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SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 26, 27 E 28 DE NOVEMBRO, 2010 | ANO 2 | Nº 316 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA R$ 3,00
Embalagens Onda de consumo faz Energia Bom retorno em longo Saneamento Sabesp cria empresa
indústria crescer 10% em produção prazo atrai investimento em pequenas de participações para ampliar
e faturar R$ 40 bilhões neste ano. centrais hidrelétricas. ➥ P32 geograficamente atuação. ➥ P22
NESTA EDIÇÃO
Murillo Constantino
EDITORIAL
Murillo Constantino
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4 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira, e26
fim
dede
novembro,
semana, 26,
201027 e 28 de novembro, 2010
DESTAQUE VIOLÊNCIA
Ricardo Rego Monteiro desde 2008 ocuparam 12 comu- sim”, lembra Néri, ao afirmar que tanto, medidas complementa-
rmonteiro@brasileconomico.com.br
TURISMO
DESTAQUE VIOLÊNCIA
Luiza de Paola/AFP
Thais Folego As enchentes que Paulo Umeki, diretor de conta do episódio, afirmam as
tfolego@brasileconomico.com.br Produtos da Liberty, conta que companhias. “A frota de veícu- SÃO PAULO
ocorreram no é unanimidade entre as segura- los brasileiros segurada é de 12
O saldo de veículos queimados Rio no início deste doras que os casos ocorridos no milhões, e o número de carros Apólice para loja
no Rio de Janeiro é de pelo me- ano, sim, foram Rio têm cobertura. “Por ser um atingidos foi baixo”, diz Mar- de shopping terá alta
nos 55 esta semana. As apólices caso pequeno em relação ao ques. Ele explica que o impacto
de automóveis normalmente
suficientes para número de veículos segurados, sobre o preço se dá pelo histórico Este ano os shoppings de São
têm cobertura para colisão, in- aumentar o preço. ele não se caracteriza como de sinistros por região, marca de Paulo foram palco de uma série
cêndio e roubo, mas excluem in- Na época, só a convulsão social, um evento carro, perfil do condutor, entre de assaltos, principalmente os de
denizações para atos de vanda- que pode gerar uma grande outros fatores. Em resumo, alto padrão, como Cidade Jardim
lismo e terrorismo. Os ataques Porto Seguro teve perda para as seguradoras. A quanto mais indenizações a se- e Iguatemi. E o alvo principal dos
cometidos por traficantes no cerca de 600 pedidos exclusão de cobertura de van- guradora pagar, mais caro fica o criminosos foram as joalherias.
Rio, porém, não estão sendo de indenização dalismo e terrorismo é por seguro para o próximo ano. “O valor do seguro que cobre
considerados pelo mercado de conta desse risco de grandes “É mais fácil que a chuva de roubo para lojas de shopping
seguros como ato de vandalis- indenizações concentradas”, ontem em São Paulo cause mais tende a subir, principalmente
mo, mas sim como um evento afirma. Eduardo Marques, di- estragos e sinistros do que o para lojas que vendem produtos
isolado. Assim, os propretários retor Técnico da corretora evento todo no Rio”, afirma Jo- de pequeno volume e preços
de carros incendiados que tive- Marsh, lembra ainda que essas sé Luis Ferreira, diretor de Pro- altos, como joias e computadores
rem seguros terão suas indeni- ocorrências são de caráter im- dução da Porto Seguro. Ele portáteis”, afirma Paulo Umeki,
zações pagas, afirma Henrique previsto, que fogem ao controle conta que as enchentes que diretor de Produtos da Liberty
Brandão, presidente do Sindica- das pessoas que perderam seus ocorreram no Rio no início des- Seguros. Ele ressalta, porém,
to dos Corretores de Seguros do carros, exatamente o conceito te ano sim foram suficientes que somente as lojas com
Rio de Janeiro (Sincor-RJ). chave do seguro. para aumentar o valor das apó- produtos mais visados devem
“Esse é um evento isolado para lices. Na época, só a Porto Se- ter aumento. “O seguro de
desestabilizar a sociedade, todos Preço não será impactado guro teve cerca de 600 veículos uma C&A não vai mudar”, diz.
os sinistros serão pagos”, diz. E é exatamente o fato das perdas segurados danificados. “O Es- Segundo ele, a frequência de
“Mesmo porque os carros foram das seguradoras não serem tado está tomando conta do roubos em shoppings era quase
antes roubados para depois serem grandes que o preço do seguro caso e não vamos chegar nem zero até o ano passado, mas
incendiados”, afirma. de automóvel não deve subir por perto desse número”, diz. ■ cresceu muito este ano. T.F.
Sexta-feira e fim de semana,
Sexta-feira, 26 de novembro, 2010 Brasil Econômico 7
26, 27 e 28
privada
Pedidos de orçamento e de Empresas situadas
reforço de equipes aumentam
nas companhias de vigilância
na Zona Norte do
Rio de Janeiro,
Mariana Celle onde ocorrem maior
mcelle@brasileconomico.com.br
parte dos ataques,
Os recentes ataques de trafican- dispensaram os
tes na cidade do Rio de Janeiro, funcionários mais
levou a um aumento de deman-
da nas empresas do segmento
cedo. Escolas
de segurança privada.“Temos não tiveram aulas
recebido entre cinco e seis soli-
citações de orçamento por dia
para segurança patrimonial, presas de Segurança e Trans- de 10% dos clientes pediram à contra instituições privadas”,
sendo quatro dessas para escolta porte de Valores (Fenavist). empresa para reforçar as equi- diz. Em São Paulo, em maio de
em transporte, o que não acon- Ele explica que, por conta da pes de seguranças. 2006, ataques do crime organi-
tecia com tanta frequência”, diz onda de violência, medidas ex- João Palhuca, vice-presiden- zado contra as forças do estado
André Lopes, sócio-diretor da tras serão tomadas pelas pres- te do Sindicato das Empresas de mataram 23 policiais.
Securu Sistemas de Segurança tadoras de serviço de seguran- Segurança Privada, Segurança Por causa da onda de violên-
Digital. Em todo o Brasil, há 2 ça privada para evitar que o Eletrônica, Serviços de Escolta e cia, empresas e estabelecimen-
mil empresas licenciadas pela atendimento fique vulnerável. Cursos de Formação do Estado tos comerciais situados na Zona
Polícia Federal para atuar na “Aumento do efetivo e altera- de São Paulo (Sesvesp), não Norte da capital fluminense têm
área de segurança privada , que ção da rotina devem ser algu- acredita que isso afete conside- liberado os funcionários mais
devem movimentar R$ 15,5 bi- mas atitudes das empresas de ravelmente o mercado. “Está cedo ou simplesmente fechado
lhões este ano, segundo dados transporte de valores”, diz Lo- claro que é uma ação terrorista as portas. Ontem, pelo menos 12
da Federação Nacional das Em- pes. Na Vise Vigilância, cerca contra as forças do estado, não alunos ficaram sem aulas. ■
8 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e26
fim
dede
novembro,
semana, 26,
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DESTAQUE VIOLÊNCIA
Deputado
José Eduardo Martins Cardozo é um
federal e um dos dos mais próximos interlocutores
coordenadores de Dilma Rousseff na transição
da transição foi
desafeto de Lula
Pedro Venceslau
pvendceslau@brasileconomico.com.br
“
Universidade Católica de São Cota pessoal reira política, Cardozo tem um reforma do judiciário do Minis-
Paulo (PUC-SP). A escolha de Cardozo como um perfil técnico e uma sólida for- tério da Justiça na gestão de
Ele acredita que o perfil con- dos coordenadores da campa- mação jurídica. Seu estilo ameno Márcio Thomaz Bastos.
ciliador de Cardozo ajudará no nha presidencial e provável mi- de dialogar será importante na
diálogo com o governo do Rio. nistro da Justiça a partir de 2011 O Ministério da Justiça relação com a Polícia Federal e a Providências
“Ninguém espera que ele vire é creditada à cota pessoal da é eminentemente opinião pública. A agenda da se- O ministro da Justiça, Luiz Paulo
um xerife. Como titular da pas- presidente eleita. “Cardozo é gurança vai dominar o debate no Barreto, ofereceu ao governo do
ta, ele terá que lidar com órgãos um desafeto histórico de Lula político. A vivência ano que vem e isso aumentará Rio de Janeiro o envio de efetivos
relativamente autônomos, como dentro do PT. Sua escolha sina- de Cardozo como muito a importância e a visibili- da Polícia Federal e da Força Na-
a Polícia Federal”. Ao longo da liza ao partido como uma de- dade do ministro da Justiça”, diz cional de Segurança Pública
campanha presidencial, foi Car- monstração de independência
deputado, vereador o sociólogo Murilo de Aragão. para ajudar o governo estadual a
dozo quem trouxe à tona o com- da presidente eleita”, diz o e dirigente “O Ministério da Justiça é evitar novos ataques de trafi-
bate ao crack e a continuidade cientista político Rudá Ricci. partidário será eminentemente político. A vi- cantes. O governador Sergio Ca-
das UPPs como carros-chefes da Além de contar com a con- vência de Cardozo como depu- bral já tinha pedido ao ministro
política de segurança pública. fiança de Dilma, Cardozo é da muito importante tado, vereador e dirigente par- reforço da Polícia Rodoviária Fe-
Dilma Rousseff também está en- mesma corrente interna do ex- tidário será muito importan- deral nas estradas onde ocorre-
tusiasmada com os Veículos Não ministro da Justiça Tarso Genro Pierpaolo Botini, te”, afirma o advogado Pier- ram os atentados. As UPPs são
Tripulados comprados de Israel dentro do PT, chamada Mensa- ex-secretário de reforma do paolo Botini, professor de di- uma parceria entre os governos
para uso da Polícia Federal. gem ao Partido. “Apesar da car- Judiciário do Ministério da Justiça reito da USP e ex- secretário de federal e estadual. ■
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr
TRANSIÇÃO
OPINIÃO
Sam Panthaky/AFP
Joel Saget/AFP
Vestidas de branco e com máscaras brancas, dezenas de mulheres cobriram algumas ruas de Paris, ontem. Foi uma manifestação
pelo Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a Mulher, celebrado em vários países pelo mundo, como Espanha, Chile,
Paquistão, Honduras e Turquia. Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a violência contra
as mulheres está em patamares epidêmicos. Uma em cada três, no mundo todo, já sofrem violência física ou maus-tratos. Na França,
décadas depois de lutar pelo direito de usar calças, as mulheres foram cooptadas ao “ato militante” de usar saias. E deitar-se pelas ruas.
BRASIL
Rendimento Salários na
construção
pressionam
inflação
João Laet
Construção
disputa mão
de obra ‘a tapa’
Emprego formal no setor Setor demandará
chega a 2,8 milhões em outubro
e bate recorde de 2009
10,2 milhões de
empregos para
Carolina Alves a construção
calves@brasileconomico.com.br
de 23,5 milhões de
Aquecido por conta do Progra- unidades até 2022
ma de Aceleração do Cresci-
mento (PAC) desde 2007, o setor
de construção civil vive um
“semi-apagão” de mão de obra,
segundo alerta João Cláudio Ro-
busti, diretor do Departamento
da Indústria da Construção da
Federação das Indústrias do Es-
tado de São Paulo (Fiesp). O se-
tor, que acumula 2,8 milhões de
empregos formais até outubro,
já bateu o recorde de 2,3 mi-
lhões de 2009. déficit habitacional - estimado
“Estamos disputando mão de em 6 milhões de moradias - a
obra a tapa. O problema hoje indústria de construção civil de-
não está apenas na qualificada, mandará, até 2022, 10,2 milhões
mas em todos os níveis, do en- de empregos formais e informais
genheiro ao operacional no can- (nível que atingiu este ano 6,9
teiro de obras. Isso vem pressio- milhões). Além disso, deve pro-
nando os salários e os custos duzir 23,5 milhões de unidades e
para a indústria”, analisa. Ele receber investimentos da ordem
explica que, com um índice de de R$ 255 bilhões por ano.
desemprego de 6,1%, o país se As projeções da Fiesp, que
aproxima da margem de pleno serão apresentadas na segunda-
emprego, o que força as empre- feira durante o Construbusi-
sas a procurar pessoal já empre- ness, em São Paulo, incluem o
gado a salários mais elevados. crescimento da população, dos
O resultado é a inflação do atuais 190 milhões para 209 mi-
setor. O Índice Nacional de Cus- lhões até 2022, e a formação de
to da Construção - Mercado 17,5 milhões de famílias.
(INCC-M), calculado pela Fun- “Para evitar um verdadeiro
dação Getúlio Vargas (FGV), apagão, o setor precisa elevar
atingiu 0,36% em novembro, o sua produtividade e inovação.
dobro do registrado em outubro. Sem investimentos, o cresci-
O aumento foi puxado pela va- mento sustentável fica compro-
riação do custo da mão de obra, metido”, alerta Robusti. Ele
que passou de 0,03% para ressalta, ainda, que novas for-
0,59% no período. mas de captação serão necessá-
Para Robusti, o cenário tende rias. “O Fundo de Garantia de
a piorar se o setor não investir Tempo de Serviço (FGTS) e a ca-
Divulgação
mais, haja vista a aproximação derneta de poupança, em um
CANTEIRO DE OBRAS CONSTRUÇÃO da Copa e dos Jogos Olímpicos, período de três anos, não serão
em 2014 e 2016. Para atender à suficientes para atender a forte
R$ 255 bi
por ano é quanto o setor de “A guerra por mão
demanda de infraestrutura e do demanda”, destaca. ■
BRASIL
Antonio Milena
TRIBUTOS CASA PRÓPRIA
Projeto que desonera verbas para inovação Geraldo Alckmin estuda comprar
será sancionado na próxima semana imóveis alugados pelo governo
O projeto de lei de conversão 11/2010, que concede desoneração tributária O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, quer comprar
aos recursos destinados à inovação e à pesquisa tecnológica, aprovado imóveis na região central da capital paulista para abrigar as secretarias
pelo plenário do Senado na quarta-feira, será sancionado na próxima que pagam aluguel. Com a medida, o tucano espera cortar custos
semana. A informação foi dada ontem pelo secretário-executivo do e ainda incentivar a revitalização e a valorização do Centro da cidade.
Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Elias, no lançamento do núcleo Um dos prédios que podem ser comprados fica perto do escritório da
de inovação de Minas, na Federação das Indústrias do Estado de Minas. equipe de transição, na rua Boa Vista.
