas. Atma é o
espírito universal, a mônada divina, o sétimo princípio na
constituição setenária do homem. Buddhi é a mente ou alma
universal, o sexto princípio, o veículo de Atma. É a faculdade
discernidora da intuição, a faculdade de discernimento espiritual;
e Manas, literalmente, “mente” é a faculdade mental que se
desenvolve através da evolução. Na linguagem teosófica, o Manas

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é o pensador, a mente ou a energia do mesmo, trabalhando dentro
dos limites do cérebro físico.

É a associação de Buddhi e Manas que constitui a alma


espiritual e faz do homem um ser inteligente e moral, e o distingue
dos seres brutos.

Somente após transcendermos os níveis inferiores de nossas


mentes, isto é, o consciente e o subconsciente, podemos realizar a
supraconsciência ou consciência cósmica, através da qual somos
capazes de ver além e aquém do presente, ou seja, o passado e o
futuro e compreender os mistérios da vida.

Essa camada — a supramental, é um reino psíquico, onde


apenas alguns intuitivos conseguem penetrar. É o reino do
“insight” criativo, onde os artistas, cientistas, santos e místicos vão
buscar a sua inspiração, ou conseguem ter, por um breve instante,
o vislumbre, ou a intuição de suas obras-primas e/ou descobertas.
É ainda nesta camada ou estrato da consciência que ocorrem os
sonhos intuitivos, proféticos ou reveladores, como aquele que,
segundo a Bíblia, teve o faraó egípcio, relativo às 7 vacas gordas e
7 vacas magras e que, interpretado sabiamente por José, filho de
Jacó, lhe valeu a investidura como governador.

Nesse nível ou estado de consciência já não existe mais


qualquer separação entre a consciência individual e a consciência
cósmica, visto que aquela se dissolve nesta, num fluxo de êxtase. E
isto apenas comprova que todas as consciências que atualmente
estão manifestadas ou individualizadas aqui na Terra, nada mais

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são que partes da consciência única que permeia todo o Universo,
simples gotas no oceano da Consciência Infinita.

A mente causal sutil, como última camada ou estrato da


superconsciência ou mente cósmica, é a última porta para a
perfeição, o delgado e diáfano véu final da mente, que vela o
esplendor da alma. Quando o brilhante fulgor dourado desta
camada da mente é experimentado, sentimo-nos uno com o Ser
Infinito e com tudo o que existe em manifestação.
Compreendemos que somos um com todos e que todos são um.

Isto é, compreendemos que a Consciência Suprema está em


toda parte e que todas as consciências individualizadas são apenas
parte dessa Consciência Única e Universal. E esta é uma
experiência que palavra alguma pode explicar ou descrever.

Não obstante, o ser humano no seu habitual estado de


ignorância, só consegue identificar-se com os seus corpos e/ou
mentes mais inferiores, e viver o tempo todo apenas nos planos
mais baixos da existência. E, devido a isto, não consegue ver-se
como realmente é, um vaso, um canal a ser preenchido com a
inesgotável Bem-Aventurança Infinita.

O homem, por não saber que é o ponto de encontro do finito


com o Infinito, caminha às cegas, resistindo à luz espiritual que
existe ancorada dentro dele, à espera que ele próprio a descubra
e encontre. Luz que o incita a procurar a realidade atrás das
aparências, a encontrar-se a si mesmo, a engrandecer-se e
autorrealizar-se, a passar, enfim, da inconsciência para a
consciência de si, como um Ser cósmico e crístico.

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O homem que o Amorável e Onipotente Deus quer que
retorne às mansões celestiais e à sua morada, não é aquele que
apenas come, bebe, dorme, e se deixa levar por seus instintos e
paixões como qualquer animal. Um homem, nesse nível, nem
mesmo homem é. Não, o homem que o Criador quer de volta é
aquele que após errar pelo mundo das aparências e ilusões,
conseguiu superar os seus vícios e paixões e crescer em
moralidade e perfeição; o homem que tendo vencido ou
controlado a sua natureza inferior, logrou avançar pelo caminho
estreito e apertado de sua autotransformação até encontrar e
vivenciar o seu Cristo Interno e tornar-se crístico.

Qualquer abertura ou amplitude de consciência, por menor


que seja, acarreta um resultado, uma transformação interior e
exterior, um amadurecimento, uma nova visão da realidade e do
mundo à nossa volta. Não pode haver consciência sem
transformação. Isto é, ninguém se tornará mais consciente sem
um crescimento interior e sem uma percepção diferente de si
mesmo, dos outros e do mundo.

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O astronauta norte-americano Edgar D. Mitchell, chefe da expedição da
Apolo XIV à Lua (janeiro/1971. Segundo suas palavras: “Mais importante
que investigar os espaços exteriores é investigar o espaço interior”. Após
retornar à Terra, resolveu reiniciar e aprofundar os seus estudos de
Ciências Noéticas, convicto de que somente através de seus enfoques e
abordagens, poderia obter as respostas satisfatórias para as suas
indagações espirituais e transcendentais.

Portanto, amplitude de consciência implica em


transformação, em Alquimia interior, em transmutação da nossa
natureza inferior e das nossas energias interiores, na fusão dos
nossos dois polos opostos: o humano e o divino, o material e o
espiritual. Enfim, em superação da nossa dualidade e
reconhecimento de nossa unidade, tanto essencial quanto
existencial e transcendental.

Do ponto de vista esotérico, a cisão ou separação entre o


Criador e a criatura, entre Deus e o homem, somente se dá devido
à falta de consciência que este último — o homem, tem de si
mesmo, de sua realidade, essência, origem e natureza. Por

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identificar-se com a parte mais superficial de sua natureza, o
homem julga-se um ego separado e não consegue identificar-se
com a sua essência central: o EU — o Único, que é a um só e mesmo
tempo, consciência e vida…

O fato é que “conhecendo-se a si mesmo”, o homem acaba


conhecendo a sua verdadeira origem e natureza, reencontrando-
se consigo mesmo e com o seu Criador. Através do
autoconhecimento, o homem acaba encontrando, no seu templo
interior, aquela Chispa ou Centelha divina, que lhe dá a certeza de
sua linhagem e descendência divina, que lhe dá, enfim, a certeza
de sua unidade com o Pai Celestial, com o Deus e Senhor de todas
as coisas. Assim, é o caminho do autoconhecimento, o caminho
para dentro, para o centro de si mesmo, e não qualquer outro, a
senda experimentada e vivenciada por todos os místicos, sábios,
santos, iogas, rishis e mestres iluminados, que nos antecederam
nessa caminhada rumo ao Cristo, a Deus e à imortalidade…

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Unidade 2.

As características e o comportamento do

homem contemporâneo

“Negar o que escapa à nossa percepção e


compreensão é, acima de tudo, um ato de
presunção…”
Pascal

As dificuldades encontradas pelo homem emocional da Era de


Peixes, para identificar-se como um Ser constituído de Corpo,
Alma e Espírito…

“É muito bom ser importante; porém, é


muito mais importante ser bom”.
Pe. Antônio Vieira

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Por viver numa sociedade mercantilista e capitalista, as
características mais determinantes de comportamento são: o
materialismo, o consumismo, a permissividade, e a pressa. Chega
a ser natural e compreensível que o ser humano da Era de Peixes,
salvo algumas raras exceções, se tornasse presa fácil de suas
emoções inferiores e caóticas, e se transformasse num indivíduo
fragmentado, inseguro e infeliz.

Vivendo do diafragma para baixo, e completamente


submetido às armadilhas, seduções e caprichos do seu pequeno
eu-personalidade, do seu “eu” inferior, periférico e superficial, não
é difícil compreendermos que a maneira de viver, conviver, agir e
reagir, do homem da Era de Peixes fossem pautadas e
determinadas pela busca apressada e insaciável do poder, da
fama, do dinheiro, do gozo e do prazer, mesmo à custa do lucro
fácil ou espúrio; da pobreza e miséria alheias; do absoluto
desprezo pela Natureza; do uso irresponsável da ciência e da
tecnologia; por um excessivo consumismo; ou ainda, por uma
exagerada tolerância com o crime, com a maldade, e com a
imoralidade, como normas de vida.

Vivendo na periferia ou superfície de si mesmo, e


pressionado por valores e motivações tão mesquinhos e efêmeros,
não é de estranhar que o homem emocional da Era de Peixes
chegasse até este final de século e de milênio sem ter podido
descobrir em seu centro, ancorado em seu coração, o seu “Eu”
mais profundo, importante e superior -aquilo que o psicólogo Carl
Jung chamava de “Self” — o real e verdadeiro Ser.

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Em nenhuma outra época o homem foi tão “poderoso” e tão
“sábio” como neste final do século XX. Em nenhum outro período
avançou tanto nos domínios das Artes, das Ciências e da
Tecnologia. Mas, não obstante o enorme cabedal de
conhecimentos que adquiriu e acumulou neste final de século, o
que menos o homem emocional de peixes conseguiu conhecer foi
ele próprio.

Por continuar ignorando os mistérios mais íntimos e mais


profundos do seu próprio “eu”. E saber apenas que é um animal,
que pensa e raciocina, o homem contemporâneo, em sua imensa
maioria, ainda hoje não sabe quem realmente é, de onde veio, por
que está aqui, e para onde irá, após a sua rápida e curta passagem
por este pequeno planeta.

É, então, perfeitamente explicável, e até mesmo


compreensível, que em várias ocasiões e oportunidades se sinta
psicologicamente frágil, inseguro, medroso, angustiado e
insatisfeito consigo mesmo, e com os seus semelhantes; e que,
muitas vezes, apele para a cobiça, para a violência e para a
agressão, como mecanismos de defesa e sobrevivência.

Havendo perdido a sua real identidade, e continuando a


ignorar a sua verdadeira origem, essência e natureza, mas tendo
absoluta certeza de sua terrível fragilidade, limitação e finitude,
pode-se compreender que seja o homem o único animal que nasce,
vive e morre com medo. É exatamente o temor pelo desconhecido,
que o leva, a desejar prolongar o mais possível a sua existência, e
a tirar o mais rápido possível todo o proveito que puder, da única
vida que ele conhece…

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Vale dizer: É esse exagerado apego à vida, aos bens e valores
terrenos, derivados do medo, da angústia e da ansiedade, que a
simples ideia da morte acarreta ao homem comum, que o leva a
desejar viver o mais intensamente possível, mesmo à custa da
infelicidade ou do sofrimento de seus semelhantes. É a sua
ansiedade, a sua pressa em ter posses e bens, fama, poder e
fortuna, que o leva a querer vencer, a desejar enriquecer de
qualquer maneira, inclusive, por meios ilícitos; fazendo com que o
ser humano viva hoje em permanente competição e disputa, e num
eterno conflito consigo mesmo e com os outros.

Isto explica por que a maioria de nós vive hoje a se tratar


com suspeitas e desconfianças, o tempo todo, e tente encobrir seus
gestos e atitudes mais autênticos e espontâneos, com gestos ou
atitudes pré-estudados e, por isso mesmo, falsos ou dissimulados
de simpatia, apreço e cordialidade, mas que, na verdade, apenas
escondem outras emoções e impulsos menos amistosos, honestos
e generosos.

Ignorando que somos todos irmãos pela origem e


descendência, e que precisamos sê-lo também pela convivência, o
homem deste final de século e de milênio perdeu toda a
capacidade de ser realmente humano, de ser ele mesmo, de ser um
indivíduo autêntico, sincero, espontâneo e caloroso, para
converter-se num Ser frio, desconfiado e, muitas vezes, até
agressivo, violento e rancoroso.

A insistência e a constância, com que a toda hora julgamos e


rotulamos os outros e os depreciamos, leva-nos a construir muros,
paredes e fossos, que nos separam e nos afastam cada vez mais

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uns dos outros. A maioria de nós parece que já não sabe mais ser
amável, amistoso, paciente e solidário. Todos estão sempre
graves, carrancudos, preocupados, mal-humorados ou
apressados.

Ser humano algum é totalmente perfeito ou absolutamente


infalível. Todos temos boas e más qualidades, virtudes, vícios e
defeitos. Mas, todos temos, também, a capacidade de crescer e de
melhorar. Por isso, devemos aceitar as pessoas exatamente como
elas são; vê-las como Deus as vê, ou seja, única e exclusivamente,
pelo que são capazes de fazer, em seus melhores momentos.

Erich Fromm, psicanalista e filósofo social alemão,


naturalizado norte-americano, falecido em 1980, escreveu e
ensinou num dos seus muitos livros que: “o amor é um ato de fé, e
que quem quer que seja de pouca fé, será indubitavelmente de pouco
amor…”

De fato, para amarmos alguém, plena e totalmente,


precisamos, antes confiar, ter absoluta fé nesse alguém. E quem
não acreditar no seu semelhante, jamais poderá envolver-se e ou
relacionar-se leal e sinceramente com ele. Somente quando
crescemos na aceitação e compreensão dos outros, reconhecendo
sua natureza humana e divina, somos capazes de sentir e perceber
a beleza, a doçura e a simpatia ocultas em cada ser humano, e que
latentes em seu coração estão ávidas por vir à tona e manifestar-
se. E se todos nós entendermos isto, e passarmos a confiar uns nos
outros, as relações entre as pessoas não permanecerão tão frágeis,
dissimuladas e precárias como atualmente.

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As plantas e os animais, por mais belos, espertos e leais, que
pareçam ou possam ser, todos eles, sem exceção, se encontram em
termos de evolução ainda num estado de ser. Isto é, todos eles
simplesmente existem. Apenas o ser humano se encontra num
estado de “tornar-se” de “vir a ser”. Ao dotar-nos de inteligência e
livre-arbítrio, nosso Pai e Criador criou-nos o menos possível,
para que pudéssemos crescer e nos aperfeiçoar o mais possível.

É unicamente esta possibilidade de crescimento e,


principalmente, de autoaperfeiçoamento, por livre vontade, que
nos distingue e diferencia das chamadas espécies inferiores. É ela,
também, que faz com que sejamos reconhecidos e tratados pelos
nossos irmãos mais velhos como “deuses em miniatura” e “deuses
em crescimento”.

Cada um de nós é apenas um ego vivente encarnado, um


espírito que revestiu uma forma, mas que antes de vir a este plano
físico denso e material assumiu de livre espontânea vontade, nos
planos ou nas esferas mais elevadas, certos compromissos; que
recebeu e aceitou, também, algumas tarefas e incumbências
relacionadas com o desígnio divino de evolução cósmica, tanto a
nível individual e local, quanto a nível familiar, grupai, racial e
planetário.

Assim, se quando e enquanto encarnados, nada realizamos


de bom ou de útil; nos emaranhamos num labirinto de vícios, ou
chafurdamos num lodaçal de erros, delitos e paixões, não só
quebramos ou rompemos o nosso compromisso e descumprimos
as nossas tarefas, como ainda, frustramos e atrasamos o desígnio
divino de evolução cósmica estabelecido para nós, para os nossos

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irmãos e, consequentemente, para o nosso planeta, o que nos
torna três vezes mais responsáveis e culpados, aumentando,
igualmente, em três vezes, o nosso débito cármico…

Segundo a eterna e infalível “lei de causa e efeito” ou da “ação


e reação”, não há ação ou omissão alguma, por mais banal ou
trivial que pareça, que não traga, de imediato ou no futuro, uma
série de resultados ou consequências. Fato igualmente válido para
todas as nossas emoções, sentimentos, palavras e pensamentos.
Assim, ninguém pode obter coisa alguma a não ser merecendo-a.
É esta lei justa, sábia e perfeita, que explica como e por que alguns
irmãos passam pela vida afora saudáveis, alegres, venturosos,
providos de riqueza, luxo, conforto, etc., enquanto outros vivem
uma vida de privações, pobreza, doença, tristeza, dor, sofrimento
e desventura, até o fim de seus dias.

Como se vê, o homem nunca é a criatura das circunstâncias,


senão o próprio criador delas. Portanto, nada é mais prejudicial ao
homem do que ele próprio, quando dá vezo3 ao seu eu-
personalidade e se deixa governar pela sua natureza inferior,
permitindo que ela governe as suas emoções e sentimentos, e
dirija seus pensamentos e ações para o mal, para o erro ou para o
vício, ao invés de para o bem, para a virtude, e para a luz.

Dotado de inteligência, vontade e livre-arbítrio e, podendo


escolher entre o bem e o mal; entre a luz e as trevas; entre a
sabedoria e a ignorância; o homem quase sempre se decide pelo
mal, pelas trevas, pela ignorância, pelo erro e pela violência. E,

3 Vezo: hábito ou costume de fazer algo repreensível (N.R.)

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depois, ainda se julga um grande injustiçado e no direito de culpar
Deus, ou a Sua Justiça, por seus revezes, provações, dores, perdas
e sofrimentos, esquecendo-se de que toda perda ou sofrimento
humano é causado pelo próprio homem, que sempre colhe o que
semeia.

São as suas ambições, desejos, apegos e insatisfações que


fazem com que as tensões, doenças, dores e sofrimentos apareçam
em sua existência. A vida, a existência em si, não é tensa, e
tampouco precisa ser sofrida. Mas, a dor, a tensão e o sofrimento
parecem acompanhar o homem, do berço ao túmulo, do
nascimento à morte…

Entretanto, se observarmos os diversos reinos da natureza,


verificaremos que as tensões, tanto quanto as doenças e
sofrimentos que delas resultam, como as neuroses, psicoses,
úlceras, etc., são fenômenos exclusivamente humanos. Surgem e
aparecem em nossa vida, como resultado de nossas ambições,
apegos, escolhas, frustrações e insatisfações. Tanto que as demais
espécies animais e vegetais não são tensas, infelizes ou neuróticas.
Elas não têm esses tipos de problemas e, não os têm pela simples
razão de que não sentem necessidade de escolher ou apegar-se…

Somente o ser humano, por estar sempre insatisfeito;


desejar mais do que tem, ou ser mais do que é, está sempre
dividido entre o que é e o que deseja ser; entre o que tem, e o que
deseja ter; e, por isso mesmo, em permanente conflito consigo e
com os outros. E quanto maior, mais difícil, ou impossível for a sua
meta, desejo ou aspiração, maior também será a sua tensão. E,

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contrariamente, quanto mais desapegado, e menos ambicioso for,
menos tenso e mais equilibrado, harmônico e saudável será.

Resulta, pois, evidente, que a causa e a origem de todos os


nossos conflitos, tensões e enfermidades da alma ou do corpo
estão em não nos aceitarmos como somos, e vivermos, o tempo
todo, preocupados em sermos um outro mais belo, mais rico,
famoso, poderoso, etc. E como o nosso corpo emocional, também
chamado de corpo astral, ou corpo dos desejos, é o grande
depósito de nossas ânsias, desejos, ambições, recalques e
frustrações, é obvio que ele seja, também, a parte mais tensa do
nosso ser total.

Explica-nos, o Bem-Amado Mestre Vitória, um dos


Iluminados Mestres da Grande Fraternidade Branca que, se vez
por outra, somos molestados por problemas, vicissitudes,
doenças, perdas ou sofrimentos, de tipos e espécies diversos, isto
acontece face à necessidade de recebermos um “Tratamento de
Choque” — algo realmente violento, capaz de nos sacudir e nos
tirar da inércia, do marasmo, do comodismo, ou da sonolência em
que nos encontramos.

Nessas condições, o Conselho Cármico, das oitavas mais altas


permite que seja canalizada até nós uma parcela da energia que
nós mesmos mal qualificamos, ou deixamos de qualificar, que
então, se apresenta em nossa vivência sob a forma de doenças,
acidentes, perdas e outros infortúnios.

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“Quando uma mangueira entope e não permite mais a
passagem da água, devemos assoprar com força em sua outra
extremidade para que desentupa”.

E é exatamente isto que, segundo o Mestre Vitória, acontece


conosco, quando o nosso canal de comunicação com as oitavas
mais altas “entope”, por uso indevido ou falta de uso.

Assim, quando por omissão, negligência ou ignorância,


impedimos ou obstruímos o livre curso das energias divinas, ou
deixamos de expressar a vida em toda a sua plenitude e perfeição,
o Conselho Cármico vê-se obrigado a dar um “forte sopro” lá na
outra extremidade, para que a vida e as energias divinas possam
fluir e circular normalmente, outra vez, através de nós…

Quanto aos cataclismos, acidentes e desastres, que


ocasionam perdas ou desencarnes em massa, e que estão ficando
cada vez mais comuns, frequentes e graves à medida que nos
aproximamos do III Milênio, isto se deve, exclusivamente, aos
seres elementais, que após suportarem, com infinita paciência, as
agressões humanas à natureza e ao meio ambiente, acabam se
revoltando e provocando grandes cataclismos, em forma de
terremotos, tufões, vendavais, ciclones, tempestades, avalanches,
enchentes, inundações, incêndios, desabamentos, erupções
vulcânicas e outros malefícios.

É sabido que, além do reino humano, outros dois reinos


evolucionam na Terra: o Elemental e o Dévico. O plano divino
para estes três reinos — o dos seres elementais, o dos anjos e
espíritos da natureza, e o dos homens —, é o da cooperação mútua,

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para que cada um desses reinos, separadamente, alcance maior
evolução e consiga elevar-se, até a máxima perfeição, no menor
tempo possível.

Os seres elementais foram criados para servir à


humanidade.

Assim, presididos por Virgo e Pelleur, espíritos regentes da


Terra e chamas gêmeas em serviço cósmico, o Elemento Terra, em
cuja crosta ou superfície evoluem os minerais, os vegetais, os
animais e os homens, é mantido em equilíbrio e harmonia pelos
Gnomos. Esses pequeninos seres ou inteligências, através de
grandes esforços e do aproveitamento de suas energias de vida,
zelam pelo equilíbrio das forças naturais, que mantêm as
diferentes camadas do solo em seus devidos lugares, e
providenciam para que as coisas vivas sejam supridas em suas
necessidades diárias.

Áries e Thor são os hierarcas ou príncipes regentes do


Elemento Ar. Eles são auxiliados pelos Sílfides, elementais que
controlam o fluxo das correntes de ar e as condições atmosféricas,
mantendo o ar respirável e ajudando a humanidade a manter as
grandes massas de ar livres da poluição.

Regendo o Elemento Água e o equilíbrio da vida, no seu


interior, Netuno e Lunara comandam as Ondinas, elementais da
água, que zelam pelas águas dos oceanos, controlam as marés, a
chuva sobre as regiões cobertas de solo, e mantêm a purificação
da água onde quer que ela exista ou jorre, inclusive, no corpo do
homem.

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Finalmente, Diana e Oromasis são os regentes que dirigem e
controlam o Elemento Fogo, auxiliados pelas Salamandras, que
são os elementais do fogo, e cuja tarefa é mantê-lo sob controle, a
fim de que possa ser usado sem causar danos.

São esses elementais que dirigidos pelos regentes dos reinos


da Terra, da Água, do Ar e do Fogo dotam toda a Criação com as
energias cósmicas necessárias para sustentar a vida na Terra,
mantendo o equilíbrio das quatro estações, o controle das
condições climáticas; o ciclo das marés, da semeadura e colheita e
dão aos homens tudo quanto necessitam para manter-se vivos e
saudáveis.

Amar e abençoar esses pequeninos seres ou inteligências


que, incansáveis e desprendidamente servem tão bem à
humanidade, é obrigação de todos nós, quando mais não seja, por
gratidão. Assim, intervenções destruidoras junto à Natureza só
servem para revoltá-los, e fazer com que reajam na forma de
furacões, terremotos e outras catástrofes. Fazei como São
Francisco, o nosso atual Bem-Amado Mestre Kuthumi, que
tratava com infinito amor e doçura esses pequenos e incansáveis
seres, tratando-os intimamente como irmãos e irmãs.

Como se pode ver, somos nós, que com nossas dissonâncias


e negatividades, dificultamos ou impedimos que as energias
divinas e a vida possam manter-se equilibradas, fluir e circular
normalmente. São os nossos atos, obras, pensamentos, emoções,
palavras e criações desarmônicas e destrutivas, de cobiça, raiva,
orgulho, vaidade, entre outras; nossas agressões à natureza e ao
meio ambiente; que acarretam as nossas perdas, infortúnios e

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sofrimentos, não havendo, pois, qualquer razão para que nos
julguemos desamparados ou injustiçados, ou para que
acreditemos numa possível Ira ou Injustiça Divina. Deus, sendo a
“Perfeição das Perfeições” não julga nem condena ninguém, e
sendo Amorável, Justo e Misericordioso, trata com o mesmo amor
e desvelo, tanto ao sábio, quanto ao ignorante, tanto ao justo,
quanto ao ímpio.

Por isso mesmo, o Excelso e Iluminado Mestre El Morya tem


toda razão quando nos aconselha, “que jamais nos revoltemos ante
um determinado infortúnio ou provação. Pois, os nossos caminhos
somente são difíceis e pedregosos por causa das pedras que nós
mesmos atiramos neles”. “E que se caminharmos sobre eles com
paciência, ânimo, firmeza, confiança e serenidade, essas pedras nos
parecerão bem menores, pontudas e dilacerantes…”

O iluminado fundador do Budismo, e atual Senhor do Mundo,


o Venerável Sidharta Gautama, ensinou-nos, também, há mais de
2.500 anos, que: “O bem e o mal não existem na face da Terra, mas
tão somente a sabedoria e a ignorância, e que por isso, a cegueira
espiritual de cada ser humano deve ceder lugar à luz da
consciência…”

Mas, a ignorância a que se referiu o glorioso Buda


denominado também, com justiça, de “A Luz da Ásia”, por ter sido
no Oriente a resplandecente luz que dissipou as trevas espirituais
de milhões de seres humanos, não é a ignorância que provém da
falta de conhecimento, da ausência de instrução e ou erudição, e
sim, aquela que resulta na incapacidade humana de compreender
que no Universo tudo é absolutamente efêmero e transitório, e

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que por isso, qualquer apego compulsivo aos bens, valores e coisas
deste mundo só servem para que, dia após dia, recriemos ilusões,
insatisfação e frustrações e, a partir delas, substâncias densas,
negativas, escuras e pesadas, que nos puxando para baixo, nos
prendem à Terra e nos retém dentro das paredes do Zodíaco,
condenando-nos ao eterno e inevitável ciclo dos nascimentos e
mortes.

No Budismo, o essencial não é o ato, mas a motivação que


está na sua origem ou raiz. Daí, a importância da pureza e
honestidade de nossas intenções, e a necessidade de vigiarmos o
tempo todo a intenção com que fazemos ou deixamos de fazer
algo.

Felizmente, a Era de Aquário, que recém começou em janeiro


de 1954, e vigorará por um período de dois mil anos, a partir de
grandes mudanças e transformações na crosta terrestre, e no
caráter e modo de vida dos indivíduos que formarão a sua
humanidade, será uma Era em que o homem emocional e
passional de Peixes cederá lugar ao homem mental e racional de
Aquário. O que significa que, nessa Nova Era, os homens se
libertarão totalmente das correntes emocionais negativas e
destrutivas, que ainda o arrastam para baixo e o aprisionam.

Afinal de contas, em que consistem as nossas emoções


negativas e destrutivas, que tantos desequilíbrios, desarmonias e
prejuízos causam a todos nós individualmente, aos outros, à
humanidade, e ao próprio planeta? Parece que, comumente, em
apegos, ambições, cobiças e desejos de poder, de fama, de prazer,
de lucro e riqueza pessoal… Entretanto, quanto mais possuímos

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essas coisas, mais as desejamos e queremos, e mais insatisfeitos
nos sentimos com a posse delas. Isto acontece, porque todas elas
são posses efêmeras e transitórias, que não duram mais do que
uma vida e que só satisfazem ao nosso eu mais superficial e
periférico ou ao nível superficial de nossa consciência…

O ser humano real e verdadeiro que está adormecido e


enclausurado na profundidade da nossa consciência, não carece
das coisas finitas ilusórias e transitórias. O verdadeiro Ser, que é
de origem divina, somente preenche totalmente a sua vacuidade,
quando consegue reencontrar Deus, a Existência Infinita, a
Consciência Infinita, a Bem-Aventurança Infinita.

Quando reencontramos na profundidade da nossa


consciência o nosso Deus Interno, Eterno e Imutável, as coisas
transitórias e mutáveis deixam de ter sentido, valor ou significado.
E, uma vez saciada a nossa sede de Luz, não mais sentimos falta de
alguma coisa. Tomamos a água da vida e nunca mais teremos sede.
Deixamos de ser fragmentos separados e nos tornamos UNO com
o TODO.

É certamente devido a essa insaciável necessidade de


preenchermos todo esse imenso vazio existente em nossas almas,
que nos leva a buscar, consciente ou inconscientemente, algo
capaz de preenchê-lo, e que até encontrá-lo não sabemos bem o
que é, mas que a intuição nos diz ser mais valioso e definitivo do
que qualquer bem material e terreno.

Enfim, em meio a toda imensa e terrível escuridão que o


ameaça e amedronta; em meio a todas as dúvidas, incertezas e

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perplexidades, que o perturbam e inquietam, devido a sua
ignorância; o sofrido e angustiado ser humano, mais dia menos
dia, acaba intuindo que só há uma saída, um único clarão, em meio
à imensa escuridão que o aprisiona: o do Cristo que nos chama e
convida para um novo e feliz reencontro…

Imagens de Mestres

Hercules, Elohim do Primeiro Raio

Mestre Vitória, um dos Iluminados da Grande Fraternidade Branca

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Representação Gráfica do Anjo da Unidade MICAH que encarnou como
Jesus, o Avatar da Era de Peixes, no ano 7 antes da nossa era, 747 da
fundação de Roma e 8.967 da origem da civilização Adâmica.

Representação Gráfica do Bem-amado ARCANJO MIGUEL, Chefe da


Legião de Luz de Anjos da Chama Azul e do Primeiro Raio.

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Unidade 3.

O homem como um ser essencial e

originalmente cósmico

“Verdadeiramente sábio é aquele que sabe


que nada sabe…”
Sócrates

O homem à luz da Ciência Ortodoxa e da Filosofia Esotérica. As três


abordagens do Conhecimento: a Científica ou Racionalista; a
Filosófica ou Lógica; e a Religiosa ou Devocional. A Ciência e a
Religião na Nova Era.

“Há mais coisas entre o céu e a terra do


que pode conceber a nossa vã filosofia…”
Shakespeare (in Hamlet)

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À luz da ciência clássica ou oficial, o homem não passa de um
aglomerado de ossos, músculos, nervos, células, glândulas, órgãos,
e de uma razoável quantidade de sangue, linfa e água. Mas, para a
Ciência Hermética ou Filosofia Esotérica, o homem é um ser muito
mais complexo, rico, vasto e profundo do que aparenta, ou daquilo
que dele se vê, se sabe e conhece.

De fato, por trás da imagem do homem que vemos refletida


no espelho, quando nele nos olhamos, há um outro homem que
não identificamos, que não percebemos ou descobrimos, de
imediato, um ser de origem, essência e natureza espiritual de
incomparável beleza, grandeza e poder, que por ser eterno e
imortal, retornará um dia à Unidade com o Grande Logos
Universal.

Infelizmente, por viver numa sociedade materialista,


consumista e permissiva, que o embrutece, massifica, corrompe e
o fragmenta em muitos “eus” menores e inferiores, o homem ainda
encontra enormes dificuldades para identificar-se como um ser
dotado de corpo, alma e espírito. E se depender de sua orgulhosa
e presumida Ciência ou dos seus limitados sentidos e intelecto,
continuará ignorando a sua real e verdadeira natureza, e
acreditando que é apenas um ser nascido da carne e da matéria.

O fracasso da nossa Ciência materialista e intelectualizada


está em ignorar outras realidades, incapazes de ser percebidas
pelos nossos limitados sentidos físicos e intelecto, e acreditar que
os fatos e fenômenos que observa e estuda são, realmente, como
se apresentam à nossa percepção e racionalidade e,

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consequentemente, aos nossos instrumentos e equipamentos de
pesquisa e investigação.

E enquanto a nossa Ciência não se convencer de que a par


dos fenômenos e realidades que normal e comumente
percebemos, outros existem que só podem ser percebidos em
estados ampliados de consciência, ou quando conseguimos
acelerar as nossas vibrações e mudar a nossa organização e
constituição psicossomática, continuará sendo uma ciência
incompleta ou de meias verdades.

Isto explica que, apesar de haver conseguido resolver de


maneira satisfatória, e às vezes até de forma inteligente e
brilhante, muitos dos intricados problemas humanos, e nos haver
brindado com extraordinários feitos tecnológicos, a Ciência do
homem não foi capaz de acabar de vez, e definitivamente, com
todos os velhos problemas sociais e morais, que tanto nos
dividem, incomodam e perturbam.

É exato que, não obstante ter inventado o computador;


colocado o homem na Lua; realizado transplante de órgãos vitais;
sondado e fotografado outros planetas; e realizado outros tantos
prodígios tecnológicos; tanto a nossa avançada Ciência, quanto a
nossa festejada Tecnologia, não se mostraram, até hoje, capazes
de explicar de forma cabal e convincente os milagres do
surgimento da vida e do aparecimento do homem neste planeta,
ou como do simples cruzamento de células masculinas e femininas
pode resultar gênios incríveis, como: Da Vinci, Edison, Einstein,
Newton, Dante, Shakespeare, Racine, Tagore, Beethoven, Goethe,

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Wagner, Milton, etc., e outros tantos tiranos e celerados, como
Nero, Calígula, Torquemada, Hitler, Eichmann, etc.

Tampouco a Religião ou a Filosofia conseguiram melhorar e


transformar o ser humano, religá-lo ao seu Criador, criar uma
sociedade mais justa, fraterna e solidária, e realizar a tão desejada
felicidade humana…

A Filosofia, conquanto haja levado alguns cérebros


privilegiados a atingirem o ápice da capacidade de pensar,
abstrair, deduzir e formular as mais incríveis e arrojadas
concepções, nos domínios da Política, Economia, Sociologia,
Pedagogia, Direito, e até mesmo da própria Física, não foi capaz de
esclarecer e explicar as relações existentes entre os efeitos dos
fenômenos anímicos, bioenergéticos e/ou paranormais e suas
causas.

Quanto à Religião, não obstante suas querelas, cismas e


divisões, em centenas de seitas ou facções — ao invés de produzir
aderentes ou crentes devotos e virtuosos —, tudo quanto
conseguiu, até agora, foi produzir um tipo de crente medroso,
submisso, conformista e supersticioso e, não raras vezes,
revoltado, angustiado e neurotizado. E o maior equívoco dessas
seitas ou religiões, ditas cristãs, foi o de tentar impingir à devoção
e veneração de seus adeptos, ou seguidores, um Deus feito à
imagem e semelhança do homem, na figura de um velho
encanecido que, como um rei ou tirano cruel e vingativo, nos
governa e vigia imponente e soberano, de seu trono em alguma
galáxia distante.

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Um Deus deste quilate e com tais atributos de crueldade,
rancor e vingança, capaz de premiar uns e condenar
inapelavelmente outros, conforme seus atos e obras, é um Deus
pequeno e limitado demais, para merecer a devoção, a fidelidade
e a adoração de seus crentes. É claro que um Deus assim só
consegue infundir entre os seus eleitos, descrença, dúvida, temor,
irreverência, ao invés de amor, confiança, respeito e veneração.

E certamente foi esta noção falsa, equivocada e mesquinha


deste Inefável e Incognoscível Ser — acima do Qual não se pode
pensar outro maior, e que está na origem e por trás de toda a
manifestação —, que fez com que milhões de pessoas, em todo o
mundo, passassem a temê-Lo ao invés de amá-Lo, adorá-Lo e
venerá-Lo…

Não é, pois, de se estranhar que a Criatura esteja cada vez


mais se desligando e se afastando de seu Criador, aceitando novos
cultos, salvadores e profetas, verdadeiros fabricantes e
vendedores de ilusões, que fazem de suas igrejas e templos um
ótimo comércio e um rendoso meio de vida, à custa da boa-fé,
ignorância e ingenuidade dos tolos. Isto explica, também, que cada
vez mais um maior número de crentes passe a se identificar com
o seu pequeno eu-personalidade, com seu ego ilusório, com seu
falso “eu”, e vivam submetidos aos prazeres e excitações da carne
e da matéria.

O que caracteriza, psicologicamente, a nossa cultura


ocidental — além do excessivo consumismo —, é a exagerada
tolerância com a imoralidade, desonestidade e corrupção. E
numa cultura com essas características, os corruptos e desonestos

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passam a ser apenas “espertos” ou “vivos” e tudo se permite ou se
tolera, inclusive, a impunidade, a nudez e o sexo explícito, exibidos
falsamente como arte nos cinemas, nos teatros e na televisão.

Em nossa cultura ocidental sempre se aceitou como verdade,


que “O homem é um animal racional” — Um bípede que difere dos
outros, apenas porque caminha ereto, pensa e raciocina. E a partir
dessa ótica demasiado simplista, de encarar o ser humano,
criamos um modelo de educação materialista, utilitarista e
pragmática, centrada apenas no desenvolvimento intelectual e
tecnológico, e inteiramente voltada para os nossos aspectos
animais, instintivos e racionais.

Um modelo de educação que se preocupa e se contenta


apenas em nos ensinar uma avalancha de nomes, datas, conceitos,
fórmulas e equações; que por ignorar e negligenciar a alma dos
educandos e sua natureza criativa e afetiva, não só lhes dificulta a
compreensão de sua real natureza e identidade; como ainda os
leva a acreditar que o importante são os bens e valores materiais,
e não os do espírito; enfim, que o importante é possuir, ter,
desfrutar e gozar, e não ser, crescer e superar-se.

E a menos que mudemos esse modelo de educação, por um


outro, que faça desabrochar o nosso “EU” superior, privilegie e
priorize os valores humanos e espirituais; e nos ensine a viver
verdadeiramente como cristãos; que se preocupe, enfim, mais com
a área afetiva, do que com a cognitiva, não conseguiremos
reformar os indivíduos, as nações e a grande sociedade humana.

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Tudo quanto conseguimos com este tipo de cultura e
educação foi construir uma sociedade, pelo menos cem vezes mais
industrializada, desenvolvida e mais próspera que a da Idade
Média, porém, mil vezes mais violenta, perigosa, insegura,
conflituada e intranquila.

É, pois, com ênfase na área afetiva, muito mais do que na área


racional e cognitiva, que precisamos repensar e montar os nossos
futuros modelos e projetos educacionais, para que as relações
entre as pessoas e nações não continuem regredindo ao nível
tribal dos primórdios da humanidade…

Enquanto continuarmos sendo apenas homens governados


pela mente concreta, pelo intelecto e pelas emoções baixas e
inferiores, ao invés de homens governados pela alma, pela
intuição e pelo coração, continuaremos sendo, única e
exclusivamente, forma física, corpo, mente e personalidade;
deixando que eles determinem nossos atos e conduta; e nos
comportando como simples marionetes manejadas pela nossa
natureza inferior.

Para sairmos dessa condição de “escravos que ignoram a


própria escravidão” e deixarmos de ser apenas máquinas,
autômatos, ou simples marionetes, precisamos, urgentemente,
sair da superfície para a profundidade, da periferia para o centro
de nós mesmos; unir o alto com o baixo, o inferior com o superior;
deixarmos de ser apenas uma fração de nós mesmos, e voltarmos
a ser uma unidade. Isto é, pessoas integradas consigo mesmas e
com seu Criador. Mas, para alcançarmos essa unidade, inteireza
ou integridade, precisamos, primeiro, deixar de ser quadrados,

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obtusos e superficiais, subir do plano do conhecimento para o da
sabedoria.

Há uma grande diferença entre conhecer e saber, entre


conhecimento e sabedoria; saber é ter certeza das coisas. É ter
ciência de algo ou de alguma coisa, com total e absoluta certeza. Já
conhecer é ter noção, ideia ou informação de algo, ou de alguma
coisa. Assim, todo o conhecimento é sempre uma repetição
daquilo que outros já fizeram, descobriram, disseram ou
escreveram. E por ser assim, é algo muito pessoal e subjetivo para
ser aceito, sem crítica e sem exame, como verdade incontestável e
absoluta.

Ninguém poderá alcançar o Plano da Sabedoria sem passar


antes pelo Plano da Inteligência e pelo Plano do Conhecimento,
que se situam mais abaixo. Mas, se o que buscamos é abstrato, o
conhecimento que devemos buscar não é o conhecimento
concreto que nos chega pelos sentidos físicos e através da mente.
Se o que buscamos é abstrato, o caminho para encontrá-lo tem que
ser necessariamente abstrato. E se é abstrato, é oculto, ou não
desvelado. Precisamos, então, esforçarmo-nos para descobri-lo e
encontrá-lo além da realidade aparente desse nosso mundo ou
plano da forma.

Não é por simples acaso ou mera coincidência que,


imediatamente abaixo do Plano do Equilíbrio, da Harmonia,
também conhecido como Plano Causal ou da Alma, encontramos
o Plano Mental, sede do conhecimento concreto. E que,
imediatamente, acima desse 4º Plano, encontramos o Plano da
Inteligência (5º Plano) cuja substância é a Luz. E que

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imediatamente acima deste, encontramos o Plano da Sabedoria
(6º Plano) cuja substância é o Brilho. Tanto quanto a substância
do Plano Divino ou Espiritual (7º Plano) é o Esplendor.

E todos haveremos de ser um dia brilhantes e


esplendorosos, como o nosso Pai Celestial. Mas, para que isto
aconteça, precisamos buscar a luz sem cessar. Sem ela, jamais
alcançaremos o Plano da Inteligência e, depois deste, o Plano da
Sabedoria. Se formos sábios, teremos brilho, seremos brilhantes.
Mas, somente sendo esplendorosos chegaremos a ser divinos e
imortais. Portanto, sem conhecimento, jamais alcançaremos a
Sabedoria. E sem esta, jamais seremos divinos e eternos. Teve pois
inteira e total razão o Divino Mestre Jesus, quando sentenciou, há
quase dois mil anos, que: “Só o conhecimento liberta”. Ou que “se
conhecermos a verdade, ela nos libertará…”

Mas, já vimos que conhecimento sem discernimento, sem


descer ao âmago das coisas ou penetrar no cerne das questões e
dos fenômenos, jamais levou ou levará alguém à sabedoria, à
compreensão das leis, princípios, causas e fenômenos, que regem
a vida e ordena todo o Universo. É por acreditar e aceitar
ensinamentos ou informações sem discernir, que com relação a si
mesmo, à sua vida, origem e destino, o ser humano consegue
saber, apenas, que nada sabe, malgrado o enorme cabedal de
conhecimento que conquistou e acumulou, principalmente, neste
século XX.

Dos primórdios da nossa Civilização até o século V a.C., com


o apogeu da cultura helênica, a Ciência e a Religião formavam uma
única e mesma espécie de conhecimento.

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Mas, por ser ainda bastante incipiente e rudimentar, a
Ciência, nas sociedades humanas mais primitivas, sempre esteve
impregnada de crendices, superstições, magia e misticismo. Por
estar a arte de curar dessa época dominada pela magia, pelo
exorcismo e pelos rituais, transformava aqueles que dominavam
suas práticas numa mistura de sábio, rei e sacerdote, fazendo com
que as Sociedades desse período fossem todas de base teocrática,
a exemplo dos caldeus e egípcios.

Por essa época, e durante um largo período da história de


nossa Civilização, Religião e Ciência se confundiam, e era
impossível distinguir uma da outra. E foi somente a partir do
século V, na Grécia, que a Ciência logrou libertar-se da Religião.
Foi, também, a partir dessa época, que a Filosofia começou a
sobressair-se como conhecimento distinto da Ciência e como uma
especulação racionalista, capaz de ampliar e consolidar a Ciência,
mas limitar a Religião.

Como resultado dessa divisão do conhecimento humano, em


Ciência, Filosofia e Religião, temos hoje três maneiras diferentes
de encararmos Deus, o universo e o homem: a científica, que
sempre tratou essas questões de uma forma racionalista,
mecanicista e materialista; a filosófica que buscando encontrar
uma explicação lógica e convincente para todos os mistérios do
mundo e da vida, especula sobre a causa final e última das coisas;
e finalmente a religiosa, que por se apoiar em alegorias, símbolos,
lendas, mitos e dogmas, pretende que vejamos essas questões ou
mistérios, não com os olhos da razão, mas com os olhos da fé e da
crença…

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Na Religião, portanto, especialmente durante os séculos da
Idade Média, quando esta imperou, então, com toda a sua força,
apoiada pelo Estado que, desde Constantino (708 a 715 d.C.) a
encampara, a razão tornou-se apenas uma serva da fé. Ninguém
podia duvidar dos dogmas religiosos, sob pena dos maiores
castigos. O que a Teologia, elevada, então, ao ápice da hierarquia
filosófica, admitia como verdade incontestável, não podia ser
objeto de contestação: era pecado punido com a fogueira.

Por essa época, a Ciência passou, de novo, na prática, a


confundir-se com a Filosofia, em sua subordinação aos credos
religiosos, sofrendo as mesmas limitações. Qualquer progresso da
ciência estava, pois, vedado de antemão. O que a Bíblia ensinava
sobre a criação do mundo e o aparecimento do homem eram
verdades eternas, infalíveis e imutáveis, das quais ninguém podia
duvidar. É fácil imaginar o atraso científico que resultou de tudo
isso.

Não existe maior inimigo da verdade e pior obstáculo ao


desenvolvimento da cultura dos povos e do progresso humano, do
que essa fé que se apresenta como razão divina àquele que crê.
Dessa fé dogmática, que impõe às pessoas uma crença cega, sem
exame, impedindo-as de pensar, refletir, indagar e questionar,
mesmo que lhes sobrem razões para duvidar, e nenhuma para
crer. É óbvio que uma fé desse tipo será sempre um mito confuso
e dependente da razão ou do interesse a que serve…

Mas, na recém-chegada Era de Aquário, em que o homem,


governado pela emoção desaparecerá, para ceder lugar ao homem
governado pela mente, até mesmo a fé terá que ser uma fé

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racionalizada, onde aquele que crê deverá ter sempre uma forte
razão para crer. O que significa que, na Era de Aquário, a fé crédula
dos ingênuos e adormecidos será substituída pela fé racionalizada
dos despertos e iluminados.

Durante toda a Era de Peixes, a maioria dos devotos, crentes


ou aderentes, estiveram tão envolvidos e condicionados pelas
escrituras, dogmas, profetas e missionários de sua crença, seita ou
confissão religiosa, que não foram capazes de aceitar ou admitir
outras verdades ou ensinamentos diferentes — e ainda hoje
relutam —, daqueles que desde a infância lhes foram revelados e
incutidos no interior de suas igrejas e templos, como verdades
absolutas e inquestionáveis, as quais, por constarem de suas
escrituras, são considerados “textos sagrados e infalíveis”. Muitos
dos quais, entretanto, foram mal traduzidos, mal interpretados, e
ou impressos e divulgados com diversos erros, acréscimos ou
interpolações.

Mas, a partir da entrada da década de cinquenta, tanto a


Ciência — que tende sempre a concretizar e materializar as coisas,
e acreditar apenas naquilo que observa e pode comprovar; —
quanto a Filosofia — que sempre busca encontrar uma explicação
lógica e racional para todos os mistérios do mundo e priorizar o
aspecto abstrato das coisas; ou a Religião — que apoiando-se em
símbolos, mitos, dogmas e tradições, sempre explorou o lado
místico e emocional da natureza humana; todas elas, apesar de
trilharem caminhos opostos, diferentes, e independentes, dão a
entender que estão agora conciliando seus conflitos e
divergências, e convergindo, finalmente, para um mesmo ponto

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comum, a respeito de antigos e numerosos enigmas e mistérios da
vida, do homem, e do Universo, bem como a respeito da Deidade,
que criou e mantém toda essa vida, seres e mundos.

É fácil percebermos, que nos últimos tempos, Ciência,


Religião e Filosofia estão novamente se reencontrando e
reunificando. Constatamos, também, que enquanto as religiões
ditas cristãs estão se preocupando, cada vez mais, com os
problemas terrenos, mundanos e humanos, e com isto se
concretizando e materializando, a Ciência e, principalmente, a
Filosofia estão cada vez mais se espiritualizando.

Prova-nos essa espiritualização a crescente preocupação da


Ciência e da Filosofia com as questões e assuntos metafísicos e
sobrenaturais. Acreditam os novos convertidos e precursores
dessa espiritualização, que é impossível conceber-se toda a
soberba e magnífica Criação, que observamos e conhecemos, sem
a existência de um Criador, um ser Onisciente e Todo Poderoso,
que tenha criado as Galáxias, Universos e Mundos. Uma
Inteligência Superior que lhe dirija os destinos. A própria ordem
reinante no Cosmos — e as leis materiais que regem os seus
fenômenos —, constitui provas suficientes desse Ser necessário,
acima do qual não se pode pensar outro maior.

E tamanha é a profusão de novas ideias, concepções,


hipóteses, teorias e conceitos, tão surpreendentes, quanto
fantásticos, a respeito da natureza de Deus; do aparecimento e
desaparecimento do homem; dos mundos; da origem da vida; e do
começo e fim do Universo; saídos do cérebro privilegiado de
alguns dos nossos mais notáveis e respeitados filósofos e

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cientistas, que a Ciência e, principalmente, a Filosofia da Ciência,
mudaram completamente a maneira de encarar e abordar todos
esses mistérios e enigmas.

Entre esses precursores ou novos convertidos, podemos


citar, por exemplo, o extraordinário físico inglês James Jeans que,
contrariando a antiga concepção mecanicista do Universo, já
explicava em 1932, que: “o nosso Universo assemelha-se muito mais
a um grande pensamento do que a uma grande máquina”,
concluindo que o nosso “Universo é mental”; o cosmólogo
britânico Fred Hoyle, que convencido, há décadas, da origem e
natureza não-física do Universo e do homem, acertadamente
vaticinou: “Quando a Ciência principiar a estudar os fenômenos
não-físicos da vida e do Universo fará, em uma década, mais
progressos do que em todos os séculos de sua experiência”; o físico
John Archibald Wheeler, ex-professor da Universidade de
Princeton, New Jersey, Estados Unidos, autor da Teoria do
Colapso Gravitacional das Estrelas, que provou a existência dos
“Buracos Negros”, através dos quais inúmeros cientistas
modernos explicam a origem, a evolução e o provável fim do
Universo. E não só este, mas igualmente o físico alemão,
naturalizado norte-americano, Werner Von Braum, “o pai da
bomba V-2” e precursor dos foguetes espaciais, pouco tempo
antes da sua morte, explicou que: “A matéria não pode ser
destruída; pode, apenas, passar de uma forma para outra”. “E que
tudo quanto a Ciência o havia ensinado, só fortalecia a sua crença
na continuidade da existência, após a morte do corpo físico”.

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Quanto a John Archibald Wheeler, que há décadas já
anunciava o advento de uma “Nova Era da Ciência”, tão
revolucionária como a de Einstein, desafiando o argumento de que
a vida haja surgido por acaso, ou acidentalmente no Universo,
indaga e questiona: “Como é que o Universo poderia existir e fazer
sentido, se não estivesse garantido que, em dada altura, iria dar
origem à vida, à inteligência, e à razão”? Concluindo como resposta
que: A necessidade de produzir vida está no âmago de todo o
mecanismo, de toda a estrutura do Universo, e que não faz sentido
supor ou acreditar ser o homem uma insignificante partícula de
poeira cósmica, colocada simplesmente ao acaso, acidentalmente,
e sem qualquer finalidade, num pequeno planeta, existente
algures na vastidão do espaço, e na borda de uma galáxia sem
importância…

Wheeler, que levou a física aos seus limites, conclui que


“essas questões têm de ser normalmente expressas em linguagem
religiosa”. Mas, embora suas inquietações e reflexões pareçam
refletir uma perspectiva teológica ou religiosa, sua argumentação
é a de um físico obstinado, que explora as leis fundamentais do
Universo. Tanto, que em muitos campos do conhecimento
humano, suas ideias originaram novas e grandes descobertas.

Segundo Wheeler e outros expoentes da Física, tudo


começou, inclusive o espaço e o tempo, com o “Big Bang” ou
grande explosão que, segundo se presume, deu origem ao
Universo, e que tudo irá acabar, daqui há milhões e milhões de
anos, com uma grande implosão ou contração, quando todo o
Universo tendo terminado de se expandir, for lentamente

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obrigado, pela esmagadora força de sua gravidade, a contrair-se e
desaparecer, transformando-se em algo semelhante a um “Buraco
Negro”.

