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OS IMPACTOS DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL SOBRE

O PIB PER CAPITA, ÍNDICES DE POBREZA E DESIGUALDADES

Lauro César Bezerra Nogueira*


Tatiane Almeida de Menezes**

RESUMO
As descobertas dos campos do pré-sal intensificou o debate em torno da distribuição e gestão dos recursos dos
royalties do petróleo e gás natural no Brasil. Diante deste fato e da abundante literatura em torno da gestão de
recursos desta natureza, este artigo busca averiguar os impactos destes recursos sobre o PIB per capita, índices de
pobreza e desigualdades nos Estados brasileiros beneficiados. Para atingir os objetivos utilizou-se a metodologia do
estimador de diferenças em diferenças. Especificamente, no Modelo 2, os resultados apontam que em média os Estados
beneficiados cresceram 8% a menos que os não beneficiados. Por outro lado, reduziram o índice de desigualdades
em 0.07% a mais que os nãos beneficiados. Quanto ao Índice de Pobreza em todos os modelos e abordagens os
resultados se mostraram estatisticamente insignificantes.
Palavras-chave: Royalties. Diferenças em diferenças. PIB per capita. Pobreza. Desigualdades.

ABSTRACT
The discoveries of the pre-salt fields intensified the debate on the distribution and management of royalties from oil and
natural gas in Brazil. Given this fact and the abundant literature about the management of such resources, this article aims
to ascertain the impact of these resources on GDP per capita, levels of poverty and inequalities in the benefited Brazilian
states. To achieve the goals we have used the methodology of the differences in differences estimator. Specifically, in Model
2, the results indicate that on average the benefit States grew 8% less than non-beneficiaries. On the other hand, the index
of inequality was reduced in 0.07% more than the no-beneficiaries. As for the poverty index in all models and approaches
the results were statistically insignificant.
Keywords: Royalties. Difference in differences. Product per capita. Poverty. Inequality.

*
Mestre em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); doutorando em Economia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professor
substituto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). lauropimes@gmail.com
**
Pós-doutora pela Yale University; doutora em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). Professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

VIII Encontro de Economia Baiana – SET. 2012 Economia REGIONAL • 279


OS IMPACTOS DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL SOBRE
O PIB PER CAPITA, ÍNDICES DE POBREZA E DESIGUALDADES
Lauro César Bezerra Nogueira, Tatiane Almeida de Menezes

1 INTRODUÇÃO

As recentes descobertas, no final da década de 2010, de imensos


reservatórios de petróleo em águas profundas do litoral brasileiro, a então nomeada
‘áreas do Pré-sal’ 1, com potencial estimado suficiente para dobrar as reservas
nacionais existentes, de acordo com levantamentos da Petrobras, alteram totalmente
as condições de mercado do setor petrolífero no Brasil. Além do mais, deve
aumentar consideravelmente o total de recursos disponíveis para vários Estados e
Municípios brasileiros (INFOROYALTIES, 2010).
Na década anterior, com a homologação da 9478/97, também conhecida
como a Nova Lei do Petróleo, de 06 de agosto de 1997 foram introduzidas três
novas participações governamentais: o bônus de assinatura, o pagamento pela
ocupação ou retenção de área e a participação especial, além da ampliação da
alíquota básica dos royalties de 5% para 10%. Estas mudanças, em especial, a nova
alíquota dos royalties contribuíram muito para o aumento das receitas dos Estados e
Municípios brasileiros detentores de campos de produção de petróleo e gás natural.
(PACHECO. 2003). O Gráfico 01 mostra a evolução dos valores pagos em royalties
ao setor público no Brasil.

12
ROYALTIES DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL

10

8
BILHÕES R$

2
ROYALTIES

0
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010
PERÍODO

Gráfico 01 - Evolução do Pagamento dos Royalties no Brasil


Fonte: Elaboração do autor, a partir de dados da ANP.

Assim justifica-se o fato que na última década tenha se acentuado o debate


sobre a
repartição das rendas decorrentes da exploração de petróleo e gás repassados aos

1
A chamada camada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito
Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos).
O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os sete mil metros, abaixo de uma extensa
camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo. Vários campos e poços de petróleo já
foram descobertos no pré-sal, entre eles o de Tupi, o principal. Há também os de Guará, Bem-Te-Vi, Carioca, Júpiter
e Iara, entre outros.

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Estados e Municípios brasileiros. Para ter-se uma idéia do montante de recursos, em


2008, a Petrobrás e as cinco empresas produtoras multinacionais de petróleo instaladas
no país repassaram ao setor público cerca de R$ 22,6 bilhões em royalties e participações
especiais. O total equivale a mais que o dobro do montante investido pago pelo governo
federal no ano de 2007, avaliado em R$ 8,9 bilhões, conforme declarado no site
transparência Brasil. No entanto, sem levar em conta os recursos do Pré-sal, considerando
uma estimativa modesta, o total dos royalties pode atingir no final da próxima década algo
em torno de R$ 50 bilhões, conforme previsão da Petrobrás de dobrar a atual produção de
petróleo e gás. (AFONSO e GOBETTI, 2009).
A Tabela 01 apresenta o volume total dos royalties repassados aos Estados e
Municípios brasileiros em 2009, e percebe-se um elevado grau de concentração no repasse
desses recursos.

