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Coligação Espírita

Progressista
Ano 15 • Nº 25
Out-Dez/2016

Espiritualidade
dos Animais

ATENTADOS JEEP COLIGADOS


Visão Psicológica e A Juventude Ganha seu Frutos que Dão
Espiritual Espaço Frutos
Expediente
A revista Fé Raciocinada, publicação
trimestral da Coligação Espírita
Progressista, foi fundada em 1º de julho
de 1993 e é voltada ao incentivo ao estudo
e à prática do conhecimento espírita.
Editor
Gilberto Peverari Simões
Jornalista Responsável
Cynthia de Oliveira Araujo (MTb 23.684)

Redação
Ana Paula Montealbano Honda
Produção Gráfica
Pubmind Projetos e Publicações
Publicidade
Roni Alex Encarnação Lopes
Revisão
Ricardo Ondir
Impressão
Julio Germinhasi
Sumário

4 Editorial
23 Dica de Livro
Gilberto Peverari Simões Francisco de Assis
Coligação Espírita Progressista Ricardo Melhado
5 Expressões do Espiritismo
Presidência
Grupo de Teatro CativArte, Há 10 23 Estante Espírita
Anos Contando Histórias Dicas de livros para aprofundar
Rubens de Paula e Freitas
Vera Dovnorovzki Rodrigues seus conhecimentos sobre a
Diretoria das Escolas de Educação Doutrina Espírita
Mediúnica, Assistência Espiritual e 8 Entrevista
Movimento Coligador
Animais: Nossos Companheiros de 24 Aconteceu na CEP
Evolução Os principais acontecimentos da
Cacilda Denize Elsas
Profa. Dra. Irvenia Luiza de Santis CEP
Diretoria das Escolas de Educação Prada
Evangélica e Assistência Social 27 Homenagem
Rinaldo José Montealbano 14 Evangelização Juvenil A "cara" da CEP
JEEP: Como Olhar para a Juventude e
Diretoria do Aperfeiçoamento Ficar de Braços Cruzados? 29 Divulgação
Doutrinário e da Comunicação Cintia Geraldini, Cynthia Araujo, Fé Raciocinada por Fé
Gilberto Peverari Simões Rita de Cássia Maldonado, Raciocinada
Roni Alex Lopes Gilberto Simões
Diretoria da Coordenadoria Geral
Ana Paula Pankratz
16 Evangelização 30 Mensagem Mediúnica
Diretoria da Administração Geral Onde Está a Nossa Fé?
Reginaldo Ferreira Leme Maria Regina Belline 30 Humor
Espitirinhas
17 Ponto de Vista
Wilton Pontes
R. Batuíra, 297 - Vila Moraes Atentados - Visão Psicológica e
CEP 04164-180 - São Paulo - SP Espiritual Colaboraram nesta edição:
Tel. (11) 2969-3900 Maryléa Fátima Lessa Ortiz Vera Dovnorovzki Rodrigues, Irvenia
e-mail: Luiza de Santis Prada, Cintia
cep.comunicacao@gmail.com 18 Centro de Estudos Geraldini, Rita de Cássia Maldonado,
Pesquisa Bibliográfica Roni Alex Encarnação Lopes, Maria

 coligacaoespiritaprogressista

É proibida a duplicação ou reprodução dos textos


da revista Fé Raciocinada, no todo ou em parte,


Rubens de Freitas

20 Coligados
Frutos que Dão Frutos
Regina Belline, Maryléa Fátima
Lessa Ortiz, Rubens de Freitas, Fábio
Nunes Ribeiro, Hércules de Moura
Pereira, Allan Cardech Lemos, Isley
sob quaisquer formas ou meios, sejam eletrônicos,
impressos, gravação, fotocópia, web, sem a prévia 22 Por Dentro da CEP Silva, Simone Koroviski Anselmo,
Sonia Maria Morales Teixeira,
e expressa autorização da Coligação Espírita Pro- Biblioteca
gressista. Todas as propagandas aqui veiculadas,
Fonte de Amor e Sabedoria Marlene de Moraes Albuquerque,
bem como as informações nelas constantes são
de responsabilidade exclusiva de seus anuncian- Sonia Maria Morales Ricardo Melhado, Marcia Cristina
tes. A responsabilidade do conteúdo dos artigos Teixeira e Marlene de Ursulino Horta Leme e
é exclusiva de seus autores e não refletem, neces- Wilton Pontes.
sariamente, a opinião da revista. Todos os textos Moraes Albuquerque
e imagens podem ser alterados para que sejam
adequados ao espaço disponível.
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Ano 15 • Nº 25
Editorial

O Que o Trouxe até Aqui não


Matar a iniciativa do outro não
o tornará superior a ele. Emmanuel

o Levará Adiante
já explicou, na lição 25 de “Ceifa de
Luz”, que o “não matarás” não se
refere somente à desencarnação. É
melhor encarar as ideias e iniciati-

C
iclos. A dor sentida ao vas dos demais como contribuições e

Arq. pessoal
final de um se mistura à praticar a gratidão. Se adotadas, dê-
alegria do início de outro, -lhes os créditos.
com novo patamar, novos desafios e Falhas de comunicação já leva-
oportunidades de crescimento. ram várias instituições e muitos re-
Ciclo de curioso, aluno, estudante lacionamentos à falência e, mesmo
e trabalhador. Depois o de transmis- assim, alguns não lhes dão a devida
sor de conhecimento, seja em con- importância. Se o fato afeta a outros,
versas, na preleção, em palestras ou divulgue. Quando arguido, responda.
como expositor. Aí, sim! Lembre-se de que a verdade liberta.
Cito duas leituras para aproveitar Se errar, peça desculpas, pois isso
os degraus de sua escalada: Conviver constrói parcerias.
e Melhorar (1) e O Que o Trouxe Aqui Toda casa – lar, empresa ou insti-
Não o Levará Adiante (2). O primeiro tuição religiosa – tem problemas. Al-
considera a vivência na casa espírita guns deles até nascidos do seu pon-
e o segundo, na empresa, mas ambos to de vista. É preciso lidar com eles.
Gilberto Peverari Simões
vão além dos âmbitos considerados. Diretor da Área de Aperfeiçoamento Ignorá-los não os fará desaparecer.
Como dois de meus ciclos – de ex- Doutrinário e da Comunicação e Confie, pois há aqueles que querem
positor do Divulgador e de diretor – Expositor do 4º Ano do Curso de ajudar a resolvê-los.
chegam ao fim, compartilho as lições Divulgador e Expositor da CEP. Aproveite seus ciclos. “A árvore
aprendidas, com dicas para quem que não cresce está morrendo”. Até
queira ascender sem sofrer – ou cau- Aproveite qualquer ocasião para mais!
sar – algumas das dores do caminho. realizar. A passividade pode salvá-lo
Valho-me, para isso, de alguns tópi- da morte física, mas não da morte do Referências
cos descritos no livro que empresta o Espírito. Comece com o que tiver à
título a este texto. disposição e Deus fará o necessário 1. Conviver e Melhorar, Francisco
Você não ganhará sempre. Ainda chegar a você. do Espírito Santo Neto, pelos es-
mais se suas metas não dependerem Ouça com atenção e reflita. Evi- píritos Lourdes Catherine e Batu-
somente de você. Converta as insatis- te ser crítico às ideias distintas das íra, Boa Nova.
fações em combustível para ir mais suas. Talvez anos ou experiências lhe 2. What Got You Here Won’t Get
longe. Não ceda aos contratempos tragam a mesma visão do criticado. You There: How Successful Peo-
e não espere reconhecimento, pois Sábio é quem ouve mais, porque terá ple Become Even More Success-
alguns o confundem com elogio e o mais a dizer. Se estiver nervoso, “en- ful!, Marshall Goldsmith e Mark
renegam. cha a boca de água”. Reiter, Profile Books.

Fale Conosco Espaço do Leitor

Agradecemos a todos os nossos leitores pelas palavras de ca-


rinho e incentivo, pelos elogios e críticas, que nos fazem aprimo-
rar ainda mais cada edição e, principalmente, perseverar nesse
caminho de fé e amor, que proporciona a Doutrina Espírita. In-
A revista Fé Raciocinada convida você, felizmente por falta de espaço não conseguimos publicar todas as
nosso leitor, a participar de cada mensagens que recebemos pelas redes sociais e pessoalmente. A
edição. Envie suas opiniões, sugestões e todos nosso muito obrigado.
críticas por e-mail: Equipe Fé Raciocinada
cep.feraciocinada@gmail.com

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Ano 15 • Nº 25
Expressões do Espiritismo

Divulgação
CativArte após
apresentação da peça
Eurípedes, o homem e a
missão na CEP em 2014.

Grupo de Teatro CativArte


Há 10 Anos Contando Histórias

O
Vera Dovnorovzki Rodrigues*

grupo de teatro CativArte No dia seguinte, mostrei para nossa lidade de transmitir uma mensagem
surgiu em 2006, pelo me- dirigente e ela adorou. Saímos então de uma maneira que seja agradável e
nos no plano material, pois “à caça” de pessoas para nos ajudar bem compreendida por todos e, prin-
bem sabemos que esses trabalhos de a colocar a ideia em prática. cipalmente, que carregue muito amor
amor e divulgação da doutrina são Depois dessa apresentação, a e emoção para tocar os corações.
planejados bem antes por nossos pulguinha do teatro, como costumo Naquele ano, 2007, começamos
amigos do plano espiritual, os ver- dizer, nos picou. Decidimos então a trabalhar em nossa segunda peça,
dadeiros protagonistas da obra, em criar um grupo. Abrimos as inscri- Comédia Espírita. Logo depois, ini-
que somos meros coadjuvantes. Em ções e, na época, tivemos mais de 50 ciamos os trabalhos de Eurípedes, o
uma reunião com o grupo do pri- inscritos. Começamos a trabalhar homem e a missão. Trabalhamos em
meiro ano dos cursos de nossa casa, com o grupo com técnicas vocais, um núcleo do CEAK chamado Edu-
o Centro Espírita Allan Kardec de posicionamento em palco, dinâmicas candário Eurípedes e nada melhor
Campinas (CEAK), surgiu a ideia e muitos outros exercícios propos- para homenagear o aniversário da
de fazermos um “teatrinho” para o tos por companheiros que tinham casa do que contando a história de
fim do ano. Saí da reunião achan- experiência com teatro. Em pouco Eurípedes Barsanulfo. Começamos
do essa ideia muito interessante e tempo, tínhamos o grupo efetivo, 25 então a trabalhar no texto, fazendo
fui dormir pensando nela. Naquela companheiros dispostos a realmente várias pesquisas e inspirando-nos no
madrugada, acordei muito agitada, encarar o trabalho. Digo isso porque livro homônimo de Corina Novelino,
visualizando uma história que não muitos companheiros entram para o entre outras obras. A primeira versão
saía da minha cabeça. Tentei virar grupo de teatro achando que é uma da peça tinha 35 minutos e era bem
de lado e dormir, mas algo me impe- grande brincadeira e acabam se de- simples, sem cenário.
dia. Levantei e resolvi escrever a his- parando com um trabalho que exi- Conhecer a fundo a história de
tória no computador, para não per- ge muita perseverança, assiduidade
der os detalhes. Em pouco mais de e disciplina, como qualquer outro * Diretora do Teatro CativArte do
uma hora, eu tinha em minhas mãos trabalho sério realizado pelas casas Centro Espírita Allan Kardec de
Campinas, São Paulo.
a primeira peça: Lições do Mestre. espíritas. Afinal, temos a responsabi-

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Ano 15 • Nº 25
Expressões do Espiritismo

