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FACULDADE DE ENGENHARIA
(56 páginas)
Quando forças exteriores actuam sobre corpos, barras estruturais e estruturas, estas
deformam-se e as forças (e outras acções) exteriores realizam trabalhos que deverão satisfazer
o princípio geral da conservação da energia (PCE). Segundo o PCE as energias de todas as
fontes (ou origens) antes e após actuação das acções são iguais. Isto é: Para qualquer Sistema
a energia total (de origem mecânica e não-mecânica) é constante ou conservativa. Assim, a
energia ou trabalho (externo) realizado pelas acções actuantes directamente aplicadas (e
portanto conhecidas) sobre estruturas inicialmente em repouso e sem tensões iniciais
(residuais) através dos correspondentes deslocamentos generalizados dos seus pontos de
aplicação (ou planos de acção, no caso de momentos exteriores aplicados) e também por
eventuais reacções dos apoios através de assentamentos e/ou rotação dos apoios é igual à
energia ou trabalho induzido no sistema pela transformação do seu estado inicial e portanto
associado ao desempenho do corpo ou estrutura. Genéricamente, energia antes (de todas as
fontes) é igual a energia após (de todas as fontes).
A energia após (de todas as fontes) é habitualmente um somatório de parcelas (das referidas
fontes), que podem ser nomeadamente: energia potencial elástica (de deformação e/ou
distorção do Sistema ou Estrutura) ou energia interna de deformação; energia cinética da
Estrutura associada à sua dinâmica ou vibrações; energia de dissipação por atrito externo nos
apoios reais da Estrutura ou no meio envolvente fluido da Estrutura (por exemplo, estrutura
parcialmente submersa ou imersa num fluido: estruturas navais, estruturas offshore, estruturas
aeronáuticas e astronáuticas) e causando amortecimento de vibrações; energia de dissipação
por atrito interno entre partículas do material da Estrutura durante deformação plástica,
viscosa, etc, libertando calor; energia de radiação infra-vermelha (térmica) e/ou electro-
magnética; energia sonora associada a algum ruído ou emissão sonora gerado na estrutura
pelas acções ou como consequência de deformações/distorções (que até pode ser utilizado
como método de monitorização estrutural); etc.
Embora para estruturas devidamente apoiadas não haja em geral (exceptuando a situação da
acção sísmica ou similar) movimentos de corpo rígido (e portanto não se aplicando as
expressões da Mecânica dos Corpos Rígidos associadas às cinéticas de translação e rotação do
seu centro de massa), poderão contudo ocorrer vibrações.
Da Mecânica dos Meios Contínuos (e/ou eventualmente da Resistência dos Materiais) sabe-se
que
U=
1
∫ (σ x ε x + σ y ε y + σ z ε z + τ xy γ xy + τ yz γ yz + τ zxγ zx ) dV = ∫ σ T ε dV
1
(1)
2 V 2 V
Como pela lei de Hooke generalizada para materiais elásticos lineares as extensões e
distorções são expressas em termos das tensões por
σx σ y +σ z σx σ y +σ z
ε x = −ν = −
E E E mE
ε σy σ +σ x σ σ +σ x
−ν z
y
= = − z
y E E E mE
σ x +σ y σ z σ x +σ y
ε σz
= −ν = −
z E E E mE
γ E mE
= τ ij / G sendo G = = e o coeficiente de Poisson ν = 1 / m
ij 2(1 + ν ) 2(1 + m)
obtém-se
ν
U=
1
2E ∫ ( )
σ x2 + σ y2 + σ z2 dV − ∫ (σ xσ y + σ yσ z + σ zσ x ) dV +
E
1
2G ∫
(
τ xy2 + τ yz2 + τ zx2 dV )
Das relações anteriores entre extensões e tensões resulta que o 1º invariante do tensor das
deformações (I ε = ε x + ε y + ε z ) está relacionado com o 1º invariante do tensor da tensões
I σ 2ν I σ 1 − 2ν m−2
(I σ = σ x + σ y + σ z ) através de I ε = ε x + ε y + ε z = − = Iσ = Iσ .
E E E mE
1 − ν 2 ν (1 + ν ) ν (1 + ν )
T
ν (1 + ν ) 1 − ν ν (1 + ν )
2
σ x ν (1 + ν ) ν (1 + ν ) 1 − ν 2 ε x
σ y = E ε y
σ 1(1 − ν ) + (− ν )ν (1 + ν ) + (− ν )ν (1 + ν ) ε
2
z z
T T
1 − ν ν ν 1 − ν ν ν
(1 + ν ) ν 1 − ν ν (1 + ν ) ν 1 − ν ν
ε x ε x
ν ν 1 − ν ν ν 1 − ν
= E ε y = E ε y
1 − ν − 2ν (1 + ν )
2 2
ε [
(1 + ν ) (1 − ν ) − 2ν 2
] ε
z z
σ x (1 − ν )ε x + ν (ε y + ε z ) (1 − ν )ε x + ν (ε y + ε z )
−E − 2 G (1 + ν )
σ y = (1 − ν )ε y + ν (ε z + ε x ) = (1 − ν )ε y + ν (ε z + ε x )
σ 2 (ν − 1 / 2)(ν + 1) (1 − ν )ε + ν (ε + ε ) 2 (ν − 1 / 2)(ν + 1) (1 − ν )ε + ν (ε + ε )
z z x y z x y
(ν − 1)ε x − ν (ε y + ε z ) G
1 (1 − m )ε − (ε + ε )
x y z
G
= ( ) ( )
ν − 1 ε y −ν ε z + ε x =
m
1 − m ε y − ε z + ε x )
( ) (
(ν − 1 / 2) 1 1
(ν − 1)ε z − ν (ε x + ε y ) m − 2 (1 − m )ε z − (ε x + ε y )
G
1 (1 − m )ε x − (ε y + ε z ) (1 − m )ε x − (ε y + ε z )
2 G
(1 − m )ε y − (ε z + ε x ) = (1 − m )ε y − (ε z + ε x )
= m
1 2−m 2−m
(1 − m )ε z − (ε x + ε y ) (1 − m )ε z − (ε x + ε y )
m 2
Iσ = σ x + σ y + σ z =
2G
[(1 − m ) − 2](ε x + ε y + ε z ) = 2G (m + 1)I ε = mE I ε
2−m m−2 m−2
Para barras estruturais ‘peças lineares’, como as tensões normais são devidas a esforços axiais
N e a momentos flectores M e as tensões tangenciais são devidas a esforços transversos T e a
momentos torçores Mt , a expressão (1) assume a forma seguinte por aditividade dos campos
de tensões e de deformações correspondentes (isto é, indirectamente por aplicação do
princípio de sobreposição dos efeitos PSE):
U=
1
2 ∫L ∫A
[( )( ) ( )( ) (
σ zN + σ zM ε zN + ε zM + τ zxT + τ zxM t γ zxT + γ zxM t + τ zyT + τ zyM t γ zyT + γ zyM t )( )] dA dz
( )( )
De facto do produto σ zN + σ zM ε zN + ε zM resultam os 4 termos seguintes:
σ zN ε zN + σ zM ε zM + σ zM ε zN + σ zN ε zM
1442443
aparente acoplamento entre
campos de tensões e deformações
de origens distintas
( )( )
Do produto τ zxT + τ zxM t γ zxT + γ zxM t resultam 4 termos, 2 dos quais τ zxT γ zxM t + τ zxM t γ zxT . E finalmente
do produto (τ T
zy + τ zyM t )(γ T
zy + γ zyM t) resultam 4 termos, 2 dos quais τ zyT γ zyM t + τ zyM t γ zyT . Estes 6
∫σ ε zM dA avaliado para
N
Para demonstração das conclusões anteriores considere-se o termo z
A
N Mx N (z ) M x (z )
∫σ ε zM dA = ∫ y dA = ∫ y dA ≡0
N
Assim
A( z ) EI ( z )
z
A A EI A
123
0 , porque eixo baricêntrico
∫σ ε z = ∫ σ z ε zN = ∫ σ zM ε zN ≡ 0
N My My
De igual modo z
x
dU T =
1
2A∫ ( ) 1
2A
( 1
)
τ zxT γ zxT + τ zyT γ zyT dA dl = ∫ τ T γ T dA dl = (T γ m ) dl
2
1 Ty
=
1
2
[ ]
T
Tx γ xm + T y γ ym dl = Tx x + T y
2 GArx
dl
GAry
dU M t =
1
2A∫ ( ) 1 1 M
τ zxM t γ zxM t + τ zyM t γ zyM t dA dl = ∫ τ M t γ M t dA dl = ∫ t r θ r dA dl
2A 2A J
1 1 1
= M t θ ∫ r 2 dA dl = M t θ dl
2 J A 2
dU TM t =
1
2 ∫A
( )
τ zxT γ zxM t + τ zyT γ zyM t + τ zxM t γ zxT + τ zyM t γ zyT dA dl ≡ 0
1444444424444444 3
0
Logo:
1
U = ∫ ∫ σ dA dz
My My
ε
N N
+ σ ε
Mx Mx
+ σ ε z + τ zxT γ zxT + τ zyT γ zyT + τ zxM t γ zxM t + τ zyM t γ zyM t
2 L A { { { { {{
z z z z z
N N Mx
y
Mx
y
My
x
My
x
A EA Ix EI x Iy EI y
e finalmente, por substituição dos valores anteriores e atendendo aos conceitos de momentos
de inércia relativamente aos eixos seccionais x e y, resulta:
1 N 2 M x2 M y M2
2
Tx2 T y2
U= ∫ + + + + + t dz
2 L EA EI x EI y GArx GAry GJ
4. TEOREMA DE CLAPEYRON
δi Pi Pi
δi
δi
As acções cargas pontuais podem crescer lentamente de modo monotónico linear, de zero até
ao valor final, através do parâmetro α ∈[0,1] mas com α = 1 e portanto (Pi )final = 1 × Pi = Pi ,
n 1 1 n
( P )
∑ 2 i final i 2 ∑ Pi δ i
δ =
i =1 i =1
We = 1
n n n n
α 2 1 n
( )
1 1 1
∑ ∑ ∑
∫0 dP δ i = ∫0 i genérico i
P instante δ dα = Pi δ i ∫ α dα = ∑ Pi δ i = ∑ Pi δ i
i =1 i =1 i =1
0
i =1 2 0 2 i =1
1
Em qualquer dos casos: U = We = ∑ Piδ i
2 i
Esta expressão constitui uma versão analítica do Teorema de Clapeyron, segundo o qual: O
trabalho realizado por forças exteriores actuando estaticamente sobre um corpo elástico
(estrutura elástica) é independente da ordem de aplicação das forças, e vale metade da soma
dos produtos do valor final da força pelo valor final do deslocamento do seu ponto de
aplicação (avaliado na sua direcção e sentido).