Tabela 01 – Repasse dos Recursos dos Royalties do Petróleo em R$ - 2009


UF ESTADOS MUNICÍPIOS TOTAL %
Alagoas 28.591.267,83 33.565.151,40 62.156.419,23 1,22
Amapá 0 200.525,43 200.525,43 0,00
Amazonas 120.436.954,44 50.220.062,90 170.657.017,34 3,36
Bahia 138.990.607,56 106.823.109,40 245.813.716,96 4,83
Ceará 11.102.117,38 28.867.982,99 39.970.100,37 0,79
Espírito santo 144.465.190,47 147.403.986,00 291.869.176,47 5,74
Minas Gerais 0 420.992,35 420.992,35 0,01
Para 0 1.136.305,53 1.136.305,53 0,02
Paraná 84.777,56 84.780,97 169.558,53 0,00
Paraíba 0 187.762,22 187.762,22 0,00
Pernambuco 0 41.640.764,21 41.640.764,21 0,82
Rio de Janeiro 1.709.375.458,77 1.872.103.253,98 3.581.478.712,75 70,42
Rio G. Do Norte 140.128.954,63 126.729.831,82 266.858.786,45 5,25
Rio G. do Sul :0 38.708.619,33 38.708.619,33 0,76
Santa Catarina 0 21.739.315,90 21.739.315,90 0,43
São Paulo 3.514.130,76 134.426.176,68 137.940.307,44 2,71
Sergipe 89.558.815,72 95.118.274,39 184.677.090,11 3,63
Total 2.386.248.275,12 2.699.376.895,50 5.085.625.170,62 100,00
Fonte: Elaboração do Autor, a partir de dados da ANP.

Contudo, com a descoberta dos campos do pré-sal intensificou-se ainda mais


o debate em torno da distribuição das rendas dos royalties do petróleo. Por um lado,
muitos defendem a distribuição igualitária entre todos os entes federativos, isto é,
sejam produtores ou não. Outros alegam que os impactos causados nas Regiões
produtoras são elevados, deste modo, estas Regiões e quem de fato têm direito a
estes recursos, pois, os royalties seria uma forma de compensar os impactos
ambientais e as externalidades provocadas pela atividade. Os Estados e Municípios
produtores alegam que a divisão seria um desastre nas finanças públicas locais, pois
afirmam que há forte dependência destes recursos.

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Enfatizando as conclusões preliminares feitas a partir da Tabela 01, em


estudo de Cruz e Ribeiro (2009), os autores destacam que a atual forma de
distribuição dos royalties do petróleo é bastante desigual e concentrada, pois
apresenta um Índice de Gini de 0,986; Além do mais, beneficia Regiões
consideravelmente mais ricas. Entretanto, segundo os mesmos, estes recursos
exercem uma grande importância na formação do PIB dos entes beneficiados,
embora enfatizem que evidencias empíricas recentes sugerem que as rendas dos
royalties não tem afetado positivamente o crescimento e o desenvolvimento dos
Municípios brasileiros.
Segundo Cagnin e Cintra (2008), resultados empíricos vêm apontando que
economias que tem como base a exploração de recursos naturais não são capazes por si
só de gerar crescimento sustentável, nem muito menos garantir desenvolvimento
econômico. Pois, na maioria dos países em que tais recursos são abundantes surge um
fenômeno que contraria o senso comum e desperta o grande interesse dos economistas,
que o denominam “A Maldição dos Recursos Naturais” 2.
Enfatizando tal análise, em Afonso e Gobetti (2008), os resultados apontam para
o mau uso destes recursos, pois, conforme o estudo, os Municípios beneficiados pelo
fundo gastam a maior parte dos royalties em despesas correntes, em especial no
pagamento de salários. Além do mais, verificou-se que são os que mais gastam com as
câmaras municipais, prática essa, que fere o pressuposto central para criação do fundo
social, pois a gestão pública deve direcionar o uso dos recursos de forma a impedir que
somente a sociedade presente usufrua dos benefícios gerados.
Por outro lado, constatou-se que os gastos com ensino fundamental e saúde são
muito próximos dos dispêndios dos Municípios que não são beneficiados e em alguns
casos estes gastos são inferiores. Outro aspecto constatado é que os investimentos em
gestão ambiental também são insignificantes entre todos os Municípios, descartando-se
assim, o argumento que tais recursos servem para diminuir o impacto gerado pela
exploração e produção de petróleo e gás natural.
No entanto, a grande maioria dos trabalhos sobre este tema no Brasil, isto é,
voltados para verificar o uso dos recursos dos royalties do petróleo tem como base
métodos descritivos, ou seja, sem a utilização de ferramentas que busquem
identificar possíveis impactos em variáveis socioeconômicas da economia
brasileira. Em raras exceções, em especial podemos destacar Postali (2007), utiliza-
se a aplicação técnicas paramétricas, em especial dados em painel.
Entre os principais trabalhos destacam-se os: os da Fundação Getúlio Vargas
(FGV) 2010; Info Royalties (2010); Cagnin e Cintra (2008); Afonso e Gobetti (2008);
Cruz e Ribeiro (2009); Bregman e Pinto Jr (2008); Postali (2007); Pacheco (2007); e
Gonzáles e Serra (2006) trabalhos esses de reconhecida contribuição cientifica e
suporte no planejamento de políticas públicas que objetivam uma alocação ótima
destes recursos. Embora, em nenhum desses estudos, mensura-se o impacto desses
recursos na formação dos PIBs per capita, nos Índices de Pobreza e Desigualdades dos
Estados favorecidos por tais recursos.
Deste modo, o principal objetivo deste artigo é averiguar se os recursos dos
royalties repassados aos Estados produtores a partir da nova lei do petróleo 9478/97
influenciaram de forma diferenciada o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)

2 Um dos grandes enigmas da literatura sobre crescimento econômico é a chamada “Maldição dos Recursos
Naturais”, ou seja, há evidências empíricas amplamente documentadas de que países ricos em recursos naturais
tendem a apresentar taxas de crescimento menores que os países relativamente desprovidos. Exemplos de tais
evidências podem ser encontrados em Sachs e Warner (1995, 1999), Sala-I Martin (1997).

