Sie sind auf Seite 1von 226

MERCURYO

os
VISITANTES
1.1. BENÍTEZ
Tradução de
Cláudia Schilling

MERCURYO
Para cada coisa que acredito saber, dou-me conta
de nove que ignoro.
Provérbio Árabe
"Se uma única fotografia for verdadeira... "
ÍNDICE

1883 Montana: superfícies altamente po-


IJm astrônomo, autor da primeira lidas nos discos 45
fotografia ovni conhecida 13 Os militares visitam Adamski . . . 49
1913 1951
Os "cirílidos" 15 As misteriosas cintilações sobre a
1929
Lua 53
Sobre Tóquio 17
Esperando o ovni das 21:20h . . 57
1930
"Bolas de fogo" e "aviões-fantas- A primeira calota voadora 65
mas" 18 Três discos sobre Nova Jersey . . 65
1942 1952
A primeira fotografia conhecida so- Primeiras fotografias pelo radar . 66
bre a Ásia 23 Brasil: o disco azul mais bonito . 67
Los Angeles: foram confundidos Luzes misteriosas sobre Nova York 81
com japoneses 24 Utah: dos patos às gaivotas . . . . 82
1944 As luzes de Salem: reflexos lumi-
"Bola de fogo" junto a um avião
nosos e algo mais 85
alemão 28
França: estranha "máquina" dian-
1945
"Espiões" siderais 29 te de um engenheiro 88
1946 Einstein intercede a favor dos ovnis 89
"Avião-fantasma" sobre a Suécia 30 Peru: um ovni em apuros? . . . . 98
1947 Outros negativos "sensacionais" . 99
Um mês depois do caso "Arnold" Itália: o documento definitivo... se
A "era ovni" 31 fosse verdade 99
1949 Adamski viu os mesmos "vaga-
Uma plataforma de três quilômetros 33 lumes" que o astronauta Glenn 104
1950
Também em 1952
A primeira foto ovni espanhola
conhecida 37 Ovni nos céus da Coréia do Sul 113
Estados Unidos: quase caiu no Repete-se o ovni "adamskiano" . 114
chão, de susto 38 Miami: fotografado por um
McMinnville: os "negativistas" com jornalista 115
as mãos atadas 40 Sobre San Francisco 115
Ovni cor de laranja sobre Nova Formação ovni 137
York 115 De novo sobre a Califórnia . . . . 138
1953 1957
Uma "transferência" para o Leste? 116 Japão: a fotografia mais bonita . 138
Bélgica: um "ovo frito" que voa 117 O "Livro Azul" continua negando 140
Sobre a Alemanha 118 Também em 1957
Manobras espetaculares sobre a Marselha: captados por um obser-
Rodésia do Sul 118 vatório 141
1954 Noruega: outro ovni "invisível" .. 141
Surpresa "adamskiana" no Reino Nave ou nuvem? 142
Unido 118 Missouri: de novo nos radares . . 143
Três dias depois sobre a Escócia 120 Califórnia: de um barco a vapor 144
França: um ovni "gêmeo" do foto- Argentina: ovni de grande
grafado no Oregon 121 luminosidade 144
O duvidoso caso Menger 121 1958
Áustria: voando contra as leis físi- Brasil: primeiro reconhecimento
cas "humanas" 123 oficial ovni no mundo 144
A desconcertante "luz sólida". . . 167
O caso do B-57 ou como "camu-
Também em 1958
flar" um ovni 125
Idaho: os enigmáticos movimentos
Também em 1954
ovni 172
Bermudas: esquadrilha ovni no
Sobre Roma 172
radar 127
Escoteiros no Maine 173
"Onda" sobre Roma 131
Japão: dois novos casos 175
Ovni perto de Málaga 131
Polônia: primeira fotografia ovni
Brasil: ovni sobre um arsenal. . . 131
conhecida dos países do Leste 175
Sobre a Sicília 131
1959
1955 Brasil: um papel na mão 176
O ovni deixou um rastro de Também em 1959
condensação 132 Califórnia: fotografado por um
Um ovni na explosão de uma bom- xerife 179
ba H? 133 Dinamarca: a câmara enguiçou . 180
Também em 1955 Sobre Barcelona e Nova Jersey . 181
Ovni com forma de "donut" . . . 134 1960
Estados Unidos: outro ovni em Argentina: ovni fotografado por
apuros 134 um capitão 182
Islândia: nuvem suspeita 135 Os satélites-"fantasmas" 188
1956 Também em 1960
San Francisco, sim; San Francisco, Formação sobre a Itália 190
não 135 1961
As assombrosas "camuflagens" . 136 A estréia do russo Titov 190
Outra magnífica seqüência 136 Itália: o estranho "monstro alado" 195
Também em 1956 Hong Kong: fotografado de um
Sobre o Havaí 136 caminhão 197
Também em 1961 Também em 1963
Ovni com alta carga biológica? . 199 Itália: ovni com escadinha 213
China: segredo militar 199 1964
"Nave-mãe" sobre o Japão . . . . 200 Estados Unidos: o cientista que via-
1962 jou num ovni 214
Milão: os ovnis parecem gostar do O ovni que "brincou" com o "Eco
estádio de San Siro 200 2" 220
Carpenter também viu os "vaga- Também em 1964
lumes" 201 Fraude ou ovni caído? 222
Também em 1962 Saara: ovni sobre o deserto . . . . 222
Argentina-Espanha: dois ovnis Ovni "negro" sobre Nova York . 223
"gêmeos" '. 205 "Pião voador" sobre a Alemanha
Inglaterra: moscas, pássaros ou Federal 223
ovnis? 209 Ohio: não é a melhor foto ovni,
Ovnis sobre os Estados Unidos, Ja- naturalmente 224
pão, Argentina, Itália e Espanha 210
1963
O susto de Cooper e as vozes
"infantilóides" sobre a Almeria . 210
Tenho de reconhecer que, ao iniciar este relatório, nem podia ima-
ginar tantas surpresas.
Conforme fui penetrando na quase selvática desordem das fotogra-
fias ovni no mundo, apareceram diante de mim realidades que poderiam
parecer ficção científica. O leitor irá comprovando por si mesmo que es-
ses fatos nada têm a ver com a imaginação. Trata-se — para desconcerto
de alguns e esperança de outros — de realidades preocupantes e, em mui-
tos casos, respaldadas pela ciência.
Quando iniciei este novo projeto, fui guiado por um primeiro objetivo
básico: mostrar aos incrédulos e aos convencidos — especialmente aos pri-
meiros — que os incorretamente denominados "objetos voadores não iden-
tificados" existem e estão aí, nos nossos céus, mares, montanhas e cidades.
Ao avançar na busca de fotografias e ao conhecer as circunstâncias
em que foram tiradas, as surpresas, como já disse, foram-se sucedendo
como algo quase habitual na pesquisa. "Surpresas" — tenho certeza —
que obrigarão o leitor a parar a leitura e a refletir sobre o porquê da pre-
sença destas naves na Terra. Mas não é este o momento de adiantar tais
"surpresas".
Expressei-me corretamente. Referi-me a "naves". Nesta altura da mi-
nha pesquisa, com centenas de milhares de quilômetros nas costas, não
posso acreditar em outra coisa: os ovnis são astronaves ou veículos alheios
à nossa civilização.
Outra prova do que afirmo é esta trilogia de fotografias sobre ovnis
no mundo (Os visitantes, Terror na Lua * e La gran oleadaj. Ao contrário
do que afirmam algumas pessoas pouco ou nada informadas sobre o as-
sunto, o volume de imagens — filmadas ou fotografadas — consideradas
"genuínas" ou "autênticas" é muito superior ao que se diz e afirma. E eu
me restrinjo apenas aos fatos.
Essas pessoas que negam as evidências fotográficas sobre ovnis ago-
ra têm a possibilidade de comprovar que existem milhares de documen-
tos sobre o tema no mundo há mais de cinqüenta anos.

* A ser publicado proximamente pela Editora Mercuryo. (N. E.).

11
Precisamente pela superabundância de material gráfico, fui obrigado
a fazer uma rigorosa seleção, escolhendo as fotos e os filmes mais famosos
do mundo, bem como outro considerável número de documentos total-
mente inéditos, que serão oferecidos em primeira mão ao mundo nesta obra.
Pela primeira vezno mundo, os interessados e seguidores do assunto
ovni dispõem do mais completo "catálogo" de fotografias que ratificam a
constante presença de civilizações extraterrestres.
E muito provável — e quero que este ponto fique claro como a luz
— que algumas das imagens aqui expostas estejam cobertas de dúvidas
e suspeitas. Sou o primeiro a aceitar e reconhecer que é relativamente fá-
cil falsificar ou manipular um negativo fotográfico. E um risco que deve-
mos correr quando nos empenhamos numa "aventura" como a presente...
Também cabe a possibilidade de que outras fotografias ovni não pas-
sem de erros ou falsas interpretações de fenômenos naturais ou que po-
dem ser explicados.
Apesar de tudo isso, o número de documentos gráficos sobre ovnis
no nosso planeta qualificados de "autênticos" é tal que as dúvidas — isso
é o que eu espero — tendem a dissipar-se para qualquer mente aberta
e honesta. Como friso neste volume, "se apenas uma destas imagens fosse
certa, a existência OVNI seria indiscutível".
Este, porém, não é o caso. Numerosos cientistas confirmaram — co-
mo veremos — que são muitas as fotografias genuínas.
Para uma pessoa objetiva, o simples fato de ver e observar muitas
destas seqüências será mais do que suficiente para conscientizar-se da tre-
menda e transcendente presença ovni. De nada valem os argumentos "ne-
gativistas" ou "pseudocientíficos" diante destas formidáveis fotografias, ti-
radas por homens normais e honrados.
As "explicações" manipuladas dos "hipercríticos" — alucinações, mi-
ragens, inversões térmicas, raios em bola, balões-sonda, Vênus e outras
obscuras "enteléquias" — acabam entrando em choque com a força e
a vida destas provas.
Embora seja duro de admitir, estas fotografias são uma prova daqui-
lo que o dr. Hynek anunciou um dia: "O nosso mundo sofre de um gra-
ve provincianismo galáctico". Uma boa parte da sociedade humana pa-
rece ficar irritada só com a idéia de que outros seres e civilizações estão
aqui, sobre o nosso planeta.
Mas o tempo terminará ganhando a partida. E diante destas eloqüen-
tes 1000 fotografias ovni, eu me faço a pergunta que um dia Galileu, des-
cobridor do telescópio, fez a Kepler:
— Que opinião tem dos cientistas daqui que, com uma obstinação
realmente viperina, negaram-se a olhar o céu através do telescópio?
Que devemos fazer diante deles: rir ou chorar?

J . J . Benítez

12
De 1883 até 1964

1883
Um astrônomo, autor da primeira fotografia ovni conhecida

São ironias da vida. Muitos "hipercríticos", "negativistas" e incrédu-


los levantam suas vozes, tentando derrubar a realidade ovni corp frases
como esta: "Se os ovnis existem, por que não são vistos e fotografados
pelos astrônomos?".
Evidentemente, como veremos neste caso e em outros posteriores,
falta-lhes informação...
Em 12 de agosto de 1883, José Bonilla estudava o Sol no Observa-
tório de Zacatecas, no México. De repente, ante sua lógica surpresa (não
devemos esquecer que naquela época não se falava de ovnis), viu uma
série de manchas que atravessavam o disco solar — em linha totalmente
reta —, a uma distância que o astrônomo estimou não ser superior a
300.000 quilômetros. Em outras palavras, como se as "manchas" se mo-
vimentassem a uma distância semelhante à existente entre o nosso mun-
do e a Lua.
Bonilla não vacilou e fotografou os enigmáticos objetos. Até prova
em contrário, aquela foi a primeira fotografia de um ovni.
Segundo a descrição de Bonilla, "aqueles objetos alongados passa-
vam de dois em dois por cima do disco solar".
A observação durou um dia e parte do seguinte.
Quando o astrônomo mexicano tornou público seu sensacional des-
cobrimento, nenhum dos eminentes cientistas da época o levou a sério...
Desanimado, José Bonilla enviou as fotos àLAstronomie, de Paris,
que as considerou boas e as incluiu na página 347 do volume correspon-
dente a 1885.
O mesmo Bonilla escreve na L'Astronomie (revista de astronomia
popular, de meteorologia e de física do Globo), publicada por Camille
Flammarión:
"... Em 12 de agosto de 1883, às 8:00h, comecei a extrair pontos
do Sol quando, de repente, observei um pequeno objeto brilhante que
penetrava no campo do telescópio, ficando marcado no papel que eu usa-
va para assinalar os pontos. Atravessou o disco solar e projetou-se como
uma sombra quase circular.
"Quando estava acabando de me recuperar da surpresa, o mesmo
fenômeno repetiu-se numa tal freqüência que, durante duas horas, fui
capaz de contar 283 objetos atravessando a face do Sol."

13
Primeira fotografia conhecida de um ovni, obtida por J o s é Bonilla, diretor
do Observatório de Zacatecas (México). Esta imagem foi publicada na re-
vista científica francesa L'Astronomie, por Camille Flammaríón.

Bonilla e seu ajudante chegaram a registrar 331 objetos no referido


dia 12 de agosto (divididos em dois períodos de 283 e 48 objetos, res-
pectivamente) e 116 no dia seguinte. Portanto, 447 ovnis no total.
A trajetória percorrida pelos objetos foi de oeste-leste, com maior ou
menor inclinação para o norte ou sul do disco solar.
"... Depois de vários minutos de observação" — prossegue o dire-
tor do Observatório de Zacatecas" —, notei que esses corpos, alguns dos
quais eram perfeitamente redondos e outros alongados, pareciam negros
e opacos enquanto se projetavam através do disco solar, porém apare-
ciam luminosos quando abandonavam o Sol, atravessando o campo do
telescópio.
"Como freqüentemente eu tirava fotografias do Sol quando seu dis-
co mostrava pontos e 'faculae' (regiões luminosas da fotosfera do Sol, vistas
muito facilmente perto de suas bordas), decidi fotografar também este ra-
ro e interessante fenômeno da passagem dos corpos através do Sol. Com
este objetivo substituí, no mesmo equatorial, a lente de 16cm por outra
da mesma intensidade, com um foco químico (apropriado para o traba-
lho fotográfico), e a ocular por uma câmara fotográfica. Depois de várias
tentativas de ajustar o equipamento, consegui tirar várias fotos, tendo en-

14
viado para a L'Astronomie a mais interessante. Enquanto eu tirava estas
fotografias, um ajudante contou os corpos com o descobridor equatorial
do telescópio.
"A fotografia foi tirada utilizando uma placa úmida com um tempo
de exposição de 1/100 de segundo. Esta velocidade não me permitiu es-
tudar e preparar convenientemente os banhos e, além disso, o negativo
teve de ser um pouco colorido pelo revelador. O foco não está totalmente
no Sol mas sim no corpo, que era mais interessante nessa ocasião."
José Bonilla considera que, de acordo com seus cálculos, aquelas
desconcertantes "esquadrilhas" de objetos podiam navegar a uma distância
estimada de 242.000 quilômetros da Terra. Digo "esquadrilhas" porque,
segundo as apreciações do astrônomo mexicano, os objetos passavam
ante o Sol em formações de 15 a 20.
Como dizia, ironias da vida...

1913
Os "cirílidos"

Eis aqui uma das primeiras manifestações ovni do século XX. O fato
ocorreu em 9 de fevereiro de 1913, às 21:05h, no Observatório Astro-
nômico de Toronto. Alguns astrônomos, entre eles o eminente Chant,
notaram a passagem de um corpo estranho no céu.
Em primeiro lugar, foi visto um objeto brilhante, de intensa cor ver-
melha, que se dirigia do norte para o leste, com um movimento paralelo
ao horizonte.
Ainda não desaparecera o estupor provocado por este aparecimen-
to quando, de repente, outros corpos procedentes do mesmo lugar e com
idêntica trajetória surgiram ante o atônito olhar dos astrônomos.
Eles passavam reunidos em pequenos grupos de dois, três ou qua-
tro corpos, conservando — e isto é sumamente importante — a mesma
linha horizontal ou paralela ao solo.
Quando a passagem dos objetos encerrou-se, escutou-se um ruído,
semelhante a um trovão longínquo. O fenômeno durou cerca de três mi-
nutos e meio.
A esta observação de Toronto, Canadá, logo se acrescentaram ou-
tras notícias — todas idênticas à primeira —, provenientes de numerosos
povoados que se estendem desde a mencionada cidade canadense até
o cabo São Roque, no Brasil. Um "arco", como pode ser comprovado,
de milhares de quilômetros.

15
O cometa de Halley, que foi visto três anos antes do fenômeno dos
"cirílidos"; as diferenças sào eloqüentes.
Em função dessas observações, os astrônomos puderam estudar a
trajetória seguida pelos enigmáticos corpos, chegando à conclusão de que
"tratava-se de uma órbita circular, inclinada sobre o Equador terrestre em
50 graus e 6 minutos, com um período de 90 minutos...".
Em outras palavras: aqueles corpos desconhecidos tinham dado uma
volta completa à Terra em uma hora e meia. E estamos falando de 1913,
quando os satélites artificiais não constituíam nem mesmo um sonho...
Embora o céu estivesse sereno, os astrônomos — que permanece-
ram atentos durante bastante tempo — não tornaram a observar o fenô-
meno.
Naquela época não existia a palavra OVNI ou UFO (denominação
em inglês de "objeto voador não identificado"), por isso as testemunhas
batizaram os "corpos voadores" de "cirílidos", já que apareceram no dia
de São Cirilo.
Estudos posteriores — inclusive atuais — não levaram a qualquer
solução satisfatória. Chegou-se a dizer que poderia tratar-se de "satélites
naturais transitórios". A teoria não conseguiu convencer porque — preci-
samente por causa do estampido escutado após a passagem dos objetos
e pelos rastros visíveis — estes misteriosos "visitantes" já haviam penetra-
do na atmosfera terrestre. E dentro das camadas atmosféricas, que me-
teoro ou meteorito pode manter um vôo horizontal, desde o Canadá até
o sul do Equador? Qualquer "estrela cadente" — como vemos nas noites
de verão — só pode ser vista durante alguns segundos.
Definitivamente, 8000 quilômetros — de Toronto a São Roque —
são quilômetros demais...
Quase 70 anos depois daquele "aparecimento", as características dos
objetos nos parecem familiares. O "estampido", a trajetória, os objetos
que voam em grupos... tudo está denunciando o que hoje chamamos
de ovnis.

1929
Sobre Tóquio

Milhares de japoneses ficaram desconcertados quando, em 1929, du-


rante a chegada a Tóquio do famoso dirigível alemão Graf Zeppelin, três
objetos desconhecidos passearam em plena luz do dia pelos céus do país
do Sol Nascente.
Dos seus telhados, os habitantes de Tóquio observaram como os três
ovnis pareciam "acompanhar" o grande dirigível.

17
Em 1929, o modelo mais rápido entre os aviões era o Travei Air
Mistery Ship, que se deslocava a 336 quilômetros por hora. Era o primei-
ro aparelho civil que superava os modelos militares e que ultrapassava
a barreira das 200 milhas por hora (322 quilômetros por hora). Sua auto-
nomia era de 845 quilômetros, com capacidade para uma pessoa. Foi
projetado por Herbert Rawdon e Walter Burnhan no verão de 1928. O
segredo deste avião era o motor: um radial Wright R-975 Whirlind de 300
cavalos.
Naquela ano de 1929, o Stinson SM 1-F Detroiter atingia um teto
de operação de 4900 metros. Era capaz de transportar cinco passageiros
e o piloto a uma velocidade de cruzeiro de 182 quilômetros por hora.
A aviação comercial estava nascendo...

1930
"Bolas de fogo" e "aviões-fantasmas"

Embora estas misteriosas "bolas de fogo" ou foo-fighters, como eram


denominadas pelos pesquisadores, já tivessem sido observadas na época
dos dirigíveis e nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial, começa-
ram a ser detectadas com maior freqüência a partir de 1930. O mesmo
fato ocorreu com os célebres "aviões-fantasmas" cujos aparecimentos acon-
teceram especialmente até 1940.
O termo foo-fighters foi inventado durante a Segunda Guerra Mun-
dial pelos pilotos norte-americanos. (Foo: corruptela inglesa de feu, "fo-
go" em francês, e fighter, "avião de caça" em inglês.)
Através destas palavras — "caças de fogo" — os pilotos de ambos
os lados designavam as desconhecidas bolas de fogo que avistavam cons-
tantemente durante seus vôos de combate. Os aliados pensaram que se
tratava de armas alemãs mas, após o encerramento da contenda, todos
ficaram perplexos ao comprovarem que as tais "armas secretas" não eram
propriedade de nenhum exército humano. Os alemães reconheceram que
dispunham de inúmeros relatórios sobre observações desses mesmos foo-
fighters.
Hoje, todos os estudiosos do assunto ovni sabem que essas "bolas
de fogo" fazem parte da complexa trama dos "não-identificados". Elas
foram vistas e fotografadas posteriormente — e oferecerei alguns exem-
plos em primeira mão para o mundo — e continuarão sendo vistas...

18
Mas antes de prosseguir com esta interessante época, eis aqui — em
síntese — um testemunho sobre as famosas "bolas de fogo", ocorrido em
1919, em plena Primeira Guerra Mundial.
O pioneiro na pesquisa ovni — Harold T. Wilkins — relata um caso
vivido pelo seu próprio irmão, Gordon Wilkins. Este era soldado a servi-
ço do exército inglês e estava em Salisbury Plain. Esta é uma das partes
do relato:
"No início de janeiro de 1919, por volta das 20:00h, eu e outro ho-
mem do meu grupo estávamos regressando ao nosso acampamento. Tí-
nhamos ido inspecionar uma velha igreja em Figeldean. De repente fi-
quei surpreso ao ver no céu, em direção oeste, para os lados de Nethera-
von, três estranhos balões vermelhos e cor de laranja, a uma altura apro-
ximada de 900 metros. Pareciam lanternas que emitiam uma luz muito
intensa. Enquanto as observava, começaram a flutuar para baixo e re-
pentinamente desapareceram. O famoso monumento pré-histórico de
Stonehenge ficava a algumas milhas em direção ao sul. Lá havia um ae-
roporto e um acampamento da Artilharia Real Britânica. No entanto, na-
quela noite não houvera nenhuma atividade militar. O homem que esta-
va comigo não se surpreendeu porque evidentemente já o vira antes.
"Ao notar meu assombro, disse:
"— Devem estar vindo do aeroporto militar de Boscombe Down.
"Pensei que isto era muito pouco provável, pois não existiam aviões
capazes de lançar esse tipo de balões. Também não existia um aparelho
que pudesse fazer isso. Naquela época, três meses antes do armistício,
a maioria dos acampamentos militares, bem como dos aeroportos, tinha
começado a mobilizar seus homens e aviões. Posso afirmar com toda cer-
teza que, quando observei esses balões, não era possível ver nem ouvir
nenhum avião. Naquela planície, coberta de monumentos pré-históricos
e túmulos neolíticos, o ar estava tão calado quanto a morte. No silêncio
e na escuridão, o aparecimento daquele estranho fenômeno foi a coisa
mais surpreendente que vi na vida, tendo me causado grande temor.
"Desejo chamar a atenção para o fato de que meu companheiro vira
este mesmo fenômeno pelo menos quatro vezes, em 1917 e 1918. Por
isso não ficou surpreso, pois evidentemente o considerara — parece-me
que incorretamente — artefatos da Real Força Aérea ou da Marinha Bri-
tânica."

Outro mistério a ser resolvido

Mas como disse anteriormente, foi entre 1930 e 1940 que apareceu
no mundo a desconcertante "onda" de "aviões-fantasmas". Milhares de
cidadãos na Austrália, América Latina e Estados Unidos foram testemu-
nhas desses "objetos voadores não identificados". Os relatórios e notícias

19
que aparecem em centenas de jornais de todo o mundo descrevem-nos
como "aparelhos cinzentos, desprovidos de qualquer sinalização, que de-
safiam olimpicamente todos os sistemas de defesa dos países que sobre-
voam...".
Esta "onda" foi detectada com maior intensidade nos países da Eu-
ropa nórdica.
Estes misteriosos aparelhos, às vezes singularmente antiquados e ou-
tros futuristas demais para aquela época, nunca responderam mensagens
nem ordens, embora, de vez em quando, emitissem frases incompreen-
síveis. Nenhum sinal externo nas suas fuselagens permitia a sua identifi-
cação. Até hoje, todas as investigações efetuadas demonstraram catego-
ricamente que "não podia tratar-se de aviões ou armas de guerra ou re-
conhecimento de nenhuma base terrestre conhecida".
Freqüentemente foram atacados pelos aviões e artilharia da Suécia
e da Noruega, porém nunca sofreram nenhum dano aparente. Na maio-
ria das vezes, surgiam quando as condições climáticas eram péssimas e
até mesmo sumamente perigosas. Quando as tempestades de neve e as
borrascas, por exemplo, derrubavam os mais potentes aviões militares,
os aparelhos-"fantasmas" sobrevoavam sistematicamente os países men-
cionados, como se estivessem em plena missão de reconhecimento. E
curioso ressaltar que, embora parecessem fortemente armados, nunca ata-
caram os aviões de caça nórdicos, nem quando estes os metralhavam.
Os pilotos que puderam vê-los e persegui-los contam que, em certas
ocasiões, os "aviões-fantasmas" emitiam um poderoso raio de luz "que
não apontava para nenhum lugar"...
Qual era a origem e a natureza destes objetos? Ninguém conseguiu
averiguar até hoje. E duvido que alguém consiga.
Chegou-se a falar — por incrível que pareça — de alucinações cole-
tivas. A indignação dos pilotos e das testemunhas na terra não teve limi-
tes. Desde quando as alucinações podem ser fotografadas?
Chegou-se a pensar também que podia tratar-se de armas superse-
cretas, enviadas pelo exército alemão para espionar as bases da Europa
do Norte. Depois se soube que — como ocorria com as "bolas de fogo"
— os observadores do Exército Vermelho e do Reich também recebiam
a visita dos aparelhos cinzentos. E tanto russos como alemães acredita-
ram que se tratava de aviões espiões, lançados pelos ingleses ou norte-
americanos.
No final de 1933, esses aparelhos começaram a aparecer com maior
freqüência. O Dagens-Nyheter, de Estocolmo, menciona a observação
de um objeto semelhante no céu de Kalix no dia 24 de dezembro por
volta das 18:00h. O jornal especifica que as condições climáticas eram
especialmente ruins: nevava, a visibilidade era péssima e as estações me-
teorológicas registravam, naquela tarde, enormes borrascas de vento.

20
Naturalmente, desde as l l : 0 0 h , não decolara nenhum avião. Quem conhe-
ce os países nórdicos sabe que essas tormentas são tremendamente violen-
tas e que, para a navegação aérea, a formação de gelo, as fortíssimas tem-
pestades de vento e as tormentas de neve representam altíssimos riscos. Ne-
nhum piloto — ainda menos naquela época — teria se arriscado a voar.
Pois bem, o "avião-fantasma" foi visto por centenas de pessoas. E
parecia que seus possíveis "pilotos" não se preocupavam em absoluto com
a tempestade.
O objeto era um pouco maior que um avião normal e totalmente cin-
zento. Não possuía marcas nem emblemas externos.
Deu diversas voltas sobre a cidade e finalmente afastou-se para o nor-
deste.
Em 28 de dezembro, assinalou-se a presença deste avião — ou de
outro idêntico — em cima de Langmo Vesfn e de Tarnaby, na Noruega.
Em 30 de dezembro, dois automobilistas observaram um aparelho com
as mesmas características. Desta vez, o avião seguia o mesmo caminho
que eles. Desceu até uns 100 metros do solo, emitindo um potente gru-
nhido — muito regular —, sem nenhuma sinalização na fuselagem. Isto
ocorreu na Suécia, a uns três quilômetros da Gãllivare. No domingo, 31
de dezembro, por volta das 4:00h, numa noite especialmente clara, o Sr.
Olaf Hedlund viu "um enorme avião cinzento" que sobrevoava a estrada
de ferro de Sorsele. O aparelho chegou até a cidade, deu uma meia-volta
perfeita e subitamente parou o motor. Naquele mesmo dia, alguns avia-
dores suecos receberam a ordem de perseguir um desses "aeroplanos"
— como eram denominados —, que circulava há várias noites sobre a
região de Lapland. Dois pilotos o viram e saíram em sua perseguição.
Quando os ocupantes do "avião-fantasma" perceberam a presença do "ca-
ça" sueco, aceleraram bruscamente, e o avião perdeu-se em direção nor-
deste.
Os pilotos que o perseguiam concordaram que nenhum avião co-
nhecido naquela época podia ser capaz de tal velocidade e aceleração.
Em 1934 continuaram os misteriosos aparecimentos. Os "aviões-
fantasmas" preocupavam de tal forma os estados-maiores dos exércitos
do ar sueco e norueguês que, em 30 de abril do citado ano, o general
Reutesward, comandante-em-chefe da região militar de Norvland, na Sué-
cia, fez a seguinte declaração à imprensa internacional:
"Comparando esses numerosos relatórios, não restam dúvidas de que
um tráfego aéreo totalmente ilegal e fora de controle está se produzindo
por cima das nossas zonas militares secretas. Existe uma grande quanti-
dade de testemunhos de pessoas dignas de crédito que tiveram a oportu-
nidade de observar esses aparelhos voadores não identificados, até mes-
mo de muito perto. Em todos os casos aparecem características idênti-
cas: nenhum sinal ou marca de identificação pôde ser observado nas

21
máquinas. É totalmente impossível explicar isto com o argumento de que
é pura imaginação das testemunhas ou de que se trata de psicose aluci-
natória coletiva. Portanto, a pergunta é a seguinte: Quem são esses mis-
teriosos pilotos, e por que obscura razão invadiram nosso espaço aéreo?"
Pelas informações que eu tenho, só uma vez parece ter sido visto
um dos tripulantes desses "aviões-fantasmas". O fato ocorreu da seguin-
te maneira:
Em 23 de janeiro de 1934, o navio de carga norueguês Tordens-
kiold saiu do porto de Kabelvag para dirigir-se a Tromsô. O capitão, Sig-
vard Ulsen, e toda a tripulação viram, de repente, um estranho aparelho
aproximar-se do navio. Era um aparelho que possuía um potente refle-
tor, que em poucos minutos iluminou todo o convés e a ponte de co-
mando. Era cinzento, como todos os outros, sem qualquer sinal distinti-
vo. Mas desta vez conseguiram ver o "piloto".
Ulsen descreveu-o como um homem "coberto com uma capa, a me-
nos que fosse uma espécie de jaqueta de peles. Estava com uns óculos
enormes e sua cabeça era coberta por uma espécie de capuz, insólito,
diferente daqueles usados por nossos aviadores...".
O aparelho fez evoluções durante alguns minutos em volta do navio
de carga e depois desapareceu tão subitamente como surgira.
De onde vinha? Que pretendiam estes aparelhos cinzentos e miste-
riosos?
Ninguém pôde responder a este enigma.
A partir dessas datas, os ovnis — nas mais variadas formas e tama-
nhos, individualmente ou em formações — começaram a ser observados
com bastante freqüência no mundo inteiro. Em 1947, o piloto Kenneth
Arnold "tropeçou" com uma dessas "esquadrilhas" ovni, o que deu ori-
gem à infeliz expressão "disco voador"...
Naquela época, os aviões norte-americanos e russos não tinham ainda
conseguido a autonomia e velocidade registradas nos chamados "aviões-
fantasmas". Vejamos alguns exemplos: o modelo dos Estados Unidos
Lockheed 9D Orión (1931) possuía uma autonomia de vôo de 901 qui-
lômetros, com uma tripulação de cinco pessoas. Sua velocidade de cru-
zeiro era de 293 quilômetros por hora. O Gee Bee R-l (1932), outro avião
americano, atingia 476,7 quilômetros por hora. Em 1933 surge a grande
revolução: o Boeing 247, norte-americano, com dois motores. Este mo-
delo voou pela primeira vez em 8 de fevereiro de 1933. No final de ju-
nho, a companhia já tinha 30 unidades voando nas melhores linhas dos
Estados Unidos. Sua velocidade de cruzeiro era de 249 quilômetros por
hora e sua autonomia, de 781 quilômetros. Em 1934 aparece o North-
rop Delta (EUA), com 322 quilômetros por hora e capacidade para dois
pilotos e sete passageiros. No mesmo ano, os Estados Unidos fabricaram
um dos primeiros aviões de combate modernos: o Curtiss A. 12 Shrike.

22
Seu revestimento era totalmente metálico. Foram construídos 46 apare
lhos, que permaneceram em serviço durante dois anos. Tinha um "teto"
de 4618 metros e uma velocidade de 282 quilômetros por hora.
Quanto aos modelos soviéticos, tanto a velocidade, teto operacional
quanto a capacidade, eram muito parecidos. Em 1931 surgiu o Tupolev
ANT14, com 1200 quilômetros de autonomia e 195 quilômetros por hora.
Em 1932, o Tupolev ANT 9/M-17, com um teto de 4500 metros. Em
1933 aparece o potente Kalinin K-7, de seis motores e uma potência glo-
bal de 4500 CV. Possuía 53 metros de envergadura, três canhões e seis
metralhadoras. Um acidente em vôo, causado por problemas estruturais,
destruiu o primeiro exemplar, provocando o abandono do projeto. Em
1934, a URSS construiu seu primeiro "caça", Polikarpov 1-15, muito ve-
loz e de fácil manejo; estes caças receberam seu batismo de fogo na Guerra
Civil Espanhola. Chegavam aos 10.000 metros e a uma velocidade má-
xima de 360 quilômetros por hora.
Nenhum desses aparelhos, apesar de serem os mais sofisticados da
época, podia suportar as tormentas, alturas e velocidades enfrentadas pelos
"aviões-fantasmas" que foram vistos em numerosas ocasiões nos países
nórdicos.

1942
A primeira fotografia conhecida sobre a Ásia

Através da prestigiosa organização norte-americana para o estudo


dos ovnis — ICUFON — recebi certo dia este interessante documento
fotográfico (ver página 24).
A data e a cidade não aparecem com clareza. Para alguns pesquisa-
dores, o objeto foi visto em 1941. Outros opinam que a foto foi tirada
em 1942 na cidade de Tientsin, província de Hopeh, em plena China,
continental.
De qualquer forma, a imagem é sumamente interessante. Na opi-
nião dos mais prestigiosos peritos em ovnis do mundo, trata-se da pri-
meira fotografia conhecida tirada na Ásia.
Segundo o pesquisador japonês Peter Tomikawa, que entregou a
fotografia ao ICUFON, a história da imagem é a seguinte:
"O estudante secundarista Koich Kiryu, do distrito de Gunma, des-
cobriu a foto quando estava reorganizando os álbuns de fotos, pouco de-
pois da morte de seu pai. Especula-se com a possibilidade de que o obje-
to não identificado que aparece em pleno céu tenha sido captado na

23
cidade de Tientsin. Naquela época, aparentemente, houve informação
de que um grupo de cientistas chineses tinha observado um ovni na pro-
víncia de Hopeh durante o transcurso de uma expedição."
O mencionado especialista japonês assegura também "que existem
informações não confirmadas de que as Forças do Exército de Libertação
da China também viram a nave não identificada durante manobras na
citada região de Hopeh".
Como pode ser apreciado na foto, curiosamente nenhum dos pe-
destres parece perceber a presença da nave no céu. Será que se tratava
daquilo que posteriormente seria chamado de "ovni invisível"?

Los Angeles: foram confundidos com japoneses

Uma formação de ovnis foi detectada e fotografada sobre Los Ange-


les (Estados Unidos) em 25 de fevereiro de 1942. Na fotografia da pági-
na 26, potentes refletores antiaéreos mostram dois destes típicos discos.
Fazia apenas três meses que Pearl Harbour fora bombardeada pelos ja-
poneses. Os objetos prateados moviam-se a altitudes que oscilavam en-
tre 9 0 0 0 e 18.000 pés (de 3000 a 6000 metros, aproximadamente). Suas
velocidades foram estimadas em mais de 200 milhas por hora (cerca de
370 quilômetros por hora).
Curiosamente, nenhum projétil caiu sobre a cidade, nem ocorreu ne-
nhum bombardeio...

24
Depois da Segunda Guerra Mundial, os militares revelaram que niio
existiam indícios nem documentos que permitissem pensar num ataque aé-
reo à costa oeste dos Estados Unidos na mencionada data de 1942, Esta
fotografia apareceu no jornal Los Angeles Times em fevereiro de 1942.
Após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, o "incidente" de
Los Angeles foi ratificado por um documento militar, que permaneceu se-
creto por 30 anos, assinado pelo comandante-em-chefe das Forças Alia-
das, general George C. Marshall, e enviado ao então presidente dos Esta-
dos Unidos, F. D. Roosevelt. Neste relatório confidencial declara-se que
"no misterioso alarme aéreo de Los Angeles foram disparados 1430 tiros
contra eles" (documento do general Marshall e análise do ICUFON).
Eis o texto integral do documento:

-'••/Lis* _

JuJ^
rnmmtm roa ruz «usuuatts
fõM.o-.tJse Utti»ItiéorsMsttáfi. W.fcwfroa £»«
sí:tttit'as»Bt Um »ir.«3wra toftMt. »t
ym&
j QtàsT aso.reiliJ.gt
«wÉJOáM.» nt x*t» Jwwrt .
«Ju O^aáiUtwi «IrpàatM»», «Mw,rri tí*mâwmyls»
•Irwr ar W »^ •{&»»•», mr*-fxté*M& " * «a4T
•cri Cí;í'«í eatoy•i.mwta affel»>«!»• 6*
iH>t**e» 3.1.12 ("Ml 4*15 **- "!*>»»• tt»
IMs*S« ; í«í
rSM»d»r Ot «MBlÜa».
*2. t* a-ny »» fli«*a* slsr»»®*
beta flytnfl -ÇF^s «feit la
sfflcULly fíjwUd m balog «»wj te» «sf weS
is J-Mffllnó .t «iMaUo»* frc« a.õO0 sa iâa» í«wt.
"3, 8o bo»i» teíftfNMl-
"4. ü» eaniitltlM '«f «»##»•»
•f,. i»
»(.„ •' O
«C JUBM
JUUO
»-iífcft
N .«te*» •••*>»* »•»
W
•í*W.i**t!<»» v»vii»W- ' • tA"-
«*«»*« if .-üwttnkjt • "•
fn*
r 'í- -••* 8' • f
»sit#J«»fl (««li». •<
'•>
•»
tUíJLOBt. Sues CMCl«*l0« i» • •
r.f s^lllií MJ »•«* ' -•'•* «"PS*®»*

Cltlwf 6Í Wffí

Memorando enviado ao presidente Roosevelt sobre os objetos que causa-


ram alarme aéreo em Los Angeles.

25
\- t
\/
OBJETOS SÓLIDOS
Cópia do original: (Divisão de Arquivos Militares)
General George C. Marshall, relatório breve do Chefe do Estado-
Maior do dia 26 de fevereiro, dirigido ao presidente Franklin D. Roose-
velt referente ao "misterioso" alarme aéreo de Los Angeles.

RELATÓRIO PARA O PRESIDENTE:

Esta é a informação que recebemos neste momento do Quartel-Gene-


ral referente ao alarme aéreo ocorrido em Los Angeles ontem de manhã:
"Com os detalhes disponíveis a esta hora:
"1. Aviões não identificados, que não eram da Marinha nem do Exér-
cito americanos, provavelmente sobrevoaram Los Angeles e receberam
disparos da 37 CA Brigada (AA) entre 3:12 e 4:15 h. Estas unidades uti-
lizaram 1430 balas de munição.

Cos A B g g ^ S t m e »

LA. ÁREA
r . . 7 : lap Plm» Perü Santa Montca,
:
' * SealBeach, El Segundo, Redondo
Long Beach, Hernosa, Sif»al Hil

Aíorm Real, Says Army;


'Rakf Mystery U n s o l v e d
Na página anterior: Acima, uma das ima- Otftcãl 5*cwcy CWi S*tf*m4 Viário*
gens obtidas pelo fotógrafo do Los Ange- • «f bsewf fbntt lontMrdiatKt tf SkiM
les Time: os objetos aparecem enquadra- ftm r»*» (Vn«
dos pelos refletores e rodeados pelos ex- ,J»>-r.««•i«vc.lj.fmm
j.iU» r.mmt•...(«».
j • <• ...n-.^m M ii.WI
nw ic* « t»
plosivos antiaéreos. Abaixo, esquema re-
alizado pelo ICUFON. Nesta página, à 4ftf#ítf Ftf«r tti í/n*e«n Fo*
esquerda, uma ampliação da fotografia da
fm Rtipmrtêi Aircmlt Irwation
página anterior, e à direita, a capa da sã**'fOm N-.. i m.-*. wtanli«t
.owm. «ft«tlr»4 fuH l».
* * M o I .. ... I* li"
...
" "
edição extraordinária do jornal Los Ange- t» W • - MftfMI ftrl tá IM nlf
les Times, que publicou a reportagem.
27
"2. Pode ter havido até quinze aviões, voando a várias velocidades,
desde as 'muito lentas' até a 200 MPH, e a alturas que oscilavam entre
9000 e 18.000 pés.
"3. Não foi lançada nenhuma bomba.
"4. Não houve nenhuma baixa nas nossas tropas.
"5. Nenhum avião foi derrubado.
"6. Não interveio nenhum avião do Exército nem da Marinha americana.
"A investigação continua. Parece razoável concluir que, em caso de
implicação de aviões não identificados, eles poderiam ser do tipo comer-
cial, sob o comando de agentes inimigos para a criação de situações de
alarme, ou para descobrir a posição dos antiaéreos, fazendo com que a
produção fosse mais lenta durante o blecaute. Esta conclusão conta com
o apoio da velocidade variável da operação e com o fato de que nenhu-
ma bomba foi lançada."
Assinado: G. C. MARSHALL — Chefe do Estado-Maior

Em 1976, o dr. Huck, do Centro de Estudos de Ovnis de Evan-


stone, Illinois (Estados Unidos), afirmou no México que, naquela ocasião,
os canhões antiaéreos de Los Angeles dispararam 20.000 projéteis con-
tra os objetivos, "acreditando que fossem japoneses". A cidade perma-
neceu sem luz e sob estado de sítio por cinco horas.
Esta afirmação do dr. Huck parece um tanto exagerada, especial-
mente se levarmos em consideração o dado "confidencial" que aparece
no documento enviado ao presidente dos Estados Unidos, que fala de
1430 tiros. No entanto, o que importa é que — oficialmente — foi confir-
mado o ataque a um grupo de 15 objetos não identificados.

1944
"Bola de fogo" junto a um avião alemão

A partir de 1943 e até o final da Segunda Guerra Mundial, os co-


nhecidos foo-fighters ou "bolas de fogo" intensificam suas aparições, es-
pecialmente junto aos aviões de combate. Embora tenha sido naquele mo-
mento que os pilotos perceberam a presença de tais ovnis, quem pode
afirmar com exatidão desde quando eles se encontravam sobre nossos
campos e cidades...?
As bolas luminosas — geralmente com um diâmetro não superior a 50
ou 70 centímetros — na maior parte das vezes voavam em formação.
A fotografia da página seguinte foi tirada em maio de 1944 por um
avião alemão de reconhecimento que voava sobre Kãrnten (Áustria).

28
Apesar da sua escassa qualidade técnica, provavelmente fruto do ner
vosismo do piloto da Lüftwaffe, o presente documento tem grande valor
histórico. O avião, um Focker Wulf, estava regressando de uma missão
sobre a Noruega.
O "incidente" adquire maior relevância se for comparado com o avis-

"Bola de fogo "junto a um avião alemão. Estas aproximações aos aparelhos


humanos aumentaram extraordinariamente durante a Segunda Guerra
Mundial.
tamento de um objeto parecido, observado por Hannu Pelkonen em 13
de novembro de 1967. O ovni escoltou o carro de Hannu numa viagem
entre Pudasjarvi e Kippina, na Finlândia. O desenho feito pela testemu-
nha foi publicado na prestigiosa revista inglesa sobre ovnis Flying Saucer
Review em fevereiro de 1973.

1945
"Espiões" siderais

Com o passar do tempo, os pesquisadores — baseando-se sempre


no "comportamento" dessas insólitas "bolas luminosas" — lançaram a se-
guinte hipótese com relação à possível natureza dos foo-fighters:

29
"Cabe a possibilidade de que nos encontremos diante daquilo que
conhecemos como sondas ou olhos telecaptores."
Isto talvez explique que tais bolas — sempre de tamanho reduzido
— apareçam em lugares de difícil acesso para uma nave de maiores di-
mensões, ou perto de aviões e outros veículos mais fáceis de serem "con-
trolados" a partir destas minúsculas esferas. Sabe-se que estes foo-fighters
chegaram a penetrar em residências, garagens, estábulos, cabanas etc.

1946
"Avião-fantasma" sobre a Suécia

Oferecemos a seguir a única fotografia conhecida da passagem de


um dos famosos "aviões-fantasmas", vistos em mais de 2000 ocasiões
sobre a Escandinávia. A foto foi obtida no final de agosto de 1946, por
M. Erick Reuterswaerd, numa pequena ilha situada a alguns quilômetros
de Estocolmo, na Suécia. O documento foi publicado por vários jornais
suecos, bem como pelo Daily Telegraph, em 6 de setembro de 1946.
Em julho e agosto, a última "onda" desse ano atingia plenamente
os países nórdicos.

Esta fotografia, junto à sua ampliação, contitui o único documento


fotográfico dos famosos"aviões-fantasmas".

30
1947
Um mês depois do caso "Arnold"

Em 7 de julho 1947, às 16:00h, um ovni foi fotografado em Phoe-


nix, Arizona (Estados Unidos). Transcorrera apenas um mês do célebre
"encontro" ovni entre o piloto norte-americano Kenneth Arnold e nove
discos que voavam em formação sobre o Mount Rainier, no estado de
Washington. Naquela data histórica — 24 de junho — começou "oficial-
mente" a era dos ovnis. Segundo descrição do popular homem de negó-
cios, o movimento dos nove objetos voadores não identificados era se-
melhante "ao de um pires escorregando sobre a superfície da água".
Naturalmente, a Força Aérea dos Estados Unidos negou imediata-
mente a existência de tais naves...
O que a Força Aérea não podia suspeitar naquele momento é que,
anos mais tarde, os mais sofisticados sistemas de computadores seriam
utilizados para averiguar se uma fotografia-ovni é autêntica ou não.
William Spaulding, presidente do Ground Saucer Watch (GSW), or-
ganização que estuda o fenômeno ovni em Phoenix, Arizona, submeteu
esta foto a um original sistema de análise mediante computadores — ao
qual farei referência mais adiante —, demonstrando que era autêntica.
Entre os testes efetuados nos laboratórios computadorizados de Spaul-
ding, foi efetuado um que demonstra que o objeto que aparece na ima-
gem é solido e que a granulação desta fotografia é a mesma no ovni e
no fundo, descartando-se, assim, a possibilidade de uma montagem.
Por outro lado, a cor determina a densidade das bordas do ovni. O
veredicto do computador foi o seguinte: a fotografia não foi forjada.

As fotografias "voaram"

William A. Rhodes, cientista autodidata, estava naquele entardecer


de 7 de julho no interior da sua residência quando escutou um ruído. Cu-
riosamente, "pensou que se tratava de um disco voador". Não devemos
esquecer que o termo ovni surgiu posteriormente.
Rhodes afirma que pegou uma modesta câmara fotográfica de bolso
e dirigiu-se rapidamente para fora. Lá viu um objeto de forma estranha
— "como o salto do sapato masculino" — que se arrastava em direção
sudoeste. Mas ainda teve tempo de tirar suas fotos.
Estas foram reproduzidas no jornal Republic, do Arizona, dois dias
depois. Apesar do que Ray Palmer diz na revista Flying Saucer, os 64.000
exemplares de tiragem do jornal não foram confiscados pela Força Aé-
rea nem pelo Exército norte-americano. Como muito bem ressalta Don

31
Dedera na Enciclopédia de los Ovnis, tal tarefa teria exigido a colabora-
ção de muitas divisões, "inclusive de um esquadrão de assalto em heli-
cópteros, a fim de confiscar os jornais enviados — em cima de mulas —
até o desfiladeiro Habasu...".
O que realmente ocorreu foi uma visita muito "particular"...
Uma semana após a publicação das fotos no Republic, Rhodes rece-
beu a visita de um agente do FBI e de um oficial de Inteligência de Cam-
po Hamilton (Califórnia). Os visitantes submeteram a testemunha a um
duro cerco de perguntas e quiseram saber se ele estaria disposto a entre-
gar as fotografias ao Air Corps "para estudo". O fotógrafo, com toda a
boa-fé, entregou os documentos aos oficiais, confiando numa rápida de-
volução. Após um mês, Rhodes pediu as fotografias, porém Washington
respondeu que isso era totalmente impossível. E as fotos, como acontece
quase sempre, não foram devolvidas...
Meio ano mais tarde, no início de 1948, a Força Aérea pediu que
a testemunha se dirigisse à base de Wright-Patterson, em Dayton (Ohio),
para realizar uma entrevista. Rhodes respondeu aos militares que não podia
ir. Pouco tempo depois, dois membros do Centro de Inteligência Técnica
do Ar apresentaram-se no domicílio de Rhodes, submetendo-o a um se-
gundo interrogatório. O fotógrafo, cansado de tanta incomodação, co-
municou aos oficiais que aquela seria a última vez em que falaria sobre
o que vira e fotografara em 1947.

A "era ovni"

Se meditarmos com calma e pesarmos tudo o que sucedeu em épo-


cas posteriores, parece que aquele 24 de junho de 1947 — data do céle-
bre encontro de Arnold com nove discos sobre o Mount Rainier — mar-
cou o início de toda uma era: a Era dos Ovnis, naturalmente...
Porque foi a partir dessa etapa que — casual ou causalmente? —
surgiram as mais intensas "ondas" ovnis conhecidas, bem como as me-
lhores fotografias e o maior número delas.
Dez dias depois do histórico incidente — precisamente no dia 4 de
julho — Frank Ryman, da Guarda Costeira norte-americana, fotografou
outro disco não identificado de cor branca, nos arredores de Seattle, es-
tado de Washington.
A Força Aérea dos Estados Unidos interveio, dizendo que o fato não
era importante e que se tratava "apenas de um balão aerostático".
Três dias mais tarde — em 7 de julho —, Albert Weaver conseguia
outra foto, desta vez de dois ovnis em forma de disco. O fato ocorria nos
céus de Pontiac (Michigan), nos Estados Unidos.

32
No mesmo mês, Bob Jung captava a imagem de outro ovni, desta
vez sobre ilha Catalina, na Califórnia.
E ainda em julho, outros três objetos luminosos atravessaram como
um raio os céus de Louisville, em Kentucky. Quase todas as testemunhas
asseguraram que se tratava de corpos totalmente circulares. Isto foi con-
firmado pelo Centro Meteorológico de Louisville, que centralizou muitas
dessas descrições.
Os astrônomos e meteorologistas não aceitaram, obviamente, a ex-
plicação da Força Aérea, que tentou acobertar este novo caso com um
absurdo "tratou-se apenas da queda de meteoritos...".
Para começar — segundo os peritos em meteorologia e astronomia
— nenhum meteorito sobe. Todos caem...
Além disso, a trajetória desses objetos é horizontal, com leve ten-
dência à elevação.
Os balões, meteoritos, miragens e o planeta Vênus, naturalmente,
fizeram parte das "explicações" da Força Aérea norte-americana para to-
dos os casos ovni que surgiam...

1949
Uma plataforma de três quilômetros

Graças ao meticuloso diário de um sargento norte-americano e à força


de vontade de um sacerdote, o presente caso não se perdeu — como
tantos outros — na noite dos tempos.
O caso do chamado "Incidente do Projetor de Norwood", em Ohio
(Estados Unidos), parece-me um dos mais precisos e transparentes da-
queles primeiros tempos oficiais da era ovni.
Tudo começou numa noite de agosto de 1949. Celebrava-se um car-
naval nos terrenos da igreja de São Pedro e São Paulo, no núcleo urba-
no de Norwood, uma espécie de "cidade" de 3 5 . 0 0 0 habitantes, em Cin-
clnnati, Ohio.
Para animar a festa, o reverendo Gregory Miller, vigário da mencio-
nada igreja, decidira adquirir um potente projetor de oito milhões de velas.
Afinal de contas, o Exército o vendia barato. Feito isso, contrataram
o sargento Donald R. Berger para seu manejo.
Quando a festa estava acabando, o feixe de luz mostrou ao sargento
e às centenas de cidadãos um objeto circular, que permanecia estático
no céu escuro. O próprio reverendo Miller pôde contemplar aquela "coi-
sa" enorme e brilhante, estática sobre as cabeças dos desconcertados mo-
radores.