O grupo línia, São Paulo e Valinhos, onde

Divulgação
CativArte participamos do Festival de Teatro
e Ademar Amador (festival não espírita) e ga-
Lopes nhamos dois prêmios com a peça
Júnior, Eurípedes, o homem e a missão. A
autor participação nesse festival foi muito
do livro importante para o grupo. Havia um
Nadine, que júri formado por profissionais da
deu origem área e os comentários deles ao final
à estória da apresentação ajudaram-nos mui-
da peça. to. Embora ainda não tivéssemos
muita técnica, ficou evidente para os
jurados a cumplicidade e a união.
Nesse mesmo ano, tivemos uma
experiência maravilhosa em Marília.
Eurípedes acendeu em nós o dese- no ano seguinte e nos apresentar- Recebemos um convite do Centro
jo de conhecer sua família, a cidade mos no teatro da cidade. Espírita Luz e Verdade para nos apre-
onde nasceu, entender melhor aque- Em 2009, resolvemos ampliar a sentarmos no teatro do Instituto de
la história. Pouco depois, recebemos peça e fazer um cenário para apresen- Educação Sagrado Coração de Jesus.
um convite para nos apresentarmos tação no teatro de Sacramento. Com O grupo todo ficou muito empolgado
em Sacramento. Pronto, a responsa- base em uma foto tirada na praça de com a ideia. Seria a nossa primeira
bilidade tinha aumentado. Pesqui- Sacramento, um de nossos compa- apresentação em um teatro tão gran-
samos ainda mais sobre Eurípedes e nheiros, Jefferson Ramos, desenhou de. Foram vendidos ingressos para
incrementamos a peça para a apre- o cenário da peça para nós e o gru- custear nossa ida, nossas refeições e
sentação em Sacramento, em 2008. po todo colaborou na pintura. Pes- nossa estadia. Mas a nossa surpresa
A experiência em Sacramento foi quisamos as roupas usadas na época maior foi a apresentação que fizemos
memorável para o grupo. Estivemos e criamos um belo figurino. Nossos no dia seguinte, no próprio Centro
ao lado dos familiares de Eurípedes, “engenheiros de plantão”, Miguel e Espírita Luz e Verdade. Aos domin-
que se emocionaram e nos emocio- Valdir, idealizaram a casinha do vô e gos, eles fazem um trabalho lindo de
naram muito. Nós nos apresenta- as outras estruturas do cenário. Mais distribuição de sopa para moradores
mos em um espaço pequeno, o Re- uma vez, estivemos em Sacramento, de rua e pessoas carentes, que tam-
canto da Prece, onde é realizado o desta vez, nos apresentando no teatro bém ouvem as palavras do Evangelho.
evangelho das 9 horas até hoje. Con- da cidade e também no centro cultu- Muitos deles até já se tornaram traba-
versamos muito com os familiares e ral da Fazenda Santa Maria. Mais um lhadores da casa. Nesse dia, fizemos
ouvimos muitas histórias contadas momento emocionante para o grupo, a apresentação da peça Eurípedes, o
por Tia Heigorina, sobrinha de Eu- a oportunidade de nos apresentarmos homem e a missão para eles. Foi pura
rípedes. Fomos dormir com uma fe- no local onde a história começou. Pu- emoção e uma experiência inesquecí-
licidade enorme em nossos corações. demos sentir toda a vibração mara- vel. Eles interagiam, as crianças riam,
Mas, a surpresa maior viria no dia vilhosa daquele ambiente. Embora o os adultos choravam. No final da
seguinte. Participamos do Evange- local fosse pequeno e chovesse muito, peça, todos quiseram nos abraçar, nos
lho das 9 horas, no qual recebemos a dimensão do amparo que sentimos conhecer, ouvimos até comentários de
uma homenagem singela do Coral fez com que multiplicasse o seu tama- muitos dizendo que não sabiam o que
do Recanto da Prece e, no momento nho. Mais um convite para retornar era teatro. Essa apresentação especial
da oração, sentimo-nos todos envol- no ano seguinte. foi uma grande lição de humildade do
vidos e abraçados por uma vibra- Em 2010, retornamos a Sacra- plano espiritual e um divisor de águas
ção incrível, uma emoção que levou mento, dessa vez estreando a peça para o grupo. A partir daí, procura-
todos ao choro. No final, ouvimos infantil Natal na Floresta. Apresen- mos tornar nossa mensagem cada vez
lindas palavras de Tia Heigorina e tamo-nos no teatro do Colégio Allan mais acessível ao público como um
de outros membros da família, agra- Kardec e também em uma institui- todo e também procuramos minimi-
decendo o trabalho que havia sido ção em Conquista. zar cenário, figurino, etc. para facilitar
feito e o quanto representou para 2010 foi um ano de muito traba- nossa apresentação em qualquer espa-
todos eles aquelas lembranças. É, lho para o grupo CativArte. Fizemos ço. Afinal, nossa preocupação maior
a responsabilidade aumentava mais 10 apresentações, passando por cida- deveria ser a mensagem a ser trans-
um montão... No final da viagem, des como Atibaia (COMECELESP), mitida, tocar os corações, emocionar,
recebemos um convite para retornar Indaiatuba (Festival de Teatro), Pau- plantar a sementinha do Evangelho.

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Ano 15 • Nº 25
Com o passar dos anos, o grupo foi Eurípedes, o homem e a missão A vida da morte: trabalho mais
se aprimorando e novos trabalhos fo- (duração: 1h10): com alegria e bom recente do grupo, é um programa de
ram surgindo. Nossas peças infantis já humor, a peça espírita Eurípedes, o entrevistas onde a convidada especial
foram apresentadas em várias cidades, homem e a missão conta a vida de é a Dona Morte. Ela está lançando
em vários eventos. É muito bom po- Eurípedes Barsanulfo, mineiro de Sa- o seu primeiro livro autobiográfico,
der levá-las a qualquer espaço e muito cramento, que dedicou a vida ao pró- A vida da morte. Nesta peça, temos
emocionante ver o brilho no olhar de ximo. Com sua mediunidade de cura uma conversa franca com a Dona
crianças, às vezes, tão carentes. trouxe alívio para as pessoas da re- Morte e ouvimos seus esclarecimen-
Em 2014, montamos a peça A gião e do Brasil todo e seu belíssimo tos sobre temas bem interessantes,
vida da morte, para o Primeiro Fes- trabalho na área de educação é um como mortes coletivas, perda de fi-
tival de Arte Espírita do CEAK. Foi exemplo até hoje. Baseada no livro lhos e muito outros. É um trabalho
um festival marcante, envolvendo to- de mesmo nome, de Corina Noveli- divertido e emocionante.
dos os grupos de arte da nossa casa e no, e em outras obras, esta peça faz Peças montadas para eventos es-
onde tivemos um público de mais de um mergulho no passado, revivendo pecíficos e comemorativos: Extraor-
500 pessoas. as cenas mais importantes da vida e dinário, o show do voluntário (paródia
No início de 2016, tivemos a grata do trabalho de Eurípedes. de quadros antigos do Fantástico,
satisfação de podermos nos apresentar Natal na Floresta (duração: 1h10): adaptados para mostrar os trabalhos
no Teatro Castro Mendes, um famoso peça infantil, na qual filhotes de ani- voluntários realizados pela nossa
teatro da cidade de Campinas, com mais da floresta tentam descobrir o instituição); 50 anos do Educandário
um público de mais de 700 pessoas. que é o Natal. Uma lição de amor e Eurípedes; 70 anos do CEAK.
Também foi um trabalho emocionan- de solidariedade.
te. Era uma excelente oportunidade de O quarto rei mago (duração: 20 CativArte na Cep
levar a mensagem espírita fora da casa minutos): inspirada em uma antiga
espírita. Nosso público foi bem varia- lenda persa e na história contada por O grupo apresentou as peças Eu-
do e ouvimos vários relatos posterio- Divaldo Pereira em uma de suas pa- rípedes, o homem e a missão e A vida
res de pessoas, que ficaram tocadas lestras (do livro Divaldo e o jovem), da Morte na CEP em 2014 e 2015,
com a mensagem e que não dormiram conta a história de um príncipe da respectivamente.
à noite pensando no significado de Pérsia e de sua busca pelo maior Rei
vida e morte, tema da peça. dos Reis, Jesus, quando se desencon- Os Integrantes
Hoje, o grupo CativArte conta tra dos demais Reis Magos. Uma li-
com 18 integrantes, uma verdadeira ção de amor emocionante. O grupo tem a direção de Vera
família reunida pelo amor à arte e Viravirou (duração: 15 minutos): Rodrigues e tem como integrantes:
em prol da divulgação da Doutrina baseada no livro homônimo, publi- Yara Ferreira, José Carlos Barão
Espírita. cado pela Editora Allan Kardec e es- Júnior, Miguel Rodrigues Jr, Marisa
crito por Ademar Lopes Júnior, fala Leão, Dalila Barros, Vera Ursulino,
Nossas Peças sobre a reciclagem e a importância Feliciano Campos Ursulino, Caro-
da leitura. lina Magalhães, William Furlani,
Segue um resumo dos nossos tra- Nadine (duração: 15 minutos): ba- Miltes Rodrigues, Wagner César
balhos: seada no livro homônimo, publicado Rodrigues, Stella Santos, Fernando
Lições do Mestre (duração: 20 mi- pela Editora Allan Kardec e escrito Lazarine, Valdir Lima, Grazi Maga-
nutos): primeira peça do grupo, com por Ademar Lopes Júnior, conta a lhães, Isabel Magalhães, Francisco
duração de 20 minutos, conta a his- história de uma gotinha de água que Paladino Blumel e Lucas Luciano.
tória de João, um homem comum e se achava insignificante e acaba apren-
seus problemas que, com a ajuda da dendo a enorme importância da água. Contato
amiga espiritual, aprende lições apre- O homem de bem: peça inspirada
sentadas pelo próprio Mestre Jesus. na passagem O homem de bem, de O Para conhecer um pouco mais
Comédia espírita (duração: 50 mi- Evangelho Segundo o Espiritismo, e do trabalho do grupo, visite o site:
nutos): inspirada em um texto obtido no livro O homem de bem, psicogra- http://ceak.org.br/cativarte/. Siga-nos
na Internet e adaptado pelo grupo, fado por Clayton Levy, conta a his- no Facebook: https://www.facebook.
conta a história de uma família, seus tória de Laurinha, uma menininha com/grupocativarte?fref=ts.
dilemas, problemas e preconceitos. O especial que quer saber o que é ser Para apresentações, contatar-nos
objetivo da peça é esclarecer as pes- um homem de bem. Mergulhando pelos e-mails: cativarte@ceak.org.br
soas em relação à ideia errada que no imaginário da criança, traz men- ou vldrodrigues@gmail.com. Pelos
formam do Espiritismo por falta de sagens que tocam os corações dos pe- telefones (19) 3869-8546 e (19) 98215-
informação. queninos e dos grandinhos também. 2035, diretamente com Vera.

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Ano 15 • Nº 25
Entrevista

Animais
Nossos Companheiros
de Evolução
Por Cynthia de Oliveira Araujo

R
Arq. pessoal

ecentemente a Scien- Autora de diver-


ce, uma das mais con- sos livros e artigos
ceituadas publicações sobre o tema, Profa. Ir-
do meio acadêmico, publicou um arti- venia dedica-se atualmen-
go científico que trouxe uma surpreen­ te à divulgação de temas
dente revelação sobre os animais. A relacionados aos animais e à
pesquisa realizada
por pesquisadores
húngaros mostra que
os cães podem enten-
der não só a entonação
das palavras, como se pen-
sava, mas também o significa-
do de algumas delas, o que pode
representar um grande avanço nas
Profa. Dra. Irvenia Luiza de pesquisas sobre a comunicação en-
Santis Prada tre animais e humanos.
Médica Veterinária, Professora Enquanto a ciência busca evi-
Titular e Pesquisadora pela dências científicas, Allan Kardec e
USP. Trabalha na Coordenação muitos outros autores já nos trou-
do MEDVESP – Movimento xeram inúmeras revelações impor-
Cultural de Medicina Veterinária e tantes sobre os animais e a espiri-
Espiritualidade, como Coordenadora tualidade.
do NUVET – Núcleo de Medicina Para abordar o tema, que
Veterinária e Espiritualidade na atrai cada vez mais interessa-
AME – SP (Associação Médico dos, a revista Fé Raciocinada
Espírita de São Paulo) e como entrevistou a médica veteri-
Assessora Técnica do Fórum nária, professora e pesquisa-
Nacional de Proteção e Defesa dora, Irvenia Prada.
Animal.

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Ano 15 • Nº 25
espiritualidade pelo MEDVESP, cujas Profa. Dra. Irvenia Luiza de San- gina intitulada “Quanto Puderes”,
palestras mensais, abertas ao público, tis Prada - De fato, os animais pro- psicografada por Chico Xavier, em
na Faculdade de Medicina Veteri- gridem pela força das coisas, e é por que recomenda: Quanto puderes, não
nária e Zootecnia da USP, são gra- isso que para eles não existe expiação te afaste do lar… Quanto te seja pos-
vadas e disponibilizadas (www.face- (O Livro dos Espíritos. 602 - Kardec). sível, suporta… Quanto estiver ao teu
book.com/medvesp). E também pelo Então, por que sofreriam? alcance, tolera… Assim, respondo à
NUVET na AME, cujos encontros Herculano Pires (O Mistério do questão formulada: Quanto você pu-
anuais são realizados na Federação Ser ante a Dor e a Morte) registra: der, quanto lhe seja possível, quanto
Espírita do Estado de São Paulo Sofre a pedra, sofre o vegetal, sofre estiver ao seu alcance, faça opção pela
(www.amesaopaulo.org.br), além de o animal e sofre o homem em cada vida!
grupo de estudos para médicos vete- curva implacável do desenvolvimento
rinários espíritas. de suas potencialidades... Sofrem (os Fé Raciocinada - O que nós pode-
Ainda, como assessora técnica do animais) porque evoluem e toda evolu- mos aprender com o sofrimento dos
Fórum Nacional de Proteção e De- ção é acompanhada das dores do par- animais?
fesa Animal, Profa. Irvenia participa to que anunciam as transações evolu- Profa. Irvenia - Resignação! Em
ativamente da elaboração de parece- tivas para planos superiores... casa, observamos que nas doenças
res e de eventos, sempre em defesa Emmanuel (em “Animais e so- e desencarne, eles se aquietam, reco-
dos animais. frimento”, página psicografada por lhem-se em um canto e não incomo-
Nessa entrevista, ela aborda di- Chico Xavier) comenta: Ninguém dam ninguém. Eu tenho procurado
versos temas relacionados sofre tão somente para resgatar o pre- seguir o exemplo deles!
aos animais e à espiri- ço de alguma coisa. Sofre-se também
tualidade, pesquisados angariando os recursos preciosos para Fé Raciocinada - Podemos afirmar
na literatura espírita ao obtê-la. Assim é que o animal atraves- que os animais têm mediunidade?
longo de muitos anos, sa longas eras para instruir-se... Para Profa. Irvenia - É surpreendente a
além de sua larga expe- atingir a auréola da razão, deve conhe- atenção que Kardec deu ao assunto,
riência profissional dedi- cer comprida fileira de experiências... pois consta em O Livro dos Médiuns
cada a atendimento, estudo na posição de espírito sublime, não (LM), no capítulo XXII - “Da Me-
e pesquisa sobre os animais. mais conhece a dor. diunidade dos Animais”, onde se en-
Acompanhe a seguir os des- André Luiz (Libertação, cap. I) contra uma comunicação de Erasto,
taques da entrevista. ensina: O sofrimento é reparação ou vinda após discussão do assunto na
ensino renovador. Assim, podemos Sociedade Parisiense de Estudos Es-
Fé Raciocinada - Se os ani- entender a ocorrência do sofrimento píritas (Revista Espírita, set./1861).
mais não possuem débitos para – reparação apenas no ser humano, No LM. 236, Erasto comenta: Há
resgatar, por que sofrem? e a do sofrimento – ensino renovador, evidências de que os Espíritos podem
nos seres humanos e, sempre, nos se tornar visíveis e tangíveis para os
animais, cabendo a cada um, apro- animais... citando, inclusive, o caso
veitar a experiência para sua evolu- bíblico do anjo que teria se mostrado
ção espiritual. primeiro à montaria, e depois a Ba-
laão.
Fé Raciocinada - É possível consi- Vamos ponto por ponto:
derar a possibilidade de abreviar seus - LM, 2ª.III - Manifestações Inteli-
sofrimentos quando não há mais meio gentes ou Intelectuais – o sensitivo
de salvá-los? atua como intermediário entre os dois
Profa. Irvenia - A eutanásia em planos da vida (ex.: psicografia e a psi-
seres humanos tem consequências cofonia), em que o cérebro do médium
desastrosas para o espírito (Obreiros tem sempre um papel ativo (LM.189).
da Vida Eterna, André Luiz). Para Aqui, não podemos afirmar que
os animais, não encontrei resposta os animais agiriam como médiuns.
decisiva nas obras da codificação, - LM, 2ª.II – Manifestações de Efei-
o que nos leva a considerar que tos Físicos – a criatura apenas doa
igualmente ela não deva ser válida fluidos (ex.: movimentação de ob-
para os animais, pois, como nós, jetos). Em LM. 58, lemos: O Espí-
são seres espirituais em rito precisa da matéria para agir so-
evolução. Recorro a bre a matéria. E em LM. 98, lê-se:
Emmanuel, na pá- ...fluido vital, apanágio exclusivo do