Clapeyron é:
1 1
U = We = ∑
2 i
Pi δ i + ∑ M jθ j
2 j
Estas 2 anteriores expressões do Teorema de Clapeyron são válidas quando os apoios são
fixos ou rígidos. Mas se os apoios tiverem movimentos generalizados (ou, assentamentos de
translação e de rotação) então a expressão do Teorema de Clapeyron é agora:
1 1 1
U = We = ∑
2 i
Pi δ i + ∑ M jθ j + ∑ Rk ∆ k
2 j 2 k
1 1
donde resulta ∑F
o
o ∆f o = −∑ Fo d o e portanto
o
∑
2 o
Fo ∆f o = − ∑ Fo d o . O 1º membro
2 o
desta última expressão representa o trabalho interno de deformação elástica da estrutura
sujeita a autotensões ou tensões iniciais ou tensões residuais, expresso de forma alternativa
pelo 2º membro. Assim, o Teorema de Clapeyron para estruturas hiperestáticas sujeitas
exclusivamente a autotensões ou tensões iniciais ou tensões residuais é expresso por:
1
U inicial = U o = − ∑ Fo d o
2 o
z
N
G
R2
1 1
O volume do cone é V = AH = πR 2 H e portanto o peso do cone será PG = γ v V . A área
3 3
z2
da secção à distância z do vértice é A( z ) = A . O esforço axial de compressão por peso
H2
1 z 3 PG z3
próprio nessa secção é N ( z ) = P( z ) = A(z )z γ v = A = PG . Finalmente a
3 3H 2 1 H3
AH
3
energia potencial elástica de deformação da barra cónica é expressa por:
2
1
2 A(z ) z γ v 2
1 N ( z) 1 3 1 1
U= ∫ A(z ) zγ v dz
2E ∫ 2E ∫
dz = dz =
2 L EA( z ) A( z ) 3
2
1 1 PG PG2 A PG2 H
( )
H
= ∫ A z z dz =
(2 E )A H H 2 ∫ z 4 dz =
3 1 AH
2 2
2E 0 10 EA
3
PG2 H 1 P H
Pelo Teorema de Clapeyron We = U = = PG δ y G pelo que δ y G = G .
10 EA 2 5 EA
z P
f f
P/2 l=4 (f/va)
Pelo Teorema de Clapeyron, este valor também será igual ao trabalho externo realizado pela
1
força aplicada a meio vão, e expresso por We = Pf .
2
A flecha f poderá ser determinada pelo 2º corolário dos teoremas de Mohr, pois também será
igual à sobre-elevação dos apoios relativamente à tangente horizontal a meio vão. Assim:
L/2
1 1 L PL 2 L PL3
f = 2 2 4 3 2 = 48EI
PL/4 EI
1 1 PL3 P 2 L3
Portanto, pelo Teorema de Clapeyron, U M = We = Pf = P = . Com os dados
2 2 48EI 96 EI
10 2 x 4 3
do perfil INP-14, obtém-se: U M = ≈ 0.058 kN m = 58 N m = 58 J
96 x 2 x10 8 x 573 x10 −8
2
1 L T2 1 L/2 P P2L
UT = ∫ dz = 2 ∫ dz =
2 0 GAr 2GAr 0
2 8GAr
O factor de corte (‘shear coefficient’), para o cálculo da área reduzida de corte, da secção de
A
perfis I pode ser expresso aproximadamente por χ ≈ sendo b1 a espessura da alma
(b1h )alma
e h a altura total do perfil considerado.
A A A
Com os dados inerentes ao perfil INP-14 obtém-se χ ≈ ≅ 2.3 logo Ar = = ,e
(b1h )alma χ 2.3
O PSE resulta da linearidade e homogeneidade entre causas e efeitos. Não é válido para o
trabalho de deformação de uma estrutura elástica, porque este é uma função quadrática das
forças. Portanto, de um modo geral, o trabalho de deformação devido a várias forças não é
igual à soma dos trabalhos de cada uma actuando separadamente.
(1) (1)
(2) (2)
Q δ2
P1 (3) (3)
δ2 δ 21
δ1
δ2
δ1
1 1 1 1
(We )P +Q = P1δ 1 + Q2δ 2 + P1δ 12
{ (We )Q + P = Q2δ 2 + P1δ 1 + Q2δ 21
123
2 2 U
2 2
12 U 21
= U 1 + U 2 + U 12 = U 2 + U 1 + U 21
O trabalho U12 é designado de trabalho mútuo ou indirecto realizado pelas forças P durante os
deslocamentos produzidos pelas forças Q. Mais geralmente UPQ .
O trabalho U21 é designado de trabalho mútuo ou indirecto realizado pelas forças Q durante os
deslocamentos produzidos pelas forças P. Mais geralmente UQP .
Como o trabalho mútuo ou indirecto devido a estes dois sistemas simples de forças pode ser
positivo, nulo ou negativo, o trabalho total devido a várias forças actuando simultaneamente
poderá ser maior ou menor que a soma dos trabalhos simples considerados por aplicação
isolada sucessiva das forças.
De qualquer modo, se a estrutura elástica com apoios fixos (rígidos) ou elásticos (mas nunca
com deformação inelástica) for sujeita às 2 sequências de carga alternativas P+Q e Q+P, então
o trabalho total para as 2 sequências inversas resulta:
Como nas condições indicadas a estrutura é conservativa, o trabalho total é o mesmo nas 2
situações: (We )P +Q = (We )Q + P .
Com toda a generalidade poder-se-ia provar uma versão alternativa do Teorema de Betti para
uma estrutura elástica sujeita a 2 sistemas de forças P e Q, à custa do Teorema dos Trabalhos
Virtuais. Obter-se-ia a expressão alternativa ∑ Pδ Q = ∑ Q δ P segundo a qual: O trabalho
virtual realizado pelo sistema de forças P através dos deslocamentos (virtuais) devidos às
forças Q, é igual ao trabalho virtual realizado pelo sistema de forças Q através dos
deslocamentos (virtuais) devidos às forças P.
3º exemplo: A figura anexa representa uma viga hiperestática contínua sobre vários apoios.
A B C D
l l l
(VA ) A
δ yB (VB ) B (VB ) A
(VA ) B
6
resulta: − 12 × 6 + (VB )B × 0 = (V A ) A × 0 + (VB ) A × 4 ; obtendo-se V B = 12 × = 18 kN .
