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REVISÃO A2 DIREITOS REAIS

Direitos Reais (art. 1.225, CC)

Estão expressamente previstos no art. 1.225 do CC (13 espécies). Esses direitos reais obedecem
ao princípio da tipicidade das formas, vale dizer que só será direito real aquilo que a lei
expressamente determinar.

- Todos eles têm uma ligação expressa com o direito de propriedade.


- Princípio da Tipicidade: não é possível constituir direitos reais diferentes dos previstos na lei.

Classificação dos direitos reais - os direitos reais se classificam em dois grupos:

A) Real em coisa própria: grupo formado apenas pela propriedade.  Único direito real em coisa
própria.

B) Real em coisa alheia: grupo formado pelos demais direitos reais. Os direitos reais em coisa
alheia se classificam em três grupos:

B1) Gozo ou fruição: direito de superfície (direito de laje), servidões, usufruto, uso, habitação,
concessão de uso especial para fins de moradia e concessão de direito real de uso;

B2) Reais de garantia (toda coisa que garante o recebimento ao credor): penhor, hipoteca e
anticrese;

B3) Real de aquisição: direito do promitente comprador do imóvel e alienação fiduciária (art. 1.361,
CC).

 Segundo a doutrina, o direito de laje é considerado um direito de superfície.

Direito de Propriedade

Conceito: é um direito real pelo qual seu titular tem amplos poderes sobre a coisa. Tais poderes
amplos estão previstos no art. 1.228 do CC e são os seguintes (G.R.U.D.):

Usar – utilizar a coisa de acordo com a sua finalidade;


Gozar – tirar frutos da coisa;
Dispor – fazer o que quiser com a coisa;
Reivindicar a coisa – persegui-la onde quer que ela esteja.

Estrutura do direito de propriedade

a) Estrutura interna - função econômica: gozar, usar e dispor.

b) Estrutura externa - função jurídica: reaver ou perseguir a coisa (direito de sequela).

Função social da propriedade

Toda propriedade precisa cumprir uma função social, ou seja, ser útil para o proprietário e também
para a coletividade. A propriedade pode ser rural ou urbana.
A propriedade urbana, cumpre sua função social quando atende as exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas em seu plano diretor, conforme disposto no art. 182, § 2º da CF;

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A propriedade rural cumpre sua função social quando atende aos requisitos previstos no art. 186
da CF.

Limitações ao direito de propriedade

A Constituição Federal no art. 5º, traz como cláusulas pétreas o direito de propriedade, sua função
social e seu perdimento em caso de desapropriação, in verbis:

XXII - é garantido o direito de propriedade;


XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição;

Desapropriação: é a transferência compulsória da propriedade do particular para o poder público,


mediante o pagamento justo e prévio de indenização em dinheiro. Pode ocorrer nos seguintes
casos:

a) Por necessidade pública – ocorre nos casos de caráter urgente, vale dizer que se a
desapropriação não ocorrer em dado momento específico, os prejuízos serão irreparáveis ao
interesse público.

b) Por utilidade pública – ocorre para concretizar ações que terão reflexo na comodidade e
utilidade coletivas, ou seja, sua implementação deve ser oportuna e conveniente ao interesse
público (art. 2º, Decreto-Lei nº 3.365/41).

c) Por interesse social - visa melhorar a vida em sociedade, na busca da redução das
desigualdades (art. 2º, Lei nº 4.132/62).

d) Judicial, posse-trabalho ou posse prolabore – instituto que autoriza determinado número de


pessoas a obterem a propriedade, desde que construam sua moradia e efetuem benfeitorias de
caráter social e cultural produtivo, exercendo a posse em conjunto de determinada área, por 5
(cinco) anos (art. 1.228, §§ 4º e 5ª, CC).

Características da propriedade

a) Complexidade - trata-se de um direito complexo, vez que a propriedade é a soma das quatro
faculdades do proprietário (G.R.U.D.) ou das duas do possuidor (apenas Gozar e Usar).

b) Direito absoluto – vez que o proprietário pode dispor da coisa do jeito que lhe aprouver e também
pode exercer sua propriedade erga omnes (contra todos).

c) Perpetuidade – enquanto que os direitos de credito prescrevem, os direitos de propriedade


duram para sempre, inclusive transferem-se aos herdeiros.

 A propriedade não se estingue pelo seu não-uso por parte do proprietário, e sim pelo uso
por terceiros (usucapião).

d) Exclusividade – o proprietário pode proibir que terceiros se serviam do seu bem, ou seja, cada
propriedade presume-se que tenha um só dono que a exerce com exclusividade.

 Exceção: o condomínio, por ter vários coproprietários.

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e) Elasticidade – a propriedade se contrai e se dilata em suas quatro faculdades, ou seja, ela é
elástica como uma sanfona. Exemplo: proprietário (locatário) alugar seu imóvel a terceiro
(locador).