Hipótese, que em suas linhas gerais, coincide perfeitamente


com o conhecimento hermético, quando explica e sustenta que: “o
Universo veio à manifestação, vive e desaparecerá, animado pela
exalação ou expansão, pela sustentação, e pela absorção, retração
ou contração. Fases que nada mais são que os três poderosos
momentos do sopro ou alento divino, isto é, da respiração do Criador
e Sustentador de todas as coisas…”

Mais recentemente, alguns outros filósofos da ciência, como


o bioquímico inglês James Lovelock, autor da “Hipótese de Gaia”,
Raymond Ruyer, biólogo e autor de “A Gnose de Princeton”; e o
físico Fritjof Capra, autor de “O Tao da Física” e “O Ponto de
Mutação”, provavelmente, traduzindo em palavras as suas mais
altas intuições, apresentam-nos nesses livros uma outra visão
muito mais completa e abrangente do Universo, da Natureza e do
Homem, e todos eles firmando uma nova posição científica de
reconhecimento de uma Inteligência Superior, na formação
original do Universo, como única explicação plausível para os
diversos “milagres”, que são constatados na Biologia, na Física,
Química, Cosmologia, etc. Fato que os fazia acreditar na existência
de Deus; ter uma visão Espiritual da vida, do homem e do
Universo; e prever uma nova aliança entre a fé e a razão, ou entre
a Religião e a Ciência…

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James Lovelock, autor do livro “A Hipótese Gaia”

Particularmente, em “A Hipótese de Gaia”, publicado pela


primeira vez em 1970, James Lovelock apresenta-nos uma nova
abordagem do problema ecológico, muito mais cósmica e
espiritual e, por isso mesmo, muito mais próxima dos milenares
ensinamentos herméticos ou esotéricos. Afirma esse autor, que o
nosso planeta “é um organismo vivo que se autorregula”. E que,
portanto, “ao destruir o meio-ambiente, o homem estaria se
revelando uma espécie de ‘vírus’ do planeta que pode ser
erradicado de sua superfície a qualquer momento…”

Como se vê, é a própria Ciência, que revendo e reformulando


várias de suas antigas concepções, relativas à natureza, à vida e ao
homem, faz com que muitos dos conceitos da moderna Física
mostrem, na maioria das vezes, surpreendentes semelhanças com
as ideias das filosofias religiosas da Teosofia, do Hinduísmo, do
Budismo, do Taoísmo, e sejam em muitos pontos, coincidentes
com os ensinamentos herméticos ou esotéricos.

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Noções e conceitos como: Holograma, Holística e Holismo,
cuja abordagem pressupõe o Universo como um sistema completo
e total, que contém outros sistemas menores, cujas estruturas,
padrões e funções correspondem, exatamente, àquelas do
sistema, ou todo maior, parecem confirmar, ainda que com algum
atraso, a Unidade Ôntica4 do homem. Isto é, que o homem, por ser
uma individualização da consciência ou Alma Universal, é
essencial e originalmente cósmico e espiritual.

A partir dessa Unidade Ôntica prevalecente em todo o


Cosmos, e que torna inseparável o Criador de sua Criação, pode-se
compreender que, em nosso Universo, cada existência está
contida na Existência maior e total, que a mantém e sustenta. E
que todas as formas da natureza: Estrelas, sóis, planetas, homens,
átomos, ou células, obedecem às mesmas leis universais: Por ser
evidente que: “As leis pelas quais o Universo é organizado
reaparecem em cada um dos seus pontos e regulam ou governam
esse ponto”. E é exatamente esta sincronicidade entre as partes e o
Todo Universal, que, obviamente, liga o homem ao seu destino, e
sintoniza a sua alma com a Alma Universal, justificando e
explicando a influência dos Signos e Planetas em sua vida. É ela
que põe ainda por terra toda e qualquer ideia de casualidade ou
determinismo, até então tidas como as duas maiores constantes
do Universo.

De fato, tudo se liga e se encadeia no Universo, sob o


princípio da sincronicidade ou da correspondência, regido pela lei

4 Ôntica: adjetivo, significando algo relativo ou pertencente ao ser, ao seu


estudo ou às suas características (N.R.)

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do número, da medida, da ordem, do equilíbrio e da harmonia. E
essa nova abordagem, tanto Holística, quanto esotérica e
Hermética, vê a Natureza, o Homem, e a Vida como um Sistema
Integrativo e Abrangente, que relaciona e coloca na mesma
perspectiva o Ambiental, o Social, o Físico e o Espiritual.

E essa nova abordagem revela-se muito mais cósmica e


espiritualizada que qualquer outra, demonstrando e
comprovando, que na origem e na razão mesma de todas as
causas, princípios, fenômenos e coisas manifestadas, uma
Inteligência Infinita e Suprema se revela, e se impõe à finita e
limitada razão humana…

Representação gráfica do bem-amado ARCANJO GABRIEL, complemento


divino de mãe Maria e Chefe da Legião de Anjos da Chama Branca
Cristalina da Ascensão e ou Ressurreição

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Representação gráfica do bem-amado ARCANJO RAFAEL, Chefe da Legião
dos Anjos da Cura, da Chama Verde e do 5º Raio

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Capítulo II.

O homem à luz da Bíblia, da Ciência e da

Filosofia Hermética

“Ainda não se levantaram as barreiras


capazes de deterem os homens de gênio”.
Beethoven

“O Ser humano tem dentro de si uma voz


divina que só lhe fala quando as outras se
calam…”
Alba

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Unidade 4.

A Alquimia como ciência ou Arte Sagrada

“Quando se busca o cume da montanha, não


se dá importância às pedras do caminho”.
Anônimo

A obra da Criação como uma grande operação alquímica. Deus, o


Absoluto, como o Primeiro e Grande Alquimista.

“Os prêmios e benefícios que a Sabedoria


oferece somente podem ser conquistados à
custa de estudo, trabalho e determinação…”
José Ingenieros

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Desde que tudo que está em manifestação no Universo
provém de uma única e mesma fonte que é Deus — o Absoluto,
temos que admitir e reconhecer a Unidade Essencial de todas as
coisas manifestas. De fato, quer se trate de uma vastíssima galáxia,
com suas miríades de estrelas, sóis, planetas e mundos; quer se
trate de deuses, anjos e homens; quer se trate, apenas de um
diminuto átomo, célula, ou ser vivo inferior da escala zoológica,
todos dimanam de Deus, ou tem n'Ele a sua causa, origem e
essência. E isto é suficiente para que possamos compreender que
a Criação nada mais é, afinal, que uma vasta operação alquímica,
uma magna obra, uma transmutação, enfim, de tudo e de todas as
coisas.

Como parte, então, dessa estupenda e monumental Criação,


nós, seres humanos, nada mais somos, afinal, que um dos produtos
ou resultados dessa Alquimia Divina que, de transformação em
transformação, de transmutação em transmutação, segue criando
galáxias, astros, universos, mundos e seres, e transformando a
pedra em planta, a planta em animal, o animal em homem, e estes,
em anjos e deuses. E isto, naturalmente, faz do Criador o Primeiro
e Grande Alquimista.

Aliás, segundo o Gênese de Moisés, o primeiro dos cinco


livros da Bíblia, tanto o infinitamente grande ou macrocosmo,
representado pelas galáxias, astros e planetas, como o
infinitamente pequeno ou microcosmo, representado pelo homem
e as espécies inferiores, só puderam ser criados após Deus haver
concebido a Luz. Tanto que a expressão “Faça-se a Luz” constituiu
a primeira ordem ou decreto do Criador, e o primeiro passo para

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a Criação ou precipitação de tudo o mais que Deus — o Grande
Alquimista, desejou expressar e manifestar, tanto nos planos
superiores, como no plano ou mundo da forma material, após
idealizar e modelar, em sua própria mente, o arquétipo ou modelo
dos mundos, seres e coisas que desejava eterizar e concretizar.

Assim, a luz ou a energia radiante é a matéria prima, a


essência e a chave de toda operação alquímica. E todas as coisas e
seres são original ou essencialmente lucígenos, isto é, feitos de luz.
Aliás, há mais de seis séculos, um grande místico do Extremo
Oriente já nos alertava: “Desintegre um átomo e em seu centro você
encontrará o poder de um milhar de sóis…”

Ainda que a teoria atômica haja surgido com o filósofo grego


Demócrito, que viveu no século V, antes de Cristo, foi a nossa
geração a primeira de toda a história a ver o átomo fragmentar-se,
até dissolver-se em energia ou luz. Façanha realizada em 1942
pelo físico italiano, naturalizado norte-americano, Enrico Fermi.

Coube, porém, ao físico Albert Einstein, autor da Teoria da


Relatividade, demonstrar que a matéria que sempre nos pareceu
tão coesa, sólida e compacta, nada mais é, realmente, que energia
e movimento, dado que na sua formação, a massa surge do
movimento giratório a altíssima velocidade dos elétrons em torno
dos seus respectivos núcleos.

Girando velozmente, estes elétrons ou corpúsculos de carga


negativa em torno de seus respectivos núcleos de carga positiva,
ocupam todos os enormes espaços vazios da substância física,
ensejando a existência da matéria. Não fosse esse velocíssimo

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movimento giratório, orbital ou vorticoso dos corpúsculos
negativos, em torno de seus núcleos positivos, a matéria não
existiria. Daí dizer a Física moderna que a matéria não passa
de energia concentrada ou condensada.

A grande verdade é que, quando, com a desintegração do


átomo. realizamos a fissão ou fusão do seu núcleo, tudo quanto
encontramos são diminutas partículas de luz, mantidas em
movimento vorticoso e em trajetórias orbitais preestabelecidas,
imbuídas de ação inteligente ou consciente, comprovando,
primeiro, que aquilo que a Ciência e os cientistas supunham ser
matéria sólida, dura e indivisível, com a desintegração de seus
átomos, dissolveu-se, e tornou-se a mais intangível de todas as
coisas — a luz. E, segundo, que até no átomo existe vida inteligente
e consciente.

Desde que “matéria é energia” e “energia é matéria”, visto


que ambas se equivalem e uma se resolve na outra, a distinção
entre ambas é apenas uma distinção entre estados temporários.
Vale dizer, se num dado momento temos massa e matéria, em
outro, temos energia radiante ou luz. Portanto, de todas as coisas
conhecidas, a menos concreta é a matéria cuja coesão, solidez ou
concreção constitui apenas uma ilusão. Assim, a energia e não a
matéria é que constitui a realidade essencial do Universo, do
mundo, e igualmente do homem.

É esta energia, que descendo dos planos ou esferas mais


elevados e adiantados para os mais baixos e inferiores se, adensa
e solidifica, atingindo graus ou estados cada vez mais densos,
sólidos e materiais. E que, num sentido inverso, isto é, do baixo

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para o alto, cada vez mais se sutiliza e rarefaz, alcançando graus
ou estados cada vez mais imateriais, hiperfísicos ou espirituais,
comprovando que o Espírito, por ser a energia no seu estado mais
puro, refinado e sutil, é a síntese final da matéria.

Ou dito de outro modo: Que o espírito, apesar de espírito,


pode num sentido descendente ou involutivo materializar-se até o
extremo. E que a matéria, por sua vez, num sentido oposto, pode
sutilizar-se mais e mais, isto é, tornar-se cada vez mais rarefeita,
até transformar-se em luz e espiritualidade.

Podemos concluir, então, que o nosso Universo e tudo que


ele contém, inclusive nós mesmos, fomos e estamos constituídos
sob duas formas: uma concreta, tangível, visível e diretamente
perceptível pelos nossos cinco sentidos físicos. E outra sutil,
invisível e intangível que, escapando à percepção e sentidos
comuns, somente pode ser alcançada em estados dilatados ou
ampliados de consciência e percepção, modernamente chamados
pela Ciência do homem de Percepção Extra-Sensorial ou
Paranormalidade.

Obviamente, face à essa constatação de que a energia


precede a matéria e da realidade essencialmente energética do
Universo, da natureza e do homem, a Física ortodoxa foi forçada a
rever e reformular a maioria de seus conceitos e postulados
materialistas. Assim, face à constatação e comprovação de que, na
realidade, a matéria é apenas energia em diferentes gradações de
densidade ou de frequência vibratória, todo o materialismo e
mecanicismo defendido até então, com tanta ênfase e veemência
pelos céticos e incrédulos de todos os tipos e épocas, perderam

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todo o sentido como argumentos ou motivos de descrenças nos
fatos, fenômenos ou realidades menos tangíveis da Manifestação
Divina, que escapam aos sentidos menos aguçados, ou às
percepções ainda limitadas do homem comum.

Face a esta possibilidade de transformar matéria em energia,


e energia em matéria, tornou-se evidente que o homem é muito
mais do que uma forma física sólida; que é antes e acima de tudo,
o produto final de vários tipos de energia, que se produzem,
combinam e transformam em seus centros, vórtices ou chakras; e
que se manifestam em diversos e diferentes níveis e alimentam o
seu campo energético. E como as estrelas, sóis e planetas também
possuem esses centros ou chakras e os seus campos energéticos,
fluxos dessas diferentes energias, fluem contínua e
permanentemente das esferas mais elevadas do Cosmos e do
nosso próprio Universo para os chakras existentes no corpo
etérico ou vital do homem e vice-versa, demonstrando e
comprovando que todas as coisas do Universo e do Cosmos têm
alguma relação com a nossa natureza, nossas necessidades e
potencialidades; que o homem, enquanto ego vivente e encarnado,
é tão só e “simplesmente” a soma total das forças ou energias
universais que constituem a sua composição psicofísica.

Esta inter-relação, ou relação mútua e recíproca entre os


campos energéticos ou eletromagnéticos do homem, do Universo
e do Cosmos, e que tanto afeta a nossa maneira de ser, de agir e
reagir, apenas evidencia que o Cosmo inteiro, com todos os seus
inumeráveis Sóis e Universos, é um sistema total abrangente,
amplo e integrativo, dentro do qual há “todos” menores, cujas

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estruturas, padrões e funções, correspondem completa e
exatamente àquelas do Grande Todo ou Todo Maior. E essa
abordagem holística permite-nos entender a razão pela qual um
simples e diminuto átomo mostra tanta semelhança com o nosso
sistema solar e possa ser chamado de Universo em miniatura.
Tanto quanto o Macrocosmo, está em microcosmo, no homem.

Segundo Albert Einstein, estrelas, planetas, mundos e, até


mesmo as pequeninas partículas que estão no átomo, obedecem
às mesmas leis cósmicas e universais, por serem
fundamentalmente partes da mesma ordem cósmica,
comprovando que “assim como é em cima, é embaixo”. Fato que
Hermes Trismegisto, sábio e mestre atlante, iniciador de Moisés,
considerado o fundador da Astrologia e pai da Alquimia, já sabia
há 2.700 antes de Cristo. Enfim, essa ideia de que tudo se liga e se
encadeia na Natureza e no Universo, segundo os mesmos
princípios cósmicos da ordem, da harmonia, da correspondência,
do ciclo e do sincronismo; e de que a “matéria” da qual o universo
é composto, nada mais é do que uma coisa intangível, que
chamamos energia, apenas reforça a nossa crença de que “há uma
só vida em todas as coisas”.

É compreensível, todavia que qualquer indivíduo que ainda


esteja preso a uma porção de falsas crenças ou preconceitos; que
não queira abrir mão de seus costumeiros pontos ou fontes de
referência; ou que ainda esteja mergulhado no mais denso
materialismo; não consiga acreditar na continuação da vida em
outros planos, mundos ou dimensões. Pois, a menos que possamos
demolir as concepções prévias que temos de nós mesmos, dos

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outros, da vida, e do mundo, ou que consigamos ampliar e dilatar
a nossa consciência acanhada e aperfeiçoar os nossos sentidos
ainda bastante embotados e limitados, não conseguiremos
perceber outras realidades e fenômenos diferentes daqueles com
que, habitualmente, estamos familiarizados. É claro, que para um
indivíduo com essas características e atraso, as coisas serão
sempre e exatamente como parecem ser, ou como se apresentam
aos seus sentidos e percepção. E isto faz com que esse indivíduo
seja incapaz de elevar-se acima de suas concepções falsas e ou
ilusórias e de alcançar o verdadeiro caráter da natureza, de si
mesmo, da vida e dos mundos…

Faz pouco mais de quatro décadas que a Ciência do homem


começou a atentar para o fato de que a energia não é apenas uma
dádiva da natureza, mas também, uma propriedade ou atributo
interno do ser humano, onde assume formas extremamente sutis,
como no caso do pensamento.

Felizmente, apesar de encontrarmos ainda muitos cientistas


que concebem ou veem o homem apenas como um Ser vivente
feito de carne, músculos e ossos, cresceu neste final de século e de
milênio o número de filósofos, antropólogos, psicólogos, biólogos,
físicos, fisiologistas, etc., que começam a reconhecer o homem
como um ser feito de muitos tipos de energias, das quais a sua
forma física, sólida e material seria quase um subproduto.

Tanto o infinitamente grande ou macrocosmo, quanto o


infinitamente pequeno ou microcosmo foram, originalmente,
criados através dos quatro Elementos alquímicos que
conhecemos: Fogo, Ar, Água e Terra.

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Desses quatro Elementos, o fogo é o mais poderoso por estar
na raiz, na origem mesma de toda a Criação e de toda a Operação
Alquímica. Revela-nos o Gênesis, que Deus, o Criador de todas as
coisas, fez o mundo em seis dias, ciclos ou períodos, começando
pela Luz, isto é, pelo Fogo, terminando no homem, que só foi feito
no sexto e último dia, de barro, isto é, de água e terra. Diz ainda o
Gênesis que, para que o homem tivesse o fogo da vida, foi
necessário que o Criador soprasse o ar em suas narinas. E é,
igualmente, pelo fogo da energia sexual que o homem cria, procria
e se reproduz. E tudo isto apenas confirma que o homem não
somente foi feito a partir desses quatro Elementos, como ainda os
conserva em sua natureza.

Esses mesmos elementos: Fogo, Ar, Água e Terra se associam


e combinam para formar a estrutura material de todos os corpos,
objetos e organismos animados ou inanimados. E cada um deles
se apresenta em três diferentes modalidades de frequência
vibratória, produzindo 3x4 ou doze (12) diferentes “Campos de
Energia”, cada um dos quais se afina ou sintoniza mais com um
dos doze Signos do Zodíaco predominante no exato momento em
que o recém-nascido exala a sua primeira respiração, de forma a
garantir a sua harmonização ou sintonia com as energias Cósmicas
e Universais.

São justamente esses doze padrões primários de energia,


afetados e influenciados pelo Signo do nascimento de cada ser
humano, que condiciona a maneira de ser, de agir e reagir de cada
um de nós, durante toda a nossa vida. Portanto, cada um de nós
responde de forma mais direta e imediata a uma determinada

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onda ou frequência de energia. E como nossos “Chakras” ou
centros energéticos correspondem a certos centros de energia do
nosso Sistema Solar, cada um de nós é um canal apropriado de
exteriorização dessas energias e vibrações cósmicas.

Isso explica, também, que algumas pessoas experimentem,


mais do que outras, um apurado senso de individualidade e de
autoidentidade, sob a influência do Sol; uma maneira de agir e
reagir mais emotiva, sob a influência de Mercúrio; uma maior
necessidade ou capacidade de afeto, sob a pressão e o influxo de
Vênus; ou um impulso enorme para a Ação e para a Autoafirmação
sob a injunção de Marte.

Tanto quanto Urano, Netuno e Plutão revelam as energias


mais sutis com as quais estamos mais afinados, fazendo com que
sejamos mais ou menos inspirados, perceptivos ou intuitivos.

O fato é que, quando as energias desses planetas entram em


ação, despertam em cada um de nós um desejo ardente e
consciente de superação e refinamento de nossa própria natureza
inferior e um irresistível impulso para a transcendência e para
mergulharmos num Todo muito maior.

A verdade é que todos nós, enquanto Egos viventes ou


encarnados, aprisionados ou crucificados na matéria, num corpo
sólido denso, recebemos todos os dias do Alto, das esferas
espirituais mais elevadas, enormes quantidades da mais pura
energia, para qualificarmos com os nossos atos, pensamentos e
sentimentos perfeitos e positivos. Entretanto, devido às nossas
negatividades e imperfeições, apenas conseguimos sutilizar e

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qualificar, quando muito, três por cento (3%), desse enorme
caudal de energia que devemos devolver ao Alto. Ou seja, apenas
uma ínfima e insignificante parcela. E isto explica por que o nosso
pequeno planeta e sua humanidade permaneceram por tanto
tempo tão atrasados em relação ao Esquema Evolutivo do nosso
Sistema e fosse exatamente a Terra o planeta a apresentar mais
desarmonias e dissonâncias em forma de conflitos, guerras,
doenças, fome, pobreza, dores e sofrimentos…

Se pudéssemos por meio de nossas ações, pensamentos,


sentimentos, emoções e palavras qualificar conscientemente, pelo
menos cinquenta e um por cento (51%) da enorme quantidade de
energia que recebemos do Alto, não só reduziríamos,
enormemente, o nosso carma pessoal, familiar, grupai ou racial,
como, ainda, contribuiríamos para acelerar a evolução do nosso
planeta.

Todo homem, enquanto encarnado neste mundo, está sob o


influxo de duas poderosas torrentes de energia, que fluindo em
sentidos contrários ou opostos, determinam toda a sua maneira
de ser, conduta e comportamento: a que fluindo de cima para
baixo determina a sua moralidade, o modificam e o permite
avançar e crescer espiritualmente. E a outra que provindo do
baixo, da sua natureza inferior, da sua Personalidade, torna-o cada
vez mais denso, grosseiro e pesado, face às suas ações negativas e
destrutivas. Então, conforme predomine uma ou outra dessas
torrentes de energias, seremos, respectivamente, mais deuses e
menos homens, ou mais homens e menos deuses…

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O homem não nasce neste mundo para sofrer, chorar ou ser
infeliz. E somente experimenta nesta vida toda espécie de
problemas e infortúnios devido aos seus próprios erros, culpas,
desarmonias e dissonâncias. São os homens, e somente eles, que
por suas obras, atos, agressões, violações ou omissões traçam o
seu próprio destino nesta, e em outras vidas. Também o destino
ou carma de um País, Continente ou Planeta é traçado de acordo
com a conduta do seu povo e do estágio de progresso evolutivo de
sua raça…

Infelizmente, não existe no mundo maior inimigo do homem,


que o próprio homem. Ele que, segundo a Bíblia, foi feito de barro,
isto é, de terra e água, parece que endureceu e se tornou uma
rocha, uma pedra bruta, dura, pontiaguda, capaz de ferir a todo o
momento e machucar os outros. Mas, por pior que atualmente seja
um indivíduo; por mais duro, petrificado e embrutecido que ainda
esteja, ele tem, no âmago de si mesmo, uma cristalização
prontinha para eclodir e vir à luz, caso consiga lapidar e burilar a
pedra bruta que a esconde.

Enquanto corpo físico carnal, somos todos apenas: fogo, ar,


água e terra. E quando após desaparecer lá no túmulo os três
primeiros desses elementos, um após outro, tudo quanto restará
do nosso corpo será apenas cinza, pó ou poeira. Entretanto, aquela
reduzida minoria de indivíduos que conseguem crescer, superar-
se e deixar sair essa poeira, acabará revelando aquilo que cada um
de nós realmente é, por origem, essência e natureza — um cristal
perfeito, belo, translúcido ou transparente, que nunca faz sombra
e deixa passar através de si toda a radiosa luz que recebe do Alto.

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Então, aquele que inicialmente era apenas uma pedra bruta,
rígida, densa, pesada, cheia de ângulos e pontas dilacerantes, uma
vez polido, lapidado e burilado, torna-se brilhante, radioso e
perfeito. E é este cristal que trazemos oculto dentro de nós, que
precisa ser descoberto e trabalhado, a fim de que possamos nascer
para a luz…

Esta é a grande obra alquímica que cabe a cada um de nós


realizar, enquanto encarnado. Aliás, não faria sentido, e seria
mesmo um absurdo, alguém supor ou imaginar que foi colocado
por Deus neste mundo, somente para desfrutar regiamente a vida,
ou ainda, sofrê-la, para no fim de tudo, tornar-se apenas pó ou
poeira…

O homem é muito mais do que uma simples forma física, e


quer seja ele sábio ou ignorante, crente ou ateu, ímpio ou santo,
possui sete (7) veículos, corpos ou envoltórios, de diferentes
densidades e graus de frequência vibratória, que o capacita a
sobreviver em cada um dos sete (7) diferentes planos ou esferas
de manifestação.

Os 7 Níveis de Existência ou os 7 corpos, veículos ou invólucros humanos:


1. Físico 2. Etérico 3. Astral 4. Mental 5. Causal 6. Budico
7. Espiritual (Ádi).

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Cada um de nós possui um quaternário inferior, constituído
pelos nossos quatro corpos inferiores: Físico, Etérico,
Emocional e Mental, que formam a nossa Personalidade, e com
os quais nos manifestamos, sucessivamente, neste Plano Físico e
nos Planos Etérico, Astral e Mental; possui também um Corpo
Causal, que é o invólucro que utilizamos no 5º (quinto) Plano ou
Plano Causal.

É neste corpo que guardamos todos os bons resultados de


nossas vidas e experiências passadas, desde que atingimos o grau
de individualização como egos separados. No Plano Causal é feita
uma espécie de balanço das qualidades e virtudes que já
conseguimos e incorporamos à nossa alma, e das que ainda temos
carência e necessitamos adquirir.

E são as qualidades ou virtudes que ainda nos faltam, as


“causas” que determinam a nossa volta, ou futura encarnação
neste Plano Físico, para mais uma experiência de vida. Daí a
necessidade de encararmos a vida sempre como uma nova
oportunidade de aprendizado, de experiência e de crescimento…

Cada um desses mundos, esferas ou planos de manifestação


são estágios ou etapas que devemos percorrer, conforme o grau
de evolução que tenhamos atingido, relativamente às nossas
ações, emoções, sentimentos, palavras e pensamentos. A
velocidade de evolução espiritual de cada um de nós varia, pois,
de acordo não só com a quantidade de débito cármico que
devemos esgotar, como também, com o grau de esforços que
fizermos para deixar aflorar o Deus Interno ancorado em nosso
coração, na altura da 26ª vértebra.

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Além desse quaternário inferior que forma a nossa
Personalidade ou “eu” inferior, temos também uma tríade
superior, constituída de três corpos luminosos e sutis: o Corpo da
Inteligência, o Corpo da Sabedoria e o Corpo da Vontade, e são
esses corpos e suas substâncias que formam a nossa
Individualidade. Enquanto a Personalidade situa-se nos três
planos imediatamente abaixo do Plano da Harmonia (4º Plano) ou
plano do meio, tendo a cabeça no Plano Mental, o corpo no Plano
Astral e os pés no Plano Físico, a Individualidade que se situa nos
três planos acima do Plano da Harmonia, está ancorada no coração
humano, numa forma inversa, isto é, tem a cabeça no Plano da
Inteligência, o corpo no Plano da Sabedoria e os pés no Plano da
Vontade, simbolicamente falando. Ver a figura abaixo:

Os Sete Planos da Manifestação Divina, através dos quais o Homem


realiza a sua jornada Involutiva-Evolutiva.

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Eis por que a Individualidade é grandiosa e superior, pois
usa como chão, como seu aspecto físico, a Vontade e Poder,
substâncias do 7º Plano (de cima para baixo ou na escala
descendente); como sua moralidade, a Sabedoria e Amor; e como
sua plena consciência e conhecimento, a Inteligência e Atividade.
Portanto, para a Individualidade o corpo menos denso e mais
sutil é o da Inteligência. Pode-se perceber, assim, o esforço enorme
que a Individualidade precisa realizar para se manifestar no 4º
Plano ou plano do meio, do Equilíbrio, ou da Harmonia, de forma
que a Personalidade, que também precisa realizar um esforço
ainda maior para elevar-se, a possa encontrar.

É, então, no 3º Plano — contado de cima para baixo — o da


Inteligência e Atividade, também conhecido pelos teósofos como
Átmico, onde a Individualidade se estabelece. Ela representa a
nossa natureza superior. É ela que é de origem, essência, e
natureza divina. A Personalidade é apenas o suporte da
Individualidade, sua manifestação inferior. Todavia, a imensa
maioria das pessoas só conhece a sua Personalidade. E é com ela
que se identifica todo o tempo, nem suspeitando que o seu Eu real
e verdadeiro é a Individualidade, a qual, embora existindo dentro
de cada um de nós, desde o instante que saímos da alma-grupo
para a individualização, precisa ser descoberta ou desvelada.

A Individualidade é de origem divina e solar, ela está


sempre voltada para o Sol e para a Luz. Enquanto que a
Personalidade, por ser de origem carnal, material e terrena, só
busca as coisas baixas, vulgares e inferiores, ligadas ou
relacionadas com as coisas da Terra.

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Por ser a Personalidade voluntariosa, egoísta, ambiciosa,
desobediente e anárquica, precisamos impor-lhe uma vontade,
uma inteligência, uma consciência que a dirija e controle.
Precisamos, então, uni-la à Individualidade, ligando essas nossas
duas naturezas. A que vive no Alto, voltada para as coisas divinas
e superiores, com a que vive no baixo, submetida às coisas
terrenas e inferiores. Somente com essa união poderemos ter
equilíbrio e viver no Plano da Harmonia.

A Individualidade precisa da Personalidade para poder


manifestar-se nas regiões ou planos mais baixos e densos, para
fazer experiências e adquirir conhecimento e sabedoria, pois se
continuasse a viver somente nas regiões ou planos mais elevados,
continuaria pura, casta e inocente, porém sem nenhuma
experiência e consciência de si mesma, como identidade separada,
emanada do Pai.

Quando a Individualidade se funde à Personalidade, ambas


se transformam numa nova unidade, mais consciente e perfeita —
O Ser. Vale dizer: O ser humano passa a ser realmente homem, no
verdadeiro sentido da palavra, a partir do momento em que
realiza o Ser, o verdadeiro homem que a nossa máscara ou
Personalidade esconde.

É a alma que reside no 4º plano — o plano do meio e da


harmonia. É ela que adquirindo virtudes, qualidades e
positividades, acaba transformando-se no Ser. Isto é, o Ser é a
soma total de todas as virtudes e substâncias positivas que lhe vão
sendo acrescentadas, encarnação após encarnação. Mas, mesmo

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em seu estágio atual de crescimento e evolução, a alma já é o
princípio do Ser.

O Ser sempre existiu desde que foi concebido pela Mente


Divina. Mas de início ele é apenas um modelo ou arquétipo, sem
ter ainda um corpo de manifestação. E apesar de criado por Deus,
continuará nu, enquanto não lhe dermos uma roupagem ou
revestimento. Enquanto não lhe dermos um corpo ou uma forma.

Feito enquanto Espírito à imagem e semelhança de Deus, e


abrigando um fragmento do Logos Solar em seu coração, o homem
não vem a este mundo apenas para ser governado por sua
Personalidade, sofrer e desaparecer. Mas para expressar e
manifestar a sua Individualidade e crescer na luz, até alcançar a
estatura moral e espiritual de Cristo.

Como Emanação de Vida, como Chispa, Centelha ou


Fragmento da Divindade Solar, somos divinos, eternos e
imortais como o nosso Criador. Porém, com uma diferença: a de
que enquanto nosso Amorável e Onipotente Deus é natural e
essencialmente Divino, por sua Perfeição Integral e Consumada
nós, seres humanos, somos apenas potencialmente divinos, por
sermos ainda uma semente, átomo ou fragmento divino em
marcha para a perfeição.

Exatamente por sermos apenas essencial e potencialmente


divinos é que ainda encontramos uma enorme dificuldade em nos
ligarmos às oitavas de luz.

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A imensa maioria dos homens vive ocupada, preocupada e
tensa vinte e quatro horas por dia. Age como um “moto perpetuo”5.
Vive de motor ligado dia e noite. Não consegue se desligar nem
mesmo durante o sono. São pessoas que vivem permanentemente
ligadas a seus bens, posses, problemas e dificuldades; às suas
ambições, frustrações, angústias e decepções; aos seus medos,
preocupações, anseios, mágoas e aborrecimentos. Assemelham-se
a máquinas que não param nunca, nem mesmo para manutenção
ou reparo.

As pessoas hoje são tão agitadas, e vivem com tanta pressa


que não conseguem parar, nem mesmo para descansar, pensar e
refletir. Fazem tudo mecanicamente, automaticamente, como se
fossem realmente máquinas ou robôs. Tudo quanto sabem fazer é
repetir gestos, atitudes e movimentos. E raríssimas são as pessoas
que procuram reagir ou resistir a essa forma de mecanização,
agindo de maneira inteligente e consciente, e não se deixando
condicionar ou governar por impulsos ou influências exteriores.

E de máquinas não se pode esperar outra coisa a não ser


maquinações, a não ser gestos e atitudes artificiais, inconscientes,
mecânicos e automáticos. Enquanto máquinas, ficamos o tempo
todo maquinando, tramando, urdindo à melhor forma de enganar,
ludibriar e trapacear, de tirar vantagem da boa-fé e confiança
daqueles que acreditam e confiam em nossa aparente integridade
e honestidade.

5 Moto perpetuo: em italiano: sempre em movimento (N.R.)

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Convertidos em verdadeiras máquinas, comportamo-nos
como mecanismos frios, inconscientes e inanimados; nós nos
mostramos rudes, grosseiros e duros, como o ferro e o aço de que
são feitas as máquinas; e não hesitamos em ferir e magoar os
outros. Agimos, pensamos e sentimos maquinai e mecanicamente,
sem qualquer outra alternativa que a de continuar sendo
máquinas e cumprir, eterna e inexoravelmente, o mesmo destino
das máquinas.

Acontece que máquinas que não param, não duram muito.


Nossos órgãos ou mecanismos vitais, como o coração, a mente e
outros, precisam de descanso, de paz, de atenção, de cuidados, e
até de silêncio e recolhimento, para que a vida possa continuar
fluindo através deles. Por isso que máquinas ligadas o tempo todo,
duram menos e acabam mais cedo.

Qualquer ser humano com essas características, nem mesmo


humano é, mas algo que apenas existe, até que o excesso de
atividade, o desgaste prematuro ou algum defeito ou problema
interrompam de vez o seu funcionamento.

Portanto, meu caro irmão e leitor, a menos que você resolva


deixar de ser máquina ou parar de imitá-la; a menos que você se
desligue de vez em quando, para se autoanalisar, se examinar e
verificar que é um ser inteligente, dotado de corpo, alma e
consciência, e que não veio a este mundo por simples acaso, mas
para cumprir um fim ou propósito Divino, você continuará não se
reconhecendo, não se identificando como um Ser de origem,
essência e natureza espiritual, e seguirá cumprindo apenas o seu
fatal destino de máquina.

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Assim, é urgente que você mude completamente suas
atitudes, comportamentos e hábitos, com relação a si mesmo, aos
outros e à vida; que você reexamine seus conceitos, preconceitos,
opiniões e convicções; que mude suas fontes e ou valores de
referência. Continuando como está, você jamais deixará de ser um
mecanismo sem vida, autonomia e liberdade. E mesmo que ainda
se considere humano, sua vida carecerá de sentido e significado.

Você só deixará de ser máquina, de agir como máquina,


quando se reconhecer como gente, e passar a agir
conscientemente, e não maquinalmente. Quando uma máquina
começa a perceber que é algo mais do que máquina, a partir desse
instante passa a ser algo inteligente, algo que é capaz de pensar,
de se autoprogramar, de ser dono de sua vontade e de seus atos.
Alguém que é capaz de escolher, de tomar iniciativa; de se decidir
e autodeterminar. Alguém que é capaz de gestos, atos e ações
inteligentes e conscientes, que pode escolher e decidir o que fazer
ou não fazer, e assumir a responsabilidade de sua ação ou omissão.

Enfim, meu caro leitor e irmão, a menos que você se desligue


de vez em quando de seus afazeres e ocupações, e encontre algum
tempo, no início ou no final de cada novo dia, para dobrar os seus
joelhos em prece ao nosso Deus e Senhor, para render-Lhe graças
ou agradecer-Lhe por esse régio presente que é a vida, e por todas
as generosas dádivas que Ele lhe dá, dia após dia, você continuará
sendo uma pessoa fria, mecanizada, sem alma, sem Deus, e sem
vida…

Para alguém compreender que não é simplesmente máquina


ou apenas uma Personalidade, basta um instante de intuição e

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inspiração. Mas, para escapar de suas garras, de seus tentáculos,
precisará muito mais do que isto.

Só podemos vencer a nossa Personalidade/máquina, se a


enfraquecermos, se pararmos de alimentá-la, de lhe darmos
substância. Isto é, se pararmos de dar vazão aos seus instintos,
sentimentos, paixões e emoções inferiores; se deixarmos de cair
em suas seduções, armadilhas e artimanhas; se deixarmos de
acatar suas ordens; se deixarmos, enfim, de nos envolvermos em
seus embustes, maquinações e mentiras.

A nossa humanidade de origem é composta de 10 bilhões de


Egos, dos quais apenas pouco mais de 5,75 bilhões6 estão
atualmente manifestados ou encarnados na Terra, formando a
grande família humana. Isto significa que de cada dois Egos que
precisam descer a esse plano, para fins de regeneração ou
aprendizado, somente um o consegue, permanecendo o outro à
espera de uma outra oportunidade. E isto já é motivo suficiente
para que vejamos a oportunidade de vir a este mundo como uma
grande dádiva e privilégio. E, principalmente, para não
desperdiçarmos esta preciosa dádiva divina que é a vida, de forma
tão fútil, leviana e irresponsável.

Acontece, também, que a atual humanidade terrena já está


em manifestação há mais ou menos duzentos mil anos. O que
significa que cada um de nós já reencarnou ou renasceu na Terra,

6 Em 2010, já totalizamos 6,7 bilhões de almas encarnadas (Nota da Editora).

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pelo menos, umas duzentas vezes, sem que tenha feito
significativo progresso espiritual. Tanto que a maioria de nós
continua adormecida e ignorante, sem ao menos saber quem é, e
o que faz aqui.

E isto nos revela que o homem é um animal de evolução


lenta, um animal que faz tudo muito devagar. Ama devagar, cresce
devagar, aceita a vida devagar, aceita o seu semelhante devagar.
Custa a entender a si mesmo e aos outros, custa a progredir, a
crescer e amar… Isto nos mostra, também, que o homem precisa
adquirir velocidade, aumentar a velocidade de suas vibrações.

Dos corpos que formam a nossa natureza inferior, o mais


veloz é o corpo mental ou mente. Com ela podemos diminuir e
vencer tanto o espaço quanto o tempo. A velocidade da mente é
tanta, que chega deixar a luz parada. E nós sabemos que a luz se
propaga a uma velocidade de 300.000 km/segundo ou
1.080.000.000 de quilômetros por hora.

É por isto que encontramos tanta dificuldade em controlá-la,


deixá-la parada e centrada num ponto. E quando conseguimos
controlá-la, significa que já adquirimos musculatura suficiente
para controlarmos, também, nossas emoções.

Toda atividade física e emocional nada mais é do que o


reflexo ou resultado da atividade mental. Quando agimos, nossa
ação é sempre o resultado de um pensamento, que traduziu uma
emoção ou um sentimento e se cristalizou ou materializou na ação.

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E isto é válido, exato, e verdadeiro, tanto para o mais simples e
banal dos gestos, quanto para a mais nobilitante de nossas ações.

O homem, para adquirir velocidade, precisa de um impulso,


de uma catapulta. E esta ele a tem no desejo. Mas o verdadeiro
motor de arranque do homem deve ser a vontade, e não o desejo.
O homem tem que se segurar pela vontade, ao invés de navegar à
deriva pelo desejo.

Para entrar no Plano ou Mundo da Harmonia, o homem tem


que harmonizar antes os seus atos com as suas emoções, e os dois
juntos, com os seus pensamentos. Quando o homem harmoniza o
seu Corpo Físico com o Emocional e, ambos, com o Mental,
criam algo novo, a Personalidade. Isto é, a Personalidade só
começa a se manifestar, de fato, a partir do momento em que o
homem consegue harmonizar seus Corpos inferiores. Quando um
homem adquire uma Personalidade forte, desenvolvida, costuma
ser visto ou classificado como uma Personalidade marcante. E se
não o faz, será apenas um sujeito a mais na multidão. Isto é,
continuará sendo uma pessoa anônima, à qual ninguém presta
atenção.

Mas, mesmo a Personalidade nada mais é do que uma


máscara do que realmente somos no interior. Então, o que existe
no interior de nós, em nosso centro, é o que constitui o nosso Eu
Real e verdadeiro. E este somente poderá ser encontrado pela
caminhada interna, pelo caminho do meio, que vai da mente ao
coração, e mede 24 polegadas ou 33 centímetros. Caminho que,

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apesar de curto, requer que aceleremos a nossa velocidade, a
nossa frequência vibratória, para que possamos percorrê-lo…

Enquanto homem comum e vulgar, ainda não trabalhado ou


tisnado pela consciência, temos o péssimo hábito de sermos
ácidos ou alcalinos, ao invés de sermos o “sal da terra”, como
pregava o apóstolo Paulo, em carta aos gentios. E nós sabemos que
todo ácido queima, perfura e destrói.

No Mundo ou Plano Físico, só costumamos perceber a


largura e a altura das coisas. Raramente conseguimos ver a
profundidade, a 3ª dimensão, embora estejamos todos
encerrados num mundo tridimensional. Por ser periférico e
superficial, o homem prefere ficar sempre na superfície das coisas
e de si mesmo. Com a superficialidade, permanecemos superficiais
e “quadrados”, presos apenas a duas dimensões.

Se quisermos avançar rumo ao Infinito, precisamos sair da


superfície, da periferia das coisas e de nós mesmos. Precisamos ir
para a profundidade, para dentro de nós, para o nosso centro, a
fim de encontrarmos aí a nossa Individualidade, que por ser
essencial e originalmente divina, vive no alto e só pode ser
encontrada no alto, a partir do 4º Plano, do Plano da Harmonia.

Mas, esse plano e outros planos ainda mais elevados e


superiores, só podem ser alcançados com a vontade. Com os
desejos, ficamos presos e retidos no Plano Astral ou Emocional,
que como sabemos é o plano imediatamente acima do nosso Plano

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Físico. Assim, nosso campo de luta, de batalha, é o Plano Astral ou
Emocional. É ele que nos prende e nos segura aqui embaixo. E
enquanto não o vencermos, não o superarmos, não nos
libertaremos. É no Plano Astral, no Mundo das Emoções e das
Sensações, que criamos e assumimos compromissos; que
adquirimos substância e nos tornamos cada vez mais densos,
pesados e presos à crosta ou superfície da Terra.

Na senda evolutiva, ninguém pode evoluir com o esforço do


outro, cada um terá que avançar e progredir à sua própria custa e
pelos seus próprios esforços e méritos. Tampouco a Lei de Causa
e Efeito ou da Ação e Reação permite que um indivíduo pague pelo
pecado, pela culpa ou erro do outro. As Leis Divinas são sempre
justas, sábias e perfeitas. Por isso, não tem o menor sentido, o
menor fundamento, a não ser em sentido figurado, acreditar que
o Magnânimo e Amorável Deus enviou o seu único filho à Terra
para morrer crucificado e expiar todas as nossas culpas, faltas e
pecados. Isto é, para pagar pelos erros dos outros. E se houvesse
um Deus que permitisse tal injustiça ou iniquidade, já não seria
justo e perfeito. E não o sendo, nem mesmo poderia ser Deus…

Algumas seitas ou correntes religiosas acreditam, pregam e


ensinam, que para nos tornarmos “puros”, “santos” e “perfeitos”,
temos que represar ou reprimir nossos instintos, emoções e
sensações, tais como: o da autoconservação ou reprodução, por
considerá-lo feio, obsceno e pecaminoso. Acontece que, sendo
esse um instinto natural, como vários outros, sua contenção ou
repressão pura e simples, pode conduzir a neuroses, psicoses ou

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outros distúrbios mentais ou psicossomáticos. Assim, o certo e
recomendável não é reprimi-los ou refreá-los, mas evitar que eles
nos governem, nos dominem ou nos usem.

Quanto mais um homem adquire substância por meio dos


seus desejos, pensamentos e ou atos baixos, negativos e
destrutivos, mais denso e pesado ele fica. E, consequentemente,
menos velocidade ele tem, mais lento ele é. E quanto mais pesado
e mais lento ele for, mais dificuldade encontrará para vencer a
forte atração que a Terra exerce sobre ele. Funcionando o centro
da Terra como um enorme ímã negativo, e a sua superfície como
um ímã positivo ainda maior, tende a atrair, a puxar para si tudo
quanto é negativo. E como o homem é negativo externamente e
positivo em seu interior, vive preso à crosta ou superfície
terrestre, por efeito da ação desse ímã, por efeito da sua própria
negatividade. Assim, enquanto o homem não conseguir inverter a
sua polaridade, ou seja, ficar positivo externamente e negativo
internamente, não poderá ficar mais sutil e mais leve, e não o
ficando, não poderá levitar e libertar-se da atração da Terra.

Para alcançar os planos mais altos e superiores, o homem


tem que aumentar a sua velocidade, vibrar nas mesmas
frequências desses planos, adquirir mais luz, alimentar-se de luz,
viver o mais possível na luz.

Infelizmente, o que a maior parte dos homens busca não é a


luz espiritual, a luz líquida e áurea do Sol, e sim a sua parte mais

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densa — o próprio ouro. E vivendo para essa busca, nela consome
todos os seus esforços, tempo e energia…

Toda vez que desejamos ou pensamos em algo negativo ou


destrutivo, criamos substância, e ficamos mais densos, mais
pesados, e mais lentos. Isto é, sem velocidade suficiente para nos
livrarmos da substância adquirida com nossos anseios, desejos e
negatividades. Continuamos engolfados pela energia escura,
densa e pesada, que criamos a todo instante com nossas
desarmonias e dissonâncias.

Enquanto presos no círculo do Zodíaco ou encerrados


dentro de suas paredes, estamos sujeitos à ação das forças
contrárias, negativas e destrutivas, que nos espreitam, e estão
sempre prontas a dificultar a nossa caminhada, atrasar enfim, o
nosso progresso. E por mais longa que possa ser a nossa trajetória
evolutiva, ela será sempre curva, espiralada e sujeita à
interrupção, devido à ação dessas forças contrárias e negativas.
Para diminuirmos, então, a ação e o efeito dessas forças,
precisamos encurtar e diminuir a nossa trajetória, ou seja, avançar
mais velozmente rumo à libertação.

Dentro das nossas trajetórias evolutivas existe sempre a


ação dessas forças contrárias, que nos forçam a mudar de direção
e a perder o rumo. No caminho evolutivo é preciso que
conheçamos a trajetória que devemos seguir e, além dela, o alvo.
Se não conseguirmos divisar o alvo, não temos como traçar o
nosso rumo ou trajetória. Como toda evolução dá-se sempre em

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espiral, nós humanos só podemos perceber apenas uma pequena
seção ou parte do arco dessa espiral. Isto é, só podemos perceber
apenas trechos curtos dessa trajetória. Só o nosso Mestre ou os
nossos Irmãos Maiores e mais antigos na Senda conhecem e
podem ensinar-nos a trajetória inteira, por havê-la percorrido há
mais tempo.

Costuma-se dizer que todos os caminhos levam à montanha.


Mas não é bem assim, todos os caminhos podem, quando muito,
nos levar até a base, ao sopé da montanha. Mas ao seu topo, só
aqueles que nos são ensinados e desvelados, em decorrência do
nosso próprio esforço e merecimento…

Outra representação gráfica dos 7 corpos ou 7 níveis ou 7 invólucros do


ser humano

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Representação do Bem-amado ARCANJO ZADQUIEL, Chefe da Legião de
Anjos da Chama Violeta e do Sétimo Raio da Transmutação e Libertação.

Representação da Bem-amada Mestra Ascensionada PÓRCIA, Deusa da


Oportunidade, Chama Gêmea e consorte divina de Saint Germain, ambos
Hierarcas da Era de Aquário.

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Representação do Mestre Tibetano DJWAL KHUL

Representação do Santo Aeolo ou Aeolus (em sua última encarnação na


Terra foi o poeta grego Homero), atual representante do Espírito Santo
Cósmico, para os Sete Planetas do nosso Sistema Solar.

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Unidade 5.

A Jornada Involutiva-Evolutiva da Terra e de sua

Humanidade

“Os céus proclamam a glória de Deus e o


firmamento anuncia a obra de suas mãos”.
Salmo 19.1

O nosso Sistema Solar e seu esquema de evolução. Os planetas da


Cadeia Terrestre. O Planeta Terra como o quarto, o mais denso, e
o mais inferior globo dessa Cadeia. Nosso Sistema Solar regido por
Hélios e Vesta é, também, o quarto — dentre os sete Sistemas-
Satélites, que constituem todo o Grande Sistema do Sol Central da
nossa Galáxia regido e sustentado por Alpha e Ômega.

“Mesmo que não possamos ver Deus,


podemos reconhecê-Lo através de suas
obras”.
Cícero

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Para Von Johann Friedrich Schiller (poeta e iniciado
alemão), nascido em 1759 e falecido em 1805, “O Universo é um
pensamento de Deus…”.

Mas, esta ideia de que o universo veio à manifestação, a


partir de um pensamento emitido pela Mente Divina, está longe de
ser apenas um arroubo poético, é antes uma ideia também
defendida e aceita por muitos físicos modernos e
contemporâneos, entre os quais Sir James Jean (1877-1946);
Albert Einstein (1879-1955); e outros tantos que, combatendo a
incredulidade e o materialismo de suas épocas, chegaram a
postular um Ser Eterno em cuja mente todos os objetos existiriam.

A maioria das Filosofias e Escolas Herméticas afirmam que o


nosso Universo ou Sistema Solar, antes de vir à existência, já
existia como um arquétipo ou ideia na Divina Mente do Logos, que
o criou e sustenta.

Também o Sol do nosso Sol, o Sol Central da nossa Galáxia


— a Via Láctea, veio à manifestação e é sustentado pela
incomensurável e indescritível força mental de Alpha e Ômega. E
assim, todos os demais Sóis e Sistemas Solares existentes no
Cosmos, têm o seu Logos Criador e Regente.

No caso do nosso Sistema Solar, foram os Deuses Hélios e


Vesta que, pensando e eterizando o modelo ou arquétipo
idealizado em suas Mentes, o trouxeram à existência e o mantém
em atividade. Assim, cada partícula, cada átomo físico, cada ser
vivo, cada emanação de vida que veio à existência, em qualquer
um dos sete Globos ou Planetas deste Sistema, tem sua raiz nesse

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Logos Solar, do qual tudo procede e no qual tudo se absorverá, no
final do grande ciclo de manifestação ou Manvantara.

Podemos, então, compreender que os Deuses Regentes do


nosso Sol, Hélios e Vesta, e do Sol do nosso Sol, Alpha e Ômega, não
obstante serem excelsos Seres de Luz, de extraordinário poder e
magnitude, não deixam de ser apenas filhos do Altíssimo Deus
Criador de Todas as coisas, o Absoluto e Incognoscível Ser, que é a
Causa Única e Primeira de tudo que existe.

Há, assim, toda uma escala setenária de manifestação, que


começando nessa vida Una, nessa Inteligência Suprema, que
veneramos sob tantos nomes, termina como Forma, Vida e
Consciência em cada Ego evolucionante atualmente encarnado na
Terra.

Abaixo ainda dos Deuses Regentes do Sistema Solar, isto é,


de Alpha e Ômega, existe toda uma vasta Hierarquia de Excelsos e
Exaltados Seres que, sob a Sua orientação, e como seus
representantes ou prepostos, dirigem e controlam toda a evolução
dentro deste Universo ou Sistema Solar. São eles Logos
Subsidiários ou Logos Planetários, cada um dos quais tem a seu
cargo toda série de Sete (7) Cadeias do nosso Esquema Evolutivo.

No caso da Cadeia Terrestre, estamos agora na quarta cadeia


e, consequentemente, no nosso nível mais baixo de materialidade.
Entretanto, também, a própria Cadeia Terrestre, no futuro a seu
devido tempo, fornecerá elevados Dignitários para as primeiras
cadeias de outros Esquemas Evolutivos.