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per capita, os Índices de Pobreza e Desigualdades das unidades federativas


beneficiadas. No entanto, para atingir os objetivos propostos, o artigo foi estruturado
em cinco seções incluindo esta introdução. Na segunda parte, faz-se uma revisão da
literatura. Na terceira apresentam-se os aspectos metodológicos adotados. Na
seção seguinte são apresentados os resultados, e na ultima seção faz-se as considerações
finais.

2 REVISÃO DA LITERATURA

Nesta seção faz-se um resumo de algumas pesquisas voltadas para o


problema em questão, na tentativa de justificar os objetivos desta pesquisa.
Em estudo realizado pelo Instituto Brasileiro Geográfico Espacial (IBGE),
em 2005, apontou ser o petróleo a principal causa dos mais altos PIBs per capita
municipais no Brasil, pois em uma análise da economia dos dez Municípios
brasileiros com maior PIB per capita em 2002, identifica o setor petrolífero como
principal responsável pelas elevadas taxas de crescimento econômico.
De acordo com Sachs e Warner (1995), uma surpreendente característica do
crescimento econômico moderno é que países com abundância de recursos naturais
tendem a crescer com taxas menores do que países onde os recursos naturais são
mais escassos. Neste trabalho formulou-se um modelo teórico simples de
crescimento endógeno que pudesse explicar a relação negativa observada.
Em estudo de Sachs e Warner (1999), a simples aplicação do raciocínio
“The big Push” (o grande impulso), sugere que o crescimento dos recursos naturais
pode ser catalisadores extraordinários para o desenvolvimento nos países mais
pobres. No entanto, o estudo relata provas que apontam que em sete países da
América Latina o crescimento dos recursos naturais é por vezes seguido pelo
declínio do PIB per capita.
De acordo com Postali (2007), os resultados confirmaram a chamada
“Maldição dos Recursos naturais”, tão enfatizada na literatura internacional, pois
segundo o autor, os Municípios contemplados com recursos dos royalties cresceram
em média 0.0204% a menos que os Municípios que não receberam royalties no
período entre 1996 a 2004. Outro resultado interessante encontrado é a existência
de uma relação negativa entre o volume de royalties transferidos ao município e a
taxa de crescimento de seu PIB, pois o estudo relata que uma elevação em 1% nos
royalties resulta em uma redução de 0.06% no crescimento dos PIBs municipais.
Segundo o autor isso poderia ser atribuído ao fato de que países ricos em
recursos naturais sofrem de um fenômeno tipicamente denominado “A Doença
Holandesa” 3, ou seja, esta maldição é decorrente da perda de competitividade que
as economias altamente dependentes destes recursos tendem a desenvolver,
entretanto, no Brasil como se trata de um problema doméstico, descartou esta
possibilidade, sugerindo como possível causa a fragilidade das instituições e má
gestão destes recursos.

3
O termo “doença holandesa” surgiu das consequências da descoberta de jazidas de gás natural na
economia holandesa na década de 1960, na qual o boom exportador que se seguiu à produção de gás
contribuiu para uma valoração cambial que prejudicou a competitividade das exportações da economia
deste país.

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Outras hipóteses são levantadas na literatura como explicação para este


fenômeno, incluindo o desvio de investimentos do setor manufatureiro (crowding
out), dinâmicas de extração dos recursos naturais com base em Hotelling (1931),
trajetórias de crescimento típicas de países ricos em recursos e solidez das
instituições (POSTALI, 2007).
Dentre as hipóteses levantadas que associam à teoria do crescimento,
destaca-se a de Rodriguez e Sachs (2004), segundo os autores uma explicação
alternativa referente o porquê países abundantes em recursos naturais apresentam
taxas de crescimento inferiores é que essas economias são susceptíveis de estar
vivendo além de seus meios. O estudo mostra que o consumo de superação do
estado estacionário de equilíbrio e investimento pode ser ótimo em um modelo de
crescimento de Ramsey com os recursos naturais. Portanto, a economia irá
convergir para o estado estacionário de cima para baixo. De modo, a exibir taxas de
crescimento negativas sobre a transição. Um modelo dinâmico de equilíbrio geral é
calibrado no presente estudo para a economia venezuelana e mostra o desempenho
da economia ao longo dos anos do "boom" do petróleo.
De acordo Kronenberg (2004), há uma correlação negativa entre economias
bem
dotadas em recursos naturais e taxas de crescimento econômico. Ele utiliza
variáveis de
controle em sua regressão, no entanto, os resultados apontam como uma das mais
significativas a Proxy para o capital humano, mensurado pela educação básica. O
resultado deste trabalho mostra que grande parte da variação nas taxas de
crescimento entre as economias em desenvolvimento pode ser atribuída à maldição
dos recursos naturais, apontando a corrupção como o principal motivo para este
fenômeno. Outras razões apontadas como possíveis causadoras da maldição dos
recursos naturais seria o efeito da doença holandesa e um alto índice de abandono
da educação.
A partir das diferentes vertentes encontradas na literatura sobre a relação
entre crescimento econômico e riqueza em recursos naturais, o presente artigo
busca verificar a relação entre crescimento econômico dos Estados brasileiros e
royalties do petróleo, como também a influência sobre os indicadores de pobreza e
desigualdades.

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Para avaliar os impactos dos royalties sobre os PIBs per capita estaduais,
índices de pobreza e desigualdades propostos neste artigo aplicaram-se dois
modelos. No Modelo 1, denominado de diferenças em diferenças, é apresentado,
por exemplo, em Cameron e Trivedi (2005), e o Modelo 2 emprega variáveis
binárias para ajustes de poligonais 4 do Modelo 1.
O Modelo do estimador de diferenças em diferenças (Diff-in-Diffs) é
bastante difundido para analisar os denominados experimentos naturais. Essa

4
Para um maior detalhamento da metodologia de variáveis binárias na regressão com finalidade de
ajustar as de poligonais, ver, por exemplo, Hoffmann (2006).