4
É um caso particular do Teorema de Betti, que já tinha sido obtido anteriormente (1864) por
Maxwell. Considere-se a estrutura elástica de forma qualquer com apoios rígidos (fixos) ou
elásticos (mas sem deformações inelásticas), sujeita inicialmente a uma força unitária aplicada
no ponto A na direcção α , e posteriormente a uma força unitária em B na direcção β .
A
A
PA=1 δ AB δ AB
α
B
B
δ BA
PB =1
β
β
Este teorema é de grande utilidade em Teoria de Estruturas pois é por seu intermédio que se
justifica teoricamente a simetria da matriz de flexibilidade, isto é, a igualdade dos
deslocamentos (flexibilidades) generalizados δ ij = δ ji inerentes a uma resolução de
Note-se que esta igualdade de deslocamentos deve ser interpretada como uma igualdade de
valores algébricos dos deslocamentos generalizados (flexibilidades) correspondentes, e não
como uma igualdade de conceitos das grandezas estruturais envolvidas.
Recorde-se que no Método das Forças a igualdade δ ij = δ ji ocorre mesmo que os respectivos
∑ (P ) (δ ) = ∑ (P ) (δ )
i A i B i B i A
Se na expressão anterior considerar agora (ao contrário do que fora considerado para o
Teorema de Maxwell) que os deslocamentos são unitários (δ i )B = (δ i ) A = 1 , então resulta
(Pi )A = (Pi )B que constitui a expressão analítica do Teorema Dual de Maxwell (2º corolário do
Teorema de Betti) segundo o qual: A reacção provocada no apoio A por um deslocamento
unitário no apoio B, é igual à reacção provocada no apoio B por um deslocamento unitário no
apoio A.
Este teorema é de grande utilidade em Teoria de Estruturas pois é por seu intermédio que se
justifica teoricamente a simetria da matriz de rigidez, isto é, a igualdade das forças (rigidezes)
generalizadas k ij = k ji inerentes a uma resolução de estruturas hiperestáticas pelo Método dos
Deslocamentos.
7. TEOREMAS DE CASTIGLIANO
Válidos para estruturas elásticas lineares (EL) e estruturas elásticas não-lineares (ENL).
Serão aqui utilizados só para EL, nas versões designadas de (1º) Teorema de Castigliano e de
Inverso do (1º) Teorema de Castigliano.
Pi
ii i
j
Mj
1
U = We = ∑ Piδ i (pelo Teorema de Clapeyron) logo U ≡ U (P1 , P2 ,..., Pn ) ≡ U (Pi )
2 i
∂U
O (1º) Teorema de Castigliano indica que δ i = , ie, o deslocamento generalizado duma
∂Pi
será U 1 = U + dU 1 .
1 1 1 6
2 ª ordem
78 16 78
ª ordem
6≅ dU 2
78
U 2 = dPi dδ i + Pj δ j + dPj δ j = U + dU 2 = U + dPi dδ i + dPi δ i = U + dPi δ i
2 2 23
1 2
U
14442444 3
dU 2
∂U ∂U
Logo dU 1 = dU 2 ⇒ dPi = (dPi )δ i ⇒ δi = .
∂Pi ∂Pi
A independência das cargas sobre a estrutura permite afirmar que a aplicação do Teorema de
Castigliano a um par de forças (ou par de momentos) permite determinar o deslocamento
relativo dos seus pontos de aplicação (ou rotação relativa dos dois planos na secções
∂U ∂U ∂U
consideradas, ou a rotação relativa entre 2 partes): = + = δ 1 + δ 2 = (δ 12 )relativo
∂P ∂P1 ∂P2
P2 =P
δ2
2'
2
δ1
P1 =P 1
1'
No caso particular de estruturas hiperestáticas constituídas por peças prismáticas que sejam
barras lineares:
∂Pi ∂Pi j
j =1 2 j EA EI x EI y GArx GAry GJ
m l j N ( z ) ∂N M ∂M x M y ∂M y T ∂Tx T y ∂T y M t ∂M t
= ∑∫ + x + + x + + dz j
EA( z ) ∂Pi EI x ∂Pi EI y ∂Pi GArx ∂Pi GAry ∂Pi GJ ∂Pi
0
j =1
Mas para estruturas de comportamento elástico linear (EL) supostas sujeitas a acções pontuais
discretas (se as acções forem contínuas substituam-se por inumeras acções pontuais discretas
estáticamente equivalentes, ie, com mesmo vector principal e mesmo momento num ponto
qualquer), N ( z ), M x ( z ), M y ( z ), Tx ( z ), Ty (z ), M t ( z ) são funções lineares das cargas aplicadas Pi .
[Se acções fossem contínuas, tal facto corresponderia a substituir os diagramas contínuos de
N ( z ), M x ( z ), M y ( z ), Tx ( z ), Ty ( z ), M t ( z ) por sucessivas assemblagens ou discretizações de
trechos discretos do tipo trapezoidal, aos quais corresponderia uma poligonal de esforços com
a discretização pretendida].
∂N ∂M x ∂M y ∂Tx ∂Ty ∂M t
Note-se então que = Nu , = M xu , = M yu , = Txu , = Tyu , = M tu
∂Pi ∂Pi ∂Pi ∂Pi ∂Pi ∂Pi
representam gradientes da variação linear dos esforços com a carga generalizada Pi (se acções
contínuas diagramas contínuos, mas supostos discretizados em inúmeros trechos lineares), ou
seja representam esforços generalizados na estrutura por unidade de carga, ou mais
precisamente representam esforços generalizados na estrutura pela actuação de uma carga
adimensional unitária na coordenada generalizada i .
(Note-se que se δ i representar rotação θ i , então essa carga unitária é o momento unitário).
Através desta última definição fica estabelecida a coerência com as expressões resultantes da
aplicação do método das forças (ou da compatibilidade dos deslocamentos) ao cálculo de
deslocamentos de estruturas hiperestáticas.
M x ∂M x M M
Isto é ∫ EIx ∂Pi
ds = ∫ x M xu ds = ∫ x M x ds , e de igual modo para o significado
EI x EI x
estrutural de todos os outros termos ou integrais.
Se na coordenada onde se pretende calcular δ i não existir nenhuma força real, então
considerar aplicada nessa coordenada uma força real infinitesimal (não altera os esforços,
porque infinitesimal) em relação à qual se deriva a energia potencial elástica.
Isto equivale a considerar aplicada nessa coordenada uma força (fictícia ou auxiliar) finita,
formar a energia potencial elástica com os esforços também a ela associados, derivá-la em
ordem à referida força, e posteriormente no resultado fazer tender a referida força auxiliar
para zero.
B y
p x
A z δ yB z
h
b
+
T ( z ) = pz
1
Tu = 1
z2
M ( z ) = − p M u = − z -l
2
-z
l − pz
2 4 2
δy B = ∫
2 EI
(− z ) + pz 1dz = pl + pl = δ M + δ T
0
GAry 8 EI 2GAry
3 pl 4
δ
M =
2 Ebh 3
Secção rectangular
δ h
2
I = bh 3 / 12 ⇒ T = 0.8(1 + ν )
δM l
A ≈ bh pl 2 pl 2
r 1.2 δ T = = 1.2(1 + ν )
E bh Ebh
2
2(1 + ν ) 1 . 2
Assim para peças lineares com l >>> h , por exemplo com ν = 0.25 e l / h = 10 , resulta
δ T / δ M ≅ 1% . Mas para barras curtas, I curtos, consolas curtas, etc δ T / δ M é muito maior.
∂T
T ( z ) = F + p z ∂F = 1
z2 ∂M
M ( z ) = − F z − p = −z
2
∂F
M ∂M T ∂T l − 2 Fz − pz
2
F + pz
(− z) +
L
δ y B = ∫ + dx = ∫ 1dz =
0
EI ∂F GAr ∂F 0
2 EI GAr
l − 2 Fz F l − pz pz
2
pl 4 pl 2
= ∫ (− z) + 1dz + ∫ (− z) + 1dz = + = δ M + δT
0
124EI
4424443
GAr 0
2 EI GAr 8EI 2GAr
Tende para zero, quando F→0
∆1 ∆2
Pelo PCE ou alternativamente pelo TTV, Wext = Wint = U . Expandindo o trabalho interno de
deformação na soma das suas contribuições por deformações flexionais, axiais, transversas e
torçoras, e também através do Teorema de Clapeyron, obtem-se:
1 M2 N2
∑ Pj δ j =U = U M + U N + U T + U M t = ∫ 2EI ds + ∫ 2EA ds + ...... + ......