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Ano 15 • Nº 25
Entrevista

encarnado... Aqui, podemos enten- “Os animais têm Profa. Irvenia - A misericórdia do
der como possível a participação Pai se faz sobre toda a criação. Notí-
de animais, em determinados tipos demonstrações de cia do jornal Folha Espírita de dezem-
de manifestações de efeitos físicos; bro/92 nos dá conta de que Konrad
- Obras Póstumas, VII - “A Segun-
alegria, tristeza, Lorenz (zoólogo e sociólogo austría-
da Vista” - Kardec comenta que há afeto, amizade, co, nascido em 1903), pai da Etologia
dúvida em se considerar videntes, (ciência do comportamento animal)
audientes, sonambúlicos e sensitivos companheirismo e continua trabalhando no plano espi-
ou impressionáveis, como médiuns, ritual, recebendo, com carinho e aten-
pois quem vê, vê por si mesmo, não lealdade, que ficam ção, animais desencarnados.
necessitando, para tanto, do concurso muito próximas às
de um espírito. Nesse caso, sendo o Fé Raciocinada - Por que o inte-
fenômeno, anímico, é inegável a par- que expressamos” resse crescente no cuidado com os ani-
ticipação dos animais nas manifes- mais atualmente?
tações, conforme aliás foi registrado mos uns poucos conceitos importan- Profa. Irvenia - Pelo despertamen-
por Erasto (LM. 236). tes da codificação: to da consciência do ser humano.
• os animais são seres espirituais Nossa cultura é fortemente impreg-
Fé Raciocinada - Os animais pos- - LE. 597; nada por resíduos do milenar para-
suem sentimentos semelhantes aos • o princípio espiritual dos seres digma antropocêntrico, que prioriza
nossos? humanos e o dos animais tem a o bem-estar apenas do ser humano,
Profa. Irvenia - Sim! Eles têm mesma origem e natureza – LE. recomendando dominação e explo-
demonstrações de alegria, tristeza, 606 a; ração da natureza em seu benefício.
afeto, amizade, companheirismo e • os animais, como os seres huma- Minorias criativas (no dizer do his-
lealdade, que ficam muito próximas nos, agem por instinto e tam- toriador Arnold Toynbe) acabaram
às que expressamos. Em O Livro dos bém por inteligência – A Gêne- por perceber que isso é incompatível
Espíritos (LE. 849), lemos a pergunta se, III.11 a 13; com a postura ética que desejamos
de Kardec: Qual é, no homem em es- • os animais também evoluem exibir. A ciência vem demonstrando
tado primitivo, a faculdade dominan- pelo processo encarnatório - de maneira irrefutável que os animais
te: o instinto ou o livre-arbítrio? R - O LE. 601. são seres sencientes (que sentem, têm
instinto! Com isso eu chamo atenção sensibilidade, inteligência e todos os
para o fato de que não podemos mais Fé Raciocinada - Assim como nós atributos inerentes a essa condição),
colocar uma barreira intransponível possuímos os nossos mentores, cada não sendo mais aceitável considerá-
entre nós – hoje seres humanos – e os animal ou grupo encarnado possui um -los à parte, como coisas descartá-
animais, que ora passam pelos mes- tutor? veis. Basta referir a “Declaração de
mos estágios nos quais elaboramos, Cambridge”, como ficou conhecida a
aos poucos, o refinamento de nossas publicação assinada por vinte e seis
emoções primitivas (que predomi- neurocientistas de todo o mundo (no
nam nos animais), transformando-as Reino Unido, em 2012), afirmando
em sentimentos enobrecidos. que “mamíferos, aves e alguns inverte-
brados como os polvos (octopus) têm
Fé Raciocinada - Por que só há consciência”, partindo da observa-
pouco tempo tivemos acesso a um ção de que “as mesmas estruturas ce-
maior conhecimento sobre os animais rebrais que nos seres humanos atuam
e a espiritualidade? na expressão da consciência, também
Profa. Irvenia - Por exclusiva falta existem nos animais”.
de interesse, pois a obra da codifica-
ção espírita está repleta de informa- Fé Raciocinada - Podemos afirmar
ções sobre os animais. Interessada que os animais são nossos companhei-
no assunto, como médica veterinária ros de evolução?
e espírita de berço (graças a Deus!), Profa. Irvenia - Sim, basta ler-
comecei por fazer uma “varredura” mos com atenção os capítulos X
nas publicações de Kardec, a respei- – Gênese Orgânica e XI – Gênese
to, e acabei por colocar o que encon- Espiritual de A Gênese (GE), de
trei, no livro A Questão Espiritual dos Kardec. Também vale como suges-
Animais, já em sua 10a edição. Veja- tão, a leitura, entre outros, de Evolu-

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Ano 15 • Nº 25
ção em dois Mundos, de André Luiz “Tanto seres pécies de organização mais complexa.
e A Caminho da Luz, de Emmanuel.
humanos quanto Fé Raciocinada - Qual deve ser a
Fé Raciocinada - Qual o papel de motivação espiritual para não comer-
cada espécie para a evolução humana?
animais agem mos carne?
Profa. Irvenia - Essa é ainda uma por instinto Profa. Irvenia - A consciência de
visão antropocêntrica, com a premis- que os animais são seres sencientes e
sa de que a vida dos animais estaria quanto por espirituais, nossos companheiros de
vinculada aos interesses humanos. jornada evolutiva. Também o conhe-
Cada espécie animal tem a sua vi- inteligência” cimento de que no processo industrial
vência em si própria. Caso contrário, de produção e de abate, sofrem muito.
qual teria sido a razão da existência la: ...O animal carniceiro é impelido Um copo de leite tem resíduos de mui-
dos dinossauros, que após milhares pelo instinto a nutrir-se de carne; po- to sofrimento. E ainda o fato indiscu-
de anos se extinguiram sem jamais rém, as precauções que ele toma... sua tível de que eles têm direito à própria
terem convivido com seres humanos? previsão em relação às circunstâncias vida. Com a oferta de alimentos de
Vale destacar o papel dos Australopi- do momento... são atos de inteligên- que hoje dispomos, temos todas as
thecus (austral = sul; pithecus = ma- cia. E vale rever LE. 849! Em con- condições, se assim decidirmos, para
caco), macacos de postura quase ere- clusão, tanto seres humanos quanto poupar os animais de sofrimentos e
ta que teriam vivido no sul da África animais agem por instinto quanto do sacrifício de suas vidas.
há cerca de 3,5 milhões de anos, e por inteligência. Também vale consi-
dos quais teriam evoluído as diferen- derar a pergunta de Kardec (LE. 73): Fé Raciocinada - Qual a impor-
tes espécies do gênero humano. Isso O instinto é independente da inteligên- tância dos animais de estimação no
confirma o que consta em Kardec cia? R - ... não, ... é uma espécie de desenvolvimento das crianças?
(GE, cap. XI. 15): Corpos de macacos inteligência... Portanto, instinto não Profa. Irvenia - O psiquiatra es-
teriam sido muito adequados a servir é um combustível que se colocaria na tadunidense Boris Levinson, após
de vestimentas aos primeiros espíri- máquina cartesiana (Descartes supu- observar que a presença de um cão
tos humanos, necessariamente pouco nha que os animais eram máquinas acalmava uma criança agitada, du-
avançados, que vieram encarnar-se na sem sensibilidade). Pelo contrário, rante as sessões de terapia, passou
Terra... No item 16, a lição continua: “instinto” corresponde, na memória, a divulgar, em 1964, a “pet-terapia”.
Como não há transições bruscas na a tudo o que a criatura já aprendeu, Em 1982, crianças e jovens com de-
natureza, é provável que os primeiros e que faz de maneira automatizada, ficiências mentais expressaram viva-
homens que apareceram sobre a Terra instintiva. Mesmo um ser unicelular,
pouco diferissem do macaco em sua como a ameba, já aprendeu a sobre-
forma exterior e, sem dúvida, também viver, a se alimentar, a fugir de agen-
quanto à sua inteligência. Assim, os tes aversivos e a se reproduzir, e vai
Australopithecus seria o grupo de es- continuar a aprender outras coisas,
pécies de macacos com relação direta em seu processo evolutivo.
à evolução humana.
Fé Raciocinada - Animais que
Fé Raciocinada - Além do instin- mostram uma inteligência superior a
to que trazem quando encarnados, os de outros animais da mesma espécie
animais têm a capacidade de aprender podem ser já candidatos a encarnarem
coisas novas? numa espécie mais evoluída?
Profa. Irvenia - Ainda precisamos Profa. Irvenia - Calderaro (No
rever nossa equivocada postura an- Mundo Maior, cap. 4 - André Luiz)
tropocêntrica, segundo a qual os se- esclarece: Nem os símios ou os antro-
res humanos agem por inteligência e poides, a caminho da ligação com o
os animais, apenas por instinto. Não, gênero humano, apresentam cérebros
isso não está correto, nem com base absolutamente iguais entre si. Cada
na codificação espírita, nem com individualidade revela-o consoante o
base na literatura acadêmica. Já em progresso efetivo realizado. Portanto,
1860 (LE. 2a. edição, item 597) está pode-se supor que os princípios inte-
explícita a noção de que os animais ligentes de maiores recursos deverão
são seres inteligentes. Também em ser candidatos, mais do que outros de
GE, III.11 a 13, o codificador assina- menor bagagem, à encarnação em es-

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Ano 15 • Nº 25
Entrevista

mente emoções diante dos animais “Por falar em Mundo de expressões “terapia mediada por
do parque de Clos Olive, em Toulon, animais” (AAT, na sigla americana
França, e com isso seus terapeutas Regeneração, estágio que – Animal Assisted Therapy) e “ani-
puderam estabelecer contato com pa- mais de serviço”. No primeiro caso,
cientes autistas, “despertados” assim
pretendemos alcançar, a exemplo da utilização de cavalos,
de seu estado constante de recolhi- com certeza desse novo o paciente monta o animal e vai exe-
mento. Também é sabido que crian- cutando os movimentos indicados. É
ças rebeldes e indisciplinadas, quando patamar de valores notória para os pacientes a benéfica
se sentem responsáveis por um cãozi- relação afetiva que estabelece com os
nho ao qual devem ensinar os proce- morais fará parte a cavalos. No caso dos “animais de ser-
dimentos adequados de vivência em vivência de uma relação viço”, cabe o trabalho dos cães-guias
família, acabam também se tornando de deficientes visuais. De grupo à par-
mais ordeiras e obedientes. harmônica entre seres te constam os animais (cães, gatos e
outros) que são levados a hospitais
Fé Raciocinada - Por que as crian- humanos e animais” ou a instituições de idosos. Como
ças atualmente já parecem nascer sempre esclarecia a médica veteriná-
com uma consciência maior de cuida- gar aquelas “bandejinhas”… Por ou- ria Dra. Hannelore Fucks – pioneira
do, respeito e preservação dos nossos tro lado, elas convivem com os “pets”, deste trabalho no Brasil, a presença
animais? os chamados “animais de estimação”, dos animais nesses ambientes “desfo-
Profa. Irvenia - Sou nascida e cria- considerados “da família” (“família ca” a atenção do paciente em relação
da em pequena cidade do interior de multiespécie”). Assim, a cultura em à doença e ao sofrimento, que passa
São Paulo, e cresci vendo animais se- que as crianças agora se acham inse- a vivenciar momentos descontraídos
rem criados e mortos. Eu me lembro ridas, é outra, e recomenda um “novo de alegria, o que estimula seu siste-
que sentia pena, mas era assim… Ao olhar” em relação aos animais, con- ma imunológico. Hoje se sabe que,
vir estudar veterinária é que, dentro sequência também do advento de leis em idosos, o simples ato de acariciar
de um outro contexto, fiz a crítica que visam proteger os animais de atos um cão ou gato é um “santo remédio”
do sofrimento dos animais. Hoje, as de maus-tratos e de crueldade. para baixar sua pressão sanguínea.
crianças que se alimentam de carne Em todos os casos, portanto, a pre-
nem sabem de onde ela vem. Certa Fé Raciocinada - Qual o papel dos sença de animais junto aos seres hu-
vez, conversando com uma menina de animais na recuperação de crianças e manos, desde que efetuada de manei-
seis anos, ela me “revelou” que eu não adultos doentes? ra adequada, é sempre positiva.
precisava matar os animais para co- Profa. Irvenia - Em vez de “zoo-
mer carne, era só ir ao mercado e pe- terapia”, hoje são mais aceitas as Fé Raciocinada - Com a evolução
da Terra para um Mundo de Regenera-
ção, é possível que algumas espécies de
animais extingam-se e outras surjam?
Profa. Irvenia - Sim, isso não ape-
nas é esperado como sempre acon-
teceu. Eu aprendi que no processo
evolutivo das espécies, que se faz me-
taforicamente em “árvore”, alguns
galhos são “podados” ao longo dos
tempos, enquanto outros vão surgin-
do. E por falar em Mundo de Rege-
neração, estágio que pretendemos
alcançar, com certeza desse novo pa-
tamar de valores morais fará parte a
vivência de uma relação harmônica
entre seres humanos e animais.