Cláudia Bredarioli Mercado de genéricos quirem pequenos produtores de aumento da participação es- ricos que só mostra sinais de
cbredarioli@brasileconomico.com.br deve atingir 25% genéricos ou passam a produzi- trangeira. A mais recente mo- manutenção do crescimento”,
los em parceria. vimentação foi em outubro diz Gustavo Petito, diretor de
As indústrias farmacêuticas co- do comércio de Assim, a participação das deste ano, com a entrada da Planejamento e Negócios da
meçam a ocupar o mercado de remédios em 2011 e multinacionais no mercado de americana Pfizer (que comprou Pfizer. “Além disso, essa nego-
novos medicamentos genéricos 20% em faturamento genéricos no Brasil cresceu 40% do laboratório Teuto e ciação abre portas para termos
de alto consumo. Produtos até quase três vezes nos últimos possibilidade de aquisição do acesso a novos consumidores
agora inexistentes para pressão dois anos, chegando a repre- controle total futuramente) porque amplia muito o portfólio
alta, colesterol e disfunção eré- sentar cerca de 40% da receita neste segmento, depois de já de produtos”, completa.
til, entre outros, ampliam o co- dos laboratórios, contra pouco ter feito um acordo com a Eu- Segundo o presidente da Pró
mércio de remédios. Estima-se mais de 10% em 2008, segundo rofarma para que o laboratório Genéricos, Odnir Finotti, só
que o fim das patentes de novas a Associação Brasileira das In- brasileiro produzisse o genéri- para tomar como exemplo do
medicações venha a movimen- dústrias de Medicamentos Ge- co do Lípitor, para colesterol. potencial de crescimento deste
tar R$ 2 bilhões. Esse cenário néricos (Pró Genéricos). A en- “Nosso interesse nessa aqui- mercado, o remédio para dis-
tem trazido também a reorga- trada da francesa Sanofi-Aven- sição do Teuto foi o de partici- função erétil Viagra, cujo ge-
nização da indústria farmacêu- tis, com a aquisição da Medley par desse momento de amadu- nérico começou a ser comer-
tica: grandes laboratórios ad- em 2009, começou a puxar esse recimento do mercado de gené- cializado há pouco mais de três
Sexta-feira e fim de semana,
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26, 27 e 28
Renato Araujo/ABr
DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS
Marcela Beltrão
Andre Penner
de R$ 2 bi
disfunção erétil e colesterol
BRASIL
Paulo Araújo /O Dia
VERDE VAREJO
Antonio Milena
expande
mercado de
TV a cabo
Após alterar regra que impedia entrada
das operadoras no setor, agência
oferece novas licenças no país em 2011
“
Fabiana Monte
fmonte@brasileconomico.com.br
Murillo Constantino
TRANSIÇÃO AGRICULTURA
Novo governo pode criar um órgão para Seis projetos de lei tentam limitar venda
temas ligados a mudanças climáticas de terras no Brasil para estrangeiros
A criação de um órgão para coordenar ações necessárias sobre Tramitam na Câmara seis projetos de lei e uma proposta de emenda à
as mudanças climáticas “está sendo considerada” pela equipe de Constituição que ampliam restrições à compra de terras no Brasil por
transição de governo. A informação foi dada pelo subchefe de Análise estrangeiros – um deles aprovado quarta-feira pela Comissão de Relações
e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil, Johaness Exteriores. Outra proposta está no Senado, limitando venda de terras
Eck. O órgão seria responsável por assumir as questões relativas na Amazônia Legal (AC, AP, AM, PA, RO, RR e parte do MT, TO e MA).
às mudanças no clima, como a redução das emissões de carbono. Os estrangeiros têm 4,35 milhões de ha no Brasil, o que equivale à Suíça.
A perspectiva de convergência
das mídias que aparecem em
função da entrada das teleco-
municações no setor de radio-
difusão exige que o Ministério
das Comunicações seja “refun-
dado”, na opinião do ministro-
chefe da Secretaria de Comuni-
cação Social, Franklin Martins.
O ministro despediu-se ontem
publicamente do governo, du-
rante um Seminário sobre Li-
berdade de Imprensa, realizado
pela TV Cultura. Mas, antes de
deixar o cargo, irá entregar à
equipe de Dilma Rousseff um
anteprojeto sobre o marco legal
da comunicação na internet. O
documento será formulado le-
vando em conta propostas es-
tabelecidas na época do minis-
tro Sérgio Motta, titular da pas-
ta de Comunicações no governo
Fernando Henrique Cardoso.
Martins disse que é premente
a necessidade de regulação da
mídia no Brasil, mas sem o
medo dos chamados “fantas-
mas” do passado, o que segundo
ele, pressupõe o risco à liberda-
de de imprensa.
A regulação a que se refere Martins vai entregar à equipe de Dilma
está relacionada às garantias um anteprojeto sobre o marco legal da internet
de espaço para a produção de
conteúdo nacional e à livre
concorrência, evitando con-
centração excessiva em torno País ficou mais de municação já estão presentes
de poucos veículos. “É preciso no setor de comunicação na- MÍDIA TELES
criar um ambiente no qual a 60 anos sem discutir cional e isso exigirá um debate
concorrência precisa se esta- a comunicação, em torno do equilíbrio desta R$ 13 bi R$ 180 bi
belecer”, diz Martins. “Em to- lembra Martins, atuação. “Se não procurarmos é quanto o setor de radiodifusão é o montante que as operadoras
das as democracias existe re- criar esse ambiente de equilí- faturou no ano passado, de acordo de serviços de telecomunicação
gulamentação. Por que não se e será necessário brio, as teles vão passar por com os dados divulgados pela do país faturaram em 2009,
adotar princípios gerais para o repensar o conceito cima da radiodifusão”, diz o Comunicação Social do governo. de acordo com Franklin Martins.
setor”, questionou. diante do avanço ministro, referindo-se à força
Na avaliação de Martins, o das operadoras de telefonia,
Ministério das Comunicações das novas mídias donas de um faturamento “Sou contra o ‘controle social da mídia’”
precisa ser reformulado para tor- anual de R$ 180 bilhões, sobre a
nar-se um centro formulador da radiodifusão (rádio e TV) que O Ministro da Comunicação Social quais isto poderia ser feito.
política nacional de comunica- gera apenas R$ 13 bilhões. Franklin Martins disse que é Para o ministro, o
ção, inserindo o setor em ques- Martins afirma que o Brasil inteiramente contra a expressão estabelecimento de um marco
tões como a expansão do acesso a ficou mais de 60 anos sem dis- “controle social da mídia”, regulatório para o setor,
banda larga e regulamentação cutir a comunicação. Na Cons- definida como um dos princípios a exemplo do que ocorre em
das mídias digitais. tituição, há apenas uma regu- de regulamentação da atividade outros países, não significa um
“Chegou a hora de discutir e é lamentação clara sobre a limi- da mídia brasileira. Esta atentado à liberdade de imprensa.
preciso um ministério que pla- tação de 30% de capital es- expressão foi aprovada na “É um fantasma dizer que a
neje, formule, execute e que seja trangeiro nos veículos de co- primeira Conferência Nacional imprensa está sendo ameaçada.
um centro de gravidade da polí- municações, o que foi feito de Comunicação (Confecom), Ameaçada por quem?”, indagou,
tica de comunicação no Brasil”, para salvar as grandes emisso- no final de 2009. Na opinião do ressaltando que seu compromisso
disse Martins. ras da falência. ministro, essa avaliação põe em pessoal com a liberdade de
O ministro vê a necessidade O ministro se despede da risco a liberdade de imprensa. imprensa não é de “conveniência
de regulação da atividade de pasta, criada em 2007, no pró- Por outro lado, ele defende que ou de circunstância”, mas
comunicação como parte de ximo dia 31 de dezembro e diz exista espaço para que a imprensa de “alma”, já que enfrentou
um processo de preservação da que não pretende voltar a tra- seja avaliada pela sociedade e o período ditatorial, quando
radiodifusão brasileira. Segun- balhar na imprensa. “Vou de- também criticada, sem no entanto existia censura aos órgãos
do ele, as empresas de teleco- sencarnar.” ■ deixar claro os mecanismos pelos de imprensa. R.B.N
18 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira, e26
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EMPRESAS
“
Cintia Esteves da pela consultoria responsável des espalhadas por Paraná e locais, grandes companhias
cesteves@brasileconomico.com.br pelas negociações. Somente Santa Catarina. O Baú tem 85 como Pão de Açúcar, Magazine
nesta região, o Baú concentra 27 lojas no estado paranaense, Luiza e Máquina de Vendas
O Baú da Felicidade Crediário pontos de venda que reforça- mas para Pauliki não há ne- também podem entrar na briga
pode ser a primeira empresa do Vamos entregar riam o poder da Lojas Cem, que cessidade de comprar toda a pela rede, todas elas estiveram
grupo a ajudar Silvio Santos a na semana que tem hoje 185 lojas também no rede local. “Escolhemos 50 envolvidas em recentes nego-
cobrir o rombo estimado em R$ vem uma proposta interior paulista. No entanto, no pontos que não vão interferir ciações de aquisições e fusões e
2,5 bilhões no Panamericano. perfil da empresa comandada nas vendas das lojas que já te- continuam demonstrando dis-
Informações obtidas pelo Brasil de compra de pela família Dalla Vecchia pare- mos no Paraná”, diz. posição para comprar.
Econômico revelam que o em- 50 lojas do Baú ce não haver espaço para aqui- A compra das lojas do Baú
presário contratou uma consul- sições e a rede não levou as con- também pode ser estratégica Dívida
toria para sondar possíveis inte- Márcio Pauliki, versas adiante. A varejista anda para a Cybelar. A varejista tem Apesar do interesse do merca-
ressados na compra das 130 lo- presidente da Mercadomóveis na contramão do mercado e 85 lojas no interior de São Pau- do, uma dívida da antiga Du-
jas da varejista. prioriza o crescimento orgâni- lo e ganharia novo impulso dony, adquirida pelo Baú em
Estão na mesa duas possibili- co, ou seja, por meio de abertu- com os pontos de venda de Sil- 2009, pode atrapalhar as nego-
dades: a primeira, preferência ra de lojas. Oficialmente a rede vio Santos. Segundo apurou o ciações. Segundo o mercado, a
do grupo, é vender a totalidade nega a aproximação. Brasil Econômico ela será uma empresa não teria conseguido
das lojas. A outra — e mais pro- Mas se a Lojas Cem não das próximas a ser procurada quitar um passivo fiscal que na
vável dada a peculiar distribui- quer, tem quem queira. “Va- pela consultoria do Baú. época da aquisição somava R$
ção das lojas do Baú — é uma mos entregar na semana que “Sempre vamos olhar todos os 100 milhões. Com este débito
venda fracionada, ou seja, em- vem uma proposta de compra negócios, faz parte do merca- nas costas, a negociação pode
presas diferentes comprariam de 50 lojas do Baú”, diz Márcio do”, diz Ubirajara Pasquotto, ficar ainda mais dura para Sil-
quantidade de lojas variadas. Há Pauliki, presidente da Merca- presidente da Cybelar. vio Santos. Procurado, o Baú
quinze dias a Lojas Cem, do in- domóveis, varejista de ele- Apesar do Baú ser um negó- informou que a empresa não
terior de São Paulo, foi procura- troeletrônicos com 150 unida- cio interessante para varejistas está à venda (ver ao lado). ■
INVESTIMENTO DIVERSIFICADO O grupo Silvio Santos é formado por 34 empresas em diferentes áreas
TVSBT CANAL 4 DE SÃO PAULO S.A. BF UTILIDADES DOMÉSTICAS LTDA BANCO PANAMERICANO S.A. NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS COSMÉTICOS E PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL
Formada pelas empresas que
PANAMERICANO DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS compõem a Jequiti
BF PAR UTILIDADES DOMÉSTICAS LTDA E VALORES MOBILIÁRIOS S.A.
TVSBT CANAL 11 DO RIO DE JANEIRO LTDA
PANAMERICANO ARRENDAMENTO
LIDERANÇA CAPITALIZAÇÃO S.A. MERCANTIL S.A. SISAN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. SSC INDUSTRIAL S.A.
TVSBT CANAL 3 DE NOVA FRIBURGO LTDA
PANAMERICANO ADMINISTRADORA
PROMOLÍDER PROMOTORA DE VENDAS LTDA DE CARTÕES DE CRÉDITO LTDA
SPE – OSCAR FREIRE OPENVIEW SSC COMÉRCIO DE COSMÉTICOS
SSF FOMENTO COMERCIAL LTDA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. E PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL LTDA.
TV STÚDIOS DE BRASÍLIA S/C LTDA
PANAMERICANO PRESTADORA
DE SERVIÇOS S/C LTDA
TVSBT CANAL 5 DE PORTO ALEGRE S.A. OUTRAS PARTICIPAÇÕES ACIONÁRIAS SPE – GALENO DE ALMEIDA OPENVIEW
PANAMERICANA DE SEGUROS S.A.
EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.
PERÍCIA ADMINISTRADORA E CORRETORA
DE SEGUROS LTDA SPE – RICARDO BAPTISTA OPENVIEW
TV STÚDIOS DE JAÚ S.A. TV SOROCABA LTDA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.
PANSEG PROMOÇÕES E VENDAS LTDA
PANAMERICANO ADMINISTRADORA
TV STÚDIOS DE RIBEIRÃO PRETO S/C LTDA TV ARAÇÁ - SISTEMA DE COMUNICAÇÃO LTDA DE CONSÓRCIO LTDA
RDonask
Marcela Beltrão
HRT PARTICIPAÇÕES
Companhia Aberta de Capital Autoriza
Avenida Atlântica, nº 1.130, 7º, 8º e 10º andares,
REGISTROS DA OFERTA NA CVM: CVM/SRE/REM/2010/020 (OFERTA PRIMÁRIA) E CV
Código ISIN: BR
Código de Negociação das Ações no segmento
HRT PARTICIPAÇÕES EM PETRÓLEO S.A., sociedade por ações com sede na Avenida Atlântica, nº 1.130, 7º, 8º e 10º andares, Copacabana, Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 10.629.105/0001-68 (“Companhia”),
North Pole Capital Master Fund, com sede em 89 Nexus Way, 2° Andar, Camana Bay, P.O. Box 31106, Grand Cayman, KY1-1205, Anaconda Capital, LLC, com sede em 31286 Silverleaf Oak, Evergreen, Colorado 80439, O-CAP Brazil Trading LLC, com sede em 712
Fifth Avenue, 26° Andar, Steamboat Ventures, LLC, sede em 1999 Broadway, Suite 4300, Denver, Colorado, 80202, Black Sheep Partners, LLC, com sede em 900 N. Michigan Ave., Suite 1900, Chicago, IL 60611, EUA, Black Sheep Partners II, LLC, com sede em 900
N. Michigan Ave., Suíte 1900, Chicago, IL 60611, EUA, e George Lee Hanseth, com endereço em 61704 Broken Top Dr., Bend, Oregon, EUA (em conjunto, os “Acionistas Vendedores”), BANCO DE INVESTIMENTOS CREDIT SUISSE (BRASIL) S.A.
(“Credit Suisse” ou “Coordenador Líder”), GOLDMAN SACHS DO BRASIL BANCO MÚLTIPLO S.A. (“Goldman Sachs”) e CITIGROUP GLOBAL MARKETS BRASIL, CORRETORA DE CÂMBIO, TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS S.A. (“Citi” e, em conjunto com o
Coordenador Líder e com o Goldman Sachs, “Coordenadores” ou “Coordenadores da Oferta”), comunicam o encerramento da oferta de distribuição pública de 2.067.500 ações ordinárias de emissão da Companhia, sendo 2.062.289 ações da oferta primária e 5.211
ações da oferta secundária, todas escriturais, nominativas e sem valor nominal, livres e desembaraçadas de quaisquer ônus ou gravames (“Ações”), realizada em mercado de balcão não organizado, nos termos da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”)
nº 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme alterada (“Instrução CVM 400”), sob coordenação dos Coordenadores e com a participação do BANCO J.P. MORGAN S.A. (“J.P. Morgan”) e do DEUTSCHE BANK S.A. - BANCO ALEMÃO (“Deutsche Bank” e, em conjunto
com o J.P. Morgan, os “Coordenadores Contratados”) e de instituições intermediárias autorizadas a operar na BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, que aderiram à Oferta (“Corretoras Contratadas” e, em conjunto com os Coordenadores
e os Coordenadores Contratados, “Instituições Participantes da Oferta”). Foram também realizados, simultaneamente, esforços de colocação das Ações no exterior, exclusivamente junto a investidores institucionais qualificados (qualified institutional buyers), residentes
e domiciliados nos Estados Unidos da América, com base nas isenções de registro nos Estados Unidos da Regra 144A do Securities Act of 1933 dos Estados Unidos da América (“Securities Act”), editada pela Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos da
América (“SEC”), e junto a investidores nos demais países, exceto o Brasil e os Estados Unidos da América, com base no Regulamento S do Securities Act, editado pela SEC, e de acordo com a legislação aplicável no país de domicílio de cada investidor, esforços estes realizados
pelo Credit Suisse Securities (USA) LLC, pelo Goldman Sachs & Co., pelo Citigroup Global Markets Inc. e ainda pelo BMO Capital Markets Corp., pelo Deutsche Bank Securities Inc., pelo Jefferies & Company, Inc. e pelo J.P. Morgan Securities LLC
(conjuntamente, os “Agentes de Colocação Internacional”) em conformidade com o contrato de colocação internacional (“Placement Facilitation Agreement”), celebrado entre a Companhia e os Agentes de Colocação Internacional (“Oferta”).
Não foi e nem será realizado nenhum registro da Oferta ou das Ações na SEC ou em qualquer agência ou órgão regulador do mercado de capitais de qualquer outro país, exceto no Brasil.
