Sie sind auf Seite 1von 223

Patrimônio Líquido

Prof: Fernando Aprato


O Patrimônio Líquido também conhecido como Capital Próprio ou Capital Efetivo,
corresponde aos recursos originários dos sócios e aos rendimentos auferidos pela
empresa. Somente constitui obrigação exigível da empresa em caso de extinção da mesma
ou retirada de sócio.

À medida que a empresa opera com lucro, o valor do Patrimônio Líquido aumenta. Em
contrapartida, quando há prejuízo o valor do Patrimônio Líquido diminui.
O Grupo Patrimonial denominado Patrimônio Líquido representa a diferença entre os
recursos (bens/direitos) e as obrigações.

De acordo com o item 4.4. do CPC 00 R1 - Estrutura Conceitual, letra "c" o patrimônio
líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os
seus passivos.
Definições utilizadas para PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Próprio
Capital Efetivo
Capital Investido
Capital Financeiro
Riqueza Efetiva da Empresa
Direito Residual
Valor Contábil Pertencente aos Sócios
Valor Contábil Devido Pela Empresa aos Sócios e Acionistas
Diferença entre Ativo e Passivo
É o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus
passivos
Situação Líquida
Estrutura do Balanço Patrimonial de acordo com a Lei n° 6.404/76
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Ativo Realizável a Longo Prazo PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Investimentos Capital Social
Imobilizado (-) Capital a Realizar
Intangível Reservas de Capital
Reservas de Lucro
(+/-) Ajustes de Avaliação Patrimonial
(-) Ações em Tesouraria
(-) Prejuízos Acumulados
(TRE MS/Técnico Judiciário – Contabilidade/CESPE/2013) - As contas que representam o
capital próprio de uma entidade contábil incluem as conta

a) caixa e equivalentes de caixa; capital social; reserva legal; reserva para contingência.
b) caixa; capital social; investimentos em coligadas; participações permanentes.
c) capital social; reserva estatutária; reserva legal; reserva de lucro a realizar.
d) banco – conta movimento; caixa; capital social; fundo de comércio.
e) banco – conta movimento; caixa e equivalentes de caixa; capital social; reservas de
lucros.

Gabarito = C
1. Patrimônio Líquido no CPC 00 – R1 – Estrutura
Conceitual
4.20. Embora o patrimônio líquido seja definido no item 4.4 como algo residual, ele
pode ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, na sociedade por
ações, recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes de retenções de lucros e
reservas representando ajustes para manutenção do capital podem ser demonstrados
separadamente. Tais classificações podem ser relevantes para a tomada de decisão dos
usuários das demonstrações contábeis quando indicarem restrições legais ou de outra
natureza sobre a capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma
os seus recursos patrimoniais. Podem também refletir o fato de que determinadas
partes com direitos de propriedade sobre a entidade têm direitos diferentes com
relação ao recebimento de dividendos ou ao reembolso de capital.
4.21. A constituição de reservas é, por vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar à
entidade e seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de prejuízos.
Outras reservas podem ser constituídas em atendimento a leis que concedem
isenções ou reduções nos impostos a pagar quando são feitas transferências para
tais reservas. A existência e o tamanho de tais reservas legais, estatutárias e fiscais
representam informações que podem ser importantes para a tomada de decisão dos
usuários. As transferências para tais reservas são apropriações de lucros acumulados,
portanto, não constituem despesas.

4.22. O montante pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial


depende da mensuração dos ativos e passivos. Normalmente, o montante agregado
do patrimônio líquido somente por coincidência corresponde ao valor de mercado
agregado das ações da entidade ou da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus
ativos líquidos numa base de item-por-item, ou da entidade como um todo, tomando
por base a premissa da continuidade (going concern basis).
4.23. Atividades comerciais e industriais, bem como outros negócios são
frequentemente exercidos por meio de firmas individuais, sociedades limitadas, entidades
estatais e outras organizações cujas estruturas, legal e regulamentar, em regra, são
diferentes daquelas aplicáveis às sociedades por ações. Por exemplo, pode haver
poucas restrições, caso haja, sobre a distribuição aos proprietários ou a outros
beneficiários de montantes incluídos no patrimônio líquido. Não obstante, a
definição de patrimônio líquido e os outros aspectos dessa Estrutura Conceitual que
tratam do patrimônio líquido são igualmente aplicáveis a tais entidades.
2. Capital Social
O Capital Social representa a participação dos sócios na formação do patrimônio da
empresa. Este abrange não só as parcelas entregues pelos acionistas como também os
valores obtidos pela sociedade e que, por decisão dos proprietários, se incorporam ao
Capital Social, representando uma espécie de renúncia a sua distribuição na forma de
dinheiro ou de outros bens.

Corresponde à parte do Patrimônio Líquido formada por ações subscritas na constituição ou


no aumento do capital de uma sociedade anônima.
De acordo com o art. 182 da Lei n° 6.404/76, a conta do capital social discriminará o
montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

Capital Social
(-) Capital a Realizar
2.1. Capital Autorizado
Restrito às sociedade anônimas. Denomina-se capital autorizado o limite, estabelecido em
valor ou número de ações, até o qual o Estatuto da sociedade anônima autoriza os órgãos
de administração a promoverem aumento de capital da companhia, independentemente
de reforma estatutária ou de assembleia de acionistas.

Trata-se de uma autorização prévia do Estatuto, para futuros aumentos de capital.


Sendo o capital autorizado apenas uma autorização para – no futuro – alguém aumentar o
capital social da companhia (sem o cumprimento de maiores formalidades), não há que se
registrar, no patrimônio, qualquer valor a título de capital autorizado. Em outras palavras,
a autorização de capital é um mero ATO e não um FATO CONTÁBIL, portanto não cabe
lançamento ou qualquer registro dele em contas contábeis, até o momento do efetivo
aumento de capital – quando o capital não será mais autorizado, porém subscrito.

!! ATENÇÃO !!

Não há nenhum impacto no Patrimônio.


Capital Autorizado

Art.168. O estatuto pode conter autorização para aumento do capital social


independentemente de reforma estatutária.

§ 1º A autorização deverá especificar:


a) o limite de aumento, em valor do capital ou em número de ações, e as espécies e
classes das ações que poderão ser emitidas;
b) o órgão competente para deliberar sobre as emissões, que poderá ser a
assembleia-geral ou o conselho de administração;
c) as condições a que estiverem sujeitas as emissões;
d) os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência para
subscrição, ou de inexistência desse direito (artigo 172).
§ 2º O limite de autorização, quando fixado em valor do capital social, será
anualmente corrigido pela assembleia-geral ordinária, com base nos mesmos índices
adotados na correção do capital social.

§ 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado,


e de acordo com plano aprovado pela assembleia-geral, outorgue opção de compra de
ações a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços
à companhia ou a sociedade sob seu controle.
2.2. Capital Subscrito
É o Capital que os sócios se comprometeram a integralizar de uma só vez ou em parcelas
nas condições pactuadas no contrato social (Ltda) ou estatuto (S/A).

Na ocorrência do fato subscrição de capital, surge um direito no patrimônio da empresa


(de exigir que os sócios cumpram o que foi prometido - entregar o capital subscrito). Trata-
se de um compromisso irrevogável dos sócios para com a sociedade, que pode ser exigido
legalmente.
2.3. Capital a Subscrever
É a diferença entre o Capital autorizado pela assembleia e aquele já subscrito pelos sócios.

É a parcela do Capital para a qual ainda não existe sócio definido para realizá-lo.
2.4. Capital Integralizado ou Realizado
É o mesmo que capital realizado, isto é, a diferença entre o Capital Subscrito e o Capital a
Integralizar. Corresponde às ações subscritas e realizadas pelos acionistas ou quaisquer
outros bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.

Assim, na realização do capital subscrito, surge no patrimônio da empresa um recurso


(dinheiro ou outro, entregue pelos sócios) e, também, desaparece do patrimônio da
empresa o direito de exigir que os sócios o entreguem (capital a realizar).

No caso de sociedades anônimas, a realização de capital deve ocorrer, no mínimo, em 10%


do capital subscrito, em dinheiro, na data da subscrição, conforme art. 80 da Lei das S/A.
Constituição da Companhia
SEÇÃO I
Requisitos Preliminares

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes


requisitos preliminares:
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se
divide o capital social fixado no estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço
de emissão das ações subscritas em dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário
autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em
dinheiro.
Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às companhias para
as quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social.
!! ATENÇÃO !!

As contas Capital Subscrito e Capital a Realizar são contas analíticas, ao passo que a
conta Capital Realizado consiste na conta sintética, que agrupa a soma (algébrica) dos
saldos das contas Capital Subscrito e Capital a Realizar.
2.5. Capital a Integralizar ou a Realizar
É o mesmo que Capital a Realizar ou Não Realizado, isto é, a parcela do capital já subscrita
e ainda não entregue à sociedade pelos sócios.
2.6. Adiantamento Para
Futuro Aumento de Capital
De acordo com a Resolução CFC n° 1.159 de 13/02/2009, que aprova o Comunicado
Técnico CT 01 que aborda como os ajustes das novas práticas contábeis adotadas no Brasil
trazidas pela Lei nº 11.638/07 e MP nº 449/08, os adiantamentos para futuros aumentos
de capital realizados, sem que haja a possibilidade de sua devolução, devem ser
registrados no Patrimônio Líquido, após a conta de capital social. Caso haja qualquer
possibilidade de sua devolução, devem ser registrados no Passivo Não Circulante.
ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL
Sem que haja a possibilidade de sua Caso haja qualquer possibilidade de
devolução sua devolução
São registrados no Patrimônio São registrados no Passivo Não
Líquido, após a conta de Capital Circulante.
Social.
D - Caixa/Banco C/C D - Caixa/Banco C/C
C - Adiantamentos para aumentos de C - Adiantamentos para aumentos de
Capital (PL) Capital (PÑC)
(CM Indaiatuba/Controlador Interno/VUNESP/2018) - O investimento feito na empresa
pelos seus proprietários é apresentado na forma do capital social. Suponha dois amigos
iniciando juntos um negócio e combinando um investimento total de R$ 200.000,00,
formalizado em contrato. Realizaram, até um primeiro momento, os seguintes aportes: R$
100.000,00 em dinheiro, cada um fornecendo R$ 50.000,00 para o caixa da empresa; R$
60.000,00 na forma de um imóvel, algumas máquinas e um veículo, pelos dois sócios.

Com essas informações, é correto dizer que o capital


a) social da empresa é de R$ 160.000,00.
b) subscrito da empresa é de R$ 160.000,00.
c) a integralizar da empresa é de R$ 200.000,00.
d) integralizado da empresa é de R$ 200.000,00.
e) a integralizar da empresa é de R$ 40.000,00.

Gabarito = E
(TRASNPETRO/Técnico Júnior – Administração e Controle/CESGRANRIO/2018) - Os
acionistas da Companhia Y de capital fechado, representado só por ações ordinárias,
aprovaram o aumento de seu capital, em assembleia geral extraordinária, com a emissão
de 100.000 novas ações ordinárias e valor nominal de R$2,00 cada uma.