Espécies de propriedade

1) Quanto à extensão:

a) Plena e exclusiva – é aquela em que o proprietário tem as quatro faculdades (G.R.U.D.)


concentradas em suas mãos sem nenhuma restrição (art. 1.231, CC).

b) Limitada ou restrita – é aquela em que o proprietário sofre restrições no exercício das quatro
faculdades. Exemplo: imóvel gravado com ônus real, hipoteca, penhor ou usufruto.

2) Quanto a duração:

a) Perpétua – é aquela propriedade de duração ilimitada, ou seja, o proprietário poderá exercer


suas faculdades perpetuamente (enquanto viver).

b) Resolúvel – é aquela que se resolve, ou seja, pode ser extinta após cumprida determinada
condição ou passado certo tempo. Exemplos: retrovenda (art. 505, CC), alienação fiduciária (art.
1.361, CC) e fideicomisso (arts.1.951 ao 1.953, CC).

Fideicomisso (arts.1.951 a 1.953, CC): Instituto pelo qual o herdeiro ou o legatário tem a
obrigação, de depois de certo tempo, transferir a herança ou o legado a terceiro. Possui quatro
sujeitos ou elementos:

- Fideicomitente: é o testador falecido.


- Fiduciário: é o detentor da propriedade resolúvel (temporária).
- Fideicomissário: é o concepturo (que ainda não foi gerado) e receberá a propriedade em definitivo.
- Fideicometido: é o objeto (a propriedade resolúvel).

Extensão da propriedade (arts. 1.229 e 1.230 do CC, art. 176, CF): até onde vai o poder do dono
sobre a coisa.

Bem móvel: o poder do dono vai variar de acordo com o tamanho da coisa, para o dono é fácil
identificar seu bem no espaço.

Bem imóvel: torna-se necessário uma análise quanto a extensão horizontal e vertical:

a) Limite horizontal – terá como limite muros, cercas, rios, acidentes geográficos, etc.

b) Limite vertical – segundo os romanos quem é dono do solo, também é dono do céu e do inferno.
A legislação atual buscou limitar esse alcance e passou a entender que deve predominar a
razoabilidade, bom senso e atualidade prática, vale dizer que o limite vertical será a altura e a
profundidade uteis ao exercício da propriedade (art. 176, § 2º, CF e arts. 1.229 e 1.230, CC).  A2!

Modos de Aquisição da Propriedade  A2!

a) Originária: quando é adquirida sem vínculo com o dono anterior, nesse caso a propriedade será
plena, ou seja, sem nenhuma restrição.

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Ex. Acessão (criado dentro da propriedade); usucapião (ocupação a partir de coisa abandonada).

b) Derivada: ocorre quando a aquisição é oriunda de um negócio jurídico, ou seja, decorre de um


vínculo jurídico anterior com o antigo proprietário. Nesse tipo de aquisição o novo proprietário vai
adquirir nas mesmas condições do proprietário anterior.

Ex. Se compro uma casa hipotecada, vou responder perante o banco. Se herdei uma casa com
servidão de vista, terei de respeitar essa servidão (não pode construir andar superior pois perderia
a vista gravada com servidão).

b.1) Formas de aquisição derivada: sucessão hereditária, contrato de compra e venda com seu
respectivo registro.

 Registro: forma de aquisição da propriedade imóvel (casa, terreno, aparamento).


 Tradição: forma de aquisição da propriedade móvel (bens em geral).

Formas de Aquisição da Propriedade Imóvel

1) Registro do título (arts. 1.245 e 1.246, CC): adquire-se a propriedade imóvel registrando-se o
contrato (de compra e venda ou de doação) no cartório de registro de imóveis. Esse registro ocorre
quando o agente do cartório, mediante apresentação do título de transferência, prenotar no
protocolo.

Registro do imóvel = apresentação do título + oficial de registro prenotar o título.

 Não confundir cartório de notas com cartório de registro de imóveis.


 Documento público: é aquele realizado em sua totalidade pelo funcionário do cartório.
 Documento particular: é aquele realizado de forma total ou parcial pelos particulares
interessados.

