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Ion Moutinho
Aula 1
Números naturais
Metas
Esta aula apresenta a noção matemática que traduz o processo de contagem, a saber, a
noção dada pelo conjunto dos números naturais.
Objetivos
Ao final desta aula você deve:
• conhecer os números naturais, assim como a sua representação em notação decimal;
• saber resolver problemas práticos por meio de contagem;
• saber aplicar métodos alternativos de contagens;
• conhecer uma representação geométrica dos números naturais;
• conhecer as duas operações básicas entre números naturais;
• entender como se pode aplicar as operações na resolução de problemas práticos;
• conhecer os números inteiros e as duas operações entre inteiros, soma e produto.
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Exemplo: Temperatura é uma grandeza física que indica o grau de aquecimento de uma
certa porção de matéria. De modo vulgar, a temperatura é usada para informar o quanto
uma porção de matéria está fria ou quente.
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Por exemplo, voltando ao forno, com a temperatura graduada é possível regular o calor
produzido dentro do forno do modo mais adequado para se assar os pratos mais
variados como um bolo, uma pizza ou até um prato mais delicado como um suflê. Você
já tentou trabalhar com um forno a lenha? Não é nada fácil.
Toda vez que encontrarmos um problema envolvendo grandezas que podem ser
representadas numericamente, encontramos um problema que podemos tentar resolver
com o auxílio da Matemática.
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pouco complicado. Felizmente, existe uma forma bem esperta de representar qualquer
número natural somente através dos algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, e 9, além do
algarismo 0.
O sucessor do 9 é representado por 10, o sucessor do 10 é representado por 11, o
do 11 é representado por 12, e assim por diante, até 19. Trabalhando sempre com
agrupamentos de elementos de 10 em 10 quantidades, podemos representar qualquer
número natural só com os algarismos 0, 1, 2, ..., 9. A representação dos números
naturais através deste método é chamada representação decimal (ou representação na
base 10). Segundo a representação decimal, o conjunto dos números naturais pode ser
representado parcialmente por
= {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, ..., 20, 21, ..., 100, 101, ..., 140, 141, ...}.
Observação: Neste momento, o algarismo 0 tem apenas a função de marcar posição. Por
exemplo, sem o zero, o significado de 1 2 poderia ficar confuso. Significa o número 12
ou o número 102? O algarismo 0 marcando a posição das dezenas, no caso, ajuda a
definir este tipo de questão.
Esta atividade ajudou você a perceber por que a representação simbólica dos
números naturais é eficiente? Por exemplo, veja o espaço ocupado pelos círculos e o
espaço ocupado pela sua resposta. Ou, então, imagine este grupo de círculos sendo
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comparado com outro grupo de círculos. É muito diferente de comparar as quantidades
denotadas por números?
Atividade 2:
a) Se os números naturais fossem representados na base 3 (só com os algarismos 1, 2 e
0), quantos números poderíamos descrever utilizando no máximo dois algarismos (entre
1, 2 e 0)? Faça uma listagem de todos estes números. Como ficaria a representação do
número decimal 8 na base 3?
b) Procure exemplos de utilização de outras bases na representação dos números
naturais.
Desafio: Normalmente, nós contamos os dias, os meses e os anos. Você consegue dar
uma razão para os dias da semana e os meses do ano serem citados por nomes e os dias
do mês e os anos serem citados por números?
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Um segmento AB da reta r é associado a um número natural n se AB é obtido
pela justaposição sucessiva de n segmentos congruentes a OU. Neste caso, dizemos que
o comprimento de AB é n.
O U A r
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maior do que o do primeiro quadrado. No entanto, não parece claro qual perímetro é
maior, o do segundo quadrado ou o do retângulo. Leitor, você arrisca um palpite?
Lembre-se que o perímetro de um polígono é a soma das medidas dos lados que
formam o polígono.
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Dica: Você pode desenhar as figuras pedidas. Neste caso, fica mais fácil realizar os
desenhos em uma folha de papel quadriculado. Contudo, pode ser interessante recortar 9
quadrados de mesmo lado e obter as figuras encaixando os quadrados, como se fosse
um quebra-cabeça.
Exemplo: (área) A noção de área pode ser quantificada de modo análogo à noção de
comprimento. Uma maneira de fazer isto é fixar um quadrado como unidade de medida
de área. A área de uma figura é dada pela quantidade de quadrados unitários que
compõem a figura.
