Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
os
VISITANTES
1.1. BENÍTEZ
Tradução de
Cláudia Schilling
MERCURYO
Para cada coisa que acredito saber, dou-me conta
de nove que ignoro.
Provérbio Árabe
"Se uma única fotografia for verdadeira... "
ÍNDICE
11
Precisamente pela superabundância de material gráfico, fui obrigado
a fazer uma rigorosa seleção, escolhendo as fotos e os filmes mais famosos
do mundo, bem como outro considerável número de documentos total-
mente inéditos, que serão oferecidos em primeira mão ao mundo nesta obra.
Pela primeira vezno mundo, os interessados e seguidores do assunto
ovni dispõem do mais completo "catálogo" de fotografias que ratificam a
constante presença de civilizações extraterrestres.
E muito provável — e quero que este ponto fique claro como a luz
— que algumas das imagens aqui expostas estejam cobertas de dúvidas
e suspeitas. Sou o primeiro a aceitar e reconhecer que é relativamente fá-
cil falsificar ou manipular um negativo fotográfico. E um risco que deve-
mos correr quando nos empenhamos numa "aventura" como a presente...
Também cabe a possibilidade de que outras fotografias ovni não pas-
sem de erros ou falsas interpretações de fenômenos naturais ou que po-
dem ser explicados.
Apesar de tudo isso, o número de documentos gráficos sobre ovnis
no nosso planeta qualificados de "autênticos" é tal que as dúvidas — isso
é o que eu espero — tendem a dissipar-se para qualquer mente aberta
e honesta. Como friso neste volume, "se apenas uma destas imagens fosse
certa, a existência OVNI seria indiscutível".
Este, porém, não é o caso. Numerosos cientistas confirmaram — co-
mo veremos — que são muitas as fotografias genuínas.
Para uma pessoa objetiva, o simples fato de ver e observar muitas
destas seqüências será mais do que suficiente para conscientizar-se da tre-
menda e transcendente presença ovni. De nada valem os argumentos "ne-
gativistas" ou "pseudocientíficos" diante destas formidáveis fotografias, ti-
radas por homens normais e honrados.
As "explicações" manipuladas dos "hipercríticos" — alucinações, mi-
ragens, inversões térmicas, raios em bola, balões-sonda, Vênus e outras
obscuras "enteléquias" — acabam entrando em choque com a força e
a vida destas provas.
Embora seja duro de admitir, estas fotografias são uma prova daqui-
lo que o dr. Hynek anunciou um dia: "O nosso mundo sofre de um gra-
ve provincianismo galáctico". Uma boa parte da sociedade humana pa-
rece ficar irritada só com a idéia de que outros seres e civilizações estão
aqui, sobre o nosso planeta.
Mas o tempo terminará ganhando a partida. E diante destas eloqüen-
tes 1000 fotografias ovni, eu me faço a pergunta que um dia Galileu, des-
cobridor do telescópio, fez a Kepler:
— Que opinião tem dos cientistas daqui que, com uma obstinação
realmente viperina, negaram-se a olhar o céu através do telescópio?
Que devemos fazer diante deles: rir ou chorar?
J . J . Benítez
12
De 1883 até 1964
1883
Um astrônomo, autor da primeira fotografia ovni conhecida
13
Primeira fotografia conhecida de um ovni, obtida por J o s é Bonilla, diretor
do Observatório de Zacatecas (México). Esta imagem foi publicada na re-
vista científica francesa L'Astronomie, por Camille Flammaríón.
14
viado para a L'Astronomie a mais interessante. Enquanto eu tirava estas
fotografias, um ajudante contou os corpos com o descobridor equatorial
do telescópio.
"A fotografia foi tirada utilizando uma placa úmida com um tempo
de exposição de 1/100 de segundo. Esta velocidade não me permitiu es-
tudar e preparar convenientemente os banhos e, além disso, o negativo
teve de ser um pouco colorido pelo revelador. O foco não está totalmente
no Sol mas sim no corpo, que era mais interessante nessa ocasião."
José Bonilla considera que, de acordo com seus cálculos, aquelas
desconcertantes "esquadrilhas" de objetos podiam navegar a uma distância
estimada de 242.000 quilômetros da Terra. Digo "esquadrilhas" porque,
segundo as apreciações do astrônomo mexicano, os objetos passavam
ante o Sol em formações de 15 a 20.
Como dizia, ironias da vida...
1913
Os "cirílidos"
Eis aqui uma das primeiras manifestações ovni do século XX. O fato
ocorreu em 9 de fevereiro de 1913, às 21:05h, no Observatório Astro-
nômico de Toronto. Alguns astrônomos, entre eles o eminente Chant,
notaram a passagem de um corpo estranho no céu.
Em primeiro lugar, foi visto um objeto brilhante, de intensa cor ver-
melha, que se dirigia do norte para o leste, com um movimento paralelo
ao horizonte.
Ainda não desaparecera o estupor provocado por este aparecimen-
to quando, de repente, outros corpos procedentes do mesmo lugar e com
idêntica trajetória surgiram ante o atônito olhar dos astrônomos.
Eles passavam reunidos em pequenos grupos de dois, três ou qua-
tro corpos, conservando — e isto é sumamente importante — a mesma
linha horizontal ou paralela ao solo.
Quando a passagem dos objetos encerrou-se, escutou-se um ruído,
semelhante a um trovão longínquo. O fenômeno durou cerca de três mi-
nutos e meio.
A esta observação de Toronto, Canadá, logo se acrescentaram ou-
tras notícias — todas idênticas à primeira —, provenientes de numerosos
povoados que se estendem desde a mencionada cidade canadense até
o cabo São Roque, no Brasil. Um "arco", como pode ser comprovado,
de milhares de quilômetros.
15
O cometa de Halley, que foi visto três anos antes do fenômeno dos
"cirílidos"; as diferenças sào eloqüentes.
Em função dessas observações, os astrônomos puderam estudar a
trajetória seguida pelos enigmáticos corpos, chegando à conclusão de que
"tratava-se de uma órbita circular, inclinada sobre o Equador terrestre em
50 graus e 6 minutos, com um período de 90 minutos...".
Em outras palavras: aqueles corpos desconhecidos tinham dado uma
volta completa à Terra em uma hora e meia. E estamos falando de 1913,
quando os satélites artificiais não constituíam nem mesmo um sonho...
Embora o céu estivesse sereno, os astrônomos — que permanece-
ram atentos durante bastante tempo — não tornaram a observar o fenô-
meno.
Naquela época não existia a palavra OVNI ou UFO (denominação
em inglês de "objeto voador não identificado"), por isso as testemunhas
batizaram os "corpos voadores" de "cirílidos", já que apareceram no dia
de São Cirilo.
Estudos posteriores — inclusive atuais — não levaram a qualquer
solução satisfatória. Chegou-se a dizer que poderia tratar-se de "satélites
naturais transitórios". A teoria não conseguiu convencer porque — preci-
samente por causa do estampido escutado após a passagem dos objetos
e pelos rastros visíveis — estes misteriosos "visitantes" já haviam penetra-
do na atmosfera terrestre. E dentro das camadas atmosféricas, que me-
teoro ou meteorito pode manter um vôo horizontal, desde o Canadá até
o sul do Equador? Qualquer "estrela cadente" — como vemos nas noites
de verão — só pode ser vista durante alguns segundos.
Definitivamente, 8000 quilômetros — de Toronto a São Roque —
são quilômetros demais...
Quase 70 anos depois daquele "aparecimento", as características dos
objetos nos parecem familiares. O "estampido", a trajetória, os objetos
que voam em grupos... tudo está denunciando o que hoje chamamos
de ovnis.
1929
Sobre Tóquio
17
Em 1929, o modelo mais rápido entre os aviões era o Travei Air
Mistery Ship, que se deslocava a 336 quilômetros por hora. Era o primei-
ro aparelho civil que superava os modelos militares e que ultrapassava
a barreira das 200 milhas por hora (322 quilômetros por hora). Sua auto-
nomia era de 845 quilômetros, com capacidade para uma pessoa. Foi
projetado por Herbert Rawdon e Walter Burnhan no verão de 1928. O
segredo deste avião era o motor: um radial Wright R-975 Whirlind de 300
cavalos.
Naquela ano de 1929, o Stinson SM 1-F Detroiter atingia um teto
de operação de 4900 metros. Era capaz de transportar cinco passageiros
e o piloto a uma velocidade de cruzeiro de 182 quilômetros por hora.
A aviação comercial estava nascendo...
1930
"Bolas de fogo" e "aviões-fantasmas"
18
Mas antes de prosseguir com esta interessante época, eis aqui — em
síntese — um testemunho sobre as famosas "bolas de fogo", ocorrido em
1919, em plena Primeira Guerra Mundial.
O pioneiro na pesquisa ovni — Harold T. Wilkins — relata um caso
vivido pelo seu próprio irmão, Gordon Wilkins. Este era soldado a servi-
ço do exército inglês e estava em Salisbury Plain. Esta é uma das partes
do relato:
"No início de janeiro de 1919, por volta das 20:00h, eu e outro ho-
mem do meu grupo estávamos regressando ao nosso acampamento. Tí-
nhamos ido inspecionar uma velha igreja em Figeldean. De repente fi-
quei surpreso ao ver no céu, em direção oeste, para os lados de Nethera-
von, três estranhos balões vermelhos e cor de laranja, a uma altura apro-
ximada de 900 metros. Pareciam lanternas que emitiam uma luz muito
intensa. Enquanto as observava, começaram a flutuar para baixo e re-
pentinamente desapareceram. O famoso monumento pré-histórico de
Stonehenge ficava a algumas milhas em direção ao sul. Lá havia um ae-
roporto e um acampamento da Artilharia Real Britânica. No entanto, na-
quela noite não houvera nenhuma atividade militar. O homem que esta-
va comigo não se surpreendeu porque evidentemente já o vira antes.
"Ao notar meu assombro, disse:
"— Devem estar vindo do aeroporto militar de Boscombe Down.
"Pensei que isto era muito pouco provável, pois não existiam aviões
capazes de lançar esse tipo de balões. Também não existia um aparelho
que pudesse fazer isso. Naquela época, três meses antes do armistício,
a maioria dos acampamentos militares, bem como dos aeroportos, tinha
começado a mobilizar seus homens e aviões. Posso afirmar com toda cer-
teza que, quando observei esses balões, não era possível ver nem ouvir
nenhum avião. Naquela planície, coberta de monumentos pré-históricos
e túmulos neolíticos, o ar estava tão calado quanto a morte. No silêncio
e na escuridão, o aparecimento daquele estranho fenômeno foi a coisa
mais surpreendente que vi na vida, tendo me causado grande temor.
"Desejo chamar a atenção para o fato de que meu companheiro vira
este mesmo fenômeno pelo menos quatro vezes, em 1917 e 1918. Por
isso não ficou surpreso, pois evidentemente o considerara — parece-me
que incorretamente — artefatos da Real Força Aérea ou da Marinha Bri-
tânica."
Mas como disse anteriormente, foi entre 1930 e 1940 que apareceu
no mundo a desconcertante "onda" de "aviões-fantasmas". Milhares de
cidadãos na Austrália, América Latina e Estados Unidos foram testemu-
nhas desses "objetos voadores não identificados". Os relatórios e notícias
19
que aparecem em centenas de jornais de todo o mundo descrevem-nos
como "aparelhos cinzentos, desprovidos de qualquer sinalização, que de-
safiam olimpicamente todos os sistemas de defesa dos países que sobre-
voam...".
Esta "onda" foi detectada com maior intensidade nos países da Eu-
ropa nórdica.
Estes misteriosos aparelhos, às vezes singularmente antiquados e ou-
tros futuristas demais para aquela época, nunca responderam mensagens
nem ordens, embora, de vez em quando, emitissem frases incompreen-
síveis. Nenhum sinal externo nas suas fuselagens permitia a sua identifi-
cação. Até hoje, todas as investigações efetuadas demonstraram catego-
ricamente que "não podia tratar-se de aviões ou armas de guerra ou re-
conhecimento de nenhuma base terrestre conhecida".
Freqüentemente foram atacados pelos aviões e artilharia da Suécia
e da Noruega, porém nunca sofreram nenhum dano aparente. Na maio-
ria das vezes, surgiam quando as condições climáticas eram péssimas e
até mesmo sumamente perigosas. Quando as tempestades de neve e as
borrascas, por exemplo, derrubavam os mais potentes aviões militares,
os aparelhos-"fantasmas" sobrevoavam sistematicamente os países men-
cionados, como se estivessem em plena missão de reconhecimento. E
curioso ressaltar que, embora parecessem fortemente armados, nunca ata-
caram os aviões de caça nórdicos, nem quando estes os metralhavam.
Os pilotos que puderam vê-los e persegui-los contam que, em certas
ocasiões, os "aviões-fantasmas" emitiam um poderoso raio de luz "que
não apontava para nenhum lugar"...
Qual era a origem e a natureza destes objetos? Ninguém conseguiu
averiguar até hoje. E duvido que alguém consiga.
Chegou-se a falar — por incrível que pareça — de alucinações cole-
tivas. A indignação dos pilotos e das testemunhas na terra não teve limi-
tes. Desde quando as alucinações podem ser fotografadas?
Chegou-se a pensar também que podia tratar-se de armas superse-
cretas, enviadas pelo exército alemão para espionar as bases da Europa
do Norte. Depois se soube que — como ocorria com as "bolas de fogo"
— os observadores do Exército Vermelho e do Reich também recebiam
a visita dos aparelhos cinzentos. E tanto russos como alemães acredita-
ram que se tratava de aviões espiões, lançados pelos ingleses ou norte-
americanos.
No final de 1933, esses aparelhos começaram a aparecer com maior
freqüência. O Dagens-Nyheter, de Estocolmo, menciona a observação
de um objeto semelhante no céu de Kalix no dia 24 de dezembro por
volta das 18:00h. O jornal especifica que as condições climáticas eram
especialmente ruins: nevava, a visibilidade era péssima e as estações me-
teorológicas registravam, naquela tarde, enormes borrascas de vento.
20
Naturalmente, desde as l l : 0 0 h , não decolara nenhum avião. Quem conhe-
ce os países nórdicos sabe que essas tormentas são tremendamente violen-
tas e que, para a navegação aérea, a formação de gelo, as fortíssimas tem-
pestades de vento e as tormentas de neve representam altíssimos riscos. Ne-
nhum piloto — ainda menos naquela época — teria se arriscado a voar.
Pois bem, o "avião-fantasma" foi visto por centenas de pessoas. E
parecia que seus possíveis "pilotos" não se preocupavam em absoluto com
a tempestade.
O objeto era um pouco maior que um avião normal e totalmente cin-
zento. Não possuía marcas nem emblemas externos.
Deu diversas voltas sobre a cidade e finalmente afastou-se para o nor-
deste.
Em 28 de dezembro, assinalou-se a presença deste avião — ou de
outro idêntico — em cima de Langmo Vesfn e de Tarnaby, na Noruega.
Em 30 de dezembro, dois automobilistas observaram um aparelho com
as mesmas características. Desta vez, o avião seguia o mesmo caminho
que eles. Desceu até uns 100 metros do solo, emitindo um potente gru-
nhido — muito regular —, sem nenhuma sinalização na fuselagem. Isto
ocorreu na Suécia, a uns três quilômetros da Gãllivare. No domingo, 31
de dezembro, por volta das 4:00h, numa noite especialmente clara, o Sr.
Olaf Hedlund viu "um enorme avião cinzento" que sobrevoava a estrada
de ferro de Sorsele. O aparelho chegou até a cidade, deu uma meia-volta
perfeita e subitamente parou o motor. Naquele mesmo dia, alguns avia-
dores suecos receberam a ordem de perseguir um desses "aeroplanos"
— como eram denominados —, que circulava há várias noites sobre a
região de Lapland. Dois pilotos o viram e saíram em sua perseguição.
Quando os ocupantes do "avião-fantasma" perceberam a presença do "ca-
ça" sueco, aceleraram bruscamente, e o avião perdeu-se em direção nor-
deste.
Os pilotos que o perseguiam concordaram que nenhum avião co-
nhecido naquela época podia ser capaz de tal velocidade e aceleração.
Em 1934 continuaram os misteriosos aparecimentos. Os "aviões-
fantasmas" preocupavam de tal forma os estados-maiores dos exércitos
do ar sueco e norueguês que, em 30 de abril do citado ano, o general
Reutesward, comandante-em-chefe da região militar de Norvland, na Sué-
cia, fez a seguinte declaração à imprensa internacional:
"Comparando esses numerosos relatórios, não restam dúvidas de que
um tráfego aéreo totalmente ilegal e fora de controle está se produzindo
por cima das nossas zonas militares secretas. Existe uma grande quanti-
dade de testemunhos de pessoas dignas de crédito que tiveram a oportu-
nidade de observar esses aparelhos voadores não identificados, até mes-
mo de muito perto. Em todos os casos aparecem características idênti-
cas: nenhum sinal ou marca de identificação pôde ser observado nas
21
máquinas. É totalmente impossível explicar isto com o argumento de que
é pura imaginação das testemunhas ou de que se trata de psicose aluci-
natória coletiva. Portanto, a pergunta é a seguinte: Quem são esses mis-
teriosos pilotos, e por que obscura razão invadiram nosso espaço aéreo?"
Pelas informações que eu tenho, só uma vez parece ter sido visto
um dos tripulantes desses "aviões-fantasmas". O fato ocorreu da seguin-
te maneira:
Em 23 de janeiro de 1934, o navio de carga norueguês Tordens-
kiold saiu do porto de Kabelvag para dirigir-se a Tromsô. O capitão, Sig-
vard Ulsen, e toda a tripulação viram, de repente, um estranho aparelho
aproximar-se do navio. Era um aparelho que possuía um potente refle-
tor, que em poucos minutos iluminou todo o convés e a ponte de co-
mando. Era cinzento, como todos os outros, sem qualquer sinal distinti-
vo. Mas desta vez conseguiram ver o "piloto".
Ulsen descreveu-o como um homem "coberto com uma capa, a me-
nos que fosse uma espécie de jaqueta de peles. Estava com uns óculos
enormes e sua cabeça era coberta por uma espécie de capuz, insólito,
diferente daqueles usados por nossos aviadores...".
O aparelho fez evoluções durante alguns minutos em volta do navio
de carga e depois desapareceu tão subitamente como surgira.
De onde vinha? Que pretendiam estes aparelhos cinzentos e miste-
riosos?
Ninguém pôde responder a este enigma.
A partir dessas datas, os ovnis — nas mais variadas formas e tama-
nhos, individualmente ou em formações — começaram a ser observados
com bastante freqüência no mundo inteiro. Em 1947, o piloto Kenneth
Arnold "tropeçou" com uma dessas "esquadrilhas" ovni, o que deu ori-
gem à infeliz expressão "disco voador"...
Naquela época, os aviões norte-americanos e russos não tinham ainda
conseguido a autonomia e velocidade registradas nos chamados "aviões-
fantasmas". Vejamos alguns exemplos: o modelo dos Estados Unidos
Lockheed 9D Orión (1931) possuía uma autonomia de vôo de 901 qui-
lômetros, com uma tripulação de cinco pessoas. Sua velocidade de cru-
zeiro era de 293 quilômetros por hora. O Gee Bee R-l (1932), outro avião
americano, atingia 476,7 quilômetros por hora. Em 1933 surge a grande
revolução: o Boeing 247, norte-americano, com dois motores. Este mo-
delo voou pela primeira vez em 8 de fevereiro de 1933. No final de ju-
nho, a companhia já tinha 30 unidades voando nas melhores linhas dos
Estados Unidos. Sua velocidade de cruzeiro era de 249 quilômetros por
hora e sua autonomia, de 781 quilômetros. Em 1934 aparece o North-
rop Delta (EUA), com 322 quilômetros por hora e capacidade para dois
pilotos e sete passageiros. No mesmo ano, os Estados Unidos fabricaram
um dos primeiros aviões de combate modernos: o Curtiss A. 12 Shrike.
22
Seu revestimento era totalmente metálico. Foram construídos 46 apare
lhos, que permaneceram em serviço durante dois anos. Tinha um "teto"
de 4618 metros e uma velocidade de 282 quilômetros por hora.
Quanto aos modelos soviéticos, tanto a velocidade, teto operacional
quanto a capacidade, eram muito parecidos. Em 1931 surgiu o Tupolev
ANT14, com 1200 quilômetros de autonomia e 195 quilômetros por hora.
Em 1932, o Tupolev ANT 9/M-17, com um teto de 4500 metros. Em
1933 aparece o potente Kalinin K-7, de seis motores e uma potência glo-
bal de 4500 CV. Possuía 53 metros de envergadura, três canhões e seis
metralhadoras. Um acidente em vôo, causado por problemas estruturais,
destruiu o primeiro exemplar, provocando o abandono do projeto. Em
1934, a URSS construiu seu primeiro "caça", Polikarpov 1-15, muito ve-
loz e de fácil manejo; estes caças receberam seu batismo de fogo na Guerra
Civil Espanhola. Chegavam aos 10.000 metros e a uma velocidade má-
xima de 360 quilômetros por hora.
Nenhum desses aparelhos, apesar de serem os mais sofisticados da
época, podia suportar as tormentas, alturas e velocidades enfrentadas pelos
"aviões-fantasmas" que foram vistos em numerosas ocasiões nos países
nórdicos.
1942
A primeira fotografia conhecida sobre a Ásia
23
cidade de Tientsin. Naquela época, aparentemente, houve informação
de que um grupo de cientistas chineses tinha observado um ovni na pro-
víncia de Hopeh durante o transcurso de uma expedição."
O mencionado especialista japonês assegura também "que existem
informações não confirmadas de que as Forças do Exército de Libertação
da China também viram a nave não identificada durante manobras na
citada região de Hopeh".
Como pode ser apreciado na foto, curiosamente nenhum dos pe-
destres parece perceber a presença da nave no céu. Será que se tratava
daquilo que posteriormente seria chamado de "ovni invisível"?
24
Depois da Segunda Guerra Mundial, os militares revelaram que niio
existiam indícios nem documentos que permitissem pensar num ataque aé-
reo à costa oeste dos Estados Unidos na mencionada data de 1942, Esta
fotografia apareceu no jornal Los Angeles Times em fevereiro de 1942.
Após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, o "incidente" de
Los Angeles foi ratificado por um documento militar, que permaneceu se-
creto por 30 anos, assinado pelo comandante-em-chefe das Forças Alia-
das, general George C. Marshall, e enviado ao então presidente dos Esta-
dos Unidos, F. D. Roosevelt. Neste relatório confidencial declara-se que
"no misterioso alarme aéreo de Los Angeles foram disparados 1430 tiros
contra eles" (documento do general Marshall e análise do ICUFON).
Eis o texto integral do documento:
-'••/Lis* _
JuJ^
rnmmtm roa ruz «usuuatts
fõM.o-.tJse Utti»ItiéorsMsttáfi. W.fcwfroa £»«
sí:tttit'as»Bt Um »ir.«3wra toftMt. »t
ym&
j QtàsT aso.reiliJ.gt
«wÉJOáM.» nt x*t» Jwwrt .
«Ju O^aáiUtwi «IrpàatM»», «Mw,rri tí*mâwmyls»
•Irwr ar W »^ •{&»»•», mr*-fxté*M& " * «a4T
•cri Cí;í'«í eatoy•i.mwta affel»>«!»• 6*
iH>t**e» 3.1.12 ("Ml 4*15 **- "!*>»»• tt»
IMs*S« ; í«í
rSM»d»r Ot «MBlÜa».
*2. t* a-ny »» fli«*a* slsr»»®*
beta flytnfl -ÇF^s «feit la
sfflcULly fíjwUd m balog «»wj te» «sf weS
is J-Mffllnó .t «iMaUo»* frc« a.õO0 sa iâa» í«wt.
"3, 8o bo»i» teíftfNMl-
"4. ü» eaniitltlM '«f «»##»•»
•f,. i»
»(.„ •' O
«C JUBM
JUUO
»-iífcft
N .«te*» •••*>»* »•»
W
•í*W.i**t!<»» v»vii»W- ' • tA"-
«*«»*« if .-üwttnkjt • "•
fn*
r 'í- -••* 8' • f
»sit#J«»fl (««li». •<
'•>
•»
tUíJLOBt. Sues CMCl«*l0« i» • •
r.f s^lllií MJ »•«* ' -•'•* «"PS*®»*
Cltlwf 6Í Wffí
25
\- t
\/
OBJETOS SÓLIDOS
Cópia do original: (Divisão de Arquivos Militares)
General George C. Marshall, relatório breve do Chefe do Estado-
Maior do dia 26 de fevereiro, dirigido ao presidente Franklin D. Roose-
velt referente ao "misterioso" alarme aéreo de Los Angeles.
Cos A B g g ^ S t m e »
LA. ÁREA
r . . 7 : lap Plm» Perü Santa Montca,
:
' * SealBeach, El Segundo, Redondo
Long Beach, Hernosa, Sif»al Hil
1944
"Bola de fogo" junto a um avião alemão
28
Apesar da sua escassa qualidade técnica, provavelmente fruto do ner
vosismo do piloto da Lüftwaffe, o presente documento tem grande valor
histórico. O avião, um Focker Wulf, estava regressando de uma missão
sobre a Noruega.
O "incidente" adquire maior relevância se for comparado com o avis-
1945
"Espiões" siderais
29
"Cabe a possibilidade de que nos encontremos diante daquilo que
conhecemos como sondas ou olhos telecaptores."