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No princípio da Manifestação ou do atual Manvantara, Alpha
e Ômega, o Logos Regente do nosso Universo ou Sistema Solar, ao
qual as Religiões e o próprio homem conhecem e veneram como
Deus, diferencia-se dentro de Si mesmo, fragmenta-se em
miríades de espíritos virginais que, como átomos da luz branca
cristalina de sua própria essência, constituíram o núcleo em torno
do qual foram formados os nossos sete corpos ou veículos de
manifestação ou expressão.

Antes de iniciarem a sua involução-evolução através da


matéria, esses espíritos virginais emanados de Logos Solar
encontravam-se no mais pleno estado de pureza e inocência. Mas
nesse estado, esses espíritos virginais possuíam consciência
divina, mas não tinham a consciência de si como Egos separados e
individualizados. E como nesse estado de inconsciência não
teriam a mínima chance de adquirir aquelas faculdades de
sabedoria e perfeição consciente, que só podem ser adquiridas
pela evolução da vida na forma, esses espíritos virginais, ao invés
de permanecerem inconscientes e inúteis aos desígnios ou
propósitos divinos de evolução e perfeição, são então, colocados
na onda ou corrente evolutiva como Seres de Fogo Branco, a fim
de se converterem, primeiramente, em homens, e depois, em
Deuses…

Então, quando a onda ou vaga de vida a que pertencemos,


como Egos Evolucionantes tiver completado todo o seu trabalho,
através das sete voltas em todos os Sete Globos ou Planetas de
nossa Cadeia Planetária, estarão completos os sete períodos de
manifestação ou de encarnações do nosso Sistema Solar ou

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Universo. Nesta ocasião, daqui há alguns milhões de eons, todos
os sete Globos, um após outro, terão sido aspirados e dissolvidos
no interior do nosso Sol e a onda de vida absorvida pelo nosso
Logos Solar, onde permanecerá inerte, silente e inativa, por um
período de tempo igual ao tempo empregado nos sete períodos de
manifestação ou atividade.

Portanto, a cada Dia Cósmico de setenária manifestação,


conhecido entre os hindus como um Dia de Brahma ou
Manvantara, quando tudo que está em manifestação chegar ao seu
fim, sucede-se um período de descanso ou inatividade, chamado
de noite cósmica ou Pralaya, de igual duração, para assimilação
dos frutos dessa evolução. Após o que, surge um novo dia cósmico,
em que tudo novamente emerge da essência espiritual de um
outro Logos para adquirir forma, entrar na Corrente de Vida e na
Cadeia Evolutiva de outro Universo, a fim de continuar o seu
desenvolvimento.

Então, de estágio em estágio, a vida do Logos se manifesta,


primeiramente, como essência elemental virginal, e depois,
sucessivamente, como forma de vida mineral, vegetal, animal e
humana. Assim, toda Emanação de Vida, seja na forma elemental,
mineral, vegetal, animal ou humana é, essencialmente, a Vida do
Logos Solar em manifestação, ou em atividade, trabalhando sem
cessar, para construir novas formas cada vez mais perfeitas e
elevadas.

Todavia, essa Vida Una, antes de descer à matéria para


começar o seu trabalho involutivo-evolutivo, diferencia-se em
sete grandes correntes de energia de vida, cada uma das quais tem

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suas características especiais e imutáveis. Cada uma dessas
correntes se diferencia, por sua vez, em 7 (sete) tipos ou Raios de
manifestação. Estas 7x7=49 variantes da Corrente de Vida Una,
prossegue o seu desenvolvimento característico, seguindo os seus
49 canais distintos, através de todos os grandes reinos: mineral,
vegetal, animal e humano, sem que se verifique qualquer mistura
entre os diversos tipos de vida.

E da mesma forma, como sob o ponto de vista Teosófico ou


Esotérico, o homem não é o corpo físico, mas um ser espiritual
invisível, que reveste um invólucro carnal ou físico, também o
verdadeiro animal não é o seu corpo, e sim a vida invisível que
atua em sua forma animal, e que por não se achar ainda separada
ou individualizada, é chamada de Alma-Grupo.

A Alma-Grupo é constituída por certa quantidade de matéria


mental impregnada de energia do Logos. Essa Alma-Grupo que
agora anima as formas animais foi, em ciclos precedentes, a Alma-
Grupo Vegetal, e em ciclos evolutivos ainda mais remotos, a
Alma-Grupo Mineral. Achando-se, atualmente, muito mais
evoluída e aperfeiçoada, como resultado de suas experiências na
matéria vegetal e mineral.

No presente estágio da evolução, cada grupo, classe, ordem,


família, gênero ou espécie de animais, tem a sua própria Alma-
Grupo animal, não havendo, pois, apenas uma única alma-grupo
para todos os animais. Com a morte de cada animal, a vida que
animava a sua forma física reverte à Alma-Grupo de sua
espécie, acrescentando-lhes as experiências que ela ganhou ou
adquiriu enquanto este viveu. É a memória dessas experiências

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passadas que se manifesta como instinto nos animais. E é devido
às contribuições que recebe de seus representantes na Terra, por
ocasião de seu retorno, que a consciência da Alma-Grupo vai
lentamente se modificando. Na medida em que essa Alma-Grupo
vai se refinando e especializando, vai animando cada vez mais um
menor grupo de formas físicas de uma mesma espécie,
aproximando-se assim cada vez mais da individualização.

A Sabedoria Hermética ou Esotérica ensina-nos que a nossa


e outras Galáxias, com suas miríades de estrelas, sóis e planetas,
são a expressão de uma Vida consciente que conhecemos e
veneramos sob nomes diversos. Essa Vida Única, ou Logos
Cósmico, cujo corpo de manifestação é o Cosmos, é um Ser que se
eleva acima de toda a nossa limitada e finita compreensão.
Todavia, quando ele anima um Universo, anima-o como um Ser de
tríplice aspecto ou como uma Trindade, a qual é descrita no
Hinduísmo pelos nomes de Brahma, Vishnu e Shiva ou o Criador,
o Conservador e o Destruidor e, no Cristianismo, como: Deus-Pai,
Deus-Filho e Deus-Espírito Santo.

Os ensinamentos herméticos das grandes Escolas e


Fraternidades Iniciáticas revelam que, durante o seu ciclo ou
período de involução, ou de descida à matéria, cada um de nós
passa por nove (9) fases ou etapas, sendo quatro (4) de
peregrinação da mônada através dos reinos elemental, mineral,
vegetal e animal e cinco (5) de desenvolvimento do corpo físico
até chegarmos à nossa forma atual.

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Há milhões de anos passados, na Época Polar, o corpo do
homem era globular, semelhante ao óvulo e também formado de
substância gelatinosa. A princípio não havia mais que um órgão
que se projetava da parte superior dessa forma globular. Este
órgão que se contraiu e se interiorizou, é hoje a nossa glândula
pineal. Mas, por essa época, foi não só o núcleo por meio do qual o
resto do corpo se desenvolveu, como ainda os olhos e ouvidos
dessa nossa forma rústica e primitiva.

Durante a Época Hiperbórea e idades anteriores, a Criatura


humana possuía Alma-Grupo e não tinha consciência de ser uma
Emanação de Vida separada e distinta de outra. Assim, durante
largas idades, o homem não se sentiu como um indivíduo, como
um Ego separado dos outros, mas sim, como parte de um grupo.
Por essa época, Jeová e seus Arcanjos e Anjos assumiram em
relação à raça humana o mesmo papel atual do Espírito-Grupo em
relação aos animais.

O que significa, que durante as Épocas Polar, Hiperbórea,


Lemúrica e até a primeira parte da Época Atlante, o homem foi
guiado por Seres Angélicos e seus superiores, sem que pudesse
fazer a menor escolha, porque nesses tempos era incapaz de
autodeterminar-se, visto que não havia ainda desenvolvido a
mente e consciência própria. Havia, por assim dizer, uma
consciência comum a todos os seres humanos, um Espírito-
Grupo para toda a raça ou humanidade. Mas, se este regime
tivesse permanecido, o homem continuaria sendo puro e inocente,
mas também seguiria sendo um autômato sem vontade, sem livre-
arbítrio, sem consciência e responsabilidade. E, ainda que não

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tivesse conhecido, até hoje, nem a enfermidade, a dor ou a morte,
não poderia construir por si próprio sua evolução e destino. Além
do que, nesta hipótese, sua pureza e inocência não seriam
resultantes de sua própria virtude, e sim filha da ignorância.
Ignorância que não tem a menor razão de existir num universo
que tem como propósito evolutivo a aquisição da sabedoria.

Se o homem, após obter o conhecimento do bem e do mal, do


certo e do errado e ter a liberdade de agir e escolher, defende o
bem e o justo, cultiva a virtude e a sabedoria, torna-se virtuoso e
merecedor das graças divinas, mas se faz isto por ignorância ou
inconscientemente, não tem mérito algum. Já dizia Santo
Agostinho (354-430): “Que ser virtuoso em meio à virtude, nada
tem de santo ou de extraordinário…”

A mãe natureza é muito segura na realização dos seus


propósitos. Ela não dá saltos e tampouco age subitamente. Seus
processos são lentos, mas o progresso resultante é ordenado e
certo…

Precisamos ter sempre em mente, que o homem não é o seu


corpo ou veículo externo. Mas um Ego, um Espírito Interno, que se
utiliza do corpo como veículo de expressão ou manifestação. Isto
é, o Ego é a forma e o Corpo Físico, a forma, que se transforma e
evolui, para se tornar cada vez mais apta aos fins e necessidades
do Espírito que a reveste e utiliza.

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Até meados da Época Lemuriana, o homem, por não ter
ainda plena consciência de si, de seu corpo, e do mundo à sua volta,
estava mais desperto no mundo espiritual do que no físico.

Sua incipiente e obscura consciência do ambiente não o


inteirava, ao morrer, da perda do corpo e, tampouco, ao renascer,
da entrada noutro corpo denso. Muito frequentemente os corpos
eram destruídos nas lutas e eles nem se davam conta dessa perda.
Em relação ao seu corpo carnal, viviam tão adormecidos e
inconscientes, como o homem comum vive hoje, em relação ao seu
Espírito.

Ao adquirir o cérebro, o homem tornou-se capaz de pensar


e adquirir conhecimento, e abrindo os olhos, adquiriu a visão,
tornando-se ciente de seu corpo, passando a perceber-se uns aos
outros e ao ambiente circundante. Com a atenção agora fixada em
seu invólucro ou corpo físico, pode diferençar o espírito de sua
vestimenta ou veículo externo. Desde então, os homens fizeram-
se conscientes de sua espécie e do ato procriador, capacitando-se
a gerar novos seres e criar novos corpos à vontade. A partir de
então, converteram-se em seres que podiam pensar e criar
livremente, mas perderam sua imunidade à dor, às doenças e à
morte. Deixaram de ser imortais.

A afirmação bíblica de que Jeová adormeceu o “homem” para


separar os sexos e fazê-lo machos e fêmeas, não é do todo
incorreta. O mesmo acontecendo com relação à queda do homem
pelo sexo e a perda do Paraíso… Quando à tentação de Eva pela

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serpente do mal, outro dos muitos mitos ou alegorias da Bíblia,
também não é de todo infundada, conforme se verá a seguir:

Foram os Anjos comandados por Lúcifer, “o Portador da Luz”


que, preocupados em acelerar a evolução humana,
desobedeceram e adiantaram-se a Jeová, abrindo os olhos das
mulheres, companheiras dos homens, ensinando-lhes como
“conhecer” os seus parceiros e praticar com eles o ato gerador, a
fim de propagar mais rapidamente a sua espécie, procriando
sozinhos e à vontade, novos seres.

Entrando, então, na coluna espinhal e no cérebro das


mulheres, cuja imaginação surgiu mais cedo e sempre foi mais
desenvolvida que a dos homens, ensinaram-nas como, através da
união dos seus corpos com os homens, seus companheiros,
poderiam criar e procriar à vontade, caso abrissem seus olhos e
ajudassem o homem a abrir também os seus.

Como entraram em seu cérebro por meio da medula


espinhal e do fogo serpentino, a mulher viu ou imaginou aqueles
espíritos luciferianos7 como serpentes, vistas desde essa época
como símbolos da astúcia, da maldade e sensualidade. Isto explica
a lenda bíblica de que a mulher, no caso Eva, haja sido tentada pela
serpente e induzida a comer do fruto proibido…

No caminho evolutivo, progredir e avançar é a lei. Assim,


qualquer forma que não seja capaz de aperfeiçoamento deve

7 Luciferianos: relativo a lúcifer, no sentido de demônio, espírito do mal (N.R.)

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retroceder, degenerar e desaparecer. A Onda de Vida que agora
evolui no homem subiu, gradativamente, através dos Reinos
Elemental, Mineral, Vegetal e Animal até chegar ao Homem,
cuja raça está usando atualmente os corpos ou veículos mais
altamente organizados da Terra.

Assim, é incorreto dizer-se, como o faz a nossa Ciência


materialista, que o homem descende do macaco ou do mono, face
às semelhanças de caracteres entre este e aquele. E por mais que
nossos antropólogos se esforcem para encontrar formas
intermediárias ou “o elo perdido” entre ambos, todos os seus
esforços serão em vão, pelo simples fato de que os monos não são
os progenitores da espécie superior denominada homem. Da
mesma forma que os símios também não são os exemplares mais
atrasados e degenerados daquilo que foi antes forma humana. Isto
é, o homem não ascendeu dos antropoides. Nem os antropoides
são uma degeneração do homem. O homem nunca habitou formas
idênticas às dos animais atuais, nem às dos antropoides de hoje,
mas sim em formas que, sendo semelhantes, eram superiores às
dos nossos antropoides.

A Onda de Vida que começou a sua evolução no Período


Solar, são os mamíferos atuais, dentre os quais alguns estão mais
evoluídos e adiantados — a classe dos animais domésticos.

Semelhantemente, a Onda de Vida — que entrou na evolução


do Período Lunar —, encontram-se entre as árvores frutíferas,
enquanto os atrasados dessa Onda de Vida, animam

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presentemente, todas as outras formas de vegetais. Pela mesma
razão, os vegetais atuais serão a humanidade do Período de Vênus,
e os minerais alcançarão o estado ou condição humana no Período
de Vulcano.

Todos esses ensinamentos herméticos sobre a Evolução da


Vida na Forma, vem sendo confirmados pela Embriologia, que
mostra não haver grande diferença entre o óvulo de um ser
humano, o de alguns mamíferos superiores e, até o dos vegetais
mais elevados, nem mesmo ao microscópio. E mesmo quando este
se desenvolve, e passa pelas fases iniciais do crescimento
embrionário, os especialistas dessa nova ciência, não são capazes
de distinguir a diferença entre um embrião animal e humano. Ver
figura abaixo:

As surpreendentes semelhanças entre a Evolução Embrionária do


homem e de outras espécies animais.

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Estudando-se o óvulo humano, durante todo o período de
gestação, observa-se que a vida que o anima passa através do
estado de evolução mineral do Período Solar; de vegetal do
Período Lunar; e que o feto só nasce quando chega ao estado
animal do Período Terrestre.

E por aí pode-se notar não haver contradição alguma entre


as duas descrições bíblicas sobre o Gênesis ou Criação. É que
enquanto uma delas se refere à forma, construída através da
experiência mineral, vegetal, animal, até chegar, finalmente ao
homem, a outra se refere a fôrma, que habita agora as formas
humanas. E isto já é suficiente para que percebamos que,
contrariamente, ao que afirma a Ciência, o corpo vital da Criatura
humana, jamais subiu gradualmente, através dos diferentes reinos
mineral, vegetal e animal, até chegar aos antropoides e depois ao
homem. Inclusive, por tratar-se de reinos com diferentes linhas ou
correntes de evolução.

Na narrativa bíblica da Criação do Homem, lê-se: “Então,


Jeová formou o homem do barro da Terra e soprou em suas narinas
o alento de vida, e o homem converteu-se numa alma vivente, numa
Criatura que respirava…”

O significado da insuflação do alento de vida por Jeová,


descrita nesse versículo sétimo do segundo capítulo do Gênesis, é
bastante lógico claro e simples, quando interpretado à luz do
Hermetismo. Revela-nos o tempo em que ocorreu essa Criação:
entre o princípio e a metade da época Lemuriana e,
provavelmente, depois que a Lua foi arrojada da Terra para
tornar-se seu satélite.

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É que antes desse evento cósmico, o Regente da Lua, Jeová e
seus Anjos e Arcanjos, não tinham a seu cargo a geração dos
corpos. Até então as formas eram mais etéreas do que densas e
concretas. Só foi possível fazer corpos mais densos e concretos
mediante as forças lunares endurecedoras e cristalizantes. E até
esse tempo, o homem nascente não tinha começado a respirar por
pulmões. Ademais, essa Criação deve ter-se realizado na primeira
metade da Época Lemuriana porque a posterior separação dos
sexos e a queda do homem na geração, teve lugar em meados
dessa época.

Caso a Terra não tivesse se separado do Sol, a rapidez das


vibrações deste teria desagregado os corpos humanos. Estes,
teriam crescimento tão extremamente rápidos que os seres
envelheceriam antes de terem tempo para serem jovens.

Por outro lado, se a Lua não tivesse se separado da Terra, o


homem teria se cristalizado e petrificado até converter-se em uma
estátua. A separação da Terra do Sol e, posteriormente, da Lua da
Terra, permitiu que o homem pudesse viver num grau de vibração
apropriado, desenvolver-se lenta, mas seguramente, e pudesse
construir para si um corpo com a densidade conveniente.

O homem está, assim, sob o influxo de duas forças ou


energias, igualmente poderosas, ainda que de efeitos contrários:
as forças solares —, que lhe dão vitalidade e lhe garantem a vida
— e as forças lunares —, que o impelem para o enrijecimento,
para o engessamento, e para a morte… Foi ainda durante o

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Período Lunar, que os homens receberam o gérmen de seu Corpo
Astral ou Emocional, com qual se tornaram cada vez, mais lentos
densos e pesados. É por isso, também, que o nosso psiquismo está
tão sujeito às influências das forças lunares…

Sabe-se que a evolução humana começou na Época Polar,


confinada especialmente à Região Polar do Sol, quando a matéria
que forma hoje a Terra ainda fazia parte do Sol, e encontrava-se
em estado ígneo ardente. Alguém mais cético ou descrente poderá
objetar ser tal estado impróprio a qualquer forma de vida, ou
evolução. Acontece que, como o fogo não queima o Espírito, não é
impossível ou inverossímil que a evolução humana haja começado
nessa época e região.

Dissemos, no início deste capítulo, que foi a Mente Divina,


que emitindo um Pensamento-Forma, trouxe à existência o nosso
Universo. Assim, se de repente o nosso Logos Solar retirasse esse
pensamento, o nosso Universo e tudo mais que ele contém,
perderia a sua forma, e no mesmo instante deixaria de existir.

Ou explicando melhor: A existência da matéria depende, de


forma absoluta, da continuidade de sua ideia na mente do Logos.
E caso Ele decidisse retirar sua força mental, por exemplo, do
nosso pequeno mundo ou planeta Terra — e deixasse de pensar
nele, por um segundo que fosse, todos os átomos físicos de que ele
é formado se desintegrariam instantaneamente, e todo o nosso
plano ou mundo físico desapareceria, de imediato, tornando-se pó
como numa fantástica implosão.

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O pensamento é, pois, o elo de ligação entre o ideal e o
material, entre o Espírito e a matéria, a ponte que permite a
passagem rápida da substância à forma.

A Ciência já comprovou que o pensamento é uma onda ou


vibração, um tipo bastante sutil de substância que,
incontestavelmente, possui força, forma, corpo, cor, consistência e
resistência, tudo mensurável e sensível. Está igualmente provado
que são os nossos pensamentos que criam a forma mental dos
objetos e tudo o mais que expressamos e manifestamos.

Então, da mesma maneira como o nosso Logos Solar criou o


nosso Universo pelo pensamento, e com o seu verbo Criador fez
reunir ao redor desse pensamento, ou forma mental, a substância
elemental necessária à sua eterização, precipitação ou
manifestação, pode o homem, igualmente, por seus pensamentos
e palavras, criar o seu próprio mundo e determinar o seu destino
como lhe aprouver.

Aliás, é sob este aspecto que o aforismo Hermético


sentencia: “O homem é aquilo que pensa”. E é ainda pela força
criativa que emana de seus pensamentos e palavras, que o homem
é considerado um “deus em ação”, um “deus em crescimento…”

Por ser a matéria que serve de base à formação do


pensamento completamente sem forma, claro está que, no caso
particular do homem, dependerá exclusivamente dele criar anjos
ou demônios, fazer o bem ou o mal, construir obras boas ou más,
e como consequência construir para si mesmo uma belíssima aura
de luz, ou um carma infeliz…

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Não é possível separarmos Deus da Sua Criação. Tampouco
esta é um ato único e isolado que o nosso Logos Criador pratica no
princípio da Sua Manifestação, para em seguida não mais se
ocupar dela, nem o Universo é uma máquina que, posta em
movimento, continue trabalhando até a hora de sua destruição.
Assim, o conceito bíblico de que nosso Deus Criador construiu o
mundo em seis dias e, achando-o bom, não mais se ocupou dele,
não tem o menor fundamento. Toda a Criação é Deus em Criadora
atividade. Isto é, toda a Criação é uma atividade contínua e
perpétua que nunca se interrompe. Contínua e permanentemente,
a Vida de Deus está se infundindo em Sua Criação. Não há, pois,
vida particular separada da Infinita Vida Universal. E toda a
Criação acontece através de ciclos precisos, determinados e
repetidos de involução e evolução.

Enfim, toda a Criação se manifesta num movimento rítmico


de atração e repulsão; fluxo e refluxo; inalação e exalação. Este
eterno ritmo da Criação é conhecido como o “Alento Divino” ou
“Alento de Brahma”. Na aspiração ou exalação, o Logos Criador
diversifica a si mesmo em múltiplas existências, rompendo a sua
Unidade. Na inspiração ou inalação reabsorve toda a sua Criação,
fazendo com que as Emanações de Vida retornem à Vida Una, à
Unidade, com plena consciência de si, como formas ou egos
separados.

Nada acontece ao acaso no Universo. Tudo tem uma causa,


ou acontece com um propósito ou finalidade. Tudo obedece a um
princípio e acontece num ciclo ou período de tempo pré-

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determinado, e conforme uma ordem preestabelecida. E os planos
ou desígnios divinos da evolução e perfeição haverão de cumprir-
se, sem que vontade alguma, poder algum abaixo do Uno e
Absoluto o possa impedir.

Também não há processo instantâneo na natureza. Em todo


o Universo, tudo sempre progride, avança e evolui lenta e
continuamente das formas mais simples, rudimentares,
incompletas e ou imperfeitas, para formas cada vez mais
complexas, perfeitas e evoluídas. E a própria consciência que
dorme no mineral, sonha no vegetal e agita-se no animal, mais
cedo ou mais tarde, acabará por despertar plenamente no
homem…

A evolução da vida na forma é, assim, um contínuo arranjo,


que vai do homogêneo para o heterogêneo, do indefinido para o
definido, do simples para o complexo. Um arranjo onde a vida em
manifestação vem e vai, repetidas vezes sem conta, entrando e
saindo da manifestação, e que à medida que avança e evolui, mais
se aproxima da forma ou arquétipo idealizado na Mente Divina.

Contrariamente, portanto, à Ciência e, particularmente, à


Biologia, que acredita apenas na Evolução da Forma ou do Corpo
Físico Carnal, as Ciências Herméticas acreditam também na
evolução da Vida contida na forma — na evolução da própria
Consciência.

É que quanto mais conseguirmos penetrar os augustos


mistérios da natureza e descobrirmos fatos, leis e princípios que a
Ciência clássica ainda não descobriu, mais nos convenceremos de

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que não há vida particular separada da Infinita Vida Universal.
Sendo a Vida um dos atributos do Espírito, não pode originar-se
das formas.

É a Vida que constrói as formas e as utiliza por algum tempo,


para adquirir experiência e evoluir através delas. E tanto é assim,
que uma vez cumprida esta finalidade, a Vida abandona a forma
de que se utilizou, deixando-a morta, e vai criar e utilizar outra
forma nova, mais perfeita e mais apta à sua evolução.

O que significa que uma forma só preenche


satisfatoriamente a finalidade para a qual foi criada quando,
através dela, pode manifestar plenamente a Consciência
encerrada na Vida que a anima.

Toda evolução segue adiante, não em linha reta, mas em


espiral. É que, em seu avanço, a Evolução segue uma trajetória
curva ou circular, que parece retornar a si mesma a cada volta, e
repetir o mesmo percurso, mas que, na realidade, ao repetir-se e
retornar, sobe sempre uma oitava (1/8) acima. Isto é, acontece
em um arco ou degrau mais elevado.

Em todo o Cosmos encontramos esta espiral evolucionária,


que, avançando sempre, está um grau mais alto a cada volta. Cada
volta dessa espiral é um ciclo, e cada ciclo se submerge no
próximo. Como as espirais são contínuas, cada novo ciclo é o
produto melhorado do precedente.

A nossa galáxia, a Via Láctea, consiste de um grande Sol


Central, conhecido como Sirius, a mais brilhante estrela do céu, e
sete Sistemas Solares, entre os quais o nosso, cada um dos quais

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possui um Sol e sete Planetas, esferas ou mundos, consistindo, pois,
de sete Sóis e quarenta e nove Planetas.

Nosso Planeta — a Terra, é bastante pequeno. O Sistema


Solar, ao qual o nosso Planeta pertence, é igualmente pequeno —
um dos menores entre os incontáveis Sistemas Solares existentes
no Cosmo. Se quiséssemos, por exemplo, representar
graficamente o nosso Sistema Solar em relação ao Zodíaco, o nosso
Sistema Solar teria 2,5 cm, e a fronteira do Zodíaco seria um
círculo com 600 km ou 60.000.000 (sessenta milhões de
centímetros).

Nosso Sistema Solar que é apenas um dos sete sóis satélites


da Estrela Sirius, o Sol do nosso Sol, leva 600.000 anos para fazer
uma volta completa em torno dele.

Cálculos mais recentes revelam que o Universo começou a se


formar há cerca de 20 bilhões de anos; nosso Sistema Solar há
cerca de dez bilhões de anos; e a nossa Terra, aproximadamente
há 4.500 milhões de anos. Nosso Sol que se desloca no espaço
sideral a uma velocidade de 20 quilômetros por segundo, já
alcançou o seu período de expiração ou expansão máxima em sua
trajetória, e está agora retornando, juntamente com todos os seus
planetas, ao encontro do nosso Sol Central — a estrela Sirius na
constelação do Cão Maior. Algumas Escolas Iniciáticas afirmam
que o Sol caminha em direção à estrela Vega da constelação da
Lira. (Vega é 2,4 maior que o nosso Sol e o seu brilho é 50 vezes o

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do Sol). E não em direção à constelação de Hércules como se
acredita8.

Os astrônomos nos dão conta de que Sirius está 500.000


vezes mais afastada de nós que o Sol — nada menos que 52
trilhões de milhas — e que se estivesse tão perto de nós quanto o
nosso Sol, dar-nos-ia 40 vezes mais luz e calor que este. Estando
Sirius 52 trilhões de milhas distantes da Terra, sua luz
caminhando à razão de 186 milhas por segundo, gasta nada mais
nada menos do que 8 anos para vencer esse percurso e nos
alcançar.

Como o Sol do nosso sistema já iniciou a sua caminhada de


retorno ao Sol Central de onde emanou, já começou, igualmente, a
aspirar ou inalar os seus Planetas, que irão, assim, um a um, se
movimentar e se deslocar horizontalmente à esquerda e
verticalmente, a começar por Mercúrio. O quarto planeta a
deslocar-se e fundir-se com o nosso Sol será a Terra, atualmente
localizada diretamente abaixo de Vênus.

Mas antes disso terá que avançar um grau e ocupar a atual


rota de Urano, a fim de cumprir o seu plano evolutivo.

Isto significa que, uma vez atingindo o ponto mais extremo


da fase de expiração ou evolução, os Deuses Pai e Mãe do nosso Sol

8 Segundo os astrônomos, todo o nosso Sistema Solar, com o seu cortejo de


planetas, se dirige para um ponto do Cosmos, situado próximo à constelação
de Lira e a de Hércules, para um ponto próximo da Estrela Vega, chamado
“Apex Solar” (Nota do Autor)

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Central, Alpha e Ômega, chamam os sóis de volta a si, na mesma
ordem e ritmo em que foram exalados.

Portanto, as Galáxias, as Estrelas, os Sistemas Solares ou


Universos surgem, evoluem, involuem e desaparecem,
obedecendo a ciclos ou períodos de atividades ou repouso
predeterminados no Plano Cósmico da Criação. E como há uma
infinidade de sistemas solares e universos, enquanto uns estão em
involução, outros estão em franca evolução.

Assim, desde que foi expelida do Sol do nosso Sistema e do


coração de Hélios e Vesta, o nosso pequeno planeta Terra, foi
predestinado a passar por sete (7) períodos evolutivos ou sete (7)
estados de consciência, já tendo até agora passado pelos três
primeiros períodos chamados de Saturno, Solar e Lunar,
estando, presentemente, no meio do quarto período — o
Terrestre, findo o qual começará o período de Júpiter (o quinto) e,
depois dele, o período de Vênus (o sexto), e por fim, o período de
Vulcano, que será o sétimo e último, e ao término do qual, a Terra
completará a sua evolução e submergirá no coração do Sol do
nosso sistema.

Desde que emergiu do coração do Sol, para fazer a sua


jornada evolutiva, a Terra terá que adquirir sete corpos ou
invólucros, cada um dos quais de grau de densidade diferente do
anterior, até chegar ao seu estágio atual de maior densidade e, a
partir do qual começará, novamente, a adquirir gradualmente
corpos ou invólucros cada vez mais refinados, sutis ou etéreos, até

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tornar-se uma estrela de luz, se assim o permitir seu final estágio
evolutivo. Caso contrário, tornar-se-á um planeta morto, sem vida
evolucionante alguma, semelhante à Lua. Terá se reduzido de
tamanho pela perda de seus líquidos e gases e por outras causas,
e depois será atraída para o Planeta Físico da nova Cadeia,
orbitando em torno dele como uma Lua.

Existem 7 Esquemas de Evolução no nosso Sistema Solar,


cada um dos quais desenvolver-se-á através de 7 Cadeias. Cada
Cadeia por sua vez compreende 7 Rondas e, cada Ronda, 7
Períodos Globais ou Mundiais, durante os quais evoluem 7 Raças-
Raízes e 7 Sub-Raças. Conquanto os 7 globos de uma Cadeia
existam ao mesmo tempo, nem todos, num momento
determinado, estão igualmente ativos para receber e sustentar a
Vida.

No nosso Esquema de Evolução, o planeta Terra é o mais


denso dos 7 planetas de sua Cadeia. Visto que nessa Cadeia
existem: 3 globos físicos, 2 globos de matéria astral, e 2 globos de
matéria mental. O que significa que possui 3 globos manifestados
e 4 globos ainda não manifestados.

Assim, dos 7 planetas que constituem o nosso Sistema Solar,


somente 3 deles são visíveis aos nossos olhos físicos: Terra, Urano
e Mercúrio. Planetas como: Vênus, Marte, Saturno, Plutão, Júpiter
e Netuno que a Ciência atual julga pertencer ao nosso Sistema
Solar, pertenceriam, na verdade, respectivamente, a cada um dos
outros seis (6) Sistemas Solares originados do mesmo Sol Central.
Isto é, são membros da nossa mesma família galáctica, mas

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originados de Sóis diferentes do nosso, segundo os ensinamentos
herméticos.

O fato é que o Esquema de Evolução a que pertence a Terra


se desenrola através de sete encarnações. Atualmente, a Terra
está em sua quarta encarnação, isto é, na mais material de todas.
O que significa que após haver descido até aqui cada vez mais
profundamente na matéria, doravante, irá pouco a pouco e cada
vez mais se livrando dessa materialidade e se espiritualizando.
Conquanto a terceira encarnação da nossa cadeia já tenha
terminado há milhões de anos, o cadáver do globo físico em que se
realizou é ainda visível para nós, é a Lua. O que explica o nome da
Cadeia Lunar dado à terceira encarnação. Na sétima ronda da
cadeia terrestre, a Lua que está cada vez menos densa e mais
etérea, se desintegrará de todo, deixando a Terra sem satélite.

Ao se exteriorizar e individualizar, a Terra saiu dos planos


superiores, de frequência mais alta, isto é, do seio do Sol e de seu
estado ígneo, tomando suas formas, invólucros ou envoltórios, um
após outro, dos sete planos do nosso Sistema Solar, até chegar ao
seu quarto corpo físico, como a conhecemos.

Da mesma maneira como todo o Cosmo é o corpo da


Seidade9 Una e Absoluta, que reverenciamos sob vários nomes, a
nossa Galáxia é o corpo de manifestação dos Deuses Regentes do
nosso Sol Central — Alpha e Ômega; tanto quanto o nosso Sistema

9 Seiade: expressão religiosa que significa Deus em si mesmo, o não criado e


criador em si mesmo; o oculto e manifestado (antropomorfizado), através de
suas criaturas

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Solar é o corpo da manifestação de nossa Divindade Solar —
Hélios e de sua Contraparte ou Complemento Divino, Vesta.

Então, sob o impulso do Espírito que a animava, a Terra foi


vagarosamente se cristalizando, adensando e formando as suas
camadas, até que o seu Espírito Planetário ou Deuses Regentes,
conhecidos como Virgo e Pelleur, encontraram-se, por fim,
aprisionados dentro de uma forma física, tal como acontece com
toda e qualquer centelha individual de espírito, ao encarnar-se
neste mundo.

Uma vez que a Terra estava estabelecida no Plano Físico, sua


vida foi dividida em 7 grandes períodos, durante os quais se
desenvolvem sobre 7 Continentes, 7 grandes Raças-Raízes, cada
uma delas animadas e dirigidas por um Ser Divino denominado
Manu e que, como Espírito protetor e guardião de cada Raça Raiz
e suas 7 Sub-Raças, dirige a sua evolução e vela pelo progresso
evolutivo de cada emanação de vida sob sua direção, sem contudo
poder interferir em seu livre-arbítrio.

A Terra é, pois, o Corpo Físico do nosso Espírito


Planetário. Mas, sendo a Terra um ser vivo, além do espírito que
a rege e anima, possui também um corpo vital astral e mental e,
dentro de suas estruturas inferiores, coração e mente.

Como a mente ou corpo mental é feito de células construídas


com a matéria do plano mental, as células mentais e,
consequentemente, a mente ou corpo mental do nosso planeta, é
formado pelas mentes de todos os seres humanos que aqui

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encarnam, evoluem e reencarnam, cada um dos quais deve
aumentar as suas vibrações e consciência.

E da mesma forma como no homem os pensamentos e as


emoções governam o corpo físico, alterando o seu metabolismo,
ocasionando modificações químicas, enfermidades e morte, numa
escala muito maior acontece o mesmo com a humanidade e com o
planeta. Assim, é através do aprimoramento do ser humano, de
seus pensamentos e consciência, que a consciência do planeta,
igualmente, evolui e se expande, permitindo não só que a Terra,
como um todo, acelere suas vibrações e alcance estágios cada vez
mais elevados de aperfeiçoamento e desenvolvimento, como
ainda, que os seus Grandes Devas, Virgo e Pelleur, cresçam em
consciência, luminosidade e espiritualidade, e se habilitem a
fundir-se com a Divindade Solar no fim da atual Cadeia Terrestre.

As três primeiras Raças-Raízes foram constituídas de


seres de corpo ou forma etérea que constituíam um tipo
intermediário entre o animal e o homem. Estes seres não tinham
sexo e podiam reproduzir-se a si mesmos, com a assistência das
Hierarquias Criadoras, de cuja companhia desfrutavam, sem que
entre ambos houvesse véu algum.

No decorrer desses milhões de anos iniciais, as mônadas ou


espíritos que aqui assumiram um corpo denso para a primeira
experiência na forma física, sob a amorável proteção dos
primeiros Manus (um para cada Raça), viviam em perfeita
comunhão e harmonia.

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Por serem esses seres etéreos demasiadamente puros e
divinos, eram desprovidos de “fogo”, isto é, de paixão e da
consciência de si mesmos como egos separados. Por isso, não
havia entre eles a decrepitude e a transição chamada morte, ou
qualquer outra aparência negativa e destrutiva.

Assim, a Criatura que viria a ser o homem, e que no Período


de Saturno passou pelo estágio mineral e adquiriu o gérmen de um
corpo denso e um espírito divino, ao terminar o Período seguinte
— o Solar, já possuía igualmente, em gérmen, o Corpo Denso, o
Corpo Vital, o Espírito divino e o Espírito de vida, isto é, um duplo
Espírito e um duplo Corpo.

Foi no Período Lunar, e durante a sexta e sétima Ronda, que


os Espíritos Virginais que viriam a constituir a humanidade atual,
adentrando ainda mais na matéria densa, penetraram na região do
pensamento abstrato, onde se lhes agregou o espírito humano,
tido como o mais opaco dos seus véus. Desde então, nossos
espíritos perderam a consciência comum com o Todo e o seu
sentimento de unidade com o Logos Criador, Regente do nosso
Sistema Solar, tendo, pela vez primeira, a noção de seu próprio Eu
ou Ego separado e à parte de todos os outros.

O Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano


juntos formam o nosso Eu Superior ou Individualidade. Assim,
antes do princípio do atual Período Terrestre, a evolução já havia
dotado a criatura humana de seu tríplice espírito ou
Individualidade, com a qual pode se manifestar nos Planos
Superiores.

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Mas, faltava-lhe algo com que pudesse se manifestar,
também, nos planos mais densos, baixos e inferiores. E esse algo a
criatura humana somente veio adquirir quando à sua forma ou
corpo denso as hierarquias criadoras acrescentaram o corpo
mental. A partir de então, o ser humano passou a ter um tríplice
Espírito e um tríplice Corpo, formando também a sua natureza
inferior, o seu “eu” menor e periférico que conhecemos como
Personalidade.

Na segunda Raça-Raiz, o que até então constituía o corpo


denso do homem, passou a ser o seu duplo etérico. E ao seu sentido
da audição, até então, único, foi acrescentado o do tacto,
começando a mônada a responder ao impacto da água e do ar,
assim como ao do fogo. É que, enquanto no Período de Saturno não
havia mais do que um elemento: o Fogo, no segundo período: o
Solar, havia dois elementos: o Fogo e o Ar. No terceiro Período, o
Lunar, um terceiro elemento foi acrescentado aos dois já
existentes: a Água. E, finalmente, no quarto período ou Período
Terrestre, juntou-se a esses três, um quarto elemento: a Terra.

Foi a partir da segunda Ronda do Período Lunar que as


hierarquias criadoras encarregaram-se de desenvolver ainda mais
o gérmen do que viria a ser o corpo denso nas mônadas ou
espíritos evoluintes, adaptando-os para serem interpenetrados
pelo Corpo Astral ou dos Desejos, e para que nele pudesse evoluir
um sistema nervoso, muscular e cartilaginoso ou esqueleto
rudimentar.

Nesse período, o homem ainda não possuía o sangue


vermelho, que só foi adquirido no período seguinte — o Terrestre.

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Os mais adiantados seres desse Período Lunar, os mesmos que
hoje são os seres humanos, estavam passando pela fase da
existência animal. Isto é, tinham os mesmos veículos dos animais
de hoje e, como estes, estavam sob a direção de um Espírito-
Grupo. Mas, essa espécie de homens-animais, por não possuírem
ainda glóbulos vermelhos, nem esqueleto ou estrutura óssea, não
caminhavam eretos, com os pés no chão, como nós andamos. A
espinha dorsal desses seres era horizontal, como a dos animais
atuais. Também, ao invés de pulmões, possuíam uma espécie de
guelras ou brônquios, por meio dos quais respiravam o vapor
quente da neblina ígnea de então.

Até a separação da Lua da Terra, na metade da Época


Lemuriana, quando começou o Período Terrestre, a reprodução
humana se fazia sem haver separação dos sexos. As formas dos
animais, e igualmente a dos homens eram ainda muito plásticas.
Existia já um esqueleto incipiente que estava mais para cartilagens
do que para ossos.

Vivendo num estado de inocência e ignorando o mal, os


espíritos que os guiavam, só em época posterior e mais adiantada,
separaram as forças masculinas e femininas coexistentes neles
após criar-lhes os órgãos sexuais.

Nos mundos internos, o Ego manifesta os sexos


diferentemente, como duas qualidades distintas: vontade e
imaginação. A vontade é uma força solar e, predominantemente
masculina, já a imaginação, por ser uma força ou atributo

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feminino, é uma força lunar. Isto explica o predomínio da
imaginação na mulher e o poder especial que a Lua exerce sobre o
organismo feminino, e sobre a germinação e a fecundação de uma
maneira geral.

Na época Hiperbórea, as forças solares e lunares agiam


facilmente em todos os corpos. O homem dessa época era então
andrógino ou hermafrodita, capaz de exteriorizar de si outro ser
sem a intervenção de qualquer outro parceiro. Separada a Terra
do Sol e, mais tarde, a Lua da Terra, alguns corpos passaram a
sintonizar melhor com as forças solares, e outros com as lunares,
ainda que as forças masculinas e femininas existissem e
continuem existindo, igualmente ainda hoje, tanto no homem
quanto na mulher.

Até a última parte da Época Lemuriana, todas as Criaturas


eram de sangue frio. Foram os anjos marcianos que introduziram
o ferro no organismo do ser humano em formação, fazendo com
que adquirisse o sangue vermelho, produtor de calor. O ferro é um
metal marciano e a base de toda existência separada. Sem ele não
existiriam as hemácias, os glóbulos vermelhos. Foi apenas quando
se desenvolveu o sangue vermelho que o corpo se tornou ereto e
o Ego pôde penetrar no corpo e governá-lo.

Assim, o corpo físico denso do ser humano é o veículo do


Ego, o corpo de que ele se serve para se expressar no Mundo ou
Plano Físico. Acontece, que o fim último da evolução não é
somente a de criar condições para que o Ego possa entrar no corpo

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e utilizá-lo. A verdadeira finalidade da evolução é a melhor
expressão do Ego no Mundo Físico através de seu corpo. Então,
para que isto possa ocorrer, há que se aperfeiçoar e organizar este
corpo, de tal forma que o Ego possa utilizá-lo, plenamente, e
revelar todas as suas possibilidades e potencialidades.

Para que os seres humanos pudessem adquirir a consciência


de sua existência como Egos separados, foi preciso separá-los em
sexos, dotá-los de órgãos dos sentidos, constituir-lhes um cérebro
e aperfeiçoá-lo.

Quando o corpo denso do homem se verticalizou, a força


criadora de dupla natureza que, anteriormente, trabalhava em
uma só direção para criar outro ser, dividiu-se, dirigindo-se uma
parte para cima, para a construção do cérebro e da laringe,
permanecendo a outra, na parte inferior do corpo, para constituir
os seus órgãos reprodutores.

Em decorrência dessa divisão, somente uma parte da


energia criadora capaz de gerar outro ser continuou eficaz em
cada indivíduo. Desde então, o ser humano (macho ou fêmea,
homem ou mulher) teve de procurar a cooperação de outro
parceiro possuidor da energia procriadora de natureza oposta que
lhe falta, para que possa gerar ou procriar outro Ser.

As Criaturas humanas que formaram a Raça Lemuriana, ao


nascer, podiam ouvir e tinham sensibilidade táctil, mas a
percepção da luz, só vieram adquirir mais tarde. Os Lemurianos

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não tinham olhos. Em lugar deles, possuíam duas manchas
pequenas, sensíveis à luz solar que, difusa e vagamente,
atravessava a atmosfera densa da antiga Lemúria. Desde então, a
construção dos olhos progrediu, mas, até o final da Época Atlante,
não havia o sentido da visão como hoje o conhecemos. Foi a luz
que começou a construir os olhos, como resposta à necessidade de
sua percepção.

A princípio, havia apenas um olho no meio da testa, chamado


posteriormente de terceiro olho e, só muito tempo depois, é que
apareceram os outros dois, um de cada lado da face. Estes foram
usados pelos homens da Raça Lemuriana até a sua sétima sub-raça
e somente se tornaram órgãos normais de visão, e ocuparam a
posição que têm hoje, na seguinte Raça-Raiz — a Atlante.

O terceiro olho, no meio da testa dos gigantes da terceira


sub-raça Lemuriana, e cujo resto ou vestígio é conhecido como
Glândula Pineal, é atualmente o centro da visão astral ou psíquica.
Mas, para os Lemurianos, era o centro principal e englobava tanto
a visão física como a astral.

No tocante à reprodução, podemos dizer que as formas de


geração evoluíram e se modificaram, conforme as diferentes fases
de evolução do Ego. Na primeira Sub-Raça da Raça Lemuriana ou
Terceira Raça-Raiz, essa reprodução se fazia pela exsudação de
corpos moles e viscosos — advindo daí os seus nomes “nascidos
do suor”. Na segunda Sub-Raça, os corpos moles exsudados se
endureceram aos poucos, assumindo a forma de ovos. E desde

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então, o ovo é o invólucro natural do embrião humano. Dentro
desse ovo, as formas evoluíram lentamente e, ao cabo de muitos
eons, produziram criaturas andróginas, do tipo
caracteristicamente humano. Quando se estabilizou o tipo
ovíparo, esse ovo foi preservado no interior do corpo feminino e a
reprodução assumiu a forma que até hoje persiste.

O embrião humano, durante os nove meses em que se


desenvolve no ventre materno, ainda reproduz as fases dessa
evolução: mostra a forma amebiana da Primeira Raça; a forma
filamentoide da Segunda; as primeiras fases assexuadas que
evoluem para um estado andrógino e, a seguir, lentamente, para a
predominância do macho ou da fêmea, quando se determina o
sexo, como na terceira Raça. Vale a pena notar, também, que a
dupla sexualidade humana jamais desaparece, pois, mesmo na
fase adulta e maturidade, o macho retém os órgãos rudimentares
da fêmea, e a fêmea os do macho.

A quinta, a sexta e a sétima Sub-Raças da Raça Lemuriana


tinham um aspecto muito mais humano do que as sub-raças
anteriores.

Assim, um lemuriano da quinta sub-raça possuía uma


estatura gigantesca que variava entre três e meio a quatro metros
e meio, cabeça ovoide, mandíbula inferior comprida, rosto
achatado, olhos pequenos localizados distantes um do outro, de
modo que o Lemuriano podia enxergar tanto de lado quanto de
frente.

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De pele preta ou parda, possuíam braços e pernas bastante
compridos, se comparados aos nossos, sobretudo os braços. Os
lábios grossos e toscos e o nariz longo e chato são características
que sobreviveram, de forma menos acentuada, entre os indivíduos
da raça negra, que talvez sejam agora os seus mais próximos
representantes.

Mais ou menos na metade da vida da Lemúria, o eixo da


Terra inclinou-se, produzindo uma grande mudança de clima, que
matou os remanescentes da Segunda Raça Raiz, juntamente com
seus descendentes, a primitiva Terceira Raça-Raiz.

O Sol e a Lua deixaram de brilhar e os lemurianos


conheceram a neve, o gelo e a geada; nesse período, o crescimento
de homens, plantas e animais mermou10; começaram os dias e
noites polares de seis meses, e as regiões polares que até então
possuíam um clima tropical, tornaram-se glaciais. Isto fez com
que, durante algum tempo, o continente lemuriano, ou o que dele
então existia, mostrasse escassa população.

10 Mermou: flexão do verbo intransitivo mermar: reduzir-se, fazer com que fique
menor (N.R.)

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Representação do LORD MAITREYA, representante do Cristo Cósmico e
Buddha Divino (ou Bodisatva)

Representação de LORD GUATAMA; sua última encarnação foi o príncipe


Sidarta Gautama, que se tornou “Buda, o Iluminado”, após ascender.

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Unidade 6.

A Grande Loja ou Fraternidade de Adeptos,

Mestres e Seres de Luz que rege a Evolução

Humana

“Não te assustes com a escuridão da noite;


pela manhã o Sol brilhará outra vez”.
Alba

Como esta Hierarquia ajuda o nosso Planeta e Humanidade.

“Foi atravessando os rigores do inverno que


a Natureza chegou à primavera”.
Zálkind Piatigórsky

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No topo ou na cabeça da Hierarquia Oculta do nosso Planeta,
representando o dirigindo as energias do Logos Solar — os Deuses
Pai e Mãe do nosso Sistema —, encontramos o Senhor do Mundo,
cargo ocupado, desde 21 de janeiro de 1956, pelo Lord Gautama,
que em sua última encarnação foi o príncipe Sidarta Gautama,
que viveu na Índia entre 624 e 543 a.C., e que, após a sua ascensão,
tornou-se conhecido como Buda, o Iluminado.

Imagem de Buddha, o Iluminado

Seu Templo ou Foco de Luz, conhecido como Shamballa, está


atualmente situado no plano etérico sobre Long Island, Nova
Iorque, nos Estados Unidos, após ter permanecido por milhares de
anos na ilha sagrada do mar de Gobi, na Ásia. E a ele só podemos
ter acesso em corpo sutil, após termos purificados nossos corpos
inferiores.

O trabalho do Senhor do Mundo consiste em gerar suficiente


luz para manter a Terra em sua órbita e no Sistema Solar, e exercer
o controle de toda a evolução registrada em nosso planeta, tanto

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do reino humano, quanto dos reinos elemental, mineral, vegetal e
animal e ainda do reino dévico e dos espíritos da natureza.

Imediatamente abaixo do topo dessa Hierarquia, encontra-


se o Buda Divino ou Bodisatva, cargo ocupado por Lord Maitreya
— um elevado Dignitário, que representa o Cristo Cósmico e dirige
suas energias na esfera do nosso planeta.

Cabe-lhe, ainda, alimentar a Chama Crística ancorada no


coração de cada ser humano. Isto é, através do seu poder, cada Ser
Crístico individual recebe a capacidade de unir-se cada vez mais
com o seu Ser externo e, dessa maneira, ele contribui para que
cada Ego ou Emanação de Vida possa fundir as suas duas
naturezas: a inferior (ou Personalidade), com a superior (ou
Individualidade).

Este exaltado Ser, conhecido há milhares de séculos como o


Grande Iniciador, ocupava na época do ministério de Jesus o cargo
de Instrutor do Mundo e foi, inclusive, o Ser que iniciou Jesus e o
preparou para a sua transcendental missão. A Sua Iluminação é
tão grande, que foi adotado como filho espiritual dos deuses Pai e
Mãe do nosso Sistema Solar, o Divino Casal Hélios e Vesta.

A seguir, como terceiro Membro, e completando esse grande


triângulo da Hierarquia Oculta do nosso planeta, encontramos o
Maha Chohan ou Grande Senhor, que representa o Espírito Santo
para a terra. Cargo ocupado desde 26 de novembro de 1964 por
Paolo Veronese ou Paulo, o Veneziano. Cabe-lhe extrair a energia
do Coração do Universo, do nosso Sol Central, e fazê-la fluir
através dos Sete Raios de Evolução.

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O Poderoso Maha Chohan, não só é o orientador da energia
no Reino Humano, como ainda dirige a energia que flui através dos
Devas e do Reino da Natureza, e que vivifica todas as formas com
as quais os homens se deleitam.

Este cargo abrange muitas outras atividades, como, por


exemplo, a de recolher o último alento daqueles que
desencarnaram. Como representante do Espírito Santo Cósmico, o
Maha Chohan encarna a luz branca de todos os Raios e ensina o
equilíbrio sétuplo dos Raios dos sete poderosos Elohim, através
dos quais os dons do Espírito Santo Cósmico, ou Santo Aéolus, são
transferidos a cada ser manifestado na Terra. Seu Templo ou Foco
de Luz fica na Ilha de Sri Lanka (atual Ceilão), ao Sul da Índia.