2 j Estrutura Estrutura
Para estruturas reticuladas de barras não-curtas e/ou de relação apropriada vão/altura (tal que
l / h ≥ 10 ) é habitual ocorrer a aproximação prática U ≈ U M .
M = M1 + M 2 = m1 P1 + m2 P2
{ {
M 1 de P1 unitária M 2 de P2 unitária
∂U ∂U M ∂ M2 M ∂M M M
∆1 =
∂P1
≈
∂P1
=
∂P1 ∫
Estrutura
2 EI
ds = ∫
Estrutura
EI ∂P1
ds = ∫
Estrutura
EI
m1 ds = ∫
Estrutura
EI
M 1 ds
∂U ∂U M ∂ M2 M ∂M M M
∆2 =
∂P2
≈
∂P2
=
∂P2 ∫
Estrutura
2 EI
ds = ∫
Estrutura
EI ∂P2
ds = ∫
Estrutura
EI
m2 ds = ∫
Estrutura
EI
M 2 ds
P1 P2
∆1 ∆2
1 N2 N i2 li
∑ j j
2 j
P δ = U = U N = ∫ 2EA ∑i 2 (EA)i
ds =
Estrutura
∂U ∂U N ∂ N2 N ∂N N N
∆1 =
∂P1
=
∂P1
=
∂P1 ∫
Estrutura
2 EA
ds = ∫
Estrutura
EA ∂P1
ds = ∫
Estrutura
EA
n1 ds = ∫
Estrutura
EA
N 1 ds
∂N i
Ni li
∂ N l 2
∂P1 N n1 l N N1 l
= ∑ i i
= ∑ =∑ =∑
∂P1 i 2 (EA)i i (EA)i EA EA
∂U ∂U N ∂ N2 N ∂N N N
∆2 =
∂P2
=
∂P2
=
∂P2 ∫
Estrutura
2 EA
ds = ∫
Estrutura
EA ∂P2
ds = ∫
Estrutura
EA
n2 ds = ∫
Estrutura
EA
N 2 ds
∂N i
Ni li
∂ N l 2
∂P2 N n2 l N N2l
= ∑ i i
= ∑ =∑ =∑
∂P2 i 2 (EA)i i (EA)i EA EA
∑P δ ∑R = ∑ Pmδ m + TR = δ U = ∫ {
σ ε{ dV
T
m m + n ∆rn
m apoios m V virtual real
( n)
14243
trabalho realizado pelas reacções
( virtuais ) em equilíbrio com Pm ,
através dos deslocamentos reais
TR
∂ ∂ ∂ ∂
∑ Pmδ m + TR = δ i + TR = (δ U ) = ∂ ∫ σ T ε dV
∂Pi m ∂Pi ∂Pi ∂Pi ∂Pi V
14 4244 3
∂ ∂
Provisoriamente a extensão ou variante do 1º TC é expressa por: δ i = ∫
∂Pi V
σ T ε dV −
∂Pi
TR .
1 1 N 2 M x2 M y2 Tx2 T y2 M t2
U = ∫ σ ε dV = ∫
T
+ + + + + ds
2V 2 Estrutura EA EI x EI y GArx GAry GJ
∂U ∂ 1 N 2 M x2 M y2
Tx2 T y2 M t2
∂Pi ∂Pi 2 ∫Estrutura EA EI x EI y GArx GAry GJ
= + + + + + ds
N ( z ) ∂N M x ∂M x M y ∂M y T ∂Tx T y ∂T y M t ∂M t
=∫ + + + x + + ds
Estrutura
EA( z ) ∂Pi EI x ∂Pi EI y ∂Pi GArx ∂Pi GAry ∂Pi GJ ∂Pi
T
∂ ∂σ
= ∫
∂Pi V
σ T ε dV = ∫
V
ε dV
∂Pi
T
∂U ∂ ∂σ
Note-se que = ∫
∂Pi ∂Pi V
σ T ε dV = ∫
V
∂Pi
ε dV . Esta identidade pode ser facilmente
verificada, por exemplo para um corpo elástico ou estrutura com coeficiente de Poisson
E E
ν = 0 , para o qual: σ x = Eε x ; σ y = Eε y ; τ xy = Gγ xy = γ xy = γ xy .
2(1 + ν ) 2
1 σ x σ y 2 τ xy 2
2
U= ∫ + + dV
2 V E E G
∂U σ ∂σ x σ y ∂σ y τ xy ∂τ xy
= ∫ x + + dV
∂Pi V E ∂Pi E ∂Pi G ∂Pi
T
∂σ x ∂σ y ∂τ xy ∂σ
= ∫ ε x +εy + γ xy dV = ∫ ε dV
V
∂Pi ∂Pi ∂ Pi V
∂Pi
∂U ∂
Assim a extensão ou variante do 1º TC é finalmente expressa por: δ i = − TR
∂Pi ∂Pi
Considere-se uma estrutura hiperestática solicitada exclusivamente por acções Forças F (sem
acções Térmicas T, Assentamentos A e Erros de fabrico/montagem E). Sabe-se que
δ Wext = δ Wint = δ U ou seja ∑Pδ = δ U = ∫ σ ε dV .
T
j j
j V
T
∂ ∂ ∂σ ∂U
Do mesmo modo que ∑ Pmδ m = δ i = ∫ σ T ε dV = ∫ ε dV = , também
∂Pi m ∂Pi V V
∂Pi ∂Pi
T
∂ ∂ ∂σ ∂U
∑ Pmδ m = Pi = ∫ σ ε ∫ ε dV =
T
dV = .
∂δ i m ∂δ i V V
∂δ i ∂δ i
∂U
Assim o Inverso do 1º Teorema de Castigliano é expresso pela identidade Pi = .
∂δ i
Note-se que δ i pode ser qualquer deslocamento generalizado (linear e rotação, absoluto ou
relativo) enquanto que Pi pode ser o correspondente esforço generalizado interno ou externo
(axial, transverso e momento; ou, reacções). Realça-se que o Inverso do 1º TC é utilizado no
contexto de uma resolução ou análise estrutural segundo o Método dos Deslocamentos.
É um caso particular do Teorema de Castigliano (e por isso é também por vezes designado de
2º Teorema de Castigliano, porque é corolário do 1º) aplicável a estruturas hiperestáticas
resolúveis pelo Método de Forças (ie, incógnitas hiperstáticas são forças generalizadas),
solicitadas (para já) apenas por acções forças (F).
Então para estruturas hiperestáticas a energia interna de deformação, dependente dos esforços
internos, dependerá também das incógnitas hiperestáticas que condicionam a distribuição dos
referidos esforços internos. Portanto U ≡ U ( X 1 , X 2 ,..., X n ) .
A aplicação do 1º TC aos apoios nas direcções das incógnitas hiperestáticas (ligações
∂U
redundantes ou superabundantes) conduz a: δi = ≡0 ∀ i = 1,2,..., n .
∂X i
Também, as equações de compatiblidade de deformação nas ligações suprimidas (associadas
a uma resolução da estrutura hiperestática pelo método das forças) são expressas por:
δ i = δ i 0 + δ ij X j = 0 ∀ i = 1,2,..., n
Isto significa que quando se deriva e iguala a zero a anterior derivada da energia potencial de
deformação, terá que ser equivalente à equação de compatibilidade do método das forças.
As incógnitas hiperestáticas X i podem então ser determinadas como resultado deste sistema
de n equações e n incógnitas, que constituem as condições necessárias para determinar um
extremo (máximo, mínimo) de U ( X 1 , X 2 ,..., X n ) .
∂U
∂X = 0
δ 1 = 0 1
δ = 0 ∂U
2 =0
⇔ ∂X 2
M M
δ n = 0 ∂U
=0
∂X n
Na engenharia estrutural esse extremo é sempre mínimo (local ou global) porque no domínio
elástico pode-se sempre aumentar U aumentando as forças P e/ou X i .
Nas estruturas EL em que, pelo facto das deformações serem infinitamente pequenas e
proporcionais às forças, as equações de equilíbrio são escritas na configuração de geometria
inicial da estrutura inalterada, o Teorema de Menabrea (TM) é também conhecido por
Teorema da Energia (Potencial) Mínima (TEPM). Note-se todavia que para estruturas ENL
(NL geométrica ou NL material e geométrica) as deformações são inicialmente pequenas mas
não proporcionais às forças (aliás aumentam com as forças), e as equações de equilíbrio são
escritas na configuração de geometria alterada da estrutura. Neste caso o TM (TEPM) já não
é válido mas sim uma sua extensão, designada correntemente de Teorema ou Princípio da
Energia Potencial Total Mínima (PEPTM) que se abordará em disciplinas de pós-graduação
(‘Instabilidade de Estruturas’ por ex., e potencialmente noutras).