Isto talvez explique que tais bolas — sempre de tamanho reduzido
— apareçam em lugares de difícil acesso para uma nave de maiores di-
mensões, ou perto de aviões e outros veículos mais fáceis de serem "con-
trolados" a partir destas minúsculas esferas. Sabe-se que estes foo-fighters
chegaram a penetrar em residências, garagens, estábulos, cabanas etc.
1946
"Avião-fantasma" sobre a Suécia
30
1947
Um mês depois do caso "Arnold"
As fotografias "voaram"
31
Dedera na Enciclopédia de los Ovnis, tal tarefa teria exigido a colabora-
ção de muitas divisões, "inclusive de um esquadrão de assalto em heli-
cópteros, a fim de confiscar os jornais enviados — em cima de mulas —
até o desfiladeiro Habasu...".
O que realmente ocorreu foi uma visita muito "particular"...
Uma semana após a publicação das fotos no Republic, Rhodes rece-
beu a visita de um agente do FBI e de um oficial de Inteligência de Cam-
po Hamilton (Califórnia). Os visitantes submeteram a testemunha a um
duro cerco de perguntas e quiseram saber se ele estaria disposto a entre-
gar as fotografias ao Air Corps "para estudo". O fotógrafo, com toda a
boa-fé, entregou os documentos aos oficiais, confiando numa rápida de-
volução. Após um mês, Rhodes pediu as fotografias, porém Washington
respondeu que isso era totalmente impossível. E as fotos, como acontece
quase sempre, não foram devolvidas...
Meio ano mais tarde, no início de 1948, a Força Aérea pediu que
a testemunha se dirigisse à base de Wright-Patterson, em Dayton (Ohio),
para realizar uma entrevista. Rhodes respondeu aos militares que não podia
ir. Pouco tempo depois, dois membros do Centro de Inteligência Técnica
do Ar apresentaram-se no domicílio de Rhodes, submetendo-o a um se-
gundo interrogatório. O fotógrafo, cansado de tanta incomodação, co-
municou aos oficiais que aquela seria a última vez em que falaria sobre
o que vira e fotografara em 1947.
A "era ovni"
32
No mesmo mês, Bob Jung captava a imagem de outro ovni, desta
vez sobre ilha Catalina, na Califórnia.
E ainda em julho, outros três objetos luminosos atravessaram como
um raio os céus de Louisville, em Kentucky. Quase todas as testemunhas
asseguraram que se tratava de corpos totalmente circulares. Isto foi con-
firmado pelo Centro Meteorológico de Louisville, que centralizou muitas
dessas descrições.
Os astrônomos e meteorologistas não aceitaram, obviamente, a ex-
plicação da Força Aérea, que tentou acobertar este novo caso com um
absurdo "tratou-se apenas da queda de meteoritos...".
Para começar — segundo os peritos em meteorologia e astronomia
— nenhum meteorito sobe. Todos caem...
Além disso, a trajetória desses objetos é horizontal, com leve ten-
dência à elevação.
Os balões, meteoritos, miragens e o planeta Vênus, naturalmente,
fizeram parte das "explicações" da Força Aérea norte-americana para to-
dos os casos ovni que surgiam...
1949
Uma plataforma de três quilômetros
33
O sargento Donald Berger com o
gigantesco refletor de 8 milhões de
velas de potência (cortesia do jornal
Cincinnati Post).
34
de. Não adotei nenhuma medida, mas no dia seguinte apareceram arti-
gos sobre o episódio em dois jornais locais.
"24 de outubro de 1949. Lugar: São Pedro e São Paulo, das 19:15
às 21:00h. Luz ajustada a 1600 milésimos. O objeto apareceu imediata-
mente no feixe. Nesse momento, estavam comigo o agente da A.T.I.C.
e Lou Gerhart. Mantive o objeto no feixe durante aproximadamente meia
hora até ficar coberto pelas nuvens.
35
"20 de dezembro de 1949. Lugar: Norwood, Ohio, das 20:15 às
22:00h. Acendi a luz às 20:15h e detectei imediatamente o objeto. No
princípio, era tênue e pequeno. Quando a neblina se dissipou, o objeto
ficou brilhante. Estavam presentes D. A. Wells (físico da Universidade de
Cincinnati) e o dr. Paul Herget (astrônomo da Universidade de Cincinna-
ti), dois membros do O.S.I., o padre Miller, o prefeito de Norwood (R.
Ed. Tepe) e Reginald Myers.
36
Para a mente humana torna-se realmente difícil assimilar um artefa-
to voador de três quilômetros... E uma imensa plataforma espacial.
1950
A primeira foto ovni espanhola conhecida
37
No dia 28 do mesmo mês, o jornal La Vanguardia, de Barcelona,
publicava a notícia de outro caso ovni. Eis aqui o texto, segundo declara-
ções de duas testemunhas:
"Era uma noite clara, sem nuvens e sem neblina. De repente, em
direção contrária à do nosso carro (eram dois industriais madrilenhos) vi-
mos jogar-se em cima de nós uma grande bola de fumaça do tamanho
de uma mesa, dentro da qual via-se girar algo que brilhava, porém não
intensamente, mas sim com um brilho opaco, como quando o sol tenta
forçar a neblina que o envolve.
"Quando aquele objeto chegou junto do carro, perdemos a visibili-
dade. Acendemos os faróis antineblina... pois bem, toda aquela lumino-
sidade não era suficiente para ultrapassar um palmo daquela espécie de
neblina que vinha na nossa direção. O surpreendente foi que, no instan-
te em que ia "trombar" com o pára-brisa, ela se dissolveu. Mas o alívio
durou pouco, porque logo depois tornamos a vê-la a uma certa distância
e novamente, com uma velocidade fantástica, partiu para cima de nós.
Isto ocorreu de forma exatamente igual de quinze a vinte vezes."
Naquela época — é bom lembrar outra vez — não se falava de
ovnis, mas de "discos voadores". E felizmente a Espanha proporcionaria
uma das primeiras fotos daquela década "quente". E muito possível que
a fotografia obtida em Mallorca seja a primeira de todas as conhecidas
no nosso país.
Enrique Haussman, procedente de Rheinland, que possui uma pe-
quena loja de fotografia na capital, Palma, relatou o seguinte: "Numa ex-
cursão noturna pela costa, entre Montuini e Villafranca, onde queria fil-
mar um amanhecer para o noticiário semanal, vimos repentinamente um
disco giratório branco vivo, que atravessou o céu como um zumbido de
leste a oeste. Era impossível aprontar a câmara de paisagens, pela veloci-
dade elevada. Peguei minha velha Linhoff e depois pude comprovar que
funcionara muito melhor do que a mais moderna das câmaras". As ou-
tras testemunhas desse fenômeno foram seu ajudante José Maria Cortês,
seu irmão Pedro e Martin Pascual.
38
"A uma altura de cerca de 7 metros, flutuava diretamente sobre mim
a poderosa parte metálica inferior de uma máquina com forma de disco
40
Ampliações das duas fotos
do ovni de McMinnvlle. Sua
forma discóide é nítida.
"Prata e bronze"
43
Após uma busca tão intensa quanto desesperada — da qual o pró-
prio repórter chegou a participar —, os dois negativos apareceram em-
baixo de um sofá. Depois de brincar com eles, os filhos do casal os ti-
nham abandonado lá...
A 8 de junho de 1950, o Telephone Register publicava a história e
ambas as fotos na primeira página.
Na informação podia ser lida a seguinte nota do editor:
"... Diante da variedade de opiniões e informações sobre os discos
voadores durante os dois anos anteriores, fez-se tudo o que era possível
para determinar se as fotos obtidas pelos Trent são autênticas ou não.
Peritos em fotografia declararam que não existem vestígios de trucagem
nos negativos. As fotografias foram reveladas e copiadas por uma firma
local. Após uma cuidadosa consideração, as fotos não parecem trucadas,
e por isso as consideramos autênticas."
Naturalmente, muitos dos habitantes da cidade de McMinnville
ofereceram-se para atestar a boa-fé e honestidade das testemunhas.
Pouco depois, através dos jornais, agências de notícias e da revista
Life, o avistamento e as fotos dos Trent davam a volta ao mundo.
Mas apesar do grande valor deste documento fotográfico, os gran-
jeiros do Oregon não levaram vantagem econômica nem política; pelo
contrário, parece que aquele incidente de 1950 não os afetou.
Alguns anos mais tarde, a tristemente célebre Comissão Condon —
encarregada pela Força Aérea dos Estados Unidos do "definitivo esclare-
cimento dos ovni" — opinou sobre o "caso McMinnville" (relatório Con-
don, estudo de casos fotográficos, capítulo III, caso 46, pp. 396 a 407).
Ante a surpresa geral — não esqueçamos que o mencionado Comitê Con-
don teve "sumo cuidado" em desprestigiar e sepultar praticamente a to-
talidade de testemunhas e testemunhos ovni —, os especialistas da
Comissão declararam que os negativos dos Trent não tinham sido mani-
pulados.
Graças a um densitômetro, também foi possível determinar que o
céu aparecia mais brilhante do lado oeste, tal como seria de se esperar
depois do pôr-do-sol. As fotos foram tiradas por volta das 19:30h e o
sol ocultara-se naquele dia às 19:15h. A luz crepuscular pode ter durado
até as 20:45h.
Descartou-se também a hipótese de uma maquete lançada ao ar pe-
la testemunha. A chave está precisamente na ausência de rotação do ovni.
Os peritos puderam comprovar que o topo da antena ou torre —
que pode ser distinguida perfeitamente na segunda fotografia — está si-
tuado à esquerda do centro do objeto. Na primeira foto este topo ocupa
exatamente a mesma posição. Isto teria sido sumamente improvável se
o objeto estivesse girando em torno de seu eixo, o que confirma a decla-
ração das testemunhas. Também é um argumento forte contra a hipóte-
44
se de "trucagem por lançamento de uma maquete", já que isso implicaria
a necessária rotação da mesma, tornando improvável que a antena ou
torre ocupasse exatamente a mesma posição em duas fotografias conse-
cutivas.
Outra confirmação da autenticidade dos fatos procede do exame do
lugar dos acontecimentos. Ao reconstruir a trajetória seguida pelo ovni
— e como o objeto saía pela esquerda e podia ser tapado pelo edifício
próximo — o Sr. Trent teve de movimentar-se para a direita, a fim de
poder continuar observando-o. A sucessão das duas fotos confirma este
movimento da testemunha.
Após uma exaustiva série de experiências fotométricas, geométricas,
físicas e psicológicas, o Comitê Condon finalmente concluiu sua investi-
gação com a seguinte informação:
"E um dos poucos relatórios sobre ovnis no qual todos os fatores es-
tudados, sejam eles geométricos, psicológicos e físicos, estão em perfeito
acordo com a hipótese segundo a qual um extraordinário objeto voador
prateado, metálico, em forma de disco, de uns 10 metros de diâmetro
e evidentemente artificial, foi observado por suas testemunhas."
Depois de comparar o brilho do ovni e após outras análises muito
mais profundas, os peritos da Comissão Condon chegaram a assegurar
que aquele artefato podia encontrar-se, no momento das fotografias, a
uns 4 0 0 metros de distância. Sem dúvida, metros demais para tratar-se
de uma maquete lançada a mão ou colocada em algum prego invisível
em pleno firmamento...
As conclusões do Comitê Condon sobre as fotos de McMinnville —
levando em consideração as viciadas condições e circunstâncias em que
suas investigações foram efetuadas — são mesmo muito notáveis...
Naturalmente, os "negativistas" e hipercríticos não se atreveram a
contestá-las.
Estamos, portanto, diante de um dos casos que demonstram clara-
mente a existência ovni... e algo mais.
/l!>
Sem perda de tempo, Nick pegou uma filmadora que estava no seu
carro e filmou em 16mm.
Para desgosto dos "negativistas" da Força Aérea norte-americana,
o Relatório Condon declarou que o caso "Mariana" era "inexplicável".
Mas deixemos o pesquisador Kelvin D. Randle contar-nos o caso...
Um brilho
46
provaram nada. Os oficiais da Força Aérea disseram que as imagens fo-
ram causadas por dois aviões interceptores que estavam naquele momento
na região. Disseram que o refluxo da luz do sol nas fuselagens fazia desa-
parecer os outros detalhes, e por isso Mariana não pudera identificá-los.
Depois disso, a Força Aérea devolveu o filme.
Em 1952, o Projeto UFO da Força Aérea foi revitalizado e muitos
dos casos antigos tornaram a ser examinados. Os oficiais de Wright-
Patterson perguntaram a Mariana se poderiam observar novamente o fil-
me e ele concordou.
Os investigadores encontraram registros de dois aviões F-94 que ti-
nham aterrissado na base da Força Aérea de Malstron aproximadamente
na hora em que os ovnis foram avistados, se a data correta fosse 15 de
agosto. Pensavam que a luz solar brilhante refletida nos aviões no ângulo
correto poderia ter causado as imagens; mas existia um problema com
esta explicação: Mariana replicou que tanto ele como Raunig tinham vis-
to outros aviões em outra parte do céu justamente depois de observar
os ovnis. Isto descartaria a explicação dos "aviões", desde que as teste-
munhas não estivessem mentindo. A Força Aérea classificou o caso co-
mo "possíveis aviões" e o arquivou.
47
conhecido. Mas Bacquer foi mais longe que a simples observação do fil-
me. Realizou uma série de testes, incluindo os seus próprios filmes de
aviões a diversas distâncias. A 12 milhas, utilizando uma filmadora seme-
lhante à de Mariana, Bacquer filmou um DC-3 de maneira que duplicava
o filme de Montana. No entanto, estes resultados não foram considera-
dos plenamente satisfatórios.
Estudando o filme de Mariana, Bacquer determinara que os objetos
estavam a duas milhas da câmera. A tal distância, os aviões interceptores
deveriam ter sido claramente identificados como aviões. Ao aumentar a
distância, o mesmo acontecia com a velocidade, até que, a 10 milhas,
os objetos tinham de estar movendo-se a 600 milhas por hora, e a 12
milhas, estavam deslocando-se em velocidade maior que a dos aviões de
1950. A duplicata de Bacquer precisava de um DC-3 a 12 milhas, mas
um DC-3 não tinha a metade da velocidade necessária.
O filme foi esquecido até que, em 1966, foi organizado o Projeto
UFO, da Universidade do Colorado, liderado pelo dr. Edward U. Con-
don. Os filmes foram novamente estudados, os arquivos de Bacquer fo-
ram examinados e Mariana foi entrevistado de novo. Viu-se o arquivo
completo da Força Aérea. Os pesquisadores de Condon acrescentaram
um novo problema ao caso. Não tinham certeza se o filme fora feito em
5 ou 15 de agosto. Se fora em 5 de agosto, a explicação dos aviões era
improvável. A verificação adicional evidenciou o fato de que a data de
15 de agosto não era possível se Mariana estava no campo de beisebol
para inspecionar o terreno antes de uma partida. Os registros dos jornais
mostram que não houve partidas em casa para a equipe de Great Falls
entre 9 e 18 de agosto.
Os registros da Força Aérea indicavam que Mariana disse que vira
os aviões depois do desaparecimento dos ovnis. Isto tenderia a fixar a
data como 16 de agosto, a menos que ele estivesse referindo-se a outros
aviões e não aos dois caças F-94.
O principal analista de fotos deste caso para o Comitê de Condon,
o astrônomo William K. Hartmann, da Universidade do Arizona, resu-
miu seu relatório da seguinte maneira: "Supondo que 15 de agosto fosse
a data correta, os investigadores da Força Aérea comprovaram que ha-
via dois caças F-94 nas proximidades e que eles tinham aterrissado minu-
tos depois do avistamento, podendo perfeitamente ter passado em volta
da base da Força Aérea de Malstron, a apenas três milhas a E-SE do campo
de beisebol. No entanto, Mariana informou que vira dois aviões
aproximando-se para aterrissar imediatamente depois da filmagem, o que
supõe uma explicação para estes aviões".
A análise do filme mostrou uma diversidade de coisas. Possivel-
mente o fato mais importante tenha vindo do estudo do Colorado. Hart-
mann comprovou que os objetos fotografados tinham uma forma elíptica
48
constante. Bacquer pensara que a forma era devido à distorção causada
pelo uso da grande angular, mas demonstrou-se que isto não ocorrera.
A distorção evidenciou-se em uma ou duas imagens, mas um estudo com-
pleto do filme inteiro mostrou que a forma dos objetos é que causara as
imagens. Os dados rigorosos disponíveis no filme não proporcionam in-
formação definida suficiente para chegar a uma conclusão final.
Embora não tenha sido feita uma análise completa, imagem por ima-
gem, provavelmente porque algumas imagens estão escurecidas pela caixa
d'água, foram cuidadosamente examinadas longas seqüências do filme.
Nenhum dos estudos proporcionou algum dado que demonstrasse que
o filme tivesse sido trucado. Os dados assinalam que os objetos eram de
forma discóide e as imagens do filme, consistentes e com superfícies me-
tálicas altamente polidas nos discos. Os dados rigorosos do filme também
indicam que a explicação de aviões não é possível, porém não se pode
provar que se trate de naves espaciais. São, simplesmente, ovnis.
O comportamento da Força Aérea norte-americana é novamente mui-
to suspeito.
Isto me leva a sugerir àqueles possíveis fotógrafos que alguma vez
captarem uma seqüência ovni que, antes de apresentá-la ou cedê-la à
autoridade militar, tenham a precaução de fazer uma ou várias cópias.
Do contrário, como no caso Mariana, poderão deparar-se com graves mu-
tilações ou com o desaparecimento total do documento fotográfico ou fil-
mado.
A experiência é a mãe da ciência...
49
Adamski dispunha de dois telescópios: um fixo, de 16 polegadas,
instalado sob a grande cúpula do Monte Palomar, e outro de 6 polega-
das, montado ao ar livre. Este podia ser orientado em todas as direções
com suma facilidade. Além disso, era muito fácil desmontá-lo e transportá-
lo para outro local, colocando-o sobre um simples tripé. Era muito sim-
ples acoplar a ele uma máquina fotográfica.
Fotos de Adamski nas quais podem ver-se ovnis com a Lua ao fundo. É evi-
dente que, para muitos pesquisadores "científicos", toda a obra de Adams-
ki é pura fraude. Pessoalmente, não tenho muita certeza disso...
50
O "patriarca" dos "contatados" — que naqueles anos de 1949 e 1950
nem podia imaginar o que estava a ponto de acontecer — escrevera so-
bre este último telescópio:
"Ganhei esta pequena máquina de um amigo em 1934. A observa-
ção do céu e a fototelescopia converteram-se desde então para mim num
passatempo fascinante. Depois chegaram os discos voadores..."
51
Que aconteceu com as primeiras fotos?
Para Adamski já não cabia dúvida: os objetos que vira eram de ori-
gem extraterrestre. E decidiu fotografá-los.
No final de 1949, quatro homens estavam no café de Adamski, nos
jardins do Monte Palomar. Dois deles estiveram lá antes e tinham con-
versado com George sobre os discos voadores e a vida extraterrestre.
Chovia torrencialmente e pediram alguma coisa para comer. Come-
çaram a discutir novamente o assunto ovni. Um dos homens era J. P.
Maxfield, o outro, seu sócio, G. L. Bloom, ambos do laboratório de ele-
trônica da Marinha em Punta Loma, perto de San Diego. Os outros eram
de um centro semelhante existente em Pasadena. Um deles — conta
Adamski — estava vestindo a farda de oficial.
"Perguntaram-me se queria colaborar com eles para tentar obter fo-
tografias de naves estranhas no espaço, já que eu dispunha de instrumen-
tos menores que os do observatório astronômico. Desta forma — pensa-
vam —, eu poderia manobrar meu telescópio mais facilmente que os do
Monte Palomar."
Aqueles quatro homens afirmaram-lhe que fariam o mesmo pedido
aos astrônomos oficiais do Monte Palomar.
"Perguntei-lhes então para onde deveria dirigir meu telescópio e dis-
cutimos os prós e os contras quanto à possibilidade de que existissem ba-
ses de ovnis na Lua. Finalmente, nosso satélite natural foi escolhido co-
mo ponto de referência para uma cuidadosa observação."
Adamski comprou filme e preparou todo o seu equipamento, dis-
posto a cumprir a missão.
"Não passou muito tempo até eu conseguir minhas duas primeiras
fotografias. Tratava-se de um objeto que voava pelo espaço, com a Lua
ao fundo."
Duas cópias destas fotos — Adamski, prudentemente, guardou os
seus negativos — foram entregues em 1950 a Bloom, com o expresso
desejo de que chegassem às mãos de Maxfield, a fim de se efetuarem
as análises correspondentes. Bloom prometeu fazer isso e afastou-se com
as cópias. Seria a última vez que George as veria... (Um fato que, em
minhas longas pesquisas ovni, vi repetir-se com muita freqüência.)
"Em 21 de março de 1950, algum tempo depois da entrega das có-
pias a Bloom — continua contando Adamski — fiz uma palestra sobre
ovnis no clube de Cada Hombre de La Mesa, na Califórnia. Um jornalis-
ta, Sanford Jarrell, do San Diego Journal, cobriu a informação e trans-
formou a palestra em matéria de primeira página. No dia 22, após esta
publicação, outros dois jornais — o Union e o Tribune de San Diego —
entraram em contato comigo, tentando averiguar o que é que eu tinha
fotografado.
52
"Tive de admitir que enviara essas duas fotografias ao Laboratório
Naval. Mas os funcionários de tal centro negaram ter recebido as có-
pias.
"Aquela controvérsia entre os jornais, o laboratório e durou uma se-
mana. Finalmente, os jornalistas pediram informação ao Pentágono."
Em 29 de março, através do telégrafo alugado de Copley em
Washington, a Força Aérea negou ter conhecimento das fotografias e de-
clarou que "eram um tanto céticos", já que não tinham recebido os docu-
mentos fotográficos nem sabiam nada sobre eles. Para concluir, a Força
Aérea norte-americana declarou:
"Não subscrevemos a teoria de que os ovnis sejam projéteis interpla-
netários."
"Depois disso — afirma Adamski — dediquei-me ao trabalho de ob-
servar e fotografar, porém não tornei a enviar nenhuma das minhas fotos
ao laboratório de Punta Loma. Nem eles as pediram. De qualquer for-
ma, quase todas as fotos, inclusive as mais recentes, estão nas mãos da
Força Aérea, pois pediram a todos os cidadãos que informassem sobre
o que vissem. Conseqüentemente, estou cooperando, como outras pes-
soas em toda a nação. Só que eles nunca respondem..."
Apesar do esforço de Adamski, o resto de 1950 foi totalmente nega-
tivo. Não houve nenhuma observação que valesse a pena nem qualquer
foto de certa qualidade e importância...
Mas Adamski não desanimava nunca. E logo chegaria o momento
do grande "encontro".
1951
As misteriosas cintilações sobre a Lua
53
ggg|K
56
A argumentação de Adamski não podia ser mais convincente. Sei
por experiência própria até que ponto os militares de qualquer país se
interessam pelas fotografias de ovnis. O que não ocorreria então com su-
postas fotos de autênticas "armas secretas" humanas?
Mas este ano de 1951 ainda não terminara, do ponto de vista da
fotografia ovni. Muito pelo contrário...
A primeira observação
57
mesma intensidade que uma estrela brilhante, porém suas áreas eram
maiores. Formavam um semicírculo quase perfeito, com um total de 20
a 30 luzes perfeitamente separadas entre si.
Mais tarde observou-se um fato similar. E durante um período de
três semanas, estes homens — profundamente intrigados — continuaram
pescrutando o firmamento, chegando a captar 12 dos já mencionados
vôos "gêmeos".
Aquilo foi tão singular que os professores decidiram efetuar medi-
ções, colocando equipamentos adequados e preparando-se para anotar
ângulos, alturas, velocidade etc. Mas — curiosamente — cada vez que
"tudo estava pronto", o fenômeno não se produzia...
Das séries de observações, as testemunhas tiraram as seguintes con-
clusões:
1. A velocidade angular do objeto era muito próxima a 30 graus de
arco por segundo.
2. Não havia som que podia ser atribuído ao objeto.
3. A rota de vôo do objeto era do norte ao sul, na maioria dos casos.
4. Havia de dois a três vôos por noite.
5. O intervalo entre os vôos era de uma hora e 10 minutos.
6. A cor das luzes era verde-azulado.
7. Havia de 15 a 30 luzes separadas em cada formação.
8. Os dois primeiros vôos observados formaram um semicírculo de
luzes, porém nos vôos posteriores não havia disposição ordenada.
9. Os objetos apareciam sempre num ângulo de 4 5 graus com a ho-
rizontal no norte e desapareciam num de 45 graus no sul. O objeto não
começava a ser visto gradualmente, como teria ocorrido com um avião
que se aproximasse, nem desaparecia gradualmente.
10. Não havia mudança aparente de tamanho quando o objeto pas-
sava por cima.
11. Calculou-se que a abertura angular era de 10 graus.
Também tentaram obter a altura relativa dos objetos ou luzes com
relação às nuvens, mas estas tentativas fracassaram porque os objetos pas-
savam entre nuvens muito esparsas.
Também tentaram determinar se existia ou não alguma forma en-
tre as luzes, tentando ver as estrelas entre elas. Também não se con-
seguiu nada, devido ao escasso tempo de exposição do objeto ou ob-
jetos.
As fotografias
58
que passavam sobre a sua casa. A observação ocorreu através de uma
janela aberta. Carl pegou sua câmara — uma Kodak 35 —, disposto a
fotografar "aquilo", supondo que tornasse a passar.
Quando as luzes sobrevoaram novamente a casa, Hart conseguiu ti-
rar três fotografias. Num terceiro vôo, o fotógrafo tirou mais duas.