Sob a orientação do Senhor do Mundo, trabalha o Instrutor


do Mundo, o Instrutor dos anjos e homens, que dirige e traz à
manifestação todas as religiões. É ele o grande Ser que serve
ensinando os homens, através de suas consciências, como atingir
o seu Cristo Interno e vitalizá-lo dentro da forma (Corpo Físico) de
tal maneira que, no devido tempo, a forma possa ser descartada e
o Espírito liberto, retornando ao seu lugar de origem. Trabalha em
íntima cooperação com o Cristo Cósmico, com o Maha Chohan e
com o Manu da Raça, para unificar o Ser externo de cada
Emanação de Vida com sua própria natureza Crística, de forma
que o Ser Crístico de cada humano possa irromper através da
Personalidade externa, levando-o a realizar a sua cristicidade e o
seu Plano Divino. Trabalho que cada indivíduo deve realizar
dentro do período de evolução previsto para a sua raça.

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Foi o Instrutor do Mundo, cargo anteriormente ocupado por
Lord Maitreya que, através de João, e pelo batismo no rio Jordão,
fez com que o mestre Jesus recebesse o Espírito Santo e unificasse
seu Ser externo com a sua própria natureza Crística, e se tornasse
o Cristo manifestado. Essa mesma Dispensação Crística terá que
ser realizada, também, por toda a humanidade, quando cada
indivíduo realizar a sua caminhada interna e, por meio de seu
próprio Santo Ser Crístico, puder receber as bênçãos do Cristo
Cósmico e fundir a sua própria Personalidade com o Ser divino.

Ainda trabalhando em estreita colaboração com os mesmos


exaltados Seres anteriores, encontra-se o Manu de cada Raça-
Raiz. Da palavra Manu deriva-se Manvantara que significa período
entre dois Manus. O Manu-Raiz é aquele Manu que recolhe os
frutos da experiência evolutiva, ou seja, os resultados ou produtos
da Cadeia anterior.

O Manu de cada Raça Raiz, com as suas Sete Sub-Raças, é o


orientador ou o guia de sua respectiva Raça-Raiz. Como são sete
as Raças-Raízes, sete são também, os Manus. Cada Manu tem sob
seu cargo e responsabilidade a evolução de todos os Egos ou
Espíritos de sua Raça-Raiz, por um período de 14.000 anos.

Os Manus são poderosos e maravilhosos Seres Espirituais


conhecidos na filosofia religiosa do Hinduísmo como a encarnação
do Primeiro Logos Solar.

Abaixo desses luminosos e exaltados Seres, existem sete


Senhores, sete Diretores ou sete Chohans, cada um dos quais
responsável pelas atividades de um determinado Raio de

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Manifestação. Estes Sete Raios, sua esfera de atividades e seus
Diretores ou Chohans são:

Primeiro Raio

O Primeiro Raio é o raio da cor azul e representa a


Vontade de Deus, Proteção, Força e Poder; por isso, chamado,
também, de Raio da Vontade e Poder de Deus. Sua chama é azul-
rei com raios cristalinos e seu Templo, Santuário ou Foco de Luz,
conhecido como o Templo da Vontade Divina, fica em Darjeeling,
Índia, nas encostas do Himalaia. Seu atual Diretor ou Chohan é
Lord Sirius que substituiu o Mestre El Morya após a sua elevação
a Chohan do 11º Raio Solar.

O Primeiro Raio é também conhecido como o Raio do


governante, do rei e dos grandes estadistas. Todas as instituições,
organizações e pessoas pertencentes a este Raio têm alguma
relação com a sua característica principal: vontade e poder. Assim,
estão sob o amparo e proteção deste Raio, todas as organizações
políticas e pessoas que ocupam posição, cargos ou postos de
liderança, direção ou chefia, ou que têm propensão a ocupá-los e
exercê-los. Bem como todos aqueles que demonstram uma grande
força ou firmeza de vontade, ou uma enorme capacidade de
autorrealização e determinação. O governo e domínio de si mesmo
é o sentimento que incendeia a alma de quem pertence ao
Primeiro Raio.

A Personalidade deste Raio encara o mundo como um


desafio à sua capacidade e disposição para realizar grandes

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façanhas, sem esperar que as oportunidades ou as circunstâncias
o impulsionem à ação. É o Raio do pioneiro, do desbravador e do
empreendedor nato, que jamais se deixará abater ou recuará ante
as circunstâncias adversas ou desfavoráveis. Dificilmente, algo
deste mundo conseguirá comovê-lo, abatê-lo ou levá-lo a desistir
de suas metas, propósitos e objetivos.

Por sua tenacidade, impassividade e determinação,


assemelha-se a uma rocha de granito ou a um bloco de ferro,
capaz, inclusive, de sustentar sozinho uma opinião ou ponto de
vista contra toda a humanidade, sem duvidar um segundo de que
está absolutamente certo e os demais equivocados. Devido a sua
firmeza de vontade, autodomínio, segurança e tranquilidade,
executará todas as suas tarefas sem qualquer tensão nervosa,
medo ou excitação.

E caso ainda não haja alcançado razoável nível de superação


e evolução, poderá apresentar como defeitos característicos o
egocentrismo, o despotismo, a astúcia, a agressividade, a violência,
etc., etc.

Entre as filosofias típicas do Primeiro Raio, podemos citar,


pelos teor e vigor de seus ensinamentos e práticas, a de Patânjali,
destinada à educação da vontade, e a Escola Estoica dos gregos e
romanos, pela importância dada à dignidade do Eu. O rei e herói

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espartano Leônidas11 — que, com apenas 300 guerreiros, resistiu
até a morte ao exército de Xerxes com mais de 250.000 homens,
segundo conta o historiador grego Heródoto —, é uma figura
típica do Primeiro Raio, tanto quanto o General MacArthur, o
Primeiro Ministro britânico Winston Churchill, o rei George V, o
General George Patton, o explorador da Antártica, Scott, etc.

Também a Política e o Militarismo são atividades típicas do


Primeiro Raio. E entre os animais, o leão é o animal típico do
Primeiro Raio; que corresponde ao primeiro aspecto da Trindade
Sagrada, Deus Pai, o Criador, e é expresso através do Planeta
Urano.

Segundo Raio

O Segundo Raio é o Raio da Sabedoria, do Amor


impessoal, da Intuição, da Generosidade e da Filantropia. Daí
ser conhecido também como o Raio do Amor-Sabedoria.
Corresponde ao segundo aspecto da Trindade Sagrada, Deus Filho,
o Preservador. Sua cor é o amarelo dourado e sua chama
igualmente dourada. Está relacionado com o Plano Búdico, ou
Mundo Intuicional. A ele está ligado tudo quanto se relaciona com
a religião, com a educação, com a bondade, com a afeição e com a
amizade. É, pois, o Raio do sacerdote, do educador, do filantropo,

11 Aliás, o próprio mestre El Morya nos informou, através de um de seus canais,


ter encarnado na Grécia como Leônidas. No Desfiladeiro de Termópilas, local
onde Leônidas e seus 300 guerreiros espartanos combateram heroicamente,
impondo pesadas perdas ao exército invasor, foi erguido um panteão com o
seguinte epitáfio: “Viandante que passas, ide dizer a Esparta que aqui nós
jazemos por cumprir as suas leis”.

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dos pais ideais, e do irmão de todos os homens. Por isso, é também
o Raio da fraternidade.

O homem típico do Segundo Raio faz o bem pelo bem em si


mesmo, e não pelo prazer egoísta de fazê-lo. Pratica o bem, porque
isto é o impulso natural do seu coração amorável e generoso. As
pessoas deste Raio são os melhores professores, educadores,
sacerdotes, médicos e assistentes sociais, devido ao seu
acendrado12 amor e dedicação aos seus semelhantes, e por sua
afeição a qualquer ser vivo, poderão tornar-se, também, ótimos
veterinários. E, ainda, comerciantes ideais, face a sua honestidade
quanto à qualidade e preço daquilo que fazem ou vendem, ou
ainda, por seu espírito de bem servir e não simplesmente ganhar
dinheiro.

Os Egos que encarnam e evoluem sob o influxo desse Raio


trazem em seu coração, o remédio capaz de curar todas as doenças
sociais, como resultado de seu ilimitado amor ao próximo, fruto
de seu sentimento de unidade com todas as Criaturas. E todos os
seus ideais e atividades tenderão sempre para o desenvolvimento
da fraternidade e do altruísmo universais. E se dependesse
exclusivamente deles, a afeição, a amizade, a boa vontade e a
solidariedade seriam os ingredientes naturais que ajudariam a
colocar os alicerces e a levantar as paredes do Templo da
Humanidade.

Os defeitos mais comuns do homem do Segundo Raio são:


Vontade débil, capaz de levá-lo muitas vezes à inércia, à inação e

12 Acendrado: purificado, livre de impurezas (N.R.)

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ao comodismo; exagerado altruísmo; o medo, a dúvida, e
demasiada fé no ser humano, o que não poucas vezes lhe
acarretam deslealdades e decepções. A Pedagogia é a expressão
típica deste Raio.

Entre as figuras típicas deste Raio podemos citar São


Francisco de Assis e Gautama Buda e, mais proximamente, os
educadores Frobel, Maria Montessori e o escritor e conferencista
místico Joel Goldsmith. Entre os animais, o boi, pela sua mansidão,
é o animal típico do Segundo Raio.

O atual Chohan ou Diretor do Segundo Raio é Lady Soo


Chee, cargo que foi anteriormente ocupado, respectivamente, por
Kuthumi, Lanto e Confúcio, três grandes e veneráveis Mestres
que foram elevados a outras posições. O Templo, Retiro ou Foco
de Luz do Segundo Raio encontra-se no plano físico, e no interior
das Montanhas Rochosas, de Royal Teton, em Wyoming, EUA.

Mas sua entrada é vedada aos curiosos por um gigantesco


bloco de rocha, desconhecido e invisível para quantos intentem
descobri-lo sem a devida evolução, merecimento e permissão.
Esse Raio exprime-se, principalmente, através do Planeta Júpiter,
que é o seu corpo de manifestação.

Terceiro Raio

O Terceiro Raio é rosa e representa a Força magnética


do Puro Amor Divino, a atividade que liga a Ideia Divina à
forma física, a força coesiva sem a qual os átomos se
desintegrariam. O terceiro Raio é a manifestação do terceiro

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aspecto da Trindade Sagrada, o Espírito Santo, o Regenerador, o
Transformador. As qualidades de caráter do homem do Terceiro
Raio são: compreensão (em especial dos princípios
fundamentais); mente profundamente penetrante e
interpretativa, capacidade de adaptação às situações e ou
circunstâncias, dignidade e reconhecimento do poder e do valor
do silêncio. Por isso que este Raio é também chamado o Raio da
mente ativa ou do filósofo, do pensamento abstrato, da
criatividade intelectual, da intuição cognitiva e do gênio. Ou seja,
de todos os dons do Espírito Santo.

O homem que nasce sob o influxo do Segundo Raio do Amor-


Sabedoria terá inteligência intuitivamente aberta e clara, porém,
voltada mais para a sabedoria do que para o conhecimento. Já o
homem do Terceiro Raio terá inteligência rápida, flexível,
maleável e elástica, mente viva e móvel, e toda voltada para os
problemas cognoscíveis, filosóficos, abstratos. Mas, o que
realmente o distingue dos nativos dos outros Raios é a sua
polaridade mental, isto é, o seu poder de concentração, de
focalização de sua energia mental em um único ponto.

Reconhece-se os tipos do Terceiro Raio, principalmente,


pelo seu hábito de usar a mente, de raciocinar em qualquer
circunstância, em qualquer problema da vida. Seu anelo é
satisfazer a fome de conhecimento que sua alma tem. Isto explica
que as pessoas típicas deste Raio vivam a indagar, a questionar, a
perscrutar a natureza à sua volta e o Universo, face à necessidade
de compreenderem a origem e a natureza íntima e última das

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coisas. Veem tudo com visão de conjunto, com visão sistêmica, e
facilmente distinguem o importante do supérfluo.

Quando nos negócios da vida cotidiana, o seu poder ou


faculdade de compreensão lhe permitirem ver e compreender o
conjunto das coisas, teremos nele o homem de talento e o
organizador que prevê a maneira de fazer tudo eficientemente. E
se esta sua capacidade de compreensão, estiver irmanada ou
associada com a firmeza de vontade do Primeiro Raio,
encontraremos nele, ou nesta associação, o gênio da invenção e da
organização.

Face à sua natural e singular adaptabilidade às


circunstâncias e situações, as pessoas do Terceiro Raio, tanto
podem habitar numa rústica choupana, como num soberbo
palácio; tanto dormir no chão duro, quanto num colchão macio de
plumas. As pessoas que a ele pertencem são amáveis, delicadas,
diplomatas e compassívas. São ainda sumamente fiéis e solícitas
em suas amizades e afetos, sempre profundos e duradouros.

São pessoas bastante precavidas e, se por acaso lhes


submetam um problema novo, ou uma questão sobre a qual não
tenham ainda uma posição, pensarão sempre antes de agir, e até
mesmo buscarão informações com terceiros, que lhes ajudem a
firmar o seu pensamento e convicções. Isto é, pensarão tão
cuidadosamente sobre a questão que tenham em mãos, que às
vezes se lhes escapará a oportunidade de agir, antes que outros
menos dotados e menos precavidos o façam.

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O fato é que se perguntarmos a um indivíduo do Terceiro
Raio o que ele fará a respeito de um assunto prático, como por
exemplo, assumir um novo cargo ou tarefa, responderá — “Deixai-
me pensar nisso por alguns minutos”. Provavelmente perguntará a
uns e outros a respeito, não porque necessite que alguém pense
ou decida por ele, coisa que o aborrece, mas porque lhe convém
obter dados e informações que o esclareçam, e a partir dos quais
possa firmar uma posição e decidir-se.

O Chohan ou Diretor deste Raio, desde 26 de novembro de


1964, é a Mestra Ascensionada Rowena, Complemento Divino
ou Chama Gêmea do Mestre Vitória, dois Excelsos Seres que
vieram do planeta Vênus, juntamente com o seu Abençoado e
Abnegado Regente Sanat Kumara, o fundador de Shamballa e da
Grande Loja ou Fraternidade Branca, há mais de 4,5 milhões de
anos passados.

Seu Lar, Retiro ou Foco de Luz situa-se no Plano Etérico,


sobre a Renânia, Sul da França. A Filosofia é a expressão desse
Raio e entre os animais, o elefante é o que revela a maioria das
características deste Raio. Os tipos de pessoas deste Raio são: O
filósofo, o organizador, o diplomata, o juiz e o estrategista.
Napoleão, Roosevelt e os generais Montgomery e Rommel são
exemplos notáveis de pessoas que desenvolveram de forma
acentuada as características deste Raio.

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Quarto Raio

O Quarto Raio é branco cristalino e representa a


Harmonia, a Beleza, a Pureza e a Ascensão. É também o Raio da
Arte e da Perfeição. As pessoas que pertencem e este Raio têm
forte sentido de forma, simetria, equilíbrio e um gosto sensível por
tudo quanto é belo nas Artes, na Natureza e na Vida. Na alma do
homem desse Raio predominam a harmonia, o idealismo e a
perfeição. Para ele não há fosso, cerca, ou linha divisória, onde
cesse Deus e comece o homem. É o raio dos artistas (atores,
escritores, poetas, oradores, pintores, escultores, músicos) e dos
arquitetos. Dos que captam e procuram retratar em cada uma de
suas obras pensamentos, palavras e atos, a Beleza Divina que
ilumina todo o Universo.

O Quarto Raio pode ainda ser visto como uma lente, através
da qual a luz e todos os Raios entram em foco, não apenas pelo fato
da missão do artista ser a de elevar, por meio da beleza, a
consciência do homem à realização do esplendor da Natureza e de
Deus, servindo como sacerdote e mediador entre Deus e o homem,
como, também, por ser a natureza desse Raio e dos seus nativos
ambivertida, isto é, voltada a um só e mesmo tempo para o
exterior, para o Mundo das formas e das aparências — e para o
interior — para o Mundo da Realidade Divina ou Espiritual,
duplicidade que, como artistas, são levados a unificar e
harmonizar. Daí dizer-se que o Quarto Raio é a ponte entre a fôrma
e a forma, entre o Reino Interior da Perfeição Divina e a
manifestação externa dessa mesma perfeição, no Mundo da forma,
como meta de todo Ego encarnado…

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Entre as Artes, a Ópera e a Dramaturgia representam, mais
do que qualquer outra, o Quarto Raio, por ser a síntese de vários
ramos da Arte. Como figuras típicas deste raio podemos
relacionar: Fídias, Leonardo da Vinci, Beethoven, Bach, Händel13,
Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart, Richard Wagner,
Johannes Brahms, etc.

Dentre os animais, é o macaco o que mais preenche as


características desse raio, ainda que só as manifeste de forma
muito primitiva e grosseira.

O Chohan ou Diretor deste Raio é o Mestre Ascensionado


Serapis Bey — seu Santuário, Retiro, Templo ou Foco de Luz
situa-se no Plano Etérico sobre Luxor, no Alto Egito.

Quinto Raio

O Quinto Raio é o Raio da Verdade, da Cura, da


Concentração e do Conhecimento Concreto. Sua cor é verde. É
igualmente o Raio da Precisão da lei e da Ciência, sob o seu aspecto
de busca e de investigação da verdade.

Para o homem do Quinto Raio, a verdade, como fundamento


da realidade, deve ser buscada com paciência incansável,
meticulosidade e regularidade extremas. Por isso, a pesquisa e a
investigação que levam ao conhecimento da realidade, é para ele
um ato de fé, de crença e de religiosidade. A mente do homem do

13 Georg Friedrich Händel (mais conhecido como Haendel) compositor alemão,


naturalizado britânico (N.R.)

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Quinto Raio é brilhante, viva, arguta, analítica, cuidadosa e com
grande capacidade de percepção de detalhes. Por isso, o Quinto
Raio é o Raio do cientista, do matemático, do pesquisador, do
investigador, do detetive, do advogado e do magistrado.

A Ciência é a expressão característica do Quinto Raio. Como


exemplos de figuras ou Personalidades típicas deste Raio
podemos citar: o grande presidente e estadista norte americano
Abraham Lincoln e Sherlock Holmes, célebre personagem do
escritor Conan Doyle, famoso por suas deduções e pelo seu
raciocínio frio, preciso e analítico.

Entre os animais, o cavalo, por sua facilidade de aprendizado


e disciplina em compreender e acatar ordens, regras e fórmulas, é
o animal que mais se aproxima das características desse Raio.

O Chohan, Senhor ou Diretor do Quinto Raio é o Mestre


Hilarion, cujo Retiro ou Foco de Luz, denominado Templo da
Verdade, situa-se no plano etérico sobre a Ilha de Creta.

Sexto Raio

O Sexto Raio, de cores vermelho-rubi e ouro, é o Raio do


Amor, da Paz, da Devoção e do Idealismo. Sua característica
fundamental é a sublimação das emoções em devoção ante a
Divindade, e a transformação do desejo em aspirações voltadas
para o idealismo e para o Alto.

Se no Quinto Raio prevalece o pensamento, no Sexto


predomina o sentimento. Se a fé do cientista o leva a investigar as

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leis da natureza, a fé do homem do Sexto Raio o conduz a descobrir
a Bondade de Deus no Mundo. Para ele, tudo de bom que lhe chega
às mãos é uma graça ou dádiva de Deus. Seja o poder da pequena
semente, profundamente escondida na terra escura, para superar
as barreiras que a envolvem, até que possa emergir para a luz do
Sol, seja o poder do ser humano para vencer a morte na matéria, e
elevar-se até a vida em Deus, tudo isso se lhe afigura como o Amor,
a Graça e a Bondade, que emanam de Deus.

E fiel a essa crença, vive obediente às Leis Divinas, com a


certeza de o que tiver de lhe suceder, sucederá e será bom, porque
Deus é a única fonte de todo o bem.

A pessoa que pertence ao Sexto Raio tem a necessidade inata


de criar para si, continuamente, ídolos, aos quais possa adorar e
seguir. Ele não verá outra coisa no mundo a não ser o seu ídolo, e
todas as suas energias serão concentradas sobre esse ídolo, numa
polarização cega, total e unilateral.

A pessoa típica deste Raio é o místico, o devoto, o santo, o


mártir, o evangelizador, o missionário e o reformador. Aqueles
cuja luz do Eu interno se reflete no Eu externo e os transforma em
idealistas e devotos dedicados e fervorosos. A Religião Cristã,
particularmente em seus aspectos místicos e devocionais, é uma
religião predominantemente do Sexto Raio.

Como pertencentes a este Raio, podemos citar o general


Booth, fundador do Exército da Salvação, a professora Hypatia,
martirizada no ano de 415, notável pela Sabedoria, Beleza e
Pureza de Vida, e ainda o padre e filósofo Giordano Bruno (1548-

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1600) queimado pela Inquisição por apoiar as teorias de
Copérnico, ambos reencarnações do mesmo Ego.

Entre os animais, o cão é o que melhor responde ao Sexto


Raio. O dono que o acaricia e nenhum dano lhe faz, é para o cão a
fonte de todo o bem. Aquele em quem confia e espera, por quem
tem que trabalhar, e se preciso, morrer.

O Chohan desse Raio, conhecido como o Senhor da Devoção


e do Idealismo, foi até 1956, o Bem Amado Mestre Jesus.
Posteriormente foi a Mestra Nada, e, atualmente, é João
Evangelista, o discípulo favorito de Jesus. Seu Templo está
localizado no interior da Sexta Esfera.

Sétimo Raio

O Sétimo Raio, de cor violeta, é o Raio da Libertação, da


Transmutação, da Misericórdia, da Magia e do Cerimonial ou
Ritual, e também, da Lei e da Ordem. As pessoas típicas deste
Raio são o ocultista, o mago, o alquimista, o ritualista e o mestre
de cerimônia.

É o Raio que predominará na Era de Aquário. Sob o seu


governo e influência, o mundo passará por radicais
transformações, de ordem física, geológica, telúrica, climática,
geográfica, política, religiosa e cultural. Ele prepara o caminho
para uma nova Terra, sem barreiras ou fronteiras nacionais,
dando lugar ao internacionalismo e às comunidades de nações,
com o aparecimento de um governo central, uma só língua, uma
só moeda e, também, uma nova religião mundial de culto solar.

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Mas, a principal função cósmica deste Raio será a de libertar
o homem de sua própria escravidão, através da união do espírito
com a matéria, fazendo de cada homem um canal receptor e
transmissor das energias Divinas.

Quem rege atualmente este Raio é a Bem-Amada Lady


Mercedes, a mais adiantada discípula do Mestre Ascensionado
Saint Germain, que ascensionou à esfera solar e passou a ser
Chohan do 14º Raio (ou 7º Raio Solar), juntamente com a Bem-
Amada Pórtia Deusa da Oportunidade, os Hierarcas da Era de
Aquário.

Como figuras típicas do Sétimo Raio, podemos enumerar:


Moisés, Simon Bolívar, Cagliostro, Cylianni, Eliphas Levi,
Fulcanelli, Papus, Basile Valentin, etc, etc. E dentre os animais, é o
gato o que mais revela as qualidades deste Raio.

O gato é um animal de sensibilidade, de maneiras finas e


aristocráticas, que gosta de todas as coisas limpas e asseadas, isto
é, em ordem.

Mestres da Raça Humana

Muitos dos Excelsos e Grandes Seres que completaram a sua


evolução humana e se tornaram Mestres da Sabedoria, após
concluírem a sua Quinta Iniciação Solar em Sirius, pertenceram à

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nossa raça. E antes de reunirem as condições necessárias de
virtude, pureza, amor desinteressado, etc., que os qualificaram à
iniciação e ao adeptado, foram homens comuns como nós,
significando, que qualquer pessoa que ao longo de suas sucessivas
vidas e encarnações procure servir desinteressadamente aos seus
semelhantes e comportar-se dignamente, de forma que possa
renascer repetidas vezes, com qualidades cada vez mais elevadas,
e com faculdades cada vez mais nobres, acabará elevando-se e
erguendo-se um pouco além da evolução normal do homem.

E se não fosse exato e verdadeiro que a alma do homem volta


à Terra, vida após vida, trazendo, com ela, a experiência adquirida
e acumulada em vidas passadas, bem como a capacidade para
adquirir e desenvolver aquelas qualidades e características
morais e espirituais de que ainda necessita, certamente que
homem algum jamais chegaria a se tornar um Mahatma ou Grande
Alma atingindo a glória e a perfeição crística que divinizou Buda e
Jesus, e antes deles, Zoroastro, Krishna, e tantos outros Seres de
Luz e Mestres, que agora integram a Grande Loja ou Fraternidade
Branca.

Após alcançar o estado crístico e a ascensão na Luz, o futuro


Mestre poderá escolher se deseja viver no Estado Crístico, no
plano da Beatitude, da Suprema Bem-Aventurança, ou se deseja
viver em corpo sutil e continuar prestando serviços à Terra e à sua
Humanidade, ocupando algum posto na Hierarquia Oculta que
dirige o progresso e desenvolvimento da nossa Civilização.

Outras vezes, encarnam em corpo físico ou constroem para


si um corpo de densidade mais apropriada, a fim de participar de

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atividades, ocupações e ou impulsionar a difusão da verdade das
distintas Igrejas, Ciências e Filosofias, provocando dentro delas
uma grande expansão e desenvolvimento.

Vejamos, então, quem foram e o que fizeram esses Mestres,


em suas encarnações, como pessoas de nossa raça:

Mestre Ascensionado El Morya


No tempo de Jesus, ele foi Melchior, um dos três reis
Magos ou Sábios do Oriente que visitou o menino Jesus, por
ocasião de seu nascimento. Foi, ainda, o lendário Rei Arthur
da Bretanha, da Távola Redonda e da Sagrada Taça-Graal
Posteriormente, foi o humanista e estadista Thomas Morus,
autor de “A Utopia”. E, em sua última encarnação, o poeta
irlandês Thomas Moore, autor de grandes poemas dentre os
quais “Paradies Und Die Peri”, musicado por Robert
Schumann. Encarnou na cidade de Sinde e no ano de 1630,
tornou-se conhecido como Akbar, uma espécie de rei filósofo
e um gênio em assuntos militares, religiosos e sociais. Esse
Imperador mogul, descendente de Tamerlão e de Gengis Khan,
foi, ao contrário desses seus antepassados, um homem justo,
de hábitos simples, amigo dos homens e do povo, ao qual
procurou conduzir a uma espiritualidade mais elevada. Por
tolerar todas as religiões e ver Deus em todas elas, é conhecido,
ainda hoje, como o pai da tolerância religiosa na Índia.
Nascendo entre os ingleses, durante os reinados de
Henrique II (século XII) e Henrique VIII (século XVI),
respectivamente, como Thomas Becket e Thomas More, foi
duas vezes elevado ao cargo de Lorde Chanceler do Reino, e

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duas vezes decapitado e martirizado (29/12/1.170) e
(06/07/1.535) por tornar-se um sério obstáculo aos
desmandos e ambições desses reis. Por sua virtuosa devoção à
vontade de Deus, foi por duas vezes santificado pela Igreja
Católica; beatificado em 1.886, pelo Papa Leão XIII, e
canonizado em 1935, pelo Papa Pio XI. O Mestre Morya é um
homem de alta estatura e presença imponente, possui barba e
cabelos escuros, olhos escuros, e poderia ser considerado
severo, não fosse a expressão de seus olhos. (Ver figura a
seguir)

Representação do Mestre Ascensionado EL MORYA, ex-Chohan do


Primeiro Raio Azul do Poder e Vontade de Deus. O atual Chohan 11º Raio
de cor pêssego e do proposito divino, Entusiasmo e de Alegria, ancorado
na Terra em novembro de 1988. O atual Chohan do 1º Raio é Lord Sirius

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Mestre Kuthumi Lal Sing
O Mestre Kuthumi Lal Singh é um homem de nobre
presença, alto, embora de porte mais delgado que o do Mestre
Morya. Ele tem cútis clara, barba e cabelo castanho
dourado e olhos de um maravilhoso azul profundo,
através dos quais parecem fluir o amor e a sabedoria das
idades. Ao longo de suas sucessivas encarnações, adquiriu uma
grande cultura e acumulou enorme conhecimento e
experiência. Lê e fala fluentemente várias línguas e
principalmente o inglês. Consta que, numa de suas vidas,
estudou na Universidade de Oxford (1850).
O Bem-Amado Mestre Ascensionado Kuthumi
encarnou muitas vezes, antes de sua Ascensão. Foi Gaspar, um
dos três sábios ou magos do Oriente que seguiram a estrela
para Belém. Foi o matemático grego Pitágoras, e mais tarde,
São Francisco de Assis. Até o ano de 1956 foi o Guia ou
Chohan do Segundo Raio Dourado, do Amor e Sabedoria,
quando juntamente com o Mestre Ascensionado Jesus,
foram ambos elevados à categoria de Instrutores do Mundo.
Em sua encarnação como Pitágoras, nasceu na Ilha de
Samos, na Jônia, Ásia Menor, entre os anos 592 e 570 a.C. e
fundou uma Escola de Iniciação e de Mistérios em Crotona, na
extremidade do Golfo de Tarento, na Itália Meridional.
Ensinava a Matemática como uma Ciência Sagrada. Para ele,
o número não devia ser considerado “como uma quantidade
abstrata e, sim, como uma virtude intrínseca e ativa do Um
Supremo, o Deus Criador de todas as coisas”. A essência de
sua Filosofia afirmava que: “o número é a essência de todas
as coisas”, e que “os números governam o Mundo”.

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A partir de Pitágoras, deduzimos que compreender o
poder dos números, e ou das formas, suas propriedades,
virtudes e relações, é a primeira chave para abrirmos a porta
do conhecimento oculto que nos revela os Augustos Mistérios
da Natureza e sua Magia. São os números que dando
concreção as coisas abstratas nos dão a certeza de sua
realidade.
Como São Francisco de Assis, deu-nos um grande
exemplo de desapego e despojamento; de amor às criaturas, e
de devoção ao Cristo. Filho de um rico e próspero comerciante
da cidade italiana de Assis, nascido entre burgueses ricos, que
começavam a trocar a simplicidade dos interiores dos lares
feudais pelo gosto ao luxo, ao conforto e pelo apego aos bens
materiais, o jovem Francisco que perdera o gosto pelos
encantos do viver mundano, adquiridos nas frequentes
viagens de seus pais à região da Provença, apaixonou-se de tal
forma pela causa cristã que idealizou reformá-la.
Rompendo, então, com todos os grilhões de suas posses
pessoais, despojou-se de todos os seus bens e, dando expansão
à sua bondade natural, tornou-se o apóstolo da pobreza, dos
doentes, humildes e necessitados, saindo em pregação,
esmolando e procurando sobreviver com o mínimo necessário.
Quando o jovem, Francisco conseguiu, por fim, reunir em torno
de seus ideais cristãos de amor ao próximo e simplicidade onze
de seus jovens amigos e simpatizantes, sentiu que chegara a
hora de ir sensibilizar a própria Igreja e a hierarquia
eclesiástica, cuja pompa e fausto contrastavam, então, com
sua vida de apóstolo mendigo…

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Ao se apresentar, em 1209, com suas roupas surradas e
remendadas, diante do Papa Inocêncio III, este acreditou
tratar-se de um louco e expulsou-o. Mas o recebeu dias mais
tarde, por instância de um de seus mais destacados cardeais,
então tocado pela santidade do grupo de Assis, que se
intitulava “Frades Menores”.
Somente à custa de muita firmeza de convicções e de
fervorosos argumentos, sua proposta de substituir a ascese
dos monastérios pela pregação direta, e a pompa clerical pelo
voto de pobreza, foi, finalmente, submetida e aprovada por um
julgamento cardinalício. Em sua proposta, estava explícito
que a Ordem dos Frades Menores não teria sede ou pouso certo
que os prendessem a qualquer lugar. Andariam de local a
local, sobrevivendo pela mendicância, e pregando o
verdadeiro cristianismo, aonde quer que encontrassem um
único homem que fosse, para escutá-los. E assim surgiu a
Ordem dos Franciscanos ou dos Frades Menores que, desde o
Século XIII (1.209), vem ajudando a sustentar a secular
egrégora do Catolicismo em todo o mundo.
O credo de vida deste incorruptível apóstolo do
Cristianismo Medieval está totalmente explicitado nas
proposições de sua conhecida “Oração de São Francisco” cuja
significação oculta ou esotérica é muito mais profunda do que
a literal:
“Senhor,
Fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde haja ódio, consenti que eu semeie amor;
perdão, onde haja injúria;
fé, onde haja dúvida;
esperança, onde haja desespero;

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luz, onde haja trevas;
alegria, onde haja tristeza.
Ó Divino Mestre,
Permiti que eu não procure
tanto ser consolado quanto consolar;
ser compreendido, quanto compreender;
ser amado, quanto amar;
porque é dando que recebemos;
perdoando, que somos perdoados.
E é morrendo que nascemos para a Vida Eterna…”
É obvio que nesta oração, São Francisco se dirige ao
Cristo, que tomara como exemplo. É que, havendo renunciado
à vida que então levara de jovem rico, com maneiras
despreocupadas e, não raro jocosas dos trovadores de
Provença, dera também morte a esses velhos
comportamentos, (que para ele foram transitórios),
alcançando, desde então, o renascimento em uma nova
consciência, a qual, uma vez adquirida, teria um cunho
irrevogável e permanente.
Movido por um imenso amor à natureza que o rodeava,
bendizia e louvava o “irmão Sol”, a “irmã Lua”, o “irmão Céu”,
as “irmãs Estrelas”. Seu amor às criaturas era tanto que
evitava pisar na relva dos caminhos, e o levava a construir
ninhos para os pássaros, ou a levar mel às abelhas no inverno.
Regozijava-se, a tal ponto, com todas as coisas criadas que,
quando as tocava ou as contemplava, desfazia-se em lágrimas
ardentes, ou perdia-se deliciosamente numa onda de êxtase e
santa alegria.
Vendo na natureza a obra do Criador, e identificando-a
como o reflexo do Seu Poder e da Sua Bondade, numa manhã
de verão de 1.225, compôs o Cântico das Criaturas. Sentia-se

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tão profundamente unido ao seu Senhor e Deus, que não podia
evitar regozijar-se Nele e de festejá-Lo e louvá-Lo
alegremente. Isto explica que quando terminou de compor
esse cântico, verdadeira obra prima de poesia provençal e
medieval, todo o seu coração se enchesse de consolo e alegria.
Eis o texto original desse Hino de Louvor à Criação e de
reverência à Vida, segundo a tradução francesa:
“Altíssimo onipotente, bom Senhor,
Teus sejam o louvor, a glória, a honra
e todas as bênçãos!
A ti somente, Altíssimo, eles são devidos,
E homem algum é digno de mencionar teu Nome.
Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas
Criaturas,
Muito particularmente pelo Senhor
nosso irmão, o Sol,
Que nos dá os dias e com o qual nos iluminas;
Ele é belo e radiante, com grande esplendor,
De ti, Altíssimo, traz o testemunho!
E louvado sejas Tu, meu Senhor,
por nossa irmã, a Lua, e pelas estrelas,
Que formaste no céu claras, preciosas e belas!
Louvado sejas Tu, meu Senhor,
por nosso irmão, o vento,
E pelo ar, pelas nuvens, e pelo sereno, e por todos os
tempos,
Com os quais sustentas as tuas Criaturas!
Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a água,
Que é muito útil, preciosa e casta!
Louvado sejas, meu Senhor, por nosso irmão, o fogo,
com o qual iluminas a noite,
E que é belo e alegre, robusto e forte!
E louvado sejas, meu Senhor,
por nossa irmã, a mãe Terra.
Que nos mantém e nos governa,

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E produz os diversos frutos e as flores coloridas,
e as ervas!
Louvai e bendizei meu Senhor, e agradecei-lhe,
E servi-o com grande humildade!”
Acredita-se que o Cântico das Criaturas tenha sido
intuído ou inspirado a São Francisco pelos anjos, enquanto ele
dormia. Visto ser o mais alto canto de louvor que a Criatura
pode oferecer ao seu Criador. É o cântico de um coração
reconhecido a Deus e que se nos afigura como um eco na
Terra, do louvor ininterrupto que ecoa no Céu…

Representação do Mestre Ascensionado KUTHUMI LAL SINGH.

Mestre Ascensionado Saint Germain


O maravilhoso ser que conhecemos como Mestre
Ascensionado Saint Germain realizou a sua Ascensão no dia 1°
de maio do ano de 1.684. Deste fabuloso enigmático e
misterioso fidalgo, que fascinou as cortes europeias nos

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Séculos XVII e XVIII como o Conde de Saint Germain,
principalmente, em Paris, Haia, Londres e St. Petersburgo,
onde gozava da confiança e admiração dos reis, sábios e
estadistas, provocando tanto admiração e afeto, quanto ciúme
e inveja entre a nobreza da época.
Dele se contam notáveis prodígios e incríveis façanhas,
como o perfeito domínio de várias línguas: alemão, inglês,
francês, italiano, espanhol, português, grego, latim, sânscrito,
árabe, chinês, entre outros, a capacidade de escrever duas
coisas diferentes ao mesmo tempo com ambas as mãos e cada
um dos hemisférios do cérebro; o domínio da pintura, da
música e da ciência alquímica, as técnicas da lapidação e da
joalheria, a descoberta da “Pedra Filosofal” e do “Elixir da
Longa Vida”.
O fato é que, segundo os seus contemporâneos e
biógrafos, como Jacques Sadoul, sua morte oficial teria
ocorrido em 1874, no Castelo de Charles de Hesse, seu
protetor, quando, na verdade, a tradição esotérica e iniciática
registra a sua ascensão na data de 01.05.1684, significando,
que, após mais de 190 anos de seu falecimento, ainda
continuava fazendo aparições em corpo físico nas cortes da
Europa, como a de 1875, quando, em companhia de Mesmer,
Lavater e Saint Martin teria participado de uma reunião
maçônica em Paris. Por isso, não chega a ser surpreendente
que Voltaire — numa carta a Frederico, o Grande —, o
chamasse de “o homem que nunca morre e sabe tudo”.
Durante o período histórico de sua maior atividade
conhecida, séculos XVII e XVIII, sempre se mostrou um
denodado defensor da Liberdade, face ao arbítrio e à

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interferência estatal e, ainda, dos direitos humanos, ante à
parcialidade e arbitrariedade dos poderosos e dos tribunais.
Pregando a igualdade de direitos e oportunidades para todos
os cidadãos, independentemente de sua condição social,
dedicou toda a sua vida à causa da Liberdade, vivendo para
libertar os homens de toda espécie de opressão e tirania,
inclusive daquelas que o homem impõe a si mesmo quando
escravo de sua natureza inferior.
Isto explica que tenha sido escolhido para Senhor ou
Chohan do Sétimo Raio Violeta da Misericórdia e da Liberdade
e, também, investido juntamente com a sua chama gêmea, a
Mestra Ascensionada Portia, Deusa da Justiça e da
Oportunidade, como os Hierarcas da Sétima Era ou Era de
Aquário, que tendo entrado em 1954, vigorará pelos próximos
dois mil anos. Isto é, exatamente, por ser a Liberdade a sua
qualidade ou virtude mais especial e predominante, é que lhe
foi confiada a custódia do recém iniciado ciclo de 2.000 anos,
quando terá o privilégio e a responsabilidade de impulsionar
o ideal da liberdade a todas as Criaturas —, seja elemental,
homem ou anjo prisioneiro…
Após a sua encarnação entre os Atlantes, há treze mil
anos passados, quando foi o Sumo Sacerdote do Templo da
Chama Violeta da Purificação e o grão-sacerdote da Ordem de
Zadkiel, reaparece, muito mais tarde, por volta de 1050 a.C.
como Samuel, profeta do Senhor — que ungiu reis e foi
oráculo do povo de Israel e confidente de Saul e David. O
mesmo Samuel que um dia, com o nome carinhoso de “Tio
Sam”, seria alvo do afeto e da veneração do povo norte-

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americano, face à sua luta pela independência e união dos
povos do Novo Mundo.
Após ter sido Samuel, profeta do Senhor e Juiz das doze
tribos de Israel, reaparece no início da era cristã, ano sete
antes de Cristo, e ou 747, da Fundação de Roma, como São
José, da linhagem do Rei David filho de Jessé, Iniciado
Nazareno e instrumento escolhido pelo Espírito Santo para
ser o esposo da Virgem Maria e o pai de Jesus, exatamente
como revelara o Senhor a Isaías.
No século III, esta santa alma reencarna ou toma
emprestado o corpo de um ex-soldado romano de nome
Albano, tornando-se, posteriormente, Santo Albano, o
primeiro mártir das Ilhas Britânicas.
No século V, foi o Mago ou velho sábio Merlin, que
orientou e ajudou o Rei Arthur (El Morya) ao longo de doze
batalhas para unir o reino e obter a paz. Nessa época, ajudou
ainda Arthur a formar a Ordem dos Cavaleiros da Távola
Redonda e a promover a busca do Santo Graal, o cálice
sagrado usado por Jesus na Última Ceia.
Reencarnou novamente na Inglaterra, durante a Idade
Média, no século XIII (de 1214 a 1294) desta vez como Roger
Bacon, monge, filósofo, profeta, cientista e alquimista, que
sustentou ser a Terra redonda e predisse uma série de
invenções e descobertas, tais como: os balões a ar quente, as
máquinas voadoras, os óculos, o telescópio, o elevador, os
navios a vapor e os veículos de propulsão mecânica,
descrevendo-os como se os estivesse visto.
Promoveu o método experimental e, como uma voz
isolada, clamando no deserto intelectual e científico da Grã-

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Bretanha medieval, repreendeu os sábios e cientistas de seu
tempo, pela sua tacanhez de espírito, ao permitirem que a
Teologia ou a Lógica ditassem os parâmetros da Ciência, e não
a pesquisa, a investigação e a experimentação. Tomado por
Mago, por muitos de seus contemporâneos, preferia explicar
que os chamados “milagres” são operados através da precisa
aplicação das leis universais, assegurando que as máquinas e
os engenhos que profetizava resultariam do emprego de leis
naturais, que os homens descobririam a seu tempo.
Na sua obra intitulada Opus Majus, escrita em 1271,
mas nunca publicada durante a sua vida, afirmou que: “o mar
entre o fim da Espanha, a Ocidente, e o princípio da Índia, a
Oriente, podia ser cruzado em muito poucos dias com vento
favorável”. Vaticinando, assim, com antecedência de mais de
dois séculos, a descoberta do Caminho Marítimo para as índias
por Vasco da Gama, em 1498.
Onde buscaria o monge Roger Bacon seu espantoso
conhecimento e erudição, se em sua experiência pessoal de
vidas passadas, ou quem sabe, senão na tradição esotérica e
iniciática de alguma Loja, Ordem ou Fraternidade Hermética?
Após abrir mão de todas as suas posses, posição e
haveres, e ingressar na Ordem Franciscana dos Frades
Menores, fundada por São Francisco (Kuthumi) em 1.209,
acabou preso em 1.278, encarcerado e solitário por 14 anos,
de onde só saiu dois anos antes de sua morte, ocorrida em
1.294. E tudo isto, pelo simples fato de ter sido acusado de
“heresias e inovações” e, principalmente, devido aos seus
corajosos ataques contra os teólogos do seu tempo, que

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colocando a razão como serva da fé, rendiam obediência cega
e servil a dogmas antiquados…
Entre 1.451 e 1.506, a Emanação de Vida que se tornaria
o futuro Conde e Mestre Ascensionado Saint Germain,
reencarnou como o navegador genovês Cristóvão Colombo,
exclusivamente, para cumprir a missão de descobrir, em
1.492, o Novo Mundo e ser o enviado de Deus na nova terra,
onde, segundo o profeta Isaias (732 aC), “se juntariam de
novo os desterrados de Israel e os dispersos de Judá”.
Quem conseguir encontrar e ler o livro das Profecias
sobre a “Descoberta das índias e o Recobro de Jerusalém” cuja
autoria é atribuída a Colombo, concordará, inteiramente, com
a Enciclopédia Britânica, que diz textual e
inequivocadamente, que: “Colombo descobriu a América
muito mais através da profecia que pela Astronomia”.
Pouco tempo depois, entre 1.561 e 1.626, essa mesma
Alma imortal retornaria a um corpo carnal, para ser batizado
e viver como Francis Bacon, considerado a maior mente que
o Ocidente jamais produziu. Conhecido como o pai do
raciocínio indutivo e do método científico, Francis Bacon
parecia saber de antemão que somente a Ciência Aplicada e a
Tecnologia poderiam libertar as massas do labor árduo e
cansativo, e da miséria humana, para que pudessem procurar
uma espiritualidade mais elevada e reencontrar o caminho de
retorno à Luz, há bastante tempo perdido ou esquecido.
Sob o pseudônimo de William Shakespeare,
transformou-se no maior gênio literário do Mundo Ocidental,
ao escrever e publicar suas peças de cunho esotérico, onde seus
personagens, heróis e vilões são vistos e tratados com simpatia

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e condescendência, observando as suas fraquezas e loucuras,
mas não os julgando e condenando. Isto é, vendo-os como o
próprio Deus os veria, com os olhos do espírito, sem saciar
neles sua ira e antipatia. Mesmo no caso do mais refinado e
astucioso vilão, como Falstaff, personagem saturado de
maldade e falsidade, o dramaturgo Shakespeare (ou Francis
Bacon) mostrava por ele a mais santa e cristã compaixão,
igualando-se em amor e misericórdia aos maiores Mestres e
Santos conhecidos até então. Talvez isto explique o grande
sucesso da maioria de suas peças, em todos os teatros e palcos
do mundo, durante todos esses séculos, algumas das quais já
filmadas como: Romeu e Julieta, Ricardo III, Macbeth, Hamlet
e Henrique VIII, entre outras.
Poderia ter sido Francisco I, rei da Inglaterra, por ser
filho da Rainha Isabel I e de Robert Dudley, Lord Leicester, e
ter nascido quatro meses depois desse matrimônio secreto.
Mas não querendo a rainha que esse seu casamento e
maternidade fossem descobertos, para não perder a sua
condição de “rainha virgem”, ou ter de abdicar ao trono em
favor de seu único filho e herdeiro varão, jamais permitiu, sob
pena de morte, que Francis assumisse a sua verdadeira
identidade. E esse foi o motivo pelo qual foi ele educado como
filho adotivo de Sir Nicholas e Lady Annie Bacon, e que
somente aos quinze anos viesse a saber da verdade sobre o seu
nascimento, dos lábios de sua própria mãe, após excluí-lo,
definitivamente, da sucessão.
E, provavelmente, esse foi, também, o motivo pelo qual
teve que se ocultar sob o pseudônimo de William Shakespeare
para poder publicar todas as suas peças, visto que, se o fizesse

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em nome próprio e abertamente, ficaria sujeito à ira da
rainha-mãe.
Felizmente para a Civilização, Francis Bacon exerceu
com suas ideias políticas sobre Liberdade e Direitos Humanos,
notável influência sobre o espírito de renomados filósofos,
como: Thomas Hobbes, John Locke e Jeremy Benthan, que
fizeram de Bacon o seu ideólogo. E esses foram, também, os
ideais que alicerçaram a formação dos Estados Unidos da
América a partir das treze colônias instaladas no Novo
Mundo.
Como oficial da Companhia da Virgínia, que patrocinou
o povoamento de Jamestown, primeira colônia permanente da
Inglaterra na América, Francis Bacon pôde dar continuidade
à tarefa que começara em 1492, como Cristóvão Colombo.
Havendo, assim, triunfado sobre circunstâncias adversas, que
certamente teriam destruído outros homens de menor
estatura e/ou envergadura moral, mas com as quais ele pode
fortalecer e enriquecer ainda mais a sua alma e o seu caráter
Francis Bacon, como um verdadeiro apologista da Liberdade,
pode exercer importante papel na fundação da Nação
Americana e na formação e iluminação de todos os seus
filhos…
Numa mensagem enviada ao Grupo Avatar (Avatar
Group, Tuscon, Arizona U.S. A.), em julho de 1988, Saint
Germain revelou que o Plano Divino para a América era o de
torná-la a vanguarda da “I am race”, isto é, da Raça I am. E

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que a própria palavra América é apenas o anagrama de “I am
race”, se nos dermos ao trabalho de transpor as suas letras14.
Tudo isto apenas confirma o fato de a grande nação
americana, desde o seu início, não ter poupado esforços para
estabelecer uma nova Ordem Mundial, baseada nos princípios
da Verdade, da Justiça e da Liberdade. Princípios que, com o
advento da Sétima Raça Raiz, serão assimilados e sustentados
pela consciência de toda a grande família ou sociedade
humana.
Será a partir do Novo Mundo e nas terras das Américas
do Norte, Central e Sul, que a Sétima Raça-Raiz se manifestará
como “Raça I am” e que será uma raça de seres
espiritualmente perfeitos e livres. Mas, para que possam servir
de berço a essa nova raça de seres já divinizados, essas terras
não só deverão ser purificadas como, ainda, mantidas sem
contaminação pela consciência humana…
E ainda que os Grandes Seres de Luz que constituem a
Hierarquia Espiritual Solar e Planetária, que zelam pela nossa
Evolução, estejam há bastante tempo trabalhando para que a
grande iniciação do nosso planeta e o seu alinhamento com os
demais planetas sagrados, se façam em ordem ou com um
mínimo de caos, perdas e sofrimento possíveis à humanidade.
Pelo menos, grande parte dela terá que passar por uma
espécie de profilaxia ou purificação dolorosa, a fim de que dos

14 Para aqueles que ainda não sabem, anagrama é uma palavra ou frase formada
pela transposição das letras de outra palavra ou frase. Como por exemplo:
Belisa de Isabel; Arima de Maria; Lawdry de Waldyr; Roach de Rocha, etc.
(Nota do Autor)

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escombros desta nossa Civilização egoísta e decadente se erga
um Novo Mundo e uma Nova Raça de seres perfeitos.

Representação do Mestre Ascensionado SAINT GERMAIN, ex-Chohan do


Sétimo Raio Violeta da Misericórdia, transmutação e Libertação, e
atualmente Hierarca do 14º Raio e da Era de Aquário.

Mestre Ascensionado Confúcio


O Mestre Ascensionado Confúcio, Confúcio ou Kung Fu-
Tse foi um filósofo e reformador chinês que viveu de 551 a 479
a.C. Insatisfeito com a instabilidade política e com as injustas
condições de vida do povo, ele propôs em seus escritos uma
série de reformas políticas baseadas nas responsabilidades
morais mútuas entre governantes e governados.
Mais uma filosofia ou sistema ético do que uma religião,
o Confucionismo — conhecido pelos chineses como “Ju Chaio”
ou “Os Ensinamentos dos Sábios” — influenciou
profundamente o pensamento, a educação e a política
chinesas, durante mais de 2.000 anos.

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Seus ensinamentos, coligidos no “Lum Yu” (os Analectos
de Confúcio) foram publicados por seus discípulos — entre os
quais o filósofo Mêncio, que viveu 150 anos depois dele — no
“Wu Ching” (os Cinco Clássicos) e no “Shih Chu” (Os Quatro
Livros).
O conceito central do sistema ético de Confúcio é o
exercício do amor e da bondade. Os objetivos básicos desse
sistema filosófico que dispensava igrejas, clero ou dogmas
eram: a sinceridade, o cultivo da vida interior, e a harmonia
na vida familiar, nas relações sociais, e entre nações. Para ele,
o homem é bom e a virtude é a sua maior recompensa.
Dizia e ensinava que o “homem superior”, o homem
realmente culto, era aquele capaz de seguir e fazer seguir o
caminho da moderação em todas as coisas.
De 125 d.C. até 1905, o Confucionismo dominou a
Cultura Chinesa e os membros da classe dos mandarins, que
preenchiam os cargos públicos, eram nomeados para esses
postos com base em exames sobre os clássicos de Confúcio,
costume que foi abolido em 1905. A partir de 1911, o
Confucionismo começou a entrar em decadência.
Mas a marca de suas ideias permaneceu no pensamento
de muitos líderes políticos. Em !934, o dia 27 de agosto, data
do nascimento de Confúcio, foi proclamado feriado nacional.
Infelizmente, na década de 70, seus ensinamentos foram
combatidos pelos líderes da Revolução Cultural, que
identificaram nele uma ideologia conservadora, contrária aos
interesses do comunismo chinês.

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Representação do Mestre Ascensionado CONFÚCIO ou Kung Fu-Tse.