Na figura anterior, do exemplo de comprimento, utilizando os quadrados da rede
como unidade de medida de área, vemos que o quadrado menor tem área igual a 1, o
quadrado maior tem área igual a 4 e o retângulo também tem área igual a 4.
Veja que, na figura anterior, o segundo quadrado tem área igual ao retângulo,
mas tem perímetro menor. Existe alguma relação entre o perímetro e a área de uma
figura?
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Atividade 4: Verifique que as duas figuras a seguir têm a mesma área, mas têm
perímetros diferentes. (Por exemplo, se os dois desenhos representassem a planta de
uma casa, qual seria a opção de projeto mais econômica?)
Desafio: Você seria capaz de determinar a figura formada pelo mesmo número de
quadrados (mesma área) da atividade e de menor perímetro possível?
Atividade 5: Suponha que você tenha 10 metros de grade e que queira construir um
cercado retangular aproveitando um muro já existente (veja a figura a seguir). Qual deve
ser o formato do cercado de modo a obter a maior área possível para os 10 metros de
cerca estabelecidos? (Para simplificar o problema, vamos supor que os retângulos
tenham que estar sobre a rede quadriculada do desenho.)
Observação: Nos últimos exemplos, discutimos um pouco sobre a relação entre área e
comprimento. Note que estes são objetos de naturezas diferentes. A princípio, não
temos como comparar uma superfície com uma linha. Contudo, o fato de termos
quantificados estes dois tipos de grandezas permitiu compará-las. Na verdade, esta é
mais uma das vantagens do estudo matemático. Através da quantificação de grandezas,
criamos um parâmetro de comparação entre grandezas como tempo e calor, peso e
massa, velocidade e distância, volume e pressão, etc.
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Vimos como os números naturais podem ser associados à noção de
comprimento. Esta associação pode ainda ser mais bem explorada. De fato, podemos
obter uma interpretação geométrica para os números naturais. Isto permite que
visualizemos os números naturais, o que pode ser muito vantajoso.
O U
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Observe como este processo de construção dos números naturais sobre a reta
reproduz a ideia que temos sobre os números naturais. Determinamos o primeiro
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segmento, determinamos o sucessor do primeiro segmento, depois o sucessor do
sucessor e assim por diante. Deste modo, acabamos de descrever uma outra maneira de
representar os números naturais, a representação geométrica dos números naturais. No
desenho anterior, temos as duas representações ao mesmo tempo, a geométrica e a de
base 10.
b) Determine o perímetro do seguinte triângulo. A unidade de medida é dada pelos
lados dos quadrados da rede.
Desafio: Leitor, você consegue construir uma reta graduada a partir de uma unidade de
medida arbitrária, em uma folha sem nenhuma pauta? Dica: Utilize uma régua para a
construção da reta e um compasso para a construção dos múltiplos da unidade (não
utilize as unidades da régua).
Até agora vimos alguns exemplos onde os números naturais foram úteis na
comparação de grandezas. Podemos aplicar o conhecimento dos números naturais em
outro tipo de problema bem interessante, a saber, o problema de previsão.
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temperatura tinha diminuído mais 12ºC, passando para 176ºC. Admitindo que este
comportamento se mantenha, quanto tempo o forno levará para atingir a temperatura
ambiente de 20ºC?
Solução: A resposta para este problema pode ser obtida por um simples processo de
contagem. Na verdade, é uma contagem especial, pois é preciso contar de 12 em 12, a
partir do 200 e diminuindo, mas não deixa de ser uma contagem.
A sequência de valores contados pode ser acompanhada na seguinte tabela.
x min 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
o
yC 188 176 164 152 140 128 116 104 92 80 68 56 44 32 20
Assim, contando o tempo decorrido, em minutos, e a mudança sucessiva de
temperatura, podemos antecipar que o forno vai alcançar a temperatura ambiente depois
de 15 minutos.
Leitor, veja como a contagem realizada nesta questão é interessante, não
precisamos esperar passar os 15 minutos para ficar sabendo que o forno alcançou a
temperatura ambiente. Contudo, é bom ficar claro que isto é uma previsão. Estamos
supondo que é isto que vai acontecer (sem precisar esperar os 15 minutos passarem). É
evidente que podem aparecer outros fatores capazes de alterar esta previsão. Mas, a
princípio, baseado nos dados fornecidos, o tempo de espera de 15 minutos parece ser
uma boa estimativa.
Por exemplo, se você utilizou um forno em condições semelhantes e possui uma
criança pequena em casa, já pode prever que a criança só poderá entrar na cozinha em
segurança depois de 15 minutos de ter desligado o forno.