33
O sargento Donald Berger com o
gigantesco refletor de 8 milhões de
velas de potência (cortesia do jornal
Cincinnati Post).

Isto aconteceu na noite de 19 de agosto. Mas foi apenas o início de


uma série de observações que se prolongaram até 10 de março do ano
seguinte.
Com muito bom critério, o sargento Berger percebeu que se encon-
trava diante de um fato singular e empreendeu a tarefa de escrever um
diário das aparições do objeto.
Eis aqui este diário, tal como foi recopilado por Leonard H. String-
field, diretor do CRIFO e editor da Orbit Magazine.

"19 de agosto de 1949. Lugar: igreja de São Pedro e São Paulo,


Norwood, Ohio, das 2:15 às 2:30h. Enquanto estava manejando o pro-
jetor para o festival, detectei um objeto a uma elevação de 1585 milési-
mos. O objeto estava fixo, aparecendo como um disco brilhante. Quan-
do afastei o projetor, o disco continuou brilhando. Distância calculada,
4 ou 5 milhas. O céu estava límpido, com uma leve neblina a grande altitu-

34
de. Não adotei nenhuma medida, mas no dia seguinte apareceram arti-
gos sobre o episódio em dois jornais locais.

" I I de setembro de 1949. Lugar: igreja de Santa Gertrude, Madei-


ra, Ohio, das 19:15 às 23:15h. Objeto detectado a 15.000/20.000 pés,
elevação de 1620 milésimos. O objeto desapareceu em poucos segun-
dos, deslocando-se em linha reta para cima. Detectei-o novamente a uma
altitude muito maior. Enquanto trocava os carvões, perdi-o de novo até
as 21:15h. Logo que ele reapareceu, telefonei para o Wright-Patterson
Field. O céu estava claro, sem nuvens visíveis nem neblina. Milhares de
pessoas também viram o objeto.

"17 de setembro de 1949. Lugar: Milford, Ohio, das 19:00 às 20:00h.


Aproximadamente na hora do crepúsculo, ajustara o projetor para 1600
milésimos. Pude ver um objeto que emitia um brilho branco. Quando apa-
guei a luz, não pude ver nada. Fiz isso várias vezes. Logo que escureceu,
liguei a luz à mesma elevação e captei o objeto no feixe.

"23 de outubro de 1949. Lugar: São Pedro e São Paulo, Norwood,


das 19:15 às 22:45h. Acendi a luz e detectei o objeto a 1600 milésimos.
Entre os presentes estavam: William Winkler, o padre Gregory Miller, Ro-
bert Linn (chefe de redação do Post, de Cincinnati) e Leo Hirtl (repórter
do Post). O reverendo Miller e Linn telefonaram para a base aérea de
Wright-Patterson e informaram sobre o objeto ao oficial de Inteligência.
Aproximadamente às 22:00h, dois grupos diferentes de objetos de for-
ma triangular pareceram sair do disco principal. Cada grupo tinha uns
cinco objetos. Desciam pelo feixe e depois davam uma volta em torno
dele. A mesma coisa repetiu-se cerca de meia hora mais tarde. O disco
ainda estava visível quando apaguei a luz durante a noite.

"24 de outubro de 1949. Lugar: São Pedro e São Paulo, das 19:15
às 21:00h. Luz ajustada a 1600 milésimos. O objeto apareceu imediata-
mente no feixe. Nesse momento, estavam comigo o agente da A.T.I.C.
e Lou Gerhart. Mantive o objeto no feixe durante aproximadamente meia
hora até ficar coberto pelas nuvens.

"19 de novembro de 1949. Lugar: Norwood, Ohio, das 18:30 às


22:45h. Às 19:15h o feixe de luz brilhou sobre o objeto. Ao guiar nova-
mente a luz para o objeto, este imediatamente desapareceu. Cerca de
um minuto mais tarde, detectei-o de novo com muito maior intensidade.
A elevação era de 1605 a 1610 milésimos. Muitas testemunhas, incluin-
do William Winkler. O céu estava coberto de nuvens baixas. Em algumas
ocasiões, os objetos pareciam muito mais brilhantes.

35
"20 de dezembro de 1949. Lugar: Norwood, Ohio, das 20:15 às
22:00h. Acendi a luz às 20:15h e detectei imediatamente o objeto. No
princípio, era tênue e pequeno. Quando a neblina se dissipou, o objeto
ficou brilhante. Estavam presentes D. A. Wells (físico da Universidade de
Cincinnati) e o dr. Paul Herget (astrônomo da Universidade de Cincinna-
ti), dois membros do O.S.I., o padre Miller, o prefeito de Norwood (R.
Ed. Tepe) e Reginald Myers.

"11 de janeiro de 1950. Lugar: Norwood, Ohio, das 19:30 às 21:15h.


Acendi a luz, porém não encontrei o objeto até as 19:45h aproximada-
mente, quando a bruma desapareceu. Observado durante cerca de 15
minutos muito claramente; logo após o brilho diminuiu. Chamou mi-
nha atenção que alguns objetos menores estavam passando através do
feixe. Vi várias vezes os dois últimos objetos. Também estavam presentes
William Winkler, os sargentos-majores R. Ekleberry e John Savage e o
sargento W. Pfluegr, da Guarda Nacional Aérea.

"9 de março de 1950. Lugar: Norwood, Ohio, das 20:00 às 22:00h.


Aproximadamente às 20:00h detectei o objeto com a luz. Aproximada-
mente às 20:45h, dois objetos pequenos saíram do disco e este pareceu
sair para fora do feixe. Em cerca de 10 minutos, o disco moveu-se de
novo para o interior do feixe. O céu estava claro. Havia 11 pessoas
presentes.

"10 de março de 1950. Lugar: Norwood, Ohio, das 19:00 às 23:00h.


Captei o objeto no feixe a 1600 milésimos. As 19:45h o objeto deslo-
cou-se para cima e desapareceu através do feixe. Meia hora mais tarde,
reapareceu no feixe, na mesma posição, permanecendo ali até eu apa-
gar a luz. Estavam presentes o padre Miller, o capitão Wilks, R. Myers,
William Winkler e outros. O capitão Wilks telefonou para o Wright-Patterson
Field. O capitão Wilks observava o objeto com binóculos enquanto eu
movimentava a luz."

10.000 pés de diâmetro

De acordo com os cálculos do sargento e de outras testemunhas qua-


lificadas, aquele formidável objeto que aparecia sistematicamente ao fi-
nal do "corredor" de luz devia atingir o aterrorizante diâmetro de 10.000
pés (cerca de 3000 metros).
Era uma nave-"mãe", como se denominam hoje em termos ufológi-
cos os veículos que transportam outras naves ou ovnis menores. Como
no caso de Norwood, em muitas outras ocasiões foram vistas "soltando"
objetos de menor tamanho ou "recolhendo-os".

36
Para a mente humana torna-se realmente difícil assimilar um artefa-
to voador de três quilômetros... E uma imensa plataforma espacial.

1950
A primeira foto ovni espanhola conhecida

Ao folhear os arquivos dos jornais espanhóis da década de 50,


percebe-se que aqueles anos foram particularmente interessantes no to-
cante ao fenômeno ovni.
Em 30 de março, por exemplo, a agênca de notícias Cifra emitiu o
seguinte telex, recebido pelos mais importantes jornais nacionais:

Palma de Mallorca. 30 (Cifra)


O fotógrafo alemão e delegado de NO-DO em Mallorca, Enrique
Haussman, junto com seus ajudantes, conseguiu fotografar na noite pas-
sada um "disco voador". Tinha o tamanho aparente de 6 ou 7 luas. Era
muito brilhante. Sua trajetória era giratória como a dos molinetes dos fo-
gos de artifício.
Na foto, observa-se uma forma ovóide com uma espécie de cinco
caudas luminosas que seguem o sentido de rotação dos ponteiros do
relógio.

Fotografia obtida em Mallorca por Enrique Haussxman.

37
No dia 28 do mesmo mês, o jornal La Vanguardia, de Barcelona,
publicava a notícia de outro caso ovni. Eis aqui o texto, segundo declara-
ções de duas testemunhas:
"Era uma noite clara, sem nuvens e sem neblina. De repente, em
direção contrária à do nosso carro (eram dois industriais madrilenhos) vi-
mos jogar-se em cima de nós uma grande bola de fumaça do tamanho
de uma mesa, dentro da qual via-se girar algo que brilhava, porém não
intensamente, mas sim com um brilho opaco, como quando o sol tenta
forçar a neblina que o envolve.
"Quando aquele objeto chegou junto do carro, perdemos a visibili-
dade. Acendemos os faróis antineblina... pois bem, toda aquela lumino-
sidade não era suficiente para ultrapassar um palmo daquela espécie de
neblina que vinha na nossa direção. O surpreendente foi que, no instan-
te em que ia "trombar" com o pára-brisa, ela se dissolveu. Mas o alívio
durou pouco, porque logo depois tornamos a vê-la a uma certa distância
e novamente, com uma velocidade fantástica, partiu para cima de nós.
Isto ocorreu de forma exatamente igual de quinze a vinte vezes."
Naquela época — é bom lembrar outra vez — não se falava de
ovnis, mas de "discos voadores". E felizmente a Espanha proporcionaria
uma das primeiras fotos daquela década "quente". E muito possível que
a fotografia obtida em Mallorca seja a primeira de todas as conhecidas
no nosso país.
Enrique Haussman, procedente de Rheinland, que possui uma pe-
quena loja de fotografia na capital, Palma, relatou o seguinte: "Numa ex-
cursão noturna pela costa, entre Montuini e Villafranca, onde queria fil-
mar um amanhecer para o noticiário semanal, vimos repentinamente um
disco giratório branco vivo, que atravessou o céu como um zumbido de
leste a oeste. Era impossível aprontar a câmara de paisagens, pela veloci-
dade elevada. Peguei minha velha Linhoff e depois pude comprovar que
funcionara muito melhor do que a mais moderna das câmaras". As ou-
tras testemunhas desse fenômeno foram seu ajudante José Maria Cortês,
seu irmão Pedro e Martin Pascual.

Estados Unidos: quase caiu no chão, de susto

Dean Margen, um fotógrafo amador de Red Bud (Illinois), estava fa-


zendo uma excursão dominical no dia 23 de abril de 1950 pelos bosques
que rodeavam sua cidade natal. Após uma longa marcha pelo mato, des-
ceu uma pequena colina e dirigiu-se a uma clareira do bosque. Deste lu-
gar, a vista da paisagem ensolarada era esplêndida. De repente viu uma
sombra considerável. Margen olhou para cima e quase caiu no chão de
susto.

38
"A uma altura de cerca de 7 metros, flutuava diretamente sobre mim
a poderosa parte metálica inferior de uma máquina com forma de disco

Fotografia obtida em Illinois, em 2 3 de abril de 1 9 5 0 .

circular, silenciosamente suspensa no ar de modo inexplicável. Seu ta-


manho era difícil de calcular. Com muita lentidão, o objeto começou a
afastar-se em direção ao sul. Tanto a sua parte superior como a inferior
eram convexas. Na parte superior podia-se apreciar uma cúpula hemis-
férica vermelha. Quando o objeto parou por uns segundos, abri minha
câmara, enfoquei o objeto no visor e bati a foto. Um pouco mais tarde,
a máquina tornou a movimentar-se silenciosamente. De repente, subiu
assobiando e desapareceu no horizonte após alguns segundos. Eram exa-
tamente 15:38h."
Por volta das 16:00h do mesmo dia, o mesmo objeto foi novamente
observado. O office-boy do jornal, Donald Gene, estava passeando de
bicicleta a umas 50 milhas de Red Bud e deteve-se diante da residência
da família Green. Quando olhou para o telhado, onde o proprietário es-
tava efetuando um conserto, viu no céu a parte inferior de um "pires"
prateado, como contou mais tarde. O Sr. e a Sra. Green, que esta-
vam trabalhando no jardim, também puderam acompanhar de perto
o objeto.

McMinnville: os "negativistas" com as mãos atadas

Eis o primeiro elo conhecido de uma longa cadeia de testemunhos


gráficos, altamente inexplicáveis para todos os que negam ou duvidam
da existência ovni.
Em 11 de maio de 1950, entre 19:30 e 19:45h, a Sra. Trent esta-
va alimentando seus coelhos. A granja de Paul Trent está situada a
cerca de 18 quilômetros da cidade de McMinnville (Dayton), no estado
americano do Oregon ( 1 2 3 ° 1 9 ' 5 0 " de longitude oeste e 4 5 ° 0 6 ' 1 5 " de
latitude norte).
Trata-se de uma região eminentemente agrícola, com uma eleva-
ção de cerca de 70 metros sobre o nível do mar e com casas afastadas
várias centenas de metros umas das outras.
Fazia frio naquela tarde; o tempo estava úmido, com uma camada
de nuvens a uns 1500 metros.
Como já disse, a Sra. Trent estava no pátio traseiro da granja,
ao sul da residência e a leste da garagem, quando viu "aquilo". Seu
marido — segundo declarou — estava no interior da casa.
"Comecei a chamar meu marido" — conta a Sra. Trent —, "po-
rém ele não me ouvia. Por isso corri até a casa. Paul estava fazendo
não sei o que na cozinha. Saímos para fora e o objeto continuava lá,
na direção nordeste."
O casal pensou quase ao mesmo tempo em tirar fotos, e o Sr.
Trent saiu correndo para o carro, até sua mulher gritar-lhe que a má-
quina estava dentro de casa.
Finalmente, Paul pegou sua máquina com filme colorido que, cu-
riosamente, estava colocado ali desde o inverno passado...
"Naquele momento nem percebi quantas fotos restavam; depois
fiquei sabendo que havia só quatro para terminar o filme..."
O proprietário da granja tirou a primeira foto...
"Rebobinei o filme o mais rapidamente possível" — prosseguiu Trent
— "e, ao tentar tirar a segunda foto, percebi que o ovni tinha mudado
de posição. Agora estava se movendo para o norte, aumentando sua
velocidade. Por isso tive que virar para a direita..."
Felizmente, Paul Trent teve tempo para tirar uma segunda fotogra-
fia. Não teve tempo para outra. O ovni afastou-se e desapareceu.

40
Ampliações das duas fotos
do ovni de McMinnvlle. Sua
forma discóide é nítida.
"Prata e bronze"

As testemunhas descreveram o objeto como "um pára-quedas de


grande tamanho sem as cordas". Era de cor de prata e de bronze e muito
brilhante, com um matiz de verde na parte inferior. O casal insistiu muito
nesta diferenciação de tons: prateado na parte superior e dourado ou cor
de bronze na inferior.
"Fez-me lembrar o cromado das calotas" — descreveu Paul —, "em-
bora não tão brilhante."
Entre uma foto e outra transcorreram uns 30 segundos, segundo es-
timativa do fotógrafo. Durante esse lapso, o ovni continuou
movimentando-se muito lentamente, para depois mudar seu curso e orien-
tação de forma complexa. Modificou sua direção, inclinando-se um pou-
co antes de afastar-se.
A Sra. Trent descreveu este movimento como "uma ondulação e não
uma rotação".
"Quando tirei a primeira foto — manifestou o Sr. Trent aos jornalis-
tas — senti uma leve brisa que parecia proceder do ovni... Era leve...
muito leve, e desapareceu quando o objeto se estabilizou."
Nenhuma das testemunhas viu fumaça, escapamentos de gás
ou fogo nem ouviu qualquer ruído. Estes detalhes são altamente signifi-
cativos.
Ao ver o ovni afastar-se para o oeste, a Sra. Trent entrou em casa
para avisar sua sogra, que estava dormindo. Mas como não recebeu res-
posta, regressou rapidamente para fora, assistindo em companhia do ma-
rido ao desaparecimento definitivo da nave.
Segundo a Sra. Trent, o objeto poderia ter, no mínimo, 10 metros
de diâmetro. No entanto, nenhuma das testemunhas arriscou-se a opi-
nar sobre a velocidade dele, bem como sobre a distância a que poderia
estar da casa.
Três dias mais tarde, acabaram de bater as fotos do filme. Era o Dia
das Mães. Pouco depois, as cópias e negativos estavam em poder do ca-
sal Trent. Lá aparecia a estranha máquina...!
Apesar do sensacional documento, a família Trent preferiu não di-
vulgar o assunto. Mostraram as fotos a um reduzido grupo de amigos.
Paul Trent chegou a comentar que "receava problemas com o governo
e com jornalistas".
Mas um jornalista ficou sabendo do fato. Bill Powell, do Telephone
Register, de McMinnville, tomou conhecimento das fotografias através de
dois banqueiros da cidade: Ralph e Frank Wortman e interessou-se pela
história. Visitou as testemunhas e, na hora de solicitar os negativos, ocor-
reu uma cena que pesa a favor do testemunho e do absoluto desinteresse
do casal Trent. Os negativos não apareciam em nenhum lugar!

43
Após uma busca tão intensa quanto desesperada — da qual o pró-
prio repórter chegou a participar —, os dois negativos apareceram em-
baixo de um sofá. Depois de brincar com eles, os filhos do casal os ti-
nham abandonado lá...
A 8 de junho de 1950, o Telephone Register publicava a história e
ambas as fotos na primeira página.
Na informação podia ser lida a seguinte nota do editor:
"... Diante da variedade de opiniões e informações sobre os discos
voadores durante os dois anos anteriores, fez-se tudo o que era possível
para determinar se as fotos obtidas pelos Trent são autênticas ou não.
Peritos em fotografia declararam que não existem vestígios de trucagem
nos negativos. As fotografias foram reveladas e copiadas por uma firma
local. Após uma cuidadosa consideração, as fotos não parecem trucadas,
e por isso as consideramos autênticas."
Naturalmente, muitos dos habitantes da cidade de McMinnville
ofereceram-se para atestar a boa-fé e honestidade das testemunhas.
Pouco depois, através dos jornais, agências de notícias e da revista
Life, o avistamento e as fotos dos Trent davam a volta ao mundo.
Mas apesar do grande valor deste documento fotográfico, os gran-
jeiros do Oregon não levaram vantagem econômica nem política; pelo
contrário, parece que aquele incidente de 1950 não os afetou.
Alguns anos mais tarde, a tristemente célebre Comissão Condon —
encarregada pela Força Aérea dos Estados Unidos do "definitivo esclare-
cimento dos ovni" — opinou sobre o "caso McMinnville" (relatório Con-
don, estudo de casos fotográficos, capítulo III, caso 46, pp. 396 a 407).
Ante a surpresa geral — não esqueçamos que o mencionado Comitê Con-
don teve "sumo cuidado" em desprestigiar e sepultar praticamente a to-
talidade de testemunhas e testemunhos ovni —, os especialistas da
Comissão declararam que os negativos dos Trent não tinham sido mani-
pulados.
Graças a um densitômetro, também foi possível determinar que o
céu aparecia mais brilhante do lado oeste, tal como seria de se esperar
depois do pôr-do-sol. As fotos foram tiradas por volta das 19:30h e o
sol ocultara-se naquele dia às 19:15h. A luz crepuscular pode ter durado
até as 20:45h.
Descartou-se também a hipótese de uma maquete lançada ao ar pe-
la testemunha. A chave está precisamente na ausência de rotação do ovni.
Os peritos puderam comprovar que o topo da antena ou torre —
que pode ser distinguida perfeitamente na segunda fotografia — está si-
tuado à esquerda do centro do objeto. Na primeira foto este topo ocupa
exatamente a mesma posição. Isto teria sido sumamente improvável se
o objeto estivesse girando em torno de seu eixo, o que confirma a decla-
ração das testemunhas. Também é um argumento forte contra a hipóte-

44
se de "trucagem por lançamento de uma maquete", já que isso implicaria
a necessária rotação da mesma, tornando improvável que a antena ou
torre ocupasse exatamente a mesma posição em duas fotografias conse-
cutivas.
Outra confirmação da autenticidade dos fatos procede do exame do
lugar dos acontecimentos. Ao reconstruir a trajetória seguida pelo ovni
— e como o objeto saía pela esquerda e podia ser tapado pelo edifício
próximo — o Sr. Trent teve de movimentar-se para a direita, a fim de
poder continuar observando-o. A sucessão das duas fotos confirma este
movimento da testemunha.
Após uma exaustiva série de experiências fotométricas, geométricas,
físicas e psicológicas, o Comitê Condon finalmente concluiu sua investi-
gação com a seguinte informação:
"E um dos poucos relatórios sobre ovnis no qual todos os fatores es-
tudados, sejam eles geométricos, psicológicos e físicos, estão em perfeito
acordo com a hipótese segundo a qual um extraordinário objeto voador
prateado, metálico, em forma de disco, de uns 10 metros de diâmetro
e evidentemente artificial, foi observado por suas testemunhas."
Depois de comparar o brilho do ovni e após outras análises muito
mais profundas, os peritos da Comissão Condon chegaram a assegurar
que aquele artefato podia encontrar-se, no momento das fotografias, a
uns 4 0 0 metros de distância. Sem dúvida, metros demais para tratar-se
de uma maquete lançada a mão ou colocada em algum prego invisível
em pleno firmamento...
As conclusões do Comitê Condon sobre as fotos de McMinnville —
levando em consideração as viciadas condições e circunstâncias em que
suas investigações foram efetuadas — são mesmo muito notáveis...
Naturalmente, os "negativistas" e hipercríticos não se atreveram a
contestá-las.
Estamos, portanto, diante de um dos casos que demonstram clara-
mente a existência ovni... e algo mais.

Montana: superfícies altamente polidas nos discos

Outro dos casos mais "intensos" e que mais preocupou os militares


americanos encarregados das investigações ovni, foi o ocorrido em agos-
to de 1950 em Great Falls (Montana), Estados Unidos.
Naquela data, o Sr. Nick Mariana, treinador da equipe de beisebol
"Seletrics" da citada localidade de Great Falls, estava acompanhado de
sua secretária. Em plena luz do dia, as testemunhas observaram no céu
duas luzes com forma de disco.

/l!>
Sem perda de tempo, Nick pegou uma filmadora que estava no seu
carro e filmou em 16mm.
Para desgosto dos "negativistas" da Força Aérea norte-americana,
o Relatório Condon declarou que o caso "Mariana" era "inexplicável".
Mas deixemos o pesquisador Kelvin D. Randle contar-nos o caso...

Um brilho

O filme, realizado no vazio estádio Legion Park em Great Falls, Mon-


tana, no dia 5 ou 15 de agosto (a data exata não pôde ser determinada),
foi submetido aos maiores esforços para ser desacreditado. Eis aqui a his-
toria:
Nick Mariana estava inspecionando o campo antes de uma partida.
Com ele estava sua secretária, de 19 anos de idade, Virgínia Raunig.
Eram l l : 2 5 h quando um brilho chamou sua atenção. Mariana pôde ver
dois objetos brilhantes, prateados, que pareciam girar ao voar sobre Great
Falls. Calculou que sua velocidade era da ordem de 200 a 400 milhas
por hora. Chamou Raunig, enquanto corria para buscar sua filmadora de
16 mm, que carregava normalmente no carro.
Mariana pôde filmar os dois ovnis circulares quando eles passavam
sobre um edifício existente atrás de uma caixa d'água. No filme, os obje-
tos parecem emitir um brilho e depois afastar-se da câmera. Em menos
de 20 segundos, os ovnis desapareceram. Raunig viu os objetos enquan-
to Mariana filmava, mas só durante cinco a dez segundos.
Mariana excitou-se compreensivelmente pelo acontecimento e cha-
mou o jornal local para dar a informação. Tal reação poderia ser signifi-
cativa. Os propagadores de boatos esperam geralmente até revelar o fil-
me, antes de mostrá-lo. Desta forma têm certeza de que a imagem dese-
jada está no filme. Mas a revelação do filme de Mariana levou mais de
uma semana, e provavelmente no final de agosto ou início de setembro
foi que ele viu pela primeira vez os resultados.
Durante setembro e outubro, Mariana mostrou o filme a vários gru-
pos cívicos. Numa dessas reuniões um homem sugeriu que Mariana en-
viasse o filme para a Força Aérea dos Estados Unidos, para análise. Pos-
teriormente, o homem escreveu para a base aérea de Wright-Patterson
(sede do Livro Azul das Forças Aéreas) dizendo que Mariana estava dis-
posto a emprestar-lhes o filme. Os "negativistas" consideram estranho que
o próprio Mariana não tenha escrito a carta. Mais tarde ele explicou que
nunca pensara nisto.
Em outubro de 1950, a Força Aérea interveio no caso. Enviou um
oficial da base de Malstron (anteriormente base da Força Aérea de Great
Falls) para entrevistar Mariana e obter o filme. As primeiras análises não

46
provaram nada. Os oficiais da Força Aérea disseram que as imagens fo-
ram causadas por dois aviões interceptores que estavam naquele momento
na região. Disseram que o refluxo da luz do sol nas fuselagens fazia desa-
parecer os outros detalhes, e por isso Mariana não pudera identificá-los.
Depois disso, a Força Aérea devolveu o filme.
Em 1952, o Projeto UFO da Força Aérea foi revitalizado e muitos
dos casos antigos tornaram a ser examinados. Os oficiais de Wright-
Patterson perguntaram a Mariana se poderiam observar novamente o fil-
me e ele concordou.
Os investigadores encontraram registros de dois aviões F-94 que ti-
nham aterrissado na base da Força Aérea de Malstron aproximadamente
na hora em que os ovnis foram avistados, se a data correta fosse 15 de
agosto. Pensavam que a luz solar brilhante refletida nos aviões no ângulo
correto poderia ter causado as imagens; mas existia um problema com
esta explicação: Mariana replicou que tanto ele como Raunig tinham vis-
to outros aviões em outra parte do céu justamente depois de observar
os ovnis. Isto descartaria a explicação dos "aviões", desde que as teste-
munhas não estivessem mentindo. A Força Aérea classificou o caso co-
mo "possíveis aviões" e o arquivou.

Faltam as 30 primeiras imagens

Desta vez, quando Mariana recebeu o filme de volta, ficou descon-


certado. Afirmou que a Força Aérea suprimira as 30 primeiras imagens
estranhas do filme. De acordo com Mariana "... essas imagens mostra-
vam fotogramas maiores dos ovnis, com uma ranhura num ponto pela
qual era possível ver que eles giravam de forma uníssona". Mariana pe-
diu que a Força Aérea devolvesse o resto do filme.
A Força Aérea negou ter suprimido qualquer parte do filme. O que
os registros do Livro Azul mostram é que se pediu licença para se tirar
só uma imagem, porque os orifícios da rebobinagem estavam quebrados,
mas se disse que o resto do filme estava intacto. Por outro lado, Mariana
afirmou que possuía uma carta que se referia às 30 imagens que, infeliz-
mente, não podia apresentar.
Em 1953, a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Uni-
dos organizou o "Panei Robertson", que examinou o filme de Mariana
junto com outros casos selecionados (vejam implicações da CIA). E, co-
mo antes, adotou-se a solução de "aviões". Desta vez, porém, eliminou-
se a palavra "possível" do arquivo. Marcou-se simplesmente "aviões".
No entanto, o caso não foi encerrado. Em 1955, o dr. Robert M.
L. Bacquer, funcionário da Douglas Aircraft Corporation, realizou sua pró-
pria análise detalhada do filme. Sua conclusão foi que as imagens não
poderiam ser explicadas por nenhum fenômeno natural atualmente

47
conhecido. Mas Bacquer foi mais longe que a simples observação do fil-
me. Realizou uma série de testes, incluindo os seus próprios filmes de
aviões a diversas distâncias. A 12 milhas, utilizando uma filmadora seme-
lhante à de Mariana, Bacquer filmou um DC-3 de maneira que duplicava
o filme de Montana. No entanto, estes resultados não foram considera-
dos plenamente satisfatórios.
Estudando o filme de Mariana, Bacquer determinara que os objetos
estavam a duas milhas da câmera. A tal distância, os aviões interceptores
deveriam ter sido claramente identificados como aviões. Ao aumentar a
distância, o mesmo acontecia com a velocidade, até que, a 10 milhas,
os objetos tinham de estar movendo-se a 600 milhas por hora, e a 12
milhas, estavam deslocando-se em velocidade maior que a dos aviões de
1950. A duplicata de Bacquer precisava de um DC-3 a 12 milhas, mas
um DC-3 não tinha a metade da velocidade necessária.
O filme foi esquecido até que, em 1966, foi organizado o Projeto
UFO, da Universidade do Colorado, liderado pelo dr. Edward U. Con-
don. Os filmes foram novamente estudados, os arquivos de Bacquer fo-
ram examinados e Mariana foi entrevistado de novo. Viu-se o arquivo
completo da Força Aérea. Os pesquisadores de Condon acrescentaram
um novo problema ao caso. Não tinham certeza se o filme fora feito em
5 ou 15 de agosto. Se fora em 5 de agosto, a explicação dos aviões era
improvável. A verificação adicional evidenciou o fato de que a data de
15 de agosto não era possível se Mariana estava no campo de beisebol
para inspecionar o terreno antes de uma partida. Os registros dos jornais
mostram que não houve partidas em casa para a equipe de Great Falls
entre 9 e 18 de agosto.
Os registros da Força Aérea indicavam que Mariana disse que vira
os aviões depois do desaparecimento dos ovnis. Isto tenderia a fixar a
data como 16 de agosto, a menos que ele estivesse referindo-se a outros
aviões e não aos dois caças F-94.
O principal analista de fotos deste caso para o Comitê de Condon,
o astrônomo William K. Hartmann, da Universidade do Arizona, resu-
miu seu relatório da seguinte maneira: "Supondo que 15 de agosto fosse
a data correta, os investigadores da Força Aérea comprovaram que ha-
via dois caças F-94 nas proximidades e que eles tinham aterrissado minu-
tos depois do avistamento, podendo perfeitamente ter passado em volta
da base da Força Aérea de Malstron, a apenas três milhas a E-SE do campo
de beisebol. No entanto, Mariana informou que vira dois aviões
aproximando-se para aterrissar imediatamente depois da filmagem, o que
supõe uma explicação para estes aviões".
A análise do filme mostrou uma diversidade de coisas. Possivel-
mente o fato mais importante tenha vindo do estudo do Colorado. Hart-
mann comprovou que os objetos fotografados tinham uma forma elíptica

48
constante. Bacquer pensara que a forma era devido à distorção causada
pelo uso da grande angular, mas demonstrou-se que isto não ocorrera.
A distorção evidenciou-se em uma ou duas imagens, mas um estudo com-
pleto do filme inteiro mostrou que a forma dos objetos é que causara as
imagens. Os dados rigorosos disponíveis no filme não proporcionam in-
formação definida suficiente para chegar a uma conclusão final.
Embora não tenha sido feita uma análise completa, imagem por ima-
gem, provavelmente porque algumas imagens estão escurecidas pela caixa
d'água, foram cuidadosamente examinadas longas seqüências do filme.
Nenhum dos estudos proporcionou algum dado que demonstrasse que
o filme tivesse sido trucado. Os dados assinalam que os objetos eram de
forma discóide e as imagens do filme, consistentes e com superfícies me-
tálicas altamente polidas nos discos. Os dados rigorosos do filme também
indicam que a explicação de aviões não é possível, porém não se pode
provar que se trate de naves espaciais. São, simplesmente, ovnis.
O comportamento da Força Aérea norte-americana é novamente mui-
to suspeito.
Isto me leva a sugerir àqueles possíveis fotógrafos que alguma vez
captarem uma seqüência ovni que, antes de apresentá-la ou cedê-la à
autoridade militar, tenham a precaução de fazer uma ou várias cópias.
Do contrário, como no caso Mariana, poderão deparar-se com graves mu-
tilações ou com o desaparecimento total do documento fotográfico ou fil-
mado.
A experiência é a mãe da ciência...

Os militares visitam Adamski

Não estarei fazendo grandes revelações aos adeptos e estudiosos dos


ovnis ao afirmar que George Adamski — aquele norte-americano de ori-
gem polonesa — foi o decano dos "contatados", isto é, das pessoas que
afirmam ter estado ou estar em comunicação ou contato com seres do
espaço.
Neste ano de 1981, precisamente, celebra-se o trigésimo aniversário
das suas primeiras e espetaculares fotografias obtidas — sempre segundo
Adamski — nas proximidades do famoso Observatório de Hale, conheci-
do como Monte Palomar.
O "filósofo, estudante, professor, astrônomo amador e buscador de
discos voadores", segundo a própria definição de Adamski, possuía um
restaurante (alguns o rebaixaram à categoria de local de venda de salsi-
chas e cachorros-quentes) no Palomar Gardens, a uns 17 quilômetros do
mencionado grande observatório astronômico, em pleno estado ameri-
cano da Califórnia.

49
Adamski dispunha de dois telescópios: um fixo, de 16 polegadas,
instalado sob a grande cúpula do Monte Palomar, e outro de 6 polega-
das, montado ao ar livre. Este podia ser orientado em todas as direções
com suma facilidade. Além disso, era muito fácil desmontá-lo e transportá-
lo para outro local, colocando-o sobre um simples tripé. Era muito sim-
ples acoplar a ele uma máquina fotográfica.

Fotos de Adamski nas quais podem ver-se ovnis com a Lua ao fundo. É evi-
dente que, para muitos pesquisadores "científicos", toda a obra de Adams-
ki é pura fraude. Pessoalmente, não tenho muita certeza disso...

50
O "patriarca" dos "contatados" — que naqueles anos de 1949 e 1950
nem podia imaginar o que estava a ponto de acontecer — escrevera so-
bre este último telescópio:
"Ganhei esta pequena máquina de um amigo em 1934. A observa-
ção do céu e a fototelescopia converteram-se desde então para mim num
passatempo fascinante. Depois chegaram os discos voadores..."

1946: um ano decisivo

Adamski sempre acreditou na pluralidade dos mundos habitados. No


entanto, ele mesmo reconhece nos seus livros e escritos que "não podia
assimilar a idéia de superar as enormes distâncias que nos separam de
outros planetas e sistemas solares".
Até que num bom dia do mês de outubro de 1946, Adamski viu a
olho nu uma gigantesca nave, que planava sobre as montanhas situadas
ao sul do Monte Palomar, em direção à cidade de San Diego.
Naquele momento ele estava com outras pessoas no observatório,
observando a fascinante queda de meteoritos registrada naquela época.
Foi então que apareceu aquele objeto escuro e alongado como um
dirigível.
Adamski observou como ele se mantinha imóvel no espaço. Não era
possível ver cabine nem acessórios externos e ele pensou que talvez se
tratasse de um novo tipo de avião. Enquanto olhava, o artefato levantou
uma das suas extremidades e afastou-se a grande velocidade, deixando
atrás de si uma marca incandescente que durou mais de cinco minutos.
Pouco depois, uma emissora de rádio de San Diego fez uma descri-
ção do mesmo aparelho, acrescentando que fora observado por cente-
nas de testemunhas.
Intrigado, Adamski, nesta mesma noite, conversou longamente com
seis oficiais da Força Aérea, que afirmaram que aquele objeto "não era
de origem terrestre". Aquilo despertou ainda mais o interesse do astrô-
nomo amador pelos ovnis, que passou a dedicar uma boa parte do seu
tempo contemplando o firmamento.
Em agosto de 1947, seus esforços começaram a dar fruto. Numa
sexta-feira desse mês, Adamski e outras quatro pessoas assistiram a um
verdadeiro "festival" ovni. Chegaram a contar até 184 objetos, que so-
brevoaram a zona de forma solitária e em formações de até 32 apare-
lhos. O último desses ovnis deteve-se uns segundos no céu, lançando fortes
feixes de luz: um na direção de San Diego e outro na do Monte Palomar.
Depois se afastou.
No dia seguinte, George comentou o fato com um conhecido — Tony
Belmonte —, o qual lhe assegurou que na noite anterior estivera junto
com outras pessoas no rancho "Dempsey" e contara até 204 objetos mis-
teriosos muito luminosos que às vezes voavam em perfeitas formações...

51
Que aconteceu com as primeiras fotos?

Para Adamski já não cabia dúvida: os objetos que vira eram de ori-
gem extraterrestre. E decidiu fotografá-los.
No final de 1949, quatro homens estavam no café de Adamski, nos
jardins do Monte Palomar. Dois deles estiveram lá antes e tinham con-
versado com George sobre os discos voadores e a vida extraterrestre.
Chovia torrencialmente e pediram alguma coisa para comer. Come-
çaram a discutir novamente o assunto ovni. Um dos homens era J. P.
Maxfield, o outro, seu sócio, G. L. Bloom, ambos do laboratório de ele-
trônica da Marinha em Punta Loma, perto de San Diego. Os outros eram
de um centro semelhante existente em Pasadena. Um deles — conta
Adamski — estava vestindo a farda de oficial.
"Perguntaram-me se queria colaborar com eles para tentar obter fo-
tografias de naves estranhas no espaço, já que eu dispunha de instrumen-
tos menores que os do observatório astronômico. Desta forma — pensa-
vam —, eu poderia manobrar meu telescópio mais facilmente que os do
Monte Palomar."
Aqueles quatro homens afirmaram-lhe que fariam o mesmo pedido
aos astrônomos oficiais do Monte Palomar.
"Perguntei-lhes então para onde deveria dirigir meu telescópio e dis-
cutimos os prós e os contras quanto à possibilidade de que existissem ba-
ses de ovnis na Lua. Finalmente, nosso satélite natural foi escolhido co-
mo ponto de referência para uma cuidadosa observação."
Adamski comprou filme e preparou todo o seu equipamento, dis-
posto a cumprir a missão.
"Não passou muito tempo até eu conseguir minhas duas primeiras
fotografias. Tratava-se de um objeto que voava pelo espaço, com a Lua
ao fundo."
Duas cópias destas fotos — Adamski, prudentemente, guardou os
seus negativos — foram entregues em 1950 a Bloom, com o expresso
desejo de que chegassem às mãos de Maxfield, a fim de se efetuarem
as análises correspondentes. Bloom prometeu fazer isso e afastou-se com
as cópias. Seria a última vez que George as veria... (Um fato que, em
minhas longas pesquisas ovni, vi repetir-se com muita freqüência.)
"Em 21 de março de 1950, algum tempo depois da entrega das có-
pias a Bloom — continua contando Adamski — fiz uma palestra sobre
ovnis no clube de Cada Hombre de La Mesa, na Califórnia. Um jornalis-
ta, Sanford Jarrell, do San Diego Journal, cobriu a informação e trans-
formou a palestra em matéria de primeira página. No dia 22, após esta
publicação, outros dois jornais — o Union e o Tribune de San Diego —
entraram em contato comigo, tentando averiguar o que é que eu tinha
fotografado.

52
"Tive de admitir que enviara essas duas fotografias ao Laboratório
Naval. Mas os funcionários de tal centro negaram ter recebido as có-
pias.
"Aquela controvérsia entre os jornais, o laboratório e durou uma se-
mana. Finalmente, os jornalistas pediram informação ao Pentágono."
Em 29 de março, através do telégrafo alugado de Copley em
Washington, a Força Aérea negou ter conhecimento das fotografias e de-
clarou que "eram um tanto céticos", já que não tinham recebido os docu-
mentos fotográficos nem sabiam nada sobre eles. Para concluir, a Força
Aérea norte-americana declarou:
"Não subscrevemos a teoria de que os ovnis sejam projéteis interpla-
netários."
"Depois disso — afirma Adamski — dediquei-me ao trabalho de ob-
servar e fotografar, porém não tornei a enviar nenhuma das minhas fotos
ao laboratório de Punta Loma. Nem eles as pediram. De qualquer for-
ma, quase todas as fotos, inclusive as mais recentes, estão nas mãos da
Força Aérea, pois pediram a todos os cidadãos que informassem sobre
o que vissem. Conseqüentemente, estou cooperando, como outras pes-
soas em toda a nação. Só que eles nunca respondem..."
Apesar do esforço de Adamski, o resto de 1950 foi totalmente nega-
tivo. Não houve nenhuma observação que valesse a pena nem qualquer
foto de certa qualidade e importância...
Mas Adamski não desanimava nunca. E logo chegaria o momento
do grande "encontro".

1951
As misteriosas cintilações sobre a Lua

Finalmente, em março de 1951, Adamski obteve a primeira grande


seqüência de fotografias (página 54) daquilo que atualmente os pesqui-
sadores do tema ovni chamam de "naves-mãe".
Transcorrera justamente um ano desde aqueles primeiros documen-
tos — sem comprovação, é claro — de ovnis sobre a Lua.
"Desde então — narra o polonês —, no inverno e no verão, de dia
e de noite, com calor ou frio, com vento, chuva ou neblina, passei todo
o tempo possível à intempérie, observando o céu, à espera de naves es-
paciais e aguardando que, por alguma razão, um desses veículos siderais
se aproximasse e até mesmo aterrissasse.
Sempre tive a impressão de que, se o piloto de uma destas naves

53
ggg|K

Formidável seqüência obtida por


Adamski em 5 de março de 1 9 5 1 :
uma "nave-mãe" ou "portadora"
junto a outros ovnis "de explora-
ção", menores e luminosos. Os
ovnis-"mães", pelas suas grandes
dimensões, costumam permanecer
a grande altura ou nas profundezas
marinhas, onde foram detectados
em mútiplas ocasiões pelos radares
e "barreiras eletrônicas" da OTAN
e do Pacto de Varsóvia.
Outros dois ovnis de grandes dimensões (um deles com a Lua ao fundo) fo-
tografados por Adamski em 1 9 5 2 .
saísse dela e pudéssemos nos reunir, haveria uma forma de nos enten-
dermos, embora nossas palavras fossem diferentes. Também pensei que
seria interessante dar um passeio numa destas naves..."
Durante este longo ano, como dizia, George Adamski só conseguiu
fotografar pontos brancos muito distantes, embora tenha visto inúmeras
cintilações no espaço, muito longe da Terra.
"Meus olhos acostumaram-se com elas. Tirei mais de 200 fotos des-
sas cintilações, especialmente quando percebia que elas ocorriam perto
da Lua, sobre ela."
Era evidente que "algo" movimentava-se em volta do nosso satélite.
"Algo" artificial e possivelmente provocado...
Mas de que se tratava?
" J á em 1951 — prossegue Adamski — aquelas naves começaram
a aparecer muito mais perto. O resultado fotográfico foi aceitável.
"E conforme continuava observando atentamente dia e noite, des-
cobri que o tempo nublado era melhor que o claro para obter fotografias
mais próximas. A razão podia estar na espessa camada de nuvens. Ima-
ginei que os tripulantes dos ovnis podiam observar perfeitamente o nosso
mundo — de longas distâncias — desde que a atmosfera estivesse límpi-
da. Mas com tempo nublado e tempestuoso, eles eram obrigados a
aproximar-se e passar por baixo das camadas de nuvens."
Desta forma, entre 1951 e 1952, Adamski afirma ter tirado mais de
500 fotografias de ovnis, embora reconheça que só uma dúzia delas era
suficientemente clara para poder provar a enorme diferença entre estes
misteriosos aparelhos e nossos veículos aéreos.
Em muitas das suas palestras, Adamski foi acusado de tudo: "pira-
ta", mentiroso, trapaceiro, defraudador da confiança alheia e alguns ou-
tros elogios...
Sem perder a calma, o polonês sempre respondia: "Meus negativos
sempre estiveram à disposição de pessoas competentes e foram exami-
nados com freqüência. Todos esses exames, sem exceção, provaram a
sua autenticidade. O fotógrafo a quem confio meus trabalhos é M. D. J .
Detwiler. Ele mora em Carlsbad, Califórnia, a cerca de 6 0 quilômetros
do Palomar Gardens. Podem ir falar com ele".
Aquelas fotografias começaram a correr mundo. Em defesa da au-
tenticidade de tais documentos fotográficos, Adamski declarava, com ló-
gica, a jornalistas e curiosos: "... se se tratasse de inventos militares expe-
rimentais secretos, eu não teria permissão para reservar para mim os di-
reitos de publicação das minhas fotografias, nem para enviá-las de ma-
neira tão pública através do correio. J á enviei um jogo delas à base de
Wright-Patterson, da Força Aérea. Em nome da segurança nacional, eles
poderiam ter me prendido se eu estivesse fotografando as nossas próprias
naves secretas. E evidente que nunca fizeram isso...".

56
A argumentação de Adamski não podia ser mais convincente. Sei
por experiência própria até que ponto os militares de qualquer país se
interessam pelas fotografias de ovnis. O que não ocorreria então com su-
postas fotos de autênticas "armas secretas" humanas?
Mas este ano de 1951 ainda não terminara, do ponto de vista da
fotografia ovni. Muito pelo contrário...

Esperando o ovni das 21:20h

Os militares norte-americanos tinham encontrado um osso duro de


roer. Embora tivesse sido fácil ridicularizar granjeiros, mecânicos ou sim-
ples cidadãos, não era tão fácil lidar com professores universitários...
Este foi o caso das "luzes de Lubbock", um "clássico" da ufologia
mundial.
Esta investigação foi incluída no dossiê do chamado Livro Azul para
o esclarecimento dos ovnis. Estes "saborosos" documentos foram consi-
derados "secretos" durante qüinqüênios. Depois, inexplicavelmente, fo-
ram divulgados à opinião pública...
Pois bem. Eis aqui parte daquela investigação oficial, tal como cons-
ta no mencionado Livro Azul.
Quatro professores da Universidade Técnica do Texas estavam reu-
nidos na tarde de 25 de agosto de 1951 na casa de um deles. Eram
21:10h.
Tratava-se de uma reunião de estudo. Sentados no quintal da casa
— e aproveitando a excelente temperatura —, os quatro professores ob-
servavam a queda de meteoritos em conjunção com um estudo de mi-
crometeoritos que estava sendo desenvolvido na citada universidade te-
xana.
Seus nomes e cargos eram: W. L. Ducker, diretor do departamento
de engenharia técnica do petróleo; A. G. Bert, professor de engenharia
química, e W. I. Robinson, professor de geologia. A quarta testemunha
preferiu permanecer no anonimato. Era professor de física e, da mesma
forma que os dois anteriores, doutor em filosofia.
Além desses quatro, os acontecimentos também foram observados
por um professor de matemática e um pós-graduado que estava realizan-
do estudos para doutorado em filosofia, e centenas de testemunhas do
próprio povoado de Lubbock e seus arredores.

A primeira observação

Por volta das 21:10h, os quatro professores viram um grupo de lu-


zes que passou sobre eles em direção norte-sul. Aquelas luzes tinham a

57
mesma intensidade que uma estrela brilhante, porém suas áreas eram
maiores. Formavam um semicírculo quase perfeito, com um total de 20
a 30 luzes perfeitamente separadas entre si.
Mais tarde observou-se um fato similar. E durante um período de
três semanas, estes homens — profundamente intrigados — continuaram
pescrutando o firmamento, chegando a captar 12 dos já mencionados
vôos "gêmeos".
Aquilo foi tão singular que os professores decidiram efetuar medi-
ções, colocando equipamentos adequados e preparando-se para anotar
ângulos, alturas, velocidade etc. Mas — curiosamente — cada vez que
"tudo estava pronto", o fenômeno não se produzia...
Das séries de observações, as testemunhas tiraram as seguintes con-
clusões:
1. A velocidade angular do objeto era muito próxima a 30 graus de
arco por segundo.
2. Não havia som que podia ser atribuído ao objeto.
3. A rota de vôo do objeto era do norte ao sul, na maioria dos casos.
4. Havia de dois a três vôos por noite.
5. O intervalo entre os vôos era de uma hora e 10 minutos.
6. A cor das luzes era verde-azulado.
7. Havia de 15 a 30 luzes separadas em cada formação.
8. Os dois primeiros vôos observados formaram um semicírculo de
luzes, porém nos vôos posteriores não havia disposição ordenada.
9. Os objetos apareciam sempre num ângulo de 4 5 graus com a ho-
rizontal no norte e desapareciam num de 45 graus no sul. O objeto não
começava a ser visto gradualmente, como teria ocorrido com um avião
que se aproximasse, nem desaparecia gradualmente.
10. Não havia mudança aparente de tamanho quando o objeto pas-
sava por cima.
11. Calculou-se que a abertura angular era de 10 graus.
Também tentaram obter a altura relativa dos objetos ou luzes com
relação às nuvens, mas estas tentativas fracassaram porque os objetos pas-
savam entre nuvens muito esparsas.
Também tentaram determinar se existia ou não alguma forma en-
tre as luzes, tentando ver as estrelas entre elas. Também não se con-
seguiu nada, devido ao escasso tempo de exposição do objeto ou ob-
jetos.

As fotografias

Numa daquelas noites — a de 31 de agosto —, por volta das 23:30h,


o estudante Carl R. Hart Jr., do primeiro curso da mencionada Universi-
dade Técnica do Texas, observou um vôo de objetos não identificados

58
que passavam sobre a sua casa. A observação ocorreu através de uma
janela aberta. Carl pegou sua câmara — uma Kodak 35 —, disposto a
fotografar "aquilo", supondo que tornasse a passar.
Quando as luzes sobrevoaram novamente a casa, Hart conseguiu ti-
rar três fotografias. Num terceiro vôo, o fotógrafo tirou mais duas.
Como muito bem indicam os oficiais norte-americanos que interro-
garam Hart, "esta atitude do jovem era totalmente lógica, pois naquele
momento — 31 de agosto — a existência destes vôos já era um fato am-
plamente conhecido entre a população de Lubbock".
Na manhã seguinte, Carl levou o filme ao laboratório de um amigo,
onde revelaram as fotos. O Lubbock Morning Avalanche publicou duas
delas na sua primeira página no dia 1? de setembro desse mesmo ano.
As notas explicativas das fotos diziam:
"Objetos misteriosos na cidade de Lubbock — quem sabe o que se-
rão? —, mas acredita-se que os objetos misteriosos das fotos acima são
a coisa que as pessoas de Lubbock têm visto no céu durante as últimas
noites."
A Força Aérea analisou os quatro negativos (um não saiu) no Cen-
tro de Desenvolvimento Aéreo de Wright; estas são as conclusões do La-
boratório de Reconhecimento Fotográfico do WALC:
1. As imagens dos negativos foram produzidas pela luz sobre o filme
virgem (isto é, os negativos não foram retocados).
2. As luzes individuais da formação variavam em intensidade.
3. A intensidade era maior que a das estrelas circundantes, pois es-
tas não foram registradas (as fotos foram tiradas com condições CAVU).
4. As luzes individuais mudavam de posição dentro da formação.
Devido à sua publicação no Lubbock Morning Avalanche, outros jor-
nais também se interessavam pelos documentos. Os negativos foram en-
viados — para a sua comprovação — para a AP, em Ft. Worth. Por ou-
tro lado, a revista Life viu as fotografias, porém as rejeitou, afirmando
que já tinha muitas de discos voadores...