As ações foram oferecidas aos atuais acionistas, de acordo com o estatuto e as


determinações legais pertinentes, que, exercendo seu direito de preferência,
subscreveram 80% das ações oferecidas.

Independentemente de quaisquer outros aspectos técnicos ou legais, a Companhia Y deve


fazer o registro contábil dessa subscrição das ações, feita pelos atuais acionistas, da
seguinte forma:
a)
D: Capital subscrito 80.000,00
C: Capital social 80.000,00
b)
D: Capital social 160.000,00
C: Capital subscrito 160.000,00

c)
D: Capital a realizar 160.000,00
C: Capital social 160.000,00

d)
D: Caixa 160.000,00
C: Capital subscrito 160.000,00

e)
D: Capital subscrito 200.000,00
C: Capital a realizar 200.000,00
Gabarito = C
(SEPOG GO/Analista de Planejamento e Finanças/FGV/2017) - Em 01/01/2016, Manuel e
Joaquim resolvem formar uma sociedade empresária. Na ocasião, o contrato social
estabelecia que cada sócio contribuiria com R$ 50.000 para a formação do capital social da
entidade. Naquela data, entretanto, cada sócio contribuiu efetivamente com R$ 40.000,
sendo que Manuel integralizou sua parcela mediante a entrega de um imóvel para ser
utilizado pela sociedade empresária e Joaquim, mediante a entrega do montante em
dinheiro.

Assinale a opção que indica os lançamentos contábeis gerados.

a) D- Ativo Circulante: R$ 50.000; D- Ativo Imobilizado: R$ 50.000; C- Capital Social: R$


100.000.
b) D- Ativo Circulante: R$ 40.000; D- Ativo Imobilizado: R$ 40.000; C- Capital Social: R$
80.000.

c) D- Ativo Circulante: R$ 40.000; D- Ativo Imobilizado: R$ 40.000; D- Capital Social a


Integralizar: R$ 20.000; C- Capital Social Subscrito: R$ R$ 100.000.

d) D- Ativo Circulante: R$ 50.000; D- Ativo Imobilizado: R$ 50.000; C- Capital Social a


Integralizar: R$ 20.000; C- Capital Social: R$ 80.000.

e) D- Ativo Circulante: R$ 50.000; D- Investimentos: R$ 50.000; C- Capital Social a


Integralizar: R$ 20.000; C- Capital Social: R$ 80.000.

Gabarito = C
(MPU/Analista – Finanças e Controle/CESPE/2015) - Considerando as disposições
aplicáveis ao patrimônio líquido de companhias abertas, julgue o item subsequente.

O capital social integralizado pelos sócios deve ser discriminado, em uma única conta, pelo
seu montante, sem qualquer dedução.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(MJ/Contador/CESPE/2013) - Com relação aos critérios estabelecidos pela legislação
societária em relação à classificação de itens no balanço patrimonial de uma sociedade
anônima, julgue o próximo item.

A parcela não realizada do capital social é apresentada no patrimônio líquido, de modo a


retificar o saldo do capital já subscrito pela empresa.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
(BACEN/Técnico – Área 1/CESPE/2013) - Em relação a demonstrações contábeis, seus
grupos componentes e avaliação de investimentos, julgue o próximo item.

Do total do capital subscrito na constituição de uma sociedade, pelo menos 5% devem ser
integralizados em dinheiro; e o restante, em bens que possam ser avaliados em dinheiro.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(ANC/Especialista – Área 7/CESPE/2012) - Com relação aos conceitos básicos da
contabilidade geral, julgue o item que se segue.

Capital próprio e capital autorizado correspondem ao aporte de recursos que os


proprietários ou acionistas transferem para a empresa, a fim de que ela cumpra seus
objetivos.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
2.7. Gastos com as Emissões de Ações
De acordo com o CPC 08 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores
Mobiliários, os Balanços Patrimoniais dos exercícios sociais encerrados a partir de
31/12/2008, deverão apresentar:

5. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por intermédio da emissão


de títulos patrimoniais devem ser contabilizados, de forma destacada, em conta redutora
de patrimônio líquido, deduzidos os eventuais efeitos fiscais, e os prêmios recebidos
devem ser reconhecidos em conta de reserva de capital.
6. Nas operações de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos
patrimoniais em que exista prêmio (excedente de capital) originado da subscrição de
ações aos quais os custos de transação se referem, deve o prêmio, até o limite do seu
saldo, ser utilizado para absorver os custos de transação registrados na conta de que
trata o item 5. Nos demais casos, a conta de que trata o item anterior será apresentada
após o capital social e somente pode ser utilizada para redução do capital social ou
absorção por reservas de capital.

7. Quando a operação de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos


patrimoniais não for concluída, inexistindo aumento de capital ou emissão de bônus de
subscrição, os custos de transação devem ser reconhecidos como despesa destacada no
resultado do período em que se frustrar a transação.
Os gastos com emissão de ações representam as despesas (relativas com advogados,
instituições financeiras, auditores, publicidade etc.) necessárias para a emissão de ações.

Exemplo: uma determina sociedade emite 2.000.000 de novas ações, com preço de R$
1,50 por ação, cujo gastos de emissão somaram R$ 150.000,00. Os efeitos líquidos dessa
contabilização serão os seguintes:
D ou C Conta Valor
Débito Caixa (AC) 2.850.000,00
Débito Gastos com a Emissão de Ações (Retificadora do PL) 150.000,00
Crédito Capital Social (PL) 3.000.000,00
(SEFIN RO/Técnico Tributário/FGV/2018) - No ano de 2016, a Cia. ABC abriu seu capital
por meio da emissão de títulos patrimoniais. Os custos de transação, diretamente
atribuíveis à emissão, foram de R$ 10.000.
Assinale a opção que indica onde foram reconhecidos os custos de transação nas
Demonstrações Contábeis, de 31/12/2016, da Cia. ABC.
a) Na Demonstração do Resultado do Exercício como Outras Despesas Operacionais.
b) Na Demonstração do Resultado do Exercício como Despesa Financeira.
c) No Balanço Patrimonial como Despesa Antecipada.
d) No Balanço Patrimonial como Reserva de Capital.
e) no Balanço Patrimonial, como redutor do Patrimônio Líquido, na conta Custo com a
emissão de Ações.

Gabarito = E
(DPE RO/Analista Contábil/FGV/2015) - A empresa de mergulho Corujá S.A. fez um
aumento de capital para ampliar a sua área de atuação. Foram emitidas 100.000 novas
ações ao preço de $ 15,00 cada. O preço nominal de cada ação corresponde a $ 10,00 e
foram incorridos gastos no valor de $ 200.000,00 para a emissão das novas ações.

Supondo que todas as ações tenham sido vendidas, a contabilização mais adequada para a
operação é:

a) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00


D – Despesa com emissão de ações (DRE) - $ 200.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.500.000,00

b) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00


C – Capital Social (PL) - $ 1.300.000,00
c) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
D – Despesa com emissão de ações (DRE) - $ 200.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.000.000,00
C – Reserva de Capital (PL) - $ 500.000,00

d) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00


C – Capital Social (PL) - $ 1.000.000,00
C – Reserva de Capital (PL) - $ 300.000,00

e) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00


D – Despesas Financeiras (DRE) - $ 200.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.500.000,00

Gabarito = D
(Liquigás/Profissional Júnior – Ciências Contábeis/CESGRANRIO/2014) - Considerando-se
os estritos termos do Pronunciamento Técnico CPC 08 (R1), aprovado pela Deliberação
CVM nº 649, de 16/12/2010, os custos de transação incorridos na captação de recursos
mediante a emissão de títulos patrimoniais devem ser considerados como

a) despesa do exercício social


b) conta redutora do passivo a longo prazo
c) conta redutora do patrimônio líquido
d) conta de ativo / juros a apropriar
e) redutora do valor da captação, no passivo

Gabarito = C
2.8. Ações em Tesouraria
De acordo com art. 30 da Lei 6.404/1976, somente pode ocorrer negociação de ações da
entidade pela própria entidade nos seguintes casos:

a) nas operações de resgate, reembolso ou amortização previstas em lei;


b) na aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor
do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital social, ou por
doação;
c) na alienação das ações adquiridas e mantidas em tesouraria; e
d) na compra quando, resolvida a redução do capital mediante restituição, em dinheiro, de
parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual à importância que
deve ser restituída.
É uma conta do retificadora do PL que é utilizada quando a empresa adquire as suas
próprias ações.

Ações em Tesouraria resulta de uma operação quando a empresa adquire as suas próprias
ações, ou seja, a empresa retira de circulação do mercado as suas próprias ações com o
objetivo de elevar o preço delas e realizar no futuro uma nova venda, obtendo um lucro
nessa transação, ou quando as ações estão pulverizadas, nas mãos de vários acionistas e a
empresa deseja concentrá-las.

Na operação de aquisição de ações em tesouraria a empresa não pode adquirir ações não
integralizadas em observância ao princípio da integralidade do capital, pois caso fossem
adquiridas ações não integralizadas, a operação resultaria em diminuição automática do
capital social.
De acordo com o artigo 8° da Instrução CVM 567/15, , as companhias abertas não poderão
manter em tesouraria ações de sua emissão em quantidade superior a 10% (dez por
cento) de cada classe de ações em circulação no mercado, incluídas neste percentual as
ações existentes, mantidas em tesouraria por sociedades controladas e coligadas.

De acordo com o artigo 182, § 5°, da Lei n° 6.404/76, as ações em tesouraria deverão ser
destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a
origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
Exemplo: Uma empresa que possui 100.000 ações com valor nominal 2,00 totalmente
integralizadas e adquire 10.000 ações para manter em tesouraria, no Balanço
Patrimonial teremos a seguinte apresentação:
D ou C Conta Valor
Débito Ações em Tesouraria (PL) R$ 20.000,00
Crédito Caixa/Bancos (AC) R$ 20.000,00
Capital Social R$ 200.000,00
(-) Ações em Tesouraria (-) R$ 20.000,00
Capital Social Líquido R$ 180.000,00
Exemplo: Caso a operação de aquisição de ações em tesouraria tenha como origem a
conta Reservas Estatutárias e supondo que o saldo delas fosse de 70.000,00, no
Balanço Patrimonial teríamos a seguinte apresentação:
D ou C Conta Valor
Débito Ações em Tesouraria (PL) R$ 20.000,00
Crédito Caixa/Bancos (AC) R$ 20.000,00
Capital Social R$ 200.000,00
Reservas Estatutárias R$ 70.000,00
(-) Ações em Tesouraria (-) R$ 20.000,00
2.9. Resultado nas Transações
com Ações em Tesouraria
CPC 08 (R1) - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários

Contabilização da aquisição de ações de emissão própria (Ações em tesouraria)

8. A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também transações de


capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado da
entidade.
9. Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão da própria entidade
devem ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações.

10. Os custos de transação incorridos na alienação de ações em tesouraria devem ser


tratados como redução do lucro ou acréscimo do prejuízo dessa transação, resultados
esses contabilizados diretamente no patrimônio líquido, na conta que houver sido utilizada
como suporte à aquisição de tais ações, não afetando o resultado da entidade.
A alienação de ações em tesouraria pode gerar lucro ou prejuízo para a empresa, sendo
que essas transações não representam receitas ou despesas, pois não estão relacionadas
com as atividades principais ou acessórias da empresa, portanto, não integram a
Demonstração do Resultado do Exercício.

