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Universidade Federal do Rio Grande – FURG

Instituto de Letras e Artes – ILA


Letras Português-Francês
Estudo do Texto II – Profa. Rosely Machado

Aline Araujo da Cruz


Joel Joukin Machado Braga
Rheisel Faria da Silva
Thayná Xavier de Abreu

Análise de redação com bom padrão de textualidade e dados quantitativos coletados


por Costa Val (2006).

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo atender demanda da disciplina de Estudo do


Texto II, ministrada pela professora Rosely Machado, no curso de Letras Português/Francês
da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). O objeto do estudo é a análise de uma
redação redigida por um vestibulando, disponível no livro Redação e Textualidade, da autora
Maria da Graça Costa Val (2006).
A análise da redação se dará de acordo com os preceitos apresentados por Costa
Val (2006) no livro supracitado. Serão abordados elementos como coesão, coerência e
informatividade presentes no texto. A redação utilizada como modelo para análise é
considerada pela autora com bom padrão de textualidade, portanto, o trabalho em questão
buscará elementos que corroborem essa constatação.
Ademais, será abordada a metodologia utilizada pela autora para análise quantitativa
do compilado de redações apresentadas ao longo da obra. A mesma apresenta diversas
informações qualitativas a partir da análise estatística das redações.

2. ANÁLISE DE TEXTO COM BOM PADRÃO DE TEXTUALIDADE

Ao longo do livro Redação e Textualidade (2006), Costa Val utiliza redações de


vestibulandos não identificados para realizar análise de coesão, coerência e informatividade.
A redação 10 (p. 105 e 106) é utilizada pela autora como modelo de texto com um bom
padrão de textualidade. A seguir, serão identificados os elementos encontrados que
corroboram tais apontamentos.
Costa Val avalia como uma boa redação, pois o produtor consegue deixar claro
sobre o que ele está tratando diante o texto, sendo elas questões sociais e políticas.
Expondo seu senso crítico, mas sem deixar de fora seu humor utilizando da ironia o clichê
“Violência gera violência”. Da mesma forma que ele também apresenta coerência entre o
título e o texto, pois ambos estão se ligando durante o desenvolvimento do conteúdo, como
relata no seguinte trecho “O vestibulando propõe vida (casa, trabalho, saúde e bem-estar), o
deputado das armas propõe violência. Por contrassenso desse tipo é que nesta nossa
época a proposta vida é confundida com violência. E, se prevalecer a opinião do deputado,
inevitavelmente ainda vai haver violência e menos vida.”. As palavras vida e violência
contrastam uma à outra e, nessa dinâmica, criam coerência com todo o texto.
Além de ter uma boa estruturação o texto flui de maneira natural, utilizando
características do modo de falar oralmente, tal como "​O cidadão hoje prá conseguir
sobreviver ele tem que ser violento a toda hora e em todo lugar: Ele tem que invadir um
terreno , ele tem que furar as filas e tem que passar por cima dos outros ". ​Segundo Costa
Val (2006) as expressões não podem ser levadas ao pé da letra mas devem ser entendidas
como força de expressão​.
A autora sustenta que a redação analisada (N.10) foge do padrão de conceituação
daquelas analisadas anteriormente, muito embora versem sobre o mesmo tema. O presente
texto desde a sua introdução vigorosa, é capaz de provocar no leitor a vontade de continuar
a leitura, pois o autor se mostra bastante informado trazendo questões sociais e políticas
atuais e além disso consegue relacionar bem o texto com o título.
O produtor do texto não se submete a nenhum modelo prescrito, se prende e
obedece apenas a uma estruturação particular que comporta adequadamente as ideias
apresentadas, deixando-as organizadas dentro do texto conseguindo fluir naturalmente.
Outro fator importante constante na redação analisada, segundo Costa Val (2006), é
o fato de que muito embora o texto apresente alguns erros de ortografia e pontuação, ele
possui um bom conteúdo, apresenta criticidade, é fundamentado e informativo. Todos estes
suportes utilizados na construção do texto, deveriam ser mais importante do que os erros
anteriormente mencionados.
Visto que a grafia em desacordo causa uma aversão aos professores, a autora ilustra
que por consequência disso, os analisadores não adentram o texto em si, desprezam a
substância pois entendem que os erros na ortografia são mais importantes do que aquilo
que o texto diz. Esta inversão ocorrente nas correções das redações, faz com que o aluno
suponha que o mais importante é produzir uma redação “certinha” gramaticalmente a uma
com boa informatividade e conteúdo sustentado.
Diante disso, a autora classifica o texto como inegavelmente de bom padrão de
textualidade, coerente, coeso e com um bom índice de informatividade.

3. RESULTADOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DA AUTORA

Após apresentar análises de diversas redações sob a perspectiva dos fatores de


textualidade, Costa Val (2006) classificou os textos em bom, médio ou baixo padrão. Foram
analisadas 100 redações as quais foram organizadas em dados quantitativos. A partir
dessas informações estatísticas, a autora consegue identificar quais as maiores deficiências
dos vestibulandos na produção de redações de vestibular. A tabela que segue ilustra os
resultados obtidos:

Ao analisar a tabela e todos os textos, nota-se que no quesito de coesão e


coerência os mesmos estão em um padrão mediano. Já os textos médios e bons a
porcentagem é de 75% no quesito coerência, 90% coesão, 27% informatividade,
estruturação formal 93% e correção gramatical 85%.
Costa Val constata que a maioria das redações estão de acordo como ensinado nas
escolas, com boa organização de ideias e tem o domínio da língua padrão formal escrita,
mas deixam a desejar no quesito de ​informatividade 75% das redações. Pois 45% dos
textos são iguais nas informações. A
Vários fatores são apontados como possíveis causas para a fraca eficiência
semântica dos textos analisados. Por exemplo, a tensão e o nervosismo causados pela
situação de serem colocados à prova e julgado por alguém desconhecido, fazem com que o
aluno sofra um bloqueio de ideias, o que fará com que ele trabalhe com o que primeiro lhe
vier à cabeça: as ideias que estão na boca de todo mundo. É o caminho mais fácil, embora
não eficaz, e o texto será mediano como o de todos que pensaram igual por conta da
pressão do momento.
A história pessoal do aluno também é um fator de suma importância para a análise
dos motivos que o leva a escrever de maneira insatisfatória. Cada pessoa tem sua própria
realidade pessoal e seu modo de perceber e se preparar para a realização de um texto
dissertativo formal como o de um vestibular. Existem pessoas que depositam sonhos e
objetivos nessa única prova e, portanto, buscarão de forma mais ativa um modo de se
prepararem para ela, seja fazendo cursinhos ou sendo autodidatas de modo a melhorarem
seu desempenho pessoal. Há, também, os que não almejam um desempenho superior
nestas provas, e que, consequentemente, irão se preparar menos.
Outra característica comum na hora de escrever uma redação dissertativa é o medo
de arriscar. O aluno é ensinado, desde as primeiras abordagens sobre vestibulares na
escola, que ele precisa ser o mais neutro possível. Qualquer traço de subjetividade por parte
dele pode revelar uma incapacidade em ser racional e isento a respeito de certo tema. O
efeito causado por esse processo é que acaba gerando textos tão impessoais que o
interlocutor não consegue convencer a pessoa que lê o texto.
Por último, um dos motivos que ocasiona textos tão rasos de informação é o fato de
a escrita de uma redação de prova ser um método totalmente a contramão do processo
natural de escrita. Quando se escreve por prazer, ou mesmo para um trabalho, um estudo, o
aluno vai pesquisar sobre o que vai dizer. Vai trocar ideias, buscar referências, ouvir
diferentes opiniões sobre a mesma ideia. E só então, como atividade posterior, vai escrever
seu texto. Durante uma prova, o aluno é surpreendido com o tema, e então precisa recorrer
ao material cognitivo de que já dispõe acerca daquele tópico. Material cognitivo que,
dependendo do assunto, pode ser nulo. E, a partir daí, escrever um número x de linhas,
incorporando introdução, desenvolvimento e conclusão. E o relógio diminuindo seu tempo a
cada segundo. Decerto é muito o que ter em mente para escrever um texto coeso e,
principalmente, coerente.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em síntese, com base na análise do ​corpus ​proposto ​por Costa Val (2006), podemos
afirmar que, enquanto a parte formal do processo de escrita de um texto dissertativo é
bastante abordada em sala de aula, o foco obsessivo nesta precariza a capacidade do aluno
de desenvolver o que Costa Val chama de plano lógico-semântico-cognitivo, que é a
habilidade do aluno de fornecer dados sobre o que se escreve e transmitir informatividade
em seu texto, evitando passar noções vagas e confusas sobre o tema. Sendo assim, os
estudantes de ensino médio acabam se encaminhando para as redações de processos
seletivos como vestibular e ENEM de forma parcialmente equivocada. Certamente é um
fator importante que o aluno saiba estruturar seu texto de acordo com o modelo formal
padrão, porém as escolas falham em não ressaltar a importância de um texto coerente, um
texto informativo, que vá além do senso comum de opiniões, método que é o primeiro
refúgio de um aluno pressionado e despreparado. Isso faz com que os textos destes alunos
tornem-se vazios e enfadonhos, nem bons nem ruins, mais do mesmo.
É necessária uma reeducação no ramo da produção textual, em que aluno e
professor busquem, juntos, desconstruir a ideia do texto ​certinho e arrumadinho ​porém sem
conteúdo e procurem englobar o estudo do texto em suas três dimensões básicas: a formal,
a conceitual e a pragmática.

Referências Bibliográficas

COSTA VAL, Maria da Graça. ​Redação e Intertextualidade​. In: Capítulos 5 e 6. 3ª ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 105-120.

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