Fé Raciocinada - Animais de esti-


mação tendem a encarnar no mesmo
núcleo familiar? Por quê?
Profa. Irvenia - Sim, muitas vezes
animais são novamente reencarnados

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Ano 15 • Nº 25
nos mesmos núcleos familiares para “Sim, muitas Aniceto complementa a lição: Este
aí continuarem seu aprendizado de trabalhador imprudente foi punido por
amor, ou outras vezes, até para fa- vezes animais si mesmo... Se os seres inferiores, nos-
vorecerem o equilíbrio de alguém a sos irmãos no grande lar da vida, nos
quem afetivamente eram muito li-
são novamente fornecem os valores do serviço, deve-
gados. A lei de afinidade e sintonia reencarnados nos mos dar-lhes, por nossa vez, os valores
também funciona nesses casos. da educação. Ora, ninguém pode edu-
mesmos núcleos car odiando, nem edificar algo de útil
Fé Raciocinada - Há evidências de com a fúria e a brutalidade.
uma escala evolutiva das espécies? familiares para aí
Profa. Irvenia - Jamais encontrei, continuarem seu Fé Raciocinada - Qual mensagem
nas obras da codificação espírita, gostaria de deixar para nossos leitores
qualquer referência a uma eventual aprendizado de sobre este tema?
sequência de encarnações no proces- Profa. Irvenia - Nossa cultura
so evolutivo dos animais, lembrando amor” tem fortes resíduos de um modelo de
que os estágios evolutivos todos não subjugação e de exploração dos mais
se processam necessariamente ape- Fé Raciocinada - Que consequên- fracos, condição em que se encon-
nas aqui na Terra. cias tem o adestramento de animais tram os animais.
para que sejam agressivos (tanto para Se já temos conhecimento de sua
Fé Raciocinada - O fato de os ani- os animais quanto para os adestrado- verdadeira natureza, tanto por parte
mais serem tratados como seres huma- res)? da ciência acadêmica (eles são seres
nos (substituindo filhos) pode ter que Profa. Irvenia - Absolutamen- sencientes), quanto por parte da co-
consequências (tanto para os animais te desastrosas. É lamentável que às dificação espírita (eles são seres espi-
como para os humanos)? escondidas ainda existam rinhas de rituais em evolução), o que justifica
Profa. Irvenia - Isso é lamentável! galo e de cães. Para Chico Xavier, es- o fato de tratá-los ainda como se fos-
Pela mídia hoje existem, no Brasil, ses animais, que são treinados para sem “coisas”?
mais cães e gatos nos lares, do que a violência, terão de ser reeducados Finalizo com as ponderações do
crianças, o que pode ser motivo de para o amor. mentor Alexandre (Missionários da
preocupação. Há pessoas que têm Glicério, o espírito zelador da re- Luz - André Luiz, cap. 4): Se não pro-
dificuldade de relacionamento com gião, explica ao orientador Aniceto tegemos nem educamos aqueles que o
outros seres humanos e enchem suas (Os Mensageiros - André Luiz, cap. Pai nos confiou como germens frágeis
casas de cães e gatos que dormem 41), diante de um homem vitimado de racionalidade... se abusamos larga-
em suas camas e ocupam os sofás da por violento coice que levara de seu mente de sua incapacidade de defesa
sala… Por outro lado, seria benéfica burro, que não foi possível salvar a e conservação, como exigir o amparo
para todos uma relação de harmo- vida da criatura, em função da gros- de superiores benevolentes e sábios...?
nia, respeitando-se, nos animais, a seria inominável com que tratava os A missão do superior é a de amparar
liberdade de expressar seu compor- animais, surrando-os e ferindo-os... o inferior e educá-lo... sem amor para
tamento natural, sem ser submetido com os nossos inferiores, não podemos
aos caprichos humanos. aguardar a proteção dos superiores;
sem respeito para com os outros, não
devemos esperar o respeito alheio...

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Ano 15 • Nº 25
Evangelização Juvenil

JEEP
Como Olhar para a Juventude
e Ficar de Braços Cruzados?

D
“Amai-vos e ções quanto à redução de

Fotos: Divulgação
instruí-vos”(1) alunos na Casa e sobre a
inspiração para abrirmos
iante destes a mente aos novos tempos.
ensinamen- Definiu que este grupo deve
tos do Espí- estar subordinado à Direto-
rito da Verdade, numa mes- ria das Escolas Evangélicas,
ma sintonia de pensamento, solicitou a elaboração de
quatro alunos do 4º ano do uma diretriz que detalhasse
curso de Divulgador e Ex- a atividade e a nomeação de
positor Espírita notaram um orientador que já tivesse
que se fazia necessário usar Roni Lopes, Cintia Geraldini, Rita Maldonado e concluído o curso do Divul-
da criatividade para fomen- Cynthia Araujo* gador/Expositor. Feito isso,
tar atrativos, estimulando o o grupo foi implantado em
interesse dos jovens, em grande maio- Foi então que encontramos a caráter experimental, devendo ser
ria frequentadores da CEP, na busca seta indicadora de como funciona- avaliado no final do ano.
de auxílio às suas indagações. Geral- lizar esses encontros de jovens como Iniciado o trabalho, expandimos
mente jovens levados por familiares. ferramenta propulsora, estimulando o interesse desses jovens a procurar,
O sentimento de que não pode- o interesse deles para o estudo da além dos nossos encontros domini-
ríamos permanecer passivos a esse Doutrina! cais, encaminhando-os para os varia-
chamado tornou-se um compromis- Submetemos a proposta de cria- dos cursos que a Coligação Espírita
so. Aproveitar a presença desses jo- ção do grupo à aprovação da Dire- Progressista propicia a todos que en-
vens que frequentam a CEP tornou- toria Executiva e, após os pronun- tendem que sem conhecimento não
-se peça fundamental para o esboço ciamentos favoráveis de todos, o se alcança a Reforma Íntima.
do projeto inicial. Presidente externou suas preocupa- Além de incentivar o crescimen-
Escutar o que esses jo- to espiritual fraterno, nos-
vens tinham para dizer foi sos encontros estimulam a
uma valiosa ferramenta busca do conhecimento e
para a elaboração e o de- da doutrina do amor.
senvolvimento desta ideia. É perceptível que atual-
Convidamos esses jovens mente ocorre cada vez mais
da nossa casa para um en- um esvaziamento das casas
contro informal, apenas espíritas de seus frequenta-
para entender o que se pas- dores como um todo, mas
sava, na visão deles, sobre Onde tudo na fatia relativa aos jovens
nossa Doutrina Espírita. começou dessa triste estatística, a

* Coordenadores da Juventude Evangélica Espírita Progressista (JEEP) e Alunos do 4º ano do Curso do Divulgador/
Expositor Espírita.

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Ano 15 • Nº 25
Páscoa Solidária: projetos sociais. Em busca de respostas.

porcentagem é assustadora! Se ana- social e espiritual, é uma escola que discutindo e expondo sempre um
lisarmos as plateias dos centros espí- forma alunos para passar a luz da tema atual e um tema evangélico,
ritas, em geral, a presença de jovens Doutrina Espírita a todos que se inte- usando de todas as redes sociais, es-
é muito reduzida. ressarem. treitando esse contato entre nós.
Foi preciso criar não apenas am- A filosofia da JEEP é direcionar Nosso grupo visa, também, in-
biente, mas condições e estímulos jovens que buscam respostas, diante cluí-los em projetos sociais, tais
de convivência que sejam adequa- das suas provas rotineiras neste nos- como visitas e campanhas de forma
dos ao atual perfil da juventude de so planeta tão conturbado, confuso e a ensinar-lhes a caridade que “põe a
modo geral. Por isso, é fundamen- manipulador, esmagando sem piedade mão na massa” e não só no bolso.
tal enfatizar que o apoio do nosso aqueles irmãos, ainda adormecidos Onde há jovens, há música, tea-
expositor do Curso de Divulgador para as leis divinas. tro, cultura, alegria e descontração.
e Expositor foi bastante motivador. Com o avanço das tecnologias, in- Nós, coordenadores do grupo,
Inspirados pelo Plano Espi- seridos no mundo virtual, tendo total acreditamos que esse caminho que
ritual, talhando as informações facilidade de acesso a todos os tipos de nos dispomos a trilhar será a nossa
passadas pelos trabalhadores já informações, muitas delas desnecessá- contribuição para um planeta me-
desencarnados da nossa casa, para rias, esses jovens se perdem no bombar- lhor e torcemos pela expansão deste
movimentar a ideia de uma juven- deio de mensagens que, na maioria das trabalho.
tude kardecista o mais rápido pos- vezes, nada de bom lhes acrescentam “Educar é semear com sabedo-
sível, ou seja, mexermo-nos mes- para suas vidas, distanciando-os da re- ria e colher com paciência”, Augus-
mo, dando o “start” para um nova alidade de espíritos eternos que somos. to Cury.
forma de acolhimento fraterno, Caminhamos na contramão dessas
focado nos jovens da CEP - JEEP distorcidas informações, usamos dessa Referências
(Juventude Evangélica Espírita mesma tecnologia para alertá-los sobre
Progressista). o aprimoramento da ética e da moral 1. Kardec, Allan. O Evangelho Segun-
A CEP, além de ser uma casa de elevada, passando a eles informações do o Espiritismo, Cap. VI, item 5. Es-
socorro, acolhimento, tratamento preciosas, que pouco são divulgadas, pírito de Verdade. Paris, 1860.

Encontro de novos caminhos. JEEP: um grupo que não para de crescer.

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Ano 15 • Nº 25
Evangelização

Onde Está a Nossa Fé?

Q
uantas vezes nos sentimos Não devemos acreditar numa

Arq. pessoal
impotentes diante das difi- fé pequena, devemos fazer com ela
culdades da vida, por não como o grão da mostarda, plantá-la
podermos controlar nem modificar no terreno da vida para ter, usar e fa-
as situações que nos incomodam. zê-la crescer.
Sempre haverá situações que esca- Vamos semear a fé no solo fértil
pam do nosso alcance. do nosso coração, com a nossa boa
Nesses momentos, nos quais uti- vontade.
lizamos todos os recursos possíveis, Qual a forma que se semeia? Me-
é que devemos colocar nossa fé em diante o exercício da fé, exercitando-
ação, perseverando sem desistir. Ela -a pelo emprego constante.
nos trará a serenidade necessária Como colhemos? Quando a usa-
apoiada na razão e na compreensão mos nos momentos difíceis, auxiliado
da presença de Deus em nossa vida, por Deus, ela vai crescendo ao pon-
na certeza do seu amparo amoroso. to de conseguirmos transportar os
A função da fé é nos fornecer montes que barram nosso caminho
energia para superar as dificuldades. Maria Regina Belline e impedem nossa evolução, montes
Ela está dentro de nós, é uma elabo- Dirigente do 4º ano do Curso de esses que trazemos dentro de nós: o
ração pessoal, é a luz que exalta nos- Educação Mediúnica Espírita da egoísmo, o orgulho, a vaidade, a in-
so coração. Coligação Espírita Progressista veja, o ciúmes, a ira.... Para que ela
Segundo Kardec: “Fé é a con- e aluna do 4º ano do Curso do amadureça é necessário um trabalho
fiança que se deposita na realização Divulgador/Expositor Espírita. constante de autoconhecimento e re-
de determinada coisa, a certeza de forma íntima e para que ela cresça é
atingir um objetivo. Nesse caso, ela nalidade. Conseguir a fé é alcançar preciso regá-la diariamente pela prá-
confere uma espécie de lucidez, que a possibilidade de não mais dizer ‘eu tica do bem e pelas leis do amor.
faz antever pelo pensamento os fins creio’, mas afirmar ‘eu sei’. Essa fé Joanna de Ângelis afirma: “Que
que se tem em vista e os meios de não pode estagnar em nenhuma cir- a fé é a flama divina que aquece o
atingi-lo, de maneira que aquele que cunstância da vida e saber trabalhar espírito e dá-lhe forças para superar
a possui avança. A fé precisa enfren- sempre intensificando a amplitude de tudo, mágoas, revolta, traições e até
tar a razão, em todas as fases da hu- sua iluminação, pela dor ou pela res- mesmo a morte. A fé é imprescindí-
manidade”.(1) ponsabilidade, pelo esforço do dever vel para a aquisição do equilíbrio. Se
Portanto, ter fé não é apenas crer, cumprido”.(2) tens fé, persevera. A fé é uma neces-
mas sintonizar-se com as leis divinas. Quando Jesus fala para seus discí- sidade imprescindível para a felicida-
A verdadeira fé é a que cresce no co- pulos em Mateus 17:20: “Se tiverdes de, fator essencial para as conquistas
nhecimento e na vivência do Evange- fé como um grão de mostarda direis íntimas nos rumos da evolução”.(4)
lho de Jesus. Sem fé nenhuma virtude a este monte passa daqui para acolá
pode nascer e florescer na consciên- e nada vos será impossível”(3), Jesus Referências
cia dos homens. queria nos ensinar sobre a nossa res-
Emmanuel, em O Consolador, faz ponsabilidade em fazer crescer a fé. 1. Kardec, Allan. Evangelho Segun-
uma distinção entre crer e ter fé: “Ter O grão de mostarda sendo a me- do  o Espiritismo. Lake.
2. Xavier, Francisco Cândido. O Conso-
fé é guardar no coração a luminosa nor semente das hortaliças, quando
lador, pelo espírito Emmanuel. FEB.
certeza de Deus que ultrapassou o plantada, no espaço de um ano se 3. Novo Testamento, Mateus 17:20
âmbito da crença religiosa fazendo o transforma num arbusto com cerca 4. Franco, Divaldo Pereira. Rumos Li-
coração repousar numa energia cons- de 2 a 3 metros e suas folhas servem bertadores pelo espírito Joanna de
tante de realização divina da perso- de alimento. Ângelis. Editora Leal.