Atividade 8:
a) Existe uma forma bem simples de montar uma tabela como a do exemplo anterior.
As planilhas eletrônicas (por exemplo, o Excel ou BrOffice – este último é um
programa livre, você pode pedir ajuda ao seu tutor de Informática) oferecem ótimos
recursos matemáticos e um destes é ajudar a montar facilmente tabelas como a anterior.
Tente realizar as etapas descritas a seguir.
1º) Em uma planilha, preencha as três primeiras células da primeira linha com os
valores 1, 2 e 3, respectivamente.
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2º) Selecione as três células preenchidas, você encontrará as três células cercadas
por um retângulo com um pequeno quadrado do lado, chamado alça de
3º) Clique em cima do pequeno quadrado e arraste a alça ao longo da linha, você
verá as células sendo preenchidas automaticamente.
Se você começar a preencher as células com sequências variadas, o programa irá
preencher as células seguintes de acordo com a sequência
seq ência definida. Experimente criar
automaticamente a sequência dos
dos números pares, ou a sequência dos números múltiplos
de 9, por exemplo. Tente recriar a tabela do exemplo anterior.
b) Uma forma interessante de realizar contagens se dá através da representação
geométrica dos números naturais. Consiga uma trena com 2 m de comprimento, pelo
menos. Consiga também um pedaço de linha de 12 centímetros. Vamos representar a
temperatura do forno através dos centímetros da trena. Assim, a marca 200 cm da trena
representa a temperatura inicial do forno. Ande com o pedaço de linha a partir da marca
de 200 cm, diminuindo de 12 cm em 12 cm. Conte cada diminuição de marca, até
chegar à temperaturaa ambiente, isto é, até chegar à marca de 20 cm.
Exemplo: Imagine que você comece a brincar com palitos, formando quadrados, como
na figura a seguir. Quantos palitos são necessários para se montar uma sequência de 17
quadrados?
Solução: Como temos visto nesta unidade, para resolver este problema, basta contar.
Para
ra montar um quadrado, precisamos de quatro palitos. Para montar dois quadrados,
precisamos de 7 palitos. Para montar três quadrados, precisamos de 10 palitos. Bom, o
processo segue assim, sempre juntando mais 3 palitos para obter um outro quadrado.
Ficou com dúvida sobre o processo descrito? Monte os quadrados e verifique os
números citados.
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Percebendo que a sequência de palitos necessários cresce de 3 em 3, a partir do
4, basta montar a seguinte tabela, com a primeira linha representando o número de
quadrados e a segunda linha representando o número de palitos usados.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52
Assim, são necessários 52 palitos.
Observação: Veja, neste último exemplo, mais um aspecto sobre a previsão matemática.
Primeiro, lembre como a contagem já ajudou a antecipar um evento, como no caso de
prever quando o forno atingiria a temperatura ambiente, sem precisar esperar o tempo
decorrer. Agora, você viu como prever a quantidade de palitos necessários para a
construção da sequência de quadrados sem precisar lançar mão de uma grande
quantidade de palitos para o experimento, sem precisar arrumar espaço para montar a
sequência de quadrados e sem perder tempo montando os quadrados. Com um simples
esquema gráfico e a contagem numérica, o problema foi rapidamente resolvido, com
grande economia de material, de espaço e de tempo.
É claro que montar sequências de palitos é só uma brincadeira, mas é o método
utilizado que importa. Veja, a seguir, uma situação semelhante, só que agora mais séria.
No de peças 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Custo 115 130 145 160 175 190 205 220 235
Receita 30 60 90 120 150 180 210 240 270
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recebe mais 15, somando 30, então. O preenchimento da terceira linha prossegue com a
contagem de 15 em 15.
De acordo com os números obtidos, o comerciante tem que encomendar pelo
menos 7 peças, para obter algum lucro (é quando temos a receita maior do que o custo –
lembre que: lucro = receita − custo).
Atividade 10: Uma piscina de 5000 litros, vazia, recebe água a uma vazão constante.
Como podemos estimar quando a piscina ficará cheia?
a) Imagine que você tenha um balde de 6 litros e que marcou o tempo que levava para
encher o balde, 2 minutos. Baseado nestas informações, faça a previsão de quando a
piscina ficará cheia. (Utilize os recursos de contagem que você aprendeu aqui.)
b) Suponha que a piscina, de novo vazia, esteja agora com um pequeno vazamento e
que esteja perdendo um litro de água a cada 10 minutos. Refaça a previsão de quando a
piscina ficará cheia.