No caso de lucro a empresa deverá creditar o mesmo em reservas de capital, pois o lucro
obtido com a alienação de ações em tesouraria é similar ao ágio na emissão de ações.
Ocorrendo prejuízos na alienação de ações em tesouraria, a empresa deverá registrar os
prejuízos a débito das reservas de capital (caso existam lucros anteriores decorrentes da
alienação de ações em tesouraria), até o limite de saldo existente (lucros anteriores
decorrentes da alienação de ações em tesouraria), sendo que o excesso (a parte dos
prejuízos apurados que ultrapassar os lucros dessa transação registrados na conta reservas
de capital) deverá ser registrado a débito da reserva que deu origem aos recursos para
aquisição das ações em tesouraria.
AÇÕES EM TESOURARIA REGISTRO CONTÁBIL
D – Caixa
Alienação com LUCRO C – Ações em Tesouraria
C – Reservas de Capital
D – Caixa
Alienação com PREJUÍZO D – Reservas de Lucros ou Reservas de Capital
ou Lucros Acumulados
C – Ações em Tesouraria
(ABIN/OTI – Área 1/CESPE/2018) - De acordo com as normas contidas nas legislações de
contabilidade aplicáveis às demonstrações contábeis, julgue o item que se segue.

O resultado da venda de ações em tesouraria deverá ser registrado a crédito (ganho) de


conta específica de reservas de lucro ou a débito (prejuízo) da conta que contabiliza a
origem dos recursos aplicados em sua aquisição.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(EBSERH/Analista Administrativo - Contabilidade/CESPE/2018) - Com relação aos
pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), julgue o item a seguir.

A utilização de ações disponíveis em tesouraria para a captação de caixa por meio do


ingresso de novos acionistas não controladores na entidade constitui um tipo de receita.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(DPU/Contador/CESPE/2016) - Com base nas normas de contabilidade aplicáveis às
demonstrações financeiras, julgue o item subsecutivo.

As ações em tesouraria representam as ações da companhia que são adquiridas pela


própria sociedade e devem ser registradas no patrimônio líquido, em conta credora, de
modo a aumentar, assim, o valor do capital social.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(FUB/Contador/CESPE/2015) - Com relação ao tratamento contábil de itens patrimoniais,
julgue o item a seguir.

Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão própria devem ser


registrados em conta do patrimônio líquido, como acréscimo ao custo das ações em
tesouraria, no momento da aquisição.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
(TRT 1/Analista Judiciário - Contabilidade/FCC/2017) - A empresa Metais Leves & Cia.
adquiriu, em 31/12/2014, ações de sua própria emissão e, para isso, incorreu nos seguintes
gastos:
Valor pago pelas ações = R$ 1.000.000,00
Custos adicionais totais = R$ 50.000,00
Em 31/12/2016, a empresa revendeu todas estas ações por R$1.200.000,00 à vista,
incorrendo em custos de transação no valor de R$ 10.000,00.
Com base nestas informações, a empresa Metais Leves & Cia.
a) reconheceu como Ações em Tesouraria o valor de R$ 1.000.000,00, em 31/12/2014.
b) reconheceu como Despesa do Exercício o valor de R$ 50.000,00, em 31/12/2014.
c) reduziu o seu Patrimônio Líquido em R$ 1.000.000,00, em 31/12/2014.
d) apurou resultado positivo com a venda das Ações em Tesouraria no valor de R$
140.000,00, em 31/12/2016.
e) aumentou o seu Patrimônio Líquido em R$ 1.200.000,00, em 31/12/2016.

Gabarito = D
(ARTESP/AFRT - Técnico em Contabilidade/FCC/2017) - Em relação ao plano de conta das
empresas, a conta Ações em Tesouraria tem natureza

a) credora e é classificada no Patrimônio Líquido.


b) devedora e é classificada no Ativo Não Circulante.
c) devedora e é classificada no Patrimônio Líquido.
d) devedora e é classificada no Resultado do período.
e) credora e é classificada no Passivo Circulante ou Não circulante, dependendo do seu
prazo de pagamento.

Gabarito = C
(TRT 7/Analista Judiciário - Contabilidade/CESPE/2017) - Uma companhia comprou suas
próprias ações para manter em tesouraria e, em momento posterior, as vendeu por valor
50% superior ao valor da compra.

Nessa situação hipotética, os custos de corretagem de compra das ações e a diferença


positiva entre o custo de aquisição das ações e o valor de venda devem ser reconhecidos,
respectivamente, como
a) outras despesas do exercício e reserva de capital.
b) outras despesas do exercício e outras receitas do exercício.
c) acréscimo do custo das ações e reserva de capital.
d) acréscimo do custo das ações e outras receitas do exercício.

Gabarito = C
(SEFAZ PI/Auditor/FCC/2015) - Em 30/06/2014, a Cia. Pro & Pina adquiriu 50.000 ações de
sua própria emissão e incorreu nos seguintes gastos:
Valor pago pelas ações = R$ 375.000,00
Custos de transação = R$ 5.000,00
Em 15/12/2014, a empresa revendeu estas ações por R$ 350.000,00 à vista, incorrendo em
custos de transação no valor de R$ 2.000,00.

Com base nestas informações, é correto afirmar que a Cia. Pro & Pina
a) reconheceu, em 30/06/2014, como Ações em Tesouraria o valor de R$ 375.000,00.
b) aumentou, em 30/06/2014, o seu Patrimônio Líquido em R$ 380.000,00.
c) aumentou, em 15/12/2014, o seu Patrimônio Líquido em R$ 348.000,00.
d) apurou um prejuízo com a venda das Ações em Tesouraria de R$ 25.000,00.
e) reduziu, em 15/12/2014, o seu Patrimônio Líquido em R$ 350.000,00.

Gabarito = C
(DPE MT/Analista - Contador/FGV/2015) - Uma empresa possuía, em 31/12/2013, R$
200.000,00 em ações em tesouraria. No ano de 2014, a empresa alienou metade dessas
ações por R$ 130.000,00.

Em suas demonstrações contábeis, a empresa deverá evidenciar o saldo positivo de R$


30.000,00 do seguinte modo:
a) como Resultado Operacional, na Demonstração do Resultado do Exercício.
b) como Outros Resultados Operacionais, na Demonstração do Resultado do Exercício.
c) como Ajustes de Exercícios Anteriores, na Demonstração de Mutações do Patrimônio
Líquido.
d) como Reserva de Capital, no Balanço Patrimonial.
e) como Reserva de Lucros, no Balanço Patrimonial.

Gabarito = D
3. Patrimônio Líquido Negativo – Passivo a
Descoberto
No caso de Patrimônio Líquido negativo (quando o valor das obrigações para com terceiros é
superior ao dos ativos) utilizava-se, por força das Resoluções CFC 847/1999 e CFC
1.049/2005, a expressão "Passivo a Descoberto".
Entretanto, a partir de 02.06.2010, a Resolução CFC 1.283/2010 revogou diversos
dispositivos anteriores, dentre os quais as Resoluções CFC 847/1999 e 1.049/2005.
Desta forma, para as demonstrações contábeis encerradas a partir da publicação do novo
texto normativo não mais será necessário alterar a nomenclatura do Patrimônio Líquido,
quando ele se tornar negativo. Assim, a demonstração do PASSIVO A DESCOBERTO será
apresentada na forma usual.
4. Reservas
São valores acumulados no patrimônio líquido para uso posterior. Dependendo da forma
como a reserva surgiu e de como será utilizada, podemos dividir em 2 grupos:

RESERVAS DE CAPITAL : são constituídas com valores recebidos pela empresa e que não
transitam pelo resultado, por não se referirem à entrega de bens ou serviços pela
empresa.

RESERVAS DE LUCROS : são as contas de reservas constituídas pela apropriação de


lucros da companhia, conforme previsto no § 4º do art. 182 da Lei 6.404/76, para atender
a várias finalidades, sendo sua constituição efetivada por disposição da lei ou por proposta
dos órgãos da administração.
4.1. Reservas de Capital
São geradas por valores recebidos dos proprietários (sócios ou acionistas) ou de terceiros
(exceto a correção monetária) e que não têm relação com o fornecimento de mercadorias
ou prestação de serviços por parte da empresa que recebeu os recursos.

Respectivas reservas devem refletir, essencialmente, as contribuições feitas pelos acionistas


que estejam diretamente relacionadas à formação ou ao incremento do capital social.

Esses Valores, em sua essência, são receitas, não sendo tratados, porém, como tais, pois
não transitam por contas de resultado (não constam na DRE), são alocadas diretamente
no Patrimônio Líquido.

Excetuando-se a correção monetária do Capital Social, que também é uma Reserva de


Capital, todas as outras três reservas de Capital representam ingressos efetivos de recursos.
4.2. Reservas de Capital na Lei das S/A
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a
parcela ainda não realizada.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço
de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à
formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou
partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
c) (revogada
d) (revogada
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do
capital realizado, enquanto não-capitalizado.
Reservas de Capital Constantes da Lei das S/A
Reserva de Ágio na Emissão de Ações
Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias Art. 182, § 1°
Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição
Reserva da Correção Monetária do Capital Realizado Art. 182, § 2°

!! ATENÇÃO !!

Não são mais RESERVAS DE CAPITAL:


a) Doações e Subvenções para Investimentos; e
b) Prêmio na Emissão de Debêntures.
(CBM DF/Oficial – Ciências Contábeis/CESPE/2011) - Julgue o item seguinte, relativo ao
custo para tomada de decisões e às demonstrações contábeis.

A reserva de capital, composta pelas contas de ágio na emissão de ações, alienação de


partes beneficiárias e alienação de bônus de subscrição, é representada por valores
recebidos pela empresa que transitaram no resultado do exercício.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(ANEEL/ERSPE – Ciências Contábeis/CESPE/2010) - Com relação às contas que registram as
reservas de capital, julgue o item a seguir.

O produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição são considerados


reservas de lucros.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
4.3. Utilização das Reservas de Capital
De acordo com art. 200 da Lei n° 6.404/76, as reservas de capital somente poderão ser
usadas para:

a) Absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros;

Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer


participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto de
Renda.
Parágrafo único: o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido
pelos lucros acumulados e pela reserva legal, nessa ordem.
b) Resgate, reembolso ou compra de ações;

c) Resgate de partes beneficiárias;

d) Incorporação ao Capital Social; e

e) Pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for


assegurada.
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros


(artigo 189, parágrafo único);
II - resgate, reembolso ou compra de ações;
III - resgate de partes beneficiárias;
IV - incorporação ao capital social;
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for
assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias


poderá ser destinada ao resgate desses títulos.
►REEMBOLSO: é a operação na qual a companhia paga as ações aos acionistas
dissidentes de deliberação da assembleia geral, ou seja, acionistas que não concordam
com as decisões da assembleia geral, dentro dos casos previstos em lei.

