Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
2
Rita de Cássia Marques Costa
EDUCAÇÃO E MOVIMENTOS
SOCIAIS
1ª Edição
Sobral/2017
3
4
Sumário
Palavra do professor autor
Sobre o autor
Ambientação à disciplina
Trocando ideias com os autores
Problematizando
5
Palavra do professor autor
6
Sobre as autoras
7
Ambientação à disciplina
Sabemos que os movimentos sociais têm sido considerados por vários
analistas de organizações sociais como elementos de inovação e
transformação social. Conforme Maria da Glória Gohn, os movimentos são
elementos fundamentais na sociedade moderna, agentes construtores de uma
nova ordem social e não agentes de perturbação da ordem, como as antigas
análises conservadoras escritas nos manuais antigos, ou como ainda são
tratados na atualidade por políticos tradicionais.
8
Trocando ideias com os autores
Guia de estudo: Logo após ler essas obras, faça uma relação entre ambas,
produza um texto argumentativo, abordando os pontos que contribuíram para
uma sociedade moderna que está em constantes mudanças.
9
Problematizando
Os movimentos sociais nascem no universo dos processos de interação
social dentro da “teoria do conflito e mudança social”. O homem como ser
social, através dos processos de interação social acaba por não se adaptarem
as estruturas, e isso acaba gerando desajustes e conflitos. Os movimentos
nasciam neste universo e eram vistos como elementos destrutivos a ordem
social vigente.
Guia de estudo: o homem como um ser social, na sua interação, mas com
características diferentes, com pensamentos divergentes. Percebemos
conflitos constantemente, entretanto com objetivos comuns, nessa linha de
pensamento, como você compreende a formação dos movimentos sociais? O
que eles representam em sua vida? Compartilhe no ambiente virtual.
10
MOVIMENTOS SOCIAIS:
CONHECENDO OS ANTIGOS E
NOVOS ATORES SOCIAIS
1
Conhecimentos
Aprofundar estudos teóricos sobre as lutas coletivas e sua trajetória no
Brasil, aprofundando estudos nos campos da educação popular e
Ciências Sociais.
Habilidades
Desenvolver o espírito crítico no aluno, aproximando teoria e prática,
para compreensão das demandas sociais na vida societária.
Atitudes
Capacitar os alunos para atuarem em ações sociais no coletivo
tornando-os sujeitos sociais ativos e autônomos.
11
12
Conceito de movimento social na bibliografia geral das
ciências sociais
A temática sobre os movimentos sociais surge como objeto de estudo
junto com o nascimento da própria sociologia, onde defende uma necessidade
de uma ciência da sociedade que se dedicasse ao estudo dos movimentos
sociais.
13
mudanças sociais, vendo-os como fontes de conflitos e tensões, classificavam
o movimento de forma dualista; religiosos seculares, reformistas
revolucionários, violentos pacíficos.
No final dos anos 70, e durante toda década dos anos 80, surge uma
nova fonte de estudos sobre os (MS): dos países do Terceiro Mundo, que
apresentaram novos atores, novas problemáticas e novos cenários
sociopolíticos (mulheres, índios, negros, pobres). Mas a maioria dos estudos
foram histórico descritivos.
14
novo cenário passou por revoltas dos negros pelos direitos civis nos Estados
Unidos, pela estruturação dos movimentos feministas, pela revolta contra as
guerras e armas nucleares.
Nos anos 90, altera-se todo o quadro sobre os (MS) tanto no ponto de
vista das manifestações como na produção teórica. Na América Latina,
deslocam as atenções para outro fenômeno social, as (ONGs). A categoria da
ação social volta a ter centralidade nos estudos. No Brasil, as mudanças
advindas com a globalização da economia e a institucionalização dos
processos gerados no período da redemocratização levaram ao surgimento de
um novo ciclo de movimentos e lutas, menos centrados na questão dos direitos
e mais nos mecanismos de exclusão social. Os mecanismos de exclusão social
e os obstáculos à construção de democracia, segundo os princípios da
cidadania, foi outro tema que atraiu a tenção de analistas.
A tendência predominante nos anos 90, na análise dos (MS), tem sido
unir abordagens elaboradas a partir de teorias macrossociais a teorias que
priorizavam aspectos micro da vida cotidiana.
15
Na realidade histórica os movimentos sempre existiram e sempre
existirão, devido a sua força social organizada que unem as pessoas como
campo de atividades e de experimentação social e estas, acabam se
mostrando como fontes geradoras de criatividade e de inovações socioculturais
(GOHN, 2003).
16
Já os movimentos sociais progressistas atuam segundo uma agenda
libertadora, realizam análises sobre a realidade social e constroem propostas.