Como muito bem indicam os oficiais norte-americanos que interro-
garam Hart, "esta atitude do jovem era totalmente lógica, pois naquele
momento — 31 de agosto — a existência destes vôos já era um fato am-
plamente conhecido entre a população de Lubbock".
Na manhã seguinte, Carl levou o filme ao laboratório de um amigo,
onde revelaram as fotos. O Lubbock Morning Avalanche publicou duas
delas na sua primeira página no dia 1? de setembro desse mesmo ano.
As notas explicativas das fotos diziam:
"Objetos misteriosos na cidade de Lubbock — quem sabe o que se-
rão? —, mas acredita-se que os objetos misteriosos das fotos acima são
a coisa que as pessoas de Lubbock têm visto no céu durante as últimas
noites."
A Força Aérea analisou os quatro negativos (um não saiu) no Cen-
tro de Desenvolvimento Aéreo de Wright; estas são as conclusões do La-
boratório de Reconhecimento Fotográfico do WALC:
1. As imagens dos negativos foram produzidas pela luz sobre o filme
virgem (isto é, os negativos não foram retocados).
2. As luzes individuais da formação variavam em intensidade.
3. A intensidade era maior que a das estrelas circundantes, pois es-
tas não foram registradas (as fotos foram tiradas com condições CAVU).
4. As luzes individuais mudavam de posição dentro da formação.
Devido à sua publicação no Lubbock Morning Avalanche, outros jor-
nais também se interessavam pelos documentos. Os negativos foram en-
viados — para a sua comprovação — para a AP, em Ft. Worth. Por ou-
tro lado, a revista Life viu as fotografias, porém as rejeitou, afirmando
que já tinha muitas de discos voadores...
60
e 1/100 de segundo e revelando no dobro do tempo normal com um
revelador DK-60.
Naquela noite, o decidido fotógrafo sentou-se no telhado e apron-
tou sua câmara com 4.7 de diafragma e 1/10 de segundo. Ficou espe-
rando.
Ao ver chegar os primeiros grupos de pássaros, viu que seus corpos
eram perfeitamente visíveis, graças às luzes de vapor de sódio da cidade.
Quando o bando passou pela sua cabeça, Hans tirou a foto. Depois de-
clararia à Força Aérea que ele estava consciente de que aquilo era real-
mente pássaros, porque os estava vendo. Iam numa formação em V, to-
talmente desigual, e silenciosos.
Revelou os negativos e descobriu uma imagem tão apagada que não
podia ser impressa.
Ainda não satisfeito, Hans voltou ao telhado na noite seguinte. Des-
ta vez, porém, utilizou uma Kodak Reflex com 3.5 de abertura e 1/10
de segundo de velocidade, com filme Super XX, uma lâmpada 22 e o
refletor concentrador. Os resultados foram idênticos.
Isto terminou de convencer o diretor de fotografia de que as fotos
do jovem CarI R. Hart não retratavam pássaros.
A cômoda solução dos patos também não agradou aos professores
da universidade, nem às centenas de testemunhas que tinham visto as
luzes.
Mesmo assim, o tenente Ruppelt e o capitão Parker, encarregados
de boa parte da investigação, na tarde de 8 de novembro de 1951
dirigiram-se ao Federal Wild Life Game Warden. Alguém lhes insinuara
que aquelas "luzes" poderiam ser plovers, um tipo especial de ave migra-
tória. A reunião com o diretor do zoológico federal foi realizada nos escri-
tórios do correio de Lubbock. Ali se explicou que existem vários tipos de
plover. Alguns têm o peito branco e são encontrados no oeste do Texas.
Estas aves atingem cerca de 18 centímetros de envergadura e voam à noite,
geralmente em grupos que não ultrapassam cinco ou seis indivíduos. Sabe-
se também que emigram para o sul desde o final de agosto até meados
de novembro, voando a 300 metros ou menos e a uma velocidade máxi-
ma de 60 a 70 quilômetros por hora.
O diretor declarou aos militares que não lera os artigos sobre os ob-
jetos de Lubbock, mas duvidava muito que pudesse tratar-se de plovers.
Também não podiam ser gansos, já que estes grasnam constante-
mente quando sobrevoam áreas populosas.
Os professores da universidade, bem como as centenas de testemu-
nhas de Lubbock e seus arredores, protestaram indignados quando sur-
giram as "explicações" dos patos. Como quase sempre acontece, os que
não testemunharam um fenômeno ovni rapidamente "encontram" a so-
lução adequada e definitiva... Estou cansado de assistir a estes fatos,
61
muitas vezes incentivados e até liderados por aqueles que eu chamo de
ufólogos de "salão".
Como muito bem salientaram os universitários de Lubbock ao editor
do Avalanche, Sr. Harris, "será que teríamos tido o trabalho de chamar
o jornal se se tivesse tratado apenas de aves migratórias?".
Não havia argumentos contra isso.
Todas as testemunhas, especialmente os professores, concordaram
que "aquilo" parecia ter sua própria fonte de luz. Curiosamente, os ob-
servadores notaram que as luzes sempre apareciam a 50 graus no S ou
SO. Nunca apareciam ou desapareciam gradualmente, como um avião
ou um bando de aves migratórias. Além do mais, as luzes seguiam um
plano rígido, começando às 21:20h e aparecendo a cada hora e 10 mi-
nutos, até chegar a um total de três vôos. Estranho comportamento para
aves...
Quanto à altitude das luzes, embora todas as estimativas tivessem
fracassado, aparentemente um dos professores obteve por fim uma alti-
tude de cerca de 2000 a 3000 pés (entre 600 e 1000 metros). No entan-
to, esta medida não pôde ser verificada para todos os vôos.
Uma das razões mais poderosas para rejeitar a teoria do vôo dos pa-
tos foi a da considerável velocidade que todas as testemunhas atribuíram
àquelas luzes enigmáticas. Lembremos que o fotógrafo mal teve tempo
de tirar duas fotos... As testemunhas estavam firmemente convencidas
de que o objeto ou os objetos não eram um bando de aves migratórias.
Para darem aparência de grande velocidade, as aves teriam de ter voado
muito baixo. As luzes de Lubbock, porém, sempre se apresentaram bem
no alto. Entre aquelas centenas de testemunhos destacou-se o dos alu-
nos do colégio técnico do Texas. Haviam visto as luzes passando sobre
uma nuvem, cuja altitude foi calculada em cerca de 610 metros, com uma
velocidade aproximada de 965 quilômetros por hora.
Outro testemunho de sumo valor, incluído no relatório Livro Azul,
foi o de um capitão da Força Aérea, da Reese AFB, que ligou para o
Sr. Harris algumas noites depois de 25 de agosto. Em princípio, quando
lera sobre o fenômeno nos jornais, não acreditara nele. Naquele momento,
porém, acabara de contemplar uma daquelas formações luminosas. Afir-
mou que voara em aviões a jato e que aquele objeto ou objetos eram
muito mais rápidos.
Por outro lado, desde quando pássaros e aves migratórias voam em
formações geometricamente perfeitas? As duas primeiras "esquadrilhas"
confirmam este fato.
As análises oficiais
62
física, unidade 29 de sensitometria". Tal análise foi realizada em novem-
bro de 1951 nos negativos das fotos:
63
ala esquerda ala direita
9 NAVES 9 NAVES o
Coman-
dante
ESQUADRILHA ESQUADRILHA
ALA
Conclusão
64
Baseando-se precisamente nestas análises, a própria Força Aérea emi
tiu uma série de conclusões:
1. Não foram luzes fixadas a um objeto. Isto descarta a possibilidade
de um só artefato, com forma de ponta de flecha.
2. O tamanho angular corresponde a um artefato fotografado a uma
milha de distância (mais de um quilômetro).
3. Se a formação passou realmente sobre a câmara, todas as foto-
grafias foram tiradas antes ou depois dessa passagem, e não umas antes
e outras depois.
E eu posso acrescentar: nos anos posteriores ao "acontecimento de
Lubbock", inclusive hoje, milhares de testemunhas no mundo inteiro pu-
deram contemplar a passagem de formações ou esquadrilhas de ovnis,
muito semelhantes às de 1951. Estas formações foram registradas e foto-
grafadas até mesmo pelas frias telas de radar.
65
Até o momento não pude reunir informação suficiente para poder
emitir um parecer mais exato sobre o assunto. Do meu ponto de vista,
portanto, a incógnita permanece.
1952
Primeiras fotografias pelo radar
66
Este tipo de contato com os ovnis foram e são as evidências mais
sérias e tangíveis para os militares e pesquisadores em geral. Um radar,
pelo que se sabe, não sofre alucinações, não bebe...
Embora os aparecimentos de ovnis nestas telas sejam um elemento
aparentemente incontroverso na demonstração da existência de tais na-
ves, sempre surgem advogados do diabo e detratores que tentam expli-
car os fatos valendo-se de elaboradas contraposições. E o panorama ufo-
lógico se complica.
Certos ecos ou alvos, por exemplo, podem ser explicados — com
razão — como corpos terrestres muito distantes, refletidos na atmosfera
por um fenômeno conhecido como "inversão térmica". Afirma-se que o
comportamento aberrante de tais ecos no radar, com velocidades eleva-
das, acelerações e paradas bruscas, poderia ser provocado por turbulên-
cias e movimentos da camada inversora.
Poderia ser, embora nem sempre esta explicação seja válida. Por
exemplo, quando os ecos ou alvos são detectados em momentos nos quais
as condições meteorológicas não podem originar estas "inversões de tem-
peratura". Por exemplo, quando — mesmo no caso de ocorrência des-
sas "inversões" — os ecos aparecem nitidamente e de forma constante
nas telas. Qualquer especialista em radar sabe que os ecos imputáveis a
"inversões térmicas" manifestam-se como imagens difusas e indiferencia-
das. Entre esses "ecos" e os originados por um corpo sólido, metálico e
concreto existe uma grande diferença.
Por outro lado, em alguns casos é sumamente fácil descartar o fenô-
meno de inversão. Refiro-me, por exemplo, à captação de um mesmo
objeto por vários radares ao mesmo tempo. Conheço casos em que um
ovni ou um grupo de ovnis foram registrados em diversas telas, a muitos
quilômetros de distância umas das outras. Pois bem, em todos os radares
percebeu-se o mesmo alvo, a mesma altura, rumo, velocidade e posi-
ção. Nestes casos não há dúvida: trata-se de um corpo sólido, já que uma
miragem dificilmente provoca ecos falsos complementares.
E que podemos dizer daqueles ecos que aparecem com toda clareza
na tela do radar e são ao mesmo tempo visualizados?
Os casos de ovnis observados pelas tripulações de aviões em vôo
— civis ou militares —, que são captados simultaneamente por uma ou
várias estações de radar, são centenas no mundo inteiro.
Existem poucos argumentos contra essas telas frias e sofisticadas...
Eles tinham sido avisados de que, por aqueles lados, fora visto um
indivíduo muito parecido com Hitler. Por isso Eduardo Keffel e João
67
Martins, jornalistas da revista O Cruzeiro, chegaram naquela manhã de
7 de maio de 1952 à Barra da Tijuca, um punhado de ilhas que emer-
gem diante da baía do Rio de Janeiro, perto da Ponta do Marisco.
Naquela época, circulavam muitos boatos sobre Adolf Hitler e, por
essa razão, a revista decidiu enviar para lá dois dos seus repórteres.
A bordo do Piaba, os repórteres — quase como simples turistas —
ultrapassaram o canal da Barra, rumo à ilha dos Namorados. Era quase
meio-dia.
Dirigiram-se em primeiro lugar ao bar "Do Compadre", propriedade
de Antonio Teixeira. Lá ficaram até as 15:30h, conversando com o do-
no, tentando obter algumas pistas sobre o suposto Hitler e outras celebri-
dades nacionais ou estrangeiras.
Por volta das 16:30h — depois de comer e tirar fotografias num lu-
gar pitoresco —, os jornalistas resolveram dar um passeio pela praia. Nu-
merosos aviões de passageiros sobrevoavam a região, indo ou voltando
do Rio.
De repente surgiu aquele disco. A atenção de ambos os repórteres
dirigiu-se para um objeto estranho que se aproximava da terra vindo do
mar.
"Parecia um avião — comentaram os jornalistas —, porém voava
de lado..." O objeto aproximou-se da costa e tornou-se mais visível. Não
era um avião! Tratava-se de um disco plano e perfeito. Sua velocidade
era considerável.
Com admiráveis reflexos, Keffel pegou a sua Rolleiflex, objetiva 1
Essar, e tirou cinco fotos.
As últimas fotos
68
"Na segunda fotografia, voando sobre a praia e as árvores da Tijuca,
começou a mover-se quase 'de lado', mostrando-nos uma de suas 'fa-
ces'. Nas fotos 3 e 4 — tiradas quando ele sobrevoava a Pedra da Gávea
HEBI
i H
69
"Calculamos que na segunda foto podia estar a cerca de 2000 me-
tros do lugar onde nos encontrávamos. Na terceira, a uns 1200 e nas duas
últimas, a uns 1100 e 3000, mais ou menos.
"Sua forma era perfeitamente clara. Redondo como um disco...
"Ao sobrevoar a Pedra da Gávea, o objeto iniciou a descida,
balançando-se como uma folha morta. Era muito curioso. Nunca tínha-
mos visto um sistema tão estranho de navegação aérea."
O "salto"
A versão de Martins
70
T«rceira fotografia. O ovni encontrava-se a cerca de 1200 metros.
"Meu Deus!... Que diabos é isto?
"E eu lhe respondi:
" — Fotografe, fotografe!...
"Mas teria tido tempo de bater as fotos? Quando lhe perguntei, Kef-
fel respondeu-me afirmativamente. E com todo o cuidado do mundo —
imaginem! — tirou o filme usado e o substituiu por outro, caso 'aquilo'
voltasse...
"Após um momento, comprovando que o objeto não reaparecia,
dedicamo-nos a procurar testemunhas. Atrás de uma pequena duna en-
contramos um pescador — seu Claudionor — mas este, preocupado com
o seu trabalho, disse-nos que não vira nada.
"Voltamos ao restaurante, porém o dono ficara toda a tarde no inte-
rior do estabelecimento e não escutara nada sobre o ovni.
"Dois casais que tinham permanecido no lado de fora no instante
do aparecimento do disco azul não quiseram responder...
"Então decidimos regressar à redação, esquecendo-nos completa-
mente do suposto Hitler. A notícia que levávamos no bolso era muito mais
atraente.
"Telefonamos ao diretor e, depois de relatar-lhe o que acontecera,
pedimos que fossem preparando um quarto escuro para revelar o filme.
"Atravessamos a cidade a toda velocidade e enviamos o filme para
o laboratório. Aquilo converteu-se numa festa. Numerosas pessoas — en-
tre elas o diretor — estavam esperando nervosamente o resultado da re-
velação. Sua espera não foi em vão. As últimas cinco fotos apareceram
em todo o seu esplendor...
"O ovni surgiu ante os nossos olhos atônitos em cinco posições dife-
rentes. E com toda a clareza."
72
"Estou muito impressionado. Os negativos são extraordinários e não
posso duvidar de sua autenticidade. Pela primeira vez no mundo, fotografa-
mos um disco voador em condições que não se prestam a nenhuma dúvida."
Em 10 de maio, a Força Aérea Brasileira (FAB) — ou seja, três dias
depois do "encontro" ovni — tinha reunido uma equipe de especialistas,
encarregada de encontrar uma "explicação convencional para essas fotos".
Até mesmo chegaram a fabricar uma maquete de madeira idêntica
ao ovni, que foi lançada ao ar no mesmo lugar, hora, direção e condi-
ções em que foi fotografado o objeto da Barra da Tijuca.
A FAB tirou centenas de fotos. Foram feitas plantas muito precisas
da topografia daqueles lugares e praticamente esgotaram-se as possibili-
dades técnicas da época quanto à análise dos cinco negativos.
Mas esta exaustiva investigação dos militares permaneceu secreta até
3 de outubro de 1954. Nesse dia, no transcorrer de uma palestra proferi-
da na Escola Superior de Guerra, parte do segredo foi revelado. Soube-
se, então, que existia tal investigação oficial e — mais importante ainda
— que o veredicto da Força Aérea Brasileira era positivo. As fotos da Ti-
juca eram rigorosamente autênticas.
Somente anos mais tarde, em 11 de outubro de 1959, a sociedade
tomou conhecimento da transcendência dessa investigação militar. Por
ocasião de uma transmissão televisionada, Fernando C. Nunes Pereira,
veterano investigador brasileiro, revelou ao grande público as conclusões
da FAB, bem como detalhes de tal investigação.
Nunes investigava o assunto ovni desde 1948 e tivera acesso aos ar-
quivos secretos da Força Aérea Brasileira.
Através deste programa do Canal 9 da televisão brasileira — intitula-
do "O enigma do espaço" —, o investigador contou como recebera um
dia uma ligação do coronel João Adil de Oliveira, que acabara de ser cha-
mado para a direção da primeira comissão oficial brasileira para o estudo
dos ovnis (a ordem procedia do general Eduardo Gomes, futuro ministro
do Exército). O coronel Oliveira convidou o investigador a apresentar-se
perante o Estado-Maior do Exército do Ar, para depor sobre uma deter-
minada observação ocorrida em 1948. Ao chegar ao lugar, encontrou
outros convidados particulares, bem como oficiais da base aérea de Gra-
vataí (Porto Alegre — RS), que, em 24 de outubro de 1954, puderam
observar um vôo de cinco ovnis sobre a base, durante várias horas. Num
determinado momento, também encontrou na sala de reuniões os jorna-
listas de O Cruzeiro, que também tinham sido convocados pelo coronel
Adil de Oliveira.
73
plena discussão, o coronel Adil mandou buscar um 'dossiê'. Declarou que
ele continha todo o estudo realizado pela FAB sobre o caso da Barra da
Tijuca. Quando abriu o relatório — que era enorme —, um disco de ma-
deira caiu em cima da mesa. O silêncio entre os assistentes foi total.
"Teria sido descoberta a suposta fraude de Keffel e Martins? Estes
seguiram os movimentos do coronel com suma atenção, mas não fica-
ram perturbados.
"O coronel rompeu o silêncio, dirigindo-se a João Martins:
" — O senhor se lembra, Martins, que várias pessoas testemunha-
ram ter visto alguns homens lançando um disco para o ar e fotografando-
o? Realmente, aquelas testemunhas viram esses homens lançando um
disco semelhante ao que os senhores fotografaram. Mas obviamente não
podiam ser os senhores pela simples razão de que éramos nós, os milita-
res, que estávamos efetuando a investigação..."
74
"Nos dias posteriores à observação, dirigimo-nos ao local e tentamos
reproduzir uma seqüênca fotográfica idêntica à dos senhores...
"Lançamos este disco que podem ver aqui, após comprovar posi-
ção do Sol, altitude, jogos de luzes e sombras, trajetória do objeto etc.
Posso lhes dizer que tiramos centenas de fotos semelhantes às dos se-
nhores, mas na verdade nunca conseguimos uma seqüência de cinco fo-
tos consecutivas.
"Todas as medidas foram verificadas inúmeras vezes e transferidas
para planos que comparamos com as fotos. Estudou-se minuciosamente
o relatório de cada testemunha, bem como a vida particular e profissional
de cada jornalista.
"Chegamos a admitir que nenhuma trucagem era possível e que o
assunto era totalmente autêntico. Depois desta convicção, através de cál-
culos obtivemos estimativas das dimensões do ovni fotografado e das suas
diversas posições no céu. Os resultados dessas medidas efetuadas pela
FAB são apresentados aqui, sob forma de reconstituições." (Ver esque-
mas nas páginas seguintes.)
75
A carta é concluída da seguinte maneira:
"P.S.: Sou médico e não gostaria de nenhum tipo de publicidade
nem alguma menção de meu nome caso a senhora revele estes detalhes
que lhe transcrevo confidencialmente."
A carta está assinada, embora o nome do médico — como pedia
o interessado — tenha sido silenciado. Posso dizer que tal médico goza
de excelente reputação entre os seus colegas.
"J
;Í
<J
78
O pesquisador Eduardo Buelta realizou o presente croqui, baseando-se na
primeira fotografia da Barra da Tijuca.
79
recido naquela madrugada nos céus espanhóis, nem investigaram entre
as testemunhas do aeroporto valenciano ou junto aos pilotos do avião
de passageiros...
Apesar de tudo isso, o "porta-voz" dos ufólogos valencianos, Sr. Bal-
lester Olmos, lançou aos quatro ventos que "o ovni de Manises podia ser
um avião de combate da VI Frota Norte-Americana, destacada no Medi-
terrâneo...". O "fora" foi histórico.
Mas continuemos com o caso da Tijuca.
Como disse, a opinião da FAB não foi compartilhada pelos america-
nos Menzel e Boyd. Ao analisarem os documentos fotográficos de O Cru-
zeiro, estas "águias" nova-iorquinas da investigação ovni repararam num
"detalhe" que, segundo eles, punha em dúvida a autenticidade dos ne-
gativos e de todo o assunto.
Na foto — afirmaram — o objeto aparecia iluminado pela esquerda,
enquanto uma palmeira situada num plano posterior — em cima de uma
colina — estava claramente iluminada do lado direito.
Os homens do relatório Condon, que ficaram conhecendo o caso
através de W. K. Hartmann, astrônomo da Universidade do Arizona (Es-
tados Unidos) e especialista na análise de fotos da Lua, basearam a sua
"sentença" nos dados proporcionados por Menzel. E apesar de reconhe-
cerem que dispunham apenas de informações fragmentadas e de segun-
da mão sobre o caso, arquivaram o tema, rotulando-o de "fraudulento".
Apesar daqueles quase 400.000 dólares de subvenção para as in-
vestigações, o dr. Condon deve ter considerado que o Brasil ficava muito
longe do Colorado...
Mas o que havia de certo no assunto da palmeira?
Na época dos fatos e no momento em que as fotografias foram tira-
das — 16:30h —, naquela região (24 graus de latitude sul), o Sol brilha-
va em direção noroeste. Segundo o plano realizado pela Força Aérea Bra-
sileira para a quarta fotografia, a elevação do Sol era então de 27 graus
e 30 minutos e o ovni deslocava-se para a direita, o que parece estar de
acordo com a continuaçao dos fotogramas.
Quanto a esta aparente contradição entre a iluminação do objeto e
a do tronco de uma palmeira da colina, o dr. Olavo T. Fontes, represen-
tante da "Aerial Phenomena Research Organization" (APRO) no Brasil,
a explica da seguinte maneira:
"A solução é muito simples. Existem duas palmas quebradas e secas
na árvore, e uma delas está inclinada, enquanto a outra está grudada ao
tronco. As folhas são responsáveis por esta sombra particular."
O jornalista João Martins concordou plenamente com esta opinião,
assinalando outro detalhe significativo. Para o repórter, a "sombra" na
palmeira seria apenas "o escurecimento natural do tronco do lado oposto
aos ventos dominantes que chegam do oceano: o lado diretamente ex-
80
posto a estes ventos carregados de sal é sempre muito mais claro". E num
ataque frontal à Comissão Condon, Martins assegurou:
"Em nenhum período do ano é possível ter sombra sobre esse lado
direito da palmeira, exceto se admitirmos que o sol pode sair pelo sul e
ocultar-se pelo norte...
"Para perceber isso, é preciso dirigir-se até o lugar, como fizeram os
membros da FAB..."
Os representantes da APRO, que foram até a Barra da Tijuca pou-
cos dias após o avistamento, puderam ratificar os argumentos expostos
por Martins.
Mas os membros do relatório Condon negaram-se a consultar estes
dados e informações, considerando que os trabalhos da Força Aérea Bra-
sileira não passavam de superstições.
Apesar de tudo isso, o título oficial de seu relatório definitivo foi "Es-
tudo científico de objetos voadores não identificados"...
81
Os relatórios começaram a multiplicar-se no Centro de Informação
Técnica Aérea (CITA), situado na base aérea de Wright-Patterson, em
Dayton (Ohio).
Mas a grande "onda" chegaria aos Estados Unidos no mês de julho.
Pela primeira vez na história norte-americana, os ovnis "passearam" ma-
terialmente sobre a Casa Branca...
Um mês antes, em junho, um habitante de Nova York obtinha uma
série de fotos de pelo menos três objetos muito luminosos que sobrevoa-
ram a cidade dos arranha-céus. A Força Aérea — que incluiu o caso no
seu Livro Azul — considerou estes objetos como "desconhecidos". Cu-
riosamente, em 1974, um habitante de Minneapolis (Minnesota) obteria
uma imagem muito parecida com a de junho de 1952.
Estes instantâneos foram considerados autênticos pelos militares ame-
ricanos, embora eles não soubessem explicar seu significado.
Nenhum filme foi estudado com tanto esmero e esforço pelas Forças
Armadas norte-americanas como o obtido em 2 de julho de 1952 no es-
tado de Utah.
Naquele dia, o oficial Delbert C. Newhouse, fotógrafo-chefe naval
com mais de 1000 horas de missões de fotografia aérea em seu currículo,
estava dirigindo pela estrada nacional 305, de Washington a Portland,
no Oregon. Estava acompanhado pela esposa e dois filhos.
Tinham acabado de deixar para trás a cidade de Tremonton, em Utah,
quando a Sra. Newhouse mostrou ao marido um estranho grupo de lu-
zes brancas que estavam voando no céu.
Newhouse estacionou o carro e desceu, a fim de observar melhor
o fenômeno. Não precisou de muito tempo para compreender que o
que estava vendo não tinha nada a ver com o que costumava filmar
ou fotografar habitualmente nas bases militares. Lá em cima, mais de
12 objetos com forma de disco davam voltas, a cerca de 3000 metros
de altura.