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metodologia foi aplicada em trabalhos renomados como Meyer (1995), Angrist e


Krueger (1999), Blundell e Macurdy (2000), Neri (2008).
Segundo Wooldridge (2003), os experimentos naturais ocorrem quando
algum evento exógeno, como por exemplo, uma alteração institucional, mudança
nas leis, alteração nas políticas governamentais, entre outras, altera um ambiente
econômico. Deste modo, para observar um experimento natural é preciso identificar
dois grupos de indivíduos, isto é, o grupo afetado pela mudança (grupo de
tratamento) e o grupo que não foi afetado com a mudança (grupo de controle),
sendo ambos com características semelhantes.
De acordo com Neri (2008), são necessários dados referentes a dois
períodos, ou seja, ex-antes e ex-post relativos aos dois grupos. Segundo o autor,
diferentemente dos experimentos reais em que as variáveis são elencadas
aleatoriamente de forma a não cometer viés de seleção, experimentos desta
natureza, as variáveis surgem naturalmente conforme a mudança é exercida. Tem-se
assim, quatro grupos de variáveis, ou seja, o grupo de tratamento ex-antes e ex-post,
como também o grupo de controle ex-antes e ex-post a modificação exógena.
Desta forma, pode-se assumir a estrutura do modelo conforme apresentado
na Tabela 02 para aplicação da metodologia proposta:

Tabela 02 – Modelo de Diferenças em Diferenças


EX- EX-
GRUPOS DIFERENÇAS
ANTES POST

Tratamento (recebem royalties) α b b-α

Controle (não recebem royalties) φ γ γ-φ

Diferenças α-φ b-γ (b - α)-(γ - φ)

Fonte: Cameron e Trivedi, 2005.

Portanto (b - α) e (γ - φ) mensura respectivamente as altera ções ocorridas


nos grupos de tratamento (Estados contemplados) e grupos de controles (demais
Estados) entre o período anterior e posterior a modificação acarretada pela Lei
9478/97, isto é, a Lei é considerada um evento exógeno. De acordo com o proposto,
o grupo de controle não sofreu alteração com o fato exógeno, sendo a diferença
entre (γ - φ) atribuída a outros fatores que também afetamβ ( - α), deste modo a
diferença entre o termo (γ - φ)-(b - α) ou (α - φ)-(b - γ) capta justamente o impacto
da variável de interesse. Matematicamente o estimador de diferenças em diferenças
pode ser representado da seguinte forma:

β3 = (Y2 − bY2 , α ) − (Y1 − bY1 , α ) (1)

Sendo Y a média da variável analisada para cada grupo e ano, onde o valor
subscrito “1” e “2” indica respectivamente antes e depois da alteração exógena
observada; a simbologia “b”, “α” indica respectivamente grupo de controle e

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tratamento. Consequentemente, o parâmetro β3 informa exatamente o impacto


gerado pelo evento exógeno descrito.
Apresenta-se de forma sucinta o estimador Diff-in-Diffs, que possibilita
isolar o efeito do grupo de tratamento (Beneficiários dos royalties) de forma
simples e objetiva. Essa metodologia torna possível separar o efeito da variável de
interesse (royalties) sobre a variável dependente (PIBs per capita estaduais e
Indicadores de pobreza e desigualdades), controlando para todos outros possíveis
fatores, sem a necessidade de identificar todas as covariadas, caso os dados sejam
referentes ao período antes e depois do evento exógeno.

Yit =β 0 + β1d1 + β 2 d 2 + β3 (d1 * d 2 ) + ui (2)

O Modelo de regressão em (2) é construído com auxilio de variáveis


dummys (indicadoras); Onde d1 = 1 , quando os dados são do segundo período e
d1 = 0 caso refiram-se ao primeiro período. No entanto, d 2 = 1 para os Estados do
grupo de tratamento e d 2 = 0 para os pertencentes ao grupo de controle; Yit é a
variável estudada; t indica o ano a que se refere à informação; β1 é o impacto
atribuído ao segundo período sobre a variável de interesse; β 2 o impacto de
pertencer ao grupo de tratamento referente à variável de interesse e β3 é o efeito ex-
post do grupo de tratamento quando confrontado com o grupo de controle sobre a
variável de interesse; logo, β 0 mensura exatamente o valor esperado da variável de
interesse quando se estuda o grupo de controle ex-antes do evento exógeno, ou seja,
é o parâmetro de comparação.
De acordo com Cameron e Trivedi (2005), especificamente o efeito da
variável de interesse (tratamento), pode ser mensurado com base em métodos dados
de painel padrão se há dados disponíveis antes e após o tratamento, e a mudança
exógena assumida não afeta todos os indivíduos. Então, o estimador de primeiras
diferenças para o modelo de efeitos fixos reduz-se a um simples estimador
denominado diferenças em diferenças. Segundo os autores, o último estimador tem
a vantagem de que também pode ser usado quando há repetidos dados cross-
section, em vez de dados de painel disponíveis.
Há pressupostos subjacentes para a consistência do estimador dif-in-dif, em
primeiro lugar, presume-se que os efeitos do tempo são comuns aos grupos
(tratamento e controle) de indivíduos. Em segundo lugar, se os dados utilizados são
do tipo cross-section, a composição dos grupos de tratamento e controle é
considerada como estável antes e depois da mudança, já no caso de dados em painel
a diferenciação elimina os efeitos fixos.
De acordo com Neri (2008), é preciso controlar por outros fatores
importantes na
regressão, ou seja, antes de afirmar que β3 revela o impacto pós-evento exógeno da
variável de interesse, é preciso identificar e separar o efeito de todas as outras
variáveis que podem estar correlacionada com a variável de interesse. Isto é,
introduzindo as variáveis de controle (dummys) relevantes na regressão, dessa
forma procura-se evitar que o efeito dessas outras variáveis produza viés no
estimador, assim sendo, encontra-se o impacto do evento exógeno.