17
Redes de governança: (que tentam articular a experiência de inovações da
gestão pública, como os Fóruns das prefeituras que adotam o orçamento
participativo);
18
autonomia é ter pessoas capacitadas para representar os movimentos e
negociações nos fóruns de debates.
O novo associativismo
19
organização e mobilização com ideários mesmos em sua unidade e
diversidades possam ser articulados.
Ainda nos anos 90, surgiram outros novos conceitos, gerados no interior
de outros movimentos sociais, como a cidadania planetária, sustentabilidade
democrática, participação cidadã, etc. (cf. Sousa Santos, 2000; Scherer-
Warrem, 1999; Gohn, 2001). Esses conceitos indicam que se devem respeitar
as diferenças culturais, os valores, hábitos e comportamentos, de grupos e
indivíduos, pertencentes a uma sociedade globalizada pela economia e pelas
diversas interações midiáticas dadas pela TV, internet e outros.
20
Matrizes de socialismo libertário do século passado, assim como o
anarquismo, estavam embutidas e geravam concepções contraditórias. O
anarquismo foi um movimento de revolta do passado pré-industrial contra o
presente, que rejeitava a tradição, a religião e a igreja, o Estado e a burocracia
e defendia as causas do progresso, da ciência e da tecnologia. Acreditavam
nos processos educacionais como mola propulsora do progresso. Retomava
propostas do iluminismo e rejeitava qualquer autoridade, pregando o socialismo
libertário.
21
Conforme a autora, no inicio da década de 80, novos tipos de
movimentos foram criados, fruto da conjuntura política econômica da época.
Foram os movimentos dos desempregados e das diretas já, que se definiam no
campo da ausência do trabalho e na luta pela mudança do regime político
brasileiro, relativas ao plano moral, da ética na política. O das diretas já, por
exemplo, surgiu no momento de pico de um ciclo de protestos, contra o regime
militar e a política excludente de desemprego que demarcou um novo ciclo de
protestos.
22
A ética pela política foi um movimento ocorrido nos anos 90 e teve
grande importância histórica, porque contribuiu, para a destruição do processo
democrático, de um Presidente da República por atos de corrupção, o que
nunca havia acontecido no país. Ele também contribuiu para o ressurgimento
do movimento dos estudantes com o novo perfil de atuação, as “caras
pintadas”.
23
Conforme a autora, pesquisas de opinião pública estão demonstrando
que a segurança está passando a ser o principal item de demanda da
população, maior do que o medo do cidadão ficar desempregado. Os
movimentos contra a violência, nos centros urbanos, são mais focalizados, pois
partem de grupos e ações localizadas, motivados por perdas de entes
queridos, passam a criar redes e mobilizam as associações comunitárias dos
bairros.
24
Ainda fazendo parte dos movimentos populares urbanos, a luta pela
moradia continuou a ter a importância. Uma parte dela tornou-se
institucionalizada, atuando no plano jurídico, obtendo resultados importantes
como o estatuto da Cidade. Outra parte migrou com suas assessorias para as
ONGs, participando de projetos institucionais, por exemplo, projetos de
reurbanização. Uma terceira parte inovou suas práticas seguindo o modelo de
movimento popular rural: realizando ocupações, não mais de áreas vazias, mas
ocupando prédios públicos e privados, ociosos ou abandonados, nas áreas
centrais das grandes cidades.
Outro movimento que teve sua importância foi o popular da saúde, com
representações em Conferências Nacionais de Saúde e nos Conselhos de
saúde no qual existia a representação dos usuários. Ainda, existiram os
movimentos dos transportes, das creches da educação, ambientalistas, dentre
outros.
25
Por esse motivo os movimentos dos anos 90, passaram a atuar em rede
e em parceria com outros atores sociais dentro da institucionalidade redefinido
suas relações para continuarem atuando em busca da igualdade e inclusão
social.
26
EXCLUSÃO SOCIAL NA
SOCIEDADE CAPITALISTA
2
Conhecimento
Desenvolver no aluno a partir dos estudos teóricos, uma análise histórica dos
processos sociais ligados à pobreza, trabalho e exclusão.
Habilidades
Atitudes
27
28
O início do processo de exclusão social
29
Só que através dessas transformações econômicas, a própria sociedade
começa a questionar como está a humanidade dentro desse perfil conflituoso,
e então começa a buscar com muita clareza a dignidade da pessoa humana.
Desse modo, os valores essenciais na vida do homem foram colocados em
primeiro plano. Dalmo Dallari (1998) afirma que, “é no contexto dos conflitos
entre as diferenças econômicas, políticas e sociais, que nasce a necessidade
de mudanças em uma determinada realidade de uma sociedade”.