Mestre Ascensionado Lanto


O Mestre Ascensionado Lanto, outra grande luz da
antiga China é o mestre Lanto que, como um dos Instrutores
do mundo, ensina no Retiro do Royal Teton o caminho da
cristicidade universal e a senda dos Sete Raios dos Elohim e
dos Arcanjos.
Mestre de sábios e filósofos, ele alcançou a sua mestria
quando estudava, sob a orientação do Senhor Himalaya, Manu
da 4ª Raça-Raiz. Em suas muitas e sucessivas encarnações foi
um Sumo Sacerdote no Templo da Mãe Divina.
Mestre Lanto foi, também, em tempos passados, um
grande governante da China e fez sua Ascensão há muitos
séculos. Na época em que o Continente da Lemúria submergiu
no Oceano Pacífico, foi-lhe dada a custódia da Chama da

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Precipitação e dos Tesouros Espirituais do Santuário do
Monte Teton, em Wyoming, nas Montanhas Rochosas nos EUA.
Por sua longa atividade nesse Templo de Luz, e com a
Chama da Precipitação, Mestre Lanto conquistou o direito de
assumir maiores encargos. Por isso, substituiu o Mestre
Kuthumi, quando este deixou o cargo de diretor ou Chohan do
Segundo Raio.

Representação do Mestre Ascensionado Lanto (LORD LANTO), ex-Chohan


do Segundo Raio Dourado da Sabedoria e atual Hierofante e guardião do
Templo da Chama da Precipitação, localizado no Monte Teton,
Wyoming/USA.

Mestre Ascensionado Paulo, o Veneziano


O Mestre Ascensionado Paulo, o Veneziano que, desde
novembro de 1964 assumiu o cargo de Maha Chohan, ou
Grande Diretor Divino, desde então representa o Espírito

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Santo para a nossa Terra. Foi anteriormente o Chohan ou
Diretor do Terceiro Raio Rosa do Amor Divino. Cargo que, a
partir da data acima, transferiu à Mestra Ascensionada
Rowena.
Em sua última encarnação, ocorrida na Itália, entre
1528 e 1588, este Mestre foi o artista Paulo de Veronese ou
Paulo, o Veneziano. Nascido na cidade de Verona, e batizado
como Paolo Caliari, transferiu-se quando tinha 27 anos, isto é,
em 1555, para a cidade de Veneza, onde viveu até a sua morte,
ocorrida quando tinha sessenta anos de idade.
Por um período de trinta e três anos, foi o pintor
preferido da Sereníssima República, pela beleza e grandeza de
suas obras, nas quais transcendeu os aspectos
tradicionalmente austeros, sem relevo, sem brilho e sem vida,
da arte medieval. Criando novas cores e contrastes,
abandonou os tons sombrios e depressivos, por matizes
translúcidas, que comunicavam luz e vida, numa quase
saturação de cores intensas.
Em sua genialidade, experimentou, até a perfeição, uma
técnica de preparação de pigmentos, para a preservação de
tinta, que nunca foi superada. Daí as magníficas cores que
ainda hoje podem ser vistas em suas telas, onde sobressaem
temas bíblicos, históricos, festivais e cortejos, executados com
tanta alegria e entusiasmo que lhe deram o terceiro lugar
entre os gigantes do Renascimento Veneziano, juntamente
com Ticiano e Tintoretto.
“O Casamento de Santa Catarina”, que pintou entre 1574
e 1576, e o quadro “A Anunciação”, concluído em 1580,
juntamente com a sua obra, “A Última Ceia”, na qual revelou

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uma total liberdade de criação e expressão, sem, contudo,
descambar para a irreverência e para o profano. Por pintar
suas várias figuras bíblicas e de santos, como as de Jesus e seus
doze apóstolos, associadas às pessoas, lugares e coisas,
facilmente identificáveis, a fim de que pudessem ser
alcançadas pelo homem comum, Paulo, o Veneziano,
conseguiu provocar a ira do clero conservador e poderoso, de
então, a ponto de ser convocado a comparecer perante o
temível “Tribunal da Inquisição” sob suspeita de heresia, face
às irreverências existentes no seu quadro da Última Ceia, no
qual incluiu um anão com um papagaio, guardas com
armaduras, cães e um palhaço. Ainda que suas figuras bíblicas
nesse quadro não houvessem perdido a aura de santidade, a
questão só ficou resolvida quando Veronese, sem abrir mão da
sua liberdade de criação e expressão, concordou em mudar o
título da sua obra para “Banquete na Casa de Levi”.
Não obstante a sua grande fama, Paolo Veronese nunca
deixou de ser uma pessoa simples, afetuosa e pia, qualidades
que acreditamos foi a causa do amor crescente entre Veneza e
Veronese, até o momento de sua Ascensão, em abril de 1588.
Paulo, o Veneziano, atual Maha Chohan, ou Grande
Senhor, é o supremo artista de nossas vidas, cuja tarefa é
ensinar e sustentar a arte divina da criação do novo homem,
pela transmutação de tudo aquilo que se opõe ao sagrado e ao
divino.

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Representação do Mestre PAULO, O VENEZIANO, atual Maha Chohan.

Mestre Ascensionado Serápis Bey


O Mestre Ascensionado Serápis Bey -da mesma forma
que o Mestre Vitória e a sua Chama ou Raio Gêmeo, a Mestra
Ascensionada Rowena, estavam entre aquelas trinta
Emanações de Vida que vieram de Vênus com o seu Regente
Sanat Kumara, há mais de quatro e meio milhões de anos
passados. Esses Excelsos e Abnegados Seres que descendendo
dos venusianos se dispuseram ao enorme sacrifício de
abandonar os seus invólucros para, através dos corpos densos
de suas mães da Terra, encarnarem em nosso Planeta, desde
então, despertaram em corpos de crianças com caracteres

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raciais e nacionais idênticos aos nossos, e igualmente
envolvidos pelo “véu do esquecimento” de suas vidas
anteriores.
Assim, podemos acompanhar as posteriores
reencarnações desse luminoso ser, desde que, como Sumo
Sacerdote no Templo da Ascensão na Atlântica, bem antes do
cataclismo final que fez submergir esse continente nas águas
do Oceano Atlântico, transportou a Chama da Ascensão para
Luxor, no Egito.
Após essa encarnação na Atlântica, o Mestre Serapis Bey
encarnou no Egito, onde foi o faraó egípcio Amenhotep III,
que reinou de 1417 a 1375 a.C. e construiu no plano físico,
junto ao Rio Nilo, o Templo de Luxor. Por volta de 931 a.C.,
segundo suas próprias revelações, foi David, rei de Israel,
aquele mesmo de quem é dito que venceu o gigante Golias e
escreveu os Salmos, uma coletânea de hinos, orações e súplicas
a Deus de rara beleza e poesia, que fazem parte das Escrituras
Sagradas ou Antigo Testamento. Usados pelo próprio Mestre
Jesus, os Salmos se tornaram fonte de inspiração e devoção de
várias Igrejas Cristãs.
O Mestre Serapis Bey foi, também, entre 447 e 438 a.C., o
famoso arquiteto e escultor grego Fídias, que construiu o
maravilhoso Templo, conhecido como Partenon, em honra à
Palas-Atenas, a Deusa da Verdade. Consta que em 400 a.C.
realizou a sua Ascensão e que está destinado a ocupar o cargo
que foi de Sanat Kumara, quando for realizada a grande
mudança cósmica prevista para este planeta.
A partir dessa mudança, o Mestre Serapis Bey, que
atualmente é o hierofante do Templo de Luxor e o Diretor do

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Raio Branco da Purificação e da Ascensão, deixará esses
cargos a dois Mestres com quem está intimamente ligado. Um
deles é o Mestre Leonardo (Leonardo da Vinci) que o
sucederá como Chohan ou Diretor do Quarto Raio, cargo para
o qual há anos vem sendo preparado. O outro é o Mestre
Maomé (570-632 d. C.) o fundador do Islamismo e autor do
livro sagrado conhecido como o Corão.

Representação do Mestre Ascensionado SERÁPIS BEY, hierofante do


Templo de Luxor e Diretor do Raio Branco da Purificação e da Ascensão

Mestre Ascensionado Leonardo da Vinci


O Mestre Ascensionado Leonardo da Vinci (1452-1519)
nasceu perto da cidade de Florença em 1452, transferindo-se,
posteriormente, para a cidade de Milão, onde viveu entre 1482
a 1499, onde pintou o afresco “A Última Ceia” (1495-1497),

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tela de elevado significado místico-astrológico-esotérico, e na
qual cada um dos 12 (doze) Apóstolos representa um dos 12
(doze) signos do zodíaco. Fez ainda um projeto urbanístico
para a cidade, com rede de canais e sistemas de abastecimento
e de esgoto; foi um reconhecido e festejado pintor, arquiteto,
inventor, escritor e grande conhecedor de perspectiva,
proporções, ótica e anatomia. A ele se atribui muitas invenções
e descobertas moderas, entre as quais, o helicóptero e o
paraquedas. De volta a Florença, pintou a Mona Liza (1503 -
1506), conhecida também como Gioconda sua obra mais
famosa e admirada.
Reencarnou outra vezes na Terra, uma em Portugal,
como Tomé de Souza, século XVI para ser o primeiro
Governador Geral do Brasil (1549) e fundar a cidade de
Salvador, na Bahia, em 29 de março deste mesmo ano.
Teve uma outra encarnação como o compositor alemão
Richard Wagner (1813 -1883), autor de 15 (quinze) óperas,
entre as quais “As Valquírias” (1854-56) e Tristão e Isolda
(1857-69). Alcançou a Quarta Iniciação e o Adeptado em 1979
e após completar a sua 5ª (quinta) Iniciação, na Loja Azul de
Sírius, em 05 de janeiro de 1982, recebeu o título de Mestre sob
o nome de Apolônio15.
Uma Nova Luz que se afirmou com características
saturninas, seu emblema é um sol flamejante de azul claro na
periferia e branco brilhante na superfície com o signo de
Saturno no centro. Este Mestre que atua no 4º Raio não é filho
de Saturno, mas representa a sua luz, isto é, a Luz do

15 Apolônio ou (Apolo Neo), isto é, Novo Apolo ou Novo Sol (Nota do Autor).

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Conhecimento no âmbito dos Mestres. Relaciona-se com a
sociedade iniciática “Serpente de Bronze de Porto Alegre”
inspirando e orientando suas atividades através de seu
discípulo Domingos Rubbo (1908-2002) e, após falecimento
deste, através de seus legítimos sucessores, continuadores e
seguidores…
O fato de da Vinci retratar, na Santa Ceia a última
reunião de Jesus com seus 12 (doze) discípulos, revela que ele
o fez inspirado por uma ordem de ideias de natureza mística,
astrológica e esotérica. E sua intenção e disposição de dar à
sua obra um enfoque oculto, místico e sagrado, o levou a
colocar todos os Apóstolos apenas em um único lado da mesa,
de modo a mostrar suas faces e facilitar aos estudiosos e
intérpretes dos mistérios ou arcanos ocultos, a análise
fisiológica de suas fisionomias com suas virtudes e defeitos,
tipo físico, personalidade e temperamento, enquanto
criaturas humanas. Seis Apóstolos situam-se à esquerda de
Jesus. São eles: os signos Aries, representado por Simão; Touro,
por Judas Tadeu; Gêmeos, por Matheus; Câncer, por Felipe;
Leão, por Tiago Menor e Virgem, por Tomé. Os outros seis que
estão à direita são Libra, representado por João; Escorpião,
por Judas Iscariotes; Sagitário, por Pedro; Capricórnio, por
André; Aquário, por Tiago Maior e, por último Peixes,
presentado por Bartolomeu.
Enfim, o gênio de Leonardo da Vinci não limitou-se às
artes e às ciências positivas e convencionais. Foi, também, um
exímio sábio da Tradição Hermética, Esotérica ou Oculta,
manifestando de forma plena e esplêndida o espírito universal

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da Criação. Alice A. Bailey chega mesmo a considerá-lo um
“Avatar Menor”.

Provável autorretrato do Mestre Ascensionado LEONARDO DA VINCI

Mestre Ascensionado Hilarion


O Mestre Ascensionado Hilarion, numa de suas
encarnações foi o filósofo neoplatônico Jâmblico, um membro
da Fraternidade de Diógenes (412 a.C.). Em outra encarnação
foi Saulo de Tarso ou Paulo de Tarso, pretor romano e
inclemente perseguidor dos primitivos cristãos.
Mais tarde, 25 de janeiro do ano 38 d.C., converteu-se ao
Cristianismo e tornou-se São Paulo. Segundo ele mesmo
narrou a Cornélio Agripa, a luz que o converteu apareceu-lhe
no caminho de Damasco. Eis como ele descreveu essa
experiência: “Uma luz no céu mais brilhante do que o Sol
resplandeceu em torno de mim. E em meio a essa feérica e
resplandecente Luz, vi a figura de Jesus e ouvi a sua voz,
dizendo-me: “Saulo, Saulo, por que me persegues? É duro
para ti revoltar-se contra a tua lança?”

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Foi essa luz ofuscante e purificadora que vez por outra,
toca a consciência humana, a visão que surgiu e desceu sobre
Paulo, para repreendê-lo, para abrandar o seu duro coração,
e a sua até então limitada consciência, que o tornavam um
inclemente perseguidor dos verdadeiros servos de Deus. Foi
essa luz que o colocou na senda da sua própria caminhada
para o Cristo, e o transformou num novo Paulo — no fervoroso
“apóstolo dos gentios”.
É que, tão grande quanto a fúria com que até então
combatera a Luz, que haveria de libertá-lo, era a sua ânsia de
ser livre.
Eis como o próprio Mestre Hilarion se refere a esse fato:
“Desde o episódio da minha visão dessa Luz e do
Mestre Jesus, na estrada de Damasco, deixei de enxergar.
Mas, a minha nova cegueira não era maior do que a cegueira
que até então eu experimentava como resultado do meu
fanatismo, de minha polarização e de minha posição
anticristã. Cego desde que fui lançado por terra, no meu
encontro com o Mestre, entrei algum tempo depois na casa
de Judas, um dos seus devotos, onde em fervorosa oração
aguardei aquele que me devolveria a visão, e que mais tarde
seria conhecido como São Ananias”.
“Pousando suas mãos sobre mim, disse Ananias:
‘Irmão Saulo, o Senhor Jesus que te apareceu no caminho em
que andavas, enviou-me para que pudesses receber de volta
a vista e ser preenchido do Espírito Santo’ “.
Desde então, após a sua conversão e batismo pelo
Espírito Santo, passou a pregar nas sinagogas que “Cristo era
o Filho de Deus, provando-lhes que o Mestre Jesus era o

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próprio Cristo”. E o fez com tanta determinação e veemência,
por vários dias, que acabou confundindo os judeus de
Damasco, que resolveram armar-lhe uma cilada e matá-lo,
quando ele deixasse as portas da cidade, onde se puseram de
guarda por dias e noites a fio. Mas, sabedores dessa intenção,
os discípulos levaram-no de noite e fizeram-no descer as altas
muralhas da cidade dentro de um cesto, livrando-o de seus
perseguidores.
Durante trinta anos, e por toda Ásia Menor e
Mediterrâneo, o Apóstolo Paulo, em sermões e cartas aos
gentios, procurou levar-lhes a mensagem do Cristo e convertê-
los. E dessas suas experiências e escritos, fala-nos o Novo
Testamento para dar-nos o testemunho da sua
transformação, como uma nova criatura cristificada, e em
crescente indignação contra a injustiça e a falsidade. Além dos
milagres não comuns, que Deus operou pelas suas mãos na
cura de enfermos e no exorcismo de espíritos malignos. E por
ter sido o apóstolo da Verdade e da Cura, é hoje o Chohan do
Quinto Raio e o hierofante do Templo da Chama Verde.

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Imagem do Mestre Ascensionado HILARION, Chohan do Quinto Raio
Verde da Verdade, da Precisão da Lei e da Cura. Em sua última encarnação
foi conhecido por apóstolo Paulo dos gentios

Mestre Ascensionada Nada


A Mestra Ascensionada Nada, na sua última encarnação,
há dois mil e setecentos anos, nasceu no seio de uma família
da Mesopotâmia, e entre irmãs de grande talento, que por
realizarem grandes coisas, colhiam muitos aplausos e elogios.
Sendo a irmã mais nova e de menos talento, Nada sentia-se
menos dotada que suas irmãs. Mas, ao invés de se consumir em
frustração, ciúme e inveja, recolhia-se em silenciosa oração e
profunda meditação, durante várias horas, para irradiar
amor impessoal para as suas irmãs, a fim de que continuassem
a crescer em graça, beleza e talento.

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Quando tinha apenas dois anos de idade, a Arcangelina
Caridade, Chama Gêmea e complemento feminino do
Arcanjo Samuel, passou a orientar e ensinar a Nada como
buscar o amor de Deus na chama do seu coração, e enviá-lo
para o reino da natureza, para abençoar a Vida, desenvolver
a sua própria cristicidade e a de suas irmãs, de forma a
aprimorar ainda mais os seus dotes artísticos, para que, com
uma consciência interior mais elevada, e através das artes,
pudessem, também, elevar a cultura da Mãe Divina na Terra.
Aos olhos do mundo, e talvez mesmo aos olhos dos seus
parentes mais chegados, pudesse parecer que tal, como o
nome “Nada” indica, a jovem Nada nunca fosse capaz de
realizar grande coisa. Mas, desde que auxiliada por sua guru
Caridade, entrou no coração de Cristo, Nada tornou-se um
instrumento do Puro Amor Divino, servindo e auxiliando os
seus semelhantes, onde quer que pudesse envolvê-los no amor
de seu coração.
As atividades dessa Hierarquia de Santos e Sábios ou de
Seres de Luz e Mestres da Sabedoria perde-se na mais remota
antiguidade, pois, segundo a tradição oculta, a Grande
Fraternidade ou Loja Branca teria sido fundada pelo próprio
Sanat Kumara, após sua vinda de Vênus há alguns milhões de
anos.
Desde a sua fundação, esta Hierarquia tem estado à
frente do esquema Evolutivo da Terra e de sua Humanidade,
zelando pelo aperfeiçoamento de homens e raças e
impulsionando a marcha da civilização. E, embora respeite o
livre-arbítrio dos homens, os Hierarcas, Senhores ou Chohans
que dirigem ou chefiam esta Grande e Divina Hierarquia, seus

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Departamentos e Paróquias, têm estado atentos e vigilantes
para que o Plano Divino de nossa evolução seja executado à
risca e de acordo com o modelo criado pela mente dos nossos
Logos Solares.
E, todas as vezes que a Obra Divina na Terra se viu
ameaçada pela ambição, ignorância, iniquidades e desatinos
do próprio homem e ou por suas práticas depredatórias,
pondo em risco toda vida inteligente sobre o Planeta, esta
Hierarquia de Super Homens e Seres de Luz, redobra seus
esforços e atividades para derramar mais luz e energia
construtiva em toda a superfície do Globo.
No passado e ainda hoje, sempre que necessário, muitos
deles encarnam ou reencarnam na Terra, como descobridores,
cientistas, artistas, filósofos, políticos, profetas, etc., para
atender ou resolver um problema específico ou dar um novo
impulso às Artes, às Ciências, à Religião, etc. Outras vezes,
ditam telepaticamente, ou inspiram obras e ou Instituições de
caráter esotérico e educativo, capazes de melhorar o homem,
aumentar o seu conhecimento sobre si mesmo ou sobre a
natureza das coisas e, como decorrência, expandir a sua
consciência.

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Mestra Ascensionada NADA, Chohan do Sexto Raio

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Capítulo III.

A Magna Obra de Nossa Alquimia Interior

“Sem o esforço da busca jamais haverá a


alegria do encontro…”
Anônimo

“Por maus caminhos, não pode haver


grandes encontros”.
Pe. Manoel Bernardes

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Unidade 7.

A necessidade de nos mantermos em sintonia

com o infinito

“Se deixares que o teu Deus interno ilumine


todos os teus caminhos e veredas, jamais
trilharás os atalhos que te afastam da Luz”.
Mabel Collins

O que nos faz perder esta sintonia interrompendo a nossa


ressonância com a Graça Divina…

“Sede como as flores que ardem em ânsias de


se abrirem à luz”.
Anônimo

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Dissemos, páginas atrás, que as pessoas de um modo geral
se acham tão identificadas com o seu corpo físico que julgam ser
esse corpo. Todavia, a essa altura, já adquirimos conhecimento
suficiente, para sabermos que na verdade não somos apenas este
corpo. Cada um de nós é um Ego, um Espírito imortal, que revestiu
e se serve do corpo físico, e de outros seis veículos ou invólucros,
a fim de se manifestar e atuar nos sete diferentes planos ou
mundos em que se desenvolve a sua involução-evolução.

Assim, interpenetrando-se e, como camadas sobrepostas,


existem sete corpos de diferentes graus de densidade ou
refinamento, e que do mais grosseiro ao mais sutil, são:

1.) - O Corpo Físico, também conhecido como Corpo Carnal e


Corpo Planetário;

2.) - O Corpo Etérico, chamado por alguns de Corpo Vital ou


Corpo Prânico;

3.) - O Corpo Astral, Emocional, Sentimental, ou Corpo dos


Desejos;

4.) - O Corpo Mental, ou dos Pensamentos Concretos;

5.) - O Corpo Causal, ou dos Pensamentos Abstratos;

6.) - O Santo-Ser-Crístico (Corpo búdhico, conforme os hindus);

7.) - A Presença “Eu Sou” (Corpo átmico, conforme os hindus).

Estes sete corpos são os veículos de expressão do Ser de


Fogo Branco que escolheu evoluir através da descida na matéria.

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Assim, cada espírito encarnado, cada Centelha Divina, ou
Emanação de Vida, possui três corpos superiores, que
funcionam nos planos superiores ou reinos de pura energia: A
Presença “Eu Sou”, o Santo Ser Crístico e o Corpo Causal; e quatro
corpos inferiores, que funcionam nos planos inferiores ou reinos
da materialidade: o Físico, o Etérico, o Emocional e o Mental.

A Presença “Eu Sou” é Deus individualizado em cada


Emanação de Vida. É a presença de Deus em nós. É o corpo
eletrônico, o Corpo Superespiritual, o Supremo Espírito Divino, a
Individualizada Presença Divina, que paira sobre nós e em volta
de nós sustentando e derramando sem cessar, a Perfeição Divina
no mundo da forma. É ela que nos supre de luz, energia e vida, e
que por ser una com o Grande Eu Sou, escutará qualquer apelo e
qualquer oração. É o que os hindus chamam de Atman ou Corpo
Átmico, a Divindade mergulhada no oceano da matéria, mas não
menos Divina, por estar encarnada.

Este Espírito Divino em nós, por ser uma Chispa emanada do


Logos Solar, participa em essência do seu Próprio Ser, tem a
tríplice natureza do próprio Logos.

A Divina Presença “Eu Sou”, é rodeada pelas esferas ou anéis


de cores luminosas que formam o nosso Corpo Causal.

O Corpo Causal, é assim chamado porque recolhe os


resultados de todas as nossas experiências, que darão causa e irão

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moldar as nossas vidas futuras. Isto é, no Corpo Causal são
armazenados ou entesourados todos os pensamentos e
sentimentos perfeitos, todas as palavras e obras perfeitas, todas
as boas ações praticadas pela Emanação de Vida, em cada uma de
suas muitas encarnações.

As cores magníficas do Corpo Causal expressam as sete


esferas da consciência, que formam a aura natural do Sol de nosso
Sistema. Em menor grau, elas mostram a energia que a Emanação
de Vida qualificou em maior proporção, quando emergiu do puro
estado de inocência.

Assim, a natureza do serviço que toda Presença “Eu Sou”


deve realizar, já é determinada antes de ocorrer a sua
individualização. Daí dizer-se que este é o Corpo da Primeira
Causa.

Contemplado através da visão interna, vê-se que todas as


sete cores do espectro, estão presente nesse Corpo, que forma a
auréola da Presença “Eu Sou”. Mas, a virtude ou qualidade com a
qual o indivíduo tem mais afinidade, apresenta tonalidade mais
forte que as demais.

Esta é a razão pela qual o Corpo Causal dos diferentes


indivíduos, se diferenciam em tamanho e cores, de forma a
espelhar as virtudes que esses indivíduos acumularam, em suas
sucessivas encarnações, no decorrer de séculos.

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O Santo-Ser-Crístico representa o mediador entre Deus e
o homem; o Mestre Jesus, durante o seu ministério, referiu-se a
essa Centelha Divina no homem como: O Pai em nós.

Quando a Presença “Eu Sou” resolveu encarnar-se no plano


terreno, Ela projetou uma pequena réplica de Si mesma no ventre
materno, no momento da concepção. Ela é o poder coesivo em
torno do qual, os Elohim construtores da forma, criaram os nossos
quatro corpos inferiores.

O Santo-Ser-Crístico, também conhecido como o Cristo


Interno, o Eu Crístico ou a Consciência Crística, é um Ser de Luz,
uma Inteligência que possui uma consciência pura e perfeita e que
cresce e se expande, mais e mais, na mesma proporção do Corpo
Causal. E ainda que possua uma vibração mais baixa do que a
Presença “Eu Sou” é una com Sua atividade.

Há também quem o chame de Corpo Espiritual, Corpo da


Sabedoria ou Corpo Búdhico. Se compararmos a Presença “Eu
Sou” a um Sol, o nosso Santo-Ser-Crístico será um Sol em
miniatura alojado no centro da Chama Trina, alimentado
gradativamente pela Presença “Eu Sou” através de uma corrente
de luz conhecida como Cordão de Prata.
É através do Cordão de Prata, que a torrente de pura luz
branca eletrônica flui do coração da Presença “Eu Sou”
situada a seis metros acima do homem, penetra pelo centro
de sua cabeça, para fixar-se em seu coração, fornecendo a
energia ou a força que lhe dá ritmo e o faz pulsar.

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Este fogo ou energia de vida penetrando no Corpo Físico
pelo centro do crânio, flui até a glândula Pineal dividindo-se em
duas partes:
Uma delas desce por detrás do cérebro, até a medula
oblonga, na base do mesmo, de onde é emanada a vida, a
essência de luz, que percorre a espinha dorsal e o sistema
nervoso;
Outra parte desce por detrás da garganta, onde vivifica o
Centro Laríngeo (no lugar em que está fixada a língua) a fim
de permitir a fala.

Nas pessoas ainda não-desenvolvidas, o átomo de luz branca


cristalina que representa o nosso Cristo Interno é menor do que
um milímetro, e as cores da sua Chama Trina, não têm a mesma
vivacidade e luminosidade que as das pessoas desenvolvidas.

Então, se dermos ao nosso Santo-Ser-Crístico que, como um


átomo de Luz ou Sol miniaturizado, está no centro da nossa Chama
Trina, a possibilidade de expandir-se e assumir completo domínio
sobre o nosso Ser externo ou Personalidade, este será glorificado
e nós, transfigurados na Luz, nos tornaremos o próprio Cristo
Vivente, como ocorreu com o Divino Mestre Jesus, no episódio
conhecido como “A Transfiguração”.

A Chama Trina é um fogo de Luz Pulsante, localizado no


terceiro ventrículo do coração de todo ser humano formada por
três chamas. Ela é nas cores Azul (Poder), Dourada (Sabedoria)
e Rosa (Amor).
Azul é o Poder Onipotente de Deus, que habilita o indivíduo
a magnetizar a Vida Divina. Dourada é a Sabedoria no uso
daquela vida para propagar o Bem. Rosa é o Amor Divino,
que qualifica a Vida inteligente de Deus dentro da
manifestação.

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Esta Chama Azul, Dourada e Rosa jaz latente no coração de
todo homem. No Ser de Fogo Branco de onde originou-se a
nossa Presença “Eu Sou”, jaz a primeira Chama Trina, que
contém em si o completo Plano Divino da nossa Emanação
de Vida.

Esses são os corpos imortais do homem que não estão


sujeitos a roda das encarnações, ao ciclo dos nascimentos e
mortes. São estes três corpos que, existindo desde a origem de
nossa vida, constituem o nosso verdadeiro Ser.

Mas, além desses três corpos superiores e imortais,


possuímos mais quatro corpos inferiores que, do mais sutilizado
ao mais denso ou espesso são, o Mental, o Emocional, o Etérico
e o Físico.

Como já vimos: o Corpo Mental é formado da substância do


plano mental ou dos pensamentos. É através dele que se realiza
toda a atividade mental, que nos permite obter informações,
julgar, opinar, raciocinar e obter conhecimento. Ele foi dado ao
homem para ser o receptáculo das ideias divinas, para ser o servo
do nosso Espírito, e não o seu senhor.

Nosso intelecto deve ser o instrumento destinado a criar a


perfeição mantendo e sustentando tudo quanto imaginamos e
visualizamos, até que a sua manifestação física se concretize.

Somente o homem polarizado ao nível da alma ou de sua


Consciência Crística, pode deixar para traz a “tirania da razão” que
rege a existência da maioria dos homens, que ainda não descobriu

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seu pleno Ser, ou que ainda não adquiriu sabedoria suficiente,
para saber que a sua mente é apenas um de seus veículos ou
instrumentos de expressão, e não o mais perfeito e importante,
dentre os que a sua alma utiliza, para se manifestar no plano
terreno…

Segundo a filosofia do hinduísmo, sem a existência da alma,


a Mônada não estaria realmente encarnada, pois não teria como
comunicar-se ou relacionar-se com o Mundo da Forma, com o
Plano Físico. Assim toda encarnação envolve o homem total, na
sua grande tríade de Espírito, Alma e Personalidade.

Segundo ainda essa filosofia, Budhi ou Mente Abstrata,


também chamada de Corpo da Sabedoria, Corpo de Cristo ou
Santo-Ser-Crístico, é a nossa mente superior em ação, através da
qual, o homem lida com abstrações, com o que é da natureza do
conhecimento abstrato, no qual ele conhece a verdade por
intuição, não pelo raciocínio. Nesse corpo o homem é chamado de
Ego Superior, e começa a compreender sua própria Divindade.

Só existe uma liberdade plena e perfeita: aquela que nos


liberta de todas as imperfeições criadas pela nossa ignorância. Foi
a esta liberdade a que Jesus se referiu quando prognosticou:
“Conhecei a verdade e a verdade vos libertará”. É esta verdade
que os filósofos procuram, que os Mestres de Sabedoria ensinam,
e que os homens perfeitos realizam.

O homem se adensa e se embrutece durante séculos, e por


encarnações sucessivas, para as quais é empurrado por seus

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desejos, emoções e excitações mais impuros e inferiores; e dessas
encarnações só se libertará pelo Conhecimento e pela Sabedoria.

Por isso, é que Budhi ou Mente Superior por si só, não


poderá ser chamada de alma — a entidade que se reencarna. Esta
só chegará a sê-lo em união com Manas, a mente inferior ou
concreta, que dá a Emanação de Vida, a Razão e a capacidade do
raciocínio e reflexão. Então, só o conjunto Budhi-Manas, ou seja,
o sexto e o quinto princípios unidos, é que pode ser chamado de
alma e constituir o veículo de expressão de Atman: o Espírito, a
Mônada, a Centelha Divina, ou o Sétimo Princípio.

O Corpo Emocional ou Sentimental, o maior dos quatro


Corpos Inferiores, é também chamado de Corpo Astral ou Corpo
Lunar. Ele é composto essencialmente do elemento água. Esse
corpo foi preparado pelos Elohim Construtores da Forma, para
atuar como envoltório dos outros corpos inferiores, assim como o
Corpo de nosso Planeta é envolvido pelos oceanos que,
juntamente com as águas dos lagos e rios, formam as três quartas
partes de seu corpo.

Este Corpo foi constituído com a finalidade de revestir as


ideias, pensamentos, palavras e ações, de sentimentos positivos,
nobres e elevados. Mas, através dos eons, os homens têm sido
vítimas de suas próprias criações imperfeitas e dissonantes,
expondo a si e seus semelhantes às várias situações, onde os
desapontamentos, desilusões, decepções e revoltas, criaram
sentimentos negativos, semelhantes “às águas agitadas”. Por isso,

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a consciência sentimental da maioria dos homens está
necessitando da ação transmutadora da Chama Violeta, para ser
purificada e tranquilizada.

O Corpo Etérico, às vezes chamado equivocadamente de


“Alma”, é a contraparte da forma humana palpável e perceptível,
porém, formada de substância muito mais sutil.

Ele se projeta cerca de meia polegada para fora da superfície


do nosso corpo físico.

O Corpo Físico, tanto como os outros corpos é formado da


substância de seu próprio plano. Sua finalidade consiste em
permitir que a Mônada, Espírito ou Ego encarnado, possa realizar
suas atividades e exprimir-se no mundo da forma. O Corpo Físico
é simplesmente o ancoradouro do Espírito no plano terreno. Como
os demais, este corpo foi criado para expressar a Perfeição Divina.
Por isso, suas imperfeições resultam do impacto de natureza
mental, emocional e etérica da própria Emanação de Vida, de suas
associações, e ainda, de influências ambientais do presente e do
passado.

Assim, todos os esforços devem ser envidados para


aperfeiçoá-lo, purificá-lo e preservá-lo, de forma que ele possa
servir de “Laboratório-Oratório”, onde cada ser humano possa
realizar a grande obra alquímica da união da sua Personalidade

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com a sua Individualidade, e dar nascimento ao Ser, ao seu Eu
Divino e Imortal.

Quando os sete corpos estão alinhados, e em perfeita


sintonia, então podemos dizer que a nossa alma se uniu à
Consciência Crística, à Presença “Eu Sou”, e tornou-se Una com a
Presença “Eu Sou” Universal, e com toda a Sua Criação.

O Ser que denominamos Corpo de Fogo Branco é a


individualizada Inteligência que, no princípio da Criação, surgiu
do coração de Alpha e Ômega o Deus Pai/Mãe do nosso Universo,
como uma Chispa ou Centelha de fogo ou luz branca.

Como um fragmento do Logos do Sol Central da nossa


Galáxia, somos a perfeição consumada e, se nos degradamos e
corrompemos enquanto Ego encarnado, é porque perdemos a
consciência de nossa unidade quando, no episódio Bíblico
conhecido como a “Queda do Homem” ou “Mito Adâmico”, caímos
na materialidade e assumimos pela vez primeira um corpo denso.

Como Espíritos, só nascemos uma vez, quando saímos do


coração de Alpha e Ômega, como uma partícula ou átomo de Luz.
Então, se como Personalidades nascemos e encarnamos muitas
vezes, espiritualmente só nascemos uma única vez.

Cada um de nós tem somente uma Chama ou Raio Gêmeo. E


com ele formamos um Ser completo, integrado e perfeito.
Entretanto, como nos separamos no começo da nossa evolução,
comumente em encarnações sucessivas, nos unimos com Chamas

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e Almas diferentes, estabelecendo outras ligações cármicas,
contraindo dívidas e obrigações com outros Complementos
diferentes do nosso durante várias vidas.

Algumas dessas ligações podem ocorrer com Almas


Companheiras, isto é, com almas com as quais já estabelecemos
algum tipo de relação, ou laço de companheirismo mais profundo
em alguma outra encarnação passada. A diferença está, em que no
caso da ligação ou união entre almas companheiras, a comunhão
ou reciprocidade decorre da evolução, não da origem.

Por isso, que uma pessoa pode gastar muito tempo de


ligação em ligação sem nunca encontrar o seu par ou
Complemento perfeito, seja pelo fato de sua Chama Gêmea não se
encontrar mais encarnada, seja por estar mais atrasada ou
adiantada espiritualmente. É óbvio, que as uniões mais estáveis,
de maior afinidade ou sintonia, devam acontecer entre Almas ou
Chamas Gêmeas. Ainda que as ligações entre Almas ou Chamas
Companheiras, tenham todas as probabilidades de tornar-se uma
experiência agradável ou tranquila.

Na alegoria bíblica da “Queda do Homem”, a Personalidade


é a serpente que seduz a Alma (representada por “Eva”) à
autodeterminação, levando indiretamente também o Espírito
(representado por Adão) à “heresia da separatividade” com a
consequente perda do paraíso celestial em que a Alma vivia antes
de separar-se do Pai.

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A Personalidade sendo concebida pela mulher e o homem,
isto é, gerada por pais carnais e, geralmente, a partir de emoções
baixas e inferiores, tem um tempo certo para viver e se expressar.
Tem vida curta e efêmera. E por ser filha da Terra, está ligada à
Terra. Tem aqui a seu campo de evolução. Enfim, a Personalidade
é a forma que reveste a fôrma, o suporte ou recipiente necessário
à Individualidade.

A Individualidade é a Chispa Solar, o átomo que, como


fôrma ou molde, assume a forma humana. A interação desta parte
espiritual com a parte material, isto é, da Individualidade com a
Personalidade, é que produz o Ser, o qual durante a sua fase de
desenvolvimento, é chamado de Alma. Então, a Alma é o Ser ainda
não desenvolvido ou realizado. A Individualidade sendo filha do
Logos Solar, anseia por retornar a Ele. E por ter seus interesses
centrados na evolução espiritual do Ego, não se interessa pelos
aspectos materiais da vida terrena, como a Personalidade.

A maioria das pessoas só conhece a sua Personalidade, com


a qual se identifica o tempo todo, sem suspeitar sequer da
presença de sua Individualidade.

Por isso, só aqueles poucos indivíduos que iniciam a busca


da sua Individualidade — o maravilhoso Santo-Ser-Crístico, que
está no centro de cada pessoa —, é que podem ser chamados de
Iniciados. A Iniciação é um processo pelo qual o homem espiritual,
que está contido e dominado pela Personalidade, rompe as suas
amarras e torna-se consciente de si mesmo como um Espírito
encarnado.

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Assim, as iniciações são eventos ou experiências, que
transformam profundamente o Ser, identificando-o com níveis de
consciência cada vez maiores ou mais amplos. Sair da periferia e
ir para a profundidade de si mesmo, é o primeiro passo na
caminhada interna, finda a qual, podemos encontrar o nosso
Cristo, a nossa Individualidade.

A partir desse encontro, a Individualidade passa a assumir


valor positivo e a Personalidade valor negativo. A Personalidade
que é uma forma, ao achar a Individualidade, percebe a sua fôrma.

Mas a Personalidade, por ser negativa e ter vida efêmera, não


vale muita coisa. E tanto é assim, que o seu corpo mais denso e
grosseiro de expressão ou manifestação — o Físico ou Carnal,
volta sempre a Terra donde veio, tornando-se cinza e pó. Por sua
vez, a Individualidade sendo uma Chispa Solar, também um dia
terá que retornar ao Sol de onde saiu. Então, com que vestimenta
ou veículo iremos entrar na Eternidade? É óbvio que com aquele
terceiro veículo ou corpo de expressão, que resultou da união de
ambas, isto é, com o Ser.

Daí dizer-se, que o indivíduo somente passa a ser homem, no


verdadeiro sentido da palavra, a partir do momento em que
realiza o Ser. Acontece que se preciso realizar o Ser, é porque
ainda não Sou. E é esta certeza de que ainda não Sou, que me leva
a desejar e procurar Ser, a buscar o “Eu Sou”.

A meta, a finalidade de estarmos encarnados, é a de


produzirmos ou realizarmos o Ser, acabando com essa
ambiguidade entre Ser e não-Ser. O ideal de cada emanação de

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vida é realizar a sua Seidade. Por isso, todo o nosso esforço
enquanto discípulo no caminho, ou aspirante à Iniciação, deve
convergir para esse esforço de vir a ser, esforço que exige de nós
fé e nos enche de esperança.

Quando nos transformamos e acabamos com a


ambiguidade de Ser e Não-Ser, transformamos a expressão “VIR
A SER” em “SER-VIR” que tem muito a ver com serviço. E no
serviço anônimo e impessoal, há muito de caridade. Então, só com
fé, esperança e caridade é que nos colocamos acima dos
preconceitos e podemos ultrapassar o Infinito, rumo à Eternidade.

Ao chegarmos a esse estágio de consciência, já não é mais a


Personalidade nem a Individualidade que está agindo, mas sim o
Ser já criado, que está em plena ação servindo amorosa e
desinteressadamente ao próximo…

O homem que se gaba de saber, e conhecer tantas coisas,


pouco ou nada conhece de si mesmo. Comumente, toma o seu
“não-Eu” pelo seu “Eu” real e verdadeiro… Mas, quando a sua
ignorância é desfeita então se autopercebe como realmente é, um
deus em crescimento.

Toda consciência é consciência de alguma coisa. Por isso, o


Ser humano só pode superar seus conflitos, dores, sofrimentos,
decepções, frustrações e angústias, quando sua esfera de
consciência se desloca do ego para o “Eu Sou”; quando renuncia
aos desejos, apegos e deleites do seu eu/Personalidade.

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É pelo controle mental e emocional, que começamos a nossa
libertação. Se tentarmos suprimir os nossos sentidos, estaremos
violentando a nossa natureza físico-corpórea e atentando contra a
vida: Os sentidos devem ser controlados e não suprimidos ou
reprimidos.

O mesmo deverá ocorrer com relação aos nossos instintos


mais naturais ou primitivos. Quem reprime seus desejos ou
instintos, sufoca seu próprio Ser. Toda repressão psíquica produz
neurose, angústia, ansiedade e sofrimento. O controle difere da
supressão e da repressão, porque ao exercê-lo, damos apenas
direção as nossas energias. Na repressão ou supressão, o
indivíduo cria zonas de tensão, que mais o prejudica do que ajuda.
No controle, há uma autorrestrição voluntária, nascida de algo
maior, que é o desejo consciente de superação e transcendência.
Aqui há apenas uma troca ou substituição, é o desejo menor que é
eliminado pelo desejo maior de superação e sublimação.

O homem por ser constituído de vários EUS, corpos ou


partes, está muito sujeito a dividir-se e desintegrar-se. Muitos de
seus frequentes desequilíbrios, desarmonias ou doenças resultam
não de causas físicas, mas de “stress”, esgotamento nervoso,
conflitos mal resolvidos, temores subconscientes, emoções
reprimidas, ansiedade, frustrações, e até mesmo, de seus
desajustamentos familiares, profissionais e sociais.

Como os seus vários corpos ou invólucros, são apenas os


veículos utilizados pela alma para se expressar no mundo terreno,

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e experimentar a vida integralmente; desequilíbrio, desconforto
algum, pode vir da alma, que é harmoniosa e feliz por natureza. Ela
somente se torna desajustada ou infeliz, quando algo acontece a
um ou mais de seus veículos.

Está provado que a harmonia do nosso corpo, da nossa


mente e, consequentemente, da nossa alma, depende muito mais
da vida que levamos, do alimento que ingerimos, das pessoas com
quem convivemos ou nos relacionamos, das condições que nos
cercam, da forma como encaramos a vida e os outros, do que de
qualquer outra coisa.

Toda doença nada mais é afinal, que um desequilíbrio, que


uma desarmonia física, mental ou sentimental, ou de todas ao
mesmo tempo, e cuja causa ou origem está na quebra ou ruptura
do nosso tom, do nosso ritmo, ou ainda da nossa complexa
estrutura psicofísica.

Cada um de nós tem uma nota-chave, um colorido, e um tom


particular, que determinam a sua frequência ou vibração. E é a
desordem no tom, e a irregularidade no ritmo de funcionamento
de nossos órgãos, glândulas, chakras e canais, que acarretam os
nossos frequentes desequilíbrios psicofísicos.

Uma pessoa que, por exemplo, viva cheia de medo,


preocupações, o tempo todo deprimida, triste ou tensa, é uma
pessoa emocionalmente instável, dividida, insegura, fragmentada

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e fragilizada. E é esta sua falta de equilíbrio e estabilidade, que a
torna uma pessoa vulnerável a várias espécies de doenças.

Semelhantemente a um instrumento musical, que precisa


conservar-se o tempo todo afinado, para que não destoe dos
demais, também os nossos veículos de expressão devem ser
mantidos perfeitamente ajustados e afinados, a fim de que possam
continuar acompanhando a música das esferas, tocando hinos à
Criação, e executando com perfeição e maestria, todas as peças e
obras-primas da Grande Sinfonia da Vida.

Cada um dos sete corpos do homem tem o seu fisiologismo


ou modo de funcionar. Mas é a sua alma que lhes comunicando
vida, permite que cada um deles manifeste seus atributos e
funcione. E da mesma maneira como uma corrente elétrica dá luz
insignificante quando ligada a uma lâmpada de 10 watts, e luz
esplêndida quando passa pelo filamento de lâmpadas de 100, 200,
500 ou mais watts, tanto melhor expressaremos o nosso Deus
Interno, quanto mais puro, limpo e aperfeiçoado for o corpo onde
Ele estiver agindo. Basta então, deixarmos que ele se manifeste em
toda a plenitude, para gozarmos o mesmo estado de consciência
da Divindade, e expressarmos também. Sua Existência, Sua
Sabedoria e Perfeição Plenas.

A vida é o próprio Deus se manifestando em existência.


Assim, se alguém perdeu a coragem, ou a vontade de viver, é
porque a sua alma está em crise, e ele não tem mais a mesma
capacidade de ressonância com a Graça Divina de antes.

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Portanto, a maioria dos males que nos atinge e nos fazem
sofrer, tem uma causa única: o afastamento de Deus de nossas
vidas…

O homem tanto padece pela perda das coisas a que se apega,


quanto pela imposição de tudo quanto detesta. E é esta
impossibilidade de obter e conservar, tudo quanto quer ou deseja,
e de afastar ou evitar o que lhe causa temor o ameaça ou
desagrada, que lhe tira a paz, o equilíbrio e a harmonia. Então, só
o desapego as coisas que só o mundo pode nos dar ou tirar, é que
pode evitar todos os nossos sofrimentos, frustrações e
desarmonias.

Todos nós somos movidos a fazer ou deixar de fazer algo, por


quatro impulsos básicos: O Impulso da Conservação ou
Perpetuação, por meio do qual procuramos manter a nossa
existência, defendendo-nos, através da rejeição, da repulsa, do
medo, da agressividade, ou da curiosidade de tudo que possa
ameaçar-nos; o Impulso Social ou Gregário, que nos leva a
procurar sempre a companhia e a convivência com os nossos
semelhantes; o Impulso do Poder, por meio do qual tentamos
sempre impor o nosso domínio, e que se exagerado, pode nos levar
ao autoritarismo, ao despotismo, à tirania e à crueldade; e o
Impulso das Possessões, por meio do qual, estamos sempre
desejando ter mais do que temos, ser mais do que somos, e nos
apegando aquilo que temos.

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Estes quatro Impulsos Primários nascem com o indivíduo e
motivam ou determinam a sua conduta, ainda que sofram sempre
a influência de sua vontade, de sua educação, de sua moralidade,
de seu senso de valores, os quais procuram sempre desarticulá-
los, contê-los, substituí-los e modificá-los. E à medida, que esse
indivíduo evolui e se esclarece, mais a sua inteligência e a sua
vontade tendem a controlar e dominar esses impulsos.

A mesma harmonia e equilíbrio existentes no Universo, tem


que existir também, necessariamente, no pequeno universo
chamado homem. Este só pode cumprir o seu destino, viver em
perfeita harmonia, e desfrutar permanente felicidade se,
conscientemente, fizer convergir todas as suas pluralidades
aparentes, para a Unidade Real e Imortal que traz dentro de si.

Desde que o Universo é como seu próprio nome indica, o Uno


no verso, isto é, a Unidade na diversidade, ou o Uno convertido em
muitos; o homem (microcosmo) deve fazer por livre-arbítrio e
espontaneamente, o que o Universo (macrocosmo) faz por
determinismo Divino. Assim, o mesmo equilíbrio e harmonia que
como Lei, o Criador colocou no Cosmos, de modo análogo, deve
existir também no homem.

Entretanto, por viver sempre dividido ou bipartido, entre as


suas duas polaridades ou naturezas contrárias: a superior e a
inferior, o Eu e o ego, o Ser e o não-Ser, o desequilíbrio, a
desarmonia e as doenças estão sempre presentes no mundo e na
vida do homem.

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Comumente, a maioria dos homens só cultiva o seu ego ou
Personalidade, e esquece ou atrofia o seu Eu, a sua
Individualidade, a qual sendo una com a Fonte de toda a Vida,
é o canal pelo qual as energias divinas fluem e asseguram a sua
saúde e felicidade existencial.

É a falta de consciência de sua unidade, que leva o homem a


sentir-se interiormente desintegrado e fragmentado, um ser vazio
e infeliz. Ou como diz o filósofo H. Rohden:
“O homem tornou-se um ser doente e infeliz, porque
perdeu a consciência da sua inteireza e unidade cósmica, e
transformou-se numa persona ou máscara de seu Ser Real e
Verdadeiro; porque deixou de ser uma Individualidade ou um
Ser indiviso em si mesmo…”
“Então, para voltar a ser novamente íntegro, harmônico
e feliz, precisa o homem afirmar a soberania do seu Eu Real e
Divino sobre todas as tiranias de seus falsos “EUS” periféricos
e aparentes”.

Embora seja o homem considerado um animal racional, há


muito mais que o simples animal nele. Por ser um animal que
pensa e raciocina e pode agir de maneira inteligente, o homem
tornou-se bastante diferente dos outros animais. Transformou-se
num animal superior e privilegiado, capaz de libertar-se de todas
as suas limitações, se deixar que a Individualidade existente nele,
oriente e determine sua vida…

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Quando o homem consegue harmonizar entre si, seus
diferentes corpos e naturezas, ele é um Ser equilibrado, saudável
e perfeito. Mas, quando rompe esse equilíbrio e harmonia, ou não
consegue repor as energias que consome ou desperdiça
inutilmente com suas tensões, conflitos, angústias e ansiedades,
torna-se um indivíduo “estressado”, fragilizado, nervoso e doente.
Afecções cardiovasculares, úlceras no estômago e intestinos,
hipertensão arterial, diferentes neuroses ou psicoses e, muitas
outras espécies de enfermidades e outras tantas toxicomanias,
decorrem, muitas das vezes, dessa falta de harmonia e de
integração entre suas diversas polaridades e naturezas.

O organismo humano é um mecanismo maravilhoso, foi


dotado de todos os instrumentos e dispositivos para enfrentar os
mais incríveis desafios e as mais inesperadas reações. Suas peças,
instrumentos e ligações, à semelhança de molas, podem
facilmente comprimir-se ou distender-se, para realizar o trabalho
exigido, com espantosa presteza e total eficácia.

Enfim, o corpo humano em seu maravilhoso fisiologismo e


complexidade psicossomática ou psicofísica, é um dos grandes e,
talvez mesmo, o maior dos milagres divinos.

Quando o homem adquire a consciência de sua Divindade


Interior, se abre a uma nova visão de si mesmo, do mundo e dos
outros. Deixa de acreditar ou de pensar que a sua vida se resume
em possuir e acumular, em ter, fazer e parecer. E passa a se
preocupar tão somente em saber e Ser. Nasce pela segunda vez e,

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mesmo que sua aparência exterior não pareça haver mudado, seu
interior foi totalmente reestruturado.

É a consciência de que ninguém encontrará Deus além dos


céus ou das estrelas, se não encontrá-Lo antes em seu coração, que
pode dar ao homem a convicção e a certeza de que pessoa alguma
precisa viajar quilômetros, ou apelar para toda a sorte de igrejas,
credos, seitas, clérigos ou gurus para encontrar Aquele que está, e
sempre esteve aqui e agora: DEUS.

O homem que desperta a sua consciência para a realidade de


sua origem, essência e natureza, que sabe que é Uno com o Todo
e com todos os seres vivos, descobre que a morte já não lhe pode
servir como limite. Sabe que continuará a existir em outros planos
ou mundos com outros corpos, sobrevivendo a vida terrena. E por
ter essa consciência, de que a imortalidade em sua vida, é mais do
que uma simples promessa ou possibilidade, sua consciência lhe
garante que, como Espírito, pode vencer igualmente o aspecto
tempo, e alcançar a Eternidade…

Por ter sido feito à imagem e semelhança de Deus, o nosso


Eu real e superior é um Ser pleno de luz e de perfeição, imutável,
sem nascimento, morte, começo ou fim. O seu oposto, a nossa
Personalidade, é que é efêmera e perecível, ou cheia de revezes e
de tribulações sem fim. É ela que é perseguida pelo medo, pelo
rancor, pela ambição, pela ira, pela inveja, e pelo remorso. É ela
que é destinada a morrer e desaparecer.

Então, para vivermos em harmonia e sermos plenamente


felizes nesta e em outras vidas, temos que conter o nosso eu-

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Personalidade e expandir a nossa Individualidade, isto é, temos
que colocar a nossa natureza inferior no mais alto do baixo, e a
nossa natureza superior no mais baixo do Alto.