Patos: uma solução cômoda

Quando viram as fotografias no jornal local, algumas pessoas liga-


ram afirmando que podia tratar-se de patos ou algum tipo de aves migra-
tórias. Isto aumentou ainda mais a polêmica e o Sr. Hans, diretor de fo-
tografia e ajudante do editor-chefe do jornal, decidiu tentar dirimir as dú-
vidas. Instalou-se no telhado do prédio do Lubbock Avalanche com uma
máquina fotográfica 4 x 5 Speed Graphic, com filme de tungstênio de
80 ASA e um flash GE 22 com refletor concentrado. Ele costumava usar
o mesmo equipamento para fotografar as partidas noturnas de futebol.
Obtinha negativos normais batendo a foto com 1.6 de luminosidade

60
e 1/100 de segundo e revelando no dobro do tempo normal com um
revelador DK-60.
Naquela noite, o decidido fotógrafo sentou-se no telhado e apron-
tou sua câmara com 4.7 de diafragma e 1/10 de segundo. Ficou espe-
rando.
Ao ver chegar os primeiros grupos de pássaros, viu que seus corpos
eram perfeitamente visíveis, graças às luzes de vapor de sódio da cidade.
Quando o bando passou pela sua cabeça, Hans tirou a foto. Depois de-
clararia à Força Aérea que ele estava consciente de que aquilo era real-
mente pássaros, porque os estava vendo. Iam numa formação em V, to-
talmente desigual, e silenciosos.
Revelou os negativos e descobriu uma imagem tão apagada que não
podia ser impressa.
Ainda não satisfeito, Hans voltou ao telhado na noite seguinte. Des-
ta vez, porém, utilizou uma Kodak Reflex com 3.5 de abertura e 1/10
de segundo de velocidade, com filme Super XX, uma lâmpada 22 e o
refletor concentrador. Os resultados foram idênticos.
Isto terminou de convencer o diretor de fotografia de que as fotos
do jovem CarI R. Hart não retratavam pássaros.
A cômoda solução dos patos também não agradou aos professores
da universidade, nem às centenas de testemunhas que tinham visto as
luzes.
Mesmo assim, o tenente Ruppelt e o capitão Parker, encarregados
de boa parte da investigação, na tarde de 8 de novembro de 1951
dirigiram-se ao Federal Wild Life Game Warden. Alguém lhes insinuara
que aquelas "luzes" poderiam ser plovers, um tipo especial de ave migra-
tória. A reunião com o diretor do zoológico federal foi realizada nos escri-
tórios do correio de Lubbock. Ali se explicou que existem vários tipos de
plover. Alguns têm o peito branco e são encontrados no oeste do Texas.
Estas aves atingem cerca de 18 centímetros de envergadura e voam à noite,
geralmente em grupos que não ultrapassam cinco ou seis indivíduos. Sabe-
se também que emigram para o sul desde o final de agosto até meados
de novembro, voando a 300 metros ou menos e a uma velocidade máxi-
ma de 60 a 70 quilômetros por hora.
O diretor declarou aos militares que não lera os artigos sobre os ob-
jetos de Lubbock, mas duvidava muito que pudesse tratar-se de plovers.
Também não podiam ser gansos, já que estes grasnam constante-
mente quando sobrevoam áreas populosas.
Os professores da universidade, bem como as centenas de testemu-
nhas de Lubbock e seus arredores, protestaram indignados quando sur-
giram as "explicações" dos patos. Como quase sempre acontece, os que
não testemunharam um fenômeno ovni rapidamente "encontram" a so-
lução adequada e definitiva... Estou cansado de assistir a estes fatos,

61
muitas vezes incentivados e até liderados por aqueles que eu chamo de
ufólogos de "salão".
Como muito bem salientaram os universitários de Lubbock ao editor
do Avalanche, Sr. Harris, "será que teríamos tido o trabalho de chamar
o jornal se se tivesse tratado apenas de aves migratórias?".
Não havia argumentos contra isso.
Todas as testemunhas, especialmente os professores, concordaram
que "aquilo" parecia ter sua própria fonte de luz. Curiosamente, os ob-
servadores notaram que as luzes sempre apareciam a 50 graus no S ou
SO. Nunca apareciam ou desapareciam gradualmente, como um avião
ou um bando de aves migratórias. Além do mais, as luzes seguiam um
plano rígido, começando às 21:20h e aparecendo a cada hora e 10 mi-
nutos, até chegar a um total de três vôos. Estranho comportamento para
aves...
Quanto à altitude das luzes, embora todas as estimativas tivessem
fracassado, aparentemente um dos professores obteve por fim uma alti-
tude de cerca de 2000 a 3000 pés (entre 600 e 1000 metros). No entan-
to, esta medida não pôde ser verificada para todos os vôos.
Uma das razões mais poderosas para rejeitar a teoria do vôo dos pa-
tos foi a da considerável velocidade que todas as testemunhas atribuíram
àquelas luzes enigmáticas. Lembremos que o fotógrafo mal teve tempo
de tirar duas fotos... As testemunhas estavam firmemente convencidas
de que o objeto ou os objetos não eram um bando de aves migratórias.
Para darem aparência de grande velocidade, as aves teriam de ter voado
muito baixo. As luzes de Lubbock, porém, sempre se apresentaram bem
no alto. Entre aquelas centenas de testemunhos destacou-se o dos alu-
nos do colégio técnico do Texas. Haviam visto as luzes passando sobre
uma nuvem, cuja altitude foi calculada em cerca de 610 metros, com uma
velocidade aproximada de 965 quilômetros por hora.
Outro testemunho de sumo valor, incluído no relatório Livro Azul,
foi o de um capitão da Força Aérea, da Reese AFB, que ligou para o
Sr. Harris algumas noites depois de 25 de agosto. Em princípio, quando
lera sobre o fenômeno nos jornais, não acreditara nele. Naquele momento,
porém, acabara de contemplar uma daquelas formações luminosas. Afir-
mou que voara em aviões a jato e que aquele objeto ou objetos eram
muito mais rápidos.
Por outro lado, desde quando pássaros e aves migratórias voam em
formações geometricamente perfeitas? As duas primeiras "esquadrilhas"
confirmam este fato.

As análises oficiais

Quero encerrar o presente caso com o relatório da Força Aérea, in-


cluído no mencionado Livro Azul como "Prova N? WCEFP-2-4., ramo

62
física, unidade 29 de sensitometria". Tal análise foi realizada em novem-
bro de 1951 nos negativos das fotos:

1. Quatro negativos foram enviados pelo Centro de Inteligência Téc-


nica Aérea para sua avaliação fotográfica pela unidade sensitométrica. Os
negativos datam aproximadamente das 23:30h de 30 de agosto de 1951,
em Lubbock (Texas). A câmara era a Kodak 35 familiar, acoplada a um
telêmetro e a uma lente Anastor Kodak de 50 milímetros (2 polegadas)
f/3.5. O filme Plus X foi exposto durante 1/10 de segundo com abertura
total de lente, possivelmente com a câmara sustentada só pela mão, e
foi processado num revelador Panthermic 777 durante 15 minutos.
Solicitou-se uma interpretação da configuração dos traços luminosos além
das notas sensitométricas gerais.
2. Um exame preliminar microscópico dos negativos revelou a pre-
sença de esquemas de traços luminosos, sendo estes esquemas similares
em quatro estruturas. Em cada negativo viam-se 20 pontos luminosos em
formação de V. Em três negativos a formação era composta por duas fi-
leiras, enquanto o quarto mostrava todos os pontos luminosos numa só
fileira. Todos os negativos evidenciavam movimento da câmara durante
a exposição, pois todos os pontos luminosos perdiam nitidez no mesmo
negativo e a forma não nítida era diferente em cada um deles.
3. Para analisar as formações e detectar movimentos internos dos
pontos de luz, cada um dos negativos foi examinado num grande micros-
cópio comparador. As coordenadas retangulares de cada ponto, relati-
vas à origem conveniente das coordenadas, foram lidas e depois traça-
das num papel quadriculado. Salienta-se aqui que o desenho resultante
é uma imagem erguida, porém de espelho, da esquerda para a direita
do objeto real fotografado.
4. Poucos significados, além das variações de brilho, podem ser en-
contrados separadamente nos negativos. No entanto, quando os planos
foram superpostos, logo ficou evidente que duas das fileiras de pontos
comportavam-se de maneira diferente. Uma fileira mostra apenas uma
leve variação de uma formação em V precisa, enquanto a outra passa
de cima da primeira para uma posição inferior. Os espaçamentos desta
segunda fileira variam irregularmente nas três estruturas desenhadas, en-
quanto a primeira fileira mantém uma formação bastante precisa. O pri-
meiro fotograma, número 4, não foi desenhado por causa da falta de ni-
tidez, porém os 5, 7 e 8 foram desenhados como planos I, II e III. Neles
os pontos luminosos dos planos prévios, que aparecem relativamente fi-
xos na formação, mostram-se como pontos de tinta preta. Os pontos re-
lativamente móveis são assinalados com pincel leve: a primeira posição
destes pontos é vermelha, como no plano I; a segunda posição, espaça-
da entre os pontos fortes, está em lápis preto, como no plano II; e a posi-
ção final é verde.

63
ala esquerda ala direita
9 NAVES 9 NAVES o

EHB9 EBHBc a BB•


ORGANIZAÇÃO

patrulha patrulha patrulha patrulha patrulha patrulha

Coman-
dante
ESQUADRILHA ESQUADRILHA

ALA

Esquema de organização da "esquadrilha" de Lubbock.


5. De acordo com o exame microscópico, a gama de brilho dos pontos
luminosos pode ser expressada como fraca, média e brilhante, em cor-
respondência com as densidades de pontos luminosos leves, médias ou
fortes. Os pontos leves na fileira móvel são sublinhados, enquanto os bri-
lhantes são rodeados por um círculo. Só os pontos da fileira fixa iguais
nos três negativos são indicados da mesma maneira.
6. Aparecem dois pontos luminosos extras fora das fileiras regula-
res. Um ponto encontra-se no lado inferior direito nos três planos, en-
quanto o outro só é assinalado de leve no negativo número 7, e perdeu-
se ao se desenhar o plano II; aparece na extremidade esquerda da fileira
móvel no plano III.

Conclusão

Minha intenção ao apresentar esta análise complexa e confusa foi


unicamente a de mostrar aos hipercríticos e "negativistas" que os estudos
realizados sobre as fotografias foram profundos e exaustivos.

64
Baseando-se precisamente nestas análises, a própria Força Aérea emi
tiu uma série de conclusões:
1. Não foram luzes fixadas a um objeto. Isto descarta a possibilidade
de um só artefato, com forma de ponta de flecha.
2. O tamanho angular corresponde a um artefato fotografado a uma
milha de distância (mais de um quilômetro).
3. Se a formação passou realmente sobre a câmara, todas as foto-
grafias foram tiradas antes ou depois dessa passagem, e não umas antes
e outras depois.
E eu posso acrescentar: nos anos posteriores ao "acontecimento de
Lubbock", inclusive hoje, milhares de testemunhas no mundo inteiro pu-
deram contemplar a passagem de formações ou esquadrilhas de ovnis,
muito semelhantes às de 1951. Estas formações foram registradas e foto-
grafadas até mesmo pelas frias telas de radar.

A primeira calota voadora

Naturalmente, não se pode acreditar em tudo no mundo ovni, e já


afirmei isto nas primeiras linhas deste relatório. Aqui temos uma prova.
O objeto voador não identificado fotografado em 23 de novembro
de 1951 por M. Guy F. Marquandt em Riverside, Califórnia, é apenas
uma bela calota de um carro Ford, modelo 1937. (Ver ilustração da pági-
na seguinte, à esquerda).
A fotografia, que circulou pelo mundo como "autêntica", foi forjada
por Guy, segundo sua própria confissão. E muito possível que o "defrau-
dador da confiança alheia" fosse influenciado pelos numerosos avistamen-
tos de ovnis registrados naquele momento no oeste dos Estados Unidos
e quisesse criar seu próprio ovni. Como veremos a seguir, o caso da su-
posta fraude da calota voadora — porque já nem é possível ter certeza
dos enganos dos "defraudadores" — não seria o último na história ovni...
Nesse mesmo ano de 1951 — e embora não tenhamos suficientes
dados a respeito disso —, alguns jovens asseguram ter sido testemunhas,
em plena luz do dia, de vários discos não identificados.

Três discos sobre Nova Jersey

A imagem à direita da página seguinte suscitou fortes polêmicas. Dois


jovens apontam três discos que apareceram no céu, sobre Patterson, em
Nova Jersey (Estados Unidos), em 1951.
Para alguns pesquisadores, a foto é "suspeita", devido à direção pa-
ra a qual um dos jovens aponta e que, segundo os peritos, não coincide
com a situação real dos três supostos ovnis.

65
Até o momento não pude reunir informação suficiente para poder
emitir um parecer mais exato sobre o assunto. Do meu ponto de vista,
portanto, a incógnita permanece.

1952
Primeiras fotografias pelo radar

Por volta de 1952, a Força Aérea norte-americana — que prosse-


guia com o projeto do Livro Azul — começou a obter as primeiras foto-
grafias de objetos voadores não identificados através das telas de radar.

66
Este tipo de contato com os ovnis foram e são as evidências mais
sérias e tangíveis para os militares e pesquisadores em geral. Um radar,
pelo que se sabe, não sofre alucinações, não bebe...
Embora os aparecimentos de ovnis nestas telas sejam um elemento
aparentemente incontroverso na demonstração da existência de tais na-
ves, sempre surgem advogados do diabo e detratores que tentam expli-
car os fatos valendo-se de elaboradas contraposições. E o panorama ufo-
lógico se complica.
Certos ecos ou alvos, por exemplo, podem ser explicados — com
razão — como corpos terrestres muito distantes, refletidos na atmosfera
por um fenômeno conhecido como "inversão térmica". Afirma-se que o
comportamento aberrante de tais ecos no radar, com velocidades eleva-
das, acelerações e paradas bruscas, poderia ser provocado por turbulên-
cias e movimentos da camada inversora.
Poderia ser, embora nem sempre esta explicação seja válida. Por
exemplo, quando os ecos ou alvos são detectados em momentos nos quais
as condições meteorológicas não podem originar estas "inversões de tem-
peratura". Por exemplo, quando — mesmo no caso de ocorrência des-
sas "inversões" — os ecos aparecem nitidamente e de forma constante
nas telas. Qualquer especialista em radar sabe que os ecos imputáveis a
"inversões térmicas" manifestam-se como imagens difusas e indiferencia-
das. Entre esses "ecos" e os originados por um corpo sólido, metálico e
concreto existe uma grande diferença.
Por outro lado, em alguns casos é sumamente fácil descartar o fenô-
meno de inversão. Refiro-me, por exemplo, à captação de um mesmo
objeto por vários radares ao mesmo tempo. Conheço casos em que um
ovni ou um grupo de ovnis foram registrados em diversas telas, a muitos
quilômetros de distância umas das outras. Pois bem, em todos os radares
percebeu-se o mesmo alvo, a mesma altura, rumo, velocidade e posi-
ção. Nestes casos não há dúvida: trata-se de um corpo sólido, já que uma
miragem dificilmente provoca ecos falsos complementares.
E que podemos dizer daqueles ecos que aparecem com toda clareza
na tela do radar e são ao mesmo tempo visualizados?
Os casos de ovnis observados pelas tripulações de aviões em vôo
— civis ou militares —, que são captados simultaneamente por uma ou
várias estações de radar, são centenas no mundo inteiro.
Existem poucos argumentos contra essas telas frias e sofisticadas...

Brasil: o disco azul mais bonito

Eles tinham sido avisados de que, por aqueles lados, fora visto um
indivíduo muito parecido com Hitler. Por isso Eduardo Keffel e João

67
Martins, jornalistas da revista O Cruzeiro, chegaram naquela manhã de
7 de maio de 1952 à Barra da Tijuca, um punhado de ilhas que emer-
gem diante da baía do Rio de Janeiro, perto da Ponta do Marisco.
Naquela época, circulavam muitos boatos sobre Adolf Hitler e, por
essa razão, a revista decidiu enviar para lá dois dos seus repórteres.
A bordo do Piaba, os repórteres — quase como simples turistas —
ultrapassaram o canal da Barra, rumo à ilha dos Namorados. Era quase
meio-dia.
Dirigiram-se em primeiro lugar ao bar "Do Compadre", propriedade
de Antonio Teixeira. Lá ficaram até as 15:30h, conversando com o do-
no, tentando obter algumas pistas sobre o suposto Hitler e outras celebri-
dades nacionais ou estrangeiras.
Por volta das 16:30h — depois de comer e tirar fotografias num lu-
gar pitoresco —, os jornalistas resolveram dar um passeio pela praia. Nu-
merosos aviões de passageiros sobrevoavam a região, indo ou voltando
do Rio.
De repente surgiu aquele disco. A atenção de ambos os repórteres
dirigiu-se para um objeto estranho que se aproximava da terra vindo do
mar.
"Parecia um avião — comentaram os jornalistas —, porém voava
de lado..." O objeto aproximou-se da costa e tornou-se mais visível. Não
era um avião! Tratava-se de um disco plano e perfeito. Sua velocidade
era considerável.
Com admiráveis reflexos, Keffel pegou a sua Rolleiflex, objetiva 1
Essar, e tirou cinco fotos.

As últimas fotos

Antes de reproduzir o relato dos repórteres brasileiros, quero apon-


tar um "detalhe" que parece repetir-se com grande freqüência em muitos
dos casos de fotos de ovnis. Refiro-me a essa curiosa coincidência das
"últimas fotos". Como vimos no caso de McMinnville, no Oregon (1950),
no qual faltavam apenas quatro fotografias para terminar o filme, neste
caso da Barra da Tijuca o "fenômeno" repete-se novamente. E a mesma
coisa ocorreu em casos que veremos posteriormente...
Por quê? Simples coincidência?
Continuemos com o apaixonante caso de 7 de maio de 1952.
"Como estava com óculos — explicou Ed Keffel — tive de pendurá-
los no visor da máquina para poder tirar a primeira foto. Fotografei mais
quatro vezes aquele objeto. Então o filme acabou.
"O objeto era apenas um ponto; foi difícil seguir as suas evoluções.
Atingiu rapidamente a vertical da praia e me deu a sensação de que frea-
va. Naquele instante — e por cálculos que fizemos posteriormente — de-
via estar a uns 1500 metros de nós e ainda sobre o mar.

68
"Na segunda fotografia, voando sobre a praia e as árvores da Tijuca,
começou a mover-se quase 'de lado', mostrando-nos uma de suas 'fa-
ces'. Nas fotos 3 e 4 — tiradas quando ele sobrevoava a Pedra da Gávea
HEBI
i H

Primeira fotografia. O ovni Segunda fotografia. O ovni


está a cerca de 1 5 0 0 afasta-se para cerca de
metros. 2 0 0 0 metros e mostra sua
face inferior

e a parte mais extrema da Ponta do Marisco —, o disco mostrou sua par-


te inferior e superior, respectivamente. Na quinta e última foto, o objeto
desapareceu em direção ao fundo do oceano. Ele fez uma volta quase
perfeita em torno de nós...

69
"Calculamos que na segunda foto podia estar a cerca de 2000 me-
tros do lugar onde nos encontrávamos. Na terceira, a uns 1200 e nas duas
últimas, a uns 1100 e 3000, mais ou menos.
"Sua forma era perfeitamente clara. Redondo como um disco...
"Ao sobrevoar a Pedra da Gávea, o objeto iniciou a descida,
balançando-se como uma folha morta. Era muito curioso. Nunca tínha-
mos visto um sistema tão estranho de navegação aérea."

O "salto"

"Quando chegou sobre o mar, o disco deu um salto alucinante e partiu


a toda velocidade. Vimos que o objeto inclinava-se uns 45 graus, como
um avião que voasse sobre uma de suas asas, e desaparecia como um
foguete, do outro lado das ilhas Alfavaca e Pontuda. Tudo isto pode ter
durado cerca de um minuto. E o mais curioso é que nem o João nem
eu escutamos nenhum ruído. Como poderia ser possível?
"Também não vimos escapamentos de fumaça nem gases ou
chamas...
"O disco era luminoso e sua cor parecia azul-escuro. Aquilo o torna-
va pouco visível sobre o fundo do céu sem nuvens.
"Não poderíamos estimar com precisão a altitude nem o tamanho
real do objeto. Pessoalmente me pareceu que voava a uns 1000 metros
de altura e que seu tamanho poderia ser o dobro de um 'DC-3'. Isto é,
cerca de 70 a 80 metros de diâmetro."

A versão de Martins

João Martins, que talvez tenha contemplado o fenômeno com mais


serenidade e precisão, afirmou o seguinte:
"Embora estivesse com óculos escuros, tentei memorizar o máximo
de detalhes. Eduardo continuava tirando fotos e, coisa estranha, mesmo
que houvesse mais filme na máquina, ele não teria tido tempo de tirar
mais fotos. O ovni logo desapareceu.
"Neste filme, como pudemos comprovar nos laboratórios da revista,
havia — sucessivamente — uma foto de duas pessoas do hotel Riviera
em Copacabana, onde reside um colega, uma paisagem — tirada na vés-
pera —, uma foto do meu colega durante a manhã tirada na redação,
um casal de namorados que surpreendemos pouco depois da nossa che-
gada à ilha e, por último, precedendo a serie de cinco fotografias do
ovni, havia uma tirada pelo dono do bar onde aparecíamos almoçando
um delicioso prato de camarões. Esta última foto foi tirada uma hora an-
tes do aparecimento do objeto.
"Quando o disco desapareceu, não sabíamos como reagir. Ed gritara:

70
T«rceira fotografia. O ovni encontrava-se a cerca de 1200 metros.
"Meu Deus!... Que diabos é isto?
"E eu lhe respondi:
" — Fotografe, fotografe!...
"Mas teria tido tempo de bater as fotos? Quando lhe perguntei, Kef-
fel respondeu-me afirmativamente. E com todo o cuidado do mundo —
imaginem! — tirou o filme usado e o substituiu por outro, caso 'aquilo'
voltasse...
"Após um momento, comprovando que o objeto não reaparecia,
dedicamo-nos a procurar testemunhas. Atrás de uma pequena duna en-
contramos um pescador — seu Claudionor — mas este, preocupado com
o seu trabalho, disse-nos que não vira nada.
"Voltamos ao restaurante, porém o dono ficara toda a tarde no inte-
rior do estabelecimento e não escutara nada sobre o ovni.
"Dois casais que tinham permanecido no lado de fora no instante
do aparecimento do disco azul não quiseram responder...
"Então decidimos regressar à redação, esquecendo-nos completa-
mente do suposto Hitler. A notícia que levávamos no bolso era muito mais
atraente.
"Telefonamos ao diretor e, depois de relatar-lhe o que acontecera,
pedimos que fossem preparando um quarto escuro para revelar o filme.
"Atravessamos a cidade a toda velocidade e enviamos o filme para
o laboratório. Aquilo converteu-se numa festa. Numerosas pessoas — en-
tre elas o diretor — estavam esperando nervosamente o resultado da re-
velação. Sua espera não foi em vão. As últimas cinco fotos apareceram
em todo o seu esplendor...
"O ovni surgiu ante os nossos olhos atônitos em cinco posições dife-
rentes. E com toda a clareza."

A opinião da Força Aérea Brasileira

A edição da revista foi suspensa e a reportagem de Keffel e Martins


foi incluída em oito páginas. Foi uma "bomba" jornalística.
Nos dias posteriores àquele 7 de maio, houve uma contínua movi-
mentação de políticos, militares e pesquisadores na redação de O Cruzei-
ro. O ministro do Exército, general Ciro do E. S. Cardoso, e o também
general Caiado de Castro, chefe da Casa Militar da Presidência, visita-
ram pessoalmente a redação, conversaram com os repórteres e observa-
ram as fotos. O Estado-Maior do Exército do Ar também foi alertado e
enviou os majores Artur Peralta e Fernando Hall, o capitão Minio Scevo-
la e o perito em fotografia Raul Alfredo da Silva.
Numa desconcertante mudança de atitude, os Estados Unidos
manifestaram-se através do adido militar na embaixada dos Estados Uni-
dos no Brasil, coronel Hughes:

72
"Estou muito impressionado. Os negativos são extraordinários e não
posso duvidar de sua autenticidade. Pela primeira vez no mundo, fotografa-
mos um disco voador em condições que não se prestam a nenhuma dúvida."
Em 10 de maio, a Força Aérea Brasileira (FAB) — ou seja, três dias
depois do "encontro" ovni — tinha reunido uma equipe de especialistas,
encarregada de encontrar uma "explicação convencional para essas fotos".
Até mesmo chegaram a fabricar uma maquete de madeira idêntica
ao ovni, que foi lançada ao ar no mesmo lugar, hora, direção e condi-
ções em que foi fotografado o objeto da Barra da Tijuca.
A FAB tirou centenas de fotos. Foram feitas plantas muito precisas
da topografia daqueles lugares e praticamente esgotaram-se as possibili-
dades técnicas da época quanto à análise dos cinco negativos.
Mas esta exaustiva investigação dos militares permaneceu secreta até
3 de outubro de 1954. Nesse dia, no transcorrer de uma palestra proferi-
da na Escola Superior de Guerra, parte do segredo foi revelado. Soube-
se, então, que existia tal investigação oficial e — mais importante ainda
— que o veredicto da Força Aérea Brasileira era positivo. As fotos da Ti-
juca eram rigorosamente autênticas.
Somente anos mais tarde, em 11 de outubro de 1959, a sociedade
tomou conhecimento da transcendência dessa investigação militar. Por
ocasião de uma transmissão televisionada, Fernando C. Nunes Pereira,
veterano investigador brasileiro, revelou ao grande público as conclusões
da FAB, bem como detalhes de tal investigação.
Nunes investigava o assunto ovni desde 1948 e tivera acesso aos ar-
quivos secretos da Força Aérea Brasileira.
Através deste programa do Canal 9 da televisão brasileira — intitula-
do "O enigma do espaço" —, o investigador contou como recebera um
dia uma ligação do coronel João Adil de Oliveira, que acabara de ser cha-
mado para a direção da primeira comissão oficial brasileira para o estudo
dos ovnis (a ordem procedia do general Eduardo Gomes, futuro ministro
do Exército). O coronel Oliveira convidou o investigador a apresentar-se
perante o Estado-Maior do Exército do Ar, para depor sobre uma deter-
minada observação ocorrida em 1948. Ao chegar ao lugar, encontrou
outros convidados particulares, bem como oficiais da base aérea de Gra-
vataí (Porto Alegre — RS), que, em 24 de outubro de 1954, puderam
observar um vôo de cinco ovnis sobre a base, durante várias horas. Num
determinado momento, também encontrou na sala de reuniões os jorna-
listas de O Cruzeiro, que também tinham sido convocados pelo coronel
Adil de Oliveira.

"Nunca pudemos obter cinco fotos seguidas"

"Naquela tarde" — conta Fernando Cleto Nunes — "ouvimos, vive-


mos e aprendemos muitas coisas. Mas o mais interessante foi que, em

73
plena discussão, o coronel Adil mandou buscar um 'dossiê'. Declarou que
ele continha todo o estudo realizado pela FAB sobre o caso da Barra da
Tijuca. Quando abriu o relatório — que era enorme —, um disco de ma-
deira caiu em cima da mesa. O silêncio entre os assistentes foi total.
"Teria sido descoberta a suposta fraude de Keffel e Martins? Estes
seguiram os movimentos do coronel com suma atenção, mas não fica-
ram perturbados.
"O coronel rompeu o silêncio, dirigindo-se a João Martins:
" — O senhor se lembra, Martins, que várias pessoas testemunha-
ram ter visto alguns homens lançando um disco para o ar e fotografando-
o? Realmente, aquelas testemunhas viram esses homens lançando um
disco semelhante ao que os senhores fotografaram. Mas obviamente não
podiam ser os senhores pela simples razão de que éramos nós, os milita-
res, que estávamos efetuando a investigação..."

Ampliações da primeira, ter-


ceira e quarta fotos das pá-
ginas 6 9 e 7 2 .

74
"Nos dias posteriores à observação, dirigimo-nos ao local e tentamos
reproduzir uma seqüênca fotográfica idêntica à dos senhores...
"Lançamos este disco que podem ver aqui, após comprovar posi-
ção do Sol, altitude, jogos de luzes e sombras, trajetória do objeto etc.
Posso lhes dizer que tiramos centenas de fotos semelhantes às dos se-
nhores, mas na verdade nunca conseguimos uma seqüência de cinco fo-
tos consecutivas.
"Todas as medidas foram verificadas inúmeras vezes e transferidas
para planos que comparamos com as fotos. Estudou-se minuciosamente
o relatório de cada testemunha, bem como a vida particular e profissional
de cada jornalista.
"Chegamos a admitir que nenhuma trucagem era possível e que o
assunto era totalmente autêntico. Depois desta convicção, através de cál-
culos obtivemos estimativas das dimensões do ovni fotografado e das suas
diversas posições no céu. Os resultados dessas medidas efetuadas pela
FAB são apresentados aqui, sob forma de reconstituições." (Ver esque-
mas nas páginas seguintes.)

Uma carta reveladora

A este relatório dos militares brasileiros seria acrescentado, anos mais


tarde, o testemunho de um destacado médico do Rio de Janeiro, envia-
do por carta à minha boa amiga Irene Granchi, uma das melhores pes-
quisadoras da América do Sul e representante no Brasil da prestigiosa
organização APRO.
"Numa tarde ensolarada — diz a carta — estava viajando de carro
pela Barra da Tijuca em companhia de minha namorada (atualmente mi-
nha esposa). Era um dia de trabalho, mas eu estava de folga. Por volta
das 15:00h, dirigimo-nos para o Recreio dos Bandeirantes pela avenida
beira-mar, quando, na altura do km 6, a nossa atenção foi atraída por
um objeto metálico, aparentemente muito longe no céu. Em princípio pen-
samos que se tratava de um avião que refletia o Sol, mas, prestando mais
atenção, vimos que este objeto estava imóvel. Parei o carro e observa-
mos então este curioso fenômeno sem poder identificá-lo. Naquela épo-
ca não se falava de discos voadores e em nenhum momento pensamos
que poderia tratar-se disso.
"Ficamos dois ou três minutos olhando para o objeto, mas de repen-
te ele se moveu a grande velocidade e depois desapareceu por trás das
colinas da Barra. Depois de seu desaparecimento, continuamos nosso ca-
minho e logo nos esquecemos do incidente. Qual não foi a nossa surpre-
sa quando na semana seguinte lemos na revista O Cruzeiro uma sensa-
cional matéria sobre o objeto que tínhamos observado. Constatamos, as-
sim, que o que vimos era real e que podia ser fotografado..."

75
A carta é concluída da seguinte maneira:
"P.S.: Sou médico e não gostaria de nenhum tipo de publicidade
nem alguma menção de meu nome caso a senhora revele estes detalhes
que lhe transcrevo confidencialmente."
A carta está assinada, embora o nome do médico — como pedia
o interessado — tenha sido silenciado. Posso dizer que tal médico goza
de excelente reputação entre os seus colegas.

A Comissão Condon ataca novamente

Mas apesar do veredicto da Força Aérea Brasileira — totalmente po-


sitivo — e do testemunho dos repórteres e do médico do Rio, o famoso

"J

<J

78
O pesquisador Eduardo Buelta realizou o presente croqui, baseando-se na
primeira fotografia da Barra da Tijuca.

relatório Condon norte-americano — fundado em outubro de 1966 e que


sobreviveu até novembro de 1968 com a finalidade de desmoralizar os
relatórios sobre ovnis — considerou "negativo" o caso da Barra da Tiju-
ca. Os cientistas da Universidade do Colorado, liderados pelo dr. Edward
U. Condon, membro do departamento de Física, qualificaram o assunto
de fraudulento, sem terem estudado os negativos, sem terem entrado em
contato com as testemunhas e sem levarem em consideração a formidá-
vel e volumosa investigação dos militares brasileiros.
Uma bela forma de estudar "cientificamente" os casos ovni, muito
parecida com a de um grupo de ufólogos espanhóis — que se autopro-
clama "científico" — e que no caso concreto do mundialmente famoso
"incidente de Manises" (11 de novembro de 1979) divulgou à imprensa
a possibilidade de que aquele gigantesco ovni de 200 metros de compri-
mento que se aproximou de um SuperCaravelle "fosse um caça
norte-americano...".
Assim como os "estudiosos" do relatório Condon, os mencionados
"cientistas" de Valência também não estabeleceram contato com o capi
tão do Exército do Ar espanhol que perseguira três discos que tinham apa

79
recido naquela madrugada nos céus espanhóis, nem investigaram entre
as testemunhas do aeroporto valenciano ou junto aos pilotos do avião
de passageiros...
Apesar de tudo isso, o "porta-voz" dos ufólogos valencianos, Sr. Bal-
lester Olmos, lançou aos quatro ventos que "o ovni de Manises podia ser
um avião de combate da VI Frota Norte-Americana, destacada no Medi-
terrâneo...". O "fora" foi histórico.
Mas continuemos com o caso da Tijuca.
Como disse, a opinião da FAB não foi compartilhada pelos america-
nos Menzel e Boyd. Ao analisarem os documentos fotográficos de O Cru-
zeiro, estas "águias" nova-iorquinas da investigação ovni repararam num
"detalhe" que, segundo eles, punha em dúvida a autenticidade dos ne-
gativos e de todo o assunto.
Na foto — afirmaram — o objeto aparecia iluminado pela esquerda,
enquanto uma palmeira situada num plano posterior — em cima de uma
colina — estava claramente iluminada do lado direito.
Os homens do relatório Condon, que ficaram conhecendo o caso
através de W. K. Hartmann, astrônomo da Universidade do Arizona (Es-
tados Unidos) e especialista na análise de fotos da Lua, basearam a sua
"sentença" nos dados proporcionados por Menzel. E apesar de reconhe-
cerem que dispunham apenas de informações fragmentadas e de segun-
da mão sobre o caso, arquivaram o tema, rotulando-o de "fraudulento".
Apesar daqueles quase 400.000 dólares de subvenção para as in-
vestigações, o dr. Condon deve ter considerado que o Brasil ficava muito
longe do Colorado...
Mas o que havia de certo no assunto da palmeira?
Na época dos fatos e no momento em que as fotografias foram tira-
das — 16:30h —, naquela região (24 graus de latitude sul), o Sol brilha-
va em direção noroeste. Segundo o plano realizado pela Força Aérea Bra-
sileira para a quarta fotografia, a elevação do Sol era então de 27 graus
e 30 minutos e o ovni deslocava-se para a direita, o que parece estar de
acordo com a continuaçao dos fotogramas.
Quanto a esta aparente contradição entre a iluminação do objeto e
a do tronco de uma palmeira da colina, o dr. Olavo T. Fontes, represen-
tante da "Aerial Phenomena Research Organization" (APRO) no Brasil,
a explica da seguinte maneira:
"A solução é muito simples. Existem duas palmas quebradas e secas
na árvore, e uma delas está inclinada, enquanto a outra está grudada ao
tronco. As folhas são responsáveis por esta sombra particular."
O jornalista João Martins concordou plenamente com esta opinião,
assinalando outro detalhe significativo. Para o repórter, a "sombra" na
palmeira seria apenas "o escurecimento natural do tronco do lado oposto
aos ventos dominantes que chegam do oceano: o lado diretamente ex-

80
posto a estes ventos carregados de sal é sempre muito mais claro". E num
ataque frontal à Comissão Condon, Martins assegurou:
"Em nenhum período do ano é possível ter sombra sobre esse lado
direito da palmeira, exceto se admitirmos que o sol pode sair pelo sul e
ocultar-se pelo norte...
"Para perceber isso, é preciso dirigir-se até o lugar, como fizeram os
membros da FAB..."
Os representantes da APRO, que foram até a Barra da Tijuca pou-
cos dias após o avistamento, puderam ratificar os argumentos expostos
por Martins.
Mas os membros do relatório Condon negaram-se a consultar estes
dados e informações, considerando que os trabalhos da Força Aérea Bra-
sileira não passavam de superstições.
Apesar de tudo isso, o título oficial de seu relatório definitivo foi "Es-
tudo científico de objetos voadores não identificados"...

Não existem provas da venda dos negativos

Não quero encerrar este novo "clássico" da ufologia mundial sem


mencionar o assunto econômico, inevitavelmente ligado a muitos desses
casos fotográficos.
Durante anos especulou-se sobre a venda de tais negativos ao go-
verno dos Estados Unidos, a organizações particulares de investigação ovni
e quem sabe a quantos países ou organismos, sem esquecer a CIA,
naturalmente.
Entrei em contato com os diretores da revista O Cruzeiro e pude ave-
riguar que este material foi oferecido sem qualquer remuneração.
Os famosos 25.000 dólares pagos pelos Estados Unidos ao Brasil são
pura fantasia. Ninguém comercializou os negativos, embora também seja
certo que grupos inescrupulosos colocaram à venda nos Estados Unidos
e outras regiões do mundo reproduções das fotos da Tijuca, além de im-
primirem nas fotos e transparências a advertência "reprodução proibida".
Segundo todos os indícios, os famosos cinco negativos continuam
em poder da revista em lugar seguro, como é lógico. No fim das contas,
trata-se de outra prova — uma das mais espetaculares de toda a história
ovni — da presença de naves extraterrestres no nosso mundo.

Luzes misteriosas sobre Nova York

Desde os primeiros meses de 1952, os radares norte-americanos de-


tectaram uma inusitada onda de objetos voadores não identificados em
boa parte do território dos Estados Unidos.

81
Os relatórios começaram a multiplicar-se no Centro de Informação
Técnica Aérea (CITA), situado na base aérea de Wright-Patterson, em
Dayton (Ohio).
Mas a grande "onda" chegaria aos Estados Unidos no mês de julho.
Pela primeira vez na história norte-americana, os ovnis "passearam" ma-
terialmente sobre a Casa Branca...
Um mês antes, em junho, um habitante de Nova York obtinha uma
série de fotos de pelo menos três objetos muito luminosos que sobrevoa-
ram a cidade dos arranha-céus. A Força Aérea — que incluiu o caso no
seu Livro Azul — considerou estes objetos como "desconhecidos". Cu-
riosamente, em 1974, um habitante de Minneapolis (Minnesota) obteria
uma imagem muito parecida com a de junho de 1952.
Estes instantâneos foram considerados autênticos pelos militares ame-
ricanos, embora eles não soubessem explicar seu significado.

Utah: dos patos às gaivotas

Nenhum filme foi estudado com tanto esmero e esforço pelas Forças
Armadas norte-americanas como o obtido em 2 de julho de 1952 no es-
tado de Utah.
Naquele dia, o oficial Delbert C. Newhouse, fotógrafo-chefe naval
com mais de 1000 horas de missões de fotografia aérea em seu currículo,
estava dirigindo pela estrada nacional 305, de Washington a Portland,
no Oregon. Estava acompanhado pela esposa e dois filhos.
Tinham acabado de deixar para trás a cidade de Tremonton, em Utah,
quando a Sra. Newhouse mostrou ao marido um estranho grupo de lu-
zes brancas que estavam voando no céu.
Newhouse estacionou o carro e desceu, a fim de observar melhor
o fenômeno. Não precisou de muito tempo para compreender que o
que estava vendo não tinha nada a ver com o que costumava filmar
ou fotografar habitualmente nas bases militares. Lá em cima, mais de
12 objetos com forma de disco davam voltas, a cerca de 3000 metros
de altura.
Não se pareciam em absoluto com aviões ou outras armas aéreas,
e o fotógrafo correu para o veículo para pegar sua câmara fotográfica —
uma Bell and Howell de 16mm —, iniciando uma das mais importantes
filmagens de ovnis do mundo.
Conseguiu 1200 fotogramas. Isto é, um minuto e 15 segundos e uma
imagem especialmente nítida de um daqueles discos que se dirigia para
o leste, enquanto o resto dos ovnis desaparecia pelo oeste.
Algum tempo depois do "encontro", o capitão Ruppelt entrevistou-
se durante duas horas com Newhouse. Naquela época, Ruppelt já aban-

82
donara a aviação e o projeto Livro Azul. A conversa, portanto, foi muito
mais aberta.
Mais tarde Ruppelt escreveria que "falara com muitas pessoas que
tinham dado informações sobre ovnis, porém poucas o tinham impres-
sionado tanto como o fotógrafo da Marinha".
"Fiquei sabendo que quando ele e a família viram os ovnis pela pri-
meira vez — prossegue Ruppelt —, eles estavam perto do automóvel,
muito mais perto que quando Newhouse filmou a cena. Utilizando as pró-
prias palavras da testemunha, 'se fossem do tamanho de um B-29, esta-
riam a 3000 metros de altitude'.
"Tanto o marinheiro quanto sua família tinham observado bem os
objetos. Estes pareciam 'duas formas para bolo, uma virada em cima de
outra'. Não 'supunha' apenas que os ovnis tinham forma de disco; sabia
disso, ja que a vira claramente. Perguntei-lhe porque não dissera isto ao
oficial de Informações que o interrogara. Ele respondeu-me que o fizera.
Lembrei-me então de ter enviado ao oficial de Informações uma lista de
perguntas para serem respondidas por Newhouse. A pergunta 'que as-
pecto tinha o ovni?' não estava entre elas, porque quando se tem a foto
de algo não é preciso perguntar qual é seu aspecto. Nunca saberei por
que este oficial de Informações não nos transmitiu a informação."

1000 homens-hora

Como disse anteriormente, as Forças Armadas norte-americanas nun-


ca dedicaram tanto tempo e dinheiro a uma investigação fotográfica. O
laboratório fotográfico naval de Anacostia, em Maryland, investiu mais
de 1000 homens-hora na análise de cada faceta do filme de Utah, como
ele é conhecido entre os militares.
Por outro lado, o laboratório fotográfico da Aviação, situado na ba-
se aérea de Wright-Patterson (o "templo" do projeto Livro Azul), tam-
bém o submeteu a um minucioso estudo e avaliação. Os analistas da Ma-
rinha chegaram à transcendental conclusão:
"... trata-se de fotografias de veículos inteligentemente controlados
(não aviões)."
Naturalmente, tiveram o cuidado de não descrevê-los como veícu-
los espaciais...
Para não perder o costume, a Aviação afirmou que "as imagens fil-
madas poderiam ter sido a luz refletida num bando de gaivotas...".
Estava claro. Dos patos de Lubbock, em 1951, passara-se às gaivo-
tas de Utah. A indignação de Newhouse e sua família, bem como a cons-
ternação dos marinheiros, não teve limites. Anos mais tarde, Newhouse
— não se sabe se por "vingança" — abandonou as Forças Armadas e

83
passou a fazer parte da NIC AP, um grupo de investigações particulares
que a Aviação considera seu pior inimigo no assunto ovni. Isto ocorreu
em 1955.

E mais fácil descobrir o mentiroso que o coxo

Mas as parciais conclusões da Aviação norte-americana sobre o "fil-


me de Utah" se veriam em maus lençóis pouco tempo depois.
Em 29 de janeiro de 1953, durante uma viagem a Washington, o
capitão Ruppelt foi informado de uma notícia que fez os militares treme-
rem: os jornalistas sabiam da existência do filme de Newhouse e exigiam
vê-lo. Ruppelt concordou e decidiu-se que os dados concretos sobre este
incidente ovni seriam enviados ao capitão Harry B. Smith, que os passa-
ria ao Sr. Chop, do escritorio de informação pública do Departamento
da Defesa. Este também redigira um comunicado para a imprensa.
Isto foi descoberto num memorando ou comunicação confidencial
nos arquivos do projeto Livro Azul. Em tal documentação — de 11 de
fevereiro de 1953 — dizia-se também:
"Em sua análise, o laboratório da Aviação infere que:
"a. Tem a razoável certeza de que o brilho das imagens do filme ex-
cede o de qualquer ave.
"b. Os objetos não são balões esféricos.
"c. Os objetos poderiam ser aviões. (Nota: A ausência de som prati-
camente elimina a possibilidade de serem aviões. Em combate aéreo, os
aviões podem ser ouvidos a quase qualquer altitude. Além disso, a zona
de observação não era uma área limitada, e é duvidoso que tais vôos pu-
dessem ser efetuados nas rotas aéreas.)"
Quanto ao informe da Marinha, eis aqui as conclusões, que também
figuram no referido memorando:
"Os objetos são:
"a. Autoluminosos, ou fontes de luz.
"b. Não podem ser aviões nem balões.
"c. Não se conhece nenhuma ave que reflita luz suficiente para cau-
sar as imagens que aparecem no filme."
O assunto estava claro. Enquanto os laboratórios da Aviação deixa-
vam em evidência o fato de que "o brilho das imagens do filme excede
o de qualquer ave", os altos comandos do Exército do Ar preferiram as
"gaivotas"...
Para cúmulo dos males, posteriormente o relatório Condon aceitou
a "maravilhosa" teoria das gaivotas, sustentada pelo Livro Azul. E a im-
prensa e os cidadãos, tanto dos Estados Unidos como do resto do mun-
do, tiveram de comungar com o veredicto de Condon e companhia...
Assim foi feita e assim ainda se faz a história ovni.

84
As luzes de Salem: reflexos luminosos e algo mais

Precisamente pela minha condição de profissional do jornalismo desde


1965, acho que conheço um pouco meus colegas, tanto os que agem
no terreno puramente literário como os que cuidam das ilustrações.
Estes últimos, que muito admiro, desenvolvem um trabalho repleto
de responsabilidade e aventura, às vezes tão incompreendido como me-
nosprezado. Só aqueles que não os conhecem a fundo podem permitir-
se afirmações e pareceres como os que o dr. Hynek emitiu no caso ovni
que nos ocupa.
Mas vejamos os fatos.
Em 16 de julho de 1952, o guarda-costas americano Shell Alpent,
da Guarda Costeira norte-americana de Salem (Massachusetts), tirou uma
fotografia na qual podem ser observadas quatro luzes de forma ovóide.
Segundo o fotógrafo, a foto foi tirada através de uma janela, com uma
câmara 4/5 Busch Pressiman.
A testemunha observou durante vários segundos umas luzes que pa-
reciam oscilar. Pegou a câmara que estava em cima de uma mesa próxi-
ma e, após ajustar o foco em "infinito", percebeu que as luzes tinham
se atenuado.
Saiu correndo do quarto em busca de outras testemunhas e quando
regressou percebeu que as luzes estavam brilhando de novo e com a mes-
ma intensidade. Quando se aproximou da janela, elas tinham desapare-
cido.
O próprio fotógrafo declarou que talvez se tratasse de algum tipo de
refração ou reflexo terrestre...
Isto foi o que aconteceu naquele 16 de julho.
No dia seguinte, R. G. Eastman, membro do Departamento de Fi-
nanças da mencionada Guarda Costeira estadunidense, elaborou um re-
latório oficial. O fotógrafo oficial do posto aéreo foi entrevistado às 8:54h
de 17 de julho no laboratório fotográfico do posto. Pouco depois, às 9:30h,
era novamente entrevistado na enfermaria. Também proporcionou infor-
mação o comandante-em-chefe deste posto aéreo em Salem.

"Livro Azul": trata-se de reflexos

A análise do negativo — que foi devolvido (fato estranho) à Guarda


Costeira — assinalou que a foto era "uma sobreimpressão e, portanto,
falsa".
Em outubro de 1963, o caso foi reaberto, estimando-se que "como
o fotógrafo colocara o foco em 'infinito' e os quatro objetos apresentavam-
se confusos e fora de foco, a imagem representava apenas um reflexo
de luz procedente de uma fonte interior — provavelmente as luzes do te-
to — na janela".

85
E aqui intervém o Sr. Hynek — considerado o número um da ufolo-
gia norte-americana — afirmando:
"... eu concordaria com a avaliação do Livro Azul sobre a teoria de
um reflexo luminoso na janela."
Mas na minha humilde opinião, o assunto não está claro. Como dis-
se anteriormente, conheço os profissionais da fotografia, e sei de sua ca-
pacidade de observação — não esqueçamos que se trata de seu trabalho
—, bem como de perícia.
Para começar, se a testemunha e fotógrafo profissional da Guarda
Costeira de Salem disse que "as luzes pareciam oscilar", é mais do que
provável que isso tenha ocorrido. Desde quando existem luzes fixas num
teto que possam oscilar?
Por outro lado, o Sr. Hynek — que duvido tenha entrevistado
Alpent — não estranha que luzes internas possam aparecer e desapare-
cer no vidro de uma janela em questão de segundos. Isto foi o que ocor-
reu na sede da Guarda Costeira, segundo o relatório da testemunha.
Sugeriria ao Sr. Hynek que fizesse o teste. A surpresa pode ser
maiúscula...
Além do mais, desde quando um fotógrafo profissional se sente im-
pressionado por alguns reflexos no vidro de uma janela? Simplesmente
absurdo.
Se Shell Alpent ficou surpreso por esse grupo de luzes, saindo cor-
rendo do aposento para buscar a câmara e outras testemunhas, é porque
ali havia "algo" que realmente chamou sua atenção.
Para um fotógrafo profissional, insisto, teria sido suficiente dar um
passo para frente ou para trás para, em caso de dúvida, esclarecer o con-
flito dos supostos reflexos.
Além disso, se os "peritos" do Livro Azul foram assaltados pela
dúvida dos "reflexos luminosos", por que não repetiram diversas vezes
a fotografia? Teria sido sumamente cômodo "procurar" as citadas luzes
do teto do aposento e fotografar o suposto reflexo...
Nada disso foi feito.
E Hynek aceitou tranqüilamente a hipótese oficial.
Se os quatro objetos encontravam-se "fora de foco", isto pode se
dever a outras razões que, pelo visto, não foram "consideradas" pelos
"peritos" do Livro Azul nem pelo "sumo sacerdote" da ufologia norte-
americana.
Nos meus arquivos existem numerosas fotografias — realizadas ao
ar livre — nas quais aparecem imagens de objetos totalmente fora de fo-
co, apesar de o fotógrafo ter colocado o foco em "infinito". Como pode
ser entendido este fato?
Do meu ponto de vista, há uma coisa que não pode ser esquecida.
Estamos diante de um fenômeno desconhecido, diferente de tudo e fora

86
das normas e leis da nossa — disse "nossa"' — lógica. Por isso, é possível
que aquelas "luzes" fotografadas pelo membro da Guarda Costeira de Sa-
lem apresentassem uma imagem "fora de foco" ou sem definição. Mas
não por erro do fotógrafo e sim pela sua própria natureza.
Qualquer fotógrafo amador sabe que um "ponto de luz" — no qual
só a luz seja considerada — jamais nos dará uma total e absoluta defini-
ção, como pode suceder, por exemplo, com uma casa, um asno ou a
barba de Hynek...
O que pode acontecer com qualquer fotógrafo — por muito expe-
riente que seja — é que, devido ao nervosismo, a imagem apareça "bor-
rada". Em outras palavras, sem definição.
Será que não foi isso o que aconteceu com o fotógrafo de Salem?
Ainda ignoro — embora já tenha me informado — qual foi a velocidade
colocada por Alpent no momento de fotografar as "luzes". Se tal veloci-
dade não foi a correta ou os objetos "oscilavam" a uma velocidade supe-
rior à marcada pela testemunha, eles teriam saído fora de foco. Mas isso
não supõe que as "luzes" fossem simples reflexos.
Para completar — e levando em consideração os "antecedentes" sus-
peitos do projeto Livro Azul em geral —, qual outro resultado podia ser
esperado? Só me parece estranho que o dr. Hynek, perito no assunto,
aceitasse as conclusões oficiais sobre as fotos de Salem.
E como estamos falando de fotografia, seria bom verificar os crité-
rios do amigo Hynek para julgar a validade de uma fotografia ovni. Ele
diz textualmente:
"... A suposta fotografia de um ovni, especialmente um disco diur-
no, não deve ser levada a sério a menos que obedeça às seguintes condi-
ções: 1) a foto deve ser tirada na presença de testemunhas inatacáveis,
que também tenham observado o objeto nesse momento; 2) os negati-
vos originais devem ficar à disposição para seu estudo, já que não se po-
de efetuar uma análise adequada unicamente com as cópias; 3) a câma-
ra também deve ficar disponível para estudo; 4) o dono da fotografia de-
ve estar disposto a testemunhar sob juramento que a fotografia é genuí-
na; isto é, que a fotografia mostra o que se pretende: um ovni."
Aceito as três últimas condições, porém não a primeira, para mim
de grande importância.
E possível — conheço casos — que em algumas fotos ovni a teste-
munha não mereça excessiva confiança. Mas em inúmeros outros casos
isto não ocorre. O fotógrafo e a testemunha são merecedores do maior
respeito. Qualquer pesquisador com um mínimo de "horas de vôo" nes-
te trabalho conhece dezenas deles. Por que então duvidar das suas fotos
ainda que efetuadas sem testemunhas?
Esta postura me parece tão frágil como a do juiz que não aceitasse
o depoimento de uma testemunha de assassinato simplesmente porque
"não havia outras testemunhas com o declarante".

87
Não sei se isso já ocorreu, mas gostaria de saber o que aconteceria
se certo dia o dr. Hynek fosse surpreendido por um ovni e conseguisse
fotografá-lo. Que poderíamos pensar dele — seguindo à risca os seus cri-
térios — se nesse momento ele estivesse satisfazendo suas necessidades
maiores ou menores e totalmente sozinho...?
Acho que o afã analítico de Hynek é válido, porém sem chegar a
extremos.
Por isso, não estou de acordo com o veredicto oficial sobre a foto-
grafia de Salem. Uma pesquisa nova e profunda talvez nos leve a uma
interpretação e a conclusões diferentes.
Ao contrário do que proclamam muitos ufólogos e segundo o que diz
a lei nos casos habituais de erros, delitos etc., prefiro inclinar-me pela "ino-
cência" do fotógrafo, pelo menos enquanto não tivermos provas eviden-
tes da sua "culpa" na fraude ou erro fotográfico... Em outras palavras: to-
da foto ovni pode ser autêntica ou "inocente" até prova em contrário.

