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Curso de Licenciatura em Letras com Inglês


Disciplina: Teorias da Narrativa
Docente: Sayonara Amaral
Discente: Tatiana Marques

A narrativa do conto Entre Irmãos

O conto Entre Irmãos de J. J. Veiga apresenta uma história em que o conflito gira
em torno de uma relação conflituosa entre irmãos, o qual consiste na ausência de
convivência entre o narrador-personagem e seu irmão. O foco narrativo, ou seja, a
posição do narrador, é em 1ª pessoa. Ele faz parte da narrativa.
No conto, os personagens principais, o narrador-personagem e o irmão mais novo,
encontram-se em um hospital esperando notícias de sua mãe. Mas, percebemos uma
situação desconfortável para os dois, pois não se conheciam e não sabem como agir um
com o outro.
O narrador é o irmão mais velho que vai conduzindo o leitor. Ele nos descreve um
conflito interno e muito tenso que acontece com o próprio, portanto é um narrador-
personagem. A narrativa desvenda a sua problemática interior. O narrador-personagem
deixa no texto a sua marca pessoal, a subjetividade, fato que não observamos no
narrador onisciente, já que para que haja a onisciência, tem que haver o distanciamento
de quem conta a história.
Em Entre Irmãos, J. J. Veiga usa e abusa dos pronomes em 1ª pessoa, como
também dos verbos, caracterizando, como já foi dito, o foco narrativo em 1ª pessoa.
Portanto, já percebemos as marcas da presença do narrador-personagem, como no
trecho abaixo:

³O menino sentado à a  frente é a irmão, assim a disseram; e bem


pode ser verdade, ele regula pelos dezessete anos justamente o tempo que
  solto no mundo, sem contato nem notícia.´
Outro fato que observamos neste fragmento, é que o narrador não sabe de tudo,
não tem o poder da onisciência. Ele, baseado na hipótese do que disseram e pelo fato da
idade, supõe que o menino é seu irmão.
Ao longo da narrativa, observamos a incerteza do narrador em relação à atitude
que deve tomar, aos sentimentos de seu irmão. Ele não consegue saber o que se passa na
cabeça do jovem. Podemos evidenciar isto com o trecho abaixo:

³Mas seria esse o caminho para chegar a ele? Não seria um caminho simples
demais, e por conseguinte inadequado? Tenho tanta coisa a dizer, mas não sei
como começar, até a minha voz parece ter perdido a naturalidade, sinto que
não a governo, eu mesmo me aborreço ao ouvi-la.´

O narrador conta a história de um centro fixo, limitado às suas percepções,


pensamentos e sentimentos. Como ele tem um ângulo de visão limitado dos fatos, há
um clima de suspense na narrativa. O leitor vai descobrir a solução do conflito entre os
irmãos junto com o personagem.
Em contraposição ao narrador onisciente que tem domínio dos fatos, o narrador
deste conto não sabe o modo que o ³suplício´, como ele chama, será interrompido. Em
toda a história, percebemos a inquietação dos dois personagens em melhorar o clima de
inimizade existente entre eles. Mas, o fim dessa situação será quando a vizinha aparece
e fala que a mãe deles quer ver um padre, dando a oportunidade de escaparem da
³câmara de suplício´.
Portanto, por todas as características da narrativa deste conto apresentadas ao
longo deste texto, concluímos que não existe a onisciência. Muito pelo contrário, a
narrativa é contada em 1ª pessoa, não há o distanciamento do narrador. Ele se encontra
interno à história e não tem o domínio e o controle sobre aquilo que narra. Os fatos
acontecem sem o seu conhecimento prévio. O narrador desta trama descobre o seu
desfecho juntamente com o leitor.

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