Unindo e harmonizando essas nossas duas naturezas — o Eu


superior com o eu inferior, a Individualidade com a Personalidade
—, acabamos dando nascimento a um terceiro: o Ser.

A tarefa a ser empreendida consiste em saírmos da


dualidade para a unidade de nós mesmos, deixarmos de ser
apenas um fragmento ou fração do nosso Criador, para
adquirirmos inteireza e integridade, e nos tornarmos um Ser
Único integrado com a Suprema Consciência Universal.

Para atingirmos este estado de Ser, este nível de consciência,


não precisamos de nenhuma religião, culto, congregação ou ritual,
nenhuma filosofia, doutrina, teoria, dogma, escola, curso ou
conhecimento externo. Precisamos apenas deixarmos de ser
quadrados e superficiais; deixarmos de tatear à direita ou à
esquerda; e começarmos a caminhar na profundidade do nosso
Ser, em direção ao nosso centro cardíaco; enfim, dissolvermos o
nosso inferior e pequeno eu no nosso Eu Real e Superior.

Cada um de nós ainda ama mais a si mesmo que ao próximo.


E é este grande amor a si mesmo, esta sua “egolatria” que faz com
que o homem busque realizar-se e encontrar felicidade, entre as
ilusões e aparências do mundo que o cerca.

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Todavia, para deixarmos de gerar carmas infelizes, de
colaborarmos para o nosso próprio sofrimento e o alheio,
precisamos transcender o mundo dos sentidos; fixar a mente no
coração com firmeza; deixar que apenas o nosso Cristo Interno,
dirija e determine a nossa vida. É neste estado de completa e total
imersão da consciência em nosso Deus Interior, que podemos
encontrar paz, completa harmonia, e permanente felicidade.

Quando, contínua e permanentemente, centramos a nossa


mente em nosso coração onde está ancorado o nosso verdadeiro
Ser, o eu/Personalidade responsável por todas as nossas divisões,
multiplicidades, separatividades e negatividades, cede lugar ao
“Eu Sou”, ao Ser Real e Divino ancorado em nós.

Quanto mais concentramos a consciência neste templo


sagrado, mais essa meditação despertará a corrente da
consciência do “Eu Sou”, do Ser Universal, que está acima do bem
e do mal, da fortuna e da pobreza, da saúde e da doença, de
qualquer desarmonia, dissonância ou negatividade.

Contidos os nossos EUS menores, externos e periféricos,


tudo quanto restará ou permanecerá, é o nosso Ser Central, que ao
se manifestar e expressar, nos liberta de todos os nossos velhos
sistemas de valores; dos nossos equivocados códigos éticos; dos
nossos antigos condicionamentos e preconceitos e, de todas as
toxinas que o nosso eu/Personalidade acumulou durante várias
vidas ou encarnações.

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Enfim, como Ser deixamos de ser aquele robô incapaz de
fazer escolhas, de se autoprogramar, que só sabe executar ou fazer
aquilo que outros programam ou determinam. Deixamos de ser
insensíveis e inconscientes, frios, interesseiros, egoístas e ou
calculistas. E encontramos o justo equilíbrio para continuar neste
mundo sem apegar-se aos seus valores, ilusões e seduções.

Crescendo em consciência, acordamos e despertamos para a


realidade de que precisamos viver a imanência sem esquecer a
transcendência. Adquirimos a certeza de que somos um espírito
que desceu ao plano da materialidade e revestiu um corpo carnal
e que, portanto, não faz sentido aceitarmos esta separatividade
entre o material e o espiritual, o temporal e o Eterno, o Ser e o não-
Ser.

Como Chispas ou Centelhas emanadas de Deus, somos


divinos por essência e natureza, não há, pois, qualquer sentido
colocarmos Deus de um lado, e a nossa Individualidade do outro.
E, muito menos, admitirmos em nossa vivência, esse falso
dualismo entre o Ser e o não-Ser, entre Deus e o homem, entre o
transcendente e o imanente. Deus é a Vida e a Consciência Una
individualizada na multiplicidade e variedade das formas, que Ele
mesmo vivificou e trouxe à manifestação. Então, a mesma Unidade
autoexistente em Deus, existe também necessariamente no
homem. É esta Unidade que quando rompida gera o desequilíbrio
e a desarmonia na vida de cada um de nós.

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O homem que ainda não se encontrou, e não descobriu a sua
verdadeira identidade, que ainda julga ser apenas um monte de
carne e osso, cuja vida acaba no túmulo, é um Ser cheio de medos,
preconceitos e restrições mentais, escravo de sua natureza
inferior, um indivíduo oco, vazio, medroso, neurótico e infeliz…

Por viver uma vida linear e horizontal, sem nunca ir para a


verticalidade, para o alto, esse homem vive no mundo da
relatividade, subjugado pela tirania das suas paixões, sensações e
excitações. Sua consciência está tão absorvida por sua
Personalidade que ele a usa como se ela fosse de fato o seu Real e
Verdadeiro Ser. Enfim, o homem centrado em seu
eu/Personalidade é um escravo dos conflitos, das situações e
ilusões que ele próprio está sempre criando e produzindo com a
sua mente e manifestando com a sua Personalidade.

Ora, desde que a mente é o instrumento do conhecimento e


a base de todas as atividades em nossas vivências e experiências
diárias, se ela cessa, cessa também a percepção do mundo como
realidade objetiva. Depois que eliminamos todos os pensamentos,
tudo quanto permanece é um vazio ou vacuidade. E isto nos prova
que não existe mente separada do pensamento. São, pois os
pensamentos que constituem a mente. Isto nos revela também,
que o problema de todos os problemas do homem é a sua própria
mente. É com ela que ele pode construir um luminoso e glorioso
destino ou um carma infeliz…

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Unidade 8.

A necessidade de nos transformarmos em canais

das energias divinas

“Quem caminha em direção da Luz, não


tem tempo de observar o que se passa nas
trevas”.
José Ingenieros

Na Era de Aquário tudo vibrará mais rapidamente; e quem não


transmutar a sua natureza, e se tornar mais refinado e translúcido,
não poderá suportar a acelerada frequência vibratória
característica da nova Era…

“Ninguém permanecerá nas trevas, se


permitir que a sua Luz Interior ilumine a
escuridão em que vive”.
Unity

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Enquanto houver, na nossa vivência, muita energia
desperdiçada ou não qualificada, não estaremos livres dos fardos
cármicos que criamos e acumulamos.

Cumpre, portanto, a cada um de nós livrar-se o mais cedo e


rápido possível, de todas as suas negatividades, não só se
visualizando dentro de um pilar de fogo violeta, como ainda,
envolto pelas bênçãos e graças do Excelso e Bem-Amado Mestre
Saint Germain e demais Seres de Luz do Sétimo Raio da
Transmutação e Purificação.

Tudo neste nosso Universo é vibração e tudo vibra. Essas


vibrações tanto podem ser curtas e rápidas, quanto longas e
lentas. Estas últimas, representam todo o mal que criamos com os
nossos atos, pensamentos, sentimentos e palavras impuros,
inferiores ou negativos.

Toda energia que qualificamos e se irradia de nós, sempre


aceita a cor e a característica que lhe impomos, seja para o bem,
ou para o mal. Então, somente, usando corretamente, a Chama
Violeta poderemos nos livrar de todas as substâncias escuras,
negativas e, não raras vezes pegajosas, que se agarram à nossa
aura. São os apelos à Chama Violeta e a todos os Seres de Luz do
Sétimo Raio, que aumentam as nossas vibrações e nos libertam da
escravidão dos nossos sentidos e mente.

Tudo quanto emitimos para o bem ou para o mal a nós


retorna, mais cedo ou mais tarde. Então, tudo quanto temos a fazer

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para nos transformarmos, é emitirmos cada vez mais luz. E se cada
um de nós se preocupar em emitir cada vez mais luz, acabará
transformando também a Terra em uma estrela de luz. Se
permitirmos que todos os Seres do Sétimo Raio flamejem a
energia da Chama Violeta, através de todas as trevas, que ainda
restam em nossos caminhos, tudo o que for negativo será
rechaçado.

Portanto, se ainda não clareastes e sutilizastes o invólucro


grosseiro que impede a passagem da vossa Luz Interna, fazei-o
sem mais adiamentos ou protelações, pois o tempo urge, a Nova
Era já está aí, e não há mais tempo a perder.

Muitas mudanças estão para acontecer nos próximos anos, e


cada vez menos tempo dispomos para realizar e concluir o nosso
processo de purificação espiritual e transmutar a nossa natureza
grosseira e inferior.

Na nova Era, tudo vibrará mais rapidamente. Há, pois, uma


necessidade urgente e inadiável de transmutarmos as substâncias
dos nossos quatro corpos inferiores, fazendo com que passem por
uma rigorosa purificação e sutilização, a fim de que se tornem
diáfanos e ou transluzentes e possam suportar, suavemente, a
acelerada frequência vibratória característica da Nova Era.

Para limparmos a nossa aura de todas as nódoas e impurezas


que vimos lhe agregando há bastante tempo, precisamos usar
contínua e corretamente, o Fogo Violeta que a Suprema
Hierarquia colocou à nossa disposição. O único que pelo seu poder
e força de penetração, pode nos livrar de todas as imperfeições e

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efeitos cármicos, a que nos tornamos permeáveis nesta, e em
outras vidas.

Mas, para que isto ocorra, as nossas visualizações, apelos,


decretos, etc., precisam ser feitos corretamente. As palavras que
expressam os nossos apelos, devem estar acompanhadas de uma
nítida visualização daquilo que queremos ver realizado, e por um
profundo sentimento de fé e gratidão pelo seu resultado ou
realização.

O Grande Plano Divino de Evolução, ao qual estamos


subordinados, requer que o mais rápido possível, purifiquemos
nosso corpo físico de todas as trevas e negatividades, que ainda
opõem obstáculos à passagem da luz. Não poderemos nos
transformar em canais através dos quais possam fluir as energias
divinas, enquanto não nos lucificarmos16.

Em tempos idos e, principalmente, durante a Idade Média, os


alquimistas andaram à procura de um mestre que possuísse este
segredo miraculoso, que temos agora à nossa disposição.

Sob este aspecto, somos privilegiados por conhecer e poder


trabalhar com este Sagrado Fogo Violeta — único capaz de
queimar as escórias de todos os nossos defeitos e imperfeições,
purificar os nossos fardos cármicos, e lucificar toda a substância
espessa e pesada que vimos acumulando há séculos.

16 Lucificarmos: neologismo: relativo a luz, iluminar nosso espírito através do


conhecimento (N.R.)

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Toda a energia, que mal qualificamos, ou deixamos de
qualificar no passado, devido as nossas baixas vibrações,
certamente, aderiu e escureceu a nossa aura, e ou constituiu
fardos cármicos que retornaram à nossa vivência e experiência
para serem resgatados.

Como Chispas ou Centelhas divinas encarnadas na forma


física, somos os precursores da vida que ininterruptamente segue,
até a perfeição.

Isto nos impõe uma grande responsabilidade: A de fazermos


vibrar, mais aceleradamente os átomos de nossa estrutura
corporal, para que a Luz Interna do Cristo possa transluzir, através
do nosso corpo físico, a exemplo do que ocorreu com o Mestre
Jesus, na Transfiguração.

A Presença “Eu Sou” de todo o indivíduo, mesmo o mais


corrompido, deseja que ele se torne perfeito, tão perfeito quanto
o seu Pai que está no Céu. E o primeiro passo para obtermos essa
perfeição é usarmos o Fogo Violeta. Seu uso correto e constante,
quando acompanhado de um pedido sincero de perdão, dos
nossos erros presentes e passados, realiza a transmutação de
todas as nossas energias, impuras e imperfeitas.

Quando suplicamos à Chama Violeta, e à nossa Presença “Eu


Sou” para que nos envolvam e consumam nossos erros, o “Eu Sou”
que está presente dentro de cada um de nós, entra em ação e
remove de nossos corpos inferiores as causas, efeitos e
lembranças de todos os erros passados e presentes, que

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cometemos por pensamentos, palavras e obras, ou por toda
consciente ou inconsciente transgressão à Vida e à Natureza.

Cada partícula de energia vital, que nos foi confiada, para ser
qualificada com o nosso tom e colorido (e são toneladas!), terá que
ser um dia devolvida a Deus, com a mesma harmonia, pureza e
perfeição original que possuía, quando nos foi confiada.

Quando os Mestres Ascensionados nos observam, eles nos


veem pela condição de nossa aura, isto é, pelas cores opacas,
escuras e sombrias que geralmente este nosso envoltório
apresenta, devido as nossas criações desarmônicas e imperfeitas.

Quando, ao contrário, cultivamos apenas a harmonia, a


pureza e a perfeição, nossa aura torna-se luminosa, transparente
e brilhante. E não existe nada melhor e mais específico, que o Fogo
Violeta da Transmutação e da Purificação, para queimar e
dissolver todas as nossas criações negativas e imperfeitas.

Ao apelarmos à Presença Divina “Eu Sou” e aos Excelsos


Seres de Luz, que trabalham com a Chama Violeta: Mestre Saint
Germain, Lady Mercedes, Arcanjo Zadequiel, Santa Ametista,
Elohin, Arthuros Deusa Pórtia, Deusa Kuan Yin, etc., estes fazem
flamejar o Fogo Violeta através de nós, iniciando um processo de
remoção de todas as substâncias aderidas aos nossos quatro
corpos inferiores, higienizando-os e fazendo com que eles
recuperem a sua pureza e perfeição original.

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As Ascensionadas Legiões da Luz há séculos vêm
trabalhando pela libertação da Terra e seus habitantes. Mas, desde
o ano de 1954, estamos vivendo uma época muito especial na
história do nosso planeta, por termos ingressado num novo
período de dois mil anos, em que, sob a responsabilidade do
Grande e Poderoso Mestre Ascensionado Saint Germain, a
Liberdade da Terra e de todas as suas formas de vida será
definitivamente implantada.

Alguns discípulos dotados do dom da clarividência, podem


ver o Fogo Violeta, quando invocam sua ação sobre seus próprios
corpos ou de outrem; outros apenas sentem-no.

Porém, mesmo que não possais vê-lo ou senti-lo, ele estará


sempre fazendo o trabalho para o qual foi qualificado. Também
não conseguimos ver coisas tão importantes, como a eletricidade,
as ondas hertzianas, o prana, emoções, sentimentos, etc., os quais,
embora invisíveis, ou apenas visíveis pelos seus efeitos, são tão
reais como qualquer objeto sólido e concreto…

Deus, o Absoluto, o Uno, o Todo Onipotente, Onipresente,


Incriado e Eterno, está presente tanto no Coração do Cosmo,
quanto no coração de cada Ser humano… Descobri-Lo e
conscientizá-Lo dentro de si, por meio da interiorização e da
meditação diária, é a primeira grande obra de cada emanação de
vida.

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Voluntariamente aprisionado dentro de cada um de nós,
como um átomo de luz branca, existe um Poder Onipotente.
Libertá-Lo e deixá-Lo brilhar é a magna obra que nos cabe realizar
enquanto encarnados…

É esta Divina Presença, dentro de nós, que faz com que todas
as coisas se resolvam nas rodas do tempo, de acordo com leis
eternas, imutáveis e infalíveis.

Refugia-te neste Deus Interno, com todo o teu Ser, em todos


os dias da tua vida, em todas as tuas obras e empresas, e nEle
encontrarás abrigo seguro, paz e felicidade…

Acabo de revelar-te, querido irmão, a mais sábia das


doutrinas, o mais hermético de todos os segredos, a verdade que
liberta, a senda única, que deves trilhar para transferir a tua
consciência dos níveis físico, emocional e mental, para os mais
elevados estados de percepção intuicional e espiritual.

Diariamente, ao te levantares pela manhã e ao te recolheres


à noite para dormir, em silenciosa interiorização e meditação,
imaginai no altar do santuário do teu coração, um centro de luz
branca pura e cristalina pulsando e irradiando luz por todo o teu
Ser.

Identificando-te com esta luz afirmai, conscientemente,


com plena e total convicção: “EU SOU LUZ”, “EU SOU LUZ”, “EU
SOU LUZ”! Em seguida, visualizai o coração espiritual do Sol e
senti que és uno com Ele e com o Ser Uno em Tudo.

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A prática diária e regular deste exercício de interiorização e
meditação, te capacitará conseguir após algum tempo, não apenas
a elevação de teu nível de consciência, como ainda, uma nova vida
plena de luz paz e bem-aventurança…

Que assim seja! …

As leis cósmicas são exatas, justas e infalíveis, e não há a


menor possibilidade de engano, quanto ao retorno das energias
positivas ou negativas que criamos ou produzimos. Cada onda que
emitimos, cada frequência em que vibramos, guarda exatamente
as características e as qualidades de seu emissor ou gerador.

Aceitas e compreendidas essas verdades, resta-nos apenas


aprender a usar corretamente o sagrado e abençoado Fogo
Violeta, para nos higienizarmos e purificarmos.

Diariamente, ide a um local onde vós possais estar solitário


e tranquilo. Então, dirigi vossa atenção ao “Eu Sou”, dentro de
vosso coração, reverenciando-O amorosamente. Apelai a Ele para
que expanda Sua Luz e Amor, até que vossos Corpos Físicos,
Etérico, Emocional e Mental sejam preenchidos com Sua perfeição.
Visualizai depois, vosso amor e benevolência estendendo-se sobre
toda vida, em toda parte.

Procurai sentir, com amor, o Mestre Ascensionado Saint


Germain postado atrás de vós, mergulhando-vos numa coluna de
Seu Fogo Sagrado. Visualizai-O no mais claro, brilhante e belo tom
violeta, sentindo-O chamejar através de vosso Corpo Carnal e

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retirando dele toda perturbação física. Vede depois, esse Fogo
Violeta expandir-se, encher o ambiente ou aposento onde vos
encontrais e propagar-se por toda a vossa cidade.

Contemplai o abençoado Fogo Violeta a surgir e atravessar


vossos Corpos Etérico, Emocional e Mental, dissolvendo todas as
angústias, tensões e intranquilidade e, pela bondade de Deus,
substituindo-os por amor, tolerância, graça e paz.

Fazei estas visualizações com ritmo (três vezes por dia), ou


pelo menos à noite e sempre a mesma hora. O Fogo Violeta é real
e poderoso e, quando empregado com persistência e confiança,
inicia-se um processo de remoção de todas as substâncias
negativas aderidas aos nossos corpos inferiores, devolvendo
saúde e bem-estar ao nosso Corpo Físico; tranquilidade, ao nosso
Corpo Emocional; lucidez à nossa Mente; fazendo com que nossos
pensamentos, sentimentos, palavras e atos, se tornem cada vez
mais puros e perfeitos.

O Bem-Amado Mestre El Morya apresenta-nos outro


importante exercício de visualização dessa purificadora e
concentrada Chama Violeta:
Visualizai vossa mão direita, segurando um archote em
cuja ponta flameja a Chama Violeta, cravai-o profundamente
no solo.
A seguir avivai, com vossa respiração, o poder dessa
Chama, até que ela se transforme numa gigantesca fogueira
violeta, maior do que vós. Agora, penetrai nela.
Senti seu efeito: um calor brando, cujas radiações
benéficas e libertadoras purificam vossos corpos inferiores,

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consumindo todas as trevas e negatividades que os envolve.
Dissolvei também neste fogo, todos os vossos pensamentos
perturbadores e obstinados.

Este exercício simples e fácil, não requer muito tempo, e por


meio dele, podemos alcançar, caso desenvolvamos a força e poder
de nossas visualizações, bem-estar, elevação e bem-aventurança.

Após imaginarmos e visualizarmos esta tocha de Chama


Violeta, resta-nos apelar à mesma para que sua ação e efeito nos
higienize e purifique, do seguinte modo:
“Em nome da Bem-Amada Presença Divina “Eu Sou”,
apelo a Vós, Bem-Amado Saint Germain: Neste momento
visualizo uma tocha de Chama Violeta (fazer com a mão
direita o gesto de empunhar uma tocha), esta é a tocha que
purifica a todos e a tudo…
“Agora eu cravo esta tocha de Chama Violeta aqui no
solo (fazer o gesto). Avivo com minha respiração, o poder da
Chama que se expande, expande, expande, abrangendo,
purificando e transmutando a tudo e a todos.
“Entro agora no centro desta Chama Violeta (colocar-
se) e sinto que ela me penetra completamente, purificando
todos os meus Corpos Inferiores: (Físico, Etérico, Emocional e
Mental), célula por célula, molécula por molécula, átomo por
átomo…
“Sinto, também, esta Chama Violeta transmutando os
meus carmas de vidas passadas e presente, curando-me de
toda doença ou deficiência, renovando-me completamente,
tornando-me, assim, uma nova Criatura em Cristo…
“Agora eu retomo esta tocha de Chama Violeta (fazer o
gesto) e em nome de Saint Germain, eu a lanço ao Universo
(fazer o gesto), para que sejam purificados todos os carmas
de vidas passadas e presente da humanidade, e sejam curadas
suas doenças e deficiências, de modo que em toda parte haja
perfeição, paz, sabedoria, santidade, amor, pureza e sanidade.
Assim seja. Eu vos agradeço”.

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Podeis fazer também o seguinte Exercício de
Relaxamento:
Sentai-vos em um local onde haja calma, silêncio e
onde possais ficar completamente à vontade, sem a menor
possibilidade de que vos molestem ou interrompam. Ou, de
preferência, quando estiverdes em vosso aposento a sós, e
na posição deitado, fazei com que nenhuma das partes do
vosso corpo continue sob tensão ou pressão, até que possais
alcançar um completo relax.
Neste estado, deveis realizar uma série sucessiva de
inspirações e expirações, as quais deverão ser o mais longo
e profundo possível, fazendo-as, alternadamente, por uma e
outra narina.
Usai, primeiramente, a narina esquerda, tampando a
direita. Enquanto inspirai e expirai pela narina esquerda,
deveis mentalizar o som da letra I. Em seguida, fazei o
mesmo processo e tampando a narina esquerda, inspirai e
expirai pela narina direita, mentalizando a letra A.
A seguir, com ambas narinas livres, deveis continuar
esses exercícios respiratórios, mentalizando o som da letra
O.
Assim, todo o vosso processo respiratório
compreenderá 3 fases: uma pela narina esquerda, outra pela
narina direita e uma por ambas as narinas correspondendo,
respectivamente, a cada uma as letras: I-A-O.

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Caminhada Interna

Após praticar esses exercícios repetidas vezes, o discípulo


estará pronto para fazer a sua Caminhada Interna que
compreende os seguintes passos ou fases, conforme figura abaixo:

Os passos ou fases da Caminhada Interna, através da qual podemos


encontrar o nosso Deus pessoal ou Cristo Interno.

1.) - No ápice ou parte superior da vossa cabeça, mentalizai vossa


própria imagem diminuindo cada vez mais de tamanho até
ficar reduzida ao tamanho de um ponto ou átomo de luz.

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A seguir deveis imaginar que a vossa imagem diminuída —
luminosa e localizada na posição “A” da figura —, é
portadora da luz do Sol (a qual nada mais é senão a Luz do
nosso Logos Solar).

2.) - Essa diminuta imagem luminosa inicia a sua caminhada, e


durante a sua interiorização — conscientizai-vos de que sois
essa imagem reduzida e luminosa. A seguir, deveis procurar
contemplar o ponto “B” da mesma figura, que está
localizado na parte central da testa, logo acima dos olhos, na
direção do nariz. Esse ponto é denominado “Sede do Terceiro
Olho ou da 3ª Visão”.

3.) - Após alguns segundos de contemplação no ponto B, a vossa


imagem luminosa reduzida, reinicia a sua caminhada até o
ponto “C”, localizado na altura da laringe e conhecido como
Centro Laríngeo.

4.) - Novamente, após alguns segundos de contemplação desse


ponto “C”, transportai vossa imagem, ponto ou átomo de luz
até o ponto “D”, que é o centro do vosso coração, fazendo
com que essa pequenina Luz brilhe com a máxima
intensidade possível, como se fosse a luz do próprio Sol.
Iluminada a Câmara secreta do vosso coração examinai
todos os detalhes possíveis.

5.) - Após longa contemplação do “Fogo Sagrado” em “D”,


deveis vos deslocar através desse ponto luminoso, pela
direita, até atingir o ponto “E”, da figura, no centro da caixa
torácica, onde mora e habita o Ego ou Cristo Interno, também

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conhecido como Chispa Solar. Após chegar a esse ponto,
deveis prestar muita atenção nas cenas que venham a se
formar na vossa imaginação, ou até mesmo em tudo aquilo
que possais ver ou ouvir.

6.) - Deveis manter profundo silêncio das cenas que possais


perceber. Esta operação que o discípulo ou iniciado faz é
denominada “Caminhada Interna”. Caso o discípulo ou
caminhante deseje comentar aquilo que ele “encontrou”,
deve fazê-lo somente com outras pessoas que tenham
passado pela mesma experiência.

A “Caminhada Interna” é um processo mental que requer


muita concentração, quietude e paz interior e, por isso mesmo,
não muito fácil de ser realizada.

A sua realização, comumente, só é conseguida com a


determinação, perseverança e após inúmeras tentativas.

Não acarreta nenhum perigo, deve ser feita somente com os


olhos abertos ou semifechados e em profunda quietude e absoluto
silêncio.

Neste começo de um novo Ciclo, é urgente e inadiável, que as


pessoas comecem a fazer com seriedade e, assiduamente,
exercícios de silêncio, introspecção e meditação, levando seus
rogos, anseios e ou apelos, à Câmara Secreta do Coração.

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Se fizerdes destas práticas diárias um hábito de vida, e se
fordes sincero, humilde e confiante em vossas súplicas, eis que um
belo dia vereis vosso Cristo Interno resplandecer dentro de vós.
Neste abençoado dia, a explosão interna de alegria, de paz e Bem-
Aventurança, acompanhada do harmonioso acorde, vos
transformará num novo homem.

A partir desse dia, e dessa sublime experiência, vivereis em


sagrada e permanente comunhão com Aquele que é a um só e
mesmo tempo Senhor, Amigo e Mestre; nunca mais as sombras
virão instalar-se em vossas mentes; a união íntima entre vós e o
Cristo vos fortalecerá e vos dará a certeza da Presença de Deus em
vós.

Quando, meus amados irmãos e leitores, vivenciardes essa


experiência, tereis alcançado a compreensão e a certeza do vosso
papel neste mundo e nesta vida; sabereis que realmente sois
deuses e que se cumpris esta e outras experiências de vida, é para
que, aprendendo através delas, possais crescer e vos tornardes
cada vez mais perfeitos e unidos à Luz Maior, presente em vosso
plexo cardíaco. Desde então, caminhareis seguros de que não mais
estais sós e de que pela graça do Altíssimo e Amorável Deus, que
tudo provê, nada mais vos faltará nesta, e em outras vidas. Tereis
recebido o amplexo Divino que selará a vossa aliança com Deus.
Sereis, enfim, um homem cristificado, livre, vitorioso e
autorrealizado pelos vossos próprios esforços e méritos.

Para atingir esta meta de autorrealização e perfeição, que


vos levará à Libertação e à Ascensão na luz, precisais passar por
um trabalho de disciplina intensa, de autodomínio e de purificação

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de vossos Corpos Físico, Etérico, Emocional e Mental. Tereis que
mudar velhos hábitos e adquirir um novo modo de vida. Educar e
fortalecer vosso caráter, vossa vontade. Fazer, enfim, um esforço
titânico para vos colocardes em harmonia com o Infinito.

Começai por reformar vossos hábitos alimentares, vos


preocupando mais com a qualidade, com a natureza e o valor
nutritivo dos alimentos que comeis, do que com a sua quantidade
e variedade. De modo geral, tudo o que necessitamos para viver
sadia e normalmente, encontra-se nos alimentos, desde que a
dieta alimentar seja correta e equilibrada. Fósforo, cálcio, ferro,
enxofre, vitaminas, proteínas, lipídios, gorduras, sais minerais,
etc., abundam nos alimentos que, usualmente, ingerimos.

Tudo quanto precisamos fazer é mastigá-los calma e


perfeitamente. O simples fato de mastigarmos insuficientemente
já constitui um risco de má digestão e pior assimilação. Muitas das
pessoas que vivem a tomar tônicos, cálcios e vitaminas, poderiam
perfeitamente dispensá-los caso passassem a mastigar calma e
perfeitamente.

As vitaminas, os cálcios, o ferro, e outros elementos


encontrados nos remédios, não têm a mesma qualidade natural
dos que existem nos alimentos.

“Do ponto de vista de sua qualidade e valor nutritivo e,


principalmente, de sua ação no organismo humano, os alimentos
podem ser classificados em “bons” e “maus”. Para os adeptos de

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uma alimentação mais natural e sadia, bons alimentos são, por
exemplo, o arroz integral, o centeio, a cenoura, a chicória, a ervilha,
o espinafre, a maçã, o limão, a farinha de trigo integral, o mel, e
muitos outros. E como exemplos de maus alimentos, encontramos
o açúcar, o sal, o álcool, a carne, o peixe, as conservas, o chá, o café,
o cacau, etc.”

“Entre os alimentos que provocam doenças, dizem os


adeptos da dieta vegetariana, a carne ocupa lugar destacadíssimo.
É grande produtora de ácido úrico e, consequentemente, a causa
principal do reumatismo, da arteriosclerose, artritismo, da prisão
de ventre e de muitas outras doenças”.

“A carne, pela grande quantidade de toxinas que contém,


excita o sistema nervoso, e essa excitação costuma ser confundida
com energia. Entre outros inconvenientes, o consumo de carne
expõe-nos à transmissão de diversos parasitas, alguns deles
muitos perigosos (triquina, tênias, etc.), assim como de infecções
(tuberculose, carbúnculo, febre aftosa, etc.) e intoxicações (carnes
de animais doentes, cansados, maltratados, apavorados por
ocasião do abate, ou esfomeados) “.

Segundo o Dr. Jaime Scolmik, autor do livro “A Mesa do


Vegetariano” publicado pela Editora Pensamento, “o homem não
é carnívoro por natureza; isso é demonstrado pela Anatomia e
Fisiologia Comparadas. Seu aparelho digestivo é muito diferente do
dos carnívoros; os dentes, as glândulas salivares, o comprimento dos
intestinos, a composição dos sucos digestivos, etc., mostram que o
homem não está apto para digerir bem a carne”.

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“Se a carne fosse seu alimento natural, o homem deveria
comê-la crua, sem sentir repugnância. Mas sente! Por isso precisa
submetê-la à ação do fogo, e acrescentar-lhe diversos condimentos
ou temperos, para mudar seu aspecto e sabor naturais”.

“A ciência moderna já demonstrou amplamente, que o homem


não precisa de carne, para se prover de albumina, pois a encontra
em alimentos saudáveis, tais como o leite e seus derivados, ovos,
legumes secos, cereais integrais, etc.”

“Ao deixar a carne, o ser humano adquire uma enorme


resistência contra toda espécie de doenças e achaques; sua
capacidade de trabalho aumenta; sua mente e sentidos se tornam
mais refinados e aguçados; os costumes se moderam e os
sentimentos se elevam e enobrecem”.

“A carne deve ser excluída dos nossos hábitos alimentares, não


só por questões de ordem higiênica e de saúde, mas também de
ordem moral e espiritual que nos adverte a “não matar”, ou torturar
qualquer ser vivente, e também, dos riscos e débitos cármicos que
assumimos, quando causamos ou concorremos para levar a dor e o
sofrimento a qualquer Criatura”.

“É interessante destacar que os Grandes Mestres da


humanidade: Buda, Confúcio, Zoroastro, Jesus, etc., foram
vegetarianos, assim como os mais eminentes filósofos, cientistas e
artistas, antigos e modernos. Pitágoras, Sêneca, Xenofonte, Darwin,
Hackel, Newton, Pascal, Rousseau, Lineu, Franklin, Edson, Goethe,
Beethoven, Tolstói, Byron, Leonardo da Vinci, Spinoza, Gandhi,
Krishnamurti, e tantos outros”.

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“Tudo o que até aqui foi dito a respeito do consumo da carne,
poderia ser repetido sobre o peixe, que apesar de não ser um animal
de sangue quente, também, apresenta graves inconvenientes à
saúde: Decompõe-se com grande rapidez e, de sua putrefação,
originam-se as ptomaínas (alcaloides venenosos). O peixe e outros
frutos do mar em mau estado podem produzir o botulismo, em
muitos casos mortal”.

Enfim, a comida ou os alimentos enlatados, as conservas e os


alimentos preparados industrialmente, assim como os líquidos em
excesso, os refrigerantes, à base de cafeína, conservantes ou
corantes e de outros produtos químicos, da mesma forma que o
álcool e o fumo, ou as drogas, são venenos ou contém toxinas, que
prejudicam o corpo, a mente e o espírito e por isso, devem ser
evitados.

Quem se põe a caminhar em direção a Deus com a firme


determinação de encontrá-Lo, precisa não só tornar-se um
exemplo de honradez, dignidade e espiritualidade, como ainda,
possuir saúde integral de corpo, alma e espírito. Quem se põe a
caminhar da escuridão para a luz, ou da ignorância para a
sabedoria, e já fez do amor a todas as Criaturas, o seu evangelho
de vida, é porque já adquiriu maturidade e musculatura
suficientes para autodisciplinar-se, e livrar-se de todos os maus
hábitos, vícios e ou defeitos, que dificultam ou impedem o
refinamento de sua natureza inferior, e a aceleração de suas
vibrações. Aprendeu que para avançar na sua Caminhada Interna,

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precisa antes vencer a si mesmo naquilo que ainda possui de
negativo, inferior e desarmônico…

Enfim, quem pretende desvelar o seu Cristo Interno e


usufruir da sua Luz, tem que aprender a viver no mundo dos
homens como se vivesse em terra de deuses. E ainda que continue
sendo um homem igual aos outros e, fazendo tudo que eles fazem,
não pode deixar de fazê-lo com muito mais pureza e dignidade.
Tem que ser muito mais honesto, fraternal e solidário, vê os seus
semelhantes como o próprio Deus os vê. Isto é, deixar de observá-
los pelos seus aspectos externos, pelo que eles possam apresentar
de negativo, sujo ou feio, mas vê-lo apenas pelo seu lado bom,
divino e perfeito. Ninguém conseguirá modificar o mundo e as
pessoas, antes que consiga modificar a si mesmo.

Todos nós, sem exceção, estamos permanentemente,


recebendo e emitindo vibrações e energias de toda natureza:
Vitais, psíquicas, emocionais e mentais, embora nem sempre
tenhamos consciência disso. Todavia, para que possamos
sintonizar e nos harmonizar com os outros, nossas vibrações têm
que ser emitidas e recebidas na mesma frequência, ou melhor, têm
que ser da mesma natureza. Portanto, se nossos pensamentos e
emoções para com os nossos semelhantes forem maldosos ou
negativos, podeis ter certeza que deles receberemos apenas
vibrações iguais. E caso sejamos pessoas sensíveis, essas
desarmonias e dissonâncias se instalarão em nossa alma e na
nossa vivência, como consequência das más vibrações que
anteriormente emitimos.

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Isto já é razão suficiente para que cessemos de bombardear,
continuamente, os outros com as nossas vibrações baixas,
negativas e inferiores, caso queiramos viver, doravante, em paz e
harmonia com nós mesmos, com as pessoas, e com o mundo…

A Alquimia, em seu significado esotérico é, simplesmente,


composição do todo. O que significa haver uma relação entre o
Todo da Criação e as suas partes, entre o Criador e as suas
Criaturas.

Quando corretamente compreendida e utilizada, a Alquimia


é uma Ciência Sagrada, que dá a aquele que desvelou os seus
segredos, o poder consciente de controlar mutações e
transmutações, tanto no seio da matéria e da energia, quanto em
si mesmo. Daí dizer-se que ela é a Ciência do Místico, do homem
autorrealizado, que na busca da sua autoidentidade, adquiriu a
certeza de sua unidade com Deus, e que por isso, sabe que é um
Ser Divino por origem, essência e natureza.

Quem nos confere o grau de alquimistas do Fogo Sagrado, é


o nosso Cristo Pessoal, mas este grau somente pode ser conferido
ao alquimista ou iniciado que, no seu laboratório/oratório
interior, aprendeu a trabalhar com a Química Divina, e pratica a
Ciência da Precipitação e Eterização, sem omitir nenhum dos seus
passos ou fases.

A própria palavra “Iniciação”, vem do vocábulo latino


“initium” ou “começo”, derivado de “in” que significa “dentro”, e

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“ire” que significa “ir”. Então, INICIAÇÃO significa “caminhar para
dentro de si mesmo”, ingressar em seu próprio mundo ou Reino
Interno, para começar uma nova vida, um novo estágio de
consciência.

Enquanto o homem profano ou não-iniciado permanece,


vida após vida, do lado de fora deste Templo de Iniciação, deste
Laboratório/Oratório, situado dentro de cada coração humano,
continuará sendo apenas aquela pedra bruta, cheia de ângulos ou
pontas e, por isso mesmo, capaz de ferir qualquer outro ser vivo,
ou se atritar com outras pedras idênticas.

A Iniciação, portanto, é o passo inicial, no conhecimento dos


segredos e mistérios dessa Alquimia Divina, que polindo,
refinando e sutilizando nossos corpos mais grosseiros e inferiores,
permite-nos separar as escórias dos nossos erros e imperfeições,
deixando-nos brilhantes e reluzentes como o ouro puro.

Assim, o primeiro segredo ou mistério que todo aspirante


à Iniciação precisa desvendar, é descobrir as chaves capazes de
abrir-lhes as portas do Sagrado Templo onde habita o seu Cristo
Interno.

Quando realizamos a “Alquimia do Ser” e deixamos que a Luz


do Cristo ilumine as nossas vidas, as formas limitadoras ou
circunstanciais, deixam de ter poder sobre nós, porque passamos
a vibrar em frequências mais elevadas e a nos ligar com o Infinito,
isto é, restabelecemos a ponte entre Criador e a Criatura, entre
Deus e o homem.

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Todas as formas ou circunstâncias limitadoras que nos
aprisionam, dificultam e ou retardam o nosso progresso,
decorrem das nossas vibrações de discórdia, medo, dúvida,
desconfiança, condenação, crítica, censura, hipocrisia, etc., etc. E
são estas escórias que devem ser eliminadas, para que o puro e
reluzente ouro do nosso Santo Ser-Crístico possa ser desvelado
em toda a sua plenitude.

Desde o momento em que o homem se reconhece como duas


entidades de naturezas opostas ou antagônicas: Uma Divina que
quer levá-lo para cima e para o alto — e outra — terrena, que quer
segurá-lo aqui embaixo, se reacende a velha e secular luta, entre o
Eu e o não-eu, entre o bem e o mal, entre o Eu Superior e o eu-
inferior. Este, nos prendendo aqui embaixo. E aquele, tudo
fazendo para nos livrar do cárcere terreno…

Estas nossas duas naturezas, a material ou terrena e a


espiritual ou Divina, são representadas por dois triângulos de
lados iguais ou equiláteros:
O primeiro, representado por um triângulo com o vértice para
baixo, caracteriza a nossa Personalidade
E o segundo triângulo, com o vértice para cima, representa a nossa
Individualidade ou Ego Superior.
O primeiro triângulo é chamado também pelos alquimistas
“Terra”, e o segundo, “Céu”.

Quando iniciamos a nossa “Caminhada Interna” para


reencontrar o nosso Eu-Crístico, estamos indo no rumo do Céu, do

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Infinito, da Eternidade. Estamos fazendo com que o triângulo de
vértice para baixo, a nossa natureza inferior ou Personalidade se
aproxime do outro triângulo de vértice para cima que representa
nossa natureza superior ou Individualidade, provocando assim o
que os Alquimistas chamam de “casamento do Céu com a Terra”.

Quando estes dois triângulos se entrelaçam, formam a


Estrela da Sabedoria, também conhecida como Selo ou Símbolo
Sagrado de Salomão. E também, símbolo da união ou fusão do
Espírito com a matéria. Ao contrapor o nosso triângulo ou Tríade
Superior à Inferior, adensamos o Alto e sutilizamos o baixo, e aí
nos tornamos menos densos e mais leves. E por isso, a Terra e as
coisas da Terra, deixam de exercer sobre nós e seu fascínio e a sua
atração.

Não é, pois sem motivo, que a figura geométrica resultante


do entrelaçamento desses dois triângulos ou tríades, seja
chamada de Estrela da Sabedoria, por ser óbvio, que quando
vencemos e ou superamos a nossa natureza grosseira e inferior,
saímos das trevas para a Luz, da ignorância para a Sabedoria e nos
tornamos iluminados e sábios. Ver as 2 figuras a seguir:

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A Estrela da Sabedoria e seus Planetas Regentes

A Estrela da Sabedoria, também conhecida como Signo ou Selo de


Salomão, e suas virtudes correspondentes

A esta altura todos os nossos irmãos e leitores, já se deram


conta de que a grande chave alquímica é a Luz. Tanto que “Faça-se

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a Luz” ou “Fiat Lux”, foi o primeiro decreto do Criador no início da
sua monumental Criação. Assim, se o homem como seu reflexo,
deseja precipitar algo, a ser bem-sucedido em sua operação
alquímica, tem que seguir os mesmos passos do Criador, fazer o
mesmo que Ele fez. À semelhança da Alquimia Profana, a Alquimia
do Ser possui sete segredos ou chaves que devemos conhecer e
utilizar, a fim de obter sucesso em nossas transmutações.

Estes são:
1.) - Determinação;
2.) - Percepção;
3.) - Coesão;
4.) - Purificação;
5.) - Concentração;
7.) - Precipitação;
6.) - Devoção17.

Então, a primeira qualidade ou virtude que o discípulo ou


aprendiz alquimista precisa adquirir e desenvolver é a
Vontade ou Determinação. Sem conseguir impor à energia
de seus desejos a firme energia da sua Vontade, alquimista
algum poderá alcançar progresso e ou resultados válidos em
sua obra de transmutação.

Uma vontade débil não terá força ou energia suficiente para


controlar ou dominar todos os desejos e emoções de sua natureza
inferior. Ser humano algum, por mais forte e decidido que seja,

17 Sequência numérica invertida propositadamente pelo Autor, ver mais à frente


(N.R.)

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poderá impor-se ou reagir às seduções desta vida, se a elas não
puder impor a sua vontade.

Então, como passo inicial, como ação preliminar a toda


operação alquímica, precisa o aprendiz alquimista adestrar-se no
domínio de sua vontade. A muitas pessoas de vontade fraca esta
tarefa poderá parecer impossível ou sem esperança. Mas, desde
que a vontade nada mais é do que uma qualidade ou atributo que
nos foi dado por Deus, podemos perfeitamente exercitar-nos no
seu uso e domínio, e até mesmo desenvolvê-la e fortalecê-la, para
que nos tornemos senhor absoluto dos nossos atos, desejos,
emoções, pensamentos, palavras. Enfim, para que tenhamos o
domínio e o controle de nós mesmo.

Sempre que uma reação emotiva surja onde não convenha,


pode prejudicar ou adulterar nossos processos intelectuais e
racionais, e nos afastar da verdade, se a essa reação não
impusermos a nossa vontade. Vontade esta, que nada mais é do
que o poder que possuímos de concentrar todas as energias
disponíveis num único ponto ou direção. A vontade forte é
realmente a vontade concentrada num só ponto, num só
objeto. E isto só pode ser alcançado se eliminarmos todos os
demais pontos ou objetos, que possam dividir a nossa atenção,
dissipar as nossas energias e, consequentemente, enfraquecer a
nossa vontade. É a vontade e, exclusivamente ela, que nos torna
livre. Mas, é ela, também, que nos faz responsável por todos os
nossos atos. Sem ela fechamos os olhos à razão e nos entregamos
a toda sorte de vícios e paixões. Com ela subimos para o Alto, para
a Luz e para o Infinito. Saímos do precipício, da escuridão.

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Deixamos de viver presos ou atolados no lodo das nossas criações
pegajosas e negativas.

A vontade é, sem dúvida, o maior de todos os atributos que


o Criador deu às suas Criaturas. Seu uso persistente e tenaz dá ao
homem o poder de vencer ou superar todas as dificuldades, todos
os obstáculos. Sua potência não tem limite e quem não a
desenvolve, será sempre uma pessoa fraca, indecisa, irresoluta,
guiada pelos outros, dominado por ideias fixas, por conceitos mal
definidos e pelos acontecimentos, quando devia ser ele a dominá-
los. Isto explica que a vontade seja a força por excelência e a
própria essência da nossa Divindade. Subordinai vossa vontade à
vossa Presença Divina “Eu Sou” e a vossa vontade deixará de ser
apenas vossa, para converter-se, também, na Vontade de Deus, e
será Ele quem, a partir de então, passará a concretizar todos os
desejos do vosso coração e a realizar todas as vossas obras…

A segunda virtude, atributo ou qualidade que o futuro


alquimista necessita adquirir e desenvolver é a Percepção.

Todavia, como sem o concentrado poder da atenção, a nossa


mente nada pode criar, neste ou em qualquer outro plano, é
importante sabermos também, como, quando, e onde, aplicar a
nossa atenção.

Aplicar ou focalizar a atenção em algo ou em alguém, é fazer


uso mais ativo do que o habitual, de todas as forças da consciência.

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Em geral a nossa atenção é dispersa, exercida
indiferentemente sobre qualquer ponto, pessoa ou objeto, ao
sabor da corrente da consciência.

A terceira chave ou qualidade indispensável a uma


Precipitação bem-sucedida é a força coesiva do Amor
Divino.

É ela que mantêm unidos, coesos e ou agregados, todos os


átomos e moléculas da cada Galáxia, Sol, Estrela, Planeta ou forma
no nosso Universo. É ainda o Amor de Deus, o magnético poder
coesivo que sustenta a Terra e todos os corpos ou formas físicas
em manifestação. Se este Amor Divino (que é a própria coesão)
cessasse de repente de existir, tudo no Universo se desintegraria
e este voltaria a ser simplesmente a massa caótica e informe da
época primeva.

É ainda a força coesiva do amor que nos liga uns aos outros
e permite a nossa convivência. É ela a força que move o homem, a
energia que motiva a sua conduta, o sentimento que embeleza a
sua vida. Sem a força coesiva do amor nada é permanente ou
duradouro. Sem amor, as nossas imagens e ou visualizações não
durarão mais do que alguns rápidos segundos.

Sem a força do amor e o seu poder de coesão, a matéria


etérica não dará forma, consistência e concreção as nossas ideias…

A quarta chave alquímica, para levarmos a bom termo uma


transmutação ou precipitação, no interior do nosso Ser, é a
Pureza ou Perfeição.

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Se nossos pensamentos, ideias ou imagens são puros e
perfeitos, mais depressa fazemos crescer a nossa Luz Interna e nos
harmonizamos com a Vontade Divina. Se deixarmos que a pureza
e a perfeição preencham todo o nosso Ser, seremos abençoados
com a Luz, e as Graças do Altíssimo Deus e realizaremos o nosso
Plano Divino.

O Excelso Claire, Elohim da Pureza, chama a nossa atenção


sobre a importância de mantermos os nossos Corpos Inferiores
limpos, puros e perfeitos.

Diz Ele que cada poro do nosso corpo físico se assemelha a


uma “janelinha” por onde passa a Luz. E se estes poros estão sujos
ou obstruídos por falta de higiene corporal, por toda espécie de
hábitos impuros e ou costumes sórdidos, ou ainda devido a vícios
como o álcool, o fumo e outras toxinas, as vibrações desses nossos
corpos ficam mais lentas e retardamos o nosso aperfeiçoamento e
evolução.

A quinta chave da nossa operação alquímica é a


Concentração.

Como as principais faculdades e/ou funções da mente são:


registrar as impressões captadas do mundo exterior pelos
sentidos, e ainda, discriminar, classificar estas impressões, e
reagir a elas, sua tendência natural é para a turbulência, para se
movimentar o tempo todo, mudando a cada instante, como se
fosse um Moto Perpetuo ou um continuum sem começo nem fim.

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Então, se quisermos fazer com que ela se concentre num
determinado ponto ou objeto, temos que aprender a tranquilizá-
la, a fazer dela um lago tranquilo e sereno, sem qualquer tipo ou
espécie de ondas ou turbulências, de forma que ela seja capaz de
refletir ou espelhar tudo o que há em suas profundezas.

Qualquer pessoa jamais conhecerá o Eu Real que está dentro


de si mesmo, enquanto a sua mente se mantiver saltitante ou em
turbulência. Enquanto as suas ondas mentais não forem mantidas
sob permanente controle. Se não há concentração, somente
conseguimos perceber ou arranhar a superfície das coisas.

Nosso conhecimento da vida, da natureza, e de todos os


fenômenos subjacentes a elas, será sempre superficial, incompleto
e medíocre. Enfim, um homem sábio, possuidor de uma vontade
férrea e de uma mente vigorosa, será forte em qualquer outro
aspecto de sua natureza, se assim o desejar…

Após educar ou reeducar a mente, a chave seguinte ou


sétima, é a da Precipitação. Neste processo a sétima chave
(Precipitação) atua antes da sexta (Devoção). Esta é a
razão por que colocamos a sétima chave antes da sexta ao
relacioná-la e descrevê-la.

Na Luz que flui contínua e permanentemente do Coração do


Grande Sol Central, inicialmente, através de nosso próprio Ser de
Fogo Branco, e depois, por intermédio de nossa Presença “Eu
Sou”, encontra-se tudo aquilo de que carecemos em termos de
energia, de substâncias ou provisões, para dar forma às nossas
ideias e concreção às nossas criações.

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As palavras de Cristo, segundo São Lucas: “Pedi e
recebereis; procurai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á”, já
era uma Lei Fundamental conhecida e praticada pelos hebreus,
essênios e nazarenos, desde tempos imemoriais. Trata-se de uma
lei válida tanto na economia espiritual quanto material, e que só
deixa de cumprir-se ou realizar-se, quando nós mesmos
obstruímos o seu curso ou ação. Vale dizer: As riquezas do reino
de Deus estão à nossa disposição, mas é preciso que saibamos
expor corretamente a Ele as nossas carências e necessidades.

Em síntese: Para que as forças ou energias espirituais


venham em nosso auxílio, temos que estar sincronizados ou
alinhados com as Esferas mais altas de onde elas provêm. Essas
energias não poderão fluir até nós e em nós, a não ser que as
condições o possibilitem. O ato inicial desse alinhamento, desta
sincronicidade entre a Criatura e o seu Criador, entre Deus e o
homem, deve ser realizado por meio de nossas mentes e corações,
quando Lhe dirigimos nossas súplicas, apelos, orações ou
invocações.

De uma maneira geral, nossos apelos e invocações


carecem de força e ritmo! Isto é, a ciência da constância no orar,
pedir e servir, raramente, é observada. Comumente quebramos a
força e o poder de nossos rogos, apelos ou invocações
negligenciando a sua aplicação rítmica ou duvidando da sua
realização, e disto resulta o não atendimento ou a não concreção
dos nossos desejos e anseios. Comumente esquecemos, que
conforme o nível e a força do pedido, será a qualidade da
resposta.

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Nossas orações, apelos e/ou súplicas, mais do que um
simples ato de pedir, deve ser uma elevação e uma invocação à
Fonte Divina. E deve ter a força, o império e o rigor de um decreto,
a fim de que as energias com que os revestimos, cumpram a função
de estabelecer contato com as Esferas mais sutis e elevadas, e
consiga que as forças da Luz nos prodigalizem com suas graças,
bênçãos e dádivas.

Um pedinte autoconfiante, dotado de um coração puro e uma


mente convicta de sua natureza divina, nunca será impelido a agir,
pedir ou servir, por motivos pessoais ou egoístas. Seus motivos
serão sempre puros e desinteressados, buscando apenas o bem do
próximo. Uma pessoa com esses atributos, jamais fará de sua
oração ou invocação, uma simples repetição mecânica de palavras,
e sim uma abertura de seu coração ao seu Deus e Senhor, ao Anjo
ou ao Mestre com que está mais ligado e sintonizado. Uma oração,
apelo ou invocação, feita de coração para coração, cria um canal
entre o Céu e a Terra, por onde flui as energias divinas e aquilo que
buscamos.