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Ano 15 • Nº 25
Ponto de Vista

Atentados
Visão Psicológica e Espiritual

A o longo do desenvol- zador encarnado experiente aliado a

Arq. pessoal
vimento da Terra e obsessores desencarnados ...
da Humanidade, te- Tudo pronto! Terreno fértil para se
mos visto muitas guerras, desaven- conseguir um homem/mulher bomba
ças, perseguições, martírios e crimes. que executará o serviço, explodindo a
Nos tempos atuais, deparamo- si próprio e a dezenas de outras pes-
-nos com uma série de atentados, soas. Ou um indivíduo que executará
quando seres humanos fanáticos ti- assassinato em massa e se suicidará.
ram a vida de outros seres humanos, A reencarnação permite que faça-
e de si próprios, usando a bandeira mos resgates de dívidas individuais.
de Deus. Ou simplesmente por discri- Porém, temos também o resgate de
minação racial, de cor, posição finan- dívidas coletivas.
ceira ou orientação sexual. Isso pode nos esclarecer porque
Ficamos boquiabertos e estarre- vemos tantos atentados em certos
cidos, a cada novo atentado. Pensa- locais e tantas guerras em certas re­
giões (França, EUA, Oriente Médio).
mos: “São loucos tirando a vida de
Com certeza, são irmãos que já
seres inocentes. Que barbárie!”
se defrontaram em outras épocas, e
Uns dizem: “São loucos”. Ou-
Maryléa Fátima Lessa Ortiz voltam agora para o ajuste de contas.
tros: “Fanáticos, lunáticos”.
Psicóloga e Expositora do Curso Atualmente a Terra vem se preparan-
São tudo isso, sim. Mas preci-
Básico e de Educação Mediúnica do para deixar de ser mundo de provas
samos entender porque isso ocorre.
Espírita da CEP. e expiações para se tornar um mundo
Não para justificar, mas para com-
de regeneração. Com isso, nestes tem-
preender, e para que isso não nos Porém, como somos dotados do pos, novas oportunidades de resgate
desperte ira, ódio e espírito de vin- livre-arbítrio e trazemos mazelas gra- estão sendo dadas a muitos espíritos,
gança. Que, na realidade, de alguma vadas em nosso espírito, nem sempre para que se regenerem e continuem a
forma, nos aproximaria deles, tor- conseguimos e fazemos as mesmas fazer parte deste mundo.
nando-nos iguais. escolhas anteriores, mantendo e ali- Então vem a pergunta: Isso é des-
Sabemos, pelos ensinamentos que mentando os mesmos sentimentos tino, carma, não dá para mudar?
nos foram trazidos por vários auto- que nos moveram no passado. Podemos e devemos mudar, sim.
res da literatura espírita, que é pela Ao nascermos, trazemos conosco Como?
reencarnação que nos desenvolve- toda uma carga genética que define Trabalhando nossa reforma ínti-
mos em atributos intelectuais e mo- nossas características físicas e psi- ma, desenvolvendo o amor, ou, pelo
rais. E que todos nós somos espíritos cológicas. Dependendo dela, nosso menos, não alimentando o ódio.
eternos, encarnados para continuar cérebro poderá se desenvolver com Entendendo que somos todos
nossa evolução. disfunções nas sinapses nervosas. iguais, independendo de nossa raça,
Sendo espíritos eternos e já tendo Disfunções estas que geram patolo- religião, cor, sexo, orientação sexual
reencarnado diversas vezes, por cer- gias, onde a agressividade, o instinto e posição financeiro-social.
to, ao longo dessas reencarnações, destruidor, a animalidade ficam exa- Orientando, educando e acompa-
criamos desafetos e inimigos, que, em cerbados. nhando nossos filhos e jovens. Aju-
muitos momentos, são colocados em Se juntarmos a isso uma mente jo- dando-os a desenvolver valores éti-
nosso caminho, compulsória ou pla- vem acrítica e suscetível a sugestões, cos e morais.
nejadamente, para que possamos nos desamor, falta de educação, família E, principalmente, compreenden-
acertar e resolver nossas dificuldades, desestruturada, falta de tratamento do que quando daqui nos formos, só
desenvolvendo o entendimento e o medicamentoso e psicológico, falta levaremos conosco o bem ou o mal
amor entre nós. de orientação; além de um hipnoti- que praticamos.

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Ano 15 • Nº 25
Centro de Estudos

Pesquisa Bibliográfica

A notícia do uso da me- à sua área, deve utilizar a metodolo-

Divulgação
todologia científica gia científica já disponível.
como ferramenta de A literatura espírita é muito ex-
elaboração dos trabalhos a serem tensa, mas suas obras, com poucas
apresentados pelos frequentadores exceções, não divulgam conteúdo de
do centro de estudos da CEP provo- cunho genuinamente científico. Ge-
cou interesse e curiosidade por parte ralmente são trabalhos que expõem
de trabalhadores, alunos e simpati- comentários e opiniões, divulgam
zantes de nossa instituição. contos, histórias e romances, eluci-
Este artigo tem por objetivo o dam passagens evangélicas e tentam
esclarecimento do assunto, expondo explicações doutrinárias sem o devi-
em linhas gerais e sintéticas as razões do embasamento científico ou filosó-
dessa decisão e em que consiste essa fico. Ou seja, são obras elaboradas de
prática. forma empírica sem o uso da meto-
Antes de tudo, vamos esclarecer dologia científica.
o significado dos termos utilizados A CEP, através de seu centro de
neste artigo: estudos, sempre buscou a elaboração
Método é um conjunto de proce- de seus trabalhos de forma científi-
dimentos, dispostos de forma orde- Rubens de Freitas ca, usando a metodologia adequada.
nada e lógica, podendo ser repetidos Presidente da Coligação Espírita Contudo, o desconhecimento dessa
para alcançar um determinado obje- Progressista, Expositor e Coordenador metodologia, por parte de muitos
tivo, seja ele material ou conceitual. do Centro de Estudos. de seus frequentadores, provocou a
Simplificando essa definição: método necessidade de se elaborar um traba-
é um caminho para se atingir a deter- balho minucioso de investigação em lho por meio do qual são expostos os
minado objetivo. busca de determinado conhecimento. conceitos básicos de conhecimento,
Método científico é aquele que se É a revisão da literatura existente so- tipos de conhecimento, métodos de
utiliza de um conjunto de procedi- bre determinado assunto, realizada construção do conhecimento e pes-
mentos sistemáticos e racionais, com em livros, revistas, artigos de jornais, quisa bibliográfica. Esse trabalho já
a finalidade de se adquirir conheci- sites da Internet e outras fontes. foi concluído, apresentado e distri-
mento válido e verdadeiro. A CEP adota a pesquisa bibliográ- buído a todos os frequentadores do
Metodologia é o conjunto dos fica com a finalidade de construir co- centro de estudos.
procedimentos e regras utilizados nhecimento espírita, aclarar conceitos O conhecimento dessa metodo-
por determinado método. doutrinários e facilitar o entendimen- logia e suas técnicas darão aos pes-
Técnica é o modo de realizar uma to da revelação kardecista com textos quisadores do centro de estudos as
atividade ou uma operação da forma cientificamente elaborados. condições necessárias e suficientes
mais hábil, mais perfeita. A pesquisa bibliográfica, com para elaborarem textos de qualidade
Pesquisa é um conjunto de ativi- seus métodos e suas técnicas, é uma e, consequentemente, úteis ao movi-
dades que objetiva o descobrimento metodologia já desenvolvida pela mento de divulgação e ensino do es-
de novos conhecimentos em qual- ciên­cia e é largamente utilizada como piritismo.
quer área do saber humano. Existem ferramenta de construção do conhe- Para tanto, deverão dominar as
muitos tipos de pesquisa, cada um cimento nas várias áreas do saber técnicas envolvidas nessa metodolo-
deles com seus métodos e técnicas humano. gia: escolher tema, elaborar plano,
adequadas aos seus propósitos. O Espiritismo, como ciência na pesquisar fontes, ler, compilar dados
Pesquisa bibliográfica é um tra- construção do conhecimento relativo das fontes, fichar fontes, analisar e in-

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Ano 15 • Nº 25
terpretar material obtido, estruturar Ler corretamente significa dialo- além da apreciação do sentido e do
e apresentar trabalho. gar com o autor. É penetrar o con- valor do conteúdo.
Escolher um tema significa bus- teúdo de seu pensamento. É compre- E, por fim, a estrutura e apresen-
car um assunto que mereça ser inves- ender e interpretar sua mensagem. É tação do trabalho onde deve ser se-
tigado cientificamente, tendo condi- decifrar o sentido oculto que o autor guida a estrutura padrão da ABNT:
ções de ser formulado e delimitado quis revelar. É abstrair sobre o mes- elementos pré-textuais, elementos
em função da pesquisa. Na CEP, os mo: tirar conclusões, ilações, desen- textuais e elementos pós-textuais.
temas são previamente estabelecidos volver conceitos sobre o assunto. Em Assim como as demais áreas de
pelo Coordenador do Centro de Es- resumo, é ampliar o conhecimento estudo, o espiritismo também deve
tudos. sobre o tema lido. evitar opiniões sem embasamento
Elaborar um plano de pesquisa, Para Paulino et al. (2001, p. 11)(1), doutrinário e buscar o conhecimento
além da escolha do tema, envolve o termo “ler” vem do latim legere e e explicações dentro das obras exis-
uma introdução em que se justifica em sua origem encontram-se três sig- tentes. Em outras palavras, a adoção
o trabalho, sua finalidade, contri- nificados: da metodologia científica para a ela-
buições que possam oferecer à so- “... primeiro, ler significa sole- boração de textos espíritas, na CEP,
ciedade; envolve o desenvolvimento trar, agrupar as letras em sílabas; contribui para:
do tema, no qual se explica, discute segundo, ler está relacionado ao ato -  Despertar o interesse pela pesqui-
e demonstra a lógica do assunto e de colher, a leitura passa a ser a bus- sa e o desenvolvimento de uma
envolve também a conclusão, que é ca de sentidos no interior do texto, maneira eficiente de raciocinar
o resumo completo, em forma sinté- nessa concepção os sentidos vivem criticamente;
tica, da argumentação elaborada no no texto, basta que eles sejam retira- -  Habilitar os alunos para uma lei-
desenvolvimento. dos, colhidos como uvas no vinhedo; tura crítica da realidade e a con-
A pesquisa de fontes consiste na e, terceiro e último sentido apontado sequente produção de conheci-
determinação do estado da arte, ou vincula o ler ao roubar, isto é, o leitor mento;
seja, a verificação do que já foi de- tem a possibilidade de tirar do texto -  Dar os instrumentos adequados e
senvolvido e realizado por outros. É sentidos que estavam ocultos, o leitor necessários para a realização dos
a busca realizada em livros, revistas, cria até significados que, em princí- trabalhos de pesquisa e,
jornais, artigos científicos, sítios da pio, não tinha autorização para cons- -  Dar oportunidade aos alunos de
internet, etc. truir. Nesta última acepção, o sentido assumirem uma postura crítica e
A leitura é a ferramenta principal nasce das vontades do leitor – o autor científica, que os habilite à produ-
da pesquisa bibliográfica, mas não escreve o texto, mas quem lhe confere ção de textos de qualidade, úteis
consiste apenas em decifrar as letras vida é o leitor.” para o desenvolvimento e o ensi-
na construção das palavras e das fra- A compilação, por sua vez, é a no da doutrina espírita.
ses. Para isso existem as técnicas de reunião sistemática de todo o mate- A produção de textos doutriná-
leitura. rial obtido com a pesquisa das fontes rios não se destina apenas ao apri-
O conhecimento dessas técnicas disponíveis. moramento intelectual do autor,
garante ao pesquisador um estudo O fichamento, por outro lado, mas, além disso, deve ter por finali-
mais eficiente de qualquer assunto. consiste na confecção de fichas con- dade principal a produção de conhe-
Quando a leitura é feita sem a devida tendo todos os dados da fonte de cimento doutrinário que beneficie os
técnica, o pesquisador fracassa em referência. Os dados selecionados adeptos do espiritismo.
seus objetivos. devem ser transcritos com o máximo É por intermédio do estudo
A leitura é o alicerce fundamental de cautela e precisão, anotando-se científico da doutrina espírita e a
de toda a produção científica e, quan- os capítulos e as páginas onde estão divulgação de seus resultados que
do corretamente efetuada, possibilita localizados. A ficha é um instrumen- os adeptos do espiritismo poderão
o desenvolvimento do estilo próprio, to de fácil confecção e manipulação. avançar no conhecimento doutriná-
amplia o conhecimento sobre o as- Pode ser feita em papel ou no com- rio e, desta forma, contribuir de ma-
sunto lido, modifica comportamen- putador. Facilita o ordenamento neira mais eficiente e menos subje-
tos e amplia os recursos de redação. dos assuntos e a seleção dos mesmos tiva com o movimento de expansão
Ela é uma das principais manei- quando necessários. O fichamento é do Kardecismo.
ras de o ser humano obter informa- essencial e indispensável no processo
ção e conhecimento. Ela é capaz de de pesquisa bibliográfica. Referências
colocá-lo em contato com um vasto A análise e a interpretação do ma-
mundo de conhecimentos, obtendo terial obtido consistem na crítica dos 1. Paulino, Graça et al. Tipos de tex-
as informações necessárias sobre textos que se obteve com a pesquisa, to, modos de leitura. Belo Hori-
qualquer assunto e área do saber. sua autenticidade, sua proveniência, zonte: Formato, 2001.