Não se pareciam em absoluto com aviões ou outras armas aéreas,
e o fotógrafo correu para o veículo para pegar sua câmara fotográfica —
uma Bell and Howell de 16mm —, iniciando uma das mais importantes
filmagens de ovnis do mundo.
Conseguiu 1200 fotogramas. Isto é, um minuto e 15 segundos e uma
imagem especialmente nítida de um daqueles discos que se dirigia para
o leste, enquanto o resto dos ovnis desaparecia pelo oeste.
Algum tempo depois do "encontro", o capitão Ruppelt entrevistou-
se durante duas horas com Newhouse. Naquela época, Ruppelt já aban-
82
donara a aviação e o projeto Livro Azul. A conversa, portanto, foi muito
mais aberta.
Mais tarde Ruppelt escreveria que "falara com muitas pessoas que
tinham dado informações sobre ovnis, porém poucas o tinham impres-
sionado tanto como o fotógrafo da Marinha".
"Fiquei sabendo que quando ele e a família viram os ovnis pela pri-
meira vez — prossegue Ruppelt —, eles estavam perto do automóvel,
muito mais perto que quando Newhouse filmou a cena. Utilizando as pró-
prias palavras da testemunha, 'se fossem do tamanho de um B-29, esta-
riam a 3000 metros de altitude'.
"Tanto o marinheiro quanto sua família tinham observado bem os
objetos. Estes pareciam 'duas formas para bolo, uma virada em cima de
outra'. Não 'supunha' apenas que os ovnis tinham forma de disco; sabia
disso, ja que a vira claramente. Perguntei-lhe porque não dissera isto ao
oficial de Informações que o interrogara. Ele respondeu-me que o fizera.
Lembrei-me então de ter enviado ao oficial de Informações uma lista de
perguntas para serem respondidas por Newhouse. A pergunta 'que as-
pecto tinha o ovni?' não estava entre elas, porque quando se tem a foto
de algo não é preciso perguntar qual é seu aspecto. Nunca saberei por
que este oficial de Informações não nos transmitiu a informação."
1000 homens-hora
83
passou a fazer parte da NIC AP, um grupo de investigações particulares
que a Aviação considera seu pior inimigo no assunto ovni. Isto ocorreu
em 1955.
84
As luzes de Salem: reflexos luminosos e algo mais
85
E aqui intervém o Sr. Hynek — considerado o número um da ufolo-
gia norte-americana — afirmando:
"... eu concordaria com a avaliação do Livro Azul sobre a teoria de
um reflexo luminoso na janela."
Mas na minha humilde opinião, o assunto não está claro. Como dis-
se anteriormente, conheço os profissionais da fotografia, e sei de sua ca-
pacidade de observação — não esqueçamos que se trata de seu trabalho
—, bem como de perícia.
Para começar, se a testemunha e fotógrafo profissional da Guarda
Costeira de Salem disse que "as luzes pareciam oscilar", é mais do que
provável que isso tenha ocorrido. Desde quando existem luzes fixas num
teto que possam oscilar?
Por outro lado, o Sr. Hynek — que duvido tenha entrevistado
Alpent — não estranha que luzes internas possam aparecer e desapare-
cer no vidro de uma janela em questão de segundos. Isto foi o que ocor-
reu na sede da Guarda Costeira, segundo o relatório da testemunha.
Sugeriria ao Sr. Hynek que fizesse o teste. A surpresa pode ser
maiúscula...
Além do mais, desde quando um fotógrafo profissional se sente im-
pressionado por alguns reflexos no vidro de uma janela? Simplesmente
absurdo.
Se Shell Alpent ficou surpreso por esse grupo de luzes, saindo cor-
rendo do aposento para buscar a câmara e outras testemunhas, é porque
ali havia "algo" que realmente chamou sua atenção.
Para um fotógrafo profissional, insisto, teria sido suficiente dar um
passo para frente ou para trás para, em caso de dúvida, esclarecer o con-
flito dos supostos reflexos.
Além disso, se os "peritos" do Livro Azul foram assaltados pela
dúvida dos "reflexos luminosos", por que não repetiram diversas vezes
a fotografia? Teria sido sumamente cômodo "procurar" as citadas luzes
do teto do aposento e fotografar o suposto reflexo...
Nada disso foi feito.
E Hynek aceitou tranqüilamente a hipótese oficial.
Se os quatro objetos encontravam-se "fora de foco", isto pode se
dever a outras razões que, pelo visto, não foram "consideradas" pelos
"peritos" do Livro Azul nem pelo "sumo sacerdote" da ufologia norte-
americana.
Nos meus arquivos existem numerosas fotografias — realizadas ao
ar livre — nas quais aparecem imagens de objetos totalmente fora de fo-
co, apesar de o fotógrafo ter colocado o foco em "infinito". Como pode
ser entendido este fato?
Do meu ponto de vista, há uma coisa que não pode ser esquecida.
Estamos diante de um fenômeno desconhecido, diferente de tudo e fora
86
das normas e leis da nossa — disse "nossa"' — lógica. Por isso, é possível
que aquelas "luzes" fotografadas pelo membro da Guarda Costeira de Sa-
lem apresentassem uma imagem "fora de foco" ou sem definição. Mas
não por erro do fotógrafo e sim pela sua própria natureza.
Qualquer fotógrafo amador sabe que um "ponto de luz" — no qual
só a luz seja considerada — jamais nos dará uma total e absoluta defini-
ção, como pode suceder, por exemplo, com uma casa, um asno ou a
barba de Hynek...
O que pode acontecer com qualquer fotógrafo — por muito expe-
riente que seja — é que, devido ao nervosismo, a imagem apareça "bor-
rada". Em outras palavras, sem definição.
Será que não foi isso o que aconteceu com o fotógrafo de Salem?
Ainda ignoro — embora já tenha me informado — qual foi a velocidade
colocada por Alpent no momento de fotografar as "luzes". Se tal veloci-
dade não foi a correta ou os objetos "oscilavam" a uma velocidade supe-
rior à marcada pela testemunha, eles teriam saído fora de foco. Mas isso
não supõe que as "luzes" fossem simples reflexos.
Para completar — e levando em consideração os "antecedentes" sus-
peitos do projeto Livro Azul em geral —, qual outro resultado podia ser
esperado? Só me parece estranho que o dr. Hynek, perito no assunto,
aceitasse as conclusões oficiais sobre as fotos de Salem.
E como estamos falando de fotografia, seria bom verificar os crité-
rios do amigo Hynek para julgar a validade de uma fotografia ovni. Ele
diz textualmente:
"... A suposta fotografia de um ovni, especialmente um disco diur-
no, não deve ser levada a sério a menos que obedeça às seguintes condi-
ções: 1) a foto deve ser tirada na presença de testemunhas inatacáveis,
que também tenham observado o objeto nesse momento; 2) os negati-
vos originais devem ficar à disposição para seu estudo, já que não se po-
de efetuar uma análise adequada unicamente com as cópias; 3) a câma-
ra também deve ficar disponível para estudo; 4) o dono da fotografia de-
ve estar disposto a testemunhar sob juramento que a fotografia é genuí-
na; isto é, que a fotografia mostra o que se pretende: um ovni."
Aceito as três últimas condições, porém não a primeira, para mim
de grande importância.
E possível — conheço casos — que em algumas fotos ovni a teste-
munha não mereça excessiva confiança. Mas em inúmeros outros casos
isto não ocorre. O fotógrafo e a testemunha são merecedores do maior
respeito. Qualquer pesquisador com um mínimo de "horas de vôo" nes-
te trabalho conhece dezenas deles. Por que então duvidar das suas fotos
ainda que efetuadas sem testemunhas?
Esta postura me parece tão frágil como a do juiz que não aceitasse
o depoimento de uma testemunha de assassinato simplesmente porque
"não havia outras testemunhas com o declarante".
87
Não sei se isso já ocorreu, mas gostaria de saber o que aconteceria
se certo dia o dr. Hynek fosse surpreendido por um ovni e conseguisse
fotografá-lo. Que poderíamos pensar dele — seguindo à risca os seus cri-
térios — se nesse momento ele estivesse satisfazendo suas necessidades
maiores ou menores e totalmente sozinho...?
Acho que o afã analítico de Hynek é válido, porém sem chegar a
extremos.
Por isso, não estou de acordo com o veredicto oficial sobre a foto-
grafia de Salem. Uma pesquisa nova e profunda talvez nos leve a uma
interpretação e a conclusões diferentes.
Ao contrário do que proclamam muitos ufólogos e segundo o que diz
a lei nos casos habituais de erros, delitos etc., prefiro inclinar-me pela "ino-
cência" do fotógrafo, pelo menos enquanto não tivermos provas eviden-
tes da sua "culpa" na fraude ou erro fotográfico... Em outras palavras: to-
da foto ovni pode ser autêntica ou "inocente" até prova em contrário.
88
Einstein intercede a favor dos ovnis
89
e desde o "objeto', em função das camadas de sensibilidade de freqüên-
cia e ângulos de incidência da onda propagada. Apesar disso, a grande
diferença nas freqüências dos equipamentos de radar Faixa L-CPS-5 e
Faixa S-CPS-4 e a evidente correlação de observações entre estes dois
aparelhos praticamente excluem a possibilidade de efeitos anômalos de
observação. Além disso, a magnitude de velocidade e acelerações dos
movimentos tridimensionais dos "objetos" descritos excedem a capacida-
de de conduta conhecida dos veículos mais leves que o ar em vôo
controlado.
b. Esta improbabilidade também é confirmada pelo fato de que o "ob-
jeto" foi descrito como estacionário no espaço livre durante um período
médio de dois minutos.
c. O que se afirma nos relatórios adquire maior validade pelas decla-
rações de que os primeiros indícios, que foram a grandes altitudes, foram
observados no buscador de altitude CPS-4 antes de serem observa-
v
Julho de 1 9 5 2 . O radar captou seis "alvos" não identificados sobre a cida-
de de Washington (Estados Unidos). Eis aqui outra das inegáveis provas dos
ovnis.
90
dos no equipamento de vigilância por radar CPS-5. Isto obedece à lógica
e à experiência direta, pois se sabe que a cobertura de grande altitude
do CPS-5 é medíocre e que a antena não se pode inclinar automatica-
mente como ocorre com o CPS-4, onde o controlador pode inclinar a
antena dentro de amplos limites para observar qualquer objeto situado
a grande altitude ou em ângulo elevado. Cabe assinalar que a anterior
experiência direta com um equipamento CPS-5 de vigilância por radar
indicou que os alvos captados a distâncias e altitudes como as indicadas
no relatório respectivo teriam provavelmente uma taxa de reflexo corres-
pondente à ordem de magnitude de um B-29 ou maior.
d. Na falta de diagramas de cobertura vertical e horizontal para os
postos específicos de radar, e de relatórios meteorológicos globais para
a região durante o período de tempo em que foram efetuadas essas ob-
servações, não é viável neste momento um estudo ou avaliação comple-
ta.
e. Em resumo, é inconcebível que um fenômeno eletrônico conhe-
cido, ou a combinação de vários fenômenos eletrônicos, possa produzir
todas as observações abrangidas pelos relatórios anexos.
4. Nos últimos tempos, tem aumentado a freqüência de relatórios
desta natureza; conseqüentemente, foram enviadas a todas as instalações
de radar pertencentes a este comando instruções para comunicarem to-
da observação de objetos insólitos na tela.
5. Recomenda-se que os relatórios sobre observações de objetos não
identificados sejam reexaminados para sua apresentação por todas as agên-
cias regionais interiores da Aviação.
Assinado: Neal J . 0'Brien, coronel da aviação dos Estados Unidos,
ajudante-geral do ar, para o Comandante-Geral.
A teimosia oficial
91
Aquela observação prolongou-se durante 45 ou 60 minutos, segun-
do registro no caderno de bitácula do controlador. Das 19:45 às 20:30h,
o objeto permaneceu sobre os nossos caças, embora a uns 6000 metros
acima deles.
7\ J3 «1
92
Durante este período de cerca de 45 minutos, o tenente Mattson e
outros membros do grupo informaram que o alvo permanecia imóvel nu-
ma mesma posição e avançava de uma posição de 270 graus, 110 quilô-
metros a 13.000 metros para outra posição (358 graus), 80 quilômetros
e mesma altitude, em quatro ou cinco minutos.
Este movimento — segundo o operador de radar — atribuía ao ob-
jeto uma velocidade superior aos 2200 quilômetros por hora.
As 20:52h, o aparelho sumiu da tela PPI e foi captado durante pe-
ríodos de um e dois minutos até 180 quilômetros. Deteve-se no ar du-
rante cerca de dois minutos, quando já se encontrava a 170 quilômetros
da base.
"Naturalmente — confirmou o tenente —, a tela CPS-5 foi muito
exata nessa noite, o que foi confirmado pelos pilotos dos F-80 a partir
de muitas posições geográficas que lhes foram dadas pela mesa de radar."
Pois bem, apesar dessa nitidez na tela, desses 2200 quilômetros por
hora (não nos esqueçamos que estamos no ano de 1952), das bruscas su-
bidas e descidas, das paradas do objeto, de ter perdido até dois quilôme-
tros de altura num segundo e desses 14.000 metros de altitude nos quais
voava, no projeto Tinia1 o assunto foi classificado como "um balão"...
93
Tanto os pilotos de combate como os operadores de radar militares
— como continua acontecendo hoje — tiveram de permanecer mudos
ante essa solene estupidez da Força Aérea (USAF). Dos patos passara-se
às gaivotas e destas aos balões. E ainda restavam as gastas explicações
do planeta Vênus, das miragens, alucinações e intoxicações alcoólicas...
Abatam-nos!
Em outubro de 1966, nascia o nefasto relatório Condon, com uma subvenção de 313.000 dóla-
res da Força Aérea dos Estados Unidos, que foi elaborado pela Universidade do Colorado, sob a direção
do dr. Condon. A comédia durou até novembro de 1968. "Os ovnis não existem", afirmou Condon,
olimpicamente. Aquele estudo, porém, serviu fielmente aos fins do Pentágono. Em 17 de dezembro
de 1969, o secretário da Aviação, Robert Seamans, deu por finalizado o projeto Livro Azul. (N. A.).
94
terão de vir de Delaware, o que supõe pelo menos meia hora de demo-
ra..."
A confusão oficial aumentava a cada momento e às três da madru-
gada os ovnis continuavam sobre o céu de Washington, como se estives-
sem na casa da sogra...
De repente, a torre do aeroporto da capital norte-americana captou
algo muito mais espetacular. Um operador chamado Zacko, que vigiava
a tela de "alta velocidade" viu um objeto que se deslocava como um fo-
guete. Nesse momento encontrava-se sobre o Andrews Field e dirigia-se
para Riverdale. Quando ele desapareceu da tela, Zacko e outro controla-
dor computaram a velocidade do eco: 11.500 quilômetros por hora!
Por volta das três da madrugada, finalmente apareceram os caças.
Os ovnis — como sempre — tinham acabado de desaparecer. Como não
os encontraram, os interceptadores retornaram à base. E quinze minutos
mais tarde, os objetos apareciam novamente sobre a capital federal, per-
manecendo até o amanhecer.
Apesar da hora, algumas testemunhas observaram os ovnis em ter-
ra. Uma delas foi E. W. Chambers, engenheiro em radiotelefonia, que
os viu quando estava saindo da estação da emissora de rádio WRC, de
Washington. Eram cinco e meia da madrugada. Chambers declarou que
os cinco discos, após voarem na horizontal e em perfeita formação, mu-
daram de rumo, elevando-se a grande velocidade.
Nesse mesmo momento — 5:30h — o controlador Ritchey informa-
va ter visto 10 alvos não identificados nas proximidades do aeroporto
nacional.
A última observação por radar ocorreu às 5:40h. Os peritos em ra-
dar contabilizaram até sete alvos sobre a região.
A notícia da "invasão ovni" sobre Washington vazou para a impren-
sa e a opinião pública pediu explicações à Força Aérea e ao Pentágono.
Foi um escândalo de tais proporções que os militares prometeram ocupar-
se do assunto. E os dias se passaram.
Mas quando a Força Aérea pensou que tudo voltara à normalidade,
que o assunto já fora esquecido, os ovnis regressaram a Washington.
E foram vistos vários deles...
Seis dias depois daquela jornada histórica, formações inteiras de ob-
jetos não identificados situaram-se de novo sobre a capital federal, desa-
fiando os caças norte-americanos. A evidência foi tamanha que um ofi-
cial da Força Aérea deu ordem de abrir fogo e abater os objetos.
Isto ocorreu em 26 de julho de 1952. Vários cientistas de primeira
linha — inclusive Albert Einstein — protestaram ante a Casa Branca por
causa dessa ordem e exigiram que ela fosse anulada. A ordem de "abati-
mento" foi retirada pela Casa Branca antes das 17:00h.
95
Eis aqui um documento irrefutável: ovnis em formação detectados no ra-
dar do Centro de Controle de Washington, quando rodeavam um c a ç a F-94
que tentou interceptá-los. Estas naves também foram observadas a olho nu
por William Patterson. Que poderão alegar o s hipercríticos e "negativistas"
diante de uma evidência como e s t a ?
A história de 19 a 20 desse mesmo mês de julho tornou a ocorrer:
formações de até 12 ovnis nas telas de radar, pilotos comerciais que ob-
servaram os discos, pilotos de combate que tentaram inutilmente perse-
guir os objetos e testemunhas — milhares de testemunhas — em terra.
Como é natural, os jornais do país dedicaram-se a atacar a Força
Aérea, pedindo explicações satisfatórias. O mais ácido dos comentários
apareceu no Rocky Mountains News, de Denver (Colorado):
"E tão incrível como aterrorizador que a nossa Força Aérea, com to-
dos os recursos que possui, ainda não tenha podido identificar esses ob-
jetos. Se os chamados 'discos voadores' constituem um experimento su-
jeito a segredo militar, já está na hora de despojá-los dessa crostra de se-
gurança em prol da sanidade mental nacional. J á existem muitos perigos
reais no mundo para acrescentar a estes perigos imaginários e desneces-
sários.
"Igualmente — concluía o editorial —, se se ignora de verdade o que
tais objetos são, enquanto não obtivermos a resposta verdadeira não po-
deremos continuar orgulhando-nos dos nossos avanços científicos e mili-
tares."
97
Os instrumentos ótico-astronômicos destinados à observação de cor-
pos celestes muito distantes da Terra — e a isso geralmente se dedicam
os astrônomos — não são os mais adequados para registrar o desloca-
mento de ovnis nem para registrar a passagem de aviões ou pássaros.
A razão é óbvia: focalizado no infinito, o campo visual do telescópio, a
uma distância relativamente curta da Terra, é muito restrito, e o trânsito
de um objeto veloz se dá em fração de segundo, tal como demonstra Os-
car Adolfo Uriondo na sua obra El problema científico de los ovnis. Con-
seqüentemente, não existindo um programa de busca sistemática, a de-
tecção e a fotografia de ovnis dependem totalmente do fator sorte.
Em suma, aparentemente os ovnis não captaram as palavras do ge-
neral Samford — ou será que sim? —, porque pouco tempo depois vol-
taram aos Estados Unidos.
98
O objeto — de tipo fusiforme — não fazia o menor ruído. Contem
plando esta imagem (página 98), é possível perguntar se também esses
aparelhos sofrem avarias, como acontece com nossos aviões. Tratava-se
realmente de um rastro de fumaça, produto de uma possível combustão,
ou de um ovni em apuros?
99
Estas extraordinárias fotografia
obtidas em 1 9 5 2 por um rapaz ei
Nova J e r s e y são excepcionais, ei
tão entre as melhores do mundo.
JéSé
* ^fppH
J /
Na manhã de 31 de julho de 1952, por volta das 9:30h, o Italiano
Giampiero Monguzzi, funcionário da Società Edison, estava em compa
nhia da sua esposa no Cherchen, um glaciar do maciço de Bernina. Esta-
vam aproveitando um dia no campo...
O competente investigador Perego assim relata o caso, diretamente
investigado por ele:
"... Monguzzi viu aproximar-se de repente e aterrissar a uma cente-
na de metros, sobre a borda de um vale próximo, um objeto com clara
forma de disco.
101
"Monguzzi aproveitou o momento e tirou outras três fotos do supos-
to humanóide e da nave.
"Depois o objeto elevou-se e desapareceu. A afortunada testemu-
nha ainda tirou mais duas fotos do disco que se afastava."
Após revelar ele mesmo o filme, compreendeu que tinha em mãos
um dos mais sensacionais documentos da história da Humanidade: um
ser do espaço com seu traje de "cosmonauta"!...
Ofereceu o seu trabalho a alguns jornais e agências de notícias que
chegaram a oferecer cifras fabulosas pela compra dos negativos. No en-
tanto, a seqüência era tão extraordinária que logo começaram a surgir
dúvidas e suspeitas. E o assunto continuou assim durante muito tempo.
Finalmente, Monguzzi aceitou as condições do semanário Época, com
a secreta esperança de ficar famoso. Mas, ao contrário do que podia ima-
ginar o italiano, as reações foram muito negativas. E a polêmica reiniciou-
se. Aquilo acarretou sérios problemas para Monguzzi, que ficou desem-
pregado durante quase dois anos devido aos comentários dos repórteres
do citado semanário. Estes tinham afirmado que as fotos de Monguzzi
eram apenas "fantásticas montagens".
102
Mas o caso continua em aberto. Os negativos, analisados cuidado-
samente, não demonstraram qualquer manipulação, embora — como dizia
no princípio — a própria espetacularidade das imagens fez investigadores
e estudiosos pensarem que "ali havia algo estranho".
Se algum dia chegar a demonstrar-se a autenticidade da seqüência
do glaciar de Bernina, a presença de seres extraterrestres no nosso mun-
do terá deixado de ser uma especulação.
StDÍ VliW
104
possíves contatos com seres do espaço, sem conceder sequer a oportunl
dade de uma exposição aberta dos fatos.
Que posso pensar então do que ocorreu naquela quinta-feira, 20 de
novembro de 1952, no deserto da Califórnia?
Segundo George Adamski — que continuara com suas experiências
fotográficas no Monte Palomar —, às 12:30h de tal quinta-feira foi quan-
do ele teve seu primeiro contato pessoal com um homem de outro mundo.
"Chegou num disco voador — conta Adamski — e o encontro ocor-
reu no deserto da Califórnia, a 16 quilômetros de Desert Centre, em di-
reção a Parker (Arizona)."
O astrônomo amador afirma que, durante esse ano de 1952, além
das suas fotos, fizera múltiplas visitas ao deserto, em busca dos possíves
lugares onde os ovnis poderiam ter descido.
"Mas sempre regressei com as mãos vazias..."
Nos últimos dias de agosto, Adamski recebeu no Palomar Gardens
a visita do Sr. e Sra. Bailey, de Winslow, Arizona. Eram estudiosos do
assunto dos discos voadores e afirmaram tê-los visto em algumas oca-
siões. Falaram-lhe de outro casal amigo — o dr. George Williamson e
sua esposa — também interessados pelo fenômeno.
"Pouco depois — explica Adamski — meus quatro novos amigos
visitaram-me no Palomar. E após permanecerem alguns dias na minha
casa, pediram-me que lhes avisasse quando tentasse fazer um contato com
os 'discos voadores'.
"Assim, na noite de 18 de novembro, liguei para eles, comunicando-
lhes que na noite seguinte estava pensando em ir até Blythe, na Califór-
nia. Aceitaram meu convite e combinamos encontrar-nos na quinta-feira,
20, de manhã."
Dito e feito. Adamski, que viajava em companhia de sua secretária,
Lucy McGinnis, e da Sra. Alice K. Wells, encarregada do café de Palo-
mar Gardens, encontrou os dois casais no local combinado, em Blythe.
Tomaram café e conversaram sobre a região mais propícia para empreen-
der a aventura. Finalmente decidiram-se por Desert Centre. Entraram pela
estrada que leva a Parker e, após terem percorrido cerca de 17 quilôme-
tros, George propôs que estacionassem os carros e caminhassem pelo de-
serto.
Antes de empreender a exploração, o grupo resolveu comer alguma
coisa. Nesse momento, escutaram o ruído de um avião — um bimotor
— que estava voando sobre a cadeia montanhosa existente do outro la-
do da estrada. Ao se afastarem, os exploradores viram um grande objeto
prateado, na mesma direção na qual o avião surgira. Tinha a forma de
um charuto e conservava-se a grande altura, em completo silêncio.
De repente, a gigantesca nave mudou de cor, passando para um tom
alaranjado. Adamski e seus companheiros contemplaram-na com binó-
105
culos e observaram que tinha uma marca escura num dos seus lados. Pa-
recia um distintivo.
O dr. Williamson, que servira na Força Aérea durante a guerra, de-
clarou que aquele signo não tinha nada a ver com os dos aviões america-
nos ou de outros países.
O venusiano
106
Fotografia obtida por Adamski à s 7 : 5 8 do dia 1 ? de maio de 1 9 5 2 . Trata-se
de uma "nave-mãe", e as "janelinhas" aparecem nitidamente.
tir temor porque o homem não parecia ter nada fora do normal. Percebi
que era mais baixo e muito mais jovem que eu. Somente duas coisas cha-
maram a minha atenção ao aproximar-me: suas calças não eram como
as minhas. Pareciam aquelas usadas para esquiar. Perguntei-me o que
estaria fazendo com estas roupas em pleno deserto...
"Além disso, seus cabelos eram compridos até os ombros, e o vento
os agitava." Adamski salienta que neste momento perdeu todo o temor.