França: estranha "máquina" diante de um engenheiro

O Sr. Frégnale, engenheiro e experiente fotógrafo amador, dava um


passeio na tarde da sexta-feira 18 de julho de 1952 pelas imediações do
lago Chouvet, no departamento Puy-de-Dome, na região central da Fran-
ça. O céu estava de um azul radiante, só encoberto no horizonte por al-
guns cúmulos. Por volta das 18:00h, quando já soprava uma leve brisa
do noroeste, o Sr. Frégnale avistou repentinamente, ao longe, um disco
voador. Deslocava-se completamente em linha reta, procedente do no-
roeste, a uma velocidade de um avião esportivo, a uma altura de 1000
metros. O engenheiro pôde tirar quatro fotografias do objeto voador não
identificado. Entre cada foto houve um intervalo de tempo de cerca de
oito segundos. Quando o filme terminou, ainda perseguiu o disco voa-
dor, silencioso, com seus binóculos. Para sua surpresa, a estranha má-
quina desapareceu repentinamente do seu campo visual, o que fez com
que duvidasse da realidade física que tinha observado. No entanto, suas
fotos mostraram claramente o disco escuro que, em sua parte superior,
tinha algo com brilho claro metálico. O astrofísico francês Pierre Guérin
examinou posteriormente estas fotografias e ampliações originais,
considerando-as autênticas. Como fato digno de especial interesse, des-
cobriu uma estrutura debilmente reconhecível na zona inferior da máqui-
na, que sempre se encontrava exatamente em direção oposta à do vôo,
isto é, que com inclinação crescente da trajetória de vôo, assinalava para
cima. O fotógrafo nunca se ocupara do assunto dos "objetos voadores
não identificados". Além do mais, no início dos anos 50, esse fenômeno
era pouco conhecido na França.

88
Einstein intercede a favor dos ovnis

Naquela noite o Pentágono tremeu. Tremeu a Casa Branca. E a Força


Aérea. E acho que até mesmo o planeta Vênus.
A notícia — de página inteira — de ovnis sobre Washington ofuscou
até mesmo as manchetes sobre a convenção nacional do Partido Demo-
crata.
Naquela madrugada de 19 a 20 de julho de 1952, os ovnis "passea-
ram" tranqüilamente sobre os céus do "coração" administrativo-estratégico
do país mais poderoso do mundo.
Sabia-se — e benevolamente aceitava-se — que os ovnis apareciam
em qualquer um dos estados da União, mas nem a Força Aérea nem a
CIA podiam aceitar que eles sobrevoassem Washington DC...
A "onda" ovni — especialmente captada pelos radares norte-ameri-
canos — começara em março desse mesmo ano de 1952.

Uma carta ".secreta"

Em 9 de março registrou-se uma observação múltipla em radar nas


proximidades da base aérea de Selfridge, em Michigan. O alvoroço cau-
sado pelos ovnis foi tal que o coronel Neal J . 0'Brien, ajudante-geral do
ar no quartel-general do Comando Aéreo Continental (base de Mitchell,
Nova York), chegou a enviar a seguinte carta — classificada como "se-
creta" — ao diretor de Informações, no quartel-general da aviação ame-
ricana (Washington):

1. Para sua informação, anexamos dois relatórios referentes à ob-


servação por radar de um objeto voador não identificado.
2. Considera-se digno de especial atenção o fato de que o objeto
tenha sido visto nas telas de dois (2) radares.
3. Solicitou-se o comentário de peritos técnicos deste quartel-general,
que é parcialmente reproduzido aqui para o seu conhecimento.
a. Embora se saiba relativamente bem que diversas condições ionos-
féricas causam reflexos a freqüências menores, considera-se geralmente
que essas camadas não causam nenhum efeito nas freqüências utilizadas
pelos dois equipamentos de radar mencionados, exceto quando inver-
sões de temperatura ou outras condições atmosféricas ou troposféricas
causam deformações e reflexos falsos. Presumindo-se que tenham existi-
do tais condições ideais no momento das observações, é concebível que
uma pequena mudança concreta na ação lateral física com relação ao apa-
relho de radar possa causar uma mudança aparentemente maior na posi-
ção relativa do "objeto" tal como foi observado na tela de radar, devido
aos diversos comprimentos de trajeto tomados pela energia do radar até

89
e desde o "objeto', em função das camadas de sensibilidade de freqüên-
cia e ângulos de incidência da onda propagada. Apesar disso, a grande
diferença nas freqüências dos equipamentos de radar Faixa L-CPS-5 e
Faixa S-CPS-4 e a evidente correlação de observações entre estes dois
aparelhos praticamente excluem a possibilidade de efeitos anômalos de
observação. Além disso, a magnitude de velocidade e acelerações dos
movimentos tridimensionais dos "objetos" descritos excedem a capacida-
de de conduta conhecida dos veículos mais leves que o ar em vôo
controlado.
b. Esta improbabilidade também é confirmada pelo fato de que o "ob-
jeto" foi descrito como estacionário no espaço livre durante um período
médio de dois minutos.
c. O que se afirma nos relatórios adquire maior validade pelas decla-
rações de que os primeiros indícios, que foram a grandes altitudes, foram
observados no buscador de altitude CPS-4 antes de serem observa-

v
Julho de 1 9 5 2 . O radar captou seis "alvos" não identificados sobre a cida-
de de Washington (Estados Unidos). Eis aqui outra das inegáveis provas dos
ovnis.

90
dos no equipamento de vigilância por radar CPS-5. Isto obedece à lógica
e à experiência direta, pois se sabe que a cobertura de grande altitude
do CPS-5 é medíocre e que a antena não se pode inclinar automatica-
mente como ocorre com o CPS-4, onde o controlador pode inclinar a
antena dentro de amplos limites para observar qualquer objeto situado
a grande altitude ou em ângulo elevado. Cabe assinalar que a anterior
experiência direta com um equipamento CPS-5 de vigilância por radar
indicou que os alvos captados a distâncias e altitudes como as indicadas
no relatório respectivo teriam provavelmente uma taxa de reflexo corres-
pondente à ordem de magnitude de um B-29 ou maior.
d. Na falta de diagramas de cobertura vertical e horizontal para os
postos específicos de radar, e de relatórios meteorológicos globais para
a região durante o período de tempo em que foram efetuadas essas ob-
servações, não é viável neste momento um estudo ou avaliação comple-
ta.
e. Em resumo, é inconcebível que um fenômeno eletrônico conhe-
cido, ou a combinação de vários fenômenos eletrônicos, possa produzir
todas as observações abrangidas pelos relatórios anexos.
4. Nos últimos tempos, tem aumentado a freqüência de relatórios
desta natureza; conseqüentemente, foram enviadas a todas as instalações
de radar pertencentes a este comando instruções para comunicarem to-
da observação de objetos insólitos na tela.
5. Recomenda-se que os relatórios sobre observações de objetos não
identificados sejam reexaminados para sua apresentação por todas as agên-
cias regionais interiores da Aviação.
Assinado: Neal J . 0'Brien, coronel da aviação dos Estados Unidos,
ajudante-geral do ar, para o Comandante-Geral.

A teimosia oficial

Uma das principais testemunhas desta observação por radar — o


primeiro-tenente da Aviação norte-americana Francis E. Parker — afir-
mou, num documento escrito e confidencial, que aquele objeto foi "vis-
to" no radar a uma altura de 14.000 metros. Naquele momento voavam
na região de Selfridge vários F-80, pertencentes ao grupo 56 de caças
interceptores da referida base aérea de Selfridge.
"Eu sabia que a altitude máxima atribuída aos caças — conta Parker
— era de 7000 metros...
"Por outro lado, tanto eu como o resto do grupo de operadores de
radar compreendemos que 'aquilo' não podia ser uma nuvem nem um
fenômeno meteorológico. A claridade, estreiteza e definição do 'alvo' na
tela eram sem dúvida de um avião. O alvo apresentava-se de maneira
semelhante a um F-80, embora talvez mais estreito."

91
Aquela observação prolongou-se durante 45 ou 60 minutos, segun-
do registro no caderno de bitácula do controlador. Das 19:45 às 20:30h,
o objeto permaneceu sobre os nossos caças, embora a uns 6000 metros
acima deles.

VERIFICATION FOR LENS FLARE


maam Wmthinw tmnÒ.€. U.F.O. f#r««í/»i»

7\ J3 «1

•»** mxmm *tm m um nsmmmtx w


% wmm «tm tum mmm m m «m;
O asüMi mas (wm «w » mmm

Para alguns pesquisadores, a famosa formação sobre o Capitólio de Washing-


ton é a p e n a s uma série de reflexos óticos, provocados pelas luzes que apa-
recem na parte inferior do d e s e n h o . O ICUFON, por exemplo, fala d e efeito
"lens flare" e especifica que a data em que esta foto foi tirada n ã o foi junho
ou julho de 1 9 5 2 , mas sim 1 9 6 5 . Este raciocínio e s t á b a s e a d o nas declara-
ç õ e s do arquiteto responsável pelo edifício, que r e c o n h e c e u a s obras de
carpintaria n a s janelas do Capitólio. Tais obras, aparentemente, foram fei-
t a s no mencionado ano d e 1 9 6 5 e n ã o em 1 9 5 2 . Outros pesquisadores, po-
rém, n ã o acham que s e trate de um efeito "lens flare". Entre outras razões,
porque o s "lens flare" n ã o s ã o visíveis para o olho humano, embora sejam
c a p t a d o s pela c â m a r a . S e o s objetos foram fotografados s o b r e o Capitólio
porque estavam s e n d o vistos, n ã o s e pode falar de "lens flare". P a r a que
e s t e f e n ô m e n o d e "lens flare" o c o r r a exige-se uma iluminação lateral par-
cial da lente frontal, t ã o intensa que a parte ou fração d e s t a energia difun-
dida no interior da máquina fotográfica seja comparável à energia lumino-
s a recebida normalmente no c a m p o da objetiva. O a s s u n t o , c o m o vemos,
n ã o foi resolvido, de forma alguma. S e r ã o necessários novos estudos e aná-
lises. (Ref. foto)

92
Durante este período de cerca de 45 minutos, o tenente Mattson e
outros membros do grupo informaram que o alvo permanecia imóvel nu-
ma mesma posição e avançava de uma posição de 270 graus, 110 quilô-
metros a 13.000 metros para outra posição (358 graus), 80 quilômetros
e mesma altitude, em quatro ou cinco minutos.
Este movimento — segundo o operador de radar — atribuía ao ob-
jeto uma velocidade superior aos 2200 quilômetros por hora.
As 20:52h, o aparelho sumiu da tela PPI e foi captado durante pe-
ríodos de um e dois minutos até 180 quilômetros. Deteve-se no ar du-
rante cerca de dois minutos, quando já se encontrava a 170 quilômetros
da base.
"Naturalmente — confirmou o tenente —, a tela CPS-5 foi muito
exata nessa noite, o que foi confirmado pelos pilotos dos F-80 a partir
de muitas posições geográficas que lhes foram dadas pela mesa de radar."
Pois bem, apesar dessa nitidez na tela, desses 2200 quilômetros por
hora (não nos esqueçamos que estamos no ano de 1952), das bruscas su-
bidas e descidas, das paradas do objeto, de ter perdido até dois quilôme-
tros de altura num segundo e desses 14.000 metros de altitude nos quais
voava, no projeto Tinia1 o assunto foi classificado como "um balão"...

1. A pesquisa oficial dos militares norte-americanos sobre os ovnis iniciou-se em 30 de dezembro


de 1947, seis meses depois do famoso encontro do piloto civil Kenneth Arnold sobre o Mount Rainier.
Dias antes, 23 de setembro, o prestigioso general Twining enviou uma carta ao general-em-chefe da
Força Aérea, dando-lhe a sua opinião sobre os ovnis e recomendando-lhe que se iniciasse um amplo
estudo sobre estes objetos. Assim nasceu o chamado projeto Sign, cuja responsabilidade (e este é um
fato muito significativo) foi delegada ao Centro de Inteligência Técnica do Ar.
Em 16 de dezembro de 1948, o projeto Sign deu origem ao Grudge, que terminaria suas avalia-
ções de 244 relatórios em agosto de 1949. Estas avaliações destacavam "que os ovnis não constituíam
nenhum perigo para a segurança dos Estados Unidos".
Do citado projeto Sign passou-se ao Tirria, no qual — é preciso dizer isso — as contribuições
negativas do dr. Hynek sobre os relatórios ovnis recebidos desempenharam papel decisivo, fazendo o
projeto chegar à conclusão de que "os ovnis simplesmente eram impossíveis".
Em 27 de dezembro de 1949, a Aviação anunciou que o projeto Tirria fora extinto. Após este
relatório negativo, houve outras investigações oficiais, embora em menor escala. Em dezembro de 1961,
a Força Aérea dos Estados Unidos entrou em contato com uma organização industrial privada para reali-
zar um estudo detalhado sobre os ovnis. O estudo, conhecido como Relatório Especial 14, foi concluído
em 17 de março de 1954. Dos 14 expedientes, os 13 primeiros dedicam-se a assuntos relacionados
com a administração, e só o último fala dos ovnis.
Nos primeiros anos da década de 50, devido ao súbito incremento de casos ovni, o problema
voltou aos escritórios oficiais norte-americanos. No final de 1952, estabeleceu-se uma "mesa consulto-
ra". Semanas mais tarde — entre 14 e 18 de janeiro de 1953 —, estes dados foram examinados e ava-
liados, chegando-se pela segunda vez à conclusão de que os ovnis existiam e não representavam um
perigo para os Estados Unidos.
Em março de 1952, o projeto Grudge tornou-se conhecido como Livro Azul, que não tem nada
a ver com livro algum — e que desde então vem reunindo todo tipo de informação sobre os ovnis, sob
a direção dos seguintes oficiais: de março de 1952 a fevereiro de 1953: capitão E. J . Ruppelt; fevereiro
de 1953 a julho do mesmo ano: primeiro-tenente Bob Olsson; julho de 1953 a maio de 1954: nova-
mente o capitão Ruppelt; março de 1954 a abril de 1956: capitão C. Hardin; abril de 1956 a outubro
de 1958: capitão George T. Gregory; outubro de 1958 a janeiro de 1963: tenente-coronel Robert Friend;
e de janeiro de 1963 a dezembro de 1969: tenente-coronel Hector Quintanilla.

93
Tanto os pilotos de combate como os operadores de radar militares
— como continua acontecendo hoje — tiveram de permanecer mudos
ante essa solene estupidez da Força Aérea (USAF). Dos patos passara-se
às gaivotas e destas aos balões. E ainda restavam as gastas explicações
do planeta Vênus, das miragens, alucinações e intoxicações alcoólicas...

Abatam-nos!

Assim, com uma crescente preocupação nas altas esferas militares


e na espionagem norte-americanas por causa das visitas ovni, chegou
aquela longa e funesta noite de 19 a 20 de julho de 1952.
Às 23:40h (hora de Washington), o controlador Nugent alertou o
chefe da sala. Na tela do radar observavam-se oito ecos não identifica-
dos, um deles "muito forte". Deslocavam-se entre 100 e 130 milhas por
hora. Marry G. Varnes, chefe dos operadores, comunicou-se com a tor-
re de controle do aeroporto, que lhe informou que lá também estavam
sendo vistos na tela os misteriosos objetos, mas não sabia do que se tratava.
Os alvos eram captados a leste e sul do citado aeroporto. No telha-
do da torre de controle, fora colocado um observador com binóculos de
longo alcance que confirmou estar vendo um objeto cor de laranja, que
evoluía nas proximidades das pistas. Os controladores enviaram a infor-
mação ao comando militar correspondente, porém os "caças" não deco-
laram, aparentemente porque precisava-se de mais informação. Quase
simultaneamente, numerosos pilotos civis começaram a enviar informa-
ções sobre "esquadrilhas" de cerca de oito a 10 objetos brilhantes que
voavam entre Washington e Martinsburg.
Segundo a leitura dos radares, aqueles objetos apresentavam-se nas
telas como "blips" ou pontos brilhantes.
De repente, dois desses objetos saíram da formação, situando-se so-
bre a Casa Branca, e um terceiro sobre o Capitólio (zonas de vôo proibi-
do) . O fato era suficientemente grave para alertar as bases aéreas nova-
mente. Os controladores chamaram o comando da Defesa Antiaérea e
a base do Andrews Field, localizada no estado de Maryland e separada
de Washington pelo rio Potomac. A resposta da base foi incrível:
"Também os detectamos. Infelizmente não pudemos enviar aviões
para interceptá-los porque as pistas estão em reformas e todos os caças
estão destacados em Newcastle. Conseqüentemente, os interceptadores

Em outubro de 1966, nascia o nefasto relatório Condon, com uma subvenção de 313.000 dóla-
res da Força Aérea dos Estados Unidos, que foi elaborado pela Universidade do Colorado, sob a direção
do dr. Condon. A comédia durou até novembro de 1968. "Os ovnis não existem", afirmou Condon,
olimpicamente. Aquele estudo, porém, serviu fielmente aos fins do Pentágono. Em 17 de dezembro
de 1969, o secretário da Aviação, Robert Seamans, deu por finalizado o projeto Livro Azul. (N. A.).

94
terão de vir de Delaware, o que supõe pelo menos meia hora de demo-
ra..."
A confusão oficial aumentava a cada momento e às três da madru-
gada os ovnis continuavam sobre o céu de Washington, como se estives-
sem na casa da sogra...
De repente, a torre do aeroporto da capital norte-americana captou
algo muito mais espetacular. Um operador chamado Zacko, que vigiava
a tela de "alta velocidade" viu um objeto que se deslocava como um fo-
guete. Nesse momento encontrava-se sobre o Andrews Field e dirigia-se
para Riverdale. Quando ele desapareceu da tela, Zacko e outro controla-
dor computaram a velocidade do eco: 11.500 quilômetros por hora!
Por volta das três da madrugada, finalmente apareceram os caças.
Os ovnis — como sempre — tinham acabado de desaparecer. Como não
os encontraram, os interceptadores retornaram à base. E quinze minutos
mais tarde, os objetos apareciam novamente sobre a capital federal, per-
manecendo até o amanhecer.
Apesar da hora, algumas testemunhas observaram os ovnis em ter-
ra. Uma delas foi E. W. Chambers, engenheiro em radiotelefonia, que
os viu quando estava saindo da estação da emissora de rádio WRC, de
Washington. Eram cinco e meia da madrugada. Chambers declarou que
os cinco discos, após voarem na horizontal e em perfeita formação, mu-
daram de rumo, elevando-se a grande velocidade.
Nesse mesmo momento — 5:30h — o controlador Ritchey informa-
va ter visto 10 alvos não identificados nas proximidades do aeroporto
nacional.
A última observação por radar ocorreu às 5:40h. Os peritos em ra-
dar contabilizaram até sete alvos sobre a região.
A notícia da "invasão ovni" sobre Washington vazou para a impren-
sa e a opinião pública pediu explicações à Força Aérea e ao Pentágono.
Foi um escândalo de tais proporções que os militares prometeram ocupar-
se do assunto. E os dias se passaram.
Mas quando a Força Aérea pensou que tudo voltara à normalidade,
que o assunto já fora esquecido, os ovnis regressaram a Washington.
E foram vistos vários deles...
Seis dias depois daquela jornada histórica, formações inteiras de ob-
jetos não identificados situaram-se de novo sobre a capital federal, desa-
fiando os caças norte-americanos. A evidência foi tamanha que um ofi-
cial da Força Aérea deu ordem de abrir fogo e abater os objetos.
Isto ocorreu em 26 de julho de 1952. Vários cientistas de primeira
linha — inclusive Albert Einstein — protestaram ante a Casa Branca por
causa dessa ordem e exigiram que ela fosse anulada. A ordem de "abati-
mento" foi retirada pela Casa Branca antes das 17:00h.

95
Eis aqui um documento irrefutável: ovnis em formação detectados no ra-
dar do Centro de Controle de Washington, quando rodeavam um c a ç a F-94
que tentou interceptá-los. Estas naves também foram observadas a olho nu
por William Patterson. Que poderão alegar o s hipercríticos e "negativistas"
diante de uma evidência como e s t a ?
A história de 19 a 20 desse mesmo mês de julho tornou a ocorrer:
formações de até 12 ovnis nas telas de radar, pilotos comerciais que ob-
servaram os discos, pilotos de combate que tentaram inutilmente perse-
guir os objetos e testemunhas — milhares de testemunhas — em terra.
Como é natural, os jornais do país dedicaram-se a atacar a Força
Aérea, pedindo explicações satisfatórias. O mais ácido dos comentários
apareceu no Rocky Mountains News, de Denver (Colorado):
"E tão incrível como aterrorizador que a nossa Força Aérea, com to-
dos os recursos que possui, ainda não tenha podido identificar esses ob-
jetos. Se os chamados 'discos voadores' constituem um experimento su-
jeito a segredo militar, já está na hora de despojá-los dessa crostra de se-
gurança em prol da sanidade mental nacional. J á existem muitos perigos
reais no mundo para acrescentar a estes perigos imaginários e desneces-
sários.
"Igualmente — concluía o editorial —, se se ignora de verdade o que
tais objetos são, enquanto não obtivermos a resposta verdadeira não po-
deremos continuar orgulhando-nos dos nossos avanços científicos e mili-
tares."

Mentira após mentira

A sociedade norte-americana clamou novamente por uma explica-


ção racional e limpa. Assim, o "alto comando" foi obrigado a convocar uma
entrevista coletiva. Em 29 de julho, o general John Samford apresentava-
se diante de centenas de jornalistas. Com ele encontravam-se o coronel
Bover, do Departamento de Investigações Técnicas, o conhecido capitão
Ruppelt, do Livro Azul, o também capitão Roy L. James, especialista em
vôo, o Sr. Griffing e outros técnicos e especialistas em ovnis.
Numa demonstração de total cinismo, os militares afirmaram que os
ecos nas telas de radar deviam-se a inversões de temperaturas e nada mais.
Um dos jornalistas perguntou ao general Samford "qual seria sua opinião,
se os ecos tivessem sido reais".
"Neste caso — respondeu o general — a resposta deverá ser dada
pelos astrônomos, já que eles ficam permanentemente estudando o céu
com seus telescópios. Se tivessem observado algo, já o teriam registrado
e fotografado, pois contam com todos os elementos necessários para is-
so." Deliberadamente, os responsáveis pela Defesa Nacional ocultaram
dos jornalistas os verdadeiros fatos registrados naquelas duas noites do
mês de julho.
O general Samford não parecia estar muito informado sobre os nu-
merosos testemunhos de astrônomos que tinham visto ovnis. Além dis-
so, seu desconhecimento sobre as possibilidades de os observatórios as-
tronômicos contemplarem estes objetos era maiúsculo.

97
Os instrumentos ótico-astronômicos destinados à observação de cor-
pos celestes muito distantes da Terra — e a isso geralmente se dedicam
os astrônomos — não são os mais adequados para registrar o desloca-
mento de ovnis nem para registrar a passagem de aviões ou pássaros.
A razão é óbvia: focalizado no infinito, o campo visual do telescópio, a
uma distância relativamente curta da Terra, é muito restrito, e o trânsito
de um objeto veloz se dá em fração de segundo, tal como demonstra Os-
car Adolfo Uriondo na sua obra El problema científico de los ovnis. Con-
seqüentemente, não existindo um programa de busca sistemática, a de-
tecção e a fotografia de ovnis dependem totalmente do fator sorte.
Em suma, aparentemente os ovnis não captaram as palavras do ge-
neral Samford — ou será que sim? —, porque pouco tempo depois vol-
taram aos Estados Unidos.

Peru: um ovni em apuros?

Aquele agitado julho de 1952 seria encerrado com outras fotogra-


fias ovni não menos espetaculares: a peruana de Puerto Maldonado e
a série de Nova Jersey, nos Estados Unidos.
A primeira foi tirada no dia 27 pelo inspetor da alfândega do Peru,
Domingo Troncoso, nas proximidades de Puerto Maldonado.
A fotografia foi corroborada por várias testemunhas, que viram o ovni
passar — num vôo horizontal —, deixando um rastro de fumaça seme-
lhante ao de alguns aviões a jato.

98
O objeto — de tipo fusiforme — não fazia o menor ruído. Contem
plando esta imagem (página 98), é possível perguntar se também esses
aparelhos sofrem avarias, como acontece com nossos aviões. Tratava-se
realmente de um rastro de fumaça, produto de uma possível combustão,
ou de um ovni em apuros?

Outros negativos "sensacionais"

Dois dias mais tarde, em 29 de julho, um jovem americano — Geor-


ge Stock — obtinha uma série de fotografias (ver na página seguinte) qua-
lificada como "notável" pelos peritos.
Naquele dia, o fotógrafo estava no jardim de sua casa, em Passaic
(Nova Jersey), em companhia de um amigo, quando viu um objeto cir-
cular cinzento e com uma cúpula na parte superior. O objeto permane-
ceu imóvel sobre a região durante aproximadamente um minuto.
Segundo os cálculos das testemunhas, o ovni podia encontrar-se a
uns 200 metros de altura e muito perto do jardim. Poderia ter 12 metros
de diâmetro.
Conservou-se imóvel durante alguns segundos e, após oscilar,
desapareceu.
John Riley, que também estava assistindo, rebobinou o filme usado
por Stock.
O documento fotográfico foi oferecido ao jornal local. Pouco depois,
um misterioso agente governamental do Escritório de Investigação Cien-
tífica solicitou os cinco negativos emprestados. Após vários meses e nu-
merosas reclamações, Stock finalmente conseguiu que lhe devolvessem
o filme original.
As fotos de Stock foram tiradas precisamente no dia seguinte ao da
famosa foto da "Skywatch Tower", em plena cidade de Nova York. O
documento foi obtido por August C. Roberts. O objeto também foi visto
por um grande número de "vigilantes do céu".
Roberts entregou a fotografia à Defesa Civil norte-americana.
Mas o ano ainda não "morrera", fotograficamente falando...

Itália: o documento definitivo... se fosse verdade

Não posso assegurar que o presente documento seja autêntico. Se


pudesse fazer isso, todas as fotografias e testemunhos deste relatório se-
riam inúteis...
Mas o que pretendo é averiguar a verdade.
Eis aqui a breve, porém estarrecedora, história desta seqüência foto-
gráfica, supondo — é lógico — que o autor esteja dizendo a verdade.

99
Estas extraordinárias fotografia
obtidas em 1 9 5 2 por um rapaz ei
Nova J e r s e y são excepcionais, ei
tão entre as melhores do mundo.

JéSé
* ^fppH

J /
Na manhã de 31 de julho de 1952, por volta das 9:30h, o Italiano
Giampiero Monguzzi, funcionário da Società Edison, estava em compa
nhia da sua esposa no Cherchen, um glaciar do maciço de Bernina. Esta-
vam aproveitando um dia no campo...
O competente investigador Perego assim relata o caso, diretamente
investigado por ele:
"... Monguzzi viu aproximar-se de repente e aterrissar a uma cente-
na de metros, sobre a borda de um vale próximo, um objeto com clara
forma de disco.

Impressionantes fotografias de um s e r extraterrestre junto à sua nave. O


ovni apresenta em sua parte superior uma longa antena. Segundo a teste-
munha, o traje do estranho ser parecia s e r inflado com ar.

"O italiano quis aproximar-se imediatamente, porém sua mulher, ater-


rorizada, suplicou-lhe que não se afastasse dela. Monguzzi tirou duas foto-
grafias. Viu sair então do ovni um ser totalmente coberto por uma espécie
de traje espacial, que parecia totalmente inchado de ar e com uma 'mochi-
la' nas costas, da qual saía uma antena.
"As testemunhas também observaram que outra antena saía do dis-
co. O 'piloto' deu uma volta completa ao redor do disco voador, como se
o estivesse examinando.

101
"Monguzzi aproveitou o momento e tirou outras três fotos do supos-
to humanóide e da nave.
"Depois o objeto elevou-se e desapareceu. A afortunada testemu-
nha ainda tirou mais duas fotos do disco que se afastava."
Após revelar ele mesmo o filme, compreendeu que tinha em mãos
um dos mais sensacionais documentos da história da Humanidade: um
ser do espaço com seu traje de "cosmonauta"!...
Ofereceu o seu trabalho a alguns jornais e agências de notícias que
chegaram a oferecer cifras fabulosas pela compra dos negativos. No en-
tanto, a seqüência era tão extraordinária que logo começaram a surgir
dúvidas e suspeitas. E o assunto continuou assim durante muito tempo.
Finalmente, Monguzzi aceitou as condições do semanário Época, com
a secreta esperança de ficar famoso. Mas, ao contrário do que podia ima-
ginar o italiano, as reações foram muito negativas. E a polêmica reiniciou-
se. Aquilo acarretou sérios problemas para Monguzzi, que ficou desem-
pregado durante quase dois anos devido aos comentários dos repórteres
do citado semanário. Estes tinham afirmado que as fotos de Monguzzi
eram apenas "fantásticas montagens".

102
Mas o caso continua em aberto. Os negativos, analisados cuidado-
samente, não demonstraram qualquer manipulação, embora — como dizia
no princípio — a própria espetacularidade das imagens fez investigadores
e estudiosos pensarem que "ali havia algo estranho".
Se algum dia chegar a demonstrar-se a autenticidade da seqüência
do glaciar de Bernina, a presença de seres extraterrestres no nosso mun-
do terá deixado de ser uma especulação.

BERNJNA L ANDINOS FRONT- AND SIDE VIEWS


1 . HIONf VrtW | 3 . J ^ jjMWt mmmw**.«—»

StDÍ VliW

Gráfico realizado pelo Major Coman Vonkeviczky, diretor do ICUFON: 1, po-


sição frontal do fotógrafo; 2 , perspectiva alterai: a partir dos 6 metros, a
câmara enfocava "infinito", e com e s s e dado o ICUFON calculou a distância
em que estava o ovni: 6 0 a 7 0 metros; 3 , dados meteorológicos.

Adamski viu os mesmos "vaga-lumes" que o astronauta Glenn

E se Adamski tivesse razão? Fiz esta pergunta a mim mesmo em di-


versas ocasiões e tenho de reconhecer que não sei o que pensar. Não
possuo provas de peso que desfaçam minha desconfiança, mas também
não quero cair no fanatismo pseudocientífico daqueles que negam estes

104
possíves contatos com seres do espaço, sem conceder sequer a oportunl
dade de uma exposição aberta dos fatos.
Que posso pensar então do que ocorreu naquela quinta-feira, 20 de
novembro de 1952, no deserto da Califórnia?
Segundo George Adamski — que continuara com suas experiências
fotográficas no Monte Palomar —, às 12:30h de tal quinta-feira foi quan-
do ele teve seu primeiro contato pessoal com um homem de outro mundo.
"Chegou num disco voador — conta Adamski — e o encontro ocor-
reu no deserto da Califórnia, a 16 quilômetros de Desert Centre, em di-
reção a Parker (Arizona)."
O astrônomo amador afirma que, durante esse ano de 1952, além
das suas fotos, fizera múltiplas visitas ao deserto, em busca dos possíves
lugares onde os ovnis poderiam ter descido.
"Mas sempre regressei com as mãos vazias..."
Nos últimos dias de agosto, Adamski recebeu no Palomar Gardens
a visita do Sr. e Sra. Bailey, de Winslow, Arizona. Eram estudiosos do
assunto dos discos voadores e afirmaram tê-los visto em algumas oca-
siões. Falaram-lhe de outro casal amigo — o dr. George Williamson e
sua esposa — também interessados pelo fenômeno.
"Pouco depois — explica Adamski — meus quatro novos amigos
visitaram-me no Palomar. E após permanecerem alguns dias na minha
casa, pediram-me que lhes avisasse quando tentasse fazer um contato com
os 'discos voadores'.
"Assim, na noite de 18 de novembro, liguei para eles, comunicando-
lhes que na noite seguinte estava pensando em ir até Blythe, na Califór-
nia. Aceitaram meu convite e combinamos encontrar-nos na quinta-feira,
20, de manhã."
Dito e feito. Adamski, que viajava em companhia de sua secretária,
Lucy McGinnis, e da Sra. Alice K. Wells, encarregada do café de Palo-
mar Gardens, encontrou os dois casais no local combinado, em Blythe.
Tomaram café e conversaram sobre a região mais propícia para empreen-
der a aventura. Finalmente decidiram-se por Desert Centre. Entraram pela
estrada que leva a Parker e, após terem percorrido cerca de 17 quilôme-
tros, George propôs que estacionassem os carros e caminhassem pelo de-
serto.
Antes de empreender a exploração, o grupo resolveu comer alguma
coisa. Nesse momento, escutaram o ruído de um avião — um bimotor
— que estava voando sobre a cadeia montanhosa existente do outro la-
do da estrada. Ao se afastarem, os exploradores viram um grande objeto
prateado, na mesma direção na qual o avião surgira. Tinha a forma de
um charuto e conservava-se a grande altura, em completo silêncio.
De repente, a gigantesca nave mudou de cor, passando para um tom
alaranjado. Adamski e seus companheiros contemplaram-na com binó-

105
culos e observaram que tinha uma marca escura num dos seus lados. Pa-
recia um distintivo.
O dr. Williamson, que servira na Força Aérea durante a guerra, de-
clarou que aquele signo não tinha nada a ver com os dos aviões america-
nos ou de outros países.

O venusiano

Adamski acrescenta que "naquele momento convenceu-se de que


a misteriosa nave estava em sua busca...".
Por isso pediu que Lucy o levasse até um lugar mais afastado e, jun-
to com Bailey, entraram no carro. Após percorrem um quilômetro pela
estrada, afastaram-se desta, penetrando no deserto.
Quando o carro não pôde continuar, Adamski pegou seu equipa-
mento fotográfico, bem como seu inseparável telescópio de seis polega-
das, e começou a montá-lo. Pediu então que seus acompanhantes re-
gressassem até onde estava o resto do grupo e observassem a distância.
"Voltem daqui a uma hora..."
Ajudado por Bailey, Adamski montou sua câmara Kodak Brownie,
bem como o telescópio.
Quando o veículo se afastou, a nave — que permanecera imóvel
sobre as cabeças de Adamski e seus amigos — afastou-se para o horizon-
te. Aparentemente, aproximavam-se aviões de combate.
Aos poucos, Adamski começou a perceber um brilho no céu. Tratava-
se de uma pequena nave circular da qual chegou a tirar sete fotografias.
"Mas — sempre segundo George Adamski — a súbita presença de ou-
tros dois caças obrigou o veículo espacial a se afastar."
Os aviões descreveram dois círculos e arastaram-se.
"Tirei mais duas fotografias com a minha Brownie para obter uma
exata situação do terreno, caso minhas fotos anteriores não tivessem saí-
do bem. Quando acabei, comecei a refletir sobre o que vira... Mas meus
pensamentos foram interrompidos por alguém que, a cerca de 400 me-
tros, estava me fazendo sinais. Parecia um homem e indicava que eu me
aproximasse.
"Perguntei-me quem poderia ser e o que estava fazendo ali, em ple-
no deserto. Tinha certeza de não tê-lo visto antes. Além disso, por onde
chegara? Pelas montanhas? Impossível. Pela estrada? Também não, já
que o teríamos visto.
"Por um momento pensei que era alguém que precisava de ajuda
e por isso dirigi-me até ele.
"Enquanto me aproximava, tive a estranha sensação de que deveria
ser prudente. Olhei em volta para ter certeza de que nós dois éramos com-
pletamente visíveis para meus companheiros. Não havia razão para sen-

106
Fotografia obtida por Adamski à s 7 : 5 8 do dia 1 ? de maio de 1 9 5 2 . Trata-se
de uma "nave-mãe", e as "janelinhas" aparecem nitidamente.

tir temor porque o homem não parecia ter nada fora do normal. Percebi
que era mais baixo e muito mais jovem que eu. Somente duas coisas cha-
maram a minha atenção ao aproximar-me: suas calças não eram como
as minhas. Pareciam aquelas usadas para esquiar. Perguntei-me o que
estaria fazendo com estas roupas em pleno deserto...
"Além disso, seus cabelos eram compridos até os ombros, e o vento
os agitava." Adamski salienta que neste momento perdeu todo o temor.
"Deixei de preocupar-me se meus amigos estavam contemplando a
cena, como eu lhes pedira. Aquele homem já estava a um metro de mim...
"Então compreendi tudo. Era um ser de outro mundo. Mas eu não
vira a sua astronave..."

"Estendeu-me a mão"

Adamski calculou a idade daquele homem em 28 ou 30 anos, com


um peso de 60 quilos e uma altura de 1,67 metro, aproximadamente.
"Seu rosto era redondo e sua testa, muito alta. Seus olhos, de um
verde acinzentado, eram grandes e ligeiramente oblíquos. Seu olhar era
sereno. Os pômulos eram um pouco mais altos do que os de um ociden-
tal, embora não tanto como os de um asiático. Seu nariz era reto e não
muito grande.Tinha uma boca bem proporcionada e ao falar ou sorrir pu-
nha à mostra uma dentadura perfeita e muito branca.
"Para romper o feitiço que me dominava, estendeu-me a mão. Quis
corresponder a este gesto com o nosso clássico aperto de mãos. Mas ele
negou-se sorrindo e, sacudindo a cabeça de leve, em vez de segurar mi-

107
nha mão, como se faz habitualmente na nossa sociedade, apoiou sua pal-
ma contra a minha apertando levemente. Interpretei isto como um sinal
de amizade. A pele de sua mão era tão delicada como a de uma criança.
Seus dedos, longos e estilizados. Acho que, com outra roupa, poderia
passar facilmente por mulher.
"Lembro-me que fiquei chocado pela sua falta de barba. Sua tez era
bronzeada, porém sem sinal de pêlo.
"Estava vestido com uma espécie de macacão. Tive a impressão de
que se tratava de um traje de viagem e que os homens do espaço usam
essa roupa como os terráqueos usam roupas adequadas para seu traba-
lho.
"Aquele macacão era de cor marrom-chocolate. Era formado por uma
blusa bastante larga com gola alta e justa e mangas compridas e amplas
— tipo raglã — com punhos apertados.
"O cinto media cerca de 20 centímetros de largura. As únicas notas
de cor em toda a sua indumentária consistiam em duas faixas de uns três
centímetros de espessura, nas bordas superior e inferior do cinto. Eram
mais claras, de um marrom-dourado.
"As calças também eram largas e ajustadas nos calcanhares. Não vi
botões, nem casas-de-botão nem zíperes. Também não era possível ver
bolsos nem costuras. A forma como essa roupa era feita ainda é um mis-
tério para mim.
"Também não usava anéis nem pulseiras, nem nenhum outro enfei-
te. Também não dava a impressão de usar armas.
"Seus sapatos eram de cor sangue-de-touro. Pareciam ser feitos de
algum tipo de tecido diferente do da roupa, de uma consistência seme-
lhante ao couro. Esta matéria era extraordinariamente leve, já que per-
mitia perceber claramente os movimentos que fazia com os pés. Seus sal-
tos eram mais baixos que os dos nossos sapatos, e as pontas eram qua-
dradas."

Dificuldades na conversação

A conversa foi difícil, já que o suposto ser espacial quase não falava
inglês e Adamski logicamente não compreendia a língua do forasteiro.
Foi preciso recorrer à comunicação telepática e à linguagem univer-
sal dos sinais. Desta maneira, o terráqueo ficou sabendo da origem venu-
siana do interlocutor, da preocupação reinante naquele planeta por cau-
sa das bombas atômicas humanas e do sistema de propulsão da nave do
"venusiano": uma espécie de aplicação dos princípios universais de atra-
ção e repulsão. O extraterrestre explicou-lhe que as explosões nucleares
eram perigosas por causa das nuvens radiativas resultantes, que afeta-
vam o espaço exterior. Indicou-lhe também que se se continuasse com
essas explosões, o planeta inteiro corria perigo.

108
Adamski perguntou-lhe como viera, e o "venusiano" mostrou-lhe uma
pequena nave — a mesma que vira anteriormente — suspensa a poucos
metros do chão, atrás de uma depressão do deserto.
Explicou-lhe que estes pequenos aparelhos eram transportados pela
gigantesca aeronave que tinham visto anteriormente e que as pequenas
bolas de luz ou fogo que tinham observado em algumas ocasiões eram
uma espécie de raio explorador.
O homem dos cabelos loiros contou-lhe que vários colegas seus ti-
nham encontrado a morte na Terra, por falhas mecânicas ou devido a
agressões dos humanos.
Estavam falando há quase uma hora, quando o extraordinário visi-
tante apontou para os pés e deixou umas marcas na areia. Lá aparece-
ram desenhos estranhos, provocados pelas solas dos sapatos.
Encaminharam-se depois para a astronave, que Adamski descreve
como feita de um material de grande dureza, porém translúcido. O apa-
relho estava suspenso no ar e, na sua parte inferior, havia três bolas que
deviam constituir um sistema de aterrissagem.
A nave terminava numa cúpula e, na sua parte superior, havia algo
parecido com uma lente grossa, que emitia luz e que nas fotografias tira-
das por Adamski parece uma espécie de aro.
Antes de subir na astronave, o "venusiano" pediu a Adamski um dos
filmes fotográficos que guardava no bolso, prometendo devolvê-lo, o que
ocorreu semanas depois daquele primeiro encontro — a 13 de dezembro
— quando um dos tripulantes de uma nave lançou o filme por uma de
suas aberturas. No filme, Adamski encontrou uma misteriosa mensagem,
que ainda não pôde ser decifrada.
No final da conversa, o "venusiano" pediu-lhe que não se aproxi-
masse demais da nave. Mas Adamski esqueceu-se da advertência e pe-
netrou sob a borda externa do ovni.
"Uma força desconhecida puxou então meu braço para cima e um
momento depois lançou-o violentamente contra um dos lados do meu
corpo. Podia mexê-lo, mas a poderosa energia o deixou insensível."
O estrangeiro tranqüilizou Adamski, assegurando-lhe que recupera-
ria a sensibilidade do braço, como aconteceu mais tarde. "A minha preo-
cupação naquele momento — comenta Adamski — não era o braço, mas
sim as chapas fotográficas que obtivera anteriormente e que não sabia
se tinham sido prejudicadas por aquelas forças."
Concluído assim o encontro, o "venusiano" despediu-se do amigo.
Escalou um aterro situado atrás do disco voador, saltou pela borda da
estrutura e penetrou no veículo, sem que Adamski conseguisse ver como
o fizera.
Segundos depois, a nave — semelhante a um grande sino de cristal
— perdia-se no espaço.
Transcorrera uma hora.

109
O relato foi publicado nos jornais e, naturalmente, criou-se uma gran-
de polêmica. Algumas sociedades místicas americanas acreditaram que
Adamski era um profeta e o assunto cresceu desmesuradamente. Um gru-
po fundou a George Adamski Subscription Found, e George tornou-se
mundialmente famoso. Deu várias palestras e, numa viagem pela Euro-
pa, entrevistou-se com a rainha Juliana da Holanda, o que causou um
grande escândalo.
Depois deste primeiro encontro com o suposto "venusiano", Adamski
afirmou ter tido outras entrevistas, tendo chegado a penetrar numa des-
sas naves, da qual proporcionou desenhos e planos. Segundo o astrôno-
mo amador, os homens do espaço transportaram-no num dos seus veí-
culos até a Lua.
O primeiro relato de Adamski mereceu grande credibilidade, já que
fora efetuado na presença — embora a certa distância — de outras seis
testemunhas.
Este grupo chegou a fazer uma declaração sob juramento ante um
tabelião, cujo texto foi o seguinte:
"Os abaixo-assinados declaram solenemente que, tendo lido os de-
talhes proporcionados por George Adamski sobre sua entrevista com um
extraterrestre chegado num disco explorador, estes coincidem com tudo
o que eles presenciaram."
Como já mencionei, estas testemunhas eram o casal Bailey, de Wins-
low (Arizona), o dr. George Hunt Williamson e sua esposa, residentes
em Prescot (Arizona), a Sra. Alice K. Wells, proprietária do Palomar Gar-
dens e admistradora da cafeteria do local, e a Sra. Lucy McGinnis, secre-
tária de Adamski.

Curiosas coincidências

Adamski faleceu em 1965, aos 74 anos de idade, de morte natural.


Foi sepultado no Cemitério Nacional de Arlington, destinado aos heróis
da nação. Lá está a tumba ao soldado desconhecido, bem como a do
presidente Kennedy. Ninguém conseguiu averiguar até agora por que um
humilde cidadão que administrava um restaurante no Monte Palomar re-
cebeu tal distinção. Decidi que não descansarei até averiguá-lo.
Mas além desse fato — de certa significação — algumas das afirma-
ções de George Adamski, reveladas nos primeiros anos da década de 50,
começaram a ser confirmadas cientificamente. Vejamos alguns exemplos.
Em 1953, em sua obra Los platillos voladores han aterrizado e, em
1955, com Dentro de Ias naves espaciales, Adamski lançou uma série
de notícias absolutamente desconhecidas naqueles anos pelos cientistas.
No seu livro Inside the space ships aparece algo que resultaria de im-
portância primordial e que anos mais tarde seria repetido pelos astronau-

110
tas norte-americanos em Cabo Canaveral. Na página 76 da obra men
cionada, ele diz:
"... estava muito surpreso ao ver o panorama do espaço que é total-
mente escuro; no entanto, em volta de nós ocorriam estranhas manifes-
tações, como se bilhões e bilhões de vaga-lumes voassem por todas as
partes, movimentando-se em todas as direções, como de fato fazem os
vaga-lumes. No entanto, estes eram de muitas cores, como um celestial
e gigantesco fogo pirotécnico, tão belo que chegava a ser imponente."
Devemos lembrar que isto foi escrito em 1955. Somente sete anos
mais tarde, em 1962, John Glenn, astronauta dos Estados Unidos, diria
o seguinte numa entrevista coletiva:
"Quando olhei para fora, minha primeira impressão foi que estava
observando um campo completo de estrelas, e que a cápsula na qual via-
java tinha se elevado enquanto eu olhava pela janela e me encontrava
diante de novos campos de estrelas. Mas isto não ocorria assim. Descobri
que uma infinidade de coisas pequeninas, que em princípio considerei
estrelas, eram objetos brilhantes de cores amarela, verde e muitas mais,
que possuíam a aparência de vaga-lumes voando numa noite escura.
"Estas pequenas partículas — prosseguiu Glenn — estavam a uma
distância de 10 pés — uns três metros — da cápsula e havia literalmente
milhares delas.
"Tudo o que eu podia ver aos lados da cápsula, via também ao lon-
go do trajeto; mais tarde, quando virei e me dirigi para a direção de onde
as luzinhas pareciam vir e onde a luz do sol vinha de baixo, muitas dessas
coisinhas pareceram desaparecer. No entanto, muitas outras vinham atrás
da cápsula. Neste campo viajava a uma velocidade muito lenta; acho que
de três a cinco milhas por hora, e aquelas coisinhas pareciam estar distri-
buídas em volta da cápusla e não como se tivessem emanado dela.
"Existem muitas pessoas — finalizou o astronauta — que têm reali-
zado investigações e formulado suas hipóteses. Eu não tenho nenhuma
teoria, simplesmente aceito que vi aquelas coisas nas três órbitas que rea-
lizei em volta da Terra e durante o mesmo período de tempo" (publicado
em 2 de fevereiro de 1962 no The New York Times).
Como podemos explicar esta coincidência entre o que foi descrito
por Adamski em 1955 e John Glenn em 1962? Pessoalmente, já faz muito
tempo que não acredito em acasos...

Os cinturões de Van Allen

Eis aqui outra curiosa "coincidência". Na página 199 do seu livro Los
platillos voladores han aterrizado, Adasmski escreve:
"... A força radiativa das bombas nucleares, testadas por algumas
nações da Terra, pode chegar a ter efeitos mais intensos no espaço se
sair da atmosfera terrestre."

111
Nave fotografada por
Adamski em 2 0 de novem-
bro de 1 9 5 2 ; este mesmo
tipo de ovni seria fotogra-
fado posteriormente no Rei-
no Unido por pessoas que
não tinham nada a ver com
o astrônomo amador do
Monte Palomar.

Isto foi escrito em 1953. E nas páginas 91 e 92 de Dentro de Ias na-


ves espaciales, expõe o seguinte:
"Como a radiação e a força provocadas pelas explosões de potência
nuclear ainda não saíram da influência ou atmosfera da Terra, as radia-
ções estão constantemente colocando em perigo a vida dos habitantes
deste planeta..."
Cinco anos mais tarde, em 1958, os cientistas descobriram os cha-
mados cinturões de Van Allen. Estes cinturões, como se sabe, estão for-
mados por radiação.

112
Atmosfera na Lua

Também parece insólito que, em 1955, na página 158 de sua obra


Dentro de Ias naves espaciales, o astrônomo amador do Monte Palomar
falasse da existência de uma certa atmosfera na Lua e da presença de
um pequeno animal, "peludo de quatro patas", que corria pelo terreno,
observado por Adamski.
A existência do tipo determinado de atmosfera no nosso satélite na-
tural foi confirmada pelos cientistas em 13 de setembro de 1959, quando
a cápsula soviética Lunik II transmitiu informação relativa a uma atmosfe-
ra e a uma ionosfera da Lua.
Uma das primeiras reportagens sobre este fato desconhecido até en-
tão foi publicada em 12 de outubro de 1959 na revista Aviation Week.
Em síntese, dizia o seguinte:
"A Lua parece estar envolvida por um cinturão de baixa energia de
gases ionizados. A cobertura destas partículas parece ser uma ionosfera
a uma distância relativamente alta do solo lunar. Isto significa que o nos-
so satélite natural possui atmosfera bem definida, condição que muito pou-
cos cientistas poderiam sequer imaginar."
E embora as "coincidências" continuem aparecendo nos seus livros
— caso da "água de Vênus", descoberta pelo dr. Moore em 30 de novembro
de 1959 — não é menos certo que algumas afirmações de Adamski dificil-
mente podem ser corroboradas à luz, por exemplo, de algumas descober-
tas da exploração espacial soviética ou norte-americana. Como é possível
que possa haver vida — e ainda mais civilizada — no planeta Vênus, quando
as temperaturas na superfície do planeta atingem até 400 graus acima de
zero? Será que Adamski entendeu mal? Ou trata-se de uma fraude? Nos-
sos cálculos científicos podem estar equivocados com relação a Vênus?
A incógnita — simplesmente fascinante — continua aí.

Também em 1952

Ovni nos céus da Coréia do Sul

Os fuzileiros navais que voavam sobre a Coréia do Sul ficaram impres-


sionados: um estranho objeto de forma discóide aproximou-se do avião
norte-americano. Isto ocorreu em 1952.
Um dos membros do destacamento teve tempo de pegar sua câmara
fotográfica e fazer a imagem da página anterior. Segundo as testemunhas,
o ovni tinha uma cúpula transparente. Após alguns segundos de vôo "pa-
ralelo" com o avião, o ovni afastou-se a grande velocidade e em direção
contrária à dos fuzileiros.
Esta imagem foi publicada graças à gentileza do dr. W. Gordon Ailen.

113
Repete-se o ovni "adamskiano"

O sargento Gerard Baker assegura ter fotografado este objeto não


identificado em 13 de dezembro de 1952 sobre o céu do Palomar Gar-
dens (Califórnia, Estados Unidos). O ovni é muito parecido com os vistos

e captados pela câmara de Adamski, também nesta mesma região do Mon-


te Palomar.

114
É sumamente curioso que a presente imagem tenha sido obtida na
mesma data em que George Adamski e outras testemunhas asseguraram
ter realizado seu primeiro "encontro" com um ser do espaço.

Miami: fotografado por um jornalista

Os jornalistas também obtiveram boas fotografias ovni. O repórter


Ralph Mayher conseguiu fotografar um objeto, de tremenda luminosida-
de, quando ele estava estático e silencioso sobre Miami (Flórida), em 1952.

Sobre San Francisco

As duas fotografias seguintes foram conseguidas sobre San Francis-


co, nos meses de abril e outubro de 1952. Dispõe-se de escassos dados
sobre estes casos.

Ovni cor de laranja sobre Nova York

August C. Roberts fotografou um ovni na madrugada de 28 de julho


de 1952 sobre a cidade de Nova York. Alguns peritos assinalaram a pos-
sibilidade de que se tratasse de um simples reflexo ótico na lente. No en-
tanto, o problema não termina aí. Nessa mesma noite, outras pessoas

115
puderam ver até oito objetos menores que pareciam "escoltar" o ovni que
aparece na imagem. Um destes ovnis era de uma cor laranja bem vivo.