►RESGATE: é a operação na qual a companhia compra suas ações de volta, a fim de tirá-
las definitivamente de circulação, podendo implicar ou não redução do capital social.
(CM Campo Limpo/Controlador Interno/VUNESP/2018) - Assinale a alternativa que
contém uma reserva de capital.

a) Reserva Legal.
b) Reserva de Contingências.
c) Reserva de Ágio na Emissão de Ações.
d) Reserva para Pagamento de Dividendo Obrigatório.
e) Reserva Estatutária.

Gabarito = C
(CM Maringá/Contador/AOCP/2017) - Analise as assertivas e assinale a alternativa que
aponta a(s) correta(s). As reservas de capital são constituídas com valores recebidos pela
empresa e que não transitam pelo resultado, por não se referirem à entrega de bens ou
serviços pela empresa. No que diz respeito às reservas de capital, elas poderão ser
utilizadas para:
I. absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros.
II. resgate, reembolso ou compra de ações.
III. incorporação ao capital social.

a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Gabarito = E
(ELETROSUL/Profissional de Nível Superior - Administrador/FCC/2016) - Entre as
possibilidades conferidas pela legislação societária para a utilização das Reservas de
Capital se insere

a) a absorção de prejuízos que não ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de


lucros.
b) a redução do capital social, para absorção dos prejuízos acumulados.
c) o pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for
assegurada.
d) o aumento do capital autorizado, mediante alteração estatutária.
e) a recomposição do caixa da companhia em face da materialização de provisões.

Gabarito = C
(ALBA/Técnico de Nível Superior – Ciências Contábeis/FGV/2014) - Assinale a opção que
indica um fim para o qual as reservas de capital não podem ser utilizadas.

a) Absorver prejuízos, quando estes ultrapassarem as reservas de lucros.


b) Resgate, reembolso ou compra de ações.
c) Resgate de partes beneficiárias.
d) Incorporação ao capital.
e) Pagamento de dividendos a ações ordinárias e preferenciais.

Gabarito = E
(TELEBRÁS/EGT - Contador/CESPE/2015) - Acerca do patrimônio líquido das sociedades
por ações, julgue o item subsecutivo.

As reservas de capital podem ser destinadas ao pagamento de dividendos a acionistas


preferenciais, caso tal vantagem lhes tenha sido assegurada.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
(TELEBRÁS/EGT - Auditoria/CESPE/2015) - A respeito das reservas que compõem o
patrimônio líquido e do método das partidas dobradas, julgue o item a seguir.

As reservas de capital podem ser utilizadas para resgate, reembolso ou compra de ações,
bem como para incorporação ao capital social.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
4.4. Ágio na Emissão de Ações
As sociedades anônimas têm o seu capital divido em ações. A ação consiste em um título
que representa uma fração do capital social, sendo ela a menor fração em que esse capital
social está dividido.

O acionista – a pessoa que é titular de ações – é proprietário da sociedade, na proporção


da quantidade de ações que possui, em relação ao total de ações emitidas.

Como proprietário da sociedade, o acionista tem – teoricamente – direito a:


a) Uma fração ideal do patrimônio da companhia;
b) Uma fração ideal do lucro auferido pela companhia – dividendos; e Participar da
administração da companhia.
Ao emitir ações (vender ações), uma sociedade anônima pode fazê-lo emitindo ações com
valor nominal ou ações sem valor nominal.

►No caso das ações possuírem valor nominal, o ágio (reserva de capital) é o excesso do
preço que ultrapassar o valor nominal.

A Cia “ABC” emitiu 10.000 ações de valor nominal R$ 1,00 cada uma e captou junto ao
mercado o valor de R$ 1,50 por cada ação..
D ou C Conta Valor
Débito Caixa (AC) R$ 15.000,00
Crédito Capital Social (PL) R$ 10.000,00
Crédito Reservas de Capital – Ágio na Emissão de Ações (PL) R$ 5.000,00
►No caso das ações não possuírem valor nominal, o Ágio sobre a Emissão de Ações será a
parte do preço de emissão que ultrapassar a importância destinada ao capital Social, isto é,
a parte do preço de venda que não irá para Capital Social.

Os acionistas da Cia “ABC” decidiram integralizar o capital social em 2.000 ações. O


preço de emissão dessas ações foi fixado em 2.200 e foi decidido que, desse total, R$
2.000,00 seriam destinados à formação do capital social.
D ou C Conta Valor
Débito Caixa (AC) R$ 2.200,00
Crédito Capital Social (PL) R$ 2.000,00
Crédito Reservas de Capital – Ágio na Emissão de Ações (PL) R$ 200,00
(COMPESA/Analista de Gestão – Contador/FGV/2016) - A Cia. Y apresentava o seguinte balanço
patrimonial em 31/12/X0:

Na data, o capital social era constituído por 1.000 ações com valor nominal de R$ 1,00.
Em X1, a Cia. Y realizou as seguintes operações abrangendo ações de sua própria emissão:
• Compra de 80 ações por R$ 120,00 à vista.
• Venda das mesmas 80 ações por R$ 140,00 à vista.
Com base nas informações acima, assinale a opção que indica a conta em que deve ser
apresentado o efeito positivo de R$ 20,00.
a) Resultado Operacional.
b) Outras Receitas Operacionais.
c) Reservas de Capital.
d) Reservas de Lucros.
e) Ajustes de Avaliação Patrimonial.

Gabarito = C
(SEFAZ SP/Agente Fiscal de Rendas/FCC/2013) - A Cia. Caleidoscópio, conforme
deliberação da Assembleia de Acionistas, aumentou seu capital social de R$ 50.000,00 para
R$ 60.000,00, com a emissão de 10 mil ações, cujo valor nominal foi de R$ 1,00 por ação.
Dado o interesse do público pelas ações da empresa, foi resolvido que se cobraria um ágio
de R$ 0,15 por ação. Dessa maneira, cada ação da Cia. Caleidoscópio foi colocada à venda
por R$ 1,15. Os investidores pagaram à vista pelas ações.

Quando do pagamento efetuado pelos investidores, a Cia. Caleidoscópio reconheceu


contabilmente um aumento no Capital Social de
a) R$ 11.500,00.
b) R$ 10.000,00 e uma Receita de R$ 1.500,00.
c) R$ 10.000,00 e a constituição de uma Reserva de Capital de R$ 1.500,00.
d) R$ 10.000,00 e a constituição de uma Reserva de Lucros de R$ 1.500,00.
e) R$ 11.500,00 e uma Despesa de R$ 1.500,00.

Gabarito = C
(FUB/Contador/CESPE/2015) - Julgue o item a seguir, com relação aos fatos descritos e
seus efeitos nas demonstrações contábeis, elaboradas conforme a Lei n.º 6.404/1976 (e
alterações posteriores) e os pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC).

O ágio recebido em decorrência de emissão de ações aumenta as reservas de lucros e,


consequentemente, o patrimônio líquido da companhia.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(TC DF/Auditor/CESPE/2014) - Com relação às contas, aos métodos e às operações
contábeis, julgue o item seguinte.

A conta ágio na emissão de ações é uma conta de reserva de capital, integrante do


patrimônio líquido, sendo creditada quando o valor captado na emissão de ações supera o
preço de oferta ou supera o valor de registro das ações que compõem o capital social.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
(MJ/Contador/CESPE/2013) - Julgue o item a seguir, referente aos impactos provocados
por fatos contábeis no patrimônio de uma companhia aberta.

A emissão de ações por um preço superior ao seu valor nominal provoca aumento
simultâneo no valor do capital social e das reservas de capital da companhia emissora.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
(TRE RJ/Analista Judiciário - Contabilidade/CESPE/2012) - Ao final de um exercício
financeiro, cabe ao contabilista tomar uma série de providências para demonstrar
corretamente a situação patrimonial da entidade com a qual trabalha. Acerca dessa
matéria, julgue o item que se segue.

Se determinada empresa fizer uma chamada de capital e vender quinhentas novas ações
mediante a cobrança de um ágio de dez centavos de real em relação ao preço nominal das
ações anteriormente integralizadas, o ágio deverá ser integralizado como receita não
operacional.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(TCU/Auditor/CESPE/2009) - Relativamente ao balanço patrimonial e à sua apresentação e
composição, julgue os itens que se seguem.

Considere a seguinte situação hipotética.

Uma companhia aberta lançou ações sem valor nominal cujo preço unitário de emissão,
destinado à formação do capital, foi de R$ 1.000,00. Devido à alta procura no mercado,
essas ações foram postas à venda a R$ 1.200,00.
Nessa situação, essa diferença constitui, inicialmente, reserva de lucros a realizar e poderá
ser utilizada, futuramente, para aumento de capital.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
4.5. Partes Beneficiárias
4.5.1. Conceito e Características
Partes Beneficiárias são títulos de crédito negociáveis sem valor nominal e estranhos ao
capital social, que podem ser criados a qualquer tempo exclusivamente pelas Sociedades
por Ações de Capital Fechado, que dão direito aos seus titulares à participação nos
resultados de até 10% (dez) por cento do lucro líquido da companhia.

Esses títulos podem ser negociados pela companhia ou cedidos gratuitamente aos
acionistas, fundadores ou terceiros, como os empregados e clientes, entre outros, em
remuneração pelos serviços prestados à companhia, de acordo com a vontade desta, nos
termos de seu estatuto ou conforme deliberação em assembleia geral dos acionistas.
Esses títulos podem ser alienados sem valor ou vendidos por um valor negociado entre a
empresa e os beneficiários. Somente nesse caso a alienação de partes beneficiárias
significará a formação de Reserva de Capital.

Caso esse título seja concedido sem valor, a informação sobre sua existência deverá
constar das notas explicativas.

Partes beneficiárias não se confundem com ações porque não dão, a seus titulares, direito
a uma parcela do patrimônio da companhia, nem a participar de sua administração e não
se confundem com debêntures porque não dão a seus titulares direitos creditórios contra
a companhia.
Portanto, ao titular de partes beneficiárias, somente é deferido um eventual direito de
participação nos lucros da companhia. Quem titulariza uma parte beneficiária tem, por
exemplo, direito a 3% dos lucros de certa companhia durante 5 anos. Trata-se de crédito
eventual, na medida em que nada poderá ser reclamado da sociedade se ela não registrar
lucro num determinado exercício.

A primeira função das partes beneficiárias é a captação de recursos. A companhia emite-


as para aliená-las a interessados na rentabilidade proporcionada pela participação nos
seus resultados líquidos. Nesse caso, ela recebe dos adquirentes o pagamento do preço
atribuído ao valor mobiliário - o qual comporá obrigatoriamente a reserva de capital (art.
182, § 1º, “b”, Lei nº 6.404/76) - e torna-se devedora eventual do valor correspondente a
parte de seus lucros.
Ao lado dessa função, típica dos valores mobiliários, as partes beneficiárias apresentam
também outras duas, a de remuneração por prestação de serviços e a atribuição gratuita.

Exemplificando a primeira: se a companhia contratou os serviços de um administrador de


empresa para a reorganização de sua estrutura e combinou pagar-lhe, além dos honorários
fixos, uma participação nos lucros, durante certo prazo, a obrigação correspondente a esta
última pode ser documentada por uma parte beneficiária. A atribuição gratuita, a seu
turno, normalmente se realiza em favor de entidade beneficente dos empregados da
sociedade anônima (fundação ou associação).
!! ATENÇÃO !!