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Segundo Kiel e McClain (1995), ao se aplicar esta metodologia, buscar-se


não somente o impacto do tratamento (grupo afetado pela mudança), mas também o
tamanho do tratamento, ou seja, o efeito total das transferências dos recursos para
os Estados. Assim, possibilitando isolar o efeito do tratamento sem precisar
controlar demasiadamente.
No entanto, de acordo com Angrist e Krueger (1998), uma das principais
limitações deste tipo de pesquisa é que o modelo da equação (2) não possui
mecanismos capazes de captar possíveis tendências dos grupos analisados anteriores
aos dois períodos comparados. Tal fato pode comprometer as análises, pois é
possível que os Estados pertencentes tanto ao grupo de controle como ao de
tratamento já atravessassem por um processo mais acelerado de crescimento do
PIB per capita, diminuição dos Índices de Pobreza e Desigualdades, antes mesmo da
implantação da nova Lei do Petróleo, o que tornaria os resultados do Modelo da
Equação (2) viesados.
Portanto, a aplicação do Modelo 2 torna-se essencial para detectar estas
mudanças na tendência das variáveis entre os dois períodos e os dois grupos
analisados. O Modelo 2 pode ser representado da seguinte forma:

Yit = β 0 + β1t + β 2 d1 (t − θ ) + β3d 2 + β 4td 2 + β5 d1 (t − θ )d 2 + ui (3)

Onde Yit é a variável estudada; e i indica o ano a que se refere à informação;


novamente d1 = 1 , quando os dados são do segundo período e zero d1 = 0 quando
pertencerem ao primeiro período. Identicamente ao Modelo 1; d 2 = 1 para os
Estados do grupo de tratamento e d 2 = 0 para os do grupo de controle; t é a variável
de tendência; θ representa a abscissa do vértice que, no Modelo 2, é o ano que
delimita o período antes e após a efetiva influência da Lei 9478/97; β k são os
parâmetros do modelo e ui representa o erro aleatório.
No Modelo 2 averígua-se que mudanças em Yit é igual a:

• β1 Indica alteração no grupo de controle, antes dos efeitos da Lei;


• β1 + β 2 Indica alteração no grupo de controle, após a Lei;
• β1 + β 4 Indica alteração no grupo de tratamento, antes aos efeitos da
Lei;
• β1 + β 2 + β 4 + β5 Indica alteração no grupo de tratamento, após a Lei;

De forma que β 2 aponta a velocidade do crescimento no grupo de controle e


β 2 + β5 indica a aceleração do crescimento no grupo de tratamento. Então, o
parâmetro β5 sugere quão à aceleração no crescimento de Yit no grupo de
tratamento difere da aceleração no crescimento do grupo de controle.
No entanto, com a finalidade de ratificar os resultados das estimações do
modelo diff-in-diff, empregou-se o procedimento de Bootstrap, metodologia
alternativa introduzida por Efron (1979,1982). Esta abordagem aproxima-se da
simulação de Monte Carlo, sendo útil na construção de intervalos de confiança dos
parâmetros, em situações em que outros procedimentos não são aplicáveis, em

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especial, nos casos em que o número de amostras é reduzido. A técnica de


Bootstrap tem como principal objetivo realizar o que seria ideal conseguir na
prática, ou seja, repetir a experiência. De modo que, constrói novas amostras
através da original replicando observações de forma aleatória e em seguida
recalcula as estimativas. (CAMERON & TRIVEDI, 2005).
De acordo com Cameron & Trivedi (2005), exatamente em amostras finitas
os resultados não são eficazes para maioria dos estimadores e testes estatísticos
relacionados. Pois, os métodos de inferência estatística em geral são baseados em
teoria assintótica. Existe uma vasta gama de métodos de Bootstrap, no entanto,
podem ser classificados dentro de duas grandes abordagens.
A primeira opção é um método simples de Bootstrap, o qual pode permitir
inferência estatística quando métodos convencionais, tais corro erro padrão
computacional são difíceis de programar. A Segunda abordagem torna-se mais
complicada, entretanto, tem a vantagem adicional de fornecer refinamentos
assintóticos que podem conduzir para uma boa aproximação em amostras finitas. O
primeiro aspecto do Bootstrap é mais frequentemente empregado, embora, teóricos
destacam o segundo, especialmente em cenários aonde métodos assintóticos usuais
operam deficientemente em amostras finitas.
Segundo os autores, a literatura econométrica foca o uso de Bootstrap em
testes de hipóteses, intervalos de confiança, estimação de erros padrão, e dedução
de viés. Todavia, em geral o algoritmo Bootstrap é o seguinte:
1. Dado uma amostra de dados W1 , , WL , extrai-se uma amostra Bootstrap
de tamanho N, usando o seguinte método, o qual descreve esta nova
amostra como W1* ,WL* .
2. Calcula uma estatística apropriada utilizando a amostra Bootstrap. Sendo
as mesmas calculadas de modo usual, entretanto, utilizam a nova amostra
ao invés da original;
3. Repete-se os passos (1 e 2), B vezes independentes, onde B e um
número grande, e obtém-se B Bootstrap replicações da estatística de
interesse;
4. Usa estes B Bootstrap replicações para obter uma versão “bootstrapped”
da estatística.
Outro importante ponto a destacar, é o numero necessário de replicações
para tornar as estatísticas obtidas pela metodologia consistente. Contudo, foi
aplicado um B = 1000 , no entanto, para um melhor entendimento das
replicações necessárias para uma correta construção do Bootstrap, ver
Andrews & Buchinsky (2000). Por outro lado, enfatiza-se a aplicação de dois
testes econométricos com o objetivo de corroborar os resultados obtidos.
Sendo que, o primeiro checa se os grupos se parecem, e o segundo é o teste de
diferença de médias entre os grupos analisados.