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Ano 15 • Nº 25
Coligados

Frutos que Dão Frutos

E
Por Ana Paula Montealbano Honda

spiritismo é Ciência, Fi- faz tão necessária, alguns trabalha- enriquecendo assim o desenvolvi-
losofia e Religião que nos dores de outros centros espíritas ado- mento moral e mediúnico dos cola-
conduz à regeneração, na taram o uso dos livros do Professor boradores das Casas.
qual é imprescindível a evolução do Rino Curti em seus cursos, e torna- O coligado Fábio Nunes Ribeiro,
ser e o progresso moral do indivíduo. ram-se coligados da CEP. do Centro Espírita Sociedade A Ca-
É uma Doutrina que oferece a Tais idealizadores perceberam minho da Luz de Ibaiti (PR), relata
oportunidade de entender-se melhor a importância de um curso em que que aprofundou seu conhecimento
por meio de uma formação moral seus alunos pudessem conhecer me- da Doutrina no curso de médiuns
baseada no Evangelho e que ilumina lhor a Doutrina Espírita, compreen- elaborado pelo Professor Rino Cur-
a educação, revelando amplos hori- dendo a dinâmica da mediunidade e ti, no centro espírita Fé em Deus na
zontes e possibilitando o conheci- da exteriorização dos nossos pensa- cidade de Osasco, tendo Rubens de
mento e reflexões que envolvem a Lei mentos, que presidem ao nosso com- Freitas como professor.
Natural que rege o Universo. Visan- portamento e à nossa vida comum a Após o curso de médiuns, Fá-
do propagar a reforma íntima que se todo instante, em qualquer situação, bio concluiu também o de exposi-
tor, além de trabalhar na câmara de
passes e na desobsessão. Ele declara
que, ao centro Fé em Deus de Osasco
e aos seus colaboradores, deve toda
sua formação espírita, pois foi lá que
iniciou seu caminho dentro do Espiri-
tismo. A partir daí seguiu plantando
frutos, que deram frutos, conforme
conta o coligado: “Com a supervisão
do Professor Rubens de Freitas, leva-
mos o curso para a cidade de Assis,
São Paulo, onde tive o privilégio de
trabalhar como dirigente do colegia-
do. Depois levamos para a cidade de
Bandeirantes, no norte do Paraná,
Fábio Nunes Hércules de Moura próxima da cidade de Assis, onde
Ribeiro, Centro Pereira e Allan passei a frequentar o Centro Espíri-
Espírita Sociedade A Cardech Lemos, ta Caibar, no qual implantamos os
Caminho da Luz (PR). Centro Espírita moldes do trabalho de Osasco e onde
Allan Kardec de ministrei para minha primeira turma
Paracambi (RJ). do curso de médiuns, utilizando os
livros do Professor Rino”.
Fábio também iniciou esse curso
básico de médiuns na cidade de Ibaiti
(PR), onde vive atualmente, e ressal-
ta que o professor Rubens de Freitas
foi o grande precursor dessa jornada.

Aperfeiçoamento Moral
Simone Koroviski
Anselmo, Sociedade Isley Silva, Casa dos
Irmãos Samaritanos de A implementação dos cursos
Espírita Allan Kardec –
Osasco (SP). contribui visivelmente para ensinar
APAE de Figueira (PR).

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Ano 15 • Nº 25
a entender a vida e os processos em vários aspectos. Os alunos que se questionamentos inteligentes e árduo
que nos possibilitam uma existência encontram longe da escola há muito comprometimento.
mais feliz e bem aproveitada, con- tempo, por exemplo, têm dificulda- Já no campo mediúnico, o desen-
forme podemos notar no seguinte des de assimilação, portanto, cabe ao volvimento é gradativo, respeitando
depoimento de Hércules de Moura expositor transformar a linguagem as possibilidades individuais, o que
Pereira e de Allan Cardech Lemos, técnica em algo de fácil acesso para é perfeitamente normal segundo a
do Centro Espírita Allan Kardec de ser entendida, despertando a curiosi- própria Doutrina. Cada um tem o
Paracambi (RJ): “Contando com a dade para as próximas etapas. seu tempo e pode-se comparar essa
orientação da CEP, do Sr. Rubens, Há também questões de cons- evolução com o germinar de uma se-
o curso de Educação Mediúnica cientização com relação ao respeito mente plantada e que ainda se desen-
foi implementado na Casa. A Co- ao horário de aula, a necessidade de volverá ao longo da vida de cada um,
ligação deu todo o suporte duran- responder aos questionários, distri- por meio do trabalho.
te o curso, tanto nas orientações a buição de tarefas, assiduidade, com- A atual presidente da Sociedade
distância durante o seu desenvolvi- prometimento, participação e intera- Espírita Allan Kardec – APAE de Fi-
mento, quanto nas visitas realizadas ção dos frequentadores. gueira (PR), Simone Koroviski An-
ao Centro, promovendo palestras e selmo, destaca o fato de o interesse
treinamentos”. Juntos, Allan e Hér- Em busca da Evolução dos alunos ter aumentado durante o
cules foram os responsáveis pelo decorrer do curso, pois a forma como
planejamento e exposição dos cur- Vale lembrar que essa iniciativa ele está proposto o torna prazeroso e
sos do Professor Rino na Casa. por parte desses coligados tem ca- de fácil entendimento.
Os livros que embasam o estudo ráter valioso e incentivador. Prova “Trata-se de um curso que pro-
são essenciais no desenvolvimento disso é o inevitável progresso espiri- move a reflexão constante de nossas
educacional e no auxílio do aprendi- tual, moral e intelectual daqueles que ações e a pesquisa séria para melhor
zado e evolução dos alunos. perseveram até o final do curso, com entendimento da Doutrina Espírita.
O curso tem engajamento na seu esforço em superar as dificulda- A ideia de se trabalhar a reforma ínti-
causa por um estudo mais profundo des que surgem no caminho, como a ma concomitantemente com as ques-
e atualizado do Espiritismo e uma falta de tempo para estudar e recapi- tões históricas e doutrinárias é uma
das características mais importantes, tular o conteúdo em casa. Para esse das motivações do curso”, finaliza
ressaltada por eles, são os treinamen- tipo de deficiência de conhecimento Simone.
tos que a CEP realiza com os alunos e instrução dos alunos, os exposito- Outro agente motivador é sobre
para a prática dos ensinamentos re- res contribuem fraternalmente para cada um refletir em suas atitudes e
cebidos, que propiciam também um o total esclarecimento dos assuntos, realizações pessoais, isso ajuda o in-
desenvolvimento intelectual e prático e a tecnologia atual favorece a expli- divíduo a manter uma sintonia espi-
da habilidade mediúnica de cada um cação, utilizando algum material ou ritual mais elevada e equilibrada, o
em sua caminhada cristã, em todas complemento didático. que influencia diretamente nos acon-
as circunstâncias da vida. Conforme relata Isley Silva, fre- tecimentos diários de suas vidas.
O médium e instrutor do curso quentador e trabalhador da Casa dos Os alunos estão cientes de que o
básico sobre Espiritismo do Cen- Irmãos Samaritanos de Osasco (SP), foco central do curso é a responsabi-
tro Espírita Sociedade A Caminho esse modelo de curso já é vitorioso: lidade do trabalho sincero, e o auxí-
da Luz, Fábio Nunes Ribeiro, vol- “Como é sabido, o Professor Rino lio ao próximo, por meio da prática
ta a evidenciar essa questão: “Além Curti era um homem estudioso, sá- da verdadeira caridade.
de promover a reforma íntima, com bio, com um conhecimento peculiar e Sobre essa doação amorosa e
bom conteúdo e ser fiel aos preceitos seus livros exigem grande concentra- infinita, o expositor Fábio Nunes
espíritas codificados por Kardec, o ção e preparo para o entendimento Ribeiro do Centro Sociedade A
curso possibilita a compreensão de dos temas abordados. Porém, as difi- Caminho da Luz (PR) afirma que
que vivemos em uma grande escola culdades se transformam em inspira- o grande poder atrativo do curso,
e que o porvir depende do que cada ção para o estudo e a pesquisa, con- pelos livros do Professor Rino, é o
um plantará para o seu futuro”. siderando também que o Espiritismo descortinar das respostas sobre as
E como em todo trabalho sério exige de seus adeptos o estudo inin- questões existenciais, pela certe-
e que visa a resultados positivos, os terrupto e dedicação redobrada”. za de que Deus, nosso pai, age por
expositores coligados também en- Isley, que coordena o trabalho de Leis Naturais justas e sábias, dando
frentam alguns desafios. Fábio deixa psicografia da Casa, trabalha na sala a cada um a oportunidade de reco-
claro que, primeiramente, o exposi- de tratamento espiritual e é exposi- meço, não julgando, mas mostrando
tor deve estar convicto da sua mis- tor, avalia positivamente o interesse que a nossa vida é regida por aquilo
são, pois lida com pessoas distintas dos alunos, que sempre apresentam que fazemos dela a cada dia.

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Ano 15 • Nº 25
Por Dentro da CEP

Biblioteca
Fonte de Amor e Sabedoria

Q
Sonia Maria Morales Teixeira1 • Marlene de Moraes Albuquerque2

uando fomos pedindo orientação na escolha

Divulgação
convidadas a de um bom romance ou sim-
escrever sobre plesmente tomando um cafezi-
a Biblioteca, perguntamos: nho. A Biblioteca é uma fonte
“o que dizer?”. Lembramos inesgotável de divulgação da
que em 18/10/2001 ela foi Doutrina Espírita.
inaugurada pela querida Não podemos deixar de
amiga e trabalhadora da mencionar nossas fiéis colabo-
Casa, Palmira Salomão Ca- radoras, voluntárias que não
marano, apoiada pelo Pro- doam somente seu trabalho,
fessor Aleixo Francisco da mas também seu tempo e sua
Piedade Carvalho e com a aprovação Sonia Teixeira (à esq.), Olivia dedicação: Célia Aparecida O. Souza,
do então Presidente da CEP, Profes- Moreira, Maria de Lourdes Moura, Flavia H. Felizola, Luciana F. Andra-
sor Rino Curti. Flavia Felizola, Célia Souza, Luciana de, Maria de Lourdes Moura, Marle-
A princípio era uma biblioteca bas- ne M. Albuquerque, Olivia Aparecida
Andrade e Marlene Albuquerque.
tante tímida, com 151 livros doados do S. N. Moreira.
próprio acervo de seus idealizadores. nua mantendo-se principalmente com A amizade e união entre suas vo-
Porém, com o decorrer dos anos, gra- as valiosas doações recebidas, em sua luntárias, sob a orientação da Coor-
ças às doações recebidas de seus leito- maioria de livros da Doutrina. Entre- denadora Sonia Maria Morales Tei-
res e amigos, tornou-se expressiva com tanto, como a generosidade dos doa- xeira, demonstra que a Biblioteca não
2.500 títulos, que compõem um acervo dores se estende a livros que não são é só uma porta de entrada para novos
de aproximadamente 3.600 exempla- espíritas, estes são encaminhados a assistidos, mas se trata de uma célula
res, distribuídos entre livros base da “Sebos Parceiros”, onde são revertidos importante nesse coração enorme que
codificação, referências científicas, reli- em caixa para aquisição de material e é a Coligação Espírita Progressista,
giosas, biografias, filosofia, autoajuda, cobertura de gastos com a compra de carinhosamente chamada de CEP.
romances espíritas, literatura infantil livros para renovação de nosso acervo. A cada jornada de trabalho nes-
espírita e textos ditados por nossos ir- Outra ação importante para levan- se ambiente inspirador, temos novas
mãos desencarnados e psicografados tar recursos, foi a execução dos “BRE- oportunidades de crescimento. Somos
por diversos médiuns – aqui damos um CHÓS LITERÁRIOS”. As duas edi- instigadas a nos melhorar pelos desa-
destaque especial a toda obra trazida ções feitas em março e agosto deste ano fios diários. Sabemos que cada livro
pelo querido Francisco Cândido Xa- trouxeram não apenas um significativo traz um mundo próprio em si mesmo
vier, que em conjunto com a de Kardec aporte para a Biblioteca, mas também e poder fazer parte de uma estrutura
balizam e fundamentam os diversos insuflaram ânimo em todos que cola- que amplia o acesso a esse conheci-
cursos oferecidos pela casa. boraram e, principalmente, permitiu mento, nos preenchendo de alegrias e
Em 11/11/2006, no intuito de apri- retribuir à CEP um pouco do que re- responsabilidades, entendendo o pa-
morar seu atendimento, tornamo-nos cebemos em oportunidade de trabalho. pel da Biblioteca como apoio didático
multimídia, sendo inaugurada nossa Mas falar só administrativamente tanto à escola mediúnica e evangélica
Videoteca, contando hoje com 260 tí- da Biblioteca não é muito justo, pois quanto às demais atividades desenvol-
tulos, entre filmes, palestras e áudios. ela é “Puro Coração”. Seus frequenta- vidas na CEP.
Passando, a partir dessa data, a cha- dores, nossos amigos, são pessoas que “Amor e Sabedoria são as asas
mar-se “Biblioteca e Videoteca Circu- querem complementar o tratamen- com que faremos nosso voo definitivo,
lante Célia Braga Fontes”, em home- to recebido na assistência espiritual, no rumo da perfeita comunhão com o
nagem a uma das fundadoras da casa. retirando na Biblioteca um livro que Pai Celestial.” (André Luiz – Nos Do-
Atualmente, a Biblioteca conti- lhes dê alento, conversando conosco, mínios da Mediunidade).