Considerando a subscrição da totalidade das Ações inicialmente ofertadas das Ações Suplementares e das Ações Adicionais, foram distribuídas ao público 2.067.500 Açõ
R$ 2.481.0
OS DADOS FINAIS DA OFERTA ESTÃO INDICADOS NO QUADRO ABAIXO:
TIPO DE INVESTIDOR
Pessoas Físicas
Clubes de Investimento
Fundos de Investimento
Entidades de Previdência Privada
Companhias Seguradoras
Investidores Estrangeiros
Instituições Intermediárias Participantes do Consórcio de Distribuição
Instituições Financeiras ligadas à Emissora e/ou aos Participantes do Consórcio
Demais Instituições Financeiras
Demais Pessoas Jurídicas ligadas à Emissora e/ou aos Participantes do Consórcio
Demais Pessoas Jurídicas
Sócios, Administradores, empregados, prepostos e demais pessoas ligadas à Emissora e/ou aos Participantes do Consórcio
SUBTOTAL
Ações Recompradas no Âmbito das Atividades de Estabilização
TOTAL
(*) Inclui 42.050 Ações adquiridas por Credit Suisse Securities (Europe) Limited como forma de proteção (hedge) para operações com derivativos de ações realizadas no e
(*) Inclui 65.000 Ações adquiridas por Citigroup Global Markets Limited como forma de proteção (hedge) para operações com derivativos de ações realizadas no exterior.
A instituição financ eira contratada para a prestação de serviços de escrituração das ações de emissão da Companhia é o Banco do Brasil S.A.
Nos termos do Contrato de Prestação de Serviços de Estabilização de Preço das Ações Ordinárias de Emissão da Companhia, celebrado entre a Companhia, o Banco de
adquiridas 181.400 Ações e vendidas 61.900 Ações no âmbito das atividades de estabilização.
A Oferta foi previamente submetida à CVM e registrada sob os nºs CVM/SRE/REM/2010/020 (Oferta Primária) e CVM/SRE/SEC/2010/011 (Oferta Secundária
A(O) presente oferta pública (programa) foi elaborada(o) de acordo com as normas de Regulação e Melhores Práticas da ANBIMA para as Ofertas Púb
ANBIMA, não cabendo à ANBIMA qualquer responsabilidade pelas referidas informações, pela qualidade da emissora e/ou ofertantes, das Instituições Pa
distribuição não implica, por parte da ANBIMA, garantia da veracidade das informações prestadas ou julgamento sobre a qualidade da companhia emisso
COORDENADOR
CORRET
Corretora de Valores
Sexta-feira e fim de semana,
Sexta-feira,
26, 27 e 28
26 de
de novembro, 2010 Brasil Econômico 21
novembro, 2010
ões, as quais, no total, representam 44,76% do capital social da Companhia nesta data, ao preço de R$1.200,00 por Ação (“Preço por Ação”), perfazendo o total de:
000.000,00
QUANTIDADE DE AÇÕES
SUBSCRITORES SUBSCRITAS
127 39.315
17 5.082
204 246.121
7 7.102
– –
285 1.857.480 (*)
1 1.000
– –
3 30.500
– –
2 400
– –
646 2.187.000
– (119.500)
646 2.067.500
exterior.
e Investimentos Credit Suisse (Brasil) S.A., e a Credit Suisse (Brasil) S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários, em 21 de outubro de 2010, informamos que foram
licas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários, atendendo, assim, a(o) presente oferta pública (programa), aos padrões mínimos de informação exigidos pela
rticipantes e dos valores mobiliários objeto da(o) oferta pública (programa). Este selo não implica recomendação de investimento. O registro ou análise prévia da presente
ra, bem como sobre os valores mobiliários a serem distribuídos.
ES DA OFERTA
CONTRATADOS
TORAS
corretora
corretora de valores, desde 1953
22 Brasil Econômico Sexta-feira,
Sexta-feira e26
fim
dede
novembro,
semana, 26,
201027 e 28 de novembro, 2010
EMPRESAS
Franklin Xavier
QUÍMICA PAPEL
Murillo Constantino
Sabesp estrutura
nova companhia
de participações
Objetivo da futura SabespPar é reduzir
as amarras legais da estatal paulista para
ampliar a atuação nacional e internacional
Gesner Oliveira,
presidente da Sabesp:
novos negócios para
fora do estado de São
Paulo e investimentos
de R$ 1,8 bi em 2011
Dubes Sônego mento de água até a confecção gia de automação de estações de que a SabespPar, como seria
dsonego@brasileconomico.com.br Companhia de peças especiais de aço para tratamento de água, e tem ho- chamada, teria potencial para
adutoras de ferro fundido e aço. mologados os consórcios que gerar receitas anuais de cerca de
A atual gestão da Sabesp, co-
presta consultoria A partir do levantamento, a construirão duas pequenas cen- R$ 100 milhões. Como base de
mandada por Gesner Oliveira, sobre redução Sabesp encomendou um plano trais hidrelétricas (PCHs), apro- comparação, vale dizer que a
vai deixar à sucessora um plano de perdas de água de negócio à consultoria Ernest veitando a queda d’água de re- receita anual da Sabesp hoje gira
de negócios para a criação de & Young, que receberá pelo ser- servatórios em São Paulo. em torno de R$ 7 bilhões.
um companhia de participa-
em Honduras viço R$ 450 mil e deverá entre- Na próxima quarta-feira, dia O valor é relativamente pe-
ções e um plano de investimen- e no Panamá. gar o projeto em dezembro. 1º de dezembro, a companhia queno. Mas no longo prazo, o
tos de R$ 1,8 bilhão para 2011. Os contratos Hoje, a Sabesp já tem uma assina ainda o primeiro contrato potencial da nova empresa é
“É o dobro dos investimentos série de contratos em anda- de consultoria para o desenvol- grande. O contrato com a pre-
realizados no início de nossa
renderão pouco mento fora de São Paulo. Mas a vimento de um plano municipal feitura de Barro Alto, por
gestão”, diz Oliveira. mais de US$ 10 grande maioria deles surgiu de de saneamento, com a prefeitu- exemplo, renderá R$ 500 mil.
A companhia de participa- milhões consultas dos propícios clien- ra de Barro Alto (GO). E finaliza Não é um caso isolado. Até 2014
ções permitiria à estatal driblar tes. Se fosse prospectar negó- o edital que permitirá o aprovei- todos os municípios brasileiros
restrições na busca por novos cios ativamente, diz Seuaciuc, tamento do biogás da estação de terão que elaborar um plano de
negócios além das fronteiras do a companhia teria que justifi- tratamento de esgoto de Barueri saneamento. E menos de 10%
Estado de São Paulo, seu con- car até mesmo as viagens da para a geração de energia. do total foram capazes de fazê-
trolador e razão de ser. O di- equipe fora de São Paulo, sua Em três anos, contados a lo até agora, por falta de capa-
nheiro para tocar os projetos se- área de cobertura. partir de 2011, a estimativa é de citação técnica. ■
ria captado no mercado.
De acordo com Nilton Seua- Novos mercados
ciuc, superintendente de novos Em Honduras e no Panamá, a HORIZONTE APORTES
negócios da Sabesp, foi realiza- companhia dá consultoria para
do um levantamento interno
que chegou a 32 produtos e ser-
a redução de perdas de água,
que renderão pouco mais de
R$ 100 mi
Em três anos, a partir de 2011,
R$ 1,8 bi
É o volume de investimentos que
viços com potencial de mercado US$ 10 milhões. Em Maceió, a Sabesp Par teria potencial para a Sabesp planeja para o próximo
em outros estados brasileiros e tem um contrato semelhante, gerar receita anual de R$ 100 ano. Neste, o volume de aportes
no exterior. A lista inclui desde com valor estipulado em R$ 25 milhões, vindos de negócios em foi de aproximadamente R$ 1,7
consultoria em operação de sis- milhões. No Espírito Santo, outros estados e no exterior. bilhão, a maior parte em esgoto.
temas convencionais de trata- presta consultoria em tecnolo-
Sexta-feira e fim de semana,
Sexta-feira, 26 de novembro, 2010 Brasil Econômico 23
26, 27 e 28
Ag. Petrobras
ENERGIA PETRÓLEO
Universalização de serviços em
São Paulo é objetivo para 2018
“
Companhia planeja investir Para viabilizar a duplicação Campos do Jordão tende atender toda área urba-
R$ 1,8 bilhão no próximo ano, dos investimentos da Sabesp, Para 2011, a Sabesp pretende in- na de Campos.
o dobro do montante de 2006 Oliveira conta que foram reali- vestir R$ 100 milhões na cons-
zados, simultaneamente, au- Nós já tínhamos trução de uma nova estação de Despoluição do Tietê
Françoise Terzian mento de produtividade e tam- tratamento de esgoto em Cam- De acordo com Oliveira, o pro-
fterzian@brasileconomico.com.br bém redução de perdas e de uma rede e estamos pos do Jordão (SP), município jeto que mais vai absorver re-
despesas como gastos com ampliando para localizado a cerca de 180 quilô- cursos e energia da companhia,
Até 2006, a Sabesp efetuava in- energia elétrica e ineficiência chegar a todos metros da capital. nos próximos meses, é a fase 3
vestimentos da ordem de R$ 700 da mão de obra. “O número de Esta era uma antiga reivindi- da despoluição do rio Tietê, cujo
milhões por ano. Nos últimos ligações de água e esgoto por Gesner Oliveira cação do município. No mo- intuito é ampliar a coleta e o
quatro anos, o aporte dobrou e, trabalhador, por exemplo, au- mento, como conta Oliveira, há tratamento do esgoto na região
em 2011, deve saltar para R$ 1,8 mentou 20% de 2007 a 2010”, várias discussões referentes à metropolitana de São Paulo.
bilhão. A idéia é manter este informa Oliveira. melhor localização da estação. Esse projeto tem recursos ad-
nível de investimento nos pró- O Brasil, diz o presidente da Para definir isso, o executivo re- vindos do Banco Interamerica-
ximos três anos. “Nosso plane- companhia de saneamento, lata que um estudo de impacto no de Desenvolvimento (BID) e
jamento tem como objetivo a desperdiça muita água. Diante ambiental foi realizado. deve levar a Sabesp a assinar
universalização dos serviços deste cenário, ele conta que a A idéia é universalizar o importantes contratos a partir
até 2018”, afirma Gesner Oli- estratégia foi diminuir a perda, serviço na região. “Nós já tí- desta semana. A terceira fase do
veira, presidente da companhia cuja redução foi de 32% para nhamos uma rede pequena e projeto ocorre até 2015 e baseia-
responsável pelo fornecimento 26%. “Reduzir 6 pontos per- estamos ampliando para che- se, essencialmente, no aumento
de água, coleta e tratamento de centuais significa ter a possibi- gar a todos”, diz. Hoje, a Sa- da cobertura e tratamento de
esgoto de 365 municípios do lidade de abastecer três cidades besp atende 45% do município esgoto na periferia da região
estado de São Paulo. como Santos”, afirma. e, com o investimento, pre- metropolitana de São Paulo. ■
EMPRESAS
Antoine Antoniol/Bloomberg
EQUIPAMENTOS TELECOMUNICAÇÕES
Murillo Constantino
CONTRATO
1de toneladas
milhão de açúcar
da Copersucar serão
transportadas pela FCA em 2011,
o dobro do volume de 2010.
PREFERÊNCIA
50%
do açúcar a granel exportado
pela Copersucar em 2011, ou 2,5
milhões de toneladas, chegará ao
porto em trens da FCA e da ALL.
CRESCIMENTO
138 milhões
de toneladas de cana é a quanto
equivalem o açúcar e o álcool
que a Copersucar movimentará
em 2011. Alta de quase 25%.
Luiz Silveira A modernização fazer o transporte dedicado ao necessidade de desmanchar a Copersucar dobrar o volume
lsilveira@brasileconomico.com.br açúcar da Copersucar. Já o gru- composição. “Poucas operações transportado com a FCA para 1
dos vagões e po sucroalcooleiro, formado por têm esse sistema, que reduzirá o milhão de toneladas em 2011.
A maior comercializadora de um novo sistema cerca de 120 usinas de cana, in- carregamento de 20 para três “As ferrovias vão representar
açúcar e álcool do país, a Co- de embarque do vestirá R$ 65 milhões em três horas”, afirma o presidente da 50% do nosso escoamento a
persucar, fechou ontem um terminais de transbordo, onde o FCA, Marcelo Spinelli. granel para o porto em 2011”,
novo contrato com a Ferrovia açúcar em Ribeirão açúcar passará dos caminhões Já os vagões modernizados calcula o presidente-executivo
Centro Atlântica (FCA), con- Preto reduziram em para os vagões. farão a descarga mais rápida em da Copersucar, Paulo Roberto
trolada pela Vale, para o trans- 30% a necessidade Um desses terminais, em Ri- Santos, reduzindo o tempo de de Souza. Das 8 milhões de to-
porte de até três milhões de to- beirão Preto (SP), já está funcio- uma hora para dez minutos, se- neladas de açúcar que a coope-
neladas de açúcar por ano a de investimento nando, mas receberá novos in- gundo o executivo da FCA. “Ao rativa espera comercializar em
partir de 2015. O negócio faz em trens vestimentos, totalizando R$ 25 todo, reduzimos em 30% a nos- 2011, 6 milhões serão exporta-
parte da estratégia da Copersu- milhões. Outros dois terminais sa necessidade de investimento das — 1 milhão em sacas e 5
car de investir R$ 1,5 bilhão em serão construídos em 2011, em em locomotivas e vagões acele- milhões a granel. Desse volume
logística até 2015, priorizando Uberlândia (MG), no Triângulo rando o sistema”, calcula. Ain- a granel, 1,5 milhão de tonela-
meios de transporte mais eco- Mineiro, e em Aguaí, na região da assim, para chegar às 3 mi- das serão transportados pela
nômicos que o rodoviário, central de São Paulo, a um custo lhões de toneladas, investimen- ALL, concorrente da FCA.
como os trens e as hidrovias. total de R$ 40 milhões. tos adicionais em trens serão O crescimento da Copersucar
Pelo acordo, a FCA vai inves- Em Ribeirão, a Copersucar necessários e poderão ser reali- ficará entre 20% e 25% em 2011,
tir R$ 60 milhões na reforma de construirá um sistema chamado zados pela Copersucar. atingindo a negociação de açúcar
500 vagões, originais da con- de anel ou pêra ferroviária, que Mas os investimentos anun- e álcool equivalentes a 138 mi-
cessão das ferrovias à Vale, para permitirá o carregamento sem a ciados ontem já vão permitir à lhões de toneladas de cana. ■
Sexta-feira e fim de semana,
Sexta-feira, 26 de novembro, 2010 Brasil Econômico 25
26, 27 e 28
Caetano Barreira/Reuters
AUTOMOTIVO GÁS
Fiat investe R$ 350 milhões no hatch Bravo, Comgás contrata segunda parcela de
substituto do Stilo que será exportado financiamento com instituição europeia
Segundo o presidente da montadora, Cledorvino Belini, a expectativa O contrato é de € 100 milhões, parte de um financiamento de longo prazo
é que sejam vendidas 1,5 mil unidades do modelo por mês no Brasil. Além concedido pelo European Investment Bank, no montante total de € 200
disso, o carro, que será produzido na fábrica de Betim, será exportado milhões. Segundo a empresa, o empréstimo será destinado à expansão,
para toda a América Latina. A meta é que as vendas externas alcancem modernização e reforço da rede de distribuição de gás canalizado, além
2 mil unidades por ano. O Stilo sairá de produção após 10 anos no mercado, de outros investimentos para dar suporte à operação da companhia.
tendo alcançado uma participação de 15% no segmento hatch médio. A operação faz parte do plano da empresa para 2010, 2011 e 2012.