Note-se que este TM pode ainda ser objecto de extensões, nomeadamente no caso de
ocorrerem assentamentos de apoio na direcção da incógnita hiperestática relativamente à qual
se realiza o cálculo da derivada da energia potencial interna. Neste caso, pelo Teorema de
Castigliano sabe-se que essa derivada deverá igualar o próprio assentamento. No contexto do
Método das Forças, isto significa que o 2º membro da equação de compatibilidade é de facto
não-nulo, assumindo o valor (+ ou -) do assentamento (sinal depende óbviamente da
correspondência com a incógnita procurada). Portanto neste caso a extensão do TM é o
próprio 1º TC (do qual o TM, na sua versão clássica, é corolário directo). Mas a aplicação
prioritária do TM na resolução de estruturas hiperestáticas é de grande utilidade quando as
referidas estruturas estão exclusivamente sujeitas a acções forças (F).
Designando por X os esforços (de tracção) nas bielas superior e inferior e por X m o esforço
L
X2
cos 30º + (P - 2 X cos 30 ) L = L 4 X 2 + 2 P - 2 X 3 − 2 3
2
∂U ∂
= 2
∂X ∂X EA EA EA 3 2 2
=
L 8 3
+ 6 X − 2 P 3 = 0 ⇒ X =
3 3 P ( )
≈ 0.326 P
EA 3 9+4 3
Xm = P − 2
3P 3 3
= P 1 −
9 4 3 P
= ≈ 0.435 P
( )
9+4 3 2 9+4 3 9+4 3
Note-se que neste exemplo a solução isostática (sem barra do meio, por exemplo) seria
X = P / 3 ≈ 0.577 P , cerca de 32% superior ao maior valor dos esforços da solução
hiperestática e 70% superior ao menor valor dos esforços da solução hiperestática. Esta é uma
das vantagens da estrutura hiperestática face à isostática.
Estes resultados são obtidos sem formalmente utilizar referenciais, diagramas de esforços e
convenções associadas, sobreposições de diagramas homólogos, representação de quantidades
vectoriais, etc. Os objectivos da resolução de estruturas hiperestáticas e pormenorização do
seu comportamento ou desempenho são plenamente alcançados apenas com considerações
energéticas e sua variabilidade (ie, valores das suas derivadas ou gradientes expressas por
determinados integrais extendidos a toda a estrutura), mais precisamente do desempenho do
funcional escalar Energia Interna de Deformação.
A resolução clássica de estruturas hiperestáticas pelo Método das Forças possui reconhecidas
vantagens pedagógicas e técnicas pela visualização das suas diversas etapas e diagramas
(segundo um antigo provérbio chinês: ‘um bom desenho vale mais que mil palavras’), pela
compreensão do conceito de ‘equações de compatibilidade’ e pela compreensão do
significado físico-mecânico-estrutural dos δ ’s que é necessário calcular. É pois um veículo
ou ferramenta estrutural prioritariamente indicada para o ensino e abordagem inicial do
desempenho de estruturas reais hiperestáticas.
A B
VB = X
pz 2 ∂M ( z )
M ( z ) = Xz − =z
2 ∂X
1 L M 2 (z )
2
1 pz 2
U (X ) = ∫
L
2 0 EI
dz =
2 EI ∫
0
Xz −
2
dz
∂U
Pelo TM sabe-se que =0 é equivalente a δ B ≡ δ B 0 + δ B1 X ≡ 0 , equação de
∂X
compatibilidade que permite determinar a incógnita hiperestática X, pelo que:
∂U L M ∂M 1 L pz 2
=∫ dz = ∫ Xz − z dz ≡ 0
∂X 0 EI ∂X EI 0
2
L
1 z 3 pz 4 L3 pL4 3 pL
= X − ≡0 → X − =0 → X =
EI 3 8 0 3 8 8
∂U ∂U L M (z ) L M ( z ) ∂M
Pelo 1º TC δ i = → θB = =∫ M u dz = ∫ dz
∂Pi ∂M B 0 EI 0 EI ∂M B
pz 2 3 pL pz 2
M ( z ) = Xz − = z−
2 8 2
p 1
Com o primeiro sistema base será M u = 1 .
1 z
l
1 l 3 pLz pz 2 1 3 pLz 2 pz 3 pL3
θB =
EI ∫0 8 − 2 1 dz =
EI 16
− =
6 0 48 EI
1
z
Com o segundo sistema base será M u = 1 − .
L 1
1/l
1/l
1 L 3 pL pz 2 z pL3 L 3 pz
2
pz 3
θB =
EI ∫
0
8
z− 1 − dz =
2 L
− ∫
48 EI 0 8
− dz
2 L
L
pL3 3 pz 3 pz 4 pL3 pL3
= − − = −0 =
48 EI 24 8 L 0 48 EI 48 EI
Com o terceiro sistema base (hiperestático, mas de solução conhecida pelo Método das
3z
Forças, Método dos Deslocamentos e/ou Método de Cross) será M u = 1 − .
2L
p 1
A
1.5/l
1/2
1
1.5/l
1 L 3 pL pz 2 3z pL3 L 9 pLz 2 3 pz 3
θB =
EI ∫
0
8
z− 1 −
2 2 L
dz = + ∫ −
48 EI 0 16 L
+
4 L
dz
L
pL3 9 pz 3 3 pz 4 pL3 pL3
= − − = − 0 =
48 EI 16 × 3 16 L 0 48 EI 48 EI
pz 2 3 pL pz 2 ∂M ( z )
M ( z ) = Xz − + MB = z− + MB =1
2 8 2 ∂M B
2º Pelo Teorema de Castigliano, resolva a mesma viga hiperestática anterior para determinar
a reacção do apoio simples em B.
px 2 px 2
M ( x ) = RB x − = X x−
2 2
∂U ∂ M 2 (x ) 1 ∂M ( x )
∫0 2EI dx = 2EI 2∫0 M (x ) ∂RB dx
l l
δ yB = =
∂R B ∂R B
1 ∂M ( x ) 1 px 2
M (x )
l l
δ yB =
EI ∫
0 ∂X
dx =
EI ∫0
X x −
2
x dx
l
1 x 3 px 4 1 l 3 pl 4
= X − = X −
EI 3 8 0 EI 3 8
3 pl
Como δ y B ≡ 0 ⇒ X = , conforme anteriormente obtido.
8
3º Pelo Teorema de Castigliano, provar que o esforço transverso não provoca rotações das
secções rectas em torno do eixo de peças prismáticas.
Para provar esta afirmação considere-se a barra real sem momento torçor actuante Mt=0.
Pelo 1º TC
∂U N ∂N M x ∂M x M y ∂M y Tx ∂Tx T y ∂T y M t ∂M t
∂Pi ∫Estrutura EA ∂Pi EI x ∂Pi
= + + + + + ds
EI y ∂Pi GArx ∂Pi GAry ∂Pi { GJ ∂Pi
0
Para provar que possa existir rotação das secções em torno do eixo da peça barra prismática,
aplicar em qualquer secção a carga unitária ‘momento torçor unitário’ M tu = 1 ≡ Pi . Esta
carga unitária só vai criar momentos torçores nas diferentes secções da barra, e portanto:
∂N ∂M x ∂M y ∂Tx ∂T y ∂N ∂M x ∂M y ∂Tx ∂T y
= = = = ≡ = = = = ≡0
∂Pi ∂Pi ∂Pi ∂Pi ∂Pi ∂M tu ∂M tu ∂M tu ∂M tu ∂M tu
∂U
De δ i = resulta:
∂Pi
∂U N Mx My Tx Ty M t ∂M t
∂M tu ∫Estrutura EA
βt = = ×0+ ×0+ ×0+ ×0+ ×0+ ds ≡ 0
EI x EI y GArx GAry GJ ∂M tu
{
0
X
X
a a +
l
F F F
b b − F−X
1 X 2 a 1 (F − X ) b
2
U= +
2 EA 2 EA
∂U
Pelo Teorema de Menabrea δ X ≡ 0 ⇒ ≡ 0 , isto é, a estrutura assume energia potencial
∂X
mínima na configuração correspondente à determinação da incógnita hiperestática X.
∂U Xa (F − X )
= + (− 1)b = 1 [Xa − Fb + Xb] ≡ 0 ⇒ X =
Fb
=F
b
∂X EA EA EA a+b l
120º 120º
A
F
C D
120º
A F−X 60º
X F−X 60º
F−X 60º 60º 60º
U=
1
2 EA
[
X 2l + 2(F − X ) l
2
]
A incógnita hiperestática X é determinada pelo Teorema de Menabrea, e ocorre para a
configuração estrutural correspondente a Energia Potencial Mínima.