30
eles: o processo de reestruturação produtiva, o neoliberalismo e o processo de
globalização.
31
pobre, onde alguns teóricos da exclusão desenvolvem uma luta vazia em torno
dos significados, sem raiz na prática dos que lutam pela vida, “uma ação que
se reduz ao discurso que não se nutre do vivido”. Que a ideia de exclusão é
pobre e insuficiente, onde se discute a exclusão e deixa de se discutir as
formas de pobres, as formas indecentes de inclusão.
32
Martins defende a fetichização da ideia de exclusão, onde todos os
problemas sociais passam a ser atribuídos mecanicamente a exclusão. Sendo
assim, esta, passa a ser um momento de percepção que cada um pode ter e
traduzir em privação; privação de emprego, de participação do mercado de
consumo, de bem-estar, de direitos, de liberdade, de esperança, é o que
chamamos vulgarmente de pobreza.
33
Martins (1970) coloca que, esse “estado de drogado” está se
proliferando facilmente como substituto manipulável e mercantilizado do sonho.
Ele defende que é aí que se revela o que de fato deve ser objeto de
crítica e de combate por parte daqueles que não perderam a dimensão da
humanidade do homem, como o grande projeto dos que tem sede de justiça.
34
beneficiando aos grupos sociais favorecidos e negligenciam aos interesses
comunitários. Assim reforça a continuidade das práticas, a reprodução das
desigualdades e manutenção do poder dominante.
Nesta compreensão, o educador social engajado na luta pelas
transformações da realidade concreta, exerce papel fundamental na construção
de novos caminhos históricos, atuando sobre as causas que originam os
problemas, buscando medidas preventivas, atentando para a elaboração de
projetos sociais que respondam às necessidades do coletivo, a partir do
comprometimento dos sujeitos sociais em busca de objetivos comuns que, ao
longo do processo histórico, consiga erradicar as desigualdades e as exclusões
sociais existentes. Somente assim, justificam-se as preocupações com a
ampliação do índice de ONGs, associações diversas. Caso contrário nada de
novo ocorrerá no cenário brasileiro.
35
ativamente de políticas públicas, formando um ambiente que produz efeitos
educativos.
A Pedagogia Social está referenciada como uma política que atua numa
formação para atuação na área social na intervenção, propiciando a criação de
ações orientadas e intencionais. O objeto da Pedagogia Social é a própria
intervenção na realidade social, numa análise da sociedade e do indivíduo. A
expansão da ação da pedagoga social ocorre na educação não formal, é o
conjunto de processos, meios e instituições específicas, organizadas em
função de objetivos explícitos de formação e instrução que não estão
diretamente vinculados à obtenção de graus próprios do sistema educativo
36
formal. É diferente da escola, mas é uma ação com planejamento e com
intenção e organização para o aprendizado.
37
38
EDUCAÇÃO E MODERNIDADE:
DIMENSÕES DA PRÁTICA
EDUCATIVA
3
Conhecimentos
Conhecer as modalidades da prática educativa (informal, não formal e formal)
para formação profissional do educador nessa atualidade com um olhar
ampliador no campo profissional, abrangendo além dos conteúdos teóricos e
práticos, valores e atitudes para viver e se desenvolver.
Habilidades
Preparar o aluno para atuar como educador nas diversas dimensões
educativas nos múltiplos contextos da prática social do pedagogo com
capacidade para realizar ações competentes. Formar um profissional
qualificado para atender as demandas socioeducativas do tipo formal, informal
e não formal.
Atitudes
Provocar no aluno uma formação pedagógica para construção de sujeitos
autônomos, solidários e participativos, com atitudes transformadoras, tomando
agentes educativos conforme a instância que operem, atuando com novas
metodologias e linguagens.
39
40
Diferença entre pedagogia e educação
41
uma função adaptadora, existindo um vínculo de fato, entre o ser humano que
se educa e o meio natural e social.
“Conforme Demo (1999), citado por Dewey (1979: 83), a educação não é
preparação para vida é a própria vida”. É representada como uma constante
reconstrução de nossas experiências vividas.
42
formação da humanidade. Nesse sentido, a tarefa educativa se reflete em
superar a antinomia entre fins individuais e fins sociais.
43
A educação não formal e a construção da cidadania
44
sindicatos e nos partidos políticos e Organizações Não Governamentais
(ONGs).
45
onde o educando se insere, mas se mostra como aprendiz e confere maior
rigor lógico ao saber popular.
46
Não existe direito sem obrigação e não há nem direito e nem obrigação
sem uma norma de conduta. A noção de direito moral introduz também, a
obrigação moral. Ter direito moral em face de alguém significa que há outro
indivíduo que tem obrigação moral para comigo.