Nivaldo Souza co da Engenharia (FDTE). Entidade inaugura ganha forma nesta terça-feira, metalurgia, telecomunicações,
nsouza@brasileconomico.com.br Até agora discreta, com dia 30, com a inauguração de etc. “Geralmente, as empresas
atuação de bastidor na coor- nova sede na próxima uma nova sede no bairro pau- com necessidades técnicas nos
O desenvolvimento do projeto denação de projetos de peso — terça-feira, dia 30. listano do Morumbi. Investi- procuram e desenvolvemos so-
G-10 — primeiro computador como a instalação da rede na- As novas instalações mento de R$ 11,5 milhões para luções. Sempre foi uma ação
para escala fabril no Brasil, cional de telecomunicações, a ocupar um prédio de dois mil passiva e, agora, queremos
numa época em que a indús- expansão da indústria side- têm 2 mil m², quase metros quadrados, incluindo mostrar que temos equipes para
tria de componentes eletrôni- rúrgica e mineral —, a entida- seis vezes o tamanho aquisição e reforma do imóvel. qualquer projeto”, diz o dire-
cos nem existia por aqui — e de se reestrutura para expor das anteriores, Serão quatro andares, contra tor-superintendente Nilton
do concreto armado, que co- seus feitos. Passo estratégico apenas um de 350 metros qua- Nunes Toledo.
locaria a construção civil na- para brigar pelo aquecido mer- mais aporte de drados das antigas instalações A maior parte dos negócios
cional na vanguarda técnica cado de assessoria especiali- R$ 11,5 milhões para em Pinheiros, bairro da zona era feita sob encomenda do Es-
mundial, foram responsáveis zada, no qual empresas priva- aprimorar núcleos oeste de São Paulo. tado — apesar da carteira de
por imprimir à engenharia das se lançam tendo no ho- A mudança física representa clientes multinacionais como
brasileira direção tecnológica rizonte os investimentos para técnicos e ministrar também um alteração de com- Siemens, Roche e Whirlpool.
em processos produtivos nos os próximos anos. “A funda- cursos especializados portamento para expor ao “O governo sempre foi o grande
anos 1970 e 1980. ção foi reestruturada acredi- mercado a expertise acumula- contratante. Agora, não é mais
As inovações foram passos tando que a partir de 2011 ha- da desde 1972, em gestão de e precisamos aparecer para as
importantes da industrializa- verá um boom de projetos no projetos e gerência de desen- empresas”, indica Toledo.
ção do país e contaram com Brasil”, diz o diretor de proje- volvimento de produtos em
coordenação da Fundação para tos Anderson Cruz. automação, computação, ele- Conversas
o Desenvolvimento Tecnológi- A mudança de orientação trônica, energia, mecânica, A disposição é para vender
Sexta-feira e fim de semana,
Sexta-feira, 26 de novembro, 2010 Brasil Econômico 27
26, 27 e 28
QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA
GESTÃO SUSTENTABILIDADE
JOSÉ LUIZ
engenharia ALBERTIN
Diretor de educação da
Sae Brasil (Sociedade dos
Engenheiros da Mobilidade)
“
Reestruturamos
a Fundação para
o Desenvolvimento
Tecnológico da
Faltam profissionais ou
formação adequada?
O Brasil retoma sua verve desenvolvimentista e descobre
Engenharia (FDTE) a restrição da mão de obra capacitada. O assunto emocio-
acreditando que, na e aguça discussões dentro e entre os principais prota-
a partir de 2011, gonistas do tema. Vêm a público sinais de um sincero es-
forço de indicar causas e soluções. Um país da nossa com-
haverá um boom de plexidade merece essa profusão de análises e esforços.
projetos no Brasil Talvez nos falte focar mais o problema, do que defender as
instituições através dos seus esforços isoladamente.
Anderson Cruz, O Brasil já viveu ciclos de desenvolvimento extraordi-
diretor de projetos nários sem que se tenha esbarrado na falta de engenheiros.
A economia era muito menor, também era menor a velo-
cidade dos projetos, as exigências do contexto social e, os
As empresas com recursos, proporcionalmente aos fatores citados, eram
muito maiores. Os recursos tempo e dinheiro acomoda-
necessidades vam equipes maiores, menor produtividade individual. As
técnicas geralmente ferramentas de engenharia e tecnológicas eram mais sim-
nos procuram ples. O número de posições burocráticas também era
maior e acomodava diplomados não vocacionados. Dis-
e desenvolvemos torciam-se indicadores de desemprego de engenheiros e
soluções. Sempre foi também do número de engenheiros nos projetos.
uma ação passiva e, Nossos jovens técnicos, em geral, saem dos cursos sem
a contextualização dos conhecimentos que receberam.
agora, queremos Não tiveram chance de se desenvolver na aplicação e na
mostrar que temos liderança do conhecimento que os capacita. As solicita-
equipes para ções de um projeto em
equipe, com resultados,
qualquer projeto medidas de desempe-
Falta a aplicação nho, orçamentos e ex-
Nilton Nunes Toledo, posição a tecnologias e
diretor-superintendente de práticas práticas, não são viven-
que propiciem ciadas por vastíssima
identificar a maioria dos cerca de 30
mil diplomados anual-
vocação para as mente. As empresas e os
áreas técnicas já projetos já não têm re-
no ensino médio e cursos para desenvolver
e testar a vocação dos
antes dele. Formar diplomados. Como diz
um engenheiro Mauro Simões enge-
é um processo nheiro da MAN Latin
América no depoimen-
de 17 anos de vida to acima “os engenhei-
estudantil. Para ros que se destacam já
variar estamos vêm da faculdade com
graxa nas unhas”. Um
atrasados, mas não formado deve chegar ao
desesperançados mercado de trabalho
marcado por graxa, ci-
mento, choque elétrico,
serviços a empresas ligadas às chip, software, aero-
obras de infraestrutura de HISTÓRIA modelo, robôs, biocombustível e outras bagagens.
grande porte do setor elétri-
co, a Copa 2014 e a Olimpíada
2016. Mas sem perder de vista
Mil projetos As competições de engenharia prestam um enorme
serviço na formação de engenheiros. São projetos de ro-
bôs, veículos elétricos, a gasolina, híbridos, aeromodelos
o desenvolvimento industrial, Entidade incentiva aproximação entre academia e empresas e outros. Nesses trabalhos em equipe vemos ‘feras’ de es-
que se mantém motriz da en- Criada por um núcleo de empresas e a fundação veio para colas brasileiras participando aqui e fora do País. Chega-
tidade. “Já fizemos até proje- professores da Escola Politécnica atender a demanda do setor rão ao mercado em melhor condição de prestar serviços à
tos na área médica”, ressalta da USP, a FDTE foi uma investida privado”, diz Vieira. Hoje, a sociedade. Destaco um caso de sucesso com abrangência
Toledo. técnica para aproximar mundo fundação toca 70 projetos em nacional e internacional, as competições estudantis da
O diretor de projetos diz acadêmico e empresas. O diversas áreas. Eles integram uma Sae Brasil. São centenas de estudantes de engenharia, de
que a fundação tem se mobili- engenheiro Antonio Hélio Guerra lista de mais de mil projetos em dezenas de escolas, de diversas regiões do Brasil e do ex-
zado para se aproximar do Vieira, presidente do conselho 38 anos. Parte em parceria com terior, que competem nos projetos do Baja, do AeroDe-
empresariado. Já realizou reu- curador da fundação e professor outras universidades além da USP sign e do Fórmula SAE. Tal prática, entretanto, ainda não
niões em associações de classe emérito da Poli-USP, recorda que e até consultorias privadas, numa é sistêmica nas engenharias nem reconhecida formal-
como a Federação das Indús- as empresas procuravam a sinergia que envolve a troca de mente como curricular para a formação de engenheiros.
tria do Estado de São Paulo universidade em busca de cooperar profissionais e o uso de laboratórios. Para finalizar comento que, igualmente, falta a
(Fiesp) justamente para se em projetos. Por ser pública, a USP Alguns dos profissionais, inclusive, aplicação de práticas que propiciem identificar a vo-
apresentar. “Já há algumas era proibida de vender consultoria. foram formados pela própria cação para as áreas técnicas, já no ensino médio e an-
conversas em andamentos”, Daí resultou na criação da FDTE em fundação, que coordena também tes dele. Lembre-se que formar um engenheiro é um
diz Cruz, sinalizando possí- 1972. “As regras do serviço público cursos de curta duração e processo de uns 17 anos de vida estudantil. Para variar
veis contratos para 2011. ■ contrastam com a necessidade das pós-graduação da Poli-Integra. estamos atrasados, mas não desesperançados. ■
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ENCONTRO DE CONTAS
LURDETE ERTEL
Salto alto
Está sendo do Ceará
o passo mais largo nas
exportações brasileiras
de calçados em 2010.
Responsável pelo
maior volume de pares
embarcados até outubro,
o estado ampliou as
vendas externas em
33,8% em volume e
38,2% em faturamento
em 10 meses — bem acima
da média nacional, que foi
14,2% em pares e 10,3%
em receita no período.
Ao todo, as indústrias
de calçados instaladas
no Ceará esparramaram
no mercado internacional
53,7 milhões de pares,
o equivalente a 45%
de todo o volume
exportado pela Brasil até
o outubro (119,3 milhões).
O desempenho cearense
contrasta com o do
Rio Grande do Sul e de Check-in nas nuvens
São Paulo, dois dos mais Está brotando do concreto em O edifício terá 484 metros de altura e será o março de 2011 o hotel mais alto da Ásia:
tradicionais polos do Hong Kong, na China, mais um mais alto da cidade e o quarto mais elevado o Ritz-Carlton ocupará do 102º ao 118º
setor no Brasil e antigos empreendimento candidato ao time do mundo - atrás do Burj Khalifa em Dubai andares do prédio – incluindo o último.
líderes de exportação: dos prédios mais altos do mundo. (828 m), da Taipei 101 em Taiwan (509 m) Neste espaço, distribuirá 312 apartamentos
O novo International Commerce e do World Finance de Xangai (492 m). e suítes, seis restaurantes, um lobby
ambos os estados Center (ICC) está sendo construído de Com uma vista deslumbrante de Victoria lounge e um incrível bar e uma piscina
tiveram performance frente para a baia de Kowloon, no lado Harbour e da ilha de Hong Kong, o ao ar livre em sua cobertura, no 118º andar.
negativa no período. peninsular da ex-colônia britânica. arranha-céu vai abrigar a partir de A piscina será a mais alta que já se viu.
Saul Loeb/AFP
O poder das
▲
Fotos: divulgação
encontrodecontas@brasileconomico.com.br
Replay
Por uma boa causa
Única fábrica de vinil da América
Latina, a Polysom prepara Alessandra Campiglia vai
nova fornada de relaçamentos oferecer, amanhã, em sua casa,
de álbuns no formato LP. um jantar especial para Gustavo
A empresa, que voltou a produzir Kuerten. Na ocasião, 400
os bolachões no início do ano, bichinhos confeccionados pela
começa a reproduzir em escala marca Pucci estarão à venda,
o disco Afrociberdelia (1996), de e o valor arrecadado será doado
Chico Science & Nação Zumbi. para o instituto do tenista.
Nas próximas semanas, devem
ser relançados também vinis De primeira
de Tom Zé, Secos e Molhados,
Titãs, Rita Lee e Ultraje a Rigor. Dia 30, a estilista Juliana
Todas serão edições limitadas. Troca de brindes Arantes e o artista plástico
Fábio Russomanno vão
Chaves A colombiana Shakira está brindando a nova inaugurar a primeira loja
parceria que acaba de fechar com a marca da marca Russ, na Galeria
O Transamérica abriu o checkin de champanhe espanhola Freixenet. Ouro Fino, em São Paulo.
de mais um hotel em São Paulo. A cantora será a estrela da propaganda
O Transamérica Prime — The de Natal da marca, e em troca a empresa vai Desembarque
World ocupa um prédio de 31 doar 500 mil euros à Fundação Pies Descalzos.
andares no bairro Vila Olímpia. Shakira está rindo à toa com o novo contrato, A D’pil, especializada
Com 324 apartamentos, que dará novas oportunidades a mais em fotodepilação, está
é a 20ª unidade do grupo no crianças desfavorecidas. desembarcando no mercado
Brasil. E a 14ª em São Paulo. Com a verba a fundação da pop-star vai construir Europeu. A rede, que já
centros educativos no Haiti e na Colômbia. tem 260 lojas no Brasil,
Coador O novo anúncio deve estrear nas televisões vai abrir sua primeira
espanholas dia 9 de Dezembro. unidade em Madri, em 2011.
A Starbucks® está abrindo Além da doação financeira, a Freixenet
sua primeira loja no Brasil depois pretende produzir ainda um documentário Arte em spray
de a Starbucks® Corporation sobre o trabalho filantrópico da loira.
comprar 100% da operação A Pies Descalzos gere seis escolas em seu O projeto Urban Gallery,
brasileira, antes operada em país natal, proporcionando educação e da Brookfield Incorporações,
parceria com investidores locais. sustento a mais de seis mil crianças carentes. trouxe para São Paulo o
A cafeteria será inaugurada Outras celebridades como Meg Ryan, Antonio artista nova-iorquino Momo
no Shopping Downtown, na Barra Banderas, Demi Moore e Sharon Stone também já para transformar um tapume
da Tijuca. É a terceira no Rio. brilharam em campanhas da marca espanhola. na Marginal Pinheiros em
obra de arte. O painel de
255 metros de comprimento
Jean-Pierre Muller/AFP foi inspirado em Sol LeWitt,
Diamantes da cozinha um dos principais expoentes
da arte minimalista.
A cidade medieval francesa de
Sarlat La-Caneda abriu nesta
semana a temporada oficial
de venda da safra de uma
das iguarias mais cobiçadas
do mundo gastronômico.
As primeiras trufas negras da
região de Perigord nesta estação
começaram a ser vendidas para
profissionais na feira histórica de
Sarlat por até 400 euros o quilo.
Cogumelo subterrâneo famoso
por seu aroma e sabor, a trufa é
encontrada quase exclusivamente
na Europa. A França domina
a produção (45%), seguida por
Espanha (35%) e Itália (20%).
As trufas negras da França
(particularmente de Perigord)
e as brancas da Itália (Piemonte) Com Karen Busic
são as mais valorizadas. kbusic@brasileconomico.com.br
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CULTURA
Megaexposição Daniela Paiva = Life ocupou cerca de 800 me- co anda na cobertura. Mais: a em uma grande instalação de
dpaiva@brasileconomico.com.br tros quadrados. A da Oca preen- sensação é de caminhada sobre madeira fina que sugere uma
com trabalhos che 8 mil. Tudo foi reformulado. o mar, por conta da espuma es- casa. O público se posiciona no
Se você não é um ser de outro “O drama deles é a escassez de condida embaixo do tapete. meio, e o ruído que sai das cai-
de arte, tecnologia planeta, bebe água, toma banho água”, compara o curador Mar- “Colocamos a pessoa dentro da xas de som é tamanho que a es-
e ciência é com ela e, quando pode, refres- cello Dantas. “O nosso é o ex- água sem que ela precise se mo- trutura chega a tremer.
ca o corpinho numa bela praia. cesso e o mau uso.” lhar”, diz Raquel. Outro ponto alto é o telão gi-
inaugurada hoje Só foge da diaba quando des- Cada andar abriga um tema gante posicionado no teto da
penca sobre a sua cabeça em específico. O subsolo é reserva- Interdisciplinaridade Oca, no último andar. O espec-
em São Paulo. formato de chuva. do a 16 artistas que foram insti- Marcello Dantas é designer e tador deita, e observa projeções
A mostra é a A água é tão parte da nossa
rotina que nem nos aprofunda-
gados a ousar nas suas interpre-
tações para o assunto. Além de
curador de exposições pela
Magnetoscópio. Ele atuou em
do fundo do mar.