1953
Uma "transferência" para o Leste?

A partir de 1953, embora os casos ovni continuassem multiplicando-se


no território norte-americano, surge uma nova variável do fenômeno: os
ovnis também começam a aparecer no Velho Mundo, como se ocorresse
uma espécie de "transferência" em massa para o Leste...
Do ponto de vista fotográfico, o fenômeno ovni adquiriu novas di-
mensões nos países da Europa e da África. As "ondas" sucederam-se qua-
se ininterruptamente.
Sei que pode haver muitos outros documentos fotográficos dissemi-
nados e esquecidos pelos continentes europeu, africano e asiático corres-
pondentes a essa época. No dia em que conseguirmos reuni-los, talvez
possamos comprovar com maior exatidão a solidez desta hipótese da
"transferência" ovni para o Leste.
Enquanto a CIA encarregava-se do fenômeno nos Estados Unidos,
na Bélgica aparecia uma das primeiras fotos ovni daquele país.

116
Bélgica: um "ovo frito" que voa

Hermann Chermanne, um fotógrafo profissional e colaborador de


um grande jornal belga, estava regressando a Charleroi em 16 de maio
de 1953. Seu caminho passava pela pequena localidade de La Blanche
Borne, situada a cerca de sete quilômetros a sudeste de Charleroi, nas
proximidades de Bouffioulx. Por volta das 17:30h decidiu descansar um
pouco perto de um cruzamento de estradas. Chermanne queria tirar umas
fotos de um rebanho de ovelhas com sua câmara Linhof. De repente,
percebeu um som inexplicável, que lhe fez lembrar a agitação no ar de
uma grande placa metálica, acompanhado por disparos semelhantes aos
de uma metralhadora. Quando se virou, pôde perceber em direção no-
roeste um poderoso corpo voador com brilho claro, circundado por uma
auréola esbranquiçada. Deste véu de vapor desprendiam-se numerosas
partículas brancas, fazendo com que o objeto arrastasse atrás de si uma
cauda de fumaça dirigida para baixo. Estes "sinais de condensação" se-
melhantes a um ciclone, que giravam como uma bobina, de cor azul, es-
branquiçado, pareciam elevar-se por cima do fundo do vale. Enquanto
o objeto desconhecido elevava-se lentamente, a testemunha da observa-
ção pôde tirar duas fotografias muito nítidas. A máquina, em sua eleva-
ção, girara alternadamente 90 graus à direita e à esquerda, parecendo
parcialmente ovalada e às vezes circular. Finalmente, permaneceu silen-
ciosamente suspensa no ar durante uns 20 segundos. Os ruídos diminuí-
ram e desapareceram repentinamente. Exatamente neste instante, o ob-
jeto acelerou com uma rapidez extraordinária e desapareceu no céu pelo
sudeste como uma estrela cadente. Enquanto isso, a cauda fumegante
também desaparecia. Outra testemunha de Bouffioulx, o entalhador Ro-
ger Michel, pôde seguir o objeto na localidade de Chamborgneau, situa-
da a Sudeste. Embora não soubesse informar sobre detalhes, ficou mara-
vilhado com o vôo totalmente silencioso do objeto não identificado. Nu-
merosos habitantes da região de Bouffioulx acreditaram ter ouvido, na
hora mencionada, um considerável estrondo.
O fotógrafo Chermanne foi interrogado exaustivamente, pouco de-
pois destes fatos, pela Administração Militar em Bruxelas. Embora esti-
vesse convencido da realidade do aparecimento, rejeita as especulações
sobre "discos voadores". Algum tempo depois do acontecimento, ouviu
dizer que alguém encontrara marcas estranhas no possível lugar de ater-
rissagem, na zona de La Siverie. Segundo afirma o engenheiro aposen-
tado G. C., no outono de 1953, naquela clareira do bosque, cerca de
uma dúzia de álamos tinham perdido com uma rapidez incomum suas
folhas, perecendo mais tarde. O fotógrafo utilizou filme 9 x 12 Planfilm
G. Gevapan 33.

117
Segundo a opinião da testemunha, as pequenas manchas em volta
do objeto voador circular poderiam ser conseqüência de um efeito do sol
na revelação escura demais. De qualquer forma, tinha certeza de que as
partículas emanadas tanto da cauda de fumaça quanto do próprio objeto
eram de um branco pálido.

Sobre a Alemanha

Poucos dias mais tarde, em 8 de agosto, outro objeto foi fotografa-


do. Isto ocorreu sobre Bad Hersfeld/Essen, na Alemanha. O autor da
fotografia, Albrecht Steiner, era um dos membros do clube Eu vi um
ovni, grupo pioneiro em pesquisas ufológicas na Europa.
Parece-me que alguns pesquisadores confundiram este caso com ou-
tra seqüência de fotos tirada sobre o monte Drakens, na África do Sul.
Uma das quatro fotos deste último filme foi distribuída pelo mundo como
sendo um ovni captado em agosto de 1953 na Alemanha, mais concre-
tamente, perto de Darmstadt.
Como disse, trata-se de uma das fotos da África do Sul, com a "va-
riável" de que a pretensa foto "alemã" foi invertida e ampliada, oferecen-
do assim um aspecto levemente diferente.

Manobras espetaculares sobre a Rodésia do Sul

Dias mais tarde, em 11 de setembro, Brian Wayne conseguia outra


importante foto ovni. Desta vez sobre a cidade de Bulawayo, na Rodésia
do Sul. Segundo as testemunhas, o objeto — que apresenta uma curiosa
semelhança com outro objeto fotografado no final dos anos 70 em Cádiz
— realizou manobras espetaculares, sempre em alta velocidade, sobre os
telhados do povoado.
Houve milhares de testemunhas.

1954
Surpresa "adamskiana" no Reino Unido

Foi preciso que 20 anos transcorressem para que alguns pesquisa-


dores do assunto ovni se pronunciassem abertamente sobre a suposta frau-
de das fotos de George Adamski. Se não me falha a memória, da Ingla-

118
terra originou-se uma notícia que foi propagada pela imprensa de meio
mundo, com enfoques positivos e negativos, como sempre...
Segundo estes pesquisadores, uma das fotos tiradas pelo astrônomo
amador do Monte Palomar em 1952 "era apenas uma tampinha de refri-
gerante jogada para cima... ".
Os hipercríticos e ufólogos "científicos" sentiram-se mais do que sa-
tisfeitos. Aquilo aparentemente assegurava que eles tinham razão. Digo
"aparentemente" porque, apesar desta "descoberta" — sobre a qual ha-
veria muito para ser dito —, os referidos pesquisadores pareciam esque-
cer um acontecimento não menos importante: as fotografias obtidas em
1954 nas proximidades do lago Coniston, no condado inglês de Lanca-
shire.

1954, na minha opinião, foi um ano de curiosas "ratificações"...

Um ovni "adamskiano"
A 15 de fevereiro de 1954, as crianças inglesas Stephen Darbirshire,
de 13 anos, e Adrian Myers, de 8, conseguiram fotografar um objeto com
características praticamente iguais às das fotos do polêmico Adamski, nos
Estados Unidos.
O testemunho das crianças foi categórico. "Aquele objeto — expli-
caram — parecia feito de uma matéria vítrea e tinha uma parte superior
com aberturas e três pequenas esferas na parte inferior, na qual aparecia
também um ponto escuro central, semelhante a um cone."
O ovni estava pousado muito perto do cume de uma colina chama-
da Old Man, em Cumbria, Coniston. Eram 14:30h.
Os meninos tiraram duas fotografias com uma câmara Kodak
Brownie. Quando o objeto desapareceu, os meninos foram correndo pa-
ra a casa de Stephen; contaram ao pai deste o que tinham visto e
entregaram-lhe a máquina fotográfica.
O pai não acreditou muito na história dos meninos, mas levou o fil-
me a um fotógrafo da localidade chamado Pattison. Após a revelação,
apareceu o objeto misterioso.
Tratava-se de um ovni típico, com uma forma que já é considerada
"clássica" pelos estudiosos. Sua definição, porém, não era muito correta.
Os negativos foram analisados por peritos e o veredicto foi totalmente
positivo. Não havia nenhuma trucagem.
A notícia e as fotos foram publicadas no Lancashire Evening Post.
Quando os pesquisadores compararam aquelas fotos com as tiradas
por Adamski em 1952, a surpresa os deixou gelados: eram simplesmente
idênticas. Além disso, e isto era decisivo, o testemunho das pessoas coin-
cidia com as descrições feitas por Adamski.

119
Estes documentos proporcionaram aos relatos de George Adamski
— especialmente às fotografias do deserto da Califórnia — um alto nível
de credibilidade.
Mediante projeções ortogonais, um pesquisador chegou a demons-
trar que as fotografias de Adamski e Darbirshire poderiam estar reprodu-
zindo objetos idênticos.

Passou sobre os meninos

E preciso mencionar um fato muito significativo. Antes da revelação


das fotos de Coniston, um dos meninos — Stephen — desenhou o ovni.
Diante dos negativos, viu-se que o desenho era basicamente idêntico à
imagem das fotos.
Os dois meninos declararam que "o objeto tinha se imobilizado du-
rante alguns segundos, dirigindo-se depois para eles e passando muito
perto de suas cabeças".
Isto lhes facilitou a observação, fazendo-os declarar diversas vezes
que "ele parecia fabricado e na parte de cima via-se com toda nitidez uma
torre e várias portinhas".
O prestigioso pesquisador Charles Bowen, diretor da não menos im-
portante revista ufológica Flying Saucer Review, incluiu o caso e as men-
cionadas projeções ortogonais nos números correspondentes a setembro-
outubro de 1963 e julho-agosto de 1964.
Isto respaldava seriamente o assunto e, indiretamente, o caso
Adamski.

Três dias depois sobre a Escócia

Embora os casos de aterrissagens e fotografias ovni não tenham sido


muito freqüentes no Reino Unido, aquele ano de 1954 seria especialmen-
te frutífero para os pesquisadores.
No dia 18 do mesmo mês de fevereiro — três dias depois do caso
de Coniston —, outro assunto causaria comoção nos meios ufológicos.
O escritor, astrônomo amador e ornitologista Cedric Allingham dis-
se que "tinha visto e fotografado um objeto voador não identificado perto
de Lossiemouth, povoado situado na costa norte oriental da Escócia".
Allingham assegurou que um ser de aspecto totalmente humano e
de cerca de seis pés de altura (1,80 metro) saíra do ovni, aproximara-se
dele e conversara durante 40 minutos. O "homem" em questão tinha um
aspecto totalmente humano, com exceção da testa, que era mais alta.
Vestia uma roupa composta por uma peça só, unida ao calçado, mas não
estava usando escafandro.

120
O naturalista também afirmou que dos orifícios nasais do "piloto"
saíam tubos muito pequenos, que ele considerou parte de algum equipa-
mento para respiração.
No livro publicado por Allingham, Platillos volantes desde Marte,
afirma-se que a testemunha chegou a conversar com aquele "homem me-
diante uma linguagem de sinais. Cedric afirma em seu livro que o ovni
procedia do planeta Marte.
Curiosamente, estas fotografias ainda são mais parecidas com as de
Adamski que as de Coniston...

França: um ovni "gêmeo" do fotografado no Oregon

As "ratificações" continuaram. A 5 de março desse mesmo ano de


1954, um piloto militar francês via e fotografava outro objeto voador não
identificado, nas proximidades da cidade francesa de Rouen.
O documento fotográfico foi publicado pela primeira vez em julho
de 1957 pela RAF Flying Review, embora sem informação sobre o tipo
de filme e máquina utilizados.
A semelhança com uma das fotografias obtidas pelo Sr. Trent em
1950, em McMinnville (Oregon) é impressionante. Basta compará-las su-
perficialmente para perceber que se trata de ovnis "gêmeos" ou muito
parecidos.
Na minha opinião, este novo documento fotográfico obtido na França
em 1954 fortalece definitivamente a autenticidade do caso "McMinnville"
dos Estados Unidos e, conseqüentemente, a própria realidade ovni.

O duvidoso caso Menger

Acho que estaria enganando a mim mesmo se acreditasse que todos


os casos de "contatados" são autênticos. Embora o caso Adamski ainda
seja apresentado como uma irritante incógnita, não parece ocorrer a mes-
ma coisa — sempre do meu ponto de vista pessoal — com o caso Menger.
Embora reconheça que não tive oportunidade de investigar o assun-
to, os dados levantados por outros pesquisadores, bem como pelo pró-
prio Howard Menger, fazem-me duvidar — e muito seriamente — da
veracidade dos "contatos" entre este desenhista de Nova Jersey (Estados
Unidos) e supostos seres do espaço.
O próprio Menger conta que, embora tivesse tido contatos pessoais
com extraterrestres desde criança, não teve consciência disso até chegar
ao serviço militar. "Naquela época — conta Menger — recebi a visita de
certo homem com uma longa cabeleira loira."

121
Mais tarde, em 1946, dois homens e uma mulher aterrissaram com
um ovni muito perto da casa onde os pais de Menger moravam. Os três
desconhecidos estavam usando um uniforme idêntico — de cor pastel —,
muito parecido com o equipamento de um esquiador. Foi a mulher quem
lhe dirigiu a palavra, explicando-lhe que tinha 500 anos de idade e orde-
nando a Menger que aprendesse a utilizar suas faculdades mentais, pois
devia estar preparado para "importantes acontecimentos iminentes".
Proibiu-lhe que mencionasse as visitas até 1957. Nesse ano, justa-
mente, foi registrada uma importante "onda" ovni sobre High Bridge, em
Nova Jersey, lugar onde Menger residia.
Alguns cidadãos da localidade denunciaram as entrevistas do dese-
nhista com "seres vestidos de maneira estranha"...
Depois seria publicado um livro de Menger (From Outer Space to
You), que transforma as descrições e relatos de Adamski numa simples
"brincadeira de crianças".
Menger menciona seus numerosos contatos com habitantes de Vê-
nus, Saturno e outros planetas do sistema solar, muitos deles camuflados
entre os homens de nossa sociedade.
O contatado afirma também que estes seres o levaram numa viagem
espacial até a Lua. "Lá" — diz Menger —, "em companhia de outros hu-
manos, visitamos as bases e instalações e vimos seus povoadores..."
Menger e o resto dos "convidados" afirmaram ter recolhido umas es-
tranhas pedras, que concluíram ser "batatas lunares"...
Estes e outros "disparates" não menos saborosos invalidam os su-
postos "contatos" de Menger com os tripulantes dos ovnis. E, conseqüen-
temente, todas as suas manifestações ou documentos fotográficos.
Acho que as diferenças entre os relatos de Menger e Adamski são
consideráveis.
Como frisa Ralph Rankow, assessor fotográfico do Comitê Nacional
de Investigação sobre Fenômenos Aéreos da América do Norte (NICAP),
"nenhuma fotografia pode ser aceita como prova da realidade de um ob-
jeto voador não identificado sem a existência de uma testemunha de con-
fiança que possa corroborá-la".
Em outras palavras: uma foto ovni será tão digna de confiança quanto
o seu autor...
No caso de Menger, honestamente, esta confiança é bastante limitada.
E possível que na Lua existam bases ou instalações de outros seres,
que utilizam o nosso satélite natural como "trampolim" para a Terra, mas
daí a sonhar com uma colheita de batatas lunares...

122
Áustria: voando contra as leis físicas "humanas"

A formidável "onda" ovni de 1954 sobre a Europa — especialmente


sobre a França, Itália e Alemanha — conta com outro documento foto-
gráfico de grande valor. Eu diria que ele é único, devido às insólitas ca-
racterísticas de vôo dos objetos que aparecem em tal foto.
Nos primeiros dias de agosto de 1954, o então mineiro Erich Kaiser
dirigiu-se ao refúgio de Mõdlinger, na cadeia montanhosa de Gesàure,
perto de Admont (Áustria). Tinha saído do seu povoado — Hohantauern,
perto de Trieben — para aproveitar uma semana de férias.
S o b r e o s Alpes austríacos, três ovnis que voam contra as leis físicas huma-
nas... deste momento.

No dia 3 desse mês de agosto, em companhia de três amigos (um


deles parece que era seu irmão), empreendeu a subida do monte Rei-
chenstein, de 2 1 7 8 metros de altura.
O bom tempo reinante nas primeiras horas da excursão mudou por
volta do meio-dia, e os quatro aventureiros apressaram-se a fim de che-
gar o mais rápido possível a um refúgio situado a uns quatro quilômetros

123
norte de Gaishorn e ao nordeste de Trieben, em Estiria, no sudeste da
Áustria.
Kaiser era o último, porque — como declararia mais tarde — pre-
tendia tirar algumas fotos do monte Kaibling.
Por volta das 13:00h, o mineiro percebeu no céu uma espécie de
relâmpagos ou raios. Ao mesmo tempo, viu "três estranhos discos de apa-
rência metálica" que, sem qualquer ruído, deslocavam-se a cerca de 700
metros de distância em direção leste-noroeste. Kaiser calculou a veloci-
dade dos objetos em cerca de 200 quilômetros por hora, navegando sem-
pre em linha reta.
O alpinista pegou sua câmara e pôde tirar uma foto. Quando tentou
a segunda, os ovnis tinham desaparecido e as nuvens já cobriam pratica-
mente todo o céu.

Contra todas as leis físicas

Kaiser continuou subindo a montanha e reuniu-se com seus compa-


nheiros no mencionado refúgio de Mõdlinger.
Algumas semanas mais tarde, a fotografia foi publicada no jornal Neue
Zeit, de Graz. Era o dia 16 de outubro de 1954. Kaiser escreveu uma
carta ao diretor do jornal solicitando uma análise da fotografia. Mas isto
não foi feito. Só em 1957, quando outro jornal, o Weltraumbote, publi-
cou a aventura de Kaiser, o negativo pôde ser devidamente analisado.
Os especialistas não encontraram sinais evidentes de fraude. Outros,
talvez porque não tivessem visto as ampliações de cada objeto, afirma-
ram que podia tratar-se de balões. Com relação a essa explicação, a tes-
temunha — que fizera o serviço militar na Aeronáutica — replicou que
os objetos eram claramente metálicos e, além do mais, nenhum balão te-
ria podido voar a tal velocidade e em tão perfeita formação.
No documento fotográfico também aparece um quarto ovni — na
parte superior esquerda da foto — que Kaiser não chegou a ver.
Na opinião dos especialistas em navegação aérea, a forma de voar
desses discos — oferecendo ao ar a totalidade da sua superfície — é in-
compreensível e desafia todas as nossas leis físicas.
A essa correta consideração humana podemos acrescentar um fator
de igual transparência: pelas provas que já reunimos, os ovnis nada têm
( a ver com a tecnologia humana. Por isso seus sistemas de navegação,
propulsão etc. tornam-se desconcertantes para a ciência do século XX.
Mas não devemos esquecer que, assim como os habitantes do século XVI
não poderiam nem sonhar com uma "caixa" metálica que servisse para
fazer os humanos subir e descer nas suas casas, a Humanidade também
conhecerá — é o que devemos esperar — os séculos XXV e XXX...

124
O caso do B-57 ou como "camuflar" um ovni

Fotograficamente falando, 1954 é o ano de outro caso "clássico" na


ufologia mundial.
Na verdade, ninguém percebera aquele ovni, até que os peritos re-
velaram as fotografias do bombardeiro B-57 Martin (Camberra).
No mencionado ano e sobre a base Edward da Força Aérea norte-
americana, na Califórnia, uma série de especialistas em fotografia aérea
documentou o referido B-57, a fim de divulgar o avião. O tempo era bom
e, como disse, nenhum dos fotógrafos notou objeto algum nas proximi-
dades do bombardeiro.
Até que os filmes foram revelados...
No início pensou-se numa mancha no negativo ou talvez em algum
defeito no processo de revelação. Um escritor especializado em aeronáu-
tica pegou o documento e o colocou nas mãos de um perito do St. Louis
Aeronautical Chart Center.
Na análise efetuada pelo perito podia-se ler que os três pontos que
aparecem na parte inferior esquerda do objeto — depois da ampliação
— eram apenas defeitos do negativo, " embora o objeto fotografado fos-
se real, relativamente pequeno e próximo do B-57".
O analista notou também que a luz refletida por esse misterioso ob-
jeto era idêntica à refletida pelo bombardeiro.
O assunto adquiriu tal importância que outros aviões foram envia-
dos para a região, para tentar descobrir no solo alguma construção ou
acidente natural que tivesse podido provocar algum reflexo. No entanto,
os pilotos não encontraram nada.

A arte de dissimular as coisas

O fato caiu no esquecimento até que, em novembro de 1964, a fo-


tografia foi enviada ao NICAP — uma das mais importantes associações
norte-americanas para o estudo dos fenômenos espaciais — e recomen-
dada a Ralph Rankow, conselheiro em fotografia do agrupamento e fo-
tógrafo profissional, para ser submetida a um exame cuidadoso.
Os resultados finais desse estudo foram publicados em diversas re-
vistas especializadas, entre outras a Inforespace número 8 (Bruxelas).
Com a foto em suas mãos, Rankow procurou indícios ou sinais de
uma possível montagem: talvez um pequeno desenho ou uma extremi-
dade do filme tivesse sido grudada sobre outro negativo e o conjunto ti-
vesse sido fotografado, para dar um documento trucado.
Nesse caso, depois da ampliação do objeto, em volta do mesmo sur-
giriam imediatamente arestas pronunciadas e algumas sombras, provo-
cadas pela iluminaçao necessária no momento de fotografar a montagem.

125
Nao se descobriu nada disso.
Por razões análogas, Ralph observou que também não podia tratar-
se de um objeto pousado no solo. Se a foto tinha sido tirada ao entarde-
cer ou no início da noite, todo corpo no solo — árvore, mato ou casa
— estaria acompanhado por uma longa sombra. A intensidade luminosa
e o contraste desses objetos seriam fracos, muito mais fracos do que os
que se notam no objeto fotografado atrás do B-57.
A única prova disso é a comparação entre a zona com árvores
do plano de fundo e o próprio ovni: este último aparece nitidamente
sobre um fundo completamente sombreado. Rankow frisou também que
"o objeto mostrava claramente um relevo. As zonas de luz e de sombra
devidas ao Sol — situado à esquerda da cena — estão em perfeito
acordo com o resto do documento. O objeto que vemos nesta fotogra-
fia é simétrico e possui todas as tonalidades do cinza, do branco e até
do preto".
O exame teria podido reduzir-se a isto, porém no verão de 1965,
Rankow recebeu duas novas cópias da fotografia do B-57 Martin envia-
das pelo professor William B. Weitzel, doutor em Filosofia da Universida-
de de Pittsburg e presidente do comitê local do NIC AP.
Uma daquelas fotos era idêntica àquela que estava nas mãos de
Rankow, mas a segunda diferia em algo importante: nesta podiam ser
vistas marcas negras que cobriam boa parte da zona iluminada do obje-
to. Era como se se tivesse tentado camuflar torpemente o ovni, ate-
nuando estes pontos mais luminosos.
Estas fotos tinham sido enviadas ao professor Weitzel pela compa-
nhia Glenn Martin, fabricante do B-57. Quando o Sr. Weitzel escreveu
à companhia pedindo explicações sobre essas "marcas negras", respon-
deram-lhe que "aquilo não era um disco voador, mas sim um simples de-
feito no filme".
Weitzel não se sentiu satisfeito e tornou a escrever aos fabricantes
do bombardeiro, aludindo às evidências da simetria e do relevo do objeto.
Mas desta vez não houve resposta. Nem para as cartas posteriores
do professor.
Rankow decidiu então interferir no assunto e escreveu a Glenn Martian
Company pedindo explicações sobre as diferenças entre as fotos que ele
possuía e as do professor Weitzel. Um mês mais tarde tornou a escrever
e telefonou para o escritório de relações exteriores da empresa em Nova
York. Isso aparentemente deu resultado. Uma semana depois recebia no-
vos documentos fotográficos e, entre estes, uma terceira versão da foto
em questão! Desta vez, a emulsão fora cuidadosamente eliminada sobre
a metade esquerda do objeto e substituída por uma zona negra, que lhe
retirava toda impressão de relevo.
Aquilo era o cúmulo...

126
Evidentemente, alguém tinha sumo interesse em "dissimular" o as-
sunto. E era lógico imaginar que a companhia construtora dos aviões não
desejava perder seus importantes contratos com a Força Aérea — aber-
tamente contrária ao assunto ovni, como era público e notório — por qual-
quer ninharia...
Apesar de tudo, o tenaz R. Rankow dirigiu-se em dezembro de 1965
ao presidente da Glenn Martin, em Maryland.
Vinte dias mais tarde o diretor de relações públicas entrou em conta-
to com ele, justificando as evidentes diferenças entre as fotos com o fato
de que aquela fotografia "fora tirada há mais de 10 anos e centenas de
cópias tinham sido feitas a partir daquele negativo. O processo utilizado
para uma determinada série varia um pouco cada vez — argumentou o
relações públicas —, o que pode explicar as diferenças assinaladas...".
A seguir, o diretor da firma assegura que o famoso ovni não passava
de um defeito do negativo original, que seria ampliado com as numero-
sas manipulações que se sucederam.
Rankow respondeu-lhe, manifestando seu total desacordo com es-
sas afirmações. Por exemplo, perguntava o seguinte:
"Como é possível que um defeito do filme do negativo, ampliado
através de manipulações sucessivas — isto é, que perde cada vez mais
matéria —, pode provocar zonas negras sobre a revelação obtida, enquan-
to o lógico teria sido o contrário: deixar passar mais luz?" A Glenn Martin
deve ter perdido a paciência e respondeu a Rankow que podia pensar
o que bem entendesse...
Naturalmente, o pensamento do assessor do NIC AP continuou sen-
do o mesmo: a fotografia era autêntica e aquele ovni, real...
No entanto, era muito curioso que — pela primeira vez na história
da ufologia — tivesse se tentado trucar uma foto, precisamente porque
"continha" um ovni...
A coisa não deixava de ter graça.

Também em 1954

Bermudas: esquadrilha ovni no radar"

Uma esquadrilha ovni nas telas de radar em 3 de julho de 1954.


Acontecimento incluído no Livro Azul como o caso número 3088. Con-
tra a opinião de todos os técnicos, os militares do Livro Azul qualificaram
os "ecos" como "um encouraçado acompanhado por seis destróieres".
No entanto, a Força Aérea dos Estados Unidos não soube como explicar
o súbito desaparecimento destes supostos "destróieres", na segunda e
quarta fotos. Será que eles foram "engolidos" pelo mortal Triângulo das
Bermudas, cenário destes fatos?

127
Formação ovni captada pela tela de radar em 3 de julho de 1 9 5 4 no famoso
Triângulo das Bermudas, em pleno o c e a n o Atlântico (ref. pg.). Contra a opi-
nião do projeto Livro azul, o s especialistas que manejavam o s radares afir-
maram que não podia tratar-se de navios, j á que — como s e pode observar
no relógio da parte superior direita — não existe frota de barcos no mundo
capaz de trasladar-se de um lado a o outro da tela — centenas de milhas —
em questão de segundos...
i
"Onda" sobre Roma

Turi Mattarella, fotógrafo amador, conseguiu a foto de um ovni du-


rante a "onda" de 1954 sobre a Itália. O disco — segundo as numerosas
testemunhas que o viram — permanecia estático nos céus de Roma. Ti-
nha uma espécie de "torre" ou "cúpula" na sua parte superior.

Ovni perto de Málaga

Juan Coll e José Antonio Baena asseguraram ao jornal Madrid te-


rem fotografado um ovni que viram perto de Málaga em novembro de
1954.

Brasil: ovni sobre um arsenal

Em 9 de dezembro de 1954, por volta das 23:00h, um fotógrafo que


deseja permanecer no anonimato obteve uma foto de um ovni de grande
luminosidade, que permaneceu flutuando sobre um arsenal das Forças
Armadas Brasileiras. A testemunha, funcionário de um banco do Rio de
Janeiro, é amiga do representante do APRO no Brasil, dr. Olavo T. Fon-
tes, que efetuou a investigação do caso. A fotografia foi considerada
autêntica.

Sobre a Sicília

Milhares de pessoas puderam contemplar nos céus de Taormina


(Sicíla, Itália) misteriosos objetos não identificados, no verão de 1954.
Uma foto foi tirada por um repórter da agência de notícias United Press
International. Segundo as testemunhas, os objetos tinham cerca de 30
metros de diâmetro, eram totalmente silenciosos e possuíam uma espé-
cie de cúpula na sua parte inferior. Os objetos permaneceram no céu
até a chegada de um caça italiano. Alguns pesquisadores acreditaram
ver nestas imagens simples nuvens do tipo "lenticular". No entanto, de
acordo com os depoimentos, é estranho que estas "nuvens" tivessem
esperado a chegada de um avião militar para "fugir"...

131
1955
O ovni deixou um rastro de condensação

Mais uma vez a meteorologia auxilia o pesquisador. Isso foi o que


aconteceu com o célebre caso do ovni fotografado em 5 de junho de 1955,
perto da cidade belga de Namur.
Três fotografias foram tiradas por Muyldermanns, durante um perío-
do (1954-1955) de grande atividade ovni nos céus europeus.
Os negativos foram exaustivamente analisados por um astrônomo,
que não encontrou provas de fraude.
Mas foram os peritos em meteorologia, repito, que proporcionaram
dados precisos sobre o avistamento.
Ao examinarem a segunda e a terceira fotografias, os meteorologis-
tas concordaram num ponto: a "nuvem" na qual a nave parece se escon-
der parcialmente e a que o ovni parece deixar para trás são, na verdade,
rastros de condensação.
Esta descoberta teria mais importância do que pareceria à primeira
vista. Vamos ver por quê:
Os rastros de condensação são nuvens artificiais compridas e finas,
que se formam geralmente atrás de aviões que voam a grande altura. To-
dos nós já os vimos algumas vezes. Para a aviação comercial, este rastro
praticamente não tem interesse, o que não acontece no caso dos aviões
de guerra. Estes rastros constituem um fator de máxima importância, pois
permitem que o inimigo localize rapidamente um suposto invasor.
Existem três tipos conhecidos de rastros de condensação, mas eu me
restringirei ao denominado "rastro de condensação propriamente dito".
Este é o que resulta da condensação do vapor de água produzido pe-
la combustão do carburante. Quando o vapor de água é expelido junto
com os gases da turbina, a umidade relativa do ar varia em duas direções
opostas. Por um lado, ao introduzir vapor de água no ar, a umidade relati-
va aumenta, e a massa de ar se aproxima da condensação. Por outro la-
do, porém, os gases saem a alta temperatura, esquentando o ar e dimi-
nuindo a umidade relativa. Isto é, são produzidos dois efeitos contrários.
O primeiro pode levar à formação do rastro, e para que ele possa predo-
minar, o ar tem de estar muito frio, para que uma pequena injeção de va-
por de água possa produzir a saturação e, conseqüentemente, o rastro.
Este último fator é crucial: o ar deve estar muito frio para que este
rastro de condensação possa se formar.
Mas a que altura existe esse ar frio?
Os meteorologistas denominam "nível Mintra" a esta altitude míni-
ma, abaixo da qual não se formam os rastros de condensação. A tempe-
ratura crítica correspondente a esse nível é a temperatura "Mintra".

132
Teoricamente — e friso a palavra — a temperatura "Mintra" varia
em função dessa altitude, segundo os seguintes cálculos:
Aos 3000 metros, aproximadamente, a temperatura é de cerca de
28 graus abaixo de zero. Aos 5000 metros, passa a menos 30 graus. Ao
chegar aos 11.000 metros, essa temperatura atinge 40 graus abaixo de
zero. Por último, por volta dos 15.000 metros, a temperatura "Mintra"
é de menos 50 graus.
Segundo os meteorologistas que consultei, em termos gerais os ras-
tros de condensação costumam aparecer no céu a partir dos 1500 me-
tros de altura. No entanto, isto varia de acordo com o tipo de avião. Os
de pistão, por exemplo, produzem rastros quando a temperatura é um
pouco menor que a "Mintra"; e nos aviões a jato, é vários graus mais baixa.
Por outro lado, a persistência do rastro depende do grau de umida-
de do ar. Se este estiver úmido, durará mais tempo, mas se estiver seco,
a turbulência provocada pela passagem do avião causará uma rápida mis-
tura dos gases com o ar exterior, e o rastro desaparecerá rapidamente.
No entanto, em latitudes como a da Espanha e a da Bélgica — onde
as três fotos foram tiradas — o normal é que os rastros de condensação
se formem acima dos 8000 metros no verão e dos 6000 no inverno.

As dimensões do ovni

Levando em consideração estas apreciações, bem como as imagens


das fotos, os meteorologistas consideraram que o objeto de Namur deve-
ria estar a uma altura não inferior aos 1500 metros. O mais lógico, po-
rém, é que o ovni estivesse naquele momento a cerca de 8000 metros,
devido à consistência e dimensões do rastro de condensação da segunda
fotografia.
Através de um simples cálculo comparativo — e levando em consi-
deração o comprimento de qualquer um dos nossos aviões a jato comer-
ciais —, o objeto devia ter mais de 40 metros. No caso de se encontrar
a 1500 metros — o que é pouco provável — seu diâmetro mínimo seria
de 12 metros.
Tudo isso anula a possibilidade de uma "maquete jogada para o ar"
ou pendurada por um fio...

Um ovni na explosão de uma bomba H?

Um documento foi entregue a Leonard H. Stringfield, diretor do CRI-


FO, em setembro de 1955, por um jornalista do Post de Cincinnati (Esta-
dos Unidos).

133
Trata-se — sempre segundo os norte-americanos — de um objeto
voador não identificado fotografado junto à coluna de fumaça provocada
pela explosão de uma bomba H.
Aparentemente, a fotografia não foi reproduzida pelo Post "devido
ao ponto enorme que aparecia na ampliação...".
Minha informação sobre esta fotografia não é suficientemente exten-
sa para poder opinar sobre ela. Alguns especialistas que a estudaram con-
cordaram comigo que poderia tratar-se de um objeto, ou de uma parte
da fumaça que se separou acidentalmente da coluna e, no momento da
fotografia, adotou essa aparência.
De qualquer maneira, deve-se frisar que os ovnis foram vistos diver-
sas vezes muito perto de explosões nucleares, erupções vulcânicas ou so-
brevoando as mais diversas instalações militares do mundo. Veremos mais
adiante um documento realmente esplêndido no qual se pode apreciar
uma dessas naves, muito perto da uma erupção submarina de singulares
proporções, numa região próxima à ilha Decepção.

Também em 1955
Ovni com forma de "donut"

Em 15 de abril — alguns autores falam de maio do mesmo ano —


de 1955, Warren Siegmund viu um objeto com forma de donut sobre
os telhados de Nova York, concretamente sobre a Union Square. Pô-
de tirar cinco fotografias. A foto foi publicada pela revista Flying Saucer
Review da Grã-Bretanha.

Estados Unidos: outro ovni em apuros

Não foi a primeira vez que ocorreu. Como já vimos em 1952, os


ovnis também "quebram". Ou, pelo menos, passam por apuros... Este
é o caso do disco visto por nove pessoas em Hiawatha (Iowa, Estados
Unidos), em 3 de setembro de 1955. Segundo as testemunhas, o objeto
foi visto "em apuros", como se estivesse caindo de um lado para o outro.
De repente, as nove pessoas viram um segundo ovni, que se colocou ao
lado daquele com problemas, permanecendo junto dele até que parasse
de se agitar e pudesse estabilizar-se. Sam Stochl, fotógrafo indicado pelo
major Fay Clark para tirar fotografias aéreas de Hiawatha nesse dia, não
ficou sabendo que captara uma imagem com os dois discos até a revela-
ção do filme.
Segundo Clark, "o avião estava voando a uns 1200 pés (cerca de
400 metros) e, por cálculos de triangulação, também foi possível averi-

134
guar que os objetos tinham uns 33 pés (10 metros) de diâmetro,
encontrando-se talvez a cerca de 800 pés (250 metros) de altura.

Islândia: nuvem suspeita

Entre os meses de novembro e dezembro de 1955 (a data não


é lembrada com exatidão), um avião da Marinha norte-americana
P2-V5-Neptune, que estava voando a 1500 pés (cerca de 500 metros)
sobre a região sudeste da Islândia, encontrou uma "nuvem" de forma sus-
peita.
Segundo pesquisas realizadas pelo ICUFON, o Neptune estava rea-
lizando uma missão de rotina sobre o mar da Noruega, controlando os
embarques militares da União Soviética na região. Quando sobrevoava
a área de Hõfn, a sudeste da Islândia, encontraram esta "nuvem" solitá-
ria, que voava muito lentamente e sem perder sua estranha forma. Um
dos pilotos — cujo nome permanece no anonimato por razões de segu-
rança — filmou essa nuvem com uma câmara Argus C3 e com filme de
35 mm.
Aparentemente, um dos militares quis disparar contra a nuvem, po-
rém os outros oito membros da tripulação votaram contra. Para esses pi-
lotos norte-americanos era muito provável que no interior da nuvem esti-
vesse camuflada uma nave. Também não é a primeira vez, como vere-
mos posteriormente, que os ovnis escondem-se no interior de nuvens que,
pelo visto, eles mesmos "fabricam".

1956
San Francisco, sim; San Francisco, não

A partir de 1956, começam a aparecer as primeiras fotografias im-


portantes — acho que são as pioneiras — em países tão remotos como
o Japão e a Austrália.
Várias das imagens de ovnis captadas em 1956 foram objeto de for-
tes polêmicas. A bem da verdade, esta polêmica ainda existe. Enquanto
alguns pesquisadores defendem, por exemplo, o formidável disco que apa-
receu sobre a cidade de San Francisco em 10 de outubro de 1956, ou-
tros consideram fraudulenta a imagem. "E nítida demais para que seja
real", afirmam os detratores. Curiosamente, os estudiosos do fenômeno

135
desconfiam sempre daquelas imagens "limpas" e tecnicamente "perfei-
tas". Parece que todos nós nos acostumamos a receber e a considerar
como únicas fotos autênticas aquelas que não têm boa definição nem
qualidade...

As assombrosas "camuflagens"

Nesse mesmo ano, uma piloto e técnica em meteorologia, Eliza-


beth Klarer, proporcionou ao mundo uma das primeiras fotos de ovnis
"camuflados". Em 7 de julho, no lugar conhecido como Cathkin (Na-
tal), na África do Sul surgiu diante de Elizabeth um ovni em forma de
disco, que gerava uma nuvem branca de vapor-orvalho. Esta nuvem
cobriu totalmente a nave, ocultando e camuflando assim a sua verda-
deira natureza.
Estes casos de "camuflagens" ocorreram posteriormente no mundo
inteiro. E evidente que um dos melhores sistemas para se passar des-
percebido é ser rodeado por uma formação do tipo nuvem. O ser hu-
mano não se surpreende com facilidade diante da presença de nuvens
no céu. Este é um fenômeno que está consubstanciado no seu habitat
e, portanto, é um dos procedimentos ideais para "observar sem ser
observado"...

Outra magnífica seqüência

Em 17 de julho desse mesmo ano, a mesma perita em meteorolo-


gia, Elizabeth Klarer, obtinha uma magnífica seqüência de outro objeto,
de aspecto metálico, que flutuava entre as nuvens e sobre a região de
Drakensbirge, na África do Sul. A testemunha afirmou que o ovni dispu-
nha de uma cúpula metálica. Alguns pesquisadores, como afirmei em pá-
ginas anteriores, confundiram estas fotografias com outras tiradas na Ale-
manha (Darmstadt), em agosto de 1953.
?

Também em 1956
Sobre o Havaí

Em 5 de março de 1956, o fotógrafo William L. Wannall conseguiu


esta curiosa fotografia (página seguinte) na zona de Kaimuku, perto de
Honolulu (Havaí, Estados Unidos). Na foto podem ser apreciadas as tra-

136
jetórias ou traçados de três objetos de grande potência luminosa, que atra-
vessaram naquela noite os céus das ilhas do oceano Pacífico.

Formação ovni

Robert Stevens assegura ter tirado a presente fotografia de vários ob-


jetos não identificados, voando em formação, em 1956. O caso foi estu-
dado pelo prestigioso pesquisador norte-americano August C. Roberts.

137
De novo sobre a Califórnia

Embora a data não esteja certa — alguns situam a foto em 1957 —,


parece que este objeto, captado por M. Weston em Bakersfield (Califór-
nia, Estados Unidos) corresponde ao já clássico tipo "adamskiano", foto-
grafado, como vimos, na Califórnia. Na parte inferior, o disco parecia pos-
suir três esferas.

1957
Japão: a fotografia mais bonita

Esse ano parece destacar-se por um aumento de observações ovni


em terras japonesas. Essa "onda", naturalmente, também se verificou no
aumento do número de fotografias de objetos voadores não identificados.
O primeiro caso conhecido ocorreu em 17 de janeiro de 1957, às

138
10:47h. Nesse dia, Yukuse Matsumura encontrava-se diante da porta de
sua casa, no número 1687 da Hama Isogo-ku, na populosa cidade de
Yokohama.
O dia era claro e, de repente, apareceu um objeto com forma de
disco. Permaneceu estático, mostrando uma das suas faces. Matsumura
obteve uma esplêndida foto do ovni.

Um oportuno raio solar

Alguns meses mais tarde — a 10 de agosto —, Shinichi Takeda con-


seguia tirar uma das mais bonitas fotografias de ovnis. Isto deveu-se ao
fato de um raio solar ter incidido diretamente sobre o objeto.
Nesse dia, Takeda estava na cidade de Fujisawa, perto da praia de
Enoshima Miani. Por volta das l l : 3 0 h , um objeto apareceu no céu. Uma
irmã de Takeda foi a primeira a ver o ovni e mostrou-o ao fotógrafo.

Fotografia tirada pelo cidadão j a p o n ê s Matsumura em 1 9 5 7 .

139
O objeto era prateado, muito brilhante, e deslocava-se em absoluto
silêncio para o Sul. Voava entre 3000 e 4000 pés (cerca de 1200 metros)
e, ao chegar a altura da família Takeda, o objeto imobilizou-se durante
dois minutos.
Takeda aproveitou para tirar duas fotografias.
Após ter sido batida a segunda foto, o objeto fez um giro de 90 graus
e aumentou a velocidade até cerca de 500 quilômetros por hora, desa-
parecendo entre as nuvens.
Minutos mais tarde, quinze banhistas da citada praia de Enoshima
viram passar sobre as suas cabeças um objeto similar ao das imagens. O
ovni também não emitia qualquer ruído.

O "Livro Azul" continua negando

No dia 1? de setembro desse mesmo ano de 1957, outro objeto não


identificado era captado no Japão. E nessa ocasião, junto às bandeiras
japonesa e norte-americana. O projeto Livro Azul abriu uma investiga-
ção e considerou o assunto "secreto" durante alguns anos. Depois, e com
uma explicação ja bastante conhecida pelos pesquisadores e cidadãos em
geral, comunicou que o suposto ovni era só "um defeito fotográfico". O
caso foi numerado pelo Livro Azul como o 4928. Fora captado em Chil-
tose AFB.
O ruim disso é que, de tanto negar evidências autenticamente irrefu-
táveis, os militares e agentes norte-americanos da Inteligência ganharam
uma mais do que merecida fama de tergiversadores e defraudadores da
confiança alheia. Supondo que este terceiro caso ovni sobre o Japão fos-
se realmente um "defeito fotográfico", quem poderia confiar na sua ex-
plicação? Isto me faz lembrar das manipulações de jornais, emissoras de
rádio e moradores de lrún e outros povoados de Guipúzcoa realizadas
pelos componentes do chamado "Grupo Ivã", de San Sebastián, e que,
como já sabem os que acompanham o tema ovni, num suposto "afã cien-
tífico" não hesitaram em enganar, e em manipular e falsificar "casos
ovni" em 1978. Quem pode confiar agora nas informações e pesquisas
destes senhores? Como simples esclarecimento ao leitor — porque o as-
sunto não merece maior atenção — em dezembro de 1978, o citado "gru-
po" chegou a enviar cartas com notícias falsas sobre ovnis ao jornal La
Voz de Espana, de San Sebastián. Em 22 desse mesmo mês de dezem-
bro, enviaram outra notícia falsa ao correspondente do referido jornal na
cidade de lrún, Sr. Lecuona. Posteriormente apresentaram falsas teste-
munhas ovni e no dia 23 desse mês informaram ao correspondente de
La Voz de Guipúzcoa, Juan Achucarro, sobre outra visão ovni falsa, pro-
tagonizada por quatro amigos...

140
Finalmente, mediante o uso de faróis de carros e flashes sincroniza-
dos, fizeram centenas de cidadãos do citado povoado de Irún acreditar
que vários ovnis estavam voando sobre a região.
Tudo isso, naturalmente, sob o pretexto de uma "inocente" expe-
riência científica.
Sem comentários.

Também em 1957

Marselha: captados por um observatório

Na noite de 3 para 4 de março de 1957, as presentes imagens foram


obtidas pelos analistas de trajetória do observatório francês de Forcalquier
(Marselha). Estas fotografias, da câmara fixa, foram confirmadas pelas tira-
das, de forma quase simultânea, pela câmara giratória do observatório. Os
objetos, naturalmente, encontravam-se a grande altura (embaixo, à direita).

Noruega: outro ovni "invisível"

A surpresa do turista que tirou esta fotografia foi considerável. Não


porque tivesse visto o objeto com seus próprios olhos... Pelo contrário.
Justamente porque, ao tirar a fotografia, "não vira nada de anormal".
Tratava-se de outro ovni "invisível" ao olho humano, porém não para
o filme. O fato ocorreu em 24 de julho de 1957, na Noruega. Quando

141
o autor da fotografia foi interrogado sobre o fato, afirmou que não vira
nem sentira nada especial. As fotos restantes, anteriores e posteriores,
são normais. Na imagem pode ser apreciado um corpo ovóide inclinado,
que emite uma forte luminosidade que praticamente chega à terra. O fa-
to, como vemos, repete-se incessantemente no mundo inteiro.

Nave ou nuvem?

No dia 16 de outubro de 1957, Ella Fortune, enfermeira na reserva


indígena de Mascalero, obteve uma imagem de um suposto ovni. Digo
suposto porque, embora a foto tenha sido considerada "genuína" pelos
computadores, ainda não se esclareceu se se trata de uma "nave" ou de
uma "nuvem". O objeto "não identificado" foi fotografado por volta das
13:00h, imóvel, nas proximidades da base aérea de Holloman, Novo Mé-
xico (Estados Unidos). Nesta área também está localizado o mundialmente
corífiecido campo de testes de White Sands. Embora a foto tenha sido
tirada em outubro de 1957, o governo norte-americano não autorizou
sua difusão até meados do ano seguinte. Para o grupo ICUFON de pes-
quisa ovni, a suposta "nuvem" não é tal, mas sim um objeto voador não
identificado com um rastro de fumaça. "Nenhuma nuvem — e temos de
reconhecer que nisso eles estão certos — deixa rastros...".
Ella Louise Fortune utilizou uma câmara Kodak Kony 135 com filme
colorido. A testemunha estava viajando pela estrada 54, ao norte de Tu-
larosa. O objeto — segundo Ella Louise — voava sobre o rancho Hollo-

142
man Text (Novo México). Depois de observar o objeto enquanto dirigia,
a assistente social deteve o carro e obteve a imagem: "Era como um ovo
plano — manifestou —, branco e brilhante, que se destacava muito con-
tra um céu azul escuro. A borda aparecia com grande definição". Embo-
ra houvesse um pouco de vento, o objeto ou "nuvem" não se mexia. Na-
turalmente, a moça ficou surpresa e resolveu tirar a foto. Quando foi in-
terrogada pelo casal Lorenzen, da prestigiosa organização APRO (Orga-
nização de Investigação de Fenômenos Aéreos), a testemunha afirmou
que o objeto "tinha densidade e não lhe parecera nebuloso e delicado,
como costuma acontecer com as nuvens".
A foto foi publicada pela primeira vez no jornal de Portales (Novo
México). O editor, neste caso, afirmou que "poderia tratar-se de um pára-
quedas ou de um balão".
Obviamente, estas afirmações não foram levadas em consideração
pelos pesquisadores sérios e documentados, e muito menos pela autora
das fotos.
John T. Hopf, assessor da mencionada APRO, declarou a respeito
dessa imagem:
"Um exame cuidadoso do original e das cópias Ektachrome amplia-
das convenientemente indicou que o objeto refletia ou produzia o dobro
de luz que as restantes nuvens da fotografia. Não acredito — acrescentou
o assessor — que uma nuvem normal pudesse dar origem a uma exposi-
ção tão forte no filme." Finalmente, Hopf manifestou-se partidário de um
objeto "não sólido".
Para mim, o dado da intensa luminosidade do objeto é decisivo. E
muito possível que tenha se tratado de outro caso de ovni "camuflado".

Missouri: de novo nos radares


Outros objetos não identificados captados nas telas de radar. O fato,
ocorrido em 6 de novembro de 1957, figura no Livro Azul como o caso
número 5178 sobre ovnis. Os u/os (denominação de ovnis em inglês) fo-
ram detectados em três posições diferentes.

143
Califórnia: de um barco a vapor

O oficial de rádio T. Fogel observou, em dezembro de 1957, o obje-


to que aparece na fotografia. Pegou sua máquina fotográfica e conseguiu
esta excelente foto. Naquele instante, Fogel se encontrava na ponte de
mando do vapor inglês S. S. Ramsey, ancorado em San Pedro (Califór-
na), Estados Unidos.

Argentina: ovni de grande luminosidade

Ovni fotografado em 1957 na província de Buenos Aires (Argenti-


na), por Alfonso Hipólito Paoloca. Na fotografia, destaca-se a grande lu-
minosidade do ovni. Objetos muito parecidos foram filmados e fotografa-
d o s posteriormente no mundo inteiro.

1958
Brasil: p r i m e i r o r e c o n h e c i m e n t o oficial ovni n o m u n d o

O ano foi "madrugador". Poucos dias após o início de 1958, produzia-


se outro caso "clássico" dentro da ufologia mundial.

144
Em 16 de janeiro, 15 minutos depois do meio-dia, o cruzeiro brasi-
leiro de treinamento Almirante Saldanha estava ancorado fora do porto

Baraúna, fotó-
grafo que con-
seguiu as ima-
gens ovni da
ilha de Trin-
dade.

da ilha de Trindade. O navio da Marinha do Brasil contava com uma tri-


pulação de 300 homens e estava realizando uma série de experiêncas hi-
drográficas vinculadas ao Ano Geofísico Internacional.
As 12:25h, quando o Saldanha preparava-se para navegar, a tripu-
lação descobriu um objeto muito brilhante que estava aproximando-se da
ilha.
Aquele aparelho — observado por todos os marinheiros reunidos no
convés do cruzeiro — planou sobre um dos picos da ilha e, pouco de-
pois, afastou-se a grande velocidade em direção ao horizonte.
Entre a tripulação encontrava-se o Sr. Baraúna, que chegou a tirar
seis fotografias do ovni. Usou uma câmara Rolleiflex, modelo E, com lentes
de f/2.8, velocidade de 1/125 de segundo e uma abertura de f/8, o que
provocou, no momento da revelação, uma superexposição e granulação.
O objeto era cinza-escuro e parecia rodeado — principalmente na parte
da frente — por uma espécie de condensação de vapor ou neblina ver-
dosa fosforescente. As testemunhas — várias dezenas de pessoas — pu-
deram ver uma estrutura claramente metálica.
O ovni voava com uma espécie de movimento ondulatório, seme-
lhante ao de um morcego, e mudava de velocidade abruptamente, sem-
pre sem transição, como se pulasse...
Enquanto voava perto do navio, os motores do Saldanha falharam,
bem como toda a energia elétrica do barco. O bússola começou a girar
de forma enlouquecida e as freqüências do rádio mudaram, desapare-
cendo os sinais.
Tanto o capitão do cruzeiro como os oficiais queriam ver imediata-
mente as fotografias de Baraúna, e por isso dirigiram-se ao laboratório
do barco. A revelação foi efetuada diante de vários oficiais da Marinha
brasileira, enquanto o próprio comandante do barco, Carlos A. Bacellar,

145
Primeira fotografia: o ovni se aproxima da ilha de Trindade.

segurava uma lanterna de luz vermelha. Como no Saldanha não havia


papel fotográfico para cópias, as testemunhas tiveram de contentar-se com
a observação dos negativos.
Como muitos dos marinheiros tinham podido observar, o ovni dos
negativos parecia metálico, esferóide, achatado e acinzentado. Estava cer-

146
cado por uma espécie de anel, semelhante aos do planeta Saturno. Este
"anel" girava rapidamente.
O objeto era de um tom laranja avermelhado, além de possuir —
durante sua marcha — um resplendor fluorescente verdoso. Este halo ver-
doso desapareceu quase por completo quando o ovni planou sobre a ilha.
A velocidade do objeto foi calculada pelos oficiais e marinheiros em
cerca de 600 quilômetros por hora.
Suas dimensões foram calculadas em cerca de 100 pés (30 metros)
de diâmetro por outros 20 (cerca de 6 metros) de altura máxima.
As fotos — como veremos a seguir — foram intensamente analisa-
das e, finalmente, declaradas autênticas pelo governo e pela Marinha do
Brasil. O próprio presidente Juscelino Kubitschek ratificou essa autentici-
dade.