2) Acessão (art. 1.248, CC): é o direito em razão do qual o proprietário de qualquer bem adquire
também a propriedade de todos os acessórios que a ele aderem. É uma modificação quantitativa
ou qualitativa, isto é, o aumento do volume ou do valor do objeto da propriedade. Assim, o
proprietário de determinado terreno marginal a um rio adquire a propriedade dos depósitos de terra
que forem acrescidos pelas águas, ou dos frutos produzidos nele, isto é, de tudo que se incorpora
natural ou industrialmente ao seu terreno. (DINIZ, GOMES e SILVA).

a) Formação de ilhas (art. 1.249, CC) pertencem aos proprietários ribeirinhos conforme disposto no
referido artigo;

b) Aluvião (art. 1.250, CC): é o acréscimo lento e contínuo de um terreno ribeirinho, nesse caso
esse aumento passa a fazer parte da propriedade do dono do terreno;

c) Avulsão (art. 1.251, CC): ocorre com o deslocamento brusco de uma porção de terra que se
destaca de um prédio (qualquer terreno) para se juntar a outro, nesse caso esse pedaço de terra
pertencerá ao dono do terreno que se juntou, entretanto, ele terá de indenizar o antigo proprietário
desse terreno, apenas se for cobrado dentro do prazo de 1 ano;

d) Abandono de álveo (art. 1.252, CC): acréscimo de terreno criado por leito de rio que secou,
passa a pertencer aos proprietários ribeirinhos das duas margens, não cabe indenização;

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e) Construções e plantações (arts. 1.253 a 1.259, CC): a regra é que o bem acessório segue o
principal, logo toda construção ou plantação em um determinado terreno, presume-se que seja do
proprietário do terreno.

i) Se o dono do terreno utilizar material alheio para construir/plantar no seu próprio terreno
(art. 1.254, CC):

- Ele adquire a propriedade do que construiu ou plantou, entretanto, se ele agiu de má-fé além de
pagar pelo material utilizado (sempre), também deverá pagar perdas e danos ao dono do material.

ii) Se terceiro construir/plantar em terreno alheio (art. 1.255, CC):

- Ele agiu de boa-fé: perderá em proveito do legítimo proprietário o que construir/plantar, entretanto
terá direito de ser indenizado por tudo o que gastou, para evitar o enriquecimento ilícito;
- Ele agiu de má-fé: perderá tudo o que construir/plantar em favor do legítimo proprietário.

iii) Se a construção exceder consideravelmente o valor do terreno (art. 1.255, § único, CC):

- Se constituiu de boa-fé: torna-se dono da construção e do solo, desde que indenize o dono da
terra;
- Se construiu de má-fé: perderá o imóvel sem direito a indenização.

3) Usucapião ou prescrição aquisitiva: é a aquisição da propriedade móvel ou imóvel pela posse


prolongada e ininterrupta durante o prazo legal e desde que cumpridas determinadas condições:

- Posse mansa e pacífica: que não está sendo demandada em juízo.


- Posse exercida com animus domini: com intenção de ser dono.
- Posse por certo tempo previsto em lei: varia com o tipo de usucapião.

a) Usucapião ordinária (art. 1.242, CC): tem como requisitos a posse contínua, exercida de forma
mansa e pacífica pelo prazo de 10 (dez) anos, o justo título e a boa-fé, reduzidos para 5 (cinco) no
caso de o imóvel "ter sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante em cartório,
cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou
realizado investimentos de interesse social e econômico" (§ único).

b) Usucapião extraordinária (art. 1.238, CC): tem como requisitos a posse ininterrupta pelo prazo
de 15 (quinze) anos, exercida de forma mansa e pacífica com ânimo de dono, que poderá ser
reduzido para 10 (dez) anos nos casos em que o possuidor estabelecer no imóvel a sua moradia
habitual ou nele tiver realizado obras e serviços de caráter produtivo.

c) Usucapião rural (art. 1.239, CC): também denominado pró-labore, tem como requisitos a posse
como sua, por 5 (cinco) anos ininterruptos e sem oposição, de área rural não superior a cinquenta
hectares, desde que já não seja possuidor de qualquer outro imóvel, seja este rural ou urbano.
Ainda apresenta como requisito o dever de tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua
família (pró-labore), tendo nela sua moradia.

d) Usucapião urbana (art. 1.240, CC): também denominado de pro-misero ou pró-moradia, tem
como requisitos a posse sem oposição de área urbana de até duzentos e cinquenta metros
quadrados por 5 (cinco) anos ininterruptos, utilizando-a como moradia sua ou de sua família, sendo
vedada a posse de qualquer outro imóvel.

Ação de usucapião (art. 1241, CC): deve ser proposta pelo atual possuidor do imóvel, que fará
juntar a inicial a planta da área usucapienda e a sentença que a julgar será registrada, mediante

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mandado, no respectivo Registro de Imóveis, sendo certo que a intervenção do Ministério Público
será obrigatória. Tem natureza declaratória, devendo ser ajuizada no foro da situação do imóvel,
que será minuciosamente discriminado na inicial.

 Em qualquer das formas de aquisição da propriedade faz-se necessário o registro no


Cartório de Registros de Imóveis que criará um prontuário do imóvel com todas as
informações pertinentes sobre o mesmo.

Conteúdo A2: propriedade (6 questões objetivas e 3 dissertativas).

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