∂U 4 Fl 2 F
≡0 2 Xl + 4(F − X )(− 1)l = 0 X (2l + 4l ) = 4 Fl ⇒ N AB ≡ X = =
∂X 6l 3
F
N AC ≡ N AD ≡ F − X =
3
6º Considere o Arco de Três Rótulas ATR de bielas AC e CB de igual rigidez axial (EA), já
solicitado em C por uma força pontual (real ou activa) horizontal F1. Por aplicação do
Teorema de Castigliano, determinar os deslocamentos horizontal e vertical do nó C
desta estrutura isostática.
F2
C C
F1 F1
lAC lBC
5 4 4 5
3 3
A B A B
sabe-se que l AC = l
3
5
4
e l BC = l . Assim U = 0.6 N AC
5
2
(
+ 0.8 N BC
2 l
2 EA
. Então: )
∂U l ∂N AC ∂N BC
δ xC = = 2 0.6 N AC + 0.8 N BC
∂F1 2 EA ∂F1 ∂F1
∂U l ∂N AC ∂N BC
δ yC = = 0.6 N AC + 0.8 N BC
∂F2 EA ∂F2 ∂F2
4 3
F1 + 5 N BC − 5 N AC = 0 F2
3 4
F2 − N BC − N AC = 0 F1
5 5 NAC 3 NBC
4
4
0.8 N BC − 0.6 N AC = − F1 (× 0.8) 3
0.6 N BC + 0.8 N AC = F2 (× 0.6)
(0.8 2
)
+ 0.6 2 N BC + 0 = 0.6 F2 − 0.8 F1
N BC = 0.6 F2 − 0.8F1
Invertendo agora o processo resolutivo, multiplica-se a 1ª equação por (-0.6) e a 2ª por (0.8),
para obter:
( )
0 + 0.6 2 + 0.8 2 N AC = 0.6 F1 + 0.8 F2
N AC = 0.8 F2 + 0.6 F1
Então
∂N BC ∂N BC
= −0.8 = 0.6
∂F1 ∂F2
∂N AC ∂N AC
= 0.6 = 0.8
∂F1 ∂F2
l
δ xC = [0.6(0.8F2 + 0.6 F1 )0.6 + 0.8(0.6 F2 − 0.8F1 )(− 0.8)]F2 =0
EA
=
l
[0.36 × 0.6 F1 − 0.64 × (−0.8F1 )] = 0.728 F1l (→)
EA EA
l
δ yC = [0.6(0.8F2 + 0.6 F1 )0.8 + 0.8(0.6 F2 − 0.8F1 )0.6]F2 =0
EA
=
l
[0.48 × 0.6 F1 + 0.48 × (− 0.8F1 )] = −0.096 F1l
EA EA
Fl
= 0.096 1 (↓)
EA
Obs: As respostas a quantidades estruturais deverão ser resultados positivos nos sentidos
reais! . Exceptuam-se os diagramas de esforços e/ou linhas de influência, mas até nestes
casos é possível (e aconselhável) representar mais logicamente só valores positivos com
uma pequena representação geométrica do efeito estrutural correspondente (conforme
representação coerentemente utilizada nas aulas teóricas e práticas).
7º Considere-se agora o SAP hiperestático, obtido do anterior ATR adicionando uma barra.
Determine os esforços em todas as barras, por aplicação do Teorema de Castigliano,
sabendo que elas têm a mesma rigidez axial EA.
D 0.5l C
F1
3
4 4 B
3 0.8l
A 0.6l
Como o grau de hiperestaticidade é unitário (interno ghi ou externo ghe), escolhe-se como
incógnita hiperestática NDC =HD=X .
HD = X
F1
∂U ∂U
Então δ x D = ≡ ≡ 0.
∂H D ∂X
∂U 1 ∂N AC ∂N BC ∂N CD
δ xD = = N AC l AC + N BC l BC + N CD lCD
∂X EA ∂X ∂X ∂X
Sabe-se que
N CD ≡ H D ≡ X
∂N CD = 1
∂X
NCD = HD = X
4 3 F1
F1 − X + 5 N BC − 5 N AC = 0 NAC
3 4
NBC
3
N BC + N AC = 0 4 4
5 5 3
0.8 N BC − 0.6 N AC = X − F1
0.6 N + 0.8 N = 0 8
BC AC → N BC = − N AC
6
0.6 ∂N AC
N AC = − 1 ( X − F1 ) = 0.6(F1 − X ) ⇒ ∂X = −0.6
∂N BC
N BC = 0.8( X − F1 ) ⇒ = 0.8
∂X
∂U ∂U l
δ xD = = = [0.6 × 0.6(F1 − X )(− 0.6) + 0.8 × 0.8( X − F1 )(0.8) + 0.5 × X × 1] ≡ 0
∂H D ∂X EA
0.728
X (0.216 + 0.512 + 0.5) = F1 (0.216 + 0.512 ) ⇒ X = F1 ⇒ X = 0.59283 F1
1.228
N DC = +0.59283 F1 (t )
N AC = +0.24430 F1 (t )
N = −0.32574 F (c)
BC 1
8º Considere o SAP isostático representado na figura anexa, em que todas as bielas são
perfis de aço com módulo de elasticidade E=200 GPa.
C 210 kN
4 3
3 4
A
B
5,00m
a) Sabendo que as áreas das bielas AB e AC são AAB=AAC=1200 mm2 enquanto que
ABC=1800 mm2 (para melhor resistência à encurvadura) determine os deslocamentos
horizontal e vertical do nó C por aplicação do Teorema de Castigliano;
O SAP isostático desta alínea só está solicitado em C apenas por uma força pontual horizontal
F1=210 kN (real ou activa). Considerando também aplicada em C uma força auxiliar vertical
∂U ∂U
F2 (ascendente), pelo Teorema de Castigliano sabe-se que δ xC = e δ yC =
∂F1 ∂F2
(quando F2 → 0 ).
2 2 2
N AB l AB N AC l AC N BC l BC
A energia potencial elástica armazenada será U = + + .
2 EAAB 2 EAAC 2 EABC
F2
C 210 = F1
0.6l 0.8l
4 3
3 4
A B
∂N AC ∂N AC
N AC = +0.6 F1 + 0.8 F2 ; ∂F = +0.6 ; ∂F = 0.8
N AC 0.6 − N BC 0.8 = F1 = 210 1 2
⇒
N AC 0.8 + N BC 0.6 = F2 = 0 ∂N BC ∂N BC
N BC = −0.8 F1 + 0.6 F2 ; = −0.8 ; = 0.6
∂F1 ∂F2
NAB
∂N AB ∂N AB
N AB = 0.8 N BC = −0.64 F1 + 0.48 F2 ; = −0.64 ; = 0.48
∂F1 ∂F2
∂U 1 ∂N AB l AB ∂N AC l AC ∂N BC l BC
δ xC = = N AB + N AC + N BC
∂F1 E ∂F1 AAB ∂F1 AAC ∂F1 ABC
123 123 123
− 0.64 0.6 − 0.8 F2 =0
∂U 1 ∂N AB l AB ∂N AC l AC ∂N BC l BC
δ yC = = N AB + N AC + N BC
∂F2 E ∂F2 AAB ∂F2 AAC ∂F2 ABC
123 123 123
0.48 0.8 0.6 F2 =0
4 1 0 .6 0 .8
δ xC = −6
(−0.64 × 210)(−0.64) + (0.6 × 210)(0.6) + (−0.8 × 210)(0.8)
200 ×10 ×10
6
1200 1200 1800
4 1 0.6 0.8
δ yC = (−0.64 × 210)(0.48) + (0.6 × 210)(0.8) + (−0.8 × 210)(0.6)
200 ×10 6 ×10 −6 1200 1200 1800
Σ Σ
O SAP é agora externamente hiperestático (ghe=1) e pelo PSE admite a seguinte identidade:
F1 = 210 F1 = 210
C C
A B A B X
Pelo equilíbrio do nó C, conforme visto anteriormente (6º exercício e alínea anterior), resulta
após substituição (neste caso F2 = 0):
∂N AC
N AC = +0.6 F1 + 0.8 F2 = +0.6 F1 (t ) ;
∂X
=0
∂N BC
N BC = −0.8 F1 + 0.6 F2 = −0.8 F1 (c ) ; =0
∂X
∑F = 0
k
kx
→ − X + N AB − N BC 0.8 = 0
∂N AB
N AB = X + 0.8 N BC = X − 0.64 F1 + 0.48 F2 = X − 0.64 F1 ; =1
∂X
∂U 1 ∂N AB l AB ∂N AC l AC ∂N BC l BC
= 2 N AB + N AC + N BC ≡0
∂X 2 E X{
− 0.64 F1 1
∂2
X3 AAB 1∂2
X3 AAC 1∂2
X3 ABC
1 0 0
Isto significa que neste caso a configuração de energia mínima é a correspondente ao ATR
(isostático). Se N AB ≠ 0 então a energia potencial seria superior à mínima, através de:
2
N AB l AB
U= U{ min + > U min
Só energias
2 EA AB
de AC e BC
O SAP hiperestático desta alínea só está solicitado em C apenas por uma força pontual
horizontal F1=210 kN (real ou activa). Como se pretende o deslocamento vertical de C,
considere-se também aplicada em C uma força auxiliar vertical F2 (ascendente). Pelo
∂U
Teorema de Castigliano sabe-se que δ y C = (quando F2 → 0 ).