Relatório dos serviços de Inteligência

Vimos, resumidamente, o lead dos acontecimentos daquele meio-


dia de 16 de janeiro. Devido aos fatos, o governo do Brasil, a Marinha
e os serviços de Inteligência, bem como a própria embaixada norte-
americana — lógico! — trocaram um número enorme de cartas, relató-
rios e comunicados.
Extraí desse copioso dossiê um relatório — precisamente dos servi-
ços de Inteligência — que é altamente "revelador" dos acontecimentos
daquele dia e de outros anteriores em águas do oceano Atlântico.
No dia 3 de março de 1958 — com o carimbo "confidencial" —,
o chefe do Comando de Operações Navais, Antônio Maria de Carvalho,
almirante da frota, dirigia a seguinte informação ao ministro da Marinha
do Brasil sobre os acontecimentos da ilha de Trindade:

Ministério da Marinha
Comando de Operações Navais
Departamento de Inteligência
Objeto:
Relatório sobre a observação de objetos voadores não identificados regis-
trada na ilha de Trindade, no período compreendido entre 5 de dezem-
bro de 1957 e 16 de janeiro de 1958.
Acontecimentos:
1. O capitão-de-corveta Carlos Alberto Ferreira Bacellar, comandante
do posto oceanográfico da ilha de Trindade, foi chamado a este Alto Co-
mando em 27 de janeiro de 1958 para apresentar seu relatório. Ele infor-
mou o seguinte:
I. A 31 de dezembro de 1957, um objeto voador não identificado
foi observado sobre a ilha pelo oficial médico primeiro-tenente MD Igná-

148
cio Carlos Moreira Murta, por um marinheiro e cinco trabalhadores. O
avistamento ocorreu pela manhã, por volta das 7:50h; devido à convic-
ção dos observadores e à coerência e correlação dos relatórios, decidiu-
se enviar o radiograma que deu origem à presente investigação.
II. Na mesma ocasião informou-se que idêntico objeto fora avistado
anteriormente, a 5 de dezembro de 1957, por um operário, também por
volta da mesma hora da manhã.
III. (Suprimiu-se parte do inciso III, que continua da seguinte manei-
ra:) No dia seguinte, 1? de janeiro de 1958, na mesma hora e na mesma
posição e com direção norte (idêntica direção das observações prévias),
apareceu algo sobre o mar, voando a uma velocidade incrível. Apesar
da opinião contrária de outros observadores e da luminosidade apresen-
tada pelo objeto em certo trecho da sua trajetória, concluiu-se, e essa ver-
são ainda se mantém, que uma gaivota projetou-se sobre o céu, toman-
do difícil qualquer estimativa estereoscópica.
IV. No dia seguinte, 2 de janeiro de 1958, deu-se novamente sinal
de alarme, dessa vez à noite, por volta das 20:00h. Este alarme foi des-
cartado porque ele mesmo estava de guarda e não viu absolutamente nada
(o oficial de Inteligência refere-se ao capitão Bacellar).
V. Finalmente, a 16 de janeiro de 1958, às 12:15h, registrou-se ou-
tro alarme de objeto voador não identificado a bordo do Almirante Sal-
danha, ancorado junto à ilha. O barco estava preparando-se para zarpar
e a tripulação estava içando para bordo o bote utilizado nas viagens à ilha.
O alarme de ovni foi dado por membros da tripulação na proa e na popa
da nau.
VI. Nessa mesma ocasião, um fotógrafo profissional civil, que esta-
va no convés, à proa do barco, fotografando a operação de içar o bote,
foi alertado e teve tempo de captar as quatro fotografias anexas.
VII. Após o avistamento, o fotógrafo extraiu o filme da câmara, em
presença do capitão-de-corveta Bacellar e outros oficiais; mais tarde, junto
com o capitão-de-corveta Bacellar, entrou no laboratório fotográfico do
navio, vestido apenas de camiseta e calção. A revelação durou cerca de
10 minutos e depois os negativos foram examinados pelo capitão Bacel-
lar. O capitão-de-corveta Bacellar afirma que viu o aludido ovni naquele
primeiro exame dos negativos mencionados, com detalhes que só as am-
pliações mostraram depois mais claramente.
VIII. Depois, os mencionados negativos foram mostrados aos mem-
bros da tripulação do navio que tinham sido testemunhas do fenômeno;
todos reconheceram que o objeto que aparecia nas fotos era idêntico ao
que tinham avistado no ar.
IX. A pessoa que chamou a atenção do fotógrafo para o objeto foi
um capitão (da reserva) da Força Aérea, que estava no barco como

149
Terceira fotografia: o o b j e t o chega ao pico D e s e j a d o e inicia o giro para o
mar.
integrante de um grupo especializado em pesca submarina; o fotógrafo
era membro do mesmo grupo.
X. As fotografias foram tiradas em não menos de 3 0 segundos.
XI. Uma forte perturbação emocional foi observada em todas as pes-
soas que avistaram o objeto, inclusive o fotógrafo, civis e membros da
tripulação do barco.
2. O capitão-de-corveta Bacellar também informou sobre um fenô-
meno que observara pessoalmente sobre a ilha, duas vezes e em ocasiões
diferentes, com ajuda de um teodolito de alta precisão e em plena luz
do dia. Sua segunda observação foi a seguinte:
I. Estava seguindo um balão meteorológico quando percebeu que
seus instrumentos tinham caído; a queda foi claramente reconhecida pe-
los sinais emitidos pelo seu rádio-sonda e pela linha traçada no registrador.
II. O balão deveria explodir depois de tal queda, pois o tempo mé-
dio de vida de um balão é de 4 0 minutos; depois desse lapso ele explo-
de, devido à grande altura atingida.
III. O balão seguido estava encoberto, a uma altura de 14.000 me-
tros, quando seus instrumentos foram lançados por meio de pára-quedas.
Alguns momentos mais tarde, localizou um objeto no céu, a cerca de 30
graus na horizontal do ponto onde o balão desaparecera ao passar por
trás de uma nuvem.
IV. Visto através do teodolito, o objeto apresentava uma forma es-
tranha, como uma meia-lua, com uma luz brilhante; o fenômeno durou
três horas e meia, e o objeto aparentemente movia-se com a mesma ve-
locidade angular do Sol.
V. O objeto só desapareceu quando o céu ficou totalmente encober-
to por cirros.
VI. Não encontra explicação para a observação que realizou consi-
derando o tempo de vida do balão pintado de vermelho que seguia, a
forma e luminosidade do objeto e a posição da Lua e dos planetas.
VII. Esta observação foi testemunhada pelo oficial médico, vários ar-
gentinos e marinheiros, e um técnico civil do Departamento de Hidrogra-
fia e Navegação da Marinha.
3. Finalmente, o capitão-de-corveta Bacellar trouxe a este Alto Co-
mando o homem que tirara as fotografias, o fotógrafo profissional Almiro
Baraúna (endereço: Praia de Icaraí, 251, apartamento 1004, Niterói), o
qual apresentou o seguinte relatório:
I. Estava no convés do NE Almirante Saldanha quando foi chamado
para observar um objeto estranho que se aproximava da ilha; pôde localizá-
lo após alguns momentos de observação.
II. Logo após avistá-lo, dirigiu sua câmara para o objeto, tirando seis
fotografias sucessivas.

151
Última fotografia: o ovni afasta-se a grande velocidade na mesma direção
de onde gira.

III. Depois, como o filme tinha acabado, extraiu-o da máquina e per-


maneceu durante quase uma hora com ele nas mãos, esperando
recuperar-se de uma forte perturbação emocional que estava sentindo;
depois foi até o quarto escuro para revelar o filme, escoltado pelo capitão-
de-corveta Bacellar.
IV. Permaneceu durante cerca de 10 minutos no quarto escuro,
acompanhado pelo capitão da Força Aérea que o estava ajudando; de-
pois mostrou o filme, ainda úmido, ao capitão-de-corveta Bacellar com
a impressão de que o objeto fotografado não tinha aparecido no filme
revelado; no entanto, sua impressão foi desmentida pelo próprio capitão
Bacellar, o qual lhe mostrou que era visível em diferentes posições uma
imagem que parecia ser a do objeto.
V. Guardou os negativos e levou-os para o Rio, onde, num labora-
tório fotográfico, fez várias ampliações; o ovni só aparecia claramente em
duas fotos, porque os outros negativos estavam muito escuros.

152
VI. Para aumentar o contraste, efetuou uma operação conhecida co-
mo "clareação", que consiste em aclarar homogeneamente todo o nega-
tivo; no entanto, como em duas fotos o ovni aparecia com toda clareza
e temia perdê-las se o processo falhasse, cortou o filme e submeteu a es-
se processo só os outros quatro negativos; conseqüentemente, o ovni apa-
receu com toda nitidez em dois deles, em diferentes posições.
VII. Disse que, ao observar ocularmente o ovni, sua impressão foi
a de um corpo sólido, com contornos pouco definidos, que mostrava gran-
de mobilidade a alta velocidade, e de uma cor escura, difícil de precisar,
porque o objeto parecia envolvido por uma substância que comparou à
espuma de sabão; parecia ter um prolongamento do mesmo material e
deslocava-se sem nenhum som.
VIII. Ficou tão nervoso e incomodado depois da observação que lhe
foi difícil realizar a tarefa rotineira de revelar o filme.
IX. Ofereceu os negativos a este Alto Comando para todos os exa-
mes e análises necessários, a fim de provar a sua autenticidade, e sugeriu
um exame microscópico como única maneira apropriada de detectar al-
gum truque.
4. Resumindo as declarações obtidas de acordo com os relatórios
transcritos acima, temos os seguintes fatos importantes:
a. Observou-se sobre a ilha de Trindade, por diversas pessoas, o apa-
recimento de objetos voadores não identificados em quatro ocasiões, em
dias diferentes, três vezes de manhã e uma à noite.
b. O capitão-de-corveta Bacellar e outros observaram de manhã, uma
vez, algo que pensaram ser uma gaivota, apesar de os suboficiais e mari-
nheiros que também testemunharam o fato ainda pensarem que se trata-
va de um ovni.
c. Duas observações, sobre a ilha de Trindade, pelo seu próprio co-
mandante militar, um oficial superior do corpo da Marinha e um hidró-
grafo perito em meteorologia e operações de rádio-sonda — além de ou-
tras testemunhas —, de um fenômeno não explicável sobre a base de con-
dições atmosféricas ou astronômicas.
d. Obtenção, a partir do convés do Almirante Saldanha, que per-
manecia ancorado junto da ilha de Trindade, de quatro fotografias de um
ovni, tiradas por um fotógrafo profissional em presença de outras teste-
munhas que afirmam ter observado o objeto fotografado.
Análise:
A avaliação dos fatos incluídos no item anterior mostra que:
a. Em cinco avistamentos de ovni, quatro ocorreram de dia e um
à noite.
b. Em cinco observações de ovni, o capitão-de-corveta Bacellar foi
testemunha apenas de um caso, que explicou como sendo uma gaivota.

153
c. As testemunhas que avistaram os ovnis eram pessoas com dife-
rentes qualificações: operários, oficiais, médicos, dentistas, marinheiros,
sargentos, civis e um fotógrafo profissional.
d. Nenhum oficial dos corpos navais avistou os fenômenos registra-
dos, com exceção dos dois incidentes informados pelo capitão-de-corveta
Bacellar.
e. Em todos os casos, todas as pessoas que observaram os ovnis,
incluindo o fotógrafo profissional, sofreram uma forte reação emocional.
Houve até mesmo um caso que envolveu um operário, considerado nor-
mal, que começou a correr devido ao pânico.
f. Os relatórios, apesar da grande dificuldade para obter boa infor-
mação de gente com escassa cultura, coincidem nos seguintes pontos:
Forma: O clássico disco ou objeto de forma lenticular. Um objeto que
(visto de baixo), segundo os observadores, quando atravessou o céu da
ilha no dia 31 de dezembro de 1957, mostrava um perfil esférico. Visto
de um ponto distante, tinha forma de disco com uma cúpula dupla (for-
ma de Saturno).
Cor: Indefinida para alguns, de aço inoxidável para outros; muitos
descreveram-no como se estivesse envolvido por uma espécie de neblina.
Som: Todos os testemunhos coincidiram em que os objetos não pro-
duziam ruído algum.
Cauda: Alguns observadores notaram uma descarga em forma de
rastro branco; outros negaram qualquer coisa desse tipo.
Tamanho: Todos os observadores concordaram em que os objetos
moviam-se muito velozmente; ninguém foi capaz de fazer estimativas.
Mobilidade: Todos os relatórios chamaram a atenção sobre a extre-
ma mobilidade dos objetos voadores não identificados. Os movimentos
não eram contínuos, como os de um avião, mas sim mais rápidos e abrup-
tos, com surpreendentes mudanças de direção e velocidade.
Altura e distância: Só os observadores dos avistamentos de 31 de
dezembro de 1957, quando o objeto voador foi visto ao atravessar a ilha,
estimaram sua altura, comparando-a com a do pico Desejado, isto é, cerca
de três vezes tal altura, ou cerca de 1800 metros.
Manobras: Todos os relatórios coincidem no fato de que os objetos
executavam manobras sumamente insólitas.
Aspecto: Era o de um corpo sólido, em todos os casos.
Tempo de observações: Muito breve, sempre calculado em segun-
dos.
g. Os observadores que avistaram os ovnis conhecem perfeitamente
a forma de identificar aviões: todos os aviões sobre a ilha foram correta-
mente identificados em todos os casos, e o relatório foi enviado por escri-
to ao Departamento de Hidrografia e Navegação.

154
h. Considerando as circunstâncias em que as fotos foram tiradas, se-
guidas da imediata revelação do filme, as condições em que esta foi reali-
zada e o estado emocional do fotógrafo, tudo indica que não houve ne-
nhuma fotomontagem no laboratório do navio.
i. No tocante à prova fotográfica, evidentemente a mais valiosa e im-
portante, temos:
Pontos negativos:
I. Não foram feitas cópias do filme no momento da revelação.
II. O comandante do barco não se apossou dos negativos depois da
revelação, a fim de obter mais tarde cópias em presença de testemunhas.
III. As cópias e ampliações foram realizadas pelo fotógrafo no seu
próprio laboratório.
Pontos positivos:
I. O relatório do capitão-de-corveta Bacellar, que viu no filme, ime-
diatamente após a revelação e estando o mesmo ainda úmido, as ima-
gens que identificou nas cópias como o objeto fotografado, e também ver-
ficou que os instantâneos que precedem a seqüência vinculada à passa-
gem do objeto correspondem a cenas fotografadas a bordo pouco antes
do acontecimento.
II. As declarações das pessoas que avistaram o objeto. Elas viram
as cópias das fotografias e declararam que tinham visto exatamente o que
nelas aparece.
j. No tocante aos negativos, foram submetidos ao exame de técnicos
do Departamento de Hidrografia e Navegação e de peritos do Serviço
Aerofotogramétrico do Cruzeiro do Sul, com os seguintes resultados:
I. O técnico do Departamento de Hidrografia e Navegação da Mari-
nha, depois de analisar os negativos, afirmou que são naturais.
II. Os técnicos do Serviço Aerofotogramétrico do Cruzeiro do Sul, após
a realização de exames microscópicos para verificar a granulação, análise
de sinais, verificação de luminosidade e detalhes de contornos, afirmaram:
Não havia nenhum sinal de fotomontagem nos negativos mencionados,
e toda a evidênca demonstrava que realmente se tratava de negativos de
um objeto verdadeiramente fotografado; a hipótese de uma montagem fo-
tográfica tramada após a observação está definitivamente excluída. E im-
possível demonstrar tanto a existência como a inexistência de uma monta-
gem fotográfica prévia; de qualquer forma, para isto se requerem uma téc-
nica de alta precisão e circunstâncias favoráveis para a sua execução.
Conclusões:
5. Considerando a apresentação dos fatos e a análise sumária reali-
zada, informada no item anterior, pode-se concluir que:
a. Um certo número de testemunhas declara ter visto objetos voado-
res não identificados sobre a ilha de Trindade. Estas testemunhas têm di-
versas qualificações, e as observações foram feitas em dias diferentes.

155
b. A maioria dos relatórios apresentados é insuficiente, sobretudo de-
vido à falta de idoneidade técnica de muitos dos observadores e à breve
duração dos fenômenos observados, de modo que não se pode chegar
a nenhuma conclusão no tocante ao avistamento de objetos voadores não
identificados.
c. A prova mais importante e valiosa, a fotográfica, de alguma ma-
neira perde sua qualidade convincente, devido à impossibilidade de des-
cartar totalmente uma montagem fotográfica prévia.
d. A reação emocional das pessoas que informaram sobre o avista-
mento de objetos voadores não identificados é muito forte e facilmente
perceptível.
e. Finalmente, a existência de relatórios pessoais e evidências foto-
gráficas de certo valor, considerando as circunstâncias em que o fato ocor-
reu, permite a admissão de que há indicadores da existência de objetos
voadores não identificados.
6. A última conclusão mencionada me permite sugerir a Vossa Ex-
celência que este Alto Comando deve levar em consideração toda a in-
formação que se obtiver sobre o presente tema, visando chegar a conclu-
sões acima de qualquer dúvida.

As ironias da vida ou "algo" mais?

Como vemos, a Marinha e os serviços de Inteligência brasileiros en-


cararam o caso da ilha de Trindade com toda a seriedade do mundo. Acho
que até o dr. Hynek poderia dar-se por satisfeito...
Mas o que muito poucas pessoas sabem é que o fotógrafo, autor das
fotos da ilha de Trindade, fora protagonista de uma curiosíssima "histó-
ria", diretamente vinculada ao assunto ovni.
Pouco depois do "encontro" ovni na praia da Barra da Tijuca, em
1952, e numa revista chamada Mundo Ilustrado, o fotógrafo amador Al-
miro Baraúna — precisamente o nosso homem — publicava um artigo
intitulado "Havia um disco voador perto de casa...".
Neste trabalho, Almiro refutava a autenticidade das impressionantes
fotos dos jornalistas do semanário O Cruzeiro, apresentando até mesmo
várias fotos previamente retocadas por ele.
Seis anos mais tarde, Baraúna estava a bordo do Almirante Salda-
nha e passaria à História da Ufologia como autor de várias fotos ovni...
totalmente autênticas.
Ironias do destino ou "algo" mais...?

A investigação civil

Diversos e competentes investigadores civis ou privados também efe-


tuaram investigações sobre o caso da ilha de Trindade.

156
O próprio Baraúna relatou assim o que vivera:
"Por volta das 12:15h, o navio estava preparando-se para deixar a
ilha e, desde as 10:00h, eu tinha presenciado o carregamento do mate-
rial e o embarque da população. Estava no convés, incomodado pelo ba-
lanço — tinha me esquecido de tomar uma pílula contra enjôo — e com
minha Rolleiflex por perto.
"Um dos colegas chamou-me para assistir ao embarque de alguns
marinheiros e às manobras de suspensão do bote que servia para ir até
a ilha, que não possuía cais.
"O mar estava agitado e este fotógrafo pensava que poderíamos ob-
ter boas fotos. Como tinha deixado minha máquina Leica com teleobjeti-
va no camarote, peguei a minha Rolleiflex (tipo E), que colocara numa
estante de alumínio para que fosse protegida da água salgada, e preparei-a
para tirar fotos: objetiva f/2.8, diafragma f/8, abertura 1/125."
(Estas seriam as mesmas características que a câmara teria no mo-
mento das fotos do ovni).

6
ILHA D E TRINDANDE
J0>
Ponta do Príncipe

< 0 , — -
Praia da
Tartarugas

U Pico
Desejado O

P i c o Crista de Galo)

Almirante S a l d a n h a

G r á f i c o da s i t u a ç ã o d o ovni n a s s e i s f o t o g r a f i a s de B a r a ú n a . D u a s d e l a s
falharam.

157
"... No momento em que estava pronto para reunir-me com meu
amigo — prossegue o fotógrafo —, sentindo-me realmente mal pelo en-
jôo, desisti de avançar mais e parei para descansar um pouco. De repen-
te, no convés dianteiro, um forte rumor chamou a minha atenção. Logo
vi meus dois chefes — J . T. Viegas e A. Vieira Filho — que me chama-
vam fazendo grandes sinais com as mãos, enquanto apontavam para um
lugar no céu, gritando-me que um objeto brilhante estava aproximando-
se da ilha. Nesse exato momento — por volta das 12:20h —- enquanto
eu tentava ver algo, o tenente Homero Ribeiro, dentista de bordo, veio
em minha direção, mostrando o objeto voador no céu; estava tão excita-
do que tropeçou nos cabos que estavam em cima do convés. Enquanto
isso, eu conseguira localizar o objeto, graças à luminosidade que ele emi-
tia. J á estava muito perto da ilha e não saberia dizer se a luminosidade
era própria dele ou se estava refletindo algum resplendor procedente do
solo. De qualquer forma, o céu estava nublado e o Sol não podia iluminá-
lo. Ele vinha de alto-mar e dirigia-se à ponta Crista do Galo. Antes que
ele chegasse ao pico Desejado, tirei duas fotos. Mas minha máquina es-
tava mal ajustada e, infelizmente, meus negativos ficaram superexpostos.
O objeto desapareceu por trás da montanha durante alguns segundos e,
de repente, regressou, dirigindo-se agora para o mar. Estava mais próxi-
mo e parecia muito maior. Tirei então a terceira foto.
"Imediatamente tirei mais duas fotografias, mas não acertei devido
à confusão reinante no convés. O objeto voador elevara-se para alto-mar
a grande velocidade. Num dado momento ele pareceu imobilizar-se, e
aproveitei para tirar a sétima foto, a última do filme...
"Depois de uns dez segundos ele afastou-se e, finalmente, desapa-
receu."

Balançando-se como um morcego

"Durante toda a observação, o objeto permaneceu silencioso. No en-


tanto, por causa do estrépito do mar e dos marinheiros, não posso con-
firmar esse ponto.
"O ovni tinha um aspecto nitidamente metálico, de cor cinza-escuro.
Em volta dele, sobretudo na parte dianteira, havia uma espécie de con-
densação de vapor verdoso ou fosforescente. Lembro-me que ele se me-
xia balançando-se, como um morcego."
Logo depois do desaparecimento do ovni, tudo voltou à calma no
barco, e todos os que tinham podido observar o objeto — 4 8 testemu-
nhas — demonstraram grande impaciência para saber se as fotos tiradas
por Baraúna tinham saído.
Parece curioso, mas dos cinco tripulantes do Almirante Saldanha que
estavam com uma máquina fotográfica nas mãos naquele momento, Ba-

158
raúna foi o único que conseguiu bater as fotos... Nenhuma das outra;
quatro testemunhas lembrou-se de utilizar suas máquinas. Esta é uma rea
ção muito normal entre as testemunhas de ovnis.... A impressão é tãc
forte que a maior parte esquece tudo o que lhe rodeia, inclusive as má
quinas fotográficas.
Uma hora depois do encontro ovni, Baraúna estava revelando o fil
me, na presença do comandante do posto oceanográfico e capitão-de
corveta Carlos Alberto Bacellar.
O testemunho do capitão a respeito da revelação é importante:
"... Vi o filme saindo do banho, ainda úmido, e ao examiná-lo pudí
comprovar o seguinte:
"1. As fotos que precederam a seqüência do sobrevôo da ilha pele
ovni eram, realmente, as que tinham sido tiradas a bordo pouco ante;
do incidente.
"2. Nas fotos da seqüência do sobrevôo via-se, em diversas posições
um objeto parecido com o artefato que, mais tarde, tornou-se visível na;
cópias (não havia papel fotográfico nem amplificador a bordo).
"3. As duas fotos que ficaram ruins, por causa da excitação de Ba
raúna ou porque o empurraram, representavam o mar e algumas pedra;
da costa. Estes negativos foram examinados por quase toda a tripulaçãc
e todas as testemunhas da observação reconheceram o objeto visto, urr
artefato parecido com o planeta Saturno.
"Enquanto o filme estava sendo revelado — prossegue o capitão —
soube-se que os equipamentos elétricos de bordo tinham deixado de fun
cionar enquanto o objeto permanecera nas imediações do navio. Alérr
disso, em alto-mar este deteve-se três vezes por avarias técnicas; o barcc
parava enquanto a iluminação diluía-se até apagar. Quando esses fenô
menos ocorriam, alguns oficiais precipitavam-se para o convés com binó
culos, mas o céu estava nublado e era impossível observar qualquer coi
sa. O resto da viagem foi menos animado e o Almirante Saldanha che
gou tranqüilamente a Vitória antes de zarpar de novo para o Rio.
"No entanto, Baraúna e seus colegas do clube de pesca submarine
permaneceram dois dias em Vitória, regressando ao Rio de ônibus."

Em 14 segundos

O comandante do posto pediu a Baraúna os negativos e este os ce


deu gentilmente. Quarenta e oito horas mais tarde o filme lhe foi devolvi
do, com um convite do Ministério da Marinha para dar seu depoimente
sobre os acontecimentos. Baraúna relata assim o seu encontro com a;
autoridades brasileiras:
"Compareci ao Ministério e fui apresentado a vários oficiais superio
res, que me fizeram inúmeras perguntas. Apresentei-me duas vezes ao;
militares.
157
"No final da primeira entrevista, deixei meus negativos para serem
examinados. Pelo que fiquei sabendo, eles foram enviados ao Serviço
Aerofotográfico do Cruzeiro do Sul, onde foram estudados quatro dias
seguidos. Depois desses exames, os oficiais me afirmaram que se admitia
que os documentos estavam fora de qualquer suspeita, sem nenhuma
fraude.
"Durante a segunda entrevista, fizeram-me vários testes, cuja finali-
dade era estimar a velocidade do objeto: enquanto manejavam minha
Rolleiflex no ritmo de uma foto normal, três oficiais cronometravam a du-
ração das observações. Conseguiram determinar que as seis fotos tinham
sido tiradas em 14 segundos.
"Ao estudar a posição do barco, estimaram também que o artefato
deslocava-se a uma velocidade compreendida entre 900 e 1000 quilô-
metros por hora, durante suas acelerações.
"Levando em consideração a paisagem da ilha nas fotos e graças a
mapas precisos, calcularam o seu diâmetro em aproximadamente 40 me-
tros e sua espessura em cerca de oito metros. Durante as minhas entre-
vistas, notei que em diversas ocasiões os oficiais consultavam um dossiê
sobre o assunto. Ele continha as minhas fotos, além de outras, e soube
que as tinham apresentado a várias testemunhas da observação e que
todas as tinham identificado corretamente. Para não causar pânico — se-
gundo eles — as autoridades militares pediram-me que não falasse sobre
o acontecimento até que eles me dessem permissão para contá-lo à im-
prensa. Foi o próprio comandante Bacellar quem me deu — oralmente
— esta permissão, no final do mês de fevereiro."

A Embaixada dos Estados Unidos pede informação

Poucos dias depois do incidente na ilha de Trindade, os norte-


americanos enviaram a seguinte carta à Marinha brasileira:

Embaixada dos Estados Unidos da América


Escritório do Adido Naval
Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 1958.
Em resposta ao Excelentíssimo Senhor Contra-Almirante Luis Felip-
pe Pinto da Luz
DD Subchefe para Informações
Estado-Maior da Marinha
Meu prezado Almirante:
Apreciaria muito qualquer informação que pudesse proporcionar-me,
inclusive fotografias do "disco voador" que se afirma ter sido visto na ilha
de Trindade no dia 16 de janeiro, a partir do navio-escola Almirante Sal-
danha.

160
Como o senhor sabe, houve numerosos relatórios dessas observa-
ções, e os Estados Unidos instauraram uma comissão especial para inves-
tigá-las, sem obter nenhuma conclusão definitiva. No entanto, parece-me
que se esta ocorreu segundo o que publicam os jornais de hoje, deve ter
havido um bom número de testemunhas confiáveis e inteligentes para pro-
porcionar uma boa prova neste caso.
Com os meus protestos de alta estima e consideração, atenciosa-
mente.
M. Sunderland, Capitão (Marinha dos Estados Unidos). Adido na-
val dos Estados Unidos.
Quatro dias mais tarde, o contra-almirante respondia ao adido naval
norte-americano, atendendo ao seu pedido e enviando-lhe quatro cópias
das fotografias.

"Os marcianos são uns folgados"

Mas duvido muito que o adido naval norte-americano passasse uma


cópia do "seu" relatório ao mencionado contra-almirante brasileiro. A cor-
tesia, bons modos e condescendência do norte-americano em sua carta,
na qual pedia "qualquer informação", transformaram-se em comentários
como os seguintes, extraídos do dossiê enviado pelo citado Sr. Sunder-
land às "altas autoridades militares" dos Estados Unidos:

Data de informação: 21-27 de fevereiro de 1958.


N? de série: 39-58.
Data do relatório: 11 de março de 1958.
Do: Adido Naval Estadunidense, Rio de Janeiro.
Contato: Imprensa.
Avaliação: 303
Tema: Brasil — Marinha — disco voador fotografado do Almirante
Saldanha.
Anexo: Série de 4 fotografias sobre o tema, tiradas pela Marinha bra-
sileira.
1. Anúncio: em 21 de fevereiro, dois dos principais jornais do Rio
de Janeiro reproduziram fotografias mostrando um suposto disco voador
fotografado do navio Almirante Saldanha, da Marinha brasileira, aproxi-
madamente ao meio-dia de 16 de fevereiro de 1958, quando o mesmo
estava ancorado perto da ilha de Trindade, a cerca de 900 quilômetros
a leste do Rio de Janeiro. Naquele momento, o navio estava realizando
pesquisas referentes à participação da Marinha brasileira no Ano Interna-
cional Geofísico.
Fotógrafo: As fotos foram tiradas por um fotógrafo sem emprego fi-
xo (?), Almiro Baraúna, utilizando sua câmara Rolleiflex na velocidade

161
125, abertura de lente B, e foram reveladas num laboratório a bordo do
Almirante Saldanha. Este cavalheiro tem uma longa história de truques
fotográficos e é muito conhecido por coisas como falsos retratos de te-
souros no fundo do oceano. Em outra ocasião, preparou um artigo deli-
beradamente humorístico, publicado numa revista, intitulado "Um disco
voador me persegue em casa", utilizando fotografias trucadas. Depois da
publicação de suas mais recentes fotos de "discos voadores", Baraúna disse
aos jornalistas que o serviço secreto da Marinha o interrogara durante qua-
tro horas com relação às fotos. E disse:
"Os negativos foram projetados em grande tamanho numa tela. Se
houvesse algum truque, a gigantesca projeção o teria revelado. Após um
interrogatório efetuado por oficiais do Estado-Maior, o chefe do Serviço
Secreto — o oficial de mais alta graduação presente — disse-me:
"— Vou lhe fazer algumas perguntas. Não se ofenda, pois não duvi-
do da autenticidade de suas fotos, mas tenho de ouvir a resposta de sua
boca. Se quisesse fazer aparecer um disco voador num negativo, como
procederia?
"Eu lhe respondi:
" — Comandante, sou um hábil fotógrafo, especializado em fotogra-
fias trucadas, porém nenhuma delas resistiria a um exame atento e preci-
so."

(Mais adiante, e após uma clara "exposição" dos fatos, sintetizada


nos incisos "posição da Marinha brasileira", "declarações do pessoal do
Saldanha" e num quinto ponto intitulado "publicidade", o adido naval
dos Estados Unidos faz comentários como os seguintes:)

"... Na sua maioria, os relatos sobre discos voadores não merecem


que ninguém lhes dedique muito tempo nem esforço..."

(Evidentemente, o norte-americano passará à história pela sua pro-


funda agudeza mental... Mas continuemos).

"... 2. Apresentam-se tão-somente duas explicações para este inci-


dente peculiar:
a. Algum poder avassalador ordenou à Marinha brasileira não verifi-
car oficialmente este incidente (o que poderia fazer com facilidade, se fosse
falso). Pessoalmente, não acho que alguém tenha ordenado à Marinha
brasileira que se calasse a este respeito, porque não houve indícios de
tal censura em círculos brasileiros nem estadunidenses. Além do mais,
duvido que o controle que eles exercem sobre cada oficial e marinheiro
seja tão perfeito para obrigá-los a guardar silêncio."

162
O Sr. Sunderland — além de demonstrar uma grave falta de respei-
to aos militares profissionais de outro país — cai, incessantemente, em
contradições. Se são apresentadas somente duas explicações para este
incidente, qual é a primeira? O adido naval especula sobre um "poder
avassalador" (?) que ordenou que os brasileiros não verificassem o
incidente...
Isto quer dizer, então, que tal "incidente" existiu.
A segunda contradição do funesto Sunderland chega logo após,
quando afirma que não acredita nessa mão negra que ordenou silêncio
à Marinha brasileira...
A que conclusão chegamos?
E prossegue o "oficial preparador", como se autodefine o adido na-
val:

"b. Trata-se apenas de um falso ardil publicitário, preparado por um


fotógrafo desonesto, e a Marinha brasileira deixou-se convencer. Isto pa-
rece o mais verossímil, levando em conta a propensão dos brasileiros ao
sensacionalismo e aos boatos, sua famosa tendência a nunca deixar que
a verdade se interponha no caminho de uma boa estória, e a ineficácia
burocrática em geral."

E tudo isso o Sr. Sunderland enviou para os Estados Unidos — sen-


do incluído no famoso projeto Livro Azul — sem ter-se dado ao trabalho
de interrogar as quase cinqüenta testemunhas do Almirante Saldanha e
sem conhecer a exaustiva documentação acumulada pelas Forças Arma-
das brasileiras e pelos serviços de Inteligência daquele país.
A situação me faz lembrar dos ufólogos de "salão" e de "bar" — tão
abundantes na Espanha — que negam sistematicamente tudo.
No terceiro ponto, o adido naval continua assim:

"Além disso, as fotografias proporcionadas pela Marinha brasileira


não são convincentes. Os detalhes da terra são sumamente nítidos, mas
o disco é confuso, tem escasso contraste e não mostra nenhum efeito de
sombras. Também é evidente que o objeto estava invertido na fotografia
número 2, comparando-a com a 1 e a 3. Por outro lado, os jornais men-
cionaram velocidades altíssimas, e é evidente que não há borrões late-
rais, como aconteceria com qualquer velocidade razoável de diagrama."

Mais uma vez, o Sr. Sunderland mostra a sua profunda ignorância


sobre fotografia em geral e, o que é ainda mais grave, sobre os detalhes
do avistamento da ilha de Trindade. Teria sido suficiente que ele interro-
gasse as testemunhas ou se dirigisse às fontes oficiais da Marinha para
conhecer as velocidades do ovni (entre 900 e 1000 quilômetros por hora

163
nas suas acelerações, segundo cálculos dos especialistas), em vez de con-
siderar definitivas as informações dos jornais...
Mas o "brilhante" relatório da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil
termina cobrindo-se de glória com o comentário final de Sunderland:

"4. É opinião pessoal do oficial informante que seria inverossímel ver


um disco voador na ilha de Trindade, tão árida, já que todos sabem que
os marcianos são seres que apreciam muito a comodidade.
Preparado e expedido: S/M Sunderland
Capitão Marinha Estados Unidos"

Tal como assinala Hynek, não consigo entender por que a Força Aé-
rea norte-americana consentiu em tornar públicos os disparates deste pés-
simo representante dos Estados Unidos. Suas opiniões, longe de serem
deixadas de lado, foram aceitas e incluídas no mencionado Livro Azul,
que rotulou o caso de Trindade como "falso".
Que se pode esperar de um projeto como este — e de todas as suas
investigações — quando se assiste a palhaçadas como esta do "informante"
oficial no Rio de Janeiro?

Declaração oficial da Marinha

O assunto acabou vazando para a imprensa e, em 21 de fevereiro


de 1958, o jornal Última Hora, do Rio, publicava, na primeira página,
a notícia do encontro na ilha de Trindade.
Baraúna declarou posteriormente que um jornalista do Correio da
Manhã foi o primeiro a conseguir cópias da série de fotos que acaba-
vam de ser oferecidas ao presidente do Brasil da época, Sr. Juscelino
Kubitschek.
Devido a isto, a imprensa nacional e estrangeira interessou-se pelo
tema e cresceram os comentários, muitos deles totalmente injustificados
e sensacionalistas.
A confusão chegou a tal extremo que a assessoria de imprensa da
Marinha teve de publicar uma nota oficial em 22 de fevereiro, mencio-
nando o incidente, embora sem qualquer detalhe.
Em vez de acalmar os ânimos jornalísticos, isto aumentou as polêmi-
cas e os boatos.
No dia 27 de fevereiro desse mesmo ano, o Sr. Sérgio Magalhães,
deputado, apresentava oito perguntas ao ministro da Marinha, com rela-
ção ao acontecimento:

"1. E verdade que a tripulação do Almirante Saldanha foi testemu-


nha do aparecimento de um objeto estranho por cima da ilha de Trindade?

164
"2. Considerando que a declaração oficial emitida pelo Gabinete do
Ministério da Marinha admite que as fotos de tal objeto foram tiradas na
presença de muitos membros da tripulação do Almirante Saldanha, peço
que seja realizada uma investigação e registradas as declarações de todas
as testemunhas.
"3. Em caso de resposta negativa, peço ao Ministério da Marinha que
justifique a sua atitude, isto é, não dar importância aos fatos mencionados.
"4. E verdade que as fotos tiradas foram reveladas na presença de
oficiais e que desde o primeiro exame destes documentos reconheceu-se
o objeto?
"5. Os negativos sofreram um exame minucioso para descobrir se
o filme fora trucado antes dos fatos?
"6. Por que o assunto permaneceu secreto durante um mês?
"7. E verdade que outros fenômenos similares já foram observados
por oficiais da Marinha brasileira?
"8. E verdade que o comandante do rebocador Tridente também ti-
nha observado o que se chama de 'disco voador'?

"O aparecimento destes objetos chamados "discos voadores" tem des-


pertado, há mais de dez anos, o interesse e a curiosidade do mundo in-
teiro. Pela primeira vez, porém, o fenômeno foi observado por numero-
sas pessoas que pertencem a uma força militar, e as fotos receberam o
carimbo oficial através de uma nota distribuída à imprensa pelo Gabinete
do Ministro da Marinha. Assim, como o problema diz respeito à seguran-
ça nacional, é preciso que todas as informações que possam esclarecer
o assunto sejam divulgadas para que a confusão atual termine.".

A Marinha confirma o ovni

Semanas mais tarde, o Ministério da Marinha tornava pública outra


nota — desta vez mais extensa, — que foi incluída, com grandes letras,
nos jornais de 16 de abril de 1958.
Os jornais Correio da Manhã, O Jornal, Jornal do Brasil e Última
Hora davam a seguinte manchete:
"A Marinha confirma o disco voador de Trindade".
Eis aqui o texto integral da declaração oficial:
"Em continuidade às informações divulgadas pela imprensa e segundo
as quais o Ministério da Marinha opôs-se à difusão das fotos relativas à
observação de um objeto estranho por cima da ilha de Trindade, o Gabi-
nete deste Ministério declara que tais informações carecem de fundamento.
Este Minstério não encontra motivos que pudessem impedir a divulgação
das fotos deste objeto, que foram tiradas pelo Sr. Almiro Baraúna — na
época convidado à ilha pela Marinha — na presença de muitos

165
membros do Almirante Saldanha, a bordo do qual as fotos foram tiradas.
Naturalmente, o Ministério não pode opinar sobre a natureza do objeto
observado por cima da ilha de Trindade, pois fotos não constituem uma
prova suficiente para chegar a tais conclusões.".

Uma coisa está clara. Apesar do "sensacionalismo", "boatos", da "ine-


ficácia burocrática geral" e da "famosa propensão brasileira a nunca dei-
xar que a verdade se interponha no caminho de uma boa estória" — re-
produzo as palavras textuais do representante norte-americano no Rio —,
as autoridades da Marinha do Brasil deram com esta nota oficial uma prova
de autêntica democracia. Algo que muitos representantes da Força Aé-
rea dos Estados Unidos e da administração dos Estados Unidos nunca
praticaram com o assunto ovni...

Uma quinta fotografia

Ao mergulhar nos casos ocorridos em datas anteriores ao encontro


ovni da ilha de Trindade, alguns pesquisadores civis, entre eles o dr. Ola-
vo Fontes, representante no Brasil da APRO (Organização para a Investi-
gação de Fenômenos Aéreos), descobriram a existência de uma quinta
fotografia.
Como relatei nas páginas anteriores, outras testemunhas viram voan-
do sobre a ilha um estranho artefato esférico, brilhante como o metal po-
lido, que diminuiu sua velocidade ao sobrevoar o posto meteorológico.
Segundo as testemunhas, o ovni estava "rodeado" por um "cinto" — ao
estilo do planeta Saturno e seus anéis — que parecia girar em volta do
objeto.
Silencioso, o ovni parecia envolvido num resplendor verdoso que
diminuía até desaparecer no momento do vôo sobre a estação meteoro-
lógica, intensificando-se, porém, ao adquirir velocidade.
"O ovni — explicaram os informantes — podia ser do tamanho de
um avião DC-3 e parecia totalmente controlado."
Durante essa observação, um sargento da base tirou uma fotografia
do ovni. Mas esta foto — supondo-se que ela exista — nunca foi divulga-
da. O dr. Fontes assegurou que algumas pessoas privilegiadas puderam
vê-la, bem como o próprio Baraúna. Numa de suas declarações, o foto-
gráfo do Almirante Saldanha chegou a dizer que "no final de uma entre-
vista com os militares, o oficial disse-me que estava convencido de que
as minhas fotos eram autênticas. Mostrou-me outra foto, também tirada
em Trindade por um sargento telegrafista da Marinha. Utilizara-se uma
máquina tipo caixa. A foto representava o mesmo objeto que aparecia
nas minhas fotos. O oficial disse-me que esta foto fora tirada dois dias
antes de minha chegada à ilha".

166
Registrado no radar

Pouco depois, Almiro Baraúna afirmou que, na véspera de sua ob-


servação, o operador de radar da ilha descobrira um eco muito particular
na sua tela.
A ilha de Trindade, como se sabe, encontrava-se então fora de to-
das as linhas marítimas e aéreas (a ilha está situada a leste das costas do
Brasil, diante de Vitória — estado do Espírito Santo — a 20 graus e 30
minutos de latitude sul e 29 graus e 20 minutos de longitude oeste).
Parece pouco provável, portanto, que aquele eco de radar fosse um
aparelho conhecido. Ainda mais: na hora em que a tripulação do Almi-
rante Saldanha observava o estranho objeto fotografado por Baraúna, o
mesmo fenômeno produziu-se de novo e até o radar parou de funcionar
quando o ovni encontrava-se a não mais de 14 quilômetros do navio,
segundo cálculos posteriores.

O apoio de um presidente da República

Na minha opinião, o volumoso dossiê do caso da ilha de Trindade


contém suficiente número de requisitos para que o tema seja considera-
do "rigorosamente autêntico". Além do mais, seria o primeiro tema ovni
do mundo a ser ratificado por um presidente da República, com tudo o
que isso significava e continua significando...
A 25 de fevereiro de 1958, quatro dias depois da publicação das fo-
tos de Baraúna, a agência United Press publicava o seguinte comunicado:
"O ministro da Marinha, almirante Antônio Alves Câmara, declarou,
depois da entrevista com o presidente Juscelino Kubitschek em sua resi-
dência de verão em Petrópolis, que estava pessoalmente convencido da
autenticidade das fotos.
"A Marinha — concluía a matéria da agência de notícias — possui
um grande segredo que não pode divulgar porque não é possível explicá-
lo", acrescentou o ministro.

A desconcertante "luz sólida"

As imagens, das páginas 170 e 171 foram associadas durante anos


aos acontecimentos ufológicos do pântano de Wanaque, em Nova York.
No entanto, com exceção de uma fotografia, o resto foi tirado, aparente-
mente, em 1958, nas proximidades de Archbald, na Pennsylvania (Esta-
dos Unidos), e não em 1966.
Segundo Beryhold E. Schwarz, as fotografias por ele apresentadas
neste caso foram tiradas por uma testemunha que chamaremos de Rob

167
e que deseja conservar o anonimato. O acontecimento foi relatado ao
mencionado Schwarz por outra das testemunhas — B. C. —, que na-
quela noite estava em companhia de vários amigos.
"Estas fotografias — conta B. C. — representam o que vi perto de
Archbald, na Pennsylvania, em 1958. Todas menos uma. Isto é, das cin-
co fotografias, só a que ocupa o lado inferior direito não corresponde ao
que outras pessoas e eu vimos naquela ocasião..." (ver fotografia supe-
rior na página 171).

O lugar da "ação"

"Entramos num carro e dirigimo-nos à noite para Archbald. Ali —


disseram — era onde estava a ação."
B. C. refere-se a diversos acontecimentos relacionados a aparecimen-
tos de luzes e objetos não identificados.
Continua seu relato da seguinte maneira: "Não recordo a data nem
o nome do fotógrafo que nos acompanhava, só sei que era de um po-
voado próximo e não carregava tripé".
O dr. Schwarz, membro da revista FSR e perito em ondas cerebrais
do Essex County Hospital Center, em Nova Jersey (Estados Unidos), ave-
riguou posteriormente o nome do citado fotógrafo.
"... Aquilo era uma mina de carvão. Estava muito isolada e cheia
de crateras. Parecia uma paisagem lunar...
"Também não vimos lago nem pântano algum — prossegue B. C.
—, como no caso de Wanaque.
"O aparelho saiu de lugar nenhum. Só vi o contorno e aquele raio
de luz branca, que oscilava de trás para frente como um pêndulo. Depois
retirou-se.
Aquelas luzes nunca se colocaram sobre o grupo. E sucedeu algo
muito estranho: o raio de luz parou na metade do ar. Embora pareça men-
tira, jamais chegou a tocar o solo. Não posso compreender isso.
"Também não escutamos ruído. A noite estava clara. Havia lua e
acho que tudo aconteceu por volta da meia-noite. Não, também não ha-
via neve. Poucos minutos depois, o objeto e o raio desapareceram."

Um ano e meio depois

B. C. acrescentou que um ano e meio mais tarde, ele e seus amigos


viram um jogo de fotos e reconheceram aquele objeto, e o raio de luz,
como "a mesma coisa" que tinham presenciado em Archbald.
"Ouvi dizer — comentou a testemunha — que um agente do FBI
estava à procura dos negativos das fotos, mas o autor os colocou num
lugar seguro, num cofre. Depois fez as cópias."

168
^anaqua

No presente documento — que me foi entregue


na Catânia (Sicília) pelo "contatado" Eugênio Sira-
cusa — um objeto não identificado lança um raio
de luz para a Terra. Algo muito parecido com o
que ocorreu nos Casos da Pennsylvania e Wa-
naque e com o que eu mesmo pude ver no Peru,
em setembro de 1974, em companhia de outras
pessoas.

As fotos da Pennsylvania de 1958 foram atribuídas furante


muito tempo ao caso Wanaque, de 1966. A quinta imagem
(abaixo à direita) não foi tirada pelo fotógrafo da Pennsylvania.
É muito possível que esta última foto pertença ao citado caso
do lago Wanaque. A semelhança, como vemos, é quase total.

A quinta fotografia —
possivelmente tirada
no lago Wanaque —,
com outro estranho
objeto redondo à di-
reita. Um potente fei-
xe luminoso sai do
ovni.
As fotografias em questão (o dr. Schwarz as chama de "ufógrafos")
foram apresentadas ao pesquisador August C. Roberts, que possui uma
grande coleção de fotos ovni. Roberts identificou-as imediatamente e es-
clareceu que "elas já tinham sido publicadas". O ufólogo referia-se ao men-
cionado caso do pântano de Wanaque, em 1966. Desta forma, a confu-
são pôde ser esclarecida. As imagens supostamente obtidas em 27 de fe-
vereiro de 1966 em Wanaque eram as da Pennsylvania, tiradas em 1958.
Roberts conta que as quatro fotografias de 1958 foram apresentadas
ao editor da publicação especial UFO pelo autor verdadeiro. Este insistiu
em permanecer no anonimato.
Após uma prolongada investigação, August Roberts conseguiu en-
contrar o suposto fotógrafo do lago de Wanaque, mas não pôde com-
provar se, efetivamente, era o autor das cinco imagens. Ainda mais: o
misterioso fotógrafo não quis reconhecer as suas próprias e supostas fo-
tografias porque — segundo manifestou — "dois dos seus antigos com-
panheiros, que também tinham sido testemunhas de outro objeto que lan-
çou um raio de luz sobre a superfície do lago, tinham perdido seus em-
pregos".
O que parece claro é que na Pennsylvania obtiveram-se quatro foto-
grafias e, em Wanaque, pelo menos uma. Curiosamente, duas delas eram
praticamente "gêmeas". Isto sem dúvida foi o que provocou e ainda pro-
voca confusão entre os estudiosos do assunto. Roberts percebeu que a
fotografia de Wanaque fora realmente tirada naquele lugar, porque a mon-
tanha do fundo e o lago fazem parte de tal região.
O assunto, porém, continua em aberto...

A luz "sólida"

E curioso, mas ao ler a presente história — extraída do número 4


(volume 18) da revista inglesa Flying Saucer Review (páginas 7 a 9) —,
recordei o que eu mesmo presenciei em 7 de setembro de 1974 nas du-
nas de Chilca, no Peru. Naquela noite — como relato no meu livro ante-
rior, Ovnis: S.O.S. a la humanidad —, dois objetos voadores não identi-
ficados absolutamente silenciosos e brilhantes surgiram abaixo da espes-
sa camada de nuvens e a pouco mais de 200 metros do grupo "que es-
perava o aparecimento destas naves". Lembro-me que, para minha sur-
presa, um dos objetos lançou para a terra um raio de luz branca, muito
intenso. Mas aquele "raio", ou seja lá o que for, não chegou a tocar a
areia de Chilca. A imagem ficou na minha mente — e acho que perma-
necerá até a minha morte — nítida e minuciosamente gravada.
Somente muito depois daquele histórico "avistamento com encon-
tro marcado" é que eu fiquei sabendo que esse raio de luz já tinha sido

171
visto por outras pessoas em numerosos lugares do mundo. Os pesquisa-
dores chamavam-no de "luz sólida".
Pois bem, em fevereiro de 1981, quando estava preparando esta
obra, meu bom amigo Enrique de Vicente fez chegar às minhas mãos a
já mencionada revista inglesa FSR. Era a primeira vez que eu contempla-
va as imagens da Pennsylvania e do lago de Wanaque, tiradas em 1958
e 1966, respectivamente.
Poucos dias depois, Antonio Ribera também me enviava, de Barce-
lona, outras cópias do mesmo caso.
Em suma: eu contemplara no Peru algo muito semelhante ao que
fora visto na América do Norte: um feixe de luz que se "deteve" quando
descia verticalmente em direção à areia do deserto. "Algo" que para nós
— para a nossa física atual —• é pouco menos que impossível.

Também em 1958

Idaho: os enigmáticos movimentos ovni

Em fevereiro de 1958, o fotógrafo Robert Dum obtinha uma estra-


nha imagem (ver fotografia na página 174). Lugar: Selle, no estado norte-
americano de Idaho. A fotografia foi encontrada depois da morte de Dum,
e por isso não foi possível colher informações precisas sobre as circuns-
tâncias em que foi tirada.
Segundo peritos do grupo ICUFON, "na fotografia podem ser de-
terminadas 19 linhas luminosas, quase paralelas, cujas trajetórias termi-
nam numa possível formação romboidal, com curvas similares na dire-
ção oposta. As linhas estão agrupadas em unidades de 3 x 3. Isto é se-
melhante às formações militares das chamadas luzes de Lubbock e
Mannheim".
O ICUFON também afirma que as trajetórias luminosas são muito
semelhantes à imagem individual obtida pelo Observatório Adhara, na
Argentina.