Ainda que fale do uso cons-
maior da América mos muito sobre seu papel fun- brasileiros, o grupo conta com projetos como o do Museu da ciente da água, a mostra não
damental na nossa existência. nomes da China, Alemanha, Língua Portuguesa. Em Água na força um tom panfletário, o que
Latina, e faz da Água na Oca, exposição que co- Itália, Argentina e Inglaterra. Oca, contou com uma curadoria foi uma preocupação. “Fugi dis-
meça hoje no Parque Ibiriapuera Inspirados, os artistas explora- científica conduzida por Gusta- so loucamente. A melhor ma-
interdisciplinaridade em São Paulo, propõe um mer- ram sensações com um refina- vo Accacio e Mário Domingos. neira de causar reflexão e esti-
instrumento para gulho intenso em suas várias mento que impressiona. Um dos “A água é um tema infinito”, diz mular as pessoas a entenderem
funções, significados e até em trabalhos mais marcantes é uma Mário. “Falamos dela como re- que existe uma responsabilida-
cativar o público seu papel de fonte inspiradora. espécie de tapete-espelho gi- curso importante para nós, de coletiva é encantar o públi-
Água também é poesia em gante criado pelo trio Rejane como ambiente aquático, de co”, reforça o curador geral.
parte da megaexposição, que Cantoni, Raquel Kogan e Leo- enchente, que tem muito a ver Água na Oca é uma iniciativa do
nasceu de uma outra pequenina nardo Crescenti. O reflexo na com o brasileiro”, descreve. Instituto Sangari, que trouxe a
feita em Nova York. Water: H20 parede muda conforme o públi- Tempestade é apresentada exposição Darwin no Brasil. ■
Merrick Morton
Não tem essa de aliviar com o diretor David Fincher, de Clube da Luta e ● Mais um Woody Allen chega às telas.
...Benjamin Button. Em seu novo filme A Rede Social, Mark Zuckerberg, Você Vai Conhecer o Homem dos
criador do Facebook, é um safado de primeira categoria capaz de deletar Seus Sonhos traz Anthony Hopkins
tudo e todos — e quem fica bem na tela é o brasileiro Eduardo Saverin, e Antonio Banderas.
traído pelo ex-amigo. Bem dirigido sem cair na linha pop mais óbvia, ● A promessa é de riso e pancadaria
e com uma ótima turma jovem, o filme, que estreia na próxima semana, sem esforço em Os Outros Caras,
mostra fragmentos do ser humano que se espalham por aí. com Will Ferrell e Mark Wahlberg.
na função da água
PARA VER E OUVIR
Murillo Constantino
Um relax deitado
no chão observando
o fundo do oceano
Edu Moraes
ÁGUA NA OCA
De hoje a 8 de maio de 2011. Na Oca, Parque do Ibirapuera, São Paulo.
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia para estudantes, professores,
menores de 7 anos, maiores de 60). Entrada franca no último
domingo de cada mês. Terças, quartas e sextas, das 9h às 18h.
Quintas, das 9h às 21h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 20h. Deus e o Diabo no Liquidificador
do Cérebro Eletrônico
A versão DJ do figura Tatá Aeroplano (centro) serve uma bela
salada brazuca na noite paulista. O mesmo espírito mistureba
passeia pela banda Cérebro Eletrônico, que mostra o terceiro
A sensação é de caminhada disco, Deus e o Diabo no Liquidificador, hoje, às 21h, no Studio
sobre o mar no trabalho SP. O tempero é jovem guarda. Ou seja: sabor superantenado.
de trio de artistas
Divulgação
“
Puro marketing para atrair
público ou prova de maturidade? a esse público uma informação
mais qualificada. “Se quisermos
Nos Estados Unidos e na Euro- fazer alguma diferença em edu- Forró in the Dark pela primeira vez no Brasil
pa, museus com recorte cien- Uma das nossas cação no Brasil, temos de dar Gravata, blazer, jeans, tênis, e um forrozinho cheio de
tífico e exposições que tratam ideias é de que um pulo”, diz. “modernidades”. Esse é o Forró in the Dark, que esquenta o
temas da área costumam pri- arrasta-pé lá fora. A banda estreia miniturnê no Sesc Pompeia
vilegiar o público infantil com
a exposição tem Vale o consumidor em 10/12, SP. Faça que nem eles: corra! Você, atrás do ingresso!
joguinhos e conteúdo fácil. de ser divertida, Já Hélio Dia, professor e diretor
Água na Oca não tem nada não infantil do Estação Ciência, centro da Geraldo Pestalozzi
FINANÇAS
Henrique Manreza
Murillo Constantino
1.
Obstáculos
Investimento de
longuíssimo prazo
Os fundos que compram
de sempre da
infraestrutura
participações em projetos de
infraestrutura costumam ter
data marcada para acabar —
data, aliás, no longuíssimo
prazo. Só então os investidores
têm certeza quanto ao retorno Questões ambientais e O licenciamento
obtido com a aplicação. burocracia desestimulam
O FIP Energia PCH, por chegada de mais gestores
ambiental é
exemplo, tem prazo de 20 anos. de carteiras do tipo apontado com
Os investidores, que apostaram um dos principais
no projeto em 2004, só verão Obstáculos comuns às grandes
a cor do dinheiro em 2024. obras de infraestrutura não são obstáculos,
O Pátria Energia FIP prevê prazo raros também no segmento de assim como os
— prorrogável — de 10 anos. pequenas centrais hidrelétricas prazos de aprovação
Mesmo caso do FIP Brasil Energia. (PCHs) e outros projetos alter-
nativos de geração de energia. de projetos
O licenciamento ambiental é junto à Aneel
2.
Rentabilidade esperada de
apontado como um dos princi-
pais deles, assim como os pra-
zos de aprovação dos projetos
12% ao ano mais inflação junto à Agência Nacional de
Tanto tempo de espera promete Energia Elétrica (Aneel).
ser compensado pelo retorno. “Trata-se de empecilhos para
Fundos de participações de a criação de novos fundos”,
projetos de infraestrutura avalia o sócio de infraestrutura
costumam render — bem — acima do Pátria Investimentos e co-
de investimentos tradicionais, presidente da Ersa, André Sales.
como os títulos públicos. No caso Na questão ambiental, o execu-
do FIP Energia PCH, a expectativa tivo avalia que os órgãos com-
de retorno no encerramento petentes impõem exigências
do fundo (considerando o excessivas que, aparentemente,
desinvestimento, ou seja, uma não soariam como impeditivos
eventual venda das pequenas para a continuidade dos proje-
centrais hidrelétricas) é de tos. “Isso aconteceu em vários
aproximadamente 12% ao ano dos nossos projetos.”
acima da inflação acumulada no É o tipo de risco que os in-
período e medida pelo IGP-M. vestidores devem estar prepa-
rados para correr. “São even-
tos típicos em obras de infraes-
3.
Atrativo especial para
trutura”, diz o diretor da Infra
Asset Management, gestora
do FIP Energia PCH, Ricardo
fundações de previdência Kassardjian. As pequenas cen-
A expectativa de retorno trais hidrelétricas construídas
dos projetos de geração de pela Juruena Participações —
energia atrai as fundações companhia investida do fundo
de previdência para os FIPs — em Mato Grosso foram, em
que investem no segmento. 2006, alvo de questionamen-
O FIP Brasil Energia, um dos tos ambientais.
maiores do setor (com patrimônio Depois, em 2008, uma delas,
líquido de R$ 1,1 bilhão) conta a PCH Telegráfica, sofreu uma
com Petros (fundo de pensão invasão indígena. Por fim, no
da Petrobras), Funcef (da Caixa ano passado, foi preciso lidar
Econômica Federal), Real com desentendimentos com a
Grandeza (de Furnas) e mais empresa que tinha o contrato
outros três como cotistas. de EPC (Engineering, Procure-
Também investem neste ment and Construction) das
FIP a BNDESPar, Banco usinas, responsável pela enge-
do Brasil e o BTG Pactual. nharia e construção das obras.
Todas questões resolvidas a es- PCHs já em operação vão pro-
sas alturas, lembra Kassardjian. porcionar, neste ano, receitas
da ordem de R$ 108 milhões.
participação, distribuídos em 275 carteiras “Desinvestimento” “Nossa visão atual é de perma-
Com tantos obstáculos supera- nência no setor”, avalia Sales.
constituídos nos moldes da norma em 2007, em 87 operações. dos, os fundos de participações O mesmo se pensa na Infra As-
da CVM, logo em 2004, junto com Neste ano, até o mês de não parecem tão interessados set Managemente. “A tendên-
outros oito fundos, que naquele novembro, foi registrado na CVM assim em iniciar a fase de “de- cia é de que façamos um ‘mix’
ano captaram um total de R$ 1,4 um total de 15 ofertas de cotas de sinvestimento” — eventual de liquidez com longo prazo,
bilhão com ofertas de cotas FIPs, somando volume de R$ 2,4 venda dos ativos para obtenção mantendo alguns projetos até
registradas junto à autarquia. bilhões. Outras quatro ofertas de liquidez. Pudera. No caso da constituirmos um portfólio
As ofertas de FIPs cresceram ao estão em análise pela autarquia, Ersa, empresa investida tanto grande que, consolidado, pos-
longo dos anos, chegando a um somando um valor adicional de pelo Pátria Energia FIP quanto sa ter o capital aberto”, explica
valor recorde de R$ 22 bilhões quase R$ 2 bilhões. M.S. pelo FIP Energia Brasil, as Kassardjian. ■ M.S.
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FINANÇAS
Divulgação
CAPTAÇÃO PARCERIA
Tarifas de
cartões de
crédito serão
padronizadas
Entre as principais alterações está a
redução do número de taxas cobradas
dos consumidores, de 80 para 5
“
Vanessa Correia e
Ana Paula Ribeiro
redacao@brasileconomico.com.br
A cobrança
O Conselho Monetário Nacional
(CMN) aprovou ontem a regula- mínima não poderia
mentação da cobrança de tarifas ser inferior ao juro
relacionadas à prestação de ser- debitado pelo não
viços de cartões de crédito.
Entre as principais altera- pagamento da fatura
ções está a redução do número
de taxas cobradas dos consu- Álvaro Musa,
midores, de 80 para 5 (anuida- sócio-diretor da
de, emissão de segunda via, Partner Conhecimento
utilização de terminais de saque
na modalidade crédito, paga-
mentos de contas e avaliação
emergencial de limite de crédi-
to do cliente) e obrigatoriedade
de oferta de um cartão conside-
rado básico (sem benefícios,
mas com anuidade reduzida).
O intuito das medidas é esti-
mular a concorrência entre
emissores de cartões de crédito
ao elevar a transparência das ressalta Álvaro Musa, sócio-di- receita com tarifa já é composta pela inovação e seguirá com
tarifas. “As medidas represen- retor da Partner Conhecimento. pelos cinco itens permitidos pelo essa prática para buscar novos
tam um salto na qualidade do Já Antonio Luiz Rios, ex-pre- BC. Além disso, os emissores de- produtos e serviços diferencia-
relacionamento entre a indús- sidente da Visanet (hoje Cielo), vem promover ajustes durante o dos para os seus clientes.”
tria e o consumidor”, comemo- ex-diretor de marketing da prazo de adaptação. Já no médio Banco do Brasil (BB), Itaú e
ra Paulo Caffarelli, presidente Abecs e presidente do grupo prazo, é possível que a concor- Bradesco não se posicionaram.
da Associação Brasileira das Carlos Chagas, explica que os rência gere redução das receitas.”
Empresas de Cartões de Crédito emissores terão que elevar gra- Tarifas bancárias
e Serviços (Abecs). dualmente o percentual da co- Emissores Não é a primeira vez que o BC
O BC também padronizou o brança mínima — que chega a O BRASIL ECONÔMICO procurou os tenta regulamentar as tarifas
percentual mínimo para o paga- ser de 8% do total da fatura em quatro maiores emissões de cobradas por instituições finan-
mento da fatura mensal (15% em alguns bancos. “O consumidor cartões de crédito do país. O ceiras. Processo similar já havia
junho de 2011 e 20% em dezem- terá que desembolsar um valor Santander disse, em nota, que ocorrido em 2007, mas com as
bro do mesmo ano). O objetivo é maior para o pagamento da fa- apoia a decisão do Conselho tarifas atreladas às contas cor-
reduzir o superendividamento tura mínima. Se essa mudança Monetário Nacional e ressalta a rentes e de poupança.
dos consumidores na modalida- ocorrer de forma brusca, é pro- importância da padronização Em dezembro daquele ano, o
de, atualmente em 7,7% para vável que alguns consumidores de tarifas, que dá mais transpa- CMN e o BC estabeleceram as
atrasos superiores a 90 dias, se- não tenham condições de hon- rência ao setor e contribui para normas para o reajuste de tarifas
gundo a Abecs. A medida não rar com o compromisso, o que que os clientes façam suas es- e também introduziram um pa-
deixou especialistas certos de elevaria a inadimplência.” colhas com mais clareza. “É cote de serviços gratuitos. As re-
que será eficaz. “A cobrança mí- mais um movimento da indús- gras tiveram início no segundo
nima não poderia ser inferior ao Receita tria de cartões no caminho do trimestre de 2008 e chegaram a
juro debitado pelo não paga- Rios não acredita que a receita das amadurecimento e da busca causar impacto no balanço dos
mento da fatura. Caso contrário, tarifas com cartões de crédito caia pelo crescimento sustentável. O bancos, que registraram queda
sempre será uma bola de neve”, no curto prazo. “Cerca de 80% da Santander sempre se pautou nas receitas com tarifas. ■
Sexta-feira e fim de semana,
Sexta-feira, 26 de novembro, 2010 Brasil Econômico 35
26, 27 e 28
David Siqueira/SXC
ACORDO CÂMBIO
Marcelo Justo/Folhapress
Fundo inglês
PREFEITURA DA ESTÂNCIA DE ATIBAIA
Tornamos público que se acham abertas, no Departamento de Suprimentos desta Prefeitura,
Caffarelli, presidente as licitações abaixo: PROCESSO Nº 31.575/10. PREGÃO ELETRÔNICO Nº 147/10. OBJETO:
da Abecs, diz que Aquisição de utensílios domésticos e eletrodomésticos, destinados ao uso da Secretaria
de Educação. RECEBIMENTO, ANÁLISE DAS PROPOSTAS E INÍCIO DA SESSÃO DA
medidas representam DISPUTA DE PREÇOS DIA: 09 /12/10 ÀS 8:05 horas. AQUISIÇÃO DO EDITAL: O edital
Actis compra
salto na qualidade completo poderá ser adquirido via Internet pelos sites www.atibaia.sp.gov.br ou www.bbmnet.
com.br. PROCESSO Nº 35.370/10. PREGÃO ELETRÔNICO Nº 148/10. OBJETO: Aquisição
do relacionamento de equipamentos mobiliários, destinados ao uso da Secretaria de Educação. RECEBIMENTO,
entre indústria ANÁLISE DAS PROPOSTAS E INÍCIO DA SESSÃO DA DISPUTA DE PREÇOS DIA:
10/12/10 ÀS 8:05 horas. AQUISIÇÃO DO EDITAL: O edital completo poderá ser adquirido via
e consumidores Internet pelos sites www.atibaia.sp.gov.br ou www.bbmnet.com.br. DEMAIS INFORMAÇÕES:
fatia da XP Departamento de Suprimentos, sito à Rua Bruno Sargiani, 100, Vila Rica, Fone: (11) 4414-
2210. SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO, 25 de novembro de 2010. Andréa de Andrade
Veríssimo de Souza – Diretora do Departamento de Suprimentos.
ontem. Dessa vez, no entanto, XP Investimentos tem ERASMO CÉSAR VALIDO SANTA BÁRBARA
quem abriu os bolsos foi um Pregoeiro
patrimônio líquido de
fundo de private equity, espe-
cializado em comprar participa-
ções de empresas, e não uma
instituição financeira. A gestora
Actis, de origem inglesa, apor-
tou R$ 100 milhões na XP Inves-
R$ 26,9 mi
INVESTCO S.A.
CNPJ/MF nº 00.644.907/0001-93 - NIRE 17.300.000.914
Extrato da Ata de Reunião do Conselho de Administração
Realizada em 29 de Outubro de 2010
1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 29 de outubro de 2010, às 16:00 horas, excepcionalmente,
na Rua Bandeira Paulista, nº 530, 14º andar, Bairro Itaim Bibi, Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo.
2. Presença: Presentes os membros do Conselho de Administração da Companhia Drs. Miguel Nuno
timentos, uma das maiores cor- Simões Nunes Ferreira Setas; Miguel Dias Amaro; e Carlos Antônio Leal. 3. Mesa: Assumiu a presidência
dos trabalhos o Dr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas, que escolheu a Dra. Andréa Mazzaro Carlos
retoras do país em volume ope- De Vincenti para secretariá-lo. 4. Deliberações: Dentre outros assuntos de interesse social os membros
rado na BM&FBovespa, em troca do Conselho de Administração: 4.1. Elegeram, por unanimidade, para o mandato em curso, a Dra.
Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti, brasileira, casada, advogada, inscrita na OAB/SP sob nº 138.145
de uma participação minoritária e no CPF/MF sob nº 136.002.048-90, residente e domiciliada na Cidade de São Paulo, Estado de
São Paulo, na Rua Bandeira Paulista, 530 - 13º andar, CEP 04532-001, para o cargo de Diretora Jurídica
que gira em torno de 20%. da companhia, tendo em vista a reforma estatutária aprovada pela Assembleia Geral Extraordinária
A XP ocupava, no acumula- realizada em 21/09/2010. A Diretora Jurídica ora eleita, neste ato e/ou por declaração própria, tomou
ciência de sua eleição e a aceitou, declarando não estar incursa em nenhum crime que a impeça de
do do ano até outubro, a quarta exercer atividades mercantis. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos
e lavrada esta ata, na forma de sumário, que, tendo sido lida e achada conforme, foi assinada pelos
posição no ranking por volume Conselheiros presentes. Declaro que a presente ata confere com o original lavrado no Livro nº 03 de
negociado no segmento de Registro das Atas de Reuniões do Conselho de Administração da Companhia, às fls. 49 e 50. Miracema
do Tocantins, 29 de outubro de 2010. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas - Presidente da
ações da bolsa, com um total de Mesa. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti - Secretária da Mesa. Ata registrada na JUCETINS sob o
R$ 161 bilhões no período. Fica- nº 17529862, em sessão de 16/11/2010. Secretário Geral: Erlan Souza Milhomem.
INVESTIMENTOS
ANHANGUERA 2,15
BICBANCO
MULTIMERCADOS
COPASA 2,06 2,06
SANTANDER 2,01
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.
12 meses No ano adm. (%) (R$)
ULTRAPAR
1,97 REAL CAP PROT VGOGH 4 FI MULTIM 24/NOV 12,16 12,27 2,30 5.000
VALE ITAU EQUITY HEDGE MULTIM FI 24/NOV 11,62 10,26 2,00 5.000
BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI 24/NOV 9,09 8,11 1,50 -
1,88 CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC 24/NOV 9,07 8,22 1,50 20.000
ITAU PERS K2 MULTIM FICFI 24/NOV 8,94 7,84 1,50 50.000
QUEM SAI ITAU PERS MULTIE MULT FICFI 24/NOV 8,72 7,77 1,25 5.000
1,79 ITAU PERS MULT MODERADO FICFI 24/NOV 6,37 5,49 2,00 5.000
DASA SANTANDER FIC FI ESTRAT MULTIM 24/NOV 6,33 5,10 2,00 10.000
USIMINAS ITAU PERS MULT ARROJADO FICFI 24/NOV 5,96 5,02 2,00 5.000
ITAU PERS MULT AGRESSIVO FICFI 24/NOV 4,96 3,87 2,00 5.000
1,70
4/JAN 2/FEV 4/MAR 5/ABR 3/MAI 7/JUL 8/JUL 11/AGO 15/SET 21/OUT 25/NOV
*Taxa de performance. Ranking por número de cotistas.
Fontes: Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico
BOLSA JURO
Giro financeiro Contrato futuro
HOME BROKER
NA REDE
Marcopolo PN, fechamento em R$
7,50
19,9
7,00 7,00
19,22
19
6,99
6,50
“ Não digam que não avisei.
18 5
18,5
Quando a crise chegar pra valer
6,00
17,88
17
na Espanha, ela deixará de ser
Europeia e se tornará global”
5,50
17,1
171
@Ricamconsult, Ricardo Amorim , Cielo e Redecard
sócio da Ricam Consultoria Ágora projeta preço-alvo a
5,00
16,44
16
R$ 19,20 para Cielo e R$ 30,80
para Redecard no fim de 2011
4,50
15,77
15
“Se formos um pouco mais bem
sucedidos que nossos pais, teremos Após análise dos resultados
4,00
15,0
05/JUL 26/JUL 26/AGO 24/SET 25/OUT 25/NOV progresso. Os únicos que deveriam do terceiro trimestre, a equipe
de analistas da Ágora modificou
Fontes: Fecundo Daniel Carrera, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico estar preocupados são os filhos do Eike” as projeções para as empresas
de cartão: Cielo e Redecard.
@StephenKanitz, consultor de empresas
“Nossa principal razão para
Suporte Stop POMO4
essas revisões se baseia no
entendimento que o aperto
“Debêntures da BNDESpar são das taxas cobradas dos lojistas
Marcopolo é destaque de alta ante incertezas adequadas para o longo prazo em (MDR, sigla em inglês de
Merchant Discount Rate) se
Em um ambiente de incertezas, principalmente devido às virtude da baixa liquidez” dará mais intensamente já em
recentes notícias negativas no cenário internacional, o mercado 2011, e não em 2013 que era
@xandors, do blog Bolsa Financeira
acionário trabalha sem tendência nos últimos dias. Embora nossa suposição anterior”,
a bolsa esteja ensaiando inverter o movimento de alta e voltar afirma Aloisio Villeth Lemos, em
a cair, as ações preferenciais da Marcopolo (POMO4) se relatório. Para ele, a Redecard
destacam. Segundo Fecundo Daniel Carrera, analista gráfico “Sempre muito salutar levar uma mostrou um declínio relevante
da XP Investimentos, a empresa está com caminho livre para Petr4 nos R$ 24,70 e depois de 2 dias no MDR de cartões de crédito,
seguir uma inclinação de valorização. “Estamos no topo histórico. de 1,33% contra 1,43% no
Nunca o papel valeu tanto”, garante. De acordo com Carrera, vê-la nos R$ 25,30, mas só entrego segundo trimestre, sinalizando
ao romper a resistência — ponto que, se superado, indica
a possibilidade de continuidade de movimento de alta da
acima dos R$ 26,30 ou R$ 27,30” uma renegociação agressiva
com os lojistas, o que poderá
ação — de R$ 7,00, a ação ganhou um novo suporte, patamar @Fontes_, consultor financeiro ter continuidade nos próximos
que, se perdido, aponta para uma chance de queda em sequência. trimestres. Já a Cielo, na visão
O especialista lembra que o papel chegou a tocar esse topo em de Lemos, teve uma postura mais
meados de outubro, mas até ontem não havia rompido esse nível. “Por favor, Papai Noel, que este conservadora. “Mas acreditamos
“É cedo para falar em novas resistências, pois o mercado está testando que também deverá indicar
a linha de alta deste papel”, acredita. Ontem, a ação PN da Marcopolo seja o último Natal na América uma tendência declinante. Nos
subiu 3,31%, negociada a R$ 7,18. A recomendação do especialista (para “salvar” a economia dos EUA)” parece claro que a maior parte
é que o investidor realize o lucro quando a ação atingir R$ 6,99 (stop). das renegociações com grandes
@tomkeene, apresentador da Bloomberg clientes se dará em 2011.”
Negócios no Tesouro Direto caem em outubro para R$ 150 mi Vale em Hong Kong
O montante financeiro negocia- Índice de Preços ao Consumidor nos últimos doze meses. Em ou- que para a LFT, que apresentou A Vale recebeu a aprovação de
do no Tesouro Direto, programa Amplo (IPCA), as NTN-B e NTN- tubro, 2.956 novos participantes o volume de R$ 10,99 milhões reguladores para listar ações na
do Tesouro Nacional que possibi- B Principal, ficaram em segundo se cadastraram no Tesouro Direto. ou 27,54% do total. Bolsa de Valores de Hong Kong,
lita a aquisição de títulos públicos lugar, com participação de A utilização do Programa por O estoque total do Tesouro trazendo a mineradora global
por pessoas físicas pela internet, 43,10% do total das vendas. Já os pequenos investidores pode ser Direto, que representa o mon- mais perto de seu maior cliente,
somou em outubro R$ 150,18 mi- títulos indexados à taxa Selic, as observada pelo elevado volume de tante de títulos públicos em po- a China. A companhia se tornará
lhões. O resultado é 2,3% menor Letras Financeiras do Tesouro, vendas até R$ 5 mil, cuja partici- der dos investidores da modali- a primeira a emitir recibos de
do que no mês anterior, quando (LFT) apresentaram participação pação concentrou 59,67% do vo- dade, é de R$ 4,25 bilhões (in- depósitos de ações no mercado de
totalizou R$ 153,75 milhões. Mas, de 10,52% nas vendas no mês. lume aplicado no mês. Destaca-se cremento de 3,79% sobre o mês Hong Kong, mas não vai levantar
o volume negociado no mês pas- ainda que o valor médio por ope- anterior e incremento de 37,98% dinheiro com a listagem. O anúncio
sado foi 5,9% maior do que em Preferência ração, neste mês, foi de R$ 14.273. sobre outubro de 2009). Em ou- de aprovação da Vale abre
igual mês do ano passado, quan- As vendas de títulos com prazo tubro, os títulos remunerados caminho para que mais empresas
do somou R$ 141,69 milhões. entre um e cinco anos represen- Recompras por índices de preços respondem globais possam emitir certificados
Em outubro, destacou-se a taram em outubro 71% do total. Já As recompras semanais (para as pelo maior volume no estoque, de depósito e tenham acesso à
elevada demanda por títulos os com prazo mais longo, acima quais não há limite mínimo ou alcançando 48,69%. abundante liquidez disponível na
prefixados, as Letras do Tesouro de cinco anos, corresponderam a máximo) têm com o objetivo de Na sequência, aparecem os Ásia. “O anúncio está programado
Nacional (LTN) e Notas do Tesou- 24,65%.O número total de inves- prover liquidez aos títulos pú- títulos prefixados, com partici- para início de dezembro”, disse a
ro Nacional série F (NTN-F), cuja tidores cadastrados ao fim do mês blicos. Em outubro, o volume pação de 36,88%. A participa- fonte, que não estava autorizada
participação nas vendas atingiu de outubro atingiu 207.554, o que financeiro recomprado foi de ção dos títulos indexados à Se- a falar sobre o assunto, pois a
46,39%. Os títulos indexados ao representa incremento de 22,27% R$ 39,91 milhões, com desta- lic é de 14,43%. ■ decisão ainda não era pública.
38 Brasil Econômico Sexta-feira,
Sexta-feira e26
fim
dede
novembro,
semana, 26,
201027 e 28 de novembro, 2010
ÚLTIMA HORA
Crescem apostas de
cas fabricantes de trens interessa- cha e diz que tem 19 empresas
das no projeto que tem falado pu- confirmadas, nove ou dez do
blicamente nesta reta final para o Brasil. E que novas adesões po-
leilão. Mas manifesta um senti- dem surgir até segunda.
Henrique Manreza
Marcela Beltrão
Ricardo Galuppo
Expectativa é de que os rgaluppo@brasileconomico.com.br
recursos da poupança não Diretor de Redação
darão conta da demanda
por crédito imobiliário
O Rio e o monopólio
legítimo da violência
O sociólogo alemão Max Weber definiu o Estado como
a entidade que detém o monopólio do uso da violência
numa determinada base territorial. Aceita em todo o
Ocidente, essa definição, infelizmente, não se aplica-
va nos últimos anos, a um dos pedaços mais queridos
do Brasil: o Rio de Janeiro. A despeito da presença os-
tensiva do crime em determinados pontos da cidade,
políticos demagogos, no passado, fingiam que nada
estava acontecendo de errado — e que as belezas ine-
gáveis da cidade compensavam qualquer problema.
Desde que tomou posse, quatro anos atrás, o governa-
dor Sérgio Cabral tem lutado para devolver ao Rio e a
seus cidadãos o direito à segurança. A política de en-
frentamento que adotou desde o primeiro momento
Bolsa barateia título imobiliário foi seguida pela implantação, em algumas comunida-
des, das Unidades de Polícia Pacificadora destinadas a
dar às populações um direito que nunca tiveram —
nem que, para isso, o Estado tivesse que lançar mão de
Objetivo é elevar a liquidez O Bovespa Fix registrou bém foi reduzido o valor da taxa de seu monopólio mais legítimo.
dos Certificados de distribuição devida pelas institui-
Recebíveis Imobiliários
R$ 174 milhões em ções nas ofertas dos certificados.
operações com CRIs Será de 0,002% (caso a distribui- Tomara que nenhuma ONG surja
Mariana Segala neste ano, contra R$ 3,2 ção não utilize um grupo de corre-
com a ideia infeliz de criticar Cabral
msegala@brasileconomico.com.br toras) ou de 0,001% (caso utilize as
bilhões em negócios corretoras) sobre o valor dos CRIs e a polícia por eventuais excessos
Para tentar abocanhar uma fatia realizados na Cetip registrados na custódia da bolsa.
maior do crescente mercado de Ela era de 0,035%.
bens imobiliários, a BM&FBovespa “Temos a percepção de que o Tomara, portanto, que nenhuma ONG surja agora
decidiu promover um corte nas ta- mercado de ativos imobiliários com a ideia infeliz de criticar o governador e a polí-
rifas relacionadas aos negócios com crescerá pelo esgotamento da pou- cia do Rio de Janeiro por eventuais excessos cometi-
Certificados de Recebíveis Imobi- pança como fonte de recursos para dos na batalha que travam neste instante contra o
liários (CRIs). Investidores e secu- financiamento”, justifica Goldens- crime organizado. Toda guerra deixa vítimas — al-
ritizadoras são o alvo da nova “po- tein. Apenas uma pequena parcela gumas delas, infelizmente, inocentes. E a dor de
lítica agressiva” de taxas, segundo das compras e vendas de CRIs quem perde entes queridos nas batalhas de rua me-
o diretor de renda fixa da bolsa, ocorrem na bolsa, no chamado Bo- rece o respeito e a solidariedade das pessoas de bem.
Sérgio Goldenstein. As mudanças vespa Fix. Neste ano, dos R$ 381 É preciso reconhecer, no entanto, que a situação no
entram em vigor dia 3 de janeiro. milhões transacionados no am- Rio havia chegado a um ponto insuportável por obra
Do ponto de vista do investidor, 0,013% até 0,0005%. Atualmente, biente de negociação de renda fixa e graça não da polícia, mas dos facínoras. Eles preci-
a taxa de negociação — de 0,1% so- a taxa é de 0,1%, limitada a R$ 1,5 privada da BM&FBovespa, R$ 174 sam ser identificados, combatidos e derrotados.
bre o valor de cada compra ou ven- mil por ano. Os investidores tam- milhões foram em CRIs . “Pratica- Goste-se ou não de Sérgio Cabral, é obrigatório re-
da de CRIs, limitada a R$ 40 — cairá bém passarão a estar sujeitos a uma mente todos os negócios do merca- conhecer que ele é o primeiro governador do Rio
para 0,001%, com um mínimo de taxa de manutenção de conta de do secundário ocorrem na Cetip”, desde a redemocratização a ter coragem de colocar
R$ 10 por negócio. A tarifa de cus- custódia de CRI de R$ 20 por ano. afirma o diretor da Brazilian Secu- o dedo nessa ferida e a tratar os bandidos como ban-
tódia passará a seguir a tabela apli- Para as securitizadoras, a bolsa rities, Fernando Cruz. Lá, os negó- didos. O Estado está agindo, ninguém tem o direito
cada ao segmento de renda variável. vai extinguir a anuidade de R$ 9,9 cios com CRIs já somam R$ 3,2 bi- de ignorar essa evidência. Apenas por isso, Cabral já
Quem tem até R$ 300 mil em certi- mil. Esse valor era pago todo ano lhões neste ano. “A entrada da bolsa deveria ter o apoio irrestrito de toda a sociedade.
ficados será isento. A partir desse pelo registro da instituição, junto à é importante para dar força ao Não me refiro apenas à sociedade fluminense, mas a
valor, as taxas mensais irão de bolsa, como emissora de CRI. Tam- mercado secundário”, diz Cruz. ■ toda sociedade brasileira. Ponto final. ■
www.brasileconomico.com.br
DESTAQUE MAIS LIDAS ONTEM ENQUETE
Dólar pode subir a R$ 1,90 com ajuste fiscal, diz NGO ● Actis compra fatia na XP por R$ 100 milhões Você acredita Sim
que Espanha e 69%
A moeda americana poderá subir 10% e chegar a ● Meirelles deve assumir cargo relevante no governo Portugal em
R$ 1,90 no final de 2011 caso o governo Dilma confirme breve ocuparão Não
● CMN estabelece novas regras para cartões de crédito 31%
a promessa de realizar um ajuste fiscal que permita ao os holofotes da
Banco Central reduzir os juros. “Haverá menos capital ● Dívida pública registra alta de 1,15% em outubro tensão com
especulativo e vai diminuir a pressão de valorização dívida na
do real”, diz Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora. ● Fiat prevê vender 1,5 mil unidades Bravo por mês Europa? Fonte: BrasilEconomico.com.br
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ESPECIAL
EMBALAGEM
SUPLEMENTO – SEXTA-FEIRA E FIM DE
SEMANA, 26, 27 E 28 DE NOVEMBRO, 2010
Mundo do consumo no
rastro do desenvolvimento
Crescimento econômico faz produção de embalagem avançar 10% neste ano
Design ganha relevância na disputa do varejo e atrai formação profissional
Ilustração Alex Silva
SUSTENTABILIDADE
A
-majestade do mundo das
embalagens — até há bem
pouco considerada a me-
lhor opção em termos de
armazenamento de produ-
tos — que está seriamente na berlinda por
conta da sustentabilidade do planeta.
