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Manifestação (art.

º 18 CRP)

A Constituição da República Portuguesa de 1976 estabelece logo no seu artigo 1.º, que “Portugal é uma República
soberana baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma
sociedade livre, justa e solidária”, reconhecendo no seu artigo 2.º que “A República Portuguesa é um Estado de
direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democrática,
no respeito e garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de
poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia
participativa”. Daqui se retira o reconhecimento e garantia dos direitos liberdades e garantias dos cidadãos, o qual se
encontra necessariamente ligado ao respeito pela dignidade da pessoa humana, caraterística indispensável de
qualquer Estado de Direito. Em Portugal, a autonomização do direito fundamental de manifestação fez-se pela
primeira vez na Constituição de 1976, e até hoje este direito encontra-se expressamente consagrado como um
direito fundamental em todos os textos constitucionais. Assim, como direito fundamental que é, constitui o
reconhecimento da liberdade moral do homem individual e baseia-se num critério material ou reconduzível ao
princípio da dignidade da pessoa humana. O regime legal do exercício do direito fundamental de manifestação em
Portugal encontra-se constitucionalmente consagrado no art.º 45.º, n.º 2 da CRP. O direito de liberdade de
manifestação corresponde à expressão de ideias, protesto, reivindicações políticas e sociais, etc., no espaço público
ou de domínio público.
O exercício do direito fundamental de manifestação é, verdadeiramente, uma das matérias centrais do Estado de
direito democrático, uma vez que é através da execução desta liberdade que os cidadãos podem exprimir de uma
forma livre a sua opinião, nomeadamente criticar as ações de quem exerce o poder politico, fazer exigências, ou seja,
levantar a voz contra qualquer injustiça e contra a tirania de quem exerce o poder. Podemos assim afirmar que sem
liberdade de reunião e de manifestação nunca teremos uma verdadeira democracia.
O direito da liberdade de manifestação corresponde a um direito humano, que ao longo de um processo histórico
progressivo se foi afirmando como um dos principais instrumentos de participação popular nos países democráticos.
A regra, nos países referidos como democráticos, é, sem qualquer dúvida, a liberdade de manifestação, sendo que a
restrição ao seu exercício corresponde à exceção.
Por conseguinte, se o exercício da liberdade de manifestação, por um lado, confere a um determinado número de
pessoas uma proteção constitucional para reivindicarem, expressarem e protestarem de forma livre contra a
violação dos seus direitos, por outro lado, causa a outras, até mesmo à ordem pública, um conjunto de transtornos
em virtude da desobediência aos elementos e pressupostos constitucionais estabelecidos para o seu exercício.
Contudo, à semelhança dos outros direitos fundamentais, a liberdade do exercício de manifestação não é absoluta,
logo, não pode ser exercida de forma ilimitada.
As imposições constitucionais ao exercício do direito da liberdade de manifestação, entre outros, têm como principal
objetivo garantir a ordem pública e manter a paz social.
O princípio da igualdade, que significa que todos os seres humanos nascem iguais e devem gozar de oportunidades
iguais, bem como participar na vida política da comunidade, pelo que devem ter tratamento igual perante a lei.
Por conseguinte, a CRP consagra no seu artigo 45.º o direito de reunião e manifestação como direito
constitucionalmente protegido. Nos termos do n.º1 desta disposição legal “os cidadãos têm o direito de reunir,
pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização”. Já no
n.º 2, deste preceito legal, pode ler-se expressamente que “a todos os cidadãos é reconhecido o direito de
manifestação”. Este é um direito que na sistematização da Constituição da República Portuguesa se integra nos
direitos, liberdades e garantias pessoais (titulo II, capitulo I). A este preceito é atribuída a força jurídica prevista no
artigo 18.º da CRP, isto é, tem aplicabilidade direta e vincula as entidades públicas e privadas, havendo a
possibilidade de restrição legal limitada ao necessário para salvaguardar outros direitos ou interesses
constitucionalmente protegidos e aos casos expressamente previstos na CRP.
A realização de uma manifestação pode ocorrer em locais públicos ou privados. Quando realizadas em lugares
públicos não existe qualquer controlo sobre aqueles que participam na mesma, quando realizada em locais privados
pode existir um controlo no acesso ao local, nomeadamente quando ocorrem em terrenos ou estabelecimentos
privados.

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