"Deixei de preocupar-me se meus amigos estavam contemplando a
cena, como eu lhes pedira. Aquele homem já estava a um metro de mim...
"Então compreendi tudo. Era um ser de outro mundo. Mas eu não
vira a sua astronave..."
"Estendeu-me a mão"
107
nha mão, como se faz habitualmente na nossa sociedade, apoiou sua pal-
ma contra a minha apertando levemente. Interpretei isto como um sinal
de amizade. A pele de sua mão era tão delicada como a de uma criança.
Seus dedos, longos e estilizados. Acho que, com outra roupa, poderia
passar facilmente por mulher.
"Lembro-me que fiquei chocado pela sua falta de barba. Sua tez era
bronzeada, porém sem sinal de pêlo.
"Estava vestido com uma espécie de macacão. Tive a impressão de
que se tratava de um traje de viagem e que os homens do espaço usam
essa roupa como os terráqueos usam roupas adequadas para seu traba-
lho.
"Aquele macacão era de cor marrom-chocolate. Era formado por uma
blusa bastante larga com gola alta e justa e mangas compridas e amplas
— tipo raglã — com punhos apertados.
"O cinto media cerca de 20 centímetros de largura. As únicas notas
de cor em toda a sua indumentária consistiam em duas faixas de uns três
centímetros de espessura, nas bordas superior e inferior do cinto. Eram
mais claras, de um marrom-dourado.
"As calças também eram largas e ajustadas nos calcanhares. Não vi
botões, nem casas-de-botão nem zíperes. Também não era possível ver
bolsos nem costuras. A forma como essa roupa era feita ainda é um mis-
tério para mim.
"Também não usava anéis nem pulseiras, nem nenhum outro enfei-
te. Também não dava a impressão de usar armas.
"Seus sapatos eram de cor sangue-de-touro. Pareciam ser feitos de
algum tipo de tecido diferente do da roupa, de uma consistência seme-
lhante ao couro. Esta matéria era extraordinariamente leve, já que per-
mitia perceber claramente os movimentos que fazia com os pés. Seus sal-
tos eram mais baixos que os dos nossos sapatos, e as pontas eram qua-
dradas."
Dificuldades na conversação
A conversa foi difícil, já que o suposto ser espacial quase não falava
inglês e Adamski logicamente não compreendia a língua do forasteiro.
Foi preciso recorrer à comunicação telepática e à linguagem univer-
sal dos sinais. Desta maneira, o terráqueo ficou sabendo da origem venu-
siana do interlocutor, da preocupação reinante naquele planeta por cau-
sa das bombas atômicas humanas e do sistema de propulsão da nave do
"venusiano": uma espécie de aplicação dos princípios universais de atra-
ção e repulsão. O extraterrestre explicou-lhe que as explosões nucleares
eram perigosas por causa das nuvens radiativas resultantes, que afeta-
vam o espaço exterior. Indicou-lhe também que se se continuasse com
essas explosões, o planeta inteiro corria perigo.
108
Adamski perguntou-lhe como viera, e o "venusiano" mostrou-lhe uma
pequena nave — a mesma que vira anteriormente — suspensa a poucos
metros do chão, atrás de uma depressão do deserto.
Explicou-lhe que estes pequenos aparelhos eram transportados pela
gigantesca aeronave que tinham visto anteriormente e que as pequenas
bolas de luz ou fogo que tinham observado em algumas ocasiões eram
uma espécie de raio explorador.
O homem dos cabelos loiros contou-lhe que vários colegas seus ti-
nham encontrado a morte na Terra, por falhas mecânicas ou devido a
agressões dos humanos.
Estavam falando há quase uma hora, quando o extraordinário visi-
tante apontou para os pés e deixou umas marcas na areia. Lá aparece-
ram desenhos estranhos, provocados pelas solas dos sapatos.
Encaminharam-se depois para a astronave, que Adamski descreve
como feita de um material de grande dureza, porém translúcido. O apa-
relho estava suspenso no ar e, na sua parte inferior, havia três bolas que
deviam constituir um sistema de aterrissagem.
A nave terminava numa cúpula e, na sua parte superior, havia algo
parecido com uma lente grossa, que emitia luz e que nas fotografias tira-
das por Adamski parece uma espécie de aro.
Antes de subir na astronave, o "venusiano" pediu a Adamski um dos
filmes fotográficos que guardava no bolso, prometendo devolvê-lo, o que
ocorreu semanas depois daquele primeiro encontro — a 13 de dezembro
— quando um dos tripulantes de uma nave lançou o filme por uma de
suas aberturas. No filme, Adamski encontrou uma misteriosa mensagem,
que ainda não pôde ser decifrada.
No final da conversa, o "venusiano" pediu-lhe que não se aproxi-
masse demais da nave. Mas Adamski esqueceu-se da advertência e pe-
netrou sob a borda externa do ovni.
"Uma força desconhecida puxou então meu braço para cima e um
momento depois lançou-o violentamente contra um dos lados do meu
corpo. Podia mexê-lo, mas a poderosa energia o deixou insensível."
O estrangeiro tranqüilizou Adamski, assegurando-lhe que recupera-
ria a sensibilidade do braço, como aconteceu mais tarde. "A minha preo-
cupação naquele momento — comenta Adamski — não era o braço, mas
sim as chapas fotográficas que obtivera anteriormente e que não sabia
se tinham sido prejudicadas por aquelas forças."
Concluído assim o encontro, o "venusiano" despediu-se do amigo.
Escalou um aterro situado atrás do disco voador, saltou pela borda da
estrutura e penetrou no veículo, sem que Adamski conseguisse ver como
o fizera.
Segundos depois, a nave — semelhante a um grande sino de cristal
— perdia-se no espaço.
Transcorrera uma hora.
109
O relato foi publicado nos jornais e, naturalmente, criou-se uma gran-
de polêmica. Algumas sociedades místicas americanas acreditaram que
Adamski era um profeta e o assunto cresceu desmesuradamente. Um gru-
po fundou a George Adamski Subscription Found, e George tornou-se
mundialmente famoso. Deu várias palestras e, numa viagem pela Euro-
pa, entrevistou-se com a rainha Juliana da Holanda, o que causou um
grande escândalo.
Depois deste primeiro encontro com o suposto "venusiano", Adamski
afirmou ter tido outras entrevistas, tendo chegado a penetrar numa des-
sas naves, da qual proporcionou desenhos e planos. Segundo o astrôno-
mo amador, os homens do espaço transportaram-no num dos seus veí-
culos até a Lua.
O primeiro relato de Adamski mereceu grande credibilidade, já que
fora efetuado na presença — embora a certa distância — de outras seis
testemunhas.
Este grupo chegou a fazer uma declaração sob juramento ante um
tabelião, cujo texto foi o seguinte:
"Os abaixo-assinados declaram solenemente que, tendo lido os de-
talhes proporcionados por George Adamski sobre sua entrevista com um
extraterrestre chegado num disco explorador, estes coincidem com tudo
o que eles presenciaram."
Como já mencionei, estas testemunhas eram o casal Bailey, de Wins-
low (Arizona), o dr. George Hunt Williamson e sua esposa, residentes
em Prescot (Arizona), a Sra. Alice K. Wells, proprietária do Palomar Gar-
dens e admistradora da cafeteria do local, e a Sra. Lucy McGinnis, secre-
tária de Adamski.
Curiosas coincidências
110
tas norte-americanos em Cabo Canaveral. Na página 76 da obra men
cionada, ele diz:
"... estava muito surpreso ao ver o panorama do espaço que é total-
mente escuro; no entanto, em volta de nós ocorriam estranhas manifes-
tações, como se bilhões e bilhões de vaga-lumes voassem por todas as
partes, movimentando-se em todas as direções, como de fato fazem os
vaga-lumes. No entanto, estes eram de muitas cores, como um celestial
e gigantesco fogo pirotécnico, tão belo que chegava a ser imponente."
Devemos lembrar que isto foi escrito em 1955. Somente sete anos
mais tarde, em 1962, John Glenn, astronauta dos Estados Unidos, diria
o seguinte numa entrevista coletiva:
"Quando olhei para fora, minha primeira impressão foi que estava
observando um campo completo de estrelas, e que a cápsula na qual via-
java tinha se elevado enquanto eu olhava pela janela e me encontrava
diante de novos campos de estrelas. Mas isto não ocorria assim. Descobri
que uma infinidade de coisas pequeninas, que em princípio considerei
estrelas, eram objetos brilhantes de cores amarela, verde e muitas mais,
que possuíam a aparência de vaga-lumes voando numa noite escura.
"Estas pequenas partículas — prosseguiu Glenn — estavam a uma
distância de 10 pés — uns três metros — da cápsula e havia literalmente
milhares delas.
"Tudo o que eu podia ver aos lados da cápsula, via também ao lon-
go do trajeto; mais tarde, quando virei e me dirigi para a direção de onde
as luzinhas pareciam vir e onde a luz do sol vinha de baixo, muitas dessas
coisinhas pareceram desaparecer. No entanto, muitas outras vinham atrás
da cápsula. Neste campo viajava a uma velocidade muito lenta; acho que
de três a cinco milhas por hora, e aquelas coisinhas pareciam estar distri-
buídas em volta da cápusla e não como se tivessem emanado dela.
"Existem muitas pessoas — finalizou o astronauta — que têm reali-
zado investigações e formulado suas hipóteses. Eu não tenho nenhuma
teoria, simplesmente aceito que vi aquelas coisas nas três órbitas que rea-
lizei em volta da Terra e durante o mesmo período de tempo" (publicado
em 2 de fevereiro de 1962 no The New York Times).
Como podemos explicar esta coincidência entre o que foi descrito
por Adamski em 1955 e John Glenn em 1962? Pessoalmente, já faz muito
tempo que não acredito em acasos...
Eis aqui outra curiosa "coincidência". Na página 199 do seu livro Los
platillos voladores han aterrizado, Adasmski escreve:
"... A força radiativa das bombas nucleares, testadas por algumas
nações da Terra, pode chegar a ter efeitos mais intensos no espaço se
sair da atmosfera terrestre."
111
Nave fotografada por
Adamski em 2 0 de novem-
bro de 1 9 5 2 ; este mesmo
tipo de ovni seria fotogra-
fado posteriormente no Rei-
no Unido por pessoas que
não tinham nada a ver com
o astrônomo amador do
Monte Palomar.
112
Atmosfera na Lua
Também em 1952
113
Repete-se o ovni "adamskiano"
114
É sumamente curioso que a presente imagem tenha sido obtida na
mesma data em que George Adamski e outras testemunhas asseguraram
ter realizado seu primeiro "encontro" com um ser do espaço.
115
puderam ver até oito objetos menores que pareciam "escoltar" o ovni que
aparece na imagem. Um destes ovnis era de uma cor laranja bem vivo.
1953
Uma "transferência" para o Leste?
116
Bélgica: um "ovo frito" que voa
117
Segundo a opinião da testemunha, as pequenas manchas em volta
do objeto voador circular poderiam ser conseqüência de um efeito do sol
na revelação escura demais. De qualquer forma, tinha certeza de que as
partículas emanadas tanto da cauda de fumaça quanto do próprio objeto
eram de um branco pálido.
Sobre a Alemanha
1954
Surpresa "adamskiana" no Reino Unido
118
terra originou-se uma notícia que foi propagada pela imprensa de meio
mundo, com enfoques positivos e negativos, como sempre...
Segundo estes pesquisadores, uma das fotos tiradas pelo astrônomo
amador do Monte Palomar em 1952 "era apenas uma tampinha de refri-
gerante jogada para cima... ".
Os hipercríticos e ufólogos "científicos" sentiram-se mais do que sa-
tisfeitos. Aquilo aparentemente assegurava que eles tinham razão. Digo
"aparentemente" porque, apesar desta "descoberta" — sobre a qual ha-
veria muito para ser dito —, os referidos pesquisadores pareciam esque-
cer um acontecimento não menos importante: as fotografias obtidas em
1954 nas proximidades do lago Coniston, no condado inglês de Lanca-
shire.
Um ovni "adamskiano"
A 15 de fevereiro de 1954, as crianças inglesas Stephen Darbirshire,
de 13 anos, e Adrian Myers, de 8, conseguiram fotografar um objeto com
características praticamente iguais às das fotos do polêmico Adamski, nos
Estados Unidos.
O testemunho das crianças foi categórico. "Aquele objeto — expli-
caram — parecia feito de uma matéria vítrea e tinha uma parte superior
com aberturas e três pequenas esferas na parte inferior, na qual aparecia
também um ponto escuro central, semelhante a um cone."
O ovni estava pousado muito perto do cume de uma colina chama-
da Old Man, em Cumbria, Coniston. Eram 14:30h.
Os meninos tiraram duas fotografias com uma câmara Kodak
Brownie. Quando o objeto desapareceu, os meninos foram correndo pa-
ra a casa de Stephen; contaram ao pai deste o que tinham visto e
entregaram-lhe a máquina fotográfica.
O pai não acreditou muito na história dos meninos, mas levou o fil-
me a um fotógrafo da localidade chamado Pattison. Após a revelação,
apareceu o objeto misterioso.
Tratava-se de um ovni típico, com uma forma que já é considerada
"clássica" pelos estudiosos. Sua definição, porém, não era muito correta.
Os negativos foram analisados por peritos e o veredicto foi totalmente
positivo. Não havia nenhuma trucagem.
A notícia e as fotos foram publicadas no Lancashire Evening Post.
Quando os pesquisadores compararam aquelas fotos com as tiradas
por Adamski em 1952, a surpresa os deixou gelados: eram simplesmente
idênticas. Além disso, e isto era decisivo, o testemunho das pessoas coin-
cidia com as descrições feitas por Adamski.
119
Estes documentos proporcionaram aos relatos de George Adamski
— especialmente às fotografias do deserto da Califórnia — um alto nível
de credibilidade.
Mediante projeções ortogonais, um pesquisador chegou a demons-
trar que as fotografias de Adamski e Darbirshire poderiam estar reprodu-
zindo objetos idênticos.
120
O naturalista também afirmou que dos orifícios nasais do "piloto"
saíam tubos muito pequenos, que ele considerou parte de algum equipa-
mento para respiração.
No livro publicado por Allingham, Platillos volantes desde Marte,
afirma-se que a testemunha chegou a conversar com aquele "homem me-
diante uma linguagem de sinais. Cedric afirma em seu livro que o ovni
procedia do planeta Marte.
Curiosamente, estas fotografias ainda são mais parecidas com as de
Adamski que as de Coniston...
121
Mais tarde, em 1946, dois homens e uma mulher aterrissaram com
um ovni muito perto da casa onde os pais de Menger moravam. Os três
desconhecidos estavam usando um uniforme idêntico — de cor pastel —,
muito parecido com o equipamento de um esquiador. Foi a mulher quem
lhe dirigiu a palavra, explicando-lhe que tinha 500 anos de idade e orde-
nando a Menger que aprendesse a utilizar suas faculdades mentais, pois
devia estar preparado para "importantes acontecimentos iminentes".
Proibiu-lhe que mencionasse as visitas até 1957. Nesse ano, justa-
mente, foi registrada uma importante "onda" ovni sobre High Bridge, em
Nova Jersey, lugar onde Menger residia.
Alguns cidadãos da localidade denunciaram as entrevistas do dese-
nhista com "seres vestidos de maneira estranha"...
Depois seria publicado um livro de Menger (From Outer Space to
You), que transforma as descrições e relatos de Adamski numa simples
"brincadeira de crianças".
Menger menciona seus numerosos contatos com habitantes de Vê-
nus, Saturno e outros planetas do sistema solar, muitos deles camuflados
entre os homens de nossa sociedade.
O contatado afirma também que estes seres o levaram numa viagem
espacial até a Lua. "Lá" — diz Menger —, "em companhia de outros hu-
manos, visitamos as bases e instalações e vimos seus povoadores..."
Menger e o resto dos "convidados" afirmaram ter recolhido umas es-
tranhas pedras, que concluíram ser "batatas lunares"...
Estes e outros "disparates" não menos saborosos invalidam os su-
postos "contatos" de Menger com os tripulantes dos ovnis. E, conseqüen-
temente, todas as suas manifestações ou documentos fotográficos.
Acho que as diferenças entre os relatos de Menger e Adamski são
consideráveis.
Como frisa Ralph Rankow, assessor fotográfico do Comitê Nacional
de Investigação sobre Fenômenos Aéreos da América do Norte (NICAP),
"nenhuma fotografia pode ser aceita como prova da realidade de um ob-
jeto voador não identificado sem a existência de uma testemunha de con-
fiança que possa corroborá-la".
Em outras palavras: uma foto ovni será tão digna de confiança quanto
o seu autor...
No caso de Menger, honestamente, esta confiança é bastante limitada.
E possível que na Lua existam bases ou instalações de outros seres,
que utilizam o nosso satélite natural como "trampolim" para a Terra, mas
daí a sonhar com uma colheita de batatas lunares...
122
Áustria: voando contra as leis físicas "humanas"
123
norte de Gaishorn e ao nordeste de Trieben, em Estiria, no sudeste da
Áustria.
Kaiser era o último, porque — como declararia mais tarde — pre-
tendia tirar algumas fotos do monte Kaibling.
Por volta das 13:00h, o mineiro percebeu no céu uma espécie de
relâmpagos ou raios. Ao mesmo tempo, viu "três estranhos discos de apa-
rência metálica" que, sem qualquer ruído, deslocavam-se a cerca de 700
metros de distância em direção leste-noroeste. Kaiser calculou a veloci-
dade dos objetos em cerca de 200 quilômetros por hora, navegando sem-
pre em linha reta.
O alpinista pegou sua câmara e pôde tirar uma foto. Quando tentou
a segunda, os ovnis tinham desaparecido e as nuvens já cobriam pratica-
mente todo o céu.
124
O caso do B-57 ou como "camuflar" um ovni
125
Nao se descobriu nada disso.
Por razões análogas, Ralph observou que também não podia tratar-
se de um objeto pousado no solo. Se a foto tinha sido tirada ao entarde-
cer ou no início da noite, todo corpo no solo — árvore, mato ou casa
— estaria acompanhado por uma longa sombra. A intensidade luminosa
e o contraste desses objetos seriam fracos, muito mais fracos do que os
que se notam no objeto fotografado atrás do B-57.
A única prova disso é a comparação entre a zona com árvores
do plano de fundo e o próprio ovni: este último aparece nitidamente
sobre um fundo completamente sombreado. Rankow frisou também que
"o objeto mostrava claramente um relevo. As zonas de luz e de sombra
devidas ao Sol — situado à esquerda da cena — estão em perfeito
acordo com o resto do documento. O objeto que vemos nesta fotogra-
fia é simétrico e possui todas as tonalidades do cinza, do branco e até
do preto".
O exame teria podido reduzir-se a isto, porém no verão de 1965,
Rankow recebeu duas novas cópias da fotografia do B-57 Martin envia-
das pelo professor William B. Weitzel, doutor em Filosofia da Universida-
de de Pittsburg e presidente do comitê local do NIC AP.
Uma daquelas fotos era idêntica àquela que estava nas mãos de
Rankow, mas a segunda diferia em algo importante: nesta podiam ser
vistas marcas negras que cobriam boa parte da zona iluminada do obje-
to. Era como se se tivesse tentado camuflar torpemente o ovni, ate-
nuando estes pontos mais luminosos.
Estas fotos tinham sido enviadas ao professor Weitzel pela compa-
nhia Glenn Martin, fabricante do B-57. Quando o Sr. Weitzel escreveu
à companhia pedindo explicações sobre essas "marcas negras", respon-
deram-lhe que "aquilo não era um disco voador, mas sim um simples de-
feito no filme".
Weitzel não se sentiu satisfeito e tornou a escrever aos fabricantes
do bombardeiro, aludindo às evidências da simetria e do relevo do objeto.
Mas desta vez não houve resposta. Nem para as cartas posteriores
do professor.
Rankow decidiu então interferir no assunto e escreveu a Glenn Martian
Company pedindo explicações sobre as diferenças entre as fotos que ele
possuía e as do professor Weitzel. Um mês mais tarde tornou a escrever
e telefonou para o escritório de relações exteriores da empresa em Nova
York. Isso aparentemente deu resultado. Uma semana depois recebia no-
vos documentos fotográficos e, entre estes, uma terceira versão da foto
em questão! Desta vez, a emulsão fora cuidadosamente eliminada sobre
a metade esquerda do objeto e substituída por uma zona negra, que lhe
retirava toda impressão de relevo.
Aquilo era o cúmulo...
126
Evidentemente, alguém tinha sumo interesse em "dissimular" o as-
sunto. E era lógico imaginar que a companhia construtora dos aviões não
desejava perder seus importantes contratos com a Força Aérea — aber-
tamente contrária ao assunto ovni, como era público e notório — por qual-
quer ninharia...
Apesar de tudo, o tenaz R. Rankow dirigiu-se em dezembro de 1965
ao presidente da Glenn Martin, em Maryland.
Vinte dias mais tarde o diretor de relações públicas entrou em conta-
to com ele, justificando as evidentes diferenças entre as fotos com o fato
de que aquela fotografia "fora tirada há mais de 10 anos e centenas de
cópias tinham sido feitas a partir daquele negativo. O processo utilizado
para uma determinada série varia um pouco cada vez — argumentou o
relações públicas —, o que pode explicar as diferenças assinaladas...".
A seguir, o diretor da firma assegura que o famoso ovni não passava
de um defeito do negativo original, que seria ampliado com as numero-
sas manipulações que se sucederam.
Rankow respondeu-lhe, manifestando seu total desacordo com es-
sas afirmações. Por exemplo, perguntava o seguinte:
"Como é possível que um defeito do filme do negativo, ampliado
através de manipulações sucessivas — isto é, que perde cada vez mais
matéria —, pode provocar zonas negras sobre a revelação obtida, enquan-
to o lógico teria sido o contrário: deixar passar mais luz?" A Glenn Martin
deve ter perdido a paciência e respondeu a Rankow que podia pensar
o que bem entendesse...
Naturalmente, o pensamento do assessor do NIC AP continuou sen-
do o mesmo: a fotografia era autêntica e aquele ovni, real...
No entanto, era muito curioso que — pela primeira vez na história
da ufologia — tivesse se tentado trucar uma foto, precisamente porque
"continha" um ovni...
A coisa não deixava de ter graça.
Também em 1954
127
Formação ovni captada pela tela de radar em 3 de julho de 1 9 5 4 no famoso
Triângulo das Bermudas, em pleno o c e a n o Atlântico (ref. pg.). Contra a opi-
nião do projeto Livro azul, o s especialistas que manejavam o s radares afir-
maram que não podia tratar-se de navios, j á que — como s e pode observar
no relógio da parte superior direita — não existe frota de barcos no mundo
capaz de trasladar-se de um lado a o outro da tela — centenas de milhas —
em questão de segundos...
i
"Onda" sobre Roma
Sobre a Sicília
131
1955
O ovni deixou um rastro de condensação
132
Teoricamente — e friso a palavra — a temperatura "Mintra" varia
em função dessa altitude, segundo os seguintes cálculos:
Aos 3000 metros, aproximadamente, a temperatura é de cerca de
28 graus abaixo de zero. Aos 5000 metros, passa a menos 30 graus. Ao
chegar aos 11.000 metros, essa temperatura atinge 40 graus abaixo de
zero. Por último, por volta dos 15.000 metros, a temperatura "Mintra"
é de menos 50 graus.
Segundo os meteorologistas que consultei, em termos gerais os ras-
tros de condensação costumam aparecer no céu a partir dos 1500 me-
tros de altura. No entanto, isto varia de acordo com o tipo de avião. Os
de pistão, por exemplo, produzem rastros quando a temperatura é um
pouco menor que a "Mintra"; e nos aviões a jato, é vários graus mais baixa.
Por outro lado, a persistência do rastro depende do grau de umida-
de do ar. Se este estiver úmido, durará mais tempo, mas se estiver seco,
a turbulência provocada pela passagem do avião causará uma rápida mis-
tura dos gases com o ar exterior, e o rastro desaparecerá rapidamente.
No entanto, em latitudes como a da Espanha e a da Bélgica — onde
as três fotos foram tiradas — o normal é que os rastros de condensação
se formem acima dos 8000 metros no verão e dos 6000 no inverno.
As dimensões do ovni
133
Trata-se — sempre segundo os norte-americanos — de um objeto
voador não identificado fotografado junto à coluna de fumaça provocada
pela explosão de uma bomba H.
Aparentemente, a fotografia não foi reproduzida pelo Post "devido
ao ponto enorme que aparecia na ampliação...".
Minha informação sobre esta fotografia não é suficientemente exten-
sa para poder opinar sobre ela. Alguns especialistas que a estudaram con-
cordaram comigo que poderia tratar-se de um objeto, ou de uma parte
da fumaça que se separou acidentalmente da coluna e, no momento da
fotografia, adotou essa aparência.
De qualquer maneira, deve-se frisar que os ovnis foram vistos diver-
sas vezes muito perto de explosões nucleares, erupções vulcânicas ou so-
brevoando as mais diversas instalações militares do mundo. Veremos mais
adiante um documento realmente esplêndido no qual se pode apreciar
uma dessas naves, muito perto da uma erupção submarina de singulares
proporções, numa região próxima à ilha Decepção.
Também em 1955
Ovni com forma de "donut"
134
guar que os objetos tinham uns 33 pés (10 metros) de diâmetro,
encontrando-se talvez a cerca de 800 pés (250 metros) de altura.
1956
San Francisco, sim; San Francisco, não
135
desconfiam sempre daquelas imagens "limpas" e tecnicamente "perfei-
tas". Parece que todos nós nos acostumamos a receber e a considerar
como únicas fotos autênticas aquelas que não têm boa definição nem
qualidade...