Sobre Roma

Nesse mesmo ano de 1958, outro fotógrafo — Paolo di Girolano


— obtinha uma imagem de um estranho objeto sobre a cidade de Roma.
E claro que estes veículos são capazes de efetuar movimentos que os
nossos helicópteros, aviões a hélice ou a turbina nunca poderiam realizar.
Sua tecnologia é radicalmente diferente da que nós conhecemos e
praticamos.

172
Esquadrilha ovni capatada em Idaho, segundo o s peritos do ICUFON.

Escoteiros no Maine

A 7 de julho de 1958, seis professores e vinte escoteiros observa-


ram, no acampamento de verão de Timber Like, no estado do Maine (Es-
tados Unidos), um disco cor de bronze. Emitia um ruído surdo. Segundo
as testemunhas, o ovni apareceu sobre uma zona de bosque, em pleno
céu. A fotografia (página seguinte) foi tirada por Phil Johnson. Algum
tempo depois, William Spaulding submeteu a imagem aos seus compu-
tadores. O resultado foi "imagem-ovni autêntica".

173
O ovni visto por um grupo de escoteiros, no Maine.

Disco sobre os telhados de Kaizuka. Ovni captado pelo estudante de


astronomia Tstomo Kikuchi quan-
do tirava fotografias da Lua com
um telescópio refrator de duas

J
polegadas ( 3 0 de Abril de 1 9 5 8 ) .
J a p ã o : dois novos c a s o s

Em 1958, os cidadãos japoneses puderam assistir a novas e intensas


"ondas" ovni sobre o país do Sol Nascente. Eis aqui duas amostras (pági-
na anterior), captadas sobre as áreas de Kaizuka e Tóquio.

Polônia:
primeira fotografia ovni conhecida dos países do Leste

O dr. Kowalczewski, médico do departamento de tuberculose de um


hospital de Krynica-Murzina, viu o objeto através da janela do hospital.
O ovni permaneceu estático o tempo suficiente para que o doutor fosse
buscar sua máquina fotográfica e tirasse a foto.

Fotografias tiradas na paria de


Piatá, por Hélio. Primeira fotogra-
A 2 2 de dezembro de 1 9 5 8 , o dr. fia: o disco apresenta sua região
Stanislaw Kowalczewski obtinha inferior. Segunda fotografia: o dis
esta fotografia de um ovni em co continua aproximando-se. Ter-
forma de disco em cúpula sobre os ceira fotografia: o ovni apresenta
bosques da localidade polonesa de sua típica forma de cúpula. Quarta
Krynica-Muryna. fotografia: o objeto afasta-se, ofere-
cendo toda a sua parte plana ao ar.

175
1959
Brasil: um papel na mão

A década de 50 terminaria — sempre do prisma fotográfico — com


um acontecimento que encerra um profundo valor.
Mas vamos conhecer primeiro os fatos, tal como são relatados pela
prestigiosa APRO na Enciclopédia de los ovnis, de Ronald D. Story.
As fotografias da praia de Piatã, no Brasil, foram tiradas em 24 de
abril de 1959 por Hélio Aguiar, um funcionário de 32 anos, empregado
num banco da cidade de Salvador (Bahia).
Naquele dia, Hélio estava andando de motocicleta pela estrada que
desemboca em Itapoã. Era o início da tarde.
Passando por Piatã, no distrito de Amaralina, o funcionário viu no
céu um disco com uma cúpula que — segundo ele próprio — "parecia
um chapéu de cardeal". Tinha um número indeterminado de janelas, per-
feitamente visíveis em volta da base da cúpula. Na parte posterior do
ovni, Hélio observou quatro marcas ou símbolos estranhos, que são visí-
veis somente nas fotografias.
Parou a moto e, consciente do que estava vendo, começou a tirar
sua máquina fotográfica do estojo. Preparou-a e obteve as três primeiras
imagens. Estas — segundo declarou — foram tiradas muito rapidamente.
"O ovni — manifestou a testemunha — girou lentamente sobre as
ondas, aproximando-se de mim..."
O fotógrafo sentiu uma pressão muito estranha no cérebro, e uma
confusão progressiva começou a surgir. Era como se alguém estivesse
ordenando-lhe escrever...
E, enquanto enrolava o filme para tirar uma quarta foto, Hélio per-
deu a noção daquilo que estava fazendo.

Um papel em sua mão

Ao recuperar o conhecimento e a consciência, a testemunha recor-


da que estava jogada em cima da moto. O ovni desaparecera e o fotó-
grafo estava com um papel na mão. Um papel que, evidentemente, não
se lembrava de ter pego...
Escrito com sua própria letra, era possível ler o seguinte:
"Interrompam imediatamente todos os testes atômicos com propósi-
tos bélicos. O equilíbrio do universo está ameaçado. Permaneceremos vi-
gilantes e prontos para intervir."
Ao tentar reviver aquela experiência insólita, o funcionário lembrou-
se de que a nave era de cor metálica prateada escura, com uma cúpula
de cor laranja — um pouco luminosa — e "janelas" pequenas e quadra-

176
das. "Pareciam — disse ele — painéis ou portinholas em volta da base
da cúpula."
O ovni também apresentava três tubos com estruturas nervuradas e
paralelas desde a cúpula até a borda do disco, num dos lados. Também
observou quatro protuberâncias semi-esféricas e pequenas na região in-
ferior, todas elas equidistantes do centro. Três das "marcas" da parte in-
ferior da borda do disco quase não se distinguem nas fotografias, embora
seja evidente que não são emblemas ou símbolos conhecidos atualmente
no nosso mundo.

Relatório da APRO

Embora o ovni não tenha se movido numa curva de grande raio na


sua trajetória de vôo, não parecia precisar de um sistema de elevação ae-
rodinâmica para sustentar-se. Quando o viu pela primeira vez, a teste-
munha afirmou que o objeto deslocava-se para frente, meio de lado. De-
pois a sua posição modificou-se. Assim, a última fotografia nos mostra
a nave voando de uma forma totalmente "anormal" (claro, para os nos-
sos conceitos físicos).
Sua cúpula aparece de frente para o observador, enquanto o disco
está em contato direto e total com o ar.
Aguiar assegura que não o viu partir. Pelo menos, ele não está cons-
ciente desse fato.
Na hora de opinar sobre os negativos, John Hopf, assessor fotográ-
fico da Organização de Investigação de Fenômenos Aéreos, deu a co-
nhecer o seguinte comunicado:
"Trabalhando com cópias muito ampliadas — feitas a partir dos ne-
gativos originais — parece certo que se trata de fotografias autênticas de
um objeto aéreo não convencional sobre a água.
"Tomando como base o horizonte, como foi feito na cópia combina-
da, e supondo uma ampliação igual à dos originais, é possível observar
a manobra aparente do objeto. O tamanho aparente deste ovni aumenta
da fotografia 1 até a 3. Isto significa que o objeto está aproximando-se
do fotógrafo.
"Nas fotografias 1 e 2 parece que estamos contemplando a zona in-
ferior do disco. Os pontos (côncavos ou convexos) não podem ser sufi-
cientemente distinguidos para determinar a sua natureza. O efeito de som-
bra perde-se na configuração da granulação.
"A altitude do disco aumentou da fotografia 3 até a 4, já que a água
não é visível na última imagem. Na quarta foto só é possível ver a cúpula
central brilhante. Isto pode ser devido ao fato de que os reflexos
adaptavam-se ao céu, sendo ocultados pela granulação.

177
Ampliações das fotografias obtidas por Hélio.

"Como na maioria dos casos de supostas fotografias — conclui a


APRO —, fica em aberto a autenticidade da história e das fotografias ane-
xas."

Que querem nos dizer?

Como dizia no início do presente caso, o "encontro" de Hélio Aguiar


não parece ter sido casual. A história, em definitivo, encerra um significa-
do muito mais profundo e valioso que o de um simples "tropeço" com
uma destas naves. Continuo resistindo a fazer uma análise valorativa destes
quase 20 primeiros anos de fotografias-ovni no mundo inteiro, fundamen-
talmente por duas razões: em primeiro lugar, é muito mais interessante
que o próprio leitor possa ir tirando as suas conclusões...
Em segundo lugar, porque prometi a mim mesmo esperar até a ex-
posição dos seguintes acontecimentos ovni (até 1980) para tentar extrair
algumas "saborosas conclusões". Conclusões que, diante da força dos

178
dados e das próprias imagens, poderão ir alertando os leitores muito an-
tes do final do presente relatório. Pelo menos, isto é o que eu espero.

Também em 1959

Califórnia: fotografado por um xerife

Outra foto polêmica. Desta vez, tirada pelo xerife F. W. Ackerman,


de São Bernardino, às 12:10h de 29 de maio de 1959. O objeto, segun-
do algumas testemunhas que o viram pouco antes que a foto fosse tirada

com uma câmara Polaroid, flutuava imóvel e silencioso sobre Giant Rock.
Neste lugar, o falecido "contatado" George Van Tassel organizava todos
os anos uma convenção sobre discos voadores. Numerosos curiosos,

179
aficionados e seguidores do "contatado" e dos ovnis em geral
apresentavam-se em Giant Rock (Yucca Valley), na Califórnia, proceden-
tes de todo o território norte-americano.
O xerife Ackerman era um cético no assunto dos u/os.
Outros pesquisadores — entre eles os peritos do ICUFON — duvi-
dam da autenticidade da imagem, baseando-se na evidência de que as
pessoas que estão na fotografia parecem não se dar conta da proximida-
de do suposto ovni.
Para outras pessoas, o objeto era um ovni "invisível", registrado só
no filme.
O dilema continua...

Dinamarca: a câmara enguiçou

A 8 de julho de 1959, dois ornitologistas dinamarqueses — Olf


Strandgaard e Joergen Ekvall — saíram muito cedo para o campo. Al-
guns minutos após o amanhecer, os dois cientistas observaram no céu,
muito perto de Copenhague, um estranho objeto em forma de prato de
sopa invertido.
O ovni estava estático e silencioso.
Strandgaard, que tinha uma máquina fotográfica, pôde fotografá-lo.
No entanto, quando tentou repetir a fotografia, a câmara "enguiçou".
Nesse instante, enquanto o ornitologista tentava fazer a câmara fun-
cionar, o objeto afastou-se a uma velocidade incrível.
Segundo afirmaram as testemunhas, o ovni parecia apresentar es-
tranhas protuberâncias na sua parte inferior. Um tipo de nave muito pa-
recido, como já sabemos, com as fotografadas por Adamski sete anos an-
tes, na Califórnia.
A presente fotografia foi distribuída para o mundo inteiro pela agên-
cia de notícias UPI.

V
JÉÉ
M
180
Sobre Barcelona e Nova Jersey

A 27 de agosto de 1959, D. S. Salvat obtinha esta fotografia. Se-


gundo alguns pesquisadores, o objeto, que se encontrava sobre a cidade
de Barcelona, poderia ser um reflexo óptico. Para outros, essa possibili-
dade é muito remota, já que o suposto "reflexo óptico" não coincide com
as formas conhecidas que apresentam estes efeitos luminosos nas lentes
fotográficas.

Outro ovni "invisível"

Enquanto uma lancha a motor deslizava sobre as águas de um lago


em Nova Jersey (Estados Unidos), um fotógrafo obteve o presente ins-
tantâneo (próxima página). Nele é possível ver — acima, à direita — um
estranho objeto voador não identificado. O fato, do qual não se tem mui-
tos dados, ocorreu em 1959.

181
Misterioso o b j e t o s o b r e um lado de Nova J e r s e y .

1960
Argentina: ovni fotografado por um capitão

Não é freqüente que um capitão da Força Aérea fotografe um ovni.


Nestes casos — quando eles ocorrem —, o testemunho adquire um
valor especial. Eu diria que definitivo...
Em 1960 aconteceu um fato que, precisamente pela categoria pro-
fissional e cultural da testemunha, teve um grande impacto na pesquisa
ufológica.
O presente "encontro" ovni tornou-se mundialmente conhecido gra-
ças a uma matéria publicada pela própria testemunha — Hugo Francisco
Luis Niotti — na Argentina, na Revista Nacional de Aeronáutica.
Naquele momento, Niotti era capitão da Força Aérea argentina.

Um cone voador

Devido à sua qualificação técnica, o capitão Niotti estava e está em


condições de diferenciar qualquer objeto ou artefato voador de fabrica-
ção humana.
Naquele momento, Niotti estava prestando serviço como oficial de
aeronáutica da Escola de Suboficiais, sediada na cidade de Córdoba. Ele
mesmo enviou o seguinte relato à Direção de Publicações da Força Aé-
rea argentina, sendo que o texto era acompanhado pela fotografia
correspondente:

182
"Dirijo-me ao senhor por entender que essa revista está mais em con-
tato com as pessoas interessadas no estudo dos objetos voadores não iden-
tificados. Acho que um desses 'objetos' aparece na fotografia anexa.
"Tal foto foi tirada no dia 3 de julho do corrente ano (1960), às 16:30h
aproximadamente, com uma câmara de 35mm, enquanto eu estava via-
jando pela estrada número 36, a cerca de 70 quilômetros da cidade de
Córdoba. Foi usado filme de 21 DIN, com diafragma de 2.8 e 1/60 de
segundo de velocidade, estando o indicador de distância em infinito.
"Quando regressava de Yacanto para Córdoba, observei um objeto
suspenso no ar a uns 100 metros à direita do caminho. Calculo que, para
parar o veículo e tirar a fotografia, devo ter demorado, no máximo, 40
segundos, e o objeto demorou alguns segundos mais até desaparecer en-
tre as nuvens baixas.
"O objeto tinha a forma de um cone, girava sobre o seu eixo e no
início deslocava-se lentamente para o sul, como um balão empurrado pelo
vento; depois a sua velocidade aumentou consideravelmente, elevando-
se sem produzir um ruído apreciável nem emitir fumaça, chamas ou qual-
quer outra coisa.
"Aparentemente era opaco, porém sua base não parecia tão escura
como aparece na fotografia. A temperatura ambiente seria aproximada-
mente de 10 a 12 graus centígrados; o ar estava calmo e a umidade mui-
to elevada, além de cair uma garoa fina.
"O objeto estava a cerca de 100 metros da estrada e a 15 de altura
sobre o terreno; tinha forma de cone com eixo horizontal, não sendo pos-
sível precisar se trepidava ou girava sobre o eixo, mas a verdade é que
não permanecia estático. Também deslocava-se levemente para a direi-
ta, isto é, de lado e com o eixo paralelo ao solo; antes de desaparecer,
sua velocidade aumentou até que ele se perdeu entre as nuvens."

De 5 a 200 quilômetros por hora em 3 segundos

O capitão resume assim as suas apreciações anteriores:


"Forma do objeto: cônica, com eixo horizontal.
Tamanho: três ou quatro metros de diâmetro, por seis a oito de altu-
ra (eixo).
Cor: cinza-escuro ou parda; opaca.
Velocidade: de cinco a sete quilômetros por hora, com uma acelera-
ção final rápida que o levou a cerca de 200 quilômetros por hora, em
três segundos, mais ou menos.
Distância com relação ao objeto: 100 a 120 metros.
Altura sobre o terreno: 10 a 15 metros.
Altura das nuvens: 80 ou 100 metros.

183
Embora o sol estivesse oculto, a base do cone estava orientada em
direção a ele, aproximadamente."

Análise fotográfica

A fotografia foi examinada pelos técnicos fotográficos do Serviço de


Informações da Aeronáutica, que elaboraram um relatório com as seguin-
tes considerações:
"Deduz-se do exame efetuado que o processo de revelação do ne-
gativo foi normal, podendo-se afirmar indubitavelmente que existe o re-
gistro de um objeto que pode estar relacionado com o que afirma o capi-
tão Niotti. Quanto ao fato de a base do objeto aparecer mais escura que
a cor cinza ou parda, segundo observou a testemunha, isto poderia ser
atribuído, em princípio, à sensibilização do filme fotográfico por influên-
cia de radiações não situadas no espectro visível e de natureza desconhe-
cida."

Segundo o s computadores da GSW, o ovni fotografado pelo capitão Niotti


é autêntico. À direita, um dos processos de digitação. Na imagem da esquer-
da, o denominado "hi-pass filter".

Novamente diante do desconhecido

Embora possa vir a ter outras oportunidades, não quero deixar pas-
sar este último fato, fugazmente assinalado pelos especialistas em foto-
grafia: uma radiação desconhecida — fora do nosso espectro visível —
pode ter afetado o filme do capitão Niotti...
O fato vem demonstrar — mais uma vez — que nos deparamos com
veículos ou aparelhos absolutamente desconhecidos para o ser humano.
Veículos que talvez sejam movidos por outras leis, que procedem de ori-
gens interdimensionais e que emitem, rodeiam-se de ou protegem-se com

184
energias e radiações que não podemos ver. Neste caso, se estas naves
podem "camuflar-se" mediante o uso de radiações não visíveis para nós,
quantas vezes devem sobrevoar nossos povoados e cidades sem que as
notemos?

Os computadores entram em ação

Por sorte ou por azar para a pesquisa ufológica (o assunto não está
claro), os computadores também foram colocados a serviço do esclareci-
mento dos casos ovni. Estes sistemas moderníssimos estão sendo utiliza-
dos especialmente na separação do falso e do verídico nas fotografias de
objetos voadores não identificados. Embora, como veremos mais adian-
te, os computadores também errem.
Um dos equipamentos mais famosos do mundo neste terreno é o
dirigido por William Spaulding. Refiro-me à Ground Saucer Watch (Base
de Vigilância de Ovnis). A temida GSW — temida e muito consultada
por sua capacidade e poder de esclarecer as fraudes fotográficas — é uma
organização civil norte-americana — agora em luta aberta contra a CIA
— que dispõe de aproximadamente 500 homens voluntários e especiali-
zados na pesquisa dos "não identificados".
A GSW dedica boa parte de suas forças à análise de fotografias que
chegam de todos os confins do planeta e são submetidas a computadores
digitais.
Através deste procedimento, Spaulding já analisou cerca de mil fo-
tografias sobre ovnis.
"Anteriormente" — conta Spaulding — "a avaliação consistia em téc-
nicas fotográficas normais. Depois de reunir todos os dados sobre o avis-
tamento e de estabelecer a posição da câmara no momento de tirar a fo-
to, esta última era examinada através dos seguintes testes: densimetria,
ampliação de imagens por seções e estudo da posição do Sol (para os
casos diurnos), bem como das sombras aparentes da terra e do objeto.
Com poucas variáves, esse era o grau máximo ao qual chegava a avalia-
ção científica das fotos ovni.
"Agora, com o aparecimento do computador digital e dos sistemas
especiais de reforço visual, a avaliação pode continuar indefinidamente,
obtendo-se grandes e importantes quantidades de dados."
Mas regressemos ao caso do capitão argentino Niotti. Graças às ges-
tões do grande pesquisador Guillermo Carlos Roncoroni — que traba-
lhara intensamente no caso Niotti —, foi possível enviar à GSW uma có-
pia da "primeira geração" do negativo original tirado pelo oficial da Força
Aérea argentina.

IH!,
Na lista de "boa-fé

A cópia fotográfica foi enviada para os Estados Unidos em 23 de no-


vembro de 1978.
Dois meses depois, William Spaulding enviou os resultados da pes-
quisa, na qual tinham colaborado com ele os drs. Bruce Maccabee, Da-
vid Rutland e Fred Adrian, todos consultores fotográficos da GSW.
A análise — como é habitual — foi efetuada com o auxílio dos men-
cionados computadores digitais, fornecidos pela Spatial Data Systems Inc.
Estes mesmos instrumentos são utilizados atualmente nas análises de
fotografias espaciais, como as enviadas à Terra pelas naves do projeto
Viking para a conquista de Marte.
Neste sentido, a fotografia de Yacanto foi submetida às técnicas usuais
aplicáveis a este tipo de caso e cujas fases são as seguintes: realce de bor-
das, digitação, contorno de cor, perfilação do cursor e distorsão dos pi-
xels, para cálculo de distância.
Estas foram as conclusões:
1. A porção circular da imagem do ovni (base) não é perfeitamente
concêntrica (circular). O seu eixo vertical é maior do que o horizontal,
o que dá origem a uma configuração elíptica. Este é um dado bastante
raro em fotografias de ovnis autenticadas pela GSW.
2. A densidade (valor de cinza) ao longo da base do ovini é comum
(uniforme), revelando assim uma superfície plana e de índice de refração
uniforme. Se a base escura tivesse sido convexa ou hemisférica, sombras
naturais teriam causado franjas de cores no contorno da cor e esse não
é o caso.
3. O apêndice cônico, situado à esquerda da base elíptica, é leve-
mente tênue em sua natureza e revela um débil efeito de franja de cor,
o que evidencia a sua forma cônica. A aparência tênue e pouco definida
desse apêndice é devido à neblina ou bruma que rodeia a imagem.
4. O cursor de perfil (histograma), que perfila a amplitude da densi-
dade das imagens e a forma (corpo tridimensional) das mesmas, revelou
uma forma cônica e uma base plana (achatada). Como regra normal, as
imagens escuras sempre terão o perfil para a esquerda, enquanto as ima-
gens claras se voltarão para a direita. O perfilador revelou uma imagem
plana quando o sistema referiu-se à base do ovni.
5. Note-se a densidade dos vários objetos situados nos primeiros pla-
nos e no fundo da paisagem, por exemplo, os postes de energia elétrica,
o cavalo, as árvores etc.
De acordo com as condições atmosféricas (garoa, nuvens definidas
e neblina), as imagens do fundo da paisagem estão verdadeiramente afe-
tadas em proporção direta com a distância existente entre estas e o ob-
servador. Quanto maior for esta distância, maior será o efeito dessas con-

186
dições atmosféricas sobre as imagens, de maneira que os objetos escuros
parecerão "iluminar-se" (isto deve-se à dispersão atmosférica).
É preciso notar, porém, que a imagem do ovni (sua base) tem uma
densidade "escura" maior que as imagens mencionadas anteriormente.
Isto indica que a imagem da base do objeto seria, possivelmente, uma
fonte de energia ou um campo em volta do ovni (a coincidência com as
análises efetuadas oito anos antes pelos peritos do Laboratório do Servi-
ço de Informações de Aeronáutica argentino é assombrosa...).
6. Deve-se notar que o cavalo adota uma típica pose de curiosidade
geral, se se considerar que o corpo do animal está distante da câmara,
com a cabeça colocada sobre o ombro direito. Não existe evidência de
uma reação do eqüino ao ovni próximo, situado entre ele e a testemunha.
(Este último "detalhe" parece muito estranho, devido à grande ca-
pacidade de captação da proximidade de um ovni por parte dos animais.
Também é certo que, às vezes, os cachorros, cavalos, vacas e outros ani-
mais parecem não perceber essa presença).
7. O restante das imagens captadas pelo fotógrafo (os postes de ener-
gia elétrica, por exemplo) revela a direção da iluminação, mesmo em céu
difuso. A imagem do ovni não mostra sinais de sombras ou qualquer efeito
de iluminação.
Embora a imagem analisada não represente uma típica configuração
geométrica de um ovni, o Ground Saucer Watch colocou essa fotografia
em sua lista "de boa-fé" (não identificada).
O GSW estima que os seguintes pontos foram esclarecidos:
1. A imagem do ovni está entre 100 e 150 metros de distância da
câmara.
2. O tamanho do ovni variaria de 3,6 a 4,5 metros de diâmetro na
base.
3. Não existem evidências fotográficas que revelem que se trata de
uma nave aérea conhecida ou de um balão-sonda.
4. O ovni, definitivamente, não é um modelo ou pequena maquete
lançada ao ar ou suspensa por um cabo.
5. Não existem evidências de montagens fotográficas ou outros tru-
ques fotográficos.
6. O apêndice cônico tem aparência metálica.

Outro caso autêntico

Em síntese, a fotografia tirada em 1960 por Niotti, hoje vice-


comodoro, resistiu a todas as análises.
A foto é autêntica. O ovni está lá e, como demonstram as experiên-
cas científicas, é um objeto metálico, capaz de produzir ou lançar pela sua
base uma radiação desconhecida para o ser humano. Se isso fosse pou-

187
co, os próprios técnicos da GSW afirmam que não pertence a nenhum
tipo conhecido de nave aérea. Que podemos pensar então...?

Os satélites "fantasmas"

Embora ainda faltasse um ano para que o ser humano se aventuras-


se pelo espaço, foi em 1960, finalmente, que uma Estação de Rastrea-
mento Espacial conseguiu fotografar um daqueles satélites-"fantasmas"
que tanto intrigavam o mundo, especialmente os norte-americanos.
Isto ocorreu no dia 25 de agosto...
Mas voltemos um pouco para trás. J á em julho de 1954, os obser-
vadores da base de White Sands, nos Estados Unidos, tinham descober-
to — com o susto natural, claro — que alguns corpos "não identificados"
giravam em volta da Terra, a cerca de 1000 quilômetros por hora. Lançou-
se então a hipótese de meteoritos, captados pela gravitação terrestre. Tal
suposição, porém, foi rejeitada por alguns cientistas — como o dr. La Paz,
da Universidade da Califórnia —, que esclareceram que "nenhum me-
teorito podia ser freado pela atração terrestre". Isto era um grave contra-
senso. A força de gravidade de um astro geralmente age como um ímã,
fazendo cair na sua superfície qualquer corpo suficientemente próximo.
Um ano mais tarde — a 2 4 de abril de 1955 — a Casa Branca foi
informada através do Observatório Astronômico do Monte Palomar, da
presença de um daqueles "meteoros". Diante do desconcerto geral, ele
se aproximara da Terra até uma altura de 50 quilômetros. O segundo,
incompreensivelmente, desaparecera...
Era evidente que não se tratava de meteoros.
A pedido do presidente Eisenhower, o Comitê de Segurança Nacio-
nal dos Estados Unidos foi convocado para uma sessão especial e urgen-
te. Todo mundo pensava em algum satélite russo...
Depois de analisar cuidadosamente o assunto, os norte-americanos
concordaram que "aquilo" não podia ser um satélite artificial soviético (não
nos esqueçamos de que os russos lançaram seu primeiro satélite em ou-
tubro de 1957).
Mas se não se tratava de um meteoro nem de um satélite artificial
russo ou americano, que eram aqueles dois objetos que tinham entrado
no órbita da Terra a 1000 quilômetros por hora?
O silêncio — pesado como chumbo — foi a única resposta para a
sociedade norte-americana.
A 29 de julho desse mesmo ano, o secretário de Imprensa da Casa
Branca, Jimmy Haggerty, anunciou publicamente que Eisenhower apro-
vara a construção de um satélite artificial que gravitasse em volta da Terra.

188

A
Para surpresa geral, Kruschev afirma que os cientistas russos estariam dis-
postos a colaborar com seus colegas norte-americanos.
Será que os soviéticos tinham considerado aqueles supostos "satéli-
tes" como armas ou engenhos dos Estados Unidos?
A surpresa de uns e outros deve ter sido muito grande quando os
cientistas ficaram sabendo que os dois "objetos" que giravam em volta
do planeta moviam-se a 28.000 quilômetros por hora!
Aqueles satélites "fantasmas" deslocavam-se em torno da Terra nu-
ma órbita polar, enquanto as adotadas por russos e americanos, pelo me-
nos nos primeiros anos, passavam sempre muito perto do Equador.

Um "acompanhante" para o "Eco 1"

Em 12 de agosto de 1960, como disse, apareceu um novo satélite


"não identificado". A primeira observação foi realizada através da rede
de estações fotográficas pertencente ao Departamento de Estações de Ras-
treamento do Espaço da Grumman Aircraft Engineering Corporation. Na-
quela ocasião, o objeto não pôde ser fotografado.
No entanto, no dia 25 de agosto, o misterioso "satélite" era final-
mente captado. Em 30 de novembro obtinham-se três novas fotos, sen-
do que cada uma delas cobria cerca de 20 graus de arco. As câmaras
utilizadas foram de grande precisão: um milésimo de segundo.
Curiosamente, o movimento do objeto podia ser comparado — em
princípio — ao de um satélite artificial humano (sua órbita era bastante
excêntrica, com um apogeu de 7560 quilômetros e um perigeu de 540
quilômetros, numa trajetória de leste a oeste) . 2
O objeto, segundo os astrônomos e cientistas que puderam seguir
a sua trajetória, só aparecia quando começava a ser visível o famoso sa-
télite norte-americano Eco 1, lançado justamente em 12 de agosto...
Mais uma vez, seres "exteriores" vigiavam — e de muito perto —
todos e cada um dos movimentos do homem em sua incipiente corrida
espacial.
Mas aquilo era apenas o princípio. A década de 60 prometia muitas
e formidáveis surpresas...

2. Apogeu — ponto em que a Lua ou outro astro ou corpo espacial (satélite artificial etc.) encontra-
se à maior distância da Terra.
Perigeu — ponto em que esses corpos encontram-se mais próximos do nosso planeta (N.A.).

189
Também em 1960

Formação sobre a Itália

A 26 de setembro de 1960, três ovnis com a típica forma discóide


foram captados quando voavam sobre a Itália. Não disponho de muitos
dados sobre essa fotografia.
O Livro Azul incluiu o caso sob o número 7027. Os militares do re-
ferido projeto analisaram a citada fotografia, considerando-a autêntica.
Na foto, os objetos captados em setembro de 1960.

1961
A estréia do russo Titov

Acho que é possível pensar qualquer coisa dos astronautas russos


ou norte-americanos, menos que são deficientes mentais.
Se há ou houve alguém preparado neste mundo para enfrentar os
perigos, as dificuldades técnicas e os momentos de angústia e tensão, es-
te é o astronauta.
Ninguém duvida da sua frieza, nem dos seus reflexos e "bagagem"
cultural e científica. No entanto, os astronautas também viram ovnis...
Toda a década de 60 — desde os primeiros e tímidos passos do ser
humano pelo espaço até a conquista da Lua — foi "espionada" por obje-
tos estranhos e luminosos. E embora a NASA ou a União Soviética não

190
)
tenham falado claramente, alguns astronautas acabaram revelando "o que
acontecera lá em cima"...

Os russos, os primeiros

A primeira fotografia conhecida — o que não quer dizer que tenha


sido realmente a primeira no sentido literal — foi obtida pelo major Ger-
man Titov, a bordo da cápsula Vostok 2. Do seu veículo, o astronauta
russo observou várias e misteriosas luzes no espaço, muito perto da cáp-
sula. Na fotografia que se conseguiu retirar da URSS podem ser vistos
seis objetos voadores não identificados.
Titov completou naquele histórico 6 de agosto de 1961 um total de
25 horas e 18 minutos em volta da Terra. No dia seguinte aterrissava sem
novidade, graças a um pára-quedas.
Devemos frisar que o primeiro vôo espacial tripulado por um homem
fora realizado poucos meses antes — a 12 de abril —, com o Vostok 1.
Aquele primeiro astronausta da história — o célebre Iuri Gagarin — pôde
completar uma órbita em volta do planeta em uma hora e 4 8 minutos.
Alguns céticos e hipercríticos disseram que os objetos que aparecem
nessas fotos poderiam ser restos de satélites artificias ou "lixo" espacial.
Nada mais longe da realidade, pelo menos naqueles primeiros anos
da década de 60. Devemos recordar que, quando Titov foi colocado em
órbita terrestre, ainda não tinham passado quatro anos desde que os so-
viéticos haviam lançado o famoso satélite Sputnik 1. Desde aquele 4 de
outubro de 1957 até agosto de 1961 tinham sido colocados em órbita
terrestre 38 satélites3 e foguetes. Destes, 11 eram soviéticos e o restan-

3. Em 4 de outubro de 1957, ocorreu o lançamento do primeiro satélite artificial humano — o


Sputnik 1 (URSS). Seu diâmetro era de 58 centímetros. Desintegrou-se em 4 de janeiro de 1958.
Em 31 de janeiro de 1958, os Estados Unidos colocaram em órbita o Explorer 1. Foi o primeiro
satélite artificial norte-americano. São descobertos os "anéis" de Van Allen, que rodeiam o mundo a
uma altura que oscila entre 1500 e 45.000 quilômetros.
Em 21 de fevereiro, a URSS lança o foguete A-3, que atinge uma altura recorde de 473 quilôme-
tros (não esqueçamos que Titov subiu a 327 quilômetros da superfície da Terra).
Em 17 de março, os norte-americanos lançam o Vanguard 1, que transmite até maio de 1964.
Em 26 de março, os Estados Unidos põem em órbita o Explorer 3, que mede os raios cósmicos
e proporciona informação sobre os micrometeoritos.
Em 15 de maio de 1958, a URSS lança o Sputnik 3. Mede a ionosfera, a magnetosfera, radiações
cósmicas, solares etc.
Em 26 de julho, o Explorer 4 (Estados Unidos) entra em órbita e também mede as radiações
cósmicas.
Em 18 de dezembro, os Estados Unidos lançam o satélite Score, o primeiro destinado às teleco-
municações e à "espionagem" militar.
Chegamos a 1959. No dia 2 de janeiro, a URSS envia ao espaço o Lunik 1. Passa a 6000 quilô-
metros da Lua e converte-se no primeiro "planeta" artifical em órbita solar.
Os norte-americanos enviam ao espaço, em 17 de fevereiro, o Vanguard 2, que efetua estudos
meteorológicos.
Em 28 de fevereiro, o Discoverer 1 (Estados Unidos) passa a 61.000 quilômetros da Lua e tam-
bém entra em órbita solar.

191
te norte-americano. Deve-se considerar igualmente que entre estes 38 en-
genhos espaciais humanos, o Lunik 1, os Pionner 4 e 5 e o Vênus 1 se
distanciaram do nosso mundo para entrar em órbitas solares. Além dis-
so, o Lunik 2 (russo) foi lançado na direção da Lua em 12 de setembro
de 1959, caindo na zona de Paulus Pustredinis, muito próximo à cratera
Autolycus.

O cosmonauta russo G. Titov, a


bordo do "Vostok 2 " , foi um
dos primeiros a ver e a fotogra-
far ovnis do espaço. Na foto-
grafia, vários destes objetos
misteriosos, captados da cáp-
sula do astronauta soviético

Em 7 de agosto de 1959, os Estados Unidos colocam em torno da Terra o Explorer 6. Também


é obtida a primeira fotografia do nosso mundo tirada do espaço.
Em 12 de setembro, a URSS lança o Lunik 2. Ocorre o primeiro impacto na superfície da Lua.
Seis dias mais tarde, os norte-americanos — que tinham entrado com grande ímpeto na corrida
espacial — lançam o satélite meteorológico Vanguard 3.
Os russos revidam e, em 4 de outubro, conseguem as primeiras e espetaculares fotos da face
oculta da Lua, graças ao Lunik 3.
Em 13 de outubro, o Explorer 7 (Estados Unidos) mede os campos magnéticos e os raios infra-
vermelhos do Sol.
Em 1960, os norte-americanos lançam (11 de março) o Pionner 5, que fica em órbita solar.
Em 1? de abril, o Tiros 1 (também norte-americano) transmite 22.952 fotografias de nuvens.
Em 13 de abril, o Transit 1-B converte-se no primeiro satélite de navegação civil e militar.
A URSS lança, em 15 de maio, o Sputnik 4. Trata-se da primeira nave espacial propriamente
dita. Protótipo do veículo Vostok. (Seu peso era de 4540 quilos.)
Em 24 de maio, os Estados Unidos lançam o Midas 2. Outro satélite militar...
Um mês mais tarde, os Estados Unidos lançam dois novos satélites de forma simultânea: o Transit
2-A e o Solrad 1 Greb. Dedicaram-se à "espionagem" militar, navegação, geodésia e radiação solar.
Com um foguete Thor-Agena, os norte-americanos lançam em 10 de agosto o Discoverer 13,
e se produz a primeira recuperação de uma nave pousada. Embora a cápsula tenha regressado à Terra,
é de se supor que os restos do foguete ficaram em órbita. Em caso negativo, o número de satélites ou
lixo espacial em órbita em 1961 seria de 30.
Em 12 de agosto de 1960, os Estados Unidos colocam sobre a Terra o famoso e inesquecível
satélite gigante Eco 1, que quase todos nós pudemos ver nas noites serenas daquele verão. Era um saté-
lite passivo de comunicações e sinais de TV.
Em 19 de agosto, os russos colocam em órbita o Sputnik 5. É a segunda nave espacial. Coincidiu
com o Congresso de Astronáutica de Estocolmo. Levava os passageiros Belka e Strelka (dois cães, é claro).

192
Em 4 de outubro desse mesmo ano, os soviéticos enviavam ao nos-
so satélite natural o Lunik 3, que obteve as primeiras fotos da face oculta
da Lua. O Sputink 1, como se sabe, desapareceu em janeiro de 1958.
Isto quer dizer que, dos 38 satélites e restos de foguetes lançados
nesses quatro anos, sete não estavam em órbita em torno da Terra quan-
do o major Titov tirou a ou as fotografias dos ovnis (também não se sabe
quantas foram as fotos obtidas pelo cosmonauta russo).
A dedução final é muito simples: devido à imensidão do espaço e
à ridícula quantidade de satélites artificiais que podiam estar em órbita em
torno da Terra (31 segundo os meus cálculos) em agosto de 1961, quem
pode se arriscar a afirmar que esses seis objetos voadores não identifica-
dos que se encontravam a certa distância da cápsula russa Vostok 2 fos-
sem satélites humanos ou lixo espacial?
Segundo a matemática, a probabilidade de que seis satélites russos
ou norte-americanos tivessem se "reunido" numa mesma órbita e numa
diminuta parcela do espaço exterior — justamente quando Titov passava
— é tão baixa que quase não existe.
Nem mesmo hoje — em 1981 — com milhares de satélites de todo
tipo, objetivo e cores dando voltas ou imóveis sobre o planeta, podería-
mos imaginar uma coincidência como a fotografada pelo astronauta so-
viético.

Em 4 de outubro, os norte-americanos colocam na órbita terrestre o Courier 1-B, primeiro satélite


ativo de telecomunicações. A sua capacidade de transmissão foi de 74.000 palavras por minuto. E digo
"foi" porque após 17 dias ele ficou "mudo"...
Em 23 de novembro, o Tiros 2 (Estados Unidos) transmite 36.000 fotografias de nuvens.
Em 1961 — 31 de janeiro — os Estados Unidos lançam o Samos 2, que registra a queda e impac-
tos de meteoritos. Trata-se de outro satélite "espião". Nesse mesmo dia, os norte-americanos lançam
ao espaço o macaco Ham, a bordo de uma cápsula Mercury. O macaco sobe até 249 quilômetros. Supõe-
se que ainda continue lá...
Em 4 de fevereiro, os soviéticos não conseguem que o seu Sputnik 7 abandone a órbita terrestre
para dirigir-se ao planeta Vênus.
Em 12 de fevereiro, vai para o espaço o Sputnik 8 — também russo — e se converte em platafor-
ma de lançamento orbital.
O Vênus 1 (URSS) é lançado nesse mesmo dia, da recém-estreada plataforma espacial de lança-
mento. O Vênus 1 entra em órbita solar.
Em 22 de fevereiro, os satélites militares Transit 3-B e Lofti são enviados pelos Estados Unidos
para dar a volta ao mundo. O último fracassa.
Por último, a 12 de julho, os Estados Unidos colocam em órbita terrestre o Tiros 3 — satélite
meteorológico — e o Midas 3, militar.
E a 6 de agosto de 1961, como sabemos, o major russo Titov tirava a primeira fotografia conheci-
da de ovnis no espaço exterior.
(Nesta lista, naturalmente, não foram incluídos aqueles satélites — especialmente russos — que
transportavam cachorros e que, após uma determinada permanência em órbita, voltaram para a Terra.)
(N.A.).

193
"Aqui há algo...!"

Ejá que estamos falando de 1961 e de cosmonautas soviéticos, recuso-


me a passar por cima de um fato que não pude comprovar pessoalmente,
mas que foi exposto pelo prestigioso pesquisador Frank Edwards. Refiro-
me aos dois astronautas russos que foram lançados ao espaço em 17 de fe-
vereiro do referido ano, da base de Baikonour, no mar de Arai, e cuja sorte
permaneceu no mais obscuro mistério.
Vamos aos fatos.
Embora estes dados não tenham sido divulgados oficialmente pela
URSS, parece que nesse 17 de fevereiro e nos sete dias seguintes, as es-
tações de rastreamento de Upsala, Bochum e Turim, entre outras, grava-
ram conversações entre estes cosmonautas — um homem e uma mulher
— e suas bases.
Por algum problema técnico, a cápsula russa não pôde regressar à
Terra e o casal faleceu no espaço.
Mas antes dessa desgraça, a cápsula transmitiu às estações de acom-
panhamento algumas palavras sumamente significativas.
Em 24 de fevereiro, várias dessas estações de rastreamento — espe-
cialmente a italiana de Turim — escutaram as vozes alteradas dos cosmo-
nautas.
O casal descreveu sua condição física como boa, acrescentando po-
rém que a provisão de oxigênio estava se esgotando e que as luzes da
nave tinham falhado. A voz do homem acrescentou que quase já não
podiam ler os painéis de comando e que alguma falha técnica impedia-
lhes o regresso à órbita de entrada à Terra.
Os soviéticos também anunciaram que os sinais de rádio chegavam
com suma debilidade. Nesse instante, a mulher interveio e falou com gran-
de excitação:
— Vou segurá-lo com a mão! — anunciou — e o apertarei com for-
ça!... Olhe pela abertura!... Olhe pela abertura! Peguei...
Após alguns segundos de silêncio, a voz masculina também irrom-
peu nas comunicações:
— Aqui! ... Aqui há algo! Há algo...
Após três segundos ininteligíveis, o astronauta prossegue:
— Se não sairmos, o mundo nunca ficará sabendo disso! E difícil...
Nesse momento registraram-se outros sons confusos e a estação-
base (nome cifrado: "buraco") interveio para anunciar que eram 20:00h
em Moscou.
A espantosa morte desse casal de astronautas soviéticos — perdidos
no espaço — impediu-nos de conhecer detalhadamente o que realmente

194
ocorreu e o que viram. No entanto, segundo o que descreveram e foto-
grafaram outros astronautas russos e norte-americanos, a dedução lógica
é que esse casal viu diante de si algumas das naves extraterrestres às quais
tenho me referido.
Várias semanas depois — em 21 de abril — a infeliz aventura desses
pioneiros do espaço foi ofuscada pelo êxito do Vostok 1, o primeiro vôo
"oficial" tripulado por um ser humano. Tratava-se de Iuri Gagarin, que
completou uma órbita em uma hora e 48 minutos.
Eu me pergunto: quantos homens e mulheres já morreram no espa-
ço sem que a Humanidade tenha sequer conhecido seus lançamentos?

Itália: o estranho "monstro alado"

Um dos objetos voadores não identificados mais extraordinários pode


ter sido fotografado pelo jornalista e escritor italiano Bruno Ghibaudi
em 27 de abril de 1961, sobre a costa do mar Adriático. Regressando
de uma viagem de negócios, viajava de Ancona a Pescara. A uma dis-
tância de sete quilômetros desse lugar, subitamente o motor do carro
parou. Ghibaudi tivera freqüentes dificuldades com o automóvel. En-
quanto começava a consertá-lo, vários carros passaram por ali sem se
deter. Quando terminou e estava limpando as mãos, seu olhar foi atraí-
do por um ponto escuro que chegou voando do sudeste e que oscilava
de modo estranho entre as nuvens. Observando com maior atenção,
Ghibaudi pôde reconhecer o contorno particular do corpo voador. Ti-
nha uma forma elíptica da qual sobressaíam duas pequenas asas trian-
gulares e um leme vertical de direção. A cor do estranho "avião a vela"
eqüivalia a um cinza-mate, sem qualquer reflexo. Deslocava-se silencio-
samente e não a grande altura sobre a praia. Em princípio, Ghibaudi
pensou que o objeto fosse um avião norte-americano de reconhecimen-
to, que corresponderia a algum avião-mãe e que, devido a uma avaria,
faria uma aterrissagem de emergência na praia. Rapidamente pegou
sua máquina fotográfica, atravessou a rua correndo e tirou a primeira
foto. O corpo voador, calculado por ele em cerca de oito metros de
comprimento, tinha se aproximado bastante. Infelizmente, Ghibaudi não
tivera tempo para ajustar adequadamente a distância, de modo que
o aparelho que voava a poucos metros da superfície da água foi foto-
grafado de forma pouco nítida. Quando se dispôs a tirar outras fotos,
a máquina acelerou e desapareceu pela costa. Um pouco contrariado,
ele ainda ficou de pé alguns instantes, olhando para todos os lados.
De repente, um leve assobio em direção sudeste chamou a sua aten-
ção. Imediatamente percebeu vários objetos escuros, sendo que um deles

195
I
aproximou-se a uma velocidade vertiginosa. Segundos mais tarde, Ghi-
baudi tinha o disco voador, totalmente silencioso, ao alcance de sua câ-
mara. Seu perfil lenticular com uma cúpula hemisférica pode ser clara-
mente apreciado nesta segunda fotografia.

Ghibaudi considerou que o corpo voador, cinza-prateado e que re-


fletia levemente a luz solar, devia ter descido até uma altura de 50 metros.
As duas enigmáticas manchas escuras na parte esquerda da foto não pu-
deram ser identificadas pela testemunha. Depois que o disco afastou-se
alguns quilômetros em direção noreste, Ghibaudi descobriu dois novos pon-
tos escuros que se deslocavam em sua direção a uma velocidade vertigi-
nosa, pelo sudeste. Eram outros dois discos de aproximadamente 10 me-
tros de diâmetro, aos quais reuniu-se um terceiro. Um deles mostrava três
semi-esferas claras que sobressaíam na parte inferior e formavam entre si
uma separação de 120 graus. Enquanto isso ocorria, Ghibaudi percebeu
uma intensa sensação de calor, excitou-se totalmente e achou que estava
num intenso campo elétrico. Olhou em volta, porém não encontrou nada
de especial. Teve várias vezes a impressão de que dos discos voadores
silenciosos partiam em sua direção descargas de raios. Além disso, sentiu
um zumbido próprio nas bordas do objeto voador. Do brilho luminoso sur-
giam de vez em quando nuvens escuras, como as que já vira no primeiro
dos discos. Ghibaudi tentou correr diversas vezes, porém um fascínio pe-
culiar parecia imobilizar suas pernas Quando finalmente conseguiu, per-
deu o equilíbrio e rolou pela areia; duas crianças que estavam brincando
a uma distância de 200 metros escaparam de lá gritando. Pouco depois,
a formação de ovnis dissolveu-se e desapareceu ao longe. Ainda tre-
mendo de excitação, Ghibaudi entrou no carro e partiu para Pescara.

196
Levou imediatamente o filme para revelar e obteve as primeiras fotos uma
meia hora depois. Mostravam inequivocamente os objetos estranhos, em-
bora as tiras dos negativos estivessem misteriosamente "deformadas"...
Um estudante da Universidade de Roma passara o dia em Pescara.
De longe, também tinha observado os ovnis, bem como o fotógrafo Ghi-
baudi. Mais tarde descobriu o carro do jornalista e, através da janela, ob-
servou um exemplar do jornal Gazzetta dei Popolo. Desta forma pôde
localizar a testemunha principal deste extraordinário acontecimento ovni.

Hong Kong: fotografado de um caminhão

Nesse mesmo ano de 1961 chegou à Europa uma fotografia proce-


dente de Kowloon, em Hong-Kong.
O seu autor — Anthony De Salvo — assim relata as circunstâncias
em que obteve a foto:
"Estava então com 2z anos e trabalhava como operador de radar
na Real Força Aérea. Não me lembro exatamente da data, mas sim que
estava viajando com outros cinco homens na parte traseira de um cami-

197
nhão da RAF. A manhã era límpida, esplêndida. Possivelmente, eram
aproximadamente 8:30h..."
O objeto foi visto por De Salvo na direção norte e com uma eleva-
ção sobre o horizonte de cerca de 15 graus.
"Estava diretamente sobre Tai Mo Shan, a cerca de 1000 metros de
altura. Trata-se da montanha mais alta dos Novos Territórios, a umas oi-
to milhas ao sul da fronteira com a China. O curioso é que, apesar de
ser de dia, o objeto brilhava como uma estrela. Mas isso era impossível
— não podia se tratar de uma estrela, já que elas tinham desaparecido
do céu fazia várias horas.
"Estava muito próximo do radar. Não pude distinguir a forma nem
o tamanho. Vi como voava e me pareceu que talvez estivesse girando
sobre si mesmo, já que o seu brilho variava..."
Quando Anthony chegou às instalações de radar, tentou inutilmen-
te localizar o objeto na tela. Este fato o fez pensar que talvez o ovni esti-
vesse a uma altura muito baixa ou a mais de 80.000 pés de altura (cerca
de 25.000 metros) e por isso sua localização era impossível.
O negativo obtido por De Salvo está atualmente nos arquivos da or-
ganização Bufara. Um dos fatores a favor da autenticidade deste docu-
mento baseia-se precisamente na circunstância de que a testemunha e
fotógrafo não tenha tentado tirar partido econômico de tal documento.
Após seus cinco anos de serviço militar na RAF (de 1957 a 1962), An-
thony começou a trabalhar como fotógrafo profissional.
A fotografia foi realizada com uma câmara Pentax de 35mm e obje-
tiva standard. Utilizou filme Agfa IF", com filtro amarelo. Segundo decla-
rou naquele momento, a exposição foi de 1/500 de segundo, com um
diafragma de 4f.
Como dado complementar, a testemunha explicou que o caminhão
no qual viajava era aberto e movimentava-se a uma velocidade aproxi-
mada de 30 a 40 milhas por hora.
Naturalmente, sempre há pesquisadores — que eu chamaria de "ne-
gativistas antecipados" — que encontram mil explicações para o que "não
viram". Este e o caso do dr. Geoffrey Doei, que sugeriu que a fotografia
de Kowloon "poderia ser uma pipa"...
Outros pesquisadores "viram" no ovni "um simples inseto" no vidro
de uma janela...
Estes comentários, logicamente, indignaram a testemunha.

198
Também em 1961

Ovni com alta carga biológica?

Em 28 de abril de 1961, era fotografado um objeto não identificado


muito perto do cume do Monte Wilson, na Califórnia (Estados Unidos).
Para alguns pesquisadores e teóricos da ufologia — como é o caso de
Trevor James Constable —, a cor negra do ovni captado depois do pôr-
do-sol poderia ser devida à "alta carga de energia biológica" que o objeto
portava ou emitia e que, sempre segundo estes argumentos, pode ter afe-
tado a emulsão do filme fotográfico.
Para o mencionado pesquisador, a história da aviação e dos ovnis
pode ter sido paralela. Pessoalmente, não concordo com esta idéia. En-
tre outras razões, porque me parece que a presença ovni no mundo re-
monta a milhares de anos. Os testemunhos de "carruagens" de fogo, "bi-
gas" voadoras, "colunas" de fumaça etc., na Bíblia e em muitos dos li-
vros sagrados de outras religiões e culturas, são tão numerosos que o curto
período de vida de nossa aviação parece ser um bebê ao lado do mais
venerável dos centenários...
Quanto a essa suposta "carga de energia biológica", como teoria
torna-se perfeitamente válida. No entanto, seria preciso estudar profun-
damente a referida imagem a fim de se estabelecer se a cor preta deve-se
a um problema na emulsão ou à própria natureza do ovni.

China: segredo militar

Não existem muitas notícias sobre a pesquisa ovni na República Po-


pular da China. No entanto, de vez em quando vazam informações que
evidenciam o "grande interesse" do governo chinês pelos objetos voado-
res não identificados. Há alguns meses, o Diário do Povo de Pequim pu-
blicava o que, quase certamente, era o primeiro relatório jornalístico so-
bre os ovnis naquele país. Num amplo suplemento, o jornal colocava a
possibilidade de que "o fenômeno fosse real". Nesta matéria mencionava-
se o caso de um jovem piloto australiano, desaparecido misteriosamente
após anunciar que estava sendo escoltado por um objeto estranho. Ape-
sar do esforço das autoridades australianas, o piloto e seu avião não fo-
ram encontrados.
Segundo todos os indícios, o governo chinês está coletando infor-
mações ovni há vários anos, embora o tema — como acontece em quase
todos os países — seja mantido sob "segredo militar".
Um dos poucos casos ovni registrados sobre o território chinês foi
protagonizado justamente por um avião espanhol: um vôo da companhia

199
Aviaco que transportava 130 jornalistas e diplomatas no vôo de Suas Ma-
jestades os Reis da Espanha a Pequim.
Em 2 8 de outubro de 1961, um objeto não identificado era foto-
grafado sobre o território da China. Mais concretamente, perto da re-
presa de Kaifeng, na provínca de Honan. A fotografia foi uma das pou-
cas que chegaram ao mundo ocidental daquele país longínquo e gran-
dioso.
O ovni apresenta o clássico aspecto ovóide, com uma não menos
típica, "auréola" ou luminosidade ao redor de si.