Pela sintonia de vibrações, o semelhante atrai o semelhante,


ligando-nos às forças Infinitas, e criando uma ponte entre a pessoa
que ora e o Exaltado Ser de Luz a quem ele ora.

Fixai-vos, pois no modelo ou arquétipo que haveis criado em


vossa mente ou imaginação, até que a energia requerida para sua
precipitação, eterização ou concreção, flua para dentro dele, em
rítmica liberação…

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Como acabais de ver, a sétima e última chave para uma
Precipitação ou Transmutação bem-sucedida, deve ser aplicada
antes da sexta, pela única e simples razão de que é exatamente
assim, que são utilizadas, pelos Sete Poderosos Elohim da Criação,
ao praticarem o inalterável processo de Criação Divina finita e
Infinita.

Por viver em permanente comunhão com a Universal


Consciência de Deus, todo o discípulo alquimista deve sentir que
todos os seres viventes são expressões ou manifestações da Vida
Una, que permeia todo o Universo.

Ao descobrir o seu Deus Interior ele tornou-se Uno com Ele


e com toda a Sua Criação. À medida que adquiriu maior
consciência de sua real natureza, aumentou também o seu senso
de união com os outros.

Segundo o Bem-Amado Mestre Saint Germain, todo


estudante de Alquimia deve reconhecer que tem dentro de si o seu
Cristo Pessoal, e habituar-se a transferir conscientemente para Ele
a responsabilidade de esboçar e aperfeiçoar as ideias e modelos
de sua embrionária criação.

Aliás, muito dos modelos que a princípio parecem ideados,


conscientemente, pelo próprio alquimista, são com frequência,
originalmente, criados por este aspecto ou componente da nossa
Tríade Superior ou Individualidade, a qual por não estar sujeito às
habituais limitações do tempo e do espaço, permanece em

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atividade vinte e quatro horas por dia em dimensões
transcendentes. É Ele que sendo o nosso Mestre Interno, aguarda
o nosso apelo para vir em nosso auxílio.

Adverte-nos, ainda, este Exaltado Mestre, que devemos usar


de toda cautela e prudência, para não enveredarmos pelas veredas
do materialismo, onde comumente se justifica que, se os fins
forem bons todos os meios de alcançá-los são legítimos. Deixai-vos
orientar apenas pelo vosso Mestre Interno e que seja Deus o vosso
Guia, em tudo que fizerdes a partir de hoje! …

Como acabais de ver, a Alquimia do Ser é a Grande Obra de


Transformação que todo ser humano deve realizar em si mesmo,
antes de iniciar a senda que o leva da Cabeça ao Coração; do
Coração ao Sol; e deste ao Sol Central da nossa Galáxia. Caminhada
que, não obstante medir apenas alguns poucos centímetros ou
polegadas, leva o caminhante do finito ao Infinito e do Infinito à
Eternidade. E este, é o único Caminho, a única Senda, ao longo da
qual, alcançamos a nossa Ascensão na Luz e, finalmente, nos
reencontramos como Adeptos, Mestres, Budas e Cristos…

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Representação de SANAT KUMARA, Regente do Planeta Vênus.
Graças ao seu voluntário exílio por 4,5 milhões de anos, como Senhor do
Mundo, concluídos em 31/12/1956, pôde sustentar e manter o nosso
Planeta ativo e em sua órbita, salvando-o da destruição e desintegração,
como uma experiência malograda de evolução.
Sucedeu-o no topo da nossa Hierarquia, o Senhor Buddha, a partir de 1º
dejaneiro de 1956.
O Exaltadíssimo Sanat Kumara, a quem devemos a nossa sobrevivência e
salvação, é conhecido também como o Ancião dos Dias e como o Jovem de
16 primaveras, devido a sua eterna aparência juvenil.

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Unidade 9.

Deus, o Grande Enigma na razão e na

consciência humana

“Deus é Luz: Aqueles que não andam na


Luz não têm comunhão com Ele”.
São João

Deus somente deixa de ser um Enigma, uma Ideia ou um Conceito


Abstrato, quando O conscientizamos como uma Presença Viva e
Real em nosso íntimo …

“Deus é espírito: e em espírito e verdade


devemos adorá-Lo”.
São João

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Milhares de palavras e centenas de livros já foram escritos e
publicados em todo o mundo, tentando decifrar e explicar Deus,
provar ou negar a Sua existência. Cada Filosofia, cada Religião,
cada raça, cada povo, cada pessoa, enfim, tem a sua própria noção
ou concepção desse Grande Enigma, desse Insondável Mistério,
que continua desafiando a inteligência humana…

Ninguém, por mais sábio ou erudito que seja, poderá ter


absoluta certeza de Deus, de Sua existência ou realidade, por via
do intelecto, da inteligência, ou à custa de complicadas
elucubrações ou especulações filosóficas. Deus não é algo ou
Alguém que possa ser desvendado, ou provado, por meio de
fórmulas ou equações matemáticas, meridianamente claras, como
1+2=3 ou X+2=3. Tampouco poderá Ele ser expresso por meio de
um silogismo cristalino, de cuja premissa maior e menor, decorra
uma conclusão com precisão exata e irrefutável.

Sábio ou cientista algum poderá encontrar Deus no além, ou


em qualquer galáxia distante, se não encontrá-Lo antes em seu
coração, se não vivenciá-Lo primeiro em sua experiência. Deus
não é um Ente que possa ser encontrado em uma forma particular,
mas em todas as formas; em nenhum lugar particular, mas em
todos os lugares; em nenhuma fé, culto, religião, credo ou igreja
exclusiva, mas no íntimo de cada ser humano.

É saindo de sua casca, de sua superfície, e caminhando para


o centro, para a profundidade de si mesmo, que o homem pode
descobrir Deus entronizado no santuário sagrado do seu coração,
como uma Presença Viva Imanente e Transcendente.

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É esta Chispa ou Centelha Divina, existente no íntimo de
cada ser humano, que faz com que Deus deixe de ser apenas uma
ideia ou conceito abstrato em nossa vivência e experiência, e se
transforme numa Presença Viva e Real.

Uma ideia ou conceito abstrato não pode criar nada concreto


e material; tampouco pode infundir ou transmitir vida a qualquer
Criatura. É, pois, a Grande Presença “Eu Sou” individualizada em
cada coração humano, que testifica e comprova a existência de
Deus. Deste Deus que tanto está no centro de toda a Sua Criação,
como encerrado no centro de Suas Criaturas, e que mesmo
estando ainda oculto e velado, no íntimo de cada indivíduo, está
pronto a eclodir e projetar-se além de sua própria entificação.

No seu transcender, o homem descobre Deus em si mesmo


e, descobrindo-O, descobre, também, que é um Espírito emanado
de Deus, e não um simples Ser carnal ou material. Isto é, descobre
a sua verdadeira, essência, origem, natureza e identidade. E a
partir de então, não pode mais negar a realidade de sua filiação,
linhagem e descendência.

René Descartes, filósofo, físico e matemático francês,


nascido em 1596 e falecido em 1650, sempre preocupado em dar
à Filosofia a certeza da Matemática, em sua obra intitulada
“Discurso sobre o Método” já afirmava na primeira metade do
século XVII, que: “o caminho para a descoberta de Deus, não está
menos aberto aos ignorantes, do que aos sábios; que as verdades
reveladas que conduzem a esse caminho, estão acima de nossa

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inteligência; e que será portanto, muita presunção e ousadia
pretender submetê-la à fraqueza de nossos raciocínios, visto que,
para tentar examiná-las e acertar, seria necessário receber uma
extraordinária assistência do céu e ser mais do que homem…”

Deus é um Excelso e Exaltado Espírito de Luz e de Vida, que


está oculto, velado e invisível em todas as existências visíveis; que,
sendo Uno e Absoluto, se manifesta em todas as existências
relativas; que sendo a Perfeição das Perfeições, está como uma
semente ou Átomo de Luz, ancorado no coração de formas ainda
imperfeitas. E se ainda não O descobrimos, ou não estamos
convencidos da Sua real existência, é porque a distância que
medeia entre a nossa finitude e a infinitude de Deus, é ainda
infinita…

A primeira noção que nós, seres humanos, temos de Deus, é


a que nos foi transmitida pelos nossos pais e avós, e que nos leva
a imaginar ou conceber um Pai no Céu muito parecido com o nosso
pai terreno. Mais adiante, quando iniciamos a nossa vida religiosa,
assimilamos a ideia de um Deus feito ainda à imagem e
semelhança do homem, personificado na figura venerável e
majestosa de um Patriarca, Rei ou Juiz, bastante idoso e
encanecido, ora Amorável e Misericordioso, ora Cruel e Vingativo,
que tudo vê, e que nos vigiando o tempo todo, está sempre pronto
a nos castigar, caso deixemos de cumprir seus mandamentos, leis
ou decretos…

Convenhamos, que adorar e servir a um Deus tão parecido


com o homem, com todos os seus defeitos e fraquezas, não nos dá
a devida segurança ou a necessária confiança, para enfrentarmos

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todos os problemas e vicissitudes que a vida nos impõe, nem
mesmo por alguns poucos minutos. É óbvio, também, que um Deus
com essas características e dimensões, é um Deus pequeno e
limitado demais para merecer a nossa fé e devoção.

Um Deus desse quilate, ao invés de nos infundir amor,


confiança e reverência, só consegue nos infundir remorso e
sentimento de culpa. E um Deus assim, tão pequeno e limitado, só
pode subsistir encerrado nas páginas de uma Bíblia cheia de
interpolações, lendas, ou alegorias, ou entre as quatro paredes de
algumas Igrejas arcaicas e decadentes. E qualquer seita ou religião
que cultue ou venere um Deus assim tão semelhante ao homem,
ao invés de religar a Criatura ao seu Criador, e produzir crentes ou
aderentes religiosos e fervorosos, tudo quanto consegue é
produzir uma multidão de seguidores medrosos e supersticiosos,
quando não ignorantes, ingênuos e dissimulados.

E é esta Seidade ou Divindade, que as pessoas um pouco mais


instruídas e esclarecidas, não conseguem compreender e aceitar
sem questionar e duvidar, e levam os filósofos ateus e
racionalistas, a dizer que Deus não existe, a não ser na mente das
pessoas fracas, medrosas ou escapistas, que não suportando seus
revezes, penas e fardos, inventaram Deus e, O tornaram Todo
Poderoso, para buscarem nele proteção, refúgio e segurança,
como uma forma de escapar de todos os seus problemas e
dificuldades…

Enfim, quando imaginamos e aceitamos Deus, como um


Venerável Ancião ou Patriarca, capaz de ser ora Magnânimo, ora
Severo; de castigar os maus e recompensar os bons; não apenas

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cometemos o sacrilégio de limitar e aviltar o nosso Criador, como
ainda, cometemos a estultice de acreditar que Deus pode
envelhecer, como qualquer ser vivente comum, sentir emoções e
ou mudar de humor como uma pessoa qualquer…

Deus é um Ser da natureza inteiramente espiritual, um


Espírito de Luz e de Vida, que por ser Absoluto, Imutável,

Eterno, Onipotente e Onisciente, está além e acima de nossa


finita inteligência e limitada compreensão. Um Ser, que está acima
e além de qualquer dimensão de espaço, tempo, número e medida.
Enfim, um Ser acima do qual não se pode pensar outro maior…

Da mesma forma, como uma corrente elétrica é apenas


visível pelos seus efeitos, e a sua maior ou menor intensidade
depende, exclusivamente, da maior ou menor capacidade da
lâmpada, ou aparelho através da qual ela se manifesta, o Excelso e
Exaltado Ser que denominamos Deus, se reflete com intensidade
diferente, conforme o nível de consciência de cada indivíduo, por
ser óbvio, que uma lâmpada de 10 watts não emitirá a mesma
luminosidade e radiância que uma lâmpada de 100 ou mais watts,
ainda que a corrente que passe por ambas as lâmpadas seja da
mesma potência ou intensidade. De igual modo, Deus se refletirá
na alma e no coração de cada ser humano, com maior ou menor
luminosidade, conforme seja a amplitude de sua consciência.

Como podemos perceber, um ser denso, material, limitado e


finito como o homem, não é capaz de compreender e explicar com

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palavras, aquele que é Imaterial, Intangível, Transcendente,
Infinito e Sem Limites…

Como afirma o Grande e Bem-Amado Mestre Alquimista


Saint Germain: “Deus é Consciência e, como tal, Ele é Vida,
Inteligência, Vontade e Amor, manifestos numa abundante
variedade de dimensões e atributos”. Um Ser Impessoal, que está
tanto acima como no coração de cada ser humano, na esperança
de que este O perceba e amplie a sua própria consciência até
chegar a plenitude com que Ele o dotou.

Isto é, todas as mentes da Terra — da mais ínfima à maior —


tem ínsita em si mesma, essa capacidade de transmutar, de
transformar suas imperfeições em perfeições, de inverter a sua
polaridade, de queimar seus vis defeitos e vícios na sua própria
chama interior, e de entrar em duradoura comunhão com a
Universal Consciência de Deus.

E desde que o Criador está presente na Consciência e no


Coração de todas as suas Criaturas, à espera que elas O descubram
e possa manifestá-Lo à plenitude, está muito longe de ser
simplesmente uma hipótese a ser averiguada ou comprovada.
Tampouco é um mito, lenda ou fantasia criada pela imaginação ou
insegurança do homem. Mas, um Ser vivo, real e presente, que se
enraizou na experiência do sujeito humano, muito antes de se
constituir um tema ou problema filosófico, ou um motivo de
dúvida e de controvérsias entre crentes e não-crentes.

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Segundo a Bíblia: No princípio, criou Deus os Céus e a Terra,
e somente no sexto dia da Criação, foi que Ele criou o homem à Sua
Imagem e Semelhança. Também, conforme as palavras do
evangelista João, (versículos 1,1-2): “No princípio era o Verbo, e o
Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio
em Deus”; (versículos 1,1-4): “E o verbo se fez carne e habitou entre
nós”.

Tudo quanto podemos concluir desses versículos, é que o


Ego ou Espírito, que se concretiza na forma, que denominamos
homem, é uma expressão da Vontade do Pai, que ordena e dá ação
ao Espírito Santo, para que uma partícula ou fração de Si Mesmo
se faça carne e se concretize no Filho. Concluímos ainda, que o
homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, isto é, o homem,
enquanto fração ou partícula divina, estava em Deus e era o
próprio Deus, o que significa, que o homem na luz de sua
Consciência Crística é semelhante a Deus.

Por isso, também, que o homem, como expressão trinitária


de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo manifestadas e ou
refletidas em sua tríplice natureza de Espírito, Alma e Corpo é,
igualmente, um deus em miniatura, um deus em crescimento.
Podemos também, perceber que o Verbo é o Eu Sou Universal, que
ao se fazer carne (entrar na manifestação), não perde a sua
Essência e Natureza Divinas, isto é, continua sendo essencial e
potencialmente divino, ainda que a forma ou o invólucro de carne
que o reveste possa sofrer as limitações de tempo e espaço e ter
vida efêmera e limitada.

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Por isso, também, que o Ser real, o homem verdadeiro, ao
encerrar-se num corpo físico ou invólucro carnal, perde a
consciência de sua origem e descendência divinas; cai na
ignorância de sua verdadeira identidade; altera os seus valores
existenciais; e passa atuar como uma Personalidade, isto é, como
uma persona, como uma máscara de seu Eu real e verdadeiro.

Todo e qualquer ser humano tem apenas uma única e mesma


razão, para vir a este mundo e encarnar-se num corpo físico: A de
expressar plenamente a sua consciência crística. E para fazê-
lo, terá que expressar-se cada vez menos como Personalidade,
como Anti-Ego, ou Anti-Cristo e cada vez mais como Eu Superior,
como Eu Crístico, como um verdadeiro filho de Deus. Ou seja: Só
na expressão plena da sua consciência crística, pode o homem
reencontrar-se; ser no não ser; ressurgir ou ressuscitar dentre os
mortos; viver uma vida eterna; atuar e agir sem tornar-se presa ou
escravo da ação; tornar-se, enfim, um Adepto ou um Mestre da
Sabedoria.

Contudo, homem algum poderá dar o primeiro passo em sua


caminhada para dentro de si mesmo, para a profundidade de si
mesmo, a fim de encontrar o seu Santo Ser Crístico se,
primeiramente, não se mostrar receptivo às mensagens e aos
ensinamentos das Oitavas mais altas; se não perceber o que
realmente é, e o que tem feito o tempo todo, com seus
pensamentos, sentimentos, ações e reações.

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Segundo as palavras de Jesus — o Cristo: “O Reino de Deus
está dentro de cada um de nós”. “E se cada ser humano buscar em
primeiro lugar o Reino de Deus e sua Justiça, todo o resto lhe será
dado de acréscimo…”

Como podemos ver e perceber, o Dulcíssimo e Amorável


Jesus, já sabia e sustentava, há vinte séculos passados, que a única
via que pode realmente conduzir o homem a Deus, é a da visão da
sua Sagrada Imagem em seu próprio coração. Assim, o nosso
coração é o único ponto de convergência entre Deus e o homem.
Mas, raramente, buscamos encontrá-Lo aí.

Nossas ações, nossas atitudes, nossa conduta, pensamentos,


sentimentos, gestos e palavras, ao invés de nos aproximar de seu
Reino, nos afasta cada vez mais de suas dádivas, graças e bênçãos.
Até mesmo em nossos diálogos com Deus, em nossas preces,
apelos, pedidos e orações, comumente, lhe pedimos apenas:
Conforto, bens materiais ou a realização de todos os nossos
desejos pessoais…

Todavia, se quisermos nos aproximar cada vez mais de Deus,


temos antes, que nos livrar de todos os nossos apegos, ambições e
desejos materiais; fazê-lo com o coração livre de todo e qualquer
anseio ou sentimento egoísta, deixando apenas que a Vontade de
Deus se cumpra e se realize em nosso viver cotidiano. Enfim,
requer apenas e exclusivamente, que nos transformemos num
verdadeiro sacerdote ante o sacrário do nosso próprio coração,
que deixemos de nos prosternar ante a fama, o poder, o conforto,
o dinheiro, o sexo, e tantas outras seduções e ilusões terrenas…

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O Deus ancorado em nosso coração é mais forte e mais
poderoso que qualquer um dos nossos infortúnios ou problemas.
E quando O encontramos e Nele centramos as nossas vidas,
passamos a viver e vibrar em níveis mais elevados de consciência;
libertamo-nos de todas as formas de escravidão; deixamos de ser
presas do medo, da ansiedade, da insegurança; das nossas
carências e angústias; e passamos a viver e conviver sem atritos e
sem conflitos; a ter paz, serenidade e harmonia. Enfim, deixamos
de continuar sendo indivíduos divididos, desintegrados e
infelizes; invertemos a ordem das coisas e mudamos o nosso
destino…

Recomenda-nos os nossos Mestres ou Irmãos mais velhos,


em sua ilimitada e transcendente sabedoria, que não devemos
colocar o “vinho novo” em “odre velho”, principalmente, quando
tendo nascido novamente, ou renascido em espírito, percebemos
que essa “forma” ou “odre velho” só nos trouxe ilusões, problemas
e sofrimentos.

A partir do instante em que retiramos a nossa atenção e os


nossos sentidos do “mundo das aparências”, e começamos a
centralizá-lo no plexo cardíaco, passamos a ver, ouvir e sentir
com os cinco sentidos centrados no coração e na alma. Desde
então, passamos a pensar, sentir, ouvir, falar, agir e reagir, não
como uma Personalidade dividida, fragmentada ou desintegrada,
mas como um Ser Uno, Indiviso, Integrado que sabe o que busca e
onde quer chegar…

É esta grande transmutação de nossa natureza inferior,


numa outra natureza muito mais refinada e sutilizada, a Magna

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Obra ou Grande Operação Alquímica, que nos cabe realizar
enquanto seres encarnados. Nosso novo Ser somente surge e se
realiza, quando logramos realizar as bodas alquímicas da nossa
Personalidade com a nossa Individualidade.

Nossa Natureza Superior ou Individualidade, sempre foi a


eterna companheira de nossa Personalidade, sempre esteve com
ela, vida após vida, encarnação após encarnação, sem nunca haver,
até então, descoberto uma a outra, se juntado convivido ou
coabitado. Então, somente quando logramos uni-las, é que
podemos dar nascimento ao novo Ser em que todos nos devemos
transformar ou transmutar.

A nossa mente está dividida em duas partes: uma inferior,


concreta, material e dedutiva; e outra superior, abstrata,
espiritual, onde reside a Imaginação, faculdade que nos permite
criar imagens, e ou visualizá-las. Assim, enquanto não usarmos
essa imaginação para iluminarmos o interior da nossa caixa
torácica, ela continuará completamente às escuras, e não nos
permitirá descobrir a Chama Crística aí encerrada. Se o nosso
centro interior é, ou continua escuro, não podemos golpear,
burilar ou lapidar o diamante oculto no âmago de nós mesmos,
para que ele uma vez lapidado, possa brilhar e emitir sua própria
luz.

A luz é assim a substância que o homem deve criar pela


imaginação e colocá-la dentro de si, a fim de poder ver a sua
Individualidade, Chispa Solar ou Cristo Interno.

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A partir de agora, quando você estiver acordado,
caminhando, comendo ou trabalhando, veja-se e sinta-se
como Luz. Visualize dentro de seu coração físico, uma Chama
de cor azul, dourada e rosa, ardendo, e o seu corpo, como
nada mais do que uma aura de luz ao redor dessa Chama
Tríplice.

Levará algum tempo, mas se você persistir, sentindo-se luz,


imaginando-se luz, vendo-se como luz todos os dias; vendo-se
sempre como uma chama azul, dourada e rosa (azul à direita,
dourada ou amarelo-ouro no centro, e rosa à esquerda); ao cabo
de três meses, aproximadamente, as outras pessoas se tornarão
conscientes de que alguma coisa mudou em você. E se, pelo menos,
um deles for dotado de clarividência, poderá ver uma luz sutil ao
redor de você. Quando você se aproximar deles, sentirão um calor
diferente. E caso você os toque, eles sentirão um calor mais
ardente.

Não diga nada a ninguém, simplesmente imagine uma


Chama de luz azul dourada e rosa em seu coração, e veja e
sinta seu corpo, não como um corpo físico, mas como um
Corpo de Luz.

Quando os outros sentirem a luz e o calor que irradiam de


você, é porque a luz se tornou real em você. Você se tornou cheio
de luz. Você transformou-se em luz. Você encontrou a sua real
identidade…

A mesma energia ou força vital que emana ou se irradia do


coração do nosso Logos Solar, que criou e sustenta o nosso Sol

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físico, e todos os seus planetas, está no átomo de luz ou sol
miniaturizado de luz branca pulsante, situado na base ou raiz da
nossa Chama Trina. E da mesma maneira como visualizamos essa
Chama, podemos, também, visualizar e sentir esse Sol ou átomo de
luz branca, pulsando em nosso coração, imaginando que ele se
expande até tornar-se maior do que o próprio coração. E com
muita alegria despertar para a consciência de que Deus habita em
nosso coração, que essa luz é o nosso próprio Cristo Interno.

Até num táxi, ônibus, ou caminhando, pode uma pessoa


imaginar esse pequenino Sol dentro de si, em meio e na base da
sua Chama Trina ou Tríplice Chama. Expandi-lo mais e mais, até
que possa colocar todo o seu ser dentro dele. E ao fazer esse
exercício ou ritual com frequência, notará que todo o seu corpo
físico ficará cálido, em um calor não físico, mas muito agradável e
acolhedor.

Cada irmão e leitor é quem deve determinar quantas vezes,


e por quanto tempo, quer praticar este exercício que, por uma
questão de ritmo, deve ser feito, de preferência, sempre à mesma
hora, e em local isolado, reservado e silencioso. O sucesso desta
prática depende do crédito que você dê a sua própria imaginação.

Quando damos este primeiro grande passo, para dentro de


nós mesmo, estamos, na realidade, deslocando o foco da nossa
consciência da mente para o nosso coração. Descoberto este nosso
Ego ou Eu Superior, pela iluminação interior, descobrimos aí em
tamanho atômico a nossa Individualidade. Resta-nos, então,

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expandi-la e levar até ela a nossa Personalidade, de forma a poder
unirmos aquela à esta e dar nascimento ao Ser.

Então, para darmos mais um outro passo em nossa


Caminhada Interna, temos que usar novamente a imaginação para
nos diminuirmos, nos apequenarmos, mais e mais, até que
possamos nos ver com um centímetro de tamanho, e sejamos
capazes de entrar pelo nosso cordão prateado na parte superior
do crânio, e descer até o coração, como já explicado e ilustrado na
figura (Caminhada Interna) que ilustra a Unidade 8 acima.

Neste processo de interiorização, uma das sensações físicas


mais agradáveis é o calor que sentimos, quando imaginamos a luz
da nossa Chispa Solar pulsante expandindo-se dentro de nós.

Para encontrar Deus em seu coração, o homem precisa


diminuir-se e interiorizar-se. Entrar o mais que puder para dentro
de si mesmo. E isto requer que ele aquiete ou silencie a sua mente.
E saiba usar a sua imaginação com vontade confiança e
determinação.

Aquietar e silenciar a mente é uma tarefa extremamente


difícil, devido à dificuldade que temos para controlar os nossos
próprios pensamentos e evitar que a mente pare por completo de
pensar, isto é, de continuar produzindo pensamentos sem parar,
numa torrente sem fim…

E quando mais tentarmos segurar a mente e, mantê-la vazia,


sem pensamentos, mais essa tarefa se nos afigurará impossível.

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Portanto, tudo quanto devemos fazer é dar a mente algo com que
se ocupar. Se a nossa meta é descobrir a luz dentro de nossa
escuridão, é fundamental e imprescindível, que a nossa mente
sempre saltitante e irrequieta, como macaquinhos num sótão, se
fixe ou se prenda a um símbolo sagrado, com o qual tenhamos
maior afinidade ou ligação, como por exemplo, uma estampa ou
imagem de um dos Anjos ou Mestres Ascensionados.

A mente é por sua própria natureza rebelde, inquieta e de


difícil sujeição. E dominá-la e controlá-la requer esforço e prática
constante. E isto é muito mais difícil para o homem ocidental que
para o oriental — porque o oriental desde cedo aprende, como
disciplina escolar, a prática do controle mental, da interiorização
e da meditação. Enquanto que no Ocidente, ao contrário, as
pessoas estão habituadas a deixar que a sua mente divague de um
assunto a outro, e que seus pensamentos fiquem borboleteando
de um ponto a outro, ou sendo desperdiçados em banalidades e
frivolidades.

Aprender a aquietar e pacificar a mente não é nada fácil,


basta considerarmos, que a mente é tão veloz que chega a deixar
a luz parada. E sabemos que a luz se propaga a altíssima
velocidade. Aquietar e parar a mente, fixando-a num determinado
ponto ou objeto, é algo que ninguém pode fazer por você. Algo que
mestre ou guru algum, pode fazê-lo em seu lugar. Cabe a cada
discípulo ou aspirante à Iniciação, praticar essa disciplina mental,
até que ela se torne um hábito.

Qualquer homem que pretenda ser senhor de si mesmo, tem


que começar disciplinando a sua mente, fazendo com que a sua

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mente inferior se torne apenas o espelho onde se reflete a
superior; com que a sua vontade, a sua razão e o seu
discernimento, prevaleçam sobre as paixões emoções, apegos,
desejos e seduções da sua natureza inferior.

Quem quiser encontrar e viver na luz do seu Cristo


Interno, tem que sair da periferia de sua própria Personalidade e
ir para a profundidade de si mesmo. Pouquíssimas são as pessoas
que se dispõem a sair do campo da relatividade para se
estabelecer no campo do Absoluto.

Por ignorância, ou simples comodismo, raros são os


indivíduos que se dão o trabalho de explorar as camadas mais
profundas de si mesmo. Ninguém conseguirá explorar as
diferentes profundidades de uma caverna, ou de uma gruta, se
permanecer nas proximidades de sua entrada. Tampouco, poderá
conhecer as profundezas de um lago, se permanecer o tempo todo
nadando apenas na sua superfície. É isto o que acontece quando
por ignorância ou comodismo, deixamos de explorar todos os
caminhos internos do Ser.

Para gozarmos da Bem-aventurança celestial, não


precisamos adotar a vida ascética e isolada de um monge.
Tampouco precisamos passar pelo processo da morte para
alcançarmos o Reino do Céu, que está dentro de cada um de nós.

É aqui mesmo e enquanto encarnados que cada um de nós


encontra todas as condições e oportunidades para realizar a

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Grande Obra de Transmutação Alquímica de sua natureza
grosseira e inferior, numa outra Natureza Cristificada e Superior.
É exatamente aqui e agora, que temos todas as chances de expiar
nossas faltas; corrigir todas as nossas imperfeições e defeitos;
adquirir e desenvolver todas as virtudes de que temos falta ou
carência.

Quando perdemos o Paraíso e fomos exilados ou


desterrados para o Zodíaco, para este planeta de vibração mais
lenta, foi para que tivéssemos novas oportunidades de cumprir a
Lei ou o Desígnio Divino de Evolução, e nos tornássemos seres
perfeitos, cristificados e divinizados. Mas, enquanto não
expandirmos a nossa consciência, continuaremos caminhando em
direção oposta à luz, atuando o tempo todo no campo da
relatividade, e nos afastando cada vez mais do ponto de encontro
com o Absoluto.

É no vazio, no estado de vacuidade absoluta, mantendo-


-nos vazios de qualquer experiência objetiva, que podemos
quebrar o jugo das coisas temporais, efêmeras e relativas e
alcançar a tão sonhada liberdade.

Todo o sofrimento e infelicidade do homem nesta vida,


decorrem, exclusivamente, do fato de ele continuar sendo um
escravo que ignora a própria escravidão; do fato dele manter a sua
mente permanentemente ocupada com os bens e valores deste
mundo, e não querer livrá-la de suas emoções, pensamentos e
sentimentos caóticos e inferiores.

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O homem é um Ser de muitas camadas ou cascas, algumas
grosseiras ou densas, outras mais refinadas e sutis. Então, para
que ele consiga atingir o seu centro, o seu cerne, precisa
desvencilhar-se de suas camadas mais grosseiras, superficiais e
periféricas.

Se ele conseguir livrar-se dessas camadas, ele se tornará


semelhante a um cilindro oco e vazio. Isto é, quando alcança a
vacuidade ou o nada, ele acaba encontrando o Todo — Aquele
que existe por si mesmo: o seu Eu real e verdadeiro…

Muitos de nós têm um medo terrível da escuridão. Mas,


muito pior que a escuridão externa, é a escuridão que criamos e
alimentamos em nosso interior, quando não deixamos que a luz se
manifeste dentro de nós. Ora, desde que as trevas só existem na
ausência da luz é evidente que aquelas não existem nem subsistem
na presença desta. Quando a luz surge e permanece, não há a
menor possibilidade de as trevas aparecerem e nos prejudicar.

É, pois, um absurdo temermos as trevas quando podemos


nos abrir para a luz, e intensificá-la no âmago de cada um de nós.
Deixai, meu caro leitor e irmão, que a Luz do Cristo existente em
vós, se torne o princípio, o meio, e o fim de vossa vida. Deixai que
ela seja, a partir de agora, a única razão de vosso viver; e o Ser
Maior, o Deus que até aqui estivestes, por equívoco, buscando fora
de vós ou além das estrelas, se manifestará em toda a sua
plenitude e luminosidade dentro do vosso próprio coração…

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A vida terrena não é senão um instante, mas basta um único
minuto para afirmar o nosso caráter, mostrar o melhor de nós
mesmos, e mudar os nossos destinos.

Aquele que possui um caráter nobre, talvez nunca venha


possuir outra riqueza, mas encontrará sua recompensa na estima,
no respeito e na consideração de seus semelhantes.

As riquezas pesam muito mais sobre o espírito e o caráter


que as privações, as adversidades, ou a pobreza. Estas, muito mais
do que aquelas, tem o condão de estimular o caráter, e a
perseverança das naturezas fortes e sãs.

Na maior parte das vezes, um insucesso, um fracasso ou


dificuldade momentâneos, constituem melhores propulsores ou
estímulos para vencer a pobreza, e alcançar uma posição superior,
que o nascimento em meio a uma atmosfera de opulência,
conforto e bem-estar.

Assim, como há naturezas que florescem e dão frutos em


terrenos adversos, áridos, ou pedregosos, os obstáculos e
dificuldades que muitas vezes fazem sucumbir os fracos de caráter
e de espírito, parece incendiar a alma do homem de caráter forte
e disciplinado, e de espírito superior. É na solidão ou na
dificuldade, que os homens destemidos e perseverantes refazem
as suas energias, e readquirem ânimo para novos esforços; para a
realização de obras mais vigorosas e importantes. Nunca devemos
esquecer que a mesma maçã que fez a perdição de Adão, fez a
glória de Newton.

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Não são as nossas quedas nem as nossas dores, que nos
podem derrotar, mas as nossas fraquezas frente a elas. Da mesma
forma como há ervas que precisam ser esmagadas para revelarem
todo o seu doce perfume, existem pessoas que necessitam ser
trituradas pelo sofrimento para mostrar o melhor que há dentro
delas.

Frequentemente, os sofrimentos e provações descobrem e


trazem à luz virtudes e qualidades, que de outro modo
continuariam escondidas. Aquilo que parece suplício para as
almas pequenas ou mesquinhas, quase sempre estimula o valor
das almas grandiosas e invencíveis. Muitos homens que pareciam
apáticos, indolentes, fracos de vontade ou sem muita confiança em
si mesmos, quando enfrentaram situações adversas e dificuldades,
mostraram um espírito de luta e uma força de caráter que
ninguém lhes suspeitava; e ali onde parecia “haver senão fraqueza
e falta de confiança”, encontrou-se abnegação, força de vontade e
determinação.

Não existem mestres melhores e mais sábios que as


dificuldades, as adversidades e os sofrimentos. São eles que
disciplinam o nosso caráter e fortificam a nossa alma. Comumente,
nos preocupamos tanto “em fitar os olhos na face de Deus, que
acabamos não sentindo a bondade e misericórdia de Suas
Mãos”.

A dor é provavelmente, o instrumento escolhido pela


Providência para disciplinar e desenvolver o que há de mais nobre
e elevado na natureza humana.

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O mais sábio dos homens valerá muito pouco, se não tiver
adquirido a maior parte da sua sabedoria na escola da vida; se não
tiver disciplinado o seu caráter com as provações e com os
sofrimentos; se não conheceu o infortúnio e a adversidade, e neles
não exercitou a sua vontade, o seu aprendizado e a sua
experiência. Uma vida que apenas fosse de sol sem sombra, de
felicidade sem tristeza, de prazer sem pena, muito pouco teria nos
ensinado em termos de paciência, resignação, determinação,
autoconfiança, e tantas outras virtudes e qualidades.

Não é, pois, fugindo do mundo e da convivência com os


nossos irmãos e semelhantes, que podemos desenvolver o nosso
caráter nos educarmos, mudar e melhorar a nossa natureza. Os
homens, verdadeiramente superiores, chegaram a essa condição
muito mais por sua retidão e integridade, pelas virtudes de seu
espírito, de seu caráter, e do seu coração, do que por seu talento
ou genialidade como autor, orador, herói, desportista, religioso ou
homem de Estado.

Uma dúzia de boas ações; a fidelidade à palavra dada; o


cumprimento dos deveres comuns da vida; ou a honradez e a
retidão de caráter; podem valer mais do que alguns títulos de pós-
graduação ou doutorado. Isto não quer dizer, que devemos
desprezar o saber, e sim que à cultura, à capacidade intelectual, ou
à inteligência, devemos unir a nobreza e retidão de caráter.

Quando a capacidade intelectual serve apenas para encobrir


um caráter moral dos mais vis, tal indivíduo por mais perfeito que

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seja em sua arte, ciência ou atividade, será menos digno de
admiração e respeito, do que muitos artesãos pobres e analfabetos
que demonstrem ser mais virtuosos, íntegros e honrados.

Um homem terá tido tanto mais valor nesta vida, quanto


mais correto tiver sido em relação aos seus deveres e
compromissos; quanto mais leal e honesto tiver sido para com os
seus amigos; quanto menos servil, tiver sido para com os grandes
e poderosos; e quanto menos arrogante ou prepotente, tiver sido
para com os pequenos e humildes.

Então, se você irmão, realmente está decidido a mudar, a


primeira coisa a fazer, é sair desse seu atual estado de existência
inconsciente, para um novo estado consciente de eco-existência.
Começar pela harmonização dos seus convívios e relacionamentos
com os outros, com o seu meio, com a vida, e com a Natureza. Isto
requer que você pense mais neles do que em si mesmo, que se
interesse mais pelos outros, pela Vida e pela Natureza.

Qualquer harmonização só pode ser construída de acordo


com as leis da harmonia. Quando queremos, por exemplo,
harmonizar duas cores, pintamos a primeira e depois
harmonizamos a segunda cor em função da primeira cor já
pintada. Também, para harmonizar duas notas musicais tocamos
a primeira nota e depois harmonizamos a segunda nota de acordo
com a primeira nota tocada.

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Da mesma maneira, para construir a harmonia entre você e
o seu semelhante; entre você e a Natureza; entre você e a Vida;
você é quem deve adequar-se a eles, e não eles a você…

Você não pode esquecer que a Vida, a Natureza e os outros,


já existiam em seu ambiente, há muito mais tempo e antes de você.
Eles chegaram antes, e você, algum tempo depois. Então, eles são
os primeiros e você o segundo nesta relação. E as leis da harmonia
dizem que você é quem deve adequar-se a eles, porque o segundo
elemento da relação, é que deve se harmonizar com o primeiro.

Todavia, se você quer continuar sendo egoísta e exclusivista,


isto é, continuar acreditando que o mundo ou os outros, é que
devem gerar ou gravitar em torno de você, decidindo-se contra a
lógica, e contrariamente, às leis da harmonia, o problema é seu. É
você quem vai arcar com as consequências dessa decisão, dessa
ridícula pretensão, dessa sua bravata de querer adequar a Vida, a
Natureza, e o Mundo, a você. Lembre-se apenas, que aqueles que
acreditaram em poder desafiar o mundo, impunemente, acabaram
se dando mal.

Conviver em harmonia com a Vida, com a Natureza, e com os


outros, pode até não ser muito fácil, mas vale a pena. Enquanto
Personalidades, cada um de nós, é pelo menos um conjunto de três
pequenos “EUS”: o eu de ontem, o eu de hoje, e o eu de amanhã. E
há muitas semelhanças e diferenças entre esses nossos três “EUS”,
que podem ser até bastante parecidos uns com os outros, mas não
são iguais. Daí a dificuldade que encontramos em conhecer a nós
mesmos e os outros.

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A única coisa que é imutável em nós, isto é, que não muda e
permanece a mesma em nós, é a raiz ou essência. Do berço ao
túmulo, o nosso cerne, o nosso Espírito é sempre o mesmo. Por
isso, apenas ele constitui a nossa real identidade, ou o nosso
verdadeiro Ser. Assim, ninguém conhecerá de fato a si mesmo e os
outros, enquanto não conseguir conhecer, pelo menos, a sua
Individualidade. Interiorize-se, encontre a sua raiz, a sua semente,
o seu início e fundamento, e então, você saberá, realmente quem
é, e quem são os outros.

Nos fortes vendavais, são as raízes que sustentam as árvores.


Da mesma forma, quando procuramos e encontramos as nossas
raízes mais profundas, e nelas nos fixamos, nos sentimos muito
mais seguros contra todas as vicissitudes, problemas ou
dificuldades que ameaçam a nossa vida e destino.

Enquanto Espírito, o ser humano é puro, desapegado,


altruísta, solidário, fraterno, e tudo mais.

É a sua Personalidade, e apenas ela, que desvirtua e


vilipendia, o tempo todo, a sua nobreza, o seu altruísmo, a sua
generosidade, e não raras vezes, joga lama e conspurca a sua
pureza. É ela que é egoísta, ambiciosa, interesseira, e coloca os
seus interesses e bem-estar, acima dos interesses e bem-estar dos
outros, com total indiferença para com os seus semelhantes.

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A forma de pensar e agir da Personalidade é totalmente
egoísta e descompromissada. À ela pouco importa o sacrifício ou
o sofrimento alheios. É ela também, que espalha antagonismo e
hostilidade à nossa volta, e faz com que este mundo se transforme
numa grande arena, onde cada um está sempre contra o outro, e
somente se interesse ou se preocupe com o seu próprio triunfo
pessoal.

É nossa tarefa e responsabilidade, transformar este mundo


injusto, desumano e caótico, numa grande festa de
confraternização. É sempre bom recordar que “o Reino de Deus
está dentro de nós mesmos” e que a alma das nações, nada mais é,
afinal, que o reflexo das qualidades e virtudes, que se aninham nas
almas de todos os seus cidadãos. Todos nós, sem exceção,
podemos nos tornar um outro indivíduo bem diferente daquele
que somos hoje. Mas, para sermos diferentes alguma coisa ou algo
deve mudar em nós. Comece mudando seus pensamentos, suas
opiniões, seus juízos e preconceitos em relação a você mesmo, aos
outros e à Vida. Não insista nesta ideia fixa de só querer mudar o
mundo e os outros. Comece essa mudança por você.

Concorde que você deve mudar para melhor. Saia do ponto


onde você está, onde você empacou. Se no lugar em que você
estagnou a sua visão é sempre a mesma, ou nada acontece de novo,
mude de lugar, avance, vá para diante. Se você conseguir mudar
de lugar, é quase certo que conseguirá mudar de vida; que sua
visão ou perspectiva do mundo, igualmente, mudará, e para
melhor.

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Mas, se você sinceramente acredita que não precisa mudar,
por se contentar com o que é, ou estar satisfeito com o que já
conseguiu, saiba que o mundo não parou um segundo enquanto
você esteve parado, o que significa, que você está bastante
atrasado em relação às mudanças do mundo. E talvez nestas
mudanças, é que se encontre a razão de sua desarmonia como o
mundo e com a vida. Se você se percebe menos sintonizado com o
seu mundo, com o seu meio, isto prova que você ainda não mudou
o suficiente, que não mudou o bastante, ou que pelo menos, não
acompanhou todas as mudanças ocorridas ao seu redor.

A maioria dos indivíduos, não obstante viver num mundo de


três dimensões, prefere permanecer na periferia, na superfície de
si mesmos, e continuam superficiais ou quadrados demais, para
poder perceberem que somente entrando numa outra dimensão,
saindo da superfície e indo para a profundidade de si mesmos, é
que se tornarão melhores e mais perfeitos.

Para mudarmos mais do que o mundo mudou,


precisamos, primeiramente, saber o que devemos e
queremos mudar em nós. Temos que saber com clareza, o que
precisa ser mudado em nós. E isto somente seremos capazes de
descobrir, se formos honestos e criteriosos em nossos exames e
julgamentos; se nos pudermos ver como realmente somos, e não
como supomos ou acreditamos ser, a começar pelo nosso próprio
caráter.

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Em geral, costumamos ser muitos rigorosos e severos,
quando julgamos os outros, e por demais indulgentes e
compassivos quando julgamos a nós mesmos.

Quando acreditamos que todo ego encarnado é uma semente


da mesma árvore da vida, ao invés de vermos os seus defeitos só
enxergaremos as suas qualidades e virtudes. Pois, desde que
somos todos Criaturas emanadas de Deus, devemos ter, pelo
menos em essência, todas qualidades do nosso Criador. Tanto, que
muitas vezes por baixo de um invólucro aparentemente grosseiro
ou modesto, brilha uma grande luz.

Então se queres ser um indivíduo íntegro, justo e correto,


evita julgar ou criticar quem quer que seja, formular juízos ou
opiniões sobre alguém, ou seja lá o que for. Mas se por dever de
ofício ou outra razão maior, fordes obrigado a fazê-lo, fazei-o
somente, após silenciosa prece.

Se Deus desejar dizer algo através de vós, Ele próprio se


encarregará de abrir o vosso coração e os vossos lábios. Do
contrário, “Não julgai para não serdes julgados”. Guardai silêncio e
mostrai uma profunda reverência à Eterna e Divina Presença
ancorada em vós e em vossos irmãos de exílio, jornada e
aprendizado…

Não há nada mais desagradável a Deus e à Sua Hierarquia de


Seres Perfeitos, do que essa condenável mania que muitas pessoas
têm de viver julgando, criticando, condenando e rotulando os seus
semelhantes. Enquanto conservarmos este péssimo hábito,
formos indulgentes e compassivos conosco, e um severo e

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rigoroso juiz com os outros; simpatizarmos e ou gostarmos mais
de alguns do que de outros; confiarmos em alguns, e
desconfiarmos de outros; estaremos rotulando e discriminando os
nossos semelhantes, esquecendo e desconhecendo que na
essência do Ser de cada um de nós, reside o mesmo filho de Deus.

Tudo que Deus é, cada partícula Sua é. Mas, com os olhos


físicos só podemos ver o que cada indivíduo é externamente, ou
seja, o que ele é em sua casca ou superfície. E não o que é como
Espírito, Alma e Consciência. Com meus olhos e sentidos físicos, só
posso perceber e conhecer apenas a aparência e não o que cada
pessoa é, intrinsecamente, em sua real natureza. Como posso
então, ter certeza da exatidão de meus julgamentos? Se tudo
quanto posso ver, medir ou avaliar, é apenas o que cada pessoa
aparenta ser, e não o que ela é realmente, em essência e potência?

Por traz de cada indivíduo que vejo, há outro ser muito mais
sutil, lucígeno e perfeito, que não consigo ver com os olhos do
corpo. Daí o risco que corremos, e a responsabilidade que
assumimos, quando cometemos a imprudência e a leviandade de
julgar, seja quem for, apenas pela aparência.

Nossos julgamentos, opiniões, conceitos e crenças,


continuarão sempre inexatos, falhos, incompletos e imperfeitos,
enquanto nos deixamos levar apenas pelas aparências e ou
superficialidade das pessoas, coisas e fatos. Quantas vezes,
achamos ou julgamos alguém antipático, vaidoso ou esnobe à
primeira vista e, após convivermos com ele durante algum tempo,
descobrimos que estávamos completamente errados a seu

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respeito, e que todos os nossos juízos ou impressões a seu
respeito, eram falsos ou infundados.

Comumente, enquanto “vemos o argueiro no olho do


próximo não vemos a trave em nosso próprio olho…”

Quem pretende realmente avançar na senda da perfeição,


tem que primeiro livrar-se de suas imperfeições e negatividades;
evitar todo o tipo de opinião ou de crítica gratuita e destrutiva;
parar de julgar, censurar ou recriminar o seu semelhante; passar
a tratar os outros com doçura, tolerância e compreensão; imitar,
enfim, “o sândalo que sempre perfuma o machado que o fere…”

Há uma enorme diferença entre viver a vida do Ser e apenas


existir como Ser. E se alguém ainda não aprendeu, ou não consegue
viver em paz e harmonia consigo mesmo, com a Vida, e com os
outros, ainda não começou a viver realmente, apenas existe. É
somente mais um na multidão, na comunidade de adormecidos,
que nem mesmo sabe quem é, e a razão de estar e existir neste
mundo.

Quem não vive em paz consigo mesmo, também não pode


viver em paz com os outros. Está sempre mal-humorado, irritado,
zangado, tenso, o tempo todo de punhos cerrados, sempre pronto
ou disposto a agredir, a bater, a magoar e ferir os outros, por
qualquer motivo, e até sem motivo.

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Uma pessoa assim, é uma pessoa que ainda não descobriu a
luz, a suavidade e a doçura que existem em seu próprio coração e
no coração de todos os seus semelhantes.

Viemos e estamos neste mundo por uma razão bem mais


nobre e importante do que a de simplesmente existir, possuir,
adquirir bens, fortuna, fama, prestígio, poder e, tantas outras
coisas ilusórias, efêmeras e passageiras que, quando muito, duram
apenas uma vida…

Nosso propósito neste mundo não é ter, mas Ser, meta ou


propósito que só podemos atingir, depois de conhecer e saber. E
todos os males e misérias do mundo, toda infelicidade humana,
advém do fato de o homem ainda não saber quem é, o que veio
fazer aqui, e qual deve ser realmente a sua meta ou que finalidade
deve buscar enquanto vivo.

É este desconhecimento de sua real, procedência, identidade


e destino, que faz com que o ser humano nasça com medo, viva
com medo, e morra com mais medo ainda. Que viva tateando no
escuro, por não ter conseguido ainda divisar a luz que está por traz
de sua assustadora escuridão, e se sinta medroso, inseguro,
neurótico e infeliz.

Ninguém nasce neste mundo para viver no medo e na


insegurança, para sofrer e ser infeliz. E se enfrenta estes
problemas e dificuldades, é devido a sua própria ignorância, sua
falta de luz e de conhecimento. Só e quando o homem consegue
opor luz à escuridão que o ameaça e quer absorvê-lo; ou o
conhecimento à ignorância que o cega; descobre em torno de si

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um admirável e deslumbrante mundo novo. Mundo que sempre
esteve à sua volta, mas que a sua cegueira não o deixava ver e
descobrir.

É certo, que tudo quanto pensamos, dizemos ou


fazemos, sempre afetam de alguma maneira, as pessoas à
nossa volta e redunda em benefício ou prejuízo de alguém. E
isto, já é motivo suficiente para mantermos uma contínua e
permanente vigilância sobre os nossos pensamentos, intenções,
atos e obras, conscientes de que neles estão, necessariamente,
embutidos o bem ou o mal, o prazer ou a dor, cujos efeitos ou
consequências atingirão a alguém em algum lugar.

O Criador dotou os homens de “livre arbítrio” para que eles


fossem inteiramente livres, tanto para fazer o bem como para
praticar o mal. Mas suas atitudes e ações são frequentemente
maldosas, perversas, agressivas, amorais e, até mesmo, imorais. E
são estas que o fragilizam, o debilitam, e os fazem vítimas do
próprio mal que produzem e ou ocasionam. Até que um dia,
tocados ou tisnados pela perfeição da sua própria Luz Interior,
eles mudam completamente a sua maneira de ser, agir, pensar, ver
e tratar os seus semelhantes, e relacionar-se com o mundo…

Enfim, somente conhecendo realmente a nós mesmos e os


outros, é que alcançaremos a Verdade subjacente que está velada
em cada coração humano. É esta Presença de Deus no homem, este
“Eu Sou”, que constitui “o Caminho, a Verdade e a Vida”.

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Qualquer outro caminho, nada mais será que um atalho que
apenas nos conduzirá a ilusões, decepções e frustrações. E caso ele
nos leve a algum lugar ou a alguma realização, somente poderá
fazê-lo por pouco tempo. Deus criou as suas Criaturas o menos
possível, para que elas mesmas pudessem crescer em perfeição.
Então, como único responsável pelo que faço ou deixo de fazer,
tenho o dever e a obrigação de fazer todo o bem que desejo, e
evitar todo o mal que não quero para mim e para os meus
semelhantes.

Vivendo e nos movendo todos no círculo estreito e apertado


do Zodíaco e, confinados ou limitados às suas paredes, não
podemos evitar que, vez por outra, os efeitos ou resultados de
nossos pensamentos, palavras ou atos, repiquem em suas paredes
e — tal e qual um bumerangue —, retornem de volta até nós, às
vezes até com muito mais força e intensidade…

Por ser o nosso Criador, um Deus de Amor, Sabedoria e


Perfeição, não pode existir em corações cheios de ódio, mágoas ou
ressentimentos. Tampouco se fará presente ou poderá atuar em
consciências cheias de falsos conceitos ou preconceitos. E estas,
são outras tantas razões para não julgarmos, criticarmos ou
condenarmos os nossos semelhantes; para “Amarmos o próximo,
como a nós mesmos”; para vê-los, unicamente, como o próprio
Deus os vê. Ou seja, como Seres divinos e perfeitos, por origem,
essência e natureza…

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Capítulo IV.

Da Alquimia do Ser à Alquimia do Mundo

“Não há juiz mais justo e mais severo do


que o tempo”.
Adágio popular

As Mudanças e Transformações que ocorrerão na face da Terro


devido a este Alquimismo

“Quem se propõe a reformar o Mundo,


deve começar por si Próprio”.
Alba

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Unidade 10.