3.1 Descrições Dos Dados

A base de dados utilizada nesta pesquisa refere-se ao período 1994 a 2007,


sendo composta pelas 27 unidades federativas brasileiras. Contudo, a variável
explicativa (royalties) é composta pelos repasses total dos royalties do petróleo e

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gás natural para cada Estado somado aos valores repassados aos Municípios do
Estado pertinente.
As variáveis utilizadas foram PIBs per capita, Indicadores de Pobreza
(Percentual de Pobres) e desigualdades (Índice de Gini) e o total de repasses dos
Royalties do Petróleo e Gás Natural, tendo como fonte de informações a ANP,
IBGE e o IPEADATA. Admite-se, nesta pesquisa, que os valores dos royalties
repassados aos Estados e Municípios somente se tornaram significativos a partir de
1999, que é uma suposição perfeitamente plausível, já que as receitas somente tiveram
expressivas alterações a partir do segundo semestre do ano de 1999, com o estabelecimento
dos primeiros contratos de concessão regulamentados conforme a nova Lei do Petróleo. Nas
regressões estimadas neste artigo as variáveis dependentes (PIB per capita; Índices
de Pobreza; e Desigualdades), como também a variável independente (Royalties)
foram empregadas perante transformação logarítmica.
Sendo que, de um total de 27 Estados, 10 fazem parte do grupo de controle
(Não Beneficiários) e 17 pertencem ao grupo de tratamento (Beneficiários), entretanto,
destaca-se que nesta primeira abordagem foram considerados como Estados
beneficiários também, aqueles que somente seus Municípios são favorecidos pelos
recursos dos royalties. Isto é, apenas 11 dos 17 Estados apontados como beneficiários
recebem recursos diretamente a nível estadual, sendo eles: Alagoas, Amazonas, Bahia,
Ceará, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São
Paulo e Sergipe.
Os outros seis considerados beneficiários são: Amapá, Pará, Paraíba,
Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, no entanto, faz-se uma segunda
abordagem considerando somente os 11 Estados diretamente beneficiados, ou seja, 11
compondo o grupo de tratamento e os demais sendo avaliados como grupo de controle.

4 RESULTADOS

Nesta secção apresentam-se os resultados da estimação obtidos através das


Equações (2) e (3), entretanto, primeiramente mostra-se na Tabela 03 um resumo
das principais estatísticas descritivas referentes às variáveis do modelo.

Tabela 03 - Estatísticas Descritivas


VARIÁVEIS MÉDIA STD. DEV. VARIÂNCIA
lnroy 17,16 2,03 4,12
lnpib 1,54 0,54 0,29
lnpob 1,04 0,50 0,25
lndes 0,56 0,69 0.00
Fonte: Elaboração própria, a partir dos resultados.

Os resultados contidos na Tabela 04 foram obtidos a partir das estimativas


do Modelo 1, conforme a resolução da Equação (2). Os mesmos comparam os
impactos dos royalties sobre o PIB per capita dos Estados, índices de pobreza e
desigualdades, controlando por variáveis indicadoras (dummys) referentes ao tempo
e Estados beneficiados.

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Tabela 04 - Resultados das Estimações do Modelo 1


Variável β3 β 3 RG t t RG STD STDRG R2 R 2 RG

PIBs Per Capita -0.23 -0.23 -1.98* -2.56* 0.11 0.09 0.06 0.43

Pobreza -0.08 -0.08 -0.75 -0.96 0.10 0.08 0.04 0.42

-0.03 -0.03 -2.23* -2.24* 0.01 0.01 0.05 0.06


Desigualdades

Fonte: Elaboração própria, a partir dos resultados da estimação.


* significativos no mínimo a 5%; RG Controlando por Regiões.

Os resultados do Modelo 1 indicam que as unidades federativas (UF)


beneficiadas a partir da nova Lei do Petróleo obtiveram taxa de crescimento do PIB
per capita em média 0.2313 pontos percentuais a menos que os Estados não
beneficiários, conforme apresentado na Tabela 04. Ressalta-se que, quando se
controla a estimação por Regiões não há alteração contundentes dos resultados, com
exceção ao valor do R2 , o que já era de se esperar, visto que, o mesmo mensura a
proporção da variabilidade total de Y que é explicada pela variável explicativa com
X.
Outro resultado importante sugere uma relação negativa entre índices de
desigualdades e total dos royalties repassados aos Estados beneficiados, pois
conforme os mesmos, os Estados pertencentes ao grupo de tratamento reduziram
em média 0.03% os índices de desigualdades (Índice de Gini) a mais do que os
Estados pertencentes ao grupo de controle (não beneficiários). Embora estes
resultados sejam bastante modestos, o parâmetro mostrou-se estatisticamente
significante. Analogamente ao primeiro caso, para esta variável não foi observada
alterações quando se controla por Regiões.
No que se refere aos Índices de Pobreza, embora os resultados apontem que
os Estados que compõem o grupo de tratamento (recebem recursos dos royalties)
diminuíram os índices de pobreza 0.0814% em média a mais do que os Estados
pertencentes ao grupo de controle, os mesmos, mostrou-se estatisticamente
insignificante ao nível de 5%, isto é, não há diferença estatística referente a esta
variável de interesse entre os grupos e períodos analisados.
A seguir apresenta-se os resultados na Tabela 05 referente ao Modelo 2, no
qual procura-se implantar mecanismos capazes de captar possíveis tendências dos
grupos analisados anteriores aos dois períodos comparados.