As partes Beneficiárias só darão origem à Reserva de Capital se forem vendidas. Caso


sejam atribuídas gratuitamente a fundadores, acionistas ou terceiros, não darão origem a
Reserva de Capital e a informação sobre sua existência deverá constar nas notas
explicativas.

Se a alienação se der a título gratuito, nenhum lançamento deverá ser efetuado, pois,
nessa hipótese, a sociedade nada receberá em contrapartida.
4.5.2. Prazo de Duração e Resgate
A parte beneficiária gratuitamente atribuída não pode durar mais que 10 anos, salvo
quando favorece entidade beneficente de empregados (art. 48, § 1º, Lei nº 6.404/76).
De acordo com o art. 48 da Lei nº 6.404/76, o estatuto deve fixar prazo de duração das
partes beneficiárias e, se estipular o resgate, criar reserva especial para esse fim,
enquadrada como “Reserva Estatutária para Resgate de Partes Beneficiárias – Reserva de
Lucro”. O art. 200, parágrafo único, da Lei nº 6.404/76, admite que a reserva constituída
com o produto da venda de partes beneficiárias seja destinada ao resgate desses títulos.

O resgate é a operação em que os títulos são readquiridos e retirados de circulação.


4.5.3. Exemplo de Contabilização
Na alienação de um título de partes beneficiárias realizada por R$ 100.000,00
D ou C Conta Valor
Débito Bancos ou Caixa (AC) R$ 100.000,00
Crédito Partes Beneficiárias (PL - Reserva de Capital) R$ 100.000,00
No resgate das partes beneficiárias com a utilização da Reserva de Capital
D ou C Conta Valor
Débito Partes Beneficiárias (PL - Reserva de Capital) R$ 100.000,00
Crédito Bancos ou Caixa (AC) R$ 100.000,00
Na conversão das partes beneficiárias em ações com a utilização da Reserva de Capital
D ou C Conta Valor
Débito Partes Beneficiárias (PL - Reserva de Capital) R$ 100.000,00
Crédito Capital Social (PL) R$ 100.000,00
4.6. Bônus de Subscrição
Os bônus de subscrição são títulos de créditos emitidos por sociedades anônimas, dentro
dos limites do capital autorizado no estatuto, que conferem a seus titulares (de acordo
com as condições constantes do certificado) o direito de subscrever ações do capital social
mediante o consequente pagamento do valor das ações emitidas, conforme art. 75 da Lei
das S/A, a seguir transcrito:

Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado
no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus de Subscrição".
Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições
constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será
exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de
emissão das ações.
Em outras palavras, os bônus não dão a seus titulares participação nos lucros da
companhia e nem podem ser convertidos em ações. A única vantagem àquele que adquire
os bônus é poder adquirir novas ações da companhia, quando esta as emitir.
Se os bônus forem atribuídos gratuitamente, não darão origem às reservas de capital.

Exemplo: se o titular possuir 1.000 bônus de subscrição terá o direito de adquirir


1.000 ações da companhia quando esta as emitir, devendo pagar normalmente o valor
de emissão, sem nenhum desconto do valor pago anteriormente pelos bônus. Vamos
supor que uma companhia emita (venda) bônus de subscrição no valor de R$
10.000,00, o lançamento será o seguinte:
D ou C Conta Valor
Débito Bancos ou Caixa (AC) R$ 10.000,00
Crédito Reserva de Capital – Alienação do Bônus de Subscrição R$ 10.000,00
(DPF/Agente/CESPE/2014) - Para que se demonstre com fidelidade a situação patrimonial
de determinada entidade, faz-se necessária a observância de normas técnicas e legais de
elaboração das demonstrações contábeis. Com relação a esse tema, julgue o próximo
item.

Se uma companhia alienar partes beneficiárias ou bônus de subscrição, o produto da


alienação deverá ser registrado como reserva de capital.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
5. Doações e Subvenções Governamentais
Para Investimento
As doações e subvenções para investimentos governamentais – CPC 07 (tão-somente,
excluem-se as privadas) eram contabilizadas como reserva de capital. Contudo, com as
alterações da Lei das S/A, são agora consideradas receitas, que transitam pelo resultado,
podendo ser registradas (depois da apuração do resultado) em uma reserva de lucros (de
incentivos fiscais).
6. Prêmio na Emissão de Debêntures
As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma alternativa ao
lançamento de ações no mercado e aos empréstimos bancários, para captação de
recursos. Não podem ser confundidas com as ações, pois não são títulos de propriedade.
Não se confundem também com os empréstimos, uma vez que oferecidas ao público, não
sendo captados junto a instituições financeiras.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, temos uma receita diferida
chamada de Prêmio na Emissão de Debêntures.
O prêmio recebido na emissão de debêntures não é mais classificado como Reserva de
Capital, mas como Receita Diferida, no Passivo Não Circulante (Prêmios de Debêntures a
Apropriar).

O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de capital. Com o advento
da Lei n° 11.638/07 e n° 11.941/09, ele passou a ser apropriado ao resultado como receita,
conforme o regime de competência.
RESUMINDO

RESERVAS DE CAPITAL CARACTERÍSTICAS

O ágio na emissão de ações é o valor da contribuição do subscritor que ultrapassar o valor


Ágio na emissão de ações nominal das ações por ele adquiridas.
No caso de emissão de ações sem valor nominal, o ágio na emissão de ações será o valor da
contribuição do subscritor que ultrapassar a importância destinada ao capital social.
Exclusiva para companhias fechadas.
Produto da alienação de partes Estranhas ao capital social.
beneficiárias Lucro eventual contra a companhia (até o limite de 10%).
Gera lançamento somente a alienação onerosa.
Produto da alienação de bônus Conferem a seus titulares (de acordo com as condições constantes do certificado) o direito de
de subscrição subscrever ações do capital social mediante o consequente pagamento do valor das ações
emitidas.
UTILIZAÇÃO

Absorção de prejuízos (não suportados pelos lucros acumulados e pelas reservas de lucros).
Resgate, reembolso, compra de ações.
Resgate de partes beneficiárias.
Incorporação ao capital social.
Pagamento de dividendos a ações preferenciais, se for assegurado.
7. Reservas de Lucros
7.1. Introdução
O lucro gerado no exercício deverá ser preferencialmente distribuído aos acionistas da
empresa na forma de dividendos, porém a distribuição integral do lucro poderá
comprometer, em muitos casos, a continuidade do empreendimento. Ciente desse risco o
legislador previu a destinação de parte dos lucros gerados no exercício, na forma de
reservas, quando no 4º, do art. 182 daquela Lei estabeleceu que serão classificadas como
reservas, de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.

São aquelas constituídas pela apropriação dos lucros da empresa. São a parte dos lucros
retidos ao final de cada exercício no Patrimônio Líquido, para finalidades específicas
definidas pela Lei n° 6.404/76.
O Lucro Líquido do Exercício (LLE) deve receber uma destinação que pode ser sob a forma
de distribuição de dividendos, incorporação ao capital social, absorção de prejuízos
acumulados ou destinados para formação de reservas. Desta forma, reservas de lucros
representam apropriação de lucros da empresa.

No final de cada exercício social a administração da empresa deve providenciar a


elaboração das demonstrações financeiras. Nelas deve constar a proposta da
administração para a destinação do lucro líquido do exercício da companhia. As reservas
de lucros são parcelas retidas do resultado positivo obtido pela empresa, para impedir
que a sua distribuição venha causar prejuízos futuros à sociedade, principalmente as
relacionadas às crises de liquidez como é o caso da reserva para contingências.
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO - LLE

RESERVAS DE LUCROS DIVIDENDOS INCORPORADOS AO


CAPITAL SOCIAL
A DLPA é uma demonstração obrigatória para todas as companhias, nos termos do artigo
176, II, da Lei nº 6.404/76.

De acordo com a Lei nº 6.404/76, artigo 186, § 2º, a demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá
ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e
publicada pela companhia.
O registro contábil da CONSTUIÇÃO de uma reserva de lucro:

D – Lucros/prejuízos acumulados
C – Reserva de lucro

O registro contábil da REVERSÃO da reserva de lucro:

D – Reserva de lucro
C – Lucros/prejuízos acumulados
(TCE PE/ACE – Auditoria de Constas Públicas/CESPE/2017) - De acordo com a legislação
societária, os princípios de contabilidade e os pronunciamentos do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC.), julgue o item seguinte, relativo a demonstrações
contábeis.

Caso uma companhia realize uma constituição de reservas de incentivos fiscais no valor de
R$ 125.000, isso fará que a demonstração das mutações do patrimônio líquido dessa
companhia evidencie um aumento de R$ 125.000 no saldo de conta de reservas e uma
redução, no mesmo valor, na conta de lucros acumulados.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
7.2. Espécies de Reservas de Lucros
De acordo com a Lei n° 6.404/76 classificam-se como reservas de lucros:
Reserva Legal Art. 193
Reserva Estatutária Art. 194
Reserva para Contingências Art. 195
Reserva de Incentivos Fiscais Art. 195-a
Reserva de Retenção de Lucros Art. 196
Reserva de Lucros a Realizar Art. 197
Reserva Especial de Dividendo Obrigatório não Art. 202, § 4° e 5°
Distribuído
Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Art. 19 da Lei n° 11.941/09
Debêntures
7.3. Limitação dos Saldos
das de Reservas de Lucros
De acordo com o art. 199 da Lei n° 6.404/76, o saldo das reservas de lucros, EXCETO as
para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o
capital social. Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na
integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.
RESUMINDO
RESERVAS DE LUCROS (EXCETO RIF,
CONTINGÊNCIAS, LUCROS A REALIZAR E PRÊMIO DE
≤ CAPITAL SOCIAL
DEBÊNTURES)

RESERVA LEGAL + ESTATUTÁRIA + RESERVA DE


RETENÇÃO DE LUCROS + RESERVA ESPECIAL PARA
≤ CAPITAL SOCIAL
PAGAMENTO DE DIVIDENDOS

Mnemônico = LEÕES tem que ser menor que o


CAPITAL SOCIAL
(Petrobrás/Auditor Júnior/CESGRANRIO/2018) - De acordo com a Lei das sociedades por
ações, os saldos das reservas de lucros, constituídas com a destinação de parte dos lucros
dos exercícios, têm um limite máximo. Atingido esse limite, a assembleia da companhia
deliberará sobre a aplicação do excesso que for apurado na integralização de capital, no
aumento de capital ou na sua distribuição na forma de dividendos.
Nesse contexto, feitos os registros contábeis da distribuição do lucro, em reais, o contador
apurou a seguinte composição do patrimônio líquido:
Capital social 2.000.000,00
Reserva legal 390.000,00
Reserva para contingências 330.000,00
Reserva de Retenção de Lucros 1.750.000,00
Reserva Estatutária 300.000,00
Reserva de Lucros a Realizar 600.000,00
Considerando-se apenas informações recebidas e as determinações da Lei das sociedades
por ações sobre o limite máximo permitido, para o montante de lucros retidos nas contas
das reservas de lucros, o valor que excede esse limite, em reais, é de

a) 0 (zero)
b) 380.000,00
c) 440.000,00
d) 650.000,00
e) 770.000,00

Gabarito = C
7.4. Reserva Legal
A finalidade da reserva legal é criar um fundo para que a empresa possa suportar prejuízos
ou ter recursos para seu crescimento, podendo aumentar o capital com seus próprios
recursos que não foram distribuídos aos acionistas como dividendos.