As assombrosas "camuflagens"
Também em 1956
Sobre o Havaí
136
jetórias ou traçados de três objetos de grande potência luminosa, que atra-
vessaram naquela noite os céus das ilhas do oceano Pacífico.
Formação ovni
137
De novo sobre a Califórnia
1957
Japão: a fotografia mais bonita
138
10:47h. Nesse dia, Yukuse Matsumura encontrava-se diante da porta de
sua casa, no número 1687 da Hama Isogo-ku, na populosa cidade de
Yokohama.
O dia era claro e, de repente, apareceu um objeto com forma de
disco. Permaneceu estático, mostrando uma das suas faces. Matsumura
obteve uma esplêndida foto do ovni.
139
O objeto era prateado, muito brilhante, e deslocava-se em absoluto
silêncio para o Sul. Voava entre 3000 e 4000 pés (cerca de 1200 metros)
e, ao chegar a altura da família Takeda, o objeto imobilizou-se durante
dois minutos.
Takeda aproveitou para tirar duas fotografias.
Após ter sido batida a segunda foto, o objeto fez um giro de 90 graus
e aumentou a velocidade até cerca de 500 quilômetros por hora, desa-
parecendo entre as nuvens.
Minutos mais tarde, quinze banhistas da citada praia de Enoshima
viram passar sobre as suas cabeças um objeto similar ao das imagens. O
ovni também não emitia qualquer ruído.
140
Finalmente, mediante o uso de faróis de carros e flashes sincroniza-
dos, fizeram centenas de cidadãos do citado povoado de Irún acreditar
que vários ovnis estavam voando sobre a região.
Tudo isso, naturalmente, sob o pretexto de uma "inocente" expe-
riência científica.
Sem comentários.
Também em 1957
141
o autor da fotografia foi interrogado sobre o fato, afirmou que não vira
nem sentira nada especial. As fotos restantes, anteriores e posteriores,
são normais. Na imagem pode ser apreciado um corpo ovóide inclinado,
que emite uma forte luminosidade que praticamente chega à terra. O fa-
to, como vemos, repete-se incessantemente no mundo inteiro.
Nave ou nuvem?
142
man Text (Novo México). Depois de observar o objeto enquanto dirigia,
a assistente social deteve o carro e obteve a imagem: "Era como um ovo
plano — manifestou —, branco e brilhante, que se destacava muito con-
tra um céu azul escuro. A borda aparecia com grande definição". Embo-
ra houvesse um pouco de vento, o objeto ou "nuvem" não se mexia. Na-
turalmente, a moça ficou surpresa e resolveu tirar a foto. Quando foi in-
terrogada pelo casal Lorenzen, da prestigiosa organização APRO (Orga-
nização de Investigação de Fenômenos Aéreos), a testemunha afirmou
que o objeto "tinha densidade e não lhe parecera nebuloso e delicado,
como costuma acontecer com as nuvens".
A foto foi publicada pela primeira vez no jornal de Portales (Novo
México). O editor, neste caso, afirmou que "poderia tratar-se de um pára-
quedas ou de um balão".
Obviamente, estas afirmações não foram levadas em consideração
pelos pesquisadores sérios e documentados, e muito menos pela autora
das fotos.
John T. Hopf, assessor da mencionada APRO, declarou a respeito
dessa imagem:
"Um exame cuidadoso do original e das cópias Ektachrome amplia-
das convenientemente indicou que o objeto refletia ou produzia o dobro
de luz que as restantes nuvens da fotografia. Não acredito — acrescentou
o assessor — que uma nuvem normal pudesse dar origem a uma exposi-
ção tão forte no filme." Finalmente, Hopf manifestou-se partidário de um
objeto "não sólido".
Para mim, o dado da intensa luminosidade do objeto é decisivo. E
muito possível que tenha se tratado de outro caso de ovni "camuflado".
143
Califórnia: de um barco a vapor
1958
Brasil: p r i m e i r o r e c o n h e c i m e n t o oficial ovni n o m u n d o
144
Em 16 de janeiro, 15 minutos depois do meio-dia, o cruzeiro brasi-
leiro de treinamento Almirante Saldanha estava ancorado fora do porto
Baraúna, fotó-
grafo que con-
seguiu as ima-
gens ovni da
ilha de Trin-
dade.
145
Primeira fotografia: o ovni se aproxima da ilha de Trindade.
146
cado por uma espécie de anel, semelhante aos do planeta Saturno. Este
"anel" girava rapidamente.
O objeto era de um tom laranja avermelhado, além de possuir —
durante sua marcha — um resplendor fluorescente verdoso. Este halo ver-
doso desapareceu quase por completo quando o ovni planou sobre a ilha.
A velocidade do objeto foi calculada pelos oficiais e marinheiros em
cerca de 600 quilômetros por hora.
Suas dimensões foram calculadas em cerca de 100 pés (30 metros)
de diâmetro por outros 20 (cerca de 6 metros) de altura máxima.
As fotos — como veremos a seguir — foram intensamente analisa-
das e, finalmente, declaradas autênticas pelo governo e pela Marinha do
Brasil. O próprio presidente Juscelino Kubitschek ratificou essa autentici-
dade.
Ministério da Marinha
Comando de Operações Navais
Departamento de Inteligência
Objeto:
Relatório sobre a observação de objetos voadores não identificados regis-
trada na ilha de Trindade, no período compreendido entre 5 de dezem-
bro de 1957 e 16 de janeiro de 1958.
Acontecimentos:
1. O capitão-de-corveta Carlos Alberto Ferreira Bacellar, comandante
do posto oceanográfico da ilha de Trindade, foi chamado a este Alto Co-
mando em 27 de janeiro de 1958 para apresentar seu relatório. Ele infor-
mou o seguinte:
I. A 31 de dezembro de 1957, um objeto voador não identificado
foi observado sobre a ilha pelo oficial médico primeiro-tenente MD Igná-
148
cio Carlos Moreira Murta, por um marinheiro e cinco trabalhadores. O
avistamento ocorreu pela manhã, por volta das 7:50h; devido à convic-
ção dos observadores e à coerência e correlação dos relatórios, decidiu-
se enviar o radiograma que deu origem à presente investigação.
II. Na mesma ocasião informou-se que idêntico objeto fora avistado
anteriormente, a 5 de dezembro de 1957, por um operário, também por
volta da mesma hora da manhã.
III. (Suprimiu-se parte do inciso III, que continua da seguinte manei-
ra:) No dia seguinte, 1? de janeiro de 1958, na mesma hora e na mesma
posição e com direção norte (idêntica direção das observações prévias),
apareceu algo sobre o mar, voando a uma velocidade incrível. Apesar
da opinião contrária de outros observadores e da luminosidade apresen-
tada pelo objeto em certo trecho da sua trajetória, concluiu-se, e essa ver-
são ainda se mantém, que uma gaivota projetou-se sobre o céu, toman-
do difícil qualquer estimativa estereoscópica.
IV. No dia seguinte, 2 de janeiro de 1958, deu-se novamente sinal
de alarme, dessa vez à noite, por volta das 20:00h. Este alarme foi des-
cartado porque ele mesmo estava de guarda e não viu absolutamente nada
(o oficial de Inteligência refere-se ao capitão Bacellar).
V. Finalmente, a 16 de janeiro de 1958, às 12:15h, registrou-se ou-
tro alarme de objeto voador não identificado a bordo do Almirante Sal-
danha, ancorado junto à ilha. O barco estava preparando-se para zarpar
e a tripulação estava içando para bordo o bote utilizado nas viagens à ilha.
O alarme de ovni foi dado por membros da tripulação na proa e na popa
da nau.
VI. Nessa mesma ocasião, um fotógrafo profissional civil, que esta-
va no convés, à proa do barco, fotografando a operação de içar o bote,
foi alertado e teve tempo de captar as quatro fotografias anexas.
VII. Após o avistamento, o fotógrafo extraiu o filme da câmara, em
presença do capitão-de-corveta Bacellar e outros oficiais; mais tarde, junto
com o capitão-de-corveta Bacellar, entrou no laboratório fotográfico do
navio, vestido apenas de camiseta e calção. A revelação durou cerca de
10 minutos e depois os negativos foram examinados pelo capitão Bacel-
lar. O capitão-de-corveta Bacellar afirma que viu o aludido ovni naquele
primeiro exame dos negativos mencionados, com detalhes que só as am-
pliações mostraram depois mais claramente.
VIII. Depois, os mencionados negativos foram mostrados aos mem-
bros da tripulação do navio que tinham sido testemunhas do fenômeno;
todos reconheceram que o objeto que aparecia nas fotos era idêntico ao
que tinham avistado no ar.
IX. A pessoa que chamou a atenção do fotógrafo para o objeto foi
um capitão (da reserva) da Força Aérea, que estava no barco como
149
Terceira fotografia: o o b j e t o chega ao pico D e s e j a d o e inicia o giro para o
mar.
integrante de um grupo especializado em pesca submarina; o fotógrafo
era membro do mesmo grupo.
X. As fotografias foram tiradas em não menos de 3 0 segundos.
XI. Uma forte perturbação emocional foi observada em todas as pes-
soas que avistaram o objeto, inclusive o fotógrafo, civis e membros da
tripulação do barco.
2. O capitão-de-corveta Bacellar também informou sobre um fenô-
meno que observara pessoalmente sobre a ilha, duas vezes e em ocasiões
diferentes, com ajuda de um teodolito de alta precisão e em plena luz
do dia. Sua segunda observação foi a seguinte:
I. Estava seguindo um balão meteorológico quando percebeu que
seus instrumentos tinham caído; a queda foi claramente reconhecida pe-
los sinais emitidos pelo seu rádio-sonda e pela linha traçada no registrador.
II. O balão deveria explodir depois de tal queda, pois o tempo mé-
dio de vida de um balão é de 4 0 minutos; depois desse lapso ele explo-
de, devido à grande altura atingida.
III. O balão seguido estava encoberto, a uma altura de 14.000 me-
tros, quando seus instrumentos foram lançados por meio de pára-quedas.
Alguns momentos mais tarde, localizou um objeto no céu, a cerca de 30
graus na horizontal do ponto onde o balão desaparecera ao passar por
trás de uma nuvem.
IV. Visto através do teodolito, o objeto apresentava uma forma es-
tranha, como uma meia-lua, com uma luz brilhante; o fenômeno durou
três horas e meia, e o objeto aparentemente movia-se com a mesma ve-
locidade angular do Sol.
V. O objeto só desapareceu quando o céu ficou totalmente encober-
to por cirros.
VI. Não encontra explicação para a observação que realizou consi-
derando o tempo de vida do balão pintado de vermelho que seguia, a
forma e luminosidade do objeto e a posição da Lua e dos planetas.
VII. Esta observação foi testemunhada pelo oficial médico, vários ar-
gentinos e marinheiros, e um técnico civil do Departamento de Hidrogra-
fia e Navegação da Marinha.
3. Finalmente, o capitão-de-corveta Bacellar trouxe a este Alto Co-
mando o homem que tirara as fotografias, o fotógrafo profissional Almiro
Baraúna (endereço: Praia de Icaraí, 251, apartamento 1004, Niterói), o
qual apresentou o seguinte relatório:
I. Estava no convés do NE Almirante Saldanha quando foi chamado
para observar um objeto estranho que se aproximava da ilha; pôde localizá-
lo após alguns momentos de observação.
II. Logo após avistá-lo, dirigiu sua câmara para o objeto, tirando seis
fotografias sucessivas.
151
Última fotografia: o ovni afasta-se a grande velocidade na mesma direção
de onde gira.
152
VI. Para aumentar o contraste, efetuou uma operação conhecida co-
mo "clareação", que consiste em aclarar homogeneamente todo o nega-
tivo; no entanto, como em duas fotos o ovni aparecia com toda clareza
e temia perdê-las se o processo falhasse, cortou o filme e submeteu a es-
se processo só os outros quatro negativos; conseqüentemente, o ovni apa-
receu com toda nitidez em dois deles, em diferentes posições.
VII. Disse que, ao observar ocularmente o ovni, sua impressão foi
a de um corpo sólido, com contornos pouco definidos, que mostrava gran-
de mobilidade a alta velocidade, e de uma cor escura, difícil de precisar,
porque o objeto parecia envolvido por uma substância que comparou à
espuma de sabão; parecia ter um prolongamento do mesmo material e
deslocava-se sem nenhum som.
VIII. Ficou tão nervoso e incomodado depois da observação que lhe
foi difícil realizar a tarefa rotineira de revelar o filme.
IX. Ofereceu os negativos a este Alto Comando para todos os exa-
mes e análises necessários, a fim de provar a sua autenticidade, e sugeriu
um exame microscópico como única maneira apropriada de detectar al-
gum truque.
4. Resumindo as declarações obtidas de acordo com os relatórios
transcritos acima, temos os seguintes fatos importantes:
a. Observou-se sobre a ilha de Trindade, por diversas pessoas, o apa-
recimento de objetos voadores não identificados em quatro ocasiões, em
dias diferentes, três vezes de manhã e uma à noite.
b. O capitão-de-corveta Bacellar e outros observaram de manhã, uma
vez, algo que pensaram ser uma gaivota, apesar de os suboficiais e mari-
nheiros que também testemunharam o fato ainda pensarem que se trata-
va de um ovni.
c. Duas observações, sobre a ilha de Trindade, pelo seu próprio co-
mandante militar, um oficial superior do corpo da Marinha e um hidró-
grafo perito em meteorologia e operações de rádio-sonda — além de ou-
tras testemunhas —, de um fenômeno não explicável sobre a base de con-
dições atmosféricas ou astronômicas.
d. Obtenção, a partir do convés do Almirante Saldanha, que per-
manecia ancorado junto da ilha de Trindade, de quatro fotografias de um
ovni, tiradas por um fotógrafo profissional em presença de outras teste-
munhas que afirmam ter observado o objeto fotografado.
Análise:
A avaliação dos fatos incluídos no item anterior mostra que:
a. Em cinco avistamentos de ovni, quatro ocorreram de dia e um
à noite.
b. Em cinco observações de ovni, o capitão-de-corveta Bacellar foi
testemunha apenas de um caso, que explicou como sendo uma gaivota.
153
c. As testemunhas que avistaram os ovnis eram pessoas com dife-
rentes qualificações: operários, oficiais, médicos, dentistas, marinheiros,
sargentos, civis e um fotógrafo profissional.
d. Nenhum oficial dos corpos navais avistou os fenômenos registra-
dos, com exceção dos dois incidentes informados pelo capitão-de-corveta
Bacellar.
e. Em todos os casos, todas as pessoas que observaram os ovnis,
incluindo o fotógrafo profissional, sofreram uma forte reação emocional.
Houve até mesmo um caso que envolveu um operário, considerado nor-
mal, que começou a correr devido ao pânico.
f. Os relatórios, apesar da grande dificuldade para obter boa infor-
mação de gente com escassa cultura, coincidem nos seguintes pontos:
Forma: O clássico disco ou objeto de forma lenticular. Um objeto que
(visto de baixo), segundo os observadores, quando atravessou o céu da
ilha no dia 31 de dezembro de 1957, mostrava um perfil esférico. Visto
de um ponto distante, tinha forma de disco com uma cúpula dupla (for-
ma de Saturno).
Cor: Indefinida para alguns, de aço inoxidável para outros; muitos
descreveram-no como se estivesse envolvido por uma espécie de neblina.
Som: Todos os testemunhos coincidiram em que os objetos não pro-
duziam ruído algum.
Cauda: Alguns observadores notaram uma descarga em forma de
rastro branco; outros negaram qualquer coisa desse tipo.
Tamanho: Todos os observadores concordaram em que os objetos
moviam-se muito velozmente; ninguém foi capaz de fazer estimativas.
Mobilidade: Todos os relatórios chamaram a atenção sobre a extre-
ma mobilidade dos objetos voadores não identificados. Os movimentos
não eram contínuos, como os de um avião, mas sim mais rápidos e abrup-
tos, com surpreendentes mudanças de direção e velocidade.
Altura e distância: Só os observadores dos avistamentos de 31 de
dezembro de 1957, quando o objeto voador foi visto ao atravessar a ilha,
estimaram sua altura, comparando-a com a do pico Desejado, isto é, cerca
de três vezes tal altura, ou cerca de 1800 metros.
Manobras: Todos os relatórios coincidem no fato de que os objetos
executavam manobras sumamente insólitas.
Aspecto: Era o de um corpo sólido, em todos os casos.
Tempo de observações: Muito breve, sempre calculado em segun-
dos.
g. Os observadores que avistaram os ovnis conhecem perfeitamente
a forma de identificar aviões: todos os aviões sobre a ilha foram correta-
mente identificados em todos os casos, e o relatório foi enviado por escri-
to ao Departamento de Hidrografia e Navegação.
154
h. Considerando as circunstâncias em que as fotos foram tiradas, se-
guidas da imediata revelação do filme, as condições em que esta foi reali-
zada e o estado emocional do fotógrafo, tudo indica que não houve ne-
nhuma fotomontagem no laboratório do navio.
i. No tocante à prova fotográfica, evidentemente a mais valiosa e im-
portante, temos:
Pontos negativos:
I. Não foram feitas cópias do filme no momento da revelação.
II. O comandante do barco não se apossou dos negativos depois da
revelação, a fim de obter mais tarde cópias em presença de testemunhas.
III. As cópias e ampliações foram realizadas pelo fotógrafo no seu
próprio laboratório.
Pontos positivos:
I. O relatório do capitão-de-corveta Bacellar, que viu no filme, ime-
diatamente após a revelação e estando o mesmo ainda úmido, as ima-
gens que identificou nas cópias como o objeto fotografado, e também ver-
ficou que os instantâneos que precedem a seqüência vinculada à passa-
gem do objeto correspondem a cenas fotografadas a bordo pouco antes
do acontecimento.
II. As declarações das pessoas que avistaram o objeto. Elas viram
as cópias das fotografias e declararam que tinham visto exatamente o que
nelas aparece.
j. No tocante aos negativos, foram submetidos ao exame de técnicos
do Departamento de Hidrografia e Navegação e de peritos do Serviço
Aerofotogramétrico do Cruzeiro do Sul, com os seguintes resultados:
I. O técnico do Departamento de Hidrografia e Navegação da Mari-
nha, depois de analisar os negativos, afirmou que são naturais.
II. Os técnicos do Serviço Aerofotogramétrico do Cruzeiro do Sul, após
a realização de exames microscópicos para verificar a granulação, análise
de sinais, verificação de luminosidade e detalhes de contornos, afirmaram:
Não havia nenhum sinal de fotomontagem nos negativos mencionados,
e toda a evidênca demonstrava que realmente se tratava de negativos de
um objeto verdadeiramente fotografado; a hipótese de uma montagem fo-
tográfica tramada após a observação está definitivamente excluída. E im-
possível demonstrar tanto a existência como a inexistência de uma monta-
gem fotográfica prévia; de qualquer forma, para isto se requerem uma téc-
nica de alta precisão e circunstâncias favoráveis para a sua execução.
Conclusões:
5. Considerando a apresentação dos fatos e a análise sumária reali-
zada, informada no item anterior, pode-se concluir que:
a. Um certo número de testemunhas declara ter visto objetos voado-
res não identificados sobre a ilha de Trindade. Estas testemunhas têm di-
versas qualificações, e as observações foram feitas em dias diferentes.
155
b. A maioria dos relatórios apresentados é insuficiente, sobretudo de-
vido à falta de idoneidade técnica de muitos dos observadores e à breve
duração dos fenômenos observados, de modo que não se pode chegar
a nenhuma conclusão no tocante ao avistamento de objetos voadores não
identificados.
c. A prova mais importante e valiosa, a fotográfica, de alguma ma-
neira perde sua qualidade convincente, devido à impossibilidade de des-
cartar totalmente uma montagem fotográfica prévia.
d. A reação emocional das pessoas que informaram sobre o avista-
mento de objetos voadores não identificados é muito forte e facilmente
perceptível.
e. Finalmente, a existência de relatórios pessoais e evidências foto-
gráficas de certo valor, considerando as circunstâncias em que o fato ocor-
reu, permite a admissão de que há indicadores da existência de objetos
voadores não identificados.
6. A última conclusão mencionada me permite sugerir a Vossa Ex-
celência que este Alto Comando deve levar em consideração toda a in-
formação que se obtiver sobre o presente tema, visando chegar a conclu-
sões acima de qualquer dúvida.
A investigação civil
156
O próprio Baraúna relatou assim o que vivera:
"Por volta das 12:15h, o navio estava preparando-se para deixar a
ilha e, desde as 10:00h, eu tinha presenciado o carregamento do mate-
rial e o embarque da população. Estava no convés, incomodado pelo ba-
lanço — tinha me esquecido de tomar uma pílula contra enjôo — e com
minha Rolleiflex por perto.
"Um dos colegas chamou-me para assistir ao embarque de alguns
marinheiros e às manobras de suspensão do bote que servia para ir até
a ilha, que não possuía cais.
"O mar estava agitado e este fotógrafo pensava que poderíamos ob-
ter boas fotos. Como tinha deixado minha máquina Leica com teleobjeti-
va no camarote, peguei a minha Rolleiflex (tipo E), que colocara numa
estante de alumínio para que fosse protegida da água salgada, e preparei-a
para tirar fotos: objetiva f/2.8, diafragma f/8, abertura 1/125."
(Estas seriam as mesmas características que a câmara teria no mo-
mento das fotos do ovni).
6
ILHA D E TRINDANDE
J0>
Ponta do Príncipe
< 0 , — -
Praia da
Tartarugas
U Pico
Desejado O
P i c o Crista de Galo)
Almirante S a l d a n h a
G r á f i c o da s i t u a ç ã o d o ovni n a s s e i s f o t o g r a f i a s de B a r a ú n a . D u a s d e l a s
falharam.
157
"... No momento em que estava pronto para reunir-me com meu
amigo — prossegue o fotógrafo —, sentindo-me realmente mal pelo en-
jôo, desisti de avançar mais e parei para descansar um pouco. De repen-
te, no convés dianteiro, um forte rumor chamou a minha atenção. Logo
vi meus dois chefes — J . T. Viegas e A. Vieira Filho — que me chama-
vam fazendo grandes sinais com as mãos, enquanto apontavam para um
lugar no céu, gritando-me que um objeto brilhante estava aproximando-
se da ilha. Nesse exato momento — por volta das 12:20h —- enquanto
eu tentava ver algo, o tenente Homero Ribeiro, dentista de bordo, veio
em minha direção, mostrando o objeto voador no céu; estava tão excita-
do que tropeçou nos cabos que estavam em cima do convés. Enquanto
isso, eu conseguira localizar o objeto, graças à luminosidade que ele emi-
tia. J á estava muito perto da ilha e não saberia dizer se a luminosidade
era própria dele ou se estava refletindo algum resplendor procedente do
solo. De qualquer forma, o céu estava nublado e o Sol não podia iluminá-
lo. Ele vinha de alto-mar e dirigia-se à ponta Crista do Galo. Antes que
ele chegasse ao pico Desejado, tirei duas fotos. Mas minha máquina es-
tava mal ajustada e, infelizmente, meus negativos ficaram superexpostos.
O objeto desapareceu por trás da montanha durante alguns segundos e,
de repente, regressou, dirigindo-se agora para o mar. Estava mais próxi-
mo e parecia muito maior. Tirei então a terceira foto.
"Imediatamente tirei mais duas fotografias, mas não acertei devido
à confusão reinante no convés. O objeto voador elevara-se para alto-mar
a grande velocidade. Num dado momento ele pareceu imobilizar-se, e
aproveitei para tirar a sétima foto, a última do filme...
"Depois de uns dez segundos ele afastou-se e, finalmente, desapa-
receu."
158
raúna foi o único que conseguiu bater as fotos... Nenhuma das outra;
quatro testemunhas lembrou-se de utilizar suas máquinas. Esta é uma rea
ção muito normal entre as testemunhas de ovnis.... A impressão é tãc
forte que a maior parte esquece tudo o que lhe rodeia, inclusive as má
quinas fotográficas.
Uma hora depois do encontro ovni, Baraúna estava revelando o fil
me, na presença do comandante do posto oceanográfico e capitão-de
corveta Carlos Alberto Bacellar.
O testemunho do capitão a respeito da revelação é importante:
"... Vi o filme saindo do banho, ainda úmido, e ao examiná-lo pudí
comprovar o seguinte:
"1. As fotos que precederam a seqüência do sobrevôo da ilha pele
ovni eram, realmente, as que tinham sido tiradas a bordo pouco ante;
do incidente.
"2. Nas fotos da seqüência do sobrevôo via-se, em diversas posições
um objeto parecido com o artefato que, mais tarde, tornou-se visível na;
cópias (não havia papel fotográfico nem amplificador a bordo).
"3. As duas fotos que ficaram ruins, por causa da excitação de Ba
raúna ou porque o empurraram, representavam o mar e algumas pedra;
da costa. Estes negativos foram examinados por quase toda a tripulaçãc
e todas as testemunhas da observação reconheceram o objeto visto, urr
artefato parecido com o planeta Saturno.
"Enquanto o filme estava sendo revelado — prossegue o capitão —
soube-se que os equipamentos elétricos de bordo tinham deixado de fun
cionar enquanto o objeto permanecera nas imediações do navio. Alérr
disso, em alto-mar este deteve-se três vezes por avarias técnicas; o barcc
parava enquanto a iluminação diluía-se até apagar. Quando esses fenô
menos ocorriam, alguns oficiais precipitavam-se para o convés com binó
culos, mas o céu estava nublado e era impossível observar qualquer coi
sa. O resto da viagem foi menos animado e o Almirante Saldanha che
gou tranqüilamente a Vitória antes de zarpar de novo para o Rio.