Tabela 05 - Resultados das Estimações do Modelo 2


Variável β3 β 3 RG t t RG STD STDRG R2 R 2 RG

PIBs Per Capita -0.08 -0.09 -2.78* -4.35* 0.02 0.02 0.08 0.45

Pobreza -0.02 -0.01 -0.56 -0.96 0.01 0.08 0.11 0.49

Desigualdades -0.007 -0.006 -1.98* -1.89* 0.01 0.003 0.13 0.13

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Fonte: Elaboração própria, a partir dos resultados da estimação.


* significativos no mínimo a 5%; RG Controlando por Regiões.

Os resultados do Modelo 2, se mostraram bastantes semelhantes ao Modelo


1, embora menos expressivos. Os mesmos sugerem que os Estados beneficiados
pelos recursos dos royalties obtiveram taxa de crescimento do PIB per capita em
média 0.08% a menos que os Estados não beneficiários, conforme apresentado na
Tabela 06. Ressalta-se que, quando se controla a estimação por Regiões não há
alterações significativas dos resultados.
Quanto aos ao Índice de desigualdades, os mesmos apontam que os Estados
pertencentes ao grupo de tratamento reduziram em média 0.007% os índices de
desigualdades (Índice de Gini) a mais do que os Estados pertencentes ao grupo de
controle (não beneficiários). Novamente, os mesmos se apresentam bastantes
modestos, entretanto, o parâmetro mostrou-se estatisticamente significante. De
forma idêntica não se observou alterações significativas quando se controla por
Regiões.
No que se refere aos Índices de Pobreza, outra vez os resultados não se
mostraram estatisticamente diferente de zero, isto é, em média não houve diferença
na redução de pobreza entre os dois grupos e períodos analisados.
Conforme destacado no final da secção metodológica se aplicaria os mesmos
modelos considerando agora apenas os 11 Estados que recebem diretamente
recursos dos royalties do petróleo e gás natural. Os resultados expressados na
Tabela 06 sugerem não haver diferenças estatisticamente comprovadas conforme o
Modelo 1, ou seja, não se pode inferir que há diferenças significativas entre os
Estados beneficiados ou não com os recursos dos royalties sobre as três variáveis de
interesse quando se considera como grupo de tratamento apenas as unidades
federativas diretamente beneficiadas pelos recursos dos royalties.

Tabela 06 - Resultados Sobre UF Diretamente Beneficiadas Modelo 1


Variável β3 β 3 RG t t RG STD STDRG R2 R 2 RG

PIBs Per Capita -0.10 -0.10 -0.91 -1.14 0.11 0.09 0.06 0.41

Pobreza -0.07 -0.07 -0.75 -0.92 0.10 0.08 0.04 0.42

-0.02 -0.02 -1.67 -1.68 0.01 0.01 0.04 0.05


Desigualdades

Fonte: Elaboração própria, a partir dos resultados da estimação.


* significativos no mínimo a 5%; RG Controlando por Regiões.

De forma semelhante à primeira abordagem, estimou-se para o Modelo 2.


Na Tabela 07 resumem-se os principais resultados do segundo modelo, o qual se
busca captar possíveis tendências dos grupos analisados anteriores aos dois
períodos comparados.

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Tabela 07 - Resultados Sobre UF Diretamente Beneficiadas Modelo 2


Variável β3 β 3 RG t t RG STD STDRG R2 R 2 RG

PIBs Per Capita -0.06 -0.06 -2.26* -2.90* 0.02 0.01 0.09 0.43

Pobreza -0.09 -0.08 -0.38 -0.46 0.01 0.08 0.11 0.49

-0.005 -0.005 -1.58 -1.58 0.003 0.002 0.11 0.12


Desigualdades

Fonte: Elaboração própria, a partir dos resultados da estimação.


* significativos no mínimo a 5%; RG Controlando por Regiões.

Quanto aos resultados do Modelo 2, considerando a segunda abordagem os


mesmos apontam que os Estados beneficiados pelos recursos dos royalties elevaram
seu PIB per capita em média 6% a menos que os Estados não beneficiários,
conforme apresentado na Tabela 07. Enfatiza-se também que, quando se controla a
estimação por Regiões não há alteração significativa dos resultados.
Quanto aos ao Índice de desigualdades e Índices de Pobreza os resultados
não evidenciam que houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos e
períodos analisados. Com a finalidade de verificar como é esta relação somente
entre os Estados nordestinos estimou-se os mesmos os Modelos 1 e 2 para a Região
Nordeste, o qual tem os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e
Sergipe como pertencentes ao grupo de tratamento, e os Estados do Maranhão,
Paraíba, Pernambuco, Piauí pertencentes ao grupo de controle.
A seguir na Tabela 08 serão apresentados os resultados sintetizados desta
abordagem.

Tabela 08 - Resultados das Estimações da Região Nordeste


Variável β3 M 1 β3 M 2 tM 1 tM 2 STDM 1 STDM 2 R2M 1 R2M 2

PIBs Per Capita -0.03 -0.05 -0.40 -2.69* 0.08 0.02 0.30 0.37

Pobreza 0.13 -0.01 1.67 -0.96 0.04 0.08 0.34 0.72

-0.03 -0.006 -2.43* -1.89* 0.01 0.002 0.25 0.46


Desigualdades

Fonte: Elaboração própria, a partir dos resultados da estimação.


* significativos no mínimo a 5%; M1 refere-se ao Modelo 1; M2 ao Modelo 2.