A briga, na indústria e nos governos, já
é imensa, e inclui representantes do pe-
tróleo, do próprio plástico e até do papel,
numa disputa feroz em que as famosas
sacolinhas plásticas, que todos os dias
vão parar nas casas dos consumidores,
são acusadas de vilãs da história, quando
apenas representam a ponta de um mi-
lionário iceberg.
Há mais ou menos um século, sem as
preocupações atuais com os destinos da
Terra, embalagens de plástico faziam par-
te do sonho de consumo das sociedades ALGUNS POSSÍVEIS SUBSTITUTOS ECOLÓGICOS
mais avançadas do mundo, até por suas DAS SACOLAS PLÁSTICAS POLUENTES
propriedades incontestáveis: impermea-
bilidade, resistência e pouca reação com
os alimentos ou produtos.
Ninguém, àquela época ou até há bem PAPEL CERTIFICADO
pouco tempo, pensaria que esses “produ-
tos” que encapam comida, bebida, roupa, O selo do Forest Stewardship Council (FSC) assegura que o material da sacola vem de manejo
remédio, lixo, enfim, quase todos os bens sustentável das florestas. Isso significa preservação, extração responsável de matéria-prima e ajuda
de consumo e derivados como os conhe- no desenvolvimento das comunidades envolvidas no processo
cemos, pudessem representar ameaça
real ao meio ambiente, como hoje se sabe.
Com o tema da sustentabilidade em
alta, as embalagens plásticas tradicionais
perderam muito espaço para os modelos
PAPEL RECICLADO
ecológicos e, nos últimos três anos, houve
uma queda de 15% na produção mundial Existem dois tipos: o pré-consumo, no qual a matéria-prima vem de resíduos de fábricas antes
das sacolas plásticas. É bastante. de chegar ao mercado (como as aparas) e o pós-consumo, que usa material descartado (como
Para que se tenha uma idéia do que re-
embalagens longa-vida). O segundo tipo ajuda a retirar lixo da natureza por meio de coleta seletiva
presenta a distribuição de sacos plásticos
e da ação de cooperativas de catadores
no Brasil, a Associação Brasileira de Su-
permercados (Abras) produziu recente-
mente a estimativa de que o país conso-
me, a cada ano, cerca de 12 bilhões de sa-
colas plásticas tradicionais. Em outras PLÁSTICO BIODEGRADÁVEL
palavras, dividindo o ônus per capita,
cada brasileiro utilizaria em torno de 66 São feitos a partir de substâncias orgânicas, como milho, cana e batata. Se descartado, o plástico
unidades ao mês, o que representa uma desaparece na natureza em questão de meses. A degradação ocorre pela ação de micro-organismos.
eternidade de problemas se se lembrar No entanto, na ausência de oxigênio (caso seja enterrado, por exemplo), a decomposição gera gás
que essa embalagem demora de 300 a 400 metano, que contribui para o efeito estufa
anos para se decompor, provocando da-
nos irreparáveis ao meio ambiente, tanto
nos aterros sanitários quanto nos rios ou
mesmo no mar.
A boa notícia é que, buscando alterna- PLÁSTICO OXIBIODEGRADÁVEL
tivas inteligentes, muitos fabricantes e o
próprio mercado começam a encontrar Um aditivo acelera em até 400 vezes a dissolução do plástico tradicional – com a ação de luz,
saídas: fala-se hoje em muita coisa nova, calor e umidade, reduz o tempo de 100 anos para 3 meses. Em uma segunda fase, micro-organismos
de materiais oxibiodegradáveis, a hidros- terminam o processo e deixam como resíduos apenas dióxido de carbono e água
Infografia Monica Sobral
rejo da FGV-SP, que promove cursos, nidades de soluções para o varejo. Por
“
TEMPO MÉDIO ESTIMADO DE DECOMPOSIÇÃO
premiações de melhores práticas e até fim, o consumidor quer saber o que as DE ALGUNS RESÍDUOS NA NATUREZA
um Fórum Virtual diário para mais de empresas estão fazendo a respeito do as-
500 pessoas sobre o assunto, é no míni- Levamos 19 anos sunto, de forma clara, sem subterfúgios.
mo curioso verificar como os consumi- Papel 3 A 6 MESES
para ver aprovada
dores se comportam quando o tema é REGULAMENTAÇÃO SEGURA EVOLUÇÃO
sustentabilidade no varejo.
a nossa política E as grandes redes varejistas, nacionais
Palito de madeira 6 MESES
Segundo pesquisa divulgada recen- nacional de resíduos ou estrangeiras, presentes no mercado Cigarro 20 MESES
temente pelo próprio GV-CEV, feita sólidos e agora brasileiro, vêm dando respostas, às vezes Náilon MAIS DE 30 ANOS
qualitativamente com representantes temos de rezar para um tanto lentas, por conta da necessida-
Chiclete 5 ANOS
das classes A e C, há seis pontos para fa- a regulamentação de de transformação cultural do próprio
zer pensar todo o mercado de embala- sair em 3 ou 4 anos, consumidor. “Mas todo esse processo, Tecido 6 MESES A 1 ANO
gens, varejo e afins. Em primeiro lugar, o que é demais que pipoca aqui e ali, numa cidade ou
Fralda descartável comum 450 ANOS
o consumidor tem uma grande confian- e só atrasa a nossa noutra, só indica que precisamos de uma
ça no varejo; ele entende os desafios legislação geral a curto prazo”, continua Lata e copos de plástico 50 ANOS
ambientais e sociais; mas não faz a rela- posição no mundo Roberta Cardoso, “por isso é preciso ha-
ção entre o impacto de suas compras desenvolvido ver urgentemente uma diretriz nacio-
Tampas de garrafa 150 ANOS
(escolhas diárias) com a degradação do e sustentável nal”. “Levamos dezenove anos para ver Isopor 8 ANOS
meio ambiente. aprovada a nossa Política Nacional de Re- Plástico 100 ANOS
O consumidor tem muita vontade de Roberta Cardoso, síduos Sólidos, e agora temos de rezar
coordenadora técnica do Garrafa plástica 400 ANOS
participar das soluções para as questões para a regulamentação sair em três ou
Programa de Responsabilidade
ambientais, mas não quer fazer tudo so- quatro anos, o que é demais e só atrasa a Pneus 600 ANOS
Social e Sustentabilidade
zinho; ele quer participar, mas não sabe nossa posição no mundo desenvolvido e
do Varejo da FGV-SP Vidro 4.000 ANOS
como — o que abre m mundo de oportu- sustentável”, adverte.
B4 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL EMBALAGEM | Sexta-feira e fim de semana, 26, 27 e 28.11.2010
NÍVEL DE ATIVIDADE
Embalagens avançam na
esteira do boom econômico
Fabricantes estimam crescimento de 10% na produção deste ano, mas essa taxa não
se repetirá no ano que vem. De janeiro a dezembro, faturamento atinge R$ 40 bi
TEXTO LO U RDES RO DRI GU ES
O
economia brasileira, com bebidas, fumo, vestuário, perfumaria e cosméticos.
aumento dos níveis de em- Com as políticas do governo para o Nordeste, a região registrou
prego e renda da população, o maior índice de desenvolvimento e consumo de embalagens.
está refletido na indústria Muitas empresas se especializaram nos hábitos de consumo da po-
de embalagens, o termôme- pulação nordestina, implantaram unidades na área, incluindo o
tro do movimento no setor industrial. De setor de embalagem, gerando emprego e renda.
acordo com estudo elaborado pelo Insti- “O setor de embalagens como um todo está aquecido. No caso
tuto Brasileiro de Economia da Fundação específico do setor de latas para bebidas, a demanda está superan-
Getulio Vargas - Ibre/FGV, a produção físi- do a capacidade instalada das fábricas, justificando até um volume
ca de embalagens cresceu 16,29%no pri- de importação de latas da ordem de 1,5 bilhão este ano. A elevação
meiro semestre em relação a igual período da renda da população, os eventos esportivos e as eleições acaba-
do ano passado. De abril a junho, a indús- ram possibilitando este mercado e, principalmente, no Nordeste,
tria de embalagens produziu um volume o consumo de bebidas em lata por milhares de consumidores no-
6% superior ao fabricado no segundo tri- vos e tradicionais,” diz Carlos Alberto Augusto, gerente-geral de
mestre de 2008, período imediatamente operações da Cia Metalic Nordeste, com sede em Fortaleza (CE).
anterior à crise vivida pela economia A Cia Metalic Nordeste estima um crescimento de 10% em rela-
mundial. E de julho a setembro, a produ- ção ao ano passado. “Deveremos fechar 2010 com aproximada-
ção física de embalagens cresceu 10%, mente R$ 200 milhões”, diz Augusto. A empresa, que tem a Com-
também em relação a igual período do ano panhia Siderúrgica Nacional (CSN) como principal acionista, es-
passado. Segundo Maurício Groke, presi- tuda a construção de novas unidades.
“
dente da Associação Brasileira de Embala- Outra que comemora o bom momento é a Cromus Soluções para
gens (Abre), a estimativa é fechar o ano Embalagens, com sede em São Paulo. A fabricante de embalagens
com um crescimento na produção entre decorativas prevê para 2010 um crescimento no faturamento da
Além de comprar 9% e 10%. Em valor, os fabricantes nacio- ordem de 15%. “O consumidor está cada vez mais exigente e o
nais de embalagens devem produzir o brasileiro, em especial, sempre teve predileção por embalagens
produtos mais equivalente a R$ 40 bilhões. boas e bonitas. Na época da crise, comprava algo mais barato para
caros agora, A perspectiva de crescimento do setor presentear, mas caprichava no pacote. Agora, além de comprar
o consumidor para o ano que vem cai para 2% a 3% pelo produtos mais caros, procura uma embalagem ainda mais bonita e
procura embalagem fato de não se esperar que o ritmo de cres- que combine com o presente”, diz Eduardo Cincinato, presidente
ainda mais bonita cimento econômico deste ano seja manti- da Cromus. Para 2011, a Cromus, que tem entre seus clientes a Ca-
e que combine do. “No próximo ano há nova configura- cau Show, Pernambucanas, Lojas Americanas e Saraiva, espera
com o presente ção no governo, tampouco sabemos como um crescimento entre 15% e 20%. “Para isso, vamos lançar no se-
a economia mundial vai se comportar, gundo semestre do ano que vem uma nova linha de produtos”, diz
Eduardo Cincinato, nem a valorização do real e a balança co- Cincinato sem adiantar qual será esse lançamento.
presidente da Cromus mercial”, diz Groke. Entre os principais Maurício Groke, presidente da Abre, é também diretor comer-
cial da Antilhas Embalagens, com sede em São Paulo, que fabrica
embalagens flexíveis em papel, cartão e plásticos. Forte em perfu-
maria e cosméticos tem entre seus clientes O Boticário, Avon e Na-
tura fornecendo sacolas de papel, caixas para presentes, papel de
seda, fitilhos e adereços. “Nosso maior mercado é o varejo. Fabri-
camos e entregamos em mais de 12 mil pontos de venda no país,”
informa Groke. A Antilhas prevê fechar o ano com crescimento no
faturamento entre 18% e 20% em relação a 2009. Para 2011, a esti-
mativa é alcançar um crescimento entre 10% e 12%.
Atendendo, principalmente, os setores de bebidas, alimentos e
farmacêutico, além de sua linha de utilidades de mesa, a fabricante
de embalagens de vidro Owens-Illinois Brasil, com unidades indus-
triais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Pernam-
buco e Ceará, prevê uma forte expansão no mercado brasileiro. Com
BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL EMBALAGEM | Sexta-feira e fim de semana, 26, 27 e 28.11.2010 | B5
20 19,01%
15
13,87% 13,32%
11,25% 11,02% 11,65%
10
8,18%
6,96%
5
clientes como Coca-Cola, AmBev, Itaipava,
1,72%
Conservas Olé, Nestle e Heineken, a empre- 0
0,78%
sa prevê um crescimento na sua produção -0,39% -0,41%
de 19% este ano.”A estimativa do fatura-
-5
mento de 2010 ainda não está consolidada”,
diz Ricardo Leonel Vieira, diretor de marke-
ting e vendas da Owens-Illinois Brasil. PARTICIPAÇÃO
Segundo Vieira, em 2011 a empresa deve
continuar o processo de expansão iniciado CAIXAS DE PAPELÃO CAIXAS E CARTONAGENS DOBRÁVEIS DE SACOS E BOLSAS
ONDULADO CARTÃO, CARTOLINA OU PAPELÃO LISO DE PAPEL
este ano. “Recentemente anunciamos a
compra da Companhia Industrial de Vidros
41,21% 28,64% 8,65%
(CIV), empresa com sede no Recife (PE).
Com essa aquisição, a Owens passa a con- ALTA DA ALTA DA ALTA DA
tar com uma ampla cobertura nacional, PRODUÇÃO* PRODUÇÃO* PRODUÇÃO*
penetrando na região de maior potencial 1º SEM/10 1º SEM/10 1º SEM/10
de desenvolvimento econômico do país.”
10,70% 7,14% 13,85%
SUSTENTABILIDADE NA ORDEM DO DIA *Ante 1º SEM/09
Desenvolver ações voltadas para o bem-es-
tar coletivo e o meio ambiente não são ape-
nas benéficas para a preservação do planeta PLÁSTICAS Variação em relação a igual período do ano anterior
e qualidade de vida das futuras gerações, 10,42%
são também uma estratégia de negócios. O GARRAFÕES, GARRAFAS, FRASCOS 6,96% 3º TRI/09
consumidor hoje está cada vez mais atento E ARTIGOS SEMELHANTES 5,47% 4º TRI/09
-0,32% 1º TRI/10
à questão e preferindo comprar produtos de
-8,43% 2º TRI/10
empresas que tenham ações nesse sentido.
-0,01%
O setor de latas para bebidas já tem uma SACOS OU SACOLAS 1,09%
história e atua fortemente na questão da -7,42%
sustentabilidade e segundo Carlos Alberto 23,90%
Augusto, gerente geral de operações da Cia EMBALAGENS DE PLÁSTICO PARA 29,88%
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS OU BEBIDAS 13,15%
Metalic Nordeste, desde 2001 a empresa
6,47%
tem o Programa Reciclaço. “O objetivo é
PARTICIPAÇÃO -10 -5 0 5 10 15 20 25 30
incentivar a coleta das latas de aço para be-
bidas pós consumo e proporcionar uma ARRAFÕES, GARRAFAS, FRASCOS SACOS OU SACOLAS EMBALAGENS DE PLÁSTICO PARA
educação ambiental para a população. Este E ARTIGOS SEMELHANTES PRODUTOS ALIMENTÍCIOS OU BEBIDAS
programa tem uma forte atuação no Nor-
deste, onde já foi premiado como referên- 36,2% 22,4% 21,5%
cia em logística reversa, garantindo um ín-
dice de reciclagem das latas de bebidas pós- ALTA DA QUEDA DA ALTA DA
PRODUÇÃO* PRODUÇÃO* PRODUÇÃO*
consumo (auditado pela ERM do Brasil e re- 1º SEM/10 1º SEM/10 1º SEM/10
corde mundial) de 81,5% e gerando renda
para aproximadamente 15 mil pessoas.”