∂F2
Este SAP hiperestático foi já resolvido na alínea (b) por aplicação do Teorema de Menabrea,
na ausência de F2, conduzindo a: N AC = +0.6 F1 ; N BC = −0.8F1 ; N AB = X − 0.64 F1 ≡ 0 .
∂N AC
N AC = +0.6 F1 + 0.8 F2 = ( N AC )min + 0.8 F2 ;
∂F2
= 0 .8
∂N BC
N BC = −0.8 F1 + 0.6 F2 = ( N BC )min + 0.6 F2 ; = 0 .6
∂F2
∂N AB
N AB = X + 0.8 N BC = X − 0.64 F1 + 0.48 F2 = ( N AB )min + 0.48 F2 ; = 0.48
1 424 3 ∂F2
0
2 2 2
N AB l AB N AC l AC N BC l BC
A energia potencial elástica armazenada será U = + + .
2 EAAB 2 EAAC 2 EABC
∂U 1 ∂N l ∂N l ∂N l
δ yC = = N AB AB AB
+ N AC AC AC
+ N BC BC BC
∂F2 E ∂F2 AAB ∂F2 AAC ∂F2 ABC
123 123 123
0.48 0.8 0.6 F2 =0
4 1 0.6 0 .8
δ yC = (0.0 × 210)(0.48) + (0.6 × 210)(0.8) + (−0.8 × 210)(0.6)
200 ×10 6 ×10 −6 1444 42441200 443 1200 1800
0
Logo ocorre redução superior a 100% do deslocamento vertical, com inversão de sentido,
sendo o valor absoluto do deslocamento final em (c) cerca de 12% do deslocamento em (a).
E E
D D
C C
P
l l
D E p HD l E p
Equilíbrio do nó B
X
NBE = 3 X
4 5 X=N
4 BC(C)
Equilíbrio do nó E
3/4X
NDE
3
NCE 4 p
Equilíbrio do nó C
NBC
NAC = NCE
Equilíbrio do nó D
NBD = NBC = NCD
5 3 3
NDE NAD = 4 x 5 = 4 X
4 4 4
HD = NDE + NBC 5 = 3 p-X+X= 3 P
∂N ∂N
Barra L N N l
∂X ∂X
AB L X 1 Xl
27
BE (3/4) l (3/4) X 3/4 Xl
64
4 4
ED L P−X -1 X l− Pl
3 3
27
DA (3/4) l (3/4) X 3/4 Xl
64
125
BD≡BC≡CD (5/4) l (5/4) X 5/4 Xl
64
5 5 125 125
AE≡AC≡CE (5/4) l P− X -5/4 X ll − Pl
3 4 64 48
Σ 6.25 X l –3.937 P l ≡ 0
3.937
X (1) ≡ ( N AB )(1) = P = 0.583 P
6.25
p
2
De igual modo se determinaria X ( 2 ) ≡ (N AB )( 2) = P = 0.666 P .
3
Com estas incógnitas, por substituição nos quadros determinam-se os esforços finais.
10º Para uma viga bi-encastrada sob carga distribuida uniforme p, formalize a determinação
da flecha a meio vão por aplicação do (1º) Teorema de Castigliano.
Obs: Poder-se-á assumir o conhecimento prévio da lei dos momentos flectores devidos à
carga distribuída M p ( x ) , obtida quer por aplicação do Método das Forças quer por
p
A
B
pl 2 /12 pl 2 /12
pl 2 /24
Isto portanto equivale a aplicar uma força infinitesimal dQ para não ter influência nos efeitos
das acções reais ou activas, ou alternativamente aplicar força fictícia finita e posteriormente
fazer tender para zero os seus efeitos.
Q 0
p
A
B
∂M (x ) ∂M Q
Pelo PSE M (x ) = M p (x ) + M Q (x ) → M p (x ) ⇒ =
123 ∂Q ∂Q
→0 , quando Q →0
∂U ∂U ∂ l M2 l M ∂M
δ y C = ≈ = ∫ dx = ∫ dx =
M
∂Q Q →0 ∂Q Q→0 ∂Q 0 2 EI Q →0 0 EI ∂Q Q→0
l M p + M Q ∂M Q l Mp ∂M Q
= ∫ dx =∫ dx
0 EI ∂Q Q →0
0 EI ∂Q
123
gradiente ≠ 0
Q
Q l
2
x
l l x ∂M Q l x
M Q = −Q + Q x = −Q 1 − 2 ⇒ = M Qu = − 1 − 2
2 2 l ∂Q 2 l
l M ∂U l M ∂M Q
VWext = 1 × δ y C = VWint = ∫ {M dx = = ∫ dx
0 EI ∂Q 0 EI ∂Q
em qualquer
SB isostático
123
M Qu
∂M Q
Assim face à identidade M = = M Qu qualquer destes diagramas ou gradientes ou
∂Q
momentos de acção generalizada unitária em C, poderão ser obtidos em qualquer sistema base
isostático obtido da estrutura hiperestática por remoção de ligações.
A B
EI1 , EA1 D EI1 , EA1
l/2 l/2
h
EI 2 , EA2
X/2 X/2
Seja VC ≡ X .
pl X px 2 pl − X px 2 ∂M x
Então V A = − e M AD (x ) = V A x − = x− . Portanto =− .
2 2 2 2 2 ∂X 2
1 1 1 X2h
U (X ) =
l/2 h l/2
2 ∫ M AD
2
dx + ∫
2
N CD dx = ∫
2
M AD dx +
2 EI 1 0 2 EA2 0 EI 1 0 2 EA2
∂U
Pelo Teorema de Menabrea = 0 ∨ i =1, 2,..., n . Daqui resulta:
∂X i
∂U ( X ) 2 l/2 pl − X px 2 − x Xh
∂X
=
EI 1 ∫0
2
x−
2 2
dx +
EA2
≡ 0
l/2
2 pl − X − x px
3 4
Xh
+ + ≡0
EI 1 4 3 16 0 EA2
5 pl 4
384 EI 1
X ≡ VC =
l3 h
+
48 EI 1 EA2
Realça-se neste caso muito especial que a resolução desta estrutura pelo Teorema de
Menabrea com a incógnita hiperestática elegida, conduziu a um quociente de flexibilidades
que obviamente coincide com o que se obteria por aplicação directa do Método das Forças
− δ 10
para o mesmo sistema base X ≡ VC = . Esta possibilidade de verificação múltipla de
δ 11
conceitos e equivalências deverá auxiliar o discente a consolidar as matérias apresentadas.
D F
EI1 E EI1
EI 2 EI 2 EI 2 h
A B C
l l
Neste caso (que constitui uma introdução a problema homólogo proposto para resolução nas
aulas práticas) EI 1 = EI 2 = EI é constante para toda a estrutura, simplificando a resolução
pois a solução das incógnitas hiperestáticas (exclusivamente para acções forças F) será
independente da inércia estrutural. Tal já não sucederia se a estrutura fosse solicitada por
acções térmicas T ou assentamentos A ou erros de fabrico/montagem E, mesmo que a
estrutura continuasse a ser homogénea.
