O ataque americano perto do aeroporto de Bagdá, no
Iraque, que matou dois dos mais importantes líderes militares iranianos, gerou uma escalada da tensão entre Estados Unidos e Irã que beira o risco de um conflito armado direto entre os dois países. Num comunicado, o Pentágono confirmou a autoria do bombardeio e disse que a ordem partiu do presidente Donald Trump. Entre os mortos estão o comandante das Forças Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, o brigadeiro- general Qassen Soleimani — figura militar de maior relevância no país. Também morreu o número 2 das Forças de Mobilização Popular (FMP), o comandante Abu Mahdi al-Muandis. Mas, se hoje EUA e Irã estão em pé de guerra, nem sempre foi assim. Por um tempo, os dois países foram amigos e aliados. "Nosso diálogo tem sido inestimável, nossa amizade é insubstituível. E não há nenhum outro líder por quem eu sinta uma maior gratidão e amizade pessoal", disse em 1977 o então presidente americano Jimmy Carter se referindo ao xá da Pérsia Mohamed Reza Pahlevi, durante brinde num jantar em Teerã, capital iraniana.