“Entendemos que a sustentabilidade é
8,14% -4,98% 25,85%
*Ante 1º SEM/09
algo imprescindível para qualquer empre-
sa que busca crescimento e reconheci-
mento, independente de sua área de atua- METÁLICAS Variação em relação a igual período do ano anterior
ção”, afirma Ricardo Leonel Vieira, da
Owens-Illinois. Vieira diz que uma das 40,24%
principais iniciativas da empresa foi o lan- 36,35%
çamento da linha Leve+Verde, de embala- LATAS DE FERRO E AÇO 11,94%
gens de vidro até 25% mais leves, que ado- -16,18% 3º TRI/09
ta práticas menos agressivas em seu pro- 4º TRI/09
cesso de produção. 6,02%
1º TRI/10
LATAS DE ALUMÍNIO 8,32% 2º TRI/10
5,73%
4,74%
-20 -10 0 10 20 30 40 50
PARTICIPAÇÃO
LATAS DE FERRO E AÇO LATAS DE ALUMÍNIO
Infografia Monica Sobral
37,52% 39,40%
ALTA DA ALTA DA
PRODUÇÃO* PRODUÇÃO*
1º SEM/10 1º SEM/10
36,57% 8,62%
Fonte: IBGE *Ante 1º SEM/09
B6 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL EMBALAGEM | Sexta-feira e fim de semana, 26, 27 e 28.11.2010
CONSUMO
Formas agregam
valor e ajudam
a vender
o produto
Sério e complexo, processo de escolha de uma embalagem é complexo, delica- Professor da Escola Superior de Propa-
O
do e estratégico. Desde o momento em que o fabricante deci- ganda e Marketing (ESPM), Mestriner
processo de criação de lançar um novo produto ou relançar alguma linha do seu coordena o Núcleo de Estudos da Embala-
de embalagem portfólio, põe em andamento uma sequência de ações estra- gem da faculdade, responsável pelo labo-
tégicas, estudos, pesquisas, contratações que envolvem fa- ratório, onde dispõe de software que
envolve agências bricantes de materiais, indústrias de embalagens, designers acompanha em tempo real os lançamen-
de propaganda e de e outros tipos de profissionais. E os lançamentos e relançamentos têm tos de embalagens em todo o mundo.
ocorrido com frequência no mercado interno. Os profissionais acreditam “O Laboratório de Embalagem da ESPM
design, escritórios que cada embalagem tem uma vida útil, em média, de dois anos. As indús- dispõe de uma ferramenta chamada Glo-
de planejamento trias de embalagens, que movimentam em torno de R$ 35 bilhões por ano, bal New Product Database, fornecido pela
são a primeira opção para os fabricantes que vão lançar ou relançar produ- empresa inglesa Mintel que permite mo-
e de advocacia tos. Elas detêm a maior parte do mercado de desenvolvimento de novos nitorar os lançamentos de embalagem no
desenhos. São seus parceiros as agências de propaganda, as agências de de- mundo em tempo real”, conta Mestriner.
TEXTO J O S É ANTO NI O RO DRI GU ES
sign, os escritórios de planejamento e escritórios de advocacia especializa- Segundo ele, a ESPM é a única escola nas
dos em proteção de direitos autorais. A explicação é de Fábio Mestriner, de- Américas que dispõe desse recurso “e só
signer e coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM e tam- consegue isso por ter o patrocínio de gran-
bém do Comitê de Estudos Estratégicos da Associação Brasileira das Em- des empresas do mercado”. Além de mo-
presas de Embalagens (Abre). A Abre reúne cerca de 300 associados, entre nitorar os lançamentos, ela dispõe de ban-
fabricantes de embalagens, fornecedores, clientes, agências de design e de co de dados que pode ser acessado pelos
propaganda, prestadores de serviços e entidades empresariais afins. seus clientes. A ESPM conta também com
Os fabricantes também procuram diretamente agências de propaganda, a ferramenta Euromonitor.
agências de design ou dispõem em seus quadros de departamentos espe-
cializados que cuidam de todo o processo de desenvolvimento, criação e ESCOLAS E PROFISSIONAIS
definição da nova embalagem. Há grandes fabricantes de produtos de con- Outro profissional, o designer Carlos Zar-
sumo que são, eles próprios, produtores de embalagens, caso da Nestlé, a do, sócio diretor da Haus+Packing Design
segunda maior fabricante de embalagens no Brasil,que só perde para a lí- e coordenador do Comitê de Design da
der, a Dixie Toga. ABRE, que reúne mais de 30 agências de
Uma vez tomada a decisão de lançar ou relançar um produto, o desen- design, está há 12 anos no setor e exibe na
volvimento da embalagem tem de acompanhar o processo de fabricação sua carteira clientes como Marfrig, Kym-
da linha desde o início. berly (Turma da Mônica) Hydronorth,
Para Mestriner, ele próprio ex-presidente por dois mandatos da Abre, Niasi Risqué, Perdigão Elegê e CSN -Leite
o processo de criação da embalagem envolve especialização e profissio- Moça. Sua agência é composta por 16 pro-
nalismo. “A criatividade, apenas, não basta”, diz. Tem de estar baseada fissionais, contando com ele próprio e a
em conhecimento técnico e sustentada por estudos e pesquisas. A em- sócia. Ele depende, basicamente, do brie-
balagem a ser criada vai disputar espaço e a preferência do consumidor fing do departamento de marketing ou da
no supermercado, e o processo para a sua conclusão começa na linha de agência de propaganda para começar a
produção, respeitando os requisitos e especificações do produto. “Tem trabalhar. “O processo de criação exige
de ser pensado tudo junto”, diz. informações prévias sobre tudo, incluin-
O produto final, portanto, é o resultado de estudos de materiais, de do as expectativas da empresa sobre como
pesquisas de mercado, de tendências internacionais e o conhecimento o produto deve entrar no mercado”, diz
das ferramentas técnicas a serem empregadas. Isso exige, por exemplo, ele. A escolha do material, a questão dos
diz Mestriner, saber que o desenho determinará que o frasco de xampu custos que essa definição acarreta, os in-
será soprado de tal forma para ganhar os contornos desejados. A tampa vestimentos reservados. “O mercado é
“Criatividade não passará por um outro processo, de injeção de plástico, e o rótulo empre- uma arena onde a disputa é acirrada e o
basta, o processo gará uma outra tecnologia. Tudo tem de estar previsto no design, pois es- design se transforma em arma estratégica
de criação da ses três componentes se integrarão na linha de produção. para conquistar o consumidor”, diz ele.
embalagem envolve Para ele, o ambiente de um supermercado pode ser visto como uma com- Essa arena também se revela nas ques-
especialização e petição olímpica: cada produto tem de concorrer dentro da sua categoria. tões de segurança. Para Zardo, a confiden-
profissionalismo Não se pode, explica, pensar na embalagem de um detergente em pó para cialidade e o sigilo são tão estratégicos como
competir com creme dental, ou um produto alimentício. Desde a escolha do tudo que envolve a embalagem. Tanto que,
Fábio Mestriner, material, do tamanho da embalagem, passando pelo design, a definição da conta, o modelo da latinha de Leite Moça
designer e coordenador rotulagem, cada etapa demanda um estudo que vai até à escolha da caixa de com cinturinha, desenvolvida juntamente
do Núcleo de Estudos papelão para o transporte do produto até o ponto de venda. Isso inclui conhe- com a CSN, ficou trancado por três anos
da Embalagem da ESPM cimento de logística, dos tipos de pallets disponíveis e caminhões. dentro de um cofre. Há ações de cópias, plá-
gios. “Por isso é que há escritórios especiali-
zados ativíssimos na defesa da marca, dos
direitos autorais dos designers.” Essa é uma
característica que os profissionais do mer-
cado de design têm de apresentar.
Além dos designers, Zardo trabalha na
sua agência com profissionais de produção
gráfica, de planejamento, de atendimen-
to, de operação e de pesquisa. Além da
criação das embalagens, as agências des-
envolvem também material de apoio,
como folhetos e folders.
BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL EMBALAGEM | Sexta-feira e fim de semana, 26, 27 e 28.11.2010 | B7
Divulgação
elizmente para as agências que gens produzidas no Brasil estão sendo ex- triner, da ESPM. Hoje, mais de 80% do
F
trabalham com design, há portadas para vários países, como os casos leite é consumido nessas embalagens,
profissionais suficientes no dos produtos Marilan e Del Valle”. sem dizer que ela possibilitou o transpor-
Brasil, constata Carlos Zardo, Outra questão que envolve a produção te e o armazenamento em outras regiões
sócio diretor da Haus+Packing de embalagens é a do seu custo em relação do país, nas quais antes o consumo do lei-
Design.Os cursos de tecnolo- ao produto. Segundo Fábio Mestriner, em te era restrito justamente pelas dificulda-
gia, de formação e graduação estão dando média o custo da embalagem representa des de transporte e durabilidade, como o
conta do mercado e os de pós-graduação e de 15% a 30% do custo final do produto. Nordeste. Outro produto em que o custo
estágios de treinamento completam o ciclo. Mas há exceções. Há embalagens que che- da embalagem supera o do produto é o da
A crescente procura por essas profis- gam a custar mais que o produto, como é o água mineral.
sões tem a ver com a expansão do mercado caso, por exemplo, da sardinha em lata, Essa questão entra em outro raciocínio
brasileiro de consumo e, portanto, de em- mais a caixa de papelão. A alternativa de que justificaria os custos com a embala-
balagens. Além das agências, as empresas mercado seria a venda em caixas de gelo, gem. Ao contrário do que se possa supor,
também têm departamentos técnicos para como faz a barraca do peixeiro, impraticá- estudo feito pela Nielsen e citado pelas in-
fazer a interface com a indústria de emba- vel para o produto industrial e grandes dústrias indica que 75% dos produtos lí-
lagem e até para arquivar e reproduzir de- mercados como o de São Paulo. deres no Brasil não são os mais baratos e
senhos quando necessário. Há casos, como o do leite longa vida, sim os mais caros. Outro dado relevante é
Zardo também dá aula de embalagem em que a embalagem custa quase o preço que o mercado brasileiro está entre os cin-
no curso de design gráfico na Anhembi- do produto, mas o ganho de escala e de co maiores do mundo em muitos dos pro-
-Morumbi. Passou pela ESPM, pela Escola durabilidade compensa. “O leite antes era dutos consumidos. Em Coca-Cola, por
de Engenharia Mauá e outras. Segundo armazenado em saquinhos plásticos e du- exemplo, o Brasil é o segundo maior, diz
afirma, não há risco de falta de técnicos rava no máximo dois dias. Com a nova Mestriner. Da mesma forma o mercado de
nesse mercado. “Mesmo com o cresci- embalagem passou a durar seis meses. É alimentos para animais brasileiro já é o se-
mento do design brasileiro, já que embala- um ganho considerável”, comenta Mes- gundo maior do mundo. J.A.R.
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VAREJO
eduzir, reutilizar e reciclar representa um avanço na área de refour de eliminação das sacolas ria-prima renovável e é biodegradável em
R
são, há dez anos, os lemas do sustentabilidade e é o primeiro pas- plásticas tradicionais. até 180 dias. Este é o período máximo as-
grupo Pão de Açúcar, em se so de um projeto que será estendido Uma outra novidade é que a segurado apenas para descarte em cen-
tratando de sacolas plásticas gradualmente a todas as demais lo- rede Carrefour também desenvol- trais de compostagem, sendo que o tempo
e embalagens: “todas as jas nos próximos quatro anos. veu, em parceria com a Basf, uma de biodegradação depende das condições
nossas ações estão voltadas a A ação é um desdobramento da sacola 100% biodegradável, pro- da disposição final. O produto gera húmus
diminuir o impacto do nosso negócio no participação da rede na campanha duzida com base em uma resina sem a presença de metais pesados ou sub-
meio ambiente”, afirma o diretor de rela- “Saco é um Saco”, lançada no últi- especial derivada do milho: trata- stâncias nocivas ao meio ambiente.
ções institucionais , Paulo Pompilio. mo ano pelo governo federal, e faz -se do Ecovio®, que contém ácido Para os consumidores que se acostuma-
“E não é marketing oportunista, mas parte de um plano mundial do Car- polilático (PLA), conta com maté- ram a colocar seu lixo doméstico nas saco-
atitude que realmente muda a situação”, Henrique Manreza las plásticas tradicionais, a empresa de ori-
diz o executivo lembrando que além da gem francesa desenvolveu uma opção de
participação e treinamento fundamentais saco de lixo, produzida com plástico reci-
de fornecedores e colaboradores, o GPA clado. A rede também vem realizando fó-
faz, em todo o Brasil, parcerias com as runs e palestras para orientar os clientes so-
multinacionais, como Unilever e Pepsico bre como realizar o consumo consciente.
por exemplo, além de representantes do
poder público, para amplificar e comple- WALMART PREMIA CLIENTE COM DESCONTO
mentar o ciclo do consumo consciente. Já o gigante americano Walmart incentiva
A empresa oferece aos seus clientes inú- seus consumidores a reduzir o uso das saco-
meras soluções, como embalagens retorná- las com o programa “cliente consciente me-
veis, estações de arrecadação de resíduos e rece desconto”, uma ação que acontece
sacolas mais resistentes, como forma de desde o final de 2008, e dá ao cliente um
conscientizar e diminuir a necessidade da crédito por sacola plástica não utilizada. O
utilização de embalagens plásticas. E regis- valor que o supermercado pagaria pela sa-
tra o resultado das ações: cerca de mais 2,2 cola (R$ 0,03) volta em crédito no cupom
milhões de unidades de sacolas retornáveis fiscal do cliente que deixa de usá-la e opta
comercializadas em suas redes de super e por qualquer versão reutilizável. Em vigor
hipermercados, sendo que 54% desse total em todas as 455 lojas da rede, o programa já
só no ano de 2009. Entre janeiro e setembro tirou do meio ambiente mais de 37,6 mi-
deste ano, mais de 1,2 milhão de unidades lhões de sacolas e concedeu mais de R$ 1,1
foram vendidas a preços simbólicos, com milhão em desconto para os clientes. Além
renda revertida para a SOS Mata Atlântica. disso, a rede incentiva o uso de sacola retor-
Desde 2001, o Grupo Pão de Açúcar já nável, oferecendo um dos modelos mais ba-
arrecadou mais de 38 mil toneladas de ratos do mercado (R$ 2,50). Feita em algo-
materiais recicláveis. dão cru e com capacidade para suportar até
35 kg, a sacola começa gradativamente a fa-
CARREFOUR TEM PROJETO NO INTERIOR zer parte do dia a dia do consumidor.Com
O Grupo Carrefour Brasil, por sua vez, todas essas iniciativas, a rede contabiliza
anunciou em março deste ano a eliminação que tirou do meio ambiente, só em 2009,
do uso das sacolas plásticas tradicionais na 138,9 milhões de sacolas plásticas. A com-
sua unidade de Piracicaba (SP), como pilo- panhia tem meta global de reduzir o uso de
to. Inédita no varejo brasileiro, a decisão sacolas plásticas em 50% até 2013.
Zero 50%
é o número de sacolas das sacolas plásticas serão
plásticas na loja eliminadas até 2013,
Carrefour de Piracicaba conforme projeta a
(SP), eleita para um rede Walmart englobando
projeto-piloto que deve se Paulo Pompílio, diretor de relações institucionais, informa que o grupo suas 455 lojas.
estender à toda a rede. Pão de Açúcar arrecadou mais de 38 mil toneladas de materiais recicláveis