A constituição da reserva legal é obrigatória para as todas as empresas constituídas sob a


forma jurídica de sociedade por ações, sendo que as demais empresas, constituídas sob
outras formas jurídicas, não precisam constituí-la. É a única reserva obrigatória para as
S/A.
7.4.1. Utilização da Reserva Legal
A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser
utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.

A utilização da reserva legal está restrita à compensação de prejuízos e ao aumento do


capital social. Essa incorporação ao capital pode ser feita a qualquer momento a critério
da companhia. A compensação de prejuízos ocorrerá obrigatoriamente quando ainda
houver saldo de prejuízos, após terem sido absorvidos os saldos de Lucros Acumulados e
das demais Reservas de Lucros (parágrafo único do art. 189 da Lei n° 6.404/76).
De acordo com o art. 189, parágrafo único da Lei das S/A, o prejuízo do exercício será
obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela
reserva legal, nessa ordem.

Mnemônico = LUA RELUZ LEGAL NA CAPITAL


7.4.2. Percentual do LLE Destinado a Constituição
da Reserva Legal
A cada final de exercício a companhia deverá reservar o equivalente a 5% do lucro líquido
do exercício na constituição da reserva legal antes da formação de qualquer outra
reserva ou distribuição do lucro.
7.4.3. Limites – Obrigatório e Facultativo
Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de
qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20%
(vinte por cento) do capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo


dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo
182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social.
Limites da Constituição da Reserva Legal
OBRIGATÓRIO O saldo da reserva legal não poderá ultrapassar 20% do capital
social realizado mais a correção monetária deste.
No exercício social em que o saldo da reserva legal acrescido das
FACULTATIVO reservas de capital (exceto correção monetária do capital) atingir
o limite de 30% do capital social, a destinação dos lucros à
constituição da reserva legal tornar-se-á facultativa.
!!ATENÇÃO !!
O capital a ser considerado para aferição do limite é o CAPITAL SOCIAL
REALIZADO/INTEGRALIZADO
Passos para cálculo da reserva legal
Passo 1: efetuamos o cálculo com a aplicação da alíquota de 5% sobre o valor do lucro líquido do
exercício;

Passo 2: em nenhuma hipótese o valor do saldo da reserva legal no Balanço Patrimonial poderá ser
superior a 20% do Capital Social;

Passo 3: quando a soma de seu saldo com o saldo das reservas de capital constantes do Balanço
Patrimonial alcançar em valor o correspondente a 30% do Capital Social, será facultativo o
acréscimo de novos valores a essa reserva, desde que respeitado o limite previsto no passo 2.
Então antes de efetuarmos o cálculo do valor a ser lançado a título de reserva legal temos
que conferir se o saldo dessa reserva no balanço já alcança 20% do capital social. Se isso
ocorrer a reserva não deverá ser constituída, aí estaremos diante de uma proibição legal
para a constituição dessa reserva.

No caso, porém, do saldo dessa reserva no Balanço Patrimonial não alcançar 20% do
capital social, somaremos o valor do seu saldo ao valor das reservas de capital e
observaremos se o resultado dessa soma alcança o percentual de 30% do capital social.
Caso alcance a empresa estará diante da faculdade de constituir ou não a reserva legal.
Sendo que se optar por constituir deverá constituí-la respeitando o limite de 20% do
Capital Social.
O Manual de Contabilidade Societária - FIPECAFI, página 349, salienta que:

"Essa reserva (a legal), basicamente instituída para dar proteção ao credor, é tratada no
artigo 193 da Lei n. 6.404/76 e deverá ser constituída com a destinação de 5% do lucro
líquido do exercício. Será constituída obrigatoriamente, pela companhia, até que seu
limite atinja 20% do capital realizado, quando então deixará de ser acrescida."
7.4.4. Reserva Legal versus Prejuízo Acumulado
Quando a entidade apurar lucro em determinado exercício e houver prejuízos acumulados
a mesma deve reduzir da base de cálculo da reserva legal os prejuízos acumulados.

Base de Cálculo da RESERVA LEGAL com prejuízos acumulados:

( + ) Lucro Líquido do Exercício


( - ) Prejuízos Acumulados
( = ) Base de Cálculo da Reserva Legal
(PC PI/Perito Criminal – Contabilidade/NUCEPE/2018) - O patrimônio líquido da Cia
Dantas apresentava-se no final do exercício de 2017, antes da distribuição dos resultados
da seguinte forma:

Capital Social R$ 175.000,00


Capital a Realizar (R$ 33.400,00)
Reserva de Ágio na Emissão de Ações R$ 8.400,00
Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias R$ 7.200,00
Reserva de Incentivos Fiscais R$ 6.400,00
Reservas Legal R$ 25,820,00
O lucro líquido apurado no exercício de 2017 foi de R$ 54.600,00.

Considerando-se as informações acima, o valor mínimo a ser obrigatoriamente destinado


à constituição da Reserva Legal, no encerramento do exercício de 2017 é de:

a) R$ 3.060,00
b) R$ 1.060,00
c) R$ 2.500,00
d) R$ 1.860,00
e) Não existe um valor mínimo a ser obrigatoriamente destinado à constituição da reserva
legal.

Gabarito = B
(Pref. De Salvador/Técnico de Nível Superior – Contábeis/FGV/2017) - De acordo com a
Lei nº 6.404/76 e alterações, assinale a opção que apresenta a reserva que pode ser
utilizada para compensar prejuízos e aumentar o capital social de uma companhia.
a) Reserva de contingências.
b) Reserva de capital.
c) Reserva de lucros a realizar.
d) Reserva legal.
e) Reserva estatutária.

Gabarito = D
(FUNPRESP/Analista – Contabilidade e Finanças/CESPE/2016- composição do patrimônio líquido
em R$
capital social 1.600.000
reserva legal 250.000
reserva de contingência 50.000
ajuste de avaliação patrimonial 350.000
A tabela apresenta a composição do patrimônio líquido relativo ao ano de 2014 no balanço
patrimonial da empresa Alfa. Ao final do ano de 2015, a empresa apurou um lucro líquido de R$
1.500.000. O saldo da reserva de contingência não foi utilizado, tampouco foi constituída nova
reserva. O capital social não sofreu alterações.
A partir das informações apresentadas, julgue o item subsequente.
Por determinação legal, a empresa deverá constituir 5% do lucro líquido do período como reserva
legal e adicioná-los ao saldo já existente, o que totalizará R$ 325.000.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito = E
(TRANSPETRO/Auditor Júnior/CESGRANRIO/2016) - Uma Companhia, quando do
encerramento do exercício social de 2015, apresentou, em reais, as seguintes
informações, apuradas antes do levantamento do respectivo Balanço Patrimonial:

Patrimônio Líquido (Balanço/2014) 1.500.000,00


Capital Social 2.000.000,00
(-) Prejuízo Acumulado (400.000,00)
(-) Ações em Tesouraria (100.000,00)

Informações Adicionais
• Lucro líquido do exercício (apurado na DRE) 1.240.000,00
• Percentual de dividendos constante no Estatuto 20%
Considerando-se as informações recebidas e as determinações contidas na lei das
sociedades por ações, o valor da reserva legal a ser evidenciada no Patrimônio Líquido da
Companhia, em 2015, em reais, é
a) 29.600,00
b) 37.000,00
c) 42.000,00
d) 49.600,00
e) 62.000,00

Gabarito = C
(MPU/Analista – Finanças e Controle/CESPE/2015) - Considerando as disposições
aplicáveis ao patrimônio líquido de companhias abertas, julgue o item subsequente.

A reserva legal objetiva assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser
utilizada para compensar prejuízos ou para aumentar o capital.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
(PREVIC/Técnico Administrativo/CESPE/2011) - Julgue o item a seguir, a respeito de
reservas, provisões, contas patrimoniais e contas de resultado.

A reserva legal deverá ser constituída, obrigatoriamente, pela companhia, mediante


destinação de 5% do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação e com
limitação de até 100% do capital social realizado.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
7.5. Reserva Estatutária
São reservas não-obrigatórias, porém, uma vez prevista no Estatuto, obrigam a empresa a
constituí-las. O estatuto de uma companhia permite que a sociedade crie quantas
reservas quiser, desde que esteja especificado exatamente o propósito, a base de cálculo e
o percentual máximo do lucro líquido ou o valor máximo da reserva. Essas definições
legais constam do art. 194 da Lei n° 6.404/76, abaixo transcrito:

Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:
I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão
destinados à sua constituição; e
III - estabeleça o limite máximo da reserva.

!! Atenção !!

Esta reserva não poderá ser constituída em prejuízo do dividendo obrigatório.


(Pref. De Goiânia/AFTM/CS UFG/2016) - As reservas estatutárias são constituídas por
determinação do estatuto da empresa, como destinação de uma parcela dos lucros do
exercício. Para cada reserva estatutária, a empresa, em seu estatuto, deverá:
a) definir as partes beneficiárias e os bônus de subscrição que poderão ser alienados.
b) segregar uma parcela de lucros com o objetivo de não distribuí-lo como dividendos.
c) fixar os critérios para determinar a parcela anual do lucro líquido a ser utilizada.
d) estabelecer o lucro, rendimentos ou ganhos líquidos em operações financeiras.

Gabarito = C
7.6. Reserva Para Contingências
O art. 195 da Lei no 6.404/76 estabelece a forma para constituição da reserva para
contingências, como segue:

“A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do
lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a
diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.

§ 1° A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e


justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva.

§ 2° A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que


justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda.”
O objetivo da constituição dessa reserva é segregar uma parcela de lucros, inclusive com a
finalidade de não distribuí-la como dividendo, correspondente a prováveis perdas
extraordinárias futuras, que acarretarão diminuição dos lucros (ou até o surgimento de
prejuízos) em exercícios futuros. Dessa forma, com sua constituição, está-se fortalecendo a
posição da Sociedade para fazer frente à situação prevista.

No exercício em que ocorrer tal perda efetivamente – quando o lucro será, portanto,
menor –, efetua-se a reversão da Reserva para Contingências anteriormente constituída
para a conta de Lucros Acumulados, a qual integrará, no período em que a reversão foi
realizada, a base de cálculo do dividendo mínimo. Como se verifica, essa prática visa
equalizar a distribuição de dividendos intertemporalmente, quando se preveem
significativas baixas (ou eventualmente prejuízos) no lucro líquido, oriundas de fatos
extraordinários por ocorrer.
A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram
a sua constituição ou em que ocorrer a perda.

Caso a reserva seja revertida, passará a integrar o lucro ajustado, disposto no art. 202 da
Lei das S/A, para fins de distribuição de dividendos.

!! ATENÇÃO !!

Na hipótese de haver reversão de reservas, pode ocorrer distribuição de dividendos, em


exercício no qual se tenha apurado prejuízo, bastando que as reversões excedam os
prejuízos do exercício.
São constituídas com o objetivo de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro
decorrente de perda com probabilidade de ocorrer, sendo tal perda passível de ser
monetariamente mensurada (art. 195 da Lei n° 6.404/76).