Por simetria:
MB ≡ HB ≡ 0 VB ≠ 0
H A = HC (simétricas)
V A = VC (iguais )
p
D
E
E A /2 g h s= 2 = E A /2
HA = X 1
A
VA = X 2
V B /2
∂M AD ∂M AD
M AD ( x ) = − X 1 x = −x =0
∂X 1 ∂X 2
px 2 ∂M DE ∂M DE
M DE ( x ) = − X 1 h + X 2 x − = −h =x
2 ∂X 1 ∂X 2
1 h 2
M AD ( x )dx + ∫ M DE ( x )dx
l
U = 2 ∫
2
2 EI 0 0
Assim pelo Teorema de Menabrea obtém-se o seguinte sistema de equações simultâneas, cuja
resolução permite determinar as incógnitas hiperestáticas
∂U 2 h l px 2
= ∫0 (− X 1 x )(− x )dx + ∫
0
− X 1 h + X 2 x −
(h )dx =0 ≡ f1 ( X 1 , X 2 ) = 0
∂X 1 EI 2
∂U = 2 h (− X x )(0)dx + l − X h + X x − px x dx = 0
2
≡ f 2 (X 1 , X 2 ) = 0
∂X 2 EI ∫0 1 ∫0 1 2
2
l
h pl 2
H A ≡ X 1 =
l 4h
3 + 4
h
l
+ 1
V ≡ X = h 3 pl
A 2
l 2
3 h + 4
Com estes valores associados a valores concretos das dimensões e cargas, facilmente se
determinariam os diagramas para a acção simétrica considerada aos quais corresponderia:
distribuição simétrica dos esforços axiais e momentos flectores; distribuição antissimétrica
dos esforços transversos.
B C
l
h1
A E
h2
Resolução pormenorizada
px 2
M BC = − H A h1 + V A x −
2
BC (0 ≤ x ≤ l ) TBC = V A
N BC = − H A
pl 2
M
CD = − H A (h1 − y ) + V A l −
2
CD (0 ≤ y ≤ h1 + h2 ) TCD = H A
N CD = −( pl − V A ) = − pl + V A
1 1 M AB
l 2 h1 + h2
h 2 2 2 2 2 M CD
2 2 2
dy
T AB N AB M BC TBC N BC TCD N CD
U= ∫ + + dy + ∫ + + dx + ∫ + +
2 0 EI GA* EA
0 EI GA* EA
0 EI GA* EA
1 1 M AB
2h l 2 h1 + h2 2
M BC M CD
c) U ≈ ∫ dy + ∫ dx + ∫ dy
2 0 EI 0 EI 0 EI
h1 h1 + h2
∂U ∂U M AB ∂M AB l
M BC ∂M BC M CD ∂M CD
= ≈∫ dy + ∫ dx + ∫ dy = 0
∂X 1 ∂H A 0 EI ∂H A 0 EI ∂H A 0 EI ∂H A
123 123 123
−y − h1 −( h1 − y )
h1 h1 + h2
∂U ∂U M AB ∂M AB l
M BC ∂M BC M CD ∂M CD
= ≈∫ dy + ∫ dx + ∫ dy = 0
∂X 2 ∂V A 0 EI ∂V A 0 EI ∂V A 0 EI ∂V A
123 123 123
0 x l
h13 l 2 ph l 3 pl 2
= HA + H A h1 l − V A h1 + 1 − V A l −
2
h1 (h1 + h2 ) +
3 2 2 3 2
pl 2 (h1 + h2 )
h1 + h2
2
∫ ( y − h1 ) dy
2
+ V A l − + HA =0
2 2
10442443
h +h
( 1 )
y −h 3 1 2 h 3 + h 3
= 2 1
3 3
0
h1 + h2
l px 2 pl 2
∫ A 1 A
− H h + V x −
x dx +
∫ A 1− H (h − y ) + V A l − l dy =
0 2 0 2
h1 + h2
l2 l3 p l4 pl 3
= − H A h1 +VA − + V A l 2 − (h1 + h2 ) + H A l ∫ ( y − h1 ) dy =0
2 3 2 4 2
10442443
h +h
( )
y −h 2 1 2 h 2 −h 2
1
= 2 1
2 2
0
2h13
2
+ h1 l +
h2 3
− h1
l2
l 2
(
+ h2 − h1
2
)
ph1
−
H A 2
l 3 pl 2 2
3
+
4
(
h2 − h1 2 )
3 3 2 2
=
( ) l3
2
− h l + l h 2 − h 2 + l 2 (h1 + h2 ) V 4 3
1 2 2 2 1
3 A pl + pl
(h1 + h2 )
8 2
72 − 37.5
H A − 625
− 37.5 575 =
V A 4531.25
3
575
3 37.5
−1
A Tcofactores H 37.5 72 − 625 4.0448 4.0
X=A B= B = A = = ≈ (kN)
A V A 12393.75 4531.25 24.4327 24.4
∂U ∂U
δx C = e δy C =
∂H C ∂VC
pl 2
M CD = − H A (h1 − y ) + V A l − + HC y
2
CD (0 ≤ y ≤ h1 + h2 ) TCD = H A + H C
( )
N CD = − pl − V A + VC = − pl + V A − VC
h h1 + h2
∂U 1
M ∂M AB l
M ∂M BC M CD ∂M CD
δ xC = ≈ ∫ AB dy + ∫ BC dx + ∫ dy =
∂H C 0 EI ∂H C EI ∂H C EI ∂H C
123 0 123 0 123
0 0 y
h1 + h2
1 pl 2
= ∫ − H A (h1 − y ) + V A l − y dy =
EI 0 2
1 pl 2 y 2
h1 + h2
y2 y3
h1 + h2
=
V A l − − H h − =
2 2 0
A 1
EI 2 3 0
pl 2 (h1 + h2 ) (h1 + h2 )2 (h1 + h2 )3
2
1
= V A l − − H A h1 − =
EI 2 2 2 3
1
= {(24.4327 × 5 − 5 × 25) × 18 − 4.0448 × (3 × 18 − 36 × 2)} =
48000
21.7494
=+ = 0.453 × 10 −3 m = 0.453 mm (para a direita )
48000
h l h1 + h2
∂U 1
M AB ∂M AB M ∂M BC M CD ∂M CD
δ yC = ≈∫ dy + ∫ BC dx + ∫ dy = 0
∂VC 0 EI ∂VC EI ∂VC EI ∂VC
123 0 123 0 123
0 0 0
h h1 + h2
∂U 1
M AB ∂M AB l
M ∂M BC M CD ∂M CD
δ yC = =∫ dy + ∫ BC dx + ∫ dy +
∂VC 0 EI ∂VC EI ∂VC EI ∂VC
123 0 123 0 123
0 0 0
h1 h1 + h2
T AB ∂T AB T ∂T l
TCD ∂TCD
+∫ dy + ∫ BC* BC dx + ∫ dy +
0 GA 1
*
∂VC ∂VC
0 GA 1 GA* ∂VC
23 23 0 123
0 0 0
h1 h1 + h2
N AB ∂N AB l
N ∂N BC N CD ∂N CD
+∫ dy + ∫ BC dx + ∫ dy =
EA ∂VC EA ∂VC EA ∂VC
0 123 0 123 0 123
0 0 −1
=
[− pl + V A − VC ] VC →0
(−1) (h1 + h2 ) =
( pl − V A )(h1 + h2 ) = 25.5673 × 6 = 42.6 × 10 −6 m
EA EA 3.6 × 10 6
O autor agradece ao Prof. Raimundo Delgado a confiança que vem sendo demonstrada pela
partilha da regência desta disciplina, bem como a cedência dos transparentes utilizados em
anos anteriores que permitiram uma mais rápida e eficiente estruturação dos conteúdos da
disciplina e potencialmente conducentes a uma docência mais dinâmica e interactiva.
Finalmente o autor agradece ao Sr. O. Manuel Carvalho a preparação da maioria das figuras
até ao parágrafo 10º, bem como da primeira versão da maior parte das expressões deste
trabalho, a partir de apontamentos manuscritos do autor leccionados desde 2001.
BIBLIOGRAFIA
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London, 3rd printed version, 1971.
Barros, R.C., “Apontamentos sobre Instabilidade de Estruturas”, Conjunto de trabalhos
impressos e manuscritos de apoio ao Mestrado em Estruturas de Engª Civil, Secção de
Estruturas, Deptº de Engª Civil, FEUP, Porto, 1998/99 (e revisões subsequentes).
Belluzzi, O., Ciencia de la Construccion, Vol. 1 e 2, Aguilar, Madrid, 1967.
Ghalli, A., and Neville, A.M., Structural Analysis: a Unified Classical and Matrix
Approach, E & FN Spon, London, 1997.
Popov, E.P., An Introduction to Mechanics of Solids, Prentice-Hall, New Jersey, 1968.
Popov, E.P., Resistência dos Materiais, Prentice-Hall, Rio de Janeiro, Brasil,1978.
Popov, E.P., Engineering Mechanics of Solids, 2nd edition, Prentice-Hall, New Jersey, 1999.
Silva, V.D., Mecânica e Resistência dos Materiais, Ediliber, Coimbra, 1995.