"Nave-mãe" sobre o Japão

No último mês de 1961, o fotógrafo Yusuke Matsumura — grande


aficionado do assunto ovni — tirou a fotografia, daquilo que ele descre-
veu como uma gigantesca "nave-mãe" ou "portadora". O aparelho
encontrava-se na região de Finshu. Este tipo de nave costuma aparecer
a grandes alturas. Suas dimensões, geralmente, resultam apavorantes para
a mente humana, acostumada a aviões que raramente superam 100 me-
tros de comprimento. Lembremos, por exemplo, que os "Jumbos" (747)
atingem 98 metros de uma ponta à outra. Algumas vezes estas "naves-
mãe" medem até três quilômetros de comprimento.

1962
Milão: os ovnis parecem gostar do estádio de San Siro

O pintor milanês Gaspara de Lama, domiciliado em Capecelario, a


uma distância de cerca de 50 minutos do estádio de San Siro, tirara algu-
mas fotos de sua casa no dia 12 de fevereiro de 1962. Por volta das
16:30h, descobria no céu um ponto negro que aumentava paulatinamente
de tamanho e que acabou sendo um "disco voador". De Lama tirou vá-
rias fotos, sendo que aqui (página 202) reproduzimos a ampliação da me-
lhor. Calculou a altura do disco, de aproximadamente sete metros de ta-
manho, em 200 a 300 metros. Voava totalmente em silêncio e estava
envolvido por um anel nebuloso como os de Saturno.
No dia 1? de dezembro de 1961, em companhia de sua mulher e
de sua mãe, o pintor tinha conseguido fotografar um ovni. Desta vez, o
objeto flutuava às 14:00h sobre o estádio de San Siro e deslocava-se

200
de maneira característica. De vez em quando permanecia imóvel, suspenso
no ar, subia repentinamente algumas centenas de metros para logo de-
pois tornar a cair, tudo isso totalmente em silêncio. As vezes a máquina,
de cor de chumbo, cinza-escuro, encontrava-se inequivocamente perfila-
da e a seguir parecia estar entre a neblina. A parte superior do disco voa-
dor, de cerca de 10 metros, continha uma construção em forma de cú-
pula. Depois de alguns minutos, o objeto subiu com uma grande incli-

nação e desapareceu velozmente. Bruno Ghibaudi foi informado por um


amigo das experiências do pintor milanês e entrevistou-o longamente pa-
ra o jornal Domenica dei Corríere. Gaspara de Lama já se interessava
pela temática ovni desde antes dos aparecimentos e muitas vezes deseja-
ra ver um objeto desse tipo.

Carpenter também viu os "vaga-lumes"

Aparentemente, os "vaga-lumes" vistos por Glenn no seu passeio


espacial também "acompanharam" o astronauta norte-americano Malcom
Scott Carpenter.

201
Isso foi o que declarou ao Centro de Controle de Houston.
Carpenter decolou de Cabo Canaveral no dia 24 de maio de 1962,
a bordo da cápsula Aurora 7 empurrada pela força titânica do foguete
Mercury-Atlas 7 (Atlas-D). Depois de dar três voltas em torno do plane-
ta, pousou a 250 milhas do local previsto.
Quando regressou para casa, o astronauta afirmou que "vira as mes-
mas luzes coloridas observadas pelo seu colega Glenn".
"Rodeavam completamente a cápsula. Era um espetáculo maravi-
lhoso..." Neste mesmo vôo, o astronauta da Aurora 7 tirou várias foto-
grafias "que também não têm explicação lógica". Vários objetos de gran-
de tamanho e luminosidade seguiram o veículo norte-americano durante
seu curto périplo espacial. A NASA publicou tais fotos com a legenda
"NASA photo 62-MA7-147", mas ao ser interrogada pelos jornalistas, res-
pondeu que "possivelmente se trate de lâminas de gelo, procedentes da
cápsula".

A explicação não convenceu totalmente os repórteres.

Mais dois ovnis


Meses depois do vôo de Malcom S. Carpenter, a verdade sobre o
que acontecera a 275 quilômetros da superfície da terra vazou entre os
meios jornalísticos de meio mundo.
O astronauta da Aurora 7 estava girando em volta da Terra — a
275.000 metros de altura, como já mencionamos — quando, por uma
das janelinhas, viu que "algo" estava se aproximando da cápsula. Apesar
de sua posição incômoda, com as pernas levemente flexionadas, Malcom
prestou toda a atenção.
"E metálico!" — comunicou a Houston. — "E reflete intensamente
a luz solar."
Carpenter tirou várias fotografias e, ao se revelar os filmes, observou-
se que o ovni tinha a forma de delta ou ponta de flecha. O objeto conti-
nuou deslocando-se em sentido contrário ao da Aurora 7, até se perder
de vista.
Mas as surpresas ainda não tinham terminado para o astronauta.
Quando estava por completar a sua terceira e última órbita, o solitá-
rio Carpenter viu um segundo objeto. Parecia vir do fundo do espaço.
"Estava claro" — comunicou o astronauta — "que 'aquilo' não esta-
va em órbita em volta da Terra... Vinha de outra parte."
Carpenter reconheceu que sentira medo.
"... Era cilíndrico. Enorme... E movia-se a grande velocidade."
O objeto, muito maior do que a cápsula (esta media 2,85 metros de
comprimento), imobilizou-se junto da Aurora 7 e depois seguiu sua traje-
tória.

202
Carpenter tornou a fotografar "aquilo".
Então, daquele cilindro gigantesco — de aproximadamente 200 me-
tros de comprimento — saiu um pequeno objeto discoidal. Depois ou-
tro... e depois um terceiro. E os três pequenos ovnis afastaram-se. De-
pois disso, a "nave-mãe" abandonou a órbita terrestre e desapareceu em
direção às estrelas.
Depois de não poucas pressões, a NASA deu a conhecer duas das
fotografias obtidas por Carpenter. O resto continua sob o mais completo
"segredo".
Tanto Carpenter como o resto dos seus colegas astronautas guarda-
ram silêncio e preferiram não fazer comentários a respeito da absurda de-
claração da NASA sobre os mencionados "cristais de gelo aderidos às ja-
nelas".
Não podemos nos esquecer que a maior parte dos astronautas norte-
americanos era e é de militares, e por isso eles não podem fazer declara-
ções públicas sobre temas classificados como secretos.
E o assunto ovni continua sendo matéria reservada nos Estados
Unidos.

"Há coisas lá fora"

Nesse mesmo ano — no dia 1? de maio —, outro grande piloto teria


um desconcertante "encontro"... a 75.000 metros de altura.
O já falecido major Joseph Walker, da Força Aérea dos Estados Uni-
dos e piloto do avião-foguete X-15, bateu o recorde mundial com esses
75 quilômetros de altitude. Pois bem, segundo declarou numa palestra
proferida em 12 de maio na cidade de Seattle, perante os membros da
II Assembléia Nacional para a Utilização Pacífica da Pesquisa Espacial,
vários ovnis tinham-no acompanhado durante o vôo. E ele conseguira
filmá-los...
Walker declarou que era a segunda vez que "tropeçava" com essas
naves espaciais.
O filme foi confiscado, naturalmente, pela Força Aérea. E é possível
que algum dia — quando o Pentágono e a CIA decidirem abrir seus ar-
quivos — o mundo fique sabendo...
Um mês mais tarde, em 17 de julho, outro avião experimental X-15,
pilotado pelo comandante Robert White, elevou-se até 94.000 metros,
a uma velocidade de 6000 quilômetros por hora. (E bom levar em consi-
deração a altura e velocidade deste X-15 para poder contradizer aqueles
que consideram os ovnis como armas secretas de russos ou norte-
americanos. Isto era o máximo que podiam atingir os mais potentes e ex-
perimentais aviões humanos...)

20.5
Quando White encontrava-se a 80 quilômetros de altura, a filmado-
ra instalada a bordo do avião-foguete fotografou um objeto cinzento não
identificado. A revista Time publicou em 27 de julho um artigo no qual
se dizia que o piloto do X-15 tinha comunicado por rádio "que havia coi-
sas lá fora...".
"Um objeto branco-acinzentado" — afirmou White — "colocou-se
ao lado do meu avião e, depois de voar junto comigo, planou e ficou
sobre a minha cabine. Finalmente, depois de situar-se de novo ao lado
do X-15, acelerou e afastou-se a grande velocidade."
Naquele momento, o avião-foguete ia a 3800 milhas por hora (cer-
ca de 6200 quilômetros por hora).
O relatório também foi reproduzido por quase todos os jornais norte-
americanos, bem como por centenas de jornais europeus e asiáticos.
O filme, porém, ficou em poder da Força Aérea estadunidense. Em
outras palavras: sumiu.

Também em 1962

Argentina-Espanha: dois ovnis "gêmeos"

Por volta das 18:30h do dia 7 de fevereiro de 1962, Félix Carrizo


tirava a presente fotografia (página 207). Local: rodovia nacional núme-
ro 5, entre as localidades de Rosário e Santa Fé, na Argentina. A câmara
fotográfica, uma Alpa-Alnea. Para meu bom amigo Antonio Ribera exis-
te uma considerável semelhança entre este ovni e o fotografado em 1976
sobre o sul da ilha Grande Canária. Realmente, é preciso reconhecer que
existe certa semelhança entre ambas as imagens, especialmente no to-
cante à luminosidade e aos dois estranhos reflexos que saem do ovni.
Esta fotografia, que reproduzimos na página 209, me foi pessoalmente
entregue pelo então general-em-chefe do Estado-Maior do Ar, dom Feli-
pe Galarza, em seu despacho do Ministério, em Madri. Naturalmente, basta
um simples olhar para perceber que a fotografia de Maspalomas (Grande
Canária) é muito mais nítida e bonita que a da Argentina.

O "grande cilindro dos céus"

Para A. Ribera, a presente fotografia (próxima página) pode ter sido


tirada em 1963 e não em 1962. A dúvida está aí.
Mas o importante é a prova, a tremenda prova fotográfica represen-
tada por essa imagem e que evidencia, pela enésima vez, a presença ovni
nos nossos céus.

205
Em 7 de fevereiro de 1962 — ou talvez de 1963 —, um carro SU
Prinz dirigia-se para o oeste, pela rodovia número 5, que se estende de
Buenos Aires até a província de La Pampa. Eram 18:30h. Na altura de
Alberti, o motorista reduziu a velocidade e deteve o carro. Sua mulher
estava lhe mostrando com nervosismo "algo" tremendamente grande e
brilhante que flutuava à direita da estrada.
Era verdade. Sobre um bosque, a considerável distância, um objeto
cilíndrico — cinza-prateado — mantinha-se imóvel e um pouco inclina-
do. Evidentemente, parecia "flutuar".
As testemunhas não podiam acreditar no que estavam vendo.
"... Podia ter mais de 200 metros'— afirmaram — e talvez 20 de
diâmetro. Na sua zona central, irradiava uma luminosidade ofuscante. Os
olhos doíam.

206
"Sobre a sua fuselagem piscavam quatro luzes retangulares que pa-
reciam janelas, uma delas por cima da forte luminosidade e as três se-
guintes na zona inferior do cilindro."
Félix Carrizo lembrou-se de que tinha uma máquina fotográfica no
assento posterior do carro. Sem perder um segundo, bateu uma foto.
Quando abaixou a câmara, o objeto começara a mover-se. Ao fundo
destacava-se um céu escurecido pelas nuvens.
"Antes que pudesse tirar uma segunda fotografia — relatou a teste-

íi- / /'

•= •' •<-»<• — .M.- • - . : . ílTÍT* . • rrrnlL.A. .


D e s e n h o do grande "cilindro" luminoso da Argentina, segundo um e s b o ç o
realizado pela própria testemunha e fotógrafo.

munha —, o 'cilindro' luminoso elevou-se a grande velocidade e com su-


cessivos impulsos. Depois assumiu a posição horizontal e perdeu-se no
espaço."
A experiência durara de 25 a 65 segundos.
Carrizo utilizara uma teleobjetiva Schneider Alpa-Xenar 1:3,5/75.
Sincronizou a máquina a 1/250 de segundo de velocidade e situou o dia-
fragma em 16. O filme utilizado foi Kodak Plus-X pancromático (tipo B)
de 35mm.
Segundo Carrizo, aquele avistamento lhe fez lembrar os lançamen-
tos espaciais na base de Cabo Canaveral; obviamente, sem ruído nem
plataforma.

207
Era como se uma gigantesca nave espacial tivesse partido para o es-
paço, impulsionada por uma força imensa, limpa e misteriosa. Uma for-
ça que não tem nada a ver com os nossos foguetes e com os nossos mo-
tores de combustão.
Curiosamente —• segundo manifestaram as testemunhas — o gado
que pastava nas proximidades naquele momento não se alterou.
Isto me faz lembrar outros casos similares — como o registrado tam-
bém na Argentina em 1960 e no qual o capitão Niotti tirou uma única
foto de um ovni, enquanto um cavalo pastava tranqüilamente muito per-
to do objeto — nos quais os animais parecem não se dar conta da exis-
tência dessas pequenas ou grandes naves. Ao contrário do que ocorreu
em muitos outros avistamentos, nos quais cavalos, cães, aves etc. sofrem
profundas alterações, neste de Alberti, o ovni de 200 metros de compri-
mento — talvez uma "nave-mãe" — permaneceu a cerca de 8 0 metros
sobre o terreno, praticamente como "se não existisse" para os animais.
Que tipo de tecnologia pode permitir algo assim?

O impressionante ovni de Maspalomas (Grande Canária), fotografado em


1 9 7 6 por um estrangeiro cuja identidade não foi descoberta até hoje. A Força
Aérea espanhola, naturalmente, efetuou o s exames e análises pertinentes.
O resultado foi positivo: a fotografia é rigorosamente autêntica.

208
Inglaterra: moscas, pássaros ou ovnis?

Encontramo-nos diante de outra fotografia polêmica. Foi obtida em


4 de março de 1962 por um garoto de 14 anos chamado Alec Birch, em
Mosborough, perto de Sheffield (Grã-Bretanha). Enquanto alguns pes-
quisadores asseguram que se trata de uma formação ovni, outros afir-
mam que "são apenas moscas esmagadas contra um vidro", pássaros em
vôo ou papéis grudados numa janela.
A dúvida, naturalmente, persiste. O projeto Livro Azul também in-
cluiu essa fotografia no seu dossiê sobre os "não-identificados", com o
número 7824.
Talvez o tempo nos proporcione uma resposta clara.

20')
Ovnis sobre os Estados Unidos, Japão, Argentina,
Itália e Espanha

De abril a dezembro, 1962 foi um ano interessante do ponto de vista


fotográfico. Os ovnis apareceram e deixaram-se fotografar no Japão, Es-
tados Unidos, Espanha, Itália e Argentina, entre outros países.
Infelizmente, em muitos desses casos, as referências e dados sobre
as circunstâncias em que ocorreram as fotografias não são muito claros,
tornando muito mais árdua a tarefa dos pesquisadores.

1963
O susto de Cooper e as vozes "infantilóides" sobre a Almeria

Embora os sustos de Titov e Carpenter tenham sido de arrepiar, o


que recebeu Gordon Cooper em 15 e 16 de maio de 1963 passou à his-
tória...
No primeiro dia de vôo do astronauta norte-americano a bordo da
nave espacial Faith 7 (Mercury-Atlas 9), enigmáticas interferências fize-
ram o centro espacial de Houston e Cooper tremerem.
A transmissão entre a cápsula e a Terra foi interferida por uma co-
municação em "idioma estranho e ininteligível". Esta intromissão foi re-
gistrada numa faixa de transmissão exclusivamente reservada aos astro-
nautas.

A "mensagem" não pôde ser traduzida nem decifrada.

Vozes "infantilóides"
Isto me faz lembrar outro caso — até mesmo mais espetacular —,
protagonizado por um comandante da Força Aérea espanhola (cuja iden-
tidade não estou autorizado a revelar), em novembro de 1979.
Este piloto, sediado em Los Llanos (Albacete), saiu certa noite em
missão de interceptação de um "objeto voador não identificado", capta-
do pelos radares sobre as costas de Almeria, ao sul da península Ibérica.
O comandante logo estabeleceu contato visual com o ovni, mas quan-
do o Mirage tentou chegar até o objeto luminoso, este afastou-se em di-
reção às costas africanas.
O piloto de combate dispunha-se a regressar à base, quando o ovni
retornou às costas almerienses. O Mirage, novamente advertido da pre-
sença do objeto, retornou e tentou uma segunda "caça e captura". Logo

210
que o avião colocou a proa em direção ao ovni, este repetiu a "escapa-
da".
A "brincadeira" prolongou-se durante quase meia hora.
Finalmente, cansado da "brincadeira", o comandante comunicou ao
Centro de Comando de Defesa, em Madri, que estava desistindo e retor-
nando a Los Llanos. Nesse momento, ao dar as costas ao ovni, foi que
o piloto escutou através do chamado "canal de guarda" — num perfeito
espanhol — as vozes de dois indivíduos, que pareciam comentar entre
si a respeito de um terceiro (presumivelmente o comandante do Mirage
espanhol):
— Olhe! Está indo embora!
— Tudo bem, deixe-o em paz...
— Mas está indo embora!
O comandante, ao escutar estas vozes — totalmente infantilóides,
segundo ele —, indignou-se e, pegando o microfone, dirigiu-se nestes
termos aos responsáveis de "Pégaso" (denominação dada ao menciona-
do Centro de Comando da Defesa):
— Mas o que é isso? Estão me gozando?
Os militares ficaram tão surpresos quanto o comandante do Mirage
e lhe explicaram que não tinham dito nada...
Ainda mais alarmado, o piloto passou a comunicação a "Pégaso",
a fim de que escutassem as enigmáticas vozes "infantilóides".
E muito difícil interferir no "canal de guarda" de um avião de com-
bate. Em suma, este fato se parece com o ocorrido em 1963 com a cáp-
sula espacial do astronauta Cooper...

E agora, "mecânicos-fantasmas"

Estas súbitas e inexplicáveis anomalias nas comunicações entre saté-


lites e naves espaciais e a Terra não terminaram por aí.
Em agosto desse mesmo ano de 1963 foi realizada em Blacksburg,
Virgínia (Estados Unidos), uma conferência na qual peritos dos Estados
Unidos ocuparam-se dos chamados "casos inexplicáveis". Eis aqui alguns
exemplos:
Cessam repentinamente os sinais intermitentes do satélite Firefly.
Afirmou-se que ele devia ter se chocado contra algum meteorito. No en-
tanto, após certo tempo, os sinais voltaram...
Os satélites Telstar 1 e Telstar 2 deixaram de funcionar em diversas
ocasiões, e depois retomaram por si mesmos às transmissões.
O motor do Mariner também parou de funcionar, porém pouco de-
pois voltou à normalidade. Não existe nenhuma razão que justifique esta
falha.

211
O cientista Richard Kershner, da Universidade John Hopkins, afir-
mou neste sentido que a explicação podia estar em "fantasmas ou mecâ-
nicos espaciais" que tinham decidido dar uma pequena ajuda, "conser-
tando" as falhas dos satélites...
E possível que ele tenha toda a razão do mundo.

A notícia disseminou-se

No dia seguinte ao do lançamento — 16 de maio —, quando Cooper


estava sobrevoando a Austrália, outro ovni aproximou-se da Faith 7. Na-
quele momento o astronauta completava sua volta número 15, das 22
que tinham sido programadas.
Milhões de pessoas no mundo inteiro puderam escutar a voz de John
Chanceller, comentarista da rede norte-americana de televisão NBC, trans-
mitindo a notícia da aproximação à cápsula de Cooper de uma "estranha
luz verde, com uma cauda avermelhada, que voava em sentido contrário
à órbita do norte-americano". Isto ocorria ao norte de Perth.
O objeto também foi visto em terra pelo pessoal da Estação de Ras-
treamento australiana de Muchea, bem como por numerosos policiais,
jornalistas e cidadãos que se encontravam a cerca de 320 quilômetros
ao sul. Em ambas as regiões, o ovni foi visto a uns 45 graus sobre o hori-
zonte e pelo menos a 160 quilômetros de altura.
Dias mais tarde, L. Gordon Cooper afirmava que tinha visto "um
enorme balão luminoso que parecia dirigir-se diretamente à sua nave. Era
um disco verde com uma faixa vermelha num lado, como pude perceber
mais tarde, quando estava mais perto de mim".
O singular aparelho ia de leste para oeste. Isto é, em sentido contrá-
rio à maioria dos satélites artificiais lançados pelo homem.
Várias telas de radar — como se soube posteriormente — também
confirmaram a presença do ovni.
A NASA, porém, continuou muda.

Tereshkova também...

Falando em termos astronáuticos, 1963 despediu-se com dois no-


vos casos de "encontros" com ovnis.
O primeiro foi no dia 18 de junho. Enquanto os veículos russos Vos-
tok 5 e 6 orbitavam em torno da Terra, os astronautas Valeri Bikowski
e a famosa Valentina Tereshkova — a primeira mulher astronauta — co-
municaram ao seu centro de controle na União Soviética a presença de
um objeto muito estranho e luminoso, "que os precedia na órbita".
O primeiro veículo, o Vostok 5, fora enviado ao espaço em 14 de
junho de 1963 e sua missão era estudar os efeitos da falta de gravidade
prolongada. Deu 81 voltas em torno da Terra.

212
Após 4 8 horas, os russos lançaram Tereshkova, a bordo do Vostok
6. Depois de 81 e 48 órbitas, respectivamente, ambos os veículos desce-
ram com a ajuda de pára-quedas.
Alguns meses mais tarde, vários correspondentes estrangeiros em
Moscou informavam outro fato, também silenciado pela URSS: em ou-
tubro, uma cápsula tripulada por três cosmonautas fora cercada por uma
esquadrilha de "velozes discos", que geravam um campo magnético tão
poderoso que a cápsula vibrou terrivelmente, ficando a um passo da tra-
gédia.

Também em 1963

Itália: ovni com escadinha

Pelo que parece, esta imagem (página 216) foi enviada ao jornal ita-
liano Domenica dei Corríere, em 23 de junho de 1963. Na carta, o pro-
prietário e autor da fotografia assegurava que "não podia identificar-se
por motivos de segurança pessoal". E assim ela foi publicada no jornal
italiano. Alguns pesquisadores duvidam da autenticidade desta foto, em-
bora não possam comprovar que ela é falsa. Portanto, resta-nos a dúvi-
da...
Na parte inferior do ovni é possível ver uma espécie de escadinha
que desce até o solo. Junto a ela existem três "pés" ou "trens de aterris-
sagem".
Em pesquisas posteriores, soube-se que o ovni da "escadinha" ater-
rissara perto da localidade italiana de Gênova.
E muito curioso — e eu diria que significativo com relação à autenti-
cidade da fotografia publicada em 8 de setembro no Domenica dei Cor-
ríere — que, quatro anos mais tarde, testemunhas russas tenham descri-
to na região do Cáucaso um objeto de características idênticas. Em 10
de novembro de 1967, o professor Zigel — um dos poucos pesquisado-
res de ovnis na União Soviética — mostrou, diante das câmeras da tele-
visão russa, o desenho que aparece na página seguinte e que, como po-
de ser comprovado, é enormemente parecido com o da fotografia italia-
na. Devido à férrea censura soviética no assunto ovni, é muito difícil ima-
ginar que os isolados habitantes do Cáucaso pudessem ter visto a men-
cionada imagem do jornal italiano e inventar um caso tão parecido.

213
Desenho do Ovni no Cáucaso
em 1 9 6 7 , exposto em novem-
bro desse mesmo ano na tele-
visão soviética. Era a primeira
vez que a televisão daquele país
mostrava imagens de "objetos
voadores não identificados "ao
povo russo.

1964
Estados Unidos: o cientista que viajou num ovni

Em maio de 1964, surge no panorama da ufologia mundial outra


fotografia sumamente polêmica. A causa fundamental desta nova con-
trovérsia reside quase exclusivamente numa razão com a qual não concor-

214
dam os "sumos pontífices" da ufologia norte-americana: o autor da ima-
gem autodenomina-se um "contatado".
Refiro-me a Daniel W. Fry. Este norte-americano, nascido em 1908,
talvez seja um dos "contatados" com maior nível cultural e técnico entre
todos os que afirmam "estar em comunicação ou contato com os tripulan-
tes dos ovnis". Fry foi um dos principais impulsionadores do programa de
testes de vôos de mísseis com combustível líquido da Crescent Enginee-
ring and Research Company. Também trabalhou para a Aerojet General
Corporation no campo de testes da base de White Sands, tendo sido en-
carregado da instalação de instrumentos para o controle e guia de mísseis.
Finalmente, tratava-se de um cientista absolutamente cético em ma-
téria de ovnis. Até 4 de julho de 1950...

O incidente de White Sands

Fry era um homem tranqüilo, casado e pai de três filhos. Quando


desempenhava seu trabalho na Aerojet foi transferido para a célebre base

Fry tirou fotografia de um objeto voador não identificado em maio de 1 9 6 4 ,


perto da cidade de Merlin, no estado Norte-americano do Oregon.

215
de White Sands, no Novo México (Estados Unidos). Como perito em quí-
mica, explosivos e foguetes espaciais, Daniel W. Fry recebeu a tarefa de
instalar-se na referida base, no campo de testes, para um importante pro-
jeto. Aí terminaria a tranqüilidade e o ceticismo de Daniel Fry, como ele
narra no seu livro The White Sands Incident, publicado em 1954.

UA partir de hoje, incluo-me entre os mais fervorosos


defensores da existência dos ovnis"

No mês de julho de 1950, Daniel Fry decidiu comemorar o aniver-


sário da Independência dos Estados Unidos no povoado de Las Cruces;
dirigiu-se para a rodoviária que ficava num campo militar próximo, qua-
se deserto. Quando percebeu que tinha perdido o ônibus era tarde de-
mais para empreender o regresso para casa e então alugou um quarto
num pequeno hotel. O calor era espantoso e o sistema de ar-condicionado
começou a falhar; Fry saiu do hotel e começou a andar pelo campo, sem
rumo fixo. Levantou os olhos para ver as estrelas e um fato estranho cha-
mou a sua atenção: havia "algo" que um grupo brilhante de estrelas ocul-
tava, "algo" que, devido à escuridão da noite, não conseguia distinguir
bem e que começava a aproximar-se do ponto onde Fry se encontrava.
Pensou em ir embora correndo, mas a curiosidade o deteve. Tratava-se
de um objeto ovalado, que não emitia som algum e que, conforme se
aproximava da Terra, diminuía de velocidade, até que pousou suavemen-
te, em silêncio, no chão. Fry, perito em aeronaves, estava fascinado: o
objeto não tinha turbinas, não fazia ruído nem havia gases incandescen-
tes para impulsionar sua partida. A forma suave com que pousou demons-
trou a Fry que se tratava de um objeto construído com material levíssi-
mo. .. Fry aproximou-se da nave imóvel e começou a caminhar em volta
dela para observá-la melhor. A superfície era metálica, quente ao tato.
Sobressaltou-se ao escutar uma voz que lhe aconselhava amistosa-
mente a não tocar a nave. Mais incomodado pelo volume da voz do que
assustado pelo insólito do caso, Fry cruzou os braços e esperou que a
voz continuasse falando. "Um dos propósitos desta expedição" — disse
a voz — "é comprovar o grau de adaptabilidade do ser humano a outros
meios, conceitos e ambientes, bem como procurar mentes abertas e re-
ceptivas para estabelecer contato. O senhor gostaria de ver o interior da
nave?"

No interior do ovni

Fry vacilava entre a curiosidade científica, o ceticismo e o temor. Pe-


diu ao dono da voz que se mostrasse, mas este lhe disse que, infelizmen-
te, ainda não estava acostumado com o ar e o ambiente da Terra, escla-

216
recendo que a nave que se encontrava na frente dele era apenas um pe-
queno transporte destinado, entre outras coisas, a coletar amostras da su-
perfície do nosso planeta, controlada pela nave principal, situada naque-
le momento a uns 16.000 quilômetros acima da superfície da Terra. Abriu-
se uma pequena comporta e Fry entrou na nave; estava num salão ocu-
pado por quatro assentos com cintos de segurança.
Sentou-se e pensou que a decoração deixava muito a desejar. Sur-
preendido, escutou a voz responder aos seus pensamentos: " J á sei que
a decoração não é boa, mas é funcional". Fry escutava a voz como se
ressoasse dentro de sua cabeça. "Aonde gostaria de ir? Percebo que o
senhor é um homem excepcionalmente incrédulo, mas esperamos con-
vencê-lo com essa viagem. Gostaria que o levássemos a Nova York? Re-
gressaríamos em meia hora." Meia hora significa uma velocidade média
de 14.000 quilômetros por hora! Fry aceitou, objetando que não poderia
constatar a verdade do oferecimento porque não veria nada daquela ca-
bine hermética. A voz deu uma risadinha irônica e a nave se pôs em mo-
vimento. Iluminou-se um projetor que lançou sobre a comporta da nave
um raio de luz violeta. Esta ficou completamente transparente, como se
não existisse, e Fry começou a ver as luzes do campo militar do povoado
que se perdiam ao longe!

Catorze mil quilômetros em alguns minutos

Quase não se percebia o movimento da nave, e Fry começou a ver


como a Terra distanciava-se, brilhando como um grande globo, com uma
fosforescência verdosa. O céu tornava-se mais escuro e Fry começou a
pensar que estava na estratosfera. A voz ressoou novamente na sua ca-
beça: "Subimos lentamente para dar-lhe a oportunidade de ver como se
desvaneciam as luzes das cidades que o senhor conhece; já deve ter per-
cebido que, a esta altura, a escuridão é profunda porque não há suficien-
te atmosfera para difundir a luz. Quero explicar-lhe que sabemos que a
gente da Terra que viu o deslocamento vertiginoso das nossas naves acha
que nenhum ser humano poderia suportar uma aceleração tão tremen-
da. A verdade é que a força que acelera este veículo não age apenas so-
bre cada átomo dele, mas também sobre a estrutura atômica de tudo o
que se encontra no seu interior, incluindo os passageiros. Nas aeronaves
de vocês, o assunto é diferente: deslocam-nas por meio de turbinas que
produzem um impulso sobre uma parte da aeronave. Esse impulso local
acelera a nave, porém não o piloto nem os passageiros. O piloto sente
a aceleração somente pelo seu contato com o assento e a inércia do resto
do corpo produz a compressão que causa, em casos extremos, a perda
de consciência ou a destruição do corpo humano, caso a aceleração seja
excessiva".

217
Fry observou que tinha descido um pouco. As luzes de Cincinnati
estavam sob os seus olhos. Alguns minutos mais tarde, diante dos seus
olhos assombrados, brilhavam os perfis inconfundíveis da cidade de No-
va York.
"Aqui está" — disse a voz —. "A nossa nave aproxima-se de Nova
York através do ângulo noroeste. Vamos dar uma volta completa por ci-
ma dela diminuindo a velocidade para uns 1000 quilômetros por hora,
a fim de que o senhor possa aproveitar o panorama."

"O meu nome é Alan e tenho de transmitir-lhe


uma mensagem da maior importância"

"Eu me chamo Alan e o senhor se chama Daniel, não é?" Fry res-
pondeu afirmativamente e a voz continuou, enquanto Fry observava, fas-
cinado, as luzes de Nova York, que giravam aos seus pés. "Vamos re-
gressar agora, Daniel. Quero lhe dizer que estou satisfeito com as suas
reações e que gostaríamos de entrar de novo em contato com o senhor.
Se não se importar, isto acontecerá em breve. Por enquanto, vou depositá-
lo no mesmo lugar onde o encontramos e logo voltaremos para conver-
sar com o senhor." Fry explicou, mentalmente, que ia mudar-se para a
Califórnia e expôs sua preocupação pela possibilidade de não se torna-
rem a encontrar. "Isso não significa nada, Daniel. Sua mente é boa re-
ceptora, talvez porque esteja treinada para manejar imagens e conceitos
abstratos. Onde quer que se encontre, poderá escutar-me quando o cha-
mar. Além disso, devo lhe confessar que foi graças à sua capacidade re-
ceptora que consegui entrar na sua mente há três noites. O senhor estava
deitado porém não conseguia dormir porque tivera um dia de trabalho
muito pesado. Lembra-se?" Fry lembrou-se imediatamente. "O senhor
levantou-se da cama, acendeu um cigarro e deitou-se de novo. Come-
çou a resolver problemas matemáticos mentalmente até adormecer. Sin-
to vergonha de admitir isso, porém sua mente estava tão aberta que pe-
netrei até o fundo dela, e por isso posso lhe assegurar que o conheço
melhor que o senhor mesmo se conhece. O que encontrei na sua mente
foi bastante satisfatório, embora não completamente idôneo. Descobri que
certas penas e frustrações deixaram-lhe cicatrizes de rancor, de ressenti-
mento, embora (e isso foi o que me convenceu de que seria um bom con-
tato) tenha percebido que essas mesmas penas tinham-no impulsionado
a desenvolver um bom grau de compreensão e de percepção subjetivas."
A nave descia enquanto começava a reduzir a velocidade. As luzes do
povoado onde Fry pensara que passaria uma noite tranqüila e tediosa co-
meçavam a aparecer sob os seus pés. Pousou suavemente no campo e os
refletores da cabine acenderam-se; a voz de Alan indicou-lhe que podia ti-
rar o cinto de segurança e Fry levantou-se. Curioso, observou a cabine

218
tentando gravar na sua mente os mínimos detalhes. Nesse momento, sua
atenção foi atraída por um emblema gravado na parte posterior do assento.

A árvore e a serpente do paraíso perdido

O desenho era simples. A representação simplista de uma árvore e


uma serpente. A impressão de Fry ao reconhecer o símbolo foi tão pode-
rosa que Alan a percebeu e emitiu um som de alarme. "Que está aconte-
cendo, Daniel? Ah, já sei. Reconheceu o nosso símbolo e imagina qual
será o seu significado. Bem, é natural. Qualquer terrestre o teria reco-
nhecido. Sinto muito ter tão pouco tempo e tantas coisas para lhe dizer.
Os nossos ancestrais viviam na Terra, como deve ter imaginado ao ver
o emblema; estavam num estágio muito avançado e viviam no lugar que
as lendas dos terrestres chamam de Lemuria ou Mu. Por outro lado, o
desenvolvimento científico do continente da Atlântida também era muito
avançado: seus cientistas tinham aprendido a manejar a bomba atômica
com mais habilidade que vocês, atualmente. Existia certa rivalidade entre
ambas as nações e o desenlace era inevitável. Mas agora não tenho tem-
po de lhe contar mais nada, Daniel. Desça da nave e logo entrarei em
contato com o senhor. Não, não pense que não nos tornaremos a en-
contrar. Aviso-lhe que ainda não realizei a parte mais importante da mis-
são que me foi confiada: a mensagem que o senhor deverá transmitir à
Humanidade. Adeus, Daniel. Ou melhor, até logo."
Fry abandonou a nave e, como um sonâmbulo, começou a afastar-
se dela. Não transcorrera nem uma hora. Alguns metros mais adiante,
virou-se para olhar a nave. A comporta tinha sido fechada e uma faixa
alaranjada iluminava como um cinto fantasmagórico o ovni, que subita-
mente decolou da Terra a uma velocidade incrível. O ar produzido pela
decolagem da nave derrubou Daniel no chão. Quando ele se levantou,
as estrelas brilhavam serenas e o único vestígio que restava do ovni era
um círculo de grama amassada no campo.

Outros contatos

Depois deste primeiro contato com a misteriosa nave e a não menos


enigmática "voz", ocorreram outros encontros com seres do espaço. Isto
foi o que Fry relatou em sucessivas ocasiões e publicamente. Segundo
Fry, foram registrados quatro "contatos", entre 1950 e 1954.
Naturalmente, alguns pesquisadores não aceitam as manifestações
de Daniel W. Fry, embora tampouco disponham de argumentos sólidos
para demonstrar que o cientista e antigo cético está mentindo.
Onde está a verdade? Na minha opinião, terá de chegar o dia em
que estes "contatados" sejam estudados a fundo. Talvez então possamos
saber onde chegou a sua fantasia e até onde tudo é verdade...

ül 1 '
O ovni que "brincou" com o "Eco 2"

Com o Eco 2 aconteceu praticamente a mesma coisa que com a cáp-


sula não tripulada Gemini 1, lançada pelos norte-americanos em 8 de abril
de 1964: um ovni "grudou" no satélite de telecomunicações, acompa-
nhando-o por milhas e milhas...
Nem a NASA nem o Pentágono atreveram-se a comunicar ao mun-
do que as telas de radar das diferentes estações de rastreamentos espa-
ciais tinham descoberto e seguido vários ovnis junto aos mencionados ar-
tefatos norte-americanos.
Foi o audaz e sincero major Donald E. Keyhoe, então diretor do
NIC AP de Washington, quem revelou a jornalistas e pesquisadores a pre-
sença de quatro objetos não identificados, voando e "envolvendo" a men-
cionada cápsula Gemini 1. Esta nova sonda espacial fazia parte do pri-
meiro programa comum entre os Estados Unidos e a URSS.
Meses mais tarde, em 14 de novembro desse mesmo ano, o satélite
Eco 2 também foi "assaltado" por outro ovni. O fato, naturalmente, não
foi revelado ao mundo pela Força Aérea norte-americana nem pela NA-
SA — como teria sido lógico — mas sim por um astrônomo.

O padre Reyna

Naturalmente, ao contrário do que possam afirmar ou pensar os de-


tratores dos ovnis, também há astrônomos que viram e fotografaram es-
tas naves.
Um deles é o padre Benito Reyna, jesuíta, astrônomo e biólogo, dou-
tor em Letras e Ciências, professor de Física e Matemática da Universida-
de de El Salvador, em Buenos Aires, e diretor dos centros científicos e
observatórios de Santa Fé e San Miguel.
Estes dois últimos são conhecidos pelo nome genérico de Observa-
tório de Adhara. Nele se encontra um dos mais completos observatórios
de física cósmica. Abrange seis hectares e consta de três cúpulas de
observação.
Este Observatório de Adhara foi o primeiro a descobrir as grandes
explosões solares ou "foles".
Pois bem, vamos ver a espetacular "perseguição" que sofreu o Eco
2 na noite de 14 de novembro de 1964, contada pelo próprio diretor do
Observatório de Adhara, padre Reyna, grande amigo meu:
"... Em numerosas ocasiões" — diz o jesuíta — "pude observar dos
dois observatórios, à simples vista ou com binóculos, as evoluções de ovnis,
alguns deles muito bonitos. Quase sempre eles estavam seguindo satéli-
tes ou foguetes, mas sempre a uma certa distância, aparentemente pa-
ra não perturbá-los com o seu campo magnético. Quando os satélites

220
entram no cone de sombra da Terra, desaparecem. Em compensação,
os ovnis permanecem luminosos e geralmente mudam de rota a veloci-
dades fantásticas.
"Numa noite, sem dúvida pela primeira vez na História, seguimos
um deles com o telescópio e fizemos um esquema das suas evoluções.
Tudo isto é absolutamente certo e foi controlado por técnicos. Sei que
a França e as grandes potências estão muito interessadas nos ovnis, e que
uma grande quantidade de observadores tenta resolver o enigma. Acho
que não demoraremos para conseguir isso.
"Na clara noite de 14 de novembro, do Observatório de Adhara (San
Miguel, Buenos Aires), seguíamos com telescópio o satélite Eco 2, que
vai do pólo Norte ao pólo Sul. Apareceu às 20:37h, quase no mesmo
meridiano que o do observatório.
"Do oeste, perto de Pégaso, às 20:45h, surgiu um ovni que seguia
uma rota perpendicular à trajetória do Eco 2, no mesmo plano. Quando
chegou perto do satélite, desviou sua rota, descrevendo uma semicircun-
ferência (talvez para não atrair o satélite com o seu campo magnético),
depois prosseguiu seu caminho em direção leste e, perto de Órion, des-
ceu até o horizonte. Fez todo esse trajeto em três minutos.
"Às 20:52h, quando o Eco 2 estava no seu zêriite, o ovni surgiu do
sudoeste, perto de Centauro, e dirigiu-se ao encontro do Eco 2.
Aproximando-se do satélite, descreveu uma curva e depois dirigiu-se pa-
ra noroeste e desceu até o horizonte, perto de Andrômeda.
"Apareceu pela terceira vez às 21:00h, próximo de Altair, em forma
de charuto, e depois tornou-se circular. Perto do plano do Eco 2, deu
a mesma volta de antes, depois dirigiu-se para o sul, em direção a Cano-
pos e, finalmente, desapareceu no horizonte ao mesmo tempo que o sa-
télite Eco 2.
"Como havia várias pessoas dentro e fora da cúpula de observação,
pudemos segui-lo e observá-lo, do interior e exterior, nas suas diversas
trajetórias, acionando rapidamente a abertura da cúpula para que todos
pudessem vê-lo. Pudemos vê-lo perfeitamente quando estava perto do
horizonte. Distinguia-se com total clareza a torre superior, da mesma cor
verdosa que a luz de uma lâmpada de mercúrio. O círculo central era ama-
relo e as bordas, azuis. Algumas vezes ocupava todo o campo do telescó-
pio e parecia maior do que a Lua cheia. Levando em consideração que
a velocidade do Eco 2 era de 2 5 . 0 0 0 quilômetros por hora, o ovni devia
ir a mais de 100.000, como se pode ver pelos trajetos realizados na mes-
ma altura que o satélite.
"A visão tão nítida e esplêndida nos maravilhou e encantou. O es-
petáculo oferecido pelo ovni seguindo o Eco 2 foi extraordinário e fantás-
tico."

221
Era curioso. O satélite Eco 1 também foi "espionado", em 1960, por
outro ovni. Agora, o Eco 2...
Pergunto-me novamente: quantos satélites e cápsulas espaciais te-
rão sido, são e serão "controlados e seguidos por estas naves"? Até que
ponto o ser humano é controlado?

Também em 1964

Fraude ou ovni caído?

Em janeiro de 1964, numa região isolada próxima da cidade de Men-


doza, no oeste da Argentina, difundiu-se um boato de que um ovni pas-
sara sobre a região, perdendo velocidade, caindo finalmente na cadeia
montanhosa dos Andes. Testemunhas que não puderam ser identifica-
das também afirmaram que tinham visto sair do objeto vários homens com
trajes e uniformes luminosos. Um correspondente da prestigiosa revista
sobre ovnis, a FSR, da Inglaterra, obteve pouco depois uma cópia de uma
suposta fotografia do ovni que caíra nos Andes.
O objeto mede — segundo os especialistas ingleses — cerca de 13
pés de comprimento (isto é, aproximadamente quatro metros).
Outros pesquisadores duvidam desta versão e consideram que o
objeto que aparece na fotografia poderia ser uma simples trucagem foto-
gráfica.
Outro mistério...

Saara: ovni sobre o deserto

Em 9 de fevereiro de 1964, um membro do Observatório Baetulo,


de Badalona (Barcelona), tirava a fotografia seguinte de um fenômeno
desconhecido que bem poderia ser um clássico "objeto voador não iden-
tificado". O fato ocorreu em Sidi Ifni (Saara). A revista francesa L' As-
tronomie referiu-se ao mencionado fenômeno no seu número de maio
de 1964. Curiosamente, como é possível ver nas fotografias, estas fo-
ram feitas com exposição (basta observar as estrelas para comprovar
isso). O ovni, porém, não está "borrado". Isto me faz pensar que se
tratava de um objeto estático e, evidentemente, situado a baixa altura
(entre cinco e 15 graus sobre o horizonte). Na minha opinião, as ima-
gens correspondem a um ovni típico e extraordinariamente luminoso.
Nas minhas pesquisas pelo deserto do Saara, pude constatar numero-
sos casos — alguns de grande importância — de ovnis que até mesmo
chegaram a pousar nas suas ardentes areias. Sem dúvida, estas imagens

222
constituem uma valiosa amostra da presença dos ovnis sobre os deser-
tos. Não é freqüente dispor deste tipo de documento.

Ovni "negro" sobre Nova York

Em 30 de maio de 1964, obtinha-se a fotografia da página seguinte


nos céus claros de Flushing Maedows, no estado de Nova York (Estados
Unidos). Começavam a aparecer no mundo os denominados "ovnis ne-
gros", aos quais farei referência com maiores detalhes proximamente. Esta
imagem também demonstra que estas naves aproximam-se e situam-se
sobre grandes cidades, contra o que afirmam alguns detratores.
A fotografa foi incluída no projeto Livro Azul, sob o número 9411.

"Pião voador" sobre a Alemanha Federal

Em 3 de agosto de 1964, nos subúrbios do povoado de Oberwessel,


às margens do Reno e perto da fronteira holandesa, H. Haüxler tirou uma
fotografia de um trem em movimento. O objeto tinha a forma de "pião".
Segundo a testemunha, o ovni acabara de decolar de um ponto próximo
aos trilhos.

223
o
«

Existe certa confusão com relação a esta fotografia, pois alguns pes-
quisadores situam-na em Córdoba (Argentina).

Ohio: não é a melhor foto ovni* naturalmente

Em agosto de 1964, o estudante universitário Rick Blevnis obtinha


uma imagem de um objeto não identificado sobre Seville, no estado norte-
americano de Ohio. Alguns pesquisadores de ovnis afirmaram que se tra-
tava de uma das melhores fotografias de ovnis obtidas até o momento
nos Estados Unidos. Pessoalmente, considero que existem muitos outros
documentos de valor muito superior ao de Seville. E importante, porém,
que a fotografia tenha sido aceita e considerada "genuína".

224
Parece-me que, como assinalava nas primeiras páginas desta trilo-
gia, diante das imagens de ovnis destes primeiros anos do século XX, os
comentários são supérfluos. Aqui, sinceramente, "uma imagem vale por
mil palavras"...
Às análises fotográficas destes documentos e ao valor intrínseco das
imagens é preciso acrescentar, na minha opinião, outra circunstância não
menos importante. Refiro-me à "bondade" daqueles primeiros anos. As
garras dos diversos Serviços de Inteligência — especialmente da veneno-
sa CIA norte-americana — não se apossaram do fenômeno ovni até os
primeiros anos da década de 50. Isto possibilitou que alguns importantes
testemunhos fotográficos sobre estas naves pudessem filtrar-se e ser co-
nhecidos pela opinião pública mundial. Depois, como expus em OS VI-
SITANTES, tudo se tornou mais difícil. Só um punhado de solitários ro-
mânticos e obstinados pesquisadores continuamos na luta. Mas o objeti-
vo final — a total e transparente difusão da realidade ovni — bem mere-
ce estes e todos os sacrifícios imagináveis.
E embora reserve para o final do trabalho — La gran oleada — as
conclusões globais sobre este milhar de fotografias ovni no mundo, gos-
taria de esboçar agora alguns dos fatos destes primeiros anos da história
moderna dos "não identificados" que chamaram a minha atenção.
1. Evidentemente, os ovnis "espionaram" e seguiram com "sumo de-
talhe" o curso da Segunda Guerra Mundial. E muito provável —- embora
quase não disponhamos de documentos fotográficos a esse respeito —
que tenham feito a mesma coisa durante a primeira grande conflagração.
2. A partir da primeira explosão atômica em Hiroshima, a presença
ovni multiplicou-se no mundo.
3. Uma análise objetiva de fotografias como as do Oregon (1950),
Lubbock (Texas, 1951), Barra da Tijuca (Brasil, 1952) eilha de Trindade
(1958) — para mencionar apenas alguns casos — é suficiente para com-
preender que as formas, velocidades, manobras e tecnologia em geral des-
tes objetos não têm nada a ver com os aviões e armas dos humanos, e
muito menos com os engenhos terrestres daquela época.

225
4. Já em 1952 obtiveram-se as primeiras provas "oficiais" da pre-
sença dos ovnis nas telas de radar militares e civis.
5. Pode parecer quase incrível, porém, diante do "comportamento"
de muitos destes ovnis, temos a sensação de que tais naves "sabiam" da
presença do fotógrafo e — apesar disso — "deixaram-se" fotografar.
6. A partir de 1951 e 1952, a Força Aérea norte-americana empe-
nhou-se em ridicularizar as testemunhas dos "objetos voadores não
identificados".
7. Em 1952 — há 30 anos —, cientistas da importância de Albert
Einstein saíram em defesa dos ovnis, evitando talvez uma catástrofe. A
ordem de abater os "não identificados" foi temporariamente suspensa.
8. Como se fizesse parte de uma "estratégia"perfeitamente progra-
mada, os ovnis parecem "posar" quase unicamente para fotógrafos ama-
dores, providos apenas de câmaras muito simples e modestas.
9. Em 1952 — muito antes de começar a corrida espacial do ser hu-
mano um italiano conseguiu o primeiro documento fotográfico de um
suposto ser extraterrestre junto a sua nave.
10. Na minha opinião, o documento fotográfico de Coniston (Ingla-
terra), em 1954, obriga-nos a reconsiderar as fotografias obtidas em 1950
pelo discutido George Adamski. Pessoalmente, quanto mais pesquiso o
famoso "contatado" norte-americano, mais me convenço de que muitas
das suas afirmações foram acertadas. Talvez algum dia, nós, os pesqui-
sadores, tenhamos a obrigação de restituir-lhe a fama perdida.
11. A partir de 1954, com o famoso ovni fotografado em Rouen
(França), praticamente "gêmeo" do Oregon (Estados Unidos), em 1950,
os pesquisadores comprovam que naves de características semelhantes
ou muito parecidas são detectadas e vistas em todo o planeta.
12. Para desconcerto dos cientistas, os ovnis desafiam todas as leis
humanas conhecidas até hoje.
13. Existem interesses militares, sociais, psicológicos e até mesmo
econômicos entre as grandes potências mundiais que transformam o fe-
nômeno num assunto "secreto".
14. Em 1958, o governo do Brasil efetuou aquele que seria o pri-
meiro reconhecimento oficial da existência dos ovnis no mundo. Natural-
mente, os militares norte-americanos tentaram ridicularizar este honroso
gesto...
15. O mundo ocidental conhece aquela que pode ser a primeira fo-
tografia oficial de um ovni sobre os países do Leste (Polônia, 1958).
16. Em 1959, no Brasil, registra-se outro caso que ratifica — sem-
pre do meu ponto de vista — a possível "comunicação" entre os homens
e os ocupantes dos ovnis.
17. Da mesma maneira que os ovnis parecem "posar" diante das
câmaras fotográficas de muitas testemunhas, em outros casos parece ocor-

226
rer o contrário: ante o lógico desespero do fotógrafo, a máquina "quebra
incompreensivelmente". E o ovni desaparece...
Mas OS VISITANTES é apenas o início daquela que, sem dúvida,
é a mais inquietante e transcendental aventura humana: o "encontro" com
dezenas de civilizações alheias â Terra.

227
J. J. BENITEZ Além dos temas sobre Jesus Cristo —
Operação Cavalo de Tróia, Astronautas
de Yaveh, Testamento de São João —,
J. J. Benítez também escreve sobre os
fenômenos OVNI — A Ponta do Iceberg
eA Quinta Coluna do Espaço.

Referências a discos voadores existem


desde a Antigüidade, e mesmo assim até
bem pouco tempo poucos acreditavam em
sua existência. Hoje, porém, os avista-
mentos são cada vez mais comuns e as
provas, cada vez mais numerosas.

O tema OVNI foi muito explorado pelo


cinema, e os filmes mais antigos sempre
os retrataram como invasores e destrui-
dores, criando até um medo coletivo da
"invasão marciana". No dia em que a
Terra parou foi um divisor de águas, o
primeiro filme que traz uma mensagem
pacifista de um extraterrestre.

Mas a mudança veio mesmo com Spiel-


berg, que nos fez cair de amores pelo
E.T.. Talvez, até por filmes desse tipo, as
pessoas estejam perdendo o medo que
sentiam pelos OVNIs.

A curiosidade, no entanto, se mantém:


quem são, de onde vêm, com que objeti-
vo? J. J., apaixonado pelo tema, mostra
fotos e fatos irrefutáveis, que comprovam
sua existência.
Parte da seqüência obtida por Paul Villa,
1963

MERCURYO

Das könnte Ihnen auch gefallen