"No entanto, Baraúna e seus colegas do clube de pesca submarine
permaneceram dois dias em Vitória, regressando ao Rio de ônibus."
Em 14 segundos
160
Como o senhor sabe, houve numerosos relatórios dessas observa-
ções, e os Estados Unidos instauraram uma comissão especial para inves-
tigá-las, sem obter nenhuma conclusão definitiva. No entanto, parece-me
que se esta ocorreu segundo o que publicam os jornais de hoje, deve ter
havido um bom número de testemunhas confiáveis e inteligentes para pro-
porcionar uma boa prova neste caso.
Com os meus protestos de alta estima e consideração, atenciosa-
mente.
M. Sunderland, Capitão (Marinha dos Estados Unidos). Adido na-
val dos Estados Unidos.
Quatro dias mais tarde, o contra-almirante respondia ao adido naval
norte-americano, atendendo ao seu pedido e enviando-lhe quatro cópias
das fotografias.
161
125, abertura de lente B, e foram reveladas num laboratório a bordo do
Almirante Saldanha. Este cavalheiro tem uma longa história de truques
fotográficos e é muito conhecido por coisas como falsos retratos de te-
souros no fundo do oceano. Em outra ocasião, preparou um artigo deli-
beradamente humorístico, publicado numa revista, intitulado "Um disco
voador me persegue em casa", utilizando fotografias trucadas. Depois da
publicação de suas mais recentes fotos de "discos voadores", Baraúna disse
aos jornalistas que o serviço secreto da Marinha o interrogara durante qua-
tro horas com relação às fotos. E disse:
"Os negativos foram projetados em grande tamanho numa tela. Se
houvesse algum truque, a gigantesca projeção o teria revelado. Após um
interrogatório efetuado por oficiais do Estado-Maior, o chefe do Serviço
Secreto — o oficial de mais alta graduação presente — disse-me:
"— Vou lhe fazer algumas perguntas. Não se ofenda, pois não duvi-
do da autenticidade de suas fotos, mas tenho de ouvir a resposta de sua
boca. Se quisesse fazer aparecer um disco voador num negativo, como
procederia?
"Eu lhe respondi:
" — Comandante, sou um hábil fotógrafo, especializado em fotogra-
fias trucadas, porém nenhuma delas resistiria a um exame atento e preci-
so."
162
O Sr. Sunderland — além de demonstrar uma grave falta de respei-
to aos militares profissionais de outro país — cai, incessantemente, em
contradições. Se são apresentadas somente duas explicações para este
incidente, qual é a primeira? O adido naval especula sobre um "poder
avassalador" (?) que ordenou que os brasileiros não verificassem o
incidente...
Isto quer dizer, então, que tal "incidente" existiu.
A segunda contradição do funesto Sunderland chega logo após,
quando afirma que não acredita nessa mão negra que ordenou silêncio
à Marinha brasileira...
A que conclusão chegamos?
E prossegue o "oficial preparador", como se autodefine o adido na-
val:
163
nas suas acelerações, segundo cálculos dos especialistas), em vez de con-
siderar definitivas as informações dos jornais...
Mas o "brilhante" relatório da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil
termina cobrindo-se de glória com o comentário final de Sunderland:
Tal como assinala Hynek, não consigo entender por que a Força Aé-
rea norte-americana consentiu em tornar públicos os disparates deste pés-
simo representante dos Estados Unidos. Suas opiniões, longe de serem
deixadas de lado, foram aceitas e incluídas no mencionado Livro Azul,
que rotulou o caso de Trindade como "falso".
Que se pode esperar de um projeto como este — e de todas as suas
investigações — quando se assiste a palhaçadas como esta do "informante"
oficial no Rio de Janeiro?
164
"2. Considerando que a declaração oficial emitida pelo Gabinete do
Ministério da Marinha admite que as fotos de tal objeto foram tiradas na
presença de muitos membros da tripulação do Almirante Saldanha, peço
que seja realizada uma investigação e registradas as declarações de todas
as testemunhas.
"3. Em caso de resposta negativa, peço ao Ministério da Marinha que
justifique a sua atitude, isto é, não dar importância aos fatos mencionados.
"4. E verdade que as fotos tiradas foram reveladas na presença de
oficiais e que desde o primeiro exame destes documentos reconheceu-se
o objeto?
"5. Os negativos sofreram um exame minucioso para descobrir se
o filme fora trucado antes dos fatos?
"6. Por que o assunto permaneceu secreto durante um mês?
"7. E verdade que outros fenômenos similares já foram observados
por oficiais da Marinha brasileira?
"8. E verdade que o comandante do rebocador Tridente também ti-
nha observado o que se chama de 'disco voador'?
165
membros do Almirante Saldanha, a bordo do qual as fotos foram tiradas.
Naturalmente, o Ministério não pode opinar sobre a natureza do objeto
observado por cima da ilha de Trindade, pois fotos não constituem uma
prova suficiente para chegar a tais conclusões.".
166
Registrado no radar
167
e que deseja conservar o anonimato. O acontecimento foi relatado ao
mencionado Schwarz por outra das testemunhas — B. C. —, que na-
quela noite estava em companhia de vários amigos.
"Estas fotografias — conta B. C. — representam o que vi perto de
Archbald, na Pennsylvania, em 1958. Todas menos uma. Isto é, das cin-
co fotografias, só a que ocupa o lado inferior direito não corresponde ao
que outras pessoas e eu vimos naquela ocasião..." (ver fotografia supe-
rior na página 171).
O lugar da "ação"
168
^anaqua
A quinta fotografia —
possivelmente tirada
no lago Wanaque —,
com outro estranho
objeto redondo à di-
reita. Um potente fei-
xe luminoso sai do
ovni.
As fotografias em questão (o dr. Schwarz as chama de "ufógrafos")
foram apresentadas ao pesquisador August C. Roberts, que possui uma
grande coleção de fotos ovni. Roberts identificou-as imediatamente e es-
clareceu que "elas já tinham sido publicadas". O ufólogo referia-se ao men-
cionado caso do pântano de Wanaque, em 1966. Desta forma, a confu-
são pôde ser esclarecida. As imagens supostamente obtidas em 27 de fe-
vereiro de 1966 em Wanaque eram as da Pennsylvania, tiradas em 1958.
Roberts conta que as quatro fotografias de 1958 foram apresentadas
ao editor da publicação especial UFO pelo autor verdadeiro. Este insistiu
em permanecer no anonimato.
Após uma prolongada investigação, August Roberts conseguiu en-
contrar o suposto fotógrafo do lago de Wanaque, mas não pôde com-
provar se, efetivamente, era o autor das cinco imagens. Ainda mais: o
misterioso fotógrafo não quis reconhecer as suas próprias e supostas fo-
tografias porque — segundo manifestou — "dois dos seus antigos com-
panheiros, que também tinham sido testemunhas de outro objeto que lan-
çou um raio de luz sobre a superfície do lago, tinham perdido seus em-
pregos".
O que parece claro é que na Pennsylvania obtiveram-se quatro foto-
grafias e, em Wanaque, pelo menos uma. Curiosamente, duas delas eram
praticamente "gêmeas". Isto sem dúvida foi o que provocou e ainda pro-
voca confusão entre os estudiosos do assunto. Roberts percebeu que a
fotografia de Wanaque fora realmente tirada naquele lugar, porque a mon-
tanha do fundo e o lago fazem parte de tal região.
O assunto, porém, continua em aberto...
A luz "sólida"
171
visto por outras pessoas em numerosos lugares do mundo. Os pesquisa-
dores chamavam-no de "luz sólida".
Pois bem, em fevereiro de 1981, quando estava preparando esta
obra, meu bom amigo Enrique de Vicente fez chegar às minhas mãos a
já mencionada revista inglesa FSR. Era a primeira vez que eu contempla-
va as imagens da Pennsylvania e do lago de Wanaque, tiradas em 1958
e 1966, respectivamente.
Poucos dias depois, Antonio Ribera também me enviava, de Barce-
lona, outras cópias do mesmo caso.
Em suma: eu contemplara no Peru algo muito semelhante ao que
fora visto na América do Norte: um feixe de luz que se "deteve" quando
descia verticalmente em direção à areia do deserto. "Algo" que para nós
— para a nossa física atual —• é pouco menos que impossível.
Também em 1958
Sobre Roma
172
Esquadrilha ovni capatada em Idaho, segundo o s peritos do ICUFON.
Escoteiros no Maine
173
O ovni visto por um grupo de escoteiros, no Maine.
J
polegadas ( 3 0 de Abril de 1 9 5 8 ) .
J a p ã o : dois novos c a s o s
Polônia:
primeira fotografia ovni conhecida dos países do Leste
175
1959
Brasil: um papel na mão
176
das. "Pareciam — disse ele — painéis ou portinholas em volta da base
da cúpula."
O ovni também apresentava três tubos com estruturas nervuradas e
paralelas desde a cúpula até a borda do disco, num dos lados. Também
observou quatro protuberâncias semi-esféricas e pequenas na região in-
ferior, todas elas equidistantes do centro. Três das "marcas" da parte in-
ferior da borda do disco quase não se distinguem nas fotografias, embora
seja evidente que não são emblemas ou símbolos conhecidos atualmente
no nosso mundo.
Relatório da APRO
177
Ampliações das fotografias obtidas por Hélio.
178
dados e das próprias imagens, poderão ir alertando os leitores muito an-
tes do final do presente relatório. Pelo menos, isto é o que eu espero.
Também em 1959
com uma câmara Polaroid, flutuava imóvel e silencioso sobre Giant Rock.
Neste lugar, o falecido "contatado" George Van Tassel organizava todos
os anos uma convenção sobre discos voadores. Numerosos curiosos,
179
aficionados e seguidores do "contatado" e dos ovnis em geral
apresentavam-se em Giant Rock (Yucca Valley), na Califórnia, proceden-
tes de todo o território norte-americano.
O xerife Ackerman era um cético no assunto dos u/os.
Outros pesquisadores — entre eles os peritos do ICUFON — duvi-
dam da autenticidade da imagem, baseando-se na evidência de que as
pessoas que estão na fotografia parecem não se dar conta da proximida-
de do suposto ovni.
Para outras pessoas, o objeto era um ovni "invisível", registrado só
no filme.
O dilema continua...
V
JÉÉ
M
180
Sobre Barcelona e Nova Jersey
181
Misterioso o b j e t o s o b r e um lado de Nova J e r s e y .
1960
Argentina: ovni fotografado por um capitão
Um cone voador
182
"Dirijo-me ao senhor por entender que essa revista está mais em con-
tato com as pessoas interessadas no estudo dos objetos voadores não iden-
tificados. Acho que um desses 'objetos' aparece na fotografia anexa.
"Tal foto foi tirada no dia 3 de julho do corrente ano (1960), às 16:30h
aproximadamente, com uma câmara de 35mm, enquanto eu estava via-
jando pela estrada número 36, a cerca de 70 quilômetros da cidade de
Córdoba. Foi usado filme de 21 DIN, com diafragma de 2.8 e 1/60 de
segundo de velocidade, estando o indicador de distância em infinito.
"Quando regressava de Yacanto para Córdoba, observei um objeto
suspenso no ar a uns 100 metros à direita do caminho. Calculo que, para
parar o veículo e tirar a fotografia, devo ter demorado, no máximo, 40
segundos, e o objeto demorou alguns segundos mais até desaparecer en-
tre as nuvens baixas.
"O objeto tinha a forma de um cone, girava sobre o seu eixo e no
início deslocava-se lentamente para o sul, como um balão empurrado pelo
vento; depois a sua velocidade aumentou consideravelmente, elevando-
se sem produzir um ruído apreciável nem emitir fumaça, chamas ou qual-
quer outra coisa.
"Aparentemente era opaco, porém sua base não parecia tão escura
como aparece na fotografia. A temperatura ambiente seria aproximada-
mente de 10 a 12 graus centígrados; o ar estava calmo e a umidade mui-
to elevada, além de cair uma garoa fina.
"O objeto estava a cerca de 100 metros da estrada e a 15 de altura
sobre o terreno; tinha forma de cone com eixo horizontal, não sendo pos-
sível precisar se trepidava ou girava sobre o eixo, mas a verdade é que
não permanecia estático. Também deslocava-se levemente para a direi-
ta, isto é, de lado e com o eixo paralelo ao solo; antes de desaparecer,
sua velocidade aumentou até que ele se perdeu entre as nuvens."
183
Embora o sol estivesse oculto, a base do cone estava orientada em
direção a ele, aproximadamente."
Análise fotográfica
Embora possa vir a ter outras oportunidades, não quero deixar pas-
sar este último fato, fugazmente assinalado pelos especialistas em foto-
grafia: uma radiação desconhecida — fora do nosso espectro visível —
pode ter afetado o filme do capitão Niotti...
O fato vem demonstrar — mais uma vez — que nos deparamos com
veículos ou aparelhos absolutamente desconhecidos para o ser humano.
Veículos que talvez sejam movidos por outras leis, que procedem de ori-
gens interdimensionais e que emitem, rodeiam-se de ou protegem-se com
184
energias e radiações que não podemos ver. Neste caso, se estas naves
podem "camuflar-se" mediante o uso de radiações não visíveis para nós,
quantas vezes devem sobrevoar nossos povoados e cidades sem que as
notemos?
Por sorte ou por azar para a pesquisa ufológica (o assunto não está
claro), os computadores também foram colocados a serviço do esclareci-
mento dos casos ovni. Estes sistemas moderníssimos estão sendo utiliza-
dos especialmente na separação do falso e do verídico nas fotografias de
objetos voadores não identificados. Embora, como veremos mais adian-
te, os computadores também errem.
Um dos equipamentos mais famosos do mundo neste terreno é o
dirigido por William Spaulding. Refiro-me à Ground Saucer Watch (Base
de Vigilância de Ovnis). A temida GSW — temida e muito consultada
por sua capacidade e poder de esclarecer as fraudes fotográficas — é uma
organização civil norte-americana — agora em luta aberta contra a CIA
— que dispõe de aproximadamente 500 homens voluntários e especiali-
zados na pesquisa dos "não identificados".
A GSW dedica boa parte de suas forças à análise de fotografias que
chegam de todos os confins do planeta e são submetidas a computadores
digitais.
Através deste procedimento, Spaulding já analisou cerca de mil fo-
tografias sobre ovnis.
"Anteriormente" — conta Spaulding — "a avaliação consistia em téc-
nicas fotográficas normais. Depois de reunir todos os dados sobre o avis-
tamento e de estabelecer a posição da câmara no momento de tirar a fo-
to, esta última era examinada através dos seguintes testes: densimetria,
ampliação de imagens por seções e estudo da posição do Sol (para os
casos diurnos), bem como das sombras aparentes da terra e do objeto.
Com poucas variáves, esse era o grau máximo ao qual chegava a avalia-
ção científica das fotos ovni.
"Agora, com o aparecimento do computador digital e dos sistemas
especiais de reforço visual, a avaliação pode continuar indefinidamente,
obtendo-se grandes e importantes quantidades de dados."
Mas regressemos ao caso do capitão argentino Niotti. Graças às ges-
tões do grande pesquisador Guillermo Carlos Roncoroni — que traba-
lhara intensamente no caso Niotti —, foi possível enviar à GSW uma có-
pia da "primeira geração" do negativo original tirado pelo oficial da Força
Aérea argentina.
IH!,
Na lista de "boa-fé
186
dições atmosféricas sobre as imagens, de maneira que os objetos escuros
parecerão "iluminar-se" (isto deve-se à dispersão atmosférica).
É preciso notar, porém, que a imagem do ovni (sua base) tem uma
densidade "escura" maior que as imagens mencionadas anteriormente.
Isto indica que a imagem da base do objeto seria, possivelmente, uma
fonte de energia ou um campo em volta do ovni (a coincidência com as
análises efetuadas oito anos antes pelos peritos do Laboratório do Servi-
ço de Informações de Aeronáutica argentino é assombrosa...).
6. Deve-se notar que o cavalo adota uma típica pose de curiosidade
geral, se se considerar que o corpo do animal está distante da câmara,
com a cabeça colocada sobre o ombro direito. Não existe evidência de
uma reação do eqüino ao ovni próximo, situado entre ele e a testemunha.
(Este último "detalhe" parece muito estranho, devido à grande ca-
pacidade de captação da proximidade de um ovni por parte dos animais.
Também é certo que, às vezes, os cachorros, cavalos, vacas e outros ani-
mais parecem não perceber essa presença).
7. O restante das imagens captadas pelo fotógrafo (os postes de ener-
gia elétrica, por exemplo) revela a direção da iluminação, mesmo em céu
difuso. A imagem do ovni não mostra sinais de sombras ou qualquer efeito
de iluminação.
Embora a imagem analisada não represente uma típica configuração
geométrica de um ovni, o Ground Saucer Watch colocou essa fotografia
em sua lista "de boa-fé" (não identificada).
O GSW estima que os seguintes pontos foram esclarecidos:
1. A imagem do ovni está entre 100 e 150 metros de distância da
câmara.
2. O tamanho do ovni variaria de 3,6 a 4,5 metros de diâmetro na
base.
3. Não existem evidências fotográficas que revelem que se trata de
uma nave aérea conhecida ou de um balão-sonda.
4. O ovni, definitivamente, não é um modelo ou pequena maquete
lançada ao ar ou suspensa por um cabo.
5. Não existem evidências de montagens fotográficas ou outros tru-
ques fotográficos.
6. O apêndice cônico tem aparência metálica.
187
co, os próprios técnicos da GSW afirmam que não pertence a nenhum
tipo conhecido de nave aérea. Que podemos pensar então...?
Os satélites "fantasmas"
188
A
Para surpresa geral, Kruschev afirma que os cientistas russos estariam dis-
postos a colaborar com seus colegas norte-americanos.
Será que os soviéticos tinham considerado aqueles supostos "satéli-
tes" como armas ou engenhos dos Estados Unidos?
A surpresa de uns e outros deve ter sido muito grande quando os
cientistas ficaram sabendo que os dois "objetos" que giravam em volta
do planeta moviam-se a 28.000 quilômetros por hora!
Aqueles satélites "fantasmas" deslocavam-se em torno da Terra nu-
ma órbita polar, enquanto as adotadas por russos e americanos, pelo me-
nos nos primeiros anos, passavam sempre muito perto do Equador.
2. Apogeu — ponto em que a Lua ou outro astro ou corpo espacial (satélite artificial etc.) encontra-
se à maior distância da Terra.
Perigeu — ponto em que esses corpos encontram-se mais próximos do nosso planeta (N.A.).
189
Também em 1960
1961
A estréia do russo Titov
190
)
tenham falado claramente, alguns astronautas acabaram revelando "o que
acontecera lá em cima"...
Os russos, os primeiros
191
te norte-americano. Deve-se considerar igualmente que entre estes 38 en-
genhos espaciais humanos, o Lunik 1, os Pionner 4 e 5 e o Vênus 1 se
distanciaram do nosso mundo para entrar em órbitas solares. Além dis-
so, o Lunik 2 (russo) foi lançado na direção da Lua em 12 de setembro
de 1959, caindo na zona de Paulus Pustredinis, muito próximo à cratera
Autolycus.
192
Em 4 de outubro desse mesmo ano, os soviéticos enviavam ao nos-
so satélite natural o Lunik 3, que obteve as primeiras fotos da face oculta
da Lua. O Sputink 1, como se sabe, desapareceu em janeiro de 1958.
Isto quer dizer que, dos 38 satélites e restos de foguetes lançados
nesses quatro anos, sete não estavam em órbita em torno da Terra quan-
do o major Titov tirou a ou as fotografias dos ovnis (também não se sabe
quantas foram as fotos obtidas pelo cosmonauta russo).
A dedução final é muito simples: devido à imensidão do espaço e
à ridícula quantidade de satélites artificiais que podiam estar em órbita em
torno da Terra (31 segundo os meus cálculos) em agosto de 1961, quem
pode se arriscar a afirmar que esses seis objetos voadores não identifica-
dos que se encontravam a certa distância da cápsula russa Vostok 2 fos-
sem satélites humanos ou lixo espacial?
Segundo a matemática, a probabilidade de que seis satélites russos
ou norte-americanos tivessem se "reunido" numa mesma órbita e numa
diminuta parcela do espaço exterior — justamente quando Titov passava
— é tão baixa que quase não existe.
Nem mesmo hoje — em 1981 — com milhares de satélites de todo
tipo, objetivo e cores dando voltas ou imóveis sobre o planeta, podería-
mos imaginar uma coincidência como a fotografada pelo astronauta so-
viético.
193
"Aqui há algo...!"
194
ocorreu e o que viram. No entanto, segundo o que descreveram e foto-
grafaram outros astronautas russos e norte-americanos, a dedução lógica
é que esse casal viu diante de si algumas das naves extraterrestres às quais
tenho me referido.
Várias semanas depois — em 21 de abril — a infeliz aventura desses
pioneiros do espaço foi ofuscada pelo êxito do Vostok 1, o primeiro vôo
"oficial" tripulado por um ser humano. Tratava-se de Iuri Gagarin, que
completou uma órbita em uma hora e 48 minutos.
Eu me pergunto: quantos homens e mulheres já morreram no espa-
ço sem que a Humanidade tenha sequer conhecido seus lançamentos?
195
I
aproximou-se a uma velocidade vertiginosa. Segundos mais tarde, Ghi-
baudi tinha o disco voador, totalmente silencioso, ao alcance de sua câ-
mara. Seu perfil lenticular com uma cúpula hemisférica pode ser clara-
mente apreciado nesta segunda fotografia.
196
Levou imediatamente o filme para revelar e obteve as primeiras fotos uma
meia hora depois. Mostravam inequivocamente os objetos estranhos, em-
bora as tiras dos negativos estivessem misteriosamente "deformadas"...
Um estudante da Universidade de Roma passara o dia em Pescara.
De longe, também tinha observado os ovnis, bem como o fotógrafo Ghi-
baudi. Mais tarde descobriu o carro do jornalista e, através da janela, ob-
servou um exemplar do jornal Gazzetta dei Popolo. Desta forma pôde
localizar a testemunha principal deste extraordinário acontecimento ovni.
197
nhão da RAF. A manhã era límpida, esplêndida. Possivelmente, eram
aproximadamente 8:30h..."
O objeto foi visto por De Salvo na direção norte e com uma eleva-
ção sobre o horizonte de cerca de 15 graus.
"Estava diretamente sobre Tai Mo Shan, a cerca de 1000 metros de
altura. Trata-se da montanha mais alta dos Novos Territórios, a umas oi-
to milhas ao sul da fronteira com a China. O curioso é que, apesar de
ser de dia, o objeto brilhava como uma estrela. Mas isso era impossível
— não podia se tratar de uma estrela, já que elas tinham desaparecido
do céu fazia várias horas.
"Estava muito próximo do radar. Não pude distinguir a forma nem
o tamanho. Vi como voava e me pareceu que talvez estivesse girando
sobre si mesmo, já que o seu brilho variava..."
Quando Anthony chegou às instalações de radar, tentou inutilmen-
te localizar o objeto na tela. Este fato o fez pensar que talvez o ovni esti-
vesse a uma altura muito baixa ou a mais de 80.000 pés de altura (cerca
de 25.000 metros) e por isso sua localização era impossível.
O negativo obtido por De Salvo está atualmente nos arquivos da or-
ganização Bufara. Um dos fatores a favor da autenticidade deste docu-
mento baseia-se precisamente na circunstância de que a testemunha e
fotógrafo não tenha tentado tirar partido econômico de tal documento.
Após seus cinco anos de serviço militar na RAF (de 1957 a 1962), An-
thony começou a trabalhar como fotógrafo profissional.
A fotografia foi realizada com uma câmara Pentax de 35mm e obje-
tiva standard. Utilizou filme Agfa IF", com filtro amarelo. Segundo decla-
rou naquele momento, a exposição foi de 1/500 de segundo, com um
diafragma de 4f.
Como dado complementar, a testemunha explicou que o caminhão
no qual viajava era aberto e movimentava-se a uma velocidade aproxi-
mada de 30 a 40 milhas por hora.
Naturalmente, sempre há pesquisadores — que eu chamaria de "ne-
gativistas antecipados" — que encontram mil explicações para o que "não
viram". Este e o caso do dr. Geoffrey Doei, que sugeriu que a fotografia
de Kowloon "poderia ser uma pipa"...
Outros pesquisadores "viram" no ovni "um simples inseto" no vidro
de uma janela...
Estes comentários, logicamente, indignaram a testemunha.
198
Também em 1961
199
Aviaco que transportava 130 jornalistas e diplomatas no vôo de Suas Ma-
jestades os Reis da Espanha a Pequim.
Em 2 8 de outubro de 1961, um objeto não identificado era foto-
grafado sobre o território da China. Mais concretamente, perto da re-
presa de Kaifeng, na provínca de Honan. A fotografia foi uma das pou-
cas que chegaram ao mundo ocidental daquele país longínquo e gran-
dioso.
O ovni apresenta o clássico aspecto ovóide, com uma não menos
típica, "auréola" ou luminosidade ao redor de si.
1962
Milão: os ovnis parecem gostar do estádio de San Siro
200
de maneira característica. De vez em quando permanecia imóvel, suspenso
no ar, subia repentinamente algumas centenas de metros para logo de-
pois tornar a cair, tudo isso totalmente em silêncio. As vezes a máquina,
de cor de chumbo, cinza-escuro, encontrava-se inequivocamente perfila-
da e a seguir parecia estar entre a neblina. A parte superior do disco voa-
dor, de cerca de 10 metros, continha uma construção em forma de cú-
pula. Depois de alguns minutos, o objeto subiu com uma grande incli-
201
Isso foi o que declarou ao Centro de Controle de Houston.