1. Coordenadora da Biblioteca e Videoteca Circulante “Célia Braga Fontes” e Aluna do 4º ano do Curso do Divulgador/
Expositor Espírita da CEP.
2. Voluntária da Biblioteca e Videoteca Circulante “Célia Braga Fontes” e Dirigente do 4º ano do Curso Evangélico da CEP.

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Ano 15 • Nº 25
Dica do leitor

Francisco de Assis Ricardo Melhado*

Trago a vocês minha sugestão de leitura. Trata-se do livro: Francisco de Assis, pelo Espírito Mira-
mez, por João Nunes Maia.
Essa bela obra trata de duas encarnações desse grande espírito que faz parte da constelação sublime
dos colaboradores mais próximos a Jesus.
Como um dos doze discípulos do Mestre e também na sua encarnação na cidade de Assis no século
XII, Francisco foi um homem à frente de seu tempo. Essa alma iluminada nos deu exemplos do amor
que envolve todos os seres da Criação Divina, exemplificou a caridade e a humildade como poucos na
história humana.
Na obra, são detalhados fatos até então desconhecidos da missão de Francisco de Assis e, além
disso, são descritos e analisados fatos históricos, como as Cruzadas e a Inquisição, à luz da doutrina
que abraçamos.
Portanto, recomendo a todos os amigos a  leitura desse exemplar que abre novas áreas de conhecimento a nosso intelecto e traz
exemplificações nobilíssimas à busca de nossa reforma moral.
Francisco de Assis, de João Nunes Maia pelo espírito Miramez. Editora Fonte Viva.
Boa leitura!

* Aluno do 3° Ano do Curso de Educação Mediúnica Espírita, Coordenador da Livraria e trabalhador da


Assistência Espiritual da CEP. Dirigente do Segundo Ano do Curso de Educação Mediúnica na CEP.

Estante Espírita

Crianças Médiuns Conviver e Melhorar Obsessão e Cura

Na casa antiga que parecia “mal as- Para aprender a lidar melhor com Um livro que esclarece todos os mistérios
sombrada” em Hydesville, nos Estados nossos familiares, colegas de trabalho, acerca do tema e dos fatores obsessivos, Ob-
Unidos, aconteceu a surpreendente co- vizinhos, nos diversos ambientes em sessão e Cura, de Rubens de Freitas, disserta
municação entre as irmãs Fox e o Espírito que vivemos, temos belíssimos livros es- sobre todo o processo do desenvolvimento de
Charles. Essa história, que correu o mun- píritas e tratados de psicologia, que nos uma obsessão, seus tipos e causas variadas.
do em 1857, dá início aos estudos de Allan inspiram cotidianamente. Nele, o autor explica como os espíritos
Kardec na codificação do Espiritismo. Mas a proposta de Conviver e Me- podem entrar em sintonia com os nossos
Charles, um ex-vendedor de joias, é lhorar vai muito além disso. O autor, pensamentos, influenciando nossas vidas, e
assassinado depois de tentar cobrar uma guiado pelos espíritos Lourdes Ca- mostra a importância e a necessidade da vi-
dívida. Até que depois de muito tentar, therine e Batuíra, dois trabalhadores gilância para o fortalecimento espiritual.
seu espírito consegue se comunicar com incansáveis do Cristianismo Redivivo Rubens de Freitas relata, ainda, sobre a
Margareth e Kate Fox, e conta sua his- e da conquista da elevação espiritual, preocupação constante que os trabalhadores
tória para toda a família. A partir daí, leva-nos a refletir como ter um bom re- devem ter mediante o esforço contínuo no es-
Charles consegue então se libertar e lacionamento com nós mesmos. tudo da Doutrina, no servir e progredir sem-
muda completamente sua vida. Para isso, exemplifica diversos casos pre, no comprometimento e responsabilidade
O livro, divertidamente adaptado de trabalhadores e frequentadores em do trabalho, a fim de que se evitem práticas
por Luis Hu Rivas, conta com humor e situações que podem ocorrer em todo equivocadas de outras crenças espiritualistas.
suspense, que as crianças simplesmente e qualquer centro espírita, a fim de que O livro aborda também o conceito de
adoram, como surgiram os fenômenos de possamos entender melhor a vida den- mediunidade como tarefa e trata questões
Hydesville e das irmãs médiuns Fox. tro e fora de nós. como terapia, conscientização e orientação
Ótima dica para presentear nossas Conviver e Melhorar, Como lidar do papel do Espiritismo como tratamento
crianças! com os encontros, reencontros e desen- espiritual e cura.
Crianças Médiuns, A historinha que contros, de Francisco do Espírito Santo Obsessão e Cura, de Rubens de Freitas.
deu início ao Espiritismo, de Luis Hu Ri- Neto, pelos espíritos Lourdes Catherine Editora Panorama. Disponível na Livraria
vas. Editora Boa Nova. e Batuíra. Editora Boa Nova. da CEP.

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Ano 15 • Nº 25
Aconteceu na CEP

2º Brechó Literário Divulgador: Trabalhos de Conclusão de Curso

Mais uma vez, É, realmente,


graças à participação gratificante ver os
dos frequentadores e alunos do curso do
ao comprometimen- Divulgador/Expo-
to dos trabalhadores, sitor Espírita pra-
tivemos um excelente ticando o Evange-
resultado. lho dentro e fora
Estendemos de 3 da CEP.
para 4 dias e, graças a doações, quase dobramos a quan- Falando espe-
tidade de livros e apostilas oferecidas. Foram 466, contra cificamente da turma que se formará este ano, temos,
266 da 1ª edição. dentre os 14 alunos: um dirigente de classe, quatro expo-
Em termos comerciais, o faturamento foi 36% maior sitores, sete que já escreveram artigos em revista espírita
do que no evento realizado em março. Tínhamos receio, e oito que palestraram. Se você somou os números, pode
por ser a segunda edição no mesmo ano, mas a iniciati- ter concluído que alguns desempenharam mais de uma
va e o esforço foram bem recompensados. E, como na atividade. Acertou! E deve achar que alguns deles talvez
edição passada, a dobradinha com a Cantina foi muito não estejam representados. Acertou, de novo! No entan-
importante. O ambiente, mais movimentado, ficou mais to, todos tiveram, durante o curso, várias aulas teóricas,
aconchegante, segundo comentários de vários visitantes. dinâmicas e atividades de pesquisa, elaboração e apre-
Na seção Por Dentro da CEP, Sonia e Marlene dis- sentação de trabalhos (sendo avaliados pelos colegas),
correm mais sobre esta iniciativa da Biblioteca e Videote- que lhes garantem a bagagem que têm posto em prática
ca Célia Braga Fontes. de outras formas, já que as oportunidades de divulgar e
Agradecemos o apoio e a participação de todos. exemplificar o evangelho estão em todo lugar.
Para uma turma que começou meio travada (há um
vídeo da primeira aula) e assistindo a dicas da psicóloga
Arte na CEP Agnes Bogoni sobre como se desinibir e falar em públi-
Nos últimos anos, co, constatamos uma evolução, que pode ser comprova-
temos dado ênfase da pelas gravações de suas mais recentes apresentações e
especial às artes no pelos companheiros que assistem às suas palestras, leem
meio espírita. seus artigos ou assistem às suas aulas. Fazem, sabendo
Contamos com como fazer e por que fazer.
amigos que nos pres-
tigiam há muito tem- Prata da Casa
po, como o Vansan, na música, e a Valdelice Salum, na
pintura mediúnica, mas, também, com novos amigos. Nas outras notas,
Tivemos três apresentações de dança, voltadas à es- falamos das palestras
piritualidade: primeiro, a Dança Circular, com a Mônica feitas por alunos, dos
Carvalho, da Comunidade Dedo Verde e frequentadores eventos artísticos, que
da CEP, depois o Paulo Cézar da Silva, no 1º Sarau, e a encheram nossos olhos,
terceira no encerramento da Assistência Social, com as ouvidos e corações, e
crianças do Grupo Graça e Luz. dos palestrantes convi-
Assistimos, também, à apresentação de duas peças dados, que nos deram o
teatrais ligadas a temas espíritas com o Grupo CativAr- prazer de sua presença,
te (veja artigo nesta edição) e teremos, ainda este ano, o bem como de visitantes que os assistiram.
Grupo de Teatro do Centro Espírita Irmão X. Agora falamos de nossa prata da casa, que consolida
Voltando à música, assistimos ao Grupo Vocal Reen- a educação aqui recebida, mostrando que o estudo deve
contro, com o José Rubens, ex-aluno da CEP que retorna ir além dos capítulos dos cursos. Não podemos conside-
com a Vanilda e a Vivi entoando músicas que nos elevam rar que a totalidade da doutrina esteja contida na junção
o espírito. Muito gentis, apresentaram até a música “San- dos cinco cursos disponíveis, pois, por ser evolutiva, mais
ta Casa Santa”, atendendo a pedidos, mesmo não tendo e mais revelações nos chegam por diversos meios.
sido ensaiada. As palestras vêm complementar os temas com dados
Andrea Bien, soprano, surpreendeu com a potência atuais, por mais batidos que possam ser considerados à
de sua voz afinadíssima. Allan Vilches, tenor, apresentou primeira vista.
várias canções com o coral formado pelos presentes e Assim, tivemos, nos últimos dois anos, a presença
convidou um trabalhador da casa para um dueto ines- do Mario Mas, Teresa Pimentel, Rinaldo Montealbano,
perado. Paula Zamp apresentou detalhes interessantes Carla Freitas, Gilberto Simões, Cleuza Medina, Iracema
e curiosos de sua viagem a Jerusalém, intercalados com Brunetti e Jean Bonnemasou, com algumas dessas pales-
músicas inspiradoras. tras disponíveis em nosso canal do YouTube.

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Ano 15 • Nº 25
Reunião Geral Dança das Cadeiras

O Presidente da Temos registros de


CEP, Rubens de Frei- que, pelo menos desde
tas, convidou a todos 2009, apesar da manu-
os frequentadores, tenção periódica, por
trabalhadores, ami- problema de projeto,
gos e simpatizantes nossa cadeira odonto-
da Coligação, para lógica apresentava va-
participar de uma zamento de óleo.
reunião que aconteceu na tarde do dia 11 de Setembro. Os equipamentos eram de boa qualidade, no entanto,
O intuito do encontro foi prestar contas do que tem o desgaste natural obrigava, por exemplo, que o próprio
sido realizado na casa e apresentar os planos para as pró- paciente segurasse a iluminação para que os serviços fos-
ximas ações. sem executados em sua boca, como nos conta a respon-
O presidente declarou que por intermédio de todos sável, Iracema Brunetti.
os projetos sociais e eventos da casa, está sendo possí- Eis que outra trabalhadora, Teresa Pimentel, decidiu
vel sobreviver dentro das dificuldades que surgiram. Ele trocar a cadeira odontológica de seu consultório. Com a
também informou que a Coligação recebe um significan- autorização do diretor da área, Rinaldo Montealbano,
te auxílio do Rotary São Paulo Independência. verificou-se a viabilidade da substituição da cadeira da
Outro assunto em pauta foi a apresentação da situa- CEP pela dela.
ção após a queda do muro nos fundos da CEP, bem como O Instituto Martinelli, que montou nosso consultório
as fotos daquele local e os números sobre a reconstrução. e ao qual prestamos contas, diante da situação apresen-
Ficou esclarecido também que até o mês de agosto, os tada, mostrou-se favorável à substituição.
ganhos e arrecadações correram conforme o previsto. Faltava, agora, dar um destino digno àquele equipa-
Rubens reforçou ainda a filosofia e o objetivo da CEP, mento que tanto nos foi útil nesses anos.
que é a de educar e acolher os desamparados, ajudando- Sendo responsável, também, pelo atendimento
-os a solucionar seus problemas, instruindo e fornecendo odontológico na Paróquia Nossa Senhora das Mercês,
conhecimento. aqui do bairro, Iracema informou ao Frei Lisâneos (ver
Atualmente a CEP conta com 209 alunos e 153 sócios. nota abaixo) a disponibilidade da cadeira para o aten-
O presidente incentivou todos a se mobilizarem com dimento de pacientes carentes e com restrições físicas.
organização e disciplina, trabalhando e colaborando Fizemos, assim, fluir boas energias por intermédio
para manter a ordem e o compromisso do trabalho sin- dos melhores atendimentos proporcionados pelas melho-
cero e renovador. res condições nos três consultórios.
O que já não atende a uns, pode ainda ser muito útil
Encontro da Melhor Idade a outros.