Os valores não são algo abstrato que se aprendem, eles estão inseridos
em contextos reais, na interação humana. Toda educação de valores deve
estar em relação dinâmica com a realidade das pessoas.
47
Esse processo que chamamos de exclusão não cria mais pobres, cria
uma sociedade paralela que é includente do ponto de vista econômico e
excludente do ponto de vista social, moral e político. A nossa sociedade está se
constituindo em sociedade dupla, duas humanidades: humanidade constituídas
de integrados (ricos e pobres) e outra, de sub-humanidade, incorporada do
trabalho precário, no trambique, das privações. Toda exclusão é a negação do
humano.
Não basta falar dos Direitos Humanos, devemos ter disposição para
respeitar e fazê-los respeitar. Através da educação para solidariedade e para
os direitos humanos os excluídos adquirem consciência dos direitos e
começam a lutar por eles. Devemos ensinar para que as pessoas
compreendam melhor o sentido do mundo, da vida humana, das relações com
os outros e consigo mesmo. É respeitando o direito ao sentido que a educação
contribuirá para construção de um mundo solidário.
48
programas e dos projetos de promoção dos direitos humanos nas políticas
públicas do poder executivo.
49
inaugurando o reconhecimento por parte do Estado brasileiro das
reivindicações dos movimentos sociais por cidadania, transformando diversas
iniciativas pontuais em políticas de Estado (PEREIRA, 2015).
50
Plano Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação”.
Esta Conferência aprovou diretrizes, metas e ações para a
política nacional de educação, na perspectiva da inclusão,
igualdade e diversidade, com o objetivo de se constituir como
subsídio para a construção do novo Plano Nacional de
Educação (PNE 2011-2020), atualmente em fase de
elaboração. (BRASIL, 2010b)
51
Conforme Pereira (2015), a partir dessa concepção, a educação em
direitos humanos deve favorecer o conhecimento destes direitos e de suas
garantias no curso da evolução social e histórica da sociedade, bem como dos
instrumentos nacionais e internacionais que concedem sua concretização.
Portanto, os conteúdos devem estar comprometidos com a revisão de valores,
atitudes e comportamentos, capazes de formar os sujeitos para o exercício
competente da cidadania.
52
Pereira (2015, p.37), afirma que “Os ideais emancipatórios inscritos na
reivindicação por direitos protagonizados pelos novos movimentos sociais
produziram um impacto significativo no cenário das mudanças sociais em curso
na contemporaneidade”, que no Brasil geraram políticas públicas importantes e
que as legislações educacionais têm enfatizado a formação para o exercício da
cidadania como essencial para a construção de uma sociedade democrática,
justa e igualitária. , mas que ainda existe um enorme distanciamento entre os
marcos jurídicos de proteção e promoção dos direitos humanos e a contínua e
permanente realidade de violações aos direitos humanos.
53
Explicando melhor com a pesquisa
Guia de estudo: Após a leitura dos artigos propostos, faça uma relação entre
eles, direcionando para o Brasil de hoje e produza uma resenha crítica
abordando: qual seria a contribuição da participação ativa da população nas
decisões da política brasileira?
54
Leitura Obrigatória
55
Pesquisando com a Internet
56
Saiba mais
Guia de estudo: Ao ler essas entrevistas faça uma resenha crítica sobre o
conflito de “classes. ” Será que hoje, ainda há o domínio da classe alta sobre a
classe baixa?
57
Vendo com os olhos de ver
Guia de estudo: Após você assistir esses vídeos faça um estudo sistemático
da trajetória dos movimentos sociais até os dias de hoje. Em seguida
disponibilize suas descobertas no ambiente virtual.
58
Revisando
59
associativismo é mais propositivo, operativo e menos reivindicativo e mais
estratégico. Um dado muito importante que apontamos é que a maioria dos
estudos realizados nos anos 80 e 90 houve declínio do interesse pelo estudo
dos movimentos em geral e principalmente pelos populares.
60
preocupação em resolver e integrar a dimensão dos direitos sociais, a fim de
reduzir as situações de carência e atuações inclusivas de integração social,
políticas que tenta proporcionar ao beneficiário, meios que lhe permitam
reinserir-se na sociedade, seja pela participação no mercado de trabalho ou em
outras formas de participação, voltadas para o atendimento às necessidades
coletivas.
61
Autoavaliação
62
Bibliografia
63
__________. Movimentos Sociais e Educação. 6 ed. Revista – São Paulo:
Cortez, 2005. – (Coleção Questões da nossa época; v.5).
64
Bibliografia Web
65
Vídeos
66
67
68