Carpenter decolou de Cabo Canaveral no dia 24 de maio de 1962,
a bordo da cápsula Aurora 7 empurrada pela força titânica do foguete
Mercury-Atlas 7 (Atlas-D). Depois de dar três voltas em torno do plane-
ta, pousou a 250 milhas do local previsto.
Quando regressou para casa, o astronauta afirmou que "vira as mes-
mas luzes coloridas observadas pelo seu colega Glenn".
"Rodeavam completamente a cápsula. Era um espetáculo maravi-
lhoso..." Neste mesmo vôo, o astronauta da Aurora 7 tirou várias foto-
grafias "que também não têm explicação lógica". Vários objetos de gran-
de tamanho e luminosidade seguiram o veículo norte-americano durante
seu curto périplo espacial. A NASA publicou tais fotos com a legenda
"NASA photo 62-MA7-147", mas ao ser interrogada pelos jornalistas, res-
pondeu que "possivelmente se trate de lâminas de gelo, procedentes da
cápsula".
202
Carpenter tornou a fotografar "aquilo".
Então, daquele cilindro gigantesco — de aproximadamente 200 me-
tros de comprimento — saiu um pequeno objeto discoidal. Depois ou-
tro... e depois um terceiro. E os três pequenos ovnis afastaram-se. De-
pois disso, a "nave-mãe" abandonou a órbita terrestre e desapareceu em
direção às estrelas.
Depois de não poucas pressões, a NASA deu a conhecer duas das
fotografias obtidas por Carpenter. O resto continua sob o mais completo
"segredo".
Tanto Carpenter como o resto dos seus colegas astronautas guarda-
ram silêncio e preferiram não fazer comentários a respeito da absurda de-
claração da NASA sobre os mencionados "cristais de gelo aderidos às ja-
nelas".
Não podemos nos esquecer que a maior parte dos astronautas norte-
americanos era e é de militares, e por isso eles não podem fazer declara-
ções públicas sobre temas classificados como secretos.
E o assunto ovni continua sendo matéria reservada nos Estados
Unidos.
20.5
Quando White encontrava-se a 80 quilômetros de altura, a filmado-
ra instalada a bordo do avião-foguete fotografou um objeto cinzento não
identificado. A revista Time publicou em 27 de julho um artigo no qual
se dizia que o piloto do X-15 tinha comunicado por rádio "que havia coi-
sas lá fora...".
"Um objeto branco-acinzentado" — afirmou White — "colocou-se
ao lado do meu avião e, depois de voar junto comigo, planou e ficou
sobre a minha cabine. Finalmente, depois de situar-se de novo ao lado
do X-15, acelerou e afastou-se a grande velocidade."
Naquele momento, o avião-foguete ia a 3800 milhas por hora (cer-
ca de 6200 quilômetros por hora).
O relatório também foi reproduzido por quase todos os jornais norte-
americanos, bem como por centenas de jornais europeus e asiáticos.
O filme, porém, ficou em poder da Força Aérea estadunidense. Em
outras palavras: sumiu.
Também em 1962
205
Em 7 de fevereiro de 1962 — ou talvez de 1963 —, um carro SU
Prinz dirigia-se para o oeste, pela rodovia número 5, que se estende de
Buenos Aires até a província de La Pampa. Eram 18:30h. Na altura de
Alberti, o motorista reduziu a velocidade e deteve o carro. Sua mulher
estava lhe mostrando com nervosismo "algo" tremendamente grande e
brilhante que flutuava à direita da estrada.
Era verdade. Sobre um bosque, a considerável distância, um objeto
cilíndrico — cinza-prateado — mantinha-se imóvel e um pouco inclina-
do. Evidentemente, parecia "flutuar".
As testemunhas não podiam acreditar no que estavam vendo.
"... Podia ter mais de 200 metros'— afirmaram — e talvez 20 de
diâmetro. Na sua zona central, irradiava uma luminosidade ofuscante. Os
olhos doíam.
206
"Sobre a sua fuselagem piscavam quatro luzes retangulares que pa-
reciam janelas, uma delas por cima da forte luminosidade e as três se-
guintes na zona inferior do cilindro."
Félix Carrizo lembrou-se de que tinha uma máquina fotográfica no
assento posterior do carro. Sem perder um segundo, bateu uma foto.
Quando abaixou a câmara, o objeto começara a mover-se. Ao fundo
destacava-se um céu escurecido pelas nuvens.
"Antes que pudesse tirar uma segunda fotografia — relatou a teste-
íi- / /'
207
Era como se uma gigantesca nave espacial tivesse partido para o es-
paço, impulsionada por uma força imensa, limpa e misteriosa. Uma for-
ça que não tem nada a ver com os nossos foguetes e com os nossos mo-
tores de combustão.
Curiosamente —• segundo manifestaram as testemunhas — o gado
que pastava nas proximidades naquele momento não se alterou.
Isto me faz lembrar outros casos similares — como o registrado tam-
bém na Argentina em 1960 e no qual o capitão Niotti tirou uma única
foto de um ovni, enquanto um cavalo pastava tranqüilamente muito per-
to do objeto — nos quais os animais parecem não se dar conta da exis-
tência dessas pequenas ou grandes naves. Ao contrário do que ocorreu
em muitos outros avistamentos, nos quais cavalos, cães, aves etc. sofrem
profundas alterações, neste de Alberti, o ovni de 200 metros de compri-
mento — talvez uma "nave-mãe" — permaneceu a cerca de 8 0 metros
sobre o terreno, praticamente como "se não existisse" para os animais.
Que tipo de tecnologia pode permitir algo assim?
208
Inglaterra: moscas, pássaros ou ovnis?
20')
Ovnis sobre os Estados Unidos, Japão, Argentina,
Itália e Espanha
1963
O susto de Cooper e as vozes "infantilóides" sobre a Almeria
Vozes "infantilóides"
Isto me faz lembrar outro caso — até mesmo mais espetacular —,
protagonizado por um comandante da Força Aérea espanhola (cuja iden-
tidade não estou autorizado a revelar), em novembro de 1979.
Este piloto, sediado em Los Llanos (Albacete), saiu certa noite em
missão de interceptação de um "objeto voador não identificado", capta-
do pelos radares sobre as costas de Almeria, ao sul da península Ibérica.
O comandante logo estabeleceu contato visual com o ovni, mas quan-
do o Mirage tentou chegar até o objeto luminoso, este afastou-se em di-
reção às costas africanas.
O piloto de combate dispunha-se a regressar à base, quando o ovni
retornou às costas almerienses. O Mirage, novamente advertido da pre-
sença do objeto, retornou e tentou uma segunda "caça e captura". Logo
210
que o avião colocou a proa em direção ao ovni, este repetiu a "escapa-
da".
A "brincadeira" prolongou-se durante quase meia hora.
Finalmente, cansado da "brincadeira", o comandante comunicou ao
Centro de Comando de Defesa, em Madri, que estava desistindo e retor-
nando a Los Llanos. Nesse momento, ao dar as costas ao ovni, foi que
o piloto escutou através do chamado "canal de guarda" — num perfeito
espanhol — as vozes de dois indivíduos, que pareciam comentar entre
si a respeito de um terceiro (presumivelmente o comandante do Mirage
espanhol):
— Olhe! Está indo embora!
— Tudo bem, deixe-o em paz...
— Mas está indo embora!
O comandante, ao escutar estas vozes — totalmente infantilóides,
segundo ele —, indignou-se e, pegando o microfone, dirigiu-se nestes
termos aos responsáveis de "Pégaso" (denominação dada ao menciona-
do Centro de Comando da Defesa):
— Mas o que é isso? Estão me gozando?
Os militares ficaram tão surpresos quanto o comandante do Mirage
e lhe explicaram que não tinham dito nada...
Ainda mais alarmado, o piloto passou a comunicação a "Pégaso",
a fim de que escutassem as enigmáticas vozes "infantilóides".
E muito difícil interferir no "canal de guarda" de um avião de com-
bate. Em suma, este fato se parece com o ocorrido em 1963 com a cáp-
sula espacial do astronauta Cooper...
E agora, "mecânicos-fantasmas"
211
O cientista Richard Kershner, da Universidade John Hopkins, afir-
mou neste sentido que a explicação podia estar em "fantasmas ou mecâ-
nicos espaciais" que tinham decidido dar uma pequena ajuda, "conser-
tando" as falhas dos satélites...
E possível que ele tenha toda a razão do mundo.
A notícia disseminou-se
Tereshkova também...
212
Após 4 8 horas, os russos lançaram Tereshkova, a bordo do Vostok
6. Depois de 81 e 48 órbitas, respectivamente, ambos os veículos desce-
ram com a ajuda de pára-quedas.
Alguns meses mais tarde, vários correspondentes estrangeiros em
Moscou informavam outro fato, também silenciado pela URSS: em ou-
tubro, uma cápsula tripulada por três cosmonautas fora cercada por uma
esquadrilha de "velozes discos", que geravam um campo magnético tão
poderoso que a cápsula vibrou terrivelmente, ficando a um passo da tra-
gédia.
Também em 1963
Pelo que parece, esta imagem (página 216) foi enviada ao jornal ita-
liano Domenica dei Corríere, em 23 de junho de 1963. Na carta, o pro-
prietário e autor da fotografia assegurava que "não podia identificar-se
por motivos de segurança pessoal". E assim ela foi publicada no jornal
italiano. Alguns pesquisadores duvidam da autenticidade desta foto, em-
bora não possam comprovar que ela é falsa. Portanto, resta-nos a dúvi-
da...
Na parte inferior do ovni é possível ver uma espécie de escadinha
que desce até o solo. Junto a ela existem três "pés" ou "trens de aterris-
sagem".
Em pesquisas posteriores, soube-se que o ovni da "escadinha" ater-
rissara perto da localidade italiana de Gênova.
E muito curioso — e eu diria que significativo com relação à autenti-
cidade da fotografia publicada em 8 de setembro no Domenica dei Cor-
ríere — que, quatro anos mais tarde, testemunhas russas tenham descri-
to na região do Cáucaso um objeto de características idênticas. Em 10
de novembro de 1967, o professor Zigel — um dos poucos pesquisado-
res de ovnis na União Soviética — mostrou, diante das câmeras da tele-
visão russa, o desenho que aparece na página seguinte e que, como po-
de ser comprovado, é enormemente parecido com o da fotografia italia-
na. Devido à férrea censura soviética no assunto ovni, é muito difícil ima-
ginar que os isolados habitantes do Cáucaso pudessem ter visto a men-
cionada imagem do jornal italiano e inventar um caso tão parecido.
213
Desenho do Ovni no Cáucaso
em 1 9 6 7 , exposto em novem-
bro desse mesmo ano na tele-
visão soviética. Era a primeira
vez que a televisão daquele país
mostrava imagens de "objetos
voadores não identificados "ao
povo russo.
1964
Estados Unidos: o cientista que viajou num ovni
214
dam os "sumos pontífices" da ufologia norte-americana: o autor da ima-
gem autodenomina-se um "contatado".
Refiro-me a Daniel W. Fry. Este norte-americano, nascido em 1908,
talvez seja um dos "contatados" com maior nível cultural e técnico entre
todos os que afirmam "estar em comunicação ou contato com os tripulan-
tes dos ovnis". Fry foi um dos principais impulsionadores do programa de
testes de vôos de mísseis com combustível líquido da Crescent Enginee-
ring and Research Company. Também trabalhou para a Aerojet General
Corporation no campo de testes da base de White Sands, tendo sido en-
carregado da instalação de instrumentos para o controle e guia de mísseis.
Finalmente, tratava-se de um cientista absolutamente cético em ma-
téria de ovnis. Até 4 de julho de 1950...
215
de White Sands, no Novo México (Estados Unidos). Como perito em quí-
mica, explosivos e foguetes espaciais, Daniel W. Fry recebeu a tarefa de
instalar-se na referida base, no campo de testes, para um importante pro-
jeto. Aí terminaria a tranqüilidade e o ceticismo de Daniel Fry, como ele
narra no seu livro The White Sands Incident, publicado em 1954.
No interior do ovni
216
recendo que a nave que se encontrava na frente dele era apenas um pe-
queno transporte destinado, entre outras coisas, a coletar amostras da su-
perfície do nosso planeta, controlada pela nave principal, situada naque-
le momento a uns 16.000 quilômetros acima da superfície da Terra. Abriu-
se uma pequena comporta e Fry entrou na nave; estava num salão ocu-
pado por quatro assentos com cintos de segurança.
Sentou-se e pensou que a decoração deixava muito a desejar. Sur-
preendido, escutou a voz responder aos seus pensamentos: " J á sei que
a decoração não é boa, mas é funcional". Fry escutava a voz como se
ressoasse dentro de sua cabeça. "Aonde gostaria de ir? Percebo que o
senhor é um homem excepcionalmente incrédulo, mas esperamos con-
vencê-lo com essa viagem. Gostaria que o levássemos a Nova York? Re-
gressaríamos em meia hora." Meia hora significa uma velocidade média
de 14.000 quilômetros por hora! Fry aceitou, objetando que não poderia
constatar a verdade do oferecimento porque não veria nada daquela ca-
bine hermética. A voz deu uma risadinha irônica e a nave se pôs em mo-
vimento. Iluminou-se um projetor que lançou sobre a comporta da nave
um raio de luz violeta. Esta ficou completamente transparente, como se
não existisse, e Fry começou a ver as luzes do campo militar do povoado
que se perdiam ao longe!
217
Fry observou que tinha descido um pouco. As luzes de Cincinnati
estavam sob os seus olhos. Alguns minutos mais tarde, diante dos seus
olhos assombrados, brilhavam os perfis inconfundíveis da cidade de No-
va York.
"Aqui está" — disse a voz —. "A nossa nave aproxima-se de Nova
York através do ângulo noroeste. Vamos dar uma volta completa por ci-
ma dela diminuindo a velocidade para uns 1000 quilômetros por hora,
a fim de que o senhor possa aproveitar o panorama."
"Eu me chamo Alan e o senhor se chama Daniel, não é?" Fry res-
pondeu afirmativamente e a voz continuou, enquanto Fry observava, fas-
cinado, as luzes de Nova York, que giravam aos seus pés. "Vamos re-
gressar agora, Daniel. Quero lhe dizer que estou satisfeito com as suas
reações e que gostaríamos de entrar de novo em contato com o senhor.
Se não se importar, isto acontecerá em breve. Por enquanto, vou depositá-
lo no mesmo lugar onde o encontramos e logo voltaremos para conver-
sar com o senhor." Fry explicou, mentalmente, que ia mudar-se para a
Califórnia e expôs sua preocupação pela possibilidade de não se torna-
rem a encontrar. "Isso não significa nada, Daniel. Sua mente é boa re-
ceptora, talvez porque esteja treinada para manejar imagens e conceitos
abstratos. Onde quer que se encontre, poderá escutar-me quando o cha-
mar. Além disso, devo lhe confessar que foi graças à sua capacidade re-
ceptora que consegui entrar na sua mente há três noites. O senhor estava
deitado porém não conseguia dormir porque tivera um dia de trabalho
muito pesado. Lembra-se?" Fry lembrou-se imediatamente. "O senhor
levantou-se da cama, acendeu um cigarro e deitou-se de novo. Come-
çou a resolver problemas matemáticos mentalmente até adormecer. Sin-
to vergonha de admitir isso, porém sua mente estava tão aberta que pe-
netrei até o fundo dela, e por isso posso lhe assegurar que o conheço
melhor que o senhor mesmo se conhece. O que encontrei na sua mente
foi bastante satisfatório, embora não completamente idôneo. Descobri que
certas penas e frustrações deixaram-lhe cicatrizes de rancor, de ressenti-
mento, embora (e isso foi o que me convenceu de que seria um bom con-
tato) tenha percebido que essas mesmas penas tinham-no impulsionado
a desenvolver um bom grau de compreensão e de percepção subjetivas."
A nave descia enquanto começava a reduzir a velocidade. As luzes do
povoado onde Fry pensara que passaria uma noite tranqüila e tediosa co-
meçavam a aparecer sob os seus pés. Pousou suavemente no campo e os
refletores da cabine acenderam-se; a voz de Alan indicou-lhe que podia ti-
rar o cinto de segurança e Fry levantou-se. Curioso, observou a cabine
218
tentando gravar na sua mente os mínimos detalhes. Nesse momento, sua
atenção foi atraída por um emblema gravado na parte posterior do assento.
Outros contatos
ül 1 '
O ovni que "brincou" com o "Eco 2"
O padre Reyna
220
entram no cone de sombra da Terra, desaparecem. Em compensação,
os ovnis permanecem luminosos e geralmente mudam de rota a veloci-
dades fantásticas.
"Numa noite, sem dúvida pela primeira vez na História, seguimos
um deles com o telescópio e fizemos um esquema das suas evoluções.
Tudo isto é absolutamente certo e foi controlado por técnicos. Sei que
a França e as grandes potências estão muito interessadas nos ovnis, e que
uma grande quantidade de observadores tenta resolver o enigma. Acho
que não demoraremos para conseguir isso.
"Na clara noite de 14 de novembro, do Observatório de Adhara (San
Miguel, Buenos Aires), seguíamos com telescópio o satélite Eco 2, que
vai do pólo Norte ao pólo Sul. Apareceu às 20:37h, quase no mesmo
meridiano que o do observatório.
"Do oeste, perto de Pégaso, às 20:45h, surgiu um ovni que seguia
uma rota perpendicular à trajetória do Eco 2, no mesmo plano. Quando
chegou perto do satélite, desviou sua rota, descrevendo uma semicircun-
ferência (talvez para não atrair o satélite com o seu campo magnético),
depois prosseguiu seu caminho em direção leste e, perto de Órion, des-
ceu até o horizonte. Fez todo esse trajeto em três minutos.
"Às 20:52h, quando o Eco 2 estava no seu zêriite, o ovni surgiu do
sudoeste, perto de Centauro, e dirigiu-se ao encontro do Eco 2.
Aproximando-se do satélite, descreveu uma curva e depois dirigiu-se pa-
ra noroeste e desceu até o horizonte, perto de Andrômeda.
"Apareceu pela terceira vez às 21:00h, próximo de Altair, em forma
de charuto, e depois tornou-se circular. Perto do plano do Eco 2, deu
a mesma volta de antes, depois dirigiu-se para o sul, em direção a Cano-
pos e, finalmente, desapareceu no horizonte ao mesmo tempo que o sa-
télite Eco 2.
"Como havia várias pessoas dentro e fora da cúpula de observação,
pudemos segui-lo e observá-lo, do interior e exterior, nas suas diversas
trajetórias, acionando rapidamente a abertura da cúpula para que todos
pudessem vê-lo. Pudemos vê-lo perfeitamente quando estava perto do
horizonte. Distinguia-se com total clareza a torre superior, da mesma cor
verdosa que a luz de uma lâmpada de mercúrio. O círculo central era ama-
relo e as bordas, azuis. Algumas vezes ocupava todo o campo do telescó-
pio e parecia maior do que a Lua cheia. Levando em consideração que
a velocidade do Eco 2 era de 2 5 . 0 0 0 quilômetros por hora, o ovni devia
ir a mais de 100.000, como se pode ver pelos trajetos realizados na mes-
ma altura que o satélite.
"A visão tão nítida e esplêndida nos maravilhou e encantou. O es-
petáculo oferecido pelo ovni seguindo o Eco 2 foi extraordinário e fantás-
tico."
221
Era curioso. O satélite Eco 1 também foi "espionado", em 1960, por
outro ovni. Agora, o Eco 2...
Pergunto-me novamente: quantos satélites e cápsulas espaciais te-
rão sido, são e serão "controlados e seguidos por estas naves"? Até que
ponto o ser humano é controlado?
Também em 1964
222
constituem uma valiosa amostra da presença dos ovnis sobre os deser-
tos. Não é freqüente dispor deste tipo de documento.
223
o
«
Existe certa confusão com relação a esta fotografia, pois alguns pes-
quisadores situam-na em Córdoba (Argentina).
224
Parece-me que, como assinalava nas primeiras páginas desta trilo-
gia, diante das imagens de ovnis destes primeiros anos do século XX, os
comentários são supérfluos. Aqui, sinceramente, "uma imagem vale por
mil palavras"...
Às análises fotográficas destes documentos e ao valor intrínseco das
imagens é preciso acrescentar, na minha opinião, outra circunstância não
menos importante. Refiro-me à "bondade" daqueles primeiros anos. As
garras dos diversos Serviços de Inteligência — especialmente da veneno-
sa CIA norte-americana — não se apossaram do fenômeno ovni até os
primeiros anos da década de 50. Isto possibilitou que alguns importantes
testemunhos fotográficos sobre estas naves pudessem filtrar-se e ser co-
nhecidos pela opinião pública mundial. Depois, como expus em OS VI-
SITANTES, tudo se tornou mais difícil. Só um punhado de solitários ro-
mânticos e obstinados pesquisadores continuamos na luta. Mas o objeti-
vo final — a total e transparente difusão da realidade ovni — bem mere-
ce estes e todos os sacrifícios imagináveis.
E embora reserve para o final do trabalho — La gran oleada — as
conclusões globais sobre este milhar de fotografias ovni no mundo, gos-
taria de esboçar agora alguns dos fatos destes primeiros anos da história
moderna dos "não identificados" que chamaram a minha atenção.
1. Evidentemente, os ovnis "espionaram" e seguiram com "sumo de-
talhe" o curso da Segunda Guerra Mundial. E muito provável —- embora
quase não disponhamos de documentos fotográficos a esse respeito —
que tenham feito a mesma coisa durante a primeira grande conflagração.
2. A partir da primeira explosão atômica em Hiroshima, a presença
ovni multiplicou-se no mundo.
3. Uma análise objetiva de fotografias como as do Oregon (1950),
Lubbock (Texas, 1951), Barra da Tijuca (Brasil, 1952) eilha de Trindade
(1958) — para mencionar apenas alguns casos — é suficiente para com-
preender que as formas, velocidades, manobras e tecnologia em geral des-
tes objetos não têm nada a ver com os aviões e armas dos humanos, e
muito menos com os engenhos terrestres daquela época.
225
4. Já em 1952 obtiveram-se as primeiras provas "oficiais" da pre-
sença dos ovnis nas telas de radar militares e civis.
5. Pode parecer quase incrível, porém, diante do "comportamento"
de muitos destes ovnis, temos a sensação de que tais naves "sabiam" da
presença do fotógrafo e — apesar disso — "deixaram-se" fotografar.
6. A partir de 1951 e 1952, a Força Aérea norte-americana empe-
nhou-se em ridicularizar as testemunhas dos "objetos voadores não
identificados".
7. Em 1952 — há 30 anos —, cientistas da importância de Albert
Einstein saíram em defesa dos ovnis, evitando talvez uma catástrofe. A
ordem de abater os "não identificados" foi temporariamente suspensa.
8. Como se fizesse parte de uma "estratégia"perfeitamente progra-
mada, os ovnis parecem "posar" quase unicamente para fotógrafos ama-
dores, providos apenas de câmaras muito simples e modestas.
9. Em 1952 — muito antes de começar a corrida espacial do ser hu-
mano um italiano conseguiu o primeiro documento fotográfico de um
suposto ser extraterrestre junto a sua nave.
10. Na minha opinião, o documento fotográfico de Coniston (Ingla-
terra), em 1954, obriga-nos a reconsiderar as fotografias obtidas em 1950
pelo discutido George Adamski. Pessoalmente, quanto mais pesquiso o
famoso "contatado" norte-americano, mais me convenço de que muitas
das suas afirmações foram acertadas. Talvez algum dia, nós, os pesqui-
sadores, tenhamos a obrigação de restituir-lhe a fama perdida.
11. A partir de 1954, com o famoso ovni fotografado em Rouen
(França), praticamente "gêmeo" do Oregon (Estados Unidos), em 1950,
os pesquisadores comprovam que naves de características semelhantes
ou muito parecidas são detectadas e vistas em todo o planeta.
12. Para desconcerto dos cientistas, os ovnis desafiam todas as leis
humanas conhecidas até hoje.
13. Existem interesses militares, sociais, psicológicos e até mesmo
econômicos entre as grandes potências mundiais que transformam o fe-
nômeno num assunto "secreto".
14. Em 1958, o governo do Brasil efetuou aquele que seria o pri-
meiro reconhecimento oficial da existência dos ovnis no mundo. Natural-
mente, os militares norte-americanos tentaram ridicularizar este honroso
gesto...
15. O mundo ocidental conhece aquela que pode ser a primeira fo-
tografia oficial de um ovni sobre os países do Leste (Polônia, 1958).
16. Em 1959, no Brasil, registra-se outro caso que ratifica — sem-
pre do meu ponto de vista — a possível "comunicação" entre os homens
e os ocupantes dos ovnis.
17. Da mesma maneira que os ovnis parecem "posar" diante das
câmaras fotográficas de muitas testemunhas, em outros casos parece ocor-
226
rer o contrário: ante o lógico desespero do fotógrafo, a máquina "quebra
incompreensivelmente". E o ovni desaparece...
Mas OS VISITANTES é apenas o início daquela que, sem dúvida,
é a mais inquietante e transcendental aventura humana: o "encontro" com
dezenas de civilizações alheias â Terra.
227
J. J. BENITEZ Além dos temas sobre Jesus Cristo —
Operação Cavalo de Tróia, Astronautas
de Yaveh, Testamento de São João —,
J. J. Benítez também escreve sobre os
fenômenos OVNI — A Ponta do Iceberg
eA Quinta Coluna do Espaço.
MERCURYO