As tardes de se-
gunda-feira na CEP Unidos, Somos Mais
nunca mais serão as
mesmas. Desde o co- No dia 24 de Fernando Lopes dos Santos
meço de setembro, setembro, conta-
algumas frequenta- mos com a pre-
doras e trabalhado- sença do filósofo
ras da CEP reúnem- e teólogo Frei
-se semanalmente das 14h00 às 16h00 para trocar ideias, Lisâneos Fran-
a partir de leituras edificantes, sobre a vida e suas lições cisco Prates, que
sob a ótica da Doutrina Espírita. discorreu sobre
Os encontros são regados com muita descontração as religiões, ressaltando que não devemos atentar para as
e alegria, e visam, também, estimular a troca de expe- diferenças entre elas, mas para as semelhanças, colocan-
riências entre as participantes por meio de trabalhos do a fé, a ligação com o Sagrado e a fraternidade acima
manuais e outras atividades artísticas. De acordo com de tudo.
as responsáveis pelos encontros, Cacilda Denize Elsas, Após sua palestra, deleitamo-nos com a apresentação
diretora das Escolas de Educação Mediúnica, Assistên- do Coral Nossa Senhora das Mercês, com um repertório
cia Espiritual e Movimento Coligador, e Luzia Firmi- bem composto e emocionante.
no de Freitas, dirigente e responsável pelo treinamento A percepção com a qual saímos desse encontro fra-
mediúnico em classes de Educação Mediúnica, esses terno foi a da força e da completude que a união pro-
encontros pretendem, antes de tudo, acolher carinho- porciona. Independentemente de gênero, preferências ou
samente cada vez mais participantes, estimulando o religiões, somos todos seres humanos e filhos de Deus.
convívio fraterno. Segundo comentários ouvidos, uma tarde inesquecível.

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Aconteceu na CEP

Novas Vozes, Novas Visões

Nos últimos dois anos, ouvimos onze novas vozes,


com novas abordagens sobre temas muito importantes.
Neide Guerra sempre nos emociona com sua maneira
amorosa de tratar temas cotidianos. Heloísa Pires, que,
com sua própria autoridade, transmitiu suas mensagens
com uma visão atualizada da doutrina. Deusa Samú,
bem-humorada, ressaltou a importância da presença de
Deus nas mentes das crianças. Plinio Penteado Jr. cha-
mou nossa atenção para o que é realmente importante
em nossos relacionamentos. Carlos Chaves e Orlando
Costa trataram de temas familiares, enfatizados no ano
passado. Ronaldo Oliveiros, Fabio Fadel e Luzia Lomazi
aplicaram temas evangélicos em situações do dia a dia. Edson Pinheiro de Brito, da Casa Branca do Caminho, dis-
correu sobre as benesses da real aplicação do Amor.
Dos palestrantes que se apresentaram aqui nos últimos seis anos, José Carlos de Lucca bateu recorde de público,
tendo sido divulgado pela CEP em seus perfis, além dos seus próprios programas na Rádio Boa Nova e na Rádio
Mundial. Encheu os olhos ver o auditório daquele jeito. Alguns daqueles companheiros continuam conectados,
interagindo conosco pelo Facebook, por e-mail ou pelo WhatsApp. De Lucca discorreu sobre nos darmos conta
de que a felicidade está em situações corriqueiras, ressaltando que devemos viver de forma simples, leve e descom-
plicada.

Instale o aplicativo 3ª Noite da Pizza

da CEP

A atmosfera italiana tomou conta da cozinha e do auditório da


CEP, transformando-os novamente em ambiente de restaurante, com
a realização da 3ª Noite da Pizza no dia 27 de agosto.
Envolvidos em uma energia contagiante, frequentadores e traba-
lhadores da Coligação organizaram e prepararam tudo com entusias-
mo, para alegrar o sábado de todos os convidados.
Os convites ficaram disponíveis na recepção da CEP e também na
entrada do evento.
No salão tipicamente bem decorado, os que estiveram presen-
tes puderam saborear
pizzas doces e salgadas
preparadas na própria
Acesse pelo seu celular: cozinha da Casa. Eles
http://app.vc/cep_app1 também se divertiram
com o tradicional bin-
go realizado durante o
jantar.
Ou fotografe o Dentre todos os prê-
código com um mios das rodadas, o mais
leitor de QR Code esperado pelos partici-
pantes foi o tablet.

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Homenagem

A “cara” da CEP
A CEP foi fundada há nho, e, muitas vezes, convidando ao

Divulgação
32 anos e desde então crescimento pelo caminho do estudo
pôde contar com inú- e do trabalho voluntário.
meros trabalhadores que hoje são Essa liderança nata que sempre
responsáveis por a CEP ser o que é exerceu foi independente tanto de
hoje. Mas, entre tantos, gostaríamos subdiretoria quanto da diretoria as-
de destacar essa querida, fiel e in- sumida há 13 anos. É, sem dúvida
cansável trabalhadora, cuja dedica- nenhuma, a pessoa mais procurada
ção e atuação direta e indiretamente quando alguém chega à CEP – para
abrange todas as áreas da CEP, seja solicitar algum auxílio, contar pro-
na Assistência Espiritual, Escolas de blemas ou oferecer-se para prestar
Educação Mediúnica e Movimento serviços – e por frequentadores e di-
Coligador, onde atua atualmente, retores que se valem de sua afinidade
passando pela Assistência Social, e grande experiência para pesquisas,
Administração, Livraria, Secretaria conselhos e realizações.
e tantas outras para as quais colabo- Cacilda Denize Elsas, Diretora da
rou efetivamente e espontaneamente. Assistência Espiritual, Escola de Edu-
Sempre esteve pronta para aco- cação Mediúnica Espírita e Movi-
lher a todos, ouvindo e orientando mento Coligador, é a “cara” da CEP.
com muita paciência, amor e cari- E somos muito gratos por isso!

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Divulgação

Fé Raciocinada por
Fé Raciocinada Por Gilberto Simões

A s Revistas Fé Racio-
cinada contam a his-
tória da CEP desde
1993. Histórias que muitos não co-
nhecem, por não acompanharem a
ram às vinte primeiras, todas dispo-
níveis em meio digital, no Calaméo
( h t t p : / / p t . c a l a m e o. c o m / a c c o u-
nts/4512487), sem limites temporais
ou geográficos. É verdade que a fal-
de o espiritismo quebrar barreiras,
seja de distância, com ensinos pela
internet, seja de linguagem, valendo-
-se do humor para conquistar a aten-
ção dos mais conservadores.
Coligação desde sua fundação. ta de verba para o projeto também A seção Coligados visa intensi-
Decidimos reativar o veículo de contribuiu para esta decisão. Não ficar as relações da CEP com as en-
comunicação da Coligação, sus- podendo imprimir, temos de nos va- tidades e indivíduos que abraçaram
penso por oito anos, pelo desejo de ler do que a tecnologia atual oferece. nosso sistema educativo. Ficam cla-
difundir o nome e o conhecimento Aliás, o nosso aplicativo nasceu como ros, pelos artigos, os benefícios do
contido nas obras e atividades da opção para tornar a revista acessível trabalho conjunto.
CEP e trazer notícias do movimento aos que estão conectados à CEP. A Evangelização e a Evangeliza-
espírita para dentro de nossa casa, A seção Por Dentro da CEP apre- ção Infanto-Juvenil têm como base
porque o progresso advém do traba- senta os esforços que envolvem as de desenvolvimento a aplicação do
lho conjunto. atividades realizadas na casa, já que evangelho em nossa vida atual, enfa-
Mantivemos as bases originais, muitos só vêm o produto final. Por tizando a importância do núcleo fa-
mas convertemos o folhetim em um trás das cortinas, há muitos proces- miliar como repositório de energias
formato mais moderno de revista. sos sendo executados, com muito benéficas para enfrentarmos as difi-
Para isso, contamos com o traba- suor e alguns sacrifícios. Partindo culdades com a nossa força moral.
lho gráfico impecável da Pubmind da estrutura organizacional, discor- Os Anúncios apresentam nossos
(Cynthia e Roberto), nossa parceira remos sobre a Assistência Social, a produtos, Aconteceu na CEP fala so-
neste projeto. Presidência, o Bazar e a Biblioteca. bre a vida fluindo na casa e a Men-
Renascida, talvez, pelo impulso Ponto de Vista propõe uma análi- sagem Mediúnica sobre o direciona-
dos informativos publicados durante se de temas atuais sob a ótica espíri- mento desse fluxo para seu melhor
a interdição da CEP, que visavam mi- ta, dissecando as causas por trás dos aproveitamento.
nimizar a assimetria de informações e efeitos. Avaliamos a Ciência atual, a Vivenciamos vários conflitos pro-
as opiniões infundadas que surgiram Administração Pública, o Lazer dis- dutivos neste projeto, que fizeram va-
no período, a Fé Raciocinada abriu ponível, a Microcefalia e os Atenta- ler cada segundo dedicado.
outros ramos. O time de cinco cola- dos terroristas. Parabéns e gratidão a todos os
boradores fixos e muitos articulistas Expressões do Espiritismo trouxe- que colaboraram – redigindo, de-
e entrevistados contribui com textos -nos a abordagem artística da doutri- senhando, revisando, diagramando
e sentimentos para que o conteúdo na, de uma visão geral para a música ou lendo – para que chegássemos ao
seja emocional e abrangente. e o teatro. número 25 com a felicidade da reali-
As cinco novas edições se junta- Divulgação nos mostrou formas zação, dentro das possibilidades.

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Mensagem Mediúnica

F ilhos amados, dos nossos corações.


Bendita seja esta radiosa tarde de domingo.
Os nossos corações se enchem de alegria
ao vermos a reunião de trabalhadores verdadeiramente
interessados no ideal espírita.
Esta é a nossa principal missão nesta encarnação:
Bater o pé como crianças mimadas e parar de trabalhar?
Filhos, avante! Avante! Pra frente é que se anda!
Confiamos, de todo o nosso coração, em cada um de
vocês, engrenagem deste relógio que se chama Coligação.
Vós bem o sabeis que não são insubstituíveis. Nenhum
de vocês! Mas vocês também sabem o quanto vocês pre-
trabalharmos nesta doutrina consoladora, iluminarmos, cisam da casa.
amarmos, evoluirmos, sermos cada vez mais felizes, mais Somos uma grande família espiritual, assim sendo,
aprendizes do Mestre, mais perfeitos. como não jogamos fora o nosso irmão, como não bota-
Nosso amor os envolve, de todo o nosso coração, en- mos no lixo os nossos pais, esses são os familiares espiri-
chendo vossas mentes de paz, de equilíbrio, de serenida- tuais que merecemos. Assim sendo, trabalhemos com eles.
de, de muita fé e de total esperança no nosso ideal. Sejam Nosso coração se enche de alegria, filhos bem ama-
firmes, bravos soldados, corajosos! Não se detenham! dos, ao ver que, praticamente, vocês já fizeram mais de
Esta é nossa casa. Este é o nosso lar espiritual. Graças um terço da reconstituição física da nossa casa, mas o
a Deus, como disse tão bem a nossa irmãzinha, temos o melhor está por vir, que é a evolução construtiva da nossa
privilégio de pertencer a esta casa bendita. Que felicidade! casa. A evolução espiritual continua.
Só nos resta explanarmos e espalharmos um pouquinho Esta casa já andou bastante. Mais de trinta anos edu-
de gratidão ao muito que temos recebido. E a nossa gra- cando, iluminando, porque o conhecimento, filhos, ilumi-
tidão tem que ser em forma de fé, de trabalho. Não po- na, acende o amor de Jesus nos lares, nos familiares, na
demos permitir nos determos, como vocês dizem aí, por convivência sublime.
picuinhas, por queixas, por reclamações. Como disse o Quantos alunos já passaram por aqui? Quantos tra-
nosso Presidente, os trabalhos existem, os problemas exis- balhadores formamos? Quanto a Assistência Espiritual
tem, para que aprendamos. Como já estamos cansados de socorreu? Quantos necessitados envolvemos em amor?
saber, não existem problemas sem solução. E não existem Que felicidade!
problemas injustamente. Baixemos a nossa cabeça e tra- Mas agora o trabalho continua e aumenta. Depende
balhemos sem reclamar. de vocês.
Atenção, filhos, são oportunidades benditas, que pode Filhos desta família espiritual, arregacemos as mangas
ser que surjam outras vezes, sim, mas esta reencarnação e confiemos em Deus, sabendo que o Mestre Jesus cuida
para cada um de vocês é crucial para vossa evolução. de tudo, principalmente dos seus aprendizes. Confiemos
Assim sendo, filhos, nós só podemos externar a nossa que este ano vai ser maravilhoso para nossa casa, como
gratidão, amparando vocês de todos os modos possíveis. vem sendo, e o ano que vem será muito melhor. Depende
Nós procuramos, cada vez mais, sintonizarmos no bem. de a gente querer. Não vos faltará sustentação. Não vos
Procuramos sempre, quando vocês esmorecem ou quan- faltará acompanhamento, proteção, nem trabalho.
do vocês veem o lado negativo das pessoas, instruí-los. Assim sendo, arregacem suas mangas, filhos amados
Filhos, continuem. A evolução é dentro de vocês. dos nossos corações, e lutem! Lutem pelas vossas pró-
Filhos, não deem ouvidos aos pensamentos inferiores. prias felicidades!
Trabalhem para o bem. Vocês vieram iluminar. Vocês não Que Jesus nos abençoe hoje e por todo o sempre.
vieram reclamar. Nosso amor é infinito e incondicional por cada um
Escutem, abençoados! Escutem-nos, por favor! Tra- de vocês.
balhem! Não reclamem! Esta oportunidade é bendita! Creiam: Vós sois deuses!
Quantas vezes vocês já ouviram na doutrina, que nós es- Graças a Deus.
tamos em uma encarnação facilitada, apesar de não me-
recermos? E ficamos como crianças mimadas, reclaman- Recebida por Marcia Cristina U. Horta Leme na
do uns dos outros? É isso que vocês vieram fazer aqui? Reunião Geral realizada em 11/9/2016.

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