Os resultados referentes ao Modelo 1 indicam que os Estados beneficiados


conseguiram reduzir a desigualdades 3% a mais que os não beneficiados pelos
royalties do petróleo. Por outro lado, no que se refere aos PIBs Per Capita e Índice
de Pobreza, os resultados mostraram-se estatisticamente iguais à zero. Ou seja, não
há diferenças estatísticas que comprovem diferenças de alterações entre os Estados
da Região Nordeste e período analisado. No entanto, os resultados do Modelo 2

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para a Região sugerem a presença da Maldição dos Recursos Naturais, pois os


mesmos indicam que os Estados beneficiados elevaram seus PIBs Per Capita 5% a
menos que os não beneficiários, embora, tenham conseguido diminuir a
desigualdades 3% a mais que os mesmos. O Modelo 2 denota um resultado bastante
intrigante, pois, embora o parâmetro referente ao Índice de Pobreza seja
estatisticamente insignificante, os resultados evidência uma possível relação
positiva entre royalties do petróleo e níveis de pobreza. Contudo, destaca-se que,
com um nível de significância de 10% os parâmetros do mesmo são
estatisticamente significantes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo desta pesquisa foi encontrar evidências empíricas dos


impactos ocasionados pelos recursos dos royalties sobre as variáveis PIB per capita,
índices de pobreza e desigualdades nos Estados beneficiados por estes recursos. Ou
seja, apurar se os mesmos por contarem com esses recursos extras mostraram-se
mais contundentes quanto à elevação da renda per capita, diminuição das
desigualdades e da pobreza, além do mais, verificar se estas economias apresentam
características que evidencie a presença da Maldição dos Recursos Naturais.
Todavia, os resultados obtidos referentes à influência e relação destes
recursos com as variáveis confrontadas na presente análise encontraram evidências
empíricas de que este fenômeno econômico se configura nas economias estaduais
brasileiras. Pois, apesar dos resultados obtidos referentes aos Índices de
desigualdades indicarem que os Estados beneficiados pelos recursos dos royalties
diminuíram este indicador em média a mais do que os Estados não beneficiados por
estes recursos, os mesmos se mostraram bastantes imperceptíveis. Por outro lado,
os outros dois indicadores estimados apontam para presença deste fenômeno.
Ao avaliar os impactos sobre os índices de pobreza constata-se que não
houve
diferenças significativas nas reduções destes índices nos grupos e períodos
analisados, pois o parâmetro encontrado não se apresentou estatisticamente
diferente de zero. Uma das supostas prerrogativas para este resultado seria que esta
variável tem memória longa, ou seja, seria necessário um período maior para obter
resultados expressivos, entretanto, deve-se ressaltar que o período analisado é
composto de aproximadamente uma década, o que torna tal argumento pouco
provável.
O resultado mais contundente deste estudo refere-se à variável PIB per
capita, pois, os mesmos indicam que os Estados pertencentes ao grupo de controle
obtiveram taxas de crescimento da referida variável em média 23% a mais do que
do que os do grupo de tratamento no Modelo 1, considerando a primeira
abordagem; de 8% no Modelo 2 e primeira abordagem; e de 6% para o Modelo 2 e
segunda abordagem. E quando estimamos somente para os Estados nordestinos
verifica-se que os mesmos elevaram seus PIBs Per Capita em média 5% a menos
que os Estados não beneficiados pelos recursos dos royalties do petróleo e gás
natural.
Visto que, estes resultados são bastante expressivos, torna-se provável
aceitar a existência da Maldição dos Recursos Naturais nas economias beneficiadas

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pelos recursos dos royalties do petróleo e gás natural, além do mais, ressaltar-se que
há estudos que indicam a presença deste fenômeno econômico quando se avalia o
impacto destes recursos sobre taxa de crescimento econômico no âmbito municipal.
Em razão de se tratar de recursos de natureza finita, ou seja, temporários, é
preciso elaborar mecanismos capazes de induzir a gestão eficiente desses recursos
com a finalidade de promover o desenvolvimento social das Regiões beneficiadas.
No entanto, destaca-se que com as descobertas dos campos do Pré-sal essa
necessidade torna-se essencial, pois se estima que esses recursos no mínimo
dupliquem. Dessa forma, buscar aproveitar o máximo esta oportunidade, parece ser
o mais indicado no intuito de alcançar a sustentabilidade econômica para as Regiões
beneficiadas como também para toda a sociedade brasileira.
A literatura internacional apresenta diversas causas possíveis para o
fenômeno denominado à Maldição dos Recursos Naturais. No entanto, devemos
descartar algumas possibilidades, já que estamos analisando um problema de ótica
interna. De modo que, podemos supor como prováveis causas para os resultados
encontrados: a má gestão dos recursos, a fragilidade das instituições e o alto grau de
corrupção.
Entretanto, para obter-se um prognóstico mais preciso seria necessário
superar algumas limitações encontradas na presente pesquisa, tentando controlar
por outros fatores não observáveis, e incluindo outras variáveis que mensurassem
Índices de Desigualdades e Pobreza. O que se percebe e que muito mais indagações
do que respostas foram levantadas nesta pesquisa, em razão das diversas
possibilidades de averiguar e comparar os impactos causados pelos recursos dos
royalties do petróleo e gás sobre os Estados e Regiões beneficiadas a partir da
denominada Nova Lei do Petróleo.
Há diversas abordagens sobre o tema, e claro, neste artigo não foi possível
abordar todas. Pois, muitas comparações podem ainda ser elaboradas de forma a
diferenciar os impactos por Estados e Regiões. O que é certo, é que há poucas
pesquisas empíricas em torno do tema abordado, em função principalmente da
complexidade em se mensurar impactos gerados por determinadas políticas
públicas; logo, espera ter contribuído para melhor distinguir a influência destes
recursos sobre algumas variáveis socioeconômicas.

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