A ocorrência de tal perda poderá importar, para a sociedade, uma substancial redução de
seu lucro ou mesmo o ingresso em uma faixa de prejuízo. Prudentemente, a constituição
dessa reserva, prejudicando a distribuição do dividendo obrigatório, busca evitar uma
situação de desequilíbrio financeiro, que ocorreria caso se distribuíssem os dividendos em
um exercício, face à probabilidade de redução de lucros ou mesmo da ocorrência de
prejuízos em exercício futuro, em virtude de fatos extraordinários previsíveis.
Por configurar uma postergação no pagamento de dividendos, a constituição dessa
reserva deve obedecer o § 1° do artigo 195 da Lei n° 6.404/76, isto é, a proposta feita
pelos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda e justificar, com as razões
de cautela devidamente fundamentadas, a constituição dessa reserva.

A utilização dessa reserva é até recomendável no caso de determinados ramos de


negócios, diretamente sujeitos a fenômenos naturais ou cíclicos, tais como: geadas, secas,
inundações. É o caso, também, de empresas que, por outras razões definidas, operam
com períodos fortemente lucrativos, seguidos de períodos com baixa lucratividade ou
mesmo prejuízos, desde que seja previsível tal situação.
Exemplo extraído do Manual de Contabilidade Societária - FIPECAFI - 3ª Edição - 2018:
Podem ser constituídas reservas de contingências para:
► Geadas ou secas, que podem atingir empresas com plantações, criações ou estoques
nessas áreas, ou ainda as que dependem desses produtos para suas operações, como no
caso de empresas comerciais ou industriais que utilizem tais produtos como matérias-
primas em seu processo produtivo.
► Cheias, inundações e outros fenômenos naturais que podem ocorrer ciclicamente nas
áreas onde se localizam estoques ou instalações da empresa, gerando prejuízos efetivos
por perdas de bens, por paralisação temporária das operações.
Também pode ser constituída nos casos de suspensão temporária (anormal,
extraordinária) de produção e, consequentemente, perdas devido à paralisação não
recorrente, não repetitiva, em virtude de substituições ou reformas de equipamentos
causadas por danos, greves, falta de suprimentos de matérias primas, por períodos
relativamente extensos.
(AL RO/Técnico - Contabilidade/FGV/2018) - Uma entidade brasileira de capital fechado,
especializada em pesquisas, atinge resultados positivos apenas em anos de eleição para
presidente, portanto, de quatro em quatro anos.

Em 2018, a direção da entidade deseja separar uma parte de seu lucro para compensar as
perdas nos exercícios seguintes e propõe à assembleia a não distribuição de dividendos
sobre os resultados de 2018.

Assinale a opção que indica o procedimento contábil proposto para a assembleia.


A) Constituição de reserva de capital.
B) Constituição de reserva para contingências.
C) Constituição de provisão para contingências.
D) Constituição de passivo contingente.
E) Constituição de ativo contingente.

Gabarito = B
(MPU/Analista – Finanças e Controle/CESPE/2015) - Considerando as disposições
aplicáveis ao patrimônio líquido de companhias abertas, julgue o item subsequente.

As reservas para contingências são constituídas com a finalidade de compensar, em


exercício futuro, diminuições do lucro decorrentes de perdas consideradas, pelas
companhias, como de ocorrência remota.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(EBSERH/Técnico Contabilidade/CESPE/2018) - Julgue o próximo item, a respeito das
demonstrações financeiras.

Se os motivos pelos quais determinada reserva foi constituída deixarem de existir, tal
reserva deverá ser revertida para a conta de lucros e prejuízos acumulados.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
7.7. Diferença entre Reserva Para Contingências e
Provisão Para Riscos Fiscais e Outras Contingências
Finalmente, cabe ressaltar que não se pode confundir a Reserva para Contingências (que
integra o Patrimônio Líquido) com a Provisão para Riscos Fiscais e Outras Contingências
(que é uma conta de Passivo), pois a Provisão destina-se a dar cobertura a perdas ou
despesas já incorridas, mas ainda não desembolsadas e que, dentro do regime de
competência, devem ser lançadas no Resultado, na constituição dessa Provisão. Provisão,
nos moldes do Pronunciamento CPC 25, é um passivo com prazo ou valor incerto, e um
passivo é uma obrigação presente da entidade, decorrente de eventos passados, cuja
liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar
benefícios econômicos, o que deixa bem clara a vinculação de uma Provisão com eventos
já incorridos.
A Reserva para Contingências é, por outro lado, uma expectativa de perdas ou prejuízos
ainda não incorridos; por ser possível antevê-los e por precaução e prudência
empresariais, segrega-se uma parte dos lucros já existentes, não os distribuindo para
suportar financeiramente o período em que o prejuízo ocorrer efetivamente. Na data em
que tal prejuízo ocorrer, será reconhecido contabilmente como despesa, dentro do regime
de competência.
7.8. Reserva de Incentivos Fiscais
Esta reserva é constituída a partir dos valores apropriados ao resultado, que tem como
origem as subvenções governamentais. Essa reserva encontra-se definida pelo art. 195-A
da Lei das S/A.

A Reserva de Incentivos Fiscais foi criada pela Lei n°11.638/07, que adicionou à Lei n°
6.404/76 o art. 195-A, com a seguinte redação: “A assembleia geral poderá, por proposta
dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do
lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos,
que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do
art. 202 desta Lei)”. Complementarmente, a Lei n° 11.638/07 revogou a Reserva de Capital
– Doações e Subvenções para Investimentos, provocando a necessidade de alteração no
tratamento contábil que era dispensado às doações e subvenções.
O CPC 07 – R1 em seu item 12, determina que uma subvenção governamental deve ser
reconhecida como receita ao longo do período e confrontada com as despesas que
pretende compensar, em base sistemática, desde que atendidas as condições deste
Pronunciamento. A subvenção governamental não pode ser creditada diretamente no
patrimônio líquido.

A Lei nº 11.941/09 deliberou no sentido de evitar que as empresas sejam prejudicadas, do


ponto de vista tributário, por conta da nova forma de registro contábil das doações e
subvenções, fazendo isso da seguinte forma: permitindo que a entidade registre, em cada
exercício em que reconhecer esse tipo de receita, a transferência da conta de Lucros
Acumulados para a conta de Reserva de Incentivos Fiscais o exato valor de tal receita, de
forma a não distribuir esse valor como lucros ou dividendos aos sócios.
Portanto, os motivos constituição de reserva de incentivos fiscais são dois:

a) não sofrer tributação do IR; e

b) não distribuir os valores correspondentes a seus sócios (Dividendos, JSCP ou reembolso


de capital).
Exemplo: A companhia “XYZ” recebeu do governo federal, a importância de R$
100.000,00 em doação para investimentos na agricultura, uma extensão de suas
atividades operacionais.
Lançamentos no recebimento da subvenção
D ou C Conta Valor
Débito Caixa/Bancos R$ 100.000,00
Crédito Outras Receitas R$ 100.000,00
Lançamentos no final do exercício – constituição da reserva
D ou C Conta Valor
Débito Resultado do Exercício R$ 100.000,00
Crédito Reserva de Incentivos Fiscais (PL) R$ 100.000,00
(ABIN/OTI – Área 1/CESPE/2018) - De acordo com dispositivos da Lei n.º 6.404/1976 e de
legislação complementar, julgue o item a seguir.

A parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para


investimentos poderá ser destinada para a constituição da reserva de incentivos fiscais, e
deverá ser incluída na base de cálculo do dividendo obrigatório.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
(CM Caruaru/Analista legislativo – Contabilidade/FGV/2015) - Assinale a opção que
indica a conta que representa um exemplo de reserva de lucros.
a) Ágio na emissão de ações.
b) Alienação de bônus de subscrição.
c) Alienação de partes beneficiárias.
d) Reserva especial de ágio na incorporação.
e) Reserva de incentivos fiscais.

Gabarito = E
(TELEBRAS/EGT - Contador/2015) - Acerca do patrimônio líquido das sociedades por
ações, julgue o item subsecutivo.

A parcela do lucro líquido do exercício que tenha sido gerada por doações e subvenções
governamentais pode, por decisão da assembleia geral, ser destinada à constituição de
reserva de incentivos fiscais; no entanto, essa parcela não pode ser excluída da base de
cálculo do dividendo obrigatório.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = E
7.9. Reserva de Retenção de Lucros, Reserva
Orçamentária ou Reserva para Expansão
Esta reserva é denominada de reserva de lucros para expansão por Sérgio de Iudícibus.

Esta reserva também é chamada de reserva orçamentária ou reserva para investimentos.

É a reserva para atender a projetos de investimentos. Assim como as outras reservas de


lucro, ela só pode ser formada se a administração apresentar proposta de investimento
com todas as fontes de recursos definidas.
Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar
reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela
previamente aprovado.
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da
retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações
de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no
caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento.
§ 2 º O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia-geral ordinária que deliberar
sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um
exercício social.

!! Atenção !!
Esta reserva não poderá ser constituída em prejuízo do dividendo obrigatório.
!! Atenção !!
O saldo desta reserva não pode ultrapassar o montante do capital social.
7.10. Reserva de Lucros a Realizar
Essa reserva é constituída por meio da destinação de uma parcela dos lucros do exercício,
sendo, todavia, optativa sua constituição.

O objetivo de constituí-la é não distribuir dividendos obrigatórios sobre a parcela de lucros


ainda não realizada financeiramente (apesar de contábil e economicamente realizada)
pela companhia, quando tais dividendos excederem a parcela financeiramente realizada
do lucro líquido do exercício.

Como a Contabilidade considera, para a apuração do lucro, não somente os fatos


financeiros, mas também os econômicos, dificilmente todo o lucro apurado da companhia
resulta em um aumento correspondente em seu ativo circulante.
O objetivo desta reserva é preservar as disponibilidades da empresa, uma vez que uma
grande venda realizada no exercício findo que não tiver sido recebida poderia criar uma
situação complicada, que seria a da empresa ter que se endividar para pagar dividendos.
A finalidade da reserva de lucros a realizar é postergar o pagamento de dividendos
sobre os lucros que não se realizarão financeiramente no exercício social subsequente.

A constituição desta reserva é facultativa, ou seja, mesmo havendo lucros que não serão
realizados no exercício seguinte, poderá não haver postergação do pagamento dos
dividendos, caso a empresa opte por não constituir a reserva.
A Lei n° 6.404/76 criou o conceito de lucro realizado. Se o dividendo obrigatório
ultrapassar a parcela realizada, a empresa, pode, se quiser, constituir uma reserva de
lucros a realizar com a diferença entre o lucro realizado e o valor a ser pago como
dividendos aos acionistas, ou seja, é permitido não se distribuir dividendo da parcela dos
lucros que ainda não foi realizada.
Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos
do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a
assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à
constituição de reserva de lucros a realizar.
§ 1° Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do
exercício que exceder da soma dos seguintes valores:
I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e
II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e
passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término
do exercício social seguinte.
§ 2° A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do
dividendo obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202, serão considerados como
integrantes da reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a
serem realizados em dinheiro.
O lucro realizado é o lucro contábil deduzido dos lucros que serão recebidos no longo
prazo e também dos ganhos com equivalência patrimonial.