Um novo Céu e uma Nova Terra

“Quem não vive para servir, não serve


para viver…”
Gabriela Mistral

As mudanças e transformações previstas para o Mundo e para o


Brasil, na Era de Aquário

“A vida do homem virtuoso é feita de


renúncia e de abnegação… E todas as suas
satisfações estão cheias de amor e
altruísmo…”
Mabel Collins

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Desde que, com a aquisição do cérebro, o homem tornou-se
um Ego separado e individualizado, a sua forma física e a sua
consciência, passaram por diversas mudanças ou transformações,
até que, na Era de Peixes, e no período de atividade do Sexto Raio,
predominou o homem emocional, centrado na Personalidade, na
devoção, e na sensação, face à influência do sexto e sétimo
subplanos da região astral.

E como nos últimos dois mil anos, a Terra esteve sob a


influência da Constelação aquosa de Peixes, regida por Netuno,
com a predominância do Elemento Água, pode-se compreender
que as grandes realizações desse período tenham se dado na água,
como foi o caso das Grandes Viagens e Descobertas Marítimas, a
partir de 1498 com Vasco da Gama e a Escola Náutica de Sagres.

A partir de 1954, começamos um novo Ciclo de dois mil anos,


com a entrada da Era de Aquário e início da atividade do Sétimo
Raio. E como a Constelação de Aquário é uma Constelação aérea,
regida por Urano, que governa a Sabedoria e a Mente, a
Consciência humana será influenciada em outras direções,
especialmente, no que se relaciona com a Conquista do Ar e as
Grandes Viagens e Descobertas Espaciais.

Cada vez mais nesta Era de Aquário, sob a regência de Urano,


irão desaparecendo todos os ranços de ateísmo, de materialismo
e de idolatria à Ciência e à Tecnologia. Durante essa Era, o Ser
humano será cada vez mais guiado para a sua cristicidade e para
o conhecimento direto de Deus. A combinação de Urano com
Aquário favorece a um tão grande desenvolvimento espiritual, que
podemos prever e antecipar um novo e belo futuro para a raça

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humana que, com a implantação do Reino de Deus novamente na
Terra, esta voltará a ser um novo Éden ou Paraíso.

Entre outras coisas, surgirá uma nova Religião de Culto


Solar, que unirá o espiritual e o científico. E as mentes mais
privilegiadas da Nova Era, estarão o tempo todo preocupadas e
empenhadas em criar e implantar uma nova Ordem Política e
Econômica, capaz de acabar com a segregação racial, e oferecer
segurança, bem-estar, e felicidade a todo o gênero humano.

A maioria das fronteiras entre países desaparecerá, para dar


lugar as Comunidades de Estados, a exemplo do que já começou
na Europa com o Mercado Comum Europeu e no Cone Sul da
América do Sul, com o Mercosul. Tudo concorrendo para que os
interesses pessoais, locais e regionais cedam vez e lugar, aos
interesses maiores dessas Comunidades de Estados e da própria
raça humana, como um todo.

Quando for concluída, a Grande Impulsão Cósmica, através


da qual todo o conjunto do nosso Sistema Planetário elevar-se-á
um degrau, todos os seres humanos que, como integrantes da raça
estiverem encarnados na Terra, irão viver uma Nova “Idade de
Ouro”. E isto exige que desde já comecemos a acelerar as vibrações
de nossos invólucros e também do corpo do nosso planeta, ou seja,
de toda a sua humanidade, visto que já estamos muito próximos
dessa grande impulsão. É fácil observar que nas últimas décadas,
a Terra está mais acelerada, tal a rapidez com que os dias, meses e
anos, estão transcorrendo e se sucedendo, nos aproximando cada
vez mais, do século XXI e do Terceiro Milênio.

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Tudo no Universo se manifesta ritmicamente, ou seja, numa
sucessão de Ciclos ou Períodos predeterminados.

Esta lei ou princípio governa todas as coisas, tanto nos


planos superiores, quanto nos inferiores da Evolução Cósmica. Ela
tanto rege a vida dos astros, planetas e Sistemas Solares, quanto
dos átomos, dos homens, das nações, raças e civilizações. Os ciclos
constituem um período de tempo durante o qual as coisas, as
pessoas e as nações, alcançam o seu ápice ou apogeu num sentido,
para regredirem numa marcha inversa ou oposta, iniciando a sua
decadência. Assim, todas as coisas têm o seu tempo e todos os
fatos e fenômenos acontecem segundo o termo que a cada um foi
prescrito. E nada acontece antes que chegue o tempo certo para
que aconteça.

Direta ou indiretamente, vivemos nossos ciclos pessoais


dentro dos ciclos locais, regionais, nacionais, mundiais,
planetários, etc., e somos também afetados e influenciados por
muitos ciclos biológicos, astrológicos, geográficos, históricos,
políticos, econômicos, sociais, etc.…

Nos efeitos da Lei do Ciclo ou do Ritmo, se resumem e se


explicam os acontecimentos históricos; os fenômenos geográficos,
climáticos, econômicos e sociais; a ascensão e decadência das
nações e civilizações; o progresso da Ciência, da Arte e da Técnica.

É ainda em virtude dessa lei, que os acontecimentos, fatos e


fenômenos apresentam o mesmo ritmo, isto é, se sucedem, se

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alternam, e se repetem com absoluta precisão e regularidade, nos
mesmos intervalos de tempo…

Nosso Sol, por exemplo, gasta 25.920 anos, para dar uma
volta completa no Círculo Zodiacal, faixa ou caminho de
constelações com 360º de longitude por 12º de latitude que forma
um ângulo de 23º com o Equador, e que está dividida em 12 partes
iguais de 30º cada, a que chamamos de Signos.

Este ângulo de 23º conhecido como Eclíptica, é que


determina a mudança das 4 estações do ano. Os pontos onde a
Eclíptica cruza o equador são os Equinócios, os quais gastam 2.160
anos para preceder ou avançar cada Signo ou 30º do Círculo do
Zodíaco, ou 25.920 anos para percorrer todos os 360º do Círculo
Zodiacal. Cada 30º do Zodíaco ou 2.160 anos correspondente a 1
mês Sideral ou Grande Mês Astrológico, e cada 360º, um (1) ano
Sideral ou Grande Ano Astrológico. Segundo o ensaísta Yves
Christiaen18:
“Cada período de 6.480 anos que corresponde a 1/4 do
Zodíaco, (90º graus ou três signos), é cabalisticamente
chamado de uma Idade, período durante o qual, os Centros da
Civilização do Mundo, foram se movendo, lentamente, em
direção do Ocidente, como que a confirmar o fenômeno
rítmico e a Lei das Alternâncias Cíclicas, em cima das quais
parece se desenrolar toda a história do Mundo, tanto no plano
geográfico e temporal, quanto no plano celeste e espiritual”.

18 Autor do ensaio “La Mutation Du Monde”, publicado originalmente na França


em 1978 e no Brasil em 1981 pela Editora Pensamento (A Mutação do
Mundo)

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“Não é fácil, dizer com precisão, o exato momento em
que começa uma nova Época, ou uma nova Era Precessional
de 25.920 anos. Todavia, a maior parte dos autores e
pesquisadores, concorda em fixar o ponto de partida de nossa
civilização atual, por volta de doze mil anos antes de Cristo,
durante a Era de Virgem (12.960 a 10.800 a.C.). Visto ser
impossível retroceder a história humana além da última
retração das geleiras”.

Por essa época o homem era ainda nômade e caçador. Vivia


em estado selvagem e usava como armas apenas o arco e a flecha
e um machado tosco, feito de pedra lascada ou sílex amarrada a
um pedaço de pau. Ele subsistia como podia, aventurando-se em
suas caçadas em sítios próximos de seu habitat, sozinho ou em
grupos, sob a liderança de um chefe mais forte e destemido,
mudando de sítio e de local, tão logo a caça começasse a escassear
onde viviam.

De caçador, o homem passou a pastor e, pouco depois, a


agricultor. E com a retração cada vez maior das geleiras, e o
desenvolvimento de sua inteligência, descobriu, sucessivamente:
o fogo, a roda e o ferro e, aos poucos, foi se fixando em tribos ou
comunidades, sob a liderança de um chefe ou patriarca.

Foi também por volta de doze a dez mil anos atrás, que no
momento em que as terras se juntaram, após o degelo, os homens
que viviam na ponta extrema da Sibéria passaram à América, pelo
Estreito de Bering19, e desceram para o Sul.

19 O estreito de Bering conecta o oceano Pacífico e o oceano Ártico entre a


Rússia (Sibéria) e os Estados Unidos (Alasca) aproximando geograficamente os
dois continentes (N.R.)

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Dissemos que o Círculo Zodiacal compreende 360º e, está
dividido em doze partes ou Signos de 30º cada um. Passando à
direita, a trinta graus de longitude Leste. Então, se colocarmos,
sucessivamente, o ponto zero, (0º) no Meridiano de Greenwich,
depois, 30º mais a Leste, em cada um dos signos: Peixes, Áries,
Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, e assim por diante,
verificaremos que, o Signo ou Era de Virgem, compreende as
terras situadas entre 150º e 180º Leste, ou seja, as terras situadas
entre o Mar da Sibéria Oriental e o Mar de Bering, justamente o
ponto onde deveria se situar a Lemúria, ou o que sobrou dela, após
sua submersão no Oceano Pacífico.

“Entre 120º e 150º Leste, temos o Signo de Leão que, na


linguagem astrológica, é o domicílio do Sol, e que geograficamente,
engloba todo o Japão e terras próximas. Porventura o Japão não é
conhecido como a Terra do Sol Nascente? Isto indica, que por volta
de 10.800 a 8.640 a.C., neste pedaço do globo terráqueo, tenha se
desenvolvido uma grande nação. Mas não é só. No Signo de Léo ou
Leão, Marte se encontra em exaltação. E Marte como sabemos,
rege a ação. Existe, por acaso, povo mais ativo, empreendedor e
trabalhador, que o japonês”?

“Acontece que, se o Signo de Leão é o domicílio do Sol, e nele


Marte se encontra em exaltação, Saturno se encontra em exílio e
Júpiter em depressão. E nós sabemos que Saturno é o regente do
tempo, da paciência, da prudência, da provação e também do
conhecimento. Enquanto que Júpiter governa a justiça, a ordem, a
honra, a fortuna, a afabilidade, a virtude e a religiosidade. Quando
Júpiter se encontra em Léo sempre promete um destino luminoso

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e glorioso. Sua presença confere vitalidade, bom humor, nobreza,
generosidade, cortesia e forte magnetismo e simpatia”.

Ademais, o Signo de Leão sendo um Signo de Fogo, é o Signo


da vontade férrea e indomável, e faz com que as pessoas nascidas
sob esse Signo, sintam-se o centro, o dono absoluto da situação,
uma pessoa que tem consciência de sua capacidade e
predestinação, e uma confiança inabalável de que pode resolver
todos os problemas. Raramente um leonino é capaz de ideias
mesquinhas ou baixas. Mostra dignidade em tudo que faz, e até
mesmo no sofrimento.

Assim, sob a influência marciana, o povo japonês engajou-se


na última guerra (1939-1945) ao lado da Alemanha nazista e da
Itália fascista, formando o “Terceiro Eixo”. E desprezando toda a
prudência (exílio de Saturno), e toda a Sabedoria, (depressão de
Júpiter), em 7 de dezembro de 1941, atacou de surpresa Pearl
Harbour, agredindo o poderoso Estados Unidos da América,
marcado por Aquário, que é o Signo oposto a Leão. Isso fez com
que em represália, este país lançasse em 6 e 9 de agosto de 1945,
sobre Hiroxima e Nagazaki, as duas bombas atômicas, cujas
consequências dramáticas todos conhecemos.

“Entre 90º e 120º Leste, temos o Signo e a Era de Câncer,


que engloba a China. O que nos permite supor que do Japão, a
tocha da civilização tenha passado nos 2.160 anos seguintes para
a China, ou seja, sob Câncer (8.640 a 6.480 a.C.) onde deve ter
existido, igualmente, um grande e poderoso Império. E como neste
Signo a Lua está em seu domicílio, Júpiter em exaltação e Marte
em depressão, isto explica que o povo chinês seja um povo muito

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ligado à família, ao passado, às suas tradições e à sua história; que
seja ainda um povo muito introvertido e reservado, cheio de
imaginação, sem a audácia e o arrojo do signo precedente, devido
à debilidade de Marte; que sua gente leve uma vida calma, suave,
cheia de serenidade e sabedoria, onde a filosofia, as artes, a música
e a poesia, foram sempre cultuadas e reverenciadas. E onde a
hospitalidade, a tolerância, a resignação e a paciência, sempre
foram consideradas as maiores virtudes. Não importa que a
chamada Revolução Cultural que ali se instalou, haja trazido e
imposto ao seu povo grandes mudanças e reformas econômicas,
sociais e culturais. Estas, todavia, não parecem haver mudado as
características essenciais desse povo, que continua sendo
educado, refinado, hospitaleiro e de transbordante imaginação”.

“O signo de Câncer, começando a 90º do Círculo Zodiacal


corresponde ao “meio céu” e, não é por outro motivo, que a China
seja chamada, também, de Império do Meio ou “Celeste Império”.

“Entre Câncer e Gêmeos, encontra-se Lhassa, a capital e


cidade sagrada do Tibete, lugar de alta nobreza e iluminação
espiritual, e ponto de partida ou de referência do ciclo seguinte. É
que, entre 60º e 90º Leste, temos o Signo de Gêmeos, que regeu e
influenciou todos os 2.160 anos da chamada Era de Gêmeos, que
transcorreu entre 6.480 e 4320 a.C., marcando, provavelmente, o
começo de uma Nova Idade, possivelmente a idade do Bronze,
visto que, presentemente, estamos na Idade do Ferro e
caminhamos para uma nova Idade do Ouro, que se instalará com
o advento da Sétima Raça-Raiz, no final da Era de Aquário, que
iniciamos a partir de 1954”.

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Marcando-se num planisfério, todos os principais centros
das diversas civilizações do globo, desde a Era de Virgem, há mais
de 12.960 a.C., até a época atual, verificamos que na Era de Peixes,
esses centros foram: Atenas, Roma, Paris, etc. E, se juntarmos
todos esses pontos, entre si, obteremos uma linha circular, ou
circunferência, que se situa no círculo polar, aproximadamente no
Meridiano 60º Leste; e na qual os principais pontos assinalados,
estão distantes uns dos outros, mais ou menos na medida de um
arco de círculo de 30º que, como já vimos corresponde
exatamente a um Signo Zodiacal. Observando-se a sucessão desses
pontos, constatamos também, que: “o deslocamento das
Civilizações e, de certo modo, seu sentido de rotação, efetua-se no
mesmo sentido que o da retrogação dos Equinócios, ou seja, de Leste
a Oeste”, conforme nos revela a referida obra “A Mutação do
Mundo” do francês Yves Cristiaen, páginas 42 a 45.

Para Yves Christiaen, “a História tem um sentido misterioso e,


ao mesmo tempo, uma dimensão espiritual e cósmica, cujo traçado
geográfico está inscrito sob a abóbora celeste, escondido nas
estrelas…”

Segundo ele, “no céu, as Estrelas Polares são as testemunhas


irrefutáveis desse deslocamento das civilizações no sentido Leste-
Oeste e de um Signo a outro”. Atualmente, a Estrela Polar é a estrela
“Alfa” da Ursa Menor que está distante de nós 270 anos luz. Esta
estrela que marca o Polo terrestre, é conhecida entre os
astrônomos como, “Polaris”. Mas há cerca de 5.000 anos passados,
conforme revelado por uma das diversas inscrições gravadas nas
paredes do interior da Grande Pirâmide, era a estrela “alfa” da

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Constelação do Dragão, conhecida como Thuban. Exatamente, há
31.105 anos atrás, segundo a tradição hermética, a estrela polar
era Drhuva.

O fato é que esta evolução polar parece marcar, igualmente,


as coordenadas da evolução humana, a que se liga a grandeza e
decadência das Raças e Nações. E caso possamos ler e decifrar o
que está inscrito inversamente “sob a abóboda celeste, podemos
saber o que acontece aqui embaixo e, até mesmo antecipar, de certa
forma, o que irá acontecer no futuro…”

Assim, seguindo esse traçado invisível, que marca o sentido


e o deslocamento do Polo e das Civilizações do Globo, de Leste
para o Oeste, conforme a evolução polar e a precessão dos
equinócios, dando uma volta completa em torno do globo, a cada
25.920 anos, verificamos, que desde o dia 21 de abril de 1960,
decorridos, exatamente, 12.960 anos desde a Era de Virgem, este
polo está sob o Cruzeiro do Sul, após ter avançado 180º neste
“círculo de vida” que é o Zodíaco. (Ver as figuras logo a seguir)

Podemos então, afirmar sem erro, que nesta Era de Aquário,


cujo início data de 1954, duas nações gigantes estão predestinadas
a se destacar no cenário mundial, cada uma a seu tempo e à sua
maneira: o Brasil e a China, dois gigantes que mudarão a face do
mundo, ao longo da Era que agora está entrando.

“Tudo indica”, prossegue o citado autor, “que o novo jogo de


forças que mudará a fisionomia política e econômica do mundo, terá
a Leste a China, a Oeste o Brasil e, ao centro, o Mundo Árabe”.

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A Evolução Cíclica do Mundo dá-se, segundo o Ensaísta Francês Yves
Christiaen, conforme o deslocamento do raio polar, à razão de um grau a
cada 72 anos e de 30 graus, ou um signo, a cada 2.160 anos, comprovando
o sentido cósmico e telefinalista da história da civilização

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O deslocamento do eixo da civilização de leste para oeste, no decorrer das
diferentes eras e signos demonstra que o Brasil será a grande nação do III
Milênio e da Era de Aquário

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Unidade 11.

O Brasil como a Grande Nação do 3º Milênio

“A grandeza de um País não depende da


extensão de seu território, mas do caráter
de seu povo”.
Colbert

“Coração do Mundo” e “Pátria do Evangelho”

“O destino de um povo depende muito mais


da honradez que da genialidade de seus
governantes”.
Confúcio

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Quando em janeiro de 1956, Lord Gautama, o Buda assumiu
o Governo do Mundo em substituição a Sanat Kumara, e o
Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, os destinos do
Brasil, este mineiro de descendência cigana, no discurso de sua
posse disse: “Esperarei meu sucessor em Brasília”. Mas, a oposição
— acreditando ser esta promessa apenas um capricho do novo
Presidente, que se dispunha a construir uma cidade de grande
porte no planalto central e a realizar 50 anos de progresso e
desenvolvimento em 5 anos de governo —, logo o apelidou,
jocosamente, de o “faraó Juscelino”, sem saber que em alguns
círculos herméticos ele era considerado, de fato, como a
reencarnação de um faraó egípcio20.

O certo é que, além da vontade, fé e determinação, foi preciso


muita coragem e audácia para construir uma cidade numa região
totalmente desabitada, sem estradas e outros meios de
comunicação, a não ser o rádio e o avião, e localizada a mais de mil
quilômetros do litoral habitado. Mas o desafio foi vencido e, onde
há 43 meses só havia deserto, vegetação rasteira e solidão, surgiu
uma cidade nova, destinada a ser a Capital não apenas do Brasil,
mas a Metrópole do Mundo, e a herdeira da tocha da Civilização
Ocidental, que Roma, centro e berço da latinidade, erguera e
sustentara com genialidade, por mais de três séculos.

A fundação de Brasília já havia sido prevista e anunciada 77


anos antes, pela visão profética de D. João Bosco —, o prodigioso

20 O Faraó AKHENATON, filho do Faraó Amenófis III, nasceu em Tebas, Egito,


aproximadamente em 1388 a. C., era casado com Neferti e reinou entre 1375
e 1358 a.C. Foi conhecido também como Amenofis IV. Seu pai Amenofis III foi
uma das encarnações do Mestre Kuthumi Lal Sing, século XIV a.C.

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santo moderno, fundador da Ordem dos Salesianos — que, na
noite de 3 para 4 de setembro de 1883, viu em sonho um jovem
adolescente, de nome Luis Colle, nascido em Toulon, França, que
ele encontrara apenas uma vez, e que morrera dois anos antes,
com 17 anos de idade.

“Em sua visão profética, esse jovem lhe apareceu cheio de vida
e luz”, como que coroado de diamantes, guiando Dom Bosco a um
País distante, que soube tratar-se do Brasil.

Foi assim que, juntamente com seu guia e companheiro, se


viu na Região de Goiás, entre os meridianos 15º e 20º da Latitude
Sul. Aí, mostrando um planalto deserto, seu jovem guia anunciou-
lhe: “esta é uma futura Terra da Promissão, onde correrão o leite e
o mel”. Viu então uma grande multidão de índios e de europeus e,
entre eles, seus filhos salesianos. Perguntou então, D. Bosco ao seu
jovem guia: “Quando tudo isso acontecerá”? — “Na terceira
geração…” foi-lhe respondido. (ver obra citada, págs. 154, 155).

Sabido que cada geração é calculada em 25 anos, três


gerações de 25 anos, são 3x25=75 anos. E se acrescentarmos a
esse resultado os 2 anos correspondentes à morte ou desencarne
do jovem Luis Colle, teremos 75+2=77 anos. Então
1883+77=1960, exatamente como predisse o jovem da visão de D.
Bosco.

Porém não é só esta profecia, que nos leva a acreditar que


Brasília, no coração do país, esteja fadada a ser, de fato, a Capital

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da Nação do III Milênio, visto que, em nossas pesquisas
encontramos outros fatos e coincidências, que parecem confirmar
essa predestinação.

Segundo a tradição esotérica, Toth ou Hermes, divindade


egípcia, detentora de inúmeros poderes e segredos, foi o inventor
da escrita. Seu alfabeto, constituído de 22 símbolos, representava
os vinte e dois primeiros mistérios da Ciência Oculta ou
Hermética.

Isto é, os princípios absolutos, as chaves ou arcanos


universais, que constituíam a fonte de toda a Sabedoria e Poder
nos três Mundos: no Mundo Divino, no Intelectual e no Físico,
face à sua correspondência com as letras da língua sagrada, que
quando pronunciada com a consciência do seu valor, evocavam
um poder que repercutiria nos três mundos.

Pois bem, nesse alfabeto codificado por Hermes


Trismegisto “O Três Vezes Grande”, na décima quarta posição, a
contar do início e, na oitava posição, a contar do fim, o símbolo
escolhido foi aquele, que representaria milênios depois, o nosso
próprio país: um retângulo tendo inscrito um losango e, no
interior deste, um círculo. Vale dizer: o símbolo que se tornaria,
milênios depois a bandeira do nosso País. Bandeira cujas cores
predominantes são o Amarelo e o Azul, respectivamente, as cores
espiritual e material de Mercúrio, além do Verde cor espiritual de
Vênus e o Branco cor espiritual do Sol. (Ver a imagem com o
alfabeto um pouco mais à frente)

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No alfabeto codificado por Hermes ou Mercúrio, o símbolo
que representa o Brasil aparece na 14ª posição a contar do início
e na 8ª a contar do fim. O que significa que há 13 símbolos antes
dele e 7 depois. Ora 14=1+4=5 que é o número espiritual de
Mercúrio e o número do equilíbrio e da harmonia. Enquanto que
8 é o número material de Mercúrio e espiritual de Saturno,
indicando progresso material, solidez e grandes realizações,
através de esforço contínuo e determinado. Ora, Brasília foi
inaugurada em 21 de abril de 1960 ou 21-4-1960, isto é,
3+4+7=14=1+4=5.

Simples coincidência? Não. Não cremos… Sobra-nos razões


para acreditar que há mais de 4.000 anos a.C., Hermes já sabia e
quis indicar, através de seu alfabeto e, com antecedência de mais
de 50 séculos, que o Brasil seria a Nação do III Milênio e a nova
Terra Prometida…

O Alfabeto de Hermes Trismegisto, o Três Vezes Grande

O Alfabeto de Hermes Trismegisto, elaborado há mais de 6.000 anos,


tem, como oitavo símbolo, a própria Bandeira do Brasil, antecipando em
60 séculos a existência da nossa Grande Nação

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No discurso da Iniciação de Hermes Trismegisto ao seu
discípulo Asclépio, ao descrever o desaparecimento do Egito
como morada dos deuses, e predizer as coisas do futuro, Hermes
afirma que quando o Egito não fosse mais que um deserto, e dos
seus cultos só restassem apenas mitos, os deuses se instalariam
primeiro sobre as montanhas ao norte da Líbia, ou seja, sobre a
cidade de Cartago, onde então viviam os fenícios, que agora estão
reencarnando no extremo sul do nosso país. E depois, numa
cidade no limite extremo do Egito, uma cidade que seria fundada
do lado do Sol Poente (no Ocidente, portanto) e à qual aflui, por
terra e por mar, as raças dos mortais.

Esta cidade que, segundo ainda Hermes, se localizaria no


Paralelo 30 graus Sul, exatamente em oposição à Grande Pirâmide,
situada a 30º graus Norte, é a cidade de Porto Alegre, que nasceu
de uma Vila denominada Porto dos Casais, fundada em 1742. Cuja
soma dos valores absolutos de seus algarismos:
1+7+4+2=14=1+4=5, isto é, dá também 5.

Há, igualmente, uma profecia tibetana feita pelo XIII Dalai


Lama, o Grande Thupten Gyatso, onde, além de prever a invasão
do Tibet pelos chineses e a sua capitulação, faz alusão expressa a
transferência do Dharma para a América do Sul, onde uma grande
luz resplandecerá, especialmente nas terras de O Fu Sang.

Esta profecia, escrita num documento datado de 1850


(1+8+5+0 = 14=1+4=5) sob o título: “Fatos que ocorrerão no ano
do Dragão e da Madeira”, conforme o livro Mistérios e Magias do

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Tibete, de autoria de Chiang Sing, pseudônimo de uma escritora
brasileira, especialista em assuntos orientais, e publicado pela
FEEU, em novembro de 1978, já viu cumprida com extrema
exatidão, de hora, dia e ano, a maior parte de suas previsões, como
por exemplo: a Primeira e Segunda Guerra Mundial; a morte do
próprio XIII Dalai Lama, no ano de 1924; o Crepúsculo dos Lamas
e do misticismo Tibetano e, por último, a invasão do Tibet, em
maio de 1950, pelos “Filhos da Fênix Vermelha” no ano do “Tigre
de Ferro”. Isto é, pelos comunistas chineses, obrigando o XIV Dalai
Lama, que reinava na ocasião, a fugir para a Índia.

Os Lamas e monges tibetanos quando se referem ao Brasil,


chamam-no de terras de “O Fu Sang”, e dizem que a sua civilização
teve início antes do Grande Dilúvio. Segundo eles, a grande luz
espiritual, que durante séculos brilhou sobre o Tibet, não se
apagará. Ela aumentará, se difundirá e resplandecerá na América
do Sul, principalmente, nas terras de “O Fu Sang”, onde será
iniciado um novo Ciclo de progresso com a nova Sétima Raça
dourada.

É fácil observarmos, que até agora todo o progresso material


e espiritual do mundo, esteve centrado no Norte, no Oriente e
acima do Equador. Mas, todos os indícios confirmam uma nova
configuração desses aspectos, a partir do século XXI.

E, neste particular, o ano de 1992 parece ter sido o marco


inicial dessa mudança. Tanto que nesse ano, tivemos três grandes
acontecimentos mundiais: a celebração dos 500 anos da

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Descoberta da América, a Conferência Internacional para o Meio
Ambiente, realizada na cidade do Rio de Janeiro e, principalmente,
a elevação do nosso Planeta de uma espiral para outra de
frequência mais elevada, após a abertura dos 12 Portais Estelares,
o quarto dos quais, no Brasil.

Até então, os Grandes Focos Espirituais, ou Ashrams


conhecidos, haviam sido localizados no Egito, regido por Netuno;
na Índia, regido por Urano; e nos Estados Unidos regido pelo Sol
(este ainda em fase de formação). Mas, o 4º Grande Foco de Luz ou
Ashram, será localizado no Brasil regido por Mercúrio. “Tudo
indica que à maior Nação Espiritual do Mundo, abaixo do Equador
está reservado, na Era que estamos iniciando, um importante papel
nos Planos Divinos…”

Diz a História que o Brasil foi descoberto no dia 22 de abril


de 1500, e que, na véspera, ao primeiro monte avistado, os
descobridores portugueses denominaram Pascoal por ser
Domingo de Páscoa. Acontece, que se o Brasil foi descoberto no dia
22 de abril, como diz a carta de Pero Vaz Caminha e a História, ele
foi descoberto no segundo dia do Signo de Touro, sob a regência
de Vênus e não no Signo de Ares, sob a regência de Marte. E existe
povo mais pacífico, amorável e compassivo que o brasileiro?

Todavia, o Brasil só nasceu, realmente, como nação livre e


soberana, a partir de sua separação de Portugal, isto é, com a sua
Independência, proclamada em 07 de setembro de 1822, sob o

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Signo de Virgem e regência de Mercúrio, tendo como Signo
oposto ou complementar: Peixes.

Isto explica que o povo brasileiro, de um modo geral, seja um


povo supersticioso, preocupado em desvendar os mistérios da
espiritualidade, e profundamente interessado nas práticas
mágicas e milagrosas do Catolicismo Carismático, do Kardecismo,
da Umbanda, do Candomblé, das diferentes seitas e correntes do
Evangelismo.

Nosso grau de misticismo é, inegavelmente, mais fantástico


e mais rico do que o de qualquer outro povo do planeta. Esse nosso
interesse pelo desconhecido, pelos fenômenos da mediunidade e
pelas curas psíquicas, aliado à nossa natureza emocional, e à nossa
pouca instrução, constituem um campo bastante fértil a todo tipo
de superstição, fanatismo e charlatanismo, se à ignorância que os
alimenta, não opormos a força e a sabedoria mercuriana do
equilíbrio das coisas.

Reparem que o símbolo de Mercúrio, o “Senhor da Harmonia,


do Equilíbrio e da Beleza”, é  com uma cruz  embaixo. Ou seja:
uma mistura do símbolo do Sol com o símbolo da Lua por cima,
mais uma cruz + embaixo. Enquanto que o símbolo da Terra é um
círculo com uma cruz em cima. O que nos permite concluir, que
sob a regência de Mercúrio, inverteremos a nossa polaridade, e
deixamos de carregar a cruz de todas as nossas mazelas,
problemas e dificuldades.

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Se somarmos os números espirituais de Mércurio (5), do
Sol (1) e da Lua (2) teremos 5+1+2=8 que é o número material de
Mercúrio. Ademais, se calcularmos o nome do Brasil pelo alfabeto
latino e pelo alfabeto hebreu, chegaremos, respectivamente, aos
valores 512 e 251, isto é, 5+1+2=8 ou 2+5+1=8.

Segundo palavras do falecido romancista e ensaísta


brasileiro Humberto de Campos (1886-1934), na Nova Era o
Brasil tornar-se-á o “Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho”.
Vaticínio confirmado, aliás, por muitos ocultistas e estudiosos do
Esoterismo, como Alice A. Balley, fundadora da Escola Arcana, e
discípula do Mestre Tibetano, em seu livro “O Destino das
Nações” publicado 1949, declarou que: o Brasil, a Grã-Bretanha
e os Estados Unidos estão sob a influência do segundo Raio do
Amor-Sabedoria e que, no futuro, o Brasil suplantará a ambos com
uma Civilização de União, baseada no desabrochar da consciência
abstrata, mescla de intelecto e de intuição, que expressará o
aspecto Amor-Sabedoria em toda a sua beleza e plenitude.

Declarou ainda que “o Brasil é uma Nação feminina em sua


psicologia e, por isso mesmo, intuitiva, mística, amiga da beleza, da
pompa e do aparato, capaz de supervalorizar os aspectos materiais
da vida. Enfim, é uma Nação fadada a nutrir civilização e ideias…”

Como se vê, sob a regência de Mercúrio o Brasil, na Era de


Aquário, está destinado a tornar-se o Centro Espiritual da Terra,
sob a vibração do Raio do Amor-Sabedoria, impulsionado pela
força mercuriana da paz, da ciência e da harmonia.

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Na antiga Mitologia Nórdica, há uma lenda do século X, que
contava existir no além-mar dos Vikings (após o Oceano Atlântico,
portanto, um povo onde ressonava um gigante — O RONCADOR)
— em um paraíso terrestre de nome… Hy Brasil.

Situada no extremo norte do Estado de Mato Grosso, na


fronteira com os Estados de Tocantins e Pará, encontra-se a Serra
do Roncador, o gigante a que se referiu a lenda dos Vikings, com
pelo menos nove séculos de antecedência — serra que, desde
1922 e mais intensamente a partir de 1943, com recrudescimento
nos anos 80, tornou-se um dos grandes Mitos do Esoterismo
nacional e internacional.

A Serra do Roncador, cuja cidade mais próxima, de nome


Barra do Garças, fica a 420 km da capital do Estado de Goiás, é
atualmente quase um totem do Ocultismo, tal é a quantidade de
lendas, mistérios, especulações e afirmações fantásticas, e ou
relatos enigmáticos, que a envolvem.

Segundo a Tradição Hermética, a Serra do Roncador, seria o


portal de entrada para o misterioso Reino de Agartha, um
verdadeiro paraíso perdido, cuja busca de forma tão insistente e
determinada, em terras brasileiras, custou pelo menos, uma vida
ilustre: a do famoso coronel inglês Percy H. Fawcett que, no início
do século XX, desapareceu com seu filho Jack Fawcett
misteriosamente no interior da Amazônia Brasileira, sem
deixar o menor vestígio, ver as imagens a seguir:

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Região geográfica onde desapareceu o Cel. Percy Fawcett (1925): entre
Mato Grosso, Rondônia, Bolívia e Peru.

Rota traçada pelo Coronel e explorador inglês Percy Fawcett


(Fonte: Wikipédia)

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O Cel. Fawcett, explorador e iniciado em doutrinas
esotéricas, tornou-se célebre por ter revelado ao Mundo Ocidental
a existência do Templo de Ibez.

Retrato do Coronel, arqueólogo e explorador inglês Percy Harrison


Fawcett (1867-1925/provavelmente), que desapareceu no Estado de
Mato Grosso, quando procurava o portal de entrada para o misterioso
Reino de Agartha ou para o Templo de lbez.

Havendo se embrenhado, em meados de 1919, pelos sertões


dessa lendária região, em 1925 jamais retornou ou enviou
qualquer notícia. Para encontrá-lo foram organizadas muitas
expedições, mas nenhuma delas teve êxito. Não encontraram
Fawcett e, muito menos, quaisquer indícios de que tivesse
morrido. Transformou-se, desde então, numa lenda tão sugestiva,
quanto a paradisíaca cidade de Agartha, ou o Enigmático Templo
de Ibez21, que ele revelou ao Mundo em 1911 e buscou com tanta

21 Agartha e Templo de Ibez seriam vestígios de uma civilização intraterrestre


perdida, composta por supostos descendentes dos Atlantes.

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obsessão. Esse desaparecimento ficou conhecido como o “Enigma
da Serra do Roncador”.

Quadrilátero onde o Cel. Fawcett concentrava as suas buscas quando


desapareceu

Acontece, que o Cel. Percy Fawcett, juntamente com o Prof.


Alberto Childe, diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro,
sabiam da existência de certos vasos muito antigos, recolhidos
nessa região, nos quais havia uma forma avançada de escrita e que
constituíam uma prova insofismável da existência de uma
Civilização Indígena Pré-Cabralina no Brasil, há pelo menos 2.000
anos.

Na Biblioteca Nacional, além da Revista Sciência referente ao


6º ano, publicada em 1922, onde há um artigo relacionado com a
existência e localização desses vasos, há ainda na Seção de Obras
e Documentos Raros, um manuscrito de autoria de um dos

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nossos bandeirantes, que informa o achado de uma Cidade de
Pedra em ruínas nessa mesma Região.

Sabe-se, também, que em 1943, quando se dirigia de avião à


Cidade de Belém, no Pará, o Presidente Getúlio Vargas
vislumbrou um gigantesco clarão sobre esta mesma Serra do
Roncador. Os jornalistas que acompanhavam a comitiva
presidencial registraram o fato, porém não lhe deram maior
importância. E só levaram o Presidente Vargas a sério, quando
este ao retornar ao Rio de Janeiro, determinou a formação de uma
expedição ao Roncador-Xingu, chefiada pelo então Ministro João
Alberto e na qual se engajaram os irmãos Villas-Boas.

Cláudio Villas-Boas um dos sertanistas que participou


desta lendária expedição, quando procurado, quase quarenta anos
depois, para dar a sua versão desse fato, disse ao repórter que o
entrevistou, recordar-se de que para ele e seus irmãos, essa
expedição teve resultados que ultrapassaram a simples intenção
de ocupar e explorar aqueles sertões. Além do contato com todo o
universo cultural de nossos índios, haviam se defrontado em meio
as densas matas daquela inexplorada região, com vestígios e
ruínas de Civilizações desconhecidas, como grandes calçadões e
gigantescas valas em semicírculos, algumas com quilômetros de
extensão, e com mais de 2.000 anos de construção, segundo testes
feitos com carbono 14. E muito mais tempo, segundo outros
pesquisadores.

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Para o ex-sertanista Cláudio Villas-Boas, que conviveu
durante 40 anos com os índios brasileiros, e que juntamente com
os seus irmãos Álvaro, Orlando e Leonardo, trabalharam para a
Fundação Nacional do índio (FUNAI) até se aposentarem, o Oeste
brasileiro, boa parte de Mato Grosso, e notadamente a Amazônia,
eram ricos em ruínas e vestígios de cidades pré-Cabralinas.

Crença de que também participava o professor Henrique


José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose,
falecido em setembro de 1963. O pesquisador e escritor Egon
Schaden cita diversos etnólogos, antropólogos, missionários e
outros pesquisadores como ele próprio, como por exemplo:
Alfred Metraux, Van Deursen, Breysing, Paul Ehrenreich,
Herbert Baldus, Karl Steinen, e tantos outros, cujos relatos
confirmam que os povos antigos do Brasil eram bem
desenvolvidos, não só espiritualmente, como também, em sua vida
material e terrena.

O conhecimento da Botânica, Geologia, Zoologia e


Astronomia, desses primeiros povoadores do nosso Planalto
Central, dos nossos sertões, e da nossa Amazônia, surpreenderia
hoje muitos cientistas. Eles tinham grande semelhança com os
primitivos povos da Caldeia, que viveram há aproximadamente
sete mil anos. E a julgar pelos vasos de cerâmica e outros objetos
encontrados, foram também hábeis artistas na modelagem de
obras de madeira, osso e barro.

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Outro autor de nome Robert Charroux, penetrando nos
domínios de uma Pré-História “Fantástica” que ele constrói à custa
das suas frequentes viagens através de vários países da América
Latina e do Oriente Médio, e de suas investigações paralelas e
marginais à investigação científica do nosso tempo, e que não
raras vezes atingem zonas insuspeitas da “Arqueologia Insólita”;
esse autor, em uma de suas obras publicadas, originalmente, em
francês, em 1967 e, posteriormente, em português, sob título: “o
Livro dos Senhores do Mundo”, pela Livraria Bertrand de Lisboa,
Portugal, dá-nos conta às páginas 159 e 160, que uma espécie de
“sacerdotisa” que se retirou do mundo, para viver nas cavernas da
colina de Chemellier, não longe de Brissac, conhecida como Lola
Rofocale, lhe revelara que: “Instrutores vindos depois do Período
Lemuriano, criaram uma Fraternidade cujo Templo se encontrava
no centro da América do Sul, entre a Bolívia e o Brasil”.

O nome dessa fraternidade era Y.B.H.Z. Isto é, IBEZ, formada


pelos nomes dos instrutores originários de quatro patriarcas:
Yetsira, Briá, Henoch e Zariatnatmir. Este último identificado
como Melquisedech.

Esses instrutores, segundo a “sensitiva Lola Rofocale, teriam


sido os Iniciadores da Raça Negra Lemuriana no culto fálico. Essa
Fraternidade dataria de sete mil a oito mil anos, segundo a
existência de documentos considerados autênticos…”

Ainda de acordo com as suas revelações, a “essa Fraternidade


de Ibez e ao seu Templo, somente teriam acesso aqueles que sabem
passar pelo ‘SAS’ (uma espécie de fenda, por onde o iniciado passa
para um universo paralelo) “.

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Esse mesmo Templo de Ibez foi objeto de um livro, escrito
pelo inglês Timothy Paterson, sobrinho e discípulo do Cel. Percy
H. Fawcett, e cuja tradução em português foi publicada na década
de 80 pela Imery Publicações Ltda. e distribuída pela Catavento
Distribuidora de Livros S.A.

Barra do Garças e Xavantina, duas cidades próximas da Serra


do Roncador, tornaram-se, a partir da divulgação da odisseia do
coronel inglês P. H. Fawcett, e de outros relatos, uma espécie de
Meca dos neoesotéricos de todas as correntes e tipos.
Principalmente, a Cidade de Barra do Garças, onde está sediado o
Monastério Teúrgico do Hierofante do Roncador e viveu o místico
Udo Oscar Luckner (1925-1985), autor de uma série de livros,
como: “Mistérios do Roncador” e a “Fala do Grande Hierofante
do Roncador”, entre outros, nos quais descreve o interior dessa
Serra de forma fantástica.

Ele assegura que a visitou a convite dos seres radiantes que


a habitam. Outros ocultistas asseguram ainda que, da Serra do
Roncador parte um imenso túnel, iluminado por estalactites
superbrilhantes, túnel este que atravessa todo o Brasil, e vai sair
nos altos de Cuzco, no Peru.

Esses mesmos relatos, afirmam que na Serra do Roncador,


existe uma Cachoeira atrás da qual, se abre um túnel brilhante, por
onde se penetra ao seu interior. O fato, é que esse local apresenta
um excepcional centro de força e de energia, cuja origem e
natureza, serão conhecidas ainda no início da atual Era de

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Aquário, após a grande higienização a que se submeterá o nosso
Planeta, e que como dissemos, acarretará uma série de distúrbios
climáticos e geológicos, com a submersão das áreas mais baixas e
mais próximas do litoral, devido ao aumento da temperatura, e do
degelo nas calotas polares, fatos que já começaram a ser
percebidos. Este processo que se iniciou em 1982, muito
sutilmente, será a cada ano mais atuante, só terminando quando
todas as pessoas não espiritualizadas e, portanto, inaptas a
permanecerem na Terra, durante a Era de Aquário,
desencarnarem em massa, a fim de reencarnarem num outro
planeta mais lento e mais primitivo.

Enfim nos dias atuais, fala-se muito sobre “O fim dos tempos”
e as mudanças e transformações que, brevemente, deverão
ocorrer na face da Terra, quando pelo menos dois terços da
humanidade, deverão viver os dias apocalípticos descritos pelos
Profetas e Mestres.

Por viver do diafragma para baixo, ignorar quem realmente


é, e qual o seu papel neste Mundo, o homem ao invés de tornar-se
um canal, por meio do qual possa fluir, livremente, todas as
energias — que promanam do coração do Logos, interrompe a
todo instante o fluxo dessas energias, prejudicando não apenas a
sua própria evolução, como ainda, retardando a de seus
semelhantes, e a do próprio Planeta…

Mas você, meu irmão, que acabou de ler estas páginas, só


continuará adormecido se quiser, ou se preferir servir ao deus do
Mundo ao invés do Mundo de Deus, deixando que o egoísmo, o
ceticismo, a dúvida, e a descrença, se sobreponham ao clamor de

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sua alma, que anseia por vê-lo redescobrir o Divino em si mesmo
e trilhar um novo Caminho cheio de Luz e de Vida! …

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Posfácio

Face à notória antiguidade do conhecimento Hermético e


Esotérico cuja fonte remonta aos recuados tempos da Lemúria e
da Atlântida ninguém, salvo os grandes Avatares e Místicos como:
Zoroastro na Pérsia; Krishna entre os Hindus; Hermes entre os
egípcios; Orpheu entre os gregos; Lao Tsé na China; Buda na
Índia e Jesus na Palestina, além, naturalmente dos Excelsos
Mestres e Seres de Luz, que integram a grande Loja ou
Fraternidade Branca, pode ter a veleidade ou pretensão da
originalidade ou primazia deste Conhecimento.

Portanto, nenhum ensinamento gnóstico ou esotérico que


tenha como fonte ou fundamento esse antigo Conhecimento, pode
ser considerado novo, original ou exclusivo.

Isto significa que, a partir desses grandes Avatares ou


Mestres, todos os demais instrutores e ou autores, que se
ocuparam desse Conhecimento secreto e transcendental, e o
divulgaram através dos Vedas; do Zend-Avesta; do Upa-nishad; do
Zohar; do Orfismo; do Hermetismo; do Taoísmo; da Teosofia, etc.,
nada mais fizeram que repetir fatos e verdades de há muito
estabelecidos.

Assim, à semelhança de todos os autores e escritores que nos


precederam e nos serviram de mestres, fontes de consulta ou
referência, nada mais pretendemos ser, que meros repetidores
desses ensinamentos, sendo de nossa autoria apenas a forma de
interpretá-los e apresentá-los. Ensinamentos que, na maioria das

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vezes apenas esboçamos, com a deliberada intenção de
aprofundá-los em futuras obras…

Acreditamos que com esta ressalva, possamos ter


resguardado a autoria e/ou paternidade de ideias ou conceitos
alheios, que sem nos dar conta, ou inadvertidamente, possamos
ter repetidos sem a devida e indispensável indicação de seus
autores e, que por acaso tenhamos esquecido ou omitido na
Bibliografia indicada, aos quais somos porém, profundamente
agradecidos pela participação, ainda que eventual ou indireta, na
elaboração desta obra.

Somos igualmente reconhecidos aos Excelsos Mestres


Ascensionados: Saint Germain; El Morya; Kuthumi Lal Singh;
Djwal Kuhl, entre tantos outros Exaltados Seres de Luz, graças
aos quais as eternas verdades da Sabedoria Hermética ou
Esotérica, foram colocadas ao alcance de todos aqueles que, com
humildade, sinceridade e pureza de intenções e propósitos,
buscam como nós a Luz Maior…

Porto Alegre, Paralelo 30º Sul,


Maio de 1998,
ano XLIV da Era de Aquário.

O Autor.

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Bibliografia

Observação: A citação dos autores e


obras abaixo relacionados não implica
na aprovação pura e simples de todos
os conceitos emitidos pelos mesmos.

I. — Estrangeiros

— Arroyo, Stephen. Astrology, Psychology, And Four Elements (An Energy


Approach to Astrology & Its Use in The Counseling Arts), 1975.

— Aivanhov, Omraam Mikhael. Le Clé Essentielle Pour Résoudre Les


Problèmes De L' Existance — Éditions Prosveta S.A. — Fréjus, France, 1979.

— Bailey, Alice Ann. The Destiny of the Nations — Lucis Publishing


Company — New York, USA, 1949 — The Cultural Avatar Foundation —
Niteroi/RJ and Educational and Editorial Universality Foundation — FEEU,
Porto Alegre, RS, Brazil, 1985.

— Besant, Annie Wood. The Ancient Wisdom — The Theosophical


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— Charroux, Robert. Le Livre des Maitres du Monde, 1967.

— Hatcher, David Childress. Lost Cities & Ancient Mysteries of South


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— Heindel, Max. Concept Rosacruz of the Cosmos — Rosacruz Fraternity,


USA — and Educational and Editorial Universality Foundation — FEEU,
Porto Alegre, RS, Brazil, 1991.

— Leadbeater, Charles Webster. The Masters and the Path — The


Theosophical Publishing House — Adyar, Madras, India, 1975.

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— Hennig, Richard. Wo Lag Das Paradies? — Berlim, 1950.

— Powell, Arthur E. The Solar System — The Theosophical Publishing House


— Adyar, Madras, India, 1930.

— Schuré, Eduard. Les Grands Inicitiés — Paris, France, 1896.

— Shroeder, Werner. The Man, Its Source, History and Destiny. —


Ascended Masters Teaching Foundation, Mount Shasta Califórnia, USA. —
and Educational and Editorial Universality Foundation — FEEU, Porto
Alegre, RS, Brazil.

— Christiaen, Yves. La Mutation du Monde. (Essai D'Une Nouvelle


Conscience Historique) — Dervy Livres, 1978.

II. — Nacionais

— Al Ahmed. Ciência das Grandezas. (Fascículo) — Fundação Educacional e


Editorial Universalista — FEEU

— Auriel Aldomando. A Iniciação Maçônica ou A Grande Busca in Jornal


Paralelo, Ano I, nºs 9 e 10 — Editorial Agartha.

— Bérni, Duílio Lena. Brasil, Mais Além! — FEB, 1979.

— Campos, Humberto de & Xavier, Francisco Cândido. Brasil, Coração do


Mundo, Pátria do Evangelho. (Obra mediúnica) — FEB, 1938.

— Lampião, Edenilton. Mistério e Fascínio na Serra do Roncador in Revista


Planeta, nº 101, fevereiro de 1981, Págs. 10 e 11. São Paulo.

— Rubbo, Domingos. Ensinamentos Esotéricos proferidos em Palestras


Semanais no Grupo de Estudos Serpente de Bronze, 1989-1992.

— Sing, Chian. Mistérios e Magias do Tibete — Fundação Educacional e


Editorial Universalista — FEEU, 1978.

— Fundação Educacional e Editorial Universalista — FEEU e Ponte Para a


Liberdade. Discursos, Ensinamentos e Mensagens dos Seres de Luz e

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Mestres Ascensionados da Grande Loja ou Fraternidade Branca publicados
de 1964 a 1994.

— Fundação Cultural Avatar, Niterói, RJ em parceira com a Fundação


Educacional e Editorial Universalista — FEEU, Porto Alegre, RS. Boletins
Mensais de Ensinamentos Esotéricos, 1974-1985.

— Grupo Avatar no Brasil ou Grupo Avatárico & Fundação Educacional e


Editorial Universalista — FEEU Boletins trimestrais de divulgação dos
Ensinamentos e Discursos dos Mestres da Sabedoria, nos anos de 1988-
1995.

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Sumário

Capa da 1ª Edição do Livro de Waldyr Rocha............................ 2


A Alquimia do Ser ................................................................................... 3
Créditos ................................................................................................. 4
Apresentação da Obra ............................................................................ 5
Apresentação do Autor ............................................................... 6
Advertência ................................................................................ 8
Dedicatórias ......................................................................................... 11
In Memoriam ....................................................................................... 12
Prefácio ............................................................................................... 13
Capítulo I. A Busca do Autoconhecimento............................................ 16
Unidade 1. O homem diante de Si Mesmo, da Vida e do Infinito ....... 17
Unidade 2. As características e o comportamento do homem
contemporâneo .................................................................................. 32
Unidade 3. O homem como um ser essencial e originalmente
cósmico .............................................................................................. 49
Capítulo II. O homem à luz da Bíblia, da Ciência e da Filosofia
Hermética ............................................................................................ 69
Unidade 4. A Alquimia como ciência ou Arte Sagrada ........................ 70
Unidade 5. A Jornada Involutiva-Evolutiva da Terra e de sua
Humanidade ..................................................................................... 101
Unidade 6. A Grande Loja ou Fraternidade de Adeptos, Mestres e
Seres de Luz que rege a Evolução Humana ....................................... 137
Primeiro Raio .......................................................................... 142
Segundo Raio .......................................................................... 144
Terceiro Raio........................................................................... 146
Quarto Raio ............................................................................ 150
Quinto Raio............................................................................. 151
Sexto Raio ............................................................................... 152

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Sétimo Raio............................................................................. 154
Mestres da Raça Humana ....................................................... 155
Capítulo III. A Magna Obra de Nossa Alquimia Interior ....................... 191
Unidade 7. A necessidade de nos mantermos em sintonia com o
infinito .............................................................................................. 192
Unidade 8. A necessidade de nos transformarmos em canais das
energias divinas ................................................................................ 219
Caminhada Interna ................................................................. 231
Unidade 9. Deus, o Grande Enigma na razão e na consciência
humana ............................................................................................ 256
Capítulo IV. Da Alquimia do Ser à Alquimia do Mundo ....................... 289
Unidade 10. Um novo Céu e uma Nova Terra .................................. 290
Unidade 11. O Brasil como a Grande Nação do 3º Milênio............... 303
Posfácio ............................................................................................. 323
Bibliografia ........................................................................................ 325
I. — Estrangeiros .............................................................................. 325
II. — Nacionais .................................................................................. 326
Sumário ............................................................................................. 328

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