Observação: Leitor, procure pensar um pouco sobre a história completa e nos seus
detalhes. É apresentado um problema prático e este é resolvido, de modo muito
eficiente, a partir da manipulação das expressões matemáticas. A história apresentada
desta forma normalmente não é muito bem entendida, pois várias passagens ficam
suprimidas. Aliás, é por isso que a história é contada de forma tão eficiente, por ter
muitos detalhes suprimidos. Contudo, pelo que vem sendo visto ao longo do texto,
estamos aprendendo a entender o que está por trás do uso tão eficiente das expressões
matemáticas.
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Exemplo: Voltemos ao problema de determinar o número de palitos para a construção
de uma sequência de quadrados. Pelos dados do problema, precisamos de 4 palitos para
o primeiro quadrado e, daí por diante, mais 3 palitos para cada novo quadrado. Assim, a
quantidade de palitos, y, para cada quadrado, x, pode ser expressa matematicamente pela
fórmula
y = 1 + 3x.
No problema, foi pedido para determinar o número de palitos para se construir 17
quadrados. De posse da fórmula, precisamos calcular o valor de y quando x = 17.
Portanto,
y = 1 + 3x = 1 + 3.17 = 52.
Observação: Não foi explicado, mas no futuro vocês verão como obter fórmulas para
problemas como os ilustrados aqui.
Como o triângulo é retângulo, pelo teorema de Pitágoras, sabemos que seus lados
satisfazem a relação a2 + b2 = c2, onde a e b representam os catetos (os lados menores) e
c a hipotenusa (o lado maior).
Assim, temos c2 = 32 + 42 = 9 + 16 = 25, isto é, c2 = 25. Se fizermos algumas
contas (12, 22, ...), chegamos logo a igualdade 52 = 25. Daí, c = 5 é a medida do lado
maior. Logo, o perímetro é 12.
Note como usamos a fórmula para a determinação do lado, sem recorrer ao
processo de contagem.
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Atividade 11: Determine o terceiro lado do triângulo do exemplo anterior sem recorrer
ao teorema de Pitágoras, utilize a reta graduada e um compasso.
Desafio: Será que sempre podemos determinar o terceiro lado de um triângulo a partir
do conhecimento dos outros dois, qualquer que seja o triângulo?
b
a b + b + b + + b + b (a vezes) = ab
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serem contados. Então, a princípio, você terá que fazer corresponder cada objeto com
um número natural, um por um. Pelo último exemplo, uma boa estratégia é formar um
retângulo com os objetos. Aí, em vez de contar um por um, basta contar os objetos da
base e da altura do retângulo. Para encontrar o total de objetos, só é preciso fazer o
produto dos dois valores encontrados.
Veja a figura a seguir.
Olhando os objetos da forma desordenada que estão, a única maneira de contar estes
objetos passando por cada um deles, de um em um. Agora, olhe a figura a seguir,
formada com os mesmos objetos, mas organizados numa forma retangular.
Ainda podemos contar objeto por objeto. Mas, vamos apenas contar os objetos
da base e da altura. Na base, temos 12 objetos. Na altura, temos 11. Assim, o total de
objetos pode ser calculado por: total de objetos = 12×11 = 131.
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Sinceramente, não parece ser nada estimulante ter que contar todos estes
quadrados, por mais simples que seja o processo de contagem. Será que não existe um
atalho, uma forma econômica de resolver esta questão? Às vezes, quando nos
deparamos com uma situação mais complicada, pode ser interessante tentar trabalhar
com uma situação semelhante e mais simples. Veja as figuras a seguir.
Como a área é dada pelo número de quadrados unitários que compõem a figura, temos
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que a quantidade de quadrados em uma pilha triangular de quadrados com n quadrados
na base é dada por
. Você pode conferir o resultado contando cada quadrado, um por um.
Observação: Leitor, veja se você não acha esta relação interessante. No início desta
unidade, aprendemos a calcular a área de uma região através do processo de contagem.
Contudo, neste último exemplo, vimos como podemos utilizar a noção de área e a
manipulação de figuras geométricas para realizar uma contagem com mais agilidade e
eficiência (é muito fácil errar uma contagem envolvendo muitos objetos).
).
Outro tipo de número figurado é dado pelos números que podem ser
representados na forma de um quadrado. Veja alguns exemplos de representação em
forma de quadrado.
