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O discurso é veículo de poder e objeto de desejo, uma vez que quem possui o discurso

detêm o poder. Atuando neste objetivo há três tipos de procedimentos do discurso: de exclusão;
internos; e rarefação. Os procedimentos de exclusão se dão de maneira externa e põe em jogo
a relação de poder e desejo.

PROCEDIMENTO DE EXCLUSÃO: O tipo mais comum da exclusão é a interdição


que apresenta mecanismos que cruzam, reforçam e se compensam, estando em rede contínua
de transformação: o tabu do objeto (há assuntos que não se pode falar, ou devem ser evitados,
ex: a mídia deve evitar falar de suicídio); o ritual da circunstância (há situações em que
determinados assuntos devem ser evitados, ex: visitar um doente e falar de doença); e o direito
privilegiado ou exclusividade do sujeito (os indivíduos não podem falar sobre tudo, ex; falar
termos jurídicos para um leigo). Os tipos de interdições deixam claro que há uma relação entre
o desejo e o poder.

O segundo tipo de exclusão é a separação e rejeição. O autor explica usando a metáfora


da loucura. A palavra do louco permitirá que se separe o louco dos outros indivíduos, logo, o
discurso do louco é excluído, separado, rejeitado. É um princípio dialógico pois a partir dessa
rejeição haverá uma aceitação.

O terceiro tipo de exclusão é a cisão entre verdadeiro e falso. Aqui discutirá a


historicidade da vontade de verdade, a forma como os indivíduos buscam conhecimento ao
longo dos tempos que é histórico e institucionalmente constrangedor. Fatores institucionais
sempre irão constranger a ideia de verdadeiro e falso. Enquanto os demais princípios vão
enfraquecendo, a vontade de verdade só se fortalecerá, pois quando se chega a um determinado
nível cognitivo, intelectual, a regressão é algo impossível. Consiste em princípio de exclusão
porque quando se aceita um discurso como verdadeiro, o indivíduo exclui outras possibilidades.

PROCEDIMENTOS INTERNOS: Atuam dentro do discurso, controlam, ordenam,


classificam e distribuem os acontecimentos e acaso dos discursos. São recursos infinitos para
formação de outros discursos, e possuem caráter coercitivo. Os prcdimentos internos são: o
comentário; o princípio do autor; e disciplina.

No princípio do comentário, há dois tipos principais de discursos: os discursos


originários, que são aqueles que se fala; e os retomados, que são os ditos novamente, são os
comentários a respeito dos primeiros discursos. O comentário permite uma infindável
construção de novos enunciados e possui a função de dizer o que estava silenciado nos demais
discursos, adicionam novas ideias aos discursos anteriores. Gira em torno da identidade do
discurso que o origina.

O princípio do autor é um princípio de rarefação e complementar do comentário.


Referem-se a como o discurso pode ser aglutinado a partir da individualidade do autor. Trata
do agrupamento do discurso, comunidade e origem de suas significações. Ex: o que o autor
assimila, entende, considera por influência da sua época.

Já as disciplinas são definidas por um domínio de objetos, conjunto de regras de um


conjunto anônimo a disposição de todos, são procedimentos que podem ser adotados
independente de quem tenha sido o inventor, por isso se diferencia do princípio do autor. É
prerrogativa para a construção de novos discursos, já o comentário se baseia em discursos
preexistentes. Há a possibilidade de definir novos enunciados indefinidamente. É composta por
coisas verdadeiras e também por erros. Deve atender a diversos fatores, não podendo pertencer
a uma tetralogia do saber, ou seja, para uma proposição ser considerada verdadeira, deve estar
inserida naquilo que é considerado como verdadeiro naquela época. Logo, as disciplinas vão
sendo construídas historicamente.

Os procedimentos de controle ou rarefação determinam como os discursos funcionam


da imposição de regras aos indivíduos que pronunciam. O primeiro sistema é o ritual, é o mais
visível de todos. Irá definir quem pode proferir o discurso. O tipo de ritual determina o sujeito
que pode proferir o discurso. Ex: sentença só pode ser dada pelo juiz, missa, pelo padre...
Determina as propriedades e papeis dos sujeitos que falam.

A sociedade de discurso é princípio que tem como função produzir e conservar um


discurso, fazendo-o circular em um meio fechado. Ex: maçonaria. Apenas os membros
conhecem o discurso. Apesar de estar desconhecido, não são excluídos.

O terceiro procedimento são as doutrinas que são o inversso da sociedade do discurso.


Enquanto esta limita os indivíduos que podem ter acesso ao discurso, as doutrinas agrupam os
indivíduos que partilham de determinadas renças, valores, verdades, que proferem discursos
semelhantes.

O quarto procedimento é a apropriação social, que são formas de manter ou motificar a


apropriação dos discursos. Ex: o sistema educacional. Ela promove a ritualização da palavra; a
qualificação e fixação de papeis e a constituição de um grupo doutrinário através do ensino.
Ex\: não há escola sem partido.
Após apresentados os procedimentos, é apresentado o método de análise que devem
questionar a vontade de verdade, restituir o caráter de acontecimento ao discurso e suspender a
soberania do significante. A princípio, esse método se baseia no princípio da inversão.
Considera que diante dos procedimentos geradores de discursos infinitos, é preciso se atentar
ao princípio de rarefação. Ao mesmo tempo que são geradores infinitos de discursos são
coercitivos. Essa seria a aplicabilidade do princípio da inversão, onde se inverteria esses fatores
vendo seu lado negativo/coercitivo.

No princípio da descontinuidade o discurso deve ser analisado como práticas


descontínuas, que podem se cruzar, se excluir ou ignorar. Assim, nem sempre um discurso será
a ressignificação de um discurso.

A especificidade diz respeito a não considerar o discurso como um jogo de significações


prévias, pois o discurso é uma violência que se faz às coisas, não podendo ser considerado
correspondente à realidade das coisas. É através dessa violência que o discurso encontra sua
regularidade.

A exterioridade diz que devem ser buscadas as condições externas de possibilidades, o


que ele acarreta, o que dá lugar a serie aleatória desses acontecimentos e fixa suas fronteiras.
Por meio da exterioridade do discurso pode-se superar o mecanismo de poder e desejo.

Esses quatro princípios devem regular as análises dos discursos.

Os trabalhos de elaboração teórica devem seguir 3 direções: o acaso; o descontínuo e a


materialidade. E apresenta 2 tipos de análise: a crítica; e a genealógica. A análise crítica põe
em prática o princípio da inversão e analisa como os procedimentos estabelecem relação de
poder e desejo. A genealógica põe em prática princípios de formação do discurso, como são
formados a partir dos princípios de coerção, e de que forma eles se criam de forma dispersa,
contínua, irregular...

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