O conceito de lucro realizado financeiramente, no contexto dessa reserva, não é somente


o lucro já recebido, mas a soma da parcela já recebida e a parcela que será recebida no
próximo exercício.

Se a assembleia aprovar a criação da reserva de lucros a realizar, a parcela do dividendo


embutido no lucro efetivamente não realizado de forma financeira ficará alocada nessa
reserva e quando a parcela se realizar financeiramente a empresa deverá reverter esta
reserva para lucros ou prejuízos acumulados e esperar o final do exercício. Se não ocorrer
prejuízo, o valor revertido deverá ser somado aos dividendos do exercício e pagos aos
acionistas.
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada
exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a
importância determinada de acordo com as seguintes normas:
[...]
III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não
tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos
ao primeiro dividendo declarado após a realização.
Cálculo da Reserva de Lucros a Realizar
(+ ) Dividendo obrigatório
(-) Parcela realizada do lucro do exercício
(=) Reserva de Lucros a Realizar
Cálculo do Lucro a Realizar
(+) Saldo líquido positivo da equivalência patrimonial
(+) Ganho em operações para realização financeira em longo prazo
= Lucro a realizar
Cálculo do Lucro Realizado
(+) Lucro líquido do exercício
(-) Lucro a realizar
= Lucro realizado
Cálculo da Parcela Realizada do LLE
(+) Lucro líquido do exercício
(-) Resultado positivo com equivalência patrimonial
(-) Lucro nas vendas a longo prazo
(-) Ganho com variações cambiais a longo prazo
= Parcela realizada do lucro líquido do exercício
7.10.1. Inclusão de Ganhos Cambiais
como Reserva de Lucros a Realizar
O Parecer de Orientação CVM no 13/87, item 4, e a Exposição de Motivos n° 196, de 24-6-
1976, relacionada à Lei n° 6.404/76, que identifica a regulação da reserva de lucros a
realizar com a finalidade de eliminar risco de criação de problemas financeiros para a
companhia por ocasião da determinação do dividendo mínimo obrigatório, dão suporte
para a inclusão dos resultados positivos auferidos com variações cambiais no rol das
previsões de lucros a realizar.
7.10.2. Aumento do Valor do Investimento em
Coligadas e Controladas
Quando o investimento em coligadas e controladas for avaliado pelo método da
equivalência patrimonial, o resultado líquido positivo apurado por esse método não é
considerado resultado líquido financeiramente realizado, nos moldes do art. 197, § 1o,
inciso I, da Lei n° 6.404/76. Esse acréscimo ao lucro do exercício não representa um lucro
realizado financeiramente e, portanto, poderá ser destinado para a formação da Reserva
de Lucros a Realizar.
7.10.3. Lucros em Vendas a Prazo e Lucro,
Rendimento ou Ganhos Líquidos em Operações ou
Contabilização de Ativos e Passivos a Valor de
Mercado Realizáveis Financeiramente a Longo
Prazo
O lucro auferido em vendas a prazo, assim como o lucro, rendimento ou ganho líquidos
em operações ou contabilização de ativos e passivos avaliados a valor justo, cuja realização
financeira ocorrerá após o término do exercício seguinte, poderão ser segregados também
nessa conta de Reserva de Lucros a Realizar, pois ocasionam o aumento do resultado do
exercício, sem o respectivo ingresso de recursos financeiros, e, portanto, apenas estarão
disponíveis para serem distribuídos como dividendos em períodos futuros.
(COMPESA/Analista de Gestão - Contador/FGV/2016) - A Lei das Sociedades por Ações
permite a constituição da reserva de lucros a realizar com o objetivo de evitar que a
distribuição dos dividendos obrigatórios seja superior à parcela realizada do lucro do
exercício.
De acordo com a legislação em vigor, o item passível para constituição da reserva de lucros
a realizar é
a) o resultado líquido positivo da venda a prazo de um ativo não circulante.
b) o resultado líquido positivo da venda a prazo de estoque com prazo superior a um ano.
c) o resultado líquido positivo na venda a prazo de uma propriedade para investimento.
d) o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial.
e) o ajuste líquido positivo a valor justo de um título patrimonial de uma entidade de
investimentos.

Gabarito = D
(PC PI/Perito Criminal – Contabilidade/NUCEPE/2018) - De acordo com a Lei nº 6.404/76,
art. 197, no exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos
do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a
assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à
constituição de:

a) Reserva Estatutária.
b) Reserva para contingências.
c) Reserva de Lucros a Realizar.
d) Reserva de retenção de lucros.
e) Reserva Legal.

Gabarito = C
(TELEBRAS/EGT - Contador/2015) - A respeito das reservas que compõem o patrimônio
líquido e do método das partidas dobradas, julgue o item a seguir.

A reserva de lucros a realizar pode ser constituída com o valor do montante do dividendo
obrigatório que exceder a parcela realizada do lucro líquido do exercício.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito = C
7.11. Reserva Especial de Dividendo Obrigatório
Não Distribuído
A reserva especial será constituída quando a companhia não possuir recursos financeiros
para pagar os dividendos devidos aos acionistas. Neste caso, os lucros não distribuídos
como dividendos serão registrados como reserva especial e, caso não sejam absorvidos
por prejuízos futuros, deverão ser pagos como dividendos assim que a situação financeira
da companhia permitir.
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada
exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a
importância determinada de acordo com as seguintes normas:
[..]
§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os
órgãos da administração informarem à assembleia-geral ordinária ser ele incompatível
com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá
dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus administradores
encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da
assembleia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à assembleia.
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como
reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão
ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia.
7.12. Reserva Especifica de Prêmio
na Emissão de Debêntures
O prêmio na emissão de debêntures, que figurava entre as Reservas de Capital (alínea “C”
do § 1°do art. 182 da Lei n° 6.404/76) foi revogado pela art. 1° da Lei n° 11.638/2007.

Referido prêmio era composto pelos valores recebidos na emissão destes títulos, acima do
valor nominal determinado para a liquidação desses valores mobiliários.

A partir de 1/01/2008, em relação ao prêmio na emissão de debêntures, a pessoa jurídica


deverá:
a) reconhecer o valor do prêmio na emissão de debêntures em conta de resultado pelo
regime de competência e de acordo com as determinações constantes das normas
expedidas pela CVM, no caso das companhias abertas e outras que optem pela sua
observância;

b) excluir, no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), o valor referente à parcela do lucro
líquido do exercício decorrente do prêmio na emissão de debêntures, para fins de
apuração do lucro real;

c) manter o valor referente à parcela do lucro líquido do exercício decorrente do prêmio


na emissão de debêntures em reserva de lucro específica; e

d) adicionar, no Lalur, para fins de apuração do lucro real, o valor referido na letra “b”, no
momento em que ela tiver destinação diversa daquela referida na letra “c”.
8. Ajustes de Avaliação Patrimonial
O Ajuste de Avaliação Patrimonial (AAP) foi introduzido pela Lei n° 11.638/2007 é uma
conta (não é uma Reserva) que registra os valores que já pertencem ao PL mas que ainda
não transitaram pelo resultado do exercício, podendo ter saldo credor ou devedor.

Serão classificados como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no


resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de
aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em
decorrência da sua avaliação a valor justo (valor de mercado), nos casos previstos na Lei
n° 6.404/76 ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores.
São registradas nessa conta, por exemplo, as variações de preço de mercado dos
instrumentos financeiros, quando mensurados pelo valor justo por meio de outros
resultados abrangentes nos termos do Pronunciamento CPC 48 item 4.1.2A, e as
diferenças no valor de ativos e passivos avaliados a preço de mercado nas reorganizações
societárias, podendo o seu saldo ser credor ou devedor.

Cabe salientar que a conta Ajustes de Avaliação Patrimonial não corresponde a uma conta
de reserva de lucros, uma vez que seus valores ainda não transitaram pelo resultado.
Sendo assim, ela não deverá ser considerada quando do cálculo do limite referente à
proporção das reservas de lucros em relação ao capital.

Como regra geral, os valores registrados nessa conta deverão ser transferidos para o
resultado do exercício à medida que os ativos e passivos forem sendo realizados.
Seja admitido que a companhia “X” tenha adquirido um instrumento financeiro para venda futura, ou seja,
que seja mensurado ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes, por R$ 1.000, que após
determinado período renda juros de R$ 300 e passe a ter valor de mercado de R$ 1.500. No momento
inicial, a companhia X faz o seguinte registro contábil:
D ou C Conta Valor
Débito Instrumentos Financeiros (AC) R$ 1.000,00
Crédito Caixa/Bancos (AC) R$ 1.000,00
Depois de decorrido certo período, a companhia X deverá promover o registro dos juros e da atualização a
valor de mercado:
D ou C Conta Valor
Débito Instrumentos Financeiros (AC) R$ 500
Crédito Receita de Juros (DRE) R$ 300
Crédito Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL) R$ 200
Admitindo-se que a Cia. X venda o instrumento financeiro 30 dias após a compra, os registros contábeis
serão os seguintes:
D ou C Conta Valor
Débito Caixa/Bancos (AC) R$ 1.500
Crédito Instrumentos Financeiros (AC) R$ 1.500
Débito Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL) R$ 200
Crédito Ganho na Venda de Instrumentos Financeiros (DRE) R$ 200
11. Prejuízos Acumulados
A partir da vigência da Lei n° 11.638/07 foi extinta a possibilidade de manutenção e
apresentação de saldos a título de Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial, mas
apenas para o caso das sociedades por ações, o que não significa que a referida conta
deverá ser eliminada dos planos de contas dessas entidades.

A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados que, na maioria dos casos, representa a


interligação entre Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício,
continuará sendo utilizada pelas companhias para receber o resultado do período, se
positivo, e destiná-lo de acordo com as políticas da empresa, servindo de contrapartida
para as constituições e reversões de reservas de lucros, assim como para a distribuição de
dividendos. Mas, no balanço patrimonial, só poderá aparecer quando tiver saldo negativo,
e será denominada de Prejuízos Acumulados.
A Lei n° 11.638/07, ratificada pela Lei n° 11.941/09, ao estabelecer a nova estrutura do
Patrimônio Líquido, prevê apenas a apresentação de resultados remanescentes no
Balanço Patrimonial se estes forem negativos, devendo ser utilizada, nestes casos, a conta
Prejuízos Acumulados (devedora). Entretanto, salienta-se que a Lei n° 6.404/76, no
parágrafo único do art. 189, determina que “o prejuízo do exercício será obrigatoriamente
absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa
ordem”, além de explicitar, no inciso I do art. 200 que as reservas de capital poderão ser
utilizadas para absorver prejuízos quando as reservas de lucros não forem suficientes.
Dessa forma, depreende-se que a apresentação da conta Prejuízos Acumulados no
Patrimônio Líquido das companhias só deverá ocorrer se as empresas não mais possuírem
reservas de lucros que possam ser utilizadas para absorver tais prejuízos, podendo ainda
ser utilizadas para absorção as reservas de capital.

Das könnte Ihnen auch gefallen