Pela fórmula da área do quadrado, segue que todo número quadrado é da forma
n2, para algum número natural n. Aliás, o uso da expressão “n elevado ao quadrado”, no
lugar de “n elevado a 2” tem origem nesta representação figurada dos números. Você
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saberia justificar o uso da expressão “n elevado ao cubo” no lugar da expressão “n
elevado a 3”?
Neste caso, quando for necessário fazer referência aos naturais diferentes de zero, usa-se
a notação *. Ou seja, temos *= {1, 2, 3, 4, ...}.
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Já vimos como a representação geométrica dos números naturais pode ser útil no
processo de contagem. Será que esta interpretação geométrica dos números também
pode ser utilizada na realização das operações? Veja, leitor, o que acha das próximas
atividades.
Atividade 13: (Calculadora analógica de soma) Consiga duas retas. Trabalhando com
elas como na figura abaixo, você obtém uma calculadora de soma. Por exemplo, para
efetuar a soma, 4 + 7, posicione a origem da segunda superior sobre o número 4 da reta
da base. Verifique que o número 7 da reta superior coincide com o valor da soma, 11.
Se você trabalhar com réguas maiores, poderá efetuar somas maiores.
Experimente!
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
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a) Tente fazer alguns produtos seguindo o modelo do desenho. Construa a reta
graduada, além de outra reta graduada, mas perpendicular à primeira. Utilize uma régua
e um esquadro para desenhar as retas paralelas. Trabalhe com papel quadriculado.
b) Atualmente, existe um recurso muito interessante para a realização deste tipo de
atividade, a Geometria Dinâmica. Um programa adequado para os nossos propósitos é o
GeoGebra (você pode obter informações sobre o assunto na página
http://www.professores.uff.br/hjbortol/geogebra/index.html, do professor Humberto
José Bortolossi).
c) Resolva a equação 3x = 15.
Números inteiros
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Para lidar com situações envolvendo contagens com dois significados, perda e
ganho, antes e depois, para cima e para baixo, a Matemática desenvolveu um novo
conjunto numérico, o conjunto dos inteiros, . Este conjunto estende o conjunto dos
números naturais e sua representação decimal é parcialmente dada a seguir.
−2 −1 0 1 2 3 4 5
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Atividade 15: Verifique que as seguintes igualdades entre símbolos matemáticos: + =
*; − = \ *; = − ∪ {0} ∪ +.
Atividade 16:
a) As duas réguas da calculadora de soma ainda podem ser usadas para somar números
inteiros. Basta usar a régua de forma invertida quando trabalhar com números negativos.
Procure realizar algumas contas para ver se faz sentido. Por exemplo, veja se, com as
réguas, você obtém −4 + 5 = 1, −3 + (−1) = −4, 5 + (−6) = −1, (−2) + 2 = 0.
b) A calculadora geométrica de produtos pode ser adaptada para os números inteiros.
Veja se mudando a altura do objeto (segundo fator do produto) e a sombra do bastão
unidade (primeiro fator do produto) para valores negativos e fazendo passar raios
paralelos pelas devidas marcas então você obtém a sombra do objeto como o produto
esperado. Por exemplo, veja o que acontece com produtos como 2.(−3), (−3).2,
(−1).(−1). Veja se a sombra obtida confere com a regra dos sinais em uma
multiplicação.
Observações:
1) Trabalhando com inteiros, temos a notação a − b = a + (−b).
2) Uma regra útil para produto é a seguinte: (−a)b = a(−b) = −ab.
3) A notação −a não representa um número negativo. Cuidado! Esta notação indica o
simétrico de um número. Por exemplo, se a = −3, temos −a = 3, um número positivo.
Comentários finais
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A resolução abreviada de problemas através de expressões matemáticas ilustra
bem como as operações podem ser importantes na manipulação dos números. Em
particular, mostra como o domínio de técnicas matemáticas pode ajudar a resolver os
problemas mais variados, tanto os da própria Matemática, quanto os de fora desta.
Caro leitor, ao longo deste curso, você deve rever algumas das técnicas
matemáticas estudadas no ensino básico, principalmente no ensino médio. O domínio
destas técnicas pode ajudar na resolução de problemas, como ilustrado aqui, mas
também pode ajudar você a adquirir novos conhecimentos matemáticos, aqueles que
serão motivo de estudo nas disciplinas do seu curso.
Você está convidado a entrar nesta viagem de conhecimentos que pode te levar a
horizontes infinitos. O conjunto dos números naturais é apenas o